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Na antiga Atenas, os filósofos acreditavam que as mulheres eram

inferiores aos homens em todos os aspectos. Sócrates e Platão, diziam


respectivamente que: “[...] ser nascido de mulher é um castigo divino”; e
“[...] as mulheres eram uma forma degenerada da perfeição masculina”,
citado por Sharon Jaynes em seu livro “Jesus e as mulheres”. Os
romanos foram muito influenciados pela cultura grega, inclusive neste
aspecto a respeito das mulheres como objeto de prazer ou fontes de
tentação, passando, com o tempo, para Portugal, e consequentemente,
Brasil.

Segundo a CPMI-VCM, feminicídio é a instância última de controle


da mulher pelo homem: o controle da vida e da morte. Infelizmente, é um
termo que vem sendo aplicado com muita frequência, mesmo com a
existência do direito de igualdade à todos previsto na constituição de
1988, ou depois da Lei Maria da Penha, criada em 2006, e da Lei n.º
13.104/2015, que prevê, expressamente, que o ato seja punido como
homicídio qualificado. Essa violência atroz vem sendo carregada de
geração à geração, começando com os filósofos gregos, passando para
os romanos, em que existia uma sujeição do sexo feminíno ao homem da
casa, condição chamada pelo direito romano de tutela57, sendo o
paterfamilias o pai, marido, sogro, ou até irmão mais velho; seguindo à
Portugal, tendo em consideração as Ordenações Filipinas, no que se
refere ao direito criminal português, em que a todo momento as mulheres
são tratadas como inferiores, dado o exemplo “E toda mulher, que fazer
adultério a seu marido, morra por isso [..]”, comparado com o título XXX
do Livro V, que tratava das amantes dos clérigos, as quais deveriam ser
sentenciadas, ao invés do homem que estava cometendo o adultério,
principalmente se tratando de fidalgos, cavaleiros, doutores em leis,
médicos e juízes. Consequentemente, essa cultura foi passada para o
Brasil após a colonização, formando, ao decorrer do tempo, o alicerce
sobre o qual se erqueram alguns dos valores familiares mais arraigados
na sociedade brasileira.

Os costumes desenvolvidos hoje no Brasil, são heranças da vil


norma jurídica portuguesa imposta pelos colonizadores. O que antes era
somente força da lei, com o tempo foram incorporadas no cotidiano das
pessoas e se transformaram em costumes hediondos, como vemos no
caso da atriz Eliza Samudio, assassinada pelo goleiro Bruno Fernandes
em 2010; da dançarina Amanda Buena, morta em 2015 por Milton
Severiano Vieira; da empresária grávida Nathalie Rios Motta Salles,
morta em 2017 por Thiago Medeiros; ou o mais recente caso que em
2018 de Tatiane Spitzner, assassinada por Luis Felipe Manvailer.
Contudo, mesmo com muita dificuldade, através de lutas para quebrar
essa cultura patriarcal e milenar, a mulher vem ganhando seu espaço no
mundo.

http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/428-1364-1-pb.pdf

http://www1.ci.uc.pt/ihti/proj/filipinas/l5ind.htm

https://oglobo.globo.com/rio/sete-casos-de-feminicidio-que-chocaram-rio-
21519019

http://www.teoriaepesquisa.ufscar.br/index.php/tp/article/view%20File/
161/137

https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/artigos/337322133/feminicidio-art-
121-2-vi-do-cp

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm

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