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Deus é todo Bem, é o único Bom

Maria é ponto de chegada no Deus Trindade. Começamos com Maria, mas o que interessa
é Deus, que é o Alfa e o Omega. A luz de Deus vai iluminar todo o nosso projeto franciscano de
vida.

l. O Deus de Jesus Cristo

Francisco e Clara amadureceram ouvido com amor as palavras do Evange1ho. Nele


encontravam Jesus e o admiravam falando com tanto carinho no Pai dos Céus e no Espírito Santo.
Para eles, Deus é antes de tudo o Deus-Trindade.

Por isso a Trindade está sempre presente em seus escritos e orações: quando não a
lembram explicitamente, usam o número três para simboliza-la em todo tipo de arranjos.

Mas eles conheciam o Evangelho especialmente através da liturgia e foram desenvolvendo


uma liturgia muito pessoal com suas próprias orações.

Uma das que melhor expressam esse amor trinitário de Francisco é a oração de Louvares
para todas as Horas, que ele dividiu em três partes, subdividindo as duas primeiras em outras três
partes, terminando cada uma com um louvor explícito à Trindade e concluindo tudo com a sua
melhor oração sobre Deus como único Bem.

Nós já vimos como a Trindade é o núcleo da Antífona de Nossa Senhora, da Forma de Vida
para Santa Clara, da Carta aos Fiéis. Mas não se tratava de considerar Deus trino lá longe no céu:
era uma forma de vida. Eles sabiam que nossos relacionamentos humanos são um reflexo da vida
trinitária de Deus e os cultivavam assim. E, como tinham experimentado o Deus Trindade em suas
vidas, queriam também que fosse anunciado a todos. Francisco escreveu na Regra não bulada:

E todos os meus frades podem anunciar esta ou semelhante exortação e louvor, quando
lhes aprouver, entre quaisquer pessoas, com a bênção de Deus: Temei e honrai, Louvai e bendizei,
dai graças e adorar o Senhor Deus onipotente na trindade e na unidade, Pai e Filho e Espírito
Santo, criador de tudo (RNB 21,1-2).

Ele mesmo, quando a saúde não lhe permitiu mais correr os povoados falando do seu
querido Deus Pai Filho e Espírito Santo, teve a inspiração de escrever muitas cartas que mandava
distribuir: "Me propus, por meio desta carta e de mensageiros, anunciar-lhes as palavras de Nosso
Senhor Jesus Cristo, que é Palavra do Pai, e as palavras do Espírito Santo, que são espírito e vida
(2CtFi 3).

Quando rezava o Pai - nosso, Francisco lembrava a Trindade inteira logo de início, dizendo:
Santíssimo Pai nosso: criador, redentor, consolador e salvador nosso... unindo dessa maneira os
atributos que a teologia católica reserva a cada Pessoa do único Deus.

Na oração com que concluiu a Carta a toda a Ordem, deixa claro que quer seguir os passos
de Jesus para chegar, só por vossa graça, a vós, Altíssimo, que na Trindade perfeita e na Unidade
simples, viveis e reinais...

Mas é provável que sua oração mais comovida seja o trecho dos Louvores a Deus
Altíssimo, que escreveu logo depois de receber os estigmas, onde diz:

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Vós sois trino e uno, Senhor Deus dos deuses, vós sois o bem, todo bem, o sumo bem,
Senhor Deus vivo e verdadeiro.

Para ele, Deus é tudo, é o Bem.

2. O Deus de Francisco é o Sumo Bem

Nos Louvores para todas as Horas, que repetia sete vezes por dia, Francisco concluía:

Onipotente, santíssimo, altíssimo e soberano Deus, que sois todo o bem, o sumo bem, a plenitude
do bem, que só vós sois bom, nós vos tributarmos todo o louvor, toda a glória, toda a ação de
graças, toda exaltação e todo bem.

Dá para perceber que, no fundo, ele está se deliciando com diversas variantes do tema "só
Deus é bom", evidentemente escutado na página de Lucas (19, 18-19) em que Jesus dá uma
resposta a quem o chamara de "bom mestre".

Mas ele faz isso o tempo todo, como podemos testemunhar mesmo dando só algumas
citações:

Tributemos ao Senhor Deus altíssimo e sumo todos os bens, e reconheçamos que todos os bens
são dele... Porque todo bem é dele e só Ele é bom (RNB 17, 17s.).

Nada mais desejemos, nada mais queiramos... se não o único verdadeiro Deus, que é plenitude do
bem, todo bem, verdadeiro e sumo bem. Ele que é o único bom (RNB 23, 27s.).

No comentário ao Pai nosso, insiste em que todos os bens vêm de Deus:

Que estais no céu... Vós, Senhor, sois o sumo bem, eterno bem, do qual vem todo bem, sem o qual
não há nenhum bem.

A partir daí é que vai se desdobrar em louvores e convidar ao louvor, como vemos, por
exemplo, na 2 carta aos Fiéis, 61-62:

E porque nos deu tantos bens e ainda vai dar no futuro, toda criatura que está no céu e na terra...
renda a Deus louvor...porque ele é o único bom.

É a mesma atitude de santa clara no inicio de seu Testamento :

Entre outros benefícios que temos recebido e ainda recebemos diariamente da generosidade do
Pai de toda misericórdia e pelos quais temos que agradecer ao glorioso Pai de Cristo... (TestC 2).

Mas são os Louvores a Deus Altíssimo, escritos no Alverne, que vão mostrar toda comoção
de Francisco ao dizer:

"Vós sois o bem, todo bem, sumo bem".

A idéia de Deus bom também está presente nas outras culturas e é freqüente nos Salmos.
Mas, em Francisco, ela se torna centro de toda a sua visão de Deus: o que existe no Deus
Trindade é uma eterna comunicação de todo o Bem, o que explica todo o nosso relacionamento
com Deus é a "obediência", que consiste em responder abertamente a todo Bem que vem de Deus.

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3. Uma experiência sofrida

Não podemos pensar que foi fácil a experiência do Deus Bom para Francisco e clara. Eles
viveram em um dos tempos mais difíceis da história para essa verdade. Os cátaros, expressão do
maniqueísmo no seu tempo, arrastavam multidões convencendo-as de que havia um deus bom e
outro mau. Diziam até que o Deus do Antigo Testamento era o deus mau e que, por isso, todas as
obras da natureza eram presença da maldade.

Francisco e Clara puseram em suas Formas de Vida que os candidatos de viam ser
examinados na fé católica justa mente por causa da grande difusão do catarismo. A segunda
versão da carta aos Fiéis, escrita mais para o fim da vida de Francisco, mostra como ele teve que
esclarecer os seus seguidores para que não acreditassem em um deus do mal. Isso reforça a
importância de sua experiência do Deus Bom que se expande em bondades em todas as criaturas.

4. Deus Bom nas coisas boas

É neste ponto que se compreende porque a experiência de Deus vivida por são Francisco
fala tanto às pessoas de hoje: ele não é um teórico que apresenta idéias abstratas de Deus:
experimenta-o nas criaturas.

Tomas de celano comentou:

Exultava em todas as obras das mãos do Senhor e enxergava a razão e a causa vivificantes
através dos espetáculos que lhe davam prazer. Nas coisas belas reconhecia aquele que é o mais
belo, e que todas as coisas boas clamavam: "Quem nos fez é ótimo!" (2Cel 165).

Encontrava em toda parte motivos para lembrar-se do Filho de Deus que se fez homem por
nosso amor. Podemos citar alguns exemplos dados pelo Espelho de Perfeição:

Recomendava ao irmão que cortava e preparava a lenha para o fogo que jamais abatesse a árvore
inteira, mas cortasse de maneira que lhes restasse sempre uma parte intata por amor daquele que
quis realizar nossa salvação sobre o lenho da cruz.

Costumava dizer ao irmão que tomava conta do jardim que não ocupasse todo o terreno com
legumes, mas reservasse uma parte para as árvores que, em seu tempo, produzem nossas irmãs
as flores, por amor para com aquele que falou "nas flores dos campos e nos lírios dos vales".

Recomendava ainda ao jardineiro que reservasse sempre uma parte do jardim para as ervas
odoríferas e plantas que produzem belas flores a fim de que, em seu tempo, elas convidassem ao
louvor de Deus os homens que vissem tais ervas e flores. Pois toda criatura diz e proclama: "Deus
me criou para ti, ó homem" ( EP l18).

Mas a razão fundamental de todo seu amor às criaturas, que chamava de irmãs, era a
concepção clara de que o Deus de Bondade se apresentava nelas como em todas as boas ações
das pessoas.

O teólogo São Boaventura, observou, a esse respeito:

Em cada uma das criaturas... percebia, com extraordinária piedade, a fonte única da bondade de
Deus e, como a harmonia preestabelecida por Deus entre as propriedades naturais dos corpos e
suas interações lhe pareciam uma música celestial, exortava todas as criaturas, como o profeta
Davi, ao louvor de Deus (LM 9, 1).

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Para Francisco, Jesus, a Palavra de Deus, continua sempre vivo na natureza, cada flor que
se abre é Jesus falando, cada pedra é uma manifestação dele, cada animal é uma expressão de
sua vida infinita. Nós vivemos envolvidos no Bem que é Deus.

No final da vida, quando a doença e a marginalização dentro da Ordem o haviam reduzido a


quase nada, doente em São Damião, ele acaba tendo uma das maiores graças de Jesus cristo: a
revelação de que sua salvação eterna estava garantida. Prorrompe, então, no Cântico de Frei Sol.
E canta a própria morte como irmã.

Parecia ter-se integrado profundamente com tudo. Sentia-se parte da criação: era o homem
sonhado por Deus, cristificado.

Por isso, São Boaventura apresentou muito bem o resultado de sua maneira de ver e viver
Deus:

A verdadeira piedade... enchera o coração de Francisco, compenetrando-o tão intimamente, que


parecia dominar a personalidade do homem de Deus. Nasciam daí a devoção, que o elevava até
Deus, a compaixão que fazia dele um outro Cristo, a amabilidade que o inclinava para o próximo, e
uma amizade com cada uma das criaturas, que lembra nosso estado de inocência primitiva (LM 8,
1).

É a isso que se refere o antigo lema franciscano: Meu Deus e meu tudo.

5. Deus Bom dentro de nós

Depois de muito pensar em Deus, o homem acabou concluindo, nas mais diversas culturas,
que Deus é mistério.

É uma pena que muitos entendam que mistério é alguma coisa impossível de entender, é
como uma porta fechada por onde não se pode passar. Francisco e clara nos ensinam que essa
porta é aberta, e continuará sempre aberta se nós percebermos Deus como a presença do Bem
dentro de nós e nunca quisermos ser do nos desse bem.

Na oração com que concluiu a carta a toda a Ordem, Francisco disse:

Onipotente, eterno, justo e misericordioso Deus, dai a nós, miseráveis, fazer, por vós mesmo, o que
sabemos que vós quereis, e sempre querer o que voz apraz, para que, interiormente purificados,
interiormente iluminados e acesos no fogo do santo espírito, possamos seguir os vestígios de
vosso dileto Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e chegar, só por vossa graça a vós, Altíssimo...

Uma primeira coisa a observar é que Deus é misericordioso e nós somos os miseráveis.
Isso tem que ser entendido na perspectiva bíblica, não em nossa linguagem moderna. Deus é
misericordioso porque é um Amor que se dá sem limites; nós somos miseráveis porque recebemos
esse amor e vivemos dele.

Em outras palavras: todo bem que há em nós, até o bem que somos nós mesmos, vem
gratuitamente de, Deus. Como o bem de Deus é gratuito, nós temos que recebe-lo de graça e dá-lo
de graça.

O homem que quer ser dono dos bens de Deus percebe que não é possível abarcá-los
todos e diz que Deus é um mistério impossível. Mas o que só se maravilha com os bens, sem
querer ser dono deles, continua a descobri-las sem fim. Para ele, Deus é um mistério sempre

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aberto, do qual podemos tirar de tudo sem nenhum limite. No mistério de Deus, descobrimos o
mistério de nós mesmos, o mistério do próximo, o mistério de todas as criaturas.

Francisco expressou essa situação recordando o pecado de Adão e Eva:

Pois come da árvore da ciência do bem aquele que se apropria de sua vontade e se exalta pelos
bens que o Senhor diz e opera nele... (Adm 2).

Isto é, quando nos apropriamos dos bens que descobrimos em nós e nos exaltamos por
causa deles, fechamo-nos para Deus que é fonte de todo bem. Por isso, ele insistiu, em outra
Admoestação:

Nada te pertence e de nada podes gloriar-te; mas disto podemos gloriar-nos: de nossas fraquezas
e de carregar todos os dias a santa cruz de nosso Senhor Jesus Cristo (Adm 5).

E indicou como devemos ficar abertos também para o mistério de Deus no nosso próximo:

Todo aquele que inveja seu irmão pelo bem que o Senhor diz e faz nele, incorre em pecado de
blasfêmia, porque inveja o próprio Altíssimo, que diz e faz todo bem (Adm 8).

Somos um bem tão grande de Deus, que passamos a vida toda sem chegar a descobrir
tudo. Nem dentro de nós mesmos, nem dentro dos outros.

Diante do crucificado de são Damião, Francisco começou a perceber que precisava da luz
de Deus para enxergar toda a bondade de Deus que tinha dentro de si mesmo. Deus está o dia
inteiro presente dentro de nossa vida, relacionando-se conosco.

Mesmo a presença do mal deve nos fazer pensar que estamos diante de uma ausência de
Deus que cabe a nós preencher.

6. O Altíssimo se fez pequeno

O grande impacto de Deus na vida de Francisco e clara foi dar se conta de que seu amor foi
tão grande que Ele, o Altíssimo se fez pequeno: humilde e pobre.

De fato, o Deus Bom se manifesta em Jesus cristo, que foi pobre e humilde no presépio,
pobre e humilde em sua vida na Palestina, pobre e humilde na morte da cruz e continua pobre e
humilde na Eucaristia.

Falou profundamente na vida deles a passagem da Epístola aos Filipenses que lembra o
esvaziamento de Deus:

Tenham em vocês mesmos os sentimentos que havia em Jesus Cristo: Ele tinha a condição divina
mas não se apegou a sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo
a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples
homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz! (Fil2,5-8).

Clara, que via constantemente a Deus e se via constantemente em Deus no espelho que é
Jesus cristo, ensinou:

Preste atenção no princípio do espelho: a pobreza daquele que, envolto em panos, foi posto no
presépio! Admirável humildade, estupenda pobreza! O Rei dos anjos repousa numa manjedoura.
No meio do espelho, considere a humildade, ou pelo menos a bem-aventurada pobreza, as fadigas
sem conta eas penas que suportou pela redenção do gênero humano. E, no fim desse mesmo

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espelho, contemple a caridade inefável com que quis padecer no lenho da cruz e nela morrer a
morte mais vergonhosa (4Ctln 19- 23).

Francisco entoou com Jesus cristo o seu cântico de Frei Sol, em que celebra esse fato
começando com a palavra Altíssimo e terminando com a palavra humildade. Mas teve uma
sensibilidade especial para o esvaziamento, a pequenez e a humildade de Deus de uma maneira
toda própria na Eucaristia:

Eis que se humilha diariamente, como quando veio do trono real ao seio da Virgem; vem
diariamente a nós ele mesmo aparecendo humilde; desce todos os dias do seio do Pai sobre o altar
nas mãos do sacerdote (Adm 1, 16-18).

Mas urna atitude concreta que transformou Francisco e clara diante do Altíssimo que se fez
pequeno foi o rato de Ele se ter feito um servidor:

O Filho do Homem não velo para ser servido. Ele veio para servir, e para dar a sua vida como
resgate em favor de muitos (Mt 20, 28).

Isso fez não só com que Deus, em Jesus cristo, se entregasse à morte por nós, as se
submetesse na obediência e fosse, acima de tudo, o menor e o pobre.

Essa foi a motivação constante de clara, e fez Francisco escrever aos Fiéis:

Esta Palavra do Pai, tão digna, tão santa e gloriosa, o altíssimo Pai a enviou do céu, por seu
arcanjo São Gabriel, ao seio da Santa Virgem Maria, de cujo seio recebeu a verdadeira carne de
nossa humanidade e fragilidade. E, sendo rico acima de toda medida preferiu escolher, com sua
bem-aventurada Mãe, a pobreza (2CtFi 4).

É importante observar que essa concepção evangélica do Altíssimo que se faz pequeno por
nosso amor e vem nos servir é justamente o oposto até vai na contra-mão - de urna concepção
hoje em dia tão em voga de procurar um Deus útil: que esteja sempre à mão, que seja rápido e
eficiente para fazer o que nós esperamos que ele faça com o seu poder. Se não, somos capazes
de mudar de religião.

É ele quem se faz pequeno e nos ensina. Nós não podemos diminuí-lo.

7. O nosso Deus

As considerações que fizemos sobre o Deus de Francisco e Clara mostram que, para viver
um projeto franciscano de vida, precisamos questionar profundamente que Deus estamos vivendo.

Em nossos dias, há menos dúvidas de que Deus existe. A religiosidade parece ter
aumentado. Muitas desilusões atuais trouxeram uma "volta" de Deus. Inclusive a desilusão com a
onipotência das ciências, com ideologias como o marxismo. Mas há situações novas.

Os "sábios" de hoje não pensam em um deus metafísico, como os da idade Média. A


opinião das "autoridades" também não é acatada.

As pessoas comuns querem "experiência" de Deus, querem sentir Deus. Não querem
teorias. Daí a facilidade com que se inventam movimentos e religiões novas, que podem ser
bastante efêmeras, ou mesmo puramente pessoais. Daí a facilidade com que muitos podem ser
explorados religiosamente.

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Todos os povos antigos aprendiam sobre Deus dentro de suas próprias culturas. A religião era
sempre uma expressão da cultura. Hoje, esse quadro mudou.

As culturas ficaram amplas, pluriformes, multirraciais. Ficamos liberados para ter o Deus e a
religião que quisermos. Mas ainda há muita coisa sobre Deus e a religião que nós aprendemos foi
com a cultura que, na realidade nunca foi puramente evangélica.

A razão é a fonte de todas as religiões não bíblicas, mesmo que se fale em intuições. Para
nós, as fontes do conhecimento de Deus estão na bíblia, nos santos, na nossa própria experiência,
incluindo o ensinamento da Igreja. Mas Deus continua a ser mistério sem fim.

Cada um de nós tem que trabalhar o mistério de Deus dentro de si mesmo: Quem é Deus
para mim? Quem sou eu para Deus? Nós vamos usar todos os recursos da revelação e da
tradição, todos os exemplos dos santos, mas temos que descobrir Deus a partir de nossa solidão
interior. É de lá que Ele tem que nos abrir para um mundo sem limites.

Porque o mistério de Deus está ligado ao mistério de mim mesmo: qual é o meu autêntico
eu? Posso ser deus de mim mesmo? posso ser deus dos outros?

Está ligado com o mistério do próximo: quem é cada pessoa para mim? E está ligado ao
mistério de todas as criaturas: não são meus deuses, nem eu sou o deus de nenhuma criatura.

8. Propostas práticas

1. Anote todos os pontos principais que expressam concretamente para você quem é Deus. Tente
lembrar onde e como você aprendeu cada um desses pontos. Observe como cada aspecto
influência em sua vida concreta.

2. Quais as principais características do Deus de Jesus cristo que a gente só conhece pelo
Evangelho? A leitura do Evangelho está enriquecendo sua vida com Deus? Como?

3. De cada Irmão ou Irmã com quem você está convivendo agora, o que é que você aprende de
bonito sobre Deus? E das outras pessoas, dos animais, das obras da natureza, o que você
aprende?

4. Quais os pontos concretos em que, para você, Deus é mesmo Todo o Bem? Como tem resolvido
os pontos em que encontra dificuldade para admitir isso?

5. Como é que você comunica às outras pessoas (mais pela vida do que pelas palavras) qual é o
Deus que você tem no coração?

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