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Cristo, o centro conector da obra de Deus – Livro 1

Título deste volume: Cristo, o centro da obra de Deus

Semana 1: O pano de fundo da carta aos Colossenses – (Cl 1:13-20)

SEMANA 1 - SEGUNDA-FEIRA

Leitura bíblica:
Gn 2:10-14; 3:24; Sl 46:4; Jo 7:37-39
Ler com oração:
“Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será
nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14).

A bênção de Deus é o fluir do rio da graça

A partir de agora, estudaremos a Epístola de Paulo aos Colossenses, que é uma continuação do fluir do rio da
graça, conforme vimos em Efésios. Desta vez o tema geral é: “Cristo, o centro conector da obra de Deus”.
A primeira mensagem tem por título: “O pano de fundo da carta aos Colossenses”. O pano de fundo ali de Colossos
deu ao apóstolo Paulo a oportunidade de trazer à luz revelações cruciais a respeito da preeminência de Cristo sobre
todas as coisas. Cristo é o centro da economia e da obra de Deus. Ele é o centro agregador que une toda a criação e
mantém todas as coisas estáveis e operantes para a execução da imutável vontade de Deus. Veremos como a igreja
em Colossos foi gerada, as dificuldades que os colossenses enfrentaram quando ensinamentos e práticas, que
misturavam religião, filosofia e cultura, entraram na vida da igreja, desviando-os de Cristo, e como Paulo lidou com
essa situação negativa. Por fim, conheceremos alguns nomes de pessoas importantes na história da igreja em
Colossos e como foram aperfeiçoadas pelo apóstolo Paulo.
Querido leitor, nossa intenção não é fazer um estudo bíblico doutrinário de Colossenses, mas ouvir o que o Senhor
quer falar a Sua igreja, para de fato cooperarmos com Ele na execução de Sua vontade nestes tempos finais. Não
estamos aqui somente para adquirir mais conhecimento, mas queremos ser úteis ao Senhor como a igreja em
Filadélfia. Para essa igreja, o Senhor destrancou os tesouros da palavra profética e, se valorizarmos, amarmos e
praticarmos essa palavra, a vontade de Deus poderá ser concluída em nossa geração. Essa é nossa esperança e
expectativa.
É importante fazermos uma ligação entre Colossenses e Efésios. Não imaginávamos que, logo no começo de
Efésios, havia um rio fluindo do trono de Deus para Sua igreja. O apóstolo Paulo disse: “Bendito o Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em
Cristo” (Ef 1:3). Por ainda estarmos tão presos na esfera doutrinária, pouco conseguíamos entender, mas o Senhor
nos deu revelação por meio de Sua Palavra e passamos a enxergar que a bênção que Deus quer dispensar a Sua
igreja é exatamente o rio da graça que saía do Éden (Gn 2:10-14).
Quando o homem desobedeceu à Palavra de Deus e comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do
mal, o pecado e a morte entraram na humanidade. Como resultado, o homem foi expulso do jardim do Éden e
perdeu o acesso à árvore da vida, ao próprio Deus (Gn 3:24).
No entanto, após perder o acesso à árvore da vida, Deus, em Sua infinita misericórdia, concedeu ao homem uma
segunda oportunidade: “E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços”
(Gn 2:10). Esse rio saía do Éden com esta finalidade: dar ao homem uma segunda oportunidade para acessar as
riquezas divinas.
Quando se tornou homem, o Senhor Jesus trouxe à terra esse rio que saía do Éden. Jesus era a fonte de água viva,
o fluir daquele rio. No entanto, enquanto estava em carne, Jesus permanecia limitado e poucas pessoas podiam ter
acesso a Ele. Mas, com Sua morte e ressurreição, o Senhor tornou-se acessível a toda a humanidade e pode entrar
em todo aquele que Nele crê para ser uma fonte de água viva a jorrar para a vida eterna (Jo 4:14; 7:37-39). Hoje
esse fluir está na igreja (Sl 46:4). Somos membros do Corpo de Cristo e, como tais, somos canais para deixar esse
rio fluir. Deus colocou Seu Espírito dentro de cada um de nós, e esse Espírito é como uma fonte que jorra. Não
tranque essa fonte, deixe-a fluir de seu interior!
A vontade de Deus é que sejamos um canal aberto para a graça recebida fluir de nós e alcançar outras pessoas.
Não sejamos como o mar Morto, que só recebe e nunca extravasa. Deixemos fluir a graça que temos recebido de
Deus, pregando o evangelho às pessoas, resgatando-as da escravidão da corrupção. Quando saímos às ruas para
pregar o evangelho, sentimo-nos muito felizes, pois funcionamos como canais da graça de Deus. Isso faz com que,
cada vez mais, cresçamos em vida.

Pergunta: Como podemos ser canais do rio da graça que recebemos de Deus?
Meu ponto-chave:
Leitura de apoio:
“A igreja desejável” – caps. 10-14 – Dong Yu Lan.
“O coração da Bíblia” – cap. 1 – André Dong.
“40 lições essenciais para a vida cristã”  vol. 1 – lição 27 – Editora Árvore da Vida.
SEMANA 1 - TERÇA-FEIRA

Leitura bíblica:
Ef 1:22-23; 2:1-5, 10, 13-19, 21-22; 3:3, 18-19; 4:11-21; 5:2, 8; 6:11-18
Ler com oração:
“Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio
dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã” (Sl 46:4-5).

Um resumo da Epístola aos Efésios

Antes de entrar na Epístola aos Colossenses, faremos um resumo da Epístola aos Efésios. No primeiro capítulo,
vemos que as bênçãos de Deus são o fluir do rio da graça para nós. Deus quer que todas as coisas sejam encabeçadas
por Cristo, e por isso Ele faz esse rio fluir até nós. O fluir desse rio faz com que Cristo encabece a igreja e, por meio
da igreja, encabece todas as coisas (Ef 1:22-23). Hoje, foi-nos dada a responsabilidade de cooperar com Cristo no
encabeçamento de todas as coisas.
No segundo capítulo, podemos enxergar como o Senhor, por Sua graça, nos salvou da condição de morte (vs. 1-
5) para produzir, a partir de nós (a velha criação), uma obra-prima (a nova criação) (v. 10). Por meio da cruz de
Cristo, Deus nos reconciliou Consigo mesmo e fez a paz entre todos os povos, derrubando a parede de inimizade
que existia entre os homens (vs. 13-16). Não somos mais peregrinos nem estrangeiros, mas membros da família de
Deus (vs. 17-19). Hoje estamos sendo edificados para ser habitação de Deus no espírito, para que Deus tenha Seu
descanso (vs. 21-22).
O terceiro capítulo revela-nos a maneira de Deus trabalhar. Em cada época, Deus tem um despenseiro,
alguém que Ele escolhe e usa para transmitir Sua Palavra. O despenseiro, ou dispensador, é o que cuida da
despensa, o lugar onde as provisões da casa são guardadas; a função do despenseiro é distribuir o alime nto aos
membros da família. Na época da igreja em Éfeso, Paulo era esse despenseiro (v. 3). Era ele quem anunciava
a palavra profética. No entanto, o desejo de Paulo era que todos os membros do Corpo de Cristo fossem canais
para dispensar as riquezas do rio da graça. Por meio do fluir desse rio, conseguimos conhecer o amor de Cristo
e compreender, com todos os santos, qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade de Cristo. E
isso nos enche de toda a plenitude de Deus (vs. 18-19).
Quando chegamos ao quarto capítulo, aprendemos que Deus concedeu dons a cada membro do Corpo, a fim de
que todos funcionem para o único ministério, que é o ministério da edificação do Corpo de Cristo (vs. 11-16).
Funcionando como canais da graça de Deus, crescemos em vida e somos edificados. Esse rio da graça também nos
traz a verdade, enchendo-nos da realidade de Deus (vs. 17-21). Antes, falávamos uma coisa e fazíamos outra, mas,
agora, recebendo os elementos de Deus por meio desse rio, somos preenchidos com a verdade, que é o próprio Deus.
Então o que falamos é o que somos e vivemos, pois andamos na verdade.
O quinto capítulo nos mostra que o próprio Deus, que é amor e luz, faz com que amemos uns aos outros e vivamos
uma vida cheia de amor e luz. Não temos mais um viver egoísta, pelo contrário, nós nos doamos uns aos outros,
andando em amor (v. 2). E também não andamos mais em pecados, mas discernimos as obras das trevas, pois
andamos na luz (v. 8). Se em algum momento formos vencidos pelo pecado, devemos lidar com isso imediatamente.
Precisamos arrepender-nos e confessar nossos pecados para que o sangue de Jesus nos purifique (1 Jo 1:9).
No sexto capítulo, Paulo nos apresenta a melhor maneira de travar a batalha espiritual: estar revestido da armadura
de Deus (vs. 11-18). Estamos no meio de uma guerra entre o reino de Deus e o império das trevas. Temos saído às
ruas para pregar o evangelho, a fim de conquistar território para o Senhor, só que o inimigo não entregará esse
território facilmente. Ele tentará nos perseguir, espalhando muitas mentiras contra nós e enviando toda espécie de
tribulações e sofrimentos. Mas o Senhor nos diz que fiquemos firmes!
Nossa luta não é contra a carne e o sangue. Por trás daqueles que nos causam sofrimentos estão os principados
e potestades. A base deles está nos ares (Ef 6:12). Entretanto, Deus não nos mandou lutar contra esses seres nos
ares, mas, sim, tomar toda a armadura de Deus e permanecer firmes e inabaláveis (v. 13). Quando os ataques
chegarem, lembrem-se de que nosso refúgio é o Senhor, socorro bem presente nas tribulações (Sl 46:1). Basta-
nos ficar firmes na posição em que estamos e deixar o Senhor batalhar por nós (2 Cr 20:15-17). Além disso,
devemos usar a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus (Ef 6:17). Quando saímos às ru as fazendo
colportagem, deixamos com as pessoas a palavra do evangelho do reino, a qual derrota o inimigo e as liberta
da escravidão, para conduzi-las ao reino de Deus.
Pergunta: Como devemos comportar-nos na batalha espiritual?
Meu ponto-chave:
SEMANA 1 - QUARTA-FEIRA

Leitura bíblica:
Cl 1:13-19
Ler com oração:
“Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas
ter a primazia” (Cl 1:18).

O pano de fundo de Colossenses

Vimos um resumo de Efésios, enfatizando o fluir do rio da graça. Esse fluir está nos levando agora a Colossenses,
para enxergarmos com clareza que Cristo é crucial, vital, muito mais fundamental na obra de Deus do que pensamos.
Cristo tem superioridade em tudo o que diz respeito à obra de Deus. Se tirarmos Cristo, nada mais resta (Cl 1:13-
19). Por isso, por meio do fluir do rio da graça, neste estudo de Colossenses, daremos ênfase à importância de Cristo.
Cristo é tudo. Nossa criação, nossa existência, tudo está relacionado com Cristo. Hoje podemos estar diante de Deus
graças ao sangue derramado por Cristo em Sua morte. O fato de termos o Espírito Santo dentro de nós se deve à
morte e ressurreição de Cristo. Se tirarmos Cristo de nossa vida, nada mais fará sentido. Partindo de uma abordagem
mais superficial sobre esse ponto, pouco a pouco nos aprofundaremos mais nele, porque ele é nossa ênfase.
Eis o pano de fundo do livro de Colossenses: Paulo escreveu as cartas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e
Filemom durante seu primeiro aprisionamento em Roma. Era uma prisão domiciliar, na qual ele tinha certa
liberdade, inclusive para pregar o evangelho. Ele foi aprisionado em torno de 60 a 64 d.C. O último capítulo do
livro de Atos descreve essa prisão: “Por dois anos, permaneceu Paulo na sua própria casa, que alugara, onde
recebia todos que o procuravam, pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum,
ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo” (28:30-31). Embora estivesse preso, Paulo não deixava de
pregar o evangelho. Ele sempre usava a espada do Espírito, a palavra de Deus, para ganhar as pessoas e conquistar
terreno para o reino de Deus na terra.
O conteúdo das quatro cartas citadas, mais a carta aos Gálatas, compõem o que chamamos de “o coração da
Bíblia”. São cartas especiais por sua grande importância na revelação da economia de Deus e de como Deus vai
executar Sua vontade. Por isso, podemos dizer que Colossenses é uma continuação ou até mesmo um complemento
de Efésios.
A cidade dos colossenses, Colossos, estava situada no vale do rio Lico, na antiga Frígia (atualmente Turquia).
Ao norte de Jerusalém, estava a cidade de Antioquia, onde hoje é a Síria. Avançando mais para o norte e para o
oeste, ficava a região da Cilícia, onde Paulo nasceu. Mais adiante estava a Frígia, onde ficava Colossos, próxima
de Laodiceia e Hierápolis, e um pouco mais longe de Éfeso. Hierápolis era uma cidade turística de águas termais,
por isso os romanos construíram grandes estruturas com casas de banho para veraneio. A cidade de Laodiceia
ficava logo abaixo de Hierápolis, e as águas quentes que saíam de Hierápolis fluíam para Laodiceia, aonde
chegavam mornas. O Senhor usou esse fato ao expor a condição da igreja em Laodiceia: “Conheço as tuas obras,
que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio,
estou a ponto de vomitar-te da minha boca” (Ap 3:15-16).
Colossos situava-se numa região vulcânica, sujeita a severos terremotos, mas a terra era muito fértil e havia bons
pastos para os rebanhos. Por ser uma região vulcânica, a água era de alta qualidade e permitia um tingimento especial
da lã, muito usada na produção de tecidos e roupas.
Essa região prosperou muito na época do Império Grego, graças, principalmente, à indústria têxtil. Entretanto, na
época de Paulo, a importância comercial da região já estava em decadência. A população era formada de frígios,
gregos e judeus, que ali se instalaram dois séculos antes de Cristo. Essa mistura de povos, de religião e de cultura
criou uma atmosfera de sincretismo, ou seja, uma mistura de diferentes doutrinas de caráter filosófico, religioso ou
cultural para formar uma nova doutrina. Tal ambiente de muita mistura acabou se refletindo na vida da igreja em
Colossos.

Pergunta: Qual é nossa ênfase ao estudar a carta aos Colossenses?


Meu ponto-chave:
SEMANA 1 - QUINTA-FEIRA

Leitura bíblica:
At 19:10-11; Cl 4:7-9; Fm 10-13
Ler com oração:
“Sim, solicito-te em favor de meu filho Onésimo, que gerei entre algemas. Ele, antes, te foi inútil; atualmente,
porém, é útil, a ti e a mim” (Fm 10-11).

A importância do aperfeiçoamento

A igreja em Colossos foi gerada no tempo da terceira viagem missionária de Paulo. Ele permaneceu em Éfeso por
três anos, conforme disse, em Mileto, aos presbíteros de Éfeso: “Vigiai, lembrando-vos de que, por três anos, noite
e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um” (At 20:31).
Há alguns versículos que descrevem a estada de Paulo em Éfeso: “Durante três meses, Paulo frequentou a
sinagoga, onde falava ousadamente, dissertando e persuadindo com respeito ao reino de Deus. Visto que alguns
deles se mostravam empedernidos e descrentes, falando mal do Caminho diante da multidão, Paulo, apartando-se
deles, separou os discípulos, passando a discorrer diariamente na escola de Tirano” (At 19:8-9). Provavelmente a
escola de Tirano era um espaço que os filósofos gregos usavam para apresentar suas teses. Como o povo gostava
da filosofia grega, ali ouviam, julgavam, criticavam e decidiam se aceitavam ou não essas teses.
Durante sua estada em Éfeso (dois anos e três meses), Paulo alugou esse espaço para poder ministrar a palavra
e aperfeiçoar os irmãos (At 19:10-11). Ele montou em Éfeso uma espécie de CEAPE (Centro de Aperfeiçoamento
para a Propagação do Evangelho), a fim de ensinar a palavra de Deus e aperfeiçoar obreiros para levar o evangelho
a outros lugares.
Inicialmente, Paulo passou três meses discutindo com os judeus nas sinagogas, até o ponto de desistir, pois viu
que o coração deles estava endurecido e por isso não aceitavam suas palavras. Mas em vez de ir embora de Éfeso,
Paulo viu uma grande oportunidade de montar um centro de aperfeiçoamento de obreiros. Ele fez isso durante dois
anos, na escola de Tirano (At 19:10). Epafras foi um dos obreiros que Paulo aperfeiçoou ali. Foi Epafras quem
levantou a igreja em Colossos e cuidou dela. Não há registro de que Paulo tenha ido às cidades de Colossos,
Laodiceia e Hierápolis, mas por intermédio de seu cooperador, Epafras, o testemunho da igreja nessas três cidades
foi levantado. É muito importante haver um centro de aperfeiçoamento de obreiros e missionários, a fim de preparar
irmãos para pregar o evangelho em todos os lugares.
No início da carta aos Colossenses, Paulo menciona Epafras: “Segundo fostes instruídos por Epafras, nosso amado
conservo e, quanto a vós outros, fiel ministro de Cristo” (Cl 1:7). Epafras foi aperfeiçoado por Paulo em Éfeso, mas
era de Colossos; ele foi um fiel ministro de Cristo para a igreja em Colossos. Há outra menção de Epafras na carta
de Paulo aos Colossenses: “Saúda-vos Epafras, que é dentre vós, servo de Cristo Jesus, o qual se esforça
sobremaneira, continuamente, por vós nas orações, para que vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em
toda a vontade de Deus. E dele dou testemunho de que muito se preocupa por vós, pelos de Laodiceia e pelos de
Hierápolis” (4:12-13). Epafras não cuidava só da igreja em Colossos, mas também das igrejas em Hierápolis e
Laodiceia.
Filemom também viveu em Colossos, tanto ele como seu escravo Onésimo, que o defraudou e fugiu para Roma.
Ali, Paulo o encontrou, pregou-lhe o evangelho e o aperfeiçoou. Depois, Paulo enviou Onésimo de volta a Filemom,
junto com a epístola aos Colossenses, levada por Tíquico (Cl 4:7-9).
Antes de encontrar Paulo, Onésimo era um servo inútil. Contudo, após passar um tempo sendo aperfeiçoado pelo
apóstolo, Onésimo se transformou em um servo extremamente útil para Paulo e para a obra de Deus (Fm 10-13).
Vemos, na experiência de Paulo com Epafras e depois com Onésimo, a importância de aperfeiçoarmos e sermos
aperfeiçoados para servir adequadamente na obra de Deus.

Pergunta: Qual teria sido possivelmente a intenção de Paulo ao alugar a escola de Tirano?
Meu ponto-chave:
SEMANA 1 - SEXTA-FEIRA

Leitura bíblica:
Cl 2:8, 18, 20-23
Ler com oração:
“Para que o coração deles seja confortado e vinculado juntamente em amor, e eles tenham toda a riqueza da
forte convicção do entendimento, para compreenderem plenamente o mistério de Deus, Cristo, em quem todos
os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl 2:2-3).

Os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão em Cristo

Ao escrever a Epístola aos Colossenses, Paulo deixa transparecer que havia desvios naquela igreja
provocados por uma mistura de culturas, religiões, filosofia grega e até do judaísmo. Naquela época, o
gnosticismo já nascia como uma falsa filosofia que defendia haver uma forte antítese entre o mundo material
e o espiritual. Os criadores dessa tese diziam possuir conhecimentos secretos. O gnosticismo propriamente dito
surgiu no século II d.C., mas seu embrião já estava se formando ali, na época em que Paulo escreveu a c arta à
igreja em Colossos.
O cerne da filosofia grega consiste em se questionar para entender todas as coisas. Por que as coisas são do jeito
que são? Por que a vida humana é feita de sofrimentos etc.? A mitologia grega acreditava que muitos deuses e
semideuses controlavam todas as coisas naturais e sobrenaturais, e que as pessoas deveriam adorá-los para apaziguar
a ira deles e obter favores. O homem fazia suas súplicas ao deus responsável por aquilo de que precisava. Se
precisasse de chuva, pedia ao deus responsável pela chuva; se estivesse doente, pedia ao deus responsável pela cura.
E assim também para com todas as demais necessidades, pois eles atribuíam a diversos deuses a responsabilidade
por tudo o que acontecia. No entanto, o homem continuava sofrendo. Enquanto alguns se apoiavam na mitologia,
no culto aos falsos deuses, outros buscavam respostas na filosofia, questionando e arrazoando sobre o motivo da
existência humana e dos sofrimentos.
A palavra gnostikós, em grego, passa a ideia de alguém “que sabe” ou “que entende”. Na teoria dos gnósticos, o
universo material é imperfeito, assim também a carne, o corpo humano, o que implica sofrimentos. O homem só
pode ser liberto mediante a “gnose”, isto é, o conhecimento intuitivo sobre o espírito e a natureza da realidade. Esse
conhecimento não é o conhecimento racional que vem dos livros, mas aquele intuitivo, espiritual, e poucas pessoas
alcançam esse nível. Eles se orgulhavam de ter esses conhecimentos secretos e misteriosos (Cl 2:8, 18, 20-23).
Acreditava-se que Deus é como um sol, que emana raios de luz, que seriam entidades espirituais. Os anjos seriam
essas entidades e Jesus, apenas mais uma dessas emanações. Por isso, em Colossenses, Paulo ataca o culto a anjos,
porque muitos os cultuavam e colocavam Jesus no mesmo nível deles.
Por essa razão, Paulo escreve aos colossenses não só para derrubar esses raciocínios falazes, mas também para
mostrar a posição de Cristo: “Para que o coração deles seja confortado e vinculado juntamente em amor, e eles
tenham toda a riqueza da forte convicção do entendimento, para compreenderem plenamente o mistério de Deus,
Cristo, em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos. Assim digo para que ninguém
vos engane com raciocínios falazes” (2:2-4). Essas coisas são bonitas, atraem nossa curiosidade, parecem lógicas
e verdadeiras, mas são raciocínios falazes, isto é, mentirosos, que fazem parte das artimanhas de Satanás para
nos enganar. Uma grande lição que devemos aprender é esta: tudo o que não é Cristo deve ser abandonado!

Pergunta: Por que Cristo é superior a tudo?


Meu ponto-chave:
SEMANA 1 - SÁBADO

Leitura bíblica:
Fp 2:5-8
Ler com oração:
“Nele [Cristo], foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos,
sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas
as coisas. Nele, tudo subsiste” (Cl 1:16-17).

Cristo é o centro de tudo

O embrião do gnosticismo atrapalhou os colossenses, e o judaísmo também contribuiu para essa confusão, pois
dele veio o cerimonialismo da religião judaica. Essas misturas trouxeram toda forma de ascetismo, que é a prática
de castigar o próprio corpo para se libertar de pecados e influências malignas. Isso tudo começou a entrar na
igreja em Colossos.
Por isso Paulo disse-lhes: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova,
ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo. Ninguém
se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem
motivo algum, na sua mente carnal, e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas
juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus. Se morrestes com Cristo para os rudimentos do
mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo,
não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se
destroem. Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de
rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade” (Cl 2:16-23).
Ao falar sobre “comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados”, Paulo fazia menção às cerimônias
do judaísmo. Eles não entendiam que tudo o que Deus dera ao povo de Israel, todas as festas, comidas e
cerimônias, eram uma “sombra das coisas que haviam de vir”. Quando Cristo chegou, o que é real veio com Ele.
Cristo é a realidade de todas as coisas do Antigo Testamento. Os colossenses deixaram-se levar por sombras e
perderam o desfrute do que é real.
Lemos neste versículo a afirmação categórica do apóstolo Paulo de que todas essas coisas exteriores, como o
ascetismo, não têm nenhum valor contra o pecado (Cl 2:23). Alguns pregam o jejum, que é bíblico, como sendo
uma privação do corpo para evitar o pecado, mas isso não é correto. Não é castigando nosso corpo que vencemos o
pecado. Vencemos o pecado por meio de Cristo.
Todas essas questões forneceram a Paulo a oportunidade de trazer à luz revelações cruciais a respeito da
superioridade de Cristo sobre todas as coisas. Nada há superior a Cristo, nada que se compare a Ele. Tudo o que
vemos, tudo o que desfrutamos é Cristo e é por causa de Cristo. Cristo é o ponto de conexão entre Deus e as criaturas.
Lúcifer queria ser esse ponto de conexão. Talvez ele achasse que Deus, por ser o Criador, não entenderia as
criaturas e por isso precisaria dele como mediador. Por ter sido criado de forma perfeita e por estar acima de todas
as criaturas, merecia o lugar de rei adjunto. Mas Deus não escolheu Lúcifer. O plano de Deus era superior. Ele
enviou Seu próprio Filho para ser um homem. Como homem, Jesus se esvaziou, se humilhou, tomando a forma de
um servo (Fp 2:5-8). Ele é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, é o único que possui a humanidade e
a Deidade. Portanto Ele é o único que pode conectar o Criador com a criação. Aleluia!
Jesus também é o único que pode manter toda a criação conectada entre si. Por isso Ele é o centro da economia
de Deus, o centro agregador que une e conecta toda a criação e mantém todas as coisas estáveis e operantes para
a execução da imutável vontade de Deus. Cristo não só une todas as coisas, mas também as mantém estáveis e
produtivas.
Toda a criação, o universo todo, se mantém estável por causa de Cristo. Se Deus remover Cristo, tudo se
desestabiliza: “Nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos,
sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas
as coisas. Nele, tudo subsiste” (Cl 1:16-17). O fato de Cristo ser “antes de todas as coisas” indica que Ele é o ponto
de partida para Deus criar todas as coisas. A melhor maneira de traçar uma circunferência é utilizando um compasso.
Para traçar um círculo, você precisa saber onde está o centro, ou seja, precisa de um ponto de partida. O centro é a
referência, é o ponto de partida e, sem ele, é impossível traçar uma circunferência. Cristo é esse ponto de partida
para a criação de Deus! Por isso, Ele é antes de todas as coisas. Antes de criar todas as coisas, Deus O estabeleceu
como centro. Já a palavra grega para “subsiste” é sunistao, que significa um centro que une todos os pontos,
indicando que Cristo une tudo em um todo. Querido leitor, a carta aos Colossenses mostra a centralidade e
universalidade de Cristo. Isso é grandioso e glorioso demais!

Pergunta: O que indica dizer que “Cristo é antes de todas as coisas”?


Meu ponto-chave:
SEMANA 1 - DOMINGO

Leitura bíblica:
Ef 1:5, 9; Cl 1:19-23
Ler com oração:
“Se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que
ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro” (Cl 1:23).

Cristo reconciliou toda a criação com Deus

Já vimos quão importante Cristo é para toda a criação. Cristo é quem mantém a estabilidade de toda a criação.
Sem Ele, tudo desabaria. E não só isso, Ele mantém também a produtibilidade. O que isso quer dizer? Quer dizer
que Cristo produz a vontade de Deus!
Hoje, tudo está avançando para produzir a vontade de Deus, que é o encabeçamento de Cristo sobre todas as
coisas. Quando Cristo encabeça nossa vida, a vontade de Deus é produzida. Quem está fazendo isso é Cristo, para
executar a vontade imutável de Deus. É por isso que Paulo menciona o beneplácito, o bom prazer da vontade de
Deus no primeiro capítulo de Efésios (1:5, 9). Ninguém pode mudar nem impedir a realização da vontade de Deus,
pois Cristo é a peça-chave para a execução do propósito de Deus.
Na velha criação, Cristo é tudo. Ele é a origem, é o centro, foi por meio Dele que todas as coisas foram criadas,
e, além disso, todas as coisas criadas são para Ele. Cristo é o centro agregador, conector, que liga todas as coisas,
que mantém todas as coisas estáveis e que mantém todas as coisas em produtibilidade, isto é, avançando para o
cumprimento do propósito de Deus. Mas Deus não quer ficar apenas com a velha criação, Ele quer produzir a nova
criação. A nova criação está em outra dimensão, em outra esfera e, nessa outra dimensão, Cristo também é tudo.
O Corpo de Cristo pertence a outra dimensão, onde Cristo também é tudo. “Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é
o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele,
residisse toda a plenitude” (Cl 1:18-19). A prova disso é o fato de Paulo mencionar Cristo como “o primogênito de
entre os mortos”. Ele se refere à esfera da ressurreição, da nova criação, não mais a esfera da velha criação. Cristo
ressuscitou “para em todas as coisas ter a primazia”, não só na velha, mas também na nova criação. Ele tem a
primazia!
Observamos em Colossenses Paulo afirmar que em Cristo reside toda a plenitude. E em Efésios: “Pôs todas as
coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude
daquele que a tudo enche em todas as coisas” (1:22-23). O Pai quer que Cristo seja tudo em todos, e para isso,
Ele O deu à igreja como Cabeça, para encabeçar todas as coisas. Por isso há a necessidade da redenção. Se Deus
quer fazer Cristo ter a primazia na nova criação, Ele precisa nos transportar para essa nova criação (Cl 1:19-20).
Com a rebelião de Satanás e a queda do homem, muitas coisas aconteceram para romper a conexão da criação
com Deus. Houve inimizade com Deus e igualmente entre a criação. Mas Cristo fez a paz, pelo Seu sangue
derramado na cruz. Por meio de Cristo, Deus reconciliou “consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer
nos céus”. A morte de Cristo não foi só por nós, mas também para reconciliar todas as coisas Consigo mesmo. Isso
é maravilhoso!
Nós éramos estranhos a Deus, Seus inimigos, mas Deus reconciliou Consigo todas as coisas mediante a morte de
Cristo, incluindo cada um de nós, levando-nos para a nova criação (Cl 1:21-23).
Repare, querido leitor, que Paulo não diz que o evangelho foi pregado a todo homem debaixo do céu, mas a toda
criatura, ou seja, toda a criação beneficiou-se da morte de Cristo. O evangelho é para reconciliar Consigo não só os
homens, mas toda a criação. Por qual motivo? Para que Cristo seja o Cabeça sobre todas as coisas e, de fato, tenha a
primazia, na antiga criação como também na nova. A carta aos Colossenses realmente nos revela um Cristo riquíssimo
e disponível para nosso desfrute. Por isso, não deixemos que nada nos atrapalhe nem desvie nossa atenção desse Cristo
maravilhoso. Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Qual é o bom prazer de Deus revelado em Colossenses e Efésios e o que Ele fez para realizar Seu bom
prazer?
Meu ponto-chave:
Semana 2: Cristo, o centro da obra de Deus – (Cl 1:15-17; Hb 1:1-4)

SEMANA 2 - SEGUNDA-FEIRA

Leitura bíblica:
Êx 19:4; 1 Pe 2:9
Ler com oração:
“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha
propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação
santa” (Êx 19:5-6a).

Ser íntimo de Deus ouvindo Sua palavra

Ao longo desta semana, você terá a abençoada oportunidade de aproximar-se mais do Senhor por meio de Sua
Palavra. Portanto faça a leitura deste devocional com bastante atenção. Ouça diligentemente o que Deus tem a
lhe dizer e pratique o que Ele falar. Creia que a palavra depositada em seu coração tem o poder de realizar a obra
que o Senhor o incumbir de fazer. Fique atento e permaneça conectado com o Pai a todo instante, a fim de não
ser enredado pelas artimanhas do inimigo de Deus. Adore o Senhor em espírito, mantendo comunhão com Ele.
Dessa forma, você será usado como um canal para reconectar com Deus as pessoas a seu redor e experimentará
uma semana vitoriosa.
Em janeiro de 2023, durante as conferências de adolescentes e jovens (Conferência Geração Santa e Conferência
Geração Final) na Estância Árvore da Vida, Deus derramou Sua palavra poderosamente. Impressionados com o
falar divino, adolescentes e jovens consagraram-se ao Senhor e a Sua vontade. Assim, dia a dia, tem-se formado um
exército formidável, cujo objetivo é trazer o reino de Deus à terra. Deus tem usado adolescentes para revitalizar as
igrejas, graças à simplicidade deles em ouvir e praticar a Palavra. Com pureza e sem preconceitos, eles lideram a
pregação do evangelho, orando pelas pessoas nas ruas e repassando livros cristãos com a mensagem do evangelho,
o que tem causado uma saudável revolução tanto em suas famílias como nas igrejas. Os jovens têm deixado seus
antigos conceitos e mergulhado no rio da graça, para se tornarem úteis ao Senhor no exército celestial. Não somente
os jovens e adolescentes, mas as mulheres também estão praticando a imersão na palavra de Deus. No feriado de
25 de janeiro deste ano, em São Paulo, muitas mulheres se reuniram para imergir na palavra e tiveram experiências
inesquecíveis e sobrenaturais, as quais mudaram sua vida para sempre.
Estamos muito alegres com tudo o que Deus está fazendo entre nós por meio da palavra. Você não pode ficar de
fora, apenas observando e analisando o que está acontecendo. Entregue-se ao Senhor e mergulhe no rio da graça
juntamente com a multidão de adolescentes, jovens e mulheres. Assim como eles, você ficará cheio de alegria e
desenvolverá uma intimidade maior com Deus.
O desejo de Deus sempre foi o de ter um povo exclusivamente Seu (1 Pe 2:9). A história do povo de Israel nos
mostra que os hebreus foram tirados do Egito para ser um povo da propriedade de Deus. Na terra havia apenas
nações pagãs, mas o Senhor desejava um povo diferente, que pudesse servi-Lo como sacerdotes. A partir daí, Deus
começou a formar Seu reino, com o objetivo de reaver a terra usurpada por Satanás.
Esse anelo divino está registrado em Êxodo 19. Nessa passagem (vs. 4-6), o Senhor disse aos israelitas que os
libertara da escravidão do Egito, os levara sobre asas de águia e os achegara a Si. Tudo isso Deus fez porque
queria um povo que Lhe fosse íntimo. Embora a jornada pelo deserto tivesse sido difícil, o Senhor lhes queria
dizer que os acompanhara durante todo aquele trajeto, para aproximá-los de Si. Esse desejo divino nunca mudou,
porém o homem tem a tendência de usar a religião para servir a Deus e, desse modo, se distancia Dele.
Se a religião não é a maneira de se tornar íntimo de Deus, como então desenvolver essa intimidade? A resposta
está aqui: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a
minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes
e nação santa” (Êx 19:5-6a). Ou seja, a maneira de nos tornar íntimos do Senhor é ouvir Sua palavra; mas não
significa apenas ouvir a palavra registrada na Bíblia. A Bíblia é a palavra de Deus e isso é um fato inegável. Ela
estabelece princípios que não podemos ultrapassar e dos quais não podemos fugir. Todavia, a palavra escrita é a
palavra logos. E é a partir da palavra logos, que vem o falar de Deus para o momento. Nosso desafio é ouvir,
discernir e compreender a voz do Senhor em cada ocasião. Portanto ouça a palavra com diligência e guarde-a.
Guardar a palavra é praticar a palavra! Quando Deus fala, uma ordem é proferida, e Sua expectativa é de que Sua
ordem seja executada. Por essa razão, não basta apenas ouvir a palavra: é preciso praticá-la!
Como lemos em Êxodo 19, Deus expressou Seu desejo de ter um povo peculiar para Si, um povo diferente das
nações pagãs, as quais adoravam ídolos e deuses estranhos. Esse povo serviria o único e verdadeiro Deus, conforme
Sua palavra. Essa palavra foi dirigida aos israelitas, mas hoje o Senhor anela fazer da igreja Sua propriedade
peculiar. Ele deseja a igreja como o povo que ouça Sua voz, compreenda Sua vontade e viva na terra praticando Sua
palavra. É dessa maneira que a obra de Deus será concretizada. Você está disposto a isso?

Pergunta: Como desenvolver a intimidade com o Senhor?


Meu ponto-chave:
Leitura de apoio:
“Um exército de vencedores – Aliste-se já!” – caps. 4 e 5 – Pedro Dong.
SEMANA 2 - TERÇA-FEIRA

Leitura bíblica:
Jo 3:16; 5:44; 6:29, 38; 7:37-39; 20:19, 26; 21:7; At 2:14-36; Hb 1:5
Ler com oração:
“Tu, ó Timóteo, guarda o que te foi confiado, evitando os falatórios inúteis e profanos e as contradições do
saber, como falsamente lhe chamam, pois alguns, professando-os, se desviaram da fé” (1 Tm 6:20-21a).

Ouvir a palavra de Deus para não ser enganado

Deus sempre desejou para Si um povo que Lhe fosse chegado. Ele expressou esse anelo ao povo de Israel em
Êxodo 19. Todavia, ao aparecer no monte Sinai para falar a Moisés, com trovões e relâmpagos, o povo se
estremeceu. Deus então falou diretamente a Moisés e, a partir daquele momento, a voz do Senhor tornou-se a voz
de Moisés, que falava ao povo a palavra de Deus.
Da mesma forma, no Novo Testamento, Deus enviou Seu Filho à terra (Jo 3:16); Ele era a fonte que fluía do
manancial profundo de Deus Pai jorrando graça, vida e salvação às pessoas. Depois, Ele morreu na cruz e realizou
a redenção por meio de Seu sangue derramado, mas, ao terceiro dia, Deus O ressuscitou e O glorificou. Na
ressurreição, o homem Jesus foi gerado Filho de Deus (Hb 1:5). Embora, antes de tudo, na eternidade Ele já fosse
o Filho Unigênito do Pai, na glorificação Jesus foi gerado Filho Primogênito de Deus, tornando-se o Espírito para,
como o rio da água da vida, entrar em todos aqueles que Nele cressem.
Entretanto, ao entrar em nós, a intenção do Senhor não é apenas saciar nossa sede. Ele quer fazer de nós canais
por onde fluem rios de água da viva (Jo 7:37-39) para alcançar toda a terra. Essa é a razão pela qual pregamos o
evangelho.
Jesus fazia a obra do Pai na terra por intermédio da palavra. Os capítulos quinto, sexto e sétimo de João
registram que Jesus não dizia Suas próprias palavras, mas as palavras do Pai. Ele também disse não ter vindo à
terra para fazer Sua vontade, mas a vontade do Pai (Jo 6:38). Além disso, Ele não buscava Sua própria glória,
mas a glória do Pai (5:44). Jesus também disse que a obra de Deus é feita quando o homem crê em Seu enviado
e ouve Sua palavra (6:29). Portanto, a palavra de Deus faz Sua obra.
Quando Jesus ressuscitou, os discípulos ficaram perdidos. Por isso Jesus apareceu algumas vezes a eles e
falava-lhes a palavra (Jo 20:19, 26; 21:7). Eles assim percebiam que a presença do Senhor estava na palavra.
Até que, no dia de Pentecostes, Pedro se levantou com os onze e a palavra passou a ser falada por seu
intermédio (At 2:14-36). Dessa maneira, a obra de Deus era feita naqueles primeiros tempos da igreja primitiva.
Em Jerusalém, Pedro e João pregavam a palavra com intrepidez, mesmo sendo advertidos de que não o
fizessem. Eles continuavam a pregar o evangelho corajosamente e a obra de Deus avançou em toda a Judeia. Anos
depois, Deus usou Paulo como canal dispensador de Sua graça.
Vemos aqui um princípio: a palavra de Deus faz a obra de Deus. Entretanto, Satanás, que é o pai da mentira, fez
com que surgissem ensinamentos para confundir o povo de Deus, como Paulo registra em 1 Timóteo: “Quando eu
estava de viagem, rumo da Macedônia, te roguei permanecesses ainda em Éfeso para admoestares a certas pessoas,
a fim de que não ensinem outra doutrina, nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem
discussões do que o serviço de Deus, na fé” (1:3-4). A palavra inspirada pelo Espírito Santo é que leva a igreja
adiante e faz a obra de Deus. Contudo, Satanás, utilizando-se de um falar agradável, criou uma cortina de fumaça
para distrair o povo de Deus, enchendo a igreja com tradições judaicas e vãs filosofias. E assim foram entrando
outros ensinamentos, até que, no tempo do apóstolo João, várias heresias surgiram na igreja. Por essa razão,
estejamos atentos para não cair nas ciladas do inimigo de Deus. Ouçamos com atenção a voz do Senhor.

Pergunta: Que princípio devemos seguir para fazer a obra de Deus?


Meu ponto-chave:
SEMANA 2 - QUARTA-FEIRA

Leitura bíblica:
Pv 29:18; 1 Tm 1:3-4
Ler com oração:
“Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que
brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração” (2 Pe 1:19).

Sem profecia, o povo de Deus se corrompe

O apóstolo Paulo foi um canal usado por Deus para falar Sua palavra e fazer Sua obra. Todavia, os cristãos
daquela época deram ouvidos a fábulas e genealogias, que causaram degradação na igreja (1 Tm 1:3 -4). A
situação piorou a partir do século II, porque não surgiram outros apóstolos. Havia apenas seus sucessores,
denominados “pais apostólicos”, cuja função era impedir que a igreja e os ensinamentos do primeiro século se
perdessem. Entretanto, não havia mais o falar profético.
Sem o falar de Deus, a igreja degradou-se cada vez mais até o século XV. No século XVI houve uma reação, mas
persistiram os mesmos erros e vícios. Até que, no final do século XVIII e no século XIX, a igreja em Filadélfia
começou a surgir. No século XX, as verdades sobre a igreja foram restauradas, principalmente no que se refere à
unidade, à prática e ao serviço da igreja. Todavia, ainda faltava a realidade. Então Deus, em Sua misericórdia, usou
o ministério do irmão Dong, por 40 anos, para preparar uma geração. Foi como se ele “tirasse uma geração do
Egito”. Nesse tempo, houve problemas de incredulidade, desobediência, intrigas, mas o Senhor usou esse ministério
para fundamentar-nos e dar-nos as ferramentas básicas para a expansão do evangelho do reino.
Em 2017, aconteceu uma nova mudança. Deus iniciou o que chamamos de “a era do Apocalipse”, e estamos
vivendo neste momento final. Ele nos deu as palavras: entusiasmo, excelência e inclusão. O falar de Deus produziu
mudanças na igreja e muitas novidades passaram a acontecer. Posteriormente, o Senhor nos falou em Filipenses
sobre ter compaixão (splágchnon, em grego) dos outros e exercitamos a empatia entre nós. As críticas e disputas
por posição eram frequentes, mas a palavra trabalhou em nós até o ponto em que passamos a suportar-nos em amor.
Praticamos o perdão mútuo, a compaixão e a empatia na igreja. Quanta mudança! Com a pandemia em 2020, parecia
que tudo iria por água abaixo, mas Deus usou essa circunstância para ampliar o alcance do Instituto Vida para
Todos, criado em 2014. E assim a palavra profética foi propagada e todas as igrejas, alinhadas. Foi o início da
restauração.
Já em 2018 e 2019, a “colportagem dinâmica” revolucionou a vida da igreja, assim como o “Avança, Jovem!” e
a “Fábrica de Vencedores”. Com tantas pessoas contatadas, surgiu a necessidade das “Redes de Cuidado”. A
pregação do evangelho do reino nas ruas começou a trazer frutos para as igrejas. Com isso, as mulheres passaram a
cuidar umas das outras pelo grupo “Mulheres Conectadas”, e os homens a se apascentar mutuamente no grupo
“Homens de Oração”. Além disso, o Senhor potencializou o Expolivro. Portanto, o evangelho começou a se espalhar
em uma escala bem maior. Continuamos como um pequeno rebanho, assim como a igreja em Filadélfia, porém,
potencializados, turbinados pelo Espírito, temos alcance global.
Pela graça do Senhor temos alcançado quase todos os continentes. Entramos na Oceania e logo receberemos aqui
alguns irmãos do Timor Leste para serem aperfeiçoados; do Timor Leste avançaremos para a Indonésia, Malásia e
Ásia. Rogamos ao Senhor por uma santa mudança no Japão e Coreia do Sul. O continente africano já está “pegando
fogo”: Congo, Quênia, África do Sul, Moçambique, Madagascar, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde.
Fazendo imersão na palavra, os irmãos africanos têm experimentado como a palavra profética tem poder para operar
nas ruas. Amados, quem faz esse trabalho? É a palavra! Nos dezenove séculos da história da igreja, toda sorte de
corrupção e deterioração penetrou na igreja em razão da ausência da palavra profética (Pv 29:18). Por isso, todos
nós precisamos estar alerta para a importância da palavra que sai da boca de Deus.

Pergunta: Como impedir a degradação da igreja nos tempos atuais?


Meu ponto-chave:
SEMANA 2 - QUINTA-FEIRA

Leitura bíblica:
Gn 1:3-26, 31; Jo 8:44; Ef 1:9-10; 3:8-9; Hb 1:14; 2 Pe 2:11
Ler com oração:
“Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas
ter a primazia” (Cl 1:18).

Desconectar-se de Deus abre espaço para o pecado e a morte

A ausência da palavra profética abriu caminho para a degradação na igreja. Graças ao Senhor, temos sido
advertidos de não ouvir palavras e ensinamentos diferentes. Neste sentido, a carta aos Colossenses é uma vacina
espiritual. Relembrando: a cidade de Colossos fazia parte da Ásia Menor e estava próxima de Laodiceia e Hierápolis.
O apóstolo Paulo nunca passou por essas três cidades, mas permaneceu por um tempo em Éfeso, que era perto de
Colossos. Na escola de Tirano, ele aperfeiçoou vários cooperadores e obreiros para trabalharem naquela região. De
certa forma, ele inaugurou o primeiro CEAPE e o primeiro PAC (Posto Avançado de Colportagem).
Entre os vários obreiros aperfeiçoados estava Epafras, que levantou a igreja em Colossos, em Hierápolis e em
Laodiceia. Ele deve ter relatado a Paulo que Colossos sofria grande influência de culturas e religiões diversas. Ali
estava o povo originário da Frígia, a cultura e filosofia gregas e o judaísmo. E essa mistura preparou o embrião do
movimento que surgiria mais tarde, no século II, chamado gnosticismo. Na verdade, esse embrião originou-se da
filosofia grega. Os gregos eram politeístas e achavam que os deuses e semideuses controlavam a natureza e o
sobrenatural, por isso as pessoas deveriam oferecer-lhes sacrifícios para não ser castigadas. Além disso, a filosofia
grega buscava respostas ao sofrimento humano em face de doenças, fome, pestes, tempestades, inundações.
Dessa forma, surgiu o pensamento gnóstico, segundo o qual o homem sofre porque vive no corpo, que é matéria.
De acordo com essa corrente filosófica, a essência da carne é má, a matéria é ruim, e isso é a causa do sofrimento
humano. Logo, o homem precisa se libertar da matéria e suprimir a carne buscando o conhecimento intuitivo e
sobrenatural, e não o racional; mas poucas pessoas o alcançam. Mais tarde, surgiu também a prática de infligir
castigos ao corpo a fim de expurgar o pecado. E mais, essa filosofia ensinava que Deus seria como um sol, do qual
emanariam as diferentes entidades divinas: Cristo e os anjos. Portanto tal corrente colocava Cristo no mesmo nível
dos anjos. Assim, muitos passaram a cultuá-los, e o apóstolo Paulo tratou desse assunto em Colossenses,
mostrando que nada se compara a Cristo (Cl 2:10b). Em verdade, Cristo é essencial para a obra de Deus, pois Ele
é a conexão com Sua criação. É o que nos relata o livro de Efésios.
Efésios nos revela qual é o mistério da vontade de Deus (Ef 1:9-10; 3:8-9): tornar Cristo o cabeça de todas as coisas,
na dispensação da plenitude dos tempos. E a igreja executará esse encabeçamento. O que agrada e dá prazer a Deus
é fazer todas as coisas do céu e da terra convergirem em Cristo. As coisas do céu referem-se aos seres angelicais, os
quais são maiores que o ser humano em força e poder (2 Pe 2:11). Daí a tendência de os homens os adorarem. Todavia,
os anjos também precisam sujeitar-se a Cristo. Os anjos, na verdade, foram criados para servir aqueles que herdarão
a salvação (Hb 1:14), ou seja, alguém como você. Eles estão a seu serviço, então, não há problema em orar ao
Senhor, pedindo-Lhe que acampe os anjos ao redor de Seus santos.
A falta de encabeçamento do homem ocorreu quando este se desconectou de Deus. Gênesis descreve Deus criando
a luz, no primeiro dia; o firmamento, no segundo; a porção seca, no terceiro; os luzeiros, no quarto; os animais, no
quinto. Vendo o que criara, Deus disse que era bom. Mas, ao criar o homem no sexto dia, Ele disse: Muito bom (Gn
1:3-26, 31)! Toda a criação estava conectada com o Criador, pois ela veio à existência por intermédio de Sua palavra.
Logo, se o homem tivesse permanecido conectado com Deus, tudo estaria encabeçado por Cristo. Todavia, a
serpente, o próprio Satanás, enganou Eva, colocando em dúvida a palavra que Deus lhe dissera. Ele sugeriu que o
homem poderia julgar o certo e o errado sem Deus. Adão e Eva foram seduzidos por essas palavras e caíram na
armadilha do diabo. Amados, jamais subestimemos a capacidade do inimigo de Deus para nos enganar. Apocalipse
12 afirma que ele é o grande sedutor, que tem capacidade para enganar o mundo inteiro.
Deus é a realidade do universo; apenas Ele existia antes da criação. Então, quando o homem se desconectou de
Deus, desconectou-se da própria realidade, surgindo um enorme vazio. Aproveitando-se desse vácuo, Satanás, que
é o pai da mentira (Jo 8:44), encheu o ser humano de mentiras. Pela mentira entrou morte, pecado e toda sorte de
injustiças e impurezas, e o homem ficou sem o encabeçamento de Cristo. Mas hoje Deus anela encabeçá-lo
novamente.
Pergunta: Qual é a missão dos anjos?
Meu ponto-chave:
SEMANA 2 - SEXTA-FEIRA

Leitura bíblica:
Is 14:12; Ez 28:12-18; Jo 4:24; 12:31; 14:30; 16:11
Ler com oração:
“Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que
há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto;
porque eu sou o SENHOR, teu Deus” (Êx 20:3-5a).

A origem da desconexão

Já vimos que o homem caiu na armadilha de Satanás e se desconectou de Deus. Assim sendo, Satanás é o
responsável pela desconexão entre Deus e o homem. O inimigo de Deus, cujo nome em latim é Lúcifer, foi criado
de maneira perfeita. O significado de seu nome é “estrela da manhã” (Is 14:12). Ele era formoso e cheio de sabedoria,
por isso, pensou que poderia ajudar Deus a compreender as criaturas; seu desejo era tornar-se o elo entre o Criador
e a criação. Assim, com o coração cheio de ambição, ele se exaltou a ponto de querer ser igual a Deus. Embora já
possuísse posição superior à dos anjos, isso não era suficiente: ele desejava estabelecer seu trono ao lado de Deus,
para ajudá-Lo a governar. Todavia o propósito de Deus era que Seu próprio Filho, Jesus Cristo, fizesse essa ligação
com a criação. Ao perceber que seu desejo não seria atendido, Lúcifer rebelou-se, desconectando-se da verdade.
Dessa maneira, ele se tornou o pai da mentira (Jo 8:44).
Lúcifer era chamado filho da alva, provavelmente porque foi o primeiro ou um dos primeiros anjos a ser criado.
Assim como antes de criar o homem, Deus preparou todo o ambiente (criando a luz, o firmamento, a porção seca,
os luzeiros e os animais), também antes de criar as miríades de anjos, Ele criou primeiro o líder. E dentre os líderes
dos anjos, Lúcifer certamente era o primeiro. Ezequiel 28 o descreve como o sinete da perfeição, ou seja, ele era o
padrão da perfeição (vs. 12-18). Lúcifer era da ordem dos querubins, que são os anjos responsáveis por zelar pela
glória de Deus, e permanecia no monte santo. Logo, ele era muito próximo do Criador.
Contudo, em razão de seu orgulho e ambição, Lúcifer perdeu tudo. Deus o lançou fora de Sua presença. Em sua
rebelião, Satanás fez comércio, oferecendo cargos a outros líderes de anjos, se eles o seguissem; ao agir assim,
conquistou a terça parte dos anjos, que o acompanharam em sua rebelião (Ap 12:4), dando origem ao império das
trevas. Nossa luta é contra esse reino (Ef 6:12). Satanás e seu séquito dominam o mundo. A economia, a política, a
indústria do entretenimento, tudo está debaixo de seu controle; eles também governam os ares, como mostra o
capítulo décimo de Daniel. Ali, vemos um anjo dizendo a Daniel que foi detido pelos príncipes da Grécia e da Pérsia
(Dn 10:20). Esses príncipes são os principados e potestades, generais de Satanás que controlam as nações.
O reino de Satanás é o império das trevas (Cl 1:13). Portanto, Satanás é o príncipe do mundo (Jo 12:31; 14:30;
16:11) e os anjos rebeldes obedecem a seu comando. Estávamos todos debaixo da autoridade do império das trevas,
mas fomos transferidos para o reino do Filho de Deus. Graças ao Senhor por tamanha misericórdia!
O inimigo de Deus também busca adoração. Mas o único e verdadeiro Deus ordenou que o homem não adorasse
nenhuma imagem, objeto ou escultura (Êx 20:3-6). Temos, por viver em um mundo tridimensional, a tendência
de buscar coisas concretas e visíveis para adorar. Todavia Jesus nos ensinou que a verdadeira adoração a Deus é
no espírito (Jo 4:24). Não se engane. Atrás de todo objeto de adoração há demônios e anjos caídos. Na verdade, os
anjos de Deus não aceitam adoração, pois sabem que sua função é ser nossos conservos. Eles servem a Deus e a nós
(Ap 19:10; 22:8-9). Portanto, adoremos somente a Deus, no espírito e pela fé.
Satanás é um comerciante tão habilidoso que ousou tentar fazer uma troca com Jesus: “Levou-o ainda o diabo a
um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se,
prostrado, me adorares” (Mt 4:8-9). Vemos aqui novamente o princípio do comércio. Amados, não caiamos no
engano de trocar nosso direito de primogenitura por prazeres temporários. Fujamos da idolatria.

Pergunta: Como Satanás atua para atingir seu objetivo?


Meu ponto-chave:
SEMANA 2 - SÁBADO

Leitura bíblica:
Gn 10:8; Rm 10:17; Hb 1:5-14; 2:5-10; 11:1-3
Ler com oração:
“Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu
poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado
tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles” (Hb 1:3-4).

Cristo é superior aos anjos

O livro de Gênesis registra a figura de Ninrode, filho de Cuxe, neto de Cam e bisneto de Noé (Gn 10:8). O início
de seu reino foi Babel, de onde se originou a Babilônia. Depois ele foi para a Assíria, fundando a cidade de Nínive.
Ninrode liderou uma rebelião contra Deus, fazendo com que o homem se voltasse contra seu Criador. A partir de
então, o homem passou a romper todos os laços com Deus e com Sua palavra, para adorar deuses falsos.
Deus, porém, não desistiu de Seu propósito de fazer com que o homem governasse a criação (Hb 2:5-10). Isso
provocou ira e inveja nos anjos caídos, pois o Criador não lhes entregou esse governo que tanto desejavam. Mas,
embora tenha recebido a comissão de governar a terra, o ser humano não reúne as condições para reinar sobre
todas as coisas. Por essa razão, Deus enviou Seu Filho à terra, para viver como homem. Jesus sofreu na terra e
tornou-se o Autor de nossa salvação. Ele é nosso precursor, o Capitão que nos conduz a nosso destino final: a
glória! Dessa forma é que nos tornaremos aptos a governar.
Quando a epístola aos Hebreus foi escrita, o pensamento que deu origem ao gnosticismo já florescia. Para essa
corrente filosófica, Cristo é apenas uma das emanações divinas, igualando-se aos anjos. É por isso que em
Hebreus, o autor, referindo-se a Jesus, o Filho do Homem, ressaltou a superioridade de Cristo em relação aos
anjos (1:5-14). Nenhum anjo está assentado à direita de Deus, mas o homem Jesus está assentado à destra do Pai,
revelando Sua superioridade sobre os anjos.
O homem tende a adorar coisas visíveis e palpáveis. Todavia a verdadeira adoração é no espírito e pela fé. Por
meio da fé, temos acesso àquilo que não aparece: as coisas espirituais (Hb 11:1-3). E a fé vem por ouvir a palavra
de Deus (Rm 10:17), logo, a palavra é o veículo que nos leva até Deus.
Como Deus tem falado conosco nestes últimos dias! Podemos testificar o quão abençoados somos por receber
esse falar abundante. Sua palavra faz tudo acontecer! Quando Ele fala, a obra é realizada. No passado, ele falou
pelos profetas; agora, é o Filho quem fala (Hb 1:1-3). Cristo é a própria Palavra que faz com que a obra de
Deus se concretize. É o que está escrito em 1 João: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que
temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao
Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo -la anunciamos, a
vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a
vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e
com seu Filho, Jesus Cristo” (1:1-3).
Cristo é a própria Palavra da vida. É impossível enxergar a vida eterna; apenas vemos sua manifestação. Contudo
o apóstolo João testificou ter visto a vida eterna com seus próprios olhos. Como isso foi possível? Ele viu a vida
eterna, porque viu Jesus. Essa vida estava com o Pai e foi manifestada em Jesus. Portanto não há como comparar
Cristo com qualquer dos anjos.
Quando pregamos o evangelho nas ruas, não levamos apenas uma palavra às pessoas, mas lhes anunciamos a
própria vida eterna. Essa palavra que pregamos faz uma obra invisível, que é levar aqueles que a receberem à
comunhão com Deus. Dessa forma, as pessoas são reconectadas com Deus. Comunhão é conexão!

Pergunta: Baseado nesse texto, por que Cristo é superior aos anjos?
Meu ponto-chave:
SEMANA 2 - DOMINGO

Leitura bíblica:
Jo 1:1-3, 14; Rm 8:18-23; Cl 1:15-19; Hb 9:12-14; Ap 13:8
Ler com oração:
“A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8:19).

Libertar a criação do cativeiro da corrupção

Cristo é a imagem do Deus invisível. Ele é o primeiro, o primogênito da criação. Nele foram criadas todas as
coisas (Cl 1:15-16). Mas como isso é possível se a encarnação ocorreu há dois mil anos? Ao viver na terra,
Cristo executou toda a obra que Deus Lhe designou. Depois disso, Ele se entregou na cruz pela igreja, e Deus O
ressuscitou. Em ressurreição, Ele se ofereceu pelo Espírito eterno e tudo o que realizou foi lançado na eternidade
(Hb 9:12-14). Podemos comparar a eternidade a um círculo, no qual não há como definir começo ou término.
Portanto, quando a obra de Cristo foi introduzida na eternidade, não havia mais como distingu ir princípio e
fim. É por isso que Apocalipse diz que o Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13:8). A partir
do momento em que Cristo se ofereceu a Deus pelo Espírito eterno, toda a Sua obra foi por Deus inserida na
eternidade. Por essa razão, Cristo é o primogênito de toda a criação.
Como o primeiro da criação, Cristo é a verdadeira conexão entre o Criador e a criatura. Lúcifer desejava ser o ponto
conector, mas ele não é Deus. Cristo, sim, é homem e também é Deus (Jo 1:1-3, 14). Portanto Ele pode fazer o elo
entre Deus e homem. Colossenses também registra que tudo foi criado por meio Dele e para Ele (Cl 1:17-19), e assim
todas as coisas estão conectadas com Cristo. Sua vontade é encher-nos com o próprio Cristo até a plenitude de Deus.
Um dia, o evangelho chegou até nós. Se em seu coração você creu naquela palavra e fez uma simples oração:
“Senhor Jesus, eu creio em Ti. Eu Te recebo como meu Senhor e Salvador!”, então você foi reconectado com Deus
e se tornou nova criação. Embora Deus ainda precise enchê-lo de realidade, você já foi reconectado com Deus.
Quando estivermos totalmente maduros e atingirmos a plena filiação, toda a criação será reconectada com Deus.
Assim sendo, procuremos encher-nos de realidade, livrando-nos de mentiras, a fim de reconectarmos toda a criação
com o Pai.
O apóstolo Paulo, em sua carta aos Efésios, revela que estávamos vazios e vivíamos na vaidade de nossos
pensamentos. Pela misericórdia do Senhor, Sua graça nos alcançou e fomos resgatados de uma vida fútil. Dia a dia,
estamos sendo preenchidos com a vida e natureza divinas até ficar plenos de Deus, isto é, até alcançar a plenitude
de Deus. Assim atingiremos a plena filiação e então o Senhor voltará. Essa é a esperança de nosso chamamento!
Na vinda do Senhor, nosso corpo será transformado em corpo de glória (Rm 8:23). Naquele momento, a glória
de Deus se revelará em Seus filhos. Seremos transfigurados e toda a criação será liberta do cativeiro da corrupção,
da mentira, do vazio e da vaidade para ser totalmente reconectada com Deus (vs. 18-21). Já no milênio, a criação
será restaurada a seu estado original. Mas tudo depende de você. Pregue o evangelho! Desfrute o rio da graça
para ser enchido de realidade e chegar à plena filiação. Vamos libertar a criação do cativeiro da corrupção.

Pergunta: De maneira prática, como você pode cooperar com Deus para libertar a criação do cativeiro da
corrupção?
Meu ponto-chave:
Semana 3: Prefácio e saudação do apóstolo – (Cl 1:1-2)

SEMANA 3 - SEGUNDA-FEIRA

Leitura bíblica:
Gn 2:9; 3:3-6; Cl 1:15; Hb 1:4
Ler com oração:
“Saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços” (Gn 2:10).

O desejo de Deus: reconectar-nos por meio da nova criação

Iniciamos o estudo da Epístola de Paulo aos Colossenses com o intuito de trazer uma palavra diretamente de Deus
para a igreja e dependemos da revelação que provém Dele. O título da mensagem é: “Prefácio e saudação do apóstolo”.
Nosso objetivo, neste final dos tempos, é completar o que falta para a execução plena do plano de Deus. O conteúdo
dessa carta é muito elevado, cheio de riquezas e precisamos levar suas revelações para a prática diária. Colossenses
revela a preeminência de Cristo sobre todos, porque, na época em que foi escrita, Cristo era equiparado a anjos. Por
isso seu autor quer mostrar-nos que Cristo é superior a tudo (Hb 1:4), Ele é o principal protagonista da criação (Cl
1:15), o conector de toda a obra de Deus. Pela soberania de Deus, primeiramente abordamos Efésios, que nos deu
condições de compreender o que Ele deseja falar-nos em Colossenses.
Efésios nos traz a revelação inédita de Deus dispensando-Se por meio do fluir do rio da graça. E nos revela que
o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus para fazer parte da nova criação e, assim, cumprir Sua
vontade. Portanto, o homem precisa ser suprido com a realidade do universo, ou seja, com o próprio Deus.
Vamos exemplificar com uma ilustração. Imaginemos que haja dois vasos comunicantes: o da direita está vazio
e o da esquerda, cheio. Se interligarmos os vasos por meio de um tubo, aos poucos o vaso cheio compartilhará
seu conteúdo com o vazio. Agora imaginemos que o vaso cheio seja o Deus ilimitado, que contém toda a realidade
positiva do universo: a realidade do amor, da luz, da justiça, da santidade, da glória e das virtudes humanas, como
mansidão, humildade e longanimidade; e que o vaso vazio seja o homem. Quando o homem, o vaso vazio, se
conecta com o vaso cheio — por meio de Cristo — ele recebe todas as riquezas de Deus, que o suprem de todas
as suas necessidades.
Mas Deus não está interessado em se comunicar com o homem apenas na esfera da criação terrenal. No jardim do
Éden, Ele supria as necessidades do corpo humano, providenciando alimento físico para o homem. Entretanto, no
Evangelho de Mateus, o Senhor revelou: “Não só de pão viverá o homem” (4:4), ou seja, Ele desejava suprir também
a outra parte do homem, a alma, para poupá-lo de transtornos como depressão e angústia. Mais ainda, Seu desejo na
verdade é conectar-se com o homem na esfera espiritual, na esfera da nova criação, por isso o Senhor colocou a árvore
da vida no jardim do Éden (Gn 2:9). Se o homem escolhesse comer dela, receberia o próprio Deus como vida e seria
elevado a outra esfera, o nível espiritual.
Todavia algo aconteceu: o homem ouviu o pai da mentira e isso o levou a comer do fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal com a falsa ilusão de que lhe faria bem (Gn 3:3 -6). Por esse motivo, ocorreu a
desconexão, e o pecado entrou no homem. No momento em que o homem se desconectou de Deus, o pecado e
a morte entraram na humanidade, porque, por desconectar-se da própria verdade do universo, um vácuo foi
criado. Desconectado de Deus, o ser humano fica vazio e tudo se torna vaidade.
Por isso que, ao sair para pregar o evangelho, encontramos tantas pessoas nas ruas com um vazio no coração; estão
entediadas, sofrendo e cansadas de correr atrás do vento. Não sabem como preencher o vazio que há em seu interior, pois
o caminho para a árvore da vida foi fechado. Mas graças a Deus que “saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se
dividia, repartindo-se em quatro braços!” (Gn 2:10). Os quatro braços do rio dão ao homem uma nova oportunidade de
se reconectar com o Criador. Pela fé, ao crer na obra que Cristo realizou na cruz para nossa redenção, nascemos de novo,
nascemos do Espírito, e recebemos a vida de Deus. À medida que essa vida cresce, o Espírito jorra de nós como um rio
de água viva fluindo para alcançar outras pessoas. Aleluia!

Pergunta: O que acontece quando o homem se desconecta de Deus?


Meu ponto-chave:
Leitura de apoio:
“Superabundante graça” – cap. 2 – André Dong.
“A palavra profética na era do Apocalipse” – cap. 2 – Pedro Dong.
SEMANA 3 - TERÇA-FEIRA

Leitura bíblica:
Rm 12:2; Ef 1:3; 1 Ts 5:23
Ler com oração:
“Assim, entender o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que sejais preenchidos de toda a plenitude
de Deus” (Ef 3:19 KJA).

Reconectados pelo fluir da graça

Como vimos, o ser humano foi enganado pelo diabo e, como consequência, desconectou-se do Criador, ficando
sob o domínio de Satanás. Mas em Efésios vimos também que podemos desfrutar o rio da graça, que flui até nos
alcançar (Ef 1:3). Aqui vemos o rio fluindo! Por meio da graça, Deus oferece ao homem uma nova oportunidade de
se reconectar com Ele. Podemos novamente ter acesso a Deus sem precisar pagar preço algum: basta-nos crer! Em
Cristo recuperamos o acesso perdido em Adão. Quando cremos em Jesus, ganhamos a vida de Deus e, dessa forma,
somos reconectados com Ele na nova criação.
Somos constituídos de três partes: espírito, alma e corpo (1 Ts 5:23). Ao nascermos de Deus, nosso espírito foi
reconectado com Ele, mas nossa alma ainda é a mesma que recebeu os prejuízos da desconexão com o Criador.
Quando nos desconectamos de Deus, o espírito ficou amortecido, e um vácuo apareceu. Por causa desse vácuo,
nossa alma se encheu de coisas negativas como ira, discórdia, contendas, ciúmes e prostituição. As revelações em
Efésios mostram que, após nosso espírito ser regenerado, Cristo quer preencher nossa alma com a realidade de Deus.
Assim, na carta aos Colossenses, tudo se torna prático, conforme vimos na ilustração dos vasos comunicantes. Deus
é o manancial profundo, um vaso com riquezas infinitas, com quem agora fomos reconectados. Nossa alma pode
comunicar-se com Deus pelo rio da graça mediante o espírito. Em Efésios está escrito: “Habite Cristo no vosso
coração” (3:17). Isso quer dizer que precisamos convidar Cristo para entrar em nossa alma, pois ela está cheia de
vaidades e ainda ama as coisas do mundo. Deus quer remover de nós todas as coisas negativas que nos preenchem
para dar lugar às coisas celestiais. Para isso, nossa mente precisa ser transformada pelo fluir da graça (Rm 12:2).
O rio da graça flui até nós por meio da palavra de Deus. A palavra é o veículo que nos satura da realidade divina,
da mesma forma que o sangue em nossas artérias leva nutrientes às células do corpo. Se alguém está vivo, é porque
há uma corrente sanguínea alimentando todas as células do corpo. Isso vem de Deus! Igualmente, Ele envia Suas
riquezas no rio da graça que chega até nós por intermédio da palavra. Quão valiosa é a palavra de Deus! Ela é como
a corrente sanguínea que leva suprimento para cada célula. Quando nos alimentamos fisicamente, nossos intestinos
digerem os alimentos e passam seus nutrientes para a corrente sanguínea. Assim, a corrente sanguínea é o veículo
que transporta esses nutrientes para cada célula de nosso corpo. Nesse processo, também é necessário o oxigênio,
fornecido pelos pulmões. Se alguém parar de respirar, a corrente sanguínea não transportará oxigênio para as células
do corpo e a pessoa morrerá de hipoxemia (falta de oxigênio no sangue). Pela corrente sanguínea, cada célula do
corpo é suprida com os nutrientes e com o oxigênio. A corrente sanguínea também remove as toxinas que, filtradas
pelo fígado e pelos rins, são então eliminadas do corpo.
Nossa alma está recebendo a palavra de Deus, que tem os nutrientes e o oxigênio necessários para realizar esse
processo metabólico. Com a “nova dieta”, Deus nos transformará numa outra pessoa. Por um lado, a palavra nos
supre com nutrientes; por outro, nos lava, nos purifica e remove as toxinas do velho homem, aquilo que o diabo
colocou em nós e precisa ser removido. É um longo processo que ocorre gradativamente. Deus não limpa tudo de
uma só vez, para que não permaneçam vácuos em nossa alma. Assim, à medida que recebemos o suprimento do rio
da graça como realidade, as vaidades e todas as coisas negativas que há em nós são removidas. No final desse
processo, seremos enchidos, lavados, purificados e santificados “por meio da lavagem de água pela palavra” (Ef
5:26). E o resultado é que seremos “preenchidos com toda a plenitude de Deus” (Ef 3:19 KJA).
Percebemos que Colossenses não é um livro teórico. As palavras nele contidas nos preenchem com toda a realidade
divina por meio de Cristo, que é o ponto central, o tubo de conexão entre Deus e o homem.

Pergunta: Como o rio da graça consegue fluir até você?


Meu ponto-chave:
SEMANA 3 - QUARTA-FEIRA

Leitura bíblica:
At 28:16-29; Cl 2:20-23; 1 Tm 2:5
Ler com oração:
“Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens,
conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2:8).

O contexto histórico e religioso da Epístola aos Colossenses

Como já falamos, os colossenses viviam em meio a uma mistura de culturas e religiões com a filosofia grega.
Naquela época, era comum a prática do ascetismo, que combinava religião com filosofia. Com aparência de
sabedoria, quem praticava essa doutrina punia severamente seu próprio corpo para combater os desejos da carne. A
pessoa privava-se de conforto, de comida, de bebida, como forma de castigo para vencer o pecado e a sensualidade.
Essa prática foi um caminho inventado pelo ser humano para alcançar a santidade. A partir daí surgiram mosteiros,
monges, freiras etc. Deus não indica esse caminho, porque tais práticas não vencem o pecado e nenhum valor têm
contra a sensualidade (Cl 2:20-23).
Os colossenses também estavam envolvidos na filosofia grega, o gnosticismo em sua forma embrionária, que
floresceria no segundo século. Essa filosofia defendia a ideia de que o universo material é imperfeito e isso acarreta
sofrimento ao homem. Então, para libertar-se da carne, ele deveria buscar um nível de conhecimento suprarracional,
a fim de atingir a “espiritualidade”. Nesse contexto, Paulo aconselha: “Ninguém vos venha a enredar com sua
filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo”
(Cl 2:8).
Quem cultuava tais práticas acreditava que elas procediam de Deus e, por não se considerarem merecedores de
contatá-Lo diretamente, adotavam, como mediadores e intercessores, entes espirituais, como os anjos. Essas
tendências existem em nossa natureza caída devido à falta de realidade. Os dezenove séculos de degradação do
cristianismo respingam em nós até hoje. Por isso, quando saímos para pregar o evangelho, ainda encontramos
pessoas que acham que não são merecedoras de ir diretamente a Deus e que precisam de um intermediário: um
padre, um sacerdote, um pastor. Entretanto, a Palavra de Deus ensina que há um só mediador entre nós e Deus:
Cristo Jesus, homem (1 Tm 2:5).
O apóstolo Paulo nos esclarece isso e explica também acerca de seu apostolado: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus,
por vontade de Deus, e o irmão Timóteo” (Cl 1:1). Ambos escreveram a carta aos Colossenses. Aqui destacamos
dois pontos: primeiro, Paulo era apóstolo de Cristo Jesus. Um apóstolo deve ser enviado, do contrário não é apóstolo.
Paulo foi enviado por Cristo pela vontade de Deus; segundo, ele não foi enviado por vontade própria nem por
vontade de outro homem, mas por Jesus Cristo, pela vontade de Deus.
Sabemos pela história, que Paulo escreveu a carta aos Colossenses em seu primeiro período de prisão em Roma,
quando lhe foi permitido alugar uma casa. Paulo estava em prisão domiciliar, acompanhado de um soldado. E ele
permaneceu assim por pelo menos dois anos em sua própria casa, vigiado pela guarda pretoriana, “onde recebia
todos que o procuravam, pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as
coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo” (At 28:30-31).
Paulo tinha liberdade de pregar o evangelho. Ele estava preso, sem liberdade de sair, mas, graças a Deus, a palavra
não estava presa. A palavra saiu principalmente por meio das preciosas cartas que ele escreveu em seu primeiro
aprisionamento em Roma. São elas: Efésios, Colossenses, Filipenses e Filemom que, adicionadas ao livro de
Gálatas, compõem os principais livros da Bíblia.
Outras passagens também chamam Paulo de apóstolo. Em Gálatas lemos: “Paulo, apóstolo, não da parte de
homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre
os mortos” (1:1). Mais uma vez, vemos que um apóstolo não vem da parte de homem. Ninguém tem autoridade
para estabelecer igrejas e nomear apóstolos para cuidar delas. Nenhum homem pode dizer: “Vou as salariar
você para ser apóstolo”. Não! O apóstolo não pode ficar preso a ninguém. Ele precisa ter liberdade para fazer
a vontade de Deus e seguir a direção da palavra de Deus.
O apostolado de Paulo é claramente apresentado em Efésios: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de
Deus” (1:1). Essas mesmas palavras encontramos em Colossenses. No que diz respeito à igreja, Deus, em Sua
sabedoria, não trabalha como uma entidade religiosa. A igreja é totalmente diferente de uma entidade organizada
por homens, pois ela é de Deus, que cuida dela na esfera divina; portanto, bem diferente de uma organização
humana.
Muitos líderes nos têm contatado a fim de nos conhecer e ver como funciona a obra do Senhor em nosso meio.
Quando dizemos que as igrejas vinculadas à obra de Deus não têm nenhum contrato assinado conosco, eles não
acreditam. Não temos um estatuto que diz: se você agir assim, então fará parte de nós. Não! Nosso estatuto é a
Bíblia! Ninguém obriga as igrejas a estar vinculadas conosco. Nossa ligação é orgânica e espiritual. Os grandes
grupos cristãos têm contratos assinados e até ligações jurídica e política. Nós não temos isso porque nossa ligação
é orgânica! É somente pelo Espírito. Tanto é que se você declarar independência, terá total liberdade de se
desvincular, mas perderá a bênção. Infelizmente, isso tem acontecido com alguns. Não precisamos de nenhum
documento que obrigue alguém a permanecer conosco, porque a igreja é de Deus.

Pergunta: O que define o apostolado de Paulo?


Meu ponto-chave:
SEMANA 3 - QUINTA-FEIRA

Leitura bíblica:
Ef 1:22; 3:1-8
Ler com oração:
“Fui constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força operante do seu
poder” (Ef 3:7).

Paulo, o dispensador da graça de Deus

Paulo era apóstolo designado por Cristo Jesus por vontade de Deus; ele se apresentava dessa maneira. Ele era
zeloso, pois mesmo preso cuidava das igrejas por meio de cartas. Por isso, quando ainda preso em Roma, ele
escreveu aos efésios nestes termos: “Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vós,
gentios, se é que tendes ouvido a respeito da dispensação da graça de Deus a mim confiada para vós outros” (Ef
3:1-2). Paulo aqui se declara prisioneiro de Cristo. Ele não disse que era prisioneiro de Roma, mas de Cristo Jesus.
A palavra “dispensação” do versículo segundo é oikonomia, que significa “dispensar”, “executar o plano de Deus”.
Deus tem uma despensa grande e repleta de riquezas para suprir ao Corpo de Cristo. É como o rio da graça do livro
de Efésios, mas para realizar a tarefa de suprir, Ele precisa de despenseiros que distribuam Suas riquezas conforme
a necessidade de Seu povo. O apóstolo Paulo era um despenseiro, enviado de Cristo Jesus por vontade de Deus para
dispensar Suas riquezas. Primeiramente, ele foi enviado; depois, recebeu a revelação de Deus. A revelação divina é
necessária porque na despensa de Deus não há estudos bíblicos, nem doutrinas, nem conhecimentos teóricos, mas
o próprio Deus, que deseja dispensar-Se à igreja por meio do apóstolo. Assim, o apóstolo não tem conteúdo próprio,
mas deve dispensar as revelações recebidas de Deus.
Podemos ver isso em Efésios: “Segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há
pouco, resumidamente; pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo”
(3:3-4). O apóstolo Paulo transformou a revelação recebida em palavras, que é a palavra de Deus. Vimos a
experiência dos tessalonicenses, que entenderam que a palavra do apóstolo não era de homens, mas de Deus. Eles
creram e a palavra operou eficazmente neles. É assim também na igreja hoje.
Ainda em Efésios lemos: “O qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora,
foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito [...] por meio do evangelho; do qual fui constituído
ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força operante do seu poder” (Ef 3:5-7).
Vemos, então, que tudo vem da revelação de Deus dada a Seus apóstolos e profetas, conforme o dom da graça “segundo
a força operante do seu poder” (v. 7). E, se um apóstolo é verdadeiro, sua palavra deve ter a força operante. É muito
comum ouvir mestres que falam boas mensagens, contudo não têm a força operante. São apenas informações que
provocam coceira nos ouvidos daqueles que ouvem.
Quando a palavra provém de Deus, ela tem força e opera Sua obra com poder. O apóstolo Paulo considerava-se o
menor de todos os santos, mas recebeu de Deus a graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas
de Cristo (Ef 3:8). Como despenseiro, ele tinha a responsabilidade de dispensar as riquezas insondáveis de Cristo
às pessoas.
Essas riquezas têm chegado até nós. Tudo o que tem acontecido em nosso meio é porque o Senhor está
dispensando Sua palavra, Sua revelação, e o resultado desse dispensar de Deus é a edificação da igreja para que,
por ela, a vontade de Deus de fazer Cristo encabeçar todas as coisas seja cumprida, conforme Seu propósito eterno.
Por isso, o primeiro capítulo de Efésios evidencia que o apóstolo é designado pela vontade de Deus, e o resultado da
bênção do Pai, do Filho e do Espírito é a vontade de Deus sendo realizada, que é fazer Cristo encabeçar todas as coisas.
Sabemos que a criação foi desconectada de Deus, e por isso Ele quer colocar Cristo novamente em primeiro lugar,
como Cabeça sobre todas as coisas (Ef 1:22). Para alcançar esse objetivo, “estabeleceu Deus na igreja, primeiramente,
apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres” (1 Co 12:28a). No contexto desse versículo, a igreja
é o Corpo de Cristo, e em Colossenses lemos: “Ele é a cabeça do corpo, da igreja” (Cl 1:18). Isso mostra que, por meio
da igreja, Cristo encabeçará todas as coisas.

Pergunta: Como Paulo tornou-se um despenseiro das riquezas insondáveis de Cristo?


Meu ponto-chave:
SEMANA 3 - SEXTA-FEIRA

Leitura bíblica:
Dt 34:10; At 13:2; 2 Co 10:8; 13:10
Ler com oração:
“Quando a nuvem se erguia de sobre a tenda, os filhos de Israel se punham em marcha; e, no lugar onde a
nuvem parava, aí os filhos de Israel se acampavam. Segundo o mandado do SENHOR” (Nm 9:17-18).

Como Deus dirige Seu povo

A Bíblia relata que, no Novo Testamento, Deus estabeleceu apóstolos para guiar Seu povo mediante Sua palavra.
Quando, porém, o povo de Israel estava no deserto, Deus conduziu muito bem aqueles dois milhões de pessoas. Como
Ele fez isso? Não há mistério! Isso só é possível sob a liderança de Deus. Foi graças a Sua direção que o povo de Israel
chegou à boa terra. Se cada uma das doze tribos tivesse uma direção própria, certamente todos teriam morrido no
deserto. Todavia não foi isso o que ocorreu, porque Deus os guiou durante quarenta anos.
O livro de Números revela-nos que havia uma nuvem que se erguia ou parava para guiar o povo de Israel: “Segundo
o mandado do SENHOR” (9:17-18). Isso quer dizer que, por todo o tempo em que peregrinaram no deserto, os filhos
de Israel partiam e acampavam de acordo com a determinação de Deus. A nuvem era o sinal de que Deus estava
conduzindo o povo até a terra prometida. E no versículo 23 está escrito: “Segundo o mandado do SENHOR, se
acampavam e, segundo o mandado do SENHOR, se punham em marcha; cumpriam o seu dever para com o SENHOR,
segundo a ordem do SENHOR por intermédio de Moisés”. A nuvem seguia a ordem de Deus ou era a própria presença
de Deus, e o mandado de Deus vinha por intermédio de Moisés. Ele era o profeta. O Senhor lhe dava a conhecer o que
estava em Seu coração e tinha comunhão com ele face a face (Dt 34:10).
As doze tribos marchavam como um exército, andavam como um só povo, seguindo uma só direção, que não era
de Moisés. Quem dava a direção era o Senhor, e a nuvem confirmava com Sua presença. Sempre que o Senhor fala,
precisa haver confirmação se é Ele mesmo quem está falando. A nuvem representava a presença do Senhor diante
do povo e era a confirmação dela.
O apóstolo João escreveu: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos
próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida” (1 Jo 1:1). A palavra
é muito importante, pois Cristo é a própria palavra da vida, a qual se manifestou, tornando-se concreta, prática e
palpável: “A vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada” (1 Jo 1:2). Ao apóstolo João, o que cabia fazer
com essa palavra, a qual era o próprio Cristo que morreu, ressuscitou e se tornou o Espírito, era anunciá-la. “O que
temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros” (v. 3). É desse modo que podemos trazer Cristo à igreja:
anunciando Sua palavra. O falar do apóstolo traz a própria palavra da vida, traz a vida eterna. A palavra profética é
“para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco” (v. 3). Como manter comunhão com o apóstolo? Ouvindo
a palavra dele e praticando-a com simplicidade e obediência. Não que a pessoa do apóstolo seja importante, mas a
palavra dele é, pois esta palavra nos leva a ter “comunhão com o Pai e com Seu Filho, Jesus Cristo” (v. 3). Por isso
Cristo é a conexão. Primeiramente, Ele vem na forma de Palavra, depois a palavra profética sai e a igreja a recebe,
mantendo assim comunhão com o apóstolo. Essa comunhão é a conexão com Cristo que, por Sua vez, é a conexão
com o Pai.
O apóstolo Paulo comentou sobre a autoridade que lhe foi conferida por Deus para a edificação (2 Co 10:8; 13:10).
E ainda outra vez: “Quando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te roguei permanecesses ainda em Éfeso para
admoestares a certas pessoas, a fim de que não ensinem outra doutrina” (1 Tm 1:3). “Outra doutrina” aqui quer
dizer ensinamentos diferentes. Se há uma palavra que vem de Deus por meio do apóstolo, não permitamos que
outras coisas sejam ensinadas na igreja. Paulo teve a ousadia de interferir na igreja em Éfeso porque a palavra do
apóstolo produz a economia de Deus na fé, e ele tem autoridade quando se trata de edificar os irmãos.
Querido leitor, existe uma direção nas igrejas e essa direção é-nos concedida por Deus. Certa ocasião fui indagado:
“Você não acredita na autoridade, na direção do Espírito Santo?”. Eu respondi: “Claro que acredito. Só que o Espírito
Santo usa o homem”. A obra é do Espírito Santo, contudo Ele designou homens, tal como ocorreu no chamamento de
Barnabé e Saulo (At 13:2). Não nos enganemos com relação a isso!

Pergunta: O que representa, em nossa realidade de hoje, a nuvem no deserto?


Meu ponto-chave:
SEMANA 3 - SÁBADO

Leitura bíblica:
Sl 2:8-9; At 14:6-7; 16:22-34; 17:10, 13; Fp 2:19-22; 2 Tm 1:5
Ler com oração:
“Espero, porém, no Senhor Jesus, mandar-vos Timóteo, o mais breve possível, a fim de que eu me sinta animado
também, tendo conhecimento da vossa situação. Porque a ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente,
cuide dos vossos interesses” (Fp 2:19-20).

O jovem cooperador Timóteo

O apóstolo Paulo e seu jovem cooperador Timóteo são os remetentes da carta aos Colossenses (1:1). Vejamos
quem era esse jovem que cooperava com o apóstolo. Paulo o encontrou em sua segunda viagem missionária ao
chegar a Derbe e Listra. Em Atos, lemos que “havia ali um discípulo chamado Timóteo, filho de uma judia crente,
mas de pai grego” (16:1). Essa família, provavelmente, creu no Senhor durante a primeira viagem de Paulo.
Timóteo era filho de Eunice e neto de Lóide e eles tinham uma fé verdadeira, sem fingimento (2 Tm 1:5). Se
considerarmos que a família de Timóteo creu no evangelho durante a primeira viagem de Paulo (cf. At 14:6 -7),
então Timóteo devia ser bem jovem quando acompanhou Paulo em sua segunda viagem missionária. Talvez
tivesse entre 18 e 20 anos e tenha se convertido na adolescência, com 14 ou 15 anos. Com base nesse exemplo,
quero fazer um apelo a vocês: vamos preparar nossas crianças e nossos adolescentes para serem úteis ao Senhor.
Quando não tínhamos muita visão, o serviço de crianças servia apenas para que elas não perturbassem a reunião.
Depois as crianças cresceram, tornaram-se adolescentes e o princípio continuou o mesmo. Contudo precisamos
mudar de postura em relação a essa questão.
Na verdade, devemos infundir a fé neles. As crianças, os adolescentes e os jovens são as gotas de orvalho que
Deus prometeu a Seu Filho para formar um exército de jovens santos nos tempos finais, no tempo da aurora (Sl
110:3 KJA). Também lemos neste salmo: “Teu povo se apresentará generoso, no dia da convocação” (v. 3a). Esse
povo é a igreja, e o dia da convocação refere-se à chegada da aurora. Graças a Deus pela palavra profética! Por
causa dela, estamos cientes de que esse momento chegou. Por isso, muitas igrejas voluntariamente estão se
apresentando e lutando pelo reino de Deus.
No contexto da passagem citada, Deus diz a Seu Filho: “Quando chegar a aurora, Eu vou dar-Te um exército. Esse
exército será formado de jovens santos que vão surgir como gotas de orvalho”. Isso tem acontecido entre nós. As
crianças, os pré-adolescentes, os adolescentes e os jovens têm surgido de todo lugar para anunciar o evangelho.
O Pai prometeu isso ao Filho quando disse: “Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião.
Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei” (Sl 2:6-7). Deus, na ressurreição
de Cristo, precisou gerá-Lo como o Filho primogênito para cumprir a promessa de Lhe dar as nações por herança
e as extremidades da terra por Sua possessão, regendo-as com vara de ferro (vs. 8-9). O Pai deu ao Filho um
exército numeroso de jovens santos; por isso é nosso dever cuidar bem da nova geração. As crianças e os
adolescentes são mais simples e não têm os conceitos dos adultos. O adulto, por exemplo, quando sai às ruas para
orar pelas pessoas e fazer colportagem, sente “frio na barriga”. Quando recebe um “não”, fica magoado e pensa:
“Isso não é para mim”. Com a criança é diferente. Ela põe em prática esse mesmo encargo, sem frio na barriga,
sem traumas nem conceitos.
Considerando o testemunho de Timóteo, percebemos a importância de cuidar dos mais jovens. Quando Paulo
levou Timóteo para pregar o evangelho nas cidades, eles enfrentaram perseguições e sofrimentos. Em Atos 17,
lemos: “Então, os irmãos promoveram, sem detença, a partida de Paulo para os lados do mar. Porém Silas e
Timóteo continuaram ali. Os responsáveis por Paulo levaram-no até Atenas e regressaram trazendo ordem a
Silas e Timóteo para que, o mais depressa possível, fossem ter com ele” (14-15). Isso porque Paulo sofrera
perseguições violentas em Tessalônica. Em Filipos, Paulo e Silas haviam sido perseguidos, açoitados e presos.
Na prisão, eles oraram e louvaram a Deus, e o carcereiro foi salvo (16:22-34). Depois, seguiram para
Tessalônica, onde houve um grande tumulto, e de novo foram perseguidos. Assim, partiram para Bereia
(17:10), mas os de Tessalônica os perseguiram também ali (v. 13). O jovem Timóteo com 18 ou 20 anos
enfrentou muita pressão. Poderia ter desistido, mas ele não desistiu! Mesmo passando por tudo aquilo, Silas e
Timóteo prosseguiram. Compreendem agora por que temos de aperfeiçoar os jovens? Vamos levantar nossas
crianças, nossos pré-adolescentes e adolescentes como um exército! Não os desprezemos!
Paulo estava na prisão e Timóteo ficava a seu lado. Juntos, eles escreveram aos colossenses. Saindo da prisão,
Paulo visitou várias igrejas e num assunto tão importante como admoestar a igreja em Éfeso, ele confiou a Timóteo
essa tarefa difícil, que deveria ser feita por irmãos experientes. Naquele momento, Paulo contava apenas com aquele
jovem. Quando precisou, ainda na prisão, enviar alguém para cuidar da igreja em Filipos, ele também enviou
Timóteo (Fp 2:19). Esse jovem era o cooperador em quem Paulo mais confiava para cuidar dos irmãos (v. 20), pois
ele tinha um caráter aprovado (v. 22).
Vamos preparar nossos jovens! Convoco os jovens mais maduros, os “valentes de Davi”, para fazer parte da
liderança e operacionalizar toda a obra de Deus. Eles poderão formar o “núcleo energético da obra de Deus”, um
núcleo de onde Deus pode tirar energia para operar em Sua obra.

Pergunta: O que aprendemos com o exemplo de Timóteo?


Meu ponto-chave:
SEMANA 3 - DOMINGO

Leitura bíblica:
Sl 110:3; Ef 1:3; Cl 1:5
Ler com oração:
“Graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai” (Cl 1:2b).

“Valentes de Davi”

Já vimos a necessidade da energia dos jovens na obra do Senhor. Para a obra de Deus avançar, precisamos dos
valentes de Davi. Essa expressão surgiu quando vimos os três guerreiros de Davi e sua atitude após o ouvirem
suspirar e dizer: “Quem me dera beber água do poço que está junto à porta de Belém! Então, aqueles três valentes
romperam pelo acampamento dos filisteus, e tiraram água do poço junto à porta de Belém, e tomaram-na, e a
levaram a Davi; ele não a quis beber, porém a derramou como libação ao SENHOR” (2 Sm 23:15-16). Davi não
pediu que buscassem água, uma vez que a guarnição dos inimigos estava lá, em Belém. Contudo, havia tamanha
cumplicidade entre Davi e esses três valentes guerreiros de seu exército, que eles arriscaram a própria vida para
satisfazer os desejos do rei. Essa cumplicidade também havia entre Timóteo e Paulo. Timóteo conhecia o coração
do apóstolo e, nessa cumplicidade, cooperava com Paulo para realizar a vontade de Deus.
Semelhantemente, hoje, Deus precisa desse exército de jovens santos para Sua obra avançar (Sl 110:3), jovens
maduros que estejam alinhados com a palavra profética, seguindo-a de perto. Então, basta um suspiro e os soldados
já sabem o que fazer. Todos devemos aprender com essa experiência. Às vezes, um irmão me contata pedindo-me
para opinar acerca de um evento que será realizado em sua igreja. Eu expresso meu sentimento, dou minha sugestão,
mas o irmão diz que já está tudo preparado para fazer de outro jeito. Isso é preocupante, pois se você reconhece
alguém como homem de Deus, o que ele fala deve ter peso. Se conhece o coração de quem está a sua frente, você o
seguirá sem nenhum questionamento. Se o sentimento não for de Deus, o Senhor revelará. Portanto, nosso
sentimento para com os servos do Senhor deve ser semelhante ao dos três valentes de Davi.
Aos Colossenses, Paulo e Timóteo escreveram assim: “Aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em
Colossos” (Cl 1:2a). A expressão “aos santos e fiéis” aqui se refere aos irmãos, os que creram em Jesus e na verdade
do evangelho (v. 5). Eles são santos porque foram separados e santificados por Deus posicionalmente. O mesmo
aconteceu conosco. Quando cremos no Senhor Jesus pela palavra do evangelho, fomos reconectados com Deus,
mudamos de posição diante Dele e nos tornamos santos. Contudo, isso não significa que nossa alma também tenha
sido santificada. Por essa razão, muitas vezes, ainda não há unanimidade nos irmãos.
A igreja em Colossos era composta de todos os daquela cidade que creram e foram regenerados pelo Espírito.
Segundo a Bíblia, em cada cidade há uma só igreja. Esta é a unidade prática que Deus propôs para o viver cristão.
Infelizmente, no decorrer dos anos, o homem passou a se dividir por divergências no ensinamento e na palavra. Isso
teve início no século II, devido à ausência da palavra profética. Agora estamos restaurando o falar profético para
dar uma só direção às igrejas. Portanto devemos dar importância à palavra do apóstolo que Deus usa em cada época
para seguirmos em unidade e unanimidade, em uma só direção, produzindo uma única obra: a edificação do Corpo
de Cristo. Somos muitos membros, mas há uma única obra do ministério: “Com vistas ao aperfeiçoamento dos
santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4:12). A obra do ministério visa
à edificação do Corpo de Cristo, que começa pela edificação da igreja em cada cidade e culmina na edificação do
Corpo de Cristo em sua totalidade.
No primeiro capítulo de Colossenses, lemos: “Graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai” (1:2b). A paz
resulta da graça. Quando o rio da graça nos supre com a realidade de Deus, o resultado é paz. Muitos irmãos viviam
ansiosos, angustiados, estressados, mas desde que passaram a desfrutar a graça, fazendo imersão na palavra, pregando
o evangelho e orando pelas pessoas nas ruas, ganharam paz. A graça consiste em Deus tornar-se acessível ao homem
por meio do Espírito, como um rio que flui, alcançando-o e abençoando-o com toda sorte de bênçãos espirituais nas
regiões celestiais em Cristo (Ef 1:3). Que Deus abençoe Sua igreja!

Pergunta: O que significa ser os valentes de Davi na obra do Senhor hoje?


Meu ponto-chave:
Semana 4: Ação de graças e oração do apóstolo – (Cl 1:3-12)

SEMANA 4 - SEGUNDA-FEIRA

Leitura bíblica:
Mt 9:35-36; Rm 10:17; Ef 1:3; Cl 1:3; 2:1; Hb 1:3
Ler com oração:
“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem” (Hb 11:1).

A estrutura da vida cristã: a fé

“Ação de graças e oração do apóstolo” é o título da mensagem desta semana, que nos revelará a necessidade de
cultivar a fé, a esperança e o amor em nosso viver cotidiano. Perceberemos a importância de imergir na palavra
profética, a fim de nos encher do Espírito e das riquezas divinas mediante a fé. Compreenderemos também como
nos tornar vasos comunicantes com Deus, cheios de Seus atributos e de Sua essência, que é amor.
Aos colossenses, o apóstolo Paulo menciona que em suas orações sempre dava graças a Deus por eles, mesmo
sem conhecê-los face a face (Cl 1:3; 2:1). Essa igreja foi levantada por Epafras, um cooperador de Paulo,
aperfeiçoado por ele na escola de Tirano, em Éfeso. Além da igreja em Colossos, Epafras levantou a igreja em
Laodiceia e em Hierápolis. Indiretamente, foi Paulo quem gerou a igreja em Colossos por intermédio de Epafras e,
por isso, preocupava-se com os colossenses e com as demais igrejas. O apóstolo agradecia a Deus pelos colossenses,
porque eles cultivavam os três principais itens que compõem a estrutura de nossa vida cristã: a fé, o amor e a
esperança.
A fé é a porta pela qual entramos no plano espiritual, na dimensão de Deus e por ela temos acesso a Deus e a
todas as Suas riquezas. Tudo o que Deus é e tem nós recebemos pela fé! E como a fé surgiu nos colossenses? A fé
surgiu neles por ouvirem a palavra. Alguém precisa pregar e falar a palavra. Basta ouvi-la e ela poderá produzir a
fé naqueles que creem (Rm 10:17). Precisamos da palavra como veículo que traz o próprio Deus ao homem. Ao
ouvirmos a palavra, é necessário abrir nosso coração para crer; isso é exercitar a fé. Quando exercitamos a fé ao
ouvir a palavra, essa fé nos concede acesso a tudo o que Deus é e tem. Por isso devemos pregar a palavra às pessoas,
pois, ouvindo-a, elas receberão a fé.
A partir de 2017, o Senhor nos tem conduzido às ruas para levar a palavra às pessoas. Desde então, a obra em
nosso meio vem ganhando um volume muito maior do que imaginávamos. Embora sejamos um pequenino rebanho,
com poucos trabalhadores, Deus nos tem abençoado e multiplicado o trabalho que nossos colportores e irmãos das
igrejas têm feito nas ruas. A pergunta “Posso orar por você?” tem sido feita nas ruas e, quando é ouvida, pode
produzir a fé em quem recebe a oração. Isso é muito importante; por isso, precisamos levar a fé às pessoas.
Jesus não veio à terra para fundar uma grande instituição religiosa. Se alguns acham que esse era Seu objetivo,
então Ele fracassou, pois, ao partir do mundo, restaram apenas cento e vinte galileus em Jerusalém. Um resultado
pífio aos olhos de quem pretende montar uma grande organização religiosa. Contudo o objetivo do Senhor era outro.
Ele queria produzir a fé que, graças a Deus, se espalhou por todo o mundo. Apesar disso, o evangelho do reino é
pouco pregado, ou seja, o evangelho que leva as pessoas a serem encabeçadas por Cristo e coloca a vida delas em
ordem. Temos, portanto, a obrigação de pregar o evangelho do reino.
Quando esteve na terra, o Senhor Jesus pregou o evangelho do reino. Ele percorria cidades e povoados, anunciando
o evangelho do reino. Jesus se aproximava das multidões, porque as via como ovelhas aflitas e exaustas que não têm
pastor. Por isso Ele andava por toda parte curando as pessoas de toda sorte de doenças e enfermidades (Mt 9:35-36).
A situação hoje não é diferente e é até pior, pois encontramos nas ruas pessoas desesperadas pedindo socorro.
Elas estão sendo castigadas por este mundo e por seu príncipe, que é Satanás; estão escravizadas pelos pecados e
pelo império das trevas. Precisamos sair às ruas e perceber o desespero das pessoas, para despertar em nós o mesmo
sentimento de compaixão de nosso Senhor Jesus Cristo, o esplancno de Cristo, presente nas entranhas dos
sentimentos mais profundos. É esse sentimento que precisa brotar em nós para nos fazer amar as pessoas e nos
importar com seu desespero.
O livro de Hebreus revela que “a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem”
(11:1). A palavra “certeza” aqui é hupostasis em grego. Essa mesma palavra em outro versículo de Hebreus (1:3)
significa também “substância”, indicando que o Filho é a substância de Deus, Sua natureza. Assim, concluímos que a
fé é a substantificação das coisas que se esperam, que se aguardam, em outras palavras, a fé nos dá acesso ao próprio
Ser de Deus. É simples assim! Pela fé temos acesso à substância de Deus, às coisas da dimensão de Deus, no plano
espiritual. Quando você ouve uma palavra e nela crê, ela faz você acessar as coisas de Deus e o próprio Deus. Veja
como é importante a palavra que ouvimos e pregamos!
Se cremos na palavra de Deus, ela gera a fé dentro de nós e, por meio da fé, conseguimos ter acesso a toda sorte
de bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo (Ef 1:3). Apesar de vivermos na terra, utilizando coisas
visíveis e palpáveis, também temos acesso às coisas celestiais. Nunca imaginamos que isso fosse possível até que
um dia alguém nos pregou o evangelho, e nós cremos. Foi nesse momento que recebemos a fé. Portanto valorizemos
essa fé, pois ela nos dá acesso às coisas do céu, às quais o homem comum não tem acesso. Lembre-se de que a fé
vem pela palavra! Por isso sempre precisamos ouvir a Palavra e crer nela para ter mais fé.

Pergunta: O que é a fé e como podemos obtê-la?


Meu ponto-chave:
Leitura de apoio:
“O maravilhoso convite de Deus ao homem” – cap. 2 – Pedro Dong.
SEMANA 4 - TERÇA-FEIRA

Leitura bíblica:
Ef 5:2; Cl 1:4; 1 Jo 4:9-11
Ler com oração:
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 Jo
3:16).

A estrutura da vida cristã: o amor

A fé, o amor e a esperança formam a estrutura da vida cristã. A fé é usada para termos acesso a Deus e a Suas
coisas. Mas há também “o amor que tendes para com todos os santos” (Cl 1:4b). A fé é para com Deus, mas o amor
é para com todos os irmãos e para com todas as pessoas.
Na Epístola aos Efésios, vemos um rio de graça fluindo. Esse rio flui com tudo o que Deus é, ou seja, com a vida
de Deus, Sua natureza e Seus atributos, que são Sua justiça, santidade e glória. Além disso, neste rio está a essência
divina, que é amor e luz, e também estão todas as virtudes humanas que só Cristo possui. Esse rio da graça flui para
nós com todas essas riquezas e nos traz a própria essência de Deus, que é amor. Não devemos amar as pessoas com
nosso amor natural, mas amá-las como Deus quer. Para isso precisamos da fonte do amor que é o próprio Deus.
Deus é amor, e é com o amor, que é Deus, que devemos amar nosso próximo, os irmãos da igreja e também as
pessoas que estão nas ruas.
Hoje estamos sendo inundados com esse amor. Os irmãos das igrejas têm pregado o evangelho, e, antes de sair,
eles fazem imersão na palavra para se encher do Espírito, da graça e do amor de Deus. Não cuidamos das pessoas
por dinheiro, fazemos tudo por amor. Mesmo na igreja e na obra do Senhor não buscamos fama, interesses próprios,
enriquecimento, nem glória de homens. Fazemos tudo espontaneamente, como consequência de tantas riquezas
recebidas da graça que tem fluído e nos enchido do amor ágape de Deus. Com esse amor é que amamos as pessoas.
Devemos amar como também Cristo nos amou (Ef 5:2). Cristo nos amou entregando-se por nós. Portanto, o amor
é entrega e não troca. Assim como uma mãe se entrega ao dar à luz o filho que ama, também devemos entregar-nos,
pois o amor é entrega. Vamos às ruas orar pelas pessoas por causa do amor de Deus. Ao pregar o evangelho,
consideramos que Deus nos amou e se entregou por nós; agora é nossa vez de fazer o mesmo pelas pessoas. E,
acima de tudo, nosso serviço é uma entrega a Deus, é um sacrifício de aroma suave.
“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho
como propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 4:10). Não devemos amar com nosso amor natural, porque Deus é a
verdadeira fonte e origem do amor. Deus não tem um estoque ou depósito de amor, pois Sua essência é amor.
Deus é a própria doação, é a própria entrega. Toda a criação existe porque Deus é doador. Se não houvesse doação,
nem estaríamos vivos. O ar que respiramos, a água que bebemos, o alimento que comemos, o sol na temperatura
certa: tudo vem de Deus! Deus nos doou tudo! E o ápice de Sua doação foi doar Seu próprio Filho por causa de
nossos pecados. Ele não poupou Seu único Filho, antes O entregou por nós e permitiu que fosse escarnecido e
tivesse a morte mais cruel: a morte de cruz. Que amor grandioso!
Contudo Cristo não morreu apenas para nos libertar dos pecados, mas conforme nos revela o apóstolo João: “Nisto
se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por
meio dele” (1 Jo 4:9). Cristo morreu por nós para podermos viver por meio Dele. Este é o amor de Deus! A vida
cristã não se resume a uma vida de bom comportamento, de esforço para não pecar e de alto padrão moral, mas é
uma vida vivida por meio de Cristo, porque quem consegue tudo isso é Ele. Cristo morreu por nós para que hoje
vivamos por meio Dele. Quando vivemos por meio de Cristo, cumprimos o que João nos recomenda: “Amados, se
Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros” (1 Jo 4:11). Com nosso limitado amor
natural, não conseguimos amar todos os irmãos, todas as pessoas e, por vezes, nem sequer suportamos a presença
de alguns; mas o ilimitado amor de Deus é capaz de amar a todos.

Pergunta: Como podemos amar a todos?


Meu ponto-chave:
SEMANA 4 - QUARTA-FEIRA

Leitura bíblica:
Rm 8:18-23; 2 Co 3:18; Hb 1:3
Ler com oração:
“O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos
quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a
esperança da glória” (Cl 1:26-27).

A estrutura da vida cristã: a esperança

Ao continuar suas ações de graças pelos colossenses, o apóstolo Paulo menciona a esperança: “por causa da
esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho” (Cl 1:5).
Já falamos sobre a fé e sobre o amor, agora vamos ver o que é a esperança. Qual é nossa esperança? Nossa esperança
é a segunda vinda de Cristo, a esperança da glória!
É sobre tal esperança que Paulo discorre mais adiante: “aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da
glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória” (Cl 1:27). Essa esperança da glória
significa que Deus nos chamou para Sua glória e reino. Geralmente pensamos que glória é apenas algo reluzente, uma
luz muito forte, mas glória é o próprio Deus. A Bíblia afirma que Cristo é o resplendor da glória, logo Deus é a própria
glória (Hb 1:3). Tendo em vista que nossa esperança é a esperança da glória, então temos a esperança de um dia fazer
parte da glória de Deus e ser inseridos em Sua glória.
Esperamos diariamente receber mais de Deus, mais elementos de Sua realidade em nós. Quando isso acontece,
somos de fato transformados de glória em glória (2 Co 3:18). Chegará o dia em que até nosso corpo será
glorificado e alcançaremos a plena filiação. Naquele momento, o Senhor nos preencherá completamente com Sua
glória, vida, natureza, atributos, como também com Sua graça, verdade, amor e luz. Enfim, ao atingirmos a
maturidade, seremos totalmente preenchidos com Ele mesmo.
Enquanto vivermos na terra, nosso espírito e nossa alma um dia poderão chegar a ser enchidos de glória, mas
nosso corpo ainda será corruptível e sujeito a doenças. Entretanto, quando o Senhor voltar e encontrar noss o
espírito e alma cheios de Sua glória, Ele nos dará também um corpo de glória, isto é, nosso corpo mortal será
revestido da imortalidade e o corruptível se tornará incorruptível. Esta é nossa esperança!
Esperamos que nosso ser tripartido – espírito, alma e corpo – seja totalmente tomado pela glória de Deus e inserido
nela, ou seja, no próprio Deus. Esta é nossa esperança! É ela que nos mantém motivados, nos faz perseverar nas
tribulações e dificuldades e nos leva a pregar o evangelho em nosso dia a dia.
A fé, o amor e a esperança constituem a estrutura da fé cristã, da vida cristã, da vida da igreja. Hoje devemos
cultivar esses itens em nosso viver para ser glorificados e para libertar toda a criação do cativeiro da corrupção (Rm
8:18-23). Vamos reconectar toda a criação com Deus quando alcançarmos a plena filiação, a redenção de nosso
corpo!

Pergunta: Qual é nossa esperança?


Meu ponto-chave:
SEMANA 4 - QUINTA-FEIRA

Leitura bíblica:
Cl 1: 5-6; Ap 1:1
Ler com oração:
“Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que
brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração” (2 Pe 1:19).

A palavra profética

Os colossenses receberam o evangelho pregado por Epafras e creram na palavra da verdade do evangelho (Cl
1:5b). A palavra de Deus é a palavra da verdade! No jardim do Éden, o homem se desconectou de Deus
transgredindo Sua ordem de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ardilosamente, a serpente
enganou Eva, fazendo-a comer do fruto que Deus ordenara não comer. Essa desobediência causou a desconexão
entre o homem e Deus.
Desconectar-se de Deus significa desconectar-se da própria verdade. No universo, somente Deus é a verdade,
somente Ele é a realidade. Quando nos desconectamos Daquele que é a realidade, nada mais resta, pois tudo se torna
vazio, vaidade, vácuo. Foi nesse vazio que o inimigo de Deus, o pai da mentira, introduziu toda sorte de mentiras,
trevas, pecado, morte, impiedade e impurezas.
Portanto a palavra da verdade é do que o homem mais precisa. O ser humano está hoje desconectado de Deus,
destituído da verdade, sem a realidade. O evangelho é a boa nova, a boa notícia para os destituídos da verdade,
porque o evangelho é a palavra da verdade!
A verdade chega a nós por meio de um veículo. Esse veículo é a palavra que traz a verdade ao homem dela
destituído. Mas, para desfrutar a palavra da verdade, precisamos ouvi-la e entendê-la. Precisamos entender a graça
de Deus na verdade. É o que Paulo revela aos colossenses ao falar da esperança que lhes estava preservada nos céus,
da qual ouviram pela palavra da verdade do evangelho e entenderam a graça de Deus na verdade (Cl 1:5-6). A
palavra “entenderam” ali é epiginosko em grego, e indica um conhecimento profundo, pleno, não teórico. Esse pleno
conhecimento é o conhecimento espiritual, no plano celestial; é conhecer as coisas como Deus conhece. E esse
conhecimento é obtido principalmente ao praticar a palavra.
Desde o início da igreja, no primeiro século, Deus usou Seus apóstolos como porta-vozes de Sua palavra. A
princípio, Ele usou o apóstolo Pedro para alcançar os judeus e, em seguida, o apóstolo Paulo para alcançar os
gentios, e depois usou o apóstolo João. Quando eles falavam, era Deus falando por intermédio deles. O apóstolo
João afirma que, quando Deus quer revelar algo a Seus servos, primeiramente Ele notifica a um deles (Ap 1:1). Nos
últimos tempos, Deus notificou a João. Embora houvesse outros apóstolos, Deus quis notificar somente a João. Ele
era o único canal que, dentre o grupo de apóstolos, profetas e servos de Deus, foi usado para receber revelação e
levar a obra de Deus adiante. Em cada era, Deus usa um servo para conduzir o avanço da obra. Hoje, em nosso
tempo, Ele faz isso por meio da palavra que nós chamamos de palavra profética.
Usamos a expressão “palavra profética” (conforme usada em 2 Pedro 1:19 e também no livro “A História da
Igreja”, de Andrew Miller). Quando esse irmão observou a degradação da igreja, que começou desde o século II,
ele comparou esse fato com as sete cartas destinadas às sete igrejas citadas nos capítulos segundo e terceiro de
Apocalipse. Ele constatou que, até o século XVI, a igreja se degradou porque, a partir do século II, não houve mais
nenhum apóstolo levantado por Deus para trazer a palavra instantânea, a palavra do momento para dar direção à
igreja. Houve os chamados “pais apostólicos”, porém a preocupação deles era apenas não deixar que toda a herança
dos apóstolos do primeiro século se perdesse. Infelizmente, sem profecia, sem visão, sem palavra, o povo perece,
se corrompe e fica sem direção.
Segundo Andrew Miller, a restauração começou no século XVI, que corresponde ao período da igreja em Sardes,
citada em Apocalipse. Contudo essa restauração não foi completa, pois ainda trazia muitos erros do passado. A
restauração teve prosseguimento com a igreja em Filadélfia que, apesar de ser considerada de pequena força, com
pouca influência financeira, econômica e política, tinha diante de si uma porta aberta colocada pelo Senhor. Essa
porta aberta tem a ver com os tesouros da palavra profética que lhes foram abertos.
No âmbito histórico, essa igreja começou a ser levantada no século XVII, fato conhecido como avivamento
morávio, com o conde Zinzendorf, prosseguindo no século XVIII, na Inglaterra, e avançando com Watchman Nee
na China, com Witness Lee nos Estados Unidos e, então, com Dong Yu Lan no Brasil. Todos esses, em seu devido
tempo, trouxeram a palavra profética. Em particular, o irmão Dong trouxe a palavra profética que atendeu à
necessidade em certo período, mas ainda era necessário que a igreja estivesse em condições adequadas para Deus
poder acelerar Sua obra e fazer chegar a era do Apocalipse, a era dos Sete Espíritos.
Esse momento apocalíptico provavelmente começou em 2017. Em 2020, vimos que a aurora estava
chegando, todos os sinais da vinda do Senhor estavam se confirmando e começamos a valorizar a palavra
profética. Passamos a ver a palavra profética sendo usada por Deus com poder, atuando na igreja e por meio
dela. Isso começou com a colportagem dinâmica, com o “Avança, Jovem!”, com a “Rede das Conectadas” e
com o “Posso orar por você?”. Esses itens também geraram a rede de cuidados dos “Homens de Or ação” e
também o fortalecimento do Expolivro e do Bookafé. Tudo isso ocorreu porque Deus encontrou uma igreja
que valorizou essa palavra profética. Muitos passaram a acompanhar e ver o valor da palavra profética, pois a
palavra de Deus é que faz Sua obra. Atualmente tudo isso tem-se intensificado cada vez mais por meio da
imersão na palavra. Que o Senhor encontre em nós um coração que valorize Sua palavra profética !

Pergunta: Por que a palavra profética é tão importante para a obra de Deus?
Meu ponto-chave:
SEMANA 4 - SEXTA-FEIRA

Leitura bíblica:
Lc 24:25-27, 32; Jo 5:39-40; At 8:29-31, 35
Ler com oração:
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com
salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais” (Ef 5:18-19).

A prática da imersão na palavra profética

Muitos irmãos e irmãs têm experimentado o que significa a imersão na palavra. Alguns passam pelo PAC (Posto
Avançado de Colportagem) e adquirem a prática de carregar consigo porções impressas da palavra profética, as quais
utilizam no dia a dia, seja no trabalho, pregando o evangelho ou fazendo colportagem. Às vezes eles param, leem,
proclamam e oram a porção da palavra que carregam, e então prosseguem. Esses irmãos assim nutridos oram pelas
pessoas usando o conteúdo das palavras lidas. Com isso, eles perceberam que a própria palavra utilizada para orar e falar
com as pessoas é que opera poderosamente e faz milagres.
Alguns questionam essa atitude, dizendo que a imersão deve ser feita apenas com a Bíblia. Contudo a prática da
imersão na palavra ouvida tem base nestes versículos: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução,
mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e
cânticos espirituais” (Ef 5:18-19). Ao imergir na palavra profética, percebemos que nos enchemos do Espírito,
principalmente para fazer coisas difíceis como pregar o evangelho por meio da colportagem.
O caminho indicado para nos enchermos do Espírito, descrito nos versículos citados acima, é “falando entre vós”.
Isto é imersão! O apóstolo Paulo não exigiu que os irmãos falassem entre si somente partes das Escrituras, mas citou
salmos, hinos e cânticos espirituais. De onde vieram os salmos, hinos e cânticos espirituais? Foi o Espírito Santo
que inspirou alguém para escrevê-los. Assim, uma vez que o apóstolo não restringe a prática da imersão às
Escrituras, também podemos utilizar a palavra profética.
No capítulo 24 de Lucas, há o relato da aparição de Jesus a dois discípulos após Sua ressurreição. Ambos estavam
a caminho de Emaús, uma aldeia perto de Jerusalém, e comentavam sobre o que acontecera a Jesus. De repente,
Jesus se aproximou e passou a andar com eles sem que O reconhecessem. Então o Senhor perguntou-lhes sobre o
que conversavam, e responderam que falavam sobre Jesus, o Nazareno, varão profeta, poderoso em obras e palavras
diante de Deus e do povo, que fora condenado à morte. O relato de Lucas nos mostra a reação do Senhor: “Então,
lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha
que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas,
expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lc 24:25-27). Após entrar na casa e partir o
pão com eles, Jesus desapareceu, e eles disseram: “Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho,
nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” (v. 32).
Diante disso, fica evidente que a palavra profética expõe as Escrituras. Se apenas lessem as Escrituras, os discípulos
não obteriam esse falar vivo. Mas quando Jesus lhes falava e expunha as Escrituras, o coração deles passou a arder. A
palavra profética faz arder nosso coração. Podemos ter a Bíblia durante toda a nossa vida, mas quando a palavra
profética vem e fala as palavras da Bíblia, ela faz arder nosso coração.
Outro exemplo sobre a palavra profética está no livro de Atos. Ali lemos que um anjo do Senhor levou Filipe para o
caminho que desce de Jerusalém a Gaza. Filipe encontrou um eunuco etíope e viu que ele lia o profeta Isaías. Em
seguida “disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o. Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta
Isaías e perguntou: Compreendes o que vens lendo? Ele respondeu: Como poderei entender, se alguém não me
explicar? E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele. [...] Então, Filipe explicou; e, começando por esta passagem
da Escritura, anunciou-lhe a Jesus” (At 8:29-31, 35). Depois disso o eunuco foi batizado.
Esses relatos nos mostram que podemos ter a Bíblia, mas se Deus não usar alguém para falar a palavra profética,
não a entendemos. Ter as Escrituras em mãos é uma coisa, mas ter o Senhor que fala de maneira viva é muito
diferente (Jo 5:39-40). Precisamos imergir na palavra profética que nos dá vida!

Pergunta: Por que devemos utilizar a palavra profética?


Meu ponto-chave:
SEMANA 4 - SÁBADO

Leitura bíblica:
Ec 3:11
Ler com oração:
“Por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do
evangelho, que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal acontece
entre vós, desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade” (Cl 1:5-6).

A palavra da verdade deve alcançar toda a terra

O livro de Eclesiastes nos mostra que a vida humana é apenas vaidade. Uma vez que o homem se desconectou da
realidade, tudo o que lhe restou é vaidade. O homem não entende por que existe um eterno vazio em seu coração.
Por mais que busque a realização de seus sonhos, esse vazio permanece. Até mesmo os homens de sucesso, os da
alta sociedade têm esse vazio, pois o dinheiro não pode preenchê-los. Os que se entregam à prostituição e às drogas
também não conseguem eliminar o vazio dentro de si com a alegria passageira do pecado. Nem mesmo os que
buscam conhecimento nas universidades conseguem preencher o vácuo em seu interior.
Salomão viu isto: “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem
que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim” (Ec 3:11). Salomão descobriu que Deus pôs
a eternidade no coração do homem. Tudo o que o homem faz para preencher o vazio da vida humana se restringe ao
corpo. Entretanto, nosso corpo é um vaso temporário, não está nele a eternidade. A eternidade está em nossa alma e em
nosso espírito. O vazio não está no corpo, mas na alma e no espírito. Não adianta tentar preencher o vazio com as coisas
deste mundo, mas é preciso usar a fé para buscar as coisas lá do alto, as coisas espirituais e celestiais, onde Deus está.
Somente a palavra da verdade preenche nosso vazio.
Foi a palavra da verdade que chegou até os colossenses e que frutificou entre eles (Cl 1:6). A palavra profética é
a palavra que produz fruto. Desde o momento em que começamos a acolher a palavra profética e a entendê-la,
muitas coisas começaram a acontecer em todo o mundo.
Muitos irmãos têm sido gerados e reavivados em Uganda, Quênia e Congo. Alguns chegaram a nos dizer que
levamos esperança para eles, porque o viver da igreja estava parado e não avançava. Percebiam que a maneira
convencional e tradicional de conduzir a igreja jamais traria o Senhor de volta. Agradeceram por lhes mostrarmos
o caminho de contatar as pessoas nas ruas com livros. Por isso nosso esforço hoje é aperfeiçoá-los por meio do
Ceape, ajudá-los a imprimir livros, a fazer colportagem, a cuidar de pessoas com a rede de cuidados e a ter uma
vida adequada da igreja. Ficaram gratos por esse caminho próspero que está dando fruto em todo o mundo.
Em Porto Rico, a palavra profética está produzindo frutos. Recentemente foi montada uma equipe permanente
para trabalhar na Austrália. O Senhor também nos abriu caminho em Timor Leste, por onde poderemos entrar na
Ásia pelo Sudeste, alcançando Malásia, Indonésia, Singapura e toda a região ao redor. Alguns países do norte da
África, região considerada improvável de ser alcançada, também têm-se aberto para a pregação do evangelho.
Temos pouca força, mas o Senhor tem aberto as portas diante de nós. Ele faz isso porque tem pressa de voltar.
Vamos cooperar com Ele em todas as regiões que Ele abrir as portas diante de nós. Aleluia!

Pergunta: Como o homem deve lidar com o vazio que há dentro de si?
Meu ponto-chave:
SEMANA 4 - DOMINGO

Leitura bíblica:
Jo 3:6; Rm 8:6; 1 Jo 1:1
Ler com oração:
“E, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes
compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor
de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus” (Ef 3:17-19).

Vasos comunicantes

Para cooperar com o Senhor neste tempo final, precisamos tornar-nos Seus vasos, mas vasos comunicantes.
Conforme ilustrado na figura abaixo, de um lado está Deus, o próprio manancial profundo, o recipiente que possui
riquezas infinitas; do outro lado estamos nós, vasos vazios, contaminados e caóticos (por estarmos desconectados
de Deus). Mas Deus, por Sua grande misericórdia, nos enviou Cristo, que realizou a redenção, a propiciação por
nossos pecados, levando-nos de volta para Deus. Graças à obra redentora de Cristo, ao crermos na palavra do
evangelho, nosso espírito foi regenerado.

O Senhor disse que aquele que é nascido do Espírito é espírito (Jo 3:6b). Nosso espírito nasceu de novo e
agora tem a vida de Deus. Cristo é o centro conector da obra de Deus, pois é Ele quem nos conecta com Deus. É
assim que Deus e o homem se tornam vasos comunicantes. Cristo fez a ligação entre Deus e nós. Ao realizar essa
ligação, Cristo conectou primeiramente nosso espírito com Deus, mas não todo o nosso ser. Na conexão entre nosso
espírito e Deus não há problema, pois a comunicação entre eles é direta. O problema surge quando não vivemos no
espírito. Se vivemos no espírito, estamos conectados com Deus, mas se insistimos em viver em nós mesmos, em
nossa carne e em nossa mente, perdemos a conexão com Ele.
Diante disso, o que o Senhor quer fazer é, a partir de nosso espírito, saturar
nossa alma. O objetivo é este: Deus quer inundar nossa alma. Isso acontece aos
poucos, pois nossa mente ainda está cheia da vaidade de nossos pensamentos
alheios a Deus; nossa emoção ainda é muito frágil, debilitada pelos sofrimentos
do mundo e nossa vontade está corrompida por querer fazer muitas coisas sem
Deus. Mente, emoção e vontade ainda estão ocupadas com coisas contaminadas
pela queda do homem. Mas Deus quer enchê-las com Sua vida!
Para isso acontecer, vamos abrir-nos para que o rio da graça de Deus flua de Cristo
para nosso espírito, comunicando-se com este. Conforme ilustração ao lado, nosso
espírito possui três partes: comunhão, intuição e consciência. A comunhão é a parte
do espírito responsável por fazer nossa conexão com Deus por meio de Cristo.
Quando nosso espírito estabelece comunhão com Deus, Ele pode falar conosco por
meio de uma palavra direta da Bíblia ou por meio da palavra profética. Essa palavra
é a palavra da vida que podemos contemplar e apalpar (1 Jo 1:1), a palavra que é a própria vida eterna que se manifestou
e nós a temos visto. A vida de Deus vem de forma concreta mediante a palavra.
Como vasos comunicantes, quando entramos em comunhão (primeira parte do espírito) com Deus, nós acolhemos
a palavra. No momento em que acolhemos a palavra em nosso espírito, ela se aloja na segunda parte de nosso espírito:
a intuição. O próximo passo é levar essa intuição até nossa alma, o que acontece por meio da terceira parte de nosso
espírito: a consciência. Essa parte é responsável por fazer com que a alma tome conhecimento do que Deus nos falou
no espírito. Dessa forma, então, a consciência aciona a mente, a parte líder da alma.
Por esse motivo é que nossa mente deve ser sempre renovada e inclinada para o espírito (Rm 8:6). Quando se
inclina para a carne, a mente se desconecta do Espírito. Entretanto, quando se inclina para o espírito, a mente se
comunica com o Espírito e entende o que nossa intuição recebeu. É dessa maneira que aquilo que recebemos no
espírito pela palavra consegue penetrar em nossa mente, que a transmite para a emoção, que a comunica à
vontade. Por fim, a vontade estimula nosso corpo a realizar a obra de Deus. A ilustração a seguir esclarece essa
sequência.

Se continuarmos a receber essa palavra como vasos comunicantes, usando nosso espírito, imergindo na palavra e
praticando-a, ela então será assimilada e se tornará a realidade de Deus em nós, expulsando o velho homem e
ocupando nossa alma. Assim, após algum tempo, Deus ocupará totalmente nossa alma e Cristo habitará em nosso
coração. Compreenderemos as dimensões de Cristo e nossa mente será dominada por nosso espírito (Ef 3:16-19).
Uma mente dominada pelo espírito experimentará as coisas da dimensão celestial. É dessa maneira que seremos
preenchidos com toda a plenitude de Deus. A intenção de Deus é esta: encher todo o nosso ser com Sua vida, não
apenas nosso espírito, mas também nossa alma.
Os vasos comunicantes existem para levar a água do rio da graça do espírito até a alma Essa água deve habitar
não apenas em nosso espírito, mas também precisa penetrar em nossa alma. Isso requer que amemos a palavra
profética e pratiquemos a imersão, deixando que a água da graça remova nosso velho homem, a velha criação e
todos os velhos elementos, até que reste apenas a nova criação. Aí, então, o Senhor poderá voltar. Sejamos vasos
comunicantes e nos enchamos completamente para cooperar com o Senhor apressando Sua vinda!

Pergunta: Como podemos ser vasos comunicantes com Deus?


Meu ponto-chave:

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