Universidade Federal de Goiás

Faculdade de Artes Visuais

Docente: Professora Patricia B. Godoy
Discente: Solara Garcez de Mendonça Matrícula: 201910251

Resumo: Capítulo 12 - A Conquista da Realidade - História da Arte, Ernst Gombrich

A palavra "Renascença" carrega consigo a ideia de renascer ou ressurgir, e essa

noção de renascimento ganhou grande relevância na Itália desde os tempos de Giotto.
Nesse período, quando alguém desejava elogiar um poeta ou artista, frequentemente
afirmava-se que suas obras eram equiparáveis às dos antigos mestres. Giotto recebeu
elogios nesse sentido, sendo considerado um mestre que liderou um verdadeiro
renascimento da arte. Isso implicava que a arte de Giotto estava à altura das obras dos
renomados mestres da Grécia e Roma antiga, mencionados nos textos clássicos. Essa
concepção tornou-se popular na Itália, em parte devido ao reconhecimento da antiga glória
de Roma pelos italianos, quando esta cidade era o epicentro da civilização. No entanto,
lamentava-se o declínio ocorrido após as invasões germânicas, que culminaram na queda
do Império Romano.

A ideia de renascimento estava intrinsecamente ligada ao desejo de revitalizar a

grandiosidade de Roma. O período entre a antiguidade clássica e a nova era renascentista
foi considerado uma espécie de intervalo melancólico, frequentemente referido como "Idade
Média". Os italianos, especialmente em cidades como Florença, acreditavam que as artes,
ciências e o conhecimento haviam florescido na antiguidade clássica, mas foram
devastados pelos bárbaros do norte. Eles viam como sua missão resgatar esse passado
glorioso e inaugurar uma era renovada.

Florença, em particular, destacou-se como um epicentro desse sentimento de

confiança e esperança na renovação artística. Um grupo de jovens artistas florentinos,
liderados pelo arquiteto Filippo Brunelleschi, optou por romper com as tradições
estabelecidas e forjar uma nova forma de arte. Brunelleschi, conhecido por suas inovações
arquitetônicas, viajou para Roma, estudou as ruínas de templos e palácios, e utilizou
elementos da arquitetura clássica para criar uma linguagem arquitetônica inovadora.

Um dos seus feitos mais notáveis foi a Catedral de Florença, onde adotou uma
abordagem pioneira para coroar a catedral com uma impressionante cúpula. A arquitetura
de Brunelleschi marcou o início da Renascença na arquitetura europeia. Sua abordagem,
que consistia em empregar formas clássicas para criar harmonia e beleza em novos
contextos, exerceu uma influência duradoura na arquitetura ao longo dos séculos.

Adicionalmente, Brunelleschi é creditado por introduzir o conceito de perspectiva nas

artes visuais. Ele desenvolveu técnicas para representar a profundidade e a distância nas
suas obras, proporcionando uma ilusão visual mais realista e tridimensional.

A expressão artística renascentista também se manifestou na pintura e escultura.

Artistas como Masaccio e Donatello em Florença, bem como Jan van Eyck nas regiões do
Norte, revolucionaram a maneira como retratavam a natureza e o mundo ao seu redor.
Masaccio, por exemplo, criou pinturas de elevado teor dramático e profundidade, ao passo
que Donatello abordou a escultura de forma realista, estudando minuciosamente a anatomia
humana.

Por sua vez, Jan van Eyck é famoso pelas suas pinturas minuciosamente
detalhadas, nas quais cada elemento é retratado com precisão e realismo. Ele também é
reconhecido como um dos pioneiros na utilização da técnica de pintura a óleo, o que
permitiu uma gama mais ampla de cores e um acabamento mais refinado às suas obras.

Assim, a Renascença representou um período de transformação profunda nas artes.

Artistas em diferentes regiões da Europa buscaram reviver a excelência da antiguidade
clássica, ao mesmo tempo que introduziram novas abordagens técnicas e estilísticas,
pavimentando o caminho para o Renascimento.