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ARQUITETURA e

TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO
INTRODUÇÃO
Maria Beatriz de Castro Silva
As técnicas construtivas são
uma prática antiga e nas
primeiras construções
humanas
se serviu dos materiais
disponíveis do local.
Arquiteturas Vernácula e
Primitiva
A técnica de construção é
essencialmente prática e
cognitiva nas arquiteturas
primitiva e vernácula.
Na arquitetura de estilo, ela se vale
da teoria de outras disciplinas:
Cálculo, resistência dos materiais,
Mecânica dos solos, etc.
• Os sistemas estruturais e construtivos
continuam a mudar com o
desenvolvimento de novos materiais de
construção, produtos e padrões.
• O que não muda são os princípios
fundamentais de projeto e construção de
uma edificação.
Grécia
Partenon
ARQUITETURA e
TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO
Organização da disciplina:
Os temas aparecerão na ordem
cronológica de execução de uma
obra.
FASES DA CONSTRUÇÃO:

• Trabalhos preliminares
• Trabalhos de execução
• Trabalhos de acabamento
Trabalhos preliminares:
precedem à própria execução da obra
• Programa
• Escolha do local
• Aquisição do terreno (informações básicas e
registro do imóvel)
• Sondagem
• Projetos
• Concorrência
• Canteiro de obras
• Terraplenagem
• Locação.
Trabalhos de execução:
construção propriamente dita
• Abertura das cavas
• Consolidação do terreno
• Execução dos alicerces
• Apiloamento
• Obras de concreto (pilar, viga, laje)
• Levantamento das paredes
• Armação dos andaimes
• Engradamento da cobertura e cobertura
• Assentamento das canalizações
• Revestimentos, assentamento de bancadas
Trabalhos de acabamento:
etapa de finalização
• Assentamento esquadrias e rodapés,
• Envidraçamento dos caixilhos,
• Pintura geral, colocação dos
equipamentos de iluminação, sinalização
e controle,
• Calafetagem e acabamento dos pisos,
• Limpeza geral e
• Arremate final.
FASES DA CONSTRUÇÃO:

• Trabalhos preliminares
Programa
• Para o desenvolvimento de um projeto
arquitetônico é preciso que o arquiteto
tenha conhecimento a priori:
• Fluxograma – Exato mecanismo das
diferentes funções que o edifício irá abrigar.
• Organograma – Lista de todos os
ambientes necessários para que as
diferentes funções se realizem.
Escolha do Local
Investimento
• Podem acontecer diferentes situações:
• A função do edifício já está definida, mas
falta escolher o terreno.
• O terreno já está definido, mas falta o
projeto, porém o cliente não definiu o tipo
de investimento.
• O terreno já está escolhido, mas o cliente
não sabe o que fazer com ele ou tem uma
idéia equivocada do que fazer com ele.
Papel do Arquiteto :

Auxiliar e propor soluções para o uso do


terreno.
Projeto de viabilidade econômica.
Escolha do local

Ao planejar o projeto e a construção de uma


edificação, devemos considerar cuidadosamente
o contexto físico de sua localização.
Todos os condicionantes físicos do local: clima,
insolação, ventilação, topografia, vegetação,
solo, orientação solar e dos ventos
predominantes influenciam as decisões
projetuais em seu estágio inicial.
O Solo
O tipo de solo afeta:
•O tipo e a profundidade de fundação a ser
empregada.
•A drenagem das águas subterrâneas e
superficiais.
•Os tipos de vegetação capazes de crescer no
local.
Verificar se o subsolo comporta, economicamente,
uma fundação compatível com a futura edificação.
Sondagem - Analisa o tipo, a resistência e a
profundidade das camadas do solo.
A topografia afeta:

• O tipo de fundação
• A forma da edificação e sua relação com o
plano do solo.
• A drenagem do local
• O microclima do local – ventos,
temperatura e insolação.
• Acidentes topográficos – terrenos com
grande declividade geram custos mais
altos na obra.
Vegetação afeta:
• O microclima do local: radiação solar,
vento, umidade, temperatura e pureza do
ar.
• A proteção ou definição visual dos
espaços exteriores.
• absorção do som
• É importante verificar a arborização
existente.
Local/Projeto

Fatores Ambientais:

• Vento dominante – fumaças, odores.


• Visadas – são importantes para definir as
aberturas no projeto de arquitetura e importante
elemento de integração e referência nos projetos
urbanos.
• Definição de vistas – desejáveis e indesejáveis.
• Terrenos irregulares, com arestas em
ângulos diferentes, podem gerar perdas na
ocupação.

• Orientação solar (encosta Norte ou Sul)

• O clima, a orientação solar influenciam


nas decisões do projeto em sua fase
inicial.

• As forças ambientais ajudam a definir a


forma de uma edificação.
Escolha do Local
Papel do Arquiteto
• Além dos aspectos ambientais, é importante
conhecer a regulação proveniente das
diretrizes estabelecidas pelas diretrizes de
zoneamento:
• Se a área do terreno é compatível com o
projeto e se atende à legislação vigente.
• Se o tipo de atividade é permitida no local.
• A altura e a área total da edificação serão
permitidas no terreno.
Uma prescrição de zoneamento também pode
conter requisitos específicos para:

Acesso
Estacionamento
Projeções das fachadas.
É importante verificar o código de obras
municipal.
Escolha do Local
Papel do Arquiteto

Os regulamentos urbanos determinam os


usos permitidos para o local onde o
terreno está inserido na área urbana.
Determinam também sua altura, sua
área, seus afastamentos.
Este aspecto limita a forma e a massa da
edificação.
Antes da compra

Verifique na administração regional se a área em


vista é de preservação histórica ou ambiental (onde
são proibidas as construções ou existem restrições
para isso) ou se há projetos de desapropriação e
alteração urbana.

Informe-se sobre a existência de edifícios tombados


por perto. De modo geral, as casas ao lado deles
sofrem restrições quanto a recuo para não diminuir
a visibilidade do prédio em questão.
• Verifique a legitimidade do imóvel, bem
como sua regularização e alienação para
permitir a transferência de propriedade no
REGISTRO do imóvel, em CARTÓRIO.
Leis que regem as decisões a serem tomadas nas etapas

iniciais da execução de obras:

A Lei Federal nº 10.257, mais conhecida como


Estatuto das Cidades, foi sancionada no dia 10 de
julho de 2001 e promete trazer mais planejamento
às cidades brasileiras.
Código de Defesa do Consumidor O Código de
Defesa do Consumidor, de abrangência federal,
estabelece normas de defesa e proteção do
consumidor. Protege a integridade física e
psíquica das pessoas, seus bens adquiridos no
comércio e a utilização dos serviços prestados
por terceiros.
• Dispõe, também, da proteção contratual que, no
caso da área de construção, refere-se à
proteção do comprador de um imóvel perante a
construtora e à proteção do consumidor diante
do prestador de serviço.
• Plano Diretor é uma lei municipal que disciplina
a execução de construções e o uso dos terrenos
dentro do perímetro urbano. Esta lei tem como
objetivo gerenciar o desenvolvimento
urbanístico de uma região.
• Informações básicas do terreno - PBH
Alguns empreendimentos, públicos ou privados,
necessitam Estudo de Impacto Ambiental – EIA
O EIA - Estudo de Impacto Ambiental - propõe
que quatro pontos básicos sejam primeiramente
entendidos, para que depois se faça um estudo e
uma avaliação mais específica.

1.Desenvolver uma compreensão daquilo que


está sendo proposto, o que será feito e o tipo de
material usado.
2 - Compreensão total do ambiente afetado.
Que ambiente (biogeofísico e/ou sócio-
econômico) será modificado pela ação.

3 - Prever possíveis impactos no ambiente e


quantificar as mudanças, projetando a proposta
para o futuro.

4 - Divulgar os resultados do estudo para que


possam ser utilizados no processo de tomada
de decisão.
O RIMA - Relatório de Impacto Ambiental
é o relatório que reflete todas as
conclusões apresentadas no EIA.

Deve ser elaborado de forma objetiva e


possível de se compreender, ilustrado por
mapas, quadros, gráficos, enfim, por
todos os recursos de comunicação visual.
Muitos empreendimentos, antes de sua
construção precisam passar por este
processo – EIA – RIMA:

Cemitério, aeroporto, hospital, Campus


Universitário, Shopping center, etc.
Local/Projeto
Papel do Arquiteto
Outros aspectos a serem considerados
antes da compra do terreno:
Se há facilidade de abastecimento de
água, energia elétrica e esgoto, para não
gerar futuros ônus para a construção e seu
futuro uso.
Valor locativo (valor do imóvel)
Conveniência – vantagens naturais para
receber certas construções ( clube náutico,
templo, hospital, teatro, pousada, etc.)
Local/Projeto
Papel do Arquiteto
Efeito estético:
Impressão que a construção proporcionará ao
expectador com relação às distâncias limites do
ponto de vista:
• a obra ocupará grande parte do terreno – a
impressão será de esmagamento. Não haverá
afastamento adequado para a contemplação do
edifício.
• O edifício será pequeno demais para a
amplitude do terreno. Sua aparência será
insignificante.
Local/Projeto
Papel do Arquiteto
Zonas insalubres, não saneadas e terrenos
alagadiços devem ser EVITADOS.
Considerar as áreas externas: passeios,
jardins, estacionamento.

Somente após a análise de todos os


aspectos citados, o arquiteto poderá opinar
sobre a aquisição de um terreno ou da
viabilidade econômica e técnica de um
determinado projeto para o local.
Projeto e Construção
Projeto – representação gráfica e escrita
(memorial descritivo, orçamento e caderno
de encargos)
Caderno de encargos – confere as
condições de natureza geral e específica a
que os construtores terão que se submeter
durante a execução da obra. Especifica a
qualidade dos materiais e os processos de
construção a serem empregados.
Aquisição do terreno
(informações básicas e registro do imóvel)

Compra – Mediante contrato de compra


e venda.
O lote está em processo de inventário.
Desapropriação – somente feita pelo
governo, de acordo com a lei específica.
Desmembramento.
Aforamento – cessão de usufruto do
terreno pelo proprietário (União, estado
ou município).
Caderno de Encargos

É um documento contratual que descreve,


de maneira precisa e clara o que é
esperado do construtor pelo contratante.
Firma as condições de natureza geral e
específica a que os construtores terão que
se submeter durante o processo de
execução da obra.
Especifica a qualidade dos materiais e os
processos de construção que serão
empregadas.
• Trata-se a de um documento de referência,
permitindo eliminar qualquer ambiguidade
sobre o que é esperado, assim como um
instrumento de diálogo que permite ao
contratante interrogar o construtor a fim de
detalhar a sua compreensão do pedido.
• Um caderno de encargos não é no entanto
necessariamente estático. O seu conteúdo
pode ser alterado durante o projeto, com
base numa alteração acertada entre as
duas partes, ainda que o ideal seja estar
tudo definido a priori.

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