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PC-MG (Investigador) Criminologia -


2023 (Pré-Edital)

Autor:
Equipe Alexandre Herculano,
Alexandre Herculano, Diego
Pureza

19 de Janeiro de 2023

Material adquirido em http://tiny.cc/rtbconcursos


Equipe Alexandre Herculano, Alexandre Herculano, Diego Pureza
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Sumário

1 - Vitimologia ............................................................................................................................................ 2

1.1 - Processos de vitimização ............................................................................................................ 15

1.2. - Síndrome da Mulher de Potifar ................................................................................................. 19

1.3 - Síndrome de Estocolmo ............................................................................................................. 21

1.4 - Síndrome de Londres .................................................................................................................. 23

Lista de Questões .................................................................................................................................... 25

Gabarito .................................................................................................................................................... 35

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1 - VITIMOLOGIA

Assunto que vem sendo bem cobrado nas provas de concursos públicos!

A vitimologia, segundo Nestor Sampaio, é o terceiro componente da antiga tríade criminológica:


criminoso, vítima e ato (fato crime). Ele acrescenta ainda os meios de contenção social.

É, na verdade, um conceito evolutivo, passando do aspecto religioso (imolado ou sacrificado; evitar a ira
dos deuses) para o jurídico.

A vítima, que sofre um resultado infeliz dos próprios atos (suicida), das ações de outrem (homicídio) e do
acaso (acidente), esteve relegada a plano inferior desde a Escola Clássica (preocupava-se com o crime),
passando pela Escola Positiva (preocupava-se com o criminoso).

Por conta de razões culturais e políticas, a sociedade sempre devotou muito mais ódio pelo transgressor
do que piedade pelo ofendido.

1. (2016 - MPE-SC - MPE-SC - Promotor de Justiça) Enquanto a criminologia pode ser identificada
como a ciência que se dedica ao estudo do crime, do criminoso e dos fatores da criminalidade, a
vitimologia tem por objeto o estudo da vítima e de suas peculiaridades, sendo considerada por alguns
autores como ciência autônoma.
Comentários: A assertiva está CORRETA.

A Vitimologia pode ser definida como o estudo científico da extensão, natureza e causas da vitimização
criminal, suas consequências para as pessoas envolvidas e as reações àquela pela sociedade, em particular
pela polícia e pelo sistema de justiça criminal, assim como pelos trabalhadores voluntários e colaboradores
profissionais.

A Vitimologia, com a finalidade de estudar a relação vítima-criminoso no fenômeno da criminalidade,


surgiu a partir de 1947. Benjamim Mendelsohn (considerado o pai da Vitimologia), advogado
israelense, e Hans Von Henting, professor alemão, quando exilado nos Estados Unidos, são
considerados os pioneiros da Vitimologia.
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2. (VUNESP – PCSP - Investigador) É considerado o pai da Vitimologia:


a) Cesare Lombroso.
b) Raffaele Garofalo.
c) Émile Durkheim.
d) Benjamin Mendelsohn.
e) Cesare Bonesana.
Comentários: A alternativa D é o gabarito da questão.

3. (PCSP - VUNESP - 2014) Assinale a alternativa que contém os nomes dos precursores da vitimologia
do século XX.
a) Hans von Heting e Benjamin Mendelsohn.
b) Cesare Bonesana e Raffaele Garofalo.
c) Émile Durkheim e Cesare Lombroso.
d) Francesco Carrara e Enrico Ferri.
e) Michel Foucault e John Locke.
Comentários: A alternativa A é o gabarito da questão. Benjamin Mendelsohn, advogado israelense e
professor emérito de criminologia da Universidade Hebraica de Jerusalém, foi pioneiro no estudo da
Vitimologia juntamente com Hans Von Heting. Em conferência realizada em Bucareste em meados da
década de 1950, consagrou-se patrono da vitimologia ao exaltar a indispensabilidade do estudo do
comportamento consciente e inconsciente do sujeito passivo do crime (vítima), não devendo ser
considerado tão somente um simples coadjuvante do delito, dentre outras sistematizações, classificações
e propostas correlatas aos fatores de vulnerabilidade e vitimização.

Hans Von Henting já vinha aprofundando seu conhecimento com a problemática da vítima. Em 1941,
publicou trabalho em que propôs uma concepção dinâmica e interacionista da vítima, não só como sujeito
passivo do delito, mas também como sujeito ativo, que contribui para a gênese e execução do crime. “The
Criminal and his victim”, escrito em 1948, em vez de falar em Vitimologia, usa o termo Vitimogênese.

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É com este estudo, portanto, que Von Henting desenvolve a relação criminoso-vítima, colocando esta
última como elemento preponderante e decisivo na realização do delito, em que, consciente ou não,
coopera, provoca ou conspira para a ocorrência do crime. A noção de vítima e Vitimologia de Mendelsohn
supera a de Von Henting, embora não tenha ficado imune às críticas.

Hans Von Henting com a obra “O criminoso e sua vítima”, deu passo importante no estudo da relação
criminoso- vítima tomou grande impulso.

Depois, com o 1º Simpósio Internacional de Vitimologia, de 1973, em Israel, sob a supervisão do famoso
criminólogo chileno Israel Drapkin, impulsionaram-se os estudos e a atenção comportamentais, buscando
traçar perfis de vítimas potenciais, com a interação do direito penal, da psicologia e da psiquiatria.

Falando um pouco da visão histótica, os primeiros trabalhos sobre vítimas, segundo o professor Marlet
(1995), foram de Hans Gross (1901). Somente a partir da década de 1940, com Von Hentig e Benjamim
Mendelsohn, é que se começou a fazer um estudo sistemático das vítimas.

Por mais de três séculos vivenciou-se um período de neutralização! A vítima era encarada como mero
objeto, servindo apenas como testemunha do Estado na punição do infrator. Somente na década de 1950
foi redescoberta com o surgimento da vitimologia fundada por Benjamin Mendelsohn, após duas grandes
guerras mundiais e o extermínio dos judeus no famigerado holocausto.

4. (PCSP - VUNESP) Os primeiros estudos sobre a vitimologia datam de 1901, tendo como, estudioso
do assunto:
a) Hans Gross.
b) Enrico Ferri.
c) Francesco Carrara.
d) Adolphe Quetelet.

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e) Cesare Bonesana.
Comentários: A alternativa A é o gabarito da questão. Juntamente com outros pesquisadores como Hans
Heting e Lola Anyar de Castro, Hans Gross colaborou, indubitavelmente, para o reconhecimento da
vitimologia como uma nova fonte de pesquisa criminológica. Contudo, não foi consagrado patrono da
disciplina mister que foi designado a Benjamin Mendelsohn.

5. (PCSP - VUNESP) Os estudos de vitimologia são relativamente recentes em matéria criminológica.


Embora seja possível citar referências históricas, tiveram grande impulso e ganharam corpo somente
após:
a) o extermínio de judeus na Segunda Grande Guerra.
b) a abolição da escravatura na América do Sul.
c) a independência tardia dos países africanos, ex-colônias europeias.
d) a grande depressão iniciada nos Estados Unidos da América após a crise de 1929.
e) a exposição das fragilidades humanitárias da Europa Oriental após a queda do Muro de Berlim.
Comentários: A alternativa A é o gabarito da questão.

Segundo especialistas, Hans Von Henting conclui a classificação das vítimas da seguinte forma:

1. Vítima isolada.

A vítima neste caso vive na solidão, não se relacionando com outras pessoas. Em decorrência desse meio
de vida ela se coloca em situações de risco.

2. Vítima por proximidade.

Este grupo de vítimas subdivide-se em: a) Vítima por proximidade espacial, que se torna vítima pelo fato
de estar em proximidade excessiva do autor do delito em um determinado local, como ocorre nos casos de
furto no interior de um ônibus; b) Vítima por proximidade familiar, a qual ocorre no núcleo familiar, como
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pode ser visto no caso do parricídio, em que o filho mata seu próprio genitor; c) Vítima por proximidade
profissional, que geralmente ocorre no caso de atividades profissionais que requerem um estreitamento
maior no relacionamento profissional, como no caso do Médico.

3. Vítima com ânimo de lucro.

São taxadas dessa forma as vítimas que pela cobiça, pelo anseio de se enriquecer de maneira rápida ou
fácil, acabam sendo ludibriadas por estelionatários ou vigaristas.

4. Vítima com ânsia de viver.

Ocorre com o indivíduo que, com o fundamento de não ter aproveitado sua vida até o presente momento
de uma forma mais eficaz, passa a experimentar situações de aventura até então não vividas, que o
colocam em situações de risco ou perigo.

5. Vítima agressiva.

Neste caso a vítima se torna agressiva em decorrência da agressão que sofre do autor da violência,
chegando a um nível de não suportar mais a agressão sofrida, ela irá rebater tal ato de modo hostil.

6. Vítima sem valor.

Trata-se da vítima que em decorrência de seus atos, não recomendáveis praticados perante a sociedade,
acaba sendo indesejada ou repudiada no meio em que vive. Por praticar certos atos, este indivíduo vem a
sofrer agressões físicas, verbais, ou até mesmo podendo ser morto. Um exemplo clássico desse tipo de
vítima é o caso do estuprador ou assassino que é morto pela comunidade, pela polícia, ou por sua própria
vítima.

7. Vítima pelo estado emocional.

Essas vítimas são qualificadas desta forma em decorrência de seus sentimentos de obsessão, medo, ódio
ou vingança que vem a sentir por outras pessoas.

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8. Vítima por mudança da fase de existência.

O indivíduo passa por várias fases em sua vida, sendo que ao mudar para certa fase de sua existência,
poderá se tornar vítima em conseqüência de alguma mudança comportamental relacionada com alguma
das fases.

9. Vítima perversa.

Enquadram-se nesta modalidade de vítimas os psicopatas, pessoas que não possuem limite algum de
respeito em relação às outras, tratando-as como se fossem objetos que podem ser manipulados.

10. Vítima alcoólatra.

O uso de bebidas alcoólicas é um dos fatores que mais leva pessoas a se tornar vítimas, sendo que na
maioria dos casos acabam resultando em homicídios.

11. Vítima depressiva.

Ao atingir um determinado nível, a depressão poderá ocasionar a vitimização do indivíduo, pois poderá
levar a pessoa à autodestruição.

12. Vítima voluntária.

São as pessoas que, por não oporem resistência à violência sofrida, acabam permitindo que o autor do
delito o realize sem qualquer tipo de obstáculo. Casos que exemplificam esse tipo de vítima são os crimes
sexuais ocorridos sem a utilização de violência.

13. Vítima indefesa.

Denominam-se vítimas indefesas as que, sob o pretexto de que a persecução judicial lhes causaria maiores
danos do que o próprio sofrimento resultante da ação criminosa, acabam deixando de processar o autor
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do delito. São vistos tais comportamentos geralmente nos roubos ocorridos nas ruas, nos crimes sexuais e
nas chantagens.

14. Vítima falsa.

São taxadas de falsas vítimas as pessoas que, por sua livre e espontânea vontade, se auto vitimam para
que possam se valer de benefícios.

6. (PCSP - VUNESP) Do ponto de vista vitimológico, vítima falsa é aquela que:


a) consente com a prática do delito.
b) tolera a lesão sofrida pelo temor de perseguição por seu algoz.
c) se autovitimiza para obter benefícios para si.
d) detém predisposição permanente e inconsciente para se tornar vítima.
e) deixa de comunicar o crime sofrido às autoridades competentes.
Comentários: A alternativa C é o gabarito da questão. É aquela que se autovitimiza para obter benefícios.
Exemplo: fraude contra o seguro.

15. Vítima imune.

São consideradas dessa forma as pessoas que, em decorrência de seu cargo, função, ou algum tipo de
prestígio na sociedade em que vive acham que não estão sujeitas a qualquer tipo de ação delituosa que
possa transformá-las em vítimas. Um exemplo é o padre.

16. Vítima reincidente.

Neste caso a pessoa já foi vítima de um determinado delito, mas mesmo após ter passado por tal episódio,
não toma qualquer tipo de precaução para não voltar a ser vitimizada.

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17. Vítima que se converte em autor.

Nesta hipótese ocorre a mudança de pólo da violência. A vítima que era atacada pelo autor da agressão se
prepara para o contra-ataque. Um exemplo clássico é o crime de guerra.

18. Vítima propensa.

Ocorre com as pessoas que possuem uma tendência natural de se tornarem vítimas. Isso pode decorrer da
personalidade deprimida, desenfreada, libertina ou aflita da pessoa, sendo que esses tipos de
personalidade podem de algum modo contribuir com o criminoso.

19. Vítima resistente.

Por não aceitar ser agredida pelo autor, a vítima reage e passa a agredi-lo da mesma forma, sempre em
sua defesa ou em defesa de outrem, ou também no caso de cumprimento do dever. Neste caso há sempre
a disposição da vítima em lutar com o autor.

20. Vítima da natureza.

São pessoas que se tornam vítimas em decorrência de fenômenos da natureza, como no caso de uma
enchente, um terremoto, etc.

7. (2018 - VUNESP - PC-SP - Auxiliar de Papiloscopista Policial) Assinale a alternativa correta no que
diz respeito à classificação dos tipos de vítimas segundo Hans Von Henting.
a) Vítima com ânsia de viver – denomina-se assim aquela que, sob o pretexto de que a persecução judicial
lhe causaria maiores danos do que o próprio sofrimento resultante da ação criminosa, acaba deixando de
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processar o autor do delito. São vistos tais comportamentos geralmente nos roubos ocorridos nas ruas,
nos crimes sexuais e nas chantagens.
b) Vítima imune – é considerada dessa forma a pessoa que, em decorrência de seu cargo, função, ou
algum tipo de prestígio na sociedade em que vive, acredita que não está sujeita a qualquer tipo de ação
delituosa que possa transformá-la em vítima. Um exemplo é o padre.
c) Vítima falsa – é taxada dessa forma a vítima que, pela cobiça, pelo anseio de se enriquecer de maneira
rápida ou fácil, acaba sendo ludibriada por estelionatários ou vigaristas.
d) Vítima que se converte em autor – denomina-se assim a vítima que, por não aceitar ser agredida pelo
autor, reage e passa a agredi-lo da mesma forma, sempre em sua defesa ou em defesa de outrem, ou
também no caso de cumprimento do dever. Nessa situação, há sempre a disposição da vítima em lutar
com o autor.
e) Vítima da natureza – denomina-se assim a pessoa que possui uma tendência natural de se tornar vítima.
Isso pode decorrer da personalidade deprimida, desenfreada, libertina ou aflita da pessoa, sendo que
esses tipos de personalidade podem de algum modo contribuir com o criminoso.
Comentários: A alternativa B é o gabarito da questão.

A vitimologia é hoje um campo de estudo orientado para a ação ou formulação de políticas públicas. A
vitimologia não deve ser definida em termos de direito penal, mas de direitos humanos. Assim, a
vitimologia deveria ser o estudo das consequências dos abusos contra os direitos humanos, cometidos por
cidadãos ou agentes do governo.

As violações a direitos humanos são hoje consideradas questão central na vitimologia. A expressão
"vítimas" significa pessoas que, individual ou coletivamente, sofreram dano, incluindo lesão física ou
mental, sofrimento emocional, perda econômica ou restrição substancial dos seus direitos fundamentais,
através de atos ou omissões que consistem em violação a normas penais, incluindo aquelas que
proscrevem abuso de poder.

A vitimologia vem, efetivamente, conferir novo status à vítima, contribuindo para redefinir suas relações
com o delinquente; com o sistema jurídico; com autoridades, etc.

A propósito, o próprio conceito de vítima precisou ser revisto, posto que já não corresponde apenas ao
sujeito passivo (protagonista) do fato criminoso. Exemplo de modo amplo de compreender vítima é
trazido por Sue Moody, ao mencionar como o principal documento definidor de política pública para
vítimas de delitos, na Escócia, trata a questão: Vítima é qualquer pessoa que tenha sido sujeita a qualquer
tipo de crime, como também sua família ou aqueles que gozam de uma posição equivalente à de família.

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A vitimologia está a serviço do restabelecimento da paz social, pois tanto a vítima como a sociedade, em
virtude da reparação do dano social provocado, sentem realizadas suas expectativas de reparação, bem
como de uma eficaz ressocialização.

Ao lado do conceito mais amplo de vítima, surgiu também o de vitimização, que examina tanto a
propensão para ser vítima quanto os vários mecanismos de produção de danos diretos e indiretos sobre a
vítima.

Quanto ao comportamento da vítima, é relevante saber um pouco sobre a perigosidade vitimal, que é a
etapa inicial da vitimização. Perigosidade ou periculosidade vitimal é um estado psíquico e
comportamental em que a vítima se coloca estimulando a sua vitimização, ex., a mulher que usa roupas
provocantes, estimulando a libido do estuprador no crime de estupro.

A identificação de vulnerabilidade e de definibilidade da vítima são essenciais no processo. A


vulnerabilidade da vítima decorre de diversos fatores (de ordem física, psicológica, econômica e outras), o
que faz com que o risco de vitimização seja diferencial, para cada pessoa e delito. Nesse sentido, o exame
dos recursos sociais efetivos da vítima também deve ser levados em conta.

As classificações de Benjamín Mendelsohn, considerado o pai da Vitimologia, é muito importante para


seus estudos, pois costumam ser cobradas. O vitimólogo israelita fundamenta sua classificação na
correlação da culpabilidade entre a vítima e o infrator.

E o único que chega a relacionar a pena com a atitude vitimal. Sustenta que há uma relação inversa entre a
culpabilidade do agressor e a do ofendido, a maior culpabilidade de uma é menor que a culpabilidade do
outro:

✓ Vítima de culpabilidade menor ou vítima por Ignorância: neste caso se dá um certo


impulso involuntário ao delito. O sujeito por certo grau de culpa ou por meio de um ato
pouco reflexivo causa sua própria vitimização. Ex.: Mulher que provoca um aborto por
meios impróprios pagando com sua vida, sua ignorância;
✓ Vítima completamente inocente ou vítima ideal: é a vítima inconsciente que se colocaria
em 0% absoluto da escala de Mendelsohn. E a que nada fez ou nada provocou para
desencadear a situação criminal, pela qual se vê danificada. Ex.: incêndio;
✓ Vítima tão culpável como o infrator ou vítima voluntária: aquelas que cometem suicídio
jogando com a sorte. Ex. roleta russa, suicídio por adesão vítima que sofre de enfermidade
incurável e que pede que a matem, não podendo mais suportar a dor (eutanásia) a
companheira (o) que pactua um suicídio; os amantes desesperados; o esposo que mata a
mulher doente e se suicida;
✓ Vítima mais culpável que o infrator:

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• Vítima provocadora: aquela que por sua própria conduta incita o infrator a
cometer a infração. Tal incitação cria e favorece a explosão prévia á descarga
que significa o crime;
• Vítima por imprudência: é a que determina o acidente por falta de cuidados. Ex.
quem deixa o automóvel mal fechado ou com as chaves no contato.

✓ Vítima mais culpável ou unicamente culpável:

• Vítima infratora: cometendo uma infração o agressor cai vítima exclusivamente


culpável ou ideal, se trata do caso de legitima defesa, em que o acusado deve
ser absolvido;
• Vítima simuladora: o acusador que premedita e irresponsavelmente joga a
culpa ao acusado, recorrendo a qualquer manobra com a intenção de fazer
justiça num erro.

8. (2018 - VUNESP - PC-SP - Agente de Polícia) Assinale a alternativa que apresenta corretamente
tipos ou definições de vítimas, nos termos propostos por Benjamin Mendelsohn.
a) Vítima depressiva, Vítima indefesa; Vítima falsa; Vítima imune; e Vítima reincidente.
b) Vítima isolada; Vítima por proximidade; Vítima com ânimo de lucro; Vítima com ânsia de viver; e Vítima
agressiva.
c) Vítima sem valor; Vítima pelo estado emocional; Vítima perverse; Vítima alcoólatra; e Vítima por
mudança da fase de existência.
d) Vítima que se converte em autor; Vítima propensa; Vítima da natureza; Vítima resistente; e Vítima
reincidente.
e) Vítima completamente inocente ou vítima ideal; Vítima de culpabilidade menor ou por ignorância;
Vítima voluntária ou tão culpada quanto o infrator; Vítima mais culpada que o infrator; e Vítima
unicamente culpada.
Comentários: A alternativa E é o gabarito da questão.

9. (2018 - VUNESP - PC-SP - Agente de Telecomunicações e Eletricidade) Na classificação de


Benjamin Mendelsohn, a vítima imaginária é considerada uma vítima

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a) mais culpada que o infrator.


b) voluntária ou tão culpada quanto o infrator.
c) completamente inocente ou ideal.
d) unicamente culpada.
e) de culpabilidade menor ou por ignorância.
Comentários: A alternativa D é o gabarito da questão.

10. (VUNESP – PCSP) Um dos primeiros autores a classificar as vítimas de um crime foi Benjamin
Mendelsohn, que levou em conta a participação das vítimas no delito. Segundo esse autor, as vítimas
classificam-se em __________; vítimas menos culpadas que os criminosos; __________; vítimas mais
culpadas que os criminosos e __________.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
a) vítimas inocentes … vítimas inimputáveis … vítimas culpadas
b) vítimas primárias … vítimas secundárias … vítimas terciárias
c) vítimas ideais … vítimas tão culpadas quanto os criminosos … vítimas como únicas culpadas
d) vítimas tão participativas quanto os criminosos … vítimas passivas … vítimas colaborativas quanto aos
criminosos
e) vítimas passivas em relação ao criminoso … vítimas prestativas … vítimas ativas em relação aos
criminosos
Comentários: A alternativa C é o gabarito da questão.

11. (PCSP - VUNESP) Para a Vitimologia, a vítima agressora, simuladora ou imaginária também é
conhecida por
a) vítima inocente.
b) vítima menos culpada que o criminoso.
c) vítima tão culpada quanto o criminoso.
d) pseudovítima ou vítima totalmente culpada.
e) vítima ideal.
Comentários: A alternativa D é o gabarito da questão. Segundo a doutrina, vítima simuladora ou mais
culpada que o criminoso é aquela consciente de que não foi vítima de delito algum tampouco do indivíduo
a quem acusa, porém age dolosamente e com má-fé, geralmente por razões de vingança ou buscando
obter alguma vantagem.

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Meldelsohn conclui que as vítimas podem ser classificadas em três grandes grupos para efeitos de
aplicação da pena ao infrator:

✓ Primeiro grupo: vítima inocente: não há provocação nem outra forma de participação no
delito, mas sim puramente vitimal;
✓ Segundo grupo: estas vítimas colaboraram na ação nociva e existe uma culpabilidade
reciproca, pela qual a pena deve ser menor para o agente do delito (vítima provocadora);
✓ Terceiro grupo: nestes casos são as vítimas as que cometem por si a ação nociva e o não
culpado deve ser excluído de toda pena.

12. (Criminologia – Polícia Civil – 2019 - adaptada) Julgue os itens com base na Criminologia.
A Vitimologia é o estudo científico da extensão, natureza e causas da vitimização criminal. Hoje em
dia é um campo de estudo orientado para a ação ou formulação de políticas públicas
Comentários: A assertiva está CORRETA.

13. (2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia) Sobre a Vitimologia, assinale a alternativa
CORRETA.
a) De acordo com a classificação das vítimas, formulada por Mendelsohn, a vítima simuladora é aquela que
voluntária ou imprudentemente, colabora com o ânimo criminoso do agente.
b) É denominada terciária a vitimização que corresponde aos danos causados à vítima em decorrência do
crime.
c) De acordo com a ONU, apenas são consideradas vítimas as pessoas que, individual ou coletivamente,
tenham sofrido lesões físicas ou mentais, por atos ou omissões que representem violações às leis penais,
incluídas as leis referentes ao abuso criminoso do poder.
d) O surgimento da Vitimologia ocorreu no início do século XVIII, com os estudos pioneiros de Hans Von
Hentig, seguido por Mendelsohn.
e) É denominada secundária a vitimização causada pelas instâncias formais de controle social, no decorrer
do processo de registro e apuração do crime.
Comentários: A alternativa E é o gabarito da questão.
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1.1 - Processos de vitimização

✓ vitimização primária: é aquela causada pelo cometimento do crime. Provoca danos


materiais, físicos e psicológicos, e ocasiona mudanças de hábitos e alterações de conduta;
✓ vitimização secundária: é decorrente do tratamento dado pelas ações ou omissões das
instâncias formais de controle social. Decorre do fato de ser a vítima, por vezes, tratada
como suspeito. A vitimização secundária pode se apresentar mais grave que a primária,
uma vez que, além dos danos causados à vítima, ocasiona a perda de credibilidade nas
instâncias formais de controle. Assim, não esqueçam que é uma consequência das relações
entre as vítimas primárias e o Estado, em face da burocratização de seu aparelho
repressivo (Polícia, Ministério Público etc.);
✓ vitimização terciária: decorre da falta de amparo dos órgãos públicos e da ausência de
receptividade social em relação à vítima. É aquela decorrente de um excesso de
sofrimento, que extrapola os limites da lei do país, quando a vítima é abandonada, em
certos delitos

Heterovitimização

Consiste em um sentimento de culpa, de autorrecriminação, suportado pela vítima de um crime, por


acreditar que com algum comportamento negligente acabou por dar causa à ocorrência do crime.

Ou seja, a vítima deixa em segundo plano a responsabilidade pessoal do delinquente e passa a se culpar
pelo evento criminoso sofrido, recriminando-se pelo fato de ter sido vítima.

Vitimização Difusa

Esta espécie é comum em crimes que não apresentam vítimas certas e determinadas.

Temos crimes em nosso ordenamento jurídico que destacam entes coletivos como sujeitos passivos (meio
ambiente, relações de consumo, economia popular etc.).

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Revitimização, Heterovitimização Secundária e Autovitimização Secundária

A doutrina apresenta uma classificação quanto ao processo de vitimização que merece alguns alertas.
Subdivide-se em:

•Heterovitimização Secundária: decorrente da relação com outras pessoas ou instituições estranhas ao


evento criminoso;

•Autovitimização Secundária: a própria vítima se vitimiza psicologicamente, recriminando-se pelos fatos,


acreditando ser também responsável pelo crime (semelhante à heterovitimização).

14. (2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia) A dor causada à vítima, ao ter que reviver a
cena do crime, ao ter que declarar ao juiz o sentimento de humilhação experimentado, quando os
advogados do acusado culpam a vítima, argumentando que foi ela própria que, com sua conduta,
provocou o delito. Os traumas que podem ser causados pelo exame médico-forense, pelo
interrogatório policial ou pelo reencontro com o agressor em juízo, e outros, são exemplos da
chamada vitimização.
A) indireta.
B) secundária.
C) primária.
D) terciária.
E) direta.
Comentários: A alternativa B é o gabarito da questão.

15. (2019 - CESPE - DPE-DF - Defensor Público) A criminologia, diante do fenômeno do delito, na
busca de conhecer fatores criminógenos, traça um paralelo entre vítima e criminoso. Partindo dessa
premissa dual, chamada por Mendelsohn de “dupla-penal”, extraem-se importantes situações
fenomenológicas. Acerca desses estudos, julgue o item seguinte.
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A criminologia classifica como vitimização secundária a coisificação, pelas esferas de controle formal
do delito, da pessoa ofendida, ao tratá-la como mero objeto e com desdém durante a persecução
criminal.
Comentários: A assertiva está CORRETA.

16. (2018 - VUNESP - PC-SP - Agente de Polícia) Assinale a alternativa correta no que diz respeito aos
estudos desenvolvidos no âmbito da vitimologia.
a) Os estudos, as teorias e as classificações desenvolvidos no âmbito da vitimologia demonstram que a
conduta da vítima não pode ser indicada como fator que, de algum modo, contribui para a prática do
crime.
b) Uma das grandes contribuições do atual estágio de desenvolvimento da vitimologia foi demonstrar que
o fênomeno da subnotificação é um mito e praticamente insignificante em termos quantitativos.
c) O aumento do número de crimes investigados e processados pode ocasionar uma maior vitimização
secundária.
d) O preconceito posterior à prática do crime que recai sobre a vítima, em crimes sexuais, por parte da
sociedade em geral e que contribui para a subnotificação deste tipo de crime é denominado de vitimização
primária.
e) Pesquisas de vitimização devem, paulatinamente, substituir os indicadores criminais baseados em
registros de crimes.
Comentários: A alternativa C é o gabarito da questão.

17. (2018 - VUNESP - PC-SP - Papiloscopista) Na questão, assinale a alternativa contendo a


informação que preenche corretamente a lacuna.
A _______ é a autorrecriminação da vítima pela ocorrência do crime contra si, buscando razões que,
possivelmente, tornaram-na responsável pelo delito.
a) sobrevitimização
b) vitimização primária
c) vitimização secundária
d) vitimização terciária
e) heterovitimização
Comentários: A alternativa E é o gabarito da questão.

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18. (2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia) No que diz respeito aos estudos desenvolvidos no
âmbito da vitimologia, assinale a alternativa correta.
a) O linchamento do autor de um crime por populares em uma rua pode ser classificado como uma
vitimização secundária e terciária.
b) A chamada da vítima na fase processual da persecução penal para ser ouvida sobre o crime, por
inúmeras vezes, é denominada de vitimização secundária.
c) A longa espera da vítima de um crime em uma delegacia de polícia para o registro do crime é
denominada de vitimização terciária.
d) A vítima só passa a ter um contorno sistemático em sua abordagem criminológica a partir do fim da
primeira guerra mundial, na segunda década do século XX.
e) As pesquisas de vitimização têm por objetivo principal mensurar a vitimização secundária.
Comentários: A alternativa B é o gabarito da questão.

19. (2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia) Dentro da criminologia, tem-se a vertente da
vitimologia, que estuda de forma ampla os aspectos da vítima na criminalidade, e é dividida em
primária, segundária e terciária. Da análise dessa divisão, pode-se afirmar que a vitimização terciária
ocorre, quando
a) a vítima tem três ou mais antecedentes.
b) a vítima é parente em terceiro grau do ofensor.
c) um terceiro participa da ação criminosa.
d) a vítima é abandonada pelo estado e estigmatizada pela sociedade.
e) duas ou mais pessoas cometem o crime.
Comentários: A alternativa D é o gabarito da questão.

20. (VUNESP – PCSP) O comportamento inadequado da vítima que de certo modo facilita, instiga ou
provoca a ação de seu verdugo é denominado
a) vitimização terciária.
b) vitimização secundária.
c) periculosidade vitimal.
d) vitimização primária.
e) vitimologia.

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Comentários: A alternativa C é o gabarito da questão. Pessoal, verdugo é aquela pessoa cruel. Quanto ao
comportamento da vítima, é relevante saber um pouco sobre a perigosidade vitimal, que é a etapa inicial
da vitimização. Perigosidade ou periculosidade vitimal é um estado psíquico e comportamental em que a
vítima se coloca estimulando a sua vitimização, ex., a mulher que usa roupas provocantes, estimulando a
libido do estuprador no crime de estupro.

1.2. - Síndrome da Mulher de Potifar

Aqui é importante conhecer, ainda que resumidamente, a história de José, pois facilitará na compreensão
deste estudo.

José foi vendido por seus irmãos como escravo para servir no Egito. Ocorre que, com talentos e trabalhos,
José foi galgando postos avançados naquele país, até se tornar “braço direito” de Potifar (capitão da
guarda), sendo assim, José passou a cuidar dos bens e da casa de Potifar. A Bíblia narra que José “era
atraente e de boa aparência”. Entretanto, Potifar era casado com uma mulher com comportamento
lascivo (popularmente conhecida como pessoa assanhada), e em diversas ocasiões convidava José para se
deitar com ela.

Ocorre que em certa ocasião, a mulher de Potifar agarrou José e insistiu para que se deitasse com ela,
momento em que José empreende fuga. Em momento seguinte, percebe ter deixado o manto na mão
dela. É esse ponto da história que nos interessa. A mulher de Potifar, enfurecida por mais uma rejeição,
resolve armar contra ele.

A prática forense, em especial no âmbito criminal, nos revela que atitudes como a da mulher de Potifar são
comuns. É mais comum sua aplicação em crimes contra a dignidade sexual. Como por exemplo no
estupro. Em alguns casos, pode ocorrer de alguém, após rejeição, revestir-se de sentimento de vingança e
ódio. A acusação falsa por crime de estupro é comumente praticada por pessoas com tal índole e
finalidade.

Dessa forma, a síndrome da mulher de Potifar como o estado psicológico carregado de sentimento de
vingança e ódio cuja finalidade é imputar a alguém falsamente um fato definido como crime,
desencadeado por algum ato de rejeição ou desafeto.

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Em casos tais, as atenções também se voltam para o julgador. O juiz deverá ter enorme sensibilidade e
cuidado necessários para apurar se os fatos relatados pela vítima são verdadeiros, ou seja, constatar a
verossimilhança de sua palavra, haja vista que, em geral, contradiz com a negativa do agente.

A falta de credibilidade da vítima poderá, portanto, conduzir à absolvição do acusado, ao passo que a
verossimilhança de suas palavras será decisiva para um decreto condenatório.

Ocorre que na prática, infelizmente o que se percebe, na melhor das hipóteses, são desertos absolutórios
por falta de provas (em favor do inocente, felizmente), porém, sem a devida responsabilização do
indivíduo que deu causa a todo transtorno e movimentação do sistema de justiça criminal de maneira
inútil.

Apesar de se tratar de síndrome que direcional a atenção para as mulheres, bem como por incidir
especialmente em casos que envolvam supostamente crimes contra a dignidade sexual, é perfeitamente
possível que o homem esteja prejudicando alguém com as características da Síndrome da Mulher de
Potifar - ademais, após o advento da Lei nº 12.015/2009, passou a ser admitido homem como sujeito
passivo de estupro ou de qualquer delito que lese a dignidade sexual.

21. (MPE-GO - MPE-GO - Promotor de Justiça) O Procurador de Justiça Rogério Greco preconiza que
“no que diz respeito às ciências criminais propriamente ditas, serve a criminologia como mais um
instrumento de análise do comportamento delitivo, das suas origens, dos motivos pelos quais se
delinque, quem determina o que se punir, quando punir, como punir, bem como se pretende, com
ela, buscar soluções que evitem ou mesmo diminuam o cometimento das infrações penais”. No
contexto da seara criminológica, aponte a alternativa incorreta:
a) Stalking é um termo que designa a forma de violência na qual o sujeito ativo invade repetidamente a
esfera de privacidade da vítima, empregando táticas de perseguição e meios diversos de atuação,
resultando dano à sua integridade psicológica e emocional, restrição à sua liberdade de locomoção ou
lesão à sua reputação, configurando, deste modo, uma modalidade de assédio moral.
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b) A teoria de anomia, a teoria da associação diferencial e a escola de Chicago são consideras teorias de
consenso.
c) A figura criminológica conhecida como “síndrome da mulher de potifar” pode ser utilizada como técnica
de aferição da credibilidade da palavra da vítima nos crimes de conotação sexual.
d) A “síndrome de Londres” se evidencia quando a vítima, como instinto defensivo, passa a apresentar um
comportamento excessivamente lamurioso, demasiadamente submisso e com pedido contínuo de
misericórdia.
Comentários: A alternativa D é o gabarito da questão.

1.3 - Síndrome de Estocolmo

A Síndrome de Estocolmo consiste em:

“Um estado psicológico de autopreservação desenvolvido por algumas pessoas vitimadas em sequestros
ou em qualquer outro crime limitador do direito de ir e vir capaz de gerar um ambiente de extremo
estresse, passando a criar até mesmo laços de afeto e apreço com seu algoz”.

Nas infrações penais em que ocorre a privação da liberdade das pessoas como, por exemplo, o sequestro,
cárcere privado ou mesmo de extorsão mediante sequestro, de longa duração, é comum se estabelecer
entre os criminosos e vítimas aquilo que se convencionou chamar de Síndrome de Estocolmo, dada a
situação de crise que ocorreu na Suécia, durante um roubo no Banco de Créditos de Estocolmo. A seguir,
descreveremos o episódio que originou esta síndrome, mas você perceberá que se trata de um sentimento
muitas vezes desenvolvido inconscientemente como forma de autopreservação.

Caso real - Estocolmo, Suécia (1973)

Houve uma tentativa de roubo de um banco que fora frustrada pela chegada da polícia à agência. Naquela
ocasião, o criminoso tomou como reféns três mulheres e um homem. Visando se proteger das investidas
das polícia, fez com que todos entrassem no caixa-forte da agência bancária e exigiu, durante as
negociações com a polícia, que fosse libertado e levado àquele local outro agente, antigo parceiro do
crime, que se encontrava na prisão.

A exigência foi atendida e os dois criminosos e os quatro reféns ficaram no interior do caixa-forte do banco
por cinco dias. Ao final de todo o período, quando finalmente iriam se entregar, os reféns,
voluntariamente, utilizaram os próprios corpos como escudo contra a polícia, com o claro objetivo de
proteger os dois criminosos.
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Os pontos mais curiosos vêm a seguir:

Pouco tempo depois, em entrevista, uma das jovens reféns declarou ter simpatia por um dos
sequestradoras. Pior! Disse que o esperaria durante todo o período de cumprimento da pena para que
pudesse se casar, causando espanto a toda a população que assistia, fazendo com que todos acreditassem
que, naquele local, os dois tinham mantido algum tipo de contato sexual.

Conforme relatos oficiais, ao contrário do que a população pensava:

“Por várias vezes, durante a crise, o suspeito exibia a referida moça, com uma arma sob o queixo, aos
policiais. Soube-se também que, a certa altura, ao desconfiarem que a polícia pretendia jogar gás
lacrimogêneo no interior do caixa-forte, os suspeitos amarraram os pescoços dos reféns aos puxadores
das gavetas de aço ali existentes. Com isso, pretendiam eles responsabilizar a polícia de algum eventual
enforcamento dos reféns, causado pelo pânico que adviria com o lançamento do gás no interior do caixa-
forte.”

A Síndrome de Estocolmo não acometeu apenas a jovem que deu entrevista, mas também todos os
demais reféns, isso porque durante toda a persecução penal os reféns recusaram-se a testemunhar contra
os sequestradoras (ao contrário, os defendiam em depoimentos perante o público, iniciando até mesmo
campanhas para angariar fundos suficiente para o custeio de defesa técnica dos criminosos).

A expressão Síndrome de Estocolmo foi criada pelo psicólogo clínico Harvery Schlossberg, a partir desse
evento ocorrido em Estocolmo, na Suécia, e tem sido definida como “uma perturbação de ordem
psicológica, paralela à chamada ‘transferência’, que é o termo que a psicologia usa para se referir ao
relacionamento que se desenvolve entre um paciente e o psiquiatra, e que permite que a terapia tenha
sucesso. As pessoas, quando estão vivendo momentos cruciais, costumam se apegar a qualquer coisa que
lhes indique a saída, e é exatamente isso que ocorre com os reféns e suspeitos. Por ocasião de um evento
crítico, tanto uns como os outros estão sob forte tensão emocional”. É justamente por isso que os reféns
acabam instintivamente desejando todo o sucesso aos criminosos (como instinto de autopreservação,
buscam livrar-se sãos e salvos), e até mesmo torcendo para o fracasso das investidas policiais.

Especialistas no assunto aduzem que a Síndrome de Estocolmo pode levar de 15 a 45 minutos para se
manifestar, e sua probabilidade cresce conforme o prolongamento do tempo de convivência entre os
criminosos e as vítimas.

Ressalta-se que na prática tal síndrome atrapalha - e muito! - na correta persecução e punição dos
culpados, uma vez que os meios de provas (testemunhas) acabam sendo fragilizados e lançados ao
descrédito inevitavelmente.

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22. (VUNESP - PC-SP- Investigador de Polícia Civil) Nos crimes de extorsão mediante sequestro, por
exemplo, pode ocorrer a chamada Síndrome de Estocolmo, que consiste
a) na doença que os sequestradores sofrem.
b) na identificação afetiva da vítima com o criminoso, pelo próprio instinto de sobrevivência.
c) em uma teoria que os órgão públicos utilizam para reduzir a criminalidade.
d) no arrependimento do criminoso em razão do descontrole emocional
e) no trauma que a vítima adquire em razão do sofrimento.
Comentários: A alternativa B é o gabarito da questão.

23. (VUNESP - PC-SP - Atendente de Necrotério Policial) O afeiçoamento da vítima em relação ao


criminoso seques¬trador, interagindo com ele pelo próprio instinto de sobrevi¬vência, é chamado,
pela Criminologia, de:
a) complexo de Asperger.
b) síndrome de Tourette.
c) síndrome de Burnout.
d) complexo de inferioridade.
e) síndrome de Estocolmo.
Comentários: A alternativa E é o gabarito da questão.

1.4 - Síndrome de Londres

A Síndrome de Londres apresenta características completamente opostas comparada com a síndrome


anterior. Aqui, a vítima passa a desenvolver um sentimento de ódio, repulsa, extremo desconforto, com a
presença do criminoso.

O nome é referência ao episódio criminoso que ocorreu na Embaixada Iraniana em Londres, quando 6
terroristas árabes iranianos iniciaram uma invasão mantendo como reféns 16 diplomatas (com
funcionários iranianos), 3 britânicos e 1 libanês por 5 dias.

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Dentre os reféns, um se destacou: Abbas Lavasani, funcionário iraniano, pois durante o período travava
forte discussões com os terroristas, afirmando que jamais seria dedicado ao Aiatolá e que estava
compromissado com a justiça da revolução islâmica (valores contrários aos valores defendidos pelos
terroristas).

A tensão era cada vez pior, até que em dado momento, os terroristas entenderam que precisavam
transmitir o recado às autoridades de que as ameaças eram verdadeiras e sérias. A medida eleita foi
assassinar um dos reféns e a escolha foi óbvia: mataram Abbas Lavasani.

Portanto, fácil constatar que na Síndrome de Londres há a incidência de um estado psicológico sobre a
vítima de agressividade contra o seu algoz. Quase que um instinto de ataque, de inconformismo com a
situação.

24. (MPE-GO - MPE-GO - Promotor de Justiça) O Procurador de Justiça Rogério Greco preconiza que
“no que diz respeito às ciências criminais propriamente ditas, serve a criminologia como mais um
instrumento de análise do comportamento delitivo, das suas origens, dos motivos pelos quais se
delinque, quem determina o que se punir, quando punir, como punir, bem como se pretende, com
ela, buscar soluções que evitem ou mesmo diminuam o cometimento das infrações penais”. No
contexto da seara criminológica, aponte a alternativa incorreta:
A “síndrome de Londres” se evidencia quando a vítima, como instinto defensivo, passa a apresentar
um comportamento excessivamente lamurioso, demasiadamente submisso e com pedido contínuo
de misericórdia.
Comentários: A assertiva está ERRADA.

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LISTA DE QUESTÕES

1. (2016 - MPE-SC - MPE-SC - Promotor de Justiça) Enquanto a criminologia pode ser identificada
como a ciência que se dedica ao estudo do crime, do criminoso e dos fatores da criminalidade, a
vitimologia tem por objeto o estudo da vítima e de suas peculiaridades, sendo considerada por
alguns autores como ciência autônoma.

2. (VUNESP – PCSP - Investigador) É considerado o pai da Vitimologia:

a) Cesare Lombroso.

b) Raffaele Garofalo.

c) Émile Durkheim.

d) Benjamin Mendelsohn.

e) Cesare Bonesana.

3. (PCSP - VUNESP - 2014) Assinale a alternativa que contém os nomes dos precursores da
vitimologia do século XX.

a) Hans von Heting e Benjamin Mendelsohn.

b) Cesare Bonesana e Raffaele Garofalo.

c) Émile Durkheim e Cesare Lombroso.

d) Francesco Carrara e Enrico Ferri.

e) Michel Foucault e John Locke.

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4. (PCSP - VUNESP) Os primeiros estudos sobre a vitimologia datam de 1901, tendo como,
estudioso do assunto:

a) Hans Gross.

b) Enrico Ferri.

c) Francesco Carrara.

d) Adolphe Quetelet.

e) Cesare Bonesana.

5. (PCSP - VUNESP) Os estudos de vitimologia são relativamente recentes em matéria


criminológica. Embora seja possível citar referências históricas, tiveram grande impulso e
ganharam corpo somente após:

a) o extermínio de judeus na Segunda Grande Guerra.

b) a abolição da escravatura na América do Sul.

c) a independência tardia dos países africanos, ex-colônias europeias.

d) a grande depressão iniciada nos Estados Unidos da América após a crise de 1929.

e) a exposição das fragilidades humanitárias da Europa Oriental após a queda do Muro de Berlim.

6. (PCSP - VUNESP) Do ponto de vista vitimológico, vítima falsa é aquela que:

a) consente com a prática do delito.

b) tolera a lesão sofrida pelo temor de perseguição por seu algoz.

c) se autovitimiza para obter benefícios para si.

d) detém predisposição permanente e inconsciente para se tornar vítima.

e) deixa de comunicar o crime sofrido às autoridades competentes.

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7. (2018 - VUNESP - PC-SP - Auxiliar de Papiloscopista Policial) Assinale a alternativa correta no que
diz respeito à classificação dos tipos de vítimas segundo Hans Von Henting.

a) Vítima com ânsia de viver – denomina-se assim aquela que, sob o pretexto de que a persecução judicial
lhe causaria maiores danos do que o próprio sofrimento resultante da ação criminosa, acaba deixando de
processar o autor do delito. São vistos tais comportamentos geralmente nos roubos ocorridos nas ruas,
nos crimes sexuais e nas chantagens.

b) Vítima imune – é considerada dessa forma a pessoa que, em decorrência de seu cargo, função, ou
algum tipo de prestígio na sociedade em que vive, acredita que não está sujeita a qualquer tipo de ação
delituosa que possa transformá-la em vítima. Um exemplo é o padre.
==299e1b==

c) Vítima falsa – é taxada dessa forma a vítima que, pela cobiça, pelo anseio de se enriquecer de maneira
rápida ou fácil, acaba sendo ludibriada por estelionatários ou vigaristas.

d) Vítima que se converte em autor – denomina-se assim a vítima que, por não aceitar ser agredida pelo
autor, reage e passa a agredi-lo da mesma forma, sempre em sua defesa ou em defesa de outrem, ou
também no caso de cumprimento do dever. Nessa situação, há sempre a disposição da vítima em lutar
com o autor.

e) Vítima da natureza – denomina-se assim a pessoa que possui uma tendência natural de se tornar vítima.
Isso pode decorrer da personalidade deprimida, desenfreada, libertina ou aflita da pessoa, sendo que
esses tipos de personalidade podem de algum modo contribuir com o criminoso.

8. (2018 - VUNESP - PC-SP - Agente de Polícia) Assinale a alternativa que apresenta corretamente
tipos ou definições de vítimas, nos termos propostos por Benjamin Mendelsohn.

a) Vítima depressiva, Vítima indefesa; Vítima falsa; Vítima imune; e Vítima reincidente.

b) Vítima isolada; Vítima por proximidade; Vítima com ânimo de lucro; Vítima com ânsia de viver; e Vítima
agressiva.

c) Vítima sem valor; Vítima pelo estado emocional; Vítima perverse; Vítima alcoólatra; e Vítima por
mudança da fase de existência.

d) Vítima que se converte em autor; Vítima propensa; Vítima da natureza; Vítima resistente; e Vítima
reincidente.

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e) Vítima completamente inocente ou vítima ideal; Vítima de culpabilidade menor ou por ignorância;
Vítima voluntária ou tão culpada quanto o infrator; Vítima mais culpada que o infrator; e Vítima
unicamente culpada.

9. (2018 - VUNESP - PC-SP - Agente de Telecomunicações e Eletricidade) Na classificação de


Benjamin Mendelsohn, a vítima imaginária é considerada uma vítima

a) mais culpada que o infrator.

b) voluntária ou tão culpada quanto o infrator.

c) completamente inocente ou ideal.

d) unicamente culpada.

e) de culpabilidade menor ou por ignorância.

10. (VUNESP – PCSP) Um dos primeiros autores a classificar as vítimas de um crime foi Benjamin
Mendelsohn, que levou em conta a participação das vítimas no delito. Segundo esse autor, as
vítimas classificam-se em __________; vítimas menos culpadas que os criminosos; __________;
vítimas mais culpadas que os criminosos e __________.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.

a) vítimas inocentes … vítimas inimputáveis … vítimas culpadas

b) vítimas primárias … vítimas secundárias … vítimas terciárias

c) vítimas ideais … vítimas tão culpadas quanto os criminosos … vítimas como únicas culpadas

d) vítimas tão participativas quanto os criminosos … vítimas passivas … vítimas colaborativas quanto aos
criminosos

e) vítimas passivas em relação ao criminoso … vítimas prestativas … vítimas ativas em relação aos
criminosos

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11. (PCSP - VUNESP) Para a Vitimologia, a vítima agressora, simuladora ou imaginária também é
conhecida por

a) vítima inocente.

b) vítima menos culpada que o criminoso.

c) vítima tão culpada quanto o criminoso.

d) pseudovítima ou vítima totalmente culpada.

e) vítima ideal.

12. (Criminologia – Polícia Civil – 2019 - adaptada) Julgue os itens com base na Criminologia.
A Vitimologia é o estudo científico da extensão, natureza e causas da vitimização criminal. Hoje
em dia é um campo de estudo orientado para a ação ou formulação de políticas públicas

13. (2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia) Sobre a Vitimologia, assinale a alternativa
CORRETA.

a) De acordo com a classificação das vítimas, formulada por Mendelsohn, a vítima simuladora é aquela que
voluntária ou imprudentemente, colabora com o ânimo criminoso do agente.

b) É denominada terciária a vitimização que corresponde aos danos causados à vítima em decorrência do
crime.

c) De acordo com a ONU, apenas são consideradas vítimas as pessoas que, individual ou coletivamente,
tenham sofrido lesões físicas ou mentais, por atos ou omissões que representem violações às leis penais,
incluídas as leis referentes ao abuso criminoso do poder.

d) O surgimento da Vitimologia ocorreu no início do século XVIII, com os estudos pioneiros de Hans Von
Hentig, seguido por Mendelsohn.

e) É denominada secundária a vitimização causada pelas instâncias formais de controle social, no decorrer
do processo de registro e apuração do crime.

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14. (2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia) A dor causada à vítima, ao ter que reviver a
cena do crime, ao ter que declarar ao juiz o sentimento de humilhação experimentado, quando os
advogados do acusado culpam a vítima, argumentando que foi ela própria que, com sua conduta,
provocou o delito. Os traumas que podem ser causados pelo exame médico-forense, pelo
interrogatório policial ou pelo reencontro com o agressor em juízo, e outros, são exemplos da
chamada vitimização.

A) indireta.

B) secundária.

C) primária.

D) terciária.

E) direta.

15. (2019 - CESPE - DPE-DF - Defensor Público) A criminologia, diante do fenômeno do delito, na
busca de conhecer fatores criminógenos, traça um paralelo entre vítima e criminoso. Partindo
dessa premissa dual, chamada por Mendelsohn de “dupla-penal”, extraem-se importantes
situações fenomenológicas. Acerca desses estudos, julgue o item seguinte.
A criminologia classifica como vitimização secundária a coisificação, pelas esferas de controle
formal do delito, da pessoa ofendida, ao tratá-la como mero objeto e com desdém durante a
persecução criminal.

16. (2018 - VUNESP - PC-SP - Agente de Polícia) Assinale a alternativa correta no que diz respeito aos
estudos desenvolvidos no âmbito da vitimologia.

a) Os estudos, as teorias e as classificações desenvolvidos no âmbito da vitimologia demonstram que a


conduta da vítima não pode ser indicada como fator que, de algum modo, contribui para a prática do
crime.

b) Uma das grandes contribuições do atual estágio de desenvolvimento da vitimologia foi demonstrar que
o fênomeno da subnotificação é um mito e praticamente insignificante em termos quantitativos.

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c) O aumento do número de crimes investigados e processados pode ocasionar uma maior vitimização
secundária.

d) O preconceito posterior à prática do crime que recai sobre a vítima, em crimes sexuais, por parte da
sociedade em geral e que contribui para a subnotificação deste tipo de crime é denominado de vitimização
primária.

e) Pesquisas de vitimização devem, paulatinamente, substituir os indicadores criminais baseados em


registros de crimes.

17. (2018 - VUNESP - PC-SP - Papiloscopista) Na questão, assinale a alternativa contendo a


informação que preenche corretamente a lacuna.
A _______ é a autorrecriminação da vítima pela ocorrência do crime contra si, buscando razões
que, possivelmente, tornaram-na responsável pelo delito.

a) sobrevitimização

b) vitimização primária

c) vitimização secundária

d) vitimização terciária

e) heterovitimização

18. (2018 - VUNESP - PC-BA - Delegado de Polícia) No que diz respeito aos estudos desenvolvidos no
âmbito da vitimologia, assinale a alternativa correta.

a) O linchamento do autor de um crime por populares em uma rua pode ser classificado como uma
vitimização secundária e terciária.

b) A chamada da vítima na fase processual da persecução penal para ser ouvida sobre o crime, por
inúmeras vezes, é denominada de vitimização secundária.

c) A longa espera da vítima de um crime em uma delegacia de polícia para o registro do crime é
denominada de vitimização terciária.

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d) A vítima só passa a ter um contorno sistemático em sua abordagem criminológica a partir do fim da
primeira guerra mundial, na segunda década do século XX.

e) As pesquisas de vitimização têm por objetivo principal mensurar a vitimização secundária.

19. (2017 - FAPEMS - PC-MS - Delegado de Polícia) Dentro da criminologia, tem-se a vertente da
vitimologia, que estuda de forma ampla os aspectos da vítima na criminalidade, e é dividida em
primária, segundária e terciária. Da análise dessa divisão, pode-se afirmar que a vitimização
terciária ocorre, quando

a) a vítima tem três ou mais antecedentes.

b) a vítima é parente em terceiro grau do ofensor.

c) um terceiro participa da ação criminosa.

d) a vítima é abandonada pelo estado e estigmatizada pela sociedade.

e) duas ou mais pessoas cometem o crime.

20. (VUNESP – PCSP) O comportamento inadequado da vítima que de certo modo facilita, instiga ou
provoca a ação de seu verdugo é denominado

a) vitimização terciária.

b) vitimização secundária.

c) periculosidade vitimal.

d) vitimização primária.

e) vitimologia.

21. (MPE-GO - MPE-GO - Promotor de Justiça) O Procurador de Justiça Rogério Greco preconiza que
“no que diz respeito às ciências criminais propriamente ditas, serve a criminologia como mais um
instrumento de análise do comportamento delitivo, das suas origens, dos motivos pelos quais se
delinque, quem determina o que se punir, quando punir, como punir, bem como se pretende, com
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ela, buscar soluções que evitem ou mesmo diminuam o cometimento das infrações penais”. No
contexto da seara criminológica, aponte a alternativa incorreta:

a) Stalking é um termo que designa a forma de violência na qual o sujeito ativo invade repetidamente a
esfera de privacidade da vítima, empregando táticas de perseguição e meios diversos de atuação,
resultando dano à sua integridade psicológica e emocional, restrição à sua liberdade de locomoção ou
lesão à sua reputação, configurando, deste modo, uma modalidade de assédio moral.

b) A teoria de anomia, a teoria da associação diferencial e a escola de Chicago são consideras teorias de
consenso.

c) A figura criminológica conhecida como “síndrome da mulher de potifar” pode ser utilizada como técnica
de aferição da credibilidade da palavra da vítima nos crimes de conotação sexual.

d) A “síndrome de Londres” se evidencia quando a vítima, como instinto defensivo, passa a apresentar um
comportamento excessivamente lamurioso, demasiadamente submisso e com pedido contínuo de
misericórdia.

22. (VUNESP - PC-SP- Investigador de Polícia Civil) Nos crimes de extorsão mediante sequestro, por
exemplo, pode ocorrer a chamada Síndrome de Estocolmo, que consiste

a) na doença que os sequestradores sofrem.

b) na identificação afetiva da vítima com o criminoso, pelo próprio instinto de sobrevivência.

c) em uma teoria que os órgão públicos utilizam para reduzir a criminalidade.

d) no arrependimento do criminoso em razão do descontrole emocional

e) no trauma que a vítima adquire em razão do sofrimento.

23. (VUNESP - PC-SP - Atendente de Necrotério Policial) O afeiçoamento da vítima em relação ao


criminoso seques¬trador, interagindo com ele pelo próprio instinto de sobrevi¬vência, é
chamado, pela Criminologia, de:

a) complexo de Asperger.

b) síndrome de Tourette.

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c) síndrome de Burnout.

d) complexo de inferioridade.

e) síndrome de Estocolmo.

24. (MPE-GO - MPE-GO - Promotor de Justiça) O Procurador de Justiça Rogério Greco preconiza que
“no que diz respeito às ciências criminais propriamente ditas, serve a criminologia como mais um
instrumento de análise do comportamento delitivo, das suas origens, dos motivos pelos quais se
delinque, quem determina o que se punir, quando punir, como punir, bem como se pretende, com
ela, buscar soluções que evitem ou mesmo diminuam o cometimento das infrações penais”. No
contexto da seara criminológica, aponte a alternativa incorreta:
A “síndrome de Londres” se evidencia quando a vítima, como instinto defensivo, passa a
apresentar um comportamento excessivamente lamurioso, demasiadamente submisso e com
pedido contínuo de misericórdia.

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GABARITO

1. C 13. E
2. D 14. B
3. A 15. C
4. A 16. C
5. A 17. E
6. C 18. B
7. B 19. D
8. E 20. C
9. D 21. D
10. C 22. B
11. D 23. E
12. C 24. E

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