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Aula 04

Curso: Português p/ INSS (todos os cargos)


Professor: Fabiano Sales
Curso de Português - INSS
Teoria e questões comentadas
Prof. Fabiano Sales – Aula 04

AULA 04

Olá, meus amigos e futuros servidores do INSS!

Na aula 04, tenho como objetivo a apresentação dos


Verbos e dos Pronomes.

Para efeitos didáticos, complementarei esta aula com


questões de outras bancas, porém com abordagem similar
à da FUNRIO.

Vamos lá!

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Teoria e questões comentadas
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Antes de entrar no assunto da aula de hoje, vamos resolver mais três


questões da FUNRIO. As temáticas foram estudadas em encontros passados.

1. (FUNRIO-2012/CTI-Renato Archer) Assinale o item em que a


palavra apresentada compartilha da mesma flexão de gênero do
substantivo empregado no verso “Todo artista tem de ir”:

A) abelha.
B) indígena.
C) indivíduo.
D) testemunha.
E) vítima.

Comentário: No verso “Todo artista tem de ir”, o substantivo é o vocábulo


“artista”. Essa palavra denota a flexão por meio do determinante (artigo,
numeral ...): o(a) artista / um(a) artista. O mesmo processo de flexão
ocorre na assertiva (B): a palavra “indígena” pode tanto receber
determinante masculino (o indígena, um indígena) quanto feminino
(a indígena, uma indígena).

Nas demais opções:

a) a palavra “abelha” sempre será antecedida do determinante “a”: a


abelha.
c) o substantivo “indivíduo” sempre será antecedido do artigo “o”: o
indivíduo.
d) o vocábulo “testemunha” é sobrecomum, isto é, apresenta uma única
forma para designar ambos os gêneros: a testemunha.
e) à semelhança do que ocorre com “testemunha”, o substantivo “vítima”
também recebe o artigo “a”, sendo sobrecomum: a vítima.

Logo, esta é a resposta da questão.

Gabarito: B.
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2. (FUNRIO-2012/CTI-Renato Archer) Assinale o item em que a


lacuna não poderia ser completada com a palavra apresentada
entre parênteses:

A) A cidade _________ morávamos tinha clima excelente. (aonde)


B) Ela morou em Londres, _________ se conclui que fala inglês.(donde)
C) _________ estás indo com tanta pressa, meu amigo? (aonde)
D) Sua casa foi construída _________ havia uma pequena floresta.
(onde)
E) _________ vieram aquelas frutas servidas após o jantar? (donde)

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Comentário: Questão clássica da FUNRIO, exigindo de vocês
conhecimento acerca da utilização das formas “onde”, “aonde” e “donde”.
É evidente que a incorreção se localiza na assertiva (A). No período “A
cidade _____ morávamos tinha um clima excelente”, o verbo “morar”
rege o emprego da preposição “em”, elemento que antecede o pronome
relativo “que”. Portanto, a estrutura adequada é “onde”: A cidade onde
morávamos tinha um clima excelente.

Gabarito: A.

3. (FUNRIO-2010/FIOTEC) O Artigo XII da Declaração contém um


único parágrafo: “Ninguém será sujeito a interferências na sua
vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência,
nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à
proteção da lei contra tais interferências ou ataques.”

Esse trecho contém poucas palavras acentuadas, como mostram


os comentários abaixo:

1. As palavras “ninguém” e “será” recebem acento por serem


oxítonas.
2. As palavras “interferências”, “família” e “correspondência”
recebem acento por serem paroxítonas.
3. O sinal gráfico usado nas palavras “reputação” e “proteção”
indica a tonicidade e a nasalidade do ditongo.

A respeito desses três comentários, pode-se considerar que:

A) apenas o primeiro está correto.


B) apenas o segundo está correto.
C) os três estão corretos.
D) apenas os dois primeiros estão corretos.
E) apenas os dois últimos estão corretos.
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Comentário: Vamos analisar as afirmativas.

I. Correta. Nos vocábulos “ninguém” e “será”, o acento tônico recai na


última sílaba. São, portanto, oxítonos. Por serem essas palavras
finalizadas em “a” e “em”, recebem acento gráfico.
II. Correta. De fato, as palavras mencionadas são paroxítonas, ou seja, o
acento tônico recai na penúltima sílaba: ‘in-ter-fe-rên-cias’, ‘fa-mí-lia’,
‘cor-res-pon-dên-cias’.
III. Incorreta. O til indica apenas a nasalização do ditongo “ao”, no final
dos vocábulos “reputação” e “proteção”.

Gabarito: D.

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ESTRUTURA VERBAL

Inicialmente, apresento a vocês a estrutura que compõe os verbos, uma vez


que será por meio dela que identificaremos a conjugação e o sentido no texto.

Em regra, o verbo é formado por três elementos: radical, vogal temática e


desinências.

 RADICAL

Por radical devemos entender o elemento que apresenta o significado da


palavra. Em se tratando de formas verbais, o radical é obtido a partir de sua forma
infinitiva (o “nome” do verbo), suprimindo as terminações -AR, -ER ou -IR:

Cantar  Cant- (radical)


Vender  Vend- (radical)
Partir  Part- (radical)

 VOGAL TEMÁTICA

É o elemento que prepara o radical para o recebimento das desinências. É


por meio da vogal temática que se identifica a conjugação a que o verbo pertence.

Cantar  -a- (1ª conjugação)


Vender  -e- (2ª conjugação)
Partir  -i- (3ª conjugação)

E a que conjugação pertence o verbo pôr ? Meus amigos, esse verbo (e os


derivados compor, decompor, supor etc.) pertence à 2ª conjugação, uma vez que
apresenta -e- como vogal temática, devido à sua origem da forma latina ponere.
Notem que, em algumas pessoas verbais, a vogal temática -e- aparece ao longo da
conjugação.

Exemplo:

Presente do indicativo
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Eu ponho / Tu pões / Ele põe / Nós pomos / Vós pondes / Eles põem

 TEMA

Por meio da união entre radical e vogal temática temos o que se chama
tema.

Fala (tema)  fal- (radical) + -a (vogal temática)


Vende (tema)  vend- (radical) + -e (vogal temática)
Parti (tema)  part- (radical) + -i (vogal temática)

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Aqui chamo a atenção de vocês para as desinências, pois é a partir delas


que perceberemos as flexões verbais. As desinências subdividem-se em:

 modo-temporais – indicam o modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e


o tempo verbal (presente, passado e futuro); e

 número-pessoais – indicam o número (singular e plural) e a pessoa do


discurso (1ª, 2ª e 3ª).

Exemplos:

Cant a va s

radical vogal DMT DNP


temática

CANT- : radical – apresenta o significado da palavra.


-A- : vogal temática – indica que o verbo pertence à 1ª conjugação.
-VA- : desinência modo-temporal – indica que o verbo está flexionado no pretérito
imperfeito do indicativo.
-S : desinência número-pessoal – indica que o verbo está flexionado na 2ª pessoa
do singular.

Vend e re mos

radical vogal DMT DNP


temática
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VEND- : radical – apresenta o significado da palavra.

-E- : vogal temática – indica que o verbo pertence à 2ª conjugação.

-RE- : desinência modo-temporal – indica que o verbo está flexionado no futuro do


presente do indicativo.

-MOS : desinência número-pessoal – indica que o verbo está flexionado na 1ª


pessoa do plural.

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Part i ra s

radical vogal DMT DNP


temática

PART- : radical – apresenta o significado da palavra.

-I- : vogal temática – indica que o verbo pertence à 3ª conjugação.

-RA- : desinência modo-temporal – indica que o verbo está flexionado no pretérito


mais-que-perfeito do indicativo.

-S : desinência número-pessoal – indica que o verbo está flexionado na 2ª pessoa


do singular.

A seguir, apresentarei a vocês o paradigma das desinências modo-


-temporais e número-pessoais.

DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS
1ª 2ª e 3ª
Modo Tempo Exemplo Exemplo
Conjugação Conjugações
Presente ø (zero) falo ø (zero) vendo, parto
Pretérito
perfeito
ø (zero) falei ø (zero) vendi, parti

vendia,
Pretérito falava, vendíeis;
-va (-ve) -ia (-íe)
imperfeito faláveis partia,
partíeis
Pretérito vendera,
-ra (-re) falara, -ra (-re) vendêreis;
Indicativo mais-que-
átono faláreis átono partira,
-perfeito partíreis
venderá,
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Futuro do -ra (-re) falará, -ra (-re) vendereis;


presente tônico falareis tônico partirá,
partireis
venderia,
Futuro do falaria, venderíeis;
-ria (-ríe) -ria (-ríe) partiria,
pretérito falaríeis
partiríeis
venda,
Presente -e fale, faleis -a
parta
Subjuntivo Pretérito falasse, vendesse,
-sse -sse
imperfeito falasses partisse
falar, vender,
Futuro -r -r
falares partir

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DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS
1ª 2ª e 3ª
Modo Tempo Exemplo Exemplo
Conjugação Conjugações
fale, vendam,
Afirmativo -e -a
falemos partam
Imperativo não fale,
não vendam,
Negativo -e não -a não partam
falemos
falar, vendermos,
Infinitivo Pessoal -r -r
falares partirmos

DESINÊNCIAS NÚMERO-PESSOAIS

 1ª pessoa do singular

-o (no Presente do indicativo): falo, vendo, parto.


-i (no Pretérito perfeito e no Futuro do presente do indicativo): falei, vendi, parti; falarei.
Ø (nos demais tempos e modos): falava, falaria, falara, falasse.

 2ª pessoa do singular

-s (em todos os tempos, exceto no Imperativo afirmativo): falas, vendes, partes; falarás.
-ste (no Pretérito perfeito do indicativo): falaste, vendeste, partiste.
Ø (no Imperativo afirmativo): fala (tu), vende (tu), parte (tu).

 3ª pessoa do singular

-u (Pretérito perfeito do indicativo): falou, vendeu, partiu.


Ø (nos demais tempos e modos): falava, falaria, falara, falasse.

 1ª pessoa do plural

-mos: falamos, vendemos, partimos.


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 2ª pessoa do plural

-stes (no Pretérito perfeito do indicativo): falastes, vendestes, partistes.


-des (no Futuro do subjuntivo e no Infinitivo pessoal): falardes, venderdes, partirdes.
-i (no Imperativo afirmativo): falai (vós), vendei (vós), parti (vós).
-is (nos demais tempos e modos): falais, vendeis, partis.
-des(no Presente do indicativo dos verbos irregulares ter, vir, pôr, ver, rir, ir): vindes, ides.

 3ª pessoa do plural

-ram (Pretérito perfeito do indicativo): cantaram, venderam, partiram.


-o (no Futuro do presente do indicativo): cantarão, venderão, partirão.
-em (no Futuro do subjuntivo e no Infinitivo pessoal): cantarem, venderem, partirem.
-m (nos demais tempos e modos): cantam, vendem, partem; cantavam, vendiam, partiam.

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MODOS E TEMPOS VERBAIS

Modo verbal apresenta a relação existente entre o falante e o fato expresso


pela ação verbal. Os modos verbais são indicativo, subjuntivo e imperativo.

Modo indicativo – transmite a ideia de fatos certos, reais.

Exemplo: Nós estudamos para o concurso.

Modo subjuntivo – transmite a ideia de fatos duvidosos, possíveis,


hipotéticos.

Exemplo: É provável que estudemos para o concurso.

Modo imperativo – transmite a ideia de ordem, pedido, desejo.

Exemplo: Estudem para o concurso.

EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS

 INDICATIVO

O presente é empregado para:

- denotar um fato atual, ou seja, que acontece no momento em que se fala. É


denominado presente atual.

Exemplo: Enquanto falo, você estuda.

- denotar verdades permanentes. É denominado presente universal.

Exemplos: O homem é mortal.


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- denotar uma ação habitual, frequente. É denominado presente frequentativo.

Exemplo: Estudamos muito.

- proporcionar vivacidade a fatos ocorridos no passado. Denomina-se presente


histórico.
Exemplo: 1994: Romário dribla a pobreza, o preconceito e as regras e se torna o rei da
Copa.

- denotar uma ação futura, contudo próxima.

Exemplo: Amanhã vou ao jogo do Vasco.

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O pretérito perfeito apresenta a ação totalmente concluída.

Exemplo: Estudei para passar nesta prova.

O pretérito imperfeito é empregado para:

- indicar uma ação que, no passado, ocorria com habitualidade. É denominado


imperfeito frequentativo.

Exemplo: Acordava, tomava banho e ia estudar.

- indicar uma ação passada, porém não totalmente concluída em relação à outra.

Exemplo: Quando o professor entrou, o aluno fazia a prova.

- substituir o presente, com o matiz semântico de cortesia, atenuando um pedido.

Exemplo: Eu queria saber se você estudou para a prova.

O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação passada anterior à outra,


também passada.

Exemplo: A sessão de cinema já começara quando entramos.

Dica estratégica!

O pretérito mais-que-perfeito pode substituir o futuro do pretérito do


indicativo ou o pretérito imperfeito do subjuntivo.

Exemplos: Quem me dera ficar em primeiro lugar!


Não fora o fiscal de sala, teríamos passado na prova. (Não fosse o fiscal de sala...)
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O futuro do presente indica uma ação que ainda será realizada.

Exemplo: Neste concurso, seremos aprovados.

Dica estratégica!

O futuro do presente do indicativo pode indicar uma verdade universal,


surgindo com valor semântico de imperativo.

Exemplo: Não matarás!

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O futuro do pretérito é empregado para:

- indicar um futuro dependente de alguma condição, ou seja, pode denotar situações


tomadas como hipotéticas.

Exemplo: Se tivesse estudado, passaria no concurso.

Atenção!

Segundo as lições de Evanildo Bechara, em Moderna Gramática Portuguesa, o


pretérito imperfeito do indicativo “aparece em lugar do futuro do pretérito para denotar um
fato certo como consequência de outro que não ocorreu.

Exemplo: Eu, se tivesse crédito na praça, pedia outro empréstimo.”

Entretanto, no padrão culto escrito, emprega-se a forma pediria, conjugada no


futuro do pretérito do indicativo.

Exemplo: Eu, se tivesse crédito na praça, pediria outro empréstimo.”

Na música “Me deixa em paz”, de Airton Amorim e Monsueto, o verso

“Se você não me queria, não devia me procurar “ ,

o pretérito imperfeito foi empregado incorretamente. Esse tempo verbal deve ser
utilizado para denotar uma ação ocorrida no passado. Não se trata do caso em análise.
Como há uma condição, demonstrada pelo excerto “Se você não me queria”, o correto é
empregar a forma deveria, no futuro do pretérito do indicativo.

Na linguagem oral, é muito comum o emprego do pretérito imperfeito do indicativo


sem a indicação do passado.

Exemplo: O evento “Rio + 20” está complicando o trânsito hoje. Se eu viesse a pé, eu já
estava lá.

No exemplo acima, foi indicada uma condição – Se eu viesse a pé. Logo, deveria ser
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empregada a forma verbal estaria, conjugada no futuro do pretérito do indicativo.

Continuando...

- indicar um fato (futuro) posterior em relação a outro passado.

Exemplo: Elas disseram que estudariam para o concurso.

- expressar polidez.

Exemplo: Você poderia abrir a janela?

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 SUBJUNTIVO

O presente é empregado indica um fato duvidoso ou provável. Para facilitar a


conjugação, insiram o advérbio talvez.

Exemplo: (Talvez) Tenha sucesso no concurso.

O pretérito imperfeito indica uma concessão, por meio de um fato


hipotético. Para facilitar a conjugação, insiram a conjunção se.

Exemplos: Se você estudasse mais, ficaria em primeiro lugar no concurso.


“Era provável que a ocasião aparecesse.” (Machado de Assis)

O futuro indica uma ação eventual. Para facilitar a conjugação, insiram a


conjunção quando.

Exemplo: Quando eu passar no concurso, ficarei tranquilo.

 IMPERATIVO

O modo imperativo exprime ordem, pedido, desejo. O imperativo subdivide-


-se em:

- afirmativo.

Exemplo: Estudem!

- negativo.

Exemplo: Não estudem a poucos instantes da prova!

O modo imperativo é formado a partir dos presentes do indicativo e do


subjuntivo. 96411120900

Presente do Imperativo Presente do Imperativo


indicativo afirmativo subjuntivo negativo

Eu falo - Eu fale -
Tu falas Fala tu Tu fales Não fales tu
Ele fala Fale você Ele fale Não fale você
Nós falamos Falemos nós Nós falemos Não falemos nós
Vós falais Falai vós Vós faleis Não faleis vós
Eles falam Falem vocês Eles falem Não falem vocês

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FORMAÇÃO DO IMPERATIVO

 Afirmativo

O imperativo afirmativo não apresenta a 1ª pessoa do singular.

Por sua vez, a 2ª pessoa do singular (tu) e a 2ª pessoa do plural (vós) do


imperativo afirmativo são formadas a partir do presente do indicativo, suprimindo-se
a desinência número-pessoal “-s”:

Tu falas (presente do indicativo) :: fala tu (imperativo afirmativo)

Vós falais (presente do indicativo) :: falai vós (imperativo afirmativo)

As demais pessoas do imperativo afirmativo são oriundas do presente do


subjuntivo:

Que ele fale (presente do subjuntivo) :: fale você (imperativo afirmativo)

Que nós falemos (presente do subjuntivo) :: falemos nós (imperativo afirmativo)

Que eles falem (presente do subjuntivo) :: falem vocês (imperativo afirmativo)

 Negativo

Assim como o afirmativo, o imperativo negativo não apresenta a 1ª pessoa


do singular.
As demais pessoas são integralmente formadas a partir do presente do
subjuntivo, com o acréscimo do advérbio “não”:

Que tu fales (presente do subjuntivo) :: Não fales tu (imperativo negativo)

Que ele fale (presente do subjuntivo) :: Não fale você (imperativo negativo)

Que nós falemos (presente do subjuntivo) :: Não falemos nós (imperativo negativo)
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Que vós faleis (presente do subjuntivo) :: Não faleis vós (imperativo negativo)

Que eles falem (presente do subjuntivo) :: Não falem vocês (imperativo negativo)

FORMAS NOMINAIS

Além dos modos indicativo, subjuntivo e imperativo, há, ainda, as formas


nominais.
Neste momento, alguém sempre me pergunta: “Fabiano, por que a
nomenclatura formas nominais se são verbos”? Respondo a vocês que essa
nomenclatura surgiu devido ao comportamento dessas estruturas como nomes
(substantivo, adjetivo e advérbio).

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As formas nominais são:

Infinitivo – é a forma como se designam os verbos, ou seja, é o próprio “nome” do


verbo. Termina em “-r” (falar, vender, partir).

E quando o infinitivo se comporta como nome? Nos seguintes exemplos:

Recordar é viver. (= A recordação é vida.)


Sorrir é alegria. (= Sorriso é alegria.)

Gerúndio – indica um processo prolongado ou incompleto. Termina em “-ndo”.


Aparece em locuções verbais e em orações reduzidas.

Exemplo: Estamos estudando. (locução verbal  equivale a “Estudamos”.)


Estudando, passaremos no concurso. (oração subordinada adverbial condicional
reduzida de gerúndio  equivale a “Se estudarmos, passaremos no concurso”.)

Dica estratégica!

O gerúndio:

- equivale a um advérbio.

Exemplo: O homem caminhava cantando. (o modo como caminhava)

- pode ter valor adjetivo.

Exemplo: Crianças sorrindo. (= Crianças sorridentes.)

Particípio – termina em “-do”. Pode ser empregado em tempos compostos, na


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voz passiva, em orações reduzidas e sob a forma de adjetivos.

Exemplos:
Ele tem passado em muitos concursos. (pretérito perfeito composto do indicativo)
Até a prova, terei estudado muito. (futuro do presente composto do indicativo)
O aluno foi aprovado pela banca examinadora. (locução verbal de voz passiva)
Aprovado o aluno, tomou posse no cargo. (oração subordinada adverbial temporal
reduzida de particípio)
Este aluno está aprovado. (adjetivo)

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Dica estratégica!

O particípio pode referir-se a fatos presentes, passados ou futuros.

Exemplos:
Terminada a prova, vamos para casa. (presente)
Terminada a prova, fomos para casa. (passado)
Terminada a prova, iremos para casa. (futuro)

Uma curiosidade: no gerúndio e no particípio, o verbo “vir” apresenta a


mesma forma: “vindo”. Para fazer a diferenciação, substituam o verbo “vir” pelo
verbo “ir”: se, como resultado, aparecer “-ido”, a forma verbal estará no particípio;
por outro lado, se aparecer “-indo”, o verbo estará no gerúndio.
Exemplos:
Assim que o professor chegou, a diretora já tinha vindo.

No exemplo acima, notem que cabe apenas a substituição da forma “vindo”


por “ido”: Assim que o professor chegou, a diretora já tinha ido. Logo, “vindo” está
no particípio.

A diretora já está vindo.


Em “A diretora já está vindo.”, a forma verbal em destaque pode ser
substituída apenas por “indo”: A diretora já está indo. Logo, “vindo” está no
gerúndio.

TEMPOS COMPOSTOS

As formas verbais compostas são formadas por meio da seguinte estrutura:

Ter ou Haver + Particípio


(verbo auxiliar) (verbo principal)
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Na Língua Portuguesa, os tempos compostos são:

 MODO INDICATIVO

a) Pretérito perfeito  (presente do indicativo + particípio) - traduz um fato cujo


início se deu no passado, mas que se repete até o momento presente.

Exemplos: Cidadezinha que não tem cabido no mapa. (= Cidadezinha que não coube
no mapa.)
O papel da polícia tem sido o de impor o medo.

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b) Pretérito mais-que-perfeito  (pretérito imperfeito do indicativo + particípio) –


traduz um evento passado anterior a outro, também passado.

Exemplos: Apesar do vultoso investimento feito pelo governo, eu nunca tinha visto
uma seca tão severa no Nordeste.
“A essa altura eu já tinha pegado a segunda de uma figueira ...”
Quando cheguei, ele já tinha saído.

Atenção!

O pretérito mais-que-perfeito composto é apresenta o mesmo valor


semântico de sua forma simples. Portanto, ambas as estruturas se equivalem.

Exemplos: Apesar do vultoso investimento feito pelo governo, eu nunca vira uma seca
tão severa no Nordeste.
“A essa altura eu já pegara a segunda de uma figueira ...”
Quando cheguei, ele já saíra.

c) Futuro do presente  (futuro do presente do indicativo + particípio) - traduz um fato


futuro em relação ao momento do texto, porém anterior a outro evento.

Exemplo: Quando você chegar, eu já terei concluído o relatório.

d) Futuro do pretérito  (futuro do pretérito do indicativo + particípio) - traduz um fato


que poderia ter ocorrido posteriormente a determinado fato passado.

Exemplo: Se dependesse de mim, teria vetado o repasse das verbas.

 MODO SUBJUNTIVO

a) Pretérito perfeito  (presente do subjuntivo + particípio) - traduz um fato totalmente


terminado num momento passado.

Exemplo: Basta que ele tenha existido.


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Nunca ouvi dizer que uma dessas trocas tenham obtido resultados aproveitáveis.

b) Pretérito mais-que-perfeito  (imperfeito do subjuntivo + particípio) - traduz um


evento passado anterior a outro, também passado.

Exemplos: Esperávamos que ela já tivesse chegado.


Desejaria que ela já tivesse chegado.

c) Futuro  (futuro do subjuntivo + particípio) - traduz um fato posterior ao momento


atual, mas já terminado antes de outro fato futuro.

Exemplo: Comemoraremos quando tiveres passado.

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 FORMAS NOMINAIS COMPOSTAS

a) Infinitivo (infinitivo + particípio).

Exemplo: Ter feito os exercícios foi o diferencial.

b) Gerúndio (gerúndio + particípio).

Exemplo: Tendo estudado as disciplinas, passei no concurso.

CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS

Os verbos classificam-se em regulares, irregulares, anômalos, defectivos


e abundantes.

a) Regulares – mantêm o paradigma (modelo) do radical e das desinências no


decorrer da conjugação.

Exemplos:

Falar: eu falo, tu falas, ele fala, nós falamos, vós falais, eles falam.

Correr: eu corro, tu corres, ele corre, nós corremos, vós correis, eles correm.

Partir: eu parto, tu partes, ele parte, nós partimos, vós partis, eles partem.

Dica estratégica!

Como saber se um verbo é regular? É simples! Há dois tempos verbais que


nos mostram se o verbo é regular ou não: presente do indicativo e pretérito
perfeito do indicativo. Se, nessas conjugações, a forma verbal mantiver o
paradigma (modelo) de conjugação, será regular.
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Exemplo:
COMER (verbo de 2ª conjugação)

Presente do indicativo Pretérito perfeito do indicativo

eu como eu comi
tu comes tu comeste
ele come ele comeu
nós comemos nós comemos
vós comeis vós comestes
eles comem eles comeram

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Em regra, as formas verbais terminadas em -iar são regulares.

Exemplo: ARRIAR (abaixar-se) - eu arrio, tu arrias, ele arria, nós arriamos,


vós arriais, eles arriam.

Por que eu disse “em regra”, acima? Porque algumas formas verbais
terminadas em -iar são irregulares. São elas: mediar (além do derivado
intermediar), ansiar, remediar, incendiar e odiar.
E o que isso significa? Meus amigos, por serem irregulares, os verbos acima
receberão a vogal E nas formas rizotônicas (rizo = raiz + tônica = sílaba forte), ou
seja, rizotônica é a forma cuja sílaba tônica recai no radical do verbo.

As formas rizotônicas ocorrem na 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular (“eu”, “tu”,


“ele”) e na 3ª pessoa do plural (“eles”): eu medeio, tu medeias, ele medeia, eles
medeiam.
E existe possibilidade de a sílaba tônica recair fora do radical do verbo? Sim,
claro! São as chamadas formas arrizotônicas, aquelas cuja sílaba tônica recai
fora do radical. Ocorrem na 1ª e 2ª pessoas do plural: “nós” e “vós”.
E isso traz alguma implicação? Perfeitamente! Vimos que as formas
rizotônicas dos verbos acima assinalados (mediar – e derivados –, ansiar,
remediar, incendiar e odiar) receberão a vogal E, o que NÃO ocorre nas formas
arrizotônicas. Desse modo, é errado fazer a flexão “nós medeiamos”, “vós
medeiais”, por exemplo. Por serem formas arrizotônicas, o correto é “nós
mediamos”, “vós mediais”.

b) Irregulares – apresentam variação no paradigma (modelo) do radical e/ou


das desinências.

Exemplos:

Fazer: eu faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos, vós fazeis, eles fazem.

Ouvir: eu ouço, tu ouves, ele ouve, nós ouvimos, vós ouvis, eles ouvem.
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Dica estratégica!

Como saber se um verbo é irregular? É simples! Há dois tempos verbais que


nos mostram a regularidade ou não de um verbo: presente do indicativo e
pretérito perfeito do indicativo. Se, nessas conjugações, a forma verbal
apresentar variações no paradigma (modelo), será irregular.

Exemplo:

CABER (verbo de 2ª conjugação)

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Presente do indicativo Pretérito perfeito do indicativo

eu caibo eu coube
tu cabes tu coubeste
ele cabe ele coube
nós cabemos nós coubemos
vós cabeis vós coubestes
eles cabem eles couberam

Os verbos terminados em -ear são irregulares. E o que isso significa?


Significa que essas formas verbais receberão a vogal i nas formas rizotônicas
(“eu”, “tu”, “ele” e “eles”), mas não nas arrizotônicas (“nós” e “vós”).

Exemplo: ARREAR (pôr arreio) - eu arreio, tu arreias, ele arreia, nós arreamos,
vós arreais, eles arreiam.

Viram que os verbos arriar e arrear são diferentes? Geralmente, aparecem


em provas. Portanto, muita atenção!

Segundo as lições de Evanildo Bechara, em Moderna Gramática Portuguesa,


37ª edição, pág. 226, “não entram no rol dos verbos irregulares aqueles que, para
conservar a pronúncia, têm de sofrer variação de grafia”. Em outras palavras, como
não há alteração fonética, o verbo não é irregular.

Exemplos: carrega – carregue – carreguei – carregues; ficar – fico – fiquei – fique.

c) Anômalos – para facilitar a vida de vocês (rs...), são apenas dois: ser e ir.

 SER

Pretérito perfeito do indicativo Pretérito imperfeito do indicativo

eu fui eu era
tu foste tu eras
ele foi ele era
nós fomos nós éramos
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vós fostes vós éreis


eles foram eles eram

 IR

Pretérito perfeito do indicativo Pretérito imperfeito do indicativo

eu fui eu ia
tu foste tu ias
ele foi ele ia
nós fomos nós íamos
vós fostes vós íeis
eles foram eles iam

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Perceberam que os verbos ser e ir apresentam a mesma conjugação no
pretérito perfeito do indicativo? Sendo assim, somente poderemos identificar o
verbo que está sendo empregado ao visualizar o contexto. A semelhança de formas
ocorre, também, nos seguintes tempos verbais: pretérito mais-que-perfeito do
indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo.

d) Defectivos – são verbos que, em sua conjugação, não apresentam todas as


formas (tempos, modos e pessoas). É na 3ª conjugação que se encontra a maioria
dos verbos defectivos.
De onde provém o defeito verbal? Futuros servidores públicos, o defeito
verbal sempre se refere ao tempo presente, ou seja, nunca ao passado ou ao
futuro. Em outras palavras, quando nos referirmos a defeito verbal, deveremos
fazer essa relação com o presente do indicativo, presente do subjuntivo e
imperativo, sendo estes dois últimos derivados do primeiro (presente do indicativo).
O defeito verbal deve-se:

- à ausência da 1ª pessoa do singular no presente do indicativo.

E qual a consequência desse defeito? Consequentemente, o verbo não é


conjugado no presente do subjuntivo e no imperativo negativo. No imperativo
afirmativo, só apresentam as segundas pessoas do singular e plural, pois estas
provêm das respectivas pessoas do presente do indicativo.

Exemplos: abolir, banir, colorir, delinquir, demolir, exaurir, explodir, feder,


fremer (ou fremir), explodir, haurir, viger etc.

- à conjugação apenas na 1ª e 2ª pessoas do plural (formas arrizotônicas – “nós”


e “vós”) no presente do indicativo.
E qual a consequência desse outro defeito? Os verbos não apresentam o
presente do subjuntivo e, por consequência, o imperativo negativo. Além disso,
o imperativo afirmativo só terá a 2ª pessoa do plural (lembrem-se da formação
do imperativo!).

Exemplos:
PRECAVER
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Presente do indicativo Imperativo afirmativo

nós precavemos –
vós precaveis precavei vós

REAVER

Presente do indicativo Imperativo afirmativo

nós reavemos –
vós reaveis reavei vós

Nos demais tempos e modos, os verbos são conjugados normalmente.

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REAVER

Pretérito perfeito do indicativo Futuro do subjuntivo

eu reouve (quando) eu reouver


tu reouveste (quando) tu reouveres
ele reouve (quando) ele reouver
nós reouvemos (quando) nós reouvermos
vós reouvestes (quando) vós reouverdes
eles reouveram (quando) eles reouverem

e) Abundantes – são verbos que apresentam mais de uma forma de igual valor e
função.

Exemplo:
Presente do indicativo

nós havemos (ou hemos)


vós haveis (ou heis)

Imperativo afirmativo

faz (ou faze) tu

Normalmente, esta abundância de forma ocorre no particípio.

Infinitivo impessoal Particípio regular Particípio irregular

aceitar aceitado aceito


acender acendido aceso
assentar assentado
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assento
benzer benzido bento
desenvolver desenvolvido desenvolto
eleger elegido eleito
emergir emergido emerso
entregar entregado entregue
enxugar enxugado enxuto
expressar expressado expresso
exprimir exprimido expresso
extinguir extinguido extinto
expulsar expulsado expulso
frigir frigido frito
ganhar ganhado ganho
gastar gastado gasto

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imergir imergido imerso
imprimir imprimido impresso
inserir inserido inserto
isentar isentado isento
matar matado morto
omitir omitido omisso
pagar pagado pago
pegar pegado pego
prender prendido preso
revolver revolvido revolto
salvar salvado salvo
soltar soltado solto
submergir submergido submerso
suspender suspendido suspenso
tingir tingido tinto

Em geral, empregamos o particípio regular, que fica invariável, com os


verbos auxiliares ter e haver, formando os tempos compostos.

Exemplo: Eles têm aceitado os documentos. (têm aceitado = pretérito perfeito


composto do indicativo)

Na voz passiva, empregamos, em geral, o particípio irregular, que se


flexiona em gênero e número, com os verbos auxiliares ser, estar e ficar, formando
a locução verbal de voz passiva.

Exemplo: Os documentos têm sido aceitos por eles. (têm sido aceitos = locução
verbal de voz passiva)

ALGUMAS PARTICULARIDADES
Alguns aspectos costumam figurar nas questões de provas, quais sejam:

 Acento diferencial de número


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Presente do Indicativo

Ter Conter Reter Entreter-se

singular ele tem ele contém ele retém ele se entretém


plural eles têm eles contêm eles retêm eles se entretêm

Vir Convir Provir Intervir


singular ele vem ele convém ele provém ele intervém
plural eles vêm eles convêm eles provêm eles intervêm

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 Verbo primitivo e flexão de seus derivados

Notem que os verbos derivados seguirão o paradigma dos respectivos verbos


primitivos.

TER: eu tive, ele teve, eles tiveram, quando eu tiver, se ele tivesse ...

Abster-se  eu me abstive, ele se absteve, eles se abstiveram, quando eu me abstiver, se ele


se abstivesse ...
Conter  eu contive, ele conteve, eles contiveram, quando eu contiver, se ele contivesse ...
Deter  eu detive, ele deteve, eles detiveram, quando eu detiver, se ele detivesse ...
Entreter-se  eu me entretive, ele se entreteve, eles se entretiveram, quando eu me
entretiver, se ele se entretivesse ...
Manter  eu mantive, ele manteve, eles mantiveram, quando eu mantiver, se ele mantivesse..
Obter  eu obtive, ele obteve, eles obtiveram, quando eu obtiver, se ele obtivesse ...
Reter  eu retive, ele reteve, eles retiveram, quando eu retiver, se ele retivesse ...

VIR: eu vim, ele veio, eles vieram, quando eu vier, se ele viesse ...

Advir  eu advim, ele adveio, eles advieram, quando eu advier, se ele adviesse ...
Convir  eu convim, ele conveio, eles convieram, quando eu convier, se ele conviesse ...
Desavir-se  eu me desavim, ele se desaveio, eles se desavieram, quando eu me desavier,
se ele se desaviesse ...
Intervir  eu intervim, ele interveio, eles intervieram, quando eu intervier, se ele interviesse ...
Provir  eu provim, ele proveio, eles provieram, quando eu provier, se ele proviesse ...
Sobrevir  eu sobrevim, ele sobreveio, eles sobrevieram, quando eu sobrevier, se ele
sobreviesse ...

VER: eu vi, ele viu, eles viram, quando eu vir, se ele visse ...

Antever  eu antevi, ele anteviu, eles anteviram, quando eu antevir, se ele antevisse ...
Entrever  eu entrevi, ele entreviu, eles entreviram, quando eu entrevir, se ele entrevisse ...
Prever  eu previ, ele previu, eles previram, quando eu previr, se ele previsse ...
Rever  eu revi, ele reviu, eles reviram, quando eu revir, se ele revisse ...

É muito parecida a conjugação dos verbos vir e ver no futuro do


subjuntivo. Notem, porém, que as formas verbais não se confundem:
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Futuro do subjuntivo
(utilizem a conjunção “quando” para facilitar a conjugação)

VER ≠ VIR
(Quando) eu vir vier
(Quando) tu vires vieres
(Quando) ele vir vier
(Quando) nós virmos viermos
(Quando) vós virdes vierdes
(Quando) eles virem vierem

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 Verbos terminados em -UIR, -AIR e -OER


Os verbos terminados em -UIR, -AIR e -OER têm, na 3ª pessoa do singular
do presente do indicativo, a desinência “i”:

Presente do Indicativo
-UIR  ele constitui (de constituir) / atribui (de atribuir) / conclui (de concluir)
-AIR  ele extrai (de extrair) / retrai (de retrair) / distrai (de distrair)
-OER  ele rói (de roer) / mói (de moer) / remói (de remoer)

 Falsos Derivados

Existem dois verbos bastante perigosos: requerer e prover.

a) Os verbos querer e requerer apresentam muitas diferenças em suas


conjugações.

Presente do indicativo Pretérito mais-que-perfeito

Querer Requerer Querer Requerer

quero requeiro quisera requerera


queres requeres quiseras requereras
quer requer quisera requerera
queremos requeremos quiséramos requerêramos
quereis requereis quiséreis requerêreis
querem requerem quiseram requereram

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Pretérito perfeito do indicativo Pretérito imperfeito do subjuntivo

Querer Requerer Querer Requerer

quis requeri quisesse requeresse


quiseste requereste quisesses requeresses
quis requereu quisesse requeresse
quisemos requeremos quiséssemos requerêssemos
quisestes requerestes quisésseis requerêsseis
quiseram requereram quisessem requeressem

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b) Os verbos ver e prover também apresentam muitas diferenças em suas


conjugações.

Presente do indicativo Presente do subjuntivo

Ver Prover Ver Prover

vejo provejo veja proveja


vês provês vejas provejas
vê provê veja proveja
vemos provemos vejamos provejamos
vedes provedes vejais provejais
veem proveem vejam provejam

Pretérito perfeito do indicativo Pretérito imperfeito do subjuntivo

Ver Prover Ver Prover

vi provi visse provesse


viste proveste visses provesses
viu proveu visse provesse
vimos provemos víssemos provêssemos
vistes provestes vísseis provêsseis
viram proveram vissem provessem

Locução verbal – podemos defini-la como o conjunto de dois ou mais verbos


que formam uma unidade. A estrutura da perífrase (ou locução) verbal é formada
por um verbo principal (sempre o último, o qual determina a transitividade) e por
verbo(s) auxiliar(es), em que poderá ocorrer ou não flexão.

Exemplos: 96411120900

O candidato só poderá sair sessenta minutos após o início da prova.

Infelizmente, costuma haver confrontos entre torcidas nos clássicos de futebol.

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1. (FCC-2011/TRE-RN) Na frase “... como fazia em noites de trovoadas.”, o
verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado
acima está em:
(A) Ao ouvir as notícias...
(B) ... D. João embarcou na carruagem...
(C) ... que passara a madrugada...
(D) ... bastaram algumas semanas...
(E) ... que o aguardava...

Comentário: A forma verbal “fazia” encontra-se flexionada no pretérito imperfeito do


indicativo, conforme percebemos pela desinência modo-temporal “-ia”, recorrente
em verbos de 2ª e 3ª conjugações. Sendo assim, devemos encontrar, nas opções,
uma forma verbal que esteja no mesmo tempo e modo. É o que ocorre na assertiva
E, uma vez que “aguardava” também está flexionada no pretérito imperfeito do
indicativo. Como percebemos essa flexão? Por meio da desinência modo-temporal
“-va”, característica de verbos de 1ª conjugação.

Gabarito: E.

2. (FCC-2006-TRT 20ª Região) Considere as formas verbais saem e saía. A


mesma relação existente entre ambas, quanto à flexão, está no par:

(A) vão e foi.


(B) estão e estava.
(C) fogem e fugiu.
(D) dirigem e dirigira.
(E) trabalham e trabalharia.

Comentário: Percebemos que a forma verbal “saem” está flexionada no presente


do indicativo (tempo que possui desinência-modo temporal ø), ao passo que “saía”
está flexionada no pretérito imperfeito do indicativo (tempo que, na 2ª e 3ª
conjugações, possui desinência modo-temporal “-ia”). Sendo assim, devemos
encontrar, nas opções, formas verbais flexionadas nos mesmos tempo e modo. É o
que ocorre na opção (B), já que “estão” aparece no presente do indicativo e que
“estava” aparece flexionada no pretérito imperfeito do indicativo (na 1ª conjugação,
a desinência modo-temporal é “-va”). 96411120900

Gabarito: B.

3. (FCC-2011/TRE-TO) “Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas


mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera justamente
aquela, entre tantas meninas de uma família distinta”.
O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, sem que se altere o
sentido e a correção originais, e o modo verbal, por:

(A) escolheria.
(B) havia escolhido.
(C) houvera escolhido.
(D) escolhesse.
(E) teria escolhido.

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Comentário: A forma verbal “escolhera” está flexionada no pretérito mais-que-


-perfeito do indicativo. Como percebemos essa flexão? Por meio da desinência
modo-temporal “ra” (átona). É uma forma mais usual na escrita do que na fala, já
que nesta última situação comunicacional, geralmente empregamos o pretérito
mais-que-perfeito composto, formado pela estrutura:

TER / HAVER (no pretérito imperfeito) + verbo principal (no Particípio)

É o que ocorre na assertiva B, já que “havia escolhido” corresponde à


estrutura acima apresentada:

HAVIA ESCOLHIDO
pretérito particípio
imperfeito
Gabarito: B.

4. (FCC-2011/TRE-TO) Na frase “A intenção é a de que o filme contribua para a


educação ...”, o verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se
encontra o grifado acima está em:

(A) ... e, agora, busca-se patrocínio.


(B) A Agência Nacional de Cinema (Ancine) aprovou o projeto ...
(C) ... o longa-metragem apresentará cenas de flagrantes de tráfico ...
(D) ... que queiram se aprofundar no tema.
(E) ... e, por isso, será oferecido para estabelecimentos de ensino.

Comentário: O verbo “contribuir” está flexionado no presente do subjuntivo, tempo


verbal empregado para indicar um fato duvidoso ou provável. Para facilitar a análise,
insiram o advérbio talvez: “A intenção é a de que o filme (talvez) contribua para...”.
O mesmo tempo verbal é encontrado no verbo “querer”, localizado na opção
(D): “... que queiram se aprofundar no tema”. Para facilitar a análise do tempo
verbal, insiram o advérbio talvez: “... que (talvez) queiram se aprofundar no tema”.

Gabarito: D.
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5. (FCC-2011-TRE-RN) É comum que, durante suas brincadeiras, as crianças


se _________ para um universo mágico e _________ a identidade de uma
personagem admirada, _____________ um super-herói ou uma figura da
realeza.

Preenche corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada, o que está


em:

(A) transportem – assumam – seja


(B) transportam – assumiriam – sendo
(C) transportariam – assumiriam – seria
(D) transportam – assumem – seja
(E) transportem – assumem – seria

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Comentário: A questão exigiu de vocês, candidatos, o conhecimento do subjuntivo,


modo empregado para denotar suposição, hipótese. Para que seja mantida a
correlação verbal, assunto que veremos adiante, os verbos devem ser empregados,
segundo o contexto apresentado, no presente do subjuntivo, tempo verbal
encontrado na assertiva A: “ (...)as crianças se “transportem” para um universo
mágico e “assumam” a identidade de uma personagem admirada, “seja” um super-
-herói (...)”. Notem que a inserção do advérbio talvez facilita a análise:

“(talvez) as crianças se transportem”


“(talvez) as crianças assumam”
“(talvez) seja um super-herói”

Gabarito: A.

6. (FCC-2012/TRE-CE) “... e ele pretendia fazer o terceiro filme seguido lá...”


O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em:

(A) Houve um tempo em que eu...


(B) ... o sucesso crítico e financeiro de Match Point deu origem a outras
possibilidades.
(C) ... mas você gostaria de fazer alguma observação?
(D) ... estava ligado em comédia...
(E) Mas não sinto mais a mesma coisa.

Comentário: No enunciado, a forma verbal “pretendia” está flexionada no pretérito


imperfeito do indicativo. Os mesmo tempo e modo são encontrados na assertiva D:
no trecho “... estava ligado em comédia...”, o verbo “estar” foi flexionado no pretérito
imperfeito do indicativo. Uma maneira mais simples e rápida de reconhecer a flexão
nesse tempo verbal é observar a desinência modo-temporal “-va”:

est- : radical
-a- : vogal temática
-va : desinência modo-temporal de pretérito imperfeito do indicativo para verbos de
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1ª conjugação.

Nas demais opções, temos:

A) Houve - verbo “haver” flexionado no pretérito perfeito do indicativo.


B) deu - verbo “dar” flexionado no pretérito perfeito do indicativo.
C) gostaria - verbo “gostar” flexionado no futuro do pretérito do indicativo.
E) sinto - verbo “sentir” flexionado no presente do indicativo.

Gabarito: D.

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7. (FCC-2012/TRE-SP) “Já tenho lido que ele usa uma língua misturada de
italiano e português.”

No segmento grifado acima, Antonio Candido usou determinada forma verbal


que poderia ser substituída, sem prejuízo para correção e a lógica, por:

(A) li.
(B) lia.
(C) lera.
(D) leria.
(E) leio.

Comentário: A estrutura “tenho lido” está flexionada no pretérito perfeito


composto do indicativo (verbo auxiliar no presente do indicativo + verbo principal
no particípio). Para a manutenção do tempo verbal, a forma adequada encontra-se
na assertiva A. O verbo “ler” está flexionado no pretérito perfeito simples do
indicativo: “Já li que ele usa uma língua misturada de italiano e português”. Portanto,
esse é o gabarito da questão.

Gabarito: A.

8. (CESGRANRIO - 2008 – ANP) Observe os termos destacados no trecho a


seguir. "Nenhum outro período da história brasileira testemunhou mudanças
tão profundas, decisivas e aceleradas quanto os treze anos (1808-1821) em
que a corte portuguesa morou no Rio de Janeiro." (l. 1-4). A relação temporal
existente entre as formas verbais em destaque se mantém quando estas são
substituídas por:

a) tinha testemunhado - teria morado.


b) terá testemunhado - mora.
c) testemunharia - moraria.
d) testemunha - mora.
e) testemunhava - morara.

Comentário: No enunciado, as formas verbais “testemunhou” e “morou” foram


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empregadas no pretérito perfeito do indicativo. Dessa forma, analisemos as


assertivas.
A) Resposta incorreta. A forma verbal composta “tinha testemunhado” representa
o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo, apresentando a ideia de um
evento passado anterior a outro, também passado. Por sua vez, a forma composta
“teria morado” está conjugada no futuro do pretérito composto do indicativo,
trazendo uma ideia de hipótese. Assim, a assertiva não satisfaz ao que se pede no
enunciado.
B) Resposta incorreta. Nesta opção, não houve uma correlação (correta) entre as
formas “terá testemunhado” (futuro do presente composto do indicativo) e “mora”
(presente do indicativo).

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C) Resposta incorreta. As formas verbais “testemunharia” e “moraria” estão


conjugadas no futuro do pretérito do indicativo, indicando fato hipotético. Logo, não
satisfazem ao pedido do examinador da banca.
D) Esta é a resposta da questão. Conforme estudamos nas lições, o presente do
indicativo pode ser empregado para proporcionar vivacidade a fatos ocorridos no
passado, ao que chamamos de presente histórico. Portanto, é correto substituir as
formas verbais “testemunhou” e “morou” por “testemunha” e “mora”,
respectivamente: “Nenhum outro período da história brasileira testemunha
mudanças tão profundas, decisivas e aceleradas quanto os treze anos (1808-1821)
em que a corte portuguesa mora no Rio de Janeiro”.
E) Resposta incorreta. A forma verbal “testemunhava” está conjugada no pretérito
imperfeito do indicativo, tempo que indica uma ação que, no passado, ocorria com
habitualidade. Por sua vez, “morara” está conjugada no pretérito mais-que-perfeito
simples do indicativo, indicando uma ação passada anterior à outra, também
passada. Portanto, a correlação entre ambas as formas está incorreta.

Gabarito: D.

9. (FGV-2011/SEFAZ-RJ)

A respeito do quadrinho, analise a afirmativa a seguir:

I. Na fala da mulher, ficaria correto substituir devia por deveria.


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Comentário: Na fala da mulher, foi empregada forma devia, conjugada no pretérito


imperfeito do indicativo. Entretanto, notem que, no contexto, não há uma indicação
de passado, e sim uma suposição, uma hipótese. Isso justifica a substituição da
forma verbal devia pela forma verbal deveria, no futuro do pretérito do indicativo.

Gabarito: Certa.

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10. (FGV-2008/Senado)

Assinale a alternativa em que se tenha correta transposição da fala do


segundo quadrinho para o plural.

(A) Adivinhas!
(B) Adivinhai!
(C) Adivinhais!
(D) Adivinhes!
(E) Adivinhem!

Comentário: No segundo quadrinho, a forma verbal “adivinha” está flexionada no


imperativo afirmativo: “adivinha tu”. Transpondo a fala da personagem para o plural,
deverá haver a flexão para a segunda pessoa do plural “vós”: adivinhai !.

Gabarito: B.

11. (FGV-2011/TRE-PA)

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Na charge, caso a professor tratasse o aluno por tu, sua fala seria,
corretamente,

(A) Escrevas na lousa a palavra Ética!


(B) Escrevei na lousa a palavra Ética!
(C) Escreveis na lousa a palavra Ética!
(D) Escrevais na lousa a palavra Ética!
(E) Escreve na lousa a palavra Ética!

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Comentário: Na fala da professora, a forma “escreva” está flexionada na 3ª pessoa


do singular “você”: escreva você. Entretanto, caso a professor tratasse o aluno por
“tu” (2ª pessoa do singular), a forma correta seria “escreve”, obtida a partir do
presente do indicativo, com a supressão da desinência número-pessoal -s.

Gabarito: E.

12. (FGV-2008/Polícia Civil-RJ) Ao dizer que o papel da polícia tem sido o de


impor o medo, o autor do texto, com o emprego do tempo verbal sublinhado,
mostra que essa ação:

(A) se repete ultimamente.


(B) só existiu no passado.
(C) só vai existir no futuro.
(D) começou no presente e se prolonga no futuro.
(E) depende de uma condição anterior.

Comentário: No enunciado, a estrutura tem sido (presente do indicativo + particípio)


compõe o pretérito perfeito composto do indicativo. Conforme vimos nas lições,
este tempo verbal traduz um fato cujo início se deu no passado, mas que se repete
até o momento presente. Portanto, a letra A é o gabarito da questão.

Gabarito: A.

13. (FUNRIO-2008/Correios) Na expressão “Veja só”, o verbo está:

a) no modo Indicativo e concorda com você, pronome de tratamento (você veja);


b) no modo Imperativo e concorda com você, pronome de tratamento (você veja);
c) no modo Imperativo e concorda com tu, pronome pessoal reto (veja tu);
d) no modo Subjuntivo e concorda com ele, pronome pessoal reto (ele veja).

Comentário: A forma verbal “Veja” está conjugada no imperativo afirmativo.


Conforme estudamos nas lições, o imperativo é formado, em sua maioria, a partir do
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presente do subjuntivo (excetuando-se a 2ª pessoa do singular e a 2ª pessoa do


plural, obtidas a partir do presente do indicativo):

Vê tu
Veja você
Vejamos nós
Vede vós
Vejam vocês

Desse modo, identificamos que “veja” concorda com o pronome de


tratamento “você”. Logo, a letra (B) é nossa resposta.

Gabarito: B.

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14. (FUNRIO-2009/Prefeitura do Rio de Janeiro) “Mas os escritores em


português têm um interesse menos acadêmico do que prático na unificação
do seu idioma...” O verbo que na terceira pessoa do plural do Presente do
Indicativo conjuga-se como o verbo “ter” é:

a) crer
b) vir
c) ler
d) partir
e) ver

Comentário: O verbo “ter”, quando flexionado na terceira pessoa do plural do


Presente do Indicativo, origina a forma “têm”. Essa mesma formação é percebida
com o verbo “vir”: “eles vêm” (acento diferencial de número).
Nas demais formas verbais, temos os seguintes plurais na terceira pessoa do
plural do Presente do Indicativo: creem, leem, veem e partem, sendo as três
primeiras estruturas verbais já grafadas em consonância com a nova ortografia.

Gabarito: B.

15. (FUNRIO-2012/CTI-Renato Archer) Ao dizer que o “Todo artista tem de ir


aonde o povo está”, o autor assevera que o povo tem de ser buscado para que
o profissional atinja o sucesso. Essa constatação se reforça com o emprego
da locução verbal “ter de ir” em que o verbo principal assume o sentido de:

A) confirmação.
B) localização.
C) necessidade.
D) obrigatoriedade.
E) possibilidade.

Comentário: Antes de responder à pergunta do examinador, vamos elencar a


diferença entre as expressões “Ter de” e “Ter que”:

Ter de – expressa uma idéia de obrigatoriedade, de necessidade, de dever.


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Exemplo: Tenho de estudar para a prova amanhã. (Tenho necessidade em estudar)

Ter que – expressa uma idéia de “algo para”, “coisas para”.

Exemplo: Ele tem muito que estudar. (Ele tem muitas matérias para estudar)

No contexto “Todo artista tem de ir aonde o povo está”, há a ideia de


obrigatoriedade. Portanto, a letra (D) é nossa resposta.

Gabarito: D.

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16. (FCC-2006/SEFAZ-SP) A frase que respeita o padrão culto no que se refere


à flexão: é:

(A) No caso de proporem um diálogo sem pseudodilemas teóricos, o professor


visitante diz que medeia as sessões.
(B) Chegam a constituir-se como clãs os grupos que defendem opiniões
divergentes, como as que interviram no último debate público.
(C) Ele era o mais importante testemunha do acalorado embate entre opiniões
contrárias, de que adviram os textos de difusão que produziu.
(D) Em troca-trocas acalorados de idéias, poucos se atêem às questões mais
relevantes da temática.
(E) Quando aquele grupo de pesquisadores reaver a credibilidade comprometida
nos últimos revés, certamente apresentará com mais tranquilidade sua contribuição.

Comentário: Como disse a vocês, em regra, as formas verbais terminadas em -iar


são regulares. Entretanto, existem exceções, ou seja, algumas formas verbais
terminadas em -iar são irregulares, a saber: mediar (além do derivado
intermediar), ansiar, remediar, incendiar e odiar.

Segue uma técnica mnemônica para vocês memorizarem as exceções:

M ediar – eu medeio, tu medeias, ele medeia, nós mediamos, vós mediais, eles medeiam.

A nsiar – eu anseio, tu anseias, ele anseia, nós ansiamos, vós ansiais, eles anseiam.

R emediar – eu remedeio, tu remedeias, ele remedeia, nós remediamos, vós remediais,


eles remedeiam.
I ncendiar – eu incendeio, tu incendeias, ele incendeia, nós incendiamos, vós incendiais,
eles incendeiam.
O diar – eu odeio, tu odeias, ele odeia, nós odiamos, vós odiais, eles odeiam.

Na opção A, temos “(...) o professor visitante medeia as sessões”. A flexão do


verbo em destaque está correta. Na 3ª pessoa do singular, a forma é rizotônica
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(a sílaba tônica recai no radical), razão pela qual foi acrescida a vogal E : “ele”
medeia.

Gabarito: A.

17. (FCC/TRT 4ª Região) Todas as formas verbais estão corretamente


flexionadas na frase:

(A) O progresso que não advir de boas políticas públicas dificilmente advirá de
iniciativas meramente individuais.
(B) Já se comprovou que não constitue boa prática política permitir que o espaço
público seja degradado.

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(C) Se ao poder público não convir enfrentar a ação de contraventores, que aja de
modo a não favorecê-la.
(D) Se alguém se deter diante de uma caixa de correio toda grafitada, talvez hesite
em deixar nela sua correspondência.
(E) O que a nós couber fazer para dignificar o espaço público, façamo-lo, sem
qualquer hesitação.

Comentário: Na assertiva A, o erro encontra-se na forma verbal “advir”. Já que é


um derivado do verbo “vir”, o correto seria “O progresso que não advier...”. Na
opção B, o erro está na flexão de “constitue”. Conforme vimos, os verbos
terminados em -UIR, na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo, a
desinência “i”: constitui. Por sua vez, a opção C também apresenta erro de flexão, já
que o verbo “convir” é derivado de “vir”. Sendo assim, o correto seria “Se ao poder
público não convier...”. Na assertiva D, a forma “deter” também está
equivocadamente flexionada, pois, como é derivado do verbo “ter”, a flexão correta
seria “Se alguém detiver ...”. A opção correta é a letra E.
Gabarito: E.

18. (FCC/TRT 9ª Região) Estão corretamente empregadas e flexionadas todas


as formas verbais da frase:

(A) Se não intervirmos no mundo em que vivemos, para garantir seu equilíbrio,
talvez nem mesmo Deus se interesse por nos favorecer.
(B) Se a religião não se dispor a refazer os cálculos, o número de 7.000 anos que
ela impele ao mundo parecerá cada vez mais absurdo.
(C) Se os crentes requisessem e obtivessem a presença de Deus como prova de
sua existência, os cientistas passariam a examiná-lo.
(D) Mesmo que todos os religiosos conviessem quanto à existência de um único
Deus, ainda assim pouco teria este a inspirar os cientistas.
(E) Mesmo que todos os cientistas fossem agnósticos, e se detessem no caminho
exclusivo da ciência, a dúvida acabaria por assaltar alguns.

Comentário: Na assertiva A, o erro encontra-se na forma verbal “intervirmos”, pois,


por ser derivado do verbo “vir”, a flexão correta seria “Se não interviermos ...”. Na
opção B, a forma verbal “dispor” está incorretamente flexionada. A forma correta
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seria “Se a religião não se dispusesse...”. Na alternativa C, temos uma bela “casca
de banana”. Conforme vimos, os verbos “querer” e “requerer” são falsos derivados,
o que poderia induzi-los ao erro. Entretanto, na frase em questão, a flexão correta
seria “Se os crentes requeressem...”. Por sua vez, a opção E também apresenta
erro, já que a forma verbal “detesse” também é derivada do verbo “ter”. Sendo
assim, a flexão correta seria “(...) e se detivessem...”. A opção correta é a letra D.

Gabarito: D.

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19. (FCC-2006/TRE-SP) Estão corretas ambas as formas verbais sublinhadas


na frase:

(A) Alguém interviu, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas


constitue, para muitos homens, uma prática esportiva.
(B) Alguém interveio, dizendo ao czar que a caça de borboletas constitui, para
muitos homens, uma prática esportiva.
(C) Alguém interviu, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas
constitui, para muitos homens, uma prática esportiva.
(D) Alguém interveio, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas
constitue, para muitos homens, uma prática esportiva.
(E) Alguém interveio, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas
constitue-se, para muitos homens, uma prática esportiva.

Comentário: A flexão correta encontra-se na assertiva B. O verbo “intervir” é


derivado do verbo “vir”. Por essa razão, a flexão correta é “Alguém interveio...”. Por
sua vez, o verbo “constituir” é uma forma verbal terminada em -uir, devendo sua
flexão apresentar a estrutura “(...) a caça das borboletas constitui...”.

Gabarito: B.

20. (FCC/TRT 24ª Região) Está correta a flexão de todas as formas verbais na
frase:

(A) Ao longo do tempo, os corruptos nem sempre se desaviram com as instituições;


pelo contrário, muitos souberam usá-las em benefício próprio.
(B) Em respeito à ética, se os interesses particulares se contrapuserem aos
públicos, devem prevalecer estes, e não aqueles.
(C) Caso não detêssemos boa parte dos nossos ímpetos destrutivos, nenhuma
sociedade conheceria um momento sequer de estabilização.
(D) Quando os estados nacionais não interveem nas instituições corrompidas, a
ordem social tende a fragilizar-se cada vez mais.
(E) Se tivessem prevalecido as boas causas pelas quais nossos antepassados
haveram de lutar, estaríamos hoje numa sociedade mais justa.
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Comentário: O verbo “contrapor” deriva do verbo “pôr”: Se eles puserem / Se eles


contrapuserem. Sendo assim, a resposta correta é a letra B. Vejamos as demais
opções:

A – o verbo “desavir” deriva do verbo “vir”, razão por que deveria apresentar a forma
“se desavieram”.

C – a forma verbal “detêssemos” é derivada do verbo “ter”. Sendo assim, a flexão


correta seria “Caso não detivéssemos...”.

D – o verbo “intervir” deriva do verbo “vir”: Os estados nacionais não vêm / Os


estados nacionais não intervêm. Fiquem de olhos nos acentos diferenciais.

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E – o verbo “haver” é defectivo, ou seja, apresenta grandes alterações no radical.


No contexto, forma uma locução verbal com o verbo “lutar”. Notem que, na oração
seguinte, o verbo “estar” foi flexionado no futuro do pretérito do indicativo. Sendo
assim, para mantermos a correlação verbal, também deveremos flexionar o verbo
“haver” nesse tempo e modo. Logo, a flexão correta seria “(...) nossos antepassados
haveriam de lutar ...”.
Gabarito: B.

21. (FCC-2010/TRE-AM) Está correta a flexão de todas as formas verbais da


frase:

(A) Tudo o que advir como poder da Igreja tem correspondência com o plano
simbólico e espiritual.
(B) O poder civil e a esfera religiosa nem sempre conviram quanto à busca de um
sereno estabelecimento de acordos.
(C) Ao longo da História, nações e igrejas muitas vezes se absteram de buscar a
convergência de seus interesses.
(D) A pergunta de Stalin proveu de sua convicção quanto ao que torna de fato
competitivo um país beligerante.
(E) Ciente da fragilidade militar da Igreja, o ditador não se conteve e interveio na
História com a famosa frase.

Comentário: Vamos analisar cada opção.

A) Resposta incorreta. O verbo “advir” é derivado do verbo “vir”. Por essa razão,
segue o paradigma do verbo primitivo: Tudo o que vem  “Tudo o que advém”.
Aqui, o verbo “advir” deve ser conjugado na 3ª pessoa do singular do presente do
indicativo para manter a correlação verbal com o verbo “ter”.
B) Resposta incorreta. O verbo “convir” derivado do verbo “vir”. Sendo assim,
segue o paradigma de conjugação: O poder civil e a esfera religiosa nem sempre
vieram  “O poder civil e a esfera religiosa nem sempre convieram ...”.
C) Resposta incorreta. O verbo “abster-se” deriva do verbo “ter”, seguindo o
paradigma de conjugação deste último: nações e igrejas muitas vezes tiveram 
“nações e igrejas muitas vezes se abstiveram ...”.
D) Resposta incorreta. O verbo “provir” (originar-se) é derivado do verbo “vir”,
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seguindo o paradigma deste último: A pergunta de Stalin veio  “A pergunta de


Stalin proveio ...”.
E) Resposta correta. O verbo “conter-se” deriva do verbo “ter”, devendo seguir o
modelo de conjugação deste último: O ditador não teve  O ditador não se
conteve ...“. Por sua vez, o verbo “intervir” deriva do verbo “vir”. Sendo assim, deve
apresentar o paradigma de seu primitivo: O ditador veio  “O ditador interveio ...”.

Gabarito: E.

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22. (CESGRANRIO - 2010 – IBGE) A forma do verbo clarear está INCORRETA


em:

a) O sol clareia o mundo.


b) A irmã clareou os cabelos.
c) Abra as janelas para que o dia clareie a sala.
d) Clariamos a roupa ao sol.

Comentário: O verbo “clarear” termina em “-ear”. Logo, é irregular, devendo receber


a vogal i nas formas rizotônicas (“eu”, “tu”, “ele” e “eles”). Exemplos:

Presente do indicativo - eu clareio, tu clareias, ele clareia, nós clareamos,


vós clareais, eles clareiam.

Pretérito perfeito do indicativo – eu clareei, tu clareaste, ele clareou,


nós clareamos, vós clareastes, eles clarearam.

Presente do subjuntivo – (que) eu clareie, tu clareies, ele clareie, nós clareemos,


vós clareais, eles clareiem.

Assim, percebemos que a flexão do verbo “clarear” está incorreta na


assertiva D. O correto é “Clareamos a roupa ao sol”.

Gabarito: D.

23. (CESGRANRIO - 2010 – PETROBRAS) Segundo o registro culto e formal da


língua, a forma verbal destacada está grafada INCORRETAMENTE na seguinte
frase:

a) Henry Ford recomenda que, diante do fracasso, esteja pronto para recomeçar de
forma inteligente
b) Se eu previsse o insucesso empresarial, não teria experimentado a falência.
c) Eu sempre cri que, algum dia, ele estaria no lugar mais alto do pódio.
d) Adiro ao grupo dos que pensam como La Fontaine.
e) Quando eu ver o projeto do empreendedor, estarei pronto para avaliá-lo
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Comentário: No futuro do subjuntivo, o verbo “vir” deve ser conjugado conforme o


seguinte paradigma (modelo):
(quando) eu vir
(quando) tu vires
(quando) ele vir
(quando) nós virmos
(quando) vós virdes
(quando) eles virem

Portanto, a forma verbal incorretamente grafada encontra-se na assertiva E:


“Quando eu vir o projeto do empreendedor, estarei pronto para avaliá-lo”.

Gabarito: E.

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24. (CESGRANRIO - 2011 – TRANSPETRO) A sentença em que o verbo entre


parênteses está corretamente flexionado é:

a) O coordenador reveu as necessidades dos grupos. (rever)


b) A impaciência deteu as pessoas. (deter)
c) Eu reavejo minhas convicções diariamente. (reaver)
d) Quando você se opor à minha solidão, ficarei aborrecido. (opor)
e) Nós apreciamos os bons alunos. (apreciar)

Comentário: Vamos analisar cada alternativa.

A) Resposta incorreta. O verbo “rever” segue o paradigma de conjugação do verbo


“ver”:

ver  eu vi, ele viu, eles viram, quando eu vir, se ele visse ...
rever  eu revi, ele reviu, eles reviram, quando eu revir, se ele revisse ...

Logo, a flexão correta é “O coordenador reviu as necessidades dos grupos”.

B) Resposta incorreta. O verbo “deter” segue o paradigma de conjugação do verbo


“ter”:

ter  eu tive, ele teve, eles tiveram, quando eu tiver, se ele tivesse ...
deter  eu detive, ele deteve, eles detiveram, quando eu detiver, se ele detivesse ...

Logo, a flexão correta é “A impaciência deteve as pessoas”.

C) Resposta incorreta. O verbo “reaver” é defectivo. No presente do indicativo, é


conjugado apenas na 2ª e 3ª pessoas do plural: nós reavemos, vós reaveis.
Por não apresentar a 1ª pessoa do presente do indicativo, esse verbo não
apresenta o presente do subjuntivo e, por consequência, o imperativo negativo.
Como consequência, o imperativo afirmativo só terá a 2ª pessoa do plural. Nos
demais tempos, o “reaver” é conjugado normalmente.

Nos casos em que não houver a 1ª pessoa do singular do presente do


indicativo, empreguem verbos sinônimos: Eu recupero / retomo minhas convicções
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diariamente.

D) Resposta incorreta. O verbo “opor-se” segue o paradigma (modelo) de


conjugação do verbo “pôr”:

PÔR OPOR-SE
(quando) eu puser (quando) eu me opuser
(quando) tu puseres (quando) tu te opuseres
(quando) ele puser (quando) ele se opuser
. .
. .

Portanto, o correto é “Quando você se opuser à minha solidão, ficarei


aborrecido”.

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E) Resposta correta. O verbo “apreciar” é regular. Na 2ª e 3ª pessoas do singular


do presente do indicativo, são flexionados da seguinte forma: nós apreciamos,
vós apreciais.

Gabarito: E.

25. (CESGRANRIO - 2011 – PETROBRAS) Considere as frases abaixo.

I – A candidata ____________________ a possibilidade de ingresso na


empresa, quando soube do resultado do concurso.

II – Conquanto ele se __________________ a confirmar o fato, sua posição foi


rejeitada pela equipe.

As formas verbais que, na sequência, completam corretamente as frases


acima são:

a) entreveu, predisposse. d) entreviu, predispusesse.


b) entreveu, predispusesse. e) entreveu, predispusera.
c) entreviu, predispora.

Comentário: O verbo “entrever” segue o modelo de conjugação de “ver”.

ver  eu vi, ele viu, eles viram, quando eu vir, se ele visse ...
entrever  eu entrevi, ele entreviu, eles entreviram, quando eu entrevir, se ele entrevisse ...

No período contido na frase I, a forma verbal é “entreviu”: “A candidata


entreviu a possibilidade de ingresso na empresa, quando soube do resultado do
concurso”.
Por sua vez, o verbo “predispor-se” segue o paradigma de conjugação de
“pôr”:

pôr  eu pus, ele pôs, eles puseram, quando eu puser, se ele pusesse ...
predispor-se  eu me predispus, ele se predispôs, eles se predispuseram, quando
eu me predispuser, se ele se predispusesse ...
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No período contido na frase II, a forma verbal correta é “predispusesse”:


“Conquanto ele se predispusesse a confirmar o fato, sua posição foi rejeitada pela
equipe”.

Gabarito: D.

26. (CESGRANRIO - 2008 - TJ-RO) As formas verbais estão corretamente


conjugadas em :

a) Escreve nesta folha o que você achou da proposta.


b) É indispensável que todos os interessados fazem a sua parte.
c) Todas as pessoas que vêem a Amazônia ficam deslumbradas.
d) Quando a Fundação propor um programa de preservação, a população aplaudirá.
e) Espero que as pessoas se precavenham contra a destruição da floresta.

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Comentário: A conjugação correta é encontrada na assertiva C. Quando flexionado


na 3ª pessoa do plural, o verbo “ver” apresenta-se sob a seguinte forma: “vêem”. É o
que ocorre no excerto “Todas as pessoas que vêem a Amazônia ficam
deslumbradas”.
Vale lembrar que, como a questão foi elaborada antes do Novo Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa, a análise baseou-se nas regras anteriores.
Entretanto, após a promulgação do decreto, os verbos crer, dar, ler e ver, quando
flexionados na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo, não recebem mais o
acento circunflexo: creem, deem, leem, veem. Para memorizá-los, gravem a frase:

LEDA VÊ PARA CRER.

Entretanto, no singular dessas formas verbais (e nos derivados), emprega-se


o acento circunflexo.

Exemplos:
ele crê / lê / vê / provê (pres. do indicativo);
(que) ele dê (pres. do subjuntivo).

Agora, vamos analisar o erro das alternativas restantes.

A) A forma verbal “Escreve” está flexionada na 2ª pessoa do singular (tu) do


imperativo afirmativo (Escreve tu). Entretanto, o pronome “você” exige que a
concordância seja feita na 3ª pessoa. Logo, o correto é “Escreva nesta folha o que
você achou da proposta”.
B) No contexto em que se insere, o verbo “fazer” deve ser flexionado na 3ª pessoa
do plural do presente do subjuntivo: “É indispensável que todos os interessados
façam a sua parte”.
D) O verbo “propor” segue o paradigma (modelo) de conjugação de “pôr”. Portanto,
no contexto em que se encontra (futuro do subjuntivo), a flexão correta é “propuser”.
E) Por ser um verbo defectivo, “precaver-se” não é conjugado na 1ª pessoa do
singular do presente do indicativo. Logo, não apresenta conjugação no presente do
subjuntivo. Nesses casos, é recomendável empregar vocábulos sinônimos para
transmitir a ideia desejada: “Espero que as pessoas se previnam contra a destruição
da floresta”.
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Gabarito: C.

27. (FUNRIO-2009/DEPEN) Um dia começou a guerra do Paraguai e durou


cinco anos. João repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas
vitórias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, João é que repicou.
Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-
-se a República. João repicou por ela, repicaria pelo Império, se o Império
retornasse. (Machado de Assis: “Crônica sobre a morte do escravo João”,
1897)

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Os tempos verbais empregados na crônica são, em sua maioria, do pretérito


perfeito. Sua finalidade no texto é transmitir a idéia de ações:

A) habituais.
B) concluídas.
C) contínuas.
D) permanentes.
E) hipotéticas.

Comentário: No enunciado, o examinador fez alusão ao pretérito perfeito, tempo


verbal frequentemente utilizado em narrativas. Por definição, esse tempo verbal é
empregado para exprimir ações totalmente concluídas, acabadas, ou seja,
encerradas. Desse modo, a letra (B) é a resposta da questão.

Gabarito: B.

28. (FUNRIO-2009/FUNAI) Os verbos da frase "o mais honesto seria que os


veículos da grande imprensa deixassem claras suas preferências" estão em
suas formas simples. Uma das opções abaixo transpõe os dois verbos para as
formas compostas equivalentes, mantendo o mesmo sentido da frase original.
Assinale-a.

A) terá sido – pudessem deixar.


B) deveria ter sido – houvessem deixado.
C) poderia ser – começassem a deixar.
D) haveria sido – tivessem deixado.
E) precisava ser – passassem a deixar.

Comentário: Inicialmente, devemos observar os tempos verbais das formas simples:


(i) “seria” está empregada no futuro do pretérito do indicativo, tendo como forma
composta equivalente a estrutura “haveria sido”, em que o verbo “haver” está no
futuro do pretérito, seguido do particípio do verbo “ser”; e (ii) a estrutura “deixassem”
está flexionada no pretérito imperfeito do subjuntivo, tendo sua equivalência
representada na estrutura “tivessem deixado” (pretérito imperfeito do subjuntivo +
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particípio do verbo “deixar”). Assim, a letra (D) é nossa resposta.

Gabarito: D.

Texto para responder às questões 29 e 30.

Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta


mata verde, céu azul, a mais imensa floresta
no fundo d'água as Iaras, caboclo lendas e mágoas
e os rios puxando as águas
Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores
os peixes singrando os rios, curumins cheios de amores

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sorria o jurupari, uirapuru, seu porvir


era: fauna, flora, frutos e flores
Toda mata tem caipora para a mata vigiar
veio caipora de fora para a mata definhar
e trouxe dragão-de-ferro, pra comer muita madeira
e trouxe em estilo gigante, pra acabar com a capoeira
Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar
pra o dragão cortar madeira e toda mata derrubar:
se a floresta, meu amigo, tivesse pé pra andar
eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá.

[...] (Vital Farias CD: Cantoria I – Kuarup, gravado em Salvador, 1984.)

29. (FUNRIO-2008/SEJUS-RO) Avalie as seguintes afirmações a propósito


das formas verbais da segunda estrofe da canção “Saga da Amazônia”:

I. “tem” e “garanto” estão no presente do indicativo para indicar ações


permanentes, consideradas em sua certeza.

II. “veio”, “trouxe” e “fizeram” estão no pretérito perfeito do indicativo


para expressar uma ação que se produziu em certo momento do passado.

III. “tivesse” está no imperfeito do subjuntivo para indicar a certeza de


uma ação inconclusa e habitual no passado.

É correto o que se afirma em:

A) I apenas.
B) II apenas.
C) III apenas.
D) I e II apenas.
E) I, II e III apenas.

Comentário: A questão trabalhou conceitos sobre aspecto verbal. Por aspecto


verbal compreende-se a categoria do verbo que marca em que ponto do seu
desenvolvimento é concebido o processo/ação verbal. É segmentado em vários
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aspectos, uma vez que se desenvolve no tempo. Esta categoria não é marcada por
desinência típica, mas sim por alguns sufixos ou por verbos auxiliares.
A língua portuguesa, concebendo o processo verbal como algo que se
desenvolve no tempo, segmenta-o em vários aspectos. Seguem alguns exemplos:

Aspecto incoativo – concebe o processo verbal no início de seu desenvolvimento.

Exemplos: O dia vem chegando. / Começa a chover.

Aspecto cursivo (ou contínuo) – concebe o processo verbal no decorrer de seu


desenvolvimento.

Exemplos: Os dias têm sido bons. / O balão vai subindo.

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Aspecto frequentativo – concebe o processo repetido no seu desenvolvimento.

Exemplos: O pássaro saltitava no terreiro. / Ele costumava andar de bicicleta.


Antigamente, eu bebia café.

Aspecto concluso – concebe o processo verbal no término de seu


desenvolvimento.

Exemplo: O sol acaba de cair.

De posse desse conhecimento, vamos analisar as afirmações.

I. Errada. As formas verbais “tem” e “garanto” estão conjugadas no Presente do


Indicativo. Esse tempo verbal exprime ideia de certeza. Entretanto, considerando o
contexto, identificamos que: a) a forma verbal “tem”, constante do trecho “Toda a
mata tem caipora”, denota uma ação permanente (aspecto durativo); e b) a estrutura
verbal “garanto” denota uma ação presente (aspecto momentâneo) que ocorre no
instante em que se fala. Logo, os verbos não apresentam o mesmo aspecto no
contexto em análise.

II. Correta. Conforme estudamos nas lições, o Pretérito Perfeito do Indicativo


exprime ideia de ação acabada, concluída no passado. Essa noção é apresentada
pelas formas verbais “veio”, “trouxe” e “fizeram”.

III. Errada. Neste item, a banca cometeu uma impropriedade ao mencionar apenas
“imperfeito do subjuntivo”, em vez de citar “Pretérito Imperfeito do Subjuntivo”. De
todo modo, esse tempo verbal exprime uma ideia de hipótese, não condizendo a
com a “certeza” a que o examinador fez alusão na afirmativa. Com isso, a questão
foi anulada. Vale ressaltar que a ideia de ação inconclusa ou habitual no passado é
expressa pelo Pretérito Imperfeito do Indicativo.

Gabarito: Anulada.

30. (FUNRIO-2008/SEJUS-RO-Adaptada) Analise a afirmação a seguir.


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I. Nos trechos “os rios puxando as águas‟‟ e “os peixes singrando os


rios‟‟, os termos sublinhados são, respectivamente, adjetivo e verbo.

Comentário: Nas frases mencionadas pelo examinador, as estruturas “puxando” e


“singrando” (navegar, seguir caminhos) indicam que estamos diante de verbos
flexionado no gerúndio. Percebam, inclusive, a desinência modo-temporal “-ndo” em
ambas as estruturas verbais. Logo, a afirmação está incorreta.

Gabarito: Errada.

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(Fragmento)

Eu “estava ansioso por ouvir seu discurso, já que toda a minha infância tinha
sido marcada pelos discursos históricos de Mussolini – cujas passagens mais
memoráveis tínhamos que decorar na escola. Silêncio. Mimo falava numa voz
rouca, quase inaudível. Ele disse: “Cidadãos, amigos. Depois de tantos
sacrifícios dolorosos... aqui estamos. Glória aos que tombaram pela
liberdade”.

31. (FUNRIO-2008/Prefeitura de Cel. Fabriciano-MG) A expressão verbal “tinha


sido marcada” designa:

a) o tempo passado em relação ao momento em que o autor profere a palestra.


b) o tempo passado em relação ao momento em que Mimo vai discursar.
c) o tempo passado em relação ao momento de libertação da Itália.
d) o tempo passado em relação às lembranças de infância do autor.
e) o tempo passado em relação ao momento da chegada dos guerrilheiros ao
vilarejo.

Comentário: A resposta da questão encontra-se na opção (B). No contexto, o


menino (Mimo) fazia uma reflexão acerca do passado, ao citar que “toda a minha
infância tinha sido marcada” pelos discursos históricos de Mussolini”.

Gabarito: B.

32. (FUNRIO-2008/Prefeitura de Cel . Fabriciano-MG) “... muitas daquelas que


têm filhas...” . O verbo que na terceira pessoa do plural do Presente do
Indicativo se conjuga como o verbo “ter” é:

a) vir;
b) crer;
c) ler;
d) partir;
e) ver.

Comentário: No contexto, a forma verbal “têm” está flexionada na terceira pessoa do


96411120900

singular do Presente do Indicativo. Essa estrutura recebe o acento diferencial de


número, a fim de distinguir o plural do singular: “Ela tem / Elas têm”. A mesma forma
de conjugação é encontrada na assertiva (A): o verbo “vir”, quando conjugado na
terceira pessoa do plural do Presente do Indicativo, também recebe o acento
circunflexo diferencial de número: “Ela vem / Elas vêm”.
Nas demais opções, temos as seguintes flexões na terceira pessoa do plural:
“(elas) partem”, “(elas) creem”, “(elas) leem” e “(elas) veem”, sendo as três últimas
formas verbais grafadas em conformidade com o Novo Acordo Ortográfico, isto é,
sem o acento circunflexo.

Gabarito: A.

Agora, passaremos ao estudo dos pronomes.

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PRONOME

Pronome é a classe de palavras que serve para representar (pronome


substantivo) ou acompanhar (pronome adjetivo) um substantivo, determinando-lhe
a extensão do significado.

Dica para memorização:

Pronome Adjetivo  Acompanha o substantivo


Pronome Substantivo  Substitui o substantivo

Exemplos:

Essa porta está trancada.

“Essa” é pronome adjetivo, pois acompanha o substantivo “porta”. Na oração


em análise, desempenha a função de adjunto adnominal.

Aquela porta, João tentou abri-la, mas não conseguiu.

“Aquela” é pronome adjetivo, pois acompanha o substantivo “porta”; “la” é


pronome substantivo, pois substitui o substantivo “porta”: João tentou abrir a porta,
mas não conseguiu. Na oração em comento, as formas pronominais exercem,
respectivamente, a função de adjunto adnominal e objeto direto.

CLASSIFICAÇÃO DOS PRONOMES

Segundo a tradição gramatical, os pronomes são classificados em pessoais


(em que se incluem os pronomes de tratamento), possessivos, demonstrativos,
indefinidos, interrogativos e relativos.

33. (FGV-2009/Polícia Civil-RJ) “Atinge toda a região e a si mesmo, pois o


Equador é credor no âmbito do CCR, e a efetiva realização da ameaça de não
honrar compromisso assumido o impedirá de receber aquilo que lhe é
devido.”
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No trecho acima há:


(A) oito pronomes;
(B) sete pronomes;
(C) seis pronomes;
(D) cinco pronomes;
(E) quatro pronomes.

Comentário: O trecho apresentado no enunciado contém seis pronomes, quais


sejam: “toda” (pronome indefinido), “si“ (pronome pessoal do caso oblíquo), “o”
(pronome pessoal do caso oblíquo), “aquilo” (pronome demonstrativo), “que”
(pronome relativo) e “lhe” (pronome pessoal do caso oblíquo).
Gabarito: C.

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PRONOMES PESSOAIS

Indicam as pessoas do discurso. Dividem-se em retos e oblíquos.

 Retos - são as pessoas do discurso.

1ª: eu (singular) / nós (plural)


2ª: tu (singular) / vós (plural)
3ª: ele (singular) / eles (plural)

Os pronomes pessoais retos funcionam, geralmente, como sujeito da oração.

Exemplos: Ontem eu estudei muito. (sujeito)


Tu serás aprovado no concurso. (sujeito)
Nós seremos aprovados. (sujeito)

Dica estratégica!

Memorizem o seguinte: os pronomes EU e TU sempre exercerão a função de


sujeito ou de predicativo do sujeito.

Exemplos: Eu fui ao curso ontem.


Tu serás aprovado no concurso.

E por que eu disse que os pronomes pessoais geralmente desempenham a


função de sujeito? Porque os pronomes ELE(S)/ELA(S), NÓS, VÓS, além da
função de sujeito, podem desempenhar outras funções sintáticas.

Exemplos: Eles terminaram a prova há pouco. (sujeito)


É necessário entregar a prova a eles. (objeto indireto)
O rapaz foi fiel a ela. (complemento nominal)
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 Oblíquos – são pronomes que sempre desempenham o papel de


complemento (objeto direto, objeto indireto, complemento nominal etc).

Exemplos: Não o conheço. (objeto direto)


Aquela moça era essencial a ti. (complemento nominal)

Por sua vez, os pronomes oblíquos subdividem-se em:

Átonos – não possuem acento tônico e não são antecedidos por preposição:
me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos.

Exemplos: Entregue-me o documento.


Ao guarda, os cidadãos devem obedecer-lhe.

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Tônicos - possuem acento tônico e são precedidos por preposição. Na


oração, sempre funcionam como complementos, sendo representados pelas formas
mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco,
eles, elas.

Exemplos: Entregue o documento a mim.


Ao guarda, os cidadãos devem obedecer a ele.

Se as formas pronominais oblíquas “nós” e “vós” forem ampliadas por termos


reforçativos – outros, todos, mesmos, próprios e numerais – , a construção
correta será com nós, com vós.

Exemplos: Estás contente com nós todos.


Isto aconteceu com vós próprios.
Ele disse que sairia com nós dois.

Do contrário, deveremos utilizar “conosco” e “convosco”.

Exemplos: Está contente conosco.


Isto aconteceu convosco.

Por sua vez, os pronomes se, si e consigo são enimentemente reflexivos,


ou seja, só podem ser usadas em relação ao próprio sujeito da oração.

Exemplos: João feriu-se. (=João feriu a si mesmo)


Ele só pensa em si. (=Ele só pensa em si mesmo/próprio)
O advogado trouxe consigo um livro. (=O advogado trouxe um livro com ele próprio)

Recapitulando...

Pronomes oblíquos
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(sempre complementos)

Pessoas Pronomes retos Átonos Tônicos


sem preposição com
preposição
1ª Eu (sempre sujeito) me mim, comigo
singular

2ª Tu (sempre sujeito) te ti, contigo


3ª Ele/Ela o, a, lhe, se ele, ela
1ª Nós nos nós, conosco
plural

2ª Vós vos vós, convosco


3ª Eles/Elas os, as, lhes, se eles, elas

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Fiquem atentos à morfossintaxe:

- as formas pronominais o(s), a(s) somente desempenham a função de objeto


direto.

Exemplos: Não a conheço. (a = objeto direto)


Vi-os ontem. (os = objeto direto)

- as formas pronominais me, te, se, nos, vos podem ser usadas como objeto
direto ou objeto indireto.

Exemplos: O dono da festa convidou-me. (“convidar” = verbo transitivo direto; “me”


= objeto direto)
O professor deu-me uma explicação. (“dar” = verbo transitivo direto e indireto; “uma
explicação = objeto direto; “me” = objeto indireto)

- as formas me, te, lhe, nos, vos podem ser usadas em lugar dos pronomes
possessivos (ideia de posse), desempenhando a função de adjunto adnominal.

Exemplos: Acariciava-lhe as mãos. (Acariciava suas mãos.)


Observou-nos a fisionomia. (Observou nossa fisionomia.)

- a forma pronominal lhe(s) representa substantivos regidos das preposições a ou


para.

Exemplos:
Emprestei o livro ao aluno. (= Emprestei-lhe o livro. “lhe”  objeto indireto)
Emprestei o livro para o aluno. (= Emprestei-lhe o livro. “lhe”  objeto indireto)

Importante! 96411120900

Os pronomes oblíquos desempenham importante papel de coesão textual.

Exemplo: “Capitu deu-me as costas, voltando-se para o espelhinho. Peguei-lhe dos


cabelos, colhi-os todos e entrei a alisá-los com o pente (...)”

(Machado de Assis. In: Dom Casmurro)


No excerto acima, verificamos que:

- o pronome oblíquo “lhe” (“Peguei-lhe”) refere-se a “Capitu”, indicado uma ideia de


posse (Peguei os cabelos de Capitu = Peguei os cabelos dela.)
- o pronome oblíquo “os” (“colhi-os”) refere-se a cabelos;
- a forma pronominal “los” (“alisá-los”) também se refere a cabelos.

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34. (CESGRANRIO – 2010 – PETROBRAS) A frase abaixo que deve ser


completada, segundo o registro culto e formal da língua, com o pronome lhe
é:
a) De início, o profissional especialista não ____ compreendera.
b) Prevenira- ____ de que, um dia, ela poderia ser alvo de críticas ácidas.
c) Eu ____ vi ontem pedindo desculpas sinceras por seus erros no passado.
d) A observação é o caminho que _____ conduzirá a um futuro próspero.
e) Disse ao amigo que _____ queria muito bem.

Comentário: Analisando cada assertiva, percebemos que:

Em A, o verbo “compreender” é transitivo direto, exigindo como complemento,


portanto, um objeto direto. Logo, o correto é “não o compreendera”.
Em B, o verbo “prevenir” é transitivo direto e indireto, regendo a forma “o” como
complemento direto: “Prevenira-o de que (...)”.
Em C, o verbo “ver” apresenta transitividade direta. Logo, a lacuna deve ser
completada da seguinte forma: “Eu o vi ontem (...)”.
Em D, o verbo “conduzir” também apresenta transitividade direta, o que exige um
objeto direto como complemento: “(...) é o caminho que o conduzirá (...)”.
Em E, o verbo “querer” foi empregado no sentido de “ter simpatia, amizade ou
afeto”. Logo, é transitivo indireto, o que torna lícito o emprego do pronome oblíquo
átono “lhe”: “Disse ao amigo que lhe queria muito bem”.

Gabarito: E.

35. (CESGRANRIO - 2010 – IBGE) O pronome destacado NÃO indica posse na


seguinte frase:
a) A brisa da madrugada tocava-lhe o corpo.
b) A expectativa mantinha-lhe o coração acordado.
c) Faltava-lhe vontade de voltar para casa.
d) O sal impregnava-lhe as roupas.

Comentário: As formas me, te, lhe, nos, vos podem ser usadas em lugar dos
pronomes possessivos, indicando uma ideia de posse. Nesse caso, exercerão a
função de adjunto adnominal. De posse desta informação, vamos analisar as
assertivas.
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A) Em “A brisa da madrugada tocava-lhe o corpo.”, o pronome “lhe” traz a noção de


posse: “A brisa da madrugada tocava seu corpo”.
B) Em “A expectativa mantinha-lhe o coração acordado.”, novamente o pronome
“lhe” indica o aspecto de posse: “A expectativa mantinha seu coração acordado”.
C) Esta é a resposta da questão. No excerto “Faltava-lhe vontade de voltar para
casa.”, o pronome “lhe” é complemento indireto do verbo “faltar”. Para fazer a
confirmação, substituam-no pela forma a ele(a): “Faltava a ele(a) vontade de voltar
para casa”.
D) Em “O sal impregnava-lhe as roupas.”, o pronome “lhe” pode ser substituído por
um pronome possessivo: “O sal impregnava suas roupas”.

Gabarito: C.

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36. (CESGRANRIO - 2011 – PETROBRAS) A frase em que o complemento


verbal destacado NÃO admite a sua substituição pelo pronome pessoal
oblíquo átono lhe é:

a) Após o acordo, o diretor pagou aos funcionários o salário.


b) Ele continuava desolado, pois não assistiu ao debate.
c) Alguém informará o valor ao vencedor do prêmio.
d) Entregou o parecer ao gerente para que fosse reavaliado.
e) Contaria a verdade ao rapaz, se pudesse.

Comentário: A forma pronominal lhe(s) representa substantivos regidos das


preposições a ou para, devendo ser empregada quando houver referência a
pessoas. Dessa forma, chegamos à conclusão de que não é possível fazer a subs-
tituição na assertiva B. A expressão “ao debate” é complemento indireto do verbo
“assistir”, podendo ser substituído por “a ele”: “(...) continuava desolado, pois não
assistiu a ele = ao debate”.

Nas demais opções:

A) Após o acordo, o diretor pagou-lhes o salário.

C) Alguém lhe informará o valor do prêmio.

D) Entregou-lhe o parecer para que fosse reavaliado.

E) Contar-lhe-ia a verdade, se pudesse.

Gabarito: B.

EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS

Um assunto que é de extrema relevância em concursos públicos é o emprego


dos pronomes pessoais.
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 Eu e Tu X Mim e Ti

Os pronomes eu e tu, normalmente, não aparecem antecedidos por


preposição. Neste caso, em regra, deveremos empregar os pronomes oblíquos mim
e ti.

Exemplos: Deram o doce para mim.

Nada mais há entre mim e ti.

Todos ficaram contra o juiz e mim. (Todos ficarão contra o juiz e (contra) mim.)

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Dica estratégica!

Normalmente, a frase se apresenta na seguinte progressão:

SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO

Entretanto, as bancas organizadoras podem tentar confundi-los ao antecipar


um complemento. Vejamos.

Exemplos: Para eu estudar isso é fácil. (errado)


Para mim estudar isso é fácil. (correto)

Na ordem direta, teríamos “Estudar isso é fácil para mim”.

Como a expressão “para mim” é complemento nominal, só poderíamos


empregar a forma oblíqua “mim”.

É impossível para eu ir à sua festa. (errado)


É impossível para mim ir à sua festa. (correto)

Na ordem direta, teríamos “Ir à sua festa é impossível para mim”.

Portanto, fiquem alerta em relação à inversão da estrutura frasal.

Contudo, há casos em que os pronomes EU e TU desempenharão a função


de sujeito. Nessas hipóteses, será admitido seu emprego, mesmo após
preposições.

Exemplos: Deram o doce para eu comer. (eu = sujeito do verbo “comer”)


Entre eu pedir e você entender há uma grande diferença. (eu = sujeito do verbo
“pedir”)
Chegou uma ordem para tu viajares. (tu = sujeito do verbo “viajar”)
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Com a preposição ATÉ, indicando direção, deveremos empregar as formas


oblíquas MIM e TI.

Exemplos: A moça veio até mim. (em direção a mim)


A moça veio até ti. (em direção a ti)

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Se o vocábulo ATÉ denotar inclusão (palavra denotativa de inclusão),


deveremos empregar as formas EU e TU.

Exemplo: Todos passarão no concurso, até eu. (até = inclusive)

Aprendemos que os pronomes do caso reto “ele(s)/ela(s)”, em regra, não


funcionam como objeto.

Exemplos: Não vi ela. (errado)


Não a vi. (correto)

Entretanto, se esses pronomes estiverem precedidos de TODO e SÓ


(= apenas), desempenharão a função de complemento. Isso é mais comum na
fala, ou seja, na linguagem coloquial.

Exemplos: Recomendei ele. (errado)


Recomendei só (= apenas) ele. (certo)

Convocaram elas. (errado)


Convocaram todas elas. (certo)

É preciso chamar a atenção de vocês para o seguinte: quando o pronome


ele(s)/ela(s) exercer a função de sujeito, não haverá a contração com a preposição
de. Isso aparece frequentemente em provas.

Exemplos: Chegou a hora dos senadores falarem a verdade. (errado)


Chegou a hora de os senadores falarem a verdade. (correto)
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37. (CESGRANRIO - 2011 – FINEP) Em que sentença o pronome assinalado


está empregado de acordo com a norma-padrão?

a) O professor vai convidar-lhe para o meu primeiro recital.


b) Na vida, só se pode concordar com si mesmo.
c) Nós nunca se lembramos dos endereços eletrônicos de todos os amigos.
d) Um amigo pediu para mim indicar uma boa escola de música.
e) O fato de ela aprender piano depois dos 50 anos não surpreendeu.

Comentário: O pronome está empregado conforme a norma-padrão na assertiva E.


No excerto “O fato de ela aprender piano depois dos 50 anos não surpreendeu.”, a
forma pronominal “ela” exerce a função de sujeito, o que não permite sua contração
com a preposição “de”.

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Nas demais opções:

A) O verbo “convidar” é transitivo direto e indireto. Logo, o correto é “convidá-lo”.


B) A forma pronominal está ampliada pelo determinativo “mesmo”. Logo, o correto é
“consigo”.
C) Deve haver uma uniformidade entre pronome e verbo. Portanto, o correto é “Nós
nunca nos lembramos (...)”.
D) O pronome “mim” sempre será complemento. Portanto, “eu” é a forma correta, já
que esta é sujeito do verbo “indicar”.

Gabarito: E.

VERBOS, PRONOMES E ADAPTAÇÕES

a) Se o verbo for finalizado em som nasal (-M, -ÃO ou –ÕE), os pronomes o(s), a(s)
serão transformados em no(s), na(s), respectivamente.

Exemplos:
Quando encontrarem o material, tragam-no até mim. (tragam + o = tragam-no)
Sempre que meus pais têm roupas velhas, dão-nas as pobres. (dão + as = dão-nas)
Aquele rapaz põe-nos em situações embaraçosas. (põe + os = põe-nos)

b) Se a forma verbal terminar em R, S ou Z, essas terminações deverão ser


retiradas, mudando os pronomes o(s), a(s) para -lo(s), -la(s), respectivamente.

Exemplos:
Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim. (trazer + as = trazê-las)
As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade. (seduz + as = sedu-las)
Os estudantes temiam o novo diretor e resolveram desafiá-lo. (desafiar + o = desafiá-lo)

c) Se a forma verbal terminar em –MOS (1ª pessoa do plural), a terminação –s deve


ser retirada quando, na colocação enclítica (pronome átono após o verbo),
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receberem pronomes átonos de mesma pessoa (nós).

Exemplos:
Encontramo-nos ontem à noite. (encontramos + nos = encontramo-nos)
Recolhemo-nos cedo todos os dias. (recolhemos + nos = recolhemo-nos)

Observação: Com o pronome lhe(s), o verbo não sofre alteração.

Exemplos:
“concedem às crônicas” – concedem-lhes
“faltar às crônicas” – faltar-lhes

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38. (FCC-2009/TRT-3ª Região) “É forçoso contatar os índios com delicadeza,


para poupar os índios de um contato talvez mais brutal, em que exploradores
submetessem os índios a toda ordem de humilhação, tornando os índios
vítimas da supremacia das armas do branco”.
Evitam-se as viciosas repetições do trecho acima substituindo-se os
segmentos sublinhados, na ordem dada, por:

(A) poupá-los - os submetessem - tornando-os


(B) poupá-los - lhes submetessem - os tornando
(C) poupar-lhes - os submetessem - tornando-lhes
(D) os poupar - submetessem-nos - lhes tornando
(E) poupar a eles - os submetessem - tornando-lhes

Comentário: Conforme vimos nas lições de Verbos, Pronomes e Correlações, se


a forma verbal transitiva direta terminar em R, S ou Z, devemos retirar essas
terminações, mudando os pronomes o(s), a(s) para -lo(s), -la(s), respectivamente:

poupar os índios = poupá-los


submetessem os índios = os submetessem
tornando os índios = tornando-os

Os pronomes o(s), a(s) e suas respectivas formas -lo(s), -la(s),


respectivamente, devem ser empregadas, também, quando o verbo for transitivo
direto (ligado a seu complemento direto sem preposição) É o que ocorre nos três
casos, pois “poupar”, “submeter” e “tornar” assumem transitividade direta.
Vale frisar que, no contexto, também devemos ficar atentos à colocação
pronominal. Em “submetessem os índios”, a colocação do pronome deve ser
proclítica (antes do verbo), já que o pronome relativo “que” (iniciando uma oração
subordinada adjetiva) exige a aplicação dessa regra. Logo, o texto, com as devidas
substituições, ficaria da seguinte maneira:
“É forçoso contatar os índios com delicadeza, para poupá-los de um contato
talvez mais brutal, em que exploradores os submetessem a toda ordem de
humilhação, tornando-os vítimas da supremacia das armas do branco”.

Gabarito: A. 96411120900

39. (FCC-2009/PGE-RJ-Adaptada) “Crônicas? Muita gente está habituada a ler


crônicas, mas nem todos concedem às crônicas um valor equivalente ao de
outros gêneros; alegam faltar às crônicas a altitude de um romance, e deixam
de reconhecer as crônicas como vias de acesso imediato à poesia do dia a
dia”.
Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os
segmentos sublinhados, na ordem dada, por:

(A) as ler − concedem-lhes − lhes faltar − reconhecer-lhes


(B) as ler − lhes concedem − faltar-lhes − lhes reconhecer
(C) lê-las − lhes concedem − faltar-lhes – reconhecê-las
(D) ler a elas − as concedem − lhes faltar − reconhecê-las
(E) lê-las − concedem-nas − faltar a elas − as reconhecer

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Comentário: Conforme vimos nas lições de Verbos, Pronomes e Correlações, se


a forma verbal transitiva direta terminar em R, S ou Z, devemos retirar essas
terminações, mudando os pronomes o(s), a(s) para -lo(s), -la(s), respectivamente:

“ler crônicas” – lê-las


“reconhecer as crônicas” – reconhecê-las

Se o verbo for transitivo indireto, deveremos empregar a forma pronominal


“lhe” (e flexões):

“concedem às crônicas” – concedem-lhes


“faltar às crônicas” – faltar-lhes

Mais uma vez, chamo a atenção de vocês para a colocação pronominal


(assunto que será apresentado à frente). Em “conceder às crônicas
(= concedem-lhes), temos o pronome indefinido “todos”, que exige a colocação
proclítica (antes do verbo). Logo, o período, com as respectivas substituições,
estaria correto da seguinte maneira:

“Crônicas? Muita gente está habituada a lê-las, mas nem todos lhes concedem um
valor equivalente ao de outros gêneros; alegam faltar-lhes a altitude de um
romance, e deixam de reconhecê-las como vias de acesso imediato à poesia do dia
a dia.”

Gabarito: C.

40. (CESGRANRIO - 2010 – BNDES) Em "Conceber o futuro é somar novos


esforços àqueles já feitos anteriormente..." (L. 10-11), substituindo-se o(s)
complemento(s) verbal(ais) pelo(s) pronome(s) pessoal(ais) oblíquo(s)
correspondente(s), segundo o registro culto e formal da língua, está correta a
passagem reescrita em:
a) Concebê-lo é somar novos esforços àqueles.
b) Conceber-lhe é somar novos esforços àqueles.
c) Conceber o futuro é somar-lhes àqueles.
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d) Conceber-lhe é somar-lhes novos esforços.


e) Conceber o futuro é somá-los novos esforços.

Comentário: O verbo “conceber” é transitivo direto, razão por que é exigido o


emprego da forma pronominal “o”. Por ser uma forma verbal terminada em “-r”,
haverá a transformação para “-lo”: “Concebê-lo é somar (...)”. Por fim, o verbo
“somar” também apresenta transitividade direta, motivo pelo qual não admite o
emprego do pronome “lhe”. Logo, o trecho correto, após as alterações, é “Concebê-
lo é somar novos esforços àqueles”.

Gabarito: A.

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41. (CESGRANRIO - 2010 – PETROBRAS) A alternativa à direita substitui


adequadamente a expressão destacada em:

a) convidar os governantes a afinar seu foco – convidar-lhes.


b) aconselha ao governo americano programas - aconselha- o.
c) facilitar o acesso a medicamentos - facilitar-lhes.
d) proporcionar atividades esportivas para as crianças - proporcioná-las.
e) cumprir todos os desejos e ambições - cumpri-los.

Comentário: A substituição adequada encontra-se na assertiva E. No contexto em


que está empregado, o verbo “cumprir” é transitivo direto. Por essa razão, exige o
emprego da forma pronominal “os”. Em virtude de “cumprir” ser uma forma verbal
finalizada em “-r”, haverá a combinação “-los”: “Cumpri-los”.

Gabarito: E.

PRONOMES DE TRATAMENTO

São pronomes empregados no trato com as pessoas, familiar ou


respeitosamente. Representam a 2ª pessoa do discurso (com quem se fala),
porém toda a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa (singular ou plural).
Exemplos:
Vossa Excelência saiu com vossos assessores. (errado)
Vossa Excelência saiu com seus assessores. (correto)
Vossa Majestade e vossos súditos venceram a guerra. (errado)
Vossa Majestade e seus súditos venceram a guerra. (correto)

A seguir, apresentarei a vocês uma tabela-resumo com os pronomes e as


autoridades a que se referem, bem como as abreviaturas e os vocativos:

PODERES EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO


Tratamento Abreviatura Cargo/Função Vocativo
Excelentíssimo
96411120900

V. Exª. Senhor
Chefes de Poder
Nota: Presidente da
Para os Chefes de (Presidente da República,
Poder (Presidente da República,
República, Presidente Presidente do Excelentíssimo
Vossa Congresso Nacional, Senhor
do STF, Presidente do Presidente do STF)
Excelência Senado e Presidente Presidente do
da Câmara dos STF,
Deputados, a forma de
tratamento NÃO deve
Demais
ser abreviada, ou seja, Senhor + cargo,
autoridades
deve ser escrita por
extenso.
Demais
Vossa
V.Sª. autoridades e Senhor + nome,
Senhoria
Particulares

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HIERARQUIA ECLESIÁSTICA
Cargo ou
Tratamento Abreviatura Vocativo
Função
Nota: Para o Papa, a
forma de tratamento não
Vossa Santíssimo
deve ser abreviada, ou Papa
Santidade Padre,
seja, deve ser escrita por
extenso.

Eminentíssimo
Senhor
Vossa
Cardeal,
Eminência
V. Emª. ou
ou
ou Cardeais Eminentíssimo
Vossa ma
V. Emª. Rev . e
Eminência
Reverendíssimo
Reverendíssima
Senhor
Cardeal,
Excelentíssimo
e
Vossa
ma Arcebispos e Reverendíssimo
Excelência V.Ex.ª Rev .
Bispos Senhor
Reverendíssima
Arcebispo
(ou Bispo),
Reverendíssimo
Vossa Monsenhor (ou
ma Monsenhores,
Reverendíssima V. Rev . Cônego etc.),
Cônegos e
ou ou ou
superiores
Vossa Senhoria V. Revma. Reverendíssimo
religiosos
Reverendíssima Senhor
Cônego,
Reverendíssimo
Sacerdotes,
Vossa a Senhor
V. Rev . Clérigos e demais
Reverência Sacerdote (ou
religiosos
Clérigo etc.),

AUTORIDADES MONÁRQUICAS 96411120900

Tratamento Abreviatura Cargo ou Função Vocativo

Arquiduques, Sereníssimo
Vossa Alteza V.A.
Duques e Príncipes + Título

Vossa Majestade V.M. Reis e Imperadores Majestade

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DEMAIS CASOS
Tratamento Abreviatura Cargo ou Função Vocativo
Vossa
V. Magª. Reitores de universidades Magnífico Reitor,
Magnificência
Senhor + nome,
Vossa Presidentes e Diretores ou
V.Sª.
Senhoria de empresas Senhor + cargo
respectivo,
Vossa
V.Sª. Cônsul Senhor Cônsul,
Senhoria
Outras autoridades
Vossa (incluem-se as patentes Senhor + cargo
V.Sª.
Senhoria militares inferiores a respectivo,
coronel)

(Fontes: Manual de Redação da Câmara, Manual de Redação da Presidência da República,


Manual de Redação Oficial do Tribunal de Contas do Distrito Federal, Manual de Redação da
PUCRS e Manual de comunicação e escrita oficial do estado do Paraná.)

Dica estratégica!

Os pronomes de tratamento devem ser precedidos de VOSSA (com quem


se fala), quando nos dirigimos diretamente à pessoa, e de SUA (de quem se fala),
quando falamos sobre a pessoa.

Exemplos:
Vossa Excelência discursou bem. (com quem se fala)
Vossa Excelência, Senhor deputado, pode ajudar-me? (com quem se fala)
Sua Excelência, a presidente Dilma, discursou bem. (de quem se fala)
Sua Excelência, o deputado, viajou. (de quem se fala)

42. (FGV-2011/SEFAZ-RJ) “Que você pagou pra mim.”

Assinale a alternativa em que a alteração do verso acima tenha sido feita de


acordo com a norma culta. Não leve em conta possível alteração de sentido.

(A) Que Vossa Excelência pagou pra mim.


(B) Que vós pagaste pra mim. 96411120900

(C) Que Vossa Senhoria pagastes pra mim.


(D) Que tu pagastes pra mim.
(E) Que tu pagáreis pra mim.

Comentário: Conforme as lições, os pronomes de tratamento representam a 2ª


pessoa do discurso (com quem se fala), porém toda a concordância deve ser
feita com a 3ª pessoa (singular ou plural).
Vossa Excelência saiu com seus assessores. (correto)
Vossa Majestade e seus súditos venceram a guerra. (correto)

Por essa razão, a assertiva A (Que Vossa Excelência pagou pra mim) está
correta.

Gabarito: A.

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43. (FCC/TRT-9ª Região) Indique a opção INCORRETA:

(A) Receba Vossa Excelência os cumprimentos de seus subordinados.


(B) Sua Excelência, o Ministro da Justiça, chegou acompanhado de outras
autoridades.
(C) Reiteremos nosso apreço a Vossa Senhoria e vossos subordinados.
(D) Solicitamos a Sua Senhoria que encaminhasse suas sugestões por escrito.
(E) Concordamos com Vossa Excelência e com seus subordinados.

Comentário: Conforme vimos nas lições acerca dos pronomes de tratamento, toda
a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa (singular ou plural):

Vossa Excelência saiu com seus assessores. (correto)

Vossa Majestade e seus súditos venceram a guerra. (correto)

Sendo assim, a assertiva C estaria correta da seguinte maneira: Reiteremos


nosso apreço a Vossa Senhoria e seus subordinados.

Gabarito: C.

44. (FCC/TRT-2ª Região) Assinale a frase em que o pronome possessivo foi


usado INCORRETAMENTE:

(A) Vossa Senhoria trouxe seu discurso e os documentos indeferidos?


(B) Vossa Reverendíssima queira desculpar-me se interrompo vosso trabalho.
(C) Voltando ao Vaticano, Sua Santidade falará a fiéis de várias nacionalidades.
(D) Informamos que Vossa Excelência e seus auxiliares conseguiram muitas
adesões.
(E) Sua Excelência, o Sr. Ministro da Justiça, considerou a medida inconstitucional.

Comentário: Em relação aos pronomes de tratamento, toda a concordância deve


ser feita com a 3ª pessoa (singular ou plural):
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Vossa Excelência saiu com seus assessores. (correto)


Vossa Majestade e seus súditos venceram a guerra. (correto)

Sendo assim, a assertiva B estaria correta da seguinte maneira: Vossa


Reverendíssima queira desculpar-me se interrompo seu trabalho.

Gabarito: B.

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UNIFORMIDADE DE TRATAMENTO

O pronome você é de tratamento informal e designa a 2ª pessoa do


discurso (com quem se fala), ainda que o verbo com ele concorde na forma de 3ª
pessoa. É considerada erro a falta de correlação dos respectivos pronomes
possessivos e verbos.

Quem não conhece a famosa propaganda da Caixa Econômica Federal ?

Vem para a Caixa você também.

A propaganda acima está errada, porque o verbo “vir” foi empregado na 2ª


pessoa do singular. Porém, o correto seria empregá-lo na 3ª pessoa:

Venha para a Caixa você também.

Por sua vez, o pronome tu designa a 2ª pessoa (com quem se fala),


devendo seus verbos e pronomes possessivos ser empregados em 2ª pessoa.
Considera-se erro a falta de correlação entre os pronomes possessivos e os
pessoais e os respectivos verbos.

Exemplos:

Tu sabe de suas condições. (errado)


Tu sabes de tuas condições. (correto)

Venha para a Caixa tu também. (errado)


Vem para a Caixa tu também. (correto)

Dica estratégica!

Tenham cuidado com o sujeito elíptico ou desinencial.

Exemplo: Se vieres à festa, traz teu irmão. (sujeito elíptico = tu  Se tu vieres à


festa, traz(e) teu irmão.)
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45. (FUNRIO-2009/PRF) No português brasileiro, há a preferência pelo


emprego da terceira pessoa para o tratamento do interlocutor, como se pode
observar no trecho “Respire fundo, tenha consciência de que não vale a pena
brigar e, principalmente, pense em sua família.”. Assinale a alternativa em que
essa mesma tendência é praticada adequadamente.

A) “Vem pra Caixa você também.”


B) “Faz um 21.”
C) “Seja mais um motorista consciente.”
D) “Deixa a preguiça no sofá. Anda de bicicleta.”
E) “Afasta de mim esse cálice.”

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Comentário: O tratamento de 3ª pessoa dispensado ao interlocutor é encontrado na


assertiva (C). A forma verbal “seja” é derivada do presente do subjuntivo e está
conjugada, no contexto, no modo imperativo: “Seja (você) mais um motorista
consciente”.

Nas demais opções, empregaram-se as formas verbais em 2ª pessoa:

a) Vem pra Caixa (tu) também.


b) Faz (tu) um 21.
d) Deixa (tu) a preguiça no sofá. Anda (tu) de bicicleta.
e) Afasta (tu) de mim esse cálice.

Gabarito: C.

PRONOMES POSSESSIVOS

Estritamente relacionados com os pronomes pessoais estão os pronomes


possessivos, pois estes indicam posse em relação às pessoas do discurso.

1ª pessoa: meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s)


2ª pessoa: teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s)
3ª pessoa: seu(s), sua(s)

Exemplos: Aqueles óculos são meus.


Os livros são seus?

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Em termos de prova, é importante que vocês saibam que o emprego dos


possessivos de terceira pessoa seu(s), sua(s) pode gerar ambiguidade na frase.

Exemplos: José, Pedro levou o seu chapéu. (frase ambígua)


João ficou com Maria em sua casa. (frase ambígua)

Nos exemplos acima, temos duas frases ambíguas, isto é, em “José, Pedro
levou o seu chapéu.”, não é possível identificar a quem pertence o “chapéu“, ao
passo que em “João ficou com Maria em sua casa”., a posse da “casa” pode ser
atribuída tanto a “João” quanto a “Maria”.

Para evitar esse vício de linguagem (a ambiguidade), apresento a vocês duas


alternativas:

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1ª) acrescentar os termos reforçativos dele(s), dela(s).

Exemplos: José, Pedro levou o seu chapéu dele. (o chapéu é de Pedro)

Com o acréscimo do termo reforçativo dele (contração da preposição “de” + o


pronome “ele”), eliminou-se a ambiguidade. Logo, o chapéu pertence a “Pedro”.

João ficou com Maria em sua casa dela. (A casa pertence a Maria)

Com o acréscimo do termo reforçativo dela (contração da preposição “de” + o


pronome “ela), eliminou-se a ambiguidade. Logo, a casa pertence a “Maria”.

Acharam estranhas as construções acima? Pois é, mas ambas estão


corretíssimas.

2ª) trocar o pronome possessivo seu(s), sua(s) pelos elementos dele(s), dela(s).

Exemplos: José, Pedro levou o chapéu dele. (o chapéu é de Pedro)


João ficou com Maria na casa dela. (A casa pertence a Maria)
Nos exemplos acima, foram retirados os pronomes possessivos “seu” e “sua”,
e foram acrescidos os elementos “dele” e “dela”, respectivamente. Assim, eliminou-
-se a ambiguidade das construções.

Texto para a questão 46.

IMPRENSA, SOCIEDADE E POVOS INDÍGENAS

Vira-e-mexe, alguma instituição brasileira faz um seminário, nacional ou


internacional, sobre como a mídia pode ajudar na questão indígena. Convidados do
Brasil e do exterior vêm falar sobre o tema, enfatizando este ou aquele fato,
exemplificando como as políticas de inclusão costumam ser boicotadas nas
sociedades democráticas. E, quase sempre, o grande algoz, aquele que mais
impede as mudanças, é o próprio Estado. Seja pela intervenção desastrada dos
aparelhos de promoção social, pelas pressões econômico-financeiras seja até
mesmo pela esfera do Judiciário – processos na Justiça etc. –, o Estado é ou tem
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sido o grande bandido nesta história.


A bem da verdade, o Estado, quando não reprime diretamente, tem seus
mecanismos para dificultar ou mesmo impedir que progressos sejam alcançados
nessa área. Talvez o maior exemplo dessa realidade seja a mídia norteamericana.
Sabe-se que ela tem sido abjeta, covarde e cínica quanto ao seu papel de informar.
Ela é cúmplice de tudo que tem acontecido no país, na medida em que bancou as
mentiras que o Estado criou para ocultar a situação dos povos indígenas, a ponto de
pouco ou quase nada falar sobre a negativa do Governo americano de votar a favor,
na ONU, da aprovação da Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas.
Manipulou, mentiu, aceitou a censura imposta pelo Governo e pelos militares, tudo
sob o argumento da preservação da soberania nacional, que inclui o combate ao
controle independente das terras e à autodeterminação desses povos. A grande
maioria ainda hesita em divulgar os fatos como eles acontecem sob o argumento de

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que chocariam as pessoas. E comparam esse tipo de censura ao que foi feito no
caso do Irã e das supostas bombas atômicas.
O caminho tem sido o mesmo. Tudo em nome da grande pátria, preparando
o País para mais uma farsa. Enquanto isso, jornalistas americanos que vêm ao
patropi a convite de algum órgão brasileiro, para falar sobre o papel da imprensa,
usam e abusam da mídia dos EUA como parâmetro de como se comportar para
manter as liberdades. No mínimo é muita hipocrisia querer manter a lenda de que a
mídia americana é a campeã das liberdades. Enquanto a mídia americana continuar
na mesma toada, qualquer consideração sobre imprensa livre em qualquer parte do
mundo que venha dos EUA precisa ser devidamente peneirada. A mídia dos EUA é
hoje o maior exemplo de imprensa falsa e manipuladora, que antes de divulgar
informações faz propaganda. Um triste fim para aqueles que desvendaram o caso
Watergate, que resultou na renúncia do Presidente Richard Nixon, em agosto de
1974.
Por outro lado, nos seminários sobre liberdade de imprensa no Brasil, muito
pouco tem-se falado sobre o papel da mídia em relação a si própria. Quase nada é
debatido sobre as pressões econômicas que os veículos sofrem das grandes
corporações para que determinados assuntos não sejam veiculados. O atual caso
indígena brasileiro é bem emblemático. Grande parte da mídia do País se nega a
dar o devido destaque à situação dos povos indígenas, que continuam a enfrentar a
marginalização, pobreza extrema e outras violações dos direitos humanos, sendo
muitas vezes arrastados para conflitos e disputas de terras que ameaçam o seu
modo de vida e mesmo a sua sobrevivência.
Independente das posições político-ideológico-partidárias de cada um, seja
um cidadão seja uma empresa – afinal, todos têm direito à livre manifestação nas
sociedades democráticas –, o que tem acontecido é lamentável sob qualquer ponto
de vista. É claro que qualquer denúncia contra os direitos dos povos indígenas tem
de ser investigada até o fim. Esse é o principal papel do jornalismo. Reportagem é,
antes de mais nada, uma profunda investigação de um fato. Agora, o mais honesto
seria que os veículos da grande imprensa deixassem claras suas preferências
político-ideológico-partidárias, que projeto de sociedade defendem etc. Ela, a mídia,
pode e deve se manifestar quanto a suas preferências. Por que não? O que impede
essa atitude? Muito pior é ficar manipulando grosseiramente as informações,
fingindo posição neutra, uma pretensa defesa da Democracia. O leitor, ouvinte ou
telespectador poderia escolher melhor e com mais segurança em quem acreditar e
a quem dar crédito. Do jeito que está, fica difícil, cada vez mais difícil, haver
credibilidade na imprensa brasileira.
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Fonte: Reescritura de Cézar de Souza, a partir dos artigos “Liberdade de imprensa,


hipocrisia e credibilidade” (Observatório de Imprensa, 13/06/2006) e “ONU aprova
Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas” (Esquerda, 14/09/2007).

46. (FUNRIO-2009/FUNAI) No trecho "deixassem claras suas preferências


político-ideológico-partidárias" (§5º), o possessivo aí empregado refere-se:

A) à manifestação nas sociedades democráticas.


B) à profunda investigação de um fato.
C) a veículos da grande imprensa.
D) ao principal papel do jornalismo.
E) à violações dos direitos humanos.

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Comentário: A resposta da questão encontra-se na assertiva (C). No contexto, a


forma pronominal “suas”, que antecede o vocábulo “preferências”, retoma os
“veículos da grande imprensa”, conforme corrobora o excerto a seguir:

“(...). Agora, o mais honesto seria que os veículos da grande imprensa deixassem
claras suas preferências político-ideológico-partidárias,”

Gabarito: C.

47. (FUNRIO-2009/DEPEN) Nos fragmentos do texto II a seguir reproduzidos, o


vocábulo destacado com o uso letra maiúscula foi corretamente classificado
em:

A) “vão para AS galerias” – pronome oblíquo.


B) “muros altos A cercar numerosos edifícios – verbo.
C) “A insistência, A ameaça velada, A malandragem – conjunção.
D) “Para não deixar A linha em branco – adjetivo.
E) “uma cruz A lápis vermelho” – preposição.

Comentário: Vamos analisar as assertivas.

A) Errada. Em “vão para AS galerias”, o elemento destacado é um artigo definido.


B) Errada. No trecho “muros altos A cercar numerosos edifícios”, o termo destacado
é uma preposição.
C) Errada. Nas três ocorrências, o “a” pertence à classe dos artigos.
D) Errada. Em “Para não deixar A linha em branco”, temos um artigo definido.
E) Esta é a resposta da questão. No trecho “uma cruz A lápis vermelho”, o
elemento destacado pertence à classe das preposições.

Gabarito: E.

Sonho meu, sonho meu


Vai buscar quem mora longe, sonho meu.
Vai mostrar essa saudade, sonho meu
Com a sua liberdade, sonho meu
96411120900

No meu céu a estrela-guia se perdeu


A madrugada fria só me traz melancolia, sonho meu.

48. (FUNRIO-2009/DEPEN) A letra de Dona Ivone Lara emprega o pronome


possessivo à direita do substantivo “sonho” com o objetivo de:

a) criar um efeito estilístico original no português.


b) designar um hábito polissêmico de colocação.
c) indicar uma aproximação individual pejorativa.
d) dar ênfase ao pronome no sintagma “sonho meu”.
e) acentuar um sentimento de polidez e deferência.

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Comentário: Nos versos “Sonho meu, sonho meu / Vai buscar quem mora longe,
sonho meu ...”, o vocábulo “sonho” é acompanhado do pronome possessivo “meu”.
No contexto, o emprego dessa forma pronominal ocorreu com o intuito de
proporcionar ênfase, ou seja, enfatizar o pronome na estrutura “sonho meu”.
Portanto, a letra (D) é a resposta da questão.

Gabarito: D.

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Os pronomes demonstrativos situam os seres no tempo e no espaço, em


relação às pessoas do discurso. São os pronomes isto, isso, aquilo, este(s),
esse(s), aquele(s), esta(s), essa(s), aquela(s).

Exemplos:
Esta caneta é minha. (A caneta está próxima ao falante - quem fala)
Essa caneta é sua. (A caneta está próxima ao ouvinte – com quem se fala)
Aquela caneta é dela. (A caneta está distante do falante e do ouvinte - de quem se
fala)

EMPREGO DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS

É importante que vocês saibam empregar corretamente os pronomes


demonstrativos, pois eles desempenham papel importante de coesão textual.

- Esse, essa, isso (referência anafórica) - para situar o que já foi expresso.

Exemplos: Azul e verde, essas são as cores de que mais gosto.

Na frase acima, o pronome demonstrativo “essas” retoma as cores “azul” e


“verde”. Por isso, dizemos que é um pronome anafórico, ou seja, resgata um
elemento que já havia sido mencionado na superfície textual.
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Para memorizar: Referência Anafórica  retoma o que foi dito Antes.

- Este, esta, isto (referência catafórica) - para situar o que ainda será expresso.

Exemplos: As cores de que mais gosto são estas: azul e verde.

Na frase acima, o pronome demonstrativo “estas” introduz as cores “azul” e


“verde”, que ainda serão citadas. Por isso, dizemos que é um pronome catafórico,
ou seja, refere-se a elemento(s) que ainda não foi/foram mencionado(s) na
superfície textual.

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- Este, esta, isto - em referência a um termo imediatamente anterior.

Exemplos: O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser preservada.

No período acima, o pronome demonstrativo “esta” retoma o substantivo


“saúde”, evitando sua repetição desnecessária no contexto.

- Este(s), esta(s) e isto – em relação ao que foi mencionado por último, e


aquele(s), aquela(s), aquilo, em relação ao que foi nomeado em primeiro lugar,
diferenciando os elementos anteriormente citados na superfície textual.

Exemplo: José de Alencar e Machado de Assis são importantes escritores


brasileiros; este (Machado de Assis)escreveu Dom Casmurro; aquele (José de
Alencar), Iracema.

Os pronomes demonstrativos podem, ainda, indicar marcação temporal.

- Tempo presente em relação ao falante: empregam-se este, esta e isto.

Exemplo: Este ano pretendo mudar de residência.

- Tempo passado ou futuro próximos em relação ao falante: empregam-se esse,


essa e isso.

Exemplo: Esses anos vindouros serão excepcionais em termos de concursos


públicos.
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- Tempos muito distantes em relação ao falante: empregam-se aquele(s), aquela(s)


e aquilo.

Exemplo: Naquela época eu praticava esporte.

Os pronomes oblíquos o, a, os, as equivalerão a aquele(s), aquela(s),


aquilo quando estiverem apostos ao pronome relativo que e à preposição de.

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Exemplos: Não concordo com o que ele falou. (= Não concordo com aquilo que ele
falou.)
Sua camisa é igual à da vitrine. (= Sua camisa é igual àquela da vitrine.)

No último exemplo acima, houve a fusão entre a preposição “a” e o “a” inicial
do pronome demonstrativo “aquela”. Graficamente, esse fenômeno, conhecido
como crase, é representado por meio do emprego do acento grave. Veremos isso
mais detidamente na aula oportuna.

É importante chamar a atenção de vocês para a existência de dois tipos de


coesão referencial: a exofórica e a endofórica.

- Exofórica (ou dêitica) – ocorre quando o referente está fora da superfície textual,
ou seja, faz parte da situação comunicativa (extratextual).

Exemplos: Porque será que ele não chegou ainda?

O termo “ele”, sem uma referência específica, não possibilita que o leitor
faça a inferência sobre a pessoa de quem se fala. Por isso, o pronome ele, no
contexto em que se encontra, é dêitico.

Lá é muito quente.

O advérbio “Lá”, sem demonstrar o lugar no texto, não situa o leitor acerca do
espaço a que se refere. Sendo assim, o advérbio lá, no contexto em que está
inserido, exerce função dêitica (ou díctica).

- Endofórica: ocorre quando o referente se encontra expresso no texto


(intratextual).

Exemplos:
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João disse que estava a caminho. Por que será que ele não chegou ainda?
(ele refere-se a João)

Nas férias, viajei para Mato Grosso do Sul. Lá é muito quente.


(Lá refere-se a Mato Grosso do Sul)

Texto para a questão 49.

Popeye, o marinheiro movido a espinafre, que gera US$ 2,17 bilhões anuais em
vendas, promete neste ano virar personagem de batalhas judiciais pelo mundo. Os
direitos autorais dos desenhos originais expiraram no dia 1º de janeiro de 2009,
entrando em domínio público de acordo com a lei da União Européia, que restringe
o uso das imagens até 70 anos após a morte do autor. Isso significa que, agora,

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qualquer um pode imprimir e vender pôsteres, camisetas e adesivos com a imagem
do Popeye e mesmo utilizar sua imagem em novos quadrinhos, sem a necessidade
de pedir autorização ou pagar royalties.

49. (FUNRIO-2009/DEPEN) O último período da notícia se inicia com o


demonstrativo “isso”, que estabelece um vínculo de coesão no texto porque
faz referência à:

a) restrição ao uso das imagens até 70 anos após a morte do autor.


b) geração de US$ 2,17 bilhões anuais em vendas.
c) permissão para que qualquer um imprima o que quiser.
d) possibilidade de haver batalhas judiciais pelo mundo.
e) entrada dos direitos autorais em domínio público.

Comentário: No contexto, a forma pronominal “isso” retoma a seguinte informação


expressa no período anterior: “Os direitos autorais dos desenhos originais expiraram
no dia 1º de janeiro de 2009, entrando em domínio público de acordo com a lei da
União Européia (...)”. Dessa forma, encontramos na letra (E) a resposta da questão.

Gabarito: E.

50. (FGV-2011/TRE-PA) É importante desmistificar a ideia de que política é


uma sujeira só e sem utilidade. Essa é uma forma de contribuir para aumentar
a consciência política e a qualidade do voto dentro de toda a cadeia produtiva,
entre os parceiros e colaboradores.
A respeito do período acima e sua relação com o texto, analise a afirmativa a
seguir:

I. O pronome Essa tem valor anafórico.

Comentário: Percebe-se que o pronome “Essa” nos remete à ideia expressa


anteriormente: “desmistificar a ideia de que política é uma sujeira só e sem utilidade.
Sendo assim, a forma pronominal exerce a coesão anafórica, isto é, tem valor
anafórico.

Gabarito: Certo.
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51. (FGV-2008/TJ-MS) “Mas a correlação de forças não lhes permite ir mais


longe, e essa paralisia favorece o retorno dos acordos bilaterais ou regionais.
Com isso, falta um projeto mundial coerente em que o desenvolvimento do
comércio seja articulado ao equilíbrio social e ambiental.”
Os pronomes grifados no trecho acima têm, respectivamente, valor:

(A) catafórico e catafórico


(B) anafórico e anafórico
(C) dêitico e dêitico
(D) anafórico e catafórico
(E) catafórico e anafórico

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Comentário: No contexto, o pronome “essa” nos remete à ideia de estagnação,


exposta no trecho “Mas a co-relação de forças não lhes permite ir mais longe”. Por
sua vez , o pronome “isso” também faz referência a ideia anterior contida no trecho
“o retorno dos acordos bilaterais ou regionais”. Sendo assim, ambos os pronomes
são anafóricos.

Gabarito: B.

TEXTO II
Amazônia: a verdade sobre a saúde da floresta
(Fragmento)

No fim da década de 60, sob a justificativa de que era preciso ocupar a


Amazônia para evitar sua internacionalização, os governos militares distribuíram
terras e subsídios a quem se dispusesse a se embrenhar na floresta. A ação atraiu
para o lugar pequenos agricultores e pecuaristas do Sul e do Sudeste. Desde então,
a agropecuária floresceu onde antes só havia a atividade extrativista.
Atualmente, 36% do gado bovino e 5% das plantações de soja do país
encontram-se na região amazônica. Investir ali é um ótimo negócio. As terras
custam até um décimo do valor no Sudeste. A fartura de chuvas faz com que o
pasto viceje o ano todo e, em conseqüência disso, os bois atingem a maturidade
para abate um ano mais cedo.
Nas últimas duas décadas, a expansão do agronegócio fez com que as
lavouras e pastos avançassem cada vez mais pela floresta, contribuindo para o
desmatamento. As imagens de satélite revelam que quase 40% dessa devastação
foi realizada nos últimos vinte anos. Surge aí a questão: quanto é aceitável
desmatar para dar lugar ao agronegócio? Ninguém sabe, porque nenhum governo
produziu um plano de longo prazo para a ocupação da Amazônia.
Mas uma coisa é certa: os fazendeiros estabelecidos na região não são
criminosos porque derrubam parte da floresta para tocar seu negócio. Eles
contribuem para o desenvolvimento da Amazônia, criam empregos e somam pontos
ao PIB do país. O que precisa ser combatido é o desmatamento selvagem, feito à
sombra dos órgãos ambientais, muitas vezes por grileiros de terras públicas que
não hesitam em sacar da pistola contra quem se opõe a seus interesses.
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Revista Veja, ed. 2053, ano 41, no12, 26 mar. 2008, p103-104.

52. (FUNRIO-2008/SEJUS-RO) Na construção de um texto, para evitar a repetição


de palavras já mencionadas, procura-se substituir essas por outras. A tal processo,
que ocorre, predominantemente, com os pronomes, dá-se o nome de anáfora. Nas
alternativas a seguir, as relações anafóricas estão corretas, excetuando uma.
Assinale-a.

a) Em ‘era preciso ocupar a Amazônia para evitar sua internacionalização’, o


pronome ‘sua’ refere-se à Amazônia’. (1o parágrafo).
b) Em ‘A ação atraiu para o lugar pequenos agricultores e pecuaristas’, o termo
destacado refere-se à ‘floresta’. (1o parágrafo).

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c) Na frase ‘Investir ali é um ótimo negócio’, o advérbio sublinhado refere-se à


‘região amazônica’. (2o parágrafo).
d) No fragmento ‘que não hesitam em sacar da pistola contra quem se opõe
a seus interesses’, o pronome destacado refere-se aos ‘grileiros de terras públicas’.
(4o parágrafo).
e) No trecho ’em conseqüência disso, os bois atingem a maturidade para abate
uma ano antes’, o termo sublinhado refere-se a ‘bois’. (2o parágrafo).

Comentário: A resposta da questão encontra-se na opção (E). Vejam o trecho em


que se insere a estrutura “disso” (contração da preposição “de” com o pronome
demonstrativo “isso”):

“(...). A fartura de chuvas faz com que o pasto viceje o ano todo e, em conseqüência
disso, os bois atingem a maturidade para abate um ano mais cedo.”
Por meio do contexto, identificamos que a referência anafórica feita pela
estrutura “disso” nos remete ao trecho “o “pasto viceje o ano todo”, ou seja, ao
desenvolvimento do pasto durante o ano todo.

Gabarito: E.

53. (FUNRIO-2008/SUFRAMA) Dentre os vocábulos grifados, o elemento de coesão


anafórico é:

a) “Dados oficiais revelam que o plantio de cana-de-açúcar...”


b) “Depois, eles serram e exportam em pranchas ou blocos quadrados.”
c) “No entanto, pela madeira exportada o Brasil amealhou apenas US$2,8 bilhões.”
d) “...desmatam para plantar eucalipto e transformá-lo em carvão vegetal.
e) “Põem abaixo a floresta tropical mais rica em biodiversidade do mundo e
implantam o monocultivo de eucalipto.

Comentário: A resposta da encontra-se na assertiva (D). No trecho “...desmatam


para plantar eucalipto e transformá-lo em carvão vegetal”, a forma pronominal “lo”
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faz referência ao “eucalipto”, evitando sua repetição na superfície textual:

“... desmatam para plantar eucalipto e transformar o eucalipto em carvão vegetal.”

Nas demais opções, temos elementos coesivos (conectores), assuntos que


será estudado em aulas futuras:

a) conjunção integrante “que”;


b) conjunção alternativa “ou”;
c) locução “no entanto”, exprimindo valor de adversidade; e
e) conjunção aditiva “e”.

Gabarito: D.

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PRONOMES INDEFINIDOS

Os pronomes indefinidos referem-se a um ser ou objeto de forma vaga ou


indeterminada.

Exemplos:
Alguém bateu à porta.
Todos se prontificaram a colaborar.
Muitos são os chamados, poucos os escolhidos.

EMPREGO DOS PRONOMES INDEFINIDOS

Em termos de prova, destaca-se o emprego dos seguintes pronomes


indefinidos:

 TODO

- Significando inteiro : deve ser usado com artigo, se o substantivo o aceitar.

Exemplo: Fiquei todo o dia em casa. (O dia inteiro)

- significando cada ou todos não terá artigo, ainda que o substantivo exija.

Exemplo: Fiquei todo dia em casa. (Todos os dias)

 ALGUM

- Anteposto ao substantivo, assume sentido afirmativo.

Exemplo: Algum amigo o ajudará. (Alguém)

- Posposto ao substantivo, assume sentido negativo.

Exemplo: Amigo algum o ajudará. (Amigo nenhum)

A classe gramatical de alguns vocábulos, entretanto, dependerá do contexto


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em que estiverem inseridos.

 CERTO (e variações)

- Anteposto a substantivos, será pronome indefinido.

Exemplo: Certas pessoas não se preocupam com os demais. (pronome indefinido)

- Posposto a substantivos, será adjetivo.

Exemplos: Certos políticos nem sempre são os políticos certos.


pron. indef. Adjetivo

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 MUITO

- Será pronome indefinido quando se relacionar a nomes.

Exemplos:
Bebi muito suco ontem.

- Será advérbio quanto se relacionar a adjetivos, verbos e advérbios. Portanto, será


invariável.

Exemplo: Bebi muito ontem.

 POUCO

- Será pronome indefinido quando se relacionar a nomes.

Exemplo: Comprei poucos legumes.

- Será advérbio quando se relacionar a adjetivos, verbos e advérbios. Portanto,


será invariável.

Exemplo: Choveu pouco ontem.

 BASTANTE

- Será pronome indefinido quando anteceder nomes.

Exemplos: Havia bastantes pessoas na festa.


Comprei bastantes frutas.

- Será adjetivo quando estiver posposto a nomes. Nesse caso, equivalerá a


suficiente(s).
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Exemplos: Havia pessoas bastantes na festa.


Comprei frutas bastantes.

- Será advérbio quando se relacionar a adjetivos, verbos e advérbios. Portanto,


será invariável.

Exemplos: Choveu bastante ontem.


As moças são bastante bonitas.

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PRONOMES RELATIVOS

Os pronomes relativos referem-se a um termo anterior, chamado


antecedente, estabelecendo uma relação de subordinação entre as orações
(sempre iniciam orações subordinadas adjetivas). Os pronomes relativos são:
Pronome Exemplos

QUE - empregado com o intuito de substituir Roubaram a peça que era rara no
um substantivo (pessoa ou coisa), evitando Brasil. (= a peça)
sua repetição na frase.
Observação: pode sempre ser substituído Roubaram a peça a qual era rara no
por o qual (e flexões). Brasil.

QUAL (e variações) - refere-se a coisas ou Os assuntos sobre os quais


pessoas, sendo sempre antecedido de conversamos estão resolvidos. (= os
artigo, que concorda em gênero e número assuntos)
com o elemento antecedente. Meu irmão comprou a lancha sobre a
qual eu falei a você. (= a lancha)

QUEM - refere-se a pessoas (ou coisas As pessoas, de quem falamos ontem,


personificadas) e geralmente aparece não vieram. (= as pessoas)
precedido de preposição, inclusive
quando funcionar como objeto direto. Nesse A garota, a quem conheci há duas
último caso, passará à condição de objeto semanas, está em minha sala. (= a
direto preposicionado. garota)

Observação: Quando o pronome QUEM Foi ele quem me disse a verdade.


exercer a função de sujeito, não virá (= Foi ele o que me disse a verdade.)
precedido de preposição. Isso só ocorrerá
quando o pronome “quem” puder ser Quem com ferro fere com ferro será
substituído por pronome demonstrativo (o, a, ferido.
os, as, aquele, aquela, aqueles, aquelas), (= Aquele que com ferro fere com ferro
acrescido do pronome relativo que. Nesses
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será ferido.)
casos, o pronome “quem” será denominado de
pronome relativo indefinido.

ONDE - este pronome tem o mesmo valor Eu conheço a cidade em que sua
de em que ou no qual (e flexões). Se a sobrinha mora.
preposição “em” for substituída pela Eu conheço a cidade na qual sua
preposição “a” ou pela preposição “de”, sobrinha mora.
substituiremos, respectivamente, por aonde Eu conheço a cidade onde sua
e de onde (ou donde). sobrinha mora.
Eu conheço a cidade aonde sua
sobrinha foi.
Eu conheço a cidade de onde (ou
donde) sua sobrinha veio.

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QUANTO - sempre antecedido de tanto, Fale tudo quanto quiser falar.


tudo, todos (e variações), concordando Traga todos quantos quiser trazer.
com esses elementos. Beba todas quantas quiser beber.

COMO - antecede as palavras maneira, Este é o modo como se deve estudar


modo e forma. para o concurso.
Aquela é a forma como se praticam
os exercícios.

CUJO - tal como os pronomes relativos, Antipatizei com o rapaz cuja


refere-se a um antecedente, mas concorda namorada você conhece.
(em gênero e número) com o consequente.
Esse pronome indica valor de posse (algo A árvore cujos frutos são venenosos
de alguém) e não aceita artigo anteposto ou foi derrubada.
posposto.

Quando um elemento da oração (nome ou verbo) reger preposição, esta


antecederá os pronomes relativos.

Exemplos:
As condições básicas de saúde, de que a população se mostra carente, deveriam
ser oferecidas pelo governo.
Eu conheço a cidade em que sua sobrinha mora.
Eu conheço a cidade aonde sua sobrinha foi.
O artista de cuja obra eu falara morreu ontem.
As pessoas em cujas palavras acreditei estão presas.

Isso frequentemente aparece nas provas de diversas bancas examinadoras,


misturando os temas emprego dos pronomes relativos e sintaxe de regência
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(que será visto em aula futura). Vejamos.

54. (FCC/TJ-AP) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados


na frase:

(A) Otário é você, que confia de que Obama faça um governo competente, de cujo
não há ainda qualquer indício.
(B) Prefira-se morar em Beverly Hills do que morar em Darfur; a esta região falta
tudo o que aquela não falta.
(C) Esses doutores, de cujo pessimismo todos conhecem, estão sempre aplicados
com a difusão fascinada dos horrores.

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(D) É como se a barbárie e a crueldade, às quais esses doutores assistem com


indiferença, fossem fenômenos cujo horror devesse ser naturalizado.
(E) O autor está convicto que tais doutores representam um radical pessimismo, de
cujo parecer orgulhar-se de ostentar.

Comentário: A opção correta é a letra D. No sentido de “ver, presenciar”, o verbo


“assistir” é transitivo indireto, regendo o emprego da preposição “a” em seu
complemento indireto. Como a oração “às quais esses doutores assistem com
indiferença” é subordinada adjetiva, a preposição antecedeu o pronome relativo
“quais”, acarretando a fusão com o artigo definido “as”: “a” (preposição) + “as”
(artigo definido). Conforme vimos nas lições acima, o relativo “cujo” refere-se a um
antecedente, mas concorda (em gênero e número) com o consequente. Em “É
como se a barbárie e a crueldade (...) fossem fenômenos cujo horror devesse ser
naturalizado.”, o pronome relativo “cujo” indica uma relação de posse “o horror
pertence à barbárie e à crueldade”, concordando com o substantivo (termo
consequente) “horror”. Vale lembrar que “cujo” (e flexões) não admite artigo
anteposto ou posposto.

Gabarito: D.

55. (FCC-2009/TRT-16ª Região) Está correto o emprego de ambos os


elementos sublinhados em:

(A) Enfraquecida, a cultura caipira cujos valores tanta gente se encantou, cede lugar
às modas citadinas, de que quase todos tomam como parâmetro.
(B) A moda sempre existiu, sempre haverá quem a adote, assim como sempre
haverá quem não lhe poupe o aspecto de superficialidade.
(C) A moda, cujos os valores são sempre efêmeros, define as maneiras de vestir e
pensar de que se comprazem os citadinos.
(D) Vive-se num tempo onde as mudanças são tão rápidas que fica difícil
acompanhar-lhes em sua velocidade.
(E) Os modos de ser com que se apropria a gente da cidade são os que lhes
parecem mais civilizados.

Comentário: Este tipo de questão mescla conhecimentos de regência e pronomes,


sendo um clássico da Fundação Carlos Chagas. Vamos analisar as opções:
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Letra A: Resposta incorreta. Sempre que o termo regente (verbo ou nome) exigir o
emprego de preposição, esta antecederá o pronome relativo. Em “a cultura caipira
cujos valores tanta gente se encantou”, a forma verbal “se encantou” rege o
emprego da preposição “com”, a qual deveria anteceder o relativo “cujo”. Sendo
assim, há um erro na alternativa. Continuando a análise do item, percebemos que a
forma verbal “tomam” não rege emprego de preposição, ou seja, é um verbo
transitivo direto. Logo, a preposição “de” não deveria figurar no período: “às modas
citadinas, que quase todos tomam como parâmetro”.
Letra B: Resposta correta. No período, o verbo “adotar” é transitivo direto, isto é,
não exige emprego de preposição. Sendo assim, está correto o emprego do
pronome oblíquo “a” em “sempre haverá quem a adote”. Igualmente correto está o
emprego do pronome oblíquo “lhe” (empregado com valor de posse, ou seja, é um
adjunto adnominal): sempre haverá quem não lhe poupe o aspecto de super-

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ficialidade = sempre haverá quem não poupe o aspecto de superficialidade da


moda.
Letra C: Resposta incorreta. Conforme vimos no estudo dos pronomes relativos, a
forma “cujo” (e flexões) não admite a anteposição/posposição de artigos.
Letra D: Resposta incorreta. Erro muito frequente cometido pelos candidatos (mas
não mais por vocês!). O pronome relativo “onde” deve ser empregado apenas em
referência a lugar. No contexto, porém, não há essa referência, razão por que
devemos substituí-lo por “em que”: “Vive-se num tempo onde as mudanças (...)”.
Outro erro refere-se ao complemento do verbo “acompanhar”, que possui
transitividade direta. Sendo assim, seria correto complementá-lo com a forma
“acompanhá-las” (acompanhar as mudanças).
Letra E: Resposta incorreta. A forma “se apropria” é transitiva indireta, regendo o
emprego da preposição “de”. Logo, está errado o emprego da preposição “com”
antes do relativo “que”. Outro erro: o pronome “lhes” refere-se à expressão “gente
da cidade” (no singular). Logo, o pronome oblíquo átono também deve estar nesse
número: “a gente da cidade são os que lhe parecem mais civilizados.” (a gente da
cidade são os que parecem mais civilizados a ela).

Gabarito: B.

56. (FUNRIO-2009/Prefeitura do Rio de Janeiro) O elemento coesivo destacado


que retoma um vocábulo expresso anteriormente é:

a) "Não há um dia marcado para que as mudanças ocorram...”


b) "Esse edital, para os livros que serão usados em 2009...
c) "Não tenho dúvida de que , quando a nova ortografia chegar às escolas...”
d) “António Ilharco, assessor da CPLP, lembra que é preciso um processo de
convergência...”
e) “(...) para que a grafia atual se unifique com a nova.”

Comentário: Ao mencionar “elemento coesivo que retoma um vocábulo expresso


anteriormente”, o examinador referiu-se ao pronome relativo. Essa forma pronominal
é encontrada na assertiva (B). No contexto, o relativo “que” evita a repetição do
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vocábulo “livros”.

Nas demais opções, temos:

a) “para que” – locução conjuntiva


c) “que” – conjunção integrante
d) “que” – conjunção integrante
e) “para que” – locução conjuntiva

Gabarito: B.

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57. (FUNRIO-2009/Prefeitura do Rio de Janeiro) Em “Talvez não valha o


trabalho que dará...”, o vocábulo que é um pronome relativo. Outro exemplo do
texto em que o vocábulo que possui a mesma classificação gramatical é:

a) “Mas os escritores em português têm um interesse menos acadêmico


do que prático...”
b) “... e pode-se prever que as mudanças....”
c) “Ao contrário da Espanha, que perdeu seu império americano...”
d) “Adivinhei que era sobre a recepção à literatura portuguesa no Brasil...”

Comentário: A resposta da questão é a letra (C). No trecho “Ao contrário da


Espanha, que perdeu seu império (...)”, o vocábulo destacado é sujeito da forma
verbal “perdeu”, retomando o antecedente “Espanha” e evitando sua repetição no
contexto. Portanto, temos um pronome relativo.

Nas demais opções:

a) o elemento “que” faz parte da correlação “menos...do que”.


b) o termo “que” é uma conjunção integrante, assunto que será estudado
detalhadamente em aulas futuras.
d) novamente, temos uma conjunção integrante.

Gabarito: C.

58. (FUNRIO-2009/Analista em Tecnologia da Informação) Um amigo me fala na


sua recente viagem a Belo Horizonte, onde foi jantar em casa de uma tia. Lá estava,
em visita, um colega de seus primos, a quem a dona da casa perguntou se não
queria ficar para jantar. (Fernando Sabino, “A Falta Que Ela Me Faz”, 1980)

Sobre os conectores “onde” e “a quem” é correto afirmar que sua classificação


gramatical é a seguinte:

A) apenas “onde” é pronome relativo.


B) apenas “a quem” é pronome relativo.
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C) o primeiro é advérbio; o segundo, pronome indefinido.


D) o primeiro é advérbio; o segundo é pronome interrogativo.
E) ambos são pronomes relativos

Comentário: No contexto, a forma “onde” refere-se a lugar (Belo Horizonte), sendo


corretamente empregada. Ademais, retoma seu antecedente, sendo classificada
como pronome relativo. Por sua vez, “quem” também é uma forma pronominal
relativa, referindo-se ao “colega” (pessoa), evitando a repetição do vocábulo no
período. Logo, temos o gabarito da questão na letra (E).

Gabarito: E.

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59. (FUNRIO-2009/MPOG) Dentre os vocábulos destacados nas alternativas a


seguir, o único que apresenta natureza pronominal é:

A) “... não aponta apenas a maldade da estatística ao revelar QUE ficara no


Brasil...”
B) “Tornou-se consensual QUE Machado de Assis não se apaixona pela política.”
C) “....apetecia a ele tarefas QUE hoje são nomeadas como de Controle Interno.”
D) "Não há dúvida QUE uma capital é obra dos tempos...”
E) “... e tão certo é o esquecimento QUE não darão pela minha falta".

Comentário: Temos a resposta da letra (C). No contexto, a forma “que” é um


pronome relativo, retomando o antecedente “tarefas”.
Já nas letras (A), (B) e (D), temos conjunções integrantes. Por sua vez, o
termo “que”, constante da opção (E), integra a correlação “tão ... que”.

Gabarito: C.

60. (FUNRIO-2007/Prefeitura de Maricá-RJ) O vocábulo grifado só não é pronome


relativo em:

a) “O país que produziu alguns dos mais famosos mitos olímpicos e dionisíacos
deste século...”
b) “... como achava que morreria em vão ...”
c) “... seringueiros e índios, que sob sua influência se aliaram numa grande frente
conhecida pelo nome de Povos da Floresta.”
d) “... espaços para garantir os direitos mínimos que os seringueiros nunca haviam
tido...”
e) “... suas ideias enfrentavam a oposição violenta dos latifundiários, dos
madeireiros e dos grandes projetos agropecuários que vivem do desmatamento
desordenado da Amazônia.”

Comentário: A letra (B) é a resposta da questão. No período “como achava que


morreria em vão”, a forma em destaque é uma conjunção integrante, introduzindo a
oração subordinada substantiva objetiva direta “que morreria em vão”, por ser o
complemento do verbo “achar”. Notem que o trecho “que morreria em vão” pode ser
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substituído pela forma pronominal “isso”, facilitando a identificação da conjunção


integrante: “como achava que morreria em vão” / como achava isso.
Nas demais opções, temos pronomes relativos, retomando:

a) a palavra “país”;
c) a expressão “seringueiros e índios”;
d) a expressão “direitos mínimos”.
e) os vocábulos “latifundiários”, “madeireiros” e a expressão “projetos
agropecuários”.

Gabarito: B.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Há três casos para a colocação do pronome átono na oração, a saber:

Próclise Exemplos

• Pronome antes do verbo. Ocorre:

a) com palavras de sentido negativo; Ninguém me emprestou a matéria.

b) com advérbios sem pausa; Ontem se fez de morto.

Observação!

Se houver pausa após os advérbios, a Ontem, fez-se de morto. (ênclise)


colocação deverá ser enclítica (após o verbo).

c) com pronomes indefinidos; Tudo me alegrava.

d) com pronomes interrogativos; Quem lhe disse isso?

e) com pronomes demonstrativos “isto”, “isso” e Isso se faz assim.


“aquilo”;
Quando me viu, o menino sorriu.
f) com conjunções subordinativas e pronomes A aula que me recomendou é ótima.
relativos ;
Em se tratando do concurso,
estudarei muito.
g) quando houver a preposição “em” + gerúndio;
Que Deus o proteja!
h) em orações exclamativas e optativas. Vou me vingar!

Mesóclise Exemplos
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• Pronome no meio do verbo. Ocorre com


verbo no:
Entregar-lhe-ei o documento.
a) futuro do presente;
Entregar-lhe-ia o documento.
b) futuro do pretérito.
Nunca te entregarei o documento.
Observações: Se ocorrer qualquer dos casos de (próclise)
próclise, ainda que o verbo esteja no futuro do presente Nunca te entregaria o documento.
ou no futuro do pretérito, a colocação deverá ser (próclise)
proclítica (antes do verbo).
Ambos se mudarão na semana que vem.
Com o numeral “ambos”, ainda que o verbo esteja no Ambos se mudariam na semana que
futuro do presente ou no futuro do pretérito, a colocação vem.
deverá ser proclítica (antes do verbo).

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Ênclise Exemplos

• Pronome após o verbo. A ênclise é a regra Deu-me boas dicas. (início de oração)
geral de colocação pronominal. Sendo assim, o
pronome deverá ficar posposto ao verbo quando Traga-me o café. (verbo no imperativo
não ocorrer qualquer dos casos de próclise ou afirmativo)
mesóclise.

Cuidado!

1ª) O particípio não admite ênclise.

Exemplos:
Fornecido-me o material, comecei a estudar. (errado)
Fornecido a mim o material, comecei a estudar. (correto)

2ª) Não devemos usar a colocação pronominal enclítica (após o verbo) quando
houver forma verbal no futuro do presente ou no futuro do pretérito. Nestes
casos, a colocação deve ser mesoclítica (no meio do verbo).

Exemplo:
Entregarei-te o documento. (errado)
Entregar-te-ei o documento. (correto)
Entregaria-te o documento. (errado)
Entregar-te-ia o documento. (correto)

3ª) Nas formas infinitivas antecedidas pela preposição “a”, a colocação deverá ser
enclítica (após o verbo) se o pronome oblíquo for “o” ou “a”.

Exemplos:
Professor, estamos a admirá-lo.
Se soubermos que haverá muito mais faxina, não continuaremos a fazê-la.

Dica estratégica! 96411120900

Se a forma verbal infinitiva for antecedida pela preposição “a” e o pronome


oblíquo for o “lhe”, admite-se tanto a próclise quanto a ênclise.

Exemplos:
Continuou a lhe fazer carinho. (correto)
Continuou a fazer-lhe carinho. (correto)

4ª) Quando houver duas palavras que exigem a próclise, é permitido intercalar o
pronome oblíquo átono entre elas. A esse caso dá-se o nome de apossínclise.

Exemplo: Se me não falha a memória, já vi aquela moça em algum lugar.

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COLOCAÇÃO EM LOCUÇÕES VERBAIS


(Formas possíveis e corretas)

• Auxiliar + Infinitivo

Próclise ao verbo auxiliar: Jamais lhe pretendo ensinar isso.

Ênclise ao verbo auxiliar: Eu pretendo-lhe ensinar isso.

Ênclise ao verbo principal: Eu pretendo ensinar-lhe isso.

Ênclise ao verbo principal: Jamais devo ensinar-lhe isso.

• Auxiliar + Gerúndio

Próclise ao verbo auxiliar: Não lhe começo ensinando.

Ênclise ao verbo auxiliar: Começo-lhe ensinando.

Ênclise ao verbo principal: Começo ensinando-lhe.

Ênclise ao verbo principal: Não começo ensinando-lhe.

• Auxiliar + Particípio

Próclise ao verbo auxiliar: Eu lhe tinha ensinado a matéria.


Ênclise ao verbo auxiliar: Eu tinha-lhe ensinado a matéria.

Próclise ao verbo auxiliar: Não lhe tinha ensinado a matéria.


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Dica estratégica!

Na estrutura “verbo auxiliar + particípio”, não se admite a colocação do


pronome oblíquo após o verbo principal.

Exemplos:
Tinha ensinado-lhe a matéria. (errado)
Não tinha ensinado-lhe a matéria. (errado)

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61. (FCC-2011/TRT-23ª Região) Muitos se dizem a favor da pena de morte, mas


mesmo os que mais ardorosamente defendem a pena de morte não são
capazes de atribuir à pena de morte o efeito de reparação do ato do criminoso
que supostamente mereceria a pena de morte.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos
sublinhados, respectivamente, por:

(A) a defendem - lhe atribuir - a mereceria.


(B) a defendem - atribui-la - lhe mereceria.
(C) defendem-na - atribui-la - merecer-lhe-ia.
(D) lhe defendem - lhe atribuir - mereceriam-na.
(E) defendem-lhe - atribuir-lhe - a mereceria.

Comentário: No primeiro segmento destacado (defendem a pena de morte), a


colocação pronominal deve ser proclítica (antes do verbo), já que temos o pronome
relativo “que”: “(...) mesmo os que mais ardorosamente defendem a pena de morte
(...)”. Por sua vez, a segunda expressão em destaque (atribuir à pena de morte)
contém uma forma verbal transitiva direta e indireta. Sendo assim, a expressão “à
pena de morte” pode ser substituída pelo pronome oblíquo “lhe”, o qual deve ser
anteposto ao verbo “atribuir”, haja vista a presença do advérbio “não”. Com relação
o terceiro segmento destacado (mereceria a pena de morte), a colocação do
pronome oblíquo átona “a” deve ser proclítica à forma verbal “mereceria”, pois
temos a presença do pronome relativo “que”.
Fazendo as devidas substituições, o período do enunciado ficará da seguinte
forma:

Muitos se dizem a favor da pena de morte, mas mesmo os que mais


ardorosamente a defendem não são capazes de lhe atribuir o efeito de
reparação do ato do criminoso que supostamente a mereceria.

Gabarito: A. 96411120900

62. (FCC-2011/NOSSA CAIXA) Em 11 de setembro ocorreu a tragédia que


marcou o início deste século, e o mundo acompanhou essa tragédia pela TV.
A princípio, ninguém atribuiu a essa tragédia a dimensão que ela acabou
ganhando, muitos chegaram a tomar essa tragédia como um grave acidente
aéreo.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos
sublinhados, na ordem dada, por:

(A) acompanhou-a - a atribuiu - lhe tomar


(B) acompanhou-a - lhe atribuiu - tomá-la
(C) lhe acompanhou - lhe atribuiu - tomar-lhe
(D) acompanhou-a - a atribuiu - tomá-la
(E) lhe acompanhou - atribuiu-lhe - a tomar

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Comentário: No primeiro segmento sublinhado (acompanhou essa tragédia), a


colocação do pronome átono “a” deve ser enclítica (após o verbo), já que essa é a
regra geral de colocação dos pronomes átonos e, também, por não haver, no
contexto, elementos que exijam a colocação proclítica (antes do verbo). Antes do
segundo segmento destacado (atribuiu a essa tragédia), temos o pronome
indefinido “ninguém”, que implica a colocação do pronome antes do verbo “atribuir”.
Como essa forma verbal é transitiva direta e indireta, o objeto indireto “a essa
tragédia” será substituído pelo pronome oblíquo “lhe”. Por fim, no terceiro segmento
destacado (tomar essa tragédia), temos uma forma verbal terminada em –R:
“tomar”. Por essa razão, devemos retirar essa terminação, transformando o
pronome oblíquo “a” na forma pronominal “la”.
Fazendo as devidas substituições, o período do enunciado ficará da seguinte
forma:

Em 11 de setembro ocorreu a tragédia que marcou o início deste século, e o mundo


acompanhou-a pela TV. A princípio, ninguém lhe atribuiu a dimensão que ela
acabou ganhando, muitos chegaram a tomá-la como um grave acidente aéreo.

Gabarito: B.

63. (FGV-2007/SEFAZ-RJ) Em “exauri-los” e “poder-se-á”, construiu-se


corretamente a junção do pronome à forma verbal. Assinale a alternativa em
que isso não ocorreu.

(A) cancelaríamos + as = cancelá-las-íamos


(B) permitireis + os = permiti-los-eis
(C) fizestes- + lhes = fizeste-lhes
(D) encontraram + os = encontraram-nos
(E) aprenderás + as = aprendê-las-ás

Comentário: A junção incorreta ocorreu na assertiva C. Conforme vimos nas lições,


o verbo não sofrerá alteração quando for empregada forma pronominal “lhe(s)”.
Portanto, o correto é “fizestes-lhes”.
Nas demais opções, as construções estão corretas. Com verbos no futuro do
presente e no futuro do pretérito, ambos do indicativo, a colocação do pronome é
mesoclítica (no meio do verbo).
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Gabarito: C.

64. (CESGRANRIO - 2011 – PETROBRAS) Leia as frases abaixo.

I – Convém que entregue o relatório o mais rápido possível. (me)

II – Amanhã, anunciarei as novas rotinas do setor. (lhes)

III – Sentindo ofendido, retirou-se do plenário. (se)

IV – Quem informará as suas novas designações? (lhe)

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A exigência da próclise ocorre APENAS nas frases:

a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) III e IV.

Comentário: A exigência de próclise ocorre somente nas frases I e IV. Em I, o


período “Convém que entregue o relatório o mais rápido possível.”, a presença do
pronome relativo “que” exige a colocação proclítica (antes do verbo). Portanto, ao
empregar o pronome oblíquo “me”, teremos “Convém que me entregue o relatório o
mais rápido possível”. Por fim, em IV, o emprego do pronome indefinido “quem”
também exige a colocação antes do verbo. Logo, ao inserir o pronome oblíquo “lhe”
no contexto, teremos “Quem lhe informará as suas novas designações?”.

Nas frases II e III, respectivamente, temos:

“Amanhã, anunciar-lhes-ei as novas rotinas do setor.” – Como o verbo está no futuro


do presente (e não obrigatoriedade de próclise), a colocação pronominal é enclítica
(no meio do verbo).

“Sentindo-se ofendido, retirou-se do plenário.” – Não se inicia períodos por


pronomes oblíquos átonos. Portanto, a ênclise é obrigatória.
.
Gabarito: C.

65. (FUNRIO-2010/INVESTE RIO) No Brasil, a colocação dos pronomes átonos


nas frases recebe um tratamento peculiar ao idioma. A colocação pronominal
que atende às exigências da norma padrão do Português brasileiro escrito
está reproduzida na alternativa:

A) Os prisioneiros que libertaram-se do jugo dos terroristas, até hoje, estão


traumatizados.
B) Os avanços dos eletrônicos tiveram de se adequar à aquisição dos brasileiros.
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C) Ele reconhecia ter tratado-se de problemática já conhecida no passado, quando


era jovem.
D) Os fabricantes de armas não importaram-se com a dificuldade dos países em
litígio.
E) Quando fala-se a verdade, na maioria das vezes não se merece castigo muito
severo.

Comentário: Vamos analisar as assertivas.

a) Errada. A presença do pronome relativo no contexto exige que a colocação do


pronome átono “se’ seja proclítica (antes do verbo): Os prisioneiros que se
libertaram... .

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b) Esta é a resposta da questão. No contexto, poderia ocorrer tanto a próclise


(apresentada na assertiva) quanto a ênclise, já que não há elemento atrativo no
período.
c) Errada. Em locuções verbais, não se admite a ênclise com particípios. Logo, o
adequado seria “Ele reconhecia ter se tratado ... .
d) Errada. A presença do advérbio “não” (palavra negativa) exige colocação antes
do verbo: Os fabricantes de armas não se importaram ... .
e) Errada. O conectivo “quando” exige a colocação proclítica: Quando se fala a
verdade ... .

Gabarito: B.

Amigos e amigas, nosso encontro de hoje se encerra aqui.

Bons estudos, até a próxima aula e rumo à CLASSIFICAÇÃO!

Grande abraço!

Prof. Fabiano Sales

fabianosales@estrategiaconcursos.com.br

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