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Arã

o José
Atija Alice Hassane
Berta Paulo Domingos Estevão
Cachimonia Bernardo Elapo
Carmona Herminio Joao
Saquina Gertrudes Munguambe

Tema: Civilizações ameríndias: Incas


As relações entre os povos ameríndios e os europeus.

(licenciatura em História)

Universidade Rovuma
Nampula
2024
Arão José
Atija Alice Assane
Berta Paulo Domingos Estevão
Cachimonia Bernardo Elapo
Carmona Herminio Joao
Saquina Gertrudes Munguambe

Tema: Civilizações ameríndias: Incas


As relações entre os povos ameríndios e os europeus.

(licenciatura em História)

Trabalho de carácter avaliativo no âmbito da


cadeira de História da Antiguidade Clássica
Oriental e Ocidental no curso de licenciatura em
historia1º ano,2semestre a ser apresentado na
faculdade de letras e ciências socias, delegação de
Nampula, lecionado por: Prof. Drª.: Élia Margarida
Cumbana.

Universidade Rovuma
Nampula
2024
Índice
Introdução..................................................................................................................................4

Civilizações Ameríndias.............................................................................................................5

1.2 Visão geral sobre os incas....................................................................................................5

1.2.1 Civilização inca.................................................................................................................5

1.2.2 Origem da civilização inca................................................................................................5

1.2.3Características dos incas....................................................................................................6

1.2.4 Política Inca.......................................................................................................................7

1.2.5 Economia Inca...................................................................................................................7

1.2.6 Cultura e religião inca.......................................................................................................7

1.2.7 A base da pirâmide social..................................................................................................7

3. A expansão Inca e a confederação cusquenha........................................................................8

3.1. A confederação cusquenha (Cuzquenha)............................................................................8

4. A educação e Arte Inca.........................................................................................................10

5. Invasão e queda do Imperio Inca..........................................................................................11

6. As relações dos povos Ameríndio e os europeus.................................................................12

6.1 Os ameríndios e os europeus na América do Norte...........................................................13

6.2 Os diferentes relacionamentos com os invasores...............................................................14

6.3 Os ameríndios e os europeus na América portuguesa........................................................15

Conclusão.................................................................................................................................17

Bibliografia..............................................................................................................................18
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Introdução

Este presente trabalho aborda sobre a civilização ameríndia em concreto os Incas e também
fala sobre as relações dos ameríndios com os europeus. Espera-se atingir os objetivos que
abaixo estarão mencionados.
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1. Civilizações Ameríndias

Os povos ameríndios foram conhecidos como o equívoco que esteve na origem do termo
«índios», desde a viagem de Cristóvão Colombo, em 1492, ao atingir as Antilhas, convencido
que tinha alcançado a Índia. Mas equívoco, ou não, já quando Colombo se encontrou com os
primeiros selvagens das terras que acabara de descobrir, descreveu-os de modo muito
semelhante ao de Pero Vaz de Caminha, sentindo que tinha encontrado o «Paraíso Terrestre».

Muito antes da chegada de espanhóis e portugueses à América, a partir de 1492, o continente


já era habitado por várias tribos e nações indígenas. Algumas delas se tornaram civilizações
bastante avançadas. Seu desenvolvimento impressiona todos os que olham para elas, até os
dias de hoje. É o caso da civilização Inca, que surgiu na região do atual Peru e se estendeu
por um território de mais de 4.000 km, do Equador até o norte da Argentina.

1.2 Visão geral sobre os incas

1.2.1 Civilização inca

Inca: o termo inca, que hoje designa um povo e um império significava chefe, título dados
aos imperadores e aos nobres. Apenas os chefes eram assim chamados.

1.2.2 Origem da civilização inca

A região andina, local onde se desenvolveu a Civilização Inca, era habitada por grupos
humanos desde aproximadamente 4.500 a.C. e, antes dos incas, havia abrigado uma outra
grande civilização conhecida como chavín, em torno de 900 a.C. e 200 a.C. Os incas
(chamados de quéchua) dominavam a região de Cuzco desde, pelo menos, o ano 1000,
porém, a partir do século XV, iniciaram um processo de centralização e conquista territorial.

Segundo Silva Daniel (2010) o surgimento oficial do Império Inca aconteceu, segundo os
historiadores, com o reinado do Sapa Inca (termo em quéchua para imperador) Pachacuti.
Durante seu reinado, os incas iniciaram a conquista territorial da região andina, processo que
foi continuado por outros imperadores incas.

Quando os espanhóis chegaram ao Peru, em 1532, os Incas já haviam estabelecido o seu


domínio sobre o planalto e a planície costeira dos Andes. Seu Império estendia-se desde
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Cuzco até a Colômbia, ao norte; e até o Chile e a Argentina, ao sul. O brilho de sua
civilização atingia o Panamá e chegava mesmo às longínquas praias atlânticas do Brasil, sob
a forma de utensílios de cobre ou ornamentos de ouro e prata transportados de tribo em tribo,
através da floresta amazônica. Em toda a América do Sul, vivendo ainda na Idade da Pedra,
somente a Terra do Fogo escapava ao fascínio de sua magnificência, que deveria dar origem
ao mito do Eldorado quando os espanhóis, por sua vez, foram por ela atraídos.

Os lncas, no entanto, tiveram origens obscuras e um difícil começo na região onde, por longo
tempo, desempenharam afigura de intrusos. Sua expansão começou apenas em meados do
século xv sob o reinado de Pachakuti, nono soberano de Cuzco. Embora tardia, essa expansão
assegurou-lhes rapidamente a herança de uma tradição cultural que muitos povos haviam
contribuído para forjar e enriquecer ao longo de um passado muitas vezes milenário.

Incas conseguiram construir um império territorialmente muito vasto, que se estendia por
mais de 4 mil quilômetros, desde parte da Colômbia até o norte do Chile e da Argentina. Os
povos conquistados por eles eram obrigados a pagar impostos, e as regiões dominadas eram
integradas ao império por meio da construção de estradas (os incas possuíram mais de 40 mil
quilômetros de estradas), por ordem do Sapa Inca, e culturalmente absorvidas com o
deslocamento de população quéchua para essas regiões.

O grandioso império dos incas era denominado por eles próprios de Tawantisuyu (o Império
das quatro direções, em quéchua) e era dividido em quatro grandes províncias chamadas de:

 Chinchasuyu (norte);
 Antisuyu (leste);
 Contisuyu (oeste);
 Collasuyu (sul).

1.2.3 Características dos incas

Os Incas construíram um império que era baseado em um sistema de governo conhecido


como teocracia. Nesse sistema político, o governo sofre forte influência das crenças
religiosas. No caso dos incas, o Sapa Inca era visto como um descendente do sol e, por isso,
possuía poderes irrestritos. Os poderes do Sapa Inca chegavam, inclusive, a interferir na vida
das pessoas e a determinar quando poderiam casar, viajar e mudar para outras áreas do
império etc.
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Alem da grandiosidade territorial, o Império Inca era caracterizado pela grande diversidade
de povos e de culturas dominadas pelos incas/quéchuas. Estima-se que o Império Inca
possuísse em torno de seis a dez milhões de habitantes. Nessa vasta população, existiam, pelo
menos, 30 idiomas diferentes.

A base da economia era a agricultura que produzia tudo o que os incas possuíam. A
alimentação baseava-se no milho e na batata, no entanto, os incas também produziam grandes
quantidades de itens como algodão e pimenta. A fertilidade da agricultura dos incas era
resultado do uso de uma técnica conhecida como curvas de nível.

A produção agrícola era realizada nos ayllus, que consistiam uma unidade social na qual um
grupo de pessoas cultivava um determinado pedaço de terra. Era dever do ayllu produzir tudo
o que fosse necessário para sua própria sobrevivência, além de pagar os impostos que eram
devidos ao Sapa Inca. Cabia ao chefe do ayllu, conhecido como kuraka, fazer uma divisão
igualitária dos alimentos produzidos e também auxiliar os membros de seu ayllu que
enfrentassem dificuldades.

Além disso, os incas desenvolveram uma forma de trabalho compulsório que se chamava
mita. A mita determinava que todo trabalhador inca deveria trabalhar para o estado por um
determinado período no ano. Assim, quando o imperador convocasse, os trabalhadores eram
levados para trabalhar nas obras públicas de construção de estradas, por exemplo.

1.2.4 Política Inca

Política Inca era imperial, como uma forma de governo teocrático, ou seja, um sistema de
governo em que o poder político se encontrava fundamentado no poder religioso pela
encarnação da divindade no governante como no Egipto.

1.2.5 Economia Inca

A base da economia era a agricultura e a distribuição de terras era feita de acordo com o
tamanho da família. Por isso, quanto mais filhos, mais terras a família recebia. O comércio
era realizado nas principais cidades através de feiras periódicas.
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Reduzida ao casal e aos filhos celibatários, a família representava a unidade de produção e


consumo no interior da qual se operava a divisão do trabalho. À mulher cabiam as tarefas de
cozinhar e cuidar da habitação. Ao homem competiam os trabalhos da lavoura, assim como
certas atividades artesanais, tais como a cerâmica e mesmo a tecelagem.

A subsistência dependia igualmente do cultivo de tubérculo, cujas inúmeras variedades eram


objeto de utilização específica. A batata, o ulluhu, a mashwa e a oha ocupavam o patamar
ecológico imediatamente abaixo da estepe, isto é, as extensões relativamente planas que
formavam os vales. Eles proporcionavam rendimentos elevados, embora cultivados por meio
da enxada (lahwash) e de um bastão curvo de escavar, munido de um apoio para o pé
(chahítaqlla). Mas as frequentes irregularidades do clima; às quais esses tubérculos são
particularmente por antigos autores- mais tarde citados para comprovar o caráter "socialista"
do Estado inca- decorrem de fato do jogo dessas velhas formas de solidariedade grupal em
cuja rede se inseria há muito tempo o camponês andino. Eles não testemunham a
preocupação imperial de garantir o bem-estar de cada um pelo trabalho de todos, mas a
necessidade que tinham as comunidades agropastoris de afirmar sua coesão em face de um
meio que precisavam dominar. O campesinato andino soube tirar um impressionante partido
desse meio ambiente hostil que lhe impunha condições rigorosas e acentuadamente
antagônicas. Calcula-se em mais de 40 o número sensível, expunham a produção a graves
imprevistos.

1.2.6 Cultura e religião inca

Os incas eram politeístas (adoravam a vários deuses) e acreditavam que o universo estava
organizado em três mundos: HananPacha (mundo de cima), KaiPacha (mundo do meio) e
UkuPacha (mundo subterrâneo).

A comunicação entre esses mundos era feita através de elementos da natureza, como a chuva;
e os animais, como o condor.

1.2.7 A base da pirâmide social

na base da organização social, vinham os artesãos - marceneiros, ourives e pedreiros - e a


grande massa popular, composta de simples famílias rurais, que cuidavam do gado ou
cultivavam a terra. Os rebanhos do império eram formados basicamente de lhamas, alpacas e
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vicunhas, animais típicos da região andina. Os principais produtos agrícolas, que constituíam
a base da alimentação, eram o milho, o feijão e a batata.

2. A expansão Inca e a confederação cusquenha

Segundo Henry Favre (2005) admite-se ter sido em fins do século XIII que chegaram os
Incas às terras férteis que circundam os rios Huatanay e Tullumayo, no centro de uma
depressão nas cordilheiras. Essa data é tão hipotética como todas as demais que foram
atribuídas aos diversos episódios da história inca, inclusive as mais destacadas. Ela
corresponde, no entanto, a uma ruptura que os arqueólogos observaram na tradição cultural
local, e cujas características sugerem a irrupção por essa época de um novo povo na região.

Os Incas se estabeleceram em Cusco a partir do ano 1.200 dC Nesta primeira etapa de sua
história, a sociedade inca foi denominada ‘Curacazgo del Cusco’ porque não conseguiu uma
grande expansão de seu território. Durante os primeiros anos de existência, os Incas tiveram
conflitos constantes com ayllus vizinhos como os Ayamarcas ou os Pinaguas.

Durante o chamado ‘Curacazgo del Cusco’, os Incas tinham oito governantes: Manco Cápac,
Sinchi Roca, Lloque Yupanqui, Mayta Cápac, Cápac Yupanqui, Inca Roca, Yahuar Huacac e
Huiracocha Inca.

No início, os Incas não realizavam construções significativas. A tímida expansão que


alcançaram foi sempre ameaçada pela presença dos Chancas, seus maiores inimigos. Durante
o governo Huiracocha (1370 – 1430), os Chancas ameaçaram invadir Cusco. O resultado
desta guerra significou a expansão final ou o desaparecimento da civilização Inca.

Pachacutec (1418 – 1471) foi o líder dos Incas durante as guerras contra os Chancas. Ele era
filho de Huiracocha Inca, que deixou cusco após a ameaça de Chanca. A surpreendente
vitória Inca forçou o Inca a coroar Pachacutec como o novo governante.

Pachacutec foi um grande estadista. Após a vitória do Chanca, expandiu significativamente os


territórios. Da mesma forma, ele formulou leis para a melhor organização da sociedade Inca.
Ele ordenou a construção de cidadelas importantes como Machu Picchu. Ele ligou o
florescente território a centenas de quilômetros de estradas incas (o Qhapac ñan). Finalmente,
ele fundou o império Inca, também chamado de Tahuantinsuyo.
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O sucessor de Pachacutec foi Túpac Yupanqui (1411 – 1493), que continuou com a expansão
do império Inca. O mesmo aconteceu com Huayna Cápac (1468 – 1524), seu filho e sucessor,
que alcançou a expansão máxima do império. Atingiu mais de 3.000 quilômetros quadrados.
Ao norte alcançou o rio Ancasmayo na Colômbia, ao sul o rio Maule no Chile (e Tucumán na
Argentina). Do Leste, ele timidamente entrou na selva amazônica. A oeste, fazia fronteira
com o Oceano Pacífico.

3. A confederação cusquenha (Cuzquenha)

De onde vinha esse povo?

De acordo com Favre (2010), como todas as etnias andinas, os Incas se reconheciam como
paqarina, isto é, uma matriz tribal de onde acreditavam originar-se seu ancestral-fundador. Os
primeiros cronistas espanhóis relatam que a paqarina da etnia inca era a gruta de
Paqariqtampu, situada aproximadamente a uns 30km ao sul de Cuzco. Dessa gruta, haviam
saído outrora quatro irmãos: Ayar Kachi, Ayar Uchu, AyarAwka e AyarManko ou Manko
Kapaq. Sem pai nem mãe, sem terras nem bens, esses ancestrais perambularam por longo
tempo entre Tampukiro, Pallata e Hayskisro, deslocando de um lugar a outro seu frágil
acampamento. O mais velho, Ayar Kachi, regressou de Hayskisro, reentrando na caverna
matricial para aí se converter em waha (divindade local). Os mais jovens prosseguiram sua
longa marcha até o cume do monte Wanakawri, que domina o vale do Huatanay. Lá, Ayar
Uchu se petrificou, enquanto Manko Kapaq lançava um bastão de ouro em diversas direções
a fim de determinar o lugar que marcaria o fim de sua marcha errante. O bastão afundou-se
nas terras de Wanaypata, das quais Ayar Kachi tomou posse antes de se petrificar por sua vez.
Ficando sozinho, Manko estabeleceu-se em Wanaypata e aí cons truiu a cidade de Cuzco.
Com o auxílio de sua esposa-irmã, Mama Oqllo, reuniu sob sua autoridade as populações
esparsas das redondezas, que viviam na barbárie, para fazê-Ias penetrar na civilização. Os
Incas considerariam para sempre Manko Kapaq como o ancestral de sua tribo, fundador de
seu Império e herói civilizador de toda a humanidade.

Seria vão procurar nesse relato as etapas de uma migração histórica e as condições reais que
determinaram a instalação dos migrantes na bacia de Cuzco. Quando os Incas penetraram
nessa região, muitas tribos já havia muito antes fixado suas aldeias. A mais antiga era, sem
dúvida, a dos Sawasiray, que tinham Paqariq tampu como paqarina e Ayar Kachi como
ancestral. Oi?Sawasiray eram vizinhos dos Allkawisa, cuja paoarina era Wa~;kawri e o
ancestral, Ayar Uchu. Essas duas tribos haviam concluído uma aliança com os Maras, que
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acreditavam descender de Ayar Awka; e foi nessa aliança que entraram os Incas, os quais
traçavam sua descendência a partir de Manko Kapaq. O mito dos irmãos Ayar aparecia,
assim, como elaboração tardia a partir de elementos díspares. Ele visa, em primeiro lugar,
atribuir uma origem comum aos ancestrais-fundadores de quatro grupos étnicos diferentes
que haviam decidido confederar-se. Sua principal função era justificar a situação política de
Cuzco após a chegada dos Incas, e não descrever o itinerário que estes teriam empreendido.

A inserção dos recém-chegados na confederação cuzquenha foi certamente menos gloriosa do


que pretendia a tradição. Os Incas ocuparam, em relação aos Sawasiray, aos Allkawisa e aos
Maras, uma posição subordinada, talvez mesmo dependente. De seus poderosos aliados,
adotaram numerosos traços culturais, es pecialmente a língua, o kechwa, cuja difusão iriam
posteriormente assegurar através dos Andes. Contudo, não renunciaram ao seu próprio
idioma, que continuaram a praticar entre si até fins do século XVI. Segundo o padre Bernabé
Cobo, esse idioma teria sido estreitamente aparentado ao dos índios Tampu, que viviam no
vale de Urubamba, tendo supostamente afinidades amazonenses. Outros indícios, por outro
lado, sugerem localizar-se no interior da alta floresta amazônica o foco original dos Incas.

A primitiva organização da confederação cuzquenha repousava sobre a existência de duas


metades que mantinham entre si relações de oposição complementar e desequilibrada. Hanan,
a metade de cima, era também a metade "forte", constituída pelos ocupantes iniciais do solo.
Hurin representava a metade "fraca" de baixo, constituída pelos lncas. O poder parece ter sido
partilhado entre as metades, de tal modo que Hanan detinha as funções políticas e religiosas,
enquanto Hurin exercia a função militar. Os primeiros chefes incas usavam então o título de
sinchi (chefes de guerra). Embora os sinchi garantissem o culto que sua tribo rendia a Inti, a
divindade solar cujo templo habitavam, não deixavam de depender ritualmente das
autoridades da metade oposta.

No curso do século XIV, Sinchi Roka, que a tradição apresenta como filho e sucessor de
Manko Kapaq, e depois Lloki Yupanki, Mayta Kapak e Kapa Yupanki desempenharam com
grande energia o cargo de chefe de guerra no qual foram sucessivamente investidos. Eles
empreenderam numerosos ataques para saquear as cidades das vizinhas; e sem dúvida
também tiveram de rechaçar muitos assaltos. Seus sucessos militares reforçaram, a uma só
vez, tanto a posição da confederação cuzquenha na região como a da tribo inca no sistema
federativo de Cuzco. Com a morte de Kapa Yupanki, a relação de forças entre os aliados foi
consideravelmente modificada em favor dos Incas para que Inka Roka pudesse apoderar-se
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do controle da confederação. À frente de seus guerreiros, o novo sinchi derrubou pela


violência as autoridades de Hanan, acumulando suas funções. A estátua de Manko Kapaq foi
trans portada solenemente para a metade do alto. O culto do Sol, ligado ao do ancestral tribal,
foi imposto a todos os aliados. Subordinados aos Incas, estes foram condenados a perder
pouco a pouco a sua autonomia e a se fundir em um Estado de pretensão unitária.

Favre ainda afirma que Inka Roka foi o primeiro soberano inca a merecer plenamente esse
título. Ele chefiou muitas expedições, que culminou com a incorporação de uma dezena de
aldeias periféricas, tais como Muina e pinawa. Mas a obra que ele deixou permaneceu frágil e
foi devastada por revoltas durante o efémero reinado de seu inexpressivo sucessor Yawarr
Waqaq, interrompido por uma conspiração. Todavia, Wiraqocha Inka, subindo ao poder em
1400 aproximadamente, conseguiu neutralizar os excessos dessas tendências autonomistas.

Esse soberano, que tomara o nome de uma antiga divindade pan-andina, lançou seus
turbulentos aliados à conquista dos terrenos de coca e milho de Calca, no alto Urubamba. Em
seguida invadiu o território dos Kana e dos Kanchi, submetendo os à sua dependência. Essa
vitória, que garantiu aos Incas o acesso ao planalto, permitiu-lhe intervir como mediador no
conflito que opunha as grandes etnias ribeirinhas do lago Titicaca. O Estado inca tornara-se
um poder que, dali por diante, o sul andino teria de levar em conta. Na verdade, esse poder
era ainda muito modesto comparado à amplitude que iria alcançar, mas que nada ainda
permitia prever, pois- por maior que fosse no interior e por mais respeitada que fosse no
exterior- a autoridade de Wiraqocha jamais ultrapassou de uns 40 quilômetros além de Cuzco.

4. A educação e Arte Inca

De acordo com Ferreira (1995) os Incas tinham uma educação prática, sem o estabelecimento
de receitas estratégicas ou cópia de outros sistemas culturais. A educação incaica era
elaborada de acordo com os conhecimentos do seu povo. Tratava-se de uma educação
naturalista, com caráter religioso e classista, através da qual se estudava: idiomas, bons
costumes, valores agrícolas, habilidades manuais e, acima de tudo, submissão incondicional
as autoridades. Também eram ensinados outros valores como: apego a terra natal, amor
familiar, sentido de unidade, responsabilidade e desenvolvimento de um caráter criador. Esse
sentido criativo foi o grande impulsionador da arte incaica.

Burland (1992) diz que os artistas quechuas eram chamados de Yachachic Runa. Dentre as
artes praticadas pelos Incas destacam-se: a arquitetura, a cerâmica, a tecelagem, ourivesaria e
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prataria, pintura, teatro, poesia, música, dança e mumifi cação. A arquitetura foi a maior
dentre todas as artes praticadas no Império. Ela unia beleza e utilidade, superando a
concepção puramente funcional. Os Incas nos legaram magnífi cos trabalhos construtivos,
nos quais se destacam o uso de grandes pedras (ciclopes), de pedras angulares (poligonal) e
em formas retangulares (imperial).

Ferreira ainda fala da arquitetura e diz que se tratava de uma arquitetura simples, sólida e
simétrica; que se apre sentava em diferentes estilos: palaciano, religioso, militar civil ou
popular. A cerâmica apresentava-se sóbria, sem muitos efeitos coloridos. En contraram-se,
principalmente, vasos e pratos com asas. As referidas asas poderiam ser usadas como suporte
para colocar peças ao fogo. Já os vasos serviam para transportar diferentes tipos de líquidos.
Os Incas também foram hábeis tecelões e criativos metalúrgicos. Destacaram-se, inclusive, na
manipulação do ouro, visto que o metal amarelo era utilizado para modelar fi guras que
representavam o deus sol. Trabalhavam também com a prata que era usada para confecionar
objetos, vasos cerimoniais, ídolos e adornos para os nobres. As pinturas apareciam
principalmente no Keros, vasilhas feitas em madeira que eram utilizadas na decoração
externa e em atos cerimoniais. Elas representavam tanto fi guras humanas como animais.

5. Invasão e queda do Imperio Inca

De acordo com o artigo disponibilizado pela Uol, a chegada do homem branco à América é o
começo do fim do Império Inca. Atraídos por histórias que falavam de imensas reservas de
ouro na região, um pequeno grupo de espanhóis, comandados por Francisco Pizarro, chegou
ao Peru em 1532.

No Artigo de Daniel Neves disponibilizado no site brasil escola, afirma que a expedição
espanhola que iniciou a conquista dos incas foi organizada pelo espanhol Francisco Pizarro,
um plebeu que havia chegado à América com 34 anos (em 1532, ele tinha 56 anos). Pizarro
possuía domínios em Castilla del Oro (Panamá) e, a partir de relatos de outros exploradores,
interessou-se pela região chamada “Biru”, onde se dizia haver grandes riquezas.

Em 1527, realizou uma expedição para localizar o Império Inca. No entanto, essa expedição
fracassou, e Pizarro encontrou apenas povos subjugados pelos incas. Em 1529, Pizarro
conseguiu autorização do rei espanhol, Carlos V, para empreender a conquista desse império.
Então, ele partiu do Panamá com cerca de 200 homens, 27 cavalos e indígenas, que eram seus
intérpretes.
13

Pizarro encontrou o Império Inca dividido por uma guerra civil: os irmãos Huáscar e
Ataualpa, ambos herdeiros do trono, lutavam entre si para ver qual dos dois iria governar
após a morte do pai. Contando com armas de fogo e aproveitando-se da divisão dos exércitos
incas, Pizarro conseguiu se impor e transformar o Peru numa colônia espanhola.

Apesar da superioridade tecnológica dos espanhóis, os incas resistiram à conquista por


décadas. Eles se rebelaram contra o domínio estrangeiro, liderados por líderes como Manco
Inca e Túpac Amaru. Essas rebeliões foram violentamente reprimidas pelos espanhóis, mas
mostraram a determinação dos incas em manter sua cultura e tradições.

Como vê-se no parágrafo anterior quando chegou às regiões dominadas pelos incas, Pizarro
descobriu que uma guerra civil havia acontecido entre as forças de Atahualpa e Huáscar,
resultando na vitória de Atahualpa. Em seguida, Pizarro organizou um encontro com
Atahualpa nas montanhas de Cajamarca, no caminho para Cuzco. Durante esse encontro, um
desentendimento entre espanhóis e incas resultou no massacre desses indígenas e, em
seguida, seu líder, Atahualpa, foi feito prisioneiro.

Atahualpa ofereceu a Pizarro um quarto cheio de ouro para que fosse libertado. Pizarro
aceitou a oferta, porém, não o libertou. Tempos depois, Atahualpa foi enforcado a mando do
espanhol. Alguns relatos contam que Pizarro fez isso sob orientação de Diego de Almagro.

A partir da morte de Atahualpa, a guerra civil entre seus defensores e os de Huáscar


intensificou-se. Os espanhóis, então, aproveitaram-se disso, o que levou ao enfraquecimento
do Império Inca. Assim, os espanhóis conquistaram a capital Cuzco e, em sequência, Quito.
Para garantir o contato com o Panamá, Pizarro fundou a cidade de Lima na costa peruana, em
1535.

A morte de Atahualpa foi um golpe devastador para o Império Inca. Os espanhóis


aproveitaram a oportunidade para tomar o controle da região, usando táticas violentas e
doenças que os incas não tinham resistência. As batalhas duraram aproximadamente 40 anos.
Algumas fontes afirmam que finalmente os espanhóis assassinaram Túpac Amaru em 1572,
este que foi o último rebelde e opositor da ocupação dos espanhois no território dos incas.
Com a morte do último rebelde inca de Vilcabamba, o poder inca acabou.

Diz-se que a expedição de Pizarro nas terras dos incas encerrou-se em 1541, após seu
assassinato. A morte de Pizarro foi um capítulo da disputa entre ele e Diego Almagro pelo
controle de Cuzco. Esse episódio resultou de uma retaliação contra Pizarro, pois ele havia
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mandado matar Almagro em 1538. De qualquer maneira, a essa altura, o Império Inca já
havia sido enfraquecido pelos espanhóis, que instalaram as bases para a colonização do Vice-
Reino do Peru.

6. As relações dos povos Ameríndio e os europeus

Para alguns autores, a expansão europeia sobre as Américas, a África e a Ásia no final do
século XV foi o início da globalização tal como a concebemos hodiernamente (ARRIGHI,
1996)2. Existem indícios de contatos esparsos entre povos de culturas consideradas muito
distintas, mas a distinta natureza qualitativa das empreitadas colonizadoras europeias é
reafirmada por bastantes referencias teóricos.

Indaga-se quais foram os fatores que teriam levado povos europeus a se aventurarem no
além-mar, especialmente nos territórios contemporaneamente denominados americanos. A
literatura histórica ressalta os principais aspectos.

Em primeiro lugar, a centralização governamental, que culminaria na formação do Estado


Moderno, teve um papel fulcral (BROGAN, 2001).

Em segundo lugar, buscava-se rota alternativa para acesso de mercados asiáticos, como o
chinês e o indiano (BROGAN, 2001).

Em terceiro lugar, a fé cristã desempenhou importante função (SILVA, 1987).

A difusão da fé católica era fator considerável para que fossem assentadas missões
colonizadoras em territórios longínquos, ocupados por populações racialmente e
linguisticamente estranhas para os padrões europeus (SCHWARCZ; STARLING, 2015).

Ao longo dos séculos XVI e XIX inúmeros missionários, viajantes e naturalistas estiveram no
continente americano com o propósito de explorá-lo – no sentido de conhecer seus atributos e
sistematizá-los, com intuito de uma maior apropriação de suas riquezas materiais e
potencialidades comerciais e políticas. Esses personagens eram essenciais não só para o
Estado Português – haja vista que foram estes que tiveram o primeiro contato com terras e
tribos, atrás de informações favoráveis e práticas para expansão e legitimidade do Império –
mas também para o progresso crescente das nações europeias que passaram a depender
diretamente da utilização consciente dos produtos e recursos naturais do Novo Mundo. Isso
criara uma extensa rede de informações institucionais, comerciais e geopolíticas que
interferiam e transformaram as relações socioculturais de todos os envolvidos – dos países
15

europeus aos nativos e súditos do continente americano. A aclimatação em conjunto com a


racionalização impulsionaria diretamente a produção agrícola e a indústria medicinal.

6.1 Os ameríndios e os europeus na América do Norte

Como havia acontecido com outras partes da América, o esforço colonizatório sobre a
América do Norte foi impulsionado pela rivalidade das potências europeias. Não apenas a
Inglaterra, que se tornou dominante nesse espaço geográfico a ponto de sofrer com a Guerra
de Independência dos Estados Unidos (DIVINE, 1992), participou da empreitada. A
princípio, houve expedições colonizadoras da Espanha, França, Inglaterra e, em menor
medida, da Rússia, Holanda e Portugal, embora estes dois últimos dois Estados tenham logo
abandonado a corrida (SUTTON, 2017).

Quando os colonos ingleses chegaram na América do Norte no século XVII, o território dos
EUA, México e Canadá era habitado por diversos povos indígenas.

De acordo com Ramos (1994) Os povos nativos da América do Norte ocupavam grande parte
do território antes da chegada dos europeus (séculos XVII). Com o início da colonização da
América do Norte pelos ingleses, franceses e espanhóis, estas tribos foram, aos poucos,
perdendo suas terras e identidade cultural. Atualmente, os poucos descendentes destes povos
vivem em reservas indígenas estabelecidas, pelo governo dos EUA, a partir do século XX.

No século XIX se intensificou a conquista do oeste do território dos EUA por parte dos
colonos americanos. Estes buscavam territórios para fundar cidades, praticar a agricultura e
explorar minas de ouro e riquezas naturais (principalmente madeira).

Neste processo, ocorreram guerras entre estes colonos e os povos indígenas que habitavam a
região. Esta conquista foi sangrenta, pois os colonos, organizados em exércitos, utilizaram
armas de fogo. Já os nativos americanos combateram, principalmente, com arcos e flechas e
lanças de madeira.

As maiores batalhas de colonos americanos contra nativos ocorreram na segunda metade do


século XIX. Em 1868, ocorreu a sangrenta batalha de Washita entre colonos americanos e
índios cheyennes. Outro conflito militar de grande importância ocorreu em 1890 entre o povo
Sioux e os conquistadores americanos.
16

No começo do século XX, grande parte do território central e oeste dos Estados Unidos tinha
sido conquistado pelos colonos americanos. Os poucos índios que sobreviveram às guerras
ficaram confinados em pequenos territórios.

Alguns dos povos abaixo ainda possuem integrantes, porém em quantidade bem menor em
comparação com a época inicial da colonização (século XVII).

 Sioux (região norte dos EUA)


 Cheyenne (região centro-sul)
 Apache (região sul)
 Osage (região centro-sul)
 Creek (região sudeste)
 Kaw (região central)
 Arapaho (região central)
 Comanche (região sul)
 Cherokee (costa leste)
 Dakota (grandes planícies da América do Norte)
 Navaho (região sudoeste)
 Algonquinos (regiões do Canadá

A interação com os povos locais foi bastante heterogênea. Variou, naturalmente, a depender
de qual potência europeia entrava em contato com específicas etnias locais, que apresentavam
práticas culturais bastante distintas (DAVIDSON, 2016). Com efeito, o que se hodiernamente
considera “indígena” era dividido em mais de trezentos dialetos distribuídos do Atlântico ao
Pacífico (KARNAL, 2007).

Relatos de violência dos ingleses contra os nativos (constam da historiografia (GRANT,


2014). O impacto mais negativo, entretanto, deu-se pela disseminação de doenças, como o
sarampo e a gripe (KARNAL, 2007), que também fulminaram nativos americanos na parte
meridional do continente. Nesse aspecto (BROGAN, 2001), a história americana parece,
realmente, apresentar traço comum (SÁNCHEZ-ALBORNOZ, 2012): as enfermidades
inéditas no continente causaram clara mortandade, o que auxiliou, ainda que não
intencionalmente, a consolidação do domínio europeu sobre o solo americano.
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6.2 Os diferentes relacionamentos com os invasores

Se existem linhas gerais para a colonização da América do Norte, pode-se apontar a


dependência inicial dos europeus sobre os recursos alimentares dos nativos (SYRETT, 1980)
e o natural estranhamento inicial que a população local teve ao se deparar com os invasores.
De resto, as diferenças abundam.

Próximo ao Ártico, os esquimós e os aleuts foram os povos dominantes antes do contato com
os europeus. Estes últimos travaram contato com os russos em meados do século XVIII e
foram fisicamente destratados por caçadores russos e siberianos. Neste caso, a relação de
domínio foi cristalizada pela conjunção entre violência física e imposição do instituto jurídico
da servidão, presente entre os russos: os aleuts trabalhavam para assegurar suprimentos de
pele. Seus modos tradicionais de vida foram basicamente erradicados. Para piorar a situação,
no século XIX, quando o Alasca passou a ser considerado alvo de exploradores de ouro,
houve impacto ainda maior na colonização europeia (LUEBERING, 2011).

Experiência menos traumática (e, talvez, menos “tradicional”) se deu com os Chipewyan.
Essa tribo, pertencente ao atual norte do Canadá, funcionou como entreposto comercial.
Havia forte demanda por peles de animais; cientes dessa necessidade europeia, os Chipewyan
traziam produtos obtidos em tribos mais interioranas nomeadamente, os Dogrib e os Facas-
Amarelas para os britânicos. Neste caso, a relação de dominação não foi explícita, tanto que o
impacto mais significativo à tribo ocorreu por conta do surto de varíola em 1781
(LUEBERING, 2011). Ainda, essa tribo era considerada violenta impressão que os europeus
não tiveram sobre os canadenses Awokanak, supostamente “tímidos” e “pacifistas”.

Com efeito, nota-se que o “ameríndio” não foi elemento passivo, servil ou simpático aos
europeus quase como se fosse personagem inocente traído pelos invasores dominados por
lógica proto capitalista.

Claramente, portanto, a experiência colonizatória europeia na América do Norte foi


largamente heterogênea. Ela perpassou situações de claro e franco domínio através da
violência, até situações em que soluções negociadas quase tratavam o povo indígena
negociador como um Estado europeu em igualdade de condições.
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6.3 Os ameríndios e os europeus na América portuguesa

De acordo com PERREGALLI (1987), e outras fontes da para entender que o primeiro
contato entre portugueses e índios foi marcado pelo espanto diante do novo, do diferente.
Inicialmente, não houve violência, mas sim um contato amistoso e movido por boa
disposição.

Os próprios índios, ao avistarem as caravelas no mar, algo completamente novo, tomaram


suas embarcações e navegaram ao encontro dessa novidade. Os portugueses se depararam
com um povo completamente diferente, que trajava poucas roupas e falava uma língua
estranha.

Não foi a violência da dominação portuguesa, nem a agressividade do indígena. A


curiosidade foi a marca deste evento. Os diferentes povos buscaram maneiras de se
comunicar e se fazer entender.

Na matéria do brasil paralelo afirma-se que no dia 22 de abril de 1500, a frota de Pedro
Álvares Cabral aportou na Bahia, em um local ocupado pelas tribos Tupi-Guarani. Esse fato
foi importante e singular. Pois nessa região, as tribos tinham um caráter menos violento,
facilitando a primeira conversa entre portugueses e índios.

A história seria outra se os portugueses tivessem desembarcado perto de tribos como a dos
Aimorés ou dos Botocudos, conhecidos pela violência e instinto guerreiro.

No encontro, os índios se interessaram pelos adornos e trajes portugueses, seus pingentes de


ouro e rosários pendurados no pescoço. Muitos trocaram cocares por esses objetos.

Devido à recepção amigável e à curiosidade face a uma nova cultura, o olhar atento e
interessado estava presente nos dois lados, tanto portugueses, como indígenas.

Dois animais que foram trazidos pelos portugueses despertaram a curiosidade dos indígenas:
o cachorro e a galinha. Nenhum deles era uma espécie encontrada no território sul americano.

Pero Vaz de Caminha relata a cômica cena de índios fugindo de uma pequena galinha. Os
índios igualmente ofereceram objetos raros na troca, como penas de araras, que adornavam o
cocar de membros mais imponentes da tribo.

Outros objetos portugueses foram oferecidos: machados, facões e espelhos. Em troca, os


índios entregaram o Pau-Brasil, árvore que atendeu uma grande demanda financeira dos
europeus.
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Os índios habitavam uma pequena parcela de um território vasto. Uma grande floresta de
vegetação alta e densa. O horizonte parecia ser infinito e os povos preocupavam-se apenas
em demarcar a área de suas tribos.

Muitos povos eram até seminômades, tendo ainda menos apego à terra. Portanto, invasão é
um termo apropriado apenas para ataques a tribos, quando estes ocorriam.

A violência já ameaçava a população ameríndia, ela não foi fruto apenas da chegada dos
portugueses.

Algumas tribos viram na aliança com os portugueses uma vantagem para se proteger de
outros povos, ou uma chance de vencer uma guerra contra outra tribo superior.

A relação de amizade, aliança e parceria econômica se firmou nos primeiros anos de colônia.

Há casos de portugueses que passaram a conviver com os índios em suas tribos segundo seus
usos e costumes. E, ao mesmo tempo, índios que optaram livremente por viver a vida nas
vilas portuguesas do litoral segundo à moda europeia.

Foi somente em 1530, período em que Portugal enviou mais homens para as Américas e
instalou a cultura da cana-de-açúcar, que a relação com os índios se alterou.

Com isso, demandavam mão de obra e foram buscar nas aldeias.

O índio se tornou a primeira mão de obra das grandes lavouras brasileiras. No entanto, já em
1537, o Papa Paulo III emitiu uma bula condenando a escravização dos indígenas. A
bula Sublimus Dei.

Considerava o indígena dotado de alma, capaz de viver a fé e com isso deveria possuir
liberdade.

A partir da bula, os Jesuítas acordaram com o Rei Sebastião I para dar um fim a escravidão
indígena.

O decreto real de 1570 restringiu a escravização de índios. Somente o princípio aplicado da


Guerra Justa legitimaria escravizar o índio, isto é, escravizar um derrotado na guerra. Tal feito
se estendeu por toda a América, assim espanhola como portuguesa. Assim, os produtores de
cana viram-se obrigados a recorrer à mão de obra escrava africana
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Conclusão

O presente trabalho debruçou sobre a civilização ameríndia concretamente os Incas, a sua


relação com os europeus também foi debruçada.

Com apoio a várias fontes escritas pode-se estudar a questão das civilizações ameríndias
concretamente os incas e ter-se a noção real da origem, organização social, educação e outros
componentes possíveis de estudar.

Segundo várias fontes A civilização inca ocupava o território que hoje corresponde ao Peru,
Colômbia, Equador, oeste da Bolívia, norte do Chile e noroeste da Argentina Calcula-se que o
Império Inca tenha reunido oito milhões de pessoas e durado aproximadamente de 1450 a
1519.

A base da economia era a agricultura e a distribuição de terras era feita de acordo com o
tamanho da família quer dizer quanto mais filhos, mais terras a família recebia. E este povo
na questão da cultura e religião os incas eram politeístas (adoravam a vários deuses) e
acreditavam que o universo estava organizado em três mundos: HananPacha (mundo de
cima), KaiPacha (mundo do meio) e UkuPacha (mundo subterrâneo). E a queda deste império
inca deveu-se por um lado a chegada dos espanhóis e por outro lado as guerras dentro do
império.

A relação entre os Ameríndios e os Europeus iniciou em 1500, os primeiros portugueses que


desembarcaram no continente americano tomaram posse das terras e logo em seguida tiveram
os primeiros contatos com os indígenas, chamados pelos portugueses de “selvagens”.

Alguns pesquisadores chamaram esse primeiro contato entre portugueses e indígenas de


“encontro de culturas”, como se este representasse um momento em que as diferentes culturas
trocaram influências, mas não foi bem isso o que aconteceu. Concorda-se com os
pesquisadores que compreendem que o início do processo de colonização portuguesa foi um
“desencontro de culturas” (que mais correspondeu ao início do processo de extermínio e
submissão dos indígenas, o genocídio) e que houve um processo de imposição cultural (que
chamaremos de etnocídio, ou seja, os portugueses impuseram sua cultura sobre a cultura
indígena).

Da para entender não foi uma relação muito boa entre os ameríndios e os europeus devido a
usurpação da terra dos indígenas.
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Bibliografia

BROGAN, Hugh. The Penguin History of the United States of America. 2. ed. London:
Penguin, 2001.

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Melhoramentos, 1992.

PEREGALLI, Enrique. A América que os europeus encontraram. São Paulo: Atual,


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22

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