Você está na página 1de 7

Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Pará

Campus Universitário Tucuruí


Programa de Pós-Graduação em DPPIEX
Especialização Saberes e Práticas Afro-Brasileiras e Indígenas na Amazônia

Begdiel Silva Santos


Luciano Gomes de Sousa
Odirley Antônio da Silva Medeiros

FICHAMENTOS DOS TEXTOS:

HISTÓRIA DOS ÍNDIOS NO BRASIL: A ALTA AMAZÔNIA

História indígena do alto e médio Amazonas: séculos XVI a XVIII — Antônio Porro
175
História kampa, memória ashaninca — France-Marie Renard-Casevitz 197
História pós-colombiana da alta Amazônia — Anne Christine Taylor 213
Uma singular pluralidade: a etno-história pano — Philippe Erikson 239
História indígena do noroeste da Amazônia: hipóteses, questões e perspectivas —
Robin M. Wright 253
Estado de sítio: territórios e identidades no vale do rio Branco — Nádia Farage e
Paulo Santilli 267

Tucuruí-PA
2023
Livro: CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Introdução a uma história indígena. In:
_______. (Ed.) História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
p.9-24.

Tema: HISTÓRIA DOS ÍNDIOS NO BRASIL: A ALTA AMAZÔNIA.


O livro ´História dos Índios no Brasil´ é resultado dos trabalhos do Núcleo de História
Indígena da USP e foi organizado por Manuela Carneiro da Cunha. A obra reúne 27
colaboradores, entre especialistas brasileiros e do exterior, que atuam em diferentes áreas
de pesquisa, como antropologia, história, arqueologia e lingüística. A coletânea oferece
ao grande público a oportunidade de ter acesso às principais questões ligadas à presença
dos povos indígenas no Brasil, como, por exemplo, as novas teorias sobre a origem do
homem americano. História dos Índios no Brasil dá grande importância à iconografia,
trazendo documentos pouco conhecidos e inéditos, além de mapas ilustrativos e vinhetas
alusivas à cultura material dos povos indígenas destacados nos estudos.
Problema: Como essa exposição e conflitos reduziu drasticamente as populações nessa
época por meio de novas doenças, o trabalho escravo que realizavam e quais são as
políticas voltadas aos indígenas.
Tese: A leitura nos dá informações sobre as teorias sobre o surgimento das primeiras
populações das Américas, os índios, como eles se relacionaram com os invasores e a
assimilação entre diferentes culturas.
Argumentos: O livro ´História dos Índios no Brasil´ de Manuela Carneiro da Cunha
vem falando inicialmente sobre a introdução a historia indígena, passando pelas fontes da
historia indigenas, suas politicas, legislação, a alta amazonia, amanozia meridional e
nordeste leste e sul da amazonia. Ela faz um relato sobre o passado e presente da historia
indigena no Rio Amazonas nos primeiros 200 anos, descrevendo como o fenomeno
demografico e cultural vem desaparacendo ao longo dos anos dentre as nações existentes
em torno do rio. As mudanças históricas mudam durante o tempo, por ser assim,
a história indígena está presente de diferentes formas: quando alguns povos resistem
ao contato e são obrigados a se refugiar, alguns se juntam a outros, aonde daí vão
aparecendo novas culturas e foram surgindo novos jeitos de se reorganizarem.
Nessa perspectiva a autora destaca o panorama etnografico, que é o estudo descritivo
da cultura dos povos, sua língua, raça, religião, hábitos etc., como também das
manifestações materiais de suas atividades. Identificando as principais provincias,
povoados, aldeias ao longo do Rio Amazonas, quando mais eles estudavam sobrem mais
entendiam esse processo de despovoamente e repovoamente.
O livro destaca algumas tribos na epoca como: Amágua ou Umaua sendo essa
tribo extramente praticante do infadício que era quando a mulher, atentava contra a vida
de seu filho. Seja por motivo que não querer outro filho, ou so querer ter filhos homens
ou mulheres e também não querer ter filhos com nenhum tipo de problemas mentais e
físicos. Outra tribo da época era a Curuzirari ou Aisuari e a Tupinambarana. Ele mostra
também alguns mapas indicando quais os principais rios usados na epoca seja para
explorar ou para as tropas de resgate que eram expedições que pretendiam resgatar os
nativos que estivessem real, ou presumidamente, escravizados por outros. Para justificar
o apresamento, nestas duas situações, exigia-se a decretação pelas autoridades locais da
chamada Guerra Justa. Os índios aprisionados em combate seriam cativos perpétuos,
enquanto que os "resgatados" obteriam a liberdade após dez anos.
Uma outra forma de captura eram os "descimentos", ou seja, expedições nas quais
os índios, tidos pelos religiosos como "bravos", eram conduzidos para serem aldeados.
Isto significava receber os ensinamentos da fé cristã e habituar-se ao trabalho sedentário.
Nas missões religiosas localizadas no Vale Amazônico os nativos vistos como fiéis eram
aculturados e doutrinados sob a vigilante proteção dos jesuítas. Desta forma
desestruturavam-se os valores, os hábitos e os costumes dos nativos.
Os Kampas eram conhecidos pelos incas como Anti ou Campa e viviam na
província inca de Antisuyu ("Província do Leste", em quéchua). Sua língua pertence
ao tronco linguístico aruaque. Agruparam-se no Peru, por volta do século XII. Com a
chegada dos espanhóis ao Peru, no século XVI, alguns dos indígenas de
etnias aruaque que habitavam o império ou suas zonas de fronteira fugiram para o
atual Acre, onde permanecem até hoje.
Eles eram denominações indígenas que vivem na região oeste da floresta
Amazônica e que também são conhecidos como Ashaninka. Os Ashaninka têm uma
longa história de luta, repelindo os invasores desde a época do Império Incaico até a
economia extrativista da borracha do século XIX e, particularmente entre os habitantes do
lado brasileiro da fronteira, combatendo a exploração madeireira desde 1980 até hoje.
Povo orgulhoso de sua cultura, movido por um sentimento agudo de liberdade, prontos a
morrer para defender seu território, os Ashaninka não são simples objetos da história
ocidental. É admirável sua capacidade de conciliar costumes e valores tradicionais com
idéias e práticas do mundo dos brancos, tais como aquelas ligadas à sustentabilidade
socioambiental. A característica principal dos Ashaninka é a intensa reciprocidade entre
as famílias, pois, desde a carne e o peixe, tudo é distribuído pela esposa do caçador dentro
do grupo local.

Conclusão do autor: A história dos índios no Brasil nos leva a repensar a história ou
etnografia das primeiras populações vivas do “Novo Mundo” o qual os portugueses
queriam e qual foi a importancia dos indigenas e nossa cultura.
UMA SINGULAR PLURALIDADE: A ETNO-HISTORIA PANO. Philippe Erikson.
Tradução: Beatriz Perrone-Moisés.

Tema: A etno-historia pano.


Problema: A população etno pano preservar sua grande família mediante a chegada dos
europeus e qualquer outro tipo de ameaça em seu território.
Argumentos: Boa parte das "etnias" pano contemporâneas parece resultar de fusões. No
Brasil, os Marubo, por exemplo, se autodefinem como um aglomerado recente. No Peru,
a maioria (senão a totalidade) das diversas frações mayoruna ainda independentes no
início do século constitui uma única fração atualmente, chamada "matsé" (também
presente no Brasil). Considere-se, ainda, a famosa simbiose Amahuaca-Yaminawa, ou o
proselitismo étnico de Bolivar Odicio, que tentou inculcar nos Cashibo os valores
essenciais shipibo (e em lar- ga medida conseguiu, pelo menos por algum tempo; ver
Wraughton Gray, 1953). Delineiase claramente uma tendência à simplificação, que
também se reflete na abolição da distin- ção terminológica entre os Shipibo e os Coni bo,
visível no emprego, atualmente sistemático, do etnônimo "Shipibo-Conibo" (às vezes
Shipibo-Conibo-Shetebo) para se referir ao conjunto dos Pano do Ucayali.
Conclusões do autor: Uma das características mais originais e mais marcantes da etno-
história pano é certamente a impressão de continuidade, senão de serenidade, que
transmite. É como se os Pano sempre tivessem sabido se acomodar a uma forma de
alteridade poderosa, ao mesmo tempo útil e ameaçadora, atraente e desconcertante, de
que os brancos representariam apenas o último avatar em termos cronológicos. De
qualquer modo é notável que os Pano te- nham preservado tanto sua língua quanto a
maior parte de suas tradições, apesar de vários séculos de contato e apesar de estarem, em
sua maioria, localizados num dos principais eixos de comunicação do oeste amazônico.
Livro: CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Introdução a uma história indígena. In:
_______. (Ed.) História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
p.9-24.

HISTORIA POS-COLOMBIANA DA ALTA AMAZÓNIA. Anne Christine Taylor


Tradução: Beatriz Perrone-Moisés.
Tema: HISTORIA POS-COLOMBIANA DA ALTA AMAZÓNIA.
Problema: o não reconhecimento da contribuição indígena na alta Amazônia.
Argumentos: Contudo, o acúmulo de marginalidades que tanto pesou sobre a percepção
científica dessas populações também lhes valeu algumas vantagens historiográficas
inesperadas: fronteira significa conflito e, consequentemente, registros. O litígio de
fronteiras entre o Equador e o Peru alimentou de modo especial importantes compilações
de arquivos em menor escala, as incursões portuguesas, cada vez mais frequentes e
ousadas ao longo do século XVIII, suscitaram, nas pegadas das reformas bourbonianas,
dezenas de projetos e relatórios militares, administrativos e eclesiásticos relativos à
região. Paradoxalmente, a distância entre o piemonte amazónico e os centros do império
espanhol garante-lhe uma presença documental de qualidade excepcional, na medida em
que, como todas as regiões marginais de domínio espanhol, essa região foi entregue aos
cuidados das missões religiosas. Os jesuítas construíram ali uma grande missão, a de
Maynas, cuja história foi várias vezes contada pelos cronistas da ordem. Essas várias
tradições historiográficas estão, evidentemente, centradas em épocas e regiões diferentes
e orientadas por interesses contraditórios o que torna difícil organizá-las dentro de uma
visão unificada e coerente. Em suma, os quadros de análise são mutiladores e truncados,
mais a matéria-prima é relativamente abundante e variada.

Conclusões do autor: Quanto ao futuro do movimento indígena, preso entre uma crise de
representatividade no plano local e a dificuldade de criar um projeto político no plano
nacional (Ou internacional), ao mesmo tempo portador das esperanças de setores
importantes da sociedade dominante — sem falar do mundo indígena amazônico de que
se originou. É evidentemente impossível prever. Enquanto esperamos para ver que
caminhos irá seguir, meditemos acerca do animador paradoxo histórico que nos
apresenta: a verdadeira integração nacional da Amazônia andina. no plano político e
ideológico e não mais apenas económica está sendo feita justamente por aqueles que
sempre foram considerados como seu principal obstáculo, os índios não-assimilados da
floresta.
Livro: CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Introdução a uma história indígena. In:
_______. (Ed.) História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
p.9-24.

Tema: História indígena do noroeste da amazônia/Estado de sítio: territórios e identidades


no vale do rio Branco

Problema: Povos originários nômades do rio Negro, como isso aconteceu, haja vista os
grandes conhecimentos de caça e pesca que eles possuíam da fauna e flora das florestas?

Tese: A autora busca destacar pontos importantes da história dos povos indígenas no
noroeste amazônico, tais como: os primeiros povos a habitar a região do rio negro,
principais línguas usadas, costumes e novas linhagem.

Argumentos: O estudo demonstra os povos originários da Alta Amazônia,


especificamente no noroeste da Amazônia, onde fica localizado o Rio Negro, um dos
principais afluentes de vários outros rios que encontramos hoje. No livro a autora divide o
Rio Negro em quatro partes, leste, norte, oeste e sul. Cada região tem sua importância,
pois nela podemos estudar sobre quais povos são pertencentes da região e como eles se
interligam em novas tribos com o passar dos anos. A pesquisa também destaca a
importância e as desvantagens do Rio negro. É importante, pois o rio é um dos principais
meio de sobrevivência como água potável e a pesca, para suas criações e pequenas
lavouras, porém o rio, devido suas águas e solo escuro, o ecossistema do solo é
comprometido por ter poucos nutrientes, chegando a certo ponto que os povos que
moravam em certa região do rio, teriam que mudar de localidade para procurar outras
áreas com mais caças e solo mais nutrientes para suas plantações e por isso que no estudo
a autora relata que, muitos eram “nômades”, ou seja, não tinham localidade fixa, pois
devido à falta de nutrientes da região, eles estavam sempre atrás de novas terras com mais
produtividade para plantar, caçar e pescar. Como vimos no início do texto, a autora divide
o rio em quatro partes, a) limite leste: é conhecido como médio rio negro, é um território
importante para a história indígena no Brasil, pois essa região pertencia aos povos
Manaós, datado como os primeiros povos indígena do país, a habitar essas terras, antes da
descoberta do Brasil, em sua língua nativa, MANAÓS, significa “mãe dos deuses”, nome
este deu origem ao nome atual do município de Manaus, atual capital do estado do
Amazonas. b) limite ao norte: chamado de rio Guainia c) limite ao oeste, conhecido
como o rio alto Uaupés ou Vaupés, d) limite ao sul: rios Caquetá e Japurá. Esses são os
principais rios da região noroeste da alta Amazônia. As principais famílias linguísticas
desta região, segundo a autora são as ARAWAK, TUKANO E MAKU. O estudo ainda da
enfase ao movimento de estado de sítio, territórios e identidades no vale do rio
Branco,entre os rios estão vários povos indígenas na região de campos e serras do médio e alto
rio Branco, que representa hoje a porção nordeste do estado de Roraima, fronteira à República da
Guiana.Teve bastante confronto na época da colonização portuguesa, vários povos
indígenas foram escravizado e muitos foram dizimados e extintos, devido sua resistência
em servir aos militares. Vários territórios indígenas foram completamente ocupado por
vários militares da realeza.

Conclusões do autor: Com o estudo, podemos identificar os povos MANAÓS, como


sendo os povos originários da região noroeste da Amazônia e os primeiros do Brasil. O
estudo revelou também que devido o ecossistema do solo não ser muito favorável para
plantações e com isso tinham muitos povos nômades, que precisavam sempre sair em
busca de novas terras, porém existe um lado de grande importância para os povos de hoje,
pois devido essas mudanças de localidade, muitas tribos dividiam as mesmas terras e com
isso criando linhagem descendentes, como: BANIWA, CURRIPACO, WAKUENAI,
WERENKENA, BARÉ entre outros povos. Muitos povos foram extinto no periodo do
estado de sítio, quando começou a colonização portuguesa no brasil.

Você também pode gostar