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Aluno: HUGO DOS SANTOS FARIAS

DEMOCRACIA, CIDADANIA E
SOCIEDADE CIVIL
AULA 2

Prof. Everson Araujo Nauroski


Email: hugodosantos13@gmail.com
Aluno: HUGO DOS SANTOS FARIAS

CONVERSA INICIAL

O senso comum consagra um entendimento simples, porém verdadeiro,


sobre a cidadania como englobando os direitos e deveres que todos nós temos.
O que precisa ser entendido é que existem questões nessa ideia que precisam
ser aprofundadas. Uma delas é a ideia central de cidadania, a de que todo ser
humano, independentemente de cor, etnia, religião, posição social gênero ou
cultura, possui uma dignidade que lhe é intrínseca. Esse princípio ratifica que
todo ser humano é portador de direitos inalienáveis.
Com base nesses preceitos vamos conhecer, nessa aula, o significado do
“ser cidadão”, da cidadania frente à desigualdade, do real sentido de meritocracia
e da importância dos direitos humanos na concepção de uma sociedade
saudável.

TEMA 1 – MAS O QUE SIGNIFICA SER CIDADÃO?

Na pólis grega, os indivíduos que participavam da vida pública eram


cidadãos, viviam sua cidadania em sentido prático, conversando, debatendo e
deliberando sobre suas demandas. Assim, a ideia de cidadania remete também
à palavra civitas, que em latim corresponde à vida social nas cidades.
Com o advento da modernidade, a palavra ‘cidadania’ assumiu um
significado mais amplo, como uma categoria universal inerente à vida em
sociedade, um atributo pertencente aos seres humanos no exercício de sua
sociabilidade. Isto é, nas palavras da filósofa Hannah Arendt:

A cidadania é o direito a ter direitos, pois a igualdade em dignidade e


direitos dos seres humanos não é um dado. É um construído da
convivência coletiva, que requer o acesso ao espaço público. É este
acesso ao espaço público que permite a construção de um mundo
comum através do processo de conquista e institucionalização dos
direitos humanos. (Arendt, 2000, p. 57)

Assim, ser cidadão está relacionado ao termo ‘cidadania’, a qual


contempla a ideia de dignidade como valor fundamental. Se considerarmos a
sociedade atual, na qual imperam as relações de mercado, com pessoas
rebaixadas à condição de ‘coisas’, perceberemos que essa noção de dignidade
e cidadania está longe de ser alcançada. Isso porque, atualmente, é possível a
constatação de que as pessoas são caracterizadas como ‘veículos de crédito’,
ou seja, o cidadão é considerado pelo sistema econômico como um potencial

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consumidor, como um indivíduo com a função de contrair crédito (dívida). Essa


dívida é que vai configurar a submissão. Endividada, a própria dignidade da
pessoa é colocada em questão, pois ela não reage em virtude de sua
‘obediência’ ao cenário que se colocou.
Dessa maneira, diante da perspectiva de Immanuel Kant, o qual coloca o
homem como fim em si mesmo, é possível verificarmos o quão distante da
dignidade a sociedade mercantil está, em virtude da redução das pessoas ao
meio para conseguir algo.
No que se refere à relação da cidadania e sociabilidade, é importante
ressaltar a sua influência do meio: o estresse. Outras duas questões,
apresentadas pelo neuropediatra e psicanalista, Donald Winnicot (1896-1971),
são de extrema relevância nessa temática, as quais, segundo o referido autor,
são muito prejudiciais no desenvolvimento de uma criança:

1. Tudo o que deveria acontecer e não acontece;


2. Tudo o que não deveria acontecer, mas acontece.

Por meio da reflexão desses dois fatores, é possível constatarmos que


pessoas que apresentam uma conduta distorcida, vistas como cidadãos
problemáticos (corruptos e cruéis) não sabem respeitar limites, mas também,
não possuem apenas falhas individuais. Ou seja, não podemos reduzir os
malfeitos das pessoas apenas a uma questão de livre arbítrio. Obviamente,
existe uma porção que restringe à escolha da pessoa. Mas antes que essa
escolha fosse feita, antes que esse indivíduo fosse capaz de optar por isso ou
aquilo, ele é resultado de uma trajetória de vida, que se inicia na barriga da mãe,
no pré-natal.
A essência da cidadania considera o direito de ter direitos. Lembrando de
que, assim como temos os nossos direitos, eles são garantidos ao nosso próximo
também. Dessa maneira, temos uma igualdade, uma dignidade de todos os
seres humanos. A cidadania se estabelece em uma construção da convivência
coletiva, que contempla o acesso ao espaço público. É este acesso, ao espaço
público, que permite o estabelecimento de um mundo comum, por meio de
processos de conquista e institucionalização dos direitos humanos.
Esse apontamento nos remete aos estudos de Axel Honneth, filósofo e
sociólogo alemão, ligado a Escola de Frankfurt, autor da obra ‘Luta por
reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais’ (2003), na qual declara
que a raiz dos conflitos sociais é o desrespeito, que começa em casa. Assim,
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para garantir uma sociedade de respeito, com seus direitos respeitados, as


relações familiares devem ser pautadas pelo amor. Ele destaca, ainda nessa
obra, a importância do reconhecimento, do acolhimento e da aceitação das
diferenças.

TEMA 2 – A CIDADANIA COMO AFIRMAÇÃO DE DIREITOS, SEGUNDO


MARSHALL

Para o sociólogo britânico Thomas Humphrey Marshall (1893-1981), em


sua famosa palestra sobre "Cidadania e Classe Social”, o conceito de cidadania
está relacionado ao progresso social e cultural da humanidade. Dessa forma, a
cidadania vai se materializando na forma de direitos como consequências da
modernidade e suas revoluções.
O primeiro conjunto de direitos são os civis, como liberdade individual,
expressão do pensamento, propriedade e o direito à vida. Na perspectiva de
Marshall, a sociedade avança, se desenvolve e amadurece. Uma forma de
acompanhar essa evolução é a verificação da quantidade de direitos que são
adquiridos e contemplados no cenário social. Ele identifica, ainda, que, a partir
das revoluções, principalmente da Revolução Francesa, tivemos um momento
em que a sociedade (europeia) passou por um processo de contemplação por
meio de sua legitimação, ou seja, de seus institutos legais, dos seus direitos:
direito à vida, à liberdade, à integridade etc. Marshall estabelece a ideia de
avanço para uma sociedade liberal.
O segundo conjunto são os direitos políticos ligados ao sufrágio universal,
à participação na vida política e ao direito de votar e ser votado. Sobre esse
aspecto é possível evidenciar, de fato, um progresso. Com a Revolução
Francesa e, depois, com a Revolução Americana, apresentou-se um protótipo
sendo gestado de sociedade de democracia liberal moderna. Essa democracia
liberal moderna apresentou, como grande diferencial, os direitos políticos. Por
sufrágio universal, devemos entender que se trata da ideia básica de que todo o
cidadão tem o direito de votar e ser votado. Obviamente que, em um primeiro
momento, esse direito de votação, era restrito aos homens.
Com os direitos políticos adquiridos, configurou-se uma grande mudança
na sociedade, pois a concepção de cidadania começou a ser reivindicada por
diferentes atores sociais: grupos sociais ligados aos trabalhadores, sindicatos,
movimentos sociais etc. Ou seja, um conjunto de sujeitos, posteriormente
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denominados de novos sujeitos de direito ou sujeitos coletivos de direito, que


reivindicam o ideal de cidadania. Percebendo que, muitas vezes, no espaço
político convencional (república), eles não estão contemplados (movimento
negro, LGBT) ocorre uma reivindicação do espaço político e, consequentemente,
uma organização desses novos sujeitos para pleitear esses espaços. O ideal de
república passa a ser mais plural, muito embora o que se configure, de fato, seja
uma república muito mais elitista e pigmentada em grupos majoritários (bancos,
instituições financeiras, instituições religiosas, grandes multinacionais,
agronegócios etc.). Entretanto, a população também reage, procurando colocar
os seus partidos e seus líderes para se integrarem nesses espaços e terem
garantida a representatividade.
O terceiro conjunto de direitos são os direitos sociais vinculados ao bem-
estar, à proteção social, ao acesso à cidadania na forma de direitos sociais como
saúde, educação, trabalho, previdência e segurança. Essa nova fase dos
direitos, segundo Marshall, vai estar relacionada aos processos de direitos
democráticos. Dessa maneira, vários países foram construindo e aprimorando
as suas constituições. No Brasil, a grande referência é a Constituição de 1988,
a qual contemplou esses direitos (moradia, educação, desenvolvimento).
Diante do cenário atual, o que poderia vir à tona seria a composição de
um quarto conjunto fundamentado pela preocupação com o meio ambiente, a
engenharia genética, a farmacologia, a tecnologia e o mundo virtual. Essa é,
aliás, a formulação defendida por muitos autores.

TEMA 3 – CIDADANIA E DESIGUALDADE SOCIAL

Por muito tempo, o principal atributo da vida democrática e cidadã foi


baseado nas concepções de igualdade formal e material. Todos são iguais em
dignidade e direitos perante a lei. No entanto, a realidade social brasileira mostra
que a existência da desigualdade social, econômica e cultural afeta de modo
diferenciado o acesso das pessoas a seus direitos, com flagrantes de situações
de discriminação, marginalização e injustiças. Assim, cada vez mais, discute-se
a necessidade de levar o ideal de equidade como base da cidadania.
É preciso tratar de modo desigual os desiguais. Dessa forma, talvez seja
possível combater os mecanismos que geram a desigualdade e as injustiças
sociais. Um professor que trata com igualdade seus alunos acabará beneficiando
aqueles com melhores condições de aprendizagem. Dessa forma, mesmo que
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de modo inconsciente, acabará reproduzindo a desigualdade no ambiente


escolar.
A desigualdade social é resultante da desigualdade natural, ou seja, se
alguns tem mais e outros tem menos é porque é uma condição natural de certos
indivíduos serem mais aptos do que outros. Quando, na verdade, o que nós
vamos constatar é que todo o processo de desenvolvimento social é construído
com base em questões históricas, políticas e na divisão desigual do montante da
riqueza. Dessa maneira, falamos em desigualdade social para assinalar o
caráter histórico, estrutural e institucional da pobreza, que é um dos maiores
atentados contra a dignidade humana.
O autor Amartya Sen, ganhador do prêmio Nobel, em 1998, por seus
estudos acerca da dimensão ética voltada à discussão dos problemas
econômicos, vai falar da desigualdade como mecanismo de gerar pobreza
estrutural. Estabelece, ainda, que a pobreza não é natural, mas sim fruto das
relações sociais e resultado da divisão totalmente desequilibrada da riqueza que
é construída. Segundo Sem (2001), o estudo da pobreza deve considerar as
possibilidades voltadas aos o funcionamento do indivíduo, mais ainda do que os
próprios resultados oriundos desse funcionamento.
Assim, se nós tivéssemos uma sociedade mais justa e equilibrada, do
ponto de vista da divisão da riqueza, não seriam necessárias as políticas sociais.
Isso porque, havendo uma condição de igualdade maior, as próprias pessoas
conseguiriam se colocar na sociedade (qualificação, inserção social).

TEMA 4 – MERITOCRACIA: MITO OU REALIDADE?

Dando continuidade ao assunto anterior, abordaremos o tema da


meritocracia sob um viés crítico. Assunto muito presente em conversas e
também nas redes sociais, a meritocracia tem sido invocada como argumento
para justificar diferentes formas de desigualdade. Na prática, tal ideia significa
afirmar que o sucesso e o fracasso são resultados individuais, consequência
somente do esforço e empenho das pessoas em seus objetivos. Uma inverdade
se pensarmos nos conceitos de habitus (família presente e atenta, material e
recursos disponíveis) e capital cultural (infraestrutura), que vimos no tema
anterior e são defendidos pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu.
Ora, se o comportamento dos indivíduos envolve um conjunto de fatores
sociais, culturais e econômicos, o sucesso e o fracasso transcendem a esfera
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individual. Desconsiderar esses aspectos contribui para reforçar as injustiças e


institucionalizar as desigualdades.
Existe um grande equívoco no foco em que se coloca a questão do mérito
e da meritocracia. As pessoas confundem mérito com meritocracia. A
meritocracia só pode ser considerada diante do fato de nos referirmos, ou
compararmos, a indivíduos que são frutos de uma mesma origem. Por exemplo,
as cotas. Alguns acham absolutamente absurdo o estabelecimento de cotas
raciais e sociais para a disputa de vagas, ou seja, defendem a concorrência
ampla. Porém, se pensarmos na meritocracia, teremos que ela só faz sentido na
concorrência ampla quando os indivíduos passaram por situações de estudo
semelhantes.
Vamos considerar uma pessoa que tenha estudado em uma grande rede
de ensino (ensino regular, contra turno, tutor) com todo apoio pedagógico; já
outra que estudou em uma escola periférica, problemática, com pouca
infraestrutura, muitas vezes, com falta de professores, salas lotadas etc. Se
colocarmos esses indivíduos para a realização da mesma prova, certamente
quem estudou em uma grande rede de ensino já é provido de muito mais
vantagens do que aquele que estudou em uma escola que apresentava uma
série de carências e problemas. Isso sem considerarmos os déficits culturais, se
compararmos também a realidade e o respaldo familiar que para um aconteceu
e para o outro não.
Trata-se de uma situação que evidencia que a meritocracia só faz sentido
se aqueles que vão competir estiverem em uma situação próxima ou
semelhante. Obviamente que existem casos de superação das condições
difíceis para se chegar às conquistas, mas são exceções. Não se pode
transformar exceção em regra, pois seriam legitimadas as situações de injustiça,
de profunda desigualdade.
No que envolve a diferença entre mérito e meritocracia, temos:

• Mérito: valorizar o esforço individual;


• Meritocracia: valorizar o resultado. Assim, o sucesso e o fracasso
são pessoais e individuais.

Mérito contempla, então, a ideia de valorização do esforço de cada um,


mesmo não tendo alcançado o ápice do seu resultado. Diferente da meritocracia,
em que o único aspecto a ser considerado é o resultado. Assim, na meritocracia,

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julga-se uma pessoa pelo seu sucesso ou pelo seu fracasso, desconsiderando
a sua trajetória e o seu desenvolvimento.
A meritocracia, então, tende a ser perigosa por se tratar de uma ideologia
legitimadora das desigualdades e das injustiças, quando aplicada de um modo
cego, ou seja, sem considerar as diferenças. Quando é valorizado apenas o
resultado, julgando as pessoas diante de seu fracasso ou sucesso, sem
considerar sua trajetória, tem-se o reforço e a reprodução de uma sociedade
desigual, classista, homofóbica, preconceituosa, machista e patriarcal.

TEMA 5 – DIREITOS HUMANOS E OS NOVOS SUJEITOS DE DIREITO

O balanço da vida em democracia tem se mostrado superavitário. Desde


que os direitos civis, políticos e sociais se consolidaram temos visto surgir
diferentes atores sociais reivindicando espaço e reconhecimento na sociedade.
O discurso da cidadania tem sido apropriado por um conjunto variado de atores
que ainda não se sentem acolhidos e contemplados em seus direitos.
Podemos pensar nas comunidades indígenas, que lutam pela
preservação de suas terras e culturas, nos quilombolas, que lutam para
preservar seus remanescentes, nas populações em situação de rua, que se
organizam em movimentos e cobram do Estado o respeito à Constituição Federal
que garante o direito à moradia, e ainda, a população LGBT, militando em
diferentes frentes por respeito e oportunidades.
Os direitos humanos nascem justamente da ideia de que a dignidade é
universal. Dignidade essa que é intrínseca e não negociável, não pode ser
atacada, rebaixada ou diminuída. Todas as vezes que isso acontece é preciso,
então, reagir. A reação mais contundente da sociedade é garantir na forma da
lei que as pessoas sejam respeitadas em sua dignidade.
Dessa maneira, os direitos humanos constituem uma realidade
estabelecida, mas que, seguidamente, tem sofrido ataques. Isso porque, muitos
colocam os direitos humanos, como direitos dos bandidos, do delinquente.
Quando, na verdade, eles caracterizam os direitos de todos. O que se espera é
que, nos casos em que as pessoas se percam ou se desviem, essas pessoas
possam responder pelos seus crimes, ou seja, que sejam responsabilizadas e
punidas pedagogicamente, com base em seus direitos humanos.
A trajetória de conquista dos direitos humanos apresenta uma história
fundamentada por importantes associações. Assim, temos que a humanidade
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contempla a definição de uma condição universal dos direitos humanos. Já a


dignidade confere o atributo definidor do ser humano.
Os documentos históricos que refletem essa realidade conquistada são:

• Essas qualificações têm seu início na Inglaterra, no Século XIII,


quando é apresentada a primeira versão da Carta Magna (1215-1225),
promulgada pelo João Sem Terra, diante da pressão dos nobres da época,
a qual desencadeia uma proteção aos homens livres;
• Depois da Carta Magna, surge, então, a Petição de Direitos
(1628), o qual reconhecia os direitos e as liberdades dos súditos perante o
rei;
• Evoluindo, apresentou-se a Declaração de Direitos/Bill of rights
(1689), que estabeleceu a soberania popular em relação ao rei (Monarquia
Constitucional). Esse documento está relacionado à Revolução Gloriosa,
que aconteceu, neste mesmo período, também na Inglaterra;
• Habeas corpus (1769) com a anulação das prisões arbitrárias;
• Declaração dos Direitos de Virgínia (1776) com base na
Constituição de 1787, a qual delimitava o poder do Estado, as liberdades e
os direitos dos cidadãos;
• Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789);
• Declaração Universal dos Direitos Humanos – ONU (1948).

Todos esses documentos estabeleceram, conforme já defendia Marshall,


uma evolução social. Na medida em que as pessoas tiveram acesso à cultura, à
educação, com a contrarreforma de Martinho Lutero (Século XV), com uma ideia
da escola pública e laica (separando o Estado da Igreja) garantida pelo Estado
foi colocada uma sociedade em transformação e mudanças. Fundamenta-se,
então, o reconhecimento de que a dignidade humana é universal. Dessa
maneira, devem ser estendidos ao conjunto da população o acesso à educação
e à cultura. Por meio do acesso à educação tem-se uma grande revolução.
Entretanto, precisa ser uma educação emancipatória.
A próxima etapa, para essa ascensão na conquista da dignidade e dos
direitos sociais seria a consideração dos novos sujeitos de direitos, tais quais:
quilombolas, indígenas, sem-terra, sem teto, negros, população em situação de
rua, população LGBT e vulneráveis da sociedade

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NA PRÁTICA

Chegou a hora de colocar a mão na massa. Depois de tantas leituras e


estudos, vamos estreitar a relação entre teoria e prática. Retome os conteúdos
sobre equidade e meritocracia. Após essa revisão, redija um texto argumentando
contra ou a favor das cotas sociais nas universidades.

FINALIZANDO

Findado esse breve percurso de estudos, foi possível ter uma melhor
compreensão da categoria cidadania. Desde seu conceito até a efetivação por
meio dos direitos civis, políticos e sociais, aprendemos que a cidadania se
universalizou como um atributo necessário para a vida em sociedade. Também
aprendemos que é preciso pensar a cidadania em termos de equidade. Ao longo
da aula, ainda realizamos uma análise crítica da meritocracia. Por fim, fomos
desafiados a pensar no direito à educação e se a política das cotas sociais nas
universidades é justificável ou não.

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REFERÊNCIAS

ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. 5. ed. São Paulo: Editora Perspectiva,


2000.

BERAS, C. Democracia, cidadania e sociedade civil. Curitiba: InterSaberes,


2011.

BOURDIEU, P.; PASSERON, J.-C. A reprodução: elementos para uma teoria


do sistema de ensino. Trad. Reynaldo Bairão. Rio de Janeiro: Francisco Alves,
1982.

PERISSINOTTO, R. M. As elites políticas: questões de teoria e método.


Curitiba: InterSaberes, 2009.

SEN, A. Desigualdade Reexaminada. Rio de Janeiro: Record, 2001.

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