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FEMAR – FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA

FAMA – FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA

BACHAREL EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Miguel Ângelo Constantino

APLICAÇÃO DA CURVA ABC NA GESTÃO DE ESTOQUE

DE PRODUTOS AUTOMOTIVOS:

Estudo de Caso em Comércio Varejista de Mariana/MG

Mariana
2019
FEMAR – FUNDAÇÃO EDUCATIVA DE MARIANA

FAMA – FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA

Miguel Ângelo Constantino

APLICAÇÃO DA CURVA ABC NA GESTÃO DE ESTOQUE

DE PRODUTOS AUTOMOTIVOS:

Estudo de Caso em Comércio Varejista de Mariana/MG

Monografia apresentada ao curso de Engenharia de


Produção da Faculdade de Administração de
Mariana, como requisito parcial para obtenção de
título de Bacharel em Engenharia de Produção.

Orientadora: Mirian Cristina Silva Oliveira

Mariana
2019
Miguel Ângelo Constantino

APLICAÇÃO DA CURVA ABC NA GESTÃO DE ESTOQUE

DE PRODUTOS AUTOMOTIVOS:

Estudo de Caso em Comércio Varejista de Mariana/MG

Monografia apresentada ao curso de Engenharia de


Produção da Faculdade de Administração de
Mariana, como requisito parcial para obtenção de
título de Bacharel em Engenharia de Produção.

Profa. Mirian Cristina Silva Oliveira (Orientadora)


Faculdade de Administração de Mariana - FAMA

Kenny Kátia Murta Bonfante


Faculdade de Administração de Mariana - FAMA

Alexandre Guimarães Lima


Faculdade de Administração de Mariana - FAMA

Mariana
2019
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus familiares por todo apoio e compreensão e por estarem sempre ao
meu lado.
Ao Sr. José Eustáquio Elias e Sra. Jussara Lopes por possibilitarem o estudo dentro da
empresa, contribuindo para o meu aprendizado e crescimento profissional.
À minha orientadora Miriam e a todos os meus professores e amigos que contribuíram
nos momentos de dificuldade.
RESUMO

As transformações do mercado em virtude da concorrência local direta e indireta estimulam as


organizações a oferecerem aos seus clientes mais qualidade nos seus produtos e serviços. As
empresas precisam estabelecer formas de controle dos seus processos, para que sejam
identificados e tratados os desvios. A gestão de estoque é um processo crítico de toda
organização visto que necessita de considerável investimento financeiro e, também, por
envolver variados custos que implicam em redução no rendimento. Esta monografia irá
abordar a aplicação da curva ABC no estoque de produtos automotivos, a fim de analisar e
identificar formas de melhoria e de redução dos seus custos.

Palavras-chave: Curva ABC. Gerenciamento de estoque. Processo. Custo.


ABSTRACT

The transformation of the market due to direct and indirect local competition encourages
organizations to offer the ircustomers more quality in the ir products and services. Companies
need to establish ways to control their processes so that their deviations are identified and
addressed. Inventory management is a critical process of any organization since it requires
considerable financial investment and involves several costs that imply a reduction in yield.
This monograph will address the application of the ABC curve in the stock of automotive
products in order to analyze and identify way sof improving and reducing their costs.

Keywords: ABC curve. Inventory management. Process. Cost.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo da Administração de Materiais....................................................................... 21


Figura 2 - Fluxograma .............................................................................................................. 28
Figura 3 - Código de barras ...................................................................................................... 29
Figura 4 - Variações da demanda ............................................................................................. 31
Figura 5 - Registro básico do MRP .......................................................................................... 33
Figura 6 - Evolução do MRP ao ERP ....................................................................................... 34
Figura 7 - Lote econômico de compra ...................................................................................... 36
Figura 8 - Curva ABC .............................................................................................................. 41
Figura 9 - Fluxograma de entrada e saída de produtos ............................................................. 44
Figura 10 - Estoque de filtros e lubrificantes ........................................................................... 46
Figura 11 - Estoque de pista ..................................................................................................... 47
Figura 12 - Análise dos produtos A movimentados no período (Dez/17 à Out/18) ................. 48
Figura 13 - Análise dos produtos B movimentados no período (Dez/17 à Out/18) ................. 49
Figura 14 - Análise da movimentação dos produtos C no período (Dez/17 à Out/18) ............ 49
Figura 15 - Gráfico de curva ABC ........................................................................................... 51
LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 - Classificação ABC ................................................................................................. 40


Quadro 2 – Resumo da análise ABC ........................................................................................ 51
LISTA DE ABREVIATURAS

ERP – Enterprise Resource Planning


MCV – Método com Variação de Consumo e/ou Tempo de Reposição
MGR – Método do Grau de Risco
MRP – Material Requirements Planning
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
1.1 Situação Problemática ........................................................................................................ 15
1.2Hipótese ............................................................................................................................... 15
1.3 Objetivos............................................................................................................................. 15
1.3.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 15
1.3.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 16
1.4 Justificativa ......................................................................................................................... 16
1.5 Metodologia e Características da Pesquisa ......................................................................... 17
1.5.1 Método ...................................................................................................................... 17
1.5.2 Característica da Pesquisa ...................................................................................... 17
1.6 Estrutura da Monografia ..................................................................................................... 20

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 21


2.1 Administração de Materiais ................................................................................................ 21
2.2 Estoque ............................................................................................................................... 22
2.3 Tipos de estoque ................................................................................................................. 24
2.4 Gestão de estoque ............................................................................................................... 24
2.5 Objetivo dos estoques ......................................................................................................... 26
2.6 Controle de estoque ............................................................................................................ 27
2.6.1 Fluxograma .............................................................................................................. 27
2.6.2 Código de barras...................................................................................................... 28
2.6.3 Inventário de estoque ....................................................................................................... 29
2.7 Demanda dependente e demanda independente ................................................................. 30
2.8 Custo do estoque................................................................................................................. 31
2.9 MRP .................................................................................................................................... 32
2.10 Sistemas Integrados de Gestão - ERP .............................................................................. 34
2.11 Giro de estoque ................................................................................................................. 35
2.12 Lote econômico de compra............................................................................................... 35
2.13 Layout do almoxarifado.................................................................................................... 36
2.14 Estoque de segurança ou Estoque mínimo ....................................................................... 37
2.15 Classificação ABC ............................................................................................................ 38
2.15.1 Curva ABC ............................................................................................................. 40

3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 42


3.1 Histórico da Organização ................................................................................................... 42
3.2 Público-alvo ........................................................................................................................ 42
3.3 Concorrentes ....................................................................................................................... 43
3.4 Fluxo do processo de entrada e saída de produtos ............................................................. 43
3.5 Estoque da empresa “X” ..................................................................................................... 45
3.6 Estoque e armazenagem ..................................................................................................... 46

4 DISCUSSÃO DE RESULTADOS E CONCLUSÃO ....................................................... 48


4.1 Relatório ............................................................................................................................. 48
4.2Objetivo Alcançado ............................................................................................................. 50
4.2.1Objetivos Específicos ................................................................................................ 50
4.3Solução para a situação problemática .................................................................................. 53
4.3.1Pergunta .................................................................................................................... 53
4.3.2Solução para Pergunta ............................................................................................. 53

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 55

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 55

ANEXO A ................................................................................................................................ 55
13

1 INTRODUÇÃO

A necessidade de locomoção das pessoas por longas distâncias em tempo cada vez
menor impulsionou o desenvolvimento de diversos tipos de transportes, a fim de satisfazer
tais necessidades. O infográfico publicado por Reis (2014, s/p.), no portal de notícias
Globo.com, relaciona a frota de carros e a quantidade de habitantes no Brasil. Os dados
apontam que temos cerca de um automóvel para cada quatro habitantes no país. O fato é que o
aumento do número de veículos impulsionou o desenvolvimento das organizações que
prestam serviços no setor automobilístico.
As organizações, em sua maioria, possuem depósitos onde armazenam e acondicionam
matérias-primas, produtos acabados e seus insumos, sejam indústrias ou organizações
prestadoras de serviços (MARTELLI; DANDARO, 2018). Para obterem melhores resultados,
maiores lucros e vantagens competitivas no mercado, elas necessitam melhorar seus
processos, aumentar a qualidade e reduzir o custo dos seus processos, produtos e serviços.
Conforme Oliveira (2011, s/p), “o estoque pode ser o pulmão contra flutuações inesperadas no
suprimento e na demanda, conhecido também como estoque de segurança, que podem
compensar as incertezas no processo de suprimento de mercadorias para a empresa”. O
estoque propicia melhor nível de serviço às empresas, porém deve ser planejado e controlado
acompanhando as divergências quanto à quantidade de materiais, o giro de cada produto e
tudo que é diretamente relacionado de forma a consumir o mínimo de recursos devido aos
custos relacionados a esse setor. As organizações que possuem estoque devem ter maior
atenção na sua gestão, pois apesar de trazer benefícios, ele pode tornar o capital inativo
devido ao excesso de produtos que tem pouca ou nenhuma demanda.
É nesse contexto que o engenheiro de produção pode contribuir, analisando e
estabelecendo formas para controlar e tornar os processos mais eficientes. Através da visão
generalista do conhecimento de ferramentas e levantamento de dados estatísticos, o
engenheiro de produção pode planejar, analisar, controlar e propor melhorias, encontrando
pontos de redução de custo.
As organizações têm se preocupado mais com a administração de materiais, pois têm
percebido que estão deixando de ter rendimentos maiores devido à falta de planejamento e
controle. Estoque e armazenagem consomem recursos das empresas e quando mal
administrados podem ter como consequência perda de tempo e materiais com elevação dos
custos, onerando a organização.
14

Nesse sentido, o presente trabalho visa abordar a importância da gestão do estoque


dentro de uma organização que atua no segmento de varejo de produtos automotivos,
buscando encontrar pontos para sugestão de melhorias. É importante salientar que a realização
de uma gestão de estoque eficiente é fundamental para se obter vantagens competitivas, frente
ao mercado que está cada vez mais disputado.
15

1.1 Situação Problemática

Para se sobressair sobre as concorrentes, as empresas têm que estabelecer estratégias


uma vez que o mercado tem expandido cada vez mais e a distância entre os concorrentes tem
diminuído gradativamente, fazendo com que as organizações adotem modelos de gestão
focados na qualidade e redução de custos dos seus processos como forma de obter vantagens
competitivas. A questão é que as organizações que trabalham com estoque precisam
estabelecer controle para evitar problemas de divergências entre quantidades em estoque e
seus registros, obsolescência e pouca rotatividade de determinados produtos, pois a
ineficiência nessa gestão pode ocasionar redução no faturamento e na lucratividade das
organizações, reduzindo o capital de giro. A organização varejista a ser estudada situa-se em
Minas Gerais, na cidade de Mariana, e possui localização comercial estratégica, porém possui
em seu estoque quantia considerável de produtos com pouca rotatividade.
Diante disso, esta monografia pretende responder a seguinte questão: Como reduzir
custos através do gerenciamento do estoque de produtos automotivos da empresa “X”,
localizada em Minas Gerais na cidade de Mariana?

1.2 Hipótese

 Acredita-se que há um capital inativo parado no estoque da organização devido à falta


de demanda de determinados produtos;
 A falta de giro dos produtos se dá devido às deficiências no planejamento e controle
do estoque.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem por objetivo analisar o estoque de uma organização varejista que
atua no setor automotivo, apresentando melhorias para seu gerenciamento.
16

1.3.2 Objetivos Específicos

 Desenvolver a curva ABC dos produtos para identificar como cada um deles contribui
para o faturamento da organização;
 Demonstrar de que forma a curva ABC aplicada à gestão de estoque pode auxiliar na
redução de custos da organização;
 Apontar as dificuldades existentes e oportunidade de melhorias no estoque da
organização “X”.

1.4 Justificativa

O constante desenvolvimento do mercado tem exigido que as empresas se adequem a


demanda, ofereçam um determinado padrão de qualidade, reduzam os custos e repassem
valores mais baixos aos clientes. Devido à grande quantidade de opções de produtos e
prestação de serviço com os mais variados diferenciais, as organizações necessitam
desenvolver visão estratégica em torno desses aspectos.
Organizações que não têm como foco a melhoria contínua dos seus produtos e
processos tendem a perder espaço no mercado, pois a oferta de bens e serviços tem
aumentado cada vez mais. A gestão do estoque nas organizações possibilita vários benefícios,
contribuindo para a competitividade no mercado, redução de custos e maior giro de capital.
Organizações que não controlam e não fazem gestão eficiente do estoque de seus produtos
tendem a ter problemas com produtos encalhados, não possuir produtos para atender ao
cliente ou comprar produtos em momento e quantidade inadequada.
Dessa forma, o presente estudo se mostra relevante às organizações voltadas ao
comércio do segmento de varejo automotivo, pois pretende associar e estabelecer uma relação
entre as definições e conceitos, demonstrando a aplicabilidade da curva ABC, como
ferramenta de auxílio na tomada de decisão. Além disso, ao se reduzir custos e capital inativo
na organização tem-se disponível uma maior quantidade de recursos, para realizar
investimentos. Portanto, a eficiência na gestão de estoques pode ser decisiva para que a
organização possa se manter e se destacar no mercado. Busca-se através desta monografia
contribuir para o estudo e melhoria da gestão de estoque das organizações varejistas do setor
automotivo, a fim obter maior rentabilidade.
17

1.5 Metodologia e Características da Pesquisa

1.5.1 Método

A metodologia deste trabalho está alinhada de forma a responder a pergunta desta


monografia, verificar as hipóteses e atender ao objetivo proposto. Portanto, segue uma
abordagem metodológica cientifica de forma sistemática e racional, trabalhando o objeto de
estudo, por meio de análises, para desenvolver o conhecimento e traçar um perfil do cenário,
sempre atentando para o fato de que

Método científico é um agrupamento de atividades sistemáticas e racionais que, com


maior segurança e economia, possibilita atingir o objetivo – conhecimentos válidos e
verdadeiros – projetando o caminho a ser seguido, identificando erros e auxiliando
as decisões do cientista (LAKATOS; MARCONI, 2010, p. 65).

Cervo (2007, p. 27) acrescenta que método consiste em um conjunto de processos


organizados e necessários para alcançar um resultado desejado, buscando através dessa forma
de investigação a verdade.

1.5.2 Característica da Pesquisa

Conforme Gil (2002, p.17), a pesquisa pode ser definida como procedimento
sistemático e racional, que tem por objetivo encontrar respostas aos problemas propostos.
Desse modo, ela se faz necessária quando não se possui informação suficiente para definir
uma resposta ao problema ou quando a informação disponível não possui organização
suficiente para ser relacionada ao problema.
Quanto aos procedimentos da pesquisa, a mesma tem caráter exploratório. A pesquisa
exploratória,

Encontra-se na fase preliminar, tem como finalidade proporcionar mais informações


sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando sua definição e seu
delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação
dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque
para o assunto. Assume, em geral, as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de
caso (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 51).
18

Assim, toda

Pesquisa exploratória é o primeiro passo de todo trabalho científico. São finalidades


de uma pesquisa exploratória, sobretudo quando bibliografia, proporcionar maiores
informações sobre determinado assunto; facilitar a delimitação de um tema de
trabalho; definir os objetivos ou formular as hipóteses de uma pesquisa ou descobrir
novo tipo de enfoque para o trabalho que se tem em mente. Através das pesquisas
exploratórias avalia-se a possibilidade de desenvolver uma boa pesquisa sobre
determinado assunto (ANDRADE, 2010, p. 112).

Com relação aos aspectos técnicos, a pesquisa se baseará em artigos científicos, livros
e publicações eletrônicas, podendo ser caracterizada também como bibliográfica. Para
Vergara (2005, p.48) “pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base
material publicado em livros, revistas, jornais, rede eletrônica, isto é material acessível ao
público em geral”. Segundo Fonseca (2002, p. 32) este tipo de pesquisa parte do levantamento
de teorias já analisadas e publicadas em diversos meios. Sendo assim, todo trabalho científico
se inicia com uma pesquisa bibliográfica, permitindo que o pesquisador conheça o que já foi
estudado sobre o assunto. Para Lakatos e Marconi (2010):

A pesquisa bibliográfica, ou fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada


pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais,
revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios
de comunicação oral: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e
televisões. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que
foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências
seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, querem
publicadas, quer gravadas. (LAKATOS; MARCONI, 2010, p.166).

Quanto à abordagem, o presente estudo se baseará em dados quantitativos e tem


caráter hipotético dedutivo, pois:

É considerado lógico por excelência. Acha-se historicamente relacionado com a


experimentação, motivo pelo qual é bastante usado nos campos de pesquisas das
ciências naturais. Não é fácil estabelecer a distinção entre o método hipotético-
dedutivo e o indutivo, uma vez que são ambos fundamentados na observação. A
diferença é que o método hipotético-dedutivo não se limita à generalização empírica
das observações realizadas, podendo-se através dele, chegar à construção de teorias
e leis (ANDRADE, 2010, p. 120).

Além disso, o trabalho busca fazer uma abordagem prática e dinâmica através da
metodologia de estudo de caso, onde se busca analisar o contexto específico da organização
correlacionando com as referências teóricas sobre o assunto, dado que nesse tipo de
abordagem
19

[...] pede-se ao treinando que analise por escrito um case (caso


problema) apresentado pelo instrutor; após análise cuidadosa, ele deverá – sozinho
ou em grupo – encontrar alternativas de solução. Essa é uma técnica interessante,
pois desperta a criatividade dos treinando ao mesmo tempo em que promove a
participação no processo decisório e acabe com a familiarização com problemas
reais do dia a dia. O estudo de caso representa quase sempre uma solução muito
mais racional que emocional (PIERRE, 2011 p.147).

A análise do estudo de caso vai possibilitar constatar se a teoria aprendida pode ajudar
a trazer melhorias à organização, dentro deste contexto, devido à relevância que gestão de
estoques apresenta.
Para a análise serão utilizados dados documentados pela empresa, portanto
caracterizando-se como pesquisa documental direta. De acordo com Lakatos e Marconi (2010,
p.169) “a documentação direta constitui-se, em geral, no levantamento de dados no próprio
local onde os fenômenos ocorrem. Esses dados podem ser obtidos de duas maneiras: através
da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratório”.
O estudo de caso será realizado na empresa que possui como principais produtos
aditivos, peças, lubrificantes e combustíveis, porém para esta análise não será levado em
consideração o último destes itens devido a relevância dos demais. Para o estudo serão
coletados dados referentes às vendas dos registros da organização, entre os períodos de
dezembro de 2017 a outubro de 2018. O tratamento dos dados será feito utilizando o Excel,
através da tabela de classificação ABC, para identificar a classe dos produtos e o quanto cada
um deles contribui para o faturamento da empresa.
O referencial teórico apresenta os conceitos relevantes a este estudo, sendo também
utilizado como base na análise da organização, buscando responder à pergunta da pesquisa e
justificar os resultados obtidos.
20

1.6 Estruturada Monografia

Esta monografia é composta pelos seguintes tópicos:

 1 - Introdução

Apresenta o contexto e o problema da pesquisa, justificativa, objetivos gerais e


específicos, a metodologia e a estrutura da monografia.

 2–Referencial Teórico

Apresenta os conceitos que embasam e estruturam a pesquisa. São abordados o


conceito de gestão de estoque, os tipos de estoque e a curva ABC.

 3 – Estudo de Caso

Apresenta a organização estudada, abordando informações referentes ao seu estoque,


práticas da organização e seus processos.

 4 – Resultados

Este capítulo apresenta a análise das hipóteses e o compilado de resultados da pesquisa


no estoque da empresa “X”, mostrando direções para solucionar os problemas.

 5– Considerações Finais

 Referências
21

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Administração de Materiais

A administração de materiais é de grande importância para as organizações,


necessitando de gestão, a fim de satisfazer as necessidades dos clientes. Conforme Martins e
Laugeni (2015, p. 281), “a administração de materiais tem impacto direto na lucratividade da
empresa e na qualidade dos produtos, havendo necessidade de uma gestão, o mais possível,
just in time, visando a reduzir estoques e manter o cliente satisfeito”.
A necessidade do cliente impulsiona o ciclo da administração de materiais. A figura 1
a seguir apresenta de maneira simplificada este ciclo.

Figura 1 - Ciclo da Administração de Materiais

Fonte: Jorgenca, 2019, s/p.

Para Dumas et al (2019, s/p) a administração de materiais pode ser definida como

...um conjunto de atividades desenvolvidas dentro de uma empresa destinadas a


suprir as unidades que ela possui, ou seja, envolve a totalidade dos fluxos de
22

materiais da empresa, desde a programação de materiais, compras, recepção,


armazenamento no almoxarifado, movimentação de materiais, transporte interno e
armazenamento no depósito de produtos acabados. A Administração de Materiais
visa à garantia de existência contínua de um estoque, organizado de modo à nunca
faltar nenhum dos itens que o compõem, sem tornar excessivo o investimento total.
Atualmente é definida como um Sistema Integrado que cuida dos materiais
indispensáveis ao funcionamento da organização, no tempo oportuno, na quantidade
necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo (DUMAS et al, 2019, s/p).

Conforme Martins e Laugeni (2015, p. 281), deve haver integração entre todas as
atividades da área de materiais. Nas empresas de pequeno e médio porte podem ser
concentradas sob uma gestão de materiais e suprimentos. Essa área possui por atribuição a
programação da produção, compras, logística e armazenamento. Deve-se evitar que o órgão
responsável pela administração de materiais fique subordinado às áreas financeiras, visto que
ela pode interferir no equilíbrio das decisões que devem levar em consideração a satisfação
dos clientes. Ballou acrescenta que

A importância da boa administração de materiais pode ser mais bem apreciada


quando os bens necessários não estão disponíveis no instante concreto para atender
as necessidades de produção ou operação, [...] ainda que o objetivo da administração
de materiais deve ser prover o material certo, no local certo de operação certo, no
instante certo e em condição utilizável ao custo mínimo (BALLOU, 2014, p. 61).

2.2 Estoque

Muitas são as razões para as empresas manterem estoques, seja para prevenir a falta de
produtos ou para ter melhor nível de serviço. Francischini e Gurgel (2004) definem estoque
como sendo “quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma
improdutiva, por algum intervalo de tempo”.
Devido ao custo envolvido, muitas empresas têm buscado minimizá-lo, sendo
necessário encontrar um equilíbrio. Pozo acrescenta que

Muitas empresas, ainda, justificam a existência de um espaço físico para


armazenagem relativamente grande e, por consequência, elevados estoques, com
argumentos de que: (a) são fortes redutores de custos de transporte e de produção;
(b) auxiliam o marketing e o atendimento ao cliente; e (c) coordenam, mais
facilmente, a área de suprimento. Muitas empresas, porém, nos dias atuais, estão
evitando ou minimizando as necessidades de estoques, com a aplicação, com êxito
da filosofia Just-In-Time. O JIT é o ajuste de suprimentos e demanda no tempo e na
quantidade certa, ou seja, matéria prima e produtos devem chegar no momento justo
em que são necessitados. Entretanto, é de suma importância que a demanda por
produtos acabados seja conhecida com alto grau de precisão e com fornecedores
confiáveis a fim de obter um suprimento adequado à demanda. Não obstante, em
23

que as empresas necessitam de materiais importados que exijam longos tempos de


transportes, descontos em compra de grandes lotes, haverá necessidade de se estocar
e armazéns para guardá-los (POZO, 2002, p. 77).

Estoque pode ser definido também como o acúmulo armazenado de materiais em um


sistema de transformação. São recursos de entrada transformados, necessários às operações
das organizações. Nesse contexto, as empresas podem manter estoque de materiais, estoque
de informações e estoque de consumidores que são denominados “filas”. Os estoques existem
devido à diferença de ritmo entre o fornecimento e a demanda, podendo também ser
classificado em estoque isolador, estoque de ciclo, estoque de antecipação e estoque de canal,
conforme o ponto em que ele se encontra numa operação (SLACK et al, 2010, p. 278-281).
Desse modo, as organizações estocam produtos e materiais com a finalidade de tê-los
disponíveis, quando houver demanda, buscando garantir um bom nível de serviço. Graziani
(2013, p.62) acrescenta que “o planejamento e controle de estoque consistem essencialmente
na busca de equilíbrio entre estoque e consumo”.
Conforme Pozo (2002, p. 32-35), o controle dos níveis de estoque é uma das funções
mais importantes da administração de materiais, pois afeta os resultados das organizações. A
inadequada gestão de materiais causa problemas dentro das organizações, devido o
comprometimento do capital de giro e o seu custo. Entretanto, busca-se manter volumes de
produtos e materiais para atender a demanda e as suas variações. Manter estoques com níveis
muito reduzidos pode também acarretar problemas, pois afeta diretamente o nível de serviço,
gerando custos difíceis de serem contabilizados, devido à insatisfação e perda do cliente,
replanejamento do processo produtivo e atrasos na entrega.
De acordo com Dias (1995, p. 11-14), deve-se buscar otimizar o investimento no
estoque, minimizando o capital utilizado através de meios de planejamento e controle
eficientes e contínuos. As organizações devem adotar sistemas mais dinâmicos de forma
acompanhar as mudanças no ambiente, buscando adaptar o planejamento de materiais e
produção, estoques, compras e distribuição para que se mantenham eficientes. Nos casos em
que há restrição de capital financeiro faz-se necessário o uso de um sistema integrado, para se
adaptar as variações e restrições do mercado e manter o desempenho.
24

2.3 Tipos de estoque

Conforme Pozo, as empresas podem possuir usualmente cinco tipos de almoxarifado


sendo eles:
 Almoxarifado de matérias-primas: Refere-se a todo material básico que irá passar por
algum processo de transformação para posteriormente se tornar produto. Envolve
todos os materiais que se agregam ao produto, podem ser comprados prontos ou
processados por diferentes unidades da empresa.
 Almoxarifado de materiais auxiliares: Consiste nos materiais que participam do
processo de transformação da matéria-prima sem agregar-se ao produto, sendo de
grande importância nesse processo.
 Almoxarifado de manutenção: Refere-se às peças utilizadas na manutenção dos
equipamentos e materiais de uso e consumo da organização.
 Almoxarifado intermediário: Refere-se ao armazenamento de subconjuntos e peças em
processo armazenadas para serem agregadas ao produto.
 Almoxarifados de acabados: Consiste no estoque de produtos que já estão prontos para
serem encaminhados aos clientes. É de grande importância o planejamento e controle
desse estoque, visto que existem custos envolvidos com a manutenção do estoque além de
ocorrer obsolescência (POZO, 2002, p. 36-37).

2.4 Gestão de estoque

A quantidade de organizações que competem entre si tem aumentado


significativamente no mercado atual, estimulando as pequenas e médias empresas a
implementarem melhorias em seus serviços e processos, investirem em sistemas de
informação que atendam às demandas cada vez maiores e adotarem novas formas de gestão.
Conforme Mello, o sistema de gestão

...refere-se a tudo o que a organização faz para gerenciar seus processos ou


atividades. Em pequenas organizações, provavelmente não exista um sistema,
apenas uma forma de fazer as coisas, e essa forma na maioria das vezes não está
documentada, mas na cabeça do proprietário ou gerente. Quanto maior a
organização, e quanto mais pessoas estão envolvidas, maior a possibilidade de
existirem alguns procedimentos, instruções, formulários ou registros documentados.
Eles contribuem para assegurar que qualquer pessoa dentro da organização não
esteja fazendo seu trabalho de seu jeito e que exista um mínimo de ordem na forma
25

como a organização conduz seus negócios, de forma que tempo, dinheiro e outros
recursos sejam utilizados eficientemente. Para ser realmente eficiente e eficaz, a
organização pode gerenciar sua forma de fazer as coisas de forma sistêmica. Isso
garante que nada importante seja esquecido e que todos estejam conscientes sobre
quem é responsável para fazer o que, como, por que e onde (MELLO, 2002, p. 15)

O gerenciamento de estoques nas organizações se faz necessário e é crucial para sua


sobrevivência e manutenção da competitividade. Conforme Ballou:

O controle de estoques exerce influência muito grande na rentabilidade da


empresa. Eles absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras
maneiras. Portanto, o inventário desvia fundos de outros usos potenciais e
tem o mesmo custo de capital que qualquer outro investimento da companhia.
Aumentar a rotatividade do estoque auxilia a liberar ativo e economiza o
custo de manutenção de inventário (BALLOU, 2013, p. 208).

A manutenção de estoque é uma atividade principal da logística e consiste em atingir


um determinado grau de disponibilidade, levando em consideração à demanda. O estoque
agrega valor de tempo ao produto, devido aos custos relacionado à sua manutenção, e a
manutenção de estoque é um processo crítico da logística, pois envolve investimentos
financeiros das organizações, necessitando de uma gestão eficiente (POZO, 2002, p. 22).
Conforme Ching, a gestão de estoques engloba o planejamento, o controle e a
retroalimentação, quando busca-se identificar os desvios e suas causas no intuito de efetuar
um planejamento mais eficiente (CHING, 2010, p. 21). De acordo com o site do Sebrae
Nacional, a gestão de estoque pode ser considerada uma área crítica no varejo, devendo-se
buscar equilíbrio entre compras, armazenagem e entrega. Esse fluxo de materiais, também
chamado de giro de estoque, é essencial à empresa (SEBRAE NACIONAL, 2017, s/p).
A armazenagem de mercadorias exige investimento das organizações, portanto a
relação entre a oferta e demanda deve ser sincronizada. Isso ocorre principalmente pelo fato
de as incertezas referentes à demanda futura e o fato de não haver suprimentos disponíveis
sempre que preciso, de forma a possibilitar a minimização dos custos totais de produção e
assegurar que haja disponibilidade de mercadorias. Toda organização busca maximizar o seu
lucro investido no espaço físico e nos seus equipamentos, na reserva em caixa, nos
financiamentos de vendas e em seu estoque. Esse lucro máximo pode ser atingido se a
organização utilizar esse capital investido, evitando que se torne inativo. Nesse contexto, a
gestão de estoque tem por objetivo minimizar o custo do estoque mantendo o bom
atendimento (MANCUZO, 2003, p.19).
26

No gerenciamento de estoque é necessário determinar parâmetros de controle, para


que se minimizem os gastos e haja produtos disponíveis e em quantidades suficientes para
atender os clientes. Conforme Silva, Silva e Rodrigues (2015, p. 67) faz-se necessário definir
uma política de gestão, determinando limites inferiores e superiores de produtos no estoque. O
estabelecimento desses parâmetros possibilita manter um bom nível de atendimento e que
haja giro do capital investido no estoque. Faz-se necessário também entender os seguintes
conceitos:
 Estoque de segurança (ES): possui por característica manter uma determinada
quantidade de produtos, para prevenir faltas devido à variabilidade da demanda e às
incertezas no processo de ressuprimento;
 Estoque de ciclo (EC): reservado para casos extremos, durante o lead time de
reposição.
 Lote econômico de compra (LEC): tem por base a otimização de custos do estoque e
do custo relacionado ao pedido. Consiste em determinar a quantidade de produtos de
forma que os custos de processamento e custos de manutenção se equilibram e o custo
total é mínimo.

2.5 Objetivo dos estoques

São vários os motivos para as organizações manterem estoque, seja de produtos ou


materiais. Dentre os motivos estão: custo, nível de serviço, previsão das incertezas, previsão
da demanda e previsão do tempo de suprimento. Pozo (2002) acrescenta que o controle do
estoque tem por objetivo

Assegurar o suprimento adequado de matéria-prima, material auxiliar, peças e


insumos ao processo de fabricação; manter o estoque o mais baixo possível para
atendimento compatível às necessidades vendidas; identificar os itens obsoletos e
defeituosos em estoque, para eliminá-los; não permitir condições de falta ou excesso
em relação à demanda de vendas; Prevenir-se contra condições de falta ou excesso
em relação ao mau uso; manter as quantidades em relação às necessidades e aos
registros; fornecer bases concretas para a elaboração de dados ao planejamento de
curto, médio e longo prazo, das necessidades de estoque; manter os custos nos níveis
mais baixos possíveis, levando em conta os volumes de vendas, prazos, recursos e
seu efeito sobre o custo de venda do produto (POZO, 2002, p 35-36).
27

Segundo Ballou (2013, p. 213), manter estoques nas organizações tem uma série de
vantagens, porém demanda uma quantidade considerável de capital. Devido o seu alto custo,
faz-se necessário uma gestão eficiente e que visa balancear o custo de manutenção de
estoques, de aquisição e de faltas. Esses custos entram em conflito devido à relação de
proporcionalidade, ou seja, quanto maior a quantidade de produtos estocados maior será o
custo de manutenção. Como o objetivo consiste em minimizar o custo total, deve-se realizar
menos pedidos com lotes maiores para que os níveis de inventário sejam mantidos, pois
resultam em menores custos de aquisição e de faltas.
Conforme Dias (1995, p. 43-44), a quantidade em estoque e o tempo de permanência
dos produtos são varáveis que aumentam os custos, portanto elas também são de grande
importância e devem ser levadas em consideração.
Para Ballou (2013, p. 205), manter estoques auxilia nas vendas dos produtos das
organizações, proporcionando disponibilidade quando são requisitados, contribuindo para a
satisfação do cliente. A essa disponibilidade de produtos quando o serviço é solicitado,
denominamos nível de serviço. Para obter um bom nível de serviço, é necessário
acompanhamento e controle frequente do estoque, buscando possuir o mínimo de estoque de
forma que se possa atender a demanda prevista. Dessa forma, toda organização que busca ser
competitiva precisa ter disponível o produto solicitado no tempo correto e em quantidades
necessárias para atender ao cliente, porém armazenar grandes quantidades de materiais para
manter alto nível de serviço pode gerar impactos negativos comprometendo o capital da
organização. Portanto, deve-se encontrar equilíbrio com relação ao nível de serviço que se
pretende praticar.

2.6 Controle de estoque

2.6.1 Fluxograma
O fluxograma é uma ferramenta que facilita o estudo das atividades de uma
organização e permite mapear detalhadamente seus processos. Conhecendo seus processos e
como eles se inter-relacionam é possível identificar falhas e como elas se propagam ao longo
destes. Conforme Azevedo, “uma empresa que não conhece seus processos ou os trata como
28

independentes e desalinhados, está mais sujeita a falhas, retrabalhos, gargalos, processos


inúteis, desperdício de tempo e de recursos” (AZEVEDO, 2016, s/p).

Figura 2 - Fluxograma

Fonte: mfconsultoria.org

2.6.2 Código de barras

A tecnologia tem evoluído cada dia mais, sendo voltada ao aumento de produtividade
e da qualidade de bens e serviços. A utilização da automação nas operações das organizações
de produtos e serviços tem se tornado indispensável, pois a eficiência operacional advinda da
utilização desses recursos impacta estrategicamente, trazendo inúmeros benefícios. De acordo
com Dias, o código de barras é uma representação gráfica de dados numéricos ou
alfanuméricos, constituída por linhas paralelas entre si e com diferentes espaçamentos, que
trazem grandes benefícios na identificação de documentos, no controle e na comercialização
de produtos. Possui por vantagens a facilidade de implantação, baixo custo e maior agilidade
na inserção de informações, minimizando a possibilidade de erro humano, gerando maior
confiabilidade (DIAS, 2018, s/p).
Conforme Martins e Laugeni:

O código de barras para identificação de produtos é constituído por uma série de


linhas e espaços de larguras diferentes. Existem dois padrões reconhecidos
oficialmente: o sistema Universal Product Code (UPC), adotado nos Estados Unidos
e no Canadá, e o European Article Numbering (EAN). No Brasil, o Sistema EAN
Brasil é responsável pela implantação e administração do Código Nacional de
Produtos (Código de Barras EAN) em todo o território nacional, e representa o país
junto ao sistema EAN internacional (MARTINS; LAUGENI, 2015, p. 287).
29

A figura 3, a seguir, ilustra um modelo de código de barras em que os três primeiro


dígitos referem-se ao país de origem, os quatro dígitos seguintes referem-se à empresa, os
cinco dígitos dessa sequência referem-se à identificação do produto e o último número é o
digito de verificação.

Figura 3 - Código de barras

Fonte: Costa, 2018.

O código de barras possui os números representados pelas barras e são dispostos


conforme a figura, onde as sequências de algarismos representam o país, a empresa, o produto
e o dígito verificador, respectivamente. Ele possibilita maior agilidade nas transações e
identificação de materiais, sendo hoje indispensável ao comércio de varejo.

2.6.3 Inventário de estoque

Segundo Martins e Laugeni (2015, p. 286-287), inventário de materiais consiste em


uma das atividades do almoxarifado, que possui objetivo de assegurar que as quantidades
físicas dos materiais estejam de acordo com os registros, relatórios contábeis ou listas. Muitas
organizações elaboram inventário dos seus materiais apenas na época de encerramento do
balanço fiscal, porém se for realizada essa conferência com uma frequência maior ao longo do
ano pode contribuir corrigindo faltas ou excessos detectados. Uma das formas de realizar a
conferência dos produtos é utilizando o inventário rotativo, em que se utiliza a classificação
30

ABC para separar os materiais por categorias, conferindo os itens de cada classificação a cada
três meses da seguinte forma:
 100% dos itens da classe A devem ser inventariados, sendo 33% aproximadamente ao
mês;
 50% dos itens da classe B devem ser inventariados, cerca de 16% ao mês;
 5% dos itens da classe C devem ser inventariados, aproximadamente 2% ao mês;
Após essa conferência, realiza-se o cálculo da acurácia, que consiste na relação de produtos
do estoque físico e daqueles que constam em registro, onde:

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑔𝑖𝑠𝑡𝑟𝑜


𝐴𝑐𝑢𝑟á𝑐𝑖𝑎 =
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠

A partir desse cálculo determina-se a precisão do estoque, expressando numericamente


as divergências que necessitam ser analisadas e tratadas para que não interfiram no nível de
serviço.

2.7 Demanda dependente e demanda independente

O fluxo de entrada e saída de materiais nas organizações é influenciado diretamente


pelo tipo de demanda. Conforme Moreira (2014, p. 450), a demanda pode ser classificada
como sendo dependente ou independente e para cada uma delas é necessário adotar diferentes
estratégias com relação ao controle de estoques. A demanda independente é relacionada às
condições do mercado, ou seja, fatores externos que não são de controle da organização. Os
itens mais comuns relacionados a este tipo de demanda são de peças, materiais de reposição e
produtos acabados. Já a demanda dependente se dá quando há um consumo programado de
materiais. Exemplos de itens relacionados a este tipo de demanda são as matérias-primas e
peças para montagem, sendo a programação definida de acordo com a previsão de demanda
dos itens da demanda independente.

O processo de obter materiais (fazer estoque) e planejar e controlar as operações


apenas depois de uma demanda definida pode ser entendido como obter recursos-
contra-pedido (resourse-to-order). Em muitas situações o grau de certeza (ou
confiança) na natureza de demanda pode ser o suficiente para que a empresa
mantenha em estoque grande parte dos recursos necessários para atender os clientes.
A empresa manterá estoques de matéria-prima ou de produtos finais. Entretanto, a
31

empresa somente produzirá os produtos e serviços diante de um pedido firme. Nessa


situação, impera o fazer-contra-pedido (make-to-order). Por outro lado, em muitas
situações as operações produzem produtos e serviços sem qualquer pedido firme.
Isto é, produzem para estocar e só depois é que conseguem vender o foi produzido.
Neste caso, temos um planejamento e controle do tipo fazer-para-estoque (make-to-
stock) (PORTAL EDUCAÇÃO, 2019, s/p).

A figura a seguir ilustra os tipos de demanda e como elas podem variar de acordo com
o tempo. São vários fatores mercadológicos que provocam essas variações, portanto é
importante acompanhá-las.

Figura 4 - Variações da demanda

Fonte: Moreira(2014, p. 451).

2.8 Custo do estoque

Dias (2002, p. 44) afirma que quanto maior a quantidade de produtos armazenados,
maior será a necessidade de equipamentos e colaboradores para efetuar a movimentação. A
relação entre esses custos é denominada custo de armazenagem. Conforme Slack et al (2010,
p. 285), existem outros custos que se somam a esses sendo referente à locação, climatização e
iluminação de acordo com o tipo de material ou produto armazenado, consequentemente se
tornando uma atividade crítica nas organizações.
Segundo Dias (1995, p. 43) o armazenamento de material gera custos e eles podem ser
classificados em custos com pessoal (encargos sociais e salários), custos de manutenção
(obsolescência, deterioração e equipamentos), custos de capital (depreciação e juros) e custos
com edificação (conservação, aluguel, impostos e luz).
32

Para Pozo (2002, p. 37), os custos que incidem na formação de estoques podem ser
separados em três categorias:
 Custo do pedido: Refere-se aos custos fixos e variáveis que incorrem referentes a esse
processo. Os custos fixos são relacionados à remuneração dos funcionários envolvidos,
como processo de emissão dos pedidos, portanto não são afetados pela política de
estoque. Os custos variáveis, por sua vez, estão diretamente ligados com o volume dos
pedidos que ocorrem no período, consistindo nas fichas de pedidos, no processo de envio
aos fornecedores e nos recursos envolvidos nesse procedimento.
 Custo de manutenção: Incorporam as despesas de armazenagem que são
proporcionalmente elevadas de acordo com o volume do estoque, espaço físico utilizado,
pessoal alocado, sistemas de movimentação e sistemas de armazenagem, sistemas de
informação específicos e equipamentos. O custo desses itens pode aumentar
significativamente pela possibilidade de roubo, obsolescência e perda devido à
necessidade de estabelecer seguridade.
 Custo por falta de estoque: A falta de produtos ou atraso no cumprimento de prazos pode
gerar multas ou cancelamento do pedido por parte dos clientes, devido o transtorno
gerado, causando desgaste na imagem da empresa, reduzindo a confiabilidade.
Conforme Slack et al (2010, p. 285) tem-se também o custo referente ao capital de
giro, pois existe um lapso de tempo entre pagar os fornecedores e receber dos clientes.
Durante esse período deve haver capital para manter o estoque, sendo também estes custos
relacionados aos juros pagos aos bancos e os custos de oportunidade.

2.9 MRP

Segundo Campos (2009, s/p), o MRP (Material Requirements Planning) surgiu por
volta dos anos 60 e consiste no planejamento das necessidades de materiais para atender a
uma demanda prevista de um determinado produto. Ele busca reduzir o número de itens no
estoque, identificando a quantidade de material necessária à fabricação de um determinado
produto, sem afetar a disponibilidade de matéria prima para atender a quantidade de produtos
solicitados. Neste sistema identifica-se quais os materiais necessários para atender a
quantidade de produtos solicitados, a quantidade destes materiais e o momento em que eles
serão necessários. Na utilização desta ferramenta deve-se definir o plano mestre de produção,
33

a lista de materiais e gerar o relatório de controle de estoques para haja efetividade. No plano
mestre de produção são informados os produtos solicitados, a quantidade dos mesmos e para
qual data foram solicitados, enquanto a lista de materiais desmembra cada item necessário
para fabricar o produto. O relatório de controle de estoque informa a quantidade de materiais,
de produtos semiacabados e produtos acabados que estão armazenados.
Para Pozo (2002, p. 113-114), o MRP é um sistema que simplifica a gestão de
estoques através de um programa de produção, que determina o que comprar, quando comprar
e o que produzir tanto com relação aos materiais, quanto de produtos acabados, buscando
comprar e produzir somente aquilo que é necessário para minimizar o estoque ao máximo. A
partir dele pode-se definir um plano de prioridades com relação à aquisição de componentes
necessários ao processo de fabricação, levando em consideração o lead time dos mesmos e o
tempo de operação. Para utilização desse sistema é necessário determinar as especificações no
plano mestre de produção.

Figura 5 - Registro básico do MRP

Fonte: LAURINDO; MESQUITA (2019)

Já o MRP II consiste na extensão do MRP que leva em consideração recursos como


mão de obra, instalações, equipamentos entre outros (MARTINS; LAUGENI, 2015, p. 369-
370). Segundo Pozo (2002, p. 113), o MRP II vai muito além do MRP, pois ele determina
hierarquia nas decisões e ações para atendimento mais eficaz da necessidade dos clientes.
34

2.10 Sistemas Integrados de Gestão - ERP

Conforme Martins e Laugeni (2015, p. 372-375), a evolução das tecnologias gerou a


necessidade de que as empresas utilizem intensamente técnicas mais eficientes para o
processamento de dados e automação de seus processos, a fim de ter mais eficiência na
gestão. Os sistemas ERP (Enterprise resource planning) são sistemas integrados de gestão de
informação, que vêm sendo utilizados por variadas organizações, devido às necessidades de
melhoria nos seus processos. Esse sistema possibilita integrar os processos de negócios e
fornecer informações para a tomada de decisão. O ERP facilita o fluxo de informação nas
empresas, integrando os variados setores, consolidando todos os dados em um único ambiente
computacional, garantindo sua integridade e unicidade. Os ERPs possuem diversos módulos
que podem ser utilizados por diferentes áreas de uma empresa. A implantação desse sistema
na empresa exige reorganização, necessitando que o negócio seja visto como um todo e a
gestão deixe de ser por departamento. Através desse sistema pode-se verificar o desempenho
de várias áreas da empresa. Os produtores desses sistemas têm incorporado funcionalidades
de suporte à decisão para os setores executivos, a fim de facilitar a tomada de decisão.

Figura 6 - Evolução do MRP ao ERP

Fonte: AFFONSO (2017)


35

2.11 Giro de estoque

De acordo com Pozo (2002, p. 42), o giro de estoque refere-se à rotatividade dos
produtos e trata-se de um indicador de desempenho do estoque. Trata-se da avaliação do
capital investido no estoque em comparação ao custo das vendas anuais ou a quantidade
média dos itens do estoque dividido pelo custo de venda anual. Através do cálculo do giro de
estoque é possível determinar o tempo em que o estoque suporta a demanda. O cálculo do giro
pode ser expresso conforme a seguinte equação:

R = 𝐶𝑉⁄𝐸

CV: Custo de vendas anual


E: Estoque

2.12 Lote econômico de compra

Existem vários custos envolvidos na armazenagem de materiais e deve-se levá-los em


consideração antes de efetuar os pedidos da organização, a fim de reduzí-los. Esses custos
abrangem aqueles relacionados também à logística desses materiais, que se bem gerenciados
podem trazer maior rentabilidade à organização. Sendo assim, as decisões a serem tomadas com
relação ao estoque devem ser baseadas nas evidências de movimentação de material. O lote
econômico de compra entra nesse contexto para proporcionar a aquisição de materiais de forma a
obter menores custos com armazenagem e proporcionar bom nível de serviço. Segundo Gitman
(2002, p.717), o lote econômico de compra leva em consideração diversos custos operacionais,
sejam operacionais e financeiros, a fim de determinar a quantidade do pedido que minimize os
custos totais do estoque.
De acordo com Graeml e Peinado (2007, p. 685), para se efetuar o cálculo do LEC (lote
econômico de compra) deve-se levar em consideração o custo de estocagem e dos pedidos, pois
eles são entregues de uma única vez no mesmo momento.
O lote econômico de compra pode ser calculado a partir da seguinte equação:
36

2. 𝐷. 𝐶𝑝
𝐿𝐸𝐶 = √
𝐶𝑒

D = Demanda do item para o período considerado


Cp = Custo do pedido
Ce = Custo unitário de estocagem

A figura a seguir demonstra a relação inversa entre custo de manutenção e custo de


pedido. O lote econômico de compra encontra-se no ponto em que estes dois custos se
interceptam.

Figura 7 - Lote econômico de compra

Fonte: Neto, 2011.

2.13 Layout do almoxarifado

Segundo Martins e Laugeni

Os princípios para um bom layout são o dimensionamento adequado dos corredores


e de outras áreas, considerando o fluxo e o volume de materiais e lugar apropriado
para extintores de incêndio e outros equipamentos de segurança. Devem ser
verificados os condicionantes do arranjo físico, como altura do estoque e colunas,
entre outros, e, ainda, é necessário prever áreas para atividades administrativas e
espaço para futuras expansões. Um bom layout é aquele que facilita o trabalho,
diminui os custos, racionaliza o espaço e possibilita rápida identificação dos
materiais, bom armazenamento, facilidade de retirada do estoque e gestão
focalizada, isto é, boa visualização do almoxarifado (MARTINS; LAUGENI, 2015,
p. 289).
37

Portanto, deve-se utilizar critérios no armazenamento de forma que as atividades


relacionadas ao estoque ocorram com maior eficiência.

2.14 Estoque de segurança ou Estoque mínimo

De acordo com Pozo (2002, p. 61-62), o estoque de segurança, também chamado de


estoque de reserva ou de estoque mínimo, consiste na quantidade mínima de peças que o
estoque deve possuir para haver atendimento da demanda durante variações do sistema,
ocasionalmente causadas por atrasos no fornecimento, devolução do lote de compra e
aumento na demanda. Tem por objetivo evitar transtornos por falta de material tanto para os
clientes, quanto para o processo produtivo. O ideal é que o estoque de segurança seja igual a
zero, porém como na maioria das vezes não há uma taxa uniforme de utilização desses
materiais, nem do fornecimento dos materiais, devido variáveis de mercado. O estoque de
segurança deve ser determinado conforme as variáveis, para que haja continuidade dos
processos, porém pode implicar custos elevados às organizações. Segundo Glufke e Costa
(2019, s/p) “o estoque de segurança é a quantidade necessária a fim de reduzir o impacto das
incertezas durante o lead time”.
Para o cálculo do estoque de segurança podemos utilizar o método do grau de risco e o
método.

2.14.1 MGR e MCV

Segundo Pozo (2002, p. 62), o método MGR (método do grau de risco) utiliza um
fator de risco que é determinado em porcentagem pelo gestor, conforme sua sensibilidade
sobre o mercado e informações da área de suprimentos e vendas e pode ser expresso pela
equação a seguir:

𝐸𝑆 = 𝐶 × 𝑘

ES = Estoque de segurança
k = Coeficiente médio no período
C = Consumo médio no período
38

Já o método MCV (método com variação de consumo e/ou tempo de reposição) é


utilizado quando as variações de demanda e/ou tempo de reposição forem superiores aos
dados definidos seja por atraso na entrega do pedido ou aumento de vendas. O MCV pode ser
expresso através da seguinte equação:

𝐸𝑆 = (𝐶𝑚 − 𝐶𝑛 ) + 𝐶𝑚 × 𝑃𝑡𝑟

ES = Estoque de segurança
Cn = Consumo normal no período
Ptr = Porcentagem de atraso no tempo de reposição
Cm = Consumo maior previsto do produto

2.15 Classificação ABC

Conforme Araújo, Nascimento e Leonez (2010, s/p), a classificação ABC foi


fundamentada nos estudos de Vilfred Pareto, sendo moldada para o gerenciamento de
estoques. Essa análise estatística tem por objetivo identificar itens que possuem maior
importância no rendimento para se efetuar uma gestão otimizada. Conforme Moreira (2014,
p. 452), observa-se empiricamente que uma pequena parte dos itens em estoque é responsável
pela maior parte dos rendimentos. Nessa análise os itens do estoque são ordenados por ordem
decrescente de venda e é calculada a porcentagem acumulada. A partir disso é possível
separá-los em três grupos de acordo com a sua importância no faturamento, conforme o
quadro 1. Pozo acrescenta que

...a curva ABC tornou-se utilidade ampla nos mais diversos setores em que se
necessita tomar decisões envolvendo grande volume de dados e a ação torna-se
urgente. A curva ABC é constantemente usada para avaliação de estoques,
produção, vendas, salários e outros. A curva ABC é um método que pode ser
utilizado para qualquer atividade ou trabalho, porém, no controle de estoque, foi
aplicada pela primeira vez na General Eletric, por F. Dixie e, através dos anos, tem
sido uma ferramenta útil e de fácil aplicação nos princípios de controle de estoque.
Sua grande eficácia a está na diferenciação dos itens de estoque com vistas a seu
controle e, principalmente, a seu custo (POZO, 2002, p. 85).
39

O quadro a seguir demonstra um exemplo de como são tabulados os dados para se


efetuar a classificação ABC dos itens, em que os itens A correspondem a 20% do total de
itens, os itens B correspondem a 30% e os itens C correspondem a 50%.
40

Quadro 1 - Classificação ABC


Q. %
Produto Preço Valor total % Classe
Venda acum.
P1 30 R$16,99 R$509,70 13,54% 13,54%
A
P2 12 R$35,00 R$420,00 11,16% 24,70%
P3 16 R$25,00 R$400,00 10,63% 35,33%
P4 12 R$32,00 R$384,00 10,20% 45,53%
P5 15 R$24,00 R$360,00 9,57% 55,10%
B
P5 17 R$18,00 R$306,00 8,13% 63,23%
P6 4 R$69,00 R$276,00 7,33% 70,56%
P7 8 R$30,00 R$240,00 6,38% 76,94%
P8 13 R$17,00 R$221,00 5,87% 82,81%
P9 7 R$28,00 R$196,00 5,21% 88,02%
P10 6 R$30,00 R$180,00 4,78% 92,80%
P11 10 R$17,00 R$170,00 4,52% 97,32% C
P12 3 R$15,00 R$45,00 1,20% 98,51%
P13 2 R$20,00 R$40,00 1,06% 99,57%
P14 1 R$16,00 R$16,00 0,43% 100,00%
TOTAL R$3.763,70 100,00%
Fonte: Próprio autor, 2018.

2.15.1 Curva ABC

A curva ABC é uma ferramenta de grande importância na gestão de estoques e pode


trazer grandes benefícios às organizações, como a redução de custos e otimização do estoque.
Em síntese, nas palavras de Oliveira:

O método da análise de classificação ABC é uma ferramenta que auxilia no


gerenciamento de estoques, proporcionando informações relevantes sobre
aqueles produtos que tem maior ou menor giro, relacionados com o custo de
obtenção. É utilizada, também, para definição de política de vendas,
planejamento da distribuição, programação da produção e resolução de uma
série de problemas usuais de empresas industriais, comerciais ou de prestação
de serviços. A curva ABC é uma ferramenta gerencial que permite identificar
quais itens requerem atenção e tratamento adequados quanto à sua
importância. O gerenciamento do estoque é, enfim, indispensável para que
seja alcançada a excelência na administração da empresa (OLIVEIRA, 2011,
p. 2).
41

Dessa forma, a curva ABC, tem por base a observação dos perfis de produtos de uma
organização, seguindo o princípio de que aproximadamente 20% dos itens são responsáveis
por 80% das vendas. Conforme o SEBRAE:

Um bom controle de estoque permite ao gestor calcular o giro das


mercadorias e aperfeiçoar o processo de compras, diminuindo a pressão sobre
o capital de giro da empresa. Implantar esse controle também viabiliza a
classificação dos produtos utilizando-se de uma ferramenta conhecida como
Curva ABC, que se baseia na premissa de que, em geral, 80% das
consequências são diretamente influenciados por apenas 20% das causas
(SEBRAE NACIONAL, 2017, s/p).

Assim, o controle de estoque se faz de grande importância às organizações, devido à


influência que possui no faturamento. A figura 8, a seguir, ilustra um modelo de curva ABC
demonstrando como ocorre a separação por classes.

Figura 8 - Curva ABC

Fonte: Endeavor Brasil, 2015, s/p.


42

3 ESTUDO DE CASO

Para a apresentação e desenvolvimento do presente estudo de caso serão utilizados


documentos e dados da empresa que passa a ser denominada empresa “X”, por motivo de
sigilo. Este estudo é importante porque visa analisar o estoque e apresentar melhorias no seu
gerenciamento, buscando obter maior rentabilidade e menos capital inativo.

3.1 Histórico da Organização

A empresa “X” atua no ramo de comércio de varejo de produtos automotivos,


oferecendo também serviços de troca de óleo e ducha rápida. Ela se situa na Avenida Nossa
Senhora do Carmo, em Mariana, Minas Gerais e suas atividades tiveram início em dezembro
de 2002.
A Raízen é a distribuidora, na qual os cinco postos da rede são vinculados sendo,
portanto, a única fornecedora de combustível para toda a rede. Os demais produtos
automotivos comercializados e utilizados na prestação de serviços da organização (aditivos,
lubrificantes, filtros, peças, dentre outros) são adquiridos de fornecedores diversos,
totalizando um portfólio de aproximadamente 300 itens.
Os postos da rede terceirizam os serviços de contabilidade e utilizam software da LBC
Sistemas, que faz a integração dos dados da empresa e de toda a rede possibilitando gerenciar
o cadastro de clientes, o estoque e o setor financeiro. A empresa “X” é sólida e estável no
mercado, porém não possui um mapeamento claro que evidencie sua missão, visão e valores
para nortear as ações nem procedimentos e normas definidos e documentados.

3.2 Público-alvo

Os serviços da empresa “X” têm por objetivo fidelizar os clientes de todas as classes
econômicas, que conduzem veículos automotivos, com bom atendimento, preço justo e
qualidade dos produtos e serviços prestados. Não obstante, a empresa “X” busca prospectar
empresas ao oferecer descontos e formas de pagamento diferenciadas como atrativo.
43

3.3 Concorrentes

A empresa “X” tem por principais concorrentes outros estabelecimentos comerciais de


produtos automotivos (lubrificantes, filtros, aditivos, dentre outros) e que também oferecem
prestação de serviços similares. Em torno de quatro organizações concorrem diretamente
oferecendo produtos e serviços semelhantes e dezenas de outras possuem relação de
concorrência indireta, focando em outros tipos de prestação de serviço. Frente a essas
organizações, a empresa “X” busca ser competitiva com relação aos preços dos produtos e
serviços, buscando se destacar por outros aspectos como atendimento e formas de pagamento
diferenciado.

3.4 Fluxo do processo de entrada e saída de produtos

Antes de efetuar a compra de produtos é feita a conferência do estoque, onde busca-se


identificar os produtos que estão em menor quantidade ou que já acabaram para
posteriormente repassar esses dados ao responsável por efetuar as compras da empresa “X”. O
fluxo de entrada e saída de produtos é ilustrado na figura 3.
44

Figura 9 - Fluxograma de entrada e saída de produtos

Fonte: Próprio autor, 2018.

Como se observa na figura 7, quando há falta de itens faz-se a cotação e efetua-se o


pedido. Após a compra e entrega dos produtos realiza-se a conferência, a fim de identificar se
falta algum item ou se algum deles possui algum defeito. Em seguida, deve-se efetuar o
cadastro dos produtos que não constam no sistema da empresa, entrando posteriormente com
a nota fiscal. Os produtos são então acondicionados no estoque sendo aos poucos
encaminhado às prateleiras e mostruário, quando há necessidade de reposição. Após a venda
do produto para o cliente final é emitido o cupom e a nota fiscal referente, caso o mesmo
solicite.
45

3.5 Estoque da empresa “X”

O responsável pela gestão da empresa executa funções relacionadas à escala de


trabalho dos funcionários, sendo responsável pelo relacionamento com as empresas e clientes
cadastrados, precificação e compras da organização. As atividades operacionais do estoque
da empresa “X” são realizadas por duas pessoas que executam também outras funções na
organização, fazendo esporadicamente o acompanhamento, organização e contagem dos
produtos e materiais. Não existem procedimentos definidos quanto à compra dos itens do
estoque, então o pedido é geralmente feito quando os itens estão quase esgotando. Por
possuírem data de validade estendida ou indeterminada, muitos dos produtos são comprados
em grandes lotes imaginando que haverá demanda.
O lead time de produtos como aditivos para radiador, fluídos de freio e lubrificantes de
frascos lacrados é de até sete dias. Eles são rapidamente vendidos devido à demanda frequente
e são utilizados no serviço de troca de óleo, que é oferecido gratuitamente pela empresa, e na
venda ativa feita pelos vendedores de pista, quando algum cliente necessita apenas de
completar o nível do óleo do seu veículo. A organização comercializa dois tipos de
lubrificantes a granel, sendo opções de menor valor aos clientes por não possuírem
embalagem plástica que geraria custo de descarte, porém possuem igual qualidade se
comparado aos lubrificantes lacrados. Esses lubrificantes a granel são acondicionados em
recipientes de aproximadamente 400 litros e possuem lead time maior sendo em torno de 30 a
45 dias. O lead time dos filtros, peças e demais produtos dessa categoria é de 15 dias. Alguns
produtos são comprados em grandes lotes quando há algum desconto oferecido pelo
fornecedor, porém não há atenção quanto à marca dos respectivos produtos. A demanda dos
produtos como filtros e demais peças é irregular, sendo utilizados na maioria das vezes
quando o serviço de troca de óleo é solicitado, então muitos desses produtos ficam por longos
períodos no estoque até serem de fato vendidos.
A lista de materiais a serem comprados é feita por um dos responsáveis que executa a
conferência e manutenção do estoque sem, no entanto, utilizar dados estatísticos referentes às
vendas, baseando-se apenas em aspectos subjetivos. Posteriormente essa lista de produtos é
repassada ao gestor responsável pelas compras para aprovação, onde se analisa a real
necessidade de cada produto antes de realizar o pedido. A conferência desses produtos é feita
geralmente uma vez ao mês ou quando há tempo disponível para realizar esta operação,
46

devido outras funções de importância que os responsáveis pelo estoque também executam.
Assim, as atividades de organização e controle do estoque ficam em segundo plano.
Os produtos da empresa “X” não ficam expostos para os clientes, então a divulgação
fica apenas a cargo dos vendedores de pista. Esse fator influencia na rotatividade visto que os
produtos ficam um tempo maior no estoque, antes de serem de fato vendidos. A falta de
divulgação do seu portfólio contribui para que haja menor comercialização dos produtos.

3.6 Estoque e armazenagem

Devido pouco espaço no depósito, os produtos e insumos não são bem organizados
dificultando encontrar determinados produtos. A figura 4 ilustra como é parte do layout do
estoque principal.

Figura 10 - Estoque de filtros e lubrificantes

Fonte: Próprio autor, 2018.

Em visita ao local pode-se observar que o depósito ou estoque principal localiza-se


numa sala pequena que é utilizada para acondicionar amostras de combustível, documentos
importantes e material de limpeza, sendo utilizada também como escritório de outra
organização anexa a empresa “X”, gerando problemas quanto à armazenagem reduzindo o
47

espaço útil e dificultando a conferência e controle dos produtos. Notou-se não-conformidades


como instalações elétricas expostas, falta de identificação de produtos, documentos
acondicionados de maneira incorreta e desorganização de produtos.
Devido ao local de armazenagem não passar por limpeza e cuidado periódicos e ser
utilizado para o armazenamento de variados materiais, insetos e roedores acabam por se
instalar e procriar nesse ambiente, danificando alguns desses produtos e documentos, gerando
perda. A desorganização dificulta encontrar peças e materiais, comprometendo o tempo da
prestação de serviço. O local não possui ventilação, se tornando por esse e os demais fatores
citados, impróprio para atividades administrativas.
Já o estoque de pista é um estoque secundário, que serve de mostruário, armazenando
lubrificantes, filtros e aditivos automotivos diversos, transferidos do estoque principal. A sua
localização dificulta a visualização por parte dos clientes que têm que se deslocar até a troca
de óleo para ver os produtos. Toda movimentação de produtos é posteriormente registrada no
sistema da empresa, atualizando o volume de cada estoque. A figura 11 a seguir ilustra parte
do estoque de pista.

Figura 11 - Estoque de pista

Fonte: Próprio Autor, 2018.


48

4 DISCUSSÃO DE RESULTADOS E CONCLUSÃO

4.1 Relatório

A classificação ABC dos produtos analisados da empresa “X” é apresentada no quadro


que consta no anexo A e refere-se às vendas que ocorreram entre o período de dezembro de
2017 a outubro de 2018.
Através da análise da tabela de classificação ABC, os produtos classificados como A
correspondentes a aproximadamente 20% do estoque analisado totalizam 58 itens, cuja venda
foi responsável por 96,11% do total acumulado. A figura a seguir demonstra o faturamento
individual dos produtos da classe A no período analisado.

Figura 12 - Análise dos produtos A movimentados no período (Dez/17 à Out/18)

Fonte: Próprio autor, 2018.

Os produtos vendidos pela empresa no mesmo período analisado, classificados como


sendo de classe B totalizam 75 itens, correspondendo a aproximadamente 26% dos itens em
estoque. Esses itens são responsáveis por 3,89% do percentual total acumulado movimentado
49

no estoque. A figura a seguir demonstra o faturamento individual dos produtos classe B no


período analisado.

Figura 13 - Análise dos produtos B movimentados no período (Dez/17 à Out/18)


90
80
Valor movimentado (R$)

70
60
50
40
30
20
10
0

Produtos

Faturamento Individual

Fonte: Próprio autor, 2018.

Os produtos classificados como classe C totalizam 160 itens, correspondendo


aproximadamente a 55% dos itens em estoque e não tiveram movimentação alguma no
período conforme ilustrado na figura 11.

Figura 14 - Análise da movimentação dos produtos C no período (Dez/17 à Out/18)


1
Valor mmovimentado (R$)

0,8

0,6

0,4

0,2

0
P179

P204

P289
P134
P139
P144
P149
P154
P159
P164
P169
P174

P184
P189
P194
P199

P209
P214
P219
P224
P229
P234
P239
P244
P249
P254
P259
P264
P269
P274
P279
P284

Produtos

Faturamento Individual

Fonte: Próprio autor, 2018.


50

Portanto, a empresa “X” possui em seu estoque um capital inativo de R$12.943,00


cujos itens foram classificados como C.
Segundo o gestor, parte dos produtos, que compõem esse portfólio, foram comprados
em lotes maiores devido ao preço, porém nem sempre havia aceitação do produto pelos
clientes, visto que preferiam comprar marcas em que possuem maior confiança. Devido ao
tempo em estoque, parte dos produtos que possuem prazo de validade determinado se
tornaram obsoletos, sendo inviáveis ao comércio. Essa inviabilidade dos produtos tem por
causa a falta de demanda e ineficiência no planejamento do estoque.
Foi observado durante a realização deste trabalho que os produtos não são expostos de
maneira a atrair o consumidor, portanto, boa parte deles têm pouca ou nenhuma
movimentação. Outro fator que pode contribuir fortemente para redução do giro dos produtos
é a falta de conhecimento quanto à sua funcionalidade e a falta de divulgação, oferecimento e
esclarecimento de dúvidas por parte dos colaboradores que efetuam as vendas.

4.2 Objetivo Alcançado

4.2.1 Objetivos Específicos

a) Desenvolver a curva ABC dos produtos

A figura 15 representa o gráfico da curva ABC referente aos itens do estoque da


empresa “X” no período de Dezembro/2017 à Outubro/2018.
51

Figura 15 - Gráfico de curva ABC


25% 100%
90%
Percentual de Faturamento

20% 80%

Percentual Acumulado
70%
15% 60%
50%
10% 40%
30%
5% 20%
10%
0% 0%

P261
P31

P51
P1
P11
P21

P41

P61
P71
P81
P91
P101
P111
P121
P131
P141
P151
P161
P171
P181
P191
P201
P211
P221
P231
P241
P251

P271
P281
P291
Produtos

Percentual de Venda Individual Percentual de Venda Acumulado

Fonte: Próprio autor, 2018.

Através da análise da curva ABC, identificou-se os produtos que possuem maior


movimentação, os que possuem menor movimentação e aqueles que não possuíram
movimentação no período analisado. A análise da curva ABC possibilita uma melhor tomada
de decisão com relação ao portfólio de produtos, tornando mais eficiente o uso do capital na
aquisição de novos produtos, otimizando o espaço de armazenamento e reduzindo perdas. É
possível notar que na empresa “X” um percentual muito pequeno do seu estoque é
responsável pela maior movimentação de capital, enquanto a maior parte dos seus produtos
possui baixa movimentação e retorno. Através desta constatação, pode-se inferir que o
estoque desses produtos deve ser reduzido com a finalidade de comprometer o mínimo de
capital da organização. O quadro 2, a seguir, ilustra o compilado das informações da análise
ABC.
52

Quadro 2 - Resumo da análise ABC


CLASSE ITENS % APROXIMADA VALOR (R$) % VALOR
DE ITENS TOTAL
A 58 20% R$65685,85 96,11%
B 75 25% R$2659,6 3,89%
C 160 55% R$0 0%
TOTAL 293 100% R$68345,45 100%
Fonte: Próprio autor,2018.

b) Demonstrar de que forma a curva ABC aplicada à gestão de estoque pode auxiliar
na redução de custo da organização;

Podemos considerar o estoque como setor crítico de toda organização, por ser uma
área que consome recursos, visto que os recursos investidos nele são altos, necessitando,
portanto, de planejamento e controle. O levantamento e análise dos dados do estoque, através
da curva ABC, juntamente com o histórico de vendas e utilização de indicadores de
desempenho do estoque, pode auxiliar na tomada de decisões, que baseada em dados
estatísticos possibilita redução de custos com melhor aproveitamento desses recursos
investidos, comprometendo o mínimo de capital e evitando que fique inativo pelos produtos
que possuem pouca movimentação, auxiliando na tomada de decisão a respeito dos itens do
portfólio da empresa. Ao utilizar a curva ABC na análise dos produtos do estoque consegue-
se identificar, de maneira mais clara, quais produtos necessitam de maior atenção na gestão e
identificar aqueles que têm menor rendimento e fazer um melhor planejamento, propondo
medidas de intervenção. Através da gestão de estoque é possível obter maior rentabilidade e,
uma vez que tais recursos estejam disponíveis, o gestor pode utilizá-los de forma estratégica.

c) Apontar as dificuldades existentes e oportunidade de melhorias no estoque da


organização “X”.

A organização tem por ponto crítico o pouco espaço disponível para o armazenamento
de produtos. Como alternativa possível pode-se readequar o layout, retirando móveis,
insumos, objetos e equipamentos, que não possuam relação com o estoque de produtos
comercializáveis, a fim de liberar mais espaço de armazenamento.
53

Para que haja otimização do estoque e evitar que ocorra a falta de algum,
comprometendo o nível de serviço, pode-se determinar parâmetros de estoque mínimo ou
estoque de segurança dos produtos, levando em conta o lead time e o histórico de vendas. E
realizar os pedidos levando em consideração dados estatísticos, a fim de manter o estoque
com giro.
Pode-se determinar também um cronograma para realização das atividades de
manutenção e controle do estoque para evitar perdas e obsolescência. Determinar e aplicar um
melhor layout no estoque facilitará as atividades e a manutenção da organização, resultando
em maior eficiência.
Definir indicadores de desempenho do estoque, a partir dos dados referentes, trará
mais eficiência, pois facilitará o acompanhamento, mantendo o foco naquilo que traz
rentabilidade.
Utilizar de maneira integral todos os recursos do ERP e analisar se há a necessidade de
adquirir um sistema integrado de gestão com funções que atendam melhor a necessidade da
organização.

4.3 Solução para a situação problemática

4.3.1 Pergunta

Como o gerenciamento do estoque de produtos automotivos da empresa “X”,


localizada em Minas Gerais na cidade de Mariana, pode contribuir para aumentar a sua
rentabilidade?

4.3.2 Solução para Pergunta

Ao efetuar a classificação ABC, do portfólio de produtos da empresa “X”, pode-se


segregar os produtos, identificando aqueles que possuem maior e menor participação no
rendimento. As informações obtidas a partir da tabela de classificação ABC podem ser
utilizadas também como base para a tomada de decisão no setor de compras, visto que,
compras que não levam em consideração o giro dos produtos podem fazer com que a empresa
54

tenha custos maiores, devido o excesso de produtos que não são vendidos. A análise da tabela
em conjunto com o histórico de vendas e dados referentes ao lead time pode auxiliar na
definição de parâmetros de quantidade como estoque de segurança e estoque máximo,
focando a atenção naqueles produtos que possuem maior participação no rendimento, com a
finalidade de se obter maior giro e comprometer o mínimo de capital da organização,
mantendo a competitividade e maximizando o lucro. Portanto, pode-se obter maior
rentabilidade utilizando ferramentas estatísticas como base na tomada de decisão tendo em
vista a organização como um todo.
55

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do presente estudo foi possível perceber que a aplicação da curva ABC,
juntamente com a análise de dados referentes às vendas, possibilitou identificar pontos
críticos no estoque referentes ao capital inativo e os produtos que trazem maior rentabilidade.
Durante a realização do estudo na empresa, pode-se perceber a importância do controle de
estoques e suas vantagens. A curva ABC permite ao gestor analisar e dimensionar os recursos
de acordo com cada classe. Através da gestão de estoques deve-se buscar estabelecer
equilíbrio entre demanda e a quantidade de produtos armazenados, com a finalidade de
manter um bom nível de serviço e ter o máximo de capital disponível para possíveis
investimentos. A organização utiliza um sistema ERP que faz a integração dos diversos
setores, permitindo emitir relatórios e fazer acompanhamento do seu estoque, facilitando o
seu controle. É interessante verificar se o sistema pode fornecer as informações já tratadas
sobre cada produto individualmente para facilitar a análise. A análise do estoque e utilização
dos dados estatísticos traz grandes benefícios às organizações, porém juntamente com esta
análise devem ser levados em consideração os fatores específicos relacionados à demanda,
pois a maioria dos produtos em estoque são vendidos em conjunto, durante a prestação de
serviço. Para que a análise seja mais eficaz deve-se levar em consideração o fluxo de caixa e
os recursos humanos que realizam o processo de atendimento e venda, procurando identificar
pontos a aprimorar para poder estabelecer planos de ação. A falta de quaisquer produtos é
fator determinante para que o cliente rejeite toda a prestação de serviço e procure uma
organização concorrente. Elaborar, definir e documentar os fluxos referentes aos processos da
organização é de grande importância, bem como definir indicadores de desempenho, pois
assim pode-se identificar desvios e não-conformidades com facilidade e possibilita tornar os
processos mais fluidos.
Por fim, pode-se notar como é importante o planejamento e controle de materiais, bem
como seu gerenciamento, pois resulta em maior rentabilidade às empresas. Conclui-se que os
objetivos do presente trabalho foram atendidos e que servem como base para futuros estudos
na organização, a fim de trazer melhorias. O presente trabalho trouxe grande aprendizado e
foi crucial para a complementação dos conhecimentos adquiridos no ambiente acadêmico.
56

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59

ANEXO A – TABELA DE CLASSIFICAÇÃO ABC

Produto Descrição Saldo Venda Preço Valor total % ind. % acum. Classe

P1 SHELL HELIX HX8 5W30 GRANEL 242,31 553,42 R$25,00 13835,5 20,24% 20,24%

P2 SHELL HELIX HX6 15W40 GRANEL 299,02 561,11 R$16,99 9533,26 13,95% 34,19%

P3 SHELL HELIX HX3 20W50 LITRO 73 277 R$17,00 4709 6,89% 41,08%

P4 SHELL HELIX ULTRA 5W40 LITRO 17 133 R$35,00 4655 6,81% 47,89%

P5 SHELL HELIX HX6 FLEX 15W40 1L 1 177 R$24,00 4248 6,22% 54,11%

P6 SHELL HELIX HX8 PROFESSIONAL 66 118 R$32,00 3776 5,52% 59,63%

P7 W6 MULTI 20 37 116 R$18,00 2088 3,06% 62,69%

P8 FILTRO W7 MULTI 3/4 D 41 114 R$17,00 1938 2,84% 65,52%

P9 SHELL HELIX HX7 10W40 AZUL F 6 64 R$30,00 1920 2,81% 68,33%

P10 SHELL SPIRAX S1 ATF TASA LITR 4 54 R$28,00 1512 2,21% 70,55%

P11 SHELL HX8 5W30 SYNTHETIC LITR 42 49 R$30,00 1470 2,15% 72,70%

P12 SHELL EVOLUX ARLA 32 20 LITRO 1 18 R$69,00 1242 1,82% 74,51%

P13 RADIEX BIO COLANT ROSA R-1892 20 76 R$15,00 1140 1,67% 76,18%

P14 SHELL ADVANCE 4T AX5 20W50 LI 2 57 R$20,00 1140 1,67% 77,85%

P15 FILTRO W7 MULTI 18 24 55 R$16,00 880 1,29% 79,14%

P16 SHELL SPIRAX S2A 90 1 LITRO 19 34 R$22,50 765 1,12% 80,26%

P17 SHELL ADVANCE 2T 500 ML VERDE 18 40 R$18,00 720 1,05% 81,31%

P18 SHELL RIMULA RT4 X 15W40 1LIT 16 32 R$22,00 704 1,03% 82,34%

P19 TOYOTA 10W30 SL LITRO 15 15 R$45,00 675 0,99% 83,33% A

P20 SHELL HELIX ULTRA SN 5W30 52 12 R$42,00 504 0,74% 84,07%

P21 SHELL HELIX ULTRA 0W20 SN LIT 18 11 R$42,00 462 0,68% 84,74%

P22 FLUIDO FREIO VARGA DOT 4 500M 16 20 R$22,00 440 0,64% 85,39%

P23 GALAO INMETRO 5L 25 48 R$9,00 432 0,63% 86,02%

P24 MOCHILA FERRARI AMARELA 15 14 R$30,00 420 0,61% 86,63%

P25 ARL 4150 9 24 R$16,00 384 0,56% 87,19%

P26 PSL 129 1 12 R$31,00 372 0,54% 87,74%

P27 GT OIL ATF 500ML 2 46 R$8,00 368 0,54% 88,28%

P28 ART 6098 8 14 R$25,00 350 0,51% 88,79%

P29 SHELL HELIX ULTRA SN 5W20 14 9 R$37,00 333 0,49% 89,28%

P30 SHELL SPIRAX G 80W L 5 13 R$25,00 325 0,48% 89,75%

P31 GI 04/7 2 22 R$13,00 286 0,42% 90,17%

P32 SHELL RIMULA R3 X 15W40 20 LI 3 1 R$276,00 276 0,40% 90,57%

P33 GRAXA SHELL GADUS S1 A150 2 1 6 8 R$28,00 224 0,33% 90,90%

P34 FILTRO W7 MULTI 3/4 S 21 13 R$17,00 221 0,32% 91,22%

P35 JFO 0597 - MITSUBISHI L200 2 4 R$53,00 212 0,31% 91,53%

P36 EXTINTOR ABC VEICULAR DESC 19 2 R$100,00 200 0,29% 91,83%

P37 FAP 9054 4 8 R$24,00 192 0,28% 92,11%

continua
60

Produto Descrição Saldo Venda Preço Valor total % ind. % acum. Classe

P38 GI 50/7 7 11 R$17,00 187 0,27% 92,38%

P39 SHELL ADVANCE 4T AX7 10W30 LI 10 8 R$23,00 184 0,27% 92,65%

P40 ARL 4147 4 13 R$14,00 182 0,27% 92,92%

P41 PSL 77 1 8 R$21,00 168 0,25% 93,16%

P42 QUEROSENE SOLAR 900ML 20 14 R$12,00 168 0,25% 93,41%

P43 PEL 108 4 6 R$27,00 162 0,24% 93,65%

P44 FAP 9121 1 6 R$25,00 150 0,22% 93,87%

P45 PSL 340 2 2 R$75,00 150 0,22% 94,09%

P46 JFA 285 (TRIBUTADO) 2 6 R$24,00 144 0,21% 94,30%

P47 FLUIDO FREIO VARGA DOT 3 200 33 16 R$8,00 128 0,19% 94,48%

P48 GI 12/7 4 5 R$25,00 125 0,18% 94,67%

P49 STP TUFF STUFF ST0191BR 2 5 R$25,00 125 0,18% 94,85%

P50 BARDAHL PROLONGA 500ML 15 3 R$40,00 120 0,18% 95,02%

P51 WR 198 3 2 R$53,00 106 0,16% 95,18%

P52 ARL 6096 5 7 R$15,00 105 0,15% 95,33%

P53 FILTRO W7 MULTI 20 50 6 R$17,00 102 0,15% 95,48%

P54 JFC 199/1 1 1 R$98,00 98 0,14% 95,63%

P55 WOE 803 4 6 R$15,00 90 0,13% 95,76%

P56 ARL 6091 1 5 R$16,00 80 0,12% 95,87%

P57 ESTOPA 150GR 11 40 R$2,00 80 0,12% 95,99%

P58 WOE 130 (TRIBUTADO) 3 2 R$40,00 80 0,12% 96,11%

P59 FILTRO WO 153 2 3 R$26,00 78 0,11% 96,22%

P60 ARS 7065 1 1 R$76,00 76 0,11% 96,33%

P61 JFA 893 5 1 R$74,00 74 0,11% 96,44%

P62 ARL 8832 3 6 R$12,00 72 0,11% 96,55%

P63 GI 08/01 5 5 R$14,00 70 0,10% 96,65%

P64 SHELL SPIRAX S2 G 90 1LITRO 14 3 R$22,50 67,5 0,10% 96,75%

P65 PSL 545 3 4 R$16,00 64 0,09% 96,84%

P66 ARL 7710 3 3 R$21,00 63 0,09% 96,93%

P67 PEC 3023 1 1 R$62,00 62 0,09% 97,03% B

P68 ARL 8834 (TRIBUTADO) 3 5 R$12,00 60 0,09% 97,11%

P69 PSL 134 4 3 R$20,00 60 0,09% 97,20%

P70 FCD 2066/3 1 1 R$58,00 58 0,08% 97,29%

P71 JFO 0113 2 2 R$29,00 58 0,08% 97,37%

P72 JFA 0998 1 1 R$57,00 57 0,08% 97,45%

P73 ANTIFERRUGEM WHITE LUB 300 ML 11 7 R$8,00 56 0,08% 97,54%

P74 FILTRO 207/2 (HILIX 2.5/3.0 2 4 2 R$28,00 56 0,08% 97,62%

P75 FLUIDO DE FREIO VARGA DOT 4 19 4 R$14,00 56 0,08% 97,70%

continua
61

Produto Descrição Saldo Venda Preço Valor total % ind. % acum. Classe

P76 JFO 0H01 2 3 R$18,00 54 0,08% 97,78%

P77 FILTRO LB 47/ LB 2803 W7 MULT 43 3 R$17,00 51 0,07% 97,85%

P78 PSL 327 2 1 R$51,00 51 0,07% 97,93%

P79 WO 592 1 1 R$50,00 50 0,07% 98,00%

P80 FAP 6012 1 1 R$49,00 49 0,07% 98,07%

P81 GI 40/7 2 4 R$12,00 48 0,07% 98,14%

P82 HLP 9600 1 1 R$45,00 45 0,07% 98,21%

P83 ARL 6095 3 2 R$22,00 44 0,06% 98,27%

P84 ART 5051 1 1 R$44,00 44 0,06% 98,34%

P85 FAP 9015 1 2 R$22,00 44 0,06% 98,40%

P86 PSC 996 1 1 R$42,00 42 0,06% 98,46%

P87 WOE 913 2 1 R$40,00 40 0,06% 98,52%

P88 PSL 657 1 1 R$37,00 37 0,05% 98,58%

P89 SILICONE GEL CONQUISTA – 300 10 2 R$18,00 36 0,05% 98,63%

P90 ARL 8840 1 1 R$34,00 34 0,05% 98,68%

P91 FILTRO LB 45/ LB 2801W7 MULTI 44 2 R$17,00 34 0,05% 98,73%

P92 JFOH 00 3 2 R$17,00 34 0,05% 98,78%

P93 ARS 2868 1 1 R$32,00 32 0,05% 98,82%

P94 FAP 3288 1 1 R$30,00 30 0,04% 98,87%


B
P95 FLUIDO DE FREIO VARGA DOT 3 5 9 2 R$15,00 30 0,04% 98,91%

P96 JFA 0429 1 1 R$30,00 30 0,04% 98,96%

P97 PEL 110 1 1 R$30,00 30 0,04% 99,00%

P98 PSL 78 3 1 R$29,00 29 0,04% 99,04%

P99 BUJAO CONICO PARA CARTER ESPA 3 1 R$28,00 28 0,04% 99,08%

P100 BUJAO CONICO PARA CARTER ESPA 3 1 R$28,00 28 0,04% 99,12%

P101 PSL 714 1 1 R$28,00 28 0,04% 99,17%

P102 UN 68 / UNO 15 1 4 R$7,00 28 0,04% 99,21%

P103 HLP 9608 1 1 R$26,00 26 0,04% 99,24%

P104 LB 902 / LB 2423 2 1 R$26,00 26 0,04% 99,28%

P105 PSL 900 3 1 R$26,00 26 0,04% 99,32%

P106 PSL 962 1 1 R$25,00 25 0,04% 99,36%

P107 AKX 1376 1 1 R$24,00 24 0,04% 99,39%

P108 CONQUISTA ANEL BORR PINO ORIN 1 8 R$3,00 24 0,04% 99,43%

P109 FAP 3269 2 1 R$24,00 24 0,04% 99,46%

P110 FBD 496/ FBD 2230 1 1 R$23,00 23 0,03% 99,50%

P111 GI 41 1 1 R$23,00 23 0,03% 99,53%

P112 PRETINHO 500ML 10 2 R$11,00 22 0,03% 99,56%

P113 FAP 3286 3 1 R$21,00 21 0,03% 99,59%

continua
62

Produto Descrição Saldo Venda Preço Valor total % ind. % acum. Classe

P114 FILTRO WOE 912 8 1 R$20,00 20 0,03% 99,62%

P115 GI 07/1 1 1 R$20,00 20 0,03% 99,65%

P116 PC 2/155 2 2 R$10,00 20 0,03% 99,68%

P117 WO 130 3 2 R$10,00 20 0,03% 99,71%

P118 ARL 6090 1 1 R$18,00 18 0,03% 99,74%

P119 ARRUELA DO BUJAO DO CARTER (O 7 3 R$5,90 17,7 0,03% 99,76%

P120 PSL 123 2 1 R$17,00 17 0,02% 99,79%

P121 PSL 565 2 1 R$17,00 17 0,02% 99,81%

P122 AR 9620 1 1 R$16,00 16 0,02% 99,84%

P123 PC 2/255 2 1 R$16,00 16 0,02% 99,86%

P124 CONQUISTA BUJAO CARTER (CIVIC 2 1 R$15,00 15 0,02% 99,88%

P125 WOE 313 3 1 R$15,00 15 0,02% 99,90%

P126 BUJAO OLEO M13 C/ ARRUELA CG 4 1 R$10,50 10,5 0,02% 99,92%

P127 AGUA DE BATERIA 10 2 R$5,00 10 0,01% 99,93%

P128 ARRUELA DE COBRE NAO AMIANTO 4 6 R$1,50 9 0,01% 99,95%

P129 CONQUISTA ARRUELA COBRE 14,3 9 6 R$1,40 8,4 0,01% 99,96%


B
P130 CONQUISTA BUJAO ALLEN CARTER 4 1 R$8,00 8 0,01% 99,97%

P131 BUJAO CARTER (CORCEL II) 1 1 R$7,50 7,5 0,01% 99,98%

P132 ANEL ORING BUJAO CARTER KA/FI 8 2 R$3,00 6 0,01% 99,99%

P133 CONQUISTA ARRUELA COBRE/AMIA 22 2 R$2,50 5 0,01% 100,00%

P134 CONQUISTA ARRUELA COBRE C/ NA 5 1 R$2,00 2 0,00% 100,00%

P135 ANEL ORING DO BUJAO DO VECTRA 10 0 R$1,00 0 0,00% 100,00%

P136 AP 2710 1 0 R$44,00 0 0,00% 100,00%

P137 AP 7108 1 0 R$45,00 0 0,00% 100,00%

P138 AP 7998 (TRIBUTADO) 1 0 R$77,00 0 0,00% 100,00%

P139 AP 9834 1 0 R$48,60 0 0,00% 100,00%

P140 AR 3589 1 0 R$16,00 0 0,00% 100,00%

P141 AR 6016 2 0 R$19,00 0 0,00% 100,00%

P142 AR 6084 1 0 R$22,00 0 0,00% 100,00%

P143 AR 6089 2 0 R$20,00 0 0,00% 100,00%

P144 AR 6193 1 0 R$14,00 0 0,00% 100,00%

P145 AR 6196 5 0 R$12,00 0 0,00% 100,00%

P146 AR 8833 1 0 R$16,00 0 0,00% 100,00%

P147 ARL 1030 6 0 R$35,00 0 0,00% 100,00%

P148 ARL 2334 1 0 R$35,00 0 0,00% 100,00%


C
P149 ARL 2507 1 0 R$25,00 0 0,00% 100,00%

P150 ARL 5055 2 0 R$45,00 0 0,00% 100,00%

P151 ARL 5136 1 0 R$18,00 0 0,00% 100,00%

continua
63

Produto Descrição Saldo Venda Preço Valor total % ind. % acum. Classe

P152 ARL 5137 1 0 R$60,00 0 0,00% 100,00%

P153 ARL 5138 1 0 R$29,00 0 0,00% 100,00%

P154 ARL 5310 2 0 R$48,00 0 0,00% 100,00%

P155 ARL 6092 3 0 R$35,00 0 0,00% 100,00%

P156 ARL 6093 (ISENTO) 2 0 R$42,00 0 0,00% 100,00%

P157 ARL 6093 (TRIBUTADO) 1 0 R$42,00 0 0,00% 100,00%

P158 ARL 6094 1 0 R$17,00 0 0,00% 100,00%

P159 ARL 8836 2 0 R$28,00 0 0,00% 100,00%

P160 ARL 8838 1 0 R$28,00 0 0,00% 100,00%

P161 ARL 8839 2 0 R$28,00 0 0,00% 100,00%

P162 ARL 9602 2 0 R$51,00 0 0,00% 100,00%

P163 ARL 9603 2 0 R$13,00 0 0,00% 100,00%

P164 ARL 9604 1 0 R$22,00 0 0,00% 100,00%

P165 ARL 9605 1 0 R$28,00 0 0,00% 100,00%

P166 ARL 9607 3 0 R$26,00 0 0,00% 100,00%

P167 ARS 1013 2 0 R$57,00 0 0,00% 100,00%

P168 ARS 2869 1 0 R$37,15 0 0,00% 100,00%

P169 ARS 7109 1 0 R$45,00 0 0,00% 100,00%

P170 ARS 8236 1 0 R$85,00 0 0,00% 100,00%


C
P171 BUJAO CARTER (VECTRA) CORSA C 6 0 R$10,00 0 0,00% 100,00%

P172 BUJAO CONICO PARA CARTER ESPA 3 0 R$28,00 0 0,00% 100,00%

P173 BUJAO DO CARTER FIAT TODOS SE 5 0 R$8,00 0 0,00% 100,00%

P174 C 2512 3 0 R$50,00 0 0,00% 100,00%


CARRO BATMAN SORTIDO 04
P175 9 0 R$14,90 0 0,00% 100,00%
MODEL
P176 CONQUISTA ABRACADEIRA 12 X16 1 0 R$2,00 0 0,00% 100,00%

P177 CONQUISTA ABRACADEIRA 25 X 38 1 0 R$3,50 0 0,00% 100,00%

P178 CONQUISTA ABRACADEIRA 38 51 V 5 0 R$3,50 0 0,00% 100,00%

P179 CONQUISTA ANEL DE VEDAÇAO O 9 0 R$2,00 0 0,00% 100,00%


CONQUISTA ANTIEMBACANTE 60
P180 4 0 R$10,50 0 0,00% 100,00%
ML
CONQUISTA ARRUELA DE
P181 13 0 R$1,40 0 0,00% 100,00%
ALUMINIO
CONQUISTA ARRUELA DE
P182 99 0 R$1,00 0 0,00% 100,00%
ALUMINIO
CONQUISTA BORRACHACOXIM
P183 1 0 R$3,00 0 0,00% 100,00%
ESCAP
P184 CONQUISTA BUJAO SEXT CARTER M 1 0 R$7,50 0 0,00% 100,00%

P185 CONQUISTA LIMPA RADIADOR 200M 1 0 R$14,00 0 0,00% 100,00%

P186 CONQUISTA POWER TRUCK GREEN 2 19 0 R$17,00 0 0,00% 100,00%

P187 CONQUISTA PULVER OIL 14 0 R$21,00 0 0,00% 100,00%

P188 CU 2629 10 0 R$15,00 0 0,00% 100,00%

P189 FAP 2833 1 0 R$36,00 0 0,00% 100,00%

continua
64

Produto Descrição Saldo Venda Preço Valor total % ind. % acum. Classe

P190 FAP 3241 2 0 R$52,00 0 0,00% 100,00%

P191 FAP 3261 2 0 R$36,00 0 0,00% 100,00%

P192 FAP 4054 2 0 R$25,00 0 0,00% 100,00%

P193 FAP 5307 1 0 R$34,00 0 0,00% 100,00%

P194 FAP 6007 2 0 R$75,00 0 0,00% 100,00%

P195 FAP 6008 3 0 R$30,00 0 0,00% 100,00%

P196 FAP 7013 2 0 R$40,00 0 0,00% 100,00%

P197 FAP 9283 2 0 R$59,00 0 0,00% 100,00%

P198 FAP 9284 1 0 R$45,00 0 0,00% 100,00%

P199 FAP 9286 2 0 R$40,00 0 0,00% 100,00%

P200 FB 161 / FB 6001 4 0 R$9,00 0 0,00% 100,00%

P201 FB 164 / FB 6002 2 0 R$13,00 0 0,00% 100,00%

P202 FCD 0777 2 0 R$122,00 0 0,00% 100,00%

P203 FCD 0793 1 0 R$170,00 0 0,00% 100,00%

P204 FCD 2064 1 0 R$67,00 0 0,00% 100,00%

P205 FILTRO AR FAP 4046 1 0 R$65,00 0 0,00% 100,00%

P206 FILTRO DE AR CUK 2422 ELEM. F 2 0 R$29,00 0 0,00% 100,00%

P207 FILTRO DE OLEO LB 900 2 0 R$26,00 0 0,00% 100,00%

P208 FILTRO JFC 887P (GIME) 1 0 R$37,00 0 0,00% 100,00%


C
P209 FILTRO OLEO JFO 505P HR 1 0 R$23,00 0 0,00% 100,00%

P210 FILTRO OLEO PSL332 4 0 R$30,00 0 0,00% 100,00%

P211 FILTRO OLEO WOE 626 JEEP RENE 2 0 R$87,00 0 0,00% 100,00%

P212 FILTRO OLEO WOE 903 VERA CRU 2 0 R$44,00 0 0,00% 100,00%

P213 FILTRO OLEO YS250LANDER MOTO 3 0 R$7,00 0 0,00% 100,00%

P214 FILTRO PSD 970/1 1 0 R$49,00 0 0,00% 100,00%

P215 FILTRO WOE 224 1 0 R$81,00 0 0,00% 100,00%

P216 FILTRO WOE 313 (TRIBUTADO) 3 0 R$15,00 0 0,00% 100,00%

P217 FILTRO WR 191 1 0 R$75,00 0 0,00% 100,00%

P218 FS 06/7 / FS 2247/1 2 0 R$20,00 0 0,00% 100,00%

P219 GI 01/1 2 0 R$29,00 0 0,00% 100,00%

P220 GI 09 1 0 R$75,00 0 0,00% 100,00%

P221 HL 8833 / HL 2415 1 0 R$18,00 0 0,00% 100,00%

P222 HP 7998 1 0 R$77,00 0 0,00% 100,00%

P223 JFA 101/1 2 0 R$45,00 0 0,00% 100,00%

P224 JFA 118 1 0 R$21,00 0 0,00% 100,00%

P225 JFA 129 1 0 R$37,00 0 0,00% 100,00%

P226 JFA 134 3 0 R$45,00 0 0,00% 100,00%

P227 JFA 292/1 1 0 R$75,00 0 0,00% 100,00%

continua
65

Produto Descrição Saldo Venda Preço Valor total % ind. % acum. Classe

P228 JFA 413 1 0 R$55,00 0 0,00% 100,00%

P229 JFA 428 3 0 R$29,00 0 0,00% 100,00%

P230 JFA 428/2 2 0 R$31,00 0 0,00% 100,00%

P231 JFA 430 1 0 R$85,00 0 0,00% 100,00%

P232 JFA 433 1 0 R$60,00 0 0,00% 100,00%

P233 JFA 500 2 0 R$34,00 0 0,00% 100,00%

P234 JFA 897 1 0 R$37,50 0 0,00% 100,00%

P235 JFA H12 2 0 R$25,00 0 0,00% 100,00%

P236 JFAH 17 1 0 R$37,00 0 0,00% 100,00%

P237 JFAH 25 1 0 R$30,00 0 0,00% 100,00%

P238 JFAH 27 2 0 R$30,00 0 0,00% 100,00%

P239 JFAOK 16 1 0 R$32,00 0 0,00% 100,00%

P240 JFAW 09 3 0 R$33,00 0 0,00% 100,00%

P241 JFC 500 3 0 R$60,00 0 0,00% 100,00%

P242 JFC 901 1 0 R$33,00 0 0,00% 100,00%

P243 JFCH 27 1 0 R$49,00 0 0,00% 100,00%

P244 JFO 213 2 0 R$57,00 0 0,00% 100,00%

P245 JFO 411 1 0 R$16,00 0 0,00% 100,00%

P246 JFO 601 3 0 R$19,00 0 0,00% 100,00%


C
P247 LB 147 / LB 2101 3 0 R$25,00 0 0,00% 100,00%

P248 LBM 4 / LBM 014 MAX 12 0 R$15,00 0 0,00% 100,00%

P249 LUB TUTELA PERFORM 100 20 LIT 2 0 R$130,00 0 0,00% 100,00%

P250 MOCHILA FERRARI PRETA 19 0 R$35,00 0 0,00% 100,00%

P251 MOCHILA FERRARI VERMELHA 22 0 R$35,00 0 0,00% 100,00%

P252 PEC 3022 1 0 R$52,00 0 0,00% 100,00%

P253 PEL 106 WOE 121 HU 71/X 2 0 R$16,00 0 0,00% 100,00%

P254 PEL 2003 2 0 R$30,00 0 0,00% 100,00%

P255 PEL 2004 2 0 R$54,00 0 0,00% 100,00%

P256 PSC 410 1 0 R$33,00 0 0,00% 100,00%

P257 PSC 451 2 0 R$54,00 0 0,00% 100,00%

P258 PSC 491 1 0 R$47,00 0 0,00% 100,00%

P259 PSC 496 1 0 R$23,00 0 0,00% 100,00%

P260 PSC 498 1 0 R$60,00 0 0,00% 100,00%

P261 PSC 498/1 2 0 R$73,00 0 0,00% 100,00%

P262 PSC 498/2 1 0 R$80,00 0 0,00% 100,00%

P263 PSC 498/3 2 0 R$74,00 0 0,00% 100,00%

P264 PSC 498/4 1 0 R$65,00 0 0,00% 100,00%

P265 PSC 499 2 0 R$37,00 0 0,00% 100,00%

continua
66

Produto Descrição Saldo Venda Preço Valor total % ind. % acum. Classe

P266 PSC 995 1 0 R$63,00 0 0,00% 100,00%

P267 PSC 998 2 0 R$50,00 0 0,00% 100,00%

P268 PSC 999 2 0 R$46,00 0 0,00% 100,00%

P269 PSD 450/1 1 0 R$45,00 0 0,00% 100,00%

P270 PSD 480/1 1 0 R$53,00 0 0,00% 100,00%

P271 PSD 964 2 0 R$26,00 0 0,00% 100,00%

P272 PSL 282 1 0 R$19,00 0 0,00% 100,00%

P273 PSL 301 2 0 R$36,00 0 0,00% 100,00%

P274 PSL 322 2 0 R$39,00 0 0,00% 100,00%

P275 PSL 563 2 0 R$20,00 0 0,00% 100,00%

P276 PSL 564 2 0 R$31,00 0 0,00% 100,00%

P277 PSL 818 4 0 R$25,00 0 0,00% 100,00%

P278 PSL 959 1 0 R$25,00 0 0,00% 100,00%

P279 SHELL RIMULA R2 10W FR. 20LT 1 0 R$315,00 0 0,00% 100,00%


C
P280 SHELL SPIRAX S2 A 140 LT 1 0 R$330,00 0 0,00% 100,00%

P281 SHELL TELLUS S2 M 46 FR. 20 L 1 0 R$430,00 0 0,00% 100,00%

P282 SHELL TELLUS S2 M 68 1LITRO 12 0 R$20,00 0 0,00% 100,00%

P283 TAP 023 (AP 7023) 1 0 R$80,00 0 0,00% 100,00%

P284 TAP 3009 (AP1009) 2 0 R$37,00 0 0,00% 100,00%

P285 WO 151 3 0 R$25,00 0 0,00% 100,00%

P286 WO 152 2 0 R$26,00 0 0,00% 100,00%

P287 WO 410 2 0 R$26,00 0 0,00% 100,00%

P288 WOE 131 2 0 R$26,00 0 0,00% 100,00%

P289 WOE 500 2 0 R$20,00 0 0,00% 100,00%

P290 WOE 640 1 0 R$35,00 0 0,00% 100,00%

P291 WOE 680 1 0 R$38,00 0 0,00% 100,00%

P292 WR 192 2 0 R$51,00 0 0,00% 100,00%

P293 WR 295 2 0 R$45,00 0 0,00% 100,00%

Total 68345,36 100,00%

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