O Homem, ao nascimento, no seu estado de natureza mais primitivo, é um ser bondoso e
se este acaba corrompido é devido à influência de elementos a seu redor.
Rousseau: a bondade é inata e se esta é depois corrompida a responsabilidade é das desigualdades sociais. Sociedades inicialmente unidas tornaram-se em pessoas com uma mentalidade individualista, famintas pelo sucesso, pela subida “na cadeia alimentar”, desesperadas pelo domínio de tudo e todos. A criança nasce inocente, mas também com uma disposição para a auto preservação, o pode vir a magoar outros. Não temos qualquer intenção de o fazer já que como é que é lógico que algo que está fora do nosso controlo pode ser culpa do indivíduo, tornando-o integramente mau? Toda a gente tem este sentido de sobrevivência, no entanto toda a gente também tem a capacidade de o enfrentar e de o ignorar, pensando que aquilo que está prestes fazer não é correto, a capacidade de parar de se preocupar apenas consigo mesmo e de ser alguém que escolhe fazer o correto. Esta habilidade do ser humano é uma das razões que nos torna bons e continuaremos sempre a usá-la até que sejamos corrompidos. Thomas Hobbes: porque a espécie humana, quando ganha vida, não tem ideia do bem então esta vai acabar por ser má. Como é que apenas por não sabermos o que é que é ser bom acabamos por ser maus se, nessa linha de raciocínio, também não saberíamos o que a maldade era? Porquê valorizar uma em vez da outra? O que impede alguém integramente mau de usar a razão impede também alguém bom de cometer atrocidades. Agora o que é mais forte? O que ganha? É certamente a bondade pois não é o entendimento da razão ou a lei que limita as más ações, mas sim a tranquilidade e ignorância com que nascemos. Tábula rasa: a humanidade é desprovida de conhecimento e princípios inatos, não sendo boa ou má, à semelhança de uma folha em branco, que depois será preenchida à medida que vivemos. Não prova nada, se a nossa base de conhecimentos fosse sempre a mesma, porque é que não pensaríamos também todos da mesma forma? Porque é que enquanto os europeus desenvolviam a ciência, os índios habitavam o continente americano de forma primitiva? se este fosse o caso, estaríamos sequer a falar disto? Se os nossos valores à nascença fossem todos os mesmos, todos neutros, teríamos a mesma opinião sobre tudo e viveríamos uma vida monótona, de uma cor só, talvez sem guerras e desentendimentos, mas também sem qualquer interesse, e é extremamente óbvio que esta não é a nossa realidade. Apenas não temos estas três opções e há quem defenda outras mais detalhadas, assentes em várias partes das aqui discutidas, contudo eu penso que mesmo que o ser humano não ter uma grande capacidade de controlar as suas ações, este irá sempre perseguir aquela maneira que algures existe de seguir a sua mais autêntica intenção, ser simplesmente bom.