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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ESCOLA DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA CIÊNCIA DA RELIGIÃO - UNIEDU

DANIELLE PANHOZI CARDOSO

Atividade

DOUGLAS WEEGE

ITAJAÍ (SC), 2022.


• a concepção de banalidade do mal no pensamento de Hannah Arendt e
suas causas.

Para Hannah Arendt, o maior problema é que a maioria das pessoas está
sempre vivendo de modo superficial, seja em seus afazeres seja como lidam
com seus sentimentos. Em tempo nenhum as pessoas pensam de forma
criteriosa sobre o que estão fazendo, em qualquer área que seja, os
pensamentos são rasos e por isso fáceis de ignorar mesmo quando estejam
beirando a maldade.
É fácil você desumanizar outro ser humano, pois a pessoa nem ao mesmo
tenta pensar no próprio sentimento quanto mais ter empatia para com o outro.
Assim como a bondade se torna superficial, não importando se você a faz ou
não, o mesmo ocorre para o mal. Você segue o caminho que todos estão
seguindo, seja por falta de pensamento, vontade ou mesmo índole. Não há
ética dentro da maioria das pessoas pois não analisarem seus atos e a si
mesmo. As pessoas não se conhecem e conhecem o outro muito menos. O
bem e o mal se tornam subjetivo e ignorável para pessoas que vivem na
superficialidade da vida e dos sentimentos.
Ao fim, os atos impensados podem fazer a pessoa cruzar por linhas de ética
que outras pessoas não cruzariam. Atos de crueldade podem ser ignorados por
uma causa maior, mesmo que essa causa maior seja supérflua e irracional.
Não há uma limite para onde se pode chegar pois o primeiro passo fora dado e
o outro não importa e é desumanizado. Não existe nem ao menos culpa, pois
não existe uma reflexão sobre seus os atos.

• a educação reflexiva e a conscientização das pessoas sobre os efeitos


de suas ações podem contribuir para amenizar a violência (mal)?
Justifique.

A partir do momento que o ser humano passou a pensar, ele passou também a
entender os próprios sentimentos e assim se conectou com as coisas vivas que
poderiam e tem também sentimentos, dores, aflições e alegrias. Quando mais
uma pessoa reflete sobre o que sente, mas ela entende de onde vem o
sentimento, por que ele desencadeou e o que isso causa sobre isso. Assim ele
entende o que gosta e o que não gosta, o que causa dor e o que causa alegria.
Ao pensar em seus próprios sentimentos e catalogá-los, ele passa a entender
estes pelo que são, o que é a dor, o que é a alegria. Quanto mais entende o
que é e como são causados, mais tem a possiblidade de entender como isso
reflete em outras pessoas. Se o que te faz feliz é algo benéfico e simples, outra
pessoa pode também sentir a tal felicidade. Se machucar é ruim e por isso
evitamos a dor, da mesma forma que nos incomoda, seria ruim para o outro
também. Quando mais pensamos em nós, mais podemos entender que o outro
tem os mesmos sentimentos e que todos os seres humanos podem sentir o
bem e o mal.
Se deve pensar no que gera as sensações e o que nossos atos acarretam ao
outro, causa e efeito, para que assim entendamos a responsabilidade que
temos como feitores de determinadas ações. Entendemos o outro quando
pensamos em nossas emoções, criando empatia. Mas para tal é preciso
refletir, seja sobre nós mesmos, seja no outro. Sem que esqueçamos que
nossas atuações causam efeito no mundo e sem tirar de nós a
responsabilidade de tais ações.

• Argumente a favor ou contra a afirmação: “para se prevenir o mal, é


preciso reflexão”.

Para que não causemos mal ao mundo, precisamos entender onde está o
limiar entre se preocupar consigo e defender as próprias ideias e passar por
cima de outros por conta de egoísmo. Parece subjetivo esse limite, mas ao
longo dos anos a sociedade tem tido pensadores que nos ajudam a entender
nossa própria mente e sentimentos.
Senão houver pensamento, apenas agiremos por impulso e atropelaremos
qualquer pessoa ou coisa que estiver no caminho por benefício próprio. Mesmo
que estejamos trabalhando por uma causa maior, ainda sim é pensar em si e
em suas benfeitorias. Engana-se que segue ideias planejando apenas o fim,
pois o fim justifica os meios, frase popularmente repetida. Mas todo fim precisa
ser pensando e seu meio também. Todo ato, por menor que seja, precisa de
reflexão, pois a menor das coisas que fazemos afeta o mundo e somos
responsáveis por tal. Não refletir é tirar de si a responsabilidade, afinal não fora
eu quem cometeu tal ato ou pensou em tal ideia e sim o outro, eu apenas sigo.
Mas se esquecem as pessoas que você escolher seguir e não pensar.

Nota Pessoal
Infelizmente, nos dias de hoje ainda vemos como as pessoas se retiram da
responsabilidade individual e pensam que é sempre o outro que está fazendo a
maldade, vimos novamente com Covid, em que a maioria tratou como uma
“gripezinha”, não usavam máscaras, não se vacinaram e tanta gente faleceu.
Eu deixei de trabalhar no hospital por ver o descaso dentro da instituição,
pessoas morriam e até o relatório de falecimento era trocada pois “não podiam”
dizer que era Covid para não alarmar a população. Por isso Covid foi o que foi
e por isso está voltando. Pessoas se aglomerando e não pensando que vão ser
afetas e pior ainda, que não vão afetar outros. Muitos que falecerem fizeram
sua parte e se recolheram e faleceram por conta dos que não respeitaram. É
mais fácil culpar o outro, culpar algo imaginário.
Podemos ver a mesma situação com pessoas que não vacinam seus filhos e
antigas doenças estão voltando com tanta força. A pessoa pensa apenas em
si, geralmente algum pensamento infundado e irracional, mesmo assim afeta
toda uma sociedade e não se importa. Se você aponta o erro dessas pessoas e
as quer responsabilizar, como deveria, elas ainda sim negam e jogam a culpa
em qualquer outra pessoa ou coisa.
O egoísmo da sociedade apenas aumenta. Eu posso ter um carro do ano, uma
casa linda, mas não importa se tem pessoas que moram na rua e não têm o
que comer. Isso começa com as grandes elites, que desde sempre apenas
acumulam e pessoas “de baixo” as seguem sem até mesmo perceber que
também são afetadas por esse egoísmo. A pessoa que está mais abaixo de
todos é o que mais sofre e na maioria das vezes não consegue sair do buraco
ao qual foi colocado e ainda recebe a culpa de não conseguir fazer algo
diferente.
Não culpo apenas o capitalismo e a tecnologia, acredito que na sociedade
sempre existiram os egoístas, que fazem o que for preciso para sair ganhando
de todas as situações possíveis. A culpa é do outro que me fez mal, por isso eu
o assassinei, é assim desde os começos do tempo. Mas na antiguidade, ainda
podia se dizer que não tinha como os homens pensarem diferente, que o
conhecimento e a razão era para alguns, mas a empatia sempre existiu em
nosso peito, existe até entre família e grupos de animais. A maldade não é
inerente as pessoas, mas acredito que a empatia o seja, quase como um
instinto, porém, as pessoas optam por não pensarem em seus atos e muito
menos no que vai acontecer com o outro. É escolher olhar para o outro lado e
seguir seu caminho, mesmo que no peito arda a chama da empatia, vem a
desculpa de que tal ato foi feito por culpa do outro, seja lá qual desculpa você
vai criar para culpabilizar o outro.

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