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CURITIBA
2022
CLAUDIA CAROLINA GUADAGNIN
CURITIBA
2022
Dados da Catalogação na Publicação
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBI/PUCPR
Biblioteca Central
Luci Eduarda Wielganczuk – CRB 9/1118
The present Master's thesis investigates the role of resentment in the dismantling of
socio-environmental rights and policies in the Bolsonaro government. It seeks to
identify, based on the theoretical concept of resentment, the main elements that,
together, contributed to the construction of a political polarization scenario in Brazil
leading to the election of Jair Messias Bolsonaro (PL) as president of the Republic,
on October 28th 2018, giving rise to the biggest dismantling of socio-environmental
policies in the history of Brazil. Based on bibliographic and historical analysis, current
facts and numerical data, interpreted with a qualitative and inductive method,
inserted in an interdisciplinary perspective, the work shows the large-scale
dismantling of public policies related to socio-environmental rights that occurred in
Brazil, more intensely since Bolsonaro's election. It aims to indicate how the problem
intensely compromises the well-being of different generations of the Brazilian
population and world society, since every human being, regardless of their
nationality, depends on ecosystem services to survive. The thesis also aims at
understanding how the current scenario was consolidated, strengthened by historical
and ideological building and narratives, largely produced through fake news, and the
role of the colonizing and enslaving conservatism and the archetypal “hero” figure,
personified by Bolsonaro, who seemed to assume the role of “savior” for the resentful
in Brazil. The work also provides a panoramic view of the main public policies
regarding socio-environmental rights conquered by Brazilians, especially since the
period of redemocratization in Brazil, marked by the promulgation of the national
Constitution in 1988, and recalls its most expressive dismantling, most specifically in
the environmental area, since the Bolsonaro administration took over Federal
Government in January 2019. Throughout the chapters, the dissertation confirms,
therefore, based on theoretical, historical and current facts, that resentment has been
configured as a support for the policy of dismantling socio-environmental policies that
Brazilian society has been experiencing with great intensity since Bolsonaro was
elected. Resentment, therefore, played a fundamental role in the presidential election
by Brazilian society, a fact that chanced the greatest dismantling of socio-
environmental policies in the history of Brazil.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO
chamadas fake news (KAKUTANI, 2018; MELLO, 2020) contribuiu para a eleição do
presidente Jair Bolsonaro, que culminou em um amplo desmonte de políticas
públicas referentes à direitos ambientais no país. A condição tende a afetar mais
fortemente cidadãos definidos por padrões normativos e pelo sistema neoliberal
(HAN, 2000; NAOMI, 2008) como menos adaptados, adequados ou rentáveis para o
sistema de produção e lucro a qualquer custo. A dissertação pretende recordar em
seu andamento, ainda que mais superficialmente, o processo colonizador,
escravocrata e também ditatorial que atingiu o Brasil (RIBEIRO, 2008; SOUZA,
2017a), pela polarização política e pelo ressentimento, chegando aos efeitos
extremos que um cenário de intensa violação de direitos essenciais – como os
relacionados ao direito a um meio ambiente equilibrado ecologicamente, conforme
previsto pela Constituição Federal – podem impor de modo irreparável a incontáveis
gerações (AVRITZER, 2019; LEVITSKY; ZIBLATT, 2018; ZWEIG, 2014). Para tanto,
além da leitura de livros e artigos acadêmicos, a presente dissertação analisou
reportagens veiculadas na imprensa brasileira, e, em alguns casos, estrangeira,
mais especificamente em sites de notícias online, que facilitaram o entendimento
dos aspectos analisados pela dissertação. Em paralelo aos elementos factuais
trazidos pelas reportagens, referências bibliográficas de livros e artigos e demais
referenciais históricos, por exemplo, também enriqueceram a qualidade das
análises.
A pandemia causada pelo novo Coronavírus a partir de dezembro de 2019,
quando teve início em Wuhan, na China, é a mais recente demonstração de que o
desequilíbrio da relação entre os seres humanos e o meio ambiente gera
consequências gravíssimas para a mobilidade social numa sociedade cada vez mais
globalizada e interconectada. Não são poucas as análises científicas que indicam
que o surgimento de pandemias, como a causada pela Covid-19, está relacionado a
uma “complexidade de fatores, como densidade populacional humana, mudanças
antropogênicas, desmatamento e expansão de terras agrícolas, intensificação da
produção animal e aumento da caça e do comércio da vida selvagem”, por exemplo,
como explica a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Nelzair Vianna (2020), em uma
entrevista disponível no site da Fiocruz da Bahia.
Apesar de existirem divergências sobre as reais origens do vírus – porque
ainda há dúvidas apontadas por parte dos cientistas sobre se ele se originou mesmo
na China ou apenas se aproveitou da aglomeração no mercado de animais vivos
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própria ação”, de modo que para o eventual ‘fracasso’ o indivíduo não tem mais
espaço para ‘desculpas’ e só pode culpar a si mesmo (VON MISES, 1988). A
tradição liberal, portanto, como também recorda Domenico, apesar de variantes
ideológicas, enxerga a miséria como resultado do demérito individual, “da falta de
sorte e do acaso, da ordem natural e inclusive providencial das coisas, mas, de
forma alguma, questiona as relações econômicas co-sociais ou as instituições
políticas” (LOSURDO, 2006, p. 96).
O filósofo contemporâneo sul-coreano, Byung-Chul Han, no livro Psicopolítica
– o Neoliberalismo e as novas técnicas de poder (2018, p. 14), destaca a defesa do
conceito de meritocracia imposto na argumentação de Mises, ao recordar que, hoje,
no século XXI, cada pessoa atua no mundo como um explorador de si mesmo.
[...] trabalhador que explora a si mesmo para a sua própria empresa. Cada
um é senhor e servo de si em uma única pessoa [...] Quem fracassa na
sociedade neoliberal de desempenho, em vez de questionar a sociedade ou
o sistema, considera a si mesmo como responsável e se envergonha por
isso. Aí está a inteligência do sistema neoliberal: não permite que emerja
resistência ao sistema. (HAN, 2018, p. 14, 16).
Hitler decidiu que exterminaria a maior quantidade de judeus possível – foi definida
após anos de ausência de reações da comunidade internacional e da sociedade
alemã. “Até mesmo Himmler ficou horrorizado quando recebeu a incumbência da
‘solução final’ da questão judaica”, lembra Arendt (1989, p. 425). Tanto Zweig quanto
Arendt recordam que a sociedade alemã, e a comunidade internacional, relutaram
em abandonar as vidas a que estavam acostumadas, seus hábitos e rotinas diários,
para perceber a velocidade com que seus direitos eram sumariamente retirados.
Aquele rompante de loucura de Hitler, acreditavam, não vingaria em pleno século
XX. As lembranças reforçam a necessidade de haver sempre, e diante de qualquer
movimento opressor, resistência frente a tentativas de desmonte de políticas
públicas e violações dos direitos da coletividade (ARENDT, 1989).
No livro Eichmann em Jerusalém, Arendt apresentou o conceito de
“banalidade do mal”, ao observar detalhes de um famoso julgamento de um oficial
nazista em Jerusalém, em 1960 (ARENDT, 1999). Adolf Eichmann era um oficial do
serviço secreto nazista, responsável por organizar a logística para a chamada
“solução final”, o plano nazista para a exterminação dos judeus na Alemanha e nos
territórios ocupados na época. No livro, Hannah Arendt defende que Eichmann seria
um homem absolutamente comum, e não uma figura estigmatizada como sendo um
“monstro”, porque, a todo momento, ele se defendia dizendo que estava apenas
“cumprindo ordens”. Ele foi apresentado por ela apenas como um burocrata zeloso
incapaz de resistir às ordens que recebia. Na análise que fez, e foi bastante criticada
na época em que foi apresentada às autoridades e sociedade, Hannah defende que
Adolf Eichmann era desprovido de um senso de pensamento crítico, no sentido de
não questionar nada, apenas executar, e de não refletir sobre seus atos. Segundo
ela, o acusado, como grande parte das pessoas, era um cidadão desprovido de
ética, moral e senso crítico e suas ações buscavam executar ordens superiores sem
as questionar. No mesmo livro, a autora diz que em razão da massificação da
sociedade, criou-se uma multidão incapaz de fazer julgamentos morais, razão que
explica por que essa parcela social, que é bastante significativa ainda em diversos
lugares do mundo, cumpre ordens sem questionar. O conceito continua bastante
atual, quando se analisa a existência de indivíduos massificados, incapazes de
pensar por si, fazer reflexões e construir noções éticas individuais. Dessa forma, se
tornam uma ferramenta de fácil manipulação nas mãos de pessoas em funções e
poderes, como o da imprensa hegemônica, por exemplo, de dominação.
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nunca chega, e que “[...] o ressentido é tão incapaz de vingar-se quanto foi
impotente em reagir imediatamente aos agravos e às injustiças sofridos” (KEHL,
2011, p. 14). Para que se instale, a autora destaca, é preciso que a vítima não se
sinta à altura de responder ao agressor, que se sinta fraca ou inferior a ele. É por
isso que Nietzsche o considera como qualidade dos “escravos” (KEHL, 2011).
Foi Friedrich Nietzsche o grande teórico do ressentimento. Ele desenvolveu
amplamente o conceito de ressentimento em sua obra emblemática, Genealogia da
Moral (NIETZSCHE, 1887). O termo já havia sido utilizado em 1865 por Eugen
Dühring em um livro intitulado Der Werth des Lebens (O valor da vida). Mas foi
Nietzsche quem forneceu ao conceito contornos e papeis muito particulares na
construção de sua filosofia.
No livro Genealogia da Moral, como recorda Kehl (2011), ele defende que o
ressentimento é uma característica dos fracos. “Em vez de fortalecer-se e lutar,
sente-se moralmente autorizado a demandar de seu opressor que não seja forte”
(KEHL, 2011, p. 33). Ela diz que uma das características principais do ressentimento
é a necessidade do estabelecimento de uma relação de “dependência infantil com
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quando o próprio indivíduo sente o aguilhão dessa força reativa, que ecoa
dentro de si na forma do ódio interiorizado. Desse modo, se faz necessário,
que ele encontre alguém ou algo como culpado daquilo que padece, com o
objetivo de aliviar essa energia contida e interiorizada por ele mesmo
(PINTO, 2019, p. 127-128).
O localismo reforça a categoria de distinção, de diferença radical, com o que, em última instância,
acaba defendendo o mesmo que visão abstrata do mundo: a separação entre nós e eles, o
desprezo ao outro, a ignorância do fato de que a nossa relação com os outros é a única coisa que
nos faz idênticos; a contaminação da alteridade. A visão localista conduz a um multiculturalismo
liberal de tendência progressista: todas as culturas são iguais e não há mais necessidade de
estabelecer um sistema de cotas para que ‘inferiores’ ou ‘patológicas’ possam se aproximar à
hegemônica, mas, em nome do politicamente correto, deve-se respeitar sempre a hierarquia
dominante (FLORES, 2009, p. 156-157).
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“No passado, os países não viviam todos no mesmo mundo, já, hoje, vivemos
o mesmo presente”, pontua Mishra (2017, online). Nesse cenário, a disposição
social para a aceitação e o compartilhamento de notícias falsas – mas que
propaguem ou validem nossas opiniões individuais – tende a crescer mais
facilmente. Considerando as consequências que essa condição pode gerar, vale
lembrar dos resultados de um estudo da Universidade de Oxford, que observou que,
quando partidos políticos ou candidatos manipulam as redes sociais como parte de
uma estratégia de campanha, a tática continua quando vencem as eleições e
assumem o poder.
Mas que preço caro pagamos por esta felicidade para inglês ver!” [...] “Não
passamos nada a limpo, não elaboramos nossos traumas nem valorizamos
nossas conquistas. Por isso mesmo, nós, brasileiros, não nos
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Antonio Escrivão Filho e José Geraldo de Sousa Júnior, autores do livro Para
Um Debate Teórico-conceitual E Político Sobre os Direitos Humanos (2016),
defendem que o processo de colonização passa pela negação da cultura política,
econômica, social e cultural das civilizações que ocupavam um território invadido.
[...] Direitos Humanos que ainda não tiveram força econômica, política e
social para emergir ante um sistema de opressão em determinada
sociedade ordem legal, não são sequer considerados direitos, ao passo em
que as lutas emergentes pela sua conquista passam a ser consideradas
ilegais (ESCRIVÃO FILHO; SOUSA JUNIOR, 2016, p. 26).
os que mais concordam com a frase "Direitos Humanos não significam nada no meu
cotidiano" (28%), atrás apenas dos ouvidos na Arábia Saudita e na Índia. Entretanto,
vale lembrar que, na definição da ONU, Direitos Humanos são aqueles aos quais
todas as pessoas, sem distinção, deveriam ter acesso: direito à vida, à segurança, à
liberdade, à saúde, à moradia, alimentação, liberdade de expressão. Por outro lado,
a pesquisa também indica que, mesmo achando que os Direitos Humanos não os
beneficiam, a maioria reconhece que é necessário defendê-los. 69% dos brasileiros
consideram que é importante que haja uma lei para protegê-los. Os brasileiros,
portanto, acham que os Direitos Humanos não são aplicados às pessoas que os
mereceriam, como eles mesmos, inclusive, e são aproveitados pelos que “não
merecem”, segundo a mesma pesquisa.
Até hoje, a conquista pela igualdade plena da população negra ainda não
aconteceu no Brasil, nem no mundo de forma geral. A violência contra pessoas
negras, em vários níveis e sentidos, continua expressiva e preocupante. Conforme
Jessé Souza (2019):
No Brasil e nos Estados Unidos, negros correm muito mais risco de serem
mortos pela polícia. Só no Rio de Janeiro, a polícia matou quase o dobro do número
de mortos por policiais americanos em todo o país ao longo de 2019. Uma
reportagem de outubro de 2020 mostrou que, em 15 anos, a proporção de negros no
sistema carcerário cresceu 14%, enquanto a de brancos diminuiu 19%. Hoje, no
país, de cada três presos, dois são negros. Os dados são do 14º Anuário Brasileiro
de Segurança Pública, divulgado em outubro pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública. “Dos 657,8 mil presos em que há a informação da cor/raça disponível, 438,7
mil são negros (ou 66,7%). Os dados são referentes a 2019”, diz a matéria
(ACAYABA; REIS, 2020, online). O anuário lembra, ainda, que, no Brasil, se prende
cada vez mais, sobretudo, pessoas negras. Atualmente, dos 657,8 mil presos em
que há́ informações sobre a cor ou raça, mais de 438 mil são negros, o que
representa cerca de 66%, ou dois a cada três integrantes do sistema prisional do
Brasil. Oito em cada dez mortes por policiais também são de pessoas negras,
segundo o Anuário (GONÇALVES, 2019). Jessé Souza, no livro A Elite do Atraso –
Da Escravidão a Bolsonaro (2019), pontua:
Existe, dessa forma, uma forte desigualdade racial no sistema prisional, que
pode ser percebida concretamente na maior severidade de tratamento e sanções
punitivas direcionadas aos negros no Brasil. Aliado a isso, conforme indica a
reportagem da Veja (GONÇALVES, 2019), as chances diferenciais a que negros
estão submetidos socialmente e as condições de pobreza que enfrentam no
cotidiano fazem com que se tornem os alvos preferenciais das políticas de
encarceramento do país.
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anulou as condenações de Lula pela Lava Jato (QUAIS..., 2021) por considerar que
a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar os processos
envolvendo o ex-presidente (FALCÃO; VIVAS, 2021), porque os fatos apresentados
não tinham relação direta com o esquema de desvios na Petrobras, alvo da
Operação Lava Jato originalmente (CEOLIN; BLUME, 2016). Ainda segundo o
ministro, desde o início da Operação Lava Jato, vários processos deixaram a Vara
do Paraná pelo mesmo motivo. A falta de provas para as acusações também anulou
todas as denúncias sobre crimes que poderiam manter o ex-presidente na prisão
(JIMÉNEZ, 2021). Com isso, Lula recuperou seus direitos políticos e os processos
judiciais contra o ex-presidente foram transferidos para a Seção Judiciária do Distrito
Federal, que integra o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. Ao analisar a
Lava Jato em A Elite do Atraso: Da Escravidão a Bolsonaro, Jessé Souza (2019) faz
críticas às reais intenções da Operação:
Quando a mídia, como sempre aconteceu – seja com Getúlio, com Jango e
depois com Lula e Dilma – joga casos seletivos de corrupção só contra o
PT, quando a gente sabe que não é o único caso, aí, então, a classe média
sai [em protesto]. Mas sai contra a política do PT, de reduzir minimamente
as diferenças de classe? Ou sai contra a corrupção? Se não era a
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corrupção que estava por trás do ódio ao PT, o que estava por trás? O ódio
ao PT é o ódio à ralé. E o ódio à ralé é hoje tributário e filho do mesmo ódio
que se devotava ao escravo antes. O escravismo no Brasil é um contínuo
(SOUZA, 2017b, online).
1933 e 1945, e parece ganhar cada vez mais espaço por aqui. Para o filósofo
Norberto Bobbio, em Dicionário da Política, o “Estado Mínimo” é a noção corrente
para representar o limite das funções do estado dentro da perspectiva da doutrina
liberal. (BOBBIO, 1998). Em outras palavras, prevê a existência de um Estado que
intervenha o mínimo possível na economia de um país.
A confusão do conceito biológico do naturalista britânico Charles Darwin
(darwinismo social) (DARWIN, 1859) – de que apenas os exemplares mais
adaptados de cada espécie sobrevivem – procura adaptar um fato científico para
defender a sobrevivência de seres humanos “mais fortes” até mesmo durante a
pandemia causada pela covid-19. Ele foi aceito por uma parcela da sociedade, que
indicou enxergar como “necessária” a aceitação da perda de algumas vidas em
nome da economia e da manutenção da lógica de mercado. Falas de empresários
brasileiros e do próprio presidente simbolizaram isso. “Mortes que não podem ser
evitadas”; “mortes que não podem prejudicar a economia”, “mortes que vão
acontecer, sim”, como disseram. Em uma reunião que ocorreu neste ano com
Bolsonaro e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli outro
empresário chegou a dizer que, se nada fosse feito para salvar a economia durante
a pandemia, “haverá mortes de CNPJs”. Nessa lógica impessoal, como na lógica
neoliberal que tanto considera o conceito da “meritocracia” – o sistema de
hierarquização e premiação baseado nos méritos de cada indivíduo – pessoas que
foram mais capazes a se “adaptar”, naturalmente, já teriam conquistado melhores
espaços na vida pública. Isso implicaria no aproveitamento de melhores trabalhos e,
consequentemente, no “mérito” de contarem com melhores oportunidades de forma
geral.
No que se refere à Educação, o economista Róber Iturriet Avila (2018),
professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) publicou um artigo em que mostra que os
investimentos do Brasil no ensino básico também triplicaram entre 2000 e 2014:
comprovar que ela “tenha contribuído direta ou indiretamente para que ocorressem
os atrasos nos pagamentos”. Para a perícia, a pedalada ocorreu, mas não existem
provas para afirmar que foi por interferência direta dela. Dilma, no entanto, teria sido
responsável por editar três decretos sem a avaliação do Congresso Nacional, o que
contraria a Constituição Federal. “A perícia afirma que três deles promoveram
alterações na programação orçamentária "incompatíveis com a obtenção da meta de
resultado primário vigentes à época". Dois deles seriam dos dias 27 de julho de 2015
– nos valores de 1,7 bilhão de reais e de 29,92 milhões de reais – e um terceiro em
20 de agosto de 2015, no valor de 600,26 milhões de reais (BEDINELLI, 2016).
Em setembro de 2019, a deputada federal Janaína Paschoal (Partido Social
Liberal – PSL), uma das autoras do processo de impeachment, admitiu publicamente
em um post em sua conta do Twitter, que não acreditava que a ex-presidente fora
derrubada do cargo por conta das “pedaladas fiscais”, como anteriormente havia a
acusado. “Alguém acha que Dilma caiu por um problema contábil? As fraudes
contábeis foram praticadas para encobrir o rombo gerado pelos desvios! Em outras
palavras: a bonança na economia, com os peculatos continuados, fica prejudicada!”,
disse Janaína na rede social (JANAÍNA..., 2019). A denúncia que motivou o pedido
do impeachment foi encomendada a ela, na época pelo PSDB, que pagou à
advogada R$ 45 mil pelo trabalho (JANAÍNA..., 2016). Seu desempenho no
processo que levou à queda de Dilma levou Janaína a ser eleita deputada federal
nas eleições de 2018, com cerca de 2 milhões de votos. Ela foi apontada como a
deputada mais votada na história do país (JANAÍNA..., 2018). Mesmo diante da falta
de provas mais contundentes do ponto de vista da legalidade, como os fatos mais
tarde provaram, o apoio de grande parte da população ao impeachment da ex-
presidente Dilma escancarou não só o machismo presente na sociedade brasileira,
mas o ressentimento dos que não conseguiram aceitar a eleição democrática
daquela figura política. No caso de Lula, o ressentimento veio da revolta da ralé que
se incomodou demais pela figura que ele representava e pelas pautas sociais que
defendia.
sem acesso à alimentação básica, 12,1% são pessoas negras ou pardas. Pelo
menos metade da população que vive em lares chefiados por pessoas apenas com
Ensino Fundamental incompleto também está submetida a condições impostas pela
insegurança alimentar (MARENCO, 2021).
Já são mais de 33 milhões de brasileiros em situação de fome no Brasil. E
mais da metade da população do país (58,7%) está em insegurança alimentar, o que
significa que de cada dez famílias, seis enfrentam dificuldades para comer. São mais
de 125 milhões de brasileiros que não têm comida garantida todo dia. Nem em
quantidade, nem em qualidade. Os números do levantamento são da rede Penssan,
que reúne pesquisadores de universidades e instituições de todo o país. É uma
referência no monitoramento da fome no Brasil e reconhecida pelas Nações Unidas.
Desde a última pesquisa, em 2020, aumentou em 14 milhões o número de
brasileiros que enfrentam esse flagelo. A condição é ainda pior em lares chefiados
por mulheres (JORNAL NACIONAL, 2022).
O cenário é resultado do “fim ou do esvaziamento de programas voltados ao
estímulo da agricultura familiar e combate à fome, além de defasagem na cobertura
e nos valores do Bolsa Família” (ALEGRETTI, 2021, online). A região do Nordeste,
por exemplo, segundo a reportagem, mesmo sendo líder em demanda reprimida,
sofreu uma redução no número de beneficiários do Bolsa Família de mais de 48 mil
famílias entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, no governo Bolsonaro. A
região Norte do país também viveu uma redução em termos de famílias
beneficiadas, com mais de 13 mil pessoas a menos no período. Uma reportagem do
UOL mostrou que há uma fila de 1,8 milhão de famílias aguardando para ingressar
no programa. Só no Nordeste, seriam 685 mil famílias aguardando os benefícios do
programa (MADEIRO, 2021a). Podem fazer parte do programa famílias com renda
por pessoa de até R$ 89,00 mensais e famílias com renda por pessoa entre R$
89,01 e R$ 178,00 mensais, desde que tenham crianças ou adolescentes de 0 a 17
anos (BOLSA..., 2021).
A pandemia causada pela Covid-19 contribuiu ainda mais com o agravamento
do cenário da precariedade no Brasil. Além da redução na oferta do benefício do
Bolsa Família a muitas pessoas, a demora no fornecimento do auxílio emergencial à
população, e a limitação dos valores ofertados, pioraram a condição (AUXÍLIO...,
2021). Depois de muita pressão da opinião pública, Bolsonaro e o ministro da
Economia, Paulo Guedes, tinham a intenção de fornecer apenas R$ 200 aos
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podia também ser sacrificado ritualisticamente. Por isso, essa vida passava a existir
fora de qualquer jurisdição humana e não era mais reconhecida pela comunidade. A
vida humana, portanto, no contexto do “estado de exceção”, reveste-se de
fragilidade e se torna objeto de controle, suscetível à suspensão de direitos
humanos e à aplicação de medidas opressoras e violadoras de direitos.
Em março de 2020, logo que a pandemia trouxe mais preocupações ao Brasil,
com o argumento de combater os efeitos negativos da epidemia sobre o sistema
financeiro, o Banco Central anunciou a disponibilidade de R$ 1,216 trilhão para os
bancos brasileiros. A cifra equivale a 16,7% do Produto Interno Bruto (PIB). O setor
do agronegócio foi um dos maiores beneficiados. A conversão da MP do Agro em lei
(Lei 13.986/2020) também trouxe mudanças relevantes para o crédito e
financiamento de produtores rurais no país. As concessões de empréstimos às
empresas cresceram mais de 40% em março após a liberação de depósitos
compulsórios pelo Banco Central (BC). Segundo a Bancada Ruralista no Congresso,
a lei pode ampliar em R$ cinco bilhões as receitas de financiamento para o agro no
Brasil. Os interesses do agro atravessam governos. Historicamente, é um grupo que
se beneficia de vantagens orçamentárias e do poder de influência que exerce diante
de grupos e partidos políticos.
Enquanto isso, dados divulgados em 24 de junho pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em maio, 19 milhões de trabalhadores
estavam afastados do trabalho e, entre estes, 9,7 milhões ficaram sem
remuneração. Os dados são da Pnad Covid19, Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua, que mede a taxa de desemprego oficial do país. Segundo o
estudo, entre a população branca, o rendimento médio efetivamente recebido foi de
R$ 2.381,37, enquanto o da população preta ou parda foi de R$ 1.460,11. Os
números não deixam margens para muitas dúvidas sobre o fato de que a conta no
bolso do contribuinte parece ser a condição para um estado cada vez mais mínimo,
especialmente, em tempos de pandemia.
Em uma live de outubro de 2018, Bolsonaro anunciou a intenção de privatizar,
no mínimo, 50 estatais brasileiras já em seu primeiro ano de mandato. Entre 2019 e
2021, o Governo Federal já recolheu R$ 148,3 bilhões com outorgas e bônus de
vendas, leilões e concessões de portos e aeroportos, rodovias e ferrovias, parques e
florestas, incluindo o leilão das faixas de telefonia 5G. Outras privatizações, que
podem incluir até empresas como a Petrobrás, podem ocorrer até o fim da gestão.
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Provisória (MP) 905, conhecida como “MP da Carteira Verde e Amarela” foi
aprovada pela Câmara dos Deputados, por 313 votos a 21, dia 15 de abril deste
ano. Assinada por Bolsonaro em novembro do ano passado, ela cria ainda mais
condições que distanciam o trabalhador de qualquer segurança trabalhista ou de
condições para aproveitar uma aposentadoria. A modalidade de contratação seria
voltada a jovens com idade entre 18 e 29 anos e coleciona reduções de direitos
trabalhistas em relação às regras atuais aplicadas pelo mercado. Também valeria
para trabalhadores com mais de 55 anos, desempregados há, pelo menos, 12
meses. Trabalhadores rurais também estariam compreendidos. A medida valeria
para pessoas que recebem até um salário-mínimo e meio, ou seja, o equivalente a
R$ 1.567,50 por mês (CARTEIRA..., 2020).
No que se refere à Educação, os desmontes também são dramáticos. Sob a
gestão de Bolsonaro, os gastos com Educação nos primeiros dois anos do governo
foram os menores desde 2015. A situação impactou fortemente as instituições de
ensino superior e técnicas federais. No primeiro ano da gestão, em 2019, o
Ministério da Educação utilizou apenas R$ 39 milhões – equivalente a 6% do
orçamento previsto – para investimentos nas dez maiores universidades federais do
Brasil (PORTINARI, 2019). Para 2021, reduziu em quase R$ 5 bilhões o orçamento
do Ministério da Educação (MEC) para o ano. Foram bloqueados R$ 2,7 bilhões do
MEC. De 2020 a 2021, houve um encolhimento no orçamento do MEC de,
aproximadamente, R$ 27 bilhões (EDUCAÇÃO..., 2021). 2020, aliás, foi o ano com o
menor gasto do MEC com Educação Básica desde 2010. “A educação básica fechou
o ano com R$ 42,8 bilhões de investimentos. É 10,2% menos do que em 2019.
Efetivamente o valor pago foi de R$ 32,5 bilhões”, mostrou uma reportagem do UOL
Educação (RELATÓRIO..., 2021). A Educação foi a área mais atingida pelos cortes
orçamentários de Bolsonaro para 2021, conforme o decreto de número 10.686 no
fim de abril de 2021 (BRASIL, 2021). “O Ministério da Educação teve R$ 2,7 bilhões
bloqueados, o equivalente a 30% do total bloqueado, que corresponde a R$ 9,2
bilhões. E teve R$ 2,2 bilhões vetados. Ao todo, quase R$ 5 bilhões a menos”,
mostrou uma reportagem da Rede Brasil Atual (EDUCAÇÃO..., 2021).
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência
(Unicef), a gestão Bolsonaro falhou, ainda, na garantia de educação para mais de
cinco milhões de crianças e adolescentes no Brasil. A situação é a pior do Brasil em
duas décadas. De acordo com o órgão, 80% dos alunos entre 6 e 17 anos, mesmo
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Diante dos fatos expostos e relacionados neste primeiro capítulo, não seria,
portanto, precipitado, indicar que o aumento da expressividade da extrema direita no
Brasil pode estar relacionado ao fortalecimento da manifestação das insatisfações
de três principais grupos sociais fortemente ressentidos: o que sente que não tem
seus direitos básicos assegurados; o que nutre o medo da perda do status quo; e do
que se frustrou com promessas públicas não cumpridas. Todos os grupos podem
tender a se apegar mais a valores tradicionais e conservadores por medo da
mudança e da alteração de realidades que os possa fazer perder o que enxergam
como conquistas adquiridas e acumuladas ao longo da vida ou por meio de esforços
das gerações que os antecederam (KAKUTANI, 2018).
os 40 países analisados (PINHO, 2011). De lá para cá, não houve muitos avanços.
Um estudo elaborado pelo IMD Competitiveness Center analisou o ambiente
econômico e social para gerar inovação e destaque no cenário global de 64
nações. No eixo que avalia a educação, o Brasil teve a pior avaliação entre todos
os países analisados, ficando na 64ª posição. A falta de investimento público foi
apontada pela pesquisa como a responsável pelo cenário. Enquanto o mundo
investe, em média, US$ 6.837 (cerca de R$ 34,5 mil) por estudante a cada ano,
segundo o levantamento, o Brasil investe apenas US$ 2.110, ou cerca de R$ 10,6
mil anualmente (MAIA; HERÉDIA; COELHO, 2021).
O professor Ivan Paganotti (2020), explica que o baixo letramento dos
brasileiros acaba comprometendo diretamente a capacidade de reconhecer o
funcionamento dos meios de comunicação, uma prática que poderia ser estimulada
pela educomunicação – que é o método de ensino no qual a comunicação em
massa e a mídia em geral são usadas como elemento de educação. Segundo o
professor, ainda há muita dificuldade de interpretação dos conteúdos entre os
brasileiros, em razão de uma educação básica que é bastante problemática.
A deficiência da qualidade do ensino nas escolas (CARÊNCIA..., 2010) e o
alto índice de pessoas que não chegam até o fim do Ensino Médio no país (mais da
metade dos adultos brasileiros, segundo a OCDE) (MAIS..., 2017) estão entre os
principais responsáveis para o problema da deseducação. O IBGE também indica
que mais da metade dos brasileiros acima dos 25 anos não concluiu o Ensino
Médio. Isso equivale a 69,5 milhões de pessoas que não têm essa etapa concluída
(RIOS, 2020). Além disso, o piso salarial dos professores brasileiros nos anos finais
do ensino fundamental é o mais baixo entre 40 países avaliados em um estudo da
OCDE, divulgado em setembro de 2021. Enquanto os professores brasileiros têm
salário inicial de US$ 13,9 mil anuais, na Alemanha, por exemplo, o valor passa de
US$ 70 mil (PISO..., 2021). Em setembro, a imprensa noticiou que o Brasil está na
lista dos países mais afetados com o fechamento de escolas durante a pandemia,
com 178 dias em que as escolas do país ficaram completamente fechadas
(OLIVEIRA, 2021c).
65
De acordo com uma análise do Reuters Institute Digital News Report, “em
países onde os níveis de alfabetização noticiosa são altos, as pessoas são mais
propensas a identificar conteúdo satírico, mentiras e exemplos de jornalismo pobre”
(DOZE..., 2018, online). Segundo o estudo, que foi feito com 74 mil pessoas em 37
países diferentes, a Turquia é a campeã do mundo no consumo de notícias falsas.
Por lá, 49% dos entrevistados disseram que já consumiram informações mentirosas
na internet. Em segundo lugar, ficou o México, com 43% e, em terceiro, o Brasil com
35%. Logo depois, vieram os Estados Unidos, com 31%. O dado não surpreende,
considerando a forte influência que as fake news exerceram durante as eleições
presidenciais que culminaram com a vitória do ex-presidente republicano norte-
americano Donald Trump (MARZ, 2018). Trump, aliás, chegou a afirmar que foi o
criador do termo fake news, quando concedeu, em outubro de 2017, uma entrevista
à emissora cristã Trinity Broadcasting Network. Mas foi desmentido pela equipe do
Merriam-Webster, principal dicionário de inglês norte-americano, que foi atrás da
68
origem do termo e descobriu que ele foi utilizado pela primeira vez no contexto
político ainda no século 19 (O ESTADO DE SÃO PAULO, 2017).
Uma pesquisa feita por cientistas do Instituto de Tecnologia de
Massachussetts, nos Estados Unidos, mostrou que as notícias falsas têm 70% mais
chances de viralizar do que uma notícia real (CASTRO, 2018). O filósofo Friedrich
Nietzsche explicaria os índices com a defesa que fez – lembrada pela psicanalista
Maria Rita Kehl (2011, p. 111), no livro Ressentimento – de que “não temos nenhum
interesse na verdade, a não ser quando ela nos convém”.
[...] nem políticos do PDS (herdeiro da maioria dos quadros que pertenciam
à Arena – legenda que apoiava o governo militar – ousavam defender o
regime. Bolsonaro é o primeiro político de expressão nacional, e talvez o
único, que faz elogio aberto desse período da história brasileira (NICOLAU,
2020, p. 10).
Como sabemos, o improvável acabou acontecendo. Ele saiu do seu nicho e
avançou sobre o tradicional eleitorado moderado do país, vencendo em
todos os estados da região Sul e Sudeste, conquistando os eleitores de alta
70
Finlândia, Suécia e Holanda também são nações que viram crescimentos em termos
de apoio aos partidos de extrema-direita ocorrerem nos últimos anos, com os
percentuais, respectivamente, de 17% no caso das duas primeiras e 15% na
terceira.
A nova direita é o tema estudado pelo professor alemão, Thomas Poguntke,
diretor do Düsseldorf Party Research Institute. Para ele, esses partidos não podem
ser considerados integrantes de um único movimento, mas apresentam elementos
unificadores, como uma agenda anti-imigração e o ressentimento com
o establishment político de seus países. Na tradução para o português,
“establishment” se refere a um conjunto de forças e agentes com larga influência
decisória dentro de uma sociedade. Segundo Poguntke (2018), o crescimento de
movimentos, partidos e políticos de extrema-direita tem relação direta com o
ressentimento.
pesquisa da organização GfK Verein revelou que apenas 6% dos brasileiros indicam
ter confiança nos políticos. O país fica na última colocação, bem próximo da França
e da Espanha (CHADE, 2016). Em julho de 2013, um relatório da organização
Transparência Internacional sobre percepção de corrupção apontou que 81% dos
brasileiros acreditam que os partidos políticos são corruptos. Para 72% dos
brasileiros ouvidos pela pesquisa, os partidos são vistos como as instituições mais
corruptas em 51 países. Para 72% dos brasileiros, depois dos partidos, o Congresso
Nacional é a instituição mais corrupta, seguido pela Polícia (70%), serviços médicos
e de saúde (55%) e pelo Judiciário (50%) (PARA..., 2013).
O distanciamento popular do entendimento, compreensão e cobrança dos
Direitos Humanos no Brasil é mais um fator que tende a afastar ainda mais a
população do aproveitamento desses direitos, de acordos internacionais – dos quais
o país é signatário – e de garantias previstas pela própria Constituição Federal,
instituída em 1988, e conquistadas mais intensamente a partir do período de
redemocratização do país, em 1989. Para se ter uma ideia, mais da metade dos
brasileiros acham que Direitos Humanos beneficiam quem não merece. A
informação vem de um levantamento do Instituto Ipsos, divulgado pela BBC. A
pesquisa Human Rights in 2018 - Global Advisor, da Ipsos, foi feita em 28 países,
incluindo o Brasil, com 23,2 mil entrevistados, entre os dias 25 de maio e 8 de junho
de 2018. Ela mostrou que, na opinião de seis em cada dez brasileiros, “os Direitos
Humanos apenas beneficiam pessoas que não merecem, como criminosos e
terroristas” (PULSO BRASIL, 2018, online). Ainda de acordo com o levantamento,
74% dos entrevistados acreditam que algumas pessoas tiram vantagem injusta
sobre eles. Os brasileiros, segundo a pesquisa, estão entre os que mais concordam
com a frase "Direitos Humanos não significam nada no meu cotidiano" (28%), atrás
apenas dos ouvidos na Arábia Saudita e na Índia (FRANCO, 2018). Entretanto, vale
lembrar que, na definição da ONU, Direitos Humanos são aqueles aos quais todas
as pessoas, sem distinção, deveriam ter acesso: direito à vida, à segurança, à
liberdade, à saúde, à moradia, alimentação, liberdade de expressão (DIREITOS...,
2021). Por outro lado, a pesquisa também indica que, mesmo achando que os
Direitos Humanos não os beneficiam, a maioria reconhece que é necessário
defendê-los. 69% dos brasileiros consideram que é importante que haja uma lei para
protegê-los. Os brasileiros, portanto, acham que os Direitos Humanos não são
aplicados às pessoas que os mereceriam, como eles mesmos, inclusive, e são
76
As dívidas das igrejas — que podem somar até R$ 1 bilhão — são resultado
de multas (e encargos) aplicadas pela Receita Federal após fiscalizações
mostrarem que algumas igrejas haviam feito pagamentos a pastores e
líderes sem recolher os tributos devidos, o que foi considerado como
manobras para distribuir lucros, tecnicamente chamada de distribuição
disfarçada de lucros o que evitaria o pagamento do tributo (MORI, 2020,
online).
Na eleição de 2016 nos EUA, segundo o site Five Thirty Eight, 81% das
pessoas que se definem como evangélicas votaram em Trump, contra 16% em
Hillary. Trump venceu em todos os Estados do chamado Cinturão Bíblico (Bible Belt)
– Carolina do Sul, Alabama, Geórgia, Mississipi, Tennessee, Kentucky, Arkansas e
na decisiva Carolina do Norte. O conservadorismo, como no caso de Bolsonaro,
amplamente evidenciado em sua campanha política, foi um aspecto determinante
para o resultado.
De acordo com uma pesquisa feita pelo Grupo de Estudos dos Novos
Ilegalismos, datalab Fogo Cruzado; Núcleo de Estudos da Violência da USP;
plataforma digital Pista News e o Disque-Denúncia considerando dados de 2019,
as milícias cariocas já controlam 25,5% dos bairros do Rio de Janeiro, em um total
de 57,5% do território da cidade. As três principais facções criminosas do tráfico de
drogas – Comando Vermelho, Terceiro Comando e Amigos dos Amigos – detêm,
juntas, o domínio de 34,2% dos bairros e 15,4% do território. Ao todo, 3,7 milhões de
pessoas vivem em local controlado por algum grupo criminoso, ou o equivalente a
57,1% da população. Os pesquisadores envolvidos no estudo disseram se
impressionar com o rápido crescimento dos grupos milicianos, que só começaram a
se articular no início dos anos 2000 (REBELLO, 2020).
José Cláudio Souza Alves, sociólogo, ex-pró-reitor de Extensão da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e autor do livro Dos Barões
ao Extermínio – A história de violência na baixada fluminense, em uma entrevista
que forneceu ao portal Agência Pública, defende que, no Rio de Janeiro, por
exemplo, a milícia não é um poder paralelo: é o Estado. “Cinco décadas de grupo de
extermínio resultaram em 70% de votação em Bolsonaro na Baixada”, diz ele, ao se
referir à Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro (ALVES, 2019, online). Uma
reportagem de junho de 2021 no portal EXTRA mostrou que “o perfil conservador
das 13 cidades da Baixada Fluminense se transformou em um território fértil para o
crescimento do bolsonarismo e o apoio de políticos eleitos pela região” (REMIGIO,
2021, online). Segundo a matéria, “do total de municípios, pelo menos 11 são
governados por prefeitos que defendem o presidente Jair Bolsonaro ou seguem
alinhados com o governo federal” (REMIGIO, 2021, online). Já outra entrevista – no
portal DW com o antropólogo Juliano Spyer (2020) – outro aspecto essencial é
reforçado. Para ele, as igrejas evangélicas são um “estado de bem-estar social
informal”:
Nessa hora, quem mais contribuiu foram os opositores. Eles que, quanto
mais mencionavam Bolsonaro, mais volume de informação era gerado para
movimentar os motores de busca na internet. Esqueceram que Bolsonaro é
fruto das estratégias de marketing mais obscuras da internet (GONÇALVES,
2018, online).
para a aquisição de poder político e econômico – foi um dos principais fatores para a
degradação dos recursos naturais no mundo (BORGES; REZENDE; PEREIRA,
2009). Veio, no entanto, acompanhada de queimadas, desmatamento, usos
extensivos do solo e explorações desenfreadas de modo geral. Ocorre que a
exploração da natureza não só precariza, como é capaz de extinguir todas as
condições mínimas para a existência da vida na Terra. Antes disso, as
consequências para todas as espécies, e os efeitos sociais e econômicos serão
gravíssimos, tendendo a afetar antes, e ainda mais fortemente, pessoas em situação
de vulnerabilidade social e minorias, que acabam ficando completamente expostas
aos efeitos causados pelo esgotamento dos recursos naturais.
O relatório Parem de Queimar nossos Direitos, lançado em agosto de 2021
pela Anistia Internacional, revela como a crise climática aprofunda as desigualdades
e viola os Direitos Humanos no mundo (DIRETORIA EXECUTIVA DE DIREITOS
HUMANOS, [s.d.]). Em alguns países, a situação compromete diretamente o direito
à vida, à água potável, moradia, saúde, segurança alimentar, ao trabalho, entre
outros. De acordo com o documento, mais de 20 milhões de pessoas foram
deslocadas internamente em média, a cada ano, apenas entre 2008 e 2019, por
conta de eventos relacionados ao clima, como secas e queimadas. No relatório, a
ONG também reforça a necessidade da redução de emissão de carbono no planeta,
considerada a principal responsável pela elevação da temperatura global. O
levantamento mostra que desde os tempos pré-industriais, a temperatura no globo
subiu cerca de 1,1% e, se essa marca chegar a 1,5%, levaria o mundo a enfrentar
catástrofes naturais ainda mais severas e extremas (UOL, 2021). Enquanto os
países mais ricos, que concentram a metade da população do planeta, são
responsáveis por 86% das emissões mundiais, as nações mais pobres liberam
apenas 14% dos gases poluentes (BBC, 2021). Embora pesquisas revelem que as
mudanças climáticas afetem, no mínimo, 80% do mundo (AFP, 2021), todos os
sistemas e continentes, as nações mais pobres são, e serão sempre, as mais
afetadas pelos efeitos das mudanças climáticas. As pessoas que vivem na pobreza,
muitas vezes, são forçadas a morar em casas improvisadas, em terras propensas a
inundações, enfrentam deslizamentos de terras tempestades, ficam mais vulneráveis
a incêndios ou contam com pouca ou nenhuma economia para usar em caso de
emergência. Além disso, quando desastres ambientais acontecem, má alimentação,
94
Paraguai e no Leste da Bolívia. Somadas, essas áreas podem atingir cerca de 250
km² (ESTADÃO, 2020) e as consequências da destruição são incalculáveis. Em
2020, o número de incêndios no Pantanal já havia sido 440% maior que a média dos
últimos anos, conforme mostrou um estudo conduzido pelo professor Pedro Luiz
Côrtes, da escola de Comunicação e Artes (ECA) e do Programa de Pós-Graduação
em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP (CÔRTES,
2020). Segundo ele, a tragédia, que se agravou ainda mais a partir de 2021, pode
ser explicada pelo desmonte das estruturas políticas e de fiscalização no Ministério
do Meio Ambiente, especialmente durante a gestão Bolsonaro, pela ineficiência das
ações de combate que envolveram o governo e pela questão climática peculiar,
“com uma seca muito forte, provocada pela transição entre os fenômenos El Niño e
La Niña, que favorece a proliferação do fogo”, conforme o especialista em uma
matéria veiculada no portal Jornal da USP (RADIO USP, 2020).
Mais de 17 milhões de animais teriam morrido queimados em decorrência do
incêndio no bioma, segundo estimativas. Cobras, pássaros, macacos e jacarés
foram os mais dizimados. O número, no entanto, é ainda maior se forem
considerados os impactos posteriores aos incêndios. Muitos animais morreram de
fome ou foram queimados e morreram longe das principais áreas analisadas pelos
pesquisadores que chegaram ao volume de 17 milhões. “Isso é só a ponta do
iceberg”, disse Thiago Semedo, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas do
Pantanal (INPP) em uma entrevista fornecida à imprensa (BRUNETTO, 2021). O
artigo científico O Pantanal está em chamas e só uma agenda sustentável pode
salvar a maior área úmida do mundo, na tradução para o português, escrito em
inglês por pesquisadores de três instituições brasileiras: Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Centro Nacional de
Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) e Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foi publicado no Brazilian Journal of Biology em
junho de 2021 (BERLINCK, 2020) e mostra um cenário ainda mais desolador. Ele
indica que cerca de 65 milhões de animais nativos vertebrados e quatro bilhões de
invertebrados, com base em densidades de espécies, foram dizimados pelas
queimadas. “As espécies afetadas incluem as ameaçadas de extinção onça-
pintada (Panthera onca), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), cervo do
pântano (Blastocerus dichotomus), coroado águia solitária (Buteogallus coronatus) e
arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus). Os impactos nessas espécies podem ser
100
Pará (BARBOSA, 2020). Dias depois, a fumaça alcançou a cidade de São Paulo,
localizada a mais de dois mil quilômetros de distância, e transformou o dia em noite,
afetando fortemente a respiração e a saúde de milhares de pessoas (TURBIANI,
2019). O fato revelou a profunda conexão entre territórios e consequências dos
efeitos climáticos (VEJA, 2019). Outro exemplo de como a afetação a uma área
natural compromete diretamente todas as formas de vida veio alguns meses depois
do “dia do fogo” e do crescimento de 51% do desmatamento na Amazônia somente
de agosto de 2020 a junho de 2021. Só em 2020, o desmatamento na Amazônia
atingiu 10.551 km2, a maior taxa em 12 anos (PRIZIBISCZKI, 2020). No governo
Bolsonaro, o desmatamento no bioma, facilitado pelo desmonte dos órgãos de
fiscalização ambiental na gestão Bolsonaro cresceu 56,6%, segundo dados do IPAM
(Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) (ALENCAR et al., 2022).
Foi também cientificamente comprovado o prejuízo direto que as queimadas
geraram aos chamados “rios voadores”, que passaram a sofrer alterações
significativas e afetar o abastecimento hídrico de diversas regiões brasileiras. O
fenômeno – formado pelo vapor de água que se transforma em nuvens a partir da
devolução em forma de vapor da água pelas árvores da chuva absorvida pela
floresta – leva massas de ar úmido da bacia amazônica a outras várias regiões do
país (OBSERVATÓRIO DE JUSTIÇA E CONSERVAÇÃO, 2020). Com a devastação
da região, no entanto, o funcionamento dessa “bomba de água” natural, segundo
explicam meteorologistas e especialistas em conservação da biodiversidade, a
amenização da sensação de calor e a oferta hídrica em forma de chuva que cai em
outras regiões do país terminam diretamente afetadas. Não por acaso, o Brasil
registrou em 2021 a experiência de viver a pior crise hídrica dos últimos 91 anos,
com importantes reservatórios de água do Sudeste e Centro-Oeste, que fornecem
70% da energia gerada no Brasil, extremamente afetados pela falta de chuvas
(RIBEIRO, 2021). O resultado disso, novamente, foi um prejuízo a toda a sociedade
em pleno auge da pandemia causada pela covid-19, que exigia cuidados redobrados
com a higienização. E gerou danos ainda maiores às pessoas em situação que
vivem, por exemplo, em periferias ou comunidades (MIRANDA, 2020).
Um ano depois às queimadas, o Greenpeace sobrevoou as áreas que
sofreram com o fogo e constatou que boa parte da região devastada havia sido
transformada em pasto para bois (GREENPEACE BRASIL, 2019). Segundo a ONG,
os incêndios ocorreram em 478 propriedades e, pelo menos metade delas, são
102
áreas que contam com Cadastro Ambiental Rural (CAR). Dessa forma, os
responsáveis pelo ato poderiam ser facilmente identificados, mas, mesmo assim, em
agosto de 2020, um ano depois do “dia do fogo”, somente 5% dos envolvidos
receberam algum tipo de punição por parte dos órgãos de fiscalização ambiental
(JORNAL NACIONAL, 2020). A falta de responsabilização dos envolvidos faz parte
de um projeto planejado de destruição da natureza que segue em curso no Brasil,
intensificado pela atual gestão federal, e continua gerando ainda mais destruição,
conforme revelam dados divulgados pelo Instituto Socioambiental (ISA).
advocacia do País para recorrer às infrações. “Por vezes, há fraude. Quem faz o
processo pode deixar alguma brecha para facilitar um recurso futuro”, disse o ex-
ministro. A fala foi destacada na reportagem do De Olho nos Ruralistas
(PAGENOTTO; ARROYO, 2020, online).
Somente uma pequena parcela do valor dessas multas retornou aos cofres
públicos. Apenas 25.933 foram quitadas de alguma maneira por pessoas e
empresas autuadas pelo órgão. Isso representa 43,7% do total das
penalizações registradas no sul do Brasil, ou seja: menos da metade das
multas foi paga pelos infratores. As informações constam no Banco de
Dados Abertos do Ibama. A última atualização é de fevereiro de 2020
(OBSERVATÓRIO DE JUSTIÇA E CONSERVAÇÃO, 2020, online).
Nos dois primeiros anos do Governo Bolsonaro, as multas pagas por crimes
ambientais nos estados da Amazônia Legal caíram 93% comparados aos quatro
anos anteriores. O valor arrecadado pelo governo é o menor em 21 anos. Os dados
são do Centro de Sensoriamento Remoto e do Laboratório de Gestão dos Serviços
Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e foram divulgados
em junho de 2021. Segundo o estudo, os entraves à fiscalização ambiental impostos
pela gestão Bolsonaro pioraram ainda mais o que já estava ruim. “Mudanças nas
regras internas do Ministério do Meio Ambiente e na legislação entre 2019 e 2020
burocratizaram mais o trabalho de campo dos fiscais e o andamento interno de
processos ligados à apuração de infrações ambientais, como desmate e extração de
104
madeira irregular”, destacou uma reportagem sobre o tema no portal Brasil de Fato.
“2013 foi o ano com a maior valor pago: quase R$ 25 milhões. De lá para cá, os
valores pagos oscilaram. E, no governo Bolsonaro, sofreram uma queda brusca: no
ano passado, chegou a apenas R$ 66 mil. Em 2020, apenas 13 autos de infração
foram pagos”, destacou uma reportagem no portal G1 (JORNAL HOJE, 2021,
online). Segundo o estudo da Universidade, existem hoje em torno de 99 mil
processos de infração ambiental pendentes de julgamento no Ibama. Um
levantamento feito em pelo Observatório do Clima a partir de dados obtidos via Lei
de Acesso à Informação (LAI) e divulgado em outubro de 2020 no portal UOL
revelou que um decreto publicado em 2019 por Bolsonaro instituiu os chamados
“núcleos de conciliação” para avaliar multas do Ibama e do ICMBio antes de elas
serem contestadas judicialmente.
Uma matéria do portal The Intercept Brasil revelou que, uma análise nas
bases oficiais do Ibama, mostrou que de janeiro de 1980 a agosto de 2019, foram
aplicadas 603,4 mil penalidades, que somam quase R$ 75 bilhões, em valores
atualizados pelo IPCA, o índice oficial da inflação. “Desse total, R$ 59,3 bilhões
são de multas ativas — ou seja, não foram pagas, nem prescreveram e nem foram
anuladas pelo órgão ou pela justiça, até o final de agosto de 2019”
(BOURSCHEIT, 2019, online). Segundo a reportagem, o valor seria suficiente para
sustentar o Ministério do Meio Ambiente inteiro por 21 anos e equivale a mais de
174 anos de doações ao Fundo Amazônia, considerando a média histórica dos
valores recebidos desde que foi implementado, em 2008.
Em setembro de 2020, ignorando as claras evidências sobre as origens dos
incêndios na Amazônia e no Pantanal, em seu discurso na Organização das Nações
Unidas, a ONU, Bolsonaro chegou a acusar os indígenas de serem os responsáveis
pelo fogo. “Nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo. Os
105
Em seu primeiro mês de gabinete, Salles ainda suspendeu por 90 dias todos
os contratos e parcerias que existiam entre o Governo Federal e ONGs
(Organizações Não-Governamentais), alegando necessidade de reexaminar os
contratos, mas sem explicar as razões para isso. “A perseguição de Salles com as
ONGs ganhou contornos ainda mais dramáticos com a paralisação do Fundo
Amazônia – o maior programa de pagamento por serviços ambientais do país – sob
a alegação, nunca comprovada, de que existiriam irregularidades e “inconsistências”
no uso dos recursos”, lembrou uma reportagem do portal O ECO (BRAGANÇA,
2021). O Fundo Amazônia foi criado em 2008 por meio de um decreto presidencial,
na época do governo Lula, com a intenção de captar dinheiro para ações de
prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e, consequentemente, ao
agravamento do efeito estufa. Durante quase 12 anos, R$ 1,86 bilhão foi destinado
pelo Fundo para apoiar uma centena de projetos no Brasil. A paralização do Fundo
foi feita por Salles sem qualquer consulta ou anuência da Noruega e da Alemanha,
os principais países financiadores. Até o início de 2022, o Fundo segue paralisado
(SINAL DE FUMAÇA, 2021).
Foi Salles, ainda, quem afirmou em uma reunião ministerial que estava sendo
gravada, em 22 de abril de 2020, que a pandemia causada pela covid-19 era a
oportunidade ideal para ir “passando a boiada” e fragilizando todo o regramento
ambiental. “Estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura da
imprensa, porque só se fala de Covid” (PODE 360, 2020, online), disse ele,
defendendo a oportunidade de aprovar reformas infralegais de desregulamentação e
deixando ainda mais evidente o alinhamento de suas condutas com interesses de
grileiros, madeireiros, caçadores e desmatadores, por exemplo (ALESSI, 2020).
Após dois anos e meio em frente à pasta ambiental, Salles colecionou práticas de
abuso contra o patrimônio natural e contra o artigo 225 da Constituição Federal, que
garante o direito a todas as pessoas de contarem com um meio ambiente
equilibrado ecologicamente. A reportagem do portal O ECO mencionou alguns dos
prejuízos impostos pela gestão do ministro. A matéria fez um balanço sobre algumas
das principais ações de Salles.
108
Federal, pelos Ministérios Públicos dos Estados e pela Comissão de Meio Ambiente
da Câmara dos Deputados.
A militarização dos órgãos ambientais, como o Ibama e o ICMBio, com
policiais militares nomeados para comandar superintendências estaduais e chefiar
Unidades de Conservação, foi outra característica da gestão Salles/Bolsonaro. O
estudo A militarização da Administração Pública no Brasil: projeto de nação ou
projeto de poder?, do cientista político Willian Nozaki (2021), revelou que o critério
para as escolhas em momento algum esteve necessariamente relacionado à
capacidade técnica dos profissionais.
As tentativas de censura do atual governo também já marcaram a gestão
Bolsonaro. “A lei da mordaça, como ficou conhecida, centralizou a comunicação das
autarquias nas mãos do Ministério do Meio Ambiente e proibiu que servidores
falassem com a imprensa sem autorização prévia” (BRAGANÇA, 2021, online),
recordou a matéria, que também destacou que, em março de 2021, uma portaria
determinou que toda a produção científica dos servidores do ICMBio passasse a ser
autorizada por superiores antes de ser tornada pública. Em maio daquele ano,
Bolsonaro e Salles assinaram um decreto transferindo do Ministério do Meio
Ambiente para o da Agricultura o poder de concessão das florestas nacionais a
empresas privadas que passariam a deter o direito de explorar uma área de floresta
por meio da prática conhecida como “manejo” em troca de algum tipo de
contrapartida. O concessionário pode usar, por exemplo, a área para cortar madeira
de forma sustentável ou para a prática do turismo. A Justiça Federal interveio no
assunto e suspendeu o decreto. O juiz federal Henrique Jorge Dantas da Cruz, que
analisou o caso, argumentou que a mudança não poderia ocorrer por decreto,
porque seria necessária a aprovação do Congresso Nacional, que foi ignorada por
Salles e Bolsonaro na época. “Da mesma forma como as atribuições de cada
ministério são definidas em lei, também é preciso uma lei aprovada pelo Congresso
para mudá-las, e não um simples decreto do Executivo, entendeu o magistrado”,
destacou uma reportagem da BBC (SHALDERS, 2020). Um mês antes, em abril,
Salles publicou um despacho aprovando um parecer da Advocacia-Geral da União
(AGU) sobre a Lei da Mata Atlântica. O despacho obrigava os órgãos ambientais do
governo federal, como Ibama e ICMBio, a adotar o entendimento presente no
Código Florestal, mais brando e menos restritivo do que a Lei da Mata Atlântica. A
mudança possibilitava a regularização de desmatamentos ilegais em áreas de
110
índios a cada cem anos. Hoje, os 900 mil índios restantes representam menos de
meio por cento da população brasileira, de cerca de 210 milhões de pessoas.
século XIX, quando o espaço passou a ser ocupado pela lavoura de café,
implantação da pecuária, exploração de ouro, madeira, carvão vegetal, produção de
papel e celulose, e assim por diante (DEAN, 2018). O comércio do café, por exemplo,
induziu o crescimento demográfico, a urbanização e a implantação de ferrovias.
“Consequências indiretas da prosperidade fabril baseada numa única mercadoria de
exploração, exerceram pressão sobre uma área mais ampla da Mata Atlântica,
dando início ao que agora pode ser considerado como danos irreversíveis a
paisagens antropomorfizadas”, destaca o autor (DEAN, 2018, p. 206). A obra
recorda, de maneira crítica e baseada em fatos, que a história econômica do Brasil
foi movida “às vezes por necessidade, mas, quase sempre, pela ganância irrefreável
com pouca ou nenhuma preocupação com a mata, símbolo do atraso, do
subdesenvolvimento, do selvagem”, nas palavras de Stuart Schwartz, da
Universidade de Minnesota, que prefaciou o livro (DEAN, 2018, p. 15).
A obra Saudade do Matão – Relembrando a História da Conservação da
Natureza no Brasil, da jornalista e ambientalista Teresa Urban, lembra que um dos
primeiros atos dos portugueses ao desembarcar ao Brasil em 1500 foi cortar uma
árvore. Ela recorda que “Warren Dean atribui a este gesto um forte conteúdo
premonitório”: “Do tronco desse sacrifício ao machado de aço, confeccionaram uma
cruz rústica – para eles, símbolo da salvação da humanidade”, recorda a jornalista,
no capítulo A Devastação (DEAN, 2018, p. 37). O mesmo livro também lembra que,
a partir da vinda da Família Real para o Brasil, no século XIX, “houve grande
emprenho do governo imperial para estimular a exportação de madeiras nobres para
a Europa” (URBAN, 1998, p. 42).
pessoas nascidas no futuro país. O fato foi lembrado por Joelza Ester Domingues,
em seu livro Ensinar História, lançado em 2017.
Ainda de acordo com a obra, no total, a floresta cobria uma área superior a
1,3 milhão de km² do território nacional. Esse complexo, chamado de Mata Atlântica
brasileira, associado a outro maior, a Floresta Amazônica, formava uma zona
biogeográfica diferente e mais rica em espécies que as outras florestas tropicais do
mundo situadas na África e no Sudeste Asiático. Um dos aspectos da Mata Atlântica
que sempre chamou a atenção foi a diversidade extraordinária da floresta, levando-
se em conta seu tamanho relativamente modesto. A impressionante quantidade de
exemplares, muitos endêmicos – isto é, que só ocorrem naquele lugar – tornava o
bioma ainda mais particular. Atualmente, a Mata Atlântica passa por 17 estados
brasileiros e abriga 261 espécies de mamíferos, 620 de aves, 200 de répteis e 280
de anfíbios, sendo que 567 espécies são endêmicas. Sua flora é representada por
cerca de 20 mil espécies de plantas vasculares, das quais oito mil são endêmicas
(WWF, c2022). Mesmo sendo o lar de 72% dos brasileiros, uma pesquisa de opinião
feita em 1987 mostrou que 90% dos brasileiros que vivem nos antigos domínios da
Mata Atlântica nunca haviam ouvido falar nela. A falta de conhecimento histórico,
portanto, certamente é um agente facilitador para que a degradação da floresta
ocorra até hoje e seja permitida nos níveis percebidos até então.
Dean também recorda que muitas espécies da Mata Atlântica foram extintas
antes de, sequer, serem descobertas e catalogadas. Isso porque, segundo ele, as
123
Além de fazer com que as cidades se tornem cada vez mais quentes, a
redução das áreas verdes ameaça a disponibilidade e a qualidade da água.
A crise hídrica que vivemos hoje é reflexo disso. No caso de Bonito, os
danos podem ser ainda mais graves, pois coloca em risco o turismo que
move a economia da cidade (CÂMARA, 2021, online).
Que venha a poluição, desde que as fábricas venham com elas, exultava
José Sarney, um senador do Nordeste que se tornaria presidente uma
década depois. O representante do governo na conferência apresentou uma
fórmula paulista dissimulada a qual constantemente seria repetida: “A pior
forma de poluição é a pobreza”. O diretor das imprudentes obras de
drenagem na região de Campos sentiu-se autorizado a descrever as lagoas
como “um desastre ecológico, biologicamente desequilibrado e inútil e a
caracterizar sua missão como a de “corrigir as aberrações da natureza
(DEAN, 2018, p. 309).
2018). “Se o PIB cresceu como nunca, a repressão limitou o poder de barganha dos
sindicatos, e o salário dos trabalhadores amargou duas décadas de reajustes abaixo
da inflação” (BARRUCHO, 2018, online), disse ele na entrevista.
Após Jair Bolsonaro assumir a presidência em janeiro de 2019, a condição da
Mata Atlântica, da Amazônia, e de outros biomas brasileiros, só agravou-se ainda
mais. Entre 2018 e 2019, por exemplo, a Mata Atlântica perdeu 145 quilômetros
quadrados, um aumento de quase 30% em comparação ao período anterior,
segundo dados da SOS Mata Atlântica. “Os números de desmatamento do bioma
vinham caindo desde 2016, e entre 2017 e 2018, 113 quilômetros quadrados foram
devastados, a menor área registrada desde 1985” (PONTES, 2020, online). Já no
caso da Amazônia, também no intervalo de um ano, foram perdidos 13.235
quilômetros quadrados de árvores. Entre agosto de 2020 e julho de 2021, o
desmatamento ilegal aumentou 22% em relação ao período anterior, quando somou
10.851 quilômetros quadrados. Foi a maior marca registrada nos últimos 15 anos. O
balanço foi elaborado com medições de satélites do Instituo Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) (GORTÁZAR, 2021).
Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal, os outros biomas nacionais além da
Amazônia e da Mata Atlântica, também vêm sofrendo com a política da gestão
Bolsonaro. No caso, do Cerrado, considerada a savana mais biodiversa do planeta e
o segundo maior bioma brasileiro, o desmatamento avançou em quase 8% em
apenas 12 meses. Foram mais de 8,5 mil quilômetros quadrados de vegetação
nativa perdidas; uma área equivalente à cidade de São Paulo. A extensão é a mais
alta desde 2016, impulsionada pelo crescimento da pecuária e da agricultura para a
exportação na região (PAJOLLA, 2022). Só em 2020, foram desmatados 7.340 km2,
a maior taxa em cinco anos. Em relação a 2019, houve aumento de 12,3% da
destruição em áreas de expansão da soja (WERNECK; ANGELO, 2021). Entretanto,
a destruição do Cerrado no Brasil não vem de hoje. De acordo com o Map Biomas, o
Cerrado já perdeu 26,5 milhões de hectares de vegetação nativa de 1985 a 2020 e a
agropecuária foi responsável por 98,8% desse desmatamento, sendo mais uma
prova do desrespeito histórico das autoridades brasileiras em relação ao patrimônio
natural. O Cerrado, vale lembrar, tem papel fundamental no abastecimento de água
no país, já que o bioma é responsável pela nascente de importantes rios brasileiros:
Rio Xingu, Rio Tocantins, Rio Araguaia, Rio São Francisco, Rio Parnaíba, Rio
Gurupi, Rio Jequitinhonha, Rio Paraná e Rio Paraguai. As águas do Cerrado
133
Ambiente do Governo Bolsonaro que ficou no cargo por anos e meio (entre 2019 e
junho de 2021), Ricardo Salles, afirmou que não conhecia Chico Mendes em uma
entrevista concedida em fevereiro de 2019 ao programa Roda Viva, e demonstrou
desprezo pela atuação do seringueiro em defesa da natureza e das causas
humanitárias. “É irrelevante, que diferença faz quem é Chico Mendes nesse
momento?”, disse (CERIONI, 2019, online).
Mesmo com grande exposição internacional, as políticas de desmonte
ambiental seguem em curso. Mais de três décadas depois do assassinato de Chico
Mendes, o Brasil ainda é um dos países que mais mata ativistas ambientais no
mundo. O relatório Last line of defence lançado em setembro de 2021 pela ONG de
direitos humanos Global Witness (2021), coleta desde 2012 dados sobre o
assassinato de ativistas no mundo e revelou que o país ocupa a 4ª colocação do
mundo entre as nações que mais matam ativistas ambientais. No cenário da
América Latina, o Brasil figura na terceira posição. Segundo o levantamento, 227
homicídios foram registrados no mundo em 2020, o equivalente a mais de quatro
mortes por semana. Cerca de três quartos dos crimes contra ativistas brasileiros e
do Peru ocorreram na Amazônia. “A exploração madeireira é apontada pelo relatório
como a principal causa dos assassinatos: 23 episódios foram associados à
atividade. O AGRONEGÓCIO e a mineração estiveram ligados a 17 homicídios”
(GALILEU, 2021, online), mostrou uma reportagem sobre o assunto veiculada na
revista Galileu.
Além de ser uma das nações que mais anula vidas de defensores ambientais,
o Brasil figura no topo do ranking dos países que mais maltratam a fauna no mundo.
O país é um dos que mais trafica animais silvestres. A prática representa 15% de
todo o tráfico de animais silvestres no mundo. Os dados são da Renctas (Rede
Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres). De acordo com a Rede,
mais de 38 milhões de animais são retirados todos os anos da natureza no Brasil de
forma ilegal e, na última década, foram lucrados mais de R$ 7 bilhões com o tráfico
de animais. Para cada dez animais retirados da natureza, no entanto, apenas um
sobrevive. A maioria dos animais traficados são vendidos ilegalmente para pet
shops, que não informam com transparência a procedência da espécie no momento
da compra. Colecionadores, zoológicos e a biopirataria – que inclui a
comercialização de espécies que produzem substâncias químicas para o
desenvolvimento de cosméticos e medicamentos – também estão entre os maiores
135
Até hoje, o julgamento do caso não foi marcado e ninguém foi preso. As
vítimas não foram totalmente indenizadas pela Vale e, muito menos, os danos
ambientais foram reparados. Das 68 multas cobradas da Vale, que totalizariam R$
552 milhões, apenas a entrada de uma, parcelada em 59 vezes, que corresponde a
1% do total, está sendo paga. O restante, a Vale recorre na Justiça. Até a população
de outras cidades afetadas pela tragédia sentem, ainda hoje, os efeitos da
contaminação por metais pesados, como doenças respiratórias e de pele (MOTA,
2019).
Em setembro de 2020, um relatório feito pela ONU após a visita de uma
comitiva do Conselho de Direitos Humanos da organização ao Brasil, afirmou que a
Vale teve uma conduta “criminosa imprudente” diante do rompimento das barragens.
O texto também denuncia a permissividade do governo brasileiro, que em nada
contribuiu para exigir o cumprimento da Lei e a reparação dos danos, tanto às
pessoas atingidas, quanto à natureza impactada. Os representantes da ONU
disseram ser “espantoso” que uma segunda barragem tenha rompido menos de
quatro anos após o desastre de Mariana. O relatório também aponta que a Vale
pressionou auditores externos a falsamente certificar a “estabilidade” da barragem
de Brumadinho e ignorou alertas sobre os riscos que as estruturas corriam nos dois
casos, incluindo também a negligência de executivos da BHP em Mariana. “Após os
desastres de Mariana e Brumadinho, nenhum executivo corporativo da Vale, BHP ou
Samarco foi condenado por conduta criminosa, uma farsa de justiça sugerindo que
alguns no Brasil estão de fato acima da lei” (ANGELO, 2020, online).
Entre 1995 e 2014, o Banco Mundial fez um estudo para calcular quanto o
Brasil perde ao não fornecer respostas adequadas a desastres naturais. Os
prejuízos apontados pelo levantamento foram na ordem de R$ 800 milhões por mês.
De acordo com o relatório, os danos econômicos acabam ainda mais agravados
quanto é a população pobre a mais afetada pelas catástrofes. "Quando a população
pobre é vítima de uma catástrofe, a perda proporcional de riqueza é de duas a três
vezes maior do que entre a não-pobre, devido à natureza e à vulnerabilidade dos
seus bens e meios de subsistência" (INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS, 2017),
destacou o Banco Mundial na pesquisa, reforçando a máxima de que é sempre a
população mais vulnerável social e economicamente, menos adequadas aos
interesses da lógica neoliberal, que mais perde diante de catástrofes e perdas do
patrimônio natural.
143
“Como ousam! Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas
palavras vazias. E, no entanto, sou uma das pessoas sortudas. As pessoas
estão sofrendo. As pessoas estão morrendo. Ecossistemas inteiros estão
em colapso. Estamos no início de uma extinção em massa, e vocês só
falam de dinheiro e contos de fadas de crescimento econômico eterno.
Como se atrevem! Por mais de 30 anos, a ciência tem sido clara. Como
ousam continuar a olhar para o lado e vir aqui dizendo que estão fazendo o
suficiente, quando a política e as soluções necessárias ainda não estão à
vista.” (Fragmento do discurso de Greta Thunberg na Cúpula de Ação
Climática de 2019) (FOLTER, 2022, online).
de muitos países à pactos internacionais e à todas as formas de vida não vão parar
de gerar consequências altamente nocivas para as pessoas e o meio ambiente
como um todo.
A esperança para alguma alteração de cenário, além de se manifestar nas
figuras de ativistas, vem também de exemplos de países, estados e municípios que
já reconhecem a natureza como detentora de direitos, como um sujeito. O
movimento representa uma nova tendência no direito mundial, que trata a natureza
como ente passível de representação judicial. O desastre de Mariana, em Minas
Gerais ocorrido em 2015, a partir do rompimento de uma barragem da Samarco,
como já mencionado na presente dissertação, levou um mar de lama tóxica até o
Rio Doce, responsável pelo abastecimento de vários municípios da região. Dois
anos depois, de modo inédito no Brasil, o próprio rio entrou na justiça, exigindo a
prevenção a novos desastres e proteção à população (LOPES, 2017). A ação é um
exemplo de esforço que ganha grande força na América Latina, e considera a
natureza também sujeito de direito, o que garante a ela capacidade de
representação judicial.
O assunto é foco das pesquisas da juíza e professora Germana Moraes
(2018), do Curso de Direito da Universidade Federal do Ceará. Ela é autora do livro
“Harmonia com a Natureza e Direitos de Pachamama” e já representou o Brasil em
assembleia da ONU, quando o tema foi discutido. A professora sugere que, por não
ser uma criação humana, a Terra é algo anterior ao ser humano, portanto, dotada de
vida própria (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2017). Outro exemplo similar
veio, em 2018, do município de Bonito, em Pernambuco, que alterou a legislação
local para conferir direitos próprios aos recursos naturais da região (LOBEL, 2018).
Em Fortaleza e São Paulo também existem projetos de lei para que o mesmo seja
feito, o que imporia maior rigidez contra crimes ambientais e fortalecimento da
proteção dos recursos naturais. As constituições do Equador, em 2008, e da Bolívia,
em 2009, buscaram desconstruir o pensamento antropocêntrico ao trazer ao capítulo
sobre o meio ambiente um nome que ficou conhecido internacionalmente:
“Pachamama”, da língua indígena quíchua que, em uma tradução mais simples,
poderia ser traduzido pelo conceito de “mãe terra” ou “mãe natureza”. O artigo 72 da
Constituição Equatoriana diz:
146
c2022). Para que esse pensamento avance com cada vez mais expressão, é
necessário reconhecer que somos parte, e não temos controle nem somos
superiores à natureza e que, por isso, a conexão e a integralidade entre ser humano
e ambiente natural são mais estreitas e necessárias do que se imagina, já que a
sobrevivência de uma parte depende da saúde de todos na teia da vida.
O livro “Qual o valor da natureza? Uma introdução à ética ambiental”, de
Daniel Braga Lourenço, músico, teólogo e médico, destaca, logo no início, que:
Não somente seres humanos, mas todos os seres vivos, animais, vegetais e
até mesmo micro-organismos, pelo mero fato de serem vivos (o critério
fundamental é a essência biológica), possuiriam um interesse fundamental
em realizar suas potencialidades biológicas. Seriam centros teleológicos de
vida (LOURENÇO, 2019, p. 77).
A ideia geral da teoria que ele propôs, é que a biosfera, como um todo,
tende a homeostase, produzindo e mantendo condições propícias para a
sua própria existência. A conclusão dele traduz um caminho para a
afirmação de que a biosfera poderia ser vista, não só metaforicamente, mas
de fato, como um organismo individual. Em sua visão, a Terra estaria “viva”,
pois “todo o espectro da vida na Terra, das baleias aos vírus, dos carvalhos
às algas, pode ser considerado como constituindo uma única entidade viva,
capaz de manipular a atmosfera da Terra para acomodar suas demandas e
possuidora de faculdades. E poderes muito superiores aos de suas partes
constituintes”.
A hipótese Gaia, que consiste em tratar a biosfera como um organismo vivo,
autônomo, recupera a intuição holista com uma pitada espiritual, na medida
em que há referência a uma entidade divina, Gaia. A tese envolve a ideia de
que a biosfera (Gaia) é muito mais resiliente que a maior parte dos
ambientalistas normalmente imaginam. A mensagem, por mais paradoxal
que possa soar, é de que a natureza como um todo não seria frágil, e que
muitas das nossas medidas de salvaguarda, atualmente presentes no
âmbito do direito ambiental, seriam desnecessárias. Todavia, Gaia teria
“órgãos vitais”, e esses órgãos seriam o seu ponto fraco. As áreas
pantanosas., as florestas tropicais e as plataformas continentes, para
Lovelock, seriam exemplos de sistemas que poderiam colocarem risco a
estabilidade do todo.
Gaia não seria apenas mais um organismo qualquer, ela possuiria
demandas, interesses e formas específicas de interação que a qualificariam
praticamente como um autêntico sujeito moral. Na mitologia grega, Gaia
representa a mãe universal de todos os seres. Com o desenvolvimento do
mito, passou a ser confundida com Vênus, Ceres, Cibele ou Juno. É
normalmente representada pela figura de uma mulher gigantesca, de
formas pronunciadas e seios volumosos.
O filósofo Anthony Weston diz que Gaia não é somente um organismo. Está
mais para uma pessoa. A biosfera pode ser vista como um ser integrado de
acordo com a hipótese Gaia, e ela monitora seus próprios estados e se
adapta de acordo com as suas necessidades. Personificá-la, chamando-a
por um nome, pode, portanto, ser totalmente apropriado. Se esse for o caso,
podemos invocar em sua defesa a já estabelecida defesa do valor inerente
das pessoas. Podemos ser chamados a repensar nossa concepção acerca
do conceito de pessoa e a presunção de que somente seres humanos (ou
organismos que se assemelham a nós) contam como pessoas
(LOURENÇO, 2019, p. 384-386).
perto de 600 habitantes – que vivem na Ilha Rasa. A área é contígua à Estação
Ecológica de Guaraqueçaba, a primeira Unidade de Conservação pública criada na
região, em 1982, e que abriga os manguezais mais bem conservados do Atlântico
Sul. A Guaricica, em Antonina, também abriga outra importante fonte de água que
abastece regiões vizinhas. No caso da Reserva Natural das Águas, também em
Antonina, ela é responsável por disponibilizar. Água captada por uma empresa
municipal, que garante o abastecimento de toda a população urbana de Antonina,
estimada em 19.420 habitantes, segundo dados do IBGE de 2017. No caso de
Antonina, com cerca de 80% de seu espaço constituído de áreas naturais, muitas
delas em áreas de proteção estaduais ou federais.
A SPVS é uma das maiores apoiadoras de outra iniciativa, que busca a
proteção de um remanescente de Mata Atlântica ainda mais significativo: a Grande
Reserva Mata Atlântica. As três reservas da SPVS ficam localizadas neste território,
que compreende mais de 2,7 milhões de hectares de Mata Atlântica somados a mais
de 2,2 milhões de hectares de ecossistemas marinhos ainda preservados,
localizados entre os estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. A Grande
Reserva é compartilhada por 60 municípios e abriga uma enorme e diversa vida
selvagem, montanhas, cavernas, cachoeiras, baías, manguezais, unidades de
conservação e praias do oceano Atlântico, além de cidades coloniais das mais
antigas do Brasil e comunidades indígenas e históricas. A iniciativa da Grande
Reserva foi lançada no segundo semestre de 2018, a partir da inspiração de um
exemplo que veio do Parque Iberá, na província de Corrientes, na Argentina. Ao
longo de 13 anos, o biólogo espanhol Ignácio Jiménez-Pérez trabalhou pela
Conservation Land Trust (CLT) no projeto de Esteros Del Iberá, na Argentina, para
recuperar a região, que sofria com a degradação ambiental de décadas de
exploração desenfreada.
5 CONCLUSÃO
medidas como essas tivessem sido tomadas desde o início da crise sanitária. Além
disso, o setor da saúde foi outro fortemente prejudicado pela gestão Bolsonaro. Só
em 2019, com a aprovação em dezembro de 2016 da Emenda Constitucional 95, a
Saúde perdeu R$ 20 bilhões em investimentos. Na gestão de Bolsonaro, a ocupação
de cargos técnicos por militares e indicações políticas sem qualificação ocorreram
como nunca desde a criação do Sistema Único de Saúde, o SUS. O desmonte do
programa Mais Médicos, que levou mais de 15 mil médicos, a maior parte cubanos,
para regiões do Brasil onde havia escassez ou ausência desses profissionais,
também prejudicou o acesso à saúde dos menos favorecidos.
No Brasil de Bolsonaro, flagrantes de pessoas lutando contra a fome também
entraram para a história. Elas foram filmadas em frente ao Mercadão Municipal de
São Paulo, buscando ossos de carne na caçamba de descarte do local. No país em
que a fome avança a passos largos, são registrados índices igualmente significativos
em exportação de alimentos. Muito do que se produz hoje no país, utilizando solo,
água, sol e outros serviços ecossistêmicos, é vendido ao mercado internacional. A
política cambial da gestão Bolsonaro incentiva as exportações, promovendo uma
acelerada concentração de renda no país.
Na área da Educação, os desmontes também foram dramáticos. Os gastos
com o setor nos primeiros dois anos do governo Bolsonaro foram os menores desde
2015. A situação impactou fortemente as instituições de ensino superior e técnicas
federais. No primeiro ano da gestão, em 2019, o Ministério da Educação utilizou
apenas R$ 39 milhões – equivalente a 6% do orçamento previsto – para
investimentos nas dez maiores universidades federais do Brasil. Para 2021, reduziu
em quase R$ 5 bilhões o orçamento do Ministério da Educação (MEC) para o ano.
Foram bloqueados R$ 2,7 bilhões do MEC. De 2020 a 2021, houve um encolhimento
no orçamento do MEC de, aproximadamente, R$ 27 bilhões. 2020, aliás, foi o ano
com o menor gasto do MEC com Educação Básica desde 2010. A Educação foi a
área mais atingida pelos cortes orçamentários de Bolsonaro para 2021. O Ministério
da Educação contou com quase R$ 5 bilhões a menos em recursos para
investimentos na área. A gestão Bolsonaro também falhou na garantia de educação
para mais de cinco milhões de crianças e adolescentes no país. A situação é a pior
do Brasil em duas décadas. Cerca de 80% dos alunos entre 6 e 17 anos, mesmo
matriculados, não conseguiram ter acesso ao ensino à distância ou a aulas
presenciais em 2020, durante a pandemia. O impacto foi ainda maior entre pessoas
160
negras, de baixa renda e indígenas. O chamado Novo Ensino Médio, uma proposta
surgida na Base Nacional Curricular Comum (BNCC), ainda durante o governo de
Michel Temer, por meio da Medida Provisória (MP) 746/2016, acabou aprovada e
ganhou mais destaque no governo Bolsonaro. A proposta tem, entre seus objetivos,
a promessa de uma educação técnica profissionalizante, mas, na verdade, substitui
a formação escolar ampla por cursos de baixa complexidade que passam a ser
ofertados por atores privados, e não mais pelas escolas públicas. A solução
distancia ainda mais os jovens de estudos de áreas relacionadas às ciências
humanas, como, por exemplo, história, sociologia, ciência, filosofia e política.
Bolsonaro também não foi responsável pela gestão mais aberta às práticas
democráticas de relativas à liberdade de opinião, expressão e cobrança da
transparência. O desmonte de conselhos, comissões e colegiados que contavam
com a participação da sociedade civil e freavam a aprovação de propostas abusivas
contra desmontes socioambientais, por exemplo, foi uma constante durante a
gestão. A chamada “lei da mordaça, como ficou conhecida, também proibiu, em
março de 2021, que servidores do ICMBio falassem com a imprensa sem
autorização prévia e determinou que toda a produção científica dos servidores do
Instituto passasse a ser autorizada por superiores antes de ser tornada pública. O
primeiro semestre de 2020 já havia encerrado com o pior índice da história em
termos de concessão de dados públicos pela LAI. Entre janeiro e junho daquele ano,
órgãos federais decidiram abrir as informações em apenas pouco mais da metade
das 86.656 solicitações recebidas (54%). A lei entrou em vigor em 2012 e, desde
então, o índice de acessos concedidos nunca tinha ficado abaixo de 65%.
No que se refere à segurança, em 2020, os homicídios também voltaram a
subir após dois anos de queda, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Mais de 50 mil pessoas morreram naquele ano, vítimas de mortes violentas ou
intencionais. Isso equivale a uma morte contabilizada a cada dez segundos. As
disputas do crime organizado, que também cresceu no país, e o aumento de armas
de fogo nas mãos de civis são alguns dos responsáveis pelo problema. O país
praticamente dobrou em um ano o número de armas registradas em posse de
cidadãos, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em
julho de 2021 pelo Fórum de Segurança Pública. Houve 186.071 novos registros em
2020, um aumento de 97,1% em um ano. Bolsonaro sempre foi um dos maiores
incentivadores da posse de armas de fogo.
161
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