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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA

RELATÓRIO DE VISITA À EMPRESA


(ITD Transformadores)

SÃO CAETANO DO SUL


2016
TATIANA BAGHTCHEDJIAN PRATA R.A. 13.02415-9
CAMILA NUNES MOLLO R.A. 1302427-2

RELATÓRIO DE VISITA À EMPRESA


(ITD TRANSFORMADORES)

DISCILPLINA: EPM301 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DA


PRODUÇÃO

PROFESSOR: ANTÔNIO CARLOS DANTAS CABRLA

CURSO: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO TURNO: DIURNO

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AGRADECIMENTO

Agradecemos a todos os funcionários da empresa ITD transformadores que nos receberam e


foram muito solícitos durante toda a visita. Em especial, um agradecimento ao dono na
fábrica, David P. Silva, que nos acompanhou durante nossa visita, dispondo de seu tempo e
atenção.

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SUMÁRIO

COMPROVANTE DA VISITA........................................................................................5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................6

DADOS DA EMPRESA....................................................................................................7

I – MATÉRIAS PRIMAS UTILIZADAS..........................................................................8

II - INSUMOS: ENERGIA ELÉTRICA, ÁGUA, ESGOTO, VAPOR E GASES


INDUSTRIAIS..................................................................................................................9

III – ARRANJO FÍSICO INDUSTRIAL..........................................................................9

IV – MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DA PRODUÇÃO...........................................11

V. SISTEMA DE PRODUÇÃO DA FÁBRICA.............................................................12

VI – SISTEMA DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL...................................................14

VII – PRODUTO FINAL PRODUZIDO........................................................................14

VIII - AÇÕES AMBIENTAIS, TRATAMENTO DE EFLUENTES E RESÍDUOS


INDUSTRIAIS................................................................................................................15

CONCLUSÃO.................................................................................................................16

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COMPROVANTE DA VISITA

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INTRODUÇÃO

A visita técnica foi realizada dia 8 de novembro de 2016 na empresa ITD


Transformadores. A empresa atua principalmente na fabricação e fornecimento de
transformadores de tamanhos e materiais variados. Além disso, também são produzidos
carregadores de celular, porém de acordo com o fabricante este negócio não mais é
significativo para a empresa devido a concorrência com os produtos da China, logo estes
não foram considerados no trabalho. Trata-se de uma empresa de médio porte que
trabalha principalmente por sistema de encomenda.

A fábrica está localizada na zona Sul de São Paulo no bairro Jardim São Bernardo. O
dono da empresa nos auxiliou e percorreu a área de escritório e fábrica enquanto provia
informações sobre os processos e máquinas ali presentes. Não há na fábrica muita
padronização dos produtos, sendo assim decidimos analisar o processo com uma visão
um pouco mais generalizada, procurando perguntar sobre a existências de exceções e
produtos que exigissem uma abordagem diferente.

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DADOS DA EMPRESA
Razão Social: Transformadores
Endereço: R João Amos Comenius, 713, Jardim São Bernardo , São Paulo - São Paulo

Telefone: (11) - 5928-2815


E-mail: pathy@pathytransformadores.com.br
Visitantes: Camila Nunes Mollo
Tatiana Baghtchedjian Prata

Data da visita: 08 de novembro de 2016


Tabela 1 – Dados da empresa visitada e da visita

A ITD Transformadores fabrica transformadores de tamanhos e aplicações variadas.


Entre seus produtos foram citados: transformadores a seco monofásico e trifásico;
transformadores com isolamento; transformadores envoltos por proteção plástica,
metálica ou anti chama; carregadores de celular.

A capacidade produtiva, de acordo com David P. Silva é difícil de ser medida pois são
produzidos transformadores de diversos tamanhos e não há uma divisão bem definida do
quanto pode ser produzido de cada exatamente. Ele exemplificou a situação através dos
extremos: a capacidade de produção considerando apenas os menores dos
transformadores é em torno de 50 mil por mês, enquanto para os maiores se estimou em
torno de 5 mil por mês. Considerando tais variações, a capacidade fica em média 30 mil
transformadores por mês.

A situação atual do país impactou bastante a demanda por transformadores da empresa,


de acordo com o dono suas vendas e pedidos caíram muito nos últimos meses e a
produção média atual é de 16 transformadores ao mês, praticamente a metade da
capacidade da fábrica. Foi citado, também, que há outra unidade da fábrica na mesma rua,
porém esta é utilizada apenas quando a demanda é suficientemente alta.

A empresa possui site próprio, porém este não apresenta muitas informações além do
catálogo de produto. Não foi possível encontrar dados sobre o histórico, faturamento ou
situação econômica. Pudemos encontrar, entretanto, dados para contato, um catálogo com
128 produtos numerados e ilustrados e a seguinte lista de linha de produtos:

 Autos Transformadores a Seco Monofásico e Trifásico de 1 à 100Kva


 Transformadores a Seco Isolados Monofásico e Trifásico de 1 à 80 Kva
 Transformadores isolados para Painéis Elétricos/Eletrônicos, Automação
Industrial, Estabilizadores, Balanças, Fontes, etc.
 Transformadores e Indutores para Fonte Linear e Chaveada (baixa e alta
frequência)
 Transformadores Montados em gabinetes metálicos e caixas plásticas normal ou
anti chamas

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I - MATÉRIAS PRIMAS UTILIZADAS

O fabricante citou que não produz os componentes do transformador, comprando-os de


fornecedores e realizando a montagem em sua fábrica, tendo assim uma relação apenas
de comprador com seus fornecedores. Entre as matérias primas, dentro deste contexto,
foram citadas: rolos de fio de cobre de diferentes diâmetros e comprimentos, chapas
metálicas, abraçadeiras de diferentes tamanhos e modelos, pregos, componentes
eletrônicos, material isolante (poliéster), carcaça e lâminas de ferro silício em diferentes
tamanhos. A quantidade recebida e processada não foi dita pois esta varia muito com cada
tamanho e modelo.

o Recebimento e estocagem

A matéria prima é recebida por transporte terrestre, sendo na maioria realizado através de
caminhões. A área do estoque é de 120m2, organizada por uma classificação alfabética
onde os componentes são alocados em cestos e dispostos de modo a facilitar o
recolhimento sequencial de componentes (Figura 1). Todo cesto possui uma ficha Kardex
para controle e estas são atualizadas conforme a movimentação de materiais no cesto em
questão. No setor administrativo, o estoque é atualizado conforme as notas emitidas. A
quantidade de matéria prima utilizada é estimada por meio de uma média mensal e a
reposição é feita baseada nesta e, também, “conforme vai acabando”.
Os índices de refugo e perdas de matéria prima não possuem método de controle formal,
são feitas “na base da realidade” e com considerações do histórico: percebeu-se que o fio
fino tem maiores chances de quebrar, por exemplo.

Figura 1 – Almoxarifado da ITD Transformadores

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II - INSUMOS: ENERGIA ELÉTRICA, ÁGUA, ESGOTO, VAPOR E GASES
INDUSTRIAIS

Os insumos presentes na fábrica são energia elétrica, água, esgoto, mão de obra e
materiais terceirizados.
Atualmente, a ITD Transformadores possui um gerador de energia com capacidade de
50.000 kW, que é utilizado com casos de emergência. O consumo médio mensal de
energia elétrica não foi fornecido pela empresa.
A fábrica não apresenta caixa d’água e utiliza a Sabesp para o abastecimento de água e a
coleta de esgoto. O consumo médio mensal de água não foi fornecido pela empresa.
A ITD Transformadores apresenta um total de 30 funcionários, sendo que 10 trabalham
na parte administrativa. O proprietário teve que realizar alguns cortes devido a crise
financeira enfrentada pelo país, porém afirma que quantidade atual é suficiente para
atender a demanda da empresa.

III - ARRANJO FÍSICO INDUSTRIAL

Figura 2 – Foto das células da linha de produção

Como a fábrica admite novos projetos de acordo com os pedidos dos clientes (diferentes
especificações), consideramos a variedade de produtos alta, e com volume médio
proveniente de uma produção parcialmente repetitiva. Então, classificamos o processo
como jobbing.
Já o tipo de layout utilizado na fábrica pode ser considerado misto, uma vez que apresenta
arranjos físicos celulares e por processo.

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O arranjo físico por processo é o mais utilizado, pois quando o pedido é padrão, o produto
segue um roteiro pré-definido que passa pelas bancadas de bobinadeiras, acabamento,
chapeamento e impregnação.
O arranjo físico celular é utilizado quando há a necessidade de fazer um projeto novo
(produto sob encomenda), no qual um operário faz a maior parte das operações em uma
mesma bancada. O produto não segue um roteiro, o funcionário apenas move os itens de
necessários de soldagem e o kit com as matérias primas para a bancada, e realiza grande
parte do processo ali.
Segundo o proprietário, dificilmente ocorrem mudanças no arranjo físico da empresa e
ele não acredita que mudanças são necessárias, devido ao sucesso na execução das
operações para atender a demanda dos clientes.
Segue o esboço do layout da fábrica:

Figura 3 – Configuração física do térreo da fábrica.

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Figura 4 – Configuração física do 1º andar da fábrica.

IV – MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DA PRODUÇÃO

Na fábrica são utilizadas várias matérias primas, como rolos de fio de cobre, chapas
metálicas, abraçadeiras, pregos, componentes eletrônicos, material isolante (poliéster),
carcaça e lâminas de ferro silício. Para cada transformador é utilizado uma quantidade
diferente de matéria prima.

Algumas das máquinas e equipamentos que forma vistas na fábrica são:

 Bobinadeira manual

 Bobinadeira MGT- 010

 Máquina de selar plástico por vibração

 Máquina de teste

 Solda

Sobre os equipamentos “gargalos” o único que conseguimos localizar foi a Bobinadeira


manual, pois nela é possível enrolar um material por vez enquanto na Bobinadeira

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automática (Bobinadeira MGT – 010) é possível enrolar quatro. Além da velocidade da
Bobinadeira manual ser reduzida.

Não foi fornecido nenhuma informação específica a respeito das máquinas da linha de
produção.

V. SISTEMA DE PRODUÇÃO DA FÁBRICA

Como dito anteriormente, no dia da visita, foram encontrados 30 funcionários, sendo 20


da produção.

O processo começa na parte administrativa, com os pedidos dos clientes, que dependendo
do pedido, pode ser um novo projeto que precisa cadastrar no sistema para gerar uma lista
de matéria prima. Com a lista de matéria prima em mãos, um funcionário responsável
pelo controle do almoxarifado separa todas as matérias primas necessárias no projeto,
organizado – as em kits, e envia para a linha de produção da fábrica. Toda a matéria prima
é terceirizada, e quando chega na fábrica é dividida em duas partes de prateleiras que
estão ou não conformes, como podemos ver na figura 5.

Figura 5 – Divisão das matérias primas conformes e não conformes

A linha de produção começa nas bancadas de bobinadeira, nas quais o funcionário


especializado enrola o fio de cobre disponível na bobinadeira para enrolar no material e,
assim, começar a construir um transformador. A bobinadeira utilizada é a automática,
com possibilidade de enrolar quatro materiais por vez. Também existe na fábrica uma
bobinadeira manual, porém é menos utilizada.

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O material enrolado com fio de cobre é transportado para a bancada de acabamento, onde
um operário especializado coloca os fios necessários para a formação do transformador e
o solda. Feito isso, é transportado para a bancada de chapeamento.

Na bancada de chapeamento é colocada uma lâmina e a abraçadeira nesse material


recebido. O funcionário termina a operação colocando a carcaça e fechando o
transformador. Assim como nas outras bancadas, é necessário que este processo seja
realizado por um funcionário especializado. Depois de pronto, o transformador é
transportado para uma sala separada.

O próximo processo é a impregnação, que, devido ao cheiro forte do verniz, é necessário


que seja realizado numa sala separada das outras células. O transformador vindo da
bancada de chapeamento é mergulhado no verniz e depois deixado numa estufa durante
um tempo para ser realizado a cura do verniz. Após esse processo, nós temos o
transformador pronto.

Após o processo de impregnação, é colocado uma etiqueta de identificação no


transformador, depois embalada e transportada para o cliente final.

Dentro do processo do transformador, o controle de qualidade é realizado por meio de


testes, e segundo o dono, o teste é realizado em 100% dos transformadores fabricados.
Eles realizam um teste elétrico, mecânico e visual dos transformadores. Caso algo esteja
errado, o funcionário faz uma marca no transformador, que volta para a linha de produção
para que o erro seja corrigido.

O espaço onde é feita a linha de produção dos transformadores é bem iluminado,


utilizando principalmente a luz natural, e muito bem arejado, utilizando cerca de cinco
ventiladores num espaço pequeno para conseguir proporcionar melhores condições de
trabalho para os funcionários. Na sala de impregnação, também existe o uso de um
exaustor para diminuir o cheiro do verniz.

Os donos da IDT transformadores se preocupam muito com a segurança de todos os


funcionários. Os funcionários devem utilizar o EPI recomendado e também proteção para
utilizar as máquinas. A localização da fábrica não é muito segura, porém toda a fábrica é
protegida com muros altos e câmeras de segurança.

Não foram fornecidos detalhes sobre o tempo de ciclo da produção de um transformador,


porque segundo o dono que nos acompanhou durante a visita, esse tempo varia muito de
transformador para transformador já que cada um possui um projeto diferente. Entretanto,
ele nos informou que aproximadamente uma vez ao mês mede o tempo dos trabalhadores
nas etapas de produção de alguns modelos mais comuns e mantém os dados coletados em
uma planilha do Excel para estimar o tempo de produção de determinado pedido.

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VI - SISTEMA DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

De acordo com os dados fornecidos pela empresa, não existe nenhum meio de
manutenção preventiva, portanto só é realizado quando há necessidades de reparos. Como
as máquinas são simples, os próprios funcionários que trabalham com ela podem perceber
um possível mal funcionamento, informar aos seus superiores e assim, realizar a sua
manutenção.
Não foi fornecido nenhum tipo de informação a respeito de formulários e controles de
manutenção, e por ser uma empresa pequena, não apresenta Setor de PCM Programação
e Controle da Manutenção ou estoques e peças de reposição.
Também não existe estoques e peças de reposição caso haja necessidade de manutenção.
Quando há a necessidade de reparo, e peça é comprada na hora, portanto há um tempo
maior de tempo de setup da máquina.

VII - PRODUTO FINAL PRODUZIDO

Os transformadores são fabricados, em sua maioria, por meio de pedidos baseados no


catálogo de produtos da empresa, permitindo modificações e adaptações necessárias. O
consumidor entra em contato com a loja por telefone ou e-mail e faz o pedido para
orçamento. O orçamento é feito pelos funcionários do setor administrativo, que verificam
o estoque e a necessidade de realizar novos pedidos de materiais e componentes. Uma
vez que o orçamento é aprovado, o pedido é lançado no sistema. De forma geral, o produto
final é um transformador de tamanho e materiais variados, podendo estar contido em uma
carcaça para proteção ou não, dependendo do uso que será feito pelo cliente.
O produto final é posicionado em prateleiras metálicas próximas ao portão da garagem,
de onde são retirados para entrega, sendo esta feita com o uso de transporte próprio ou
transportadora, no caso de destinos mais distantes. Não é utilizado palete, mas sim caixas
de papelão que são carregadas pelos trabalhadores até o veículo.

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Figura 6 – Transformador produzido na ITD Transformadores

VIII - AÇÕES AMBIENTAIS, TRATAMENTO DE EFLUENTES E RESÍDUOS


INDUSTRIAIS

A fábrica não apresenta ações ambientais concretas, mas procura incentivar os


funcionários a separarem os resíduos para coleta. Itens como papéis, PVC e capas de fios
são coletados e levados para reciclagem. Já os resíduos de solda e cobre são levados a
terceiros que os derretem e vendem de volta. Resíduos de ferro e outros materiais são
mandados ao ferro velho.
Não há geração de resíduos industriais e o tratamento de efluentes é o relacionado ao
esgoto comum.

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CONCLUSÃO

Concluímos que algumas informações fornecidas as instalações da fábrica são adequadas


para atender a demanda atual da empresa.
Além disso, acreditamos que a empresa poderia se preocupar mais com as questões
ambientais, já que não é um ponto que eles levam consideração. Por exemplo: poderiam
utilizar água de reuso para alimentar a fábrica.
Acreditamos que para esse tipo de linha de fabricação, o arranjo físico da fábrica está
condizente, uma vez que não há muitos cruzamentos de fluxo.

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