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Pigmentos

Maria Clara Ferreira Fortunato

Mário Antônio Martins Júnior

Victor Piau Nigro


Para um pigmento ser considerado assim,
O que são? deve seguir uma série de exigências, que entre
as mais importantes estão: Ser um pó macio e
São substâncias coloridas, finamente divididas, finamente dividido; ser insolúvel no meio em
que passam seu efeito de cor a outro material. qual é utilizado; resistir à ação de luz solar
sem mudar de cor; não deve exercer ação
Quando um pigmento é misturado ou moído em química prejudicial sobre o meio ou sobre
um aglutinante para formar uma tinta, ele não outros pigmentos com os quais será
se dissolve, mas permanece suspenso ou disperso misturado.
no líquido.

As substâncias coloridas que se dissolvem em Figura 1: Pigmentos em pó da marca xadrez.


líquidos são os chamados corantes.

Podem ser classificados em orgânicos e


inorgânicos

Fonte: Fotografia tirada pelo autor.


Pigmentos orgânicos e inorgânicos
Existem muitas formas de se classificar os pigmentos. A mais comum é de acordo com sua
origem, podendo ser orgânicos e inorgânicos.

Inorgânica (mineral) Orgânica

1. Terras-naturais: ocre, sombra-natural, 1. Vegetal: gamboge, índigo, garança, etc.


etc. 2. Animal: cochonilha, amarelo-indiano, etc.
2. Terras naturais calcinadas: sombra- 3. Pigmentos orgânicos sintéticos.
queimada, siena-queimada, etc.
3. Cores sintéticas inorgânicas: amarelo-
de-cádmio, óxido de zinco, etc

Em geral, os pigmentos derivados de fontes naturais são menos permanentes que as cores
sintéticas comuns. Os pigmentos orgânicos sintéticos são caracterizados por grande brilho e
intensidade. Muitos deles são permanentes, porém outros, sobretudo os mais antigos são
efêmeros. Pigmentos orgânicos são aqueles derivados de hidrogênio e carbono. Pigmentos
inorgânicos não são formados por carbono e hidrogênio; eles contém átomos de metal. Em
alguns casos os pigmentos orgânicos são tornados menos solúveis em solventes orgânicos pela
inclusão de compostos metálicos em sua composição.
Pigmentos naturais e artificiais

Uma outra forma possível de se classificar os pigmentos, é dividi-los entre os naturais e artificiais.
Contrariando o que se é esperado, a história dos pigmentos não segue a linearidade de serem
primeiro utilizados os naturais e mais recentemente os artificiais.

Figura 2: uma das paredes da gruta de Chauvet.


Um exemplo disso são os pigmentos pretos
preparados artificialmente através da
calcinação de madeira. Com cerca de 30 mil
anos, a gruta de Chauvet, na França, está
repleta de desenhos que utilizaram desse
pigmento.

Disponível em: https://arqueologiaeprehistoria.com/2014/06/23/caverna-de-chauvet-recebe-


da-unesco-o-status-de-patrimonio-mundial/ . Acessado em 26/09/2023
Outro exemplo de pigmento artificial é o azul egípcio, provavelmente
o primeiro pigmento sintético; obtido por fusão de cobre, sílica e
calcário que já era preparado no 3° milênio a.C.. foi o principal
pigmento azul utilizado Egito antigo e da civilização romana.

Entre alguns exemplos de pigmentos naturais notáveis durante a


história da pintura estão: o azul ultramarino (extraído do lápis-
lazúli), o vermelho cinábrio (sulfureto de mercúrio), a terra verde
(extraído de minerais argilosos como como a celadonite, a glauconite e
a clorite) e os ocres (vem principalmente da terra).
Pigmentos Tóxicos
O uso de pigmentos em pó secos podem ser prejudiciais à saúde, e devem ser manuseados com
cuidado, evitando a inalação e o contato com a pele.

Alguns pigmentos como o branco-de-chumbo ou outros compostos que contém, cobaltos, cádmios e
manganês, têm recebido considerável atenção pois vêm sendo considerados tóxicos.
Esses materiais podem ser manuseados com segurança se as mãos e unhas forem bem limpas após o
uso e não forem inalados ou engolidos.
Esses pigmentos agem como venenos cumulativos, ou seja, se pequenas quantidades forem
absorvidas pelo sistema não há efeito aparente; este só surge a longo prazo quando altas
quantidades são absorvidas.
Figura 3: Chumbo, usado para fazer Figura 4: Cádmio, usado para fazer o
o pigmento branco-de-chumbo pigmento amarelo-de-cádmio

Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/cadmio.htm .


Disponível em: https://www.fsp.usp.br/prevencao-da-contaminacao-por-chumbo/ .
Acessado em 26/09/2023
Acessado em 26/09/2023
Pigmentos inertes
Pigmentos inertes são pigmentos brancos ou quase brancos que possuem baixo índice refrativo,
portanto possuem pouca ou nenhuma opacidade.

Essa categoria de pigmentos é muito versátil e usada para diversas finalidades no mercado. Na
tinta óleo, é muito comum que os fabricantes adicionem esses pigmentos para facilitar a mistura
de cores dentro de uma certa linha, nivelando a potência tintorial de outros pigmentos.

Outras funcionalidades notáveis são: produzir revestimentos brilhantes e brancos em tintas


aquosas, alterar a maciez (como no caso do guache) ou até mesmo baratear o preço dos produtos.
Os pigmentos inertes comercialmente disponíveis mais importantes são:

Hidrato de alumina Argila da China Mica


Asbestina Gipsita Pedra-pomes
Baritas Terra-infusiorial Silício
Blanc fixe Carbonato de magnésio Talco
Gesso-cré Pó de mármore Carbonato de cálcio
Pigmentos e tintas comercializadas
• Hoje em dia, é bem mais comum que os artistas comprem as tintas prontas ou os pigmentos já
preparados, do que façam eles desde o começo do processo.

• As tintas são vendidas em tubos, enquanto os pigmentos já vem em sua forma moída. É
comum que encontremos esses materiais no mercado sob os nomes:

Branco de Titânio Branco de Zinco Negro de Fumo


Azul da Prússia Ultramarino Francês Verde de Cromo

Viridian Vermelhão Vermelho de Cádmio

Amarelo Cádmio Amarelo de Nápoles Úmbria


Entre outros...

Também são comercializados os pigmentos em pó.


Figura 5: Pigmentos em pó da marca xadrez
Uma das mais comuns, é a da marca Xadrez.
São pigmentos feitos à base de óxido de ferro,
muito utilizados para tingir argamassa. Pode
ser encontrado mais facilmente em lojas de
materiais de construção.

Disponível em: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-3425422137-pigmento-em-po-xadrez-500g-tinta-pintura-


diversas-cores-. Acessado em 26/09/2023
Referências:

MAYER, Ralph. Manual do artista. 5° Edição. Martins Fontes. 1980.

CRUZ, A.J. Os Pigmentos Naturais Utilizados em Pintura. 2007. Departamento de Arte, Arqueologia e Restauro, Instituto
Politécnico de Tomar, Quinta do Contador, Estrada da Serra, Tomar, Portugal. Centro de Química e Bioquímica, Faculdade de
Ciências da Universidade de Lisboa, Campo Grande, Portugal. Disponível em http://www.ciarte.pt/artigos/pdf/200701.pdf
Acesso em: 25, agosto, 2023.

CRUZ, A.J. A matéria de que é feita a cor Os pigmentos utilizados em pintura e a sua identificação e caracterização. 2000.
Encontros de Conservação e Restauro - Tecnologias", Instituto Politécnico de Tomar. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4137390/mod_folder/content/0/a-materia-de-que-e-feita-a-cor.pdf. Acesso em:
25, agosto, 2023.

GÓIS, L., Z.C de Miranda. Tintas da Terra, O uso dos pigmentos naturais para uma pintura sustentável. 2016.
Universidade Federal de São João Del-Rei. São João Del-Rei. Disponível em : https://www.ufsj.edu.br/portal2-
repositorio/File/artes/IC_TINTAS_DA_TERRA.pdf. Acesso em: 25, agosto, 2023.

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