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Retomada:
Os cinco “mares sulcados” pela epistemologia ambiental
● Interdisciplinaridade e articulação de ciências
● Exterioridade do ambiente e relações de poder
● Racionalidade ambiental: razão e valor; pensamento e ação
● Saber ambiental: o Outro do conhecimento
● Complexidade ambiental e diálogo de saberes
● Premissa para reflexão: saber ambiental e seus saltos epistêmicos
Cap 2. O eterno retorno: Reflexão da epistemologia ambiental
“O conhecimento não avança em uma evolução contínua, mas por rupturas epistemológicas e mudanças de paradigmas.”
p. 71 (Bachelard, Canguilhem, Althusser, Foucault e Kuhn)
Questão: “O pensamento dialético é suficiente para aprender a raiz, as causas e o núcleo da insustentabilidade do
capitalismo; para analisar, entender e resolver os conflitos socioambientais e as lutas entre as classes sociais e os
grupos de interesses nos processos de apropriação sociocultural da natureza e para orientar a construção social de
um futuro sustentável?”
→ O capítulo apresenta uma análise crítica do modo de produção capitalista e sua relação com a crise ambiental.
→ Discute a primeira e segunda contradições do capital e como elas se relacionam com a exploração da classe
trabalhadora e a degradação ambiental.
→ A primeira contradição se refere à exploração da classe trabalhadora pelo capitalismo, que é a base do sistema
capitalista.
→ O texto também aborda a capitalização da natureza e a privatização dos bens e serviços ambientais, que levam
à apropriação destrutiva da natureza gerada pela própria racionalidade econômica.
Cap 3. Do pensamento dialético ao diálogo de saberes: contradição, diferença e outridade na transição da
modernidade para a pós modernidade.
Natureza e ecologia
→ O socialismo ecológico é apresentado como uma corrente de pensamento que busca unir o materialismo histórico
com a ecologia, reconhecendo que a crise ambiental é uma consequência direta do modo de produção capitalista.
→ O socialismo ecológico é uma corrente de pensamento que busca integrar a luta pela justiça social com a luta pela
preservação do meio ambiente, reconhecendo que essas duas lutas estão intimamente ligadas.
→ Por fim, a solução para essa crise só pode ser alcançada por meio da superação do capitalismo e da construção de
um sistema socialista que leve em consideração a natureza e suas limitações.
Cap 3. Do pensamento dialético ao diálogo de saberes: contradição, diferença e outridade na transição da modernidade
para a pós modernidade.
Pensamento dialético, ecológico e complexo: encontros e alianças
Pensamento dialético:
● Moldou nossa concepção de mundo
● Oferece princípios gerais para entender a transformação do real
● Dialética fundamentada na contradição social (Marx)
● Pensamento dialético fundamentado na materialidade dos processos naturais (Engels)
Pensamento Ecológico:
● Visão ecológica e holística da natureza
● Modelo de pensamento dialético que é transferido para a ordem social
● Pensamento pós-estruturalista
● Idéia de totalidade
● Contradição -> complementaridade, integração, evolução e sinergia
Natureza
● Entidade socialmente construída e mediada culturalmente
● Ressignificação por sentidos culturais, interesses sociais e poderes econômicos
Cap 3. Do pensamento dialético ao diálogo de saberes: contradição, diferença e outridade na transição da modernidade
para a pós modernidade.
A construção da racionalidade ambiental.
DUALIDADES CARTESIANAS
DUALIDADES COMPLEMENTARES
Cultura Natureza
BINÔMIOS
Cap 3. Do pensamento dialético ao diálogo de saberes: contradição, diferença e outridade na transição da modernidade
para a pós modernidade.
A construção da racionalidade ambiental.
“As diferenças culturais podem gerar conflitos e oposições; mas também alianças e sinergias positivas que emergem
justamente de sua heterogênese e do encontro de suas diferenças.”
“Assim, na perspectiva da sustentabilidade, a degradação entrópica é inevitável; mas pode alcançar um estado de
estabilidade e equilíbrio (dialético, mas não contraditório) com processos neguentrópicos.”
A problemática ecológica não poderá ser resolvida nem pela internalização dos custos ecológicos no cálculo
econômico nem através do confronto entre classes sociais e da resolução de conflitos ambientais dentro da
racionalidade dominante. A contradição entre a racionalidade econômico-tecnológica e a racionalidade ambiental
chama a renovar o pensamento, a percepção, o sentimento e a ação.
Cap 3. Do pensamento dialético ao diálogo de saberes: contradição, diferença e outridade na transição da modernidade
para a pós modernidade.
A construção da racionalidade ambiental.
Relação de outridade: relação ética, de responsabilidade e deferência.
“Assim, o princípio de contradição deve ser ressignificado na perspectiva de um diálogo de saberes entendido como
o encontro e o confronto de proposições, ideias, visões, formas de ser e modos de produção diferentes, mais que
de entidades e interesses opostos e contraditórios.”
“A prática dialógica é mais criativa que o pensamento dialético; o diálogo abre possibilidades para além da “síntese”
para a qual se desenvolveriam as “contradições objetivas” para superar o atual estado de coisas.”
reconhece:
ECOLOGIA POLÍTICA ● as lutas políticas pela apropriação
da natureza
RACIONALIDADE AMBIENTAL
● os interesses antagônicos pela
NOVOS ATORES SOCIAIS apropriação social da natureza
visões, interesses, valores e saberes
diversos.
Cap 3. Do pensamento dialético ao diálogo de saberes: contradição, diferença e outridade na transição da modernidade
para a pós modernidade.
A construção da racionalidade ambiental. Racionalidade ambiental:
● fecundidade das relações com o Outro,
SABER AMBIENTAL ● produtividade da complexidade ambiental,
● encontro de interesses antagônicos e diálogo
Diálogo de saberes forjados por diversas matrizes de: de saberes
A racionalidade ambiental opõe-se:
● racionalidade ● a todo princípio de homogeneidade do mundo
respondem a diferentes visões de mundo, e de unidade do conhecimento
● identidade ● a todo pensamento global e totalizador
imaginários, códigos de linguagem, interesses e
● significado estratégias de poder pela apropriação social da
natureza
● sentido
“A construção de um futuro sustentável não será o
resultado de um consenso global em um mundo
homogêneo, mas da fecundidade da humanidade que
encontro entre: surge da disjunção do ser, da diversidade cultural e
do encontro com o outro.”
➢ complexidade do real
Necessidade de repensar as
➢ complexidade do pensamento diversas formas de ser no
mundo e a constituição do ser
através do saber.
Cap 3. Do pensamento dialético ao diálogo de saberes: contradição, diferença e outridade na transição da modernidade
para a pós modernidade.
A construção da racionalidade ambiental.
Re-flexão do pensamento sobre o já pensado abrir o caminho para o que falta pensar
“A construção de um futuro sustentável, como um devir guiado por uma racionalidade ambiental, desencadeia as
potencialidades do real, a produtividade ecológica da natureza e a fertilidade da vida, através da criatividade cultural
e do diálogo de saberes.”
antagonismos, assim como de complexidades, diferenças e responsabilidades coletivas, onde o ser das
coisas — a natureza — e os seres humanos se unem para criar sinergias criativas e produtivas. O mundo
se transforma. A partir do limite da racionalidade econômico-tecnológica que domina a natureza e a
humanidade, se abre o caminho para a sustentabilidade, a equidade e a justiça, baseadas em uma
política da diversidade, da diferença e da outridade, e guiadas por uma racionalidade ambiental.”
Final
RACIONALIDADE AMBIENTAL: pensar a relação do ser com o saber.
“Navegar é preciso, viver não é necessário, costumava dizer Fernando Pessoa, seguindo Nietzsche, que escrevera:
“É necessário navegar, deixando para trás nossas terras e os portos de nossos pais e avós; nossos barcos têm de
buscar a terra de nossos filhos e netos, ainda não vista, desconhecida”. Assim se pensa o saber ambiental.”