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Acadêmica: Maiara Felix Boeira

Curso: Geografia Licenciatura


Disciplina: Geografia Física Cultural
Professor: Mario Zasso Marin

O paradigma, segundo Thomas Kuhn, representa realizações científicas reconhecidas


universalmente, gerando problemas e soluções modelares. Kuhn diferencia "ciência normal" e
"ciência extraordinária", destacando a constante revolução científica. Paradigmas, conjuntos de
valores aceitos, transitam ao longo do tempo, envolvendo lutas subparadigmáticas e transições.
A atual crise socioambiental revela falhas no paradigma vigente, centrado no crescimento
econômico, enquanto a mudança climática destaca a ação antrópica como sua principal causa.
A crise do paradigma desenvolvimentista envolve dimensões econômicas, científicas e morais,
exigindo uma abordagem socioambiental para compreender a interconexão entre sociedade e
natureza.
A problemática ambiental, emergente desde os anos 1960, é discutida nos meios
acadêmicos como intrinsecamente ligada ao modo de vida ocidental, abordando questões
econômicas, sociais, culturais e espirituais. A relação desequilibrada com a natureza reflete a
relação entre indivíduos e sociedades. A crise ambiental vai além da destruição da natureza,
revelando uma crise mais ampla na sociedade centrada em objetivos econômicos. Autores como
Horkheimer e Maturana enfatizam a interconexão entre problemas sociais, econômicos e
ambientais. A racionalidade econômica predominante desde o século XVIII, baseada no
crescimento econômico, mostra-se míope em relação aos desafios socioambientais,
fragmentando a natureza e ignorando seu valor intrínseco.
A dicotomia entre sistemas ecológicos e sociais tem origens diversas, sendo apontadas
influências do criacionismo, civilização grega e evolucionismo. A definição de recursos
humanos e naturais na perspectiva econômica destaca uma sobreposição prejudicial. O conceito
de resiliência busca representar a interdependência entre sociedade e natureza, transcendendo a
dicotomia ambiente x sociedade. A tragédia dos comuns é questionada, defendendo-se modos
alternativos de apropriação de recursos naturais. A visão sistêmica e interdisciplinar emerge
como uma abordagem mais apropriada para compreender a complexa interação entre ambiente
e sociedade, desafiando a fragmentação tradicional do conhecimento. A interdisciplinaridade,
impulsionada pela demanda da realidade, é vista como crucial para resolver os problemas
contemporâneos complexos.
A problemática socioambiental propõe uma mudança de paradigma, com foco na
sustentabilidade como pré-requisito para o desenvolvimento. Essa transformação, baseada na
visão sistêmica e interdisciplinar, busca uma revisão moral e ética fundamentada na ecologia.
A resolução dos problemas ambientais envolve valores como emancipação e não-violência
ativa, questionando o modelo desenvolvimentista ocidental. A utopia da sustentabilidade aposta
na convergência da diversidade, fraternidade e amor entre os seres humanos e a Terra,
desafiando o paradigma econômico linear e promovendo uma consciência ampliada dos
desafios socioambientais.

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