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MILAGRES DE JESUS

A fé realizando o impossível

LIÇÃO 1 – O QUE É MILAGRE


Texto do dia: “E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, levanta-te e anda” (At. 3.6).

SÍNTESE: O milagre acontece de acordo com a vontade e a permissão de Deus.


AGENDA DE LEITURA
TEXTO BÍBLICO – Atos 3:1-10
QUINTA - Mc 6.7-13:
Jesus outorga poder aos
1 Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona. seus discípulos
2 E era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual
todos os dias punham à porta do templo chamada Formosa, para pedir SEXTA - Tg 5.14-20: A
esmola aos que entravam. oração que salva o
3 Ele, vendo a Pedro e a João, que iam entrando no templo, pediu que lhe doente
dessem uma esmola.
4 E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. SÁBADO - Mc 16.15-20:
5 E olhou para eles, esperando receber alguma coisa. A ordem suprema e sua
6 E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso lê dou. confirmação
Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.
SEGUNDA – Dt 13.1-5:
7 E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e
A permissão divina para
tornozelos se firmaram. provar
8 E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo,
andando, e saltando, e louvando a Deus. TERÇA – Dt 18.21,22:
9 E todo o povo o viu andar e louvara Deus; Identificando um falso
10 e conheciam-no, pois era ele o que se assentava a pedir esmola à Porta profeta
Formosa do templo: e ficaram cheios de pasmo e assombro pelo que lhe
acontecera. QUARTA – Mc 6.5,6: A
incredulidade atrapalha
o milagre
INTRODUÇÃO

Neste segundo trimestre de 2021, estudaremos um tema oportuno – Os Milagres de Jesus. Excetuando as primeiras
duas Lições que têm como objetivo introduzir o assunto, e a última que conclui a revista, todas as demais lições
tratarão de um dos muitos milagres realizados por nosso Senhor Jesus Cristo. O ministério terreno do Mestre foi
marcado por muitos sinais miraculosos. Uma vez que o Senhor não mudou, certamente este trimestre será pontuado
pela manifestação divina e muitas curas e milagres acontecerão. No ensejo deste estudo lembremos que o Senhor é
o mesmo e, por isso, Ele virá em nosso socorro e nos agraciará com toda a sorte de bênçãos celestiais. Aproveitemos
esse período para receber o milagre que tanto precisamos e, posteriormente, testemunhemos para a glória do nome
do Senhor.

1. O MILAGRE

1.1. O que é milagre? Autores há que defendam a ideia de que o milagre seja a suspensão momentânea das leis
naturais e outros que advogam justamente o contrário, ou seja, o milagre é a “normalidade” e a expressão
exata do que deveria acontecer em um mundo governado pelas Leis divinas e sem a mancha do pecado. Tal
discussão contém verdade e conflito tanto de um lado quanto de outro. O fato mais importante é que o
milagre, tal como se entende biblicamente, trata-se de uma intervenção sobrenatural de Deus na ordem dos
acontecimentos e diz respeito a algo extraordinário (João 4.46-54; 6.1-14; At. 4.22).
MILAGRES DE JESUS
A fé realizando o impossível

1.2. A função do Milagre: O propósito do milagre, invariavelmente, é prestar socorro e glorificar o nome do
Senhor (Lc 13.10-17). Ele não é resultado da vontade humana e nem produto da capacidade de quem quer
que seja, mas vem única e exclusivamente da parte de Deus (Tg 1.17). Portanto, qualquer tentativa de usurpar
a glória do Altíssimo constitui-se em “roubo”, pois a sua glória Ele não dará a outrem (Is 42.8).
1.3. A “imprevisibilidade” como característica do milagre. Apesar de o milagre chegar em momentos de
dificuldade e de grande aflição, não é prudente “agendá-lo”, decretá-lo ou mesmo determiná-lo, pois é Deus
“o que opera […] tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13). Em casos
excepcionais, em que parece ter havido um “agendamento” para o milagre, certamente Deus pode ter
comunicado ao coração dos seus servos para que tal acontecesse (1Rs 17.1; 18.41-46, Tg 5.17,18). Contudo,
fora esses casos específicos, devemos confiar no Senhor de todo o nosso coração, mas sem querer manipular
o Eterno.

2. PERIGOS QUE RONDAM O MILAGRE

2.1. Apego excessivo ao miraculoso. Acostumar-se ao miraculoso encerra um grande perigo que é desprezar o
sagrado, tornando-se ingrato (Nm. 11.6), Todavia, “viciar-se” em tudo o que parece extraordinário,
desprezando a ordinariedade, pode ser igualmente perigoso. O servo de Deus precisa aprender a contar com
a dependência divina sem descuidar de sua parte no processo da manutenção da vida, ou seja, deve buscar
o equilíbrio (Pv. 30.7-9). Alcançar tal equilíbrio não parece difícil, entretanto, o que se verifica é uma
tendência à polarização: quando tudo vai bem tornamo-nos relapsos quanto à oração e nem nos lembramos
que o dom da vida depende de Deus e é um milagre, por outro lado, se estamos em tribulação, clamamos
desesperadamente pela intervenção divina.
2.2. Idolatria popular em relação a quem foi o canal divino. Já se disse, com propriedade, que ninguém torna
uma multidão refém de si sem antes tornar-se dela refém, José foi bastante claro ao dizer que não estava
nele a capacidade de revelar alguma coisa a Faraó, mas que Deus daria resposta de paz ao governante (Gn
41.16). Portar-se de tal forma pode parecer fácil, entretanto, a própria história bíblica registra casos em que
pessoas se esqueceram de tributar ao Senhor a glória que lhe é devida e acabaram sofrendo as consequências
de tal comportamento (2 Rs 5.20-27; Dn 4.28-33). É preciso muito cuidado por parte de quem Deus opera
através de sua vida, pois a tentação de sentir-se idolatrado é grande. Da parte do povo igualmente é preciso
cuidado, pois este pode levar àquele que foi o canal divino a exaltar-se, porém, Deus cobrará de cada um,
individualmente, a responsabilidade de reconhecer-lhe a glória.
2.3. perigo do descompromisso. Entre os grandes ensinamentos do Sermão do Monte, o Mestre chama a atenção
ao proferir que “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em
teu nome, não expulsamos demónios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?”; ao que Ele lhes
responderá: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.22,23). Que
terrível final para quem tanto fez em nome de Deus! O perigo do descompromisso ronda todos aqueles que
se entregam ao trabalho do Mestre, mas esquecem de fazer a vontade do Pai (Mt 7.21). A vontade do Pai é
que o obedeçamos, em humildade e temor, submetendo-nos a sua Palavra (Jo 14.21).

3. O CONTRASTE DA RELIGIOSIDADE COM A PALAVRA DO EVANGELHO

3.1. O coxo ficava à Porta Formosa do Templo. A religiosidade é pródiga em premiar aparências e desconsiderar
o principal (Mt 23.23-28). A descrição de Lucas parece conter uma dose de ironia, pois diz que à hora da
oração, “era trazido um varão que desde o ventre da sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta
do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3.2). Um mendigo deficiente colocado
todos os dias na porta, cujo nome era Formosa, do suntuoso Templo dos judeus. Que contraste! Enquanto se
praticava a religiosidade com todos seus protocolos litúrgicos, um homem jazia, diariamente, à porta
reluzente do Templo padecendo necessidade e ninguém se incomodava com a situação. A insensibilidade
tomara conta dos oficiais da religião, bem como do povo, de forma tão intensa que ninguém mais percebia o
quanto era equivocada tal coexistência.
MILAGRES DE JESUS
A fé realizando o impossível

3.2. A cura do homem e o exemplo de Pedro e João. Certamente dirigidos pelo Espírito de Deus, os apóstolos
Pedro e João foram ao Templo e se depararam com o homem que jazia á porta Formosa (At 3.1,3), Pensando
em receber esmolas, mal sabia o coxo que ao dirigir-se àqueles dois homens sua vida mudaria. Em vez de
uma ajuda paliativa, que ainda gerava status religioso para o “benevolente” (Mt 6.1-4), o homem recebeu a
cura divina e, instantaneamente, levantou-se tomado pela mão direita “e entrou com eles no templo,
andando, e saltando, e louvando a Deus” (At 3.8). O povo, que conhecia o homem que diariamente estava no
Templo, ficou admirado e aglomerou-se junto a Pedro e João, mas estes, como verdadeiros servos do Deus
Altíssimo, comportaram-se humildemente, tributando ao Senhor toda honra e toda glória pelo grande
milagre que acabara de ocorrer (At 3.11,12). É esta a postura recomendada para quem afirma temer a Deus
e não quer usurpar a glória do Senhor para si.
3.3. O milagre e a palavra do Evangelho. O milagre, apesar de socorrer a alguém em um momento de grande
necessidade, serve igualmente como oportunidade para a pregação do Evangelho. Na verdade, o Evangelho
completo traz em si a possibilidade do socorro através do milagre (Mc 16.15-20). Quando o povo, atônito,
acorreu aos apóstolos, Pedro rapidamente tratou de pregar o Evangelho, demonstrando biblicamente, que
através da fé em Jesus, a quem os judeus preteriram em favor de um homicida, foi possível realizar o milagre
que a multidão acabara de presenciar (At 3.13,14,16). Não é de se estranhar que Pedro e João tenham sido
presos e levados ao Sinédrio no outro dia (At 4.1-22), pois o povo desviou a atenção dos sacerdotes voltando-
se para os apóstolos. Nesta segunda oportunidade em que Pedro pregou o Evangelho, o número de
conversões chegou a quase cinco mil.

CONCLUSÃO

Os milagres são intervenções poderosas de Deus para socorrer-nos em momentos de aflição. Eles, sob hipótese
alguma, devem ser usados como forma de autopromoção, exibicionismo ou coisa parecida. A glória do milagre
pertence somente ao Senhor Jesus Cristo. Ele operou muitos milagres e tributava toda a glória ao Pai (João 11.41,42),
Que possamos ser canais de Deus para que milagres aconteçam em nossas vidas e através delas, porém, sem nos
esquecer que a glória pertence ao Senhor.

Referência Bibliográfica:

 Revista da CPAD – Milagres de Jesus – A fé realizando impossível - 2018

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