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É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC

VOLUME 1
LIVRO DO PROFESSOR
Ensino
Fundamental
ANOS FINAIS

HISTÓRIA

CC101365112 CO EF 07 INFI 02 1B LV 01 MI DHIS PR CAPA.indd 2-4 20/09/23 17:40


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
HORÁRIO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO

ESCOLA:
DADOS

NOME:

TURMA: NÚMERO:

HORÁRIO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO

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É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
VOLUME 1

Grupos 1, 2 e 3

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EDITORIAL

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


COC –SISTEMA
PLATAFORMA
COC DE
DEENSINO
EDUACAÇÃO

Diretor de produtos e conteúdo Vinícius Santos Daltro


Gerência de produtos editoriais Matheus Caldeira Sisdeli
Gerência de design Cleber Figueira Carvalho
Coordenação de produtos editoriais Cláudia Dourado Barbosa
Coordenação editorial de conteúdo Michelle Y. Urcci Gonçalves
Coordenação de design Daniela Amaral, Vanessa Cavalcanti
Autoria Tatiana Adas Gallo
Editoria responsável Paula Christina Bin Nomelini
Editoria pedagógica Anita Adas
Editoria de conteúdo Breno Carlos da Silva, Rafael dos Santos Ferreira
Controle de produção editorial Lidiane Alves Ribeiro de Almeida
Assistência de editoria Jurema Aprile
Preparação e revisão gramatical  abiana Carla Cosenza Oliveira, Mariane de Mello Genaro Feitosa,
F
Milena Contador Lotto
Organização de originais Luzia Helena Fávero, Marisa Aparecida dos Santos e Silva
Editoria de arte Antonio Amarante Itapura de Miranda, Vanessa Cavalcanti
Coordenação de pesquisa e licenciamento Thiago Fontana
Pesquisa e licenciamento  ndrea Bolanho, Catia Trancoso, Jaqueline Lima, Natalie Coppola,
A
Paula Quirino, Rebeca Fiamozzini, Sandra Sebastião
Editoria de Ilustração Bruna Tiso, Carol Plumari
Ilustração 
Danilo Dourado - Red Dragon Ilustrações, Leopoldo Anjo &
Estúdio Pastelaria
Capa Paula Coelho
Crédito imagem capa tatsushi/stock.adobe.com
Projeto Gráfico APIS design integrado
Diagramação e arte final APIS design integrado, Felipe Frade, Patrik Lanfredi
Coordenação multimídia Alberto Rodrigues
PCP George Romanelli Baldim, Paulo Campos Silva Jr., Victor Prado

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COC – Plataforma de Educação.

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OKANAKDENIZ/DREAMSTIME
GRUPO

AUTO-ORGANIZAÇÃO
2

“O fascinante processo de cooperação não se sustenta sozi-


nho sem ajuda. As bactérias são capazes de perceber a pre-
sença de outras por meio de sondas químicas instaladas em
suas membranas, e podem até distinguir as suas parentes
das forasteiras pela estrutrura molecular dessas sondas.
Esse é um modesto precurso da nossa percepção baseada
em imagens.

Esses surgimentos em ordem tão estranha revelam o imen-


so poder da homeostase. O indomável imperativo homeos-
tático, atuando por tentativa e erro, selecionou natural-
mente soluções comportamentais disponíveis para vários
problemas da gestão da vida. Os organismos vasculharam e
avaliaram, impremeditadamente, a física de seu ambiente
e a química dentro de suas membranas e, da mesma forma,
chegaram a soluções no mínimo adequadas, mas frequen-
temente boas para a manutenção e a prosperidade da vida.
O espantoso é que, quando configurações de problemas
comparáveis foram encontradas em outras ocasiões, em
outros pontos da emanharada evolução das formas de
vida, foram encontradas as mesmas soluções. A tendência
a determinadas soluções, a esquemas semelhantes, a algum
grau de inevitabilidade, resulta da estrutura e das circuns-
tâncias de organismos vivos e de sua relação com o ambien-
te, e depende da homeostase de forma assombrosa.”

António Rosa Damásio

As redes neurais artificiais são modelos matemáticos


computacionais inspirados na auto-organização neural de
organismos inteligentes. Essas redes matemáticas adqui-
rem conhecimento por meio da captação de informações
do ambiente, que são então mapeadas e processadas de
modo a se constituir um importante processo de melhora
no desempenho de soluções generalizadas para uma
classe de problemas.

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R

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M A PA I N T E R D I S C I P L I N A

Este mapa mostra a ligação entre os conteúdos


das disciplinas, sendo ponto de partida para
um trabalho interdisciplinar.

LÍNGUA
PORTUGUESA
Verbo, estrutura básica
da oração, concordância, CIÊNCIAS
10

textos normativos e
MATEMÁTICA efeitos de sentido
DA NATUREZA
Condições de existência da
Conjunto ℤ e operações CS CN HI AR
vida, ciclos biogeoquímicos
com números inteiros
e organização de redes
tróficas
CS GE AR EF
GE MA

EDUCAÇÃO GRUPO HISTÓRIA


FÍSICA
Capoeira 2 Estado Moderno e
Absolutismo
Auto-organização
CS AR AR

ARTE GEOGRAFIA
O som e os instrumentos Domínios
de uma orquestra morfoclimáticos
CIÊNCIAS
CN MA HI
SOCIAIS CS MA
Várias culturas

AR HI LP
A incursão pela ideia de inteligências múltiplas e pelas par-
ticularidades e formas de aprendizado é uma oportunidade
de promover um trabalho interdisciplinar ao utilizar-se dos
conteúdos das disciplinas como exemplos. Sugerimos abor-
dar as seguintes inteligências: lógico-matemática, espacial,
linguística, naturalista, interpessoal e intrapessoal; estas duas
últimas podem ser associadas com o conteúdo específico de
Ciências Sociais.

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ANOTAÇÕES

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/  /

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HISTÓRIA

HERITAGE IMAGES/GETTY IMAGES

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HISTÓRIA
158

Iluminura representando a coroação de Felipe Augusto da França, no século XII, com a


presença de Henrique II da Inglaterra. Faz parte das Crônicas de Saint-Denis, uma com-
pilação de textos em latim, dos séculos X ao XII, pertencente à Basílica de Saint-Denis,
primeira construção em estilo gótico na arquitetura de Paris, na França.

CAPÍTULO 3 ESTADO MODERNO


OBJETIVOS DO GRUPO
• Explicar o significado de “modernidade” e suas lógicas de
inclusão e exclusão, com base na concepção europeia.
SUMÁRIO • Identificar as relações entre as Reformas Religiosas e
os processos culturais e sociais do Período Moderno na
CAPÍTULO 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 Europa e na América.
• Descrever os processos de formação e consolidação das
Estado Moderno
monarquias e suas principais características, com vistas à
compreensão das razões da centralização política.
• Discutir as razões da transição do mercantilismo para
o capitalismo.

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Explicar aos alunos que a centralização monárquica eu-
ropeia, apesar de ter sido um movimento relativamente
comum aos países europeus, tinha algumas exceções,
como Portugal, que se centralizou precocemente, no
século XII, e Itália e Alemanha, que só promoveram a unificação política no final do século XIX. Comentar também que esse processo de formação das Monarquias
Nacionais foi se desenvolvendo até se consolidar como o Absolutismo monárquico.

SEM AUTORIZAÇÃO COC


É importante ressaltar que a formação dos Estados Modernos, embora esteja historicamente situada na Baixa Idade Média, também faz parte do processo de longa
duração do advento da modernidade abordado no Grupo anterior, com o Renascimento; por isso, a centralização do poder culmina no sistema absolutista.
Módulo 10
PARA IR ALÉM
CENTRALIZAÇÃO DO PODER Camponeses
Entre os séculos XIV e XVI, a Europa passou por um processo de centrali- Até aqui, falamos sobre o
zação política com base na figura do rei, de modo a organizar as nações rei, a nobreza e a burguesia,
mas, nesse contexto, não
europeias em Estados Nacionais Modernos que, com o tempo, evoluíram
podemos deixar de citar os
para monarquias absolutistas. Estas possibilitaram a interferência do po- camponeses.
der público na vida privada, estabelecendo leis e regulando a economia, a Com o enfraquecimento da
sociedade, a religião e a vida dos cidadãos de modo geral. nobreza, ocorreram algu-
mas revoltas camponesas
e, com isso, coube aos reis
Europa na Baixa Idade Média intermediar a relação entre
nobres e camponeses. Es-
Na Baixa Idade Média, a Europa estava dividida em vários feudos. Cada um tes passaram a considerar o

159 HISTÓRIA
deles tinha seu sistema de pesos e medidas, moeda e sistema de taxação rei o provedor da justiça e
o detentor do poder, o que
e de arrecadação de impostos. Havia, por exemplo, imposto sobre o uso da auxiliou o fortalecimento do
estrada, pedágio nas pontes, porcentagem sobre as vendas realizadas nos poder real, colaborando para

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feudos, pedágio de hospedagem etc. Isso gerava grande instabilidade, pois a centralização do poder e a
consequente formação das
cada senhor feudal cobrava esses impostos de acordo com seus critérios, Monarquias Nacionais.
o que prejudicava o desenvolvimento da burguesia, porque encarecia os
produtos. Dessa forma, a burguesia tinha interesse em unificar o sistema

FLORILEGIUS / ALAMY STOCK PHOTO


de pesos e medidas, instituir uma moeda nacional, padronizar os impostos
e estabelecer um sistema jurídico uniforme.
O rei também se ressentia do poder político e militar dos senhores feu-
dais, embora muitos nobres tivessem se enfraquecido com as derrotas nas
Cruzadas. De qualquer forma, era de interesse do monarca retomar o terri-
tório nacional e diminuir os poderes locais. Para tanto, ele precisava de um
exército poderoso, capaz de combater os exércitos senhoriais, o que reque-
ria muitos gastos.
Este é o momento oportuno para aplicar o
exercício 1 da seção “Para conferir”, referente
Aliança rei-burguesia ao módulo 10.

Aproveitando-se do interesse recíproco, o rei e a burguesia firmaram um


acordo com o objetivo de enfraquecer o poder da nobreza.
Com base nessa aliança, a burguesia financiaria os exércitos para o rei, forta-
lecendo-o e, consequentemente, unificando o poder estatal. Em troca, receberia A gravura, feita por Leopold Massard,
em 1834, é uma representação de
um sistema único de pesos e medidas e uma moeda própria seria instituída, Renaud de Saint-Vincent, burguês
de Senlis, que morreu em 1290.
assim como proteção, favores e leis, que facilitariam a atividade comercial.
Surgia, dessa forma, a Monarquia Nacional, com o rei
GRANGER HISTORICAL PICTURE ARCHIVE /
ALAMY STOCK PHOTO

acima da nobreza e da burguesia, equilibrando-se entre


os interesses de uma e de outra, as quais necessitavam
do Estado para preservar seus privilégios.
Com a centralização do poder político, o rei ganhou
prestígio e, com o tempo, passou a ser considerado o
representante de Deus na Terra. Dessa
A iluminura, do
forma, o poder que o rei exercia foi século XII, mostra
ampliado. Iniciava-se, assim, o proces- o rei Luís VII e
seus conselheiros
so que levou ao Absolutismo monár- em conversa com
representantes da
quico, que estudaremos adiante. burguesia.
Retomar o movimento das Cruzadas e seus desdobramentos, assim como o surgimento da burguesia no final da Idade Média e sua contínua ascensão, especial-
mente após a aliança estabelecida com a realeza. Explorar as imagens propostas, destacando o ano de suas produções, de modo que os alunos possam fazer
a leitura das suas fontes históricas, enfatizando-se a diferença na representação entre a imagem que foi produzida no século XII e a que foi feita no século XIX.

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Explicar aos alunos a consolidação da monarquia em Portugal e de que forma ela foi fundamental para as expansões

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ultramarinas, que ainda serão estudadas, uma vez que ela tornou possível a concentração de recursos que seriam
direcionados para as expedições marítimas. Portugal conseguiu, ainda, um importante desen-
Módulos 11 e 12 volvimento técnico, essencial para empreender navegações em alto-mar.
NOTA
FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS
O primeiro Estado Moderno
A consolidação da monar- Monarquias ibéricas
quia por tuguesa com a
Revolução de Avis tornou Para entender a formação das Monarquias Nacionais ibéricas, é preciso lembrar
possível considerar Portugal que a Península Ibérica foi ocupada pelos árabes muçulmanos no século VIII,
o primeiro Estado Moderno. levando os cristãos a se fixarem ao norte da península. Formaram-se, assim,
Além disso, as medidas de
Dom João I, especialmente fa- quatro reinos cristãos: Leão, Castela, Navarra e Aragão. Tais reinos passaram
voráveis à burguesia mercan- a empreender a chamada Reconquista, que eram batalhas travadas para
til, permitiram o aumento do expulsar os muçulmanos, também conhecidos como “mouros” na Península
comércio e o consequente en-
riquecimento da monarquia, Ibérica, ou seja, grupos islâmicos originários do norte da África.
CAPÍTULO 3

em função da arrecadação de
impostos. O fortalecimento Monarquia portuguesa
da monarquia proporcionou,
também, uma importante No século XI, Dom Henrique, cavaleiro que auxiliou na incorporação do reino
estabilidade política, que, de Leão a Castela, recebeu, como pagamento por seus serviços, terras que for-
160

aliada aos motivos anterio-


res, foi fundamental para o
mavam a propriedade conhecida como Condado Portucalense. Mais tarde,
pioneirismo português nas em 1139, formou-se o Reino de Portugal, quando o filho de Dom Henrique,
expansões marítimas, que es- Afonso Henriques, declarou a independência do reino em relação a Castela.
tudaremos adiante.
Nesse contexto, as lutas pela Reconquista continuaram, até que a região
de Algarve foi anexada ao reino português, conquista que conferiu prestí-
gio e poder aos monarcas, cujos exércitos se fortaleceram.
Entretanto, em 1383, a dinastia fundada por Dom Henrique de Borgonha
extinguiu-se e o trono português ficou vago. A nobreza, em sua maioria aliada
a Dom Fernando, rei de Castela, previa a tomada de poder por ele, o que ge-
rou forte reação por parte da burguesia, de
Península Ibérica nos séculos XII e XIII
alguns nobres e do povo português.
ALL MAPS


REINO DE
Santiago de
NAVARRA Lyon Esse episódio ficou conhecido como
Compostela
40°
REINO DE
LEÃO Avignon
Revolução de Avis, cujo líder foi Dom João,
N
REINO DE Toulose Gênova conhecido como Mestre de Avis. Em 1385,
PORTUGAL REINO DE REINO DE a vitória sobre os opositores levou-o a su-
CASTELA ARAGÃO Marselha
Lisboa bir ao trono português como Dom João I
Toledo Barcelona Córsega
(1385-1433), consolidando-se, assim, a mo-
Faro narquia portuguesa.
Sardenha
OCEANO
Granada
MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA, LISBOA.

ATLÂNTICO Mar Este é o momento opor-


Mediterrâneo tuno para aplicar o exer-
cício 2 da seção “Para
conferir”, referente aos
Domínios dos almorávidas Túnis módulos 11 e 12.
(1147-1209)

Dom João I, rei


de Portugal, em
ich

retrato que está,


Greenw

0 210 km atualmente, no
Museu Nacional
de Arte Antiga, em
VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico: geral & Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 69. Lisboa, Portugal.

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Perry Anderson, historiador e ensaísta político inglês, ao tratar da formação do Absolutismo monárquico na Espanha, com o casa-

SEM AUTORIZAÇÃO COC


mento de Fernando II e Isabel I, afirmou que: “O dinamismo político e militar do novo Estado dual logo se revelaria, de maneira dra-
mática, em uma série de vastas conquistas externas. O último reduto mouro em Granada foi destruído, completando a Reconquista;
Monarquia espanhola
PARA IR ALÉM
A formação da monarquia espanhola está associada à união de dois dos
reinos cristãos do norte da Península Ibérica: Castela e Aragão. Ainda que Sucesso do Absolutismo
espanhol
os quatro reinos da região empreendessem a Guerra da Reconquista, eles
A monarquia espanhola
também disputavam propriedades e poder. tornou-se uma grande
A união dos reinos de Castela e Aragão, por meio do casamento de potência europeia. Ainda
que Portugal tenha sido
Isabel de Castela e Fernando de Aragão, em 1469, aumentou os domínios
pioneiro nas navegações
e fortaleceu o poder real, agora concentrado nas mãos desses monarcas. ultramarinas, as condições
A ampliação do território do novo reino ocorreu rumo ao sul da penín- dos reinos de Castela e
Aragão, especialmente o
sula, com a expulsão dos árabes. Apesar de o território de Granada ter sido amplo comércio de Castela
o último a ser conquistado, em 1492, esse acontecimento foi importante, com a região de Flandres e
pois marcou o fim das Guerras de Reconquista, a definitiva expulsão dos de Aragão, o que a tornava

161 HISTÓRIA
uma verdadeira potência
muçulmanos e a consolidação do Reino da Espanha. territorial e comercial, tor-

Monarquia francesa naram possível a expulsão


definitiva dos árabes mu-

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çulmanos e a chegada à
Após o Tratado de Verdun, assinado em 843, que dividiu o antigo Império América, ambas ocorridas
Carolíngio entre os netos de Carlos Magno, o poder dos senhores feudais em 1492, formando uma das
voltou a aumentar. Uma série de invasões estrangeiras estimulou a doação maiores potências no con-
texto da Europa absolutista.
de mais terras à nobreza, que se fortaleceu diante de reis que controlavam
porções cada vez menores do próprio território.
Nápoles foi anexada e Navarra, absorvida; acima
No século X, a dinastia carolíngia extinguiu-se. O novo rei, Hugo Capeto, de tudo, as Américas foram descobertas e subjuga-
apoiado pela nobreza feudal, iniciou a chamada dinastia capetíngia das. A conexão Habsburgo logo acrescentou Milão,
o Franco-Condado e os Países Baixos. Essa súbita
ou capetiana. avalanche de sucesso fez da Espanha a primeira
Contudo, foi somente com o rei Felipe Augusto (1180-1223), já no século XII, potência da Europa por todo o século XVI, ocupan-
do uma posição internacional a que nenhum outro
que o poder real francês iniciou seu processo de fortalecimento. Durante Absolutismo continental jamais seria capaz de se
seu reinado, Felipe conquistou inúmeras terras, ampliando significativa- igualar. Ainda assim, o Estado que presidia esse vas-
to Império era, ele próprio, um arranjo em ruínas,
mente seus domínios, graças a um poderoso exército comandado por ele e unido, em última instância, apenas pela pessoa do
monarca”. (ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado
financiado pela burguesia local. absolutista. São Paulo: Unesp, 2016. p. 65-66).
Depois de Felipe Augusto, destacou-se o rei Luís IX

PRISMA ARCHIVO / ALAMY STOCK PHOTO


(1226-1270), que, entre outras importantes medidas, uni-
ficou o sistema monetário, cunhando uma moeda única, e
criou os tribunais, por meio dos quais os condenados po-
deriam apelar ao rei. Foi o empenho do rei Luís, durante o
movimento cruzadista, bem como sua forte ligação com a
Igreja, que lhe rendeu a canonização.
SCIENCE HISTORY IMAGES / ALAMY STOCK PHOTO

Fernando II, rei de Aragão, sua esposa, Isabel de Castela, com


sua filha Joana I (conhecida como Joana, a Louca), em iluminura
Luís IX indo para a Sétima Cruzada, em 1248. do Livro das horas de Joana I, produzido no século XVI.

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A formação da Monarquia Nacional Felipe, o Belo (1285-1314), já no século XIV, fortaleceu o poder da realeza,
francesa foi lenta e abarcou muitos
reis e diversas dinastias. Neste mo- principalmente porque obrigou o clero a pagar impostos, o que gerou um
mento, auxiliar os alunos a compreen- sério conflito entre a monarquia e a Igreja, culminando no rompimento
derem esse processo, desenhando, se
necessário, uma linha do tempo para com o papa Bonifácio VIII, de Roma, e na nomeação de um novo papa, cujo
que eles consigam acompanhar as
sucessivas mudanças dinásticas e a
papado foi transferido para a cidade de Avignon. Esse conflito, denominado
consequente consolidação do Estado Cisma do Ocidente, somente se resolveu no início do século seguinte, quan-
régio francês, que se desenvolverá
rumo a um icônico Absolutismo mo- do a sede do papado voltou a se concentrar em Roma.
nárquico.
Após seu reinado, um importante fato colaborou para o fortalecimento
do poder real: a Guerra dos Cem Anos, que durou de 1337 a 1453. Entre
os fatores que contribuíram para o início desse conflito, estavam disputas
relacionadas ao trono após a morte do rei Carlos IV, último dos capetíngios.
CAPÍTULO 3

Luís XI (1461-1483), o sexto rei da dinastia Valois, e dois de seus sucessores,


Carlos VIII (1483-1498) e Luís XII (1498-1515), conquistaram os últimos reinos
que ainda estavam sob domínio do senhorio feudal, unificando o poder.
Após esse período de conquistas, porém, a França participou de diver-
162

sas guerras civis e religiosas, que desgastaram drasticamente o reino, bem


como seu povo.
As revoltas e os conflitos que assolaram o país cessaram somente no rei-
nado de Henrique IV (1572-1610), primeiro rei da dinastia Bourbon e rei
de Navarra. Nesse período, a monarquia voltou a se reafirmar, construindo
bases sólidas para um amadurecimento acelerado do Absolutismo francês.

221A/ISTOCK

Estátua de Henrique IV, da França, também conhecido como Henrique


de Navarra, na Ponte Neuf, a mais antiga das pontes de Paris.

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A Magna Carta constitui um instrumento jurídico e político fundamental para a compreensão do desenvolvi-

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mento político ocidental, pois é um documento precoce de garantia de direitos, o que faz a formação do Estado
inglês ser dotada de particularidades. Embora houvesse os chamados Estados em toda a Europa, os parla-
Monarquia inglesa mentos locais medievais forneceram as bases para a consolidação do Parlamento inglês, que existe até hoje.

A centralização do poder na Inglaterra ocorreu com certas particularidades.


Inicialmente, é importante ressaltar que Guilherme, o Conquistador, duque
da Normandia, uma região ao norte da

LORDPRICE COLLECTION / ALAMY STOCK PHOTO


França, dominou e venceu Haroldo, tornan-
do-se rei da Inglaterra, em 1066.
Guilherme dividiu e distribuiu feudos,
obrigando os nobres, proprietários dessas
terras, a jurar fidelidade ao trono. Iniciava-
-se, assim, a centralização do poder.

163 HISTÓRIA
Quando Henrique II (1154-1189), seu bis-
neto, herdou a Coroa inglesa, a aristocracia
feudal havia se fortalecido. Ele, então, tomou

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO


medidas para retomar o poder, formando
um grande exército de mercenários e mem-
bros do povo e, com isso, obteve sucesso.
Seu filho, Ricardo Coração de Leão (1189-
-1199), quase não permaneceu em solo in-
glês, pois dedicou a maior parte de sua vida
à luta nas Cruzadas e em guerras contra o
rei francês Felipe Augusto.
João Sem Terra (1199-1216), irmão de
Ricardo, assumiu o trono, porém com poder
enfraquecido, o que o obrigou a se submeter,
em 1215, à Magna Carta, um importante
documento imposto pela nobreza que limi-
A imagem representa o rei João assinando a Magna Carta, em 1215, cena que
tava os poderes reais, como a instituição consta da obra de Henry Tyrrell, Uma história da Inglaterra para jovens.

arbitrária de impostos sem o prévio con-


sentimento de um conselho de nobres.
BRITISH LIBRARY
Henrique III (1216-1272), filho do rei João,
não cumpriu com o compromisso estabele-
cido na Magna Carta e desagradou a aris-
tocracia feudal, o que lhe rendeu a prisão.
Nesse contexto, encontra-se a origem do
Parlamento inglês, que foi criado em 1265,
e, no reinado de Eduardo III, foi dividido
em duas câmaras, as quais existem até os
dias atuais: a Câmara dos Lordes, formada
pela nobreza e pelos membros do clero, e
a Câmara dos Comuns, cujos integrantes
Original da Magna Carta, documento que faz parte do acervo da Biblioteca Britânica.
pertenciam à burguesia.

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Módulo 13
As teorias sobre o Absolutismo surgi-
ram ao longo do processo de centra-
lização do poder. Explicar aos alunos
TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO
as teorias de cada pensador, relacio- Nos módulos anteriores, vimos como se deu a formação de al-
nando-as com as considerações dos
próximos módulos. guns Estados Modernos. Pudemos perceber que, aos poucos, a
concentração do poder nas mãos dos reis foi aumentando. Com
Este é o momento oportuno para apli- isso, vários filósofos políticos, entre eles, Nicolau Maquiavel,
car o exercício 3 da seção “Para conferir”,
referente ao módulo 13. Thomas Hobbes, Jean Bodin e Jacques Bossuet passaram a se
preocupar em justificar esse fato.
A seguir, vamos conhecer as teorias desses estudiosos para enten-
der melhor esse processo de concentração do poder.
CAPÍTULO 3

Nicolau Maquiavel (1469-1527)


COLEÇÃO PARTICULAR

O livro O príncipe, de Maquiavel, é considerado o fundador da


ciência política moderna. Consiste em um tratado de governo
164

civil, dedicado a Lorenzo de Medici, governante de Florença.


Nessa obra, Maquiavel propõe um governo forte, livre da in-
fluência da Igreja, sem, entretanto, confrontá-la, afirmando que
“Nada é mais necessário do que a aparência da religiosidade”.
(MAQUIAVEL, N. O príncipe. Martin Claret: São Paulo, 2004. p. 109).
Além de sugerir a separação entre Estado e Igreja, ele entendia
que o príncipe deveria ser inflexível na gestão do Estado.

Thomas Hobbes (1588-1679)


Pensador britânico, escreveu, entre outros livros, Leviatã, obra
na qual afirma que “o homem é o lobo do próprio homem”. Para
Hobbes, se os humanos fossem deixados à própria sorte, sem o
controle de um governante, as disputas de interesses particu-
Capa da obra Leviatã, de Thomas Hobbes. lares provocariam um caos social, com lutas e guerras sem fim.
Com esse pensamento, justificava o poder absoluto do rei como
a única forma de promover a paz entre os homens e a segurança
GALLERIA DEGLI UFFIZI, FLORENCE.

dos governados.

Jean Bodin (1530-1596) e Jacques Bossuet


(1627-1704)
Bodin e Bossuet são dois filósofos que representam a teoria do
direito divino. Para eles, a autoridade real é a expressão da
vontade divina, porque o rei, segundo essa teoria, era um ho-
mem predestinado por Deus para governar o mundo.
Nesse sentido, Jean Bodin afirmava que a autoridade do rei era
a representação da vontade de Deus na Terra, devendo os súdi-
tos obediência ao monarca.
Jacques Bossuet, por sua vez, em sua obra Política tirada da
RIGAUD, Hyacinthe. Retrato de Jacques-Bénigne
Bossuet. 1698. Óleo sobre tela, 240 × 165 cm. Sagrada Escritura, defendia a ideia de que o poder do rei emana
Museu do Louvre, França.
de Deus, sendo ele (o rei) um homem predestinado a governar.

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Características gerais do Absolutismo NOTA
Esses pensadores que acabamos de estudar influenciaram as monarquias
Influência do Direito
absolutistas em várias regiões da Europa, e essa influência suscita uma Romano
questão importante: quais foram as principais características do Absolutis- A centralização do poder, de
mo monárquico? modo geral, teve como uma
de suas principais influências
Além da concentração do poder nas mãos do monarca, o processo histó- a retomada do Direito Roma-
rico relacionado a esse regime foi embasado por fatores e práticas que po- no, especialmente através do
dem ser considerados comuns, como a influência, na Europa Ocidental, do estudo nas nascentes univer-
sidades europeias.
Direito Romano cujo estudo havia florescido novamente e possibilitou, nas Nessa retomada, algumas
palavras do historiador Perry Anderson, uma “modernização jurídica”. instituições romanas se torna-
ram fundamentais, como a do
Essa modernização tornou o Estado absolutista estruturado em um am- Dominato, a qual se relacio-

165 HISTÓRIA
plo e profissional aparato militar, além de terem sido criados sistemas de nava ao poder de Imperium,
burocracia e tributação que levariam ao enriquecimento governamental e cujas bases foram utilizadas
para justificar o poder centra-
à inclusão da burguesia por meio da compra de cargos. lizado na figura do monarca.

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Nesse contexto, a política mercantilista desenvolveu-se, ampliando as
possibilidades comerciais do Estado.
VOCABULÁRIO
Do ponto de vista político, as alianças formadas por meio de casamentos
entre linhagens dinásticas de Estados diferentes também se tornaram Dominato: regime de
outro elemento caracterizador para o fortalecimento do poder centrali- governo iniciado pelo
imperador Diocleciano,
zado dos reis. em Roma, quando este
governou o Império entre

BRIDGEMAN IMAGES / EASYPIX BRASIL


284 e 305. Caracterizava-
-se como um regime mo-
nárquico, marcado pelo
despotismo e por forte
militarização.
Imperium: palavra latina
que designa o conceito
romano de autoridade; o
termo “Império”, em por-
tuguês, está diretamente
relacionado a esse termo.

A respeito da utilização das bases


do Direito Romano, Jorge Miranda
afirma que “o renascimento do Di-
reito Romano, a partir de fins do sé-
culo XI e sobretudo do século XIII, é
um dos mais importantes eventos da
história cultural europeia. Direito do
Sacro Império, os reges vão também
favorecer sua recepção na medida em
que se afirmam nos seus reinos iguais
ao imperator e constroem seu poder
à semelhança do imperador, e as ca-
tegorias jurídicas romanas vão larga-
mente enformar todas as novas cons-
truções políticas”. (MIRANDA, Jorge.
Teoria do Estado e da constituição. Rio
de Janeiro: Forense, 2005. p. 36.)
Essas bases proporcionaram uma
modernização jurídica, conforme
afirma Perry Anderson, rendendo
inovações institucionais importan-
Representação de uma das batalhas na qual o exército mercenário dos Lansquenetes atuou. Esse exército tes, como a organização militar, a
desempenhou um papel importante, durante os séculos XV e XVI, com sua participação em guerras e conflitos, sempre burocracia, a tributação, o desenvol-
servindo aos reis europeus.
vimento e a ampliação do comércio –
consagrados pela adoção do mercantilismo – e, por
fim, as alianças entre monarcas de diferentes Estados.

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Módulo 14

NOTA MERCANTILISMO
Colbertismo O desenvolvimento de um Estado centralizado, aliado aos desdobramentos
Em cada Estado europeu, a po- do crescimento do comércio, da ascensão da burguesia e da aliança entre
lítica mercantilista desenvol-
esse grupo e a monarquia, fez surgir uma nova política econômica deno-
veu-se de forma diferente. Na
França, por exemplo, o mer- minada mercantilismo.
cantilismo foi caracterizado
Nesse período, as práticas econômicas que haviam vigorado na Idade Mé-
pelo chamado colbertismo,
que era marcado pela exporta- dia já não eram mais aplicáveis; logo, o mercantilismo surgiu como política
ção de produtos de alto luxo e econômica do Estado absolutista, caracterizando-se, essencialmente, pela in-
pela produção manufatureira.
Esse termo deriva do nome do
tervenção estatal na economia, cujo objetivo era obter o máximo de recursos
CAPÍTULO 3

ministro Colbert. monetários vindos do comércio para preservar o poder absoluto do rei.
Veja, a seguir, as características e os princípios da política mercantilista.
Explicar aos alunos a política mer-
cantilista e a forma como ela se re- • Metalismo: a riqueza de um país era medida pela quantidade de
lacionava com o Estado absolutista.
metais preciosos acumulados.
166

Falar sobre cada uma das caracte-


rísticas apresentadas, relatando que • Balança de comércio favorável: consistia na ideia de que o Estado
eles ainda estudarão as navegações
ultramarinas e a exploração de ter- deve exportar mais produtos do que importar, ganhando mais com
ras estrangeiras, antecipando aspec- aquilo que vende para outras nações do que gastando com a compra
tos das relações entre metrópoles
e colônias no que diz respeito ao de mercadorias importadas. Os metais eram as principais formas de
comércio e à exploração de metais
preciosos e de outras mercadorias.
pagamento nesse período; logo, a acumulação por meio do aumento
Os alunos já estudaram, nos anos das exportações deveria ser maior do que os gastos, elevando e man-
iniciais, as expansões marítimas, a
chegada dos portugueses ao Brasil e tendo, assim, a quantidade de metais acumulados. Essa prática foi
a exploração do pau-brasil; assim, é característica do mercantilismo britânico que, na falta de colônias
possível levantar seus conhecimen-
tos prévios, relacionando a temática lucrativas, estimulou o desenvolvimento das manufaturas em seu
que será aprofundada nos Grupos território para abastecer o mercado consumidor europeu, venden-
posteriores.
Este é o momento oportuno para apli-
do produtos para países como Portugal e Espanha. Assim, conseguia
car o exercício 4 da seção “Para conferir”, acumular metais em seu território pela venda de tais mercadorias a
referente ao módulo 14.
esses países, que, para pagar por elas, transferiam para a Inglaterra
o ouro e a prata trazidos das Américas.
• Colonialismo: os países europeus deveriam do-
SCIENCE HISTORY IMAGES / ALAMY STOCK PHOTO

minar territórios em outros continentes, deno-


minados colônias. O objetivo era obter metais
preciosos ou mercadorias exóticas para serem
revendidas na Europa, além de obrigar esses ter-
ritórios a comprarem os artigos europeus.
• Intervencionismo estatal: o Estado intervia
e controlava todas as atividades mercantis, re-
gulando salários e preços e indicando as ativi-
dades nas quais a burguesia deveria investir
seu capital.
• Protecionismo alfandegário: para proteger
a produção nacional ou tentar evitar a saída
de capitais, os países europeus impuseram al-
tas tarifas sobre as mercadorias importadas,
Barcos da Companhia Holandesa das Índias Orientais, no século XVII.
As companhias de comércio promoviam o comércio marítimo, sendo um
favorecendo, assim, a manutenção da balança
importante instrumento da política mercantilista dos Estados Modernos. comercial favorável.

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Módulos 15 e 16

ABSOLUTISMO FRANCÊS PARA IR ALÉM


Vimos que a monarquia francesa foi composta por uma série de dinastias que Palácio de Versalhes
enfrentaram conflitos internos e externos, como revoltas religiosas e guerras. Você sabia que o Palácio
de Versalhes, na França,
Com Henrique IV, a monarquia já se caracterizava pela forte centraliza- é um patrimônio cultural
ção do poder, e o Absolutismo monárquico francês passou a se consolidar e francês? É também um
patrimônio mundial da
a se fortalecer cada vez mais.
humanidade, listado pela
Em seu governo, entre os anos de 1589 e 1610, ele restaurou o prestígio Unesco (Organização das
da monarquia com a edição do Édito de Nantes (em 1598), que estabeleceu Nações Unidas para a Edu-
cação, a Ciência e a Cultura),
a liberdade religiosa na França. tanto pelo seu caráter histó-
Após sua morte, seu filho, Luís XIII (1610-1643), assumiu o trono. Seu rico e simbólico relativo ao

167 HISTÓRIA
Absolutismo francês quanto
primeiro-ministro, o cardeal Richelieu, teve participação fundamental no por se tratar de um imenso
fortalecimento do Estado francês, sendo o responsável pela sua organiza- complexo arquitetônico.
ção administrativa, tornando-a complexa e racional.

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Combateu os protestantes, sendo que o confronto mais importante de que
participou se deu no cerco à cidade de La Rochelle, um reduto huguenote, EXPLORE MAIS
cujo poder estava começando a incomodar o rei. Anulou, ainda, o poder dos Os Habsburgos
nobres e trabalhou eficazmente para o Absolutismo político do rei.
Para saber mais sobre os
No plano externo, Richelieu envolveu a França, entre 1635 e 1648, na Guerra Habsburgos, acesse:
dos Trinta Anos (1618-1648) contra o Sacro Império Romano-Germânico <coc.pear.sn/9YbPFmu>.

(correspondente à atual Alemanha), apoiando as cidades protestantes con-


tra o domínio de Habsburgo, que era, até então, a principal e mais poderosa
casa dinástica da Europa, na tentativa de enfraquecê-la.
No entanto, as políticas empreendidas por Richelieu exigiram muitos
gastos, o que o levou a aumentar os impostos, que recaíam, principalmen-
te, sobre os pobres.
Após a morte de Richelieu e de Luís XIII, o cardeal Mazarino foi nomeado
para assumir o posto como ministro de Luís XIV (1643-1715), responsável
por levar o Absolutismo monárquico francês ao seu apogeu.
Para controlar os nobres e tê-los sempre à sua disposição, Luís XIV cons-
truiu o Palácio de Versalhes, uma gigantesca estrutura que abrigava toda a
nobreza palaciana e seus auxi-
liares, oferecendo-lhes vultosas MTNMICHELLE/ISTOCK

pensões, muito luxo e entrete-


nimento, com festas e jogos.
Além de ter enfraquecido o po-
derio local, durante seu reinado,
Luís XIV estruturou uma poten-
te força policial para reprimir
revoltas populares e revogou o
Édito de Nantes, em 1685, o que
gerou um deslocamento signifi-
cativo de pessoas da França, en-
tre eles, burgueses, prejudican-
Vista da fachada do Palácio de Versalhes, na França, grande complexo construído por Luís XIV.
do a economia.

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MUSEU DO LOUVRE, PARIS.

O poder transcendental dos reis


Desde a Idade Média, havia, na França e na Inglater-
ra, uma crença de que os reis, por meio da imposição
de mãos, tinham o poder de curar pessoas enfermas.
Mais tarde, a “santidade” dos monarcas foi explicada
com base na teoria do direito divino, formulada por
Jean Bodin e Jacques Bossuet.
No ápice do Absolutismo monárquico francês, no sé-
culo XVII, esse ritual, segundo o historiador Marc Bloch,
ganhou contornos formais.
CAPÍTULO 3

Na monarquia francesa do século XVII, o toque das escrófulas


assumiu definitivamente um lugar entre a pompas solenes com
168

que florescera o esplendor do soberano. Luís XIII e Luís XIV cum-


prem-no regularmente nas grandes festas, Páscoa, Pentecostes,
Natal ou Ano-Novo, às vezes nos dias da Candelária, Trindade,
RIGAUD, Hyacinthe. Retrato de Luís XIV. 1701. Óleo sobre tela, Assunção, Todos os Santos. Quando a cerimônia acontece em Pa-
244 × 185 cm. Museu do Louvre, França.
ris, o preboste-mor manda anunciá-la alguns dias antes, ao som
Auxiliar os alunos na lei- de trompas e por meio de cartazes; conservamos alguns desses
NOTA tura e na interpretação avisos do tempo de Luís XIV; [...]. A cena passa-se em lugares di-
do texto, explicando-
-lhes os termos que eles ferentes, conforme as necessidades do momento; em Paris, cos-
Rei Sol eles não conhecerem. tuma realizar-se na grande galeria do Louvre ou, mais raramente,
Luís XIV ficou conhecido como Ressaltar que a orga- numa sala baixa do mesmo palácio; em outras localidades, dá-se
o Rei Sol, sendo sua figura nização e as práticas
adotadas pelo governo em salas ou pátios de castelos, em parques, em claustros ou em
considerada um símbolo do
Absolutismo monárquico.
francês levaram a uma igrejas. Vem muita gente, e o ambiente fica abafado; assim, a ceri-
grande insatisfação po-
Segundo relatam alguns his- pular, culminando na
mônia é fatigante, sobretudo para um rei-criança, como Luís XIII
toriadores, o próprio monarca Revolução Francesa, que no começo de seu reinado; mas o soberano, exceto se está seria-
afirmava “O Estado sou eu” ainda será estudada nos mente indisposto, não poderia faltar a esse dever de seu cargo;
(L’État c’est moi). anos finais do Ensino
Fundamental. sacrifica-se pela saúde de seus súditos. Só em tempo de epidemia
não se recebem os doentes, por medo de propagar o contágio,
que poderia atingir o rei, mas os enfermos vêm mesmo assim:
VOCABULÁRIO
“eles me perseguem tanto que dizem que os reis não morrem de
Claustro: conjunto que peste [...], pensam que eu sou um rei de baralho”, dizia o pequeno
abrange galeria e pátio de Luís XIII, que ficava muito enraivecido com essa “perseguição”. É
um mosteiro. que o dom taumatúrgico não perdera nada de sua velha popu-
Escrófula: inchaço nos laridade; [...].
gânglios do pescoço cau-
sado por tuberculose lin- BLOCH, Marc. Os reis taumaturgos: o caráter sobrenatural do poder régio,
França e Inglaterra. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. p. 240.
fática, uma doença infec-
tocontagiosa.
Fatigante: cansativo.
Pompa: magnificente;
com luxo e esplendor.
Crise do Absolutismo francês
Preboste-mor: juiz civil ou Vários fatores levaram ao desgaste do Estado absolutista francês, como os
militar da antiga magistra- altos gastos estatais para a manutenção da Corte em Versalhes e as dívidas
tura francesa.
Solene: que se celebra de
decorrentes de guerras, além da insatisfação com os ilimitados benefícios
forma majestosa; de apa- aos nobres.
rência nobre; formal.
Assim, os próximos reinados, com Luís XV e Luís XVI, herdariam essas
Taumatúrgico: relativo à
realização de milagres. questões até chegar em uma situação insustentável, que culminou na
Revolução Francesa.

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SEM AUTORIZAÇÃO COC
O Absolutismo inglês teve caracterís-
Módulos 17 e 18 ticas próprias, em razão da existên-

ABSOLUTISMO INGLÊS cia do Parlamento, embora alguns


reis e rainhas tenham minimizado
sua importância e tomado decisões
A derrota inglesa, em 1453, na Guerra dos Cem Anos, intensificou a crise sem consultá-lo. A vida matrimonial
de Henrique VIII explica a sucessão
econômica interna: a nobreza perdeu territórios na França e os burgueses do trono inglês no período em que o
deixaram de praticar o comércio com a região de Flandres. Absolutismo atingiu seu apogeu na
Inglaterra, bem como as relações com
Em meio a essa crise, surgiram dois grupos disputando o trono: os Lancaster, os temas religiosos, em virtude das
diferentes religiões adotadas pelas
apoiados pela nobreza, e os York, apoiados pela burguesia. As duas famílias rainhas e por seus filhos.
de nobres ingleses tinham rosas em seus brasões como símbolos nobiliárqui-
cos; no caso, a rosa vermelha para os Lancaster e a branca, para os York. NOTA
O confronto que se seguiu, conhecido então como Guerra das Duas Parlamento inglês
Rosas (1455-1485), causando sérios prejuízos a ambos os lados e, principal-

169 HISTÓRIA
Nos módulos anteriores, estu-
mente, às camadas populares, as primeiras a sofrerem privações. damos o surgimento do Parla-
mento inglês, instituição im-
O final da guerra apenas se deu com a ascensão de Henrique Tudor, em portante ainda nos dias atuais
1485, sob o título de Henrique VII, apoiado pelos Lancaster e casado com para os ingleses. Até a Guerra

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO


das Duas Rosas, esse Parla-
uma York. Henrique recebeu grande apoio por parte da burguesia e, em mento se reunia, em média, a
troca, intensificou as atividades comerciais, marítimas e manufatureiras, cada ano. Com Henrique VII, o
consolidando a monarquia inglesa. Absolutismo inglês fortaleceu-
-se, e a instituição passou a ser
Seu sucessor, Henrique VIII, concentrou os poderes político e religioso descartada pelo rei. O historia-
com a criação da Igreja Anglicana, rompendo as relações com Roma. Por dor Perry Anderson, por meio
de pesquisas históricas, afirma
meio da assinatura do Ato de Supremacia (1534), ele confiscou os bens e que, entre 1497 e 1509, houve
as riquezas eclesiásticas para enriquecer os cofres nacionais. Ainda duran- somente uma reunião dessa
te seu reinado, houve o crescimento do aparelho repressivo da monarquia. instituição inglesa.

Henrique VIII

WALKER ART GALLERY, LIVERPOOL.


É um dos reis mais controversos da história da monarquia ingle-
sa. Ficou famoso por ter tido seis esposas ao longo de sua vida,
tendo mandado decapitar duas delas. Seus três filhos governa-
ram a Inglaterra. Vamos conhecer um pouco de sua história para
entender a sucessão inglesa?
Sua primeira esposa foi Catarina de Aragão, da Espanha, o
que rendeu à Inglaterra uma poderosa aliança diplomática. Essa
aliança ficou prejudicada, porém, quando, após ter tido seis bebês
e somente uma menina, Maria, ter sobrevivido, o casamento de
Catarina e Henrique VIII esmoreceu. O rei queria um filho homem
para sucedê-lo no trono.
A chegada de Ana Bolena à Corte imperial inglesa fez com que
o casamento com Catarina terminasse de vez. Entretanto, o di-
vórcio não era permitido pela Igreja Católica. Insatisfeito, o mo-
narca inglês utilizou diversos argumentos para se divorciar de
Catarina. Ao final, o casamento foi anulado, e o rei rompeu com a
Igreja Católica, criando a Igreja Anglicana.
Após se casar com Ana Bolena, nasceu Elizabeth, que, depois
de sua mãe ser acusada de adultério e decapitada a mando de seu
pai, foi renegada. Apenas onze dias após a decapitação de Ana
Bolena, o rei casou-se com Joana Seymour, que, finalmente, deu a
Henrique VIII um herdeiro, Eduardo.
Após Joana, Henrique VIII teve mais três esposas – Ana de Cleves,
Catarina Howard e Catarina Parr –, que não tiveram filhos com o Retrato de Henrique VIII (1491-1547), publicado na Enciclopédia
British portraits, de Lodge, Reino Unido, em 1823.
rei inglês.

Este é o momento oportuno para aplicar o exercício 5


da seção “Para conferir”, referente aos módulos 17 e 18.

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É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Mas por que a história de Henrique VIII é tão importante?
NA PRÁTICA Após sua morte, o trono inglês foi herdado por seus três filhos. Eduardo VI,
O que os reis e as rainhas embora menor de idade, tornou-se rei entre os anos de 1547 e 1553, sob a re-
comiam?
gência de seu tio, Eduardo Seymour. Com o adoecimento e a morte de Eduardo,
Atualmente, é possível visi-
tar as cozinhas do Palácio de Maria I, filha de Catarina de Aragão, assumiu o poder (1553-1558).
Hampton Court, nos arredo- Pelo fato de sua mãe ser radicalmente católica, Maria I passou a perse-
res de Londres, onde ainda
se encontram preservadas as guir os protestantes, revertendo as reformas feitas por seu irmão e seu pai,
dependências da cozinha de ficando conhecida como a “rainha sanguinária”.
Henrique VIII.
Com a morte de Maria e a ausência de herdeiros, o Absolutismo inglês al-
Havia uma grande quantidade
de trabalhadores, que prepa- cançou seu apogeu. Ao ascender ao poder, Elizabeth I (1558-1603) tornou a
ravam grandes banquetes. Inglaterra uma potência marítima e naval, colocando fim ao poderio espa-
CAPÍTULO 3

Nessas cozinhas, é possível


conhecer um pouco dos hábi-
nhol, após derrotar a Invencível Armada de Felipe II, em 1588, que atacou
tos alimentares do rei e de sua a frota inglesa em represália às afrontas dos corsários, piratas a serviço da
Corte. Além de peixes, outros rainha que pilhavam navios em alto-mar, atividade extremamente lucrati-
tipos de carne eram muito
170

consumidos, como as carnes va para os cofres ingleses.


de ovelha, veado, porco, boi Elizabeth perseguiu católicos e puritanos – vertente religiosa protestante
e javali, que eram assadas
ou colocadas em recheios derivada do calvinismo –, tornando o anglicanismo a religião oficial; tra-
de tortas. vou, também, embates com a Escócia.
Durante seu reinado, iniciou-se a colonização inglesa na América do Nor-
SERHII TARAN/DREAMSTIME

te, com a invasão dos territórios espanhóis estabelecidos pelo Tratado de


Tordesilhas (1494) entre os dois países ibéricos e não aceito pelos demais
países europeus.

Cozinha do Palácio de Hampton


Court, na Inglaterra, onde eram
Consolidação do Estado Moderno
preparados banquetes para
a Corte inglesa. As chamadas A formação do Estado Moderno, com a centralização do poder e o de-
“cozinhas de Henrique VIII” são
abertas para visitação até os senvolvimento do Absolutismo monárquico e seus desdobramentos, é
dias de hoje.
fundamental para a compreensão do desenrolar da história europeia,
na medida em que esclarece algumas mudanças em relação à ordem
feudal, por exemplo, quanto à economia, com a implantação da política
mercantilista, ainda que esta tenha mantido o privilégio de apenas al-
guns grupos da sociedade.

GRUPO TEMÁTICO
E o povo?
Muitas mudanças surgiram com o crescimento urbano e comer-
cial, com o Renascimento e com a centralização do poder, embora
a nobreza feudal tenha continuado a ser privilegiada nas Cortes
europeias, mesmo com a ascensão da burguesia.
O povo, entretanto, continuou a ser o grupo que sofria as conse-
quências financeiras, pelo aumento arbitrário de impostos e pelas
medidas adotadas pelos governantes. Na Inglaterra, por exemplo,
a população foi violentamente prejudicada pela política dos cer-
camentos, pela qual, por determinação dos monarcas, as terras de
uso comum passaram a ser vendidas e tornaram-se propriedades
particulares voltadas para a produção de lã. Os camponeses não
Trabalhar a questão das cozinhas de Henrique VIII, consi- tinham mais terras para cultivar e não era necessária uma grande
derando os aspectos do cotidiano. Por meio dessa temá- quantidade de mão de obra, o que obrigou muitos deles a deixa-
tica, é possível desdobrar outros assuntos e estabelecer
questionamentos como: quem eram os cozinheiros, para
rem seus lares rumo às cidades.
quem cozinhavam, como era a relação entre os trabalha-
dores do palácio e a Corte, entre outros, evidenciando a
estratificação social existente na época.

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CAPÍTULO 3

SEM AUTORIZAÇÃO COC


ESTADO MODERNO
Módulo 10 | Centralização do poder

Exercícios de aplicação
1. Na Baixa Idade Média, quais situações prejudicavam a burguesia, causando instabilidade nos negócios?
Na Baixa Idade Média, cada feudo tinha seu próprio sistema de pesos e medidas, moeda e sistema de taxação e de arreca-

dação de impostos, o que gerava instabilidade e prejuízo ao desenvolvimento comercial burguês.

Em razão dessa insegurança, a burguesia queria a unificação do sistema de pesos e medidas, a instituição de uma moeda

nacional, a padronização dos impostos e o estabelecimento de um sistema jurídico uniforme.

171 HISTÓRIA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO
2. A aliança entre o rei e a burguesia foi fundamental para a centralização do poder. 2. A formação das Monar-
quias Nacionais teve como
Essa afirmação está elemento essencial a alian-
a. correta, pois, por meio dessa aliança, houve o fortalecimento da nobreza feudal em todo o terri- ça firmada entre o rei e a
tório europeu. burguesia. Enquanto a bur-
guesia se beneficiou com a
b. parcialmente correta, pois a burguesia não era obrigada a realizar esse acordo com o rei, já que unificação do sistema de pe-
detinha o poder comercial. sos e medidas, com proteção
e favorecimentos, o rei, com
c. parcialmente incorreta, pois a aliança firmada foi entre o rei e a nobreza, e não entre o rei e a o apoio desse grupo social,
burguesia. conseguiu enfraquecer o
d. correta, pois essa aliança visava enfraquecer a nobreza feudal e, ao mesmo tempo, equilibrar os poder da aristocracia feudal.
interesses do rei e da burguesia.
e. incorreta, pois essa aliança nunca ocorreu na prática, somente na teoria; a burguesia passou a
apoiar, na verdade, os senhores feudais.

Exercícios propostos
3. Para diminuir o poder da nobreza feudal, os reis precisavam 3. Para diminuir o poder
dos senhores feudais, era
a. desenvolver o comércio. necessário que o rei tives-
b. adotar um sistema de pesos e medidas diversificado. se um exército poderoso
capaz de combater os exér-
c. organizar poderosos exércitos. citos senhoriais, que ainda
d. financiar a burguesia comercial em desenvolvimento. tinham poder, mesmo de-
pois de muitas derrotas nas
e. firmar acordos com os senhores feudais. Cruzadas.

4. O desenvolvimento do Estado Moderno atendeu especificamente aos interesses de dois segmentos


sociais, empenhados em enfraquecer política e economicamente determinado grupo da sociedade,
que impedia o pleno exercício das funções do rei e da burguesia, dando origem à aliança rei-burgue-
sia. Explique em que consistia essa aliança.
A aliança entre o rei e a burguesia enfraqueceu a nobreza, favoreceu a burguesia e fortaleceu a monarquia, possibilitando

a centralização do poder e a formação dos Estados Modernos.

A burguesia desejava a unificação do mercado nacional por meio do estabelecimento de pesos, medidas, moedas, leis,

pedágios, alfândega e da administração em geral; para tanto, ajudou o rei, interessado em enfraquecer politicamente a no-

breza no processo de centralização do poder, oferecendo-lhe recursos para formar um poderoso exército contra a nobreza.

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CAPÍTULO 3

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


Módulos 11 e 12 | Formação das Monarquias Nacionais

Exercícios de aplicação
1. Na história de Portugal, a consolidação da monarquia ocorreu com a Revolução de Avis. Em que
consistia essa revolução?
A Revolução de Avis foi a reação, por parte da burguesia, de alguns nobres e do povo em relação ao desejo da nobreza de

colocar no trono português, então vago, Dom Fernando de Castela. Na ocasião, Dom João, conhecido como mestre de Avis,

venceu seus opositores, ascendendo ao trono de Portugal, em 1385, como Dom João I.
CAPÍTULO 3

2. A união dos reinos de 2. Assinale a alternativa que completa corretamente a frase a seguir.
Castela e Aragão, por meio
172

do casamento de Isabel A formação da monarquia espanhola ocorreu por meio da união dos reinos de Aragão e Castela,
de Castela e Fernando de a. que se deu em razão do casamento entre Isabel de Castela e Dom João I, mestre de Avis.
Aragão, permitiu a amplia-
ção dos domínios e o fortale- b. fato que consolidou essa monarquia, ampliando seus domínios, ainda que os monarcas não te-
cimento do poder real, agora nham conseguido realizar a expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica.
concentrado nas mãos dos
mesmos monarcas. Nascia, c. fato que permitiu a ampliação dos domínios e o fortalecimento do poder real, agora concentrado
assim, a Coroa espanhola. nas mãos de Isabel de Castela e Fernando de Aragão em um único reino.
d. o que levou à expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica e à reconquista do reino de Algarve.
e. após o casamento de Isabel de Castela e Fernando de Algarve, que havia herdado o Condado
Portucalense em razão dos serviços prestados na Reconquista.

3. A história da monarquia francesa foi pautada por diversos monarcas distribuídos em uma série de
dinastias. Pensando nisso, responda: por que Felipe Augusto foi considerado um rei importante para
a dinastia capetíngia?
Espera-se que o aluno compreenda que Felipe Augusto foi importante porque representou o início do fortalecimento da

centralização do poder real na França, por meio da conquista de territórios e da formação de um poderoso exército. Esse

processo foi aprimorado e continuado por outros monarcas franceses.

4. Qual é a importância da Magna Carta, de 1215, para a história da Inglaterra e qual foi a instituição
que se consolidou algumas décadas após esse documento ter sido elaborado?
Espera-se que o aluno compreenda que a Magna Carta foi fundamental por impor ao rei – na época João Sem Terra – uma

limitação formal e significativa de poder e a posterior formação de um órgão único e bicameral, o Parlamento inglês.

Na Idade Média, havia, na Inglaterra, parlamentos locais, entretanto a monarquia centralizada, de acordo com o histo-

riador Perry Anderson, produziu, consequentemente, uma assembleia unificada, ou seja, a formação de um órgão de

abrangência nacional.

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Exercícios propostos
5. A formação das monarquias ibéricas foi relacionada a um confronto travado com os árabes. Trata-se da 5. Desde o século VIII, a Penín-
sula Ibérica foi ocupada pelos
a. Guerra das Duas Rosas. d. Guerra da Reconquista. árabes muçulmanos, o que le-
b. Batalha de Waterloo. e. Magna Carta. vou os cristãos a se fixarem ao
norte da península, formando
c. Guerra dos Cem Anos. reinos cristãos (Leão, Castela,
Navarra e Aragão), para em-
preender a Reconquista da
6. Faça uma pesquisa sobre a atuação do Parlamento inglês nos dias atuais, levantando informações península, que estava sob o
sobre a importância dessa instituição e a sua relação com a monarquia inglesa. Registre os dados domínio islâmico.
coletados e apresente aos colegas na aula seguinte.
Orientar os alunos a pesquisarem na internet e/ou em livros sobre como funciona o Parlamento inglês, onde ele se localiza

e a relação que ele estabelece com a monarquia inglesa (quais são os limites de cada uma das esferas do poder). Explicar

173 HISTÓRIA
a diferença entre chefia de Estado e chefia de governo.

É importante que eles relacionem a existência do Parlamento atual à Magna Carta e à criação do órgão, em 1265, o que,

além de associar passado e presente, confere sentido ao conteúdo que está sendo discutido e reforça a importância do

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estudo da História para a humanidade.

Módulo 13 | Teóricos do Absolutismo

Exercícios de aplicação
1. Explique a seguinte frase de Thomas Hobbes: “O homem é o lobo do próprio homem”.
Espera-se que o aluno compreenda que a frase de Hobbes significa, em linhas gerais, que, se os humanos fossem deixados

à própria sorte, sem o controle de um governante, as disputas de interesses particulares provocariam um caos social, com

a existência de lutas e guerras sem fim. Hobbes justificava o poder absoluto do rei como a única forma de promover a paz

entre os homens e a segurança dos governados.

2. PUC-SP 2. A teoria do direito divino


esteve relacionada à forma-
“O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são deuses e par- ção das Monarquias Nacio-
ticipam, de alguma maneira, da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; deve nais e à consequente ascen-
acreditar-se que ele vê melhor [...].” (Jacques Bossuet) são do regime absolutista.
Essas afirmações de Bossuet referem-se ao contexto
a. do século XII, na França, no qual ocorria uma profunda ruptura entre Igreja e Estado pelo fato de
o Papa almejar o exercício do poder monárquico por ser representante de Deus.
b. do século X, na Inglaterra, no qual a Igreja Católica atuava em total acordo com a nobreza feudal.
c. do século XVIII, na Inglaterra, no qual foi desenvolvida a concepção iluminista de governo, como
está exposta.
d. do século XVII, na França, no qual se consolidavam as Monarquias Nacionais.
e. do século XVI, na Espanha, no momento da união dos tronos de Aragão e Castela.

Exercícios propostos
3. O historiador Perry Anderson, em seu livro Linhagens do Estado absolutista, afirma que os Estados
absolutistas eram “[...] máquinas construídas, sobretudo, para o campo de batalha” (p. 34).
a. Explique como o autor caracteriza os Estados absolutistas.
Trata-se da estruturação de um amplo e profissional aparato militar, ou seja, da formação de grandes exércitos a serviço

dos Estados absolutistas.

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CAPÍTULO 3

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b. Quais são as características gerais dos Estados absolutistas, além da já mencionada na ques-
tão anterior?
Além da estruturação de exércitos, os Estados absolutistas caracterizavam-se por sistemas de burocracia e tributação,

por uma política econômica que atendia a seus interesses (mercantilismo) e por alianças formadas por meio de casa-

mentos. Para que essa estrutura fosse possível, eles organizaram todo um aparato que possibilitasse seu funciona-

mento. Mesmo com todo esse arranjo, os Estados absolutistas tiveram de se confrontar com as revoluções burguesas

que eclodiram nos séculos XVII e XVIII.

4. O florescimento do Direito 4. A modernização jurídica que possibilitou a organização dos Estados absolutistas teve a influência,
Romano influenciou e possi-
CAPÍTULO 3

bilitou uma modernização


na Europa Ocidental, de um importante fator, originário da Antiguidade Clássica. Trata-se do(a)
jurídica. a. Direito Romano.
b. direito consuetudinário.
c. aparato militar francês.
174

d. teoria do direito divino.


e. Leviatã.

Módulo 14 | Mercantilismo

Exercícios de aplicação
1. A balança comercial favo- 1. A ideia de que o Estado deve exportar mais do que importar, sugerida pelo mercantilismo, é conhe-
rável facilitava a acumulação
cida como
de metais, gerando mais lu-
cro do que gastos para os a. metalismo.
Estados.
b. balança comercial favorável.
c. protecionismo alfandegário.
d. intervencionismo estatal.
e. balança industrial favorável.

2. Leia o texto a seguir.

A Espanha foi, no século XVI, talvez o mais rico e poderoso país do mundo. Quando os
homens inteligentes de outros países perguntavam a razão disso, julgavam encontrar a
resposta nos tesouros que ela recebia das colônias. Ouro e prata. Quanto mais tivesse,
tanto mais rico o país seria – o que se aplicava às nações e também às pessoas. O que
fazia as rodas do comércio e da indústria girarem mais depressa? Ouro e prata. O que
permitia ao monarca contratar um exército para combater os inimigos de seu país?
Ouro e prata. O que comprava a madeira necessária para fazer navios ou o cereal para
as bocas famintas ou a lã que vestia o povo? Ouro e prata. Que fatores tornavam um
país bastante forte para conquistar um país inimigo – e eram os “nervos da guerra”?
Ouro e prata. A posse de ouro e prata, portanto, a quantidade desses metais que um
país possuísse era o índice de sua riqueza e poder.
HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem: do feudalismo ao século XXI. 22.
ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: LTC, 2012. p. 93-94.

a. Qual é o princípio mercantilista em evidência no trecho do livro de Leo Huberman? Explique-o.


Espera-se que o aluno compreenda que se trata do metalismo, pois o autor fala da acumulação de metais preciosos

como forma de riqueza de um país.

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b. Leo Huberman afirma que o ouro e a prata eram utilizados para a compra de madeira para a cons-
trução de navios. Os navios foram importantes meios de transporte, nessa época, para o comércio.
Explique o princípio da balança comercial favorável relacionado ao comércio marítimo adotado
pelos países europeus absolutistas.
O princípio da balança comercial favorável consistia na ideia de que o país deve exportar mais produtos do que importar,

ganhando mais com aquilo que vende para outros países do que gastando com a compra de mercadorias importadas.

Os metais eram as principais formas de pagamento nesse período; logo, a acumulação por meio da ampliação das

exportações deveria ser maior do que os gastos, aumentando e mantendo, assim, a quantidade de metais acumulados.

175 HISTÓRIA
c. As colônias inglesas não eram tão lucrativas quanto as colônias ibéricas. Qual foi a estratégia 2.c. É importante que os
utilizada pela Coroa inglesa para não deixar de ter uma balança comercial favorável? alunos percebam a relação
entre os dois princípios do
A Coroa inglesa estimulou o desenvolvimento das manufaturas em seu território para abastecer o mercado consumidor mercantilismo: metalismo e

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO


balança comercial favorável.
europeu, vendendo produtos para países como Portugal e Espanha. Assim, conseguia a acumulação de metais em

seu território por meio de tais mercadorias, que obrigavam esses países a transferir para a Inglaterra o ouro e a prata

trazidos das Américas.

Exercícios propostos
3. Explique o surgimento da política mercantilista.
Com os acontecimentos do final da Idade Média e do início da Idade Moderna, ocorreram mudanças que exigiram uma

nova política econômica, uma vez que as práticas econômicas feudais já não eram mais aplicáveis. Com a centralização do

poder e o surgimento dos Estados Modernos, o crescimento do comércio e a ascensão da burguesia, os Estados passaram

a adotar práticas que levaram à conhecida política mercantilista, caracterizada pela forte intervenção estatal.

4. Assinale a alternativa correta. 4. O sistema colonial foi


fundamental para a política
a. Em toda a Europa, o metalismo consistia na acumulação de capital, que tinha origem nas manu- mercantilista. Os países eu-
faturas. ropeus deveriam dominar
b. A expansão comercial por meio do sistema colonial auxiliava os países europeus, que usavam as as colônias para fornecer
metais ou mercadorias exó-
mercadorias e metais de outros territórios para o comércio e a consequente obtenção de lucro. ticas para serem revendidas
c. O colbertismo foi uma vertente do mercantilismo adotada por vários países europeus, como na Europa e para comprar
Inglaterra e Espanha. artigos europeus, obtendo,
assim, mais lucros.
d. Embora pregasse a balança comercial favorável, o protecionismo alfandegário era um fator de
pouca importância para a política mercantilista, não sendo adotado por vários Estados europeus.
e. O mercantilismo era caracterizado pela intervenção estatal, que atingia a população de forma
geral, com exceção da burguesia comercial.

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CAPÍTULO 3

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Módulos 15 e 16 | Absolutismo francês

Exercícios de aplicação
1. Por que o cardeal Richelieu foi importante durante o reinado de Luís XIII? Para responder à pergun-
ta, faça uma pesquisa sobre a biografia de Richelieu e registre as principais informações.
Richelieu teve uma participação fundamental para o fortalecimento do Estado francês, estruturando a organização admi-

nistrativa do Estado, tornando-a complexa e racional. Combateu os protestantes, anulou o poder dos nobres e trabalhou

eficazmente para o Absolutismo político do rei. Também envolveu a França na Guerra dos Trinta Anos.

Richelieu tem sua importância reconhecida no fortalecimento, na organização e na administração do Estado francês. Sua

política externa, entretanto, gerou consequências financeiras para a França, fato que provocou o aumento dos impostos.
CAPÍTULO 3
176

2. Além de ter revogado o 2. Durante seu reinado, Luís XIV, símbolo máximo do Absolutismo na França,
Édito de Nantes, que insti-
a. combateu os protestantes em uma importante batalha, que ficou conhecida como Batalha de La
tuiu a liberdade religiosa,
Luís XIV também adotou
Rochelle.
medidas para o controle da b. instituiu o Édito de Nantes, pacificando o cenário marcado por revoltas e conflitos religiosos.
aristocracia feudal, por meio c. ingressou na Guerra dos Trinta Anos com o objetivo de enfraquecer a dinastia dos Habsburgos.
da construção do Palácio de
Versalhes, onde a nobreza d. construiu o Palácio de Fontainebleau, além de ter nomeado Mazarino como seu ministro.
feudal passou a ser abrigada e. revogou o Édito de Nantes, impedindo a liberdade religiosa, além de ter adotado medidas para
e entretida. enfraquecer a aristocracia feudal.

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3. Observe atentamente a pintura ao lado.

THE PICTURE ART COLLECTION / ALAMY STOCK PHOTO


a. O que a obra de arte revela a respeito da figura do rei?
Espera-se que o aluno reconheça que a obra revela a crença de que, por meio da imposição

das mãos e do ritual de toque das escrófulas, o rei tinha o poder de curar.

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Rei Luís XIV curando a escrófula, de Jean Jouvenet,
obra produzida em 1690.

b. Releia o texto de Marc Bloch da página 168 sobre o ritual citado no item anterior e responda: para
a população, esse ritual era importante? Justifique sua resposta.
Espera-se que o aluno reconheça que sim, pois existia um ritual solene que contava com um pré-aviso de sua ocor-

rência, assim como o rei, embora fatigado, deveria se sacrificar para atender à população, exceto, apenas, em tempos

de epidemias.

c. Qual é a relação que podemos estabelecer entre esse ritual e a teoria do direito divino?
Espera-se que o aluno relacione a divindade do poder do rei e de seu papel como representante de Deus na Terra com

a possibilidade de cura taumatúrgica.

Desde a Idade Média, a cura por meio do toque das mãos dos reis era uma crença na França e na Inglaterra. Porém,

somente com a teorização de Jean Bodin e Jacques Bossuet que a relação com a teoria do direito divino pôde ser

estabelecida.

Exercícios propostos
4. Sobre a Guerra dos Trinta Anos, responda ao que se pede.
a. Por que a França entrou nesse conflito contra o Sacro Império Romano-Germânico?
A França apoiou as cidades protestantes contra o domínio dos Habsburgo, principal e poderosa casa dinástica da

Europa até então, na tentativa de enfraquecê-los.

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CAPÍTULO 3

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b. Quais foram as consequências dessa guerra para os franceses?
O conflito, somado a outras medidas do cardeal Richelieu, gerou muitos gastos e um consequente aumento dos

impostos para a população francesa.


CAPÍTULO 3

5. Luís XIV era conhecido 5. Assinale a alternativa que apresenta as frases verdadeiras.
como o Rei Sol e represen- I. Luís XIV ficou conhecido como o Rei Sol e constitui uma figura emblemática do Absolutismo
tou o apogeu do Absolutis- na França.
mo francês. Seu ministro,
II. Richelieu foi sucedido por Mazarino, que, durante o reinado de Luís XIV, impediu que o rei man-
178

porém, não o impediu de


construir o Palácio de Versa- dasse construir o Palácio de Versalhes.
lhes. Desde a Idade Média,
os reis tinham, aos olhos da III. Os reis franceses, desde a Idade Média, eram conhecidos pela cura das chamadas escrófulas, por
população, o poder tauma- meio do simples toque, algo que representava o poder sobrenatural que tinham aos olhos da
túrgico, algo que perdurou população.
até o período estudado.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões)
a. I, apenas.
b. III, apenas.
c. I e II.
d. I e III.
e. I, II e III.

Módulos 17 e 18 | Absolutismo inglês

Exercícios de aplicação
1. Qual foi o conflito que levou à ascensão da dinastia Tudor? Explique-o.
Trata-se da Guerra das Duas Rosas, por meio da qual dois grupos – os Lancaster, apoiados pela nobreza, e os York, apoiados

pela burguesia – disputaram o trono inglês.

A dinastia Tudor abriu caminho para a consolidação do Absolutismo monárquico.

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2. Elizabeth I levou o Absolutismo ao seu apogeu na Inglaterra. Descreva as principais medidas que
essa monarca adotou para que tal sucesso fosse possível.
Elizabeth I tornou a Inglaterra uma potência marítima e naval, colocando fim ao poderio espanhol após derrotar a Invencível

Armada de Felipe II, em 1588. Também perseguiu católicos e puritanos, tornando o anglicanismo a religião oficial, e travou

embates com a Escócia. Durante seu reinado, iniciou-se a colonização inglesa na América do Norte.

179 HISTÓRIA
3. UNIFESP 3. Resolver a questão com
Nos reinados de Henrique VIII e Elisabeth I, ao longo do século XVI, o Parlamento inglês “aprovava os alunos, pois ela é de difí-
cil compreensão. O objetivo,
‘pilhas de estatutos’, que controlavam muitos aspectos da vida econômica, da defesa nacional, ní-

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aqui, é que eles realizem,
veis estáveis de salários e preços, padrões de qualidade dos produtos industriais, apoio aos indigen- com seu auxílio, a interpre-
tes e punição aos preguiçosos e outros desejáveis objetivos sociais”. (Lawrence Stone, 1972.) tação do texto e a identi-
ficação de elementos da
Essas “pilhas de estatutos”, ou leis, revelam a política mercantilista, para,
a. inferioridade da monarquia inglesa sobre as europeias no que diz respeito à intervenção do Es- assim, poderem entender o
tado na economia. porquê de a alternativa e ser
a correta.
b. continuidade existente entre as concepções medievais e as modernas com relação às políticas
sociais.
c. prova de que o Parlamento inglês, já nessa época, havia conquistado sua condição de um poder
independente.
d. especificidade da monarquia inglesa, a única a se preocupar com o bem-estar e o aumento da
população.
e. característica comum às monarquias absolutistas e à qual os historiadores deram o nome de
mercantilismo.

Exercícios propostos
4. Qual foi a questão que Henrique VIII travou com a Igreja Católica e qual foi a consequência desse
desentendimento?
Para divorciar-se de Catarina de Aragão, Henrique VIII travou um embate contra a Igreja Católica, que pregava a indissolu-

bilidade do casamento, o que culminou na criação da Igreja Anglicana.

5. Sobre a alimentação dos reis e das rainhas, assinale a alternativa correta. 5. Atualmente, é possível
a. São poucas as evidências que levam historiadores a saber quais alimentos faziam parte da dieta visitar as cozinhas do Palácio
de Hampton Court, nos arre-
dos monarcas ingleses. dores de Londres, onde ainda
b. Entre os alimentos consumidos por reis e rainhas da Inglaterra, segundo especialistas, há poucas se encontram preservadas as
carnes e predominância de uma dieta baseada em vegetais. dependências da cozinha de
Henrique VIII, e conhecer as-
c. É possível conhecer aspectos da alimentação real inglesa da dinastia Tudor por meio de pesqui- pectos da alimentação do rei
sas e até mesmo da visitação de museus, como o Palácio de Hampton Court. e de sua Corte.
d. O Parlamento inglês era quem determinava a alimentação de reis e rainhas.
e. Embora turístico, o Palácio de Hampton Court, na Inglaterra, não oferece informações verdadei-
ras sobre a alimentação do rei Henrique VIII e de sua Corte.

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CENTRALIZAÇÃO DO PODER
CAPÍTULO 3
180

Formação das
Monarquias Absolutismo
Nacionais

Teóricos Mercantilismo Absolutismo francês Absolutismo inglês

Política econômica Guerra das Duas


Dinastia Bourbon
intervencionista Rosas: dinastia Tudor

Guerra dos Trinta


Metalismo Henrique VIII
Anos

Balança comercial favorável Ápice: Luís XIV Elizabeth I

Colonialismo

Proteção alfandegária
Exercícios desta seção
disponíveis em:
<link.coc.com.br/KRRl2jH>.

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ANOTAÇÕES

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/  /

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HORÁRIO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO

ESCOLA:
DADOS

NOME:

TURMA: NÚMERO:

HORÁRIO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO

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VOLUME 1
LIVRO DO PROFESSOR
Ensino
Fundamental
ANOS FINAIS

HISTÓRIA

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