Você está na página 1de 172

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC

VOLUME 1
LIVRO DO PROFESSOR
Ensino
Fundamental
ANOS FINAIS

LÍNGUA PORTUGUESA

CO EF 09 INFI 02 2B LV 02 MI DLPO PR CAPA.indd 2-4 06/10/23 17:49


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
HORÁRIO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO

ESCOLA:
DADOS

NOME:

TURMA: NÚMERO:

HORÁRIO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO

CO EF 09 INFI 02 2B LV 02 MI DLPO PR CAPA.indd 5-7 06/10/23 17:49


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
VOLUME 1

Grupos 1, 2 e 3

CO EF 09 INFI 91 1B LV 01 MI INICIAIS PR.indd 1 17/11/23 07:46


EDITORIAL

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


COC –SISTEMA
PLATAFORMA
COC DE
DEENSINO
EDUACAÇÃO

Diretor de produtos e conteúdo Vinícius Santos Daltro


Gerência de produtos editoriais Matheus Caldeira Sisdeli
Gerência de design Cleber Figueira Carvalho
Coordenação de produtos editoriais Cláudia Dourado Barbosa
Coordenação editorial de conteúdo Erika Akime Tawada Boldrin
Coordenação de design Daniela Amaral, Vanessa Cavalcanti
Autoria Fábia Alvim Leite
Editoria responsável Mariana Paulino Silva
Editoria pedagógica Anita Adas
Editoria de conteúdo Daniela Paula de Melo Longo, Thalita Andrade
Controle de produção editorial Lidiane Alves Ribeiro de Almeida
Assistência de editoria Mariane Genaro de Mello Feitosa
Preparação e revisão gramatical Leandro Pereira, Milena Contador Lotto, Miriam Margarida Grisolia
Organização de originais Luzia Helena Fávero, Marisa Aparecida dos Santos e Silva
Editoria de arte Antonio Amarante Itapura de Miranda, Vanessa Cavalcanti
Coordenação de pesquisa e licenciamento Thiago Fontana
Pesquisa e licenciamento  ndrea Bolanho, Catia Trancoso, Jaqueline Lima, Natalie Coppola,
A
Paula Quirino, Rebeca Fiamozzini, Sandra Sebastião
Editoria de Ilustração Bruna Tiso, Carol Plumari
Ilustração 
Danilo Dourado - Red Dragon Ilustrações,
Leopoldo Anjo & Estúdio Pastelaria
Capa Paula Coelho
Crédito imagem capa New Africa/stock.adobe.com
Projeto Gráfico APIS design integrado
Diagramação e arte-final APIS design integrado, Camila de Camargo, Mayara Jovita dos Santos,
Patrik Lanfredi
Coordenação multimídia Alberto Rodrigues
PCP George Romanelli Baldim, Paulo Campos Silva Jr., Victor Prado

Gostou? Podemos melhorar!


Acesse o link e deixe sua avaliação:
www.coc.com.br <link.coc.com.br/fpSbT0q>.

Todos os direitos desta publicação são reservados ao


COC – Plataforma de Educação.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 01 MI INICIAIS PR.indd 2 17/11/23 07:47


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
ALBERTO ANDREI ROSU/ DREAMSTIME
GRUPO

VARIAÇÕES
1

“Todos nós sabemos que o mundo em que vivemos é domina-


do por movimento e variação. A Terra move-se em sua pró-
pria órbita em torno do Sol; uma colônia de bactérias cresce;
uma pedra lançada para cima vai perdendo velocidade, e,
em seguida, cai ao chão com velocidade crescente; elemen-
tos radioativos se desintegram. Estes são apenas alguns itens
no rol infindável de fenômenos para os quais a Matemática
é o meio mais natural de comunicação e compreensão. Como
disse Galileu há mais de 300 anos: ‘O Grande Livro da Na-
tureza está escrito com símbolos matemáticos’. O Cálculo é
o ramo da Matemática cujo principal objetivo é o estudo do
movimento e da variação. É um instrumento indispensável
de pensamento em quase todos os campos da ciência pura e
aplicada – em Física, Química, Biologia, Astronomia, Geologia
[...]. Qualquer que seja o padrão de medida, os métodos e as
aplicações do Cálculo estão entre as maiores realizações inte-
lectuais da civilização.”

George F. Simmons

O pensamento algébrico que começa a se consolidar neste último ano do


Ensino Fundamental é essencial para a aplicação e avaliação de modelos
matemáticos na compreensão, representação e análise de relações quantita-
tivas de grandezas. Nesse contexto, ideias matemáticas fundamentais – como
equivalência, razão, variação, interdependência e proporcionalidade – são
indispensáveis para o estudo e entendimento de modelos, conceitos e gene-
ralizações da Física e da Química, bem como para diversas carreiras, como
Engenharia, Economia, Medicina, Ciências Sociais, entre inúmeras outras.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 01 MI INICIAIS PR.indd 3 17/11/23 07:47


CONHEÇA SEU LIVRO

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


ABERTURA DE CAPÍTULO
Traz elementos que
dialogam com o texto
introdutório, buscando
contextualização e
estimulando a reflexão
sobre o assunto em estudo.

OBJETIVOS DO GRUPO
Relação dos objetivos de
aprendizagem a serem
desenvolvidos no grupo.
4

EXPLORE MAIS Módulos 1


e2
Independê
CONSEQUÊNC
MÓDULOS NA ECONOMI IAS DO PÓS-GUERR A
ncia
de Angola

A GLOBAL
Após se torna
rem indepen-
dentes do
domí IDH dos paíse
guês em 1975, nio portu- Como vimos s do mundo

Reunido em capítulos,
algumas co- anteriormen (2014)
lônias africa
nas passaram geográfico. te, a sociedad
por um intens Para eé
o e conflituoso
lidade, é nece que possamos compree um fator de produção

processo de OCEANO
GLACIAL ÁRTICO
reestr
política e econô uturação ssário perc nder, de man do espaço
cos e sociais eber como
os fatores hist eira efetiva, nossa rea-

sistematiza a teoria que

ALL MAPS
disputas intern mica, com se manifest
das. Para enten as e arma- Os conflitos am nos dife óricos, polí Círculo Polar
Ártico
rentes luga ticos, econômi
situação dessa
der melhor
a gerados pela res do mun -
s tivamente, Segu nda Guerra do.
1

após o proce ex-colônias


OCEANO
as estrutur
CAPÍTULO

sso de inde- e a necessid as e a conf Mundial alte PACÍFICO


rara

será trabalhada no grupo.


pend ência
, suge ade de reco igur ação do plan m, significa Trópico de
Câncer
leitura do artigo rimo s a dial, o mun nstrução dos eta. Com o -
em: <coc.pear.sn disponível do reorgan países dev fim da gue
/4QRyufc>. izou-se, mod astados pelo rra < 0,48
Além dos mai ificando-se conflito mun 0,48 a 0,54 Equador

s de 60 milh de maneira
200

regimes polí -
ões de mor notável. 0,58 a 0,67

Os exercícios referentes aos


OCEANO
ticos totalitár tos e da desa 0,67 a 0,73 OCEANO PACÍFICO
ção de mui ios, a Segunda strosa expe Trópico de
Capricórni
o ATLÂNTICO
tos países euro Guerra Mun riência dos 0,73 a 0,77 OCEANO

econômico, peus colonial dial resultou 0,77 a 0,82 ÍNDICO
passaram a istas, os qua na destrui- 0,82 a 0,88
colonial. Foi adot is, com o enfr
o que acontece ar medidas protecionist
módulos são organizados após
aquecimento > 0,88
menor grau u, as
, com Portugal por exemplo, com a Fran e a reduzir seu poder

Greenwich
Círculo Polar
Antártico
Ásia e na Áfri ; esses país ça e o Reino
es acabaram

GEOGRAFIA
ca. Unido e, em OCEANO
GLACIAL ANTÁR
O surgime perdendo suas TICO
0
3 235 km

a teoria para facilitar a rotina


nto colônias na
grandes cons desses novos territóri
equências os indepen Expansão do cap
marcado pelo
mundo bipo
para a estr
utura mun
dentes resu
ltou em dua italismo global

201
disputavam lar, em que dial: uma de s Com a Que

de estudos.
influência os Estados cará ter político, da do Muro
e uma de na instaura Unidos e a o capitalis de Berlim
caráter econ ção dos regi União Soviétic mo consolid e o fim da
ômico, com mes capitalis a predominan ou-se com União Soviétic
sentando nov os país ta e socialist te no mun o o sistema a,
os mercado
Surgiram, s consumidore es recém-independ a; do Norte,
Laos,
do, restand
o apenas
de produção
ente
assim, na regi s. s, repr entanto, Chin Vietnã e Cuba como China, Core

D / AFP
cia econômi e- ia
ão, as cond a, Vietnã e país
ca norte-am ições para de mercado Laos apresent es socialistas. No

VITALY ARMAN
década de ericana, no o crescimento , conserva am maior
1990. fim da déca da influên- bos os siste ndo algumas abertura
Regiões com da de 1980 mas: capitalis característic
relações colon e no início dominância ta e socialist as de
iais no cont
exto
da do a. Diante dess am-
chegou à fase sistema de produção
1945 do pós-Guerr
a (1945) a pre-
conhecida capitalista,

O capitalis como capital o mundo
OCEANO
GLACIAL ÁRTIC mo global ismo glob
Círculo Polar
O
de internac pode ser defi al.
Ártico
ionalização nido como
ALL MAPS

Reino Unido
passou, dura da economi o processo
Domínio britânic nte as últim a pelo qual
Francês
o
Nesse proc as décadas o mundo
Português esso, os país do século XX. Inauguração
da primeira
unidad
em Moscou,
ternacional, es são ince após a queda e de uma franquia de
Espanhol
ou ntivados a do sistema fast-fo
socialista soviéti od
Holandês nacional, mas seja, o foco não é mai impulsiona
r o mercado
co.
Belga , sim, as troc s o fortalec in-
Trópico de
Câncer
as internac imento de
Estados Unidos ionais de prod uma indústria
OCEANO utos e serv
Equador
PACÍFICO PREÇO DO iços.
MERCADO LOCAL

PREÇO NO MERCAD
Custo de produ
Trópico de OCEANO ção INTERNACIONA O
Capricórnio OCEANO PACÍFICO L
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO 0º
Custo de produ
ção
Impostos
Impostos
Greenwich

0
2 400 km Lucro
Lucro
Preço intern
acional

Diferença entre Taxas de impor


a formação tação e export
CO EF 09 de preço de ação
INFI 1B LV um produ
01 MI DMUL
DGEO G1_P4 de preço de to para o mercado
.indd 200 um produto intern
para o merca o e a formação
do internaciona
l.

30/07/2023
15:49
CO EF 09
INFI 1B LV
01 MI DMUL
DGEO G1_P4
.indd 201

30/07/2023
15:49

. Algumas
medidas o
podem ser proporçã
ação que regra de
de uma situ emos aplicar uma
p-SP objeto ou pod
5. PUCCam s de um forma que
são variávei adas entre si, de
s físicas
Grandeza dezas são relacion
dessas gran
.
entre elas s físicas
em
grandeza ento.

1 Há apenas deslocam
de, cor e
FÍSICA velocida
ESTUDOcaDA
LO a. volume, po, pressão e form
a. ncia.
CAPÍTU ento e potê r.
ÇÃO AO ão, deslocam
E/ISTOCK

tem
b. força, de calo
INTROoDU
1 | Fundam
entos da
Físi
ir c. velo cida de, aceleraç , odor e quantidade
tempera
tura r.
stões a segu ão e sabo
de aplicação
Módul d. tempo,
AHMETEMR

o, as que alho , aceleraç


FÍSICA

onda, entã , trab


Exe rcícios s de med
ida. Resp ir massa,
in- e. energia
urso na tela do
celular. elho para
bóton verm espaço
instrumento para med física e inte perc para ir do do
utilizou utilizado deza re o segu nte 15 km a variação
mente, já instrumento ndente a essa gran 6. Conside exatame orrida e
oa percorre ância perc
129

provavel ao lado. a. Cite um correspo l.


1. Você, a imagem rnaciona Se a pess l será a dist
dique a letra no Sistema Inte verde, qua volta?
observando ade o bóton
sua unid urso de ida e
TOCK

no perc
ISTOCK

KERTLIS/IS

tempo.
T_KIMURA/

ento e o
o comprim
mes mo com
b. Faça o
TOCK
ALEXLMX/IS

e ia
no horário cidade méd
o partiu
1

o aviã nto e velo


CAPÍTULO

endo que SI? 2e3 | Movime


45min. Sab Módulos
de aplicação
s do
voo era 11h ido em unidade
CK

para um
Exercícios
ESNE/ISTO

, med
ida previsto foi o tempo de voo
rio de part l
2. O horá u às 16h15min, qua
128

leta
aterrisso da motocic e.
MARC DUFR

EXERCÍCIOS
a imagem se ped
1. Observe car e faça o que
rnaciona
l. com side
Inte
Sistema
ades do
em unid
a as medidas

Agrupados para facilitar o


3. Convert
mg
a. m = 15
o
g gem para
ial da ima

estudo e a revisão de conteúdos,


b. m = 15
um referenc esteja em repouso.
b. Indique
ton o motocicleta
c. m = 15 gem para qual a a
ial da ima imento.
um referenc em mov
a. Indique ocicleta esteja

são divididos em exercícios


mm
d. l = 35
qual a mot
cm
e. l = 35

de aplicação, trabalhados em
km
f. l = 35
a pessoa
min traje tória para
g. t = 50 e a mesma
d. Desenh .
partir do no sidecar
sentada

sala, e exercícios propostos,


h. t = 50
h pneu, a
tória do dor fixo
e a traje um observa
s c. Desenh elho, para
i. t = 50 ano ponto verm ocicleta;
lado da mot
no solo ao
propostos
realizados em casa ou em
ional.
Internac
Exercícios
Sistema iano, cuja
ades do dor med
em unid , um joga
as medidas 90 minutos
converta ção é de
seguida, po de dura km.
frase e, em cujo tem ada de 7
4. Leia a
outros momentos.
futebol, a aproxim
uma partida de orre uma distânci
Durante g, perc
de 55 000
massa é
11:22
25/07/2023

129
G1_P4.indd
L DFIS
MI DMU
1B LV 01
INFI 02
CO EF 09
11:22
25/07/2023

128
G1_P4.indd
L DFIS
MI DMU
1B LV 01
INFI 02
CO EF 09

CO EF 09 INFI 91 1B LV 01 MI INICIAIS PR.indd 4 17/11/23 07:47


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO5 SEM AUTORIZAÇÃO COC
QUÍMICA

matéria
Estudo da
1
CAPÍTULO
148

ades da
Propried

PARA CONFERIR
matéria
suas
físicos e
Estados mações
transfor

ades
Momento indicado para
Propried

vapor
Sólido/vapo
r
Propried
ades
gerais
específic
as
conferir a aprendizagem de
Líquido/
Sóli do/líquido
conteúdos. Pode ser aplicado
em os

ao final do capítulo ou durante


Distingu
erial materiais
Todo mat
a.
apresent
/ Sublimação
Vaporização

seu desenvolvimento.
Fusão/ ção
condensa
ção
solidifica

desta seção
Exercícios em:
disponíveis AG>.
m.br/FLoc9 Módulo 1
<link.coc.co
1. Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.
A Química é a ciência que estuda a composição e a transformação da matéria e organiza nossos
conhecimentos sobre a natureza.

30/07/2023
15:30 Os processos químicos são irrelevantes para a vida.

Não é possível perceber a Química sendo utilizada em nosso cotidiano, como ao preparar um café,
por exemplo.

QUÍMICA
148 A Química é utilizada em diversas áreas, como na saúde, na agricultura, na indústria de cosmé-
4.indd
DQUI G1_P ticos, entre outras.
MI DMUL
02 1B LV 01
CO EF 09 INFI

Módulo 2

161
2. A água é uma substância que existe em grande quantidade em nosso planeta. Ela se apresenta na
natureza em três estados físicos. Relacione os estados físicos da água ao exemplo de como ela se
apresenta na natureza.
Estado físico Exemplo

a. Sólido Água mineral

ORGANIZADOR VISUAL b. Líquido

c. Gasoso
Vapor de água na atmosfera

Geleiras

Propõe uma revisão dos 3. Preencha corretamente as lacunas do texto seguinte.

A solidificação é a passagem do estado líquido para o estado . A passagem

conceitos e estabelece conexões do estado sólido para o estado líquido é chamada de

gasoso para o estado líquido é a


. A mudança do estado

, e a mudança do estado líquido para o

entre eles, proporcionando


estado é a vaporização.

Módulo 3

uma articulação entre os


4. Assinale a alternativa que representa exemplos de propriedades gerais da matéria.
a. Massa, densidade e magnetismo.
b. Massa, compressibilidade, elasticidade e porosidade.
c. Dureza, densidade e condutibilidade.

conteúdos do capítulo. d. Dureza, magnetismo e calor específico.


e. Ácido, base, sais e hidrocarbonetos.

5. Densidade é uma propriedade definida pela relação


a. massa/pressão.
b. massa/volume.
c. massa/temperatura.
d. pressão/temperatura.
e. pressão/volume.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 01 MI DMUL DQUI G1.indd 161 31/07/2023 17:54

ENCARTES E ADESIVOS
Apresentam recursos
complementares
que enriquecem o
desenvolvimento
dos módulos.

Exercícios pro
postos
Nome:
Redação pág. 59
Número:
Ano:
Módulo(s):
1.

2.
2
CAPÍTULO

3.

4.
284

5.

6.

7.

8.

9.

10.

11.

PRODUÇÃO DE TEXTO 12.

13.

As folhas de redação são 14.

destacáveis, facilitando
15.

16.

o uso pelo aluno e a 18.


17.

correção pelo professor. 19.

20.

CO EF 09
INFI 02 1B
LV 01 MI
DMUL DLPO
PT_G1_P4.in
dd 284

30/07/2023
16:06

CO EF 09 INFI 91 1B LV 01 MI INICIAIS PR.indd 5 17/11/23 07:47


CONHEÇA SEU LIVRO
BOXES E ÍCONES

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


Pouco a pouco,

Sem que qualquer coisa me falte,

Sem que qualquer coisa me sobre, QUADRO DE TEXTO


Com referência direta MINIATURAS DOS ÍCONES
Sem que qualquer coisa esteja ao que está sendo
[exatamente na mesma posição, trabalhado, permite
Vou andando parado, o contato com As miniaturas são um
diversos autores. recurso discursivo que
Vou vivendo morrendo,
facilitam a contextualização
Vou sendo eu através de uma dos quadros com o texto
[quantidade de gente sem ser. principal, indicando nele
em que ponto a informação
Vou sendo tudo menos eu. adicional está relacionada.
6

Acabei.

Álvaro de Campos
VOCABULÁRIO
Mais-valia: excedente
obtido pela diferença en- VOCABULÁRIO
tre o custo de produção Explica, de maneira
de um produto e o valor
mais acessível e dentro
de sua venda. O custo de
NOTA produção é obtido pela do contexto, termos e
soma do valor da matéria- conceitos, favorecendo sua
-prima, os gastos com a assimilação, compreensão
produção e o salário pago
e apropriação.
ao operário produtor.

NOTA
Traz informações
históricas ou sobre
estudiosos que se
destacaram no contexto
Anaxágoras (500-430 a.C.)
do conteúdo em estudo.
A palavra “física” tem origem
no termo grego, physis, cujo EXPLORE MAIS
significado é natureza. Um
Ser ou não-ser
dos primeiros físicos foi pro-
vavelmente Anaxágoras, que Para entender melhor
viveu na costa oeste da atual a filosofia de Heráclito,
Turquia. Professor de Filoso- acesse o vídeo apresen-
tado por Viviane Mosé,
fia em Atenas, sua principal EXPLORE MAIS “Ser ou não-ser – Heráclito
contribuição foi o Nous, que
São dicas de sites, textos – devir e a luta dos con-
ele considerava o princípio de
e links, em ambiente trários”. Disponível em:
todas as coisas, ou seja, um
simples objeto que conteria digital, relacionados <coc.pear.sn/tCxWrnc>.
todos os elementos do uni- ao conteúdo estudado,
verso. Com esse pensamento,
possibilitando ampliação
Anaxágoras tornou-se um dos
primeiros estudiosos a des- e aprofundamento.
vincular a ciência da religião
e foi, por isso, condenado à
morte, embora tenha fugido.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 01 MI INICIAIS PR.indd 6 17/11/23 07:47


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO7 SEM AUTORIZAÇÃO COC
GRUPO
PARA IR ALÉM TEMÁTICO
GRUPO TEMÁTICO
O quarto estado: plasma Momento em que Porcentagem nos preços
Já são conhecidos três es- o grupo temático é A porcentagem é usada para
tados físicos da matéria: trabalhado, por meio muitas finalidades, sendo
PARA IR ALÉM sólido, líquido e gasoso. No
do qual as ligações a observação das variações
Oportunidade de entanto, ainda existe outro de valores, como preços de
aprofundar o conteúdo estado, o plasmático. Se entre as disciplinas são
produtos, uma das aplica-
e desenvolver uma considerarmos todo o Uni- evidenciadas. ções mais comuns. Como
verso, o estado plasmático exemplo, temos a variação de
postura investigativa, é o mais encontrado, apesar preço de produtos da nossa
estimulando a reflexão de não o ser no planeta Ter- alimentação ou a variação
ao despertar a ra. O próprio Sol é constituí- de preços de moedas estran-
curiosidade e o interesse. do por plasma, que, assim geiras. Sempre que um valor
como os outros estados físi- NA PRÁTICA aumenta, ou diminui, temos
cos, ocorre pelo aumento de de tomar como referência o
Não confunda
pressão e temperatura. Se peso com massa! valor anterior. Por exemplo,
adicionarmos alta pressão e se um produto custa 2 reais,
alta temperatura a um gás, É comum confundirmos es-
sas duas grandezas físicas, e seu valor aumenta 1 real,
atingiremos o plasma. um economista dirá que o au-
principalmente quando
SAKKMESTERKE/ISTOCK

utilizamos, erroneamente, mento foi de 50%, pois 1 real


no nosso cotidiano, o termo é 50% de 2 reais, ou seja, a
“peso” como sinônimo de metade do preço. Em contra-
“massa”. Essas duas gran- partida, se um produto custa
dezas têm conceitos e defi- 100 reais e tem o mesmo au-
nições distintos. mento de 1 real, o economis-
Peso é a quantidade de força ta dirá que o aumento foi de
Representação do plasma, o 1%, pois 1 real corresponde a
quarto estado da matéria. com que a gravidade terrestre
atrai os corpos para o centro 1% de 100 reais.
do planeta. Por exemplo, o
peso de um astronauta na
Lua é aproximadamente seis
NA PRÁTICA vezes menor do que o peso
dele na Terra, porém sua
Apresenta conceitos da massa que é a quantidade
disciplina aplicados em de matéria de determinado
situações do cotidiano ou em corpo, continua a mesma, in-
outras áreas do conhecimento, dependentemente da quan-
tidade de força gravitacional
servindo também à exercida nela.
divulgação científica.

SELOS
Os selos remissivos indicam o momento em que serão disponibilizados
materiais complementares ao desenvolvimento do módulo.

Eles podem aparecer no texto: E também em partes da página:

Redação pág. 399 Encarte pág. 399 Redação pág.399 Encarte pág.399 Adesivo

O selo colaborativo indica exercícios que exploram


Colaborativo
estratégias diferenciadas de aprendizagem.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 01 MI INICIAIS PR.indd 7 17/11/23 07:47


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
MA PA I N T E R D I S C I P L I N A R
Este mapa mostra ligação entre os conteúdos
das disciplinas, sendo ponto de partida para
um trabalho interdisciplinar.

LÍNGUA
PORTUGUESA
Textos jornalísticos, MATEMÁTICA
cobertura e checagem de Razão e proporção
fatos, verbos de ligação,
predicativo e produção
de texto
FI AR GE
EDUCAÇÃO CS AR
8

FÍSICA
FÍSICA
Estudo do movimento
Muay thai

HI MA BI MA QM

ARTE GRUPO QUÍMICA


Vanguardas artísticas do
século XX 1 Estados físicos e
propriedades da matéria
Variações
LP BI HI LP CS BI

CIÊNCIAS BIOLOGIA
SOCIAIS
Astronomia e
Filosofia grega: vida na Terra
Parmênides e Heráclito

AR BI LP GE HI
GEOGRAFIA HISTÓRIA
Economia mundial pós- História do Brasil:
-guerra, globalização e Monarquia e Primeira
capital financeiro República

BI LP MA LP AR

A incursão pela ideia de inteligências múltiplas e pelas particularidades e formas de aprendizado é uma
oportunidade de promover um trabalho interdisciplinar ao utilizar-se dos conteúdos das disciplinas
como exemplos. Sugerimos abordar as seguintes inteligências: lógico-matemática, espacial, linguísti-
ca, naturalista, interpessoal e intrapessoal; estas duas últimas podem ser associadas com o conteúdo
específico de Ciências Sociais.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 01 MI INICIAIS PR.indd 8 17/11/23 07:47


LÍNGUA
PORTUGUESA

AUTORIZAÇÃO COC
SIMONKR/ISTOCK

LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO11 SEM
CAPÍTULO 1 NOTÍCIA QUENTE
OBJETIVOS DO GRUPO
• Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os
efeitos das novas tecnologias no campo e as condições que

SUMÁRIO fazem da informação uma mercadoria, de forma a poder


desenvolver uma atitude crítica ante os textos jornalísticos.
• Analisar o fenômeno da disseminação de notícias falsas nas
CAPÍTULO 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 redes sociais e desenvolver estratégias para reconhecê-las.
Notícia quente • Identificar, em textos lidos e em produções próprias, orações
com a estrutura sujeito-verbo de ligação-predicativo.
CAPÍTULO 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 • Analisar e comentar a cobertura da imprensa sobre fatos de
relevância social, comparando diferentes enfoques por meio
Neutralidade é possível? do uso de ferramentas de curadoria.
• Identificar e avaliar opiniões e posicionamentos explícitos
e implícitos, argumentos e contra-argumentos em textos
argumentativos do campo, posicionando-se ante a questão
controversa de forma sustentada.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 11 14/11/2023 11:10:45


Este capítulo é voltado, principalmente, ao tratamento do que costuma envolver, na atualidade, o universo das notícias, por isso o
foco é sobre tópicos do jornalismo, como ética jornalística, fake news e agências de checagem.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


Além disso, busca-se desenvolver a formação de uma bagagem gramatical. Textos jornalísticos favorecem que se explorem diversos aspectos
linguísticos. Entretanto, optou-se, aqui, por contemplar a definição de verbo de ligação, tão recorrente em notícias, especialmente nos títulos.
Módulos 1 e 2 Isso porque é preciso equipar os alunos, linguisticamente, para que atuem com eficá-
PARA IR ALÉM cia nas práticas jornalísticas.

O que é ética?
ÉTICA JORNALÍSTICA
A palavra “ética” vem do grego Toda profissão deve respeitar um código de ética específico. No Brasil, por
ethos, (ἔθος, com épsilon inicial), exemplo, os jornalistas devem seguir o Código de Ética dos Jornalistas
que significa modo de ser, costu-
me ou hábito. É o que distingue Brasileiros, que regulamenta deveres e limitações a esses profissionais.
um grupo social e cultural dos Vamos conhecer um pouco do que diz o Código de Ética dos Jorna-
outros, por isso remete à iden-
tidade social. Refere-se ao com- listas Brasileiros. Assim, ao lermos um texto de uma revista ou um
portamento humano advindo da jornal, sejam impressos ou em versão on-line, poderemos analisá-lo
repetição dos mesmos atos, que sob o ponto de vista da ética.
remete a uma orientação habitual
para agir de certa maneira. Esse
CAPÍTULO 1

comportamento pode ser enten- Código de ética dos jornalistas brasileiros


dido como disposição constante
para agir conforme o que rege a […]
concepção do bem. Art. 9o – É dever do jornalista:
Neste conjunto de módulos, os alunos poderão co- – Divulgar todos os fatos que sejam de interesse público;
12

nhecer um pouco do texto do Código de Ética dos – Lutar pela liberdade de pensamento e expressão;
Jornalistas Brasileiros. Portanto, joga-se luz à ética
jornalística, especialmente por meio do texto inti- – Defender o livre exercício da profissão;
tulado “A utopia da imparcialidade jornalística”, cujo
– Valorizar, honrar e dignificar a profissão;
objetivo principal é promover uma leitura crítica e
estimular uma discussão sobre o papel do jorna- – Opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os
lismo e dos jornalistas. Dessa maneira, leva-se os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos do Homem;
alunos a refletir sobre como tal função tem sido
desempenhada, inclusive nos meios virtuais de di- – Combater e denunciar todas as formas de corrupção, em especial quando
vulgação de informações. exercida com o objetivo de controlar a informação;
Nesse sentido, é interessante estimular os alunos a
buscar textos jornalísticos, fazendo uma leitura aten-
– Respeitar o direito à privacidade do cidadão;
ta e analítica. Os alunos de 9o ano já devem ter tido […]
contato com alguns gêneros textuais jornalísticos,
estudados em anos anteriores, e é possível lembrá- Art. 10 – O jornalista não pode:
-los de como a ética profissional deve ser considerada […]
na criação de diferentes gêneros de texto no campo
midiático. – Submeter-se a diretrizes contrárias à divulgação correta da informação;
Vale ainda lembrar aos alunos que o conteúdo apre- – Frustrar a manifestação de opiniões divergentes ou impedir o livre debate;
sentado em um jornal televisivo também consiste
em um texto e que, portanto, deve seguir as mesmas
– Concordar com a prática de perseguição ou discriminação por motivos so-
normas. Os alunos devem terminar a interpretação ciais, políticos, religiosos, raciais, de sexo e de orientação sexual;
do texto “A utopia da imparcialidade jornalística”
[…]
carregados de reflexões que lhes permitam fazer
leituras mais atentas em relação à ética profissional REDAÇÃO. Associação Brasileira de Imprensa. Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros.
jornalística, especialmente em nosso país. Disponível em: <http://www.abi.org.br/institucional/legislacao/codigo-de-etica-dos-
jornalistas-brasileiros/>. Acesso em: jul. 2023.

EXPLORE MAIS
Princípios internacionais É possível verificar, por meio dos artigos apresentados no Código de
da ética profissional no
jornalismo Ética que acabamos de ler, que os deveres dos jornalistas, no exercício
No site da Associação Bra- da profissão, estão relacionados à informação e ao direito a ela pela
sileira de Imprensa (ABI), população, bem como ao respeito aos direitos dos homens. Por meio do
também pode ser encon-
trada uma lista de princí-
texto lido, também é possível saber que um jornalista, em nosso país,
pios internacionais da ética deve cuidar de divulgar informações verdadeiras, lutar pela liberdade
profissional no jornalismo. de expressão e ser contra a disseminação de discriminações a grupos
Você pode conhecê-la em:
<coc.pear.sn/FmMEHuf>. sociais.

Ética e imparcialidade
Na atualidade, há uma questão em evidência, que envolve também
a ética profissional e o jornalismo. Trata-se da imparcialidade em

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 12 14/11/2023 11:10:45


O objetivo de se apresentar o texto “A utopia da imparcialidade jornalística” é propor um entendimento de como é possível que o autor de um texto informativo (notícia

AUTORIZAÇÃO COC
ou reportagem) consiga praticar a imparcialidade, bem como perceber que o texto do autor é opinativo e contém a visão do autor de que é utópico um jornalista/
repórter atingir a imparcialidade absoluta. É possível e essencial trabalhar a metalinguagem, visto que o texto em questão trata de uma opinião e, portanto, apesar
textos informativos. Devemos considerar que, para que um jornalista
expresse opiniões acerca de um acontecimento, os jornais reservam EXPLORE MAIS
espaços para artigos pessoais. Os textos que têm como finalidade in- A velocidade da
formar devem, por sua vez, manter-se fiéis à imparcialidade, ou seja, informação e a ética
não devem conter percepções ou julgamentos do autor, procurando jornalística
É bem provável que a ética
apenas informar os leitores e deixando que estes conheçam a realida- jornalística nunca tenha sido,
de dos fatos e, caso tenham interesse, formem suas próprias opiniões tão fortemente, o centro do
ou busquem análises prontas nos textos opinativos. debate como é atualmente.
Com a facilidade de se di-
Contrariando essa lógica, hoje em dia, muitos veículos são acusados de vulgarem e de se obterem

LÍNGUA PORTUGUESA
informações, especialmente
praticarem a parcialidade na criação de notícias, deixando seu posiciona-
em razão da revolução digital
mento político e ideológico transparecer em textos que deveriam apenas pela qual passamos, postu-
informar o leitor sobre acontecimentos. Jornalistas brasileiros já escre- ras reprováveis ligadas a essa

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO13 SEM


esfera da comunicação têm
veram sobre esse tema e, a seguir, você vai ler uma opinião a respeito da se mostrado cada vez mais
imparcialidade no meio jornalístico. comuns. Todo texto jornalís-
tico, seja ele informativo ou
opinativo, seja ele escrito ou
A utopia da imparcialidade jornalística falado, independentemente
do veículo utilizado para sua
Há os que superestimam a profissão de jornalista, talvez iludidos pela mídia de fofo-
divulgação, deve ser elabora-
cas que deu um upgrade na imagem de alguns coleguinhas, fazendo com que o leitor – do respeitando-se algumas
na maioria das vezes apenas telespectador superficial de telejornais – passasse a ver normas. Leia mais sobre o as-
e crer na função como algo glamoroso. sunto no texto disponível em:
<coc.pear.sn/QEAGv5D>.
Inspirados muitas vezes em personagens de telenovelas, veem o jornalista
como um herói acima do bem e do mal. […] Salvo o exagero, o certo é que jor-
nalismo é uma profissão como outra qualquer e, como em qualquer profissão,
trabalhamos para comprar pão e leite, pagar conta de luz e água, coisas comuns
de pessoas comuns.
Se grandes jornalistas como o veterano Gay Talese decretam a morte do chamado
“repórter herói” – aquele que antes da TV cobria as guerras e passava informações Jornalismo e Ética:
que muitas vezes contrariavam as dos governos –, não se pode confundir em ne- uma preocupação
nhum momento com tal jornalismo “bom mocismo” que é bem comum na imprensa permanente
de interior, onde o “ficar em cima do muro” é vendido com a intenção de fazer a Assista ao minidocumen-
tário Jornalismo e Ética:
população crer que isso seja a tal imparcialidade jornalística. uma preocupação perma-
O apresentador e o repórter nente, do realizador Lucas
É fato e é regra que uma reportagem ou notícia ouça todos os lados envolvidos, isso Feitosa, disponível em:
<coc.pear.sn/eWeNTTM>.
é o que dará um considerável grau de “imparcialidade” a essa produção – é minha
humilde opinião, mas é parecida com a de alguns acadêmicos de nosso ofício, como
Nilson Lage e Fernanda Schneider. O jornalista é antes de tudo um ser humano, tem
suas convicções e seus signos pessoais que sempre irão influenciar sua visão do fato,
é também funcionário ou autor de um veículo – se free-lancer produz já pensando
a que veículo enviará sua produção – e cada veículo tem sua “linha editorial” ou sua
de trazer informações ao leitor, tam-
orientação bem definida do que quer “vender”. bém apresenta percepções do autor
Apurar um fato já conta como um ato de parcialidade. Escolhemos a fonte que acre- sobre o tema. O texto é argumentativo
e devem ser apresentados aos alunos
ditamos ser a melhor, os ângulos que pensamos serem os mais próprios, a pauta que os argumentos que tentam comprovar
imaginamos interessar o leitor ou – quem tem coragem de assumir, que assuma – que a imparcialidade não é totalmente
o editor. Quando escrevemos colocamos em colunas encabeçadas por leads o que possível, tais como o de que o jornalista
carrega sua subjetividade ao escrever
achamos mais importante ou interessante. A decisão é do jornalista e não do fato.
Assumir-se neutro já consta como um ato não parcial, visto que se declarar assim já
VOCABULÁRIO
é uma posição que se toma diante de alguma coisa.
O certo é que devamos buscar a tal “imparcialidade” como uma utopia a ser perseguida Utopia: o que se imagina
de forma a sermos o mais justos possível, sem nos perdermos em ilusões. Quando me como sendo perfeito, ideal.

e, além disso, é obrigado a respeitar a linha editorial do veículo para o qual trabalha. Devem ser apresentados aos alunos a tese e os argumentos do autor. Ao final
da leitura, os alunos devem ter entendido o conceito de imparcialidade, implícito no texto e evidenciado pelo professor.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 13 14/11/2023 11:10:45


Este é o momento oportuno para

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


aplicar o exercício 1 da seção “Para
conferir”, referente aos módulos 1 e 2.

VOCABULÁRIO perguntam sobre ética jornalística, respondo o que li ou ouvi – e não me recordo de
quem – que se como jornalista tiver de prejudicar alguém importante pense duas vezes
Tarimba: tempo de práti- e se for prejudicar alguém que não terá condições de se defender depois, não o faça.
ca em alguma profissão ou Aos amigos que estão e estiveram na tarimba, concordamos, acredito, que essa é
arte; experiência, jeito.
uma profissão maravilhosa, porém espinhosa, que não paga toda nossa dedicação e
trabalho, bem diferente do que alguns pensam ser ao ver e confundir o apresentador
de reality-show com o repórter, quando ali ele interpreta papéis bem distintos.
VIANA, Victor. A utopia da imparcialidade jornalística. Observatório da Imprensa. 9 abr. 2013.
Disponível em: <https://www.observatoriodaimprensa.com.br/feitos-desfeitas/_ed741
NA PRÁTICA _a_utopia_da_imparcialidade_jornalistica/>. Acesso em: ago. 2023. Adaptado.

Profissão jornalismo
O profissional do campo jor-
nalístico não é responsável O texto anterior consiste na opinião de um jornalista acerca da imparciali-
CAPÍTULO 1

apenas por manter, de manei- dade jornalística. Assim, além de poder ser utilizado para o entendimento de
ra geral, a população informa- como a imparcialidade pode ser praticada, é também um exemplo de texto
da. Qualquer pessoa pode ser
informante, uma vez que toda opinativo e, portanto, parcial. Como em todo bom texto de opinião, o autor
mensagem que recebemos é apresenta uma tese e alguns argumentos para sustentá-la.
14

um tipo de informação, mas


o jornalista pode utilizar esse Tal argumentação gira em torno da noção de imparcialidade de um
informante como fonte. O texto. É possível articulá-la com a ideia de uma ética jornalística na
jornalista transforma a infor-
medida em que a neutralidade total não é possível na prática; trata-
mação em notícia. Sendo as-
sim, ele deve organizar todas -se de uma utopia. A ética de um jornalista, então, consiste mais em
as informações captadas, ou buscar esse ideal, ainda que o resultado nunca seja perfeito, do que em
seja, ele deve editar os dados
pesquisados.
concretizá-lo efetivamente. Ao jornalista, cabe assumir a sua impos-
O jornalista também deve ade- sibilidade de conquistar a isenção plena – já que a simples escolha do
quar a linguagem, traduzindo, que será noticiado já é a marca de um posicionamento –, mas, etica-
por exemplo, termos técnicos
e transformar assuntos com-
mente, lutar por essa utopia.
plexos em notícias que possam As redações de jornais estão cada vez mais informatizadas. Elas
ser compreendidas por um lei-
contam atualmente com diversos recursos que a tecnologia fornece e,
tor leigo. Esse profissional ain-
da tem, entre suas atribuições, dessa forma, podem oferecer ao leitor a melhor informação possível.
a contextualização de determi- A maneira de disponibilizar a informação mudou, mas os princípios
nadas informações para o pú-
blico destinatário, levando-os
básicos do jornalismo continuam os mesmos.
à reflexão de suas implicações.
Um jornalista conta, atual-

MIHAILOMILOVANOVIC/ISTOCK
mente, com diversas platafor-
mas nas quais ele pode atuar,
desde o jornal impresso até
noticiários de televisão ou
plataformas on-line.

EXPLORE MAIS
O jornalismo digital e o
futuro do impresso
Assista ao vídeo sobre o
jornalismo digital e o futu-
ro do impresso, disponível
em: <coc.pear.sn/Hi5i2NZ>.

Durante o cotidiano de um jornalista, a conduta ética se mistura


com a própria qualidade técnica de produção do trabalho.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 14 14/11/2023 11:10:46


AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 3 e 4 Poucos tópicos têm tanto destaque
hoje em dia quanto a proliferação de

COMPARTILHAMENTO RESPONSÁVEL fake news, que são capazes de afetar


esferas significativas da sociedade.
Desse modo, esse tópico, sucedido,
Você provavelmente já ouviu falar sobre o fenômeno das fake news, termo neste material, pelo assunto da ética
jornalística – estritamente vinculado
utilizado para se referir a notícias falsas. Até poucos anos, esse não era a ele – não poderia ser desprezado no
um assunto tão abordado, porém, com a popularização da internet e das processo de formação de estudantes
que se debruçam na compreensão
mídias sociais, qualquer pessoa pode produzir qualquer tipo de conteúdo e do âmbito jornalístico. Entretanto,
compartilhá-lo, de modo a fazê-lo circular de maneira rápida e livremente. pelo fato de fake news ser um assunto
bastante recorrente em materiais de
Assim, não há tanto controle da veracidade dos fatos divulgados e sobre a Língua Portuguesa, especialmente

LÍNGUA PORTUGUESA
qualidade do que pode ser transmitido. em razão do que orienta a BNCC, aqui
a abordagem levará em conta alunos
A divulgação de notícias falsas sempre existiu, porém, de poucos anos que já tenham certo domínio sobre o
tópico e que, portanto, poderão avan-
para cá tornou-se mais frequente. Em uma sociedade em que a informação çar em suas reflexões. Sendo assim, o

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO15 SEM


pode ser utilizada como força de poder e status, as pessoas procuram, cada objetivo deste conjunto de módulos
é induzir os alunos a pensar sobre as
vez mais, informar-se de maneira rápida e divulgar o que ficaram sabendo. responsabilidades envolvidas no ato
de compartilhar conteúdo acessado
Sendo assim, muitas vezes não dedicam um tempo para conferir a integri- na internet.
dade das notícias que chegam até elas.
Você, como estudante, deve dedicar-se a verificar informações antes de
usá-las como fonte em seus trabalhos escolares, por exemplo. Além disso,
o cuidado para não divulgar notícias falsas deve ser tomado para que se
evite prejudicar a si mesmo ou o outro.

MIXETTO/ISTOCK

Hoje se fala em educação midiática e é importante que saibamos no que


ela consiste. O texto a seguir trata desse assunto, que pode ser interessante
a você, estudante.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 15 14/11/2023 11:10:47


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Para essa abordagem, será apresen-
tado, neste conjunto de módulos, um Educação midiática forma cidadão consciente, dizem especialistas
texto intitulado “Educação midiática
forma cidadão consciente, dizem es- A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino básico incluiu, entre as
pecialistas”. O objetivo é despertar os competências que o aluno deve ter, a leitura crítica da informação que recebe
alunos para o fato de que, desde já,
eles precisam assumir uma postura
por jornais, revistas, internet e redes sociais. Especialistas avaliam que foi um
ética durante a leitura, a checagem e a avanço a inclusão da educação midiática na BNCC, pois a escola poderá dar
transmissão de informações. É possível instrumentos para que o estudante possa se tornar um consumidor e produtor
criar uma associação entre esse texto e
o conjunto anterior de módulos, a fim de conteúdo responsável.
de aprofundar a discussão e reflexão a
No fim de 2017, o Ministério da Educação homologou a Base Nacional Comum
respeito das ações que dizem respeito
aos espaços midiáticos e à educação Curricular do ensino infantil e fundamental e, no fim do ano passado, aprovou a
para as mídias. BNCC do ensino médio. O documento estabelece o mínimo que deve ser ensina-
Com a leitura do texto, pretende-
-se reforçar nos alunos o conceito de do em todas as escolas do país, públicas e particulares.
“checagem de fatos” (em inglês fact- A partir da base, os estados, as redes públicas de ensino e as escolas privadas de-
CAPÍTULO 1

checking), com o intuito de que esteja


claro o fato de que nem tudo o que é verão elaborar os currículos que serão de fato implementados nas salas de aula. Os
publicado, mesmo que seja em veículos novos currículos para o ensino básico estão em fase de elaboração pelos estados.
de comunicação conhecidos, é verdade.
É importante que se destaque que até Habilidade
jornais e revistas conhecidos estão pas-
16

síveis de publicar informação falsa, pela A base prevê, por exemplo, que o aluno do sexto ao nono ano do ensino fun-
urgência para fazer uma publicação, e damental desenvolva a habilidade de leitura e produção de textos jornalísticos
que, na internet e nas redes sociais, o
risco de divulgação e proliferação desse em diferentes fontes, veículos e mídias, a autonomia e o pensamento crítico
tipo de informação aumenta, já que o para se situar em relação a interesses e posicionamentos diversos, além de
conteúdo circula livremente e de forma
muito rápida.
saber diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio.
“A questão da confiabilidade da informação, da proliferação de fake news [no-
tícias falsas], da manipulação de fatos e opiniões tem destaque e muitas das ha-
bilidades se relacionam com a comparação e a análise de notícias em diferentes
fontes e mídias, com análise de sites e serviços checadores de notícias [...]”, diz
um trecho do documento.
Para os estudantes do ensino médio, as habilidades preveem a ampliação do re-
pertório de escolhas de fontes de informação e opinião, a comparação de informa-
ções sobre um fato em diferentes mídias, além do uso de procedimentos de che-
cagem de fatos e fotos publicados para combater a proliferação de notícias falsas.
A base também recomenda que os alunos possam atuar de maneira ética e
crítica na produção e compartilhamento de comentários, textos noticiosos e de
opinião e memes nas redes sociais ou em outros ambientes digitais.
CAMPOS, Ana Cristina. Educação midiática forma cidadãos conscientes, dizem especialistas. Agência
Brasil. 9 fev. 2019. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2019-02/
educacao-midiatica-forma-cidadao-consciente-dizem-especialistas>. Acesso em: jul. 2023.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é, segundo site do MEC, “um


documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e pro-
gressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desen-
volver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica”. A notícia
da atualização desse documento, portanto, é muito importante, pois diz
respeito à educação escolar de alunos de todo país.
A informação, atual à época da publicação, ocorrida em 9 de fevereiro de
2019, evidencia que a BNCC passou a incluir, entre as competências que os
alunos do ensino básico deveriam adquirir, a leitura crítica da informa-
ção recebida. A educação midiática passou a ser então exigida pelo MEC
às escolas do país, e essa modificação no texto do documento do governo
acompanha o momento atual que estamos vivendo.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 16 14/11/2023 11:10:47


AUTORIZAÇÃO COC
A leitura crítica não diz respeito exclusivamente à filtragem de informa-
ções falsas, mas também à atenção para não ser contaminado pela unila- VOCABULÁRIO
teralidade de pensamento, por exemplo. Porém, o tema da identificação Unilateralidade: quali-
das fake news ganha, segundo a notícia, um trecho específico no documen- dade ou atributo do que
to, pois muitas das habilidades que os estudantes têm a desenvolver rela- é unilateral, ou seja, que
se inclina para um só lado,
cionam-se à análise e à comparação de notícias, além da checagem delas. que atende a um só lado.
Vamos relembrar em que consiste a checagem dos fatos e em como ela se
dá, por meio do texto a seguir.
Além desse texto, será sugerida a lei-

LÍNGUA PORTUGUESA
tura da notícia “Inep desmente notícia
O que é fact-checking? falsa de que o Enem foi cancelado”.
Com base na situação retratada por
O fact-checking é uma checagem de fatos, isto é, um confrontamento de histó- ela, é possível reforçar a importância
rias com dados, pesquisas e registros. de checar as notícias compartilhadas

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO17 SEM


em redes sociais e chamar a atenção
Se um político jura que nunca foi acusado de corrupção, há registros judiciais para o fato de que os criadores de
que irão atestar se é verdade. Se o governo diz que a inflação diminuiu, é preciso notícias falsas elaboram formas de
fazê-las parecer verdadeiras. O texto
checar nos índices se isso realmente ocorreu. E se uma corrente diz que há um traz um exemplo disso ao relatar que a
projeto de lei para cancelar as eleições, é preciso conferir nas propostas em trami- fake news em questão havia simulado
tação se essa informação é real. uma notícia do portal G1. Também se
pode, com base no exemplo, mostrar
O fact-checking é uma forma de qualificar o debate público por meio da apura- que esse tipo de informação afeta pes-
ção jornalística. De checar qual é o grau de verdade das informações. Reportagens soas de todos os tipos e que, nesse caso
específico, causou transtorno a muitos
do Buzzfeed e do The Guardian, por exemplo, mostraram que boa parte do con- estudantes.
teúdo compartilhado na internet durante as últimas eleições nos Estados Unidos
veio de sites de notícias falsas.
FONSECA, Bruno. O que é fact-checking?. Agência Pública. 21 jun. 2017. Disponível em:
<https://apublica.org/checagem/2017/06/truco-o-que-e-fact-checking/>. Acesso em: jul. 2023.

A manipulação de um fato, por meio das fake news, pode ocorrer para
positivar situações ou imagens, bem como para torná-las negativas. O tex-
to que você acabou de ler, por exemplo, cita manipulações de informações
sobre o mundo político.
A divulgação de notícias falsas, entretanto, pode abranger qualquer es-
fera. Hoje em dia, por exemplo, com a grande circulação de notícias sobre
pessoas do meio artístico, muitas informações falsas são divulgadas e, de-
pois, retratadas. Além disso, são divulgados fatos falsos sobre o mundo do
futebol, dos lançamentos de filmes e séries ou dos games. É possível que,
empolgados com uma novidade, acabemos passando adiante falsas infor-
mações aos nossos amigos ou familiares.
Faz-se importante, apesar da euforia pela divulgação de boas ou más no-
tícias, a checagem dos fatos. Muitas informações superficiais podem ser
checadas rapidamente, buscando-as em fontes mais confiáveis, que citem
dados ou que não sejam tendenciosas na comunicação de um fato. Outras,
que pareçam muito “quentes”, como a notícia do falecimento repentino de
uma figura pública, exigem que se espere uma apuração real.
As fake news também podem aparecer entre os fatos noticiados sobre
educação. Por tratarem de casos muito recentes e de grande abrangência,
acabaram, por exemplo, em 2018, afetando as informações que chegavam
aos estudantes que prestariam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
naquele ano.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 17 14/11/2023 11:10:47


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Uma informação falsa, de que a prova teria sido cancelada, circulou pe-
las redes sociais. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep) precisou publicar uma nota que desmentia a infor-
mação. Essa notícia fake pode ter afetado muitos estudantes, entre os mais
de 5 milhões de inscritos, e é um bom exemplo para pensarmos em como
esse tipo de informação pode causar transtornos a quem depende dela.
Na ocasião, após o Inep se posicionar desmentindo o que foi noticiado, os
jornais passaram a divulgar que a informação em questão era falsa. Leia
uma notícia que buscou interromper a continuidade da proliferação dessa
fake news.

Inep desmente notícia falsa de que o Enem foi


CAPÍTULO 1

cancelado
Circula nas redes sociais uma notícia falsa de que o Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) foi cancelado, segundo
o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
18

Anísio Teixeira (Inep). O exame começa a ser aplicado hoje


(4), às 13h30, horário de Brasília.
Segundo nota divulgada pelo Inep, circula nas redes so-
ciais uma imagem falsa, simulando uma notícia do G1, in-
formando que as provas do Enem 2018 foram canceladas
após suspeitas de fraudes nas regiões Norte e Nordeste.
“A imagem é #FAKE [falsa]”, diz o Instituto que confirma a
aplicação do exame em todas as unidades da federação neste
e no próximo domingo, 4 e 11 de novembro.
“Apenas os portais e redes sociais do Ministério da Edu-
cação e do Inep são fontes oficiais de informações sobre o
Enem”, esclarece o Inep.
Os portões do Enem abrem às 12h, no horário de Brasília,
e fecham às 13h. É preciso estar atento ao horário de verão,
que começou hoje.
TOKARNIA, Mariana. Inep desmente notícia falsa de que o Enem foi
cancelado. Agência Brasil. 4 nov. 2018. Disponível em: <https://agencia
brasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2018-11/inep-desmente-noticia
-falsa-de-que-o-enem-foi-cancelado>. Acesso em: jul. 2023.

Note que a fake news divulgada nas redes sociais simulou, segundo o
texto lido, uma notícia do conhecido portal G1. Esta também é uma carac-
terística de muitas fake news: divulgar informações falsas como se fossem
de sites que têm credibilidade, a fim de convencer o leitor de que são ver-
dadeiras.
Segundo o texto, o Inep declarou: “Apenas os portais e redes sociais do
Ministério da Educação e do Inep são fontes oficiais de informações sobre o
Enem”. Essa afirmação chama a atenção para uma atitude de leitor crítico,
exigida em tempos como este: a busca, sempre que possível, por uma fonte
de informação oficial. Nesse caso, sendo o Inep o Instituto responsável pela
realização da prova do Enem e o Ministério da Educação o solicitante da
prova, os candidatos precisam saber que as informações verdadeiras refe-
rentes ao exame serão publicadas nos sites desses órgãos.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 18 14/11/2023 11:10:47


AUTORIZAÇÃO COC
Muitas vezes, notícias que se referem à esfera pública podem ser che-
cadas em sites do governo. As que dizem respeito a municípios ou esta- EXPLORE MAIS
dos, podem ser verificadas na página da secretaria envolvida. Por exem- Danos das fake news
plo, uma informação sobre um acontecimento esportivo da cidade pode Desde muito tempo, no-
ser averiguada na página da internet da Secretaria Municipal de Esportes. tícias falsas causam polê-
micas e prejuízos. Confira
Caso seja a respeito de uma alteração no valor de impostos estaduais, de- o alerta que um especia-
verá ser verificada no site da Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ) do lista faz sobre os perigos
causados pelas fake news
estado em questão. Já as notícias relacionadas a ações do governo federal
nas redes sociais. Acesse:
podem ser checadas na página do Ministério envolvido, como no exemplo <coc.pear.sn/rNOMgnR>.

LÍNGUA PORTUGUESA
da situação da falsa notícia sobre o Enem, que poderia ser conferida no site
do Ministério da Educação.
Pessoas públicas do meio artístico, jornalístico ou de outras áreas do co-

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO19 SEM


nhecimento têm utilizado seus perfis oficiais em redes sociais para des-
mentir notícias falsas sobre sua vida particular ou profissional. O universo
do entretenimento sempre foi vítima das fake news, mas muitos artistas
têm se manifestado criticamente sobre o quanto o número delas aumentou
nos últimos tempos.
Além disso, não é difícil sermos surpreendidos com alguma notícia fal-
sa a respeito de alguém próximo de nós. É possível que em seu ambiente Este é o momento oportuno para apli-
car os exercícios 2 e 3 da seção “Para
escolar já tenha havido alguma situação de divulgação de mentiras. Nosso conferir”, referentes aos módulos 3 e 4.
tempo exige que olhemos sempre com visão crítica para a informação que
nos chega e que tenhamos cuidado ao repassar informações já que, depen-
dendo do teor, podem prejudicar alguém. Afinal, não é apenas o jornalista,
enquanto profissional, que deve agir de maneira ética quanto ao ato de in-
formar, conforme se viu anteriormente. O leitor, que também exerce a fun-
ção de propagador de notícias, especialmente no mundo de hoje, em que
se pode compartilhar facilmente aquilo que se acessa, também deve agir
eticamente, tendo consciência de que um mero clique no botão “compar-
tilhar” pode gerar graves consequências à sua sociedade, especificamente
quando se está lidando com fake news.
CHAAY_TEE/ISTOCK

Precisamos ser responsáveis ao compartilhamos informações, por isso a checagem de fatos é muito importante.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 19 14/11/2023 11:10:47


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Na esteira de uma abordagem sobre Módulos 5 e 6
o fenômeno das fake news e sobre o
compartilhamento responsável de in-
formações, contemplada no conjunto AGÊNCIAS DE CHECAGEM
de módulos anterior, será dado um
foco especial às agências de checagem No conjunto anterior de módulos, você pôde relembrar o conceito de fake
de fatos, sobretudo buscando descon- news e teve acesso a um caso de notícia falsa disseminada. Também foi dito
truir a ideia de que elas detêm, inequi-
vocamente, o conhecimento do que que, muitas vezes, notícias podem ser checadas por meio de sites oficiais, por
seja verdade e do que seja mentira em exemplo, quando dizem respeito a alguma medida ou evento do governo –
se tratando da circulação de notícias.
Inicialmente, os alunos terão acesso à esse procedimento de checar, aliás, deve ser a postura de um leitor responsá-
matéria jornalística “Fake news ape- vel diante de qualquer informação.
lam e viralizam mais do que notícias
reais, mostra estudo”. O objetivo de No entanto, às vezes, temos acesso a textos jornalísticos os quais não sa-
se propor essa leitura é não somente
apresentar dados sobre a proliferação bemos como checar. Para casos como esse, existem agências de checagem,
de fake news, mas também destacar ou seja, organizações que se dedicam a conferir as informações e classificá-
CAPÍTULO 1

o trabalho das agências de checagem


para o resultado da pesquisa. Além -las como falsas, verdadeiras ou mesmo parcialmente verdadeiras, como
disso, outro texto proposto, extraído
da página de uma agência certificada
fazem algumas das agências.
de checagem brasileira, permitirá que Em março de 2018, a Folha de S.Paulo divulgou informações sobre um
os alunos tenham acesso a um dos
20

métodos de checagem, de modo a en- estudo acerca da divulgação de notícias falsas. Leia trechos relevantes
tender um pouco do procedimento de
da matéria.

Fake news apelam e viralizam mais do que dizem Soroush Vosoughi, Deb Roy e Sinan Aral no estudo.
notícias reais, mostra estudo […]
Pesquisadores do MIT analisaram 126 mil notícias que circu- Dos vários tipos existentes, as notícias falsas que fala-
laram no Twitter entre 2006 e 2017 vam sobre política tiveram propagação mais intensa, se
Notícias falsas, as chamadas fake news, espalham-se espalhando três vezes mais do que notícias falsas de ou-
pelas redes sociais de forma mais rápida, mais fácil e tros assuntos.
mais ampla do que as notícias reais. O motor da men- Ainda assim, fake news sobre terrorismo, desastres na-
tira na internet não é composto só por robôs. São as turais, ciência, lendas urbanas e informações financeiras
próprias pessoas que, levadas por sentimentos de sur- se disseminaram na rede de forma mais rápida e mais
presa, repulsa e medo, compartilham as fake news de fácil do que suas similares verdadeiras.
forma abundante.
Para Pablo Ortellado, professor de Gestão de Políticas
Esses achados estão no maior estudo já feito sobre a Públicas da USP e colunista da Folha, o que faz com que
disseminação de notícias falsas na internet, publicado notícias falsas se tornem “virais” é o apelo a sentimentos
na revista Science nesta quinta (8). Pesquisadores do MIT políticos das pessoas em um momento de polarização da
(Massachusetts Institute of Technology), nos EUA, anali- sociedade. Contudo, as notícias verdadeiras que apelam
saram cerca de 126 mil notícias que circularam no Twitter para esses mesmos sentimentos também atingem grande
no período entre 2006 e 2017. Elas foram tuitadas por desempenho nas redes.
cerca de 3 milhões de pessoas e retuitadas mais de 4,5
[…]
milhões de vezes.
No estudo, as notícias foram designadas como verda- Ortellado, que não participou da pesquisa publicada na
deiras ou falsas com base na verificação feita por seis revista científica Science, faz a ressalva de que é necessá-
organizações independentes de checagem de fatos. Os rio tomar o cuidado ao fazer comparações de desempe-
pesquisadores buscaram então apontar a probabilidade nho entre notícias falsas e verdadeiras com base no que
de uma notícia publicada na rede criar uma “cascata” de é checado por organizações que verificam a veracidade
republicações. A análise dos tuítes e retuítes mostrou de notícias. “Notícias que são marcadas como falsas [por
que a chance de uma notícia falsa ser repassada é 70% essas organizações] são as que viralizam. São as notícias
maior do que a de notícias verdadeiras. falsas que deram certo”, diz.
[…] UOL. Fake news apelam e viralizam mais do que notícias
reais, mostra estudo. Folha de S.Paulo. 8 mar. 2018.
“Descobrimos que as notícias falsas são mais inusitadas Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/poder/
2018/03/fake-news-apelam-e-viralizam-mais-do
do que as verdadeiras, o que sugere que as pessoas foram -que-noticias-reais-mostra-estudo.shtml>.
mais propensas a compartilhar informações inusitadas”, Acesso em: jul. 2023.

fact-checking. O intuito é que eles possam compreender que a checagem de informações requer detalhamento e pesquisa em mais de uma fonte. Finalmente, após
esse percurso de retomada do papel das agências de checagem – considerando que os alunos já possuem conhecimentos prévios a respeito –, será proposta uma
problematização sobre uma suposta infalibilidade de tais agências, de modo a apurar o olhar crítico dos alunos.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 20 14/11/2023 11:10:48


AUTORIZAÇÃO COC
A matéria da Folha de S.Paulo, além de apresentar dados numéricos relevantes
para pensar a divulgação de fake news pela rede social Twitter, cita o trabalho
de agências de checagem. A notícia cita o seguinte fato: “No estudo, as notícias
foram designadas como verdadeiras ou falsas com base na verificação feita por
seis organizações independentes de checagem de fatos”, o que destaca que o tra-
balho desses grupos pode contribuir não só para o leitor individual, mas tam-
bém para fins de pesquisas.
No Brasil, também existem organizações especializadas em checagem
de notícias. Elas, assim como outras internacionais, fazem o trabalho de

LÍNGUA PORTUGUESA
averiguação de informações recentes e de relevância pública, a fim de ga-
rantir ao leitor a legitimidade delas. Algumas dessas agências são certi-
ficadas pela International Fact-Checking Network (em português Rede

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO21 SEM


Internacional de Checagem de Fatos) e há também as que pertencem a co-
nhecidas empresas jornalísticas.
Como exemplo, apresenta-se a seguir o método de checagem do grupo
atuante Aos fatos, retirado da página original da agência.

Nosso método 6. Contextualizamos.


[…] 7. Classificamos a declaração com uma das sete ca-
Para isso, adotamos uma fórmula com sete etapas tegorias: verdadeiro, impreciso, exagerado, contra-
para realizar nossas checagens. ditório, insustentável, distorcido ou falso.
1. Selecionamos uma informação pública a partir Para chegar a qualquer conclusão, a checagem pas-
de sua relevância. sa pelas mãos de ao menos um repórter e um editor.
2. Consultamos a fonte original para checar sua ve- Ambos devem chegar a um veredito a respeito do selo
racidade. que será concedido à declaração ou à informação che-
cada. Se necessário, um terceiro jornalista da equipe
3. Procuramos por fontes de origem confiável como
fixa deverá ser consultado, para tirar a prova real.
ponto de partida.
Da mesma forma, não serão checadas opiniões e
4. Consultamos fontes oficiais, para confirmar ou
previsões, além de tópicos de pouca relevância para o
refutar a informação.
debate público, como vícios de linguagem e questões
5. Consultamos fontes alternativas, que podem de foro íntimo.
subsidiar ou contrariar dados oficiais. Registramos,
REDAÇÃO. Nosso método. Aos fatos. Disponível em: <https://www.
de modo acessível, no texto. aosfatos.org/nosso-m%C3%A9todo/>. Acesso em: jul. 2023.

Nas etapas apresentadas pelo grupo de checagem, o primeiro passo é sele-


cionar uma informação pública e relevante, o que demonstra que é mais fácil
encontrar nos sites de agências desse tipo informações que são de interesse de
um grande público. Atualmente, muitas empresas de checagem averiguam no-
tícias sobre política, por ser este um tema que diz respeito a todos os cidadãos.
Note que o trabalho de averiguação de uma notícia é minucioso e passa
pela consulta de mais de uma fonte de informação. A partir da determina-
ção de um tema, a agência consulta a fonte original, fontes consideradas
confiáveis, fontes oficiais e ainda fontes alternativas.
O trabalho realizado pela agência de checagem pode ser o mesmo de alguém
que decida descobrir se uma informação é verdadeira. Você mesmo pode colo-
car esse método em prática ao ler notícias que parecem ter conteúdo falso ou
exagerado e resolver, antes de divulgá-las, checar se correspondem à realidade.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 21 14/11/2023 11:10:48


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Os textos averiguados pela agência em questão são classificados em sete cate-
PARA IR ALÉM gorias: “verdadeiro, impreciso, exagerado, contraditório, insustentável, distorci-
Fact-cheking do ou falso”, o que acaba por revelar que uma informação não precisa ser 100%
A checagem de fatos – ou falsa para ser fake. Pode ser que ela seja exagerada ou distorcida, o que causará
fact-checking – é um merca- no leitor engano semelhante ao gerado por uma notícia totalmente falsa.
do especializado recente do
jornalismo. Isso porque, em Entretanto, é preciso cautela também com a forma como lidamos com
tese, sua concepção pode a checagem realizada por essas agências. Retomando o desfecho do texto
indicar uma contradição: é
função dos jornalistas que
“Fake news apelam e viralizam mais do que notícias reais, mostra estudo”:
divulgam notícias prezar “é necessário tomar o cuidado ao fazer comparações de desempenho entre
pela ética, tendo como ob- notícias falsas e verdadeiras com base no que é checado por organizações
jetivo primordial apresentar
à sociedade o que seja ver- que verificam a veracidade de notícias”. Em outras palavras, as agências de
CAPÍTULO 1

dadeiro. Entretanto, sabe- checagem de notícias também podem falhar e precisamos desenvolver um
-se que a propagação de olhar crítico quanto a isso.
informações, hoje, já não é
mais exclusividade de quem Para entender isso melhor, inicialmente é preciso saber que há parcerias
se formou em jornalismo, já estabelecidas entre agências de checagem de fatos e veículos de comunica-
22

que nas últimas décadas


tem ocorrido uma crescente ção, como redes sociais. Tal parceria significa que o conteúdo veiculado por
democratização dos meios uma grande rede social poderá ter seu alcance reduzido se a classificação
de comunicação.
atribuída por uma agência de checagem for negativa, isto é, se o conteúdo
No Brasil, as duas primeiras
agências de checagem de for considerado fake news. Há nisso alguns problemas.
fatos foram a Aos fatos e O primeiro deles diz respeito ao fato de que as agências devem escolher para
a Lupa, surgidas em 2015.
Posteriormente, a Pública, averiguar um conteúdo que seja relevante (“Selecionamos uma informação
que não é, essencialmente, pública a partir de sua relevância”); nisso, há um grau de parcialidade, pois
uma agência de checagem, toda escolha é, em maior ou menor grau, subjetiva. Entende-se, então, que fake
também passou a desem-
penhar essa função. Todas news consideradas pouco relevantes pelas agências continuarão em circula-
elas formaram parceria com ção sem serem desmentidas oficialmente. Será que estas não causam nenhum
o Google e com o Facebook.
tipo de impacto na sociedade? É muito provável que causem, sim.
DAVID TRAN/ISTOCK

Outro problema pode residir na importância que o chamado “furo jorna-


lístico” (informação publicada por um veículo antes de qualquer outro) tem
também para as agências de checagem de fatos, especialmente quando a
pressa envolvida na busca desse furo resulta na publicação de uma checagem
equivocada. Se, por exemplo, uma agência considerar falsa uma notícia que é
A grande rede social
Facebook firmou parceria
verdadeira, pelo fato de a pressa ter impedido uma apuração mais cautelosa,
com agências de checagem o veículo responsável pela divulgação de tal notícia pode ter sua reputação
de fatos brasileiras.
comprometida, ainda que o equívoco seja esclarecido posteriormente.
Finalmente, há de se considerar que plataformas como redes sociais divul-
gam minimamente informações referentes a um conteúdo classificado como
fake news por uma agência de checagem. Isso quer dizer que, ao público, são
omitidos os motivos que levaram determinada publicação a ter menos alcance
e a agência que checou a veracidade de tal publicação. Portanto, não é possível
avaliar se houve justiça na classificação do conteúdo.
Em resumo, as agências de checagem de fatos são, sem dúvida, recur-
Este é o momento oportuno para apli-
sos importantes. Entretanto, elas também são falhas e, diante de uma
car o exercício 4 da seção “Para confe- checagem, devemos manter um olhar crítico. Do contrário, se confiarmos
rir”, referente aos módulos 5 e 6.
cegamente nas classificações atribuídas, sem questionar ou procurar com-
preender os procedimentos adotados para tal classificação, estaremos con-
tribuindo para que a liberdade de expressão seja afetada.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 22 14/11/2023 11:10:48


AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 7, 8 e 9

VERBOS DE LIGAÇÃO
Leia esta tirinha, cujo personagem principal é o famoso gato Garfield, cria-
ção do cartunista americano Jim Davis.

GARFIELD, JIM DAVIS © 2009 PAWS, INC. ALL RIGHTS


RESERVED / DIST. BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION

LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO23 SEM
Na tirinha, o verbo “ser” contribui para a criação do efeito de humor e ele é Neste conjunto de módulos, espera-se
que os alunos possam compreender a
classificado como verbo de ligação. Mas o que define um verbo de ligação? definição de “verbo de ligação”, bem
como saber identificá-lo em orações.
Em frases verbais, podemos perceber que os verbos se comportam de Os exemplos dados, aliás, dialogam
maneiras diferentes. Há verbos que têm um significado completo. Há ou- com o que foi apresentado ao longo
do capítulo. Ainda não é necessário que
tros que, apesar de carregarem consigo um sentido, precisam de termos sejam explicadas a relação de predica-
substantivos para serem complementados. Observe exemplos desses ver- ção criada pelos verbos de ligação nem
a definição de predicativo de sujeito.
bos em manchetes de notícias que você leu em módulos anteriores. Em módulos posteriores, os alunos te-
rão contato com esses temas.

“Fake news apelam e viralizam [...]”


“Inep desmente notícia falsa [...]”

No primeiro título, os verbos destacados carregam um significado e, além


disso, eles não dependem de outra palavra que venha a seguir. Os verbos “ape-
lar” e “viralizar” são intransitivos nesse caso. É possível formar outras frases
ou manchetes com esses verbos e perceber que eles são completos de sentido.
Já no segundo exemplo, o verbo “desmentir”, em destaque, tem o signi-
ficado de “afirmar que algo contraria a verdade”, mas precisa de um com-
plemento. Pense em fazer perguntas para o verbo, por exemplo: “Inep des-
mente o quê?”.
Os verbos destacados nos exemplos, portanto, apresentam carga semân-
tica, ainda que sejam distintos quanto à transitividade: os primeiros, por
serem completos, são chamados de intransitivos, e o último, por precisar
de um termo que o complete, é chamado de transitivo.
Esses verbos têm valor semântico de ação. Ao pronunciá-los, escrevê-los ou
lê-los, o falante é capaz de imaginar um acontecimento, a ocorrência de algo.
Observe agora esta outra frase verbal que inicia um dos textos que você leu.

“O fact-checking é uma checagem de fatos [...]”

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 23 14/11/2023 11:10:48


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
O verbo destacado nesse caso tem um comportamento diferente dos que
você relembrou até então. Note que ele está entre o sujeito da oração à qual
pertence (“O fact-checking”) e uma palavra que não complementa o próprio
verbo, mas, sim, qualifica o sujeito revelado antes dele (“uma checagem de
fatos”). Nesse caso, o verbo “ser” será chamado de verbo de ligação.
Os verbos de ligação não são carregados de significado e não têm comple-
mentos. Esses verbos, diferentemente daqueles primeiros, não expressam
ação. Eles cumprem a função de ligar um sujeito à palavra que lhe dá qua-
lidades e, por isso, podem criar entre os dois termos as seguintes relações:

a) estado permanente
CAPÍTULO 1

Geralmente, os verbos “ser” e “viver” indicam permanência de estado.


O exemplo que você acabou de ler é um caso em que o verbo “ser” indica
um estado permanente. Por tratar-se de um trecho que traz definição, essa
permanência fica facilmente percebida.
24

“O fact-checking é uma checagem de fatos [...]”

A forma verbal “é” indica que ser uma checagem de fatos é característica
imutável do sujeito “fact-checking”.
O verbo “viver” também pode introduzir uma qualidade permanente de
um ser. Não é tão consistente como ser imutável, mas indica um comporta-
mento uniforme, que ocorre sempre e que se espera que continue ocorrendo.

O presidente daquele jornal vive preocupado.

b) estado transitório

O redator da revista está afastado.


A repórter encontra-se doente.

Os verbos “estar” e “encontrar-se”, nesses exemplos, ligam os sujeitos das


orações (“redator”, na primeira e “repórter” na segunda) a qualidades momen-
tâneas ou passageiras deles. Espera-se que o redator volte ao seu trabalho,
apesar de estar afastado. Da mesma forma, sabe-se que a repórter está mo-
mentaneamente doente, não se podendo concluir que ela seja o tempo todo
doente.
c) estado mutatório
O verbo “ficar” pode associar um sujeito a uma característica que, além de
ser momentânea, representa uma quebra de um estado anterior.

O presidente da empresa ficou nervoso


quando abriu os jornais do dia.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 24 14/11/2023 11:10:48


AUTORIZAÇÃO COC
O verbo “ficar” liga a característica “nervoso” ao sujeito “presidente”, de
modo que é possível imaginar que o homem, que até o momento anterior PARA IR ALÉM
encontrava-se calmo, ficou nervoso ao ler as páginas do jornal. “Andar”: polissemia da
palavra
d) continuidade do estado Quando pensamos nas pos-
sibilidades do verbo “andar”
(ou seja, expressando ou não
A apresentadora do jornal continua competente. uma ação), estamos tratan-
do, também, de polissemia.
A polissemia consiste na
O verbo “continuar” liga o sujeito da oração (“A apresentadora do jornal”) propriedade que uma pala-

LÍNGUA PORTUGUESA
a uma característica que ela já tinha no momento anterior e que segue vra tem de assumir diversos
significados. Desse modo,
possuindo – a competência.
“andar” é uma palavra po-
lissêmica na medida em que
e) estado aparente

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO25 SEM


pode significar “dar passos”
ou “encontrar-se em deter-
minado estado” (além de
A fake news parecia real. outros tantos significados),
sendo que este último senti-
do diz respeito a “andar” com
Ser “real” é uma característica aparente, julgada por alguém, a respeito função de verbo de ligação.
da fake news (sujeito da oração) em questão. O verbo destacado permite
que essa relação entre sujeito e característica seja estabelecida.
É importante destacar que há outros verbos de ligação que podem contribuir
para que as situações citadas sejam criadas. Ao longo desse conjunto de módu-
los, você será convidado a pensar sobre eles, a identificá-los ou a classificá-los.
Perceba que os verbos de ligação destacados nos exemplos não apresen-
tam valor semântico de ação, mas sim de um estado fixo ou momentâneo.
Os verbos de ligação não selecionam complementos, e sim estão presen-
Este é o momento oportuno para apli-
tes nas orações a fim de que o sujeito seja ligado a uma característica dele. car o exercício 5 da seção “Para confe-
Por exemplo, na frase “A revista está esgotada” não se deve confundir o rir”, referente aos módulos 7, 8 e 9.
termo “esgotada” com um complemento verbal. Note que a palavra é qua-
lificadora do termo “revista” e precisou do verbo “estar” para se ligar a ele,
estabelecendo uma relação de estado momentâneo.
Entretanto, quando se consideram os verbos de ligação, estamos, muitas
vezes, lidando com uma classificação mutável, determinada pelo contexto.
Observe o conjunto de títulos hipotéticos de notícias.
EXPLORE MAIS
Verbos de ligação
O governador do estado anda cansado.
Leia mais sobre o assunto
O governador do estado andou cansado pelo parque nessa manhã. no artigo disponível em:
<coc.pear.sn/O5Z0HQM>.

No primeiro exemplo, o verbo “andar” remete a um estado transitório do


governador, que ultimamente está cansado. A forma verbal “anda” liga o
sujeito “o governador” a uma característica momentânea dele – “cansado”.
Pode-se afirmar que nessa oração a palavra em destaque exerce a função
sintática de verbo de ligação. Na segunda ocorrência do verbo “andar”, to-
davia, não é igualmente possível classificá-lo como verbo de ligação. Per-
ceba que nesse exemplo a forma verbal “andou” tem o valor semântico de
ato de caminhar e, quando um verbo expressa uma ação, não poderá ser
classificado, evidentemente, como de ligação.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 25 14/11/2023 11:10:48


CAPÍTULO 1

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


NOTÍCIA QUENTE
Módulos 1 e 2 | Ética jornalística

Exercícios de aplicação
1. Auxiliar os alunos em cada
um dos itens desta propos- 1. Enquanto leitores de textos jornalísticos, é imprescindível que treinemos nosso olhar para o que, por-
ta de atividade em grupo. ventura, possa sinalizar um rompimento com a conduta ética de um profissional da área. Esse treina-
a) Levá-los à sala de infor- mento deve ser constante e acontece por meio da leitura. Por isso, que tal apurar esse olhar desde já?
mática, se houver na escola,
ou, então, pedir antecipa- a. Reúna-se em um grupo de três ou quatro pessoas. Vocês vão pesquisar uma notícia sobre
damente a eles que façam qualquer assunto. Todos farão, inicialmente, uma leitura individual, atentando não apenas
a pesquisa da notícia em para o conteúdo expresso, mas, principalmente, para a forma como esse conteúdo foi vincu-
casa. É possível também li-
lado. Para isso, será necessário levar em conta alguns dos princípios que orientam o trabalho
berar o acesso aos celulares.
b) Os alunos podem anotar ético de um jornalista.
CAPÍTULO 1

as perguntas em uma folha b. Durante a leitura, é importante responder, particularmente, às seguintes perguntas: “O fato di-
do caderno e, depois, esbo-
vulgado é de interesse público?”; “As ideias apresentadas respeitam, de alguma forma, os direitos
çar respostas curtas, conten-
do apenas a ideia principal. humanos?”; “A notícia possibilita o livre debate?”.
Isso facilitará a discussão c. Depois, quando todos do grupo tiverem finalizado a etapa da leitura individual, você e seus colegas
em grupo. c) Observar se os devem discutir as conclusões de cada um, a fim de chegarem a um consenso: “Todos do grupo con-
26

alunos demonstram respei-


to à vez da fala do colega e sideram que a notícia foi escrita tendo como norte a ética jornalística? Por quê?”; “O que faltou para
se conseguem, em conjunto, que o texto fosse plenamente permeado por essa ética?”. Apresentem essa conclusão conjunta ao
responder às perguntas. restante da classe, após fazerem a leitura em voz alta da notícia escolhida.
Para que respondam aos 2. Verifique a qual artigo do trecho do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, apresentado na teoria,
exercícios de 2 a 4, orientar
os alunos a voltar ao tex-
as situações apresentadas a seguir correspondem. Indique a que trecho do artigo a situação se refere.
to do Código de Ética dos a. Um jornalista denuncia, por meio de um artigo de opinião, abusos e torturas ocorridas em peni-
Jornalistas Brasileiros e a tenciárias do país.
relê-lo.
b Um jornalista apaga de seu perfil profissional, ativo em uma rede social, comentários de usuários
que discordam de uma opinião expressa em artigo publicado.
 A situação relaciona-se ao art. 10 do Código, contemplando o trecho que afirma que o
b
jornalista não pode “Frustrar a manifestação de opiniões divergentes ou impedir o livre
debate”. Nesse caso, o jornalista estaria ferindo a norma.
 A situação relaciona-se ao art. 9º do Código, contemplando o trecho que afirma que é dever
a
do jornalista “Opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os
princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos do Homem”. Nesse caso o jorna-
lista estaria respeitando a norma.

Para a realização do exer- 3. O art. 10 do Código que vem sendo trabalhado afirma que um jornalista não pode “Concordar com a
cício 3, é necessário que prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, políticos, religiosos, raciais, de sexo e de
esteja claro aos alunos o orientação sexual”. Descreva uma situação em que um profissional da área cumpriria essa norma ética.
que significam práticas de
perseguição ou discrimi- Resposta pessoal. Sugestão: uma situação desse tipo seria a de um jornalista publicar um artigo de opinião posicionando-
nação por motivos sociais,
políticos, religiosos, raciais, -se contra uma situação de violência ligada a aspectos sociais, políticos, religiosos, raciais, de sexo e de orientação sexual.
de sexo ou de orientação
sexual. Para isso, apresentar
exemplos de situações como
essas, ainda que fora da área
jornalística.

4. Procure lembrar-se de dois gêneros textuais jornalísticos que você já estudou em outros momentos
e dê exemplos dos cuidados que cada um exige do autor para que se evite ferir os princípios éticos
apresentados até aqui.
Resposta pessoal. Sugestão: ao escrever uma notícia, o autor deve, por exemplo, ter cuidado para respeitar o direto à pri-

vacidade do cidadão. Ao escrever um artigo de opinião, o autor precisa cuidar, por exemplo, de não demonstrar opiniões

que concordem com práticas de perseguição e discriminação.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 26 14/11/2023 11:10:49


AUTORIZAÇÃO COC
5. Qual trecho do texto “A utopia da imparcialidade jornalística” evidencia como o autor de um texto 5. Pedir aos alunos que re-
informativo pode trazer imparcialidade ao que escreve? leiam individualmente (ou
em duplas) o texto “A utopia
 “É fato e é regra que uma reportagem ou notícia ouça todos os lados envolvidos, isso é o que da imparcialidade jornalísti-
X ca”, para responder às ques-
dará um considerável grau de ‘imparcialidade’ a essa produção – é minha humilde opinião, mas
tões de 5 a 7.
é parecida com a de alguns acadêmicos de nosso ofício, como Nilson Lage e Fernanda Schneider.”
 “Apurar um fato já conta como um ato de parcialidade. Escolhemos a fonte que acreditamos
ser a melhor, os ângulos que pensamos serem os mais próprios, a pauta que imaginamos
interessar o leitor ou – quem tem coragem de assumir, que assuma – o editor.”
 “Quando me perguntam sobre ética jornalística, respondo o que li ou ouvi – e não me recordo
de quem – que se como jornalista tiver de prejudicar alguém importante pense duas vezes e

LÍNGUA PORTUGUESA
se for prejudicar alguém que não terá condições de se defender depois, não o faça.”

6. Segundo Victor Viana, autor do texto “A utopia da imparcialidade jornalística”, é possível atingir a
imparcialidade em um texto jornalístico? Justifique sua resposta.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO27 SEM


O autor demonstra pensar que não seja possível atingir totalmente a imparcialidade em um texto jornalístico, visto que,

por exemplo, “Apurar um fato já conta como um ato de parcialidade”, além de o jornalista selecionar o que julga mais

importante em um fato para colocar em seu texto e também de ser funcionário de um veículo de comunicação, que tem

sua linha editorial, a qual precisa seguir.

7. O trecho “Quando me perguntam sobre ética jornalística, respondo o que li ou ouvi – e não me 7. O trecho do texto de Victor
recordo de quem – que se como jornalista tiver de prejudicar alguém importante pense duas vezes Viana tem relação com tema
e se for prejudicar alguém que não terá condições de se defender depois, não o faça” relaciona-se da privacidade do cidadão.
com a passagem do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros que diz que
a. é dever do jornalista lutar pela liberdade de pensamento e expressão.
b. é dever do jornalista valorizar, honrar e dignificar a profissão.
c. é dever do jornalista respeitar o direito à privacidade do cidadão.
d. o jornalista não pode frustrar a manifestação de opiniões divergentes ou impedir o livre debate.
e. o jornalista não pode submeter-se a diretrizes contrárias à divulgação correta da informação.

8. Enem 8. A alternativa A está cor-


reta, pois o texto “Pesca in-
dustrial provoca destruição
na África” trata justamente
Pesca industrial provoca destruição na África da insustentabilidade que
O súbito desaparecimento do bacalhau dos grandes cardumes da Terra Nova, diz respeito à pesca do ba-
calhau, que se apresenta
no final do século XX – o que ninguém havia previsto –, teve o efeito de um desde o final do século XX.
eletrochoque planetário. Lançada pelos bascos no século XV, a pesca e depois a A alternativa B está incorre-
sobrepesca desse grande peixe de água fria levaram ao impensável. Ao Canadá, ta, pois não se trata de uma
fragilidade ecológica, mas
o bacalhau nunca mais voltou. E o que ocorreu no Atlântico Norte está aconte- de um impacto negativo
cendo em outros mares. Os maiores navios do mundo seguem agora em direção provocado pela ação huma-
na. A alternativa C está incor-
ao sul, até os limites da Antártida, para competir pelos estoques remanescentes. reta, pois o assunto tratado
MORA, J. S. Disponível em: <https://diplomatique.org.br/pesca-industrial no texto, relaciona-se, em
-provoca-destruicao-na-africa/>. Acesso em: 14 jan. 2014. alguma medida, com a via-
bilidade comercial de um
produto marinho. A alterna-
tiva D está incorreta, pois se
Um dos deveres de um jornalista é, de acordo com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, di- aborda a mudança ocorrida
vulgar o que seja de interesse público. Verifica-se isso no texto “Pesca industrial provoca destruição nos oceanos e mares resul-
na África”. O problema exposto nesse texto jornalístico relaciona-se à tante da ação humana, não
sendo natural, portanto. A
a. insustentabilidade do modelo de produção e consumo. alternativa E está incorre-
b. fragilidade ecológica de ecossistemas costeiros. ta, pois não se menciona,
sob nenhuma hipótese, no
c. inviabilidade comercial dos produtos marinhos. trecho apresentado, a vul-
nerabilidade social de áreas
d. mudança natural nos oceanos e mares.
pobres.
e. vulnerabilidade social de áreas pobres.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 27 14/11/2023 11:10:49


CAPÍTULO 1

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


Exercícios propostos
9. Procure dois exemplos de notícias publicadas ainda este ano. Busque julgá-las de acordo com os
artigos do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, destacando trechos que respeitem algum de
seus itens ou que os desrespeitem. Leve os materiais para a sala, a fim de apresentar ao professor e
aos colegas.
Resposta pessoal.
CAPÍTULO 1
28

10. Nos exercícios de aplicação, você respondeu a respeito da opinião do autor de “A utopia da impar-
cialidade jornalística” sobre a possibilidade de se atingir a imparcialidade em um texto jornalístico.
Agora, revisite o texto e responda aos itens.
a. Segundo o autor, ao produzir um texto, o jornalista deve abandonar a tentativa de ser imparcial?
Não. Segundo o autor, mesmo com as limitações impostas à imparcialidade total, os jornalistas devem continuar a

“buscar a tal ‘imparcialidade’ como uma utopia a ser perseguida, de forma a sermos o mais justos possível, sem nos

perdermos em ilusões”.

b. Procure e apresente um sentido para a palavra “utopia” e diga como ela colabora para a opinião
central expressa por Victor Viana em seu texto.
Segundo o Dicionário Houaiss, “utopia” pode ser definido como “lugar ou estado ideal”[...]“[...] quimera, fantasia”.

No texto de Victor Viana, a palavra é utilizada para representar o ideal da busca pela imparcialidade, a qual não será

atingida, mas pela qual o jornalista deve seguir buscando, pela continuidade da prática da ética.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 28 14/11/2023 11:10:49


AUTORIZAÇÃO COC
11. O texto “A utopia da imparcialidade jornalística” inicia-se pela tentativa de desmitificação do traba- 11. O texto “A utopia da im-
lho do jornalista. Pela leitura, entende-se que um dos aspectos que podem ser apontados com essa parcialidade jornalística” se
inicia da seguinte maneira:
finalidade é “Há os que superestimam a
a. a persistência do chamado “repórter herói”, criação de Gay Talese. profissão de jornalista, tal-
vez iludidos pela mídia de
b. a possibilidade de o jornalismo alcançar o “bom mocismo”. fofocas que deu um upgrade
c. a inexistência de regras que orientem a máxima imparcialidade. na imagem de alguns cole-
guinhas, fazendo com que o
d. o falso glamour da profissão, sugerido pela mídia de fofocas. leitor – na maioria das vezes
e. a incorreta consideração de que a imparcialidade seja uma utopia. apenas telespectador super-
ficial de telejornais – pas-
sasse a ver e crer na função
12. Enem
como algo glamoroso”. As de-

LÍNGUA PORTUGUESA
mais alternativas estão incor-
retas, pois o texto apresenta,
Diante dessas inconsistências e de outras que ainda preocupam a opinião pública, nós, justamente, o contrário do
jornalistas, estamos encaminhando este documento ao Sindicato dos Jornalistas Pro- que elas propõem.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO29 SEM


fissionais no Estado de São Paulo, para que o entregue à Justiça; e da Justiça esperamos
a realização de novas diligências capazes de levar à completa elucidação desses fatos e
de outros que porventura vierem a ser levantados.
Em nome da verdade. In: O Estado de São Paulo, 3 fev. 1976. Apud. FILHO, I. A. Brasil,
500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.

A morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida durante o regime militar, em 1975, levou a
medidas como o abaixo-assinado feito por profissionais da imprensa de São Paulo. Isso vai ao
encontro de um dos deveres do jornalista, expresso no Código de Ética dessa profissão: “Opor-
-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na
Declaração Universal dos Direitos do Homem”. A análise da medida tomada, apontada no texto
apresentado, indica a
a. certeza do cumprimento das leis.
b. superação do governo de exceção.
c. violência dos terroristas de esquerda.
d. punição dos torturadores da polícia.
e. expectativa da investigação dos culpados.

Módulos 3 e 4 | Compartilhamento responsável

Exercícios de aplicação
1. O fenômeno das fake news pode ser explicado a partir das considerações sobre a dinâmica que per-
tence a uma determinada coletividade. Um dos aspectos da sociedade atual que podem favorecer a
disseminação de notícias falsas é
a. o poder que a ficção passou a exercer sobre as pessoas, especialmente em uma cultura que pri-
vilegia o entretenimento.
b. a inexistência de qualquer instrumento controlador da conduta ética no que diz respeito ao uni-
verso jornalístico.
c. o dever de os jornalistas publicarem notícias com rapidez, independentemente de terem averi-
guado as fontes antes de publicá-las.
d. o fato de, cada vez mais, as pessoas buscarem com rapidez informar-se sobre o que ocorre à sua
volta e divulgarem as informações obtidas sem checar a veracidade delas.
e. o desinteresse causado por notícias verdadeiras; nesse sentido, notícias falsas gerariam mais lucro.

2. Em que consiste a educação midiática?


Educação midiática consiste em um tipo de formação que privilegia a leitura crítica da informação que uma pessoa recebe

por jornais, revistas, internet e redes sociais.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 29 14/11/2023 11:10:49


CAPÍTULO 1

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


3. Se julgar pertinente, 3. Qual é a importância de a educação midiática ser incluída em um currículo escolar, especialmente
debater com os alunos os ao considerarmos o mundo em que vivemos?
problemas relacionados ao
acesso às informações e à É importante na medida em que uma escola poderá dar instrumentos para que o estudante possa se tornar um consumidor
circulação delas, a fim de
que se ressalte a importân- e produtor de conteúdo responsável.
cia da educação midiática.
4. Cite uma possível relação entre a educação midiática e a proliferação de fake news.
Pode-se considerar que a educação midiática auxilia, justamente, o combate à proliferação de fake news, já que forma

cidadãos mais conscientes quanto à ética que deve nortear o ato comunicativo. Nessa consciência, encaixa-se a noção de

que uma notícia, antes de ser repassada, deve ser verificada.


CAPÍTULO 1

5. Complete os espaços a seguir, com base na leitura que você fez do texto “Educação midiática forma
cidadão consciente, dizem especialistas”.
No que concerne à educação midiática em prol do combate às fake news, uma das abordagens
leitura
30

possíveis em sala de aula consiste no desenvolvimento da “habilidade de e


produção fontes veículos mídias
de textos jornalísticos em diferentes , e ,

a autonomia e pensamento crítico para se situar em relação a interesses e posiciona-

mentos diversos, além de saber diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio ”.

6. O texto “O que é fact-checking?” apresenta, como exemplos, modos de checar situações específicas.
Relacione estas duas colunas, conforme o que o texto propõe.
1. Um político jura que nunca foi acusado de corrupção.
2. O governo diz que a inflação diminuiu.
3. Uma corrente diz que há um projeto de lei para cancelar as eleições.

3 É preciso conferir nas propostas em tramitação se essa informação é real.

1 Há registros judiciais que podem atestar se é verdade.

2 É preciso checar nos índices se isso realmente ocorreu.

7. Analise as afirmações listadas a seguir e assinale V (verdadeiro) e F (falso).


 A manipulação de um fato por meio de fake news sempre serve para tornar negativas as si-
F
tuações ou imagens envolvidas.

F A disseminação de informações falsas afeta exclusivamente a esfera política.

V Notícias quentes devem ser encaradas com cautela, pois podem ser falsas.

 A disseminação de fake news pode afetar, em certa medida, a trajetória profissional de uma
V
pessoa.

8. Agora, em relação ao exercício anterior e com base no que você aprendeu neste conjunto de módu-
los, apresente os motivos que justifiquem o julgamento das afirmações falsas enquanto tais.
A primeira afirmação é falsa porque nem sempre uma notícia falsa serve para tornar uma situação ou uma imagem nega-

tiva. Há casos em que ela pode servir para torná-las positivas. A segunda afirmação é falsa porque não é somente a esfera

política que é afetada pela disseminação de informações falsas; são divulgados fatos falsos sobre o mundo do futebol, ou

sobre lançamentos de filmes e séries ou games, por exemplo.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 30 14/11/2023 11:10:49


AUTORIZAÇÃO COC
9. Unicamp-SP

“Robótica não é filme de Hollywood”, diz Nicolelis


sobre o exoesqueleto
Robô comandado por paraplégico foi mostrado na abertura da
Copa. Equipamento transforma força do pensamento em movimen-
tos mecânicos.
Em entrevista ao G1, o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis
comentou que inicialmente estava previsto um jovem paraplégico

LÍNGUA PORTUGUESA
se levantar da cadeira de rodas, andar alguns passos e dar um chu-
te na bola, que seria o “pontapé inicial” do Mundial do Brasil. Mas
a estratégia foi revista após a Fifa informar que o grupo teria 29
segundos para realizar a demonstração científica.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO31 SEM


Na última quinta-feira, o voluntário Juliano Pinto, de 29 anos,
deu um chute simbólico na bola da Copa usando o exoesqueleto.
Na transmissão oficial, exibida por emissoras em todo o mundo, a
cena durou apenas sete segundos.
O neurocientista minimizou as críticas recebidas após a rápida
apresentação na Arena Corinthians: “Tenham calma, não olhem
para isso como se fosse um jogo de futebol. Tem que conhecer tec-
nicamente e saber o esforço. Robótica não é filme de Hollywood,
tem limitações que nós conhecemos. O limite desse trabalho foi
alcançado. Os oito pacientes atingiram um grau de proficiência e
controle mental muito altos, e tudo isso será publicado”, garante.
CARVALHO, Eduardo, “Robótica não é filme de Hollywood”, diz Nicolelis sobre o
exoesqueleto. G1. Disponível em: <https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/
noticia/2014/06/robotica-nao-e-filme-de-hollywood-diz-nicolelis
-sobre-o-exoesqueleto.html>. Acesso em: jul. 2023. Adaptado.

No combate à proliferação de fake news, é de extrema importância a interpretação correta do que


foi fornecido por determinada fonte. A má interpretação do que foi divulgado e sua reprodução po-
dem gerar uma notícia falsa. Considerando isso e, principalmente, a notícia transcrita, pode-se dizer
que a afirmação reproduzida no título (“Robótica não é filme de Hollywood”)
a. reitera a baixa qualidade técnica das imagens da demonstração com o exoesqueleto, deprecian-
do a própria realização do experimento com voluntários.
b. destaca a grande receptividade da demonstração com o exoesqueleto junto ao público da Copa,
superior à dos filmes produzidos em Hollywood.
c. aponta a necessidade de maiores investimentos financeiros na geração de imagens que possam
valorizar a importância de conquistas científicas na mídia.
d. sugere que os resultados desse feito científico são muito mais complexos do que as imagens
veiculadas pela televisão permitiram ver.

Exercícios propostos
10. Fact-checking é uma prática cada vez mais comum no mundo atual, considerado o amplo alcance de
fake news. Uma palavra que melhor define essa prática é
a. negligência.
b. confrontamento.
c. invenção.
d. ficção.
e. mentira.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 31 14/11/2023 11:10:50


CAPÍTULO 1

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


11. Levando em conta a notícia “Inep desmente notícia falsa de que o Enem foi cancelado”, qual é a
gravidade da forte proliferação de fake news atualmente?
Resposta pessoal. Sugestão: a notícia “Inep desmente notícia falsa de que o Enem foi cancelado” aponta para o quanto

as pessoas podem ser prejudicadas em razão da proliferação de fake news, já que, nesse caso, pode ter havido muitos

candidatos que deixaram de fazer a prova do Enem, muitas vezes essencial para o ingresso em universidades.

12. Ainda sobre a notícia “Inep desmente notícia falsa de que o Enem foi cancelado”, verifica-se que o
Inep ofereceu uma dica que pode servir em outras situações, quando se pretende evitar as armadi-
lhas das fake news. Como essa dica pode ser sintetizada de forma genérica?
Devem-se acessar apenas fontes oficiais quando se deseja uma determinada informação.
CAPÍTULO 1

13. A alternativa A está cor- 13. Enem


reta, pois o texto de Cordi in-
32

dica que o principal objetivo


da ética é garantir o respeito
aos indivíduos.
A ética precisa ser compreendida como um empreen-
dimento coletivo a ser constantemente retomado e
rediscutido, porque é produto da relação interpessoal
e social. A ética supõe ainda que cada grupo social se
organize sentindo-se responsável por todos e que crie
condições para o exercício de um pensar e agir autô-
nomos. A relação entre ética e política é também uma
questão de educação e luta pela soberania dos povos. É
necessária uma ética renovada, que se construa a partir
da natureza dos valores sociais para organizar também
uma nova prática política.
CORDI et al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007. Adaptado.

O século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises
sociais, conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob esse enfoque e a partir do texto, a
ética pode ser compreendida como
a. instrumento de garantia da cidadania, porque por meio dela os cidadãos passam a pensar e agir
de acordo com valores coletivos.
b. mecanismo de criação de direitos humanos, porque é da natureza do homem ser ético e virtuoso.
c. meio para resolver os conflitos sociais no cenário da globalização, pois a partir do entendimento
do que é efetivamente a ética, a política internacional se realiza.
d. parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos interesses e ação privada dos cidadãos.
e. aceitação de valores universais implícitos numa sociedade que busca dimensionar sua vincula-
ção a outras sociedades.

Módulos 5 e 6 | Agências de checagem

Exercícios de aplicação
1. Como se pode explicar o que seja uma agência de checagem de fatos?
Uma agência de checagem é uma organização que se dedica a averiguar informações e classificá-las como falsas, verda-

deiras ou parcialmente verdadeiras.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 32 14/11/2023 11:10:50


AUTORIZAÇÃO COC
2. Além da falta de veracidade do conteúdo veiculado, o que diferencia fake news de notícias verda-
deiras, conforme pesquisa citada no texto “Fake news apelam e viralizam mais do que notícias reais,
mostra estudo”?
Notícias falsas, as chamadas fake news, espalham-se pelas redes sociais de forma mais rápida, mais fácil e mais ampla

do que as notícias reais.

3. A resposta dada por você ao exercício anterior pode explicar o surgimento de agências de checagem
de fatos? Explique.
Sim. A rapidez, a facilidade e o amplo alcance de fake news são aspectos que explicam a necessidade de haver as agências

LÍNGUA PORTUGUESA
de checagem de fatos.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO33 SEM


4. Como foi realizada a pesquisa publicada pela revista Science, mencionada no texto “Fake news ape-
lam e viralizam mais do que notícias reais, mostra estudo”?
Pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos EUA, analisaram cerca de 126 mil notícias que circularam

no Twitter no período entre 2006 e 2017.

5. Nesse mesmo texto, faz-se uma ressalva sobre o método de tal pesquisa. Explique-a.
Faz-se a ressalva de que não se pode levar em conta apenas as notícias falsas que foram checadas. Isso porque nem toda

notícia falsa é verificada, especialmente quando não tem grande repercussão, não viraliza.

6. Quais destes assuntos são, segundo o texto “Fake news apelam e viralizam mais do que notícias reais,
mostra estudo”, os mais passíveis de se propagarem com maior rapidez por meio de fake news?
Saúde

X Desastres naturais

X Terrorismo

Nascimentos

7. Conforme esse texto, um momento social que pode adensar a atuação de agências de checagem é
a. a generalização da irresponsabilidade jornalística.
b. a democratização do ato de divulgar informações.
c. a ocorrência de uma tragédia natural.
d. uma situação de polarização política.
e. o lançamento de uma campanha de vacinação.

8. Reúna-se em dupla com um colega e criem uma hipótese para explicar o fato de uma agência de
checagem não considerar opiniões e previsões no ato de checar.
Resposta pessoal. Sugestão: por não se tratar de fatos, mas sim de perspectivas, não há necessidade de comprovação.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 33 14/11/2023 11:10:50


CAPÍTULO 1

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


9. A alternativa A está in- 9. Enem
correta, pois o texto foca na
energia eólica, sem men-
cionar a energia elétrica. A
alternativa B está incorreta,
Empresa vai fornecer 230 turbinas para o segundo complexo de ener-
pois não se faz qualquer tipo gia à base de ventos, no sudeste da Bahia. O Complexo Eólico Alto Ser-
de referência ao uso bioe- tão, em 2014, terá capacidade para gerar 375 MW (megawatts), total
nergético. A alternativa C
está correta, pois, ao tratar suficiente para abastecer uma cidade de 3 milhões de habitantes.
de um avanço relacionado à MATOS, C. GE busca bons ventos e fecha contrato de R$ 820 mi na Bahia.
energia à base de ventos, to- Folha de S.Paulo, 2 dez. 2012.
ca-se na questão da expan-
são das fontes renováveis. A
alternativa D está incorreta,
pois não se indica como con-
sequência a contenção da Uma das maneiras de se assegurar de que uma notícia lida é verdadeira é checando sua fonte. No
demanda urbano-industrial caso específico desse texto, verifica-se que a fonte é um jornal de ampla circulação no Brasil, o que
(na verdade, a produção de lhe confere maior grau de confiabilidade. Diante disso, a leitura atenta desse texto permite inferir,
CAPÍTULO 1

energia à base de ventos corretamente, que a opção tecnológica retratada na notícia proporciona a seguinte consequência
vai ao encontro de atender
a essa demanda). A alterna-
para o sistema energético brasileiro
tiva E está incorreta, pois, a. redução da utilização elétrica.
no texto, não há qualquer
apontamento para uma de- b. ampliação do uso bioenergético.
34

pendência geotérmica. c. expansão das fontes renováveis.


d. contenção da demanda urbano-industrial.
e. intensificação da dependência geotérmica.

10. Por que é preciso nutrir um olhar crítico quanto à atividade de agências de checagem de fatos?
Porque essas agências também são falhas e, se não houver um olhar crítico quanto às classificações atribuídas por elas

aos conteúdos que estão em circulação, a liberdade de expressão pode ser prejudicada.

Exercícios propostos
11. O leitor comum desempenha a mesma função de uma agência de checagem de fatos se cumpre a
mesma sequência de ações de uma instituição dessa natureza. Para isso, é necessário que ele
a. conheça um profissional ligado a fact-checking, que possa orientá-lo.
b. tenha a formação acadêmica de jornalista.
c. tenha lido muitas pesquisas relacionadas ao tema.
d. tenha se deparado com muitas notícias falsas ao longo de sua vida.
e. perceba que a notícia em questão aparenta ser falsa.

12. Que tipos de fonte são consultadas na averiguação de uma notícia por uma agência de checagem?
Fonte original, fontes consideradas confiáveis, fontes oficiais e ainda fontes alternativas.

13. Uma agência de checagem pode classificar uma notícia considerando quais categorias?
As categorias possíveis são verdadeiro, impreciso, exagerado, contraditório, insustentável, distorcido ou falso.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 34 14/11/2023 11:10:50


AUTORIZAÇÃO COC
14. Que atitude responsável pode ser tomada por um leitor diante do furo jornalístico de uma agência
de checagem de fatos?
Resposta pessoal. Sugestão: uma atitude que pode ser tomada é esperar certo tempo antes de compartilhar a notícia

divulgada, a fim de se certificar de que não houve nenhum equívoco, averiguando, até mesmo, publicações realizadas

por outras agências.

LÍNGUA PORTUGUESA
Módulos 7, 8 e 9 | Verbos de ligação

Exercícios de aplicação

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO35 SEM


1. O cotovelo “está” pousa-
1. Leia o poema “Os dos castelos”, de Fernando Pessoa. do, o outro “está” em ângu-
lo. Trata-se de um uso pouco
comum para os brasileiros
do verbo “ser”. A leitura do
A Europa jaz, posta nos cotovelos:
poema de Fernando Pessoa
De Oriente a Ocidente jaz, fitando, pode representar algum
nível de obstáculo para alu-
E toldam-lhe românticos cabelos nos de 9o ano. Ler o poema
Olhos gregos, lembrando. em voz alta, apresentando
o significado das palavras
que, provavelmente, serão
O cotovelo esquerdo é recuado; desconhecidas pela maioria
O direito é em ângulo disposto. (como “jazer”, que, nesse
contexto, pode significar
Aquele diz Itália onde é pousado; “situar-se”, “localizar-se” ou
Este diz Inglaterra onde, afastado, “toldar”, que tem o sentido
de “cobrir”), além de expli-
A mão sustenta, em que se apoia o rosto. car possíveis obscuridades.
Se julgar necessário, há uma
Fita, com olhar esfíngico e fatal, análise que pode ajudá-
-lo a fazer a compreensão
O Ocidente, futuro do passado. do poema com os alunos,
disponível em: <coc.pear.
O rosto com que fita é Portugal. sn/19Ut6R5>.

Na segunda estrofe aparece, por três vezes, a palavra “é”, forma de terceira pessoa do verbo “ser”.
Esse verbo, porém, foi usado de uma maneira diferente daquela que costumamos ouvir. Atualmente,
no Brasil, em um contexto parecido, o verbo mais comum seria
a. sair.
b. aparecer.
c. estar.
d. dobrar.
e. olhar.

2. Observe o penúltimo verso do poema de Fernando Pessoa, reproduzido no exercício anterior. Como 2. No “passado” a que se
seria possível organizar esse verso em uma oração contendo verbo de ligação, de maneira que o refere o poema, o Ocidente
sentido fosse mantido? era uma promessa de rique-
za para as nações mais po-
a. O Ocidente será o futuro do passado. derosas. Por isso, o Ocidente
fora considerado, um dia, o
b. O Ocidente era o futuro do passado.
futuro.
c. O Ocidente estará no futuro do passado.
d. O Ocidente nunca foi futuro do passado.
e. O Ocidente não pode ser o futuro do passado.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 35 14/11/2023 11:10:50


CAPÍTULO 1

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


3. Elabore uma frase que contenha um verbo de ligação indicando
a. estado permanente.
Sugestão: Notícias falsas são perigosas.

b. estado transitório.
Sugestão: Ela encontra-se acamada.

c. estado mutatório.
CAPÍTULO 1

Sugestão: A notícia ficou antiga.

d. continuidade de estado.
36

Sugestão: Ela permanece desacreditada.

e. estado aparente.
Sugestão: A informação parece verídica.

4. Na tirinha de Garfield vista neste conjunto de módulos, o verbo de ligação usado nas duas falas em
que aparece aponta para
a. estado permanente.
b. estado transitório.
c. estado mutatório.
d. continuidade de estado.
e. estado aparente.

5. Releia esta frase, apresentada neste conjunto de módulos:

A apresentadora do jornal continua competente.

Como ela poderia ser reescrita de modo que o verbo de ligação indique um estado permanente?
A apresentadora do jornal é competente.

6. Suponha que você fosse um jornalista e, como tal, ficasse encarregado de elaborar uma notícia sobre
um evento bastante atual em sua escola. O seu título deveria conter um verbo que, habitualmente, é
de ação funcionando como um verbo de ligação. Como ficaria esse título? Solte sua imaginação!
Resposta pessoal.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 36 14/11/2023 11:10:50


AUTORIZAÇÃO COC
7. Esal-MG
Em “O tempo estava de morte, de carnificina”, o verbo é
a. de ligação.
b. transitivo indireto.
c. transitivo direto.
d. intransitivo.
e. transitivo direto e indireto.

LÍNGUA PORTUGUESA
Exercícios propostos
8. Assinale a frase que contém o verbo “viver” como verbo de ligação.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO37 SEM


a. Vivemos em uma casa de taipa.
b. Vive-se muito bem em Paris.
c. Tenho primos que vivem no outro lado do mundo.
d. Eu vivo cansada.
e. Ela vivia em uma cidade florida.

9. Leia a tirinha a seguir e responda ao que se pede.

© JOAQUÍN SALVADOR LAVADO (QUINO) TODA


MAFALDA /FOTOARENA
a. Qual das falas da tirinha contém um verbo de ligação, indicando o estado aparente de Susanita,
que divergia da realidade?
“Mas você parece muito contente, Susanita”.

b. Qual outro verbo de ligação há nas falas da tirinha.


O verbo estar.

10. FMPA-MG
Identifique a alternativa em que o verbo destacado é de ação, embora pareça ser de ligação.
a. A criança estava com fome.
b. Pedro parece adoentado.
c. Ele tem andado confuso.
d. Ficou em casa o dia todo.
e. A jovem continua sonhadora.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 37 14/11/2023 11:10:51


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
CAPÍTULO 1

S
NOTÍCIAS QUENTES QUE LEMO
38

Verbos de ligação,
geralmente,
Ética jornalística estão presentes
em notícias ou
manchetes.

As fake news, muitas


As agências de
vezes, ferem a ética
checagem atuam Não têm carga Ligam o sujeito a uma
jornalística e são
desmentindo as semântica de ação. característica.
capazes de enganar
fake news.
leitores.

Exercícios desta seção


disponíveis em:
<link.coc.com.br/hH0MKc8>.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1 CAP1_P4.indd 38 14/11/2023 11:10:52


AUTORIZAÇÃO COC
MBOLINA/ISTOCK

LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO39 SEM
CAPÍTULO 2
Por muito tempo, a
NEUTRALIDADE
É POSSÍVEL?
noção de neutrali-
dade esteve, quase Módulos 10, 11 e 12

PREDICATIVO
indiscutivelmente,
vinculada ao uni-
verso jornalístico,
especialmente ao
gênero notícia. De
Poucos são os temas que estão sempre vigentes. Um deles é aquele que diz respeito
fato, textos que a cuidados com o meio ambiente. Infelizmente, ainda não tivemos a oportunidade –
visam à divulgação
de fatos estão, o e talvez não a tenhamos tão breve – de dizer que o tema sobre a preservação da natu-
máximo possível, reza não precisa mais ser foco de debate, já que todos compreendem sua importância.
próximos da impar-
cialidade, para que O progresso material ainda carrega consigo muitas consequências negativas. No entanto,
os leitores possam é tarefa de todo ser humano preservar o meio ambiente, para construir um futuro com
formar sua própria
opinião. No entan- condições propícias à sobrevivência de todos os seres vivos. Certamente, as gerações vin-
to, na atualidade,
tem havido maior
douras agradeceriam.
relativização de Um dos grandes problemas que impedem a preservação é a produção de resíduos
tal noção: hoje, a
neutralidade é con- em larga escala. Um desses resíduos é o plástico. O texto que você lerá adiante apre-
siderada com mais
cautela.
senta uma notícia alarmante: nosso país não somente é um dos maiores consumido-
É cada vez mais res de plástico como recicla uma pequeníssima parcela desse consumo que, muitas
aceita a ideia de
que todo texto con-
vezes, é absolutamente desnecessário.
tém um posiciona- possível. Assim, a noção de neutralidade absoluta tem sido posta em xeque com mais frequência. Afinal, a simples escolha do que noticiar já é,
mento, ainda que em si, a expressão de um modo específico de ver o mundo.
ele se apresente O foco deste capítulo será o questionamento da neutralidade absoluta. A formação crítica dos alunos depende de uma consciência que siga
do modo mais sutil esse sentido. Dessa maneira, ao mesmo tempo que será apresentada a importância da busca incessante pela imparcialidade, em se tratando de
textos informativos como a notícia, será exposta a impossibilidade de ela ser plena. Todo texto tem a marca de seu autor.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 39 23/08/23 14:51


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Brasil é um dos maiores consumidores de plástico, mas só recicla 2% do total
Entre os entraves para melhorar o índice estão a falta de incentivos e de infraestrutura, além da baixa qualidade dos
produtos reciclados
Na última semana, um brasileiro comum possivelmente gerou 1 kg de lixo plástico. Um italiano gera a mesma quantia em
cinco dias e alguém que mora na Indonésia, em dez. No Brasil, menos de 2% desse plástico será reciclado.
Os dados fazem parte de um estudo da WWF […]. A organização fez um levantamento de pesquisas relacionadas
ao plástico e elaborou um relatório que aponta o crescimento desse tipo de resíduo e sugere possíveis caminhos para
solucionar a questão.
Os números do plástico são enormes. Nos oceanos há perto de 300 milhões de toneladas (o que equivale a cerca de
11 trilhões de garrafas plásticas de 500 ml). E essa estimativa não leva em conta o lixo terrestre. [...], em 2030, o total
de lixo plástico poderá ter dobrado.
Em 2016, 396 milhões de toneladas de plástico virgem foram produzidos – cerca de 53 kg por pessoa. Parte desses pro-
CAPÍTULO 2

dutos se tornou lixo, especialmente nos quatro países maiores poluentes: Estados Unidos, China, Índia e Brasil.
Somente uma pequena parcela desse lixo é devidamente manejada e reciclada. Por aqui, a reciclagem é inferior a 2%, o
menor valor entre os líderes em produção de detritos. Nos EUA o valor chega a 35%; na China, 22%; na Índia, 6%.
Considerando o mundo inteiro, cerca de 20% do plástico é coletado para reciclagem, mas isso não significa que
ele realmente terá esse destino honroso. Segundo o estudo da WWF, na Europa, por exemplo, menos da metade do
40

material é reaproveitado.
A baixa qualidade de produtos feitos com o material reciclado, seu baixo valor de mercado e a possível presença de
contaminação atrapalham a expansão da atividade.
[...]
Como forma de pressão, a WWF lançou uma petição para que o despejo de plástico nos mares pare até 2030.
Já houve avanços, como as leis que proíbem canudos plásticos – objeto descartável de uso único – em cidades como Rio de
Janeiro, Ilhabela, Santos, Guarujá e São Vicente. A União Europeia também já tomou medidas para banir os canudos até 2021.
[...]
E por que a preocupação com plásticos faz sentido?
Não são incomuns as imagens de animais presos em sacolas e garrafas ou mortos por ingestão de grandes quanti-
dades de plástico, que pode demorar, dependendo do modo de descarte, mais de mil anos para se decompor. Outro
exemplo fácil de observar é a degradação de corais.
WATANABE. Felipe. Brasil é um dos maiores consumidores de plástico, mas só recicla 2% do total. Folha de S.Paulo. 4 mar. 2019. Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/03/brasil-e-um-dos-maiores-consumidores-de-plastico-mas-so-recicla-2-do-total.shtml>.
Acesso em: jul. 2023.

Em princípio, o conceito de predicativo


não tem uma relação clara com o tema Enquanto notícia, o texto que você acaba de ler é, na medida do possí-
deste grupo, atualidade. Entretanto, tra- vel, meramente informativo: seu objetivo é dar aos leitores conhecimen-
ta-se de um tópico gramatical passível
de ser explorado em textos nos quais se tos consistentes sobre o assunto de que trata. Por isso, não há espaço para
pode checar a neutralidade imperfeita – “achismos”; a maioria das passagens consiste na apresentação categórica
isso, sim, um ponto de estreita ligação
com o tema em jogo. Em outras palavras, de dados. Os trechos reproduzidos a seguir são a comprovação disso:
o texto apresentado neste conjunto de
módulos permite, ao mesmo tempo,
observar o tema da parcialidade em um Brasil é um dos maiores consumidores de plástico [...]
texto que objetiva ser neutro e também No Brasil, menos de 2% desse plástico será reciclado.
compreender a função de predicativo
(especificamente, predicativo do sujei- Os números do plástico são enormes.
to), especialmente nos casos em que ele Parte desses produtos se tornou lixo, especialmente nos quatro países maiores poluentes:
se manifesta em sentenças afirmativas,
Estados Unidos, China, Índia e Brasil.
muito usadas para apresentar fatos em
detrimento de opiniões.
Pedir aos alunos que, em um primeiro As formas verbais em destaque nesses trechos são responsáveis por tor-
momento, leiam o texto “Brasil é um dos
maiores consumidores de plástico, mas
nar as frases asseverativas (em que há certeza). Muitos verbos têm essa
só recicla 2% do total” individualmente, propriedade. No entanto, os que se mostram nesses exemplos têm, ainda, ou-
procurando destacar os trechos que con-
siderarem mais relevantes e, se possível, tra peculiaridade: são verbos de ligação, tópico estudado no capítulo anterior.
ao final da leitura, escrever um breve pa-
rágrafo sintetizando a compreensão das
O que define um verbo de ligação é o fato de ele não conter em si uma
ideias expostas. Em um segundo momen- carga semântica forte. Em outras palavras, o sentido de um verbo de
to, orientar uma leitura oral e coletiva, a
fim de consolidar o entendimento geral.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 40 23/08/23 14:51


AUTORIZAÇÃO COC
ligação tem pouco peso em uma oração. Sua grande função é ligar – a no-
menclatura, então, é sugestiva – os termos da oração. PARA IR ALÉM
É muito importante dominar, efetivamente, a definição de verbo de li- Verbo de ligação implícito
gação para que se compreenda bem uma função sintática denominada Existem casos em que te-
mos, em uma oração, um
predicativo. O predicativo, semanticamente, objetiva qualificar, caracte- verbo de ação, mas, ainda
rizar ou determinar o nome ao qual, na oração, está associado. Em todos assim, há um termo que
os exemplos citados aqui, há termos que funcionam como o que se conhece pode ser classificado como
predicativo do sujeito. Veja:
por predicativo do sujeito. Como tal, ele serve para qualificar, caracte-
A água chegou poluída às
rizar ou determinar o sujeito da oração, ao qual está vinculado por meio casas.

LÍNGUA PORTUGUESA
do verbo de ligação. Para que isso fique mais claro, esses exemplos são, Embora “chegar” seja um
novamente, reproduzidos a seguir, dessa vez não somente com o verbo de verbo de ação, “poluída” é
predicativo do sujeito. Isso
ligação em destaque, mas também com o predicativo do sujeito. ocorre porque, nesse caso, é

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO41 SEM


possível considerar que há
Brasil é um dos maiores consumidores de plástico [...] um verbo de ligação implí-
No Brasil, menos de 2% desse plástico será reciclado. cito na oração; mais especi-
ficamente, o verbo “estar”.
Os números do plástico são enormes. Podemos pensar que esse
Parte desses produtos se tornou lixo, especialmente nos quatro países maiores enunciado é a junção de
poluentes: Estados Unidos, China, Índia e Brasil. duas formulações distintas,
temos:
Os sujeitos de cada um desses exemplos são, respectivamente: “Brasil”, A água chegou às casas + A
água estava poluída.
“menos de 2% desse plástico”, “Os números do plástico” e “Parte desses pro-
dutos”. Os termos grifados caracterizam esses sujeitos: Quando casa é sinônimo de lar, não há
ocorrência de crase.
“Brasil” → “um dos maiores consumidores de plástico”
“menos de 2% desse plástico” → “reciclado”
“Os números do plástico” → “enormes”
“Parte desses produtos” → “lixo”

Com exceção do último exemplo, em que o verbo de ligação é tornar-se, EXPLORE MAIS
em todos os exemplos dados o verbo de ligação em questão é o ser. No entan- Formação de predicativo
to, existem outros, conforme estudado. Alguns deles são: estar, ficar, virar, Leia o artigo sobre o as-
sunto, disponível em:
permanecer, continuar, andar (com o mesmo sentido de “estar”), parecer
<coc.pear.sn/sLBn0hy>.
etc. Observa-se, portanto, que, embora a maioria dos verbos de ligação possa
contribuir para tornar uma sentença asseverativa, isso não é uma regra; há
verbos de ligação, como o “parecer”, que transmitem uma ideia de incerteza.
Desse modo, conclui-se que somente haverá predicativo do sujeito em
uma oração quando nela houver um verbo de ligação. Por isso, é impor-
tante ter atenção aos casos em que um verbo comumente de ação funcione
como de ligação. Veja este exemplo.

O Brasil anda negligente quanto à reciclagem de plástico.

O contexto evidencia que o verbo andar, nesse caso, não tem o mesmo
significado de “caminhar”. Entende-se que ele foi utilizado com o sentido
de “estar”. Reformulando a frase, teríamos: Este é o momento oportuno para apli-
car os exercícios 1 e 2 da seção “Para
O Brasil está negligente quanto à reciclagem de plástico. conferir”, referentes aos módulos 10,
11 e 12.

Sendo assim, o termo “negligente quanto à reciclagem de plástico” é pre-


dicativo do sujeito “O Brasil”, pois o verbo “andar” é de ligação.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 41 23/08/23 14:51


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 13 e 14

COBERTURA DE FATOS RELEVANTES


No conjunto de módulos anterior, você pôde ler uma notícia que tratava do
consumo excessivo de plástico no Brasil e da parcela quase insignificante
desse produto que é reciclada. Isso, conforme se mencionou, é um tema ex-
tremamente vinculado à atualidade, já que o descuido com o meio ambien-
te marca nossa época. Essa discussão, então, dificilmente será esgotada. Ao
abrirmos diariamente um jornal, sem muito esforço, encontraremos notí-
cias que apresentem uma perspectiva nova sobre determinado problema.
A depender do fato, não é raro que ele seja veiculado por diferentes meios.
CAPÍTULO 2

Você verá um exemplo disso por meio da leitura de duas notícias. A pri-
O que será contemplado neste con- meira tem como público-alvo crianças e jovens. Já a segunda se dirige,
junto de módulos receberá uma predominantemente, a um público adulto. Ambas relatam um gravíssimo
complementação no módulo seguin-
te, voltado à produção de texto. Na problema ambiental que afeta Bangcoc, capital da Tailândia: a poluição at-
42

esteira de questionar a existência de


uma neutralidade absoluta no âmbito
mosférica. Entre o final de janeiro e o início de fevereiro de 2019, centenas
jornalístico, a abordagem, aqui, será de escolas foram obrigadas a fechar as portas, como parte de uma medida
destinada à comparação de cobertu-
ras de imprensa distintas a respeito governamental para combater a poluição e preservar a saúde da popula-
de um mesmo assunto, a fim de que as ção. Entretanto, apesar de terem o mesmo foco, cada texto tem uma abor-
diferenças entre elas sirvam para que
os alunos percebam que o modo como dagem, que difere, em alguma medida, da outra. Leia os dois textos com
se noticia, por si só, revela um tipo de atenção, para avaliar o grau de dessemelhança entre eles.
posicionamento – que pode depender,
até mesmo do público-alvo ao qual se
destina. Nesse sentido, poderá ficar Texto 1
claro a eles que determinada perspec-
tiva tem constituição própria.
Esse enfoque relaciona-se ao tema Em Bangcoc, escolas fecham por causa da poluição
atualidade na medida em que se re-
laciona à checagem de notícias, tópi- O governo da Tailândia ordenou, no dia 30 de janeiro, que
co já explorado no capítulo anterior, 437 escolas da cidade de Bangcoc, capital do país, tives-
quando se abordaram as agências de
checagem. Em outras palavras, o bom
sem as aulas suspensas por causa da poluição do ar. A pa-
leitor é aquele que se vale de fontes ralisação, que durou até 2 de fevereiro, teve como objetivo
diversas, não se contentando com a diminuir o efeito dos gases tóxicos nas crianças. Além dis-
primeira cobertura de um fato com a
qual se depare. A checagem é impres- so, a medida evitou que alguns carros (veículos poluidores)
cindível. O mundo contemporâneo, ao circulassem pelas ruas por alguns dias.
mesmo tempo que proporciona um
mar de informações, exige, em contra- Bangcoc está coberta por um nevoeiro tóxico, por isso,
partida, que a recepção, por parte dos entrou temporariamente para a lista das dez cidades mais
leitores, se dê de um modo acurado. poluídas do mundo. A falta de ventos na região e a estação
Isso, então, justifica, neste conjunto de
módulos, a presença de duas notícias seca (que vai de outubro a abril) pioram a situação.
sobre um mesmo assunto. Assim, os Autoridades tailandesas, que estão sendo muito cri-
alunos terão a oportunidade de con-
frontar duas coberturas diferentes ticadas por não conseguirem solucionar o problema,
para verificar em que medida elas são atribuem a poluição a razões como intenso tráfego de
díspares, ainda que o foco seja essen-
cialmente o mesmo.
veículos na cidade, operação industrial e incêndios pro-
Pedir aos alunos que se reúnam em vocados pela atividade agrícola.
duplas. Um deles lerá em voz alta o
primeiro texto e o outro, o segundo.
O governo chegou a usar aviões para lançar produtos quí-
Depois, cada um deverá expor ao micos nas nuvens, tentando fazer com que chovesse, mas
colega aquilo que compreendeu da isso quase não teve efeito. Agora, drones vão espalhar lí-
leitura que fez, ainda que haja muitas
coincidências, já que o assunto trata- quidos que capturam as partículas de poluição do ar.
do é basicamente o mesmo em ambos Em Bangcoc, escolas fecham por causa de poluição. Jornal Joca. 22 fev.
os casos. Finalmente, em um terceiro 2019. Disponível em: <https://www.jornaljoca.com.br/em-bangcoc
momento, orientar toda a turma a ma- -escolas-fecham-por-causa-da-poluicao/>. Acesso em: jul. 2023..
nifestar a compreensão das diferenças
identificadas, mesmo que mínimas,
quanto às duas leituras feitas.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 42 23/08/23 14:51


AUTORIZAÇÃO COC
Texto 2

Poluição faz com que Bangcoc cancele as aulas em mais de 400 escolas
Os níveis de partículas finas consideradas as mais nocivas para a saúde estão há um
mês na faixa de 80-100 microgramas por metro cúbico em alguns pontos da capital
As autoridades de Bangcoc, na Tailândia, decidiram fechar até esta sexta-feira
mais de 400 escolas da capital da Tailândia, afetada há várias semanas por um
episódio severo de poluição atmosférica. Esta é uma decisão sem precedentes
na história da cidade.

LÍNGUA PORTUGUESA
“Ordeno às 437 escolas administradas pelo governo metropolitano de Bangcoc
que fechem suas portas a partir do meio-dia (de quarta-feira) e até sexta-feira”,
anunciou Aswin Kwanmuang, prefeito da cidade.
“Três ou quatro distritos da cidade estão particularmente afetados”, comple-

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO43 SEM


tou, antes de anunciar o uso de drones para espalhar uma substância líquida
sobre a cidade que deve capturar as micropartículas da poluição.
Durante vários dias, aviões lançaram produtos químicos nas nuvens para provocar
chuva. A iniciativa, no entanto, não surtiu tanto efeito e choveu pouco na cidade.
Caminhões e outros dispositivos de vaporização de água também foram usados.
Os níveis de partículas finas chamadas PM2,5 (de diâmetro inferior ou igual
a 2,5 micrômetros), consideradas as mais nocivas para a saúde, pois penetram
mais profundamente nos pulmões, estão há um mês na faixa de 80-100 micro-
gramas por metro cúbico em alguns pontos da capital.
Nesta quarta-feira atingiram-se 86 microgramas. A Organização Mundial da Saú-
de (OMS) recomenda um nível de exposição máximo diário de 25 microgramas.
As principais causas do problema são a ausência de vento, a umidade e as con-
dições climáticas, que impedem a dispersão dos poluentes.
REUTERS. Poluição faz com que Bangcoc cancele aulas em mais de 400 escolas. O Globo. 30 jan. 2019.
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/brasil/poluicao-faz-com-que-bangcoc-cancele-as-aulas
-em-mais-de-400-escolas-23413376>. Acesso em: jul. 2023. Adaptado.

A primeira diferença entre os dois textos que chama a atenção diz res-
peito aos títulos. Mesmo que os dois forneçam, basicamente, informações
bastante semelhantes, a construção de cada um se deu de um modo distin-
to. Em qual deles, por exemplo, o destaque foi dado à poluição, deixando o
fechamento das escolas em segundo plano? Veja.

Em Bangcoc, escolas fecham por causa da poluição


X
Poluição faz com que Bangcoc cancele as aulas em mais de 400 escolas

A resposta à pergunta é: o segundo título, pois o substantivo “poluição”


encabeça o enunciado. Disso, extrai-se uma conclusão interessante: uma for-
ma de se posicionar em um texto é topicalizando determinado elemento
ao qual se queira dar destaque, ou seja, é colocando no topo do enunciado a
palavra ou a expressão à qual se dá mais importância. Talvez, uma razão de
tal diferença, nesse caso, resida no público-alvo, já que o primeiro título per-
tence a uma notícia destinada a crianças e jovens. Provavelmente, a atenção
desses leitores será mais facilmente conquistada ao se destacar a escola, que
faz parte do universo deles.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 43 23/08/23 14:52


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Ao longo dos textos, outras diferenças se
XEFSTOCK/ISTOCK

sobressaem. Já no primeiro parágrafo da


segunda notícia, lê-se o seguinte: “Esta é
uma decisão [a de fechar mais de 400 esco-
las] sem precedentes na história da cidade”.
Na primeira notícia, o leitor não tem acesso
a esse dado, que, sem dúvida, atribui ainda
mais gravidade à situação relatada. Em ou-
tras palavras, destacar que tal evento não
havia acontecido antes revela o caráter ex-
cepcional do acontecimento.
CAPÍTULO 2

É notório, também, o fato de o segun-


do texto apresentar uma transcrição da
fala de um prefeito da Tailândia a res-
peito do assunto. Embora seja comum a
44

reprodução de falas constar em notícias,


especialmente quando se pretende confe-
Em se tratando de coberturas de imprensa distintas sobre um mesmo acontecimento,
os pesos atribuídos aos fatos podem diferir. rir ao texto maior credibilidade perante o
leitor, isso não é obrigatório. Desse modo,
Este é o momento oportuno para apli- entende-se que o jornal responsável pela primeira notícia optou por
car o exercício 3 da seção “Para confe-
rir”, referentes aos módulos 13 e 14. não apresentar essa fala, possivelmente por considerá-la de menor
importância no contexto em questão. Essa opção, por si só, marca um
posicionamento, que pode não coincidir com o de outros jornais, como
comprova a segunda notícia.
Finalmente, há de se ressaltarem as informações de cunho científico que
estão ausentes no primeiro texto e presentes no segundo. Releia este tre-
cho, extraído da segunda notícia:

Os níveis de partículas finas chamadas PM2,5 (de diâmetro inferior ou igual a 2,5 mi-
crômetros), consideradas as mais nocivas para a saúde, pois penetram mais profun-
damente nos pulmões, estão há um mês na faixa de 80-100 microgramas por metro
cúbico em alguns pontos da capital.
Nesta quarta-feira atingiram-se 86 microgramas. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) recomenda um nível de exposição máximo diário de 25 microgramas.

Essas informações, referentes aos níveis de partículas finas nocivas à


saúde, reforçam a concepção de que a poluição noticiada é muito gra-
ve. Entretanto, na primeira notícia, optou-se por não as divulgar. Nova-
mente, uma explicação possível pode residir no público-alvo: talvez, tais
explicações ainda estejam fora do alcance do entendimento de crianças
e jovens. Seja como for, podemos perceber que, na escrita de um texto,
há uma seleção por parte do autor das informações que serão expos-
tas. Isso significa que, dependendo de como isso se apresenta, um texto
pode ser mais ou menos neutro. Não há completa imparcialidade em se
tratando de coberturas de imprensa: cada uma imprimirá, naquilo que
divulga, um traço próprio, fruto de um olhar condicionado a um modo
peculiar de pensar.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 44 23/08/23 14:52


O ambiente digital, em constante processo
de evolução, favoreceu o surgimento de novas
práticas comunicativas. Na atualidade, tem se tornado comum o uso das chamadas ferramentas de curadoria de conteúdo,

AUTORIZAÇÃO COC
especialmente quando se trata de marketing digital. Entretanto, isso pode ser explorado, de modo produtivo, na apren-
dizagem escolar, sobretudo no que se refere a eleger o texto informativo mais apropriado, em razão da sua veracidade, da
Módulo 15 sua profundidade ou, então, da finalidade em jogo.
PARA IR ALÉM
PRODUÇÃO DE TEXTO: CURADORIA A profissão de curador
No conjunto de módulos anterior, você entrou em contato com um contras- O exemplo mais comum de
te possível entre duas coberturas de imprensa distintas sobre um mesmo curadoria é aquele que en-
volve a área artística. O cura-
fato (o fechamento de escolas em Bangcoc por causa do excesso de polui- dor de uma exposição de
ção). O que você viu, então, foi uma análise que contemplou as diferenças arte, por exemplo, é aquele
que caracterizam as divergências jornalísticas quanto à abordagem de um que seleciona as obras que
serão expostas, além de
mesmo acontecimento. Tais divergências marcam posicionamentos, que cuidar da montagem e da

LÍNGUA PORTUGUESA
NYCSHOOTER/ISTOCK; PAINTING / ALAMY STOCK PHOTO
podem resultar de uma ideologia ou até mesmo dos objetivos em relação a manutenção do evento. Em
um público-alvo. Independentemente da razão, a discrepância entre modos de outras palavras, ele cuida do
andamento da exposição,
relatar fatos revela que não existe neutralidade absoluta no jornalismo, ainda desde o seu início.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO45 SEM


que ela deva ser tida como alvo a ser alcançado por quem redige textos dessa
área, especialmente notícias.
Neste módulo, será a sua vez de fazer uma análise parecida. No entanto, an-
tes mesmo dessa etapa, você se valerá de um recurso próprio da atualidade: a
ferramenta de curadoria. Você já ouviu falar nisso?
Curadoria, de modo genérico, diz respeito à ação de zelar, de cuidar, de ter
atenção. Em se tratando de comunicação digital, a curadoria refere-se, es-
pecificamente, a eleger e divulgar determinada informação que se acredita O curador de uma exposição
de arte “cuida” do evento.
ser a mais adequada conforme certo objetivo. Suponha que você e sua turma
mantivessem uma página na internet para divulgar uma atividade coletiva
que ocorresse com frequência, como um clube de leitura. Além das informa-
EXPLORE MAIS
ções sobre o evento em si, a página poderia conter outros textos, escritos por
quem não faz parte da turma, para reforçar o conteúdo divulgado. Poderia, Curador digital
por exemplo, apresentar um artigo que tratasse da importância dos clubes de Para saber mais sobre o
que um curador digital faz,
leitura para a formação de um indivíduo. Porém, para ter uma real eficácia, leia o texto disponível em:
seria interessante que a publicação desse artigo na página da turma resultas- <coc.pear.sn/TMaBj3O>.
se de um processo de curadoria, pelo qual seriam respeitados alguns critérios
que validassem a escolha daquele texto específico e não outro semelhante.
Quando se trata de selecionar uma notícia, a curadoria também pode ser
um mecanismo interessante. E, para isso, existem, conforme já se mencionou,
aquilo que se conhece por ferramentas de curadoria de conteúdo. Um bom
exemplo de recurso desse tipo é a famosa mídia social Twitter. Curadores brasileiros
famosos
Por meio do Twitter, é pos- Conheça alguns curadores
ALEXSL/ISTOCK; PIXELFIT/ISTOCK

sível cotejar, mais facilmen- brasileiros que são premia-


te, diferentes notícias sobre dos, acessando:
<coc.pear.sn/K5SCtca>.
um mesmo assunto. Para
isso, basta seguir diversas
contas de jornais. Na página
inicial dessa rede social, são
apresentados os tuítes das
contas seguidas, que possi- Este módulo dará continuidade à
bilitam avaliar o conteúdo abordagem do conjunto de módu-
Os tuítes das contas dos los anterior, pois os alunos poderão
veiculado por elas. diversos jornais digitais que Das mídias digitais mais usadas, aplicar os conhecimentos adquiridos
existem facilitam ao leitor o o Twitter se destaca como uma quanto à comparação de coberturas
Este é o momento oportuno contraste entre os conteúdos eficiente ferramenta de curadoria de imprensa distintas. A proposta é
para aplicar o exercício 4 da aparentemente semelhantes. de conteúdo.
que tal comparação se dê por meio
seção “Para conferir”, refe-
rente ao módulo 15. das supracitadas ferramentas de curadoria. A sugerida para isso é a mídia social Twitter,
bastante popular para essa finalidade. Contudo, outras opções são válidas, desde que per-
mitam aos alunos proceder conforme a proposta.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 45 23/08/23 14:52


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
O conjunto de módulos anterior, por Módulos 16, 17 e 18
trabalhar a checagem de fatos, já per-
mitiu que os alunos entrassem em
contato com a escolha de abordagem PARCIALIDADE NO JORNAL
de determinado tema. É possível criar
uma relação entre o que foi aprendido No conjunto de módulos sobre ética jornalística, você leu um texto que tra-
com o que vai ser apresentado agora.
Neste conjunto de módulos, será tra-
tou da “utopia da imparcialidade jornalística” e, nos módulos 13 e 14, por
balhada a questão da parcialidade no meio do estudo comparativo de notícias, você aprendeu que um mesmo
jornal. É possível explorar, por meio
dos textos que serão apresentados, fato pode receber coberturas diferentes, a depender do público para o qual
os critérios de parcialidade de acor- a notícia é escrita, por exemplo.
do com diferentes gêneros textuais
que aparecem em um jornal, para No texto “A utopia da imparcialidade jornalística”, o autor Victor Viana
entender como o pensamento parcial
aparece na elaboração de notícias de afirmou que
diferentes empresas jornalísticas so-
bre um mesmo tema.
CAPÍTULO 2

Apurar um fato já conta como um ato de parcialidade. Escolhemos a fonte que acre-
Ler os quatro textos apresentados ditamos ser a melhor, os ângulos que pensamos serem os mais próprios, a pauta que
com os alunos. Uma possibilidade
é cada aluno ficar responsável pela imaginamos interessar o leitor ou – quem tem coragem de assumir, que assuma –
leitura de uma passagem. Ao término o editor. Quando escrevemos colocamos em colunas encabeçadas por leads o que
da leitura de cada texto, abrir espaço
achamos mais importante ou interessante. A decisão é do jornalista e não do fato.
46

para os alunos manifestarem o pró-


prio entendimento, além das dúvidas Assumir-se neutro já consta como um ato não parcial, visto que declarar-se assim já é
surgidas. uma posição que se toma diante de alguma coisa […].

Depois você soube que mesmo esse texto deve ser lido considerando-se
que se trata da opinião de alguém – parcial, portanto.
No entanto, a declaração apresentada no texto dá base para se pensar sobre
a parcialidade jornalística. O autor fala sobre a escolha das fontes e da pauta,
por parte do jornalista, sobre os ângulos escolhidos e sobre como abordar o
tema. Segundo ele, é possível dizer que isso tudo impossibilita que um texto
seja neutro, até porque dizer-se neutro já seria uma posição assumida.
A parcialidade, por dizer muito sobre posicionamento, pode ser mais pos-
sível em determinados textos do que em outros. Em um jornal, por exem-
plo, ela deve ser evitada na cobertura de fatos, já que o gênero notícia não
é opinativo. Já em textos como um artigo de opinião, é possível ser parcial
e expor aquilo que se pensa.
Vamos comparar dois textos publicados pela Folha de S.Paulo sobre a trans-
formação do elevado João Goulart em um parque horizontal na cidade de
São Paulo. O texto 1 é uma reportagem, e o texto 2 é um editorial.
Texto 1

Minhocão enfrenta décadas de debate sobre demolição e parque; veja histórico


Prefeitura promete transformar elevado João Goulart, construído há 48 anos, em parque
A Prefeitura de São Paulo promete implantar um estabelecia o fim da estrutura, mas não definia se
parque linear em um trecho do elevado Presiden- seria demolida ou viraria parque.
te João Goulart, mais conhecido como Minhocão, 1971
na região central de São Paulo. Em 24 de janeiro, é inaugurado pelo prefeito
Construído há quase 50 anos, o local é fechado à Paulo Maluf o elevado Presidente Costa e Silva.
noite para carros desde 1976 e o bloqueio tem se Com 3,4 km de extensão, o viaduto passaria a ser
estendido desde então. O Plano Diretor de 2014 conhecido como Minhocão.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 46 23/08/23 14:52


AUTORIZAÇÃO COC
1976 2014
Cinco anos após sua construção, o Minhocão passa a ser Plano Diretor Estratégico prevê que a via elevada seja con-
interditado à noite, de 0h às 5h, para evitar os acidentes vertida em parque, ou demolida, total ou parcialmente.
noturnos que haviam se tornado rotina e para diminuir o 2016
barulho que incomodava os moradores da região. Em julho, o prefeito Fernando Haddad (PT) muda o nome
1990 do elevado: deixa de homenagear Costa e Silva, marechal
Durante a gestão de Luiza Erundina (PT), para poupar que foi o segundo presidente da ditadura militar, entre os
moradores do entorno, passa a ser fechado para carros anos de 1967 e 1969, e passa a se chamar Presidente João
à noite, aos domingos e feriados, quando começa a ser Goulart, mandatário deposto pelo golpe de 1964.

LÍNGUA PORTUGUESA
usado para lazer. Prefeita já defendia a demolição da es- 2017
trutura em 1993. Jaime Lerner entrega à prefeitura, então sob a gestão de
2006 João Doria, proposta para tornar Minhocão parque.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO47 SEM


Secretaria Municipal de Planejamento decide debater o 2018
uso e o impacto do viaduto. Concurso de ideias é aberto, Em fevereiro, Doria promulga lei que oficializa a criação
e 46 propostas são apresentadas. Embora tenha havido do parque Minhocão e promove sua desativação gradual;
um vencedor, nada foi implementado. via passa a fechar para carros mais cedo durante a sema-
2010 na e também aos sábados, além de domingos e feriados.
Gestão Gilberto Kassab (DEM) anuncia plano de revitali- 2019
zação da cidade que poderia culminar na demolição do Prefeito Bruno Covas (PSDB) anuncia a implementação do
elevado, o que não aconteceu. primeiro trecho do parque linear no elevado.
REDAÇÃO. Prefeito Bruno Covas (PSDB) anuncia a implementação do primeiro trecho do parque linear no elevado. Minhocão enfrenta
décadas de debate sobre destruição e parque; veja histórico. Folha de S.Paulo. 22 fev. 2019. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/
cotidiano/2019/02/minhocao-enfrenta-decadas-de-debate-sobre-demolicao-e-parque-veja-historico.shtml>. Acesso em: jul. 2023.

Texto 2

Parque minhocão
Transformação não pode vir desacompanhada de medidas que ajudem a revitalizar a área
Há quase 50 anos São Paulo convive com a excrescência Bruno Covas (PSDB) anunciou que a via será transforma-
que é o elevado João Goulart, popularmente conhecido da em parque, com áreas verdes e equipamentos de lazer,
como Minhocão. A estrutura de 3,4 quilômetros de exten- além das necessárias obras de segurança e acessibilidade.
são, que liga o centro à zona oeste, constitui um dos mais […]
eloquentes exemplos da insensibilidade urbanística que Trata-se de iniciativa que merece apoio, embora condi-
orientou grande parte do crescimento da capital. cionado. É notória a carência de áreas públicas de lazer
[…] em São Paulo – a metrópole conta com meros 3 m² delas
O debate sobre a desativação do Minhocão, não por aca- por pessoa, ante 18 m² em Londres e 13,5 m² em Curitiba.
so, remonta à sua inauguração. Os defensores do viaduto Pesa a favor da implementação do parque, ademais, o
sempre argumentaram que ele cumpria papel importan- fato de o espaço já ter sido acolhido pelos paulistanos.
te em um trânsito constantemente à beira do colapso. Há alguns anos o Minhocão tem sido aberto à população
Estudos produzidos pela Companhia de Engenharia de aos fins de semana, com sucesso.
Tráfego (CET), entretanto, apontam que, com algumas A transformação prometida, no entanto, não pode vir
adequações viárias, o encerramento do uso do elevado desacompanhada de medidas que ajudem a revitalizar a
não traria impactos significativos ao tráfego da região. área, que concentra moradores de rua, usuários de dro-
Depois de décadas de discussão, a questão teve enfim gas e um comércio degradado.
avanço concreto em 2014, com o novo plano diretor. Deter- Não se pode desprezar ainda o previsível aumento dos
minou-se no documento que o Minhocão seria inativado aluguéis da região e consequente expulsão das camadas
até 2029, deixando em aberto o destino a lhe ser dado. mais pobres que ali residem. Existem políticas públicas
Na semana passada, adveio o passo seguinte. O prefeito capazes de mitigar tal efeito.
REDAÇÃO. Parque Minhocão. Folha de S.Paulo. 25 fev. 2019. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/02/
parque-minhocao.shtml>. Acesso em: jul. 2023.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 47 23/08/23 14:52


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Avalie que o texto 1, por ser uma reportagem, tem a pretensão de ser
VOCABULÁRIO imparcial, visto que o intuito é informar o leitor. Ainda assim, podemos
analisar que a apresentação do histórico do debate sobre a transformação
Excrescência: ponto que
se eleva acima da super- do elevado Presidente João Goulart em um parque para a população faz
fície. parte da escolha de como abordar o assunto. É possível que outros jornais
Mitigar: tornar mais bran- pudessem escolher contar de outra forma. De qualquer maneira, podemos
do, mais suave, menos
intenso. comparar as diferenças, no que diz respeito à parcialidade, entre a repor-
tagem e o texto 2. No editorial, a Folha apresentou explicitamente sua opi-
nião, já que o gênero permite isso. Ainda no subtítulo “Transformação não
EXPLORE MAIS pode vir desacompanhada de medidas que ajudem a revitalizar a área”, o
Reportagem na íntegra
jornal já se posiciona sobre o que pensa a respeito da criação do Parque no
lugar do elevado.
CAPÍTULO 2

Vale a pena conferir a re-


portagem na íntegra para Você já sabe que as notícias devem ser o máximo possível imparciais, po-
ver as imagens do elevado
e do projeto do Parque rém também estudou que os títulos delas podem dar enfoques diferentes a
Minhocão. Acesse o link: uma questão, assim como o corpo do texto pode explorar com mais ênfase
48

<coc.pear.sn/UnQeAZJ>.
determinado aspecto de um fato, e não outro.
Agora você poderá comparar duas notícias sobre um mesmo aconteci-
mento, veiculadas em dois jornais diferentes.

Texto 3

Vereadores de SP aprovam proibição de


canudos de plástico na cidade
VOCABULÁRIO A Câmara Municipal de São Paulo aprovou […] o projeto
de lei que proíbe o fornecimento de canudos de plástico
PL: abreviatura para Pro- na cidade. De autoria do vereador Reginaldo Tripoli (PV),
jeto de Lei.
o PL recebeu 41 votos favoráveis, para aprovação em
Sanção: aprovação.
primeira votação. O PL será votado novamente na se-
gunda semana de março e, se for aprovado novamente,
segue para sanção do prefeito Bruno Covas.
Caso a lei seja sancionada, o fornecimento de ca-
nudos de plástico será proibido em todos os hotéis,
restaurantes, bares, padarias, clubes noturnos, salões
de dança, eventos musicais de qualquer espécie e ou-
tros estabelecimentos comerciais, da capital paulista.
Serão permitidos apenas canudos de papel reciclável,
material comestível ou biodegradável, embalados indi-
vidualmente em envelopes hermeticamente fechados
feitos do mesmo material.
Os estabelecimentos que descumprirem a norma se-
rão advertidos e, se repetirem a infração, estarão sujei-
tos a multa de R$ 1 mil. A multa dobra de acordo com o
número de autuações, até a sexta autuação, que prevê
multa de R$ 8 mil, e fechamento do estabelecimento.
ALBUQUERQUE, Flávia. Vereadores de SP aprovam proibição de
canudos de plástico na cidade. Agência Brasil. 28 fev. 2019.
Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/
noticia/2019-02/vereadores-de-sp-aprovam-proibicao-de
-canudos-de-plastico-na-cidade>. Acesso em: jul. 2023. Adaptado.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 48 23/08/23 14:52


AUTORIZAÇÃO COC
Texto 4

Vereadores aprovam em primeira votação a proibição de canudos


plásticos em São Paulo
Estabelecimentos comerciais poderão for- No lugar dos canudos de plástico, po-
necer canudos em papel reciclável, material derão ser fornecidos “canudos em papel
comestível, ou biodegradável, embalados reciclável, material comestível, ou bio-
individualmente em envelopes hermetica- degradável, embalados individualmente
mente fechados feitos do mesmo material em envelopes hermeticamente fechados
Depois do Rio de Janeiro, a cidade de São feitos do mesmo material”, diz o texto.

LÍNGUA PORTUGUESA
Paulo pode ser a próxima a abolir o uso de Em caso de descumprimento, as penali-
canudos plásticos. A Câmara Municipal de dades vão da advertência e intimação até
São Paulo aprovou em primeira votação multa no valor de R$ 8 mil, com possibi-

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO49 SEM


[…] um projeto de lei para proibir o forneci- lidade de fechamento administrativo. A
mento de canudos na capital paulista. […] proposta do parlamentar sugere prazo de
O projeto, do ano passado, é de autoria 180 dias para regulamentação.
do vereador Reginaldo Tripoli (PV) e ain- Segundo informações da Câmara Muni-
da precisa passar por segunda votação cipal, antes da votação, Tripoli destacou
antes de seguir para sanção do Executi- que a medida vai despertar a consciên-
vo. A proposta restringe a utilização de cia das pessoas em relação ao uso dos
canudos em hotéis, restaurantes, bares, canudos plásticos e a respeito do descar-
padarias, estabelecimentos comerciais te correto do material.
como um todo, clubes noturnos, salões
de dança e eventos musicais.
DIÓGENES, Juliana. Vereadores aprovam em primeira votação a proibição de canudos plásticos em
São Paulo. O Estado de S. Paulo. 28 fev. 2019.

Este é o momento oportuno para apli-


car o exercício 5 da seção “Para confe-
Apesar de tratarem do mesmo tema, é possível verificar algumas diferen- rir”, referente aos módulos 16, 17 e 18.
ças no trato da informação dada pelos dois jornais. Por exemplo, nota-se que
o texto 3 não inclui no título a informação de que os canudos de plástico
foram proibidos em São Paulo em uma primeira votação, porém, durante o
texto, é esclarecido que haverá ainda uma segunda votação sobre o tema. Já
o texto 4 informa no título que os vereadores

CLAUDIO PADIAR/ISTOCK
aprovaram, em primeira votação, que os ca-
nudos de plástico sejam proibidos.
As manchetes que lemos são feitas para
chamar nossa atenção e costumam resumir o
conteúdo da notícia. Porém, elas podem tra-
zer uma informação incompleta ou nos levar
a pensar algo que, ao ler o texto todo, pode
ser desconstruído. Esse aspecto também per-
passa o tema da parcialidade, já que, muitas
vezes, a escolha na elaboração de um título
transmite, sob o ponto de vista de quem o
escreve, o fato àqueles que não lerão todo
o texto ou não buscarão mais de uma fonte.
É bastante importante que leiamos todo
o conteúdo das notícias que selecionamos Dados de 2018 apontam que o Brasil produz cerca de 10,5 milhões
para nos manter informados no dia a dia. de toneladas de lixo plástico anualmente.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 49 23/08/23 14:52


CAPÍTULO 2

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


NEUTRALIDADE É POSSÍVEL?
Módulos 10, 11 e 12 | Predicativo

Exercícios de aplicação
1. A presença de um predicativo do sujeito em uma oração pressupõe a existência, nela, de qual outro
elemento?
Pressupõe a existência do verbo de ligação.

2. Destes verbos, qual não funcionaria para ligar um predicativo ao seu sujeito?
X andar (com o sentido de caminhar).

andar (com o sentido de estar).


CAPÍTULO 2

3. As frases listadas nos itens a seguir foram destacadas neste conjunto de módulos. Substitua os
termos que funcionam como predicativo do sujeito por outros de valor semântico semelhante.
a. “Brasil é um dos maiores consumidores de plástico [...]”
50

Resposta pessoal.

b. “No Brasil, menos de 2% desse plástico será reciclado.”


Resposta pessoal.

c. “Os números do plástico são enormes.”


Resposta pessoal.

d. “Parte desses produtos se tornou lixo, especialmente nos quatro países maiores poluentes:
Estados Unidos, China, Índia e Brasil.”
Resposta pessoal.

4. Você sabe quem foi Júlio Verne? Ele foi um autor que soube como ninguém tratar de atualidades e
de modernidades de seu tempo. Leia um pouco de sua biografia.

Júlio Verne nasceu em Nantes, em 8 de fevereiro de 1828. Fugiu de


casa com 11 anos para ser grumete e depois marinheiro. Localizado
e recuperado, retornou ao lar paterno. Em um furioso ataque de ver-
gonha por sua breve e efêmera aventura, jurou solenemente (para a
sorte de seus milhões de leitores) não voltar a viajar senão em sua
imaginação e através de sua fantasia.
Promessa que manteve em mais de oitenta livros.
Sua adolescência transcorreu entre contínuos choques com o pai,
para quem as veleidades exploratórias e literárias de Júlio pareciam
totalmente ridículas. Finalmente conseguiu mudar-se para Paris, onde
entrou em contato com os mais prestigiados literatos da época. Em
VOCABULÁRIO
1850, concluiu seus estudos jurídicos e, apesar da insistência do pai
Veleidade: fanta- para que voltasse a Nantes, resistiu, firme na decisão de tornar-se um
sia, ideia que aflora profissional das Letras.
à mente.
[...]
Disponível em: <https://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/atoms/files/
-a_volta_ao_mundo_em_80_dias_-_julio_verne.pdf>. Acesso em: jun. 2023.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 50 23/08/23 14:52


AUTORIZAÇÃO COC
O uso do verbo “parecer”, no trecho em que se fala sobre o que o pai achava da forma de viver de 4. O pai julgava ridículas as
Júlio Verne, mostra que decisões de Júlio e sua for-
ma de viver e de se inserir
a. o pai tinha certeza de seu orgulho pelo filho. no mundo.
b. julgar a natureza exploratória do filho como ridícula era uma impressão do pai, não um fato
inquestionável.
c. a coragem de Júlio era motivo de preocupação sincera por parte do pai.
d. Júlio e o pai viviam juntos todas as aventuras.
e. Júlio mandava para seu pai diversas fotos de suas aventuras, em que aparecia sempre sorridente.

5. Há, no final do texto apresentado, um trecho que fala sobre a carreira de Júlio, que seguiu para os

LÍNGUA PORTUGUESA
caminhos que ele escolheu, apesar da insistência contrária da família. O verbo de ligação e o predi-
cativo usados para mostrar essa atitude decidida de Júlio foram
a. “sorte” e “milhões”.
b. “milhões” e “leitores”.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO51 SEM


c. “viajar” e “fantasia”.
d. “manteve” e “oitenta”.
e. “tornar-se” e “profissional das letras”.

6. Considerando, ainda, o exercício anterior, reelabore o trecho em questão substituindo o verbo de


ligação e o predicativo por outros termos, mas sem alterar o sentido da construção.
Resposta pessoal.

7. Um verbo que define a função do predicativo do sujeito é


ligar.

X qualificar.

complementar.

8. Unimep-SP
Em: Jornalistas saem apressados em busca de um furo de reportagem. O termo destacado é
a. adjunto adverbial de modo.
b. predicativo do sujeito.
c. adjunto adnominal.
d. adjunto adverbial.
e. predicativo do objeto.

Exercícios propostos
9. Todos estes enunciados constituem títulos de notícias de jornal. No entanto, o único que apresenta
um predicativo do sujeito é:
a. Rede mundial de computadores completa 30 anos.
b. Japonesa de 116 anos é a pessoa mais velha do mundo.
c. Apagão cancela aulas em escolas na Venezuela.
d. Construída a maior torre de cupcakes do mundo.
e. Alunos criam projeto para resolver problema de rejeitos.

10. Crie uma frase que expresse a importância do jornalismo na atualidade, com base naquilo que você
estudou ao longo deste capítulo. Essa frase deve conter um predicativo do sujeito.
Resposta pessoal.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 51 23/08/23 14:52


CAPÍTULO 2

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


11. UEA-AM
A alternativa que traz destacado um predicativo do sujeito é:
a. “Moça do corpo dourado / Do sol de Ipanema”
b. “Num doce balanço / A caminho do mar”
c. “O seu balançado é mais que um poema”
d. “O mundo inteirinho se enche de graça”
e. “E fica mais lindo / Por causa do amor”

Módulos 13 e 14 | Cobertura de fatos relevantes

Exercícios de aplicação
CAPÍTULO 2

1. Conforme o que você viu neste conjunto de módulos, um dos fatores capazes de influenciar como
se dá a cobertura de um fato é
a. o gosto particular do jornalista.
b. o público-alvo em questão.
52

c. o grau de alegria que o fato pode proporcionar.


d. o nível de dificuldade do assunto.
e. a disposição das pessoas a serem entrevistadas.

2. De que modo a topicalização de um elemento em um enunciado relaciona-se ao ato de se posicionar?


Quando queremos dar mais notoriedade a determinado elemento, podemos o colocar no topo do enunciado. A escolha

do que é mais importante é uma forma de posicionamento.

3. Cite um motivo possível para um determinado dado constar em uma notícia e ser omitido em outra,
cujo assunto é o mesmo.
Resposta pessoal. Sugestão: um motivo possível é o grau de importância que o veículo atribui ao dado em questão.

Ler o texto “Fotojornalismo” O texto que você lerá trata de uma vertente da cobertura de fatos: o fotojornalismo. Leia-o e res-
com os alunos, procurando ponda aos exercícios 4 e 5.
explicar, ao longo da leitura
(de parágrafo em parágra-
fo, por exemplo), as ideias
expostas. É importante que
este texto seja compreendi- Fotojornalismo
do e debatido, pois questões Vem perto o dia em que soará para os escritores a hora do irreparável desastre
de outros módulos serão fei-
tas com base na leitura dele. e da derradeira desgraça. Nós, os rabiscadores de artigos e notícias, já sentimos
que nos falta o solo debaixo dos pés… Um exército rival vem solapando os alicer-
ces em que até agora assentava a nossa supremacia: é o exército dos desenhistas,
dos caricaturistas e dos ilustradores. O lápis destronará a pena: ceci tuera cela.
O público tem pressa. A vida de hoje, vertiginosa e febril, não admite leituras
demoradas, nem reflexões profundas. A onda humana galopa, numa espumara-
da bravia, sem descanso. Quem não se apressar com ela será arrebatado, esma-
gado, exterminado. O século não tem tempo a perder. A eletricidade já suprimiu
as distâncias: daqui a pouco, quando um europeu espirrar, ouvirá incontinenti
o “Deus te ajude” de um americano. E ainda a ciência humana há de achar o
meio de simplificar e apressar a vida por forma tal que os homens já nascerão
com dezoito anos, aptos e armados para todas as batalhas da existência.
Já ninguém mais lê artigos. Todos os jornais abrem espaço às ilustrações co-
piosas, que entram pelos olhos da gente com uma insistência assombrosa. As
legendas são curtas e incisivas: toda a explicação vem da gravura, que conta
conflitos e mortes, casos alegres e casos tristes.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 52 23/08/23 14:52


AUTORIZAÇÃO COC
É provável que o jornal-modelo do século 20 seja um imenso animatógrafo, VOCABULÁRIO
por cuja tela vasta passem reproduzidos, instantaneamente, todos os inciden-
Animatógrafo: apa-
tes da vida cotidiana. Direis que as ilustrações, sem palavras que as expliquem,
relho que passa ima-
não poderão doutrinar as massas nem fazer uma propaganda eficaz desta ou gens sequenciais.
daquela ideia política. Puro engano. Haverá ilustradores para a sátira, ilustra- Ceci tuera cela: isto
dores para a piedade. vai matar aquilo.
[...] Demais, nada impede que seja anexado ao animatógrafo um gramofone de voz Égide: proteção.
tonitruosa, encarregado de berrar ao céu e à terra o comentário, grave ou picante, das Gáudio: alegria ex-
tremada.
fotografias.
Gramofone: toca-

LÍNGUA PORTUGUESA
E convenhamos que, no dia em que nós, cronistas e noticiaristas, houvermos desa- -discos.
parecido da cena – nem por isso se subverterá a ordem social. As palavras são traido- Incontinenti: sem
ras, e a fotografia é fiel. A pena nem sempre é ajudada pela inteligência; ao passo que demora.
a máquina fotográfica funciona sempre sob a égide da soberana Verdade, a coberto Opulência: riqueza,

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO53 SEM


das inumeráveis ciladas da Mentira, do Equívoco e da Miopia intelectual. Vereis que grandeza.
não hão de ser tão frequentes as controvérsias… Solapar: abalar os
fundamentos de.
[...] Tonitruoso: com o
Não insistamos sobre os benefícios da grande revolução que a fotogravura vem volume alto.
fazer no jornalismo. Frisemos apenas este ponto: o jornal-animatógrafo terá a
utilidade de evitar que nossas opiniões fiquem, como atualmente ficam, fixadas e
conservadas eternamente, para gáudio dos inimigos… Qual de vós, irmãos, não
escreve todos os dias quatro ou cinco tolices que desejariam ver apagadas ou
extintas? Mas, ai! de todos nós! Não há morte para as nossas tolices! Nas bibliote-
cas e nos escritórios dos jornais, elas ficam [...] catalogadas.
[...]
No jornalismo do Rio de Janeiro, já se iniciou a revolução, que vai ser a nossa
morte e a opulência dos que sabem desenhar. Preparemo-nos para morrer, irmãos,
sem lamentações ridículas, aceitando resignadamente a fatalidade das coisas, e
consolando-nos uns aos outros com a cortesia de que, ao menos, não mais seremos
obrigados a escrever barbaridades…
Saudemos a nova era da imprensa! A revolução tira-nos o pão da boca, mas deixa-nos
aliviada a consciência.
Olavo Bilac. Gazeta de Notícias, 13 jan. 1901.

4. UERJ
Já em 1901, o escritor Olavo Bilac temia que a imagem substituísse a escrita. No entanto, ele reconhecia
aspectos positivos dessa possível substituição. Um desses aspectos é observado no seguinte trecho:
a. “O século não tem tempo a perder.”
b. “Já ninguém mais lê artigos.”
c. “aceitando resignadamente a fatalidade das coisas,”
d. “não mais seremos obrigados a escrever barbaridades...”

5. UERJ
O texto, apesar de escrito no início do século XX, demonstra surpreendente atualidade, conferida
sobretudo por uma semelhança entre a vida moderna da época e a experiência contemporânea.
Essa semelhança está exemplificada na passagem apresentada em:
a. “O público tem pressa.”
b. “As palavras são traidoras, e a fotografia é fiel.”
c. “Não há morte para as nossas tolices!”
d. “Nas bibliotecas e nos escritórios dos jornais, elas ficam [...] catalogadas.”

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 53 23/08/23 14:52


CAPÍTULO 2

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


Exercícios propostos
6. Releia este parágrafo:

O governo da Tailândia ordenou, no dia 30 de janeiro, que 437 escolas da cidade de


Bangcoc, capital do país, tivessem as aulas suspensas por causa da poluição do ar.
A paralisação, que durou até 2 de fevereiro, teve como objetivo diminuir o efeito dos
gases tóxicos nas crianças. Além disso, a medida evitou que alguns carros (veículos
poluidores) circulassem pelas ruas por alguns dias.

Reescreva-o de modo que


a. a data do acontecimento adquira maior destaque.
CAPÍTULO 2

No dia 30 de janeiro, o governo da Tailândia ordenou que 437 escolas da cidade de Bangcoc, capital do país, tivessem as

aulas suspensas por causa da poluição do ar. A paralisação, que durou até 2 de fevereiro, teve como objetivo diminuir o

efeito dos gases tóxicos nas crianças. Além disso, a medida evitou que alguns carros (veículos poluidores) circulassem
54

pelas ruas por alguns dias.

b. a causa do acontecimento adquira maior destaque.


Por causa da poluição do ar, o governo da Tailândia ordenou, no dia 30 de janeiro, que 437 escolas da cidade de Bangcoc,

capital do país, tivessem as aulas suspensas. A paralisação, que durou até 2 de fevereiro, teve como objetivo diminuir o

efeito dos gases tóxicos nas crianças. Além disso, a medida evitou que alguns carros (veículos poluidores) circulassem

pelas ruas por alguns dias.

7. Releia este trecho de uma das notícias apresentadas neste conjunto de módulos:

Os níveis de partículas finas chamadas PM2,5 (de diâmetro inferior ou igual a


2,5 micrômetros), consideradas as mais nocivas para a saúde, pois penetram
mais profundamente nos pulmões, estão há um mês na faixa de 80-100 micro-
gramas por metro cúbico em alguns pontos da capital.

Se compusesse uma cobertura jornalística que visasse a um público infantil, uma forma bastante
resumida de reescrever essa passagem seria:
a. Partículas finas chamadas PM2,5 não prejudicam órgãos respiratórios humanos.
b. O diâmetro das PM2,5 mede 2,5 micrômetros.
c. O nível de poluição altamente perigosa está bastante alto há um mês.
d. O fato de partículas PM2,5 estarem na faixa de 80-100 microgramas é tenebroso.
e. Algumas localidades de Bangcoc acusam a presença de 80-100 microgramas de partículas finas
chamadas PM2,5.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 54 23/08/23 14:52


AUTORIZAÇÃO COC
Módulo 15 | Produção de texto: curadoria

Exercícios de aplicação
1. Considerando o que foi visto neste módulo, você e seus colegas formarão um grupo de até quatro 1. a. Caso os alunos não te-
pessoas para realizar a curadoria de uma notícia a ser divulgada na comunidade escolar. nham conta no Twitter ou,
então, não seja possível tra-
balhar com celulares em sala
de aula, levá-los à sala de in-
Material necessário formática para fazer a pes-
• Folha de produção de texto quisa ou pedi-la, antecipa-
damente, para que tragam
• Folha de cartolina de casa já pronta. Portanto,

LÍNGUA PORTUGUESA
• Canetas coloridas é possível propor um tema
de notícia a ser pesquisada.
• Recortes de imagens de revista e/ou jornais e cola, se necessário. Dessa forma, haverá várias
notícias sobre o mesmo

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO55 SEM


assunto, uma vez que cada
a. Para isso, será necessário que alguém do grupo tenha uma conta no Twitter, com a finalidade de aluno trará sua pesquisa e,
seguir contas referentes aos grandes jornais do país. A partir disso, vocês elegerão uma notícia provavelmente, não serão
relevante, em um dos jornais seguidos, e checarão como o mesmo fato é relatado pelos diversos das mesmas fontes.
meios. Quanto mais contas de jornal o grupo seguir, mais possibilidades de comparações de b. Estipular um tempo para
conteúdo haverá. que os alunos leiam as
notícias, depois para que
b. Quando tiverem um corpus significativo de notícias diferentes sobre um determinado fato, terá discutam e façam, em gru-
chegado o momento de realizar a análise comparativa, que deverá se dar de modo semelhante pos, a análise comparativa.
ao que foi apresentado no conjunto de módulos anterior. Em outras palavras, será tarefa do Observar, em cada grupo, se
todos conseguem participar
grupo perceber as sutilezas linguísticas que tornam as notícias – aparentemente idênticas – di- da discussão.
ferentes umas das outras.
c. Orientar os alunos para
• Durante essa análise, um fator importante precisará ser considerado (o que, efetivamente, ca- que um deles redija o ras-
racterizará a curadoria): qual é o objetivo do grupo, isto é, quais são as intenções por detrás da cunho do texto e, depois,
escolha da notícia que foi alvo do processo de comparação? Uma sugestão é refletir sobre o releiam e façam as correções
necessárias. Depois disso,
que poderá interessar ao maior público possível. Que tipos de informações serão mais relevan- todos os alunos podem es-
tes para sua comunidade escolar? Basta se lembrar da notícia intitulada “Em Bangcoc, escolas crever a versão final do tex-
fecham por causa da poluição”, apresentada neste capítulo. Por ter um público-alvo composto to na folha de produção de
por crianças e jovens, o texto da notícia omitiu o que talvez afastasse tal público e destacou o texto disponível no fim do
livro. Fornecer as folhas de
que possivelmente atrairia. cartolina para que os alunos
c. Você e seu grupo deverão proceder de modo semelhante, mas sob o papel de curadores. Observe possam fazer o painel para
as orientações: exposição de sua curadoria.
Verificar se eles desenvol-
• Feita essa escolha, o grupo deve escrever um rascunho de um texto, entre 20 e 30 linhas, que vem o painel de maneira
contenha a análise feita por meio da leitura das notícias obtidas via Twitter. Nesse sentido, você criativa e atraente. Comentar
e seus colegas precisarão justificar a escolha daquela determinada notícia com base no con- o fato de que o cuidado com
a apresentação faz parte do
teúdo veiculado, além de apresentar os aspectos formais linguísticos presentes na construção
trabalho de um curador.
textual. Faça a versão final de seu texto na folha de produção de texto. Redação pág. 289
• Essa análise será exibida com a notícia eleita. Toda a turma deverá expor a curadoria elaborada
pelos grupos em um painel que fique visível ao público de toda a escola. Assim, seus leitores com-
preenderão não somente o fato divulgado por meio da notícia, como também as razões de aquele
determinado texto ter sido considerado o mais apropriado para eles, enquanto público-alvo. No
mundo atual, é importante participar do ato comunicativo com extrema consciência. Colaborativo

2. O Twitter é uma rede social que propõe aos seus usuários a criação de mensagens em poucos carac-
teres. Como essa brevidade da mensagem se associa aos tempos modernos em que vivemos?
Vivemos em um mundo no qual a brevidade, a rapidez e a instantaneidade permeiam o cotidiano, o que inclui a infor-

mação. Com isso, saber se comunicar em poucas palavras, de uma certa maneira, aproxima as pessoas desse universo do

instantâneo.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 55 23/08/23 14:52


CAPÍTULO 2

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


3. O fato de uma rede social popular como o Twitter ter ferramentas que facilitam a comparação e a
análise de conteúdo deixa claro que
a. nenhuma grande mídia é confiável.
b. somente lendo a notícia em suas várias versões será possível saber do fato que aconteceu.
c. o Twitter sobrevive pelos anúncios que faz nos jornais.
d. isso é uma necessidade dos tempos modernos.
e. o Twitter produz conteúdo jornalístico.

Exercício proposto
4. Ambas as curadorias tra- 4. Qual é a relação entre a curadoria de uma exposição de arte e a curadoria de informações?
tam de cuidados – com in-
a. Em ambas, os cuidados são com obras artísticas a serem expostas.
CAPÍTULO 2

formações, num caso; com


obras de arte, no outro. b. Em ambas, o mais importante é a instantaneidade.
c. Nos dois casos, a curadoria surge de uma necessidade de cuidado, de análise, de seleção.
d. Nas duas formas de curadoria, o que está envolvido é informação jornalística.
56

e. Em ambas, há risco de fake news, caso a curadoria seja impecável.

Módulos 16, 17 e 18 | Parcialidade no jornal

Exercícios de aplicação
Com base nos textos 1, 2, 3 e 4 lidos na teoria destes módulos, responda às questões.

1. No texto 1, para a apresentação do histórico sobre o viaduto em questão, utiliza-se uma técnica
parecida com
a. um infográfico.
b. uma linha do tempo.
c. uma fotorreportagem.
d. um argumento de autoridade.
e. um levantamento de dados estatísticos.

2. Que dados o texto 2 apresenta a favor da desativação do elevado conhecido popularmente como
Minhocão?
Estudos produzidos pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apontam que, com algumas adequações viárias, o

encerramento do uso do elevado não traria impactos significativos ao tráfego da região.

3. Em 1976, que motivo levou à interdição do Minhocão das 0h às 5h?


O Minhocão passou a ser interditado nesse período para evitar os acidentes noturnos e para diminuir o barulho que

incomodava os moradores da região.

4. No editorial da Folha de S.Paulo, compara-se a extensão de áreas de lazer de três cidades. Sobre isso,
responda aos itens.
a. Que cidades são essas?
São Paulo, Londres e Curitiba.

b. Qual delas tem mais áreas públicas de lazer por habitante?


Londres.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 56 23/08/23 14:52


AUTORIZAÇÃO COC
5. Sobre o texto 3, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.
F Segundo o projeto de lei apresentado, pode haver multas que excedam R$ 8 mil.
 Antes de serem multados, os estabelecimentos que descumprirem a nova norma (caso apro-
V
vada) serão apenas advertidos.
 A multa para um estabelecimento que descumpra a norma proposta no projeto de lei sucede
F
o fechamento do local.
6. Releia este trecho do texto 4:

Em caso de descumprimento, as penalidades vão da advertência e intimação até

LÍNGUA PORTUGUESA
multa no valor de R$ 8 mil, com possibilidade de fechamento administrativo. A pro-
posta do parlamentar sugere prazo de 180 dias para regulamentação.

O que deve significar, nesse contexto, a regulamentação do estabelecimento?

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO57 SEM


Espera-se que os alunos compreendam que a regulamentação deve abarcar o encerramento da oferta, por parte do

estabelecimento, de canudos de plástico.

7. O PV, partido de que faz parte o vereador paulistano Reginaldo Tripoli, é o Partido Verde. Pensando
no nome desse partido, explique que relação existe entre o PV e a proposta do vereador.
Espera-se que os alunos compreendam que o Partido Verde defende causas relacionadas à defesa do meio ambiente – o

que, nesse caso, seria representado pela diminuição do lixo.

8. Releia estes trechos a seguir.

O PL será votado novamente na segunda semana de março e, se for aprovado


novamente, segue para sanção do prefeito Bruno Covas.

O projeto, do ano passado, é de autoria do vereador Reginaldo Tripoli (PV) e ain-


da precisa passar por segunda votação antes de seguir para sanção do Executivo.
A proposta restringe a utilização de canudos em hotéis, restaurantes, bares, pa-
darias, clubes noturnos, salões de dança, eventos musicais de qualquer espécie e
outros estabelecimentos comerciais, da capital paulista.

Com base na interpretação desses textos em conjunto, é possível afirmar que o Executivo, um dos
poderes do governo, é representado por alguém específico. Aponte essa pessoa.
Trata-se do prefeito Bruno Covas.

9. UERJ
Releia o trecho do texto “Fotojornalismo”, relacionado aos exercícios dos módulos 13 e 14 e respon-
da ao que se pede.

Vereis que não hão de ser tão frequentes as controvérsias…

A previsão de Bilac sobre a diminuição das controvérsias ou polêmicas, por causa da vitória da
imagem sobre a palavra, baseia-se em uma pressuposição acerca da maneira de representar a rea-
lidade. Essa pressuposição está enunciada em
a. O desenho critica o real e as palavras expressam consciência.
b. A fotografia reproduz o real e as palavras provocam distorções.
c. A imagem interpreta o real e as palavras precisam de inteligência.
d. A fotogravura subverte o real e as palavras tendem ao conservadorismo.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 57 23/08/23 14:52


CAPÍTULO 2

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


Exercícios propostos
10. Compare os dois títulos a seguir.
Vereadores de SP aprovam proibição de canudos de plástico na cidade
Vereadores aprovam em primeira votação a proibição de canudos plásticos em São Paulo
Sobre essa comparação, responda aos itens.
a. Que efeito a ausência de “em primeira votação” gera no primeiro título?
A ausência dessa expressão faz crer que o projeto de lei já foi aprovado em definitivo.

b. Essa percepção confirma-se ou se anula no corpo da respectiva notícia?


Essa percepção anula-se no corpo da respectiva notícia (texto 3).
CAPÍTULO 2

c. Retire do texto um trecho que justifica sua resposta ao item anterior.


“[…] o PL recebeu 41 votos favoráveis, para aprovação em primeira votação. O PL será votado novamente na segunda

semana de março e, se for aprovado novamente, segue para sanção do prefeito Bruno Covas.”
58

11. Segundo o vereador, autor do projeto de lei sobre a proibição de canudinhos de plástico, essa medida tem
uma consequência que vai além da diminuição de lixo prejudicial à natureza. Que consequência é essa?
Segundo o vereador, a medida vai despertar a consciência das pessoas em relação ao uso dos canudos plásticos e a respeito

do descarte correto do material.

12. Relacione cada momento histórico do Minhocão ao ano em que o fato se deu.

2006 2010 2014 2016

2010 É anunciado plano de revitalização que poderia levar à demolição do elevado.

2006 É aberto um concurso de ideias sobre o viaduto, mas nada foi implementado.

 O nome do elevado deixou de homenagear Costa e Silva para fazer uma homenagem a
2016
João Goulart.

 Fica previsto que o Minhocão seja convertido em parque ou que seja demolido, total ou
2014
parcialmente.

13. Releia este trecho do texto 2:

O debate sobre a desativação do Minhocão, não por acaso, remonta à sua inauguração. Os
defensores do viaduto sempre argumentaram que ele cumpria papel importante em um
trânsito constantemente à beira do colapso.
Estudos produzidos pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), entretanto, apon-
tam que, com algumas adequações viárias, o encerramento do uso do elevado não traria
impactos significativos ao tráfego da região.

Entre esses parágrafos, o conectivo que estabelece uma relação de oposição entre o “papel impor-
tante em um trânsito constantemente à beira do colapso” e o fato de que a desativação “não traria
impactos significativos ao tráfego da região” é
a. entretanto. b. importante. c. não por acaso. d. produzidos. e. sempre.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 58 23/08/23 14:52


AUTORIZAÇÃO COC
LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO59 SEM
ISMO
NEUTRALIDADE NO JORNAL

O predicativo do sujeito
também auxilia na criação de
Perspectivas na notícias e manchetes. Se há
Parcialidade no
hora de cobrir um um predicativo de sujeito, há
jornal
fato relevante um verbo de ligação. Muitas
vezes, o predicativo confere
neutralidade ao que é dito.

Há diferenças entre
notícias e textos
opinativos quanto
à neutralidade.

Exercícios desta seção


disponíveis em:
<link.coc.com.br/eAxEvLj>.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO G1_CAP2_P4.indd 59 23/08/23 14:52


ANOTAÇÕES

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


/  /

CO EF 06 INFI 1B LV 01 MI ANOTACAO.indd 262 29/08/23 17:58


SEM AUTORIZAÇÃO COC
Exercícios propostos Redação pág. 55

Nome:

Número: Ano: Módulo(s):

1. Deve-se avaliar a capacidade dos alunos de fazer a curadoria e a seleção de informações necessárias para a própria produção de texto. Ou

289 LÍNGUA PORTUGUESA


2. seja, mais do que analisar se a produção final se apresenta adequada ao que foi requisitado, também é importante que se avalie a capacidade

3. dos grupos para seguir um caminho seguro até esse resultado final.

4. 1. Quanto ao primeiro critério, o importante é verificar se a produção do aluno é coerente com a proposta de criar um texto que apresente

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO


5. análise comparativa de conteúdo previamente selecionado.

6. 2. Para o segundo critério, é importante avaliar se, no texto, os alunos de fato compreenderam como se faz hierarquização de informações,

7. analisando-as e comparando-as.

8. 3. O terceiro critério tem relação com a própria curadoria de informações necessária para a produção em questão. É necessário que os alu-

9. nos saibam que, por exemplo, não é produtivo, para uma análise comparativa, selecionar dois ou mais textos muito semelhantes entre si.

10. 4. Quanto ao quarto critério, a avaliação deve recair na observação sobre a visão crítica dos alunos, ou seja, deve-se observar se eles souberam

reconhecer o tom dos textos, diferenciando-os de acordo com as fontes e os contextos.


11.
5. O quinto critério corresponde à coerência. É preciso avaliar a organização e a clareza das informações apresentadas, sem que uma se
12.
confunda com outra ou alguma não possa ser imediatamente compreendida pelo leitor.
13.
6. Quanto ao sexto critério, considerar apenas os recursos de que os alunos já dispõem, no início 9o ano, que já são bastante variados. De
14.
qualquer forma, uso de hipônimos e hiperônimos, por exemplo, pode ser uma estratégia realizada, ainda, de maneira instintiva e inicial.
15.
7 e 8. Deve-se verificar o domínio do aluno das regras ortográficas. Nesse ponto, os alunos já analisaram todos os casos de regularidades e
16.
irregularidades ortográficas. Isso permite, portanto, uma análise mais criteriosa do que a se vinha fazendo até o 8o ano.
17.

18.

19.

20.

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO PT_G1_P4.indd 289 23/08/23 13:24


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
21.

22.

23.

24.

25.

26.
CAPÍTULO 6

27.

28.
290

29.

30.

31.

32.

33.

34.

35.

Módulo 15 | Produção de texto: curadoria

CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA Sim Parcialmente Não

Tema 1. Atende ao tema proposto?

2. Corresponde a um texto com conteúdo comparativo?

Gênero 3. Reflete seleção adequada de conteúdo?


4. Apresenta conteúdo com base na visão crítica dos
alunos do grupo?

Coesão e 5. Apresenta ideias de modo claro?


coerência 6. Repete palavras sem necessidade?

7. Respeita as normas ortográficas?


Língua
8. Apresenta pontuação adequada?

CO EF 09 INFI 1B LV 01 MI DMUL DLPO PT_G1_P4.indd 290 23/08/23 13:24


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
MICROGEN/ISTOCKPHOTO
GRUPO

AÇÃO E REAÇÃO
2

“No início do século 13, a atividade científica recomeçou, desen-


cadeada pela tradução para o latim, que era a língua oficial da
ciência e da Igreja no Ocidente, de muitos tratados científicos dos
filósofos e matemáticos naturalistas da Grécia. Os manuscritos
desses livros foram preservados nas bibliotecas da Europa Orien-
tal e do Oriente Médio em três idiomas: grego, sírio e árabe; e fo-
ram transferidos para a Europa Ocidental por três canais: pelos
árabes, que conquistaram a Espanha, pelos cruzados, no cami-
nho de volta para a Europa do Oriente Médio, e pelos saques de
Constantinopla em 1204, durante sua ocupação pelos francos da
Quarta Cruzada.
Durante os próximos 300 anos, esses livros foram disseminados
para todas as universidades recém-fundadas da Europa Ociden-
tal e constituíram o material de ensino para uma nova geração de
cientistas, de onde surgiram as grandes mentes que deram ori-
gem à Revolução Científica do Renascimento: Copérnico, Kepler,
Galileu, Huygens, Leibniz, Descartes e Newton.”

Harry Varvoglis

A impulsão dos nadadores na virada olímpica pode ser explicada pelo princípio
da ação e reação de Isaac Newton. Os nadadores, ao empurrar a parede da
piscina, recebem de volta um empurrão de mesma intensidade, que impulsiona
o movimento em sentido contrário.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 01 MI INICIAIS PR.indd 9 17/11/23 07:47


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
MA PA I N T E R D I S C I P L I N A R
Este mapa mostra ligação entre os conteúdos
das disciplinas, sendo ponto de partida para
um trabalho interdisciplinar.

LÍNGUA
PORTUGUESA MATEMÁTICA
Argumentação, artigo de Números reais,
opinião, cultura digital, potenciação e radiciação
regência verbal, crase e
produção de texto
BI CS EF
EDUCAÇÃO LP CS HI
FÍSICA
10

FÍSICA Movimento
Modalidades cíclicas retílineo uniforme e
e triatlo uniformemente variado

HI MA BI LP GE HI

ARTE QUÍMICA
GRUPO
Construtivismo,

2
Fenômenos, substâncias,
suprematismo,
misturas e separação
abstracionismo e escola
de misturas
de Bauhaus
Ação e reação
CS HI LP GE HI

CIÊNCIAS
SOCIAIS BIOLOGIA
Evolução da vida
Dúvida e conhecimento

AR LP GE HI
GEOGRAFIA HISTÓRIA
Europa: aspectos Sociedade republicana,
naturais e formação Primeira Guerra Mundial
dos povos e Revolução Russa

HI BI LP LP AR

A incursão pela ideia de inteligências múltiplas e pelas particularidades e formas


de aprendizado é uma oportunidade de promover um trabalho interdisciplinar ao
utilizar-se dos conteúdos das disciplinas como exemplos. Sugerimos abordar as
seguintes inteligências: lógico-matemática, espacial, linguística, naturalista, inter-
pessoal e intrapessoal; estas duas últimas podem ser associadas com o conteúdo
específico de Ciências Sociais.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 01 MI INICIAIS PR.indd 10 17/11/23 07:47


LÍNGUA
PORTUGUESA

AUTORIZAÇÃO COC
LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO7 SEM
DEAGREEZ/ISTOCK
CAPÍTULO 3 PENSO, LOGO
ARGUMENTO

OBJETIVOS DO GRUPO
• Analisar movimentos argumentativos, como sustentação,
refutação e negociação.
• Analisar textos de opinião e posicionar-se de forma crítica,
fundamentada, ética e respeitosa diante de fatos e opiniões
relacionados a esses textos.
SUMÁRIO • Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de
produção dado e a norma-padrão.
CAPÍTULO 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
• Diferenciar, em textos lidos e em produções próprias, o efeito
Penso, logo argumento de sentido do uso dos verbos de ligação “ser”, “estar”, “ficar”,
“parecer” e “permanecer”.
CAPÍTULO 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 • Analisar diferentes práticas e textos pertencentes a diferentes
gêneros da cultura digital.
Tempos modernos • Comparar o uso de regências verbal e nominal na norma-
-padrão com seu uso no português brasileiro coloquial oral.
• Identificar o fenômeno da crase e sua indicação, na escrita,
por meio do uso do acento grave no complemento nominal e
no complemento verbal.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 7 14/11/2023 11:17:22


Nestes módulos, serão apresentados movimentos argumentativos (sustentação, refutação e negociação), bem como
os tipos de argumento utilizados em textos argumentativos. O aluno será convidado a identificar essas estratégias em

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


textos, bem como a compreender textos com base em argumentações.

Módulos 19, 20 e 21 Para introduzir o assunto, é possível, por meio de recortes da


NOTA imagem disponível em: <link.coc.com.br/BVPLJIi>, trabalhar
TIPOS DE ARGUMENTO três possibilidades interpretativas, logo três possibilidades de
argumentação.
GEORGIOSART/ISTOCK

O filósofo francês René Descartes é autor da frase em latim Cogito ergo sum,
que, em português, assumiu a tradução “Penso, logo existo”. Durante toda
nossa vida, temos pensamentos sobre os mais diversos assuntos. Em nos-
sas interações sociais, por exemplo, é comum expressarmos esses pensa-
mentos e, muitas vezes, recorremos à formulação de argumentos para de-
fender ou contestar uma ideia ou um ponto de vista.
Atualmente, na era tecnológica, o acesso às informações tem se tornado
René Descartes
(1596-1650) cada vez mais fácil. Elas podem colaborar na construção de uma argumen-
tação ou, então, confrontá-la. Por isso, é muito importante saber defender
CAPÍTULO 3

Foi filósofo, físico e matemá-


tico francês. Formou-se em um ponto de vista com argumentos bem elaborados e convincentes, bem
Direito, porém não chegou a
como saber como estruturá-los em um texto.
trabalhar na área. É conside-
rado o pai da filosofia moder- A estrutura de um texto argumentativo é composta basicamente por in-
8

na, e o método cartesiano de trodução, desenvolvimento (parte em que estão os argumentos do autor) e
avaliação da verdade, exposto
em sua obra O discurso sobre o conclusão. Gêneros desse tipo textual, como artigos de opinião, editoriais
método (1637), é utilizado até de jornais e revistas, cartas de reclamação, dissertações (muito solicitadas
os dias atuais. Esse método em provas e em concursos), entre outros, exigem essa estrutura argumen-
parte da ideia de que se ad-
quire conhecimento por meio tativa para cumprirem sua finalidade.
de investigações criteriosas. Ao argumentar sobre uma ideia, o autor pode sustentar sua opinião prin-
O que não for evidente, por-
tanto, deve ser questionado.
cipal (tese), refutar outra visão sobre o tema abordado ou negociar com ou-
tra linha de pensamento que não seja a dele. Veja a seguir como funcionam
essas linhas de argumentação.

Sustentação de opinião: o autor, por meio de fatos, dados e provas, defende sua opinião e busca embasá-la,
sem considerar outras.
Refutação (contestação): o autor escolhe contra-argumentar outras ideias que não as suas, de modo a forta-
lecer a própria tese.
Negociação: o autor coloca-se na posição de entender um ponto de vista que não seja o seu, mas faz isso para
apresentar as falhas que há nesse pensamento e, assim, tentar validar sua opinião.

Quando o autor assume uma linha de argumentação, pode utilizar alguns tipos de argumento para
atingir seu objetivo de defender uma opinião e/ou convencer o outro. Se você se lembrar dos textos
que leu desse gênero, poderá perceber que se deparou com argumentos elaborados com base em opi-
niões de autoridade, em dados ou em apresentação de causas e consequências, por exemplo.
Conheça alguns desses tipos de argumento, para que saiba identificá-los em suas leituras de textos
argumentativos e também selecioná-los quando for produzir textos próprios.

1. Argumento de autoridade: tem base em uma citação de fonte confiável, como o parecer de um especialista
ou pensador da área relacionada ao tema do texto e à tese que se quer construir.
A citação do pensamento da autoridade pode ser feita de forma direta – utilizando-se aspas – ou de maneira
indireta, reescrevendo-a, usando outras palavras.
2. Argumento por causa e consequência: tem base na explicação das relações de causa (os motivos, os
porquês) e consequência associadas ao tema debatido. As causas apresentadas têm relação direta com a tese, e a
apresentação das consequências delas ajudará na defesa do pensamento do autor.
Esse tipo de argumento leva o autor a elaborar um raciocínio lógico a fim de validar sua tese.
É muito importante que os alunos assimilem esse conteúdo, pois é pré-requisito para o Ensino Médio. Uma sugestão é trazê-los para a cena do conhecimento,
subdividindo a sala em três grupos. Cada grupo deverá receber a descrição de um dos três tipos de argumentação (sustentação, refutação, negociação) apre-
sentados aqui. Disponibilizar um breve texto ou um tema que possa despertar diferentes visões. Pedir a cada grupo para discutir e elaborar um argumento
para essa imagem e, depois, compartilhar o que discutiram com toda a turma. Refletir com os alunos pontos relevantes do argumento de cada grupo. Avaliar os
argumentos, indicando como melhorá-los.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 8 14/11/2023 11:17:22


AUTORIZAÇÃO COC
3. Argumento por comprovação (ou evidência): consiste na apresentação de
dados ou informações de pesquisas e estudos. É necessário citar a fonte das infor-
mações, e essa fonte precisa ser confiável.

4. Argumento por comparação (ou analogia): consiste em utilizar uma uma


comparação ou mesmo uma metáfora entre situações e fatos com a tese defendida
no texto. O que se apresenta para ser comparado deve ser pertinente ao tema.

5. Argumento por exemplificação: tem como base citar uma situação hipoté-
tica ou real que possa exemplificar uma ideia defendida na tese. Este é o momento oportuno para apli-
car o exercício 1 da seção “Para confe-

LÍNGUA PORTUGUESA
6. Argumento por senso comum: consiste na apresentação de uma verdade rir”, referente aos módulos 19, 20 e 21.
universal, ou seja, uma informação conhecida, teoricamente, por todos. Essa afir-
mação de consenso geral deve ser pertinente ao texto, de modo que a apresenta-
ção dela não torne vazia a tese do autor.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO9 SEM


7. Argumento por alusão histórica: consiste na comparação entre passado
e presente, podendo ser mencionados exemplos populares do que acontecia em
tempos passados e também ser apresentadas informações históricas.

A seguir, você lerá um texto argumentativo. Tente identificar que tipos de Após a leitura e a compreensão do
texto, fixar uma cartolina em uma
argumento a autora usa para defender a tese dela. das paredes da sala. Um dos lados da
cartolina deverá conter o conceito de
cada tipo de argumento, enquanto o
outro lado deverá estar em branco.
Ninguém quer ver futebol feminino Cada aluno, dupla ou grupo, a depen-
der da distribuição da turma, receberá
Não consigo precisar quantas vezes já ouvi a frase “ninguém quer ver futebol femi- recortes de exemplos de cada tipo de
nino” nas redações esportivas, nas rodas de conversa sobre futebol com torcedores, argumento, que deverão ser colados
ou simplesmente toda vez que esse assunto vem à tona. Parece que é sempre um em frente aos respectivos conceitos.
Retirar alguns desses argumentos do
combo quando se fala sobre mulheres jogando bola: é chato, é lento, ninguém quer próprio texto “Ninguém quer ver fute-
ver. bol feminino”.
Tenho pra mim uma certeza – com base na experiência mesmo, não em números
oficiais – que 99% das pessoas que dizem isso não viram sequer um jogo de fute-
bol feminino nos últimos quatro anos. Até porque, nem teria muito como ver. Não
há campeonatos de futebol feminino sendo transmitidos na TV com frequência;
isso costuma acontecer só mesmo na Olimpíada. Mas os clichês sempre se repeti- VOCABULÁRIO
ram e por muitas décadas foram aceitos como “verdade absoluta”. Clichê: uma ideia ou ex-
Aí veio a Copa do Mundo de 2019. E a Globo, maior emissora do país, decidiu pressão que se repete
transmitir o torneio. Aliás, não só transmitir, decidiu cobrir o torneio – o que é bem com frequência e é aceita
diferente, porque implica fazer matérias frequentes sobre o assunto e incluir o como válida pela maioria
das pessoas.
tema na programação. O resultado disso com certeza vai chocar aqueles apegados
ao antigo clichê: a estreia da Seleção Brasileira diante da Jamaica teve mais de 19
milhões de pessoas assistindo ao jogo, a segunda maior audiência da história da
Copa. A partida contra a Itália, em plena terça-feira no horário comercial, superou
esse número e chegou a 22 milhões de espectadores.
Depois, as oitavas de final entre Brasil e França: 35 milhões de pessoas estavam
ligados nas TVs brasileiras para acompanhar uma partida com mulheres em cam-
po. O número representa simplesmente a maior audiência da história da Copa
feminina no mundo inteiro. Superou a final da Copa de 2015, que havia registrado
25,6 milhões de espectadores nos Estados Unidos.
Quatro jogos da seleção feminina na TV e três deles quebraram recordes de au-
diência. Será mesmo que ninguém quer ver futebol feminino?
Nas redes sociais, o alcance das conversas sobre a Copa chegou a superar 92 mi-
lhões de pessoas em um dos jogos do Brasil, segundo o Observatório do Mundial

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 9 14/11/2023 11:17:23


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Feminino publicado pela Vert Inteligência Digital. A procura no Google sobre as
atletas e sobre a história do futebol feminino se multiplicou também desde a es-
treia da seleção – o nome de Cristiane, por exemplo, teve um aumento de 7 800%
no número de buscas um dia depois de ela ter feito três gols contra a Jamaica.
Isso mostra que existe, sim, uma demanda por saber mais sobre o futebol de-
las. Existe um público enorme em potencial. E tudo isso, por muito tempo, foi
ignorado em nome de um clichê que todo mundo sempre repetiu, mas nunca
parou para pensar se era mesmo real.
Alguém aí acha que o Brasil inteiro sempre quis ver futebol americano? Só
que houve uma emissora que apostou no potencial desse produto, passou a
transmitir com frequência os jogos, explicar as regras e, assim, criou a cultura
do futebol da bola oval por aqui. Hoje, milhões de pessoas param até mesmo
CAPÍTULO 3

no meio do Carnaval para ver o Super Bowl. E vão me dizer que o futebol das
mulheres não teria esse potencial?
Essa Copa do Mundo já é um marco porque está derrubando por terra to-
das as bobagens que os preconceituosos sempre repetiram sobre o futebol
10

feminino. Mais do que isso, ela fez o brasileiro recuperar seu orgulho de
torcer pela seleção e “descobrir” que existem mulheres incríveis que hon-
ram essa camisa, como Marta, Cristiane, Formiga, Thaísa, Tamires, Andressa
Alves, e tantas outras que não eram conhecidas antes e agora também são
admiradas.
Para os que não gostam do futebol feminino, há sempre a possibilidade de
desligar a televisão e não assistir. Mas para nós, que gostamos do futebol por
essência, só peço que não nos privem mais do direito de poder vê-las em cam-
po. Que as transmissões sigam para além da Copa.
MENDONÇA, Renata. Ninguém quer ver futebol feminino. Folha de S.Paulo.

Note que, nesse texto, a autora apresenta dados e informações que a aju-
dam a embasar a tese de que há, sim, interesse no futebol feminino no Brasil.
Já no primeiro parágrafo, a autora usa um argumento que parte de uma
exemplificação. Ela baseia-se em uma situação que presenciou, por diver-
sas vezes, em sua própria experiência de vida: pessoas afirmando que
ninguém gosta de ver futebol feminino. De modo semelhante, a autora
apresenta uma situação que, segundo ela, poderia ser comprovada por sua
própria observação: a maioria das pessoas nunca assistiu a uma partida de
futebol feminino.
Há, ainda, muitos argumentos de evidência. Entre eles, o de que as oita-
vas de final entre Brasil e França, com audiência de 35 milhões de pessoas,
superou a da final da Copa de 2015 (quarto parágrafo). Outro deles é o de
que o nome da jogadora brasileira Cristiane teve um aumento de 7 800%
no número de buscas em um dia, depois de ela ter feito três gols contra a
Jamaica, conforme se lê no sexto parágrafo.
Além disso, ao citar um dado e dar como fonte de pesquisa informações
fornecidas pelo Observatório do Mundial Feminino publicado pela Vert In-
teligência Digital, ela fez uso de um argumento de autoridade, já que se
trata da menção a uma instituição séria, comprometida com a verdade e
reconhecida pelo trabalho que faz.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 10 14/11/2023 11:17:23


AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 22 e 23
NA PRÁTICA
ARTIGO DE OPINIÃO Colunista
Você estudou linhas de argumentação, tipos de argumentos e fez a leitura Quando um autor escreve re-
de um texto para analisar esses aspectos nele. O texto lido apresenta es- gularmente para um jornal ou
uma revista, ele é chamado de
trutura dissertativa-argumentativa, porém há nele, características que o colunista. É comum os colunis-
diferenciam de outros textos argumentativos, como os artigos de opinião. tas terem um público fiel, que
sempre lê suas publicações.
Um artigo de opinião é um texto argumentativo que tem por objetivo Alguns meios de comunica-
expressar a opinião do autor a respeito de determinado tema. Geralmente, ção disponibilizam até mes-

LÍNGUA PORTUGUESA
esses artigos são divulgados em algum veículo de comunicação, como jor- mo espaço para que o leitor
se comunique com colunistas.
nal, revista, televisão ou rádio.
Veja outras características de um artigo de opinião:

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO11 SEM


Neste conjunto de módulos, os alunos
deverão ser capazes de analisar textos
• Geralmente é assinado: em jornais e revistas, os artigos são assi- de opinião, observando as estratégias
de argumentação, e de compreendê-
nados por um autor ou um grupo de autores. Assinar não é, porém, -los de maneira ética e crítica, no que
uma obrigatoriedade, visto que pode haver artigos sem assinatura tange às opiniões e aos fatos apresen-
tados neles.
ou assinados por codinomes (nome criado e usado para ocultar a
identidade de alguém).
Na televisão, pode haver algum quadro do programa ou do jornal
destinado a expor opiniões; nesse caso, o próprio autor apresenta sua
análise a respeito de um tema recente – muitas vezes ocorrido no
mesmo dia. No rádio, o artigo de opinião é narrado, geralmente, por
quem o escreveu.
• Apresenta linguagens objetiva e subjetiva: um artigo de opinião
apresenta linguagem objetiva por ser um texto informativo. Entre-
tanto, nesse tipo de texto, pode ocorrer também a linguagem subjeti-
va, já que tem base na opinião de alguém.
O uso da primeira pessoa, portanto, é permitido nesses artigos, em
trechos em que o autor explicita sua opinião. Nas passagens destina-
das à apresentação de argumentos ou de opiniões implícitas, é utili-
zada a terceira pessoa.
• Apresenta títulos polêmicos e/ou provocativos: de forma geral,
os artigos de opinião têm títulos provocativos, a fim de despertar o
interesse do leitor. Grandes jornais, por exemplo, abrem espaço para
artigos de autores variados e, também por isso, quem escreve procu-
ra chamar a atenção do leitor para o seu texto.

Além dessas características, podemos observar nos artigos de opinião os


chamados modalizadores linguísticos. Eles servem para ligar as informa-
ções dos períodos e as ideias entre os parágrafos. Geralmente, são eles que
evidenciam a opinião de alguém tanto na fala quanto na escrita, dando-
-nos pistas sobre o parágrafo construído pelo autor; por exemplo, se a ideia
transmite dúvida ou contradição, se contém uma explicação, se marca de-
terminado tempo etc. Também retomam palavras ditas anteriormente de
modo a eliminar as repetições e deixar o texto mais claro. Alguns exemplos
de modalizadores bastante utilizados são:

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 11 14/11/2023 11:17:23


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
• Advérbios e locuções adverbiais: “sem dúvida”, “talvez”, “possivelmen-
PARA IR ALÉM te”, “a meu ver” etc. Eles expressam se o conteúdo apresentado no texto
Acordo de Paris foi ou não completamente assumido pelo autor.
O Acordo de Paris é um com- • Escolha do modo verbal: o indicativo expressa certeza, e o subjuntivo
promisso mundial que pre-
vê medidas de redução da
expressa incerteza ou desejo.
emissão de gases de efeito • Verbo auxiliar modal em locuções verbais: “deve fazer”, que indica
estufa. Negociado em 2015,
em Paris (França), ele tem
obrigação; “precisa ser feito”, que indica necessidade ou possibilidade.
como objetivo garantir que • Predicados cristalizados: “é certo”, que indica certeza; “é preciso”, “é ne-
o aumento da temperatura
cessário”, que indicam necessidade.
média global fique abaixo
de 2 °C.
A seguir, você lerá um artigo de opinião. Procure, enquanto realiza a lei-
CAPÍTULO 3

Fazer a leitura e a compressão do


texto, identificando com os alunos as
tura, identificar as características que acabou de aprender como pertinen-
características de um artigo de opi- tes a esse gênero textual.
nião e os modalizadores utilizados.
Orientá-los para que, durante a lei-
tura, destaquem os argumentos que
12

julgarem mais interessantes e, depois, O que o Brasil ganha com as mudanças climáticas
os compartilhem com a turma.
O Brasil precisa acordar. Diante do maior desafio já enfrentado pela
humanidade, a mudança climática global, o país tem à sua frente
uma janela de uma a duas décadas para despertar. Precisa intensi-
ficar programas de adaptação que, ao mesmo tempo, aproveitem
as oportunidades que o enfrentamento das consequências desse
grande problema oferece.
Evidências científicas mostram que até meados de 2040 o mun-
do deverá atingir a marca de 1,5 oC, caso continuemos emitindo
gases de efeito estufa como ainda fazemos hoje.
As pessoas perguntam: mas o que significa para mim essa pe-
quena variação de apenas 1 oC? De fato, 1 oC, ou mesmo 1,5, ou
até 3 oC podem significar muito pouco se considerarmos nossas
preferências pessoais. Porém, uma mudança na temperatura mé-
dia mundial de 1,5 oC implica variações de temperatura, chuvas e
vários eventos climáticos bem mais amplos e intensos do que o
significado pessoal de 1,5 oC.
Os efeitos climáticos são, sobretudo, o que os climatologistas
chamam de eventos extremos, ou seja, mudanças no clima local
que provocam enchentes, secas, ondas de calor etc. A frequência
desse tipo de evento já vem aumentando em vários lugares do
planeta. Em outras palavras, teremos um maior número de noites
quentes, maior frequência de tempestades, maior probabilidade
de ocorrência de eventos mais fortes como furacões e tornados.
Tudo isso exacerba os riscos relacionados à saúde humana, in-
fraestrutura das cidades, agricultura e muitos outros setores
da sociedade.
A Conferência das Partes (COP) 21, realizada em Paris em 2015,
encomendou um relatório especial ao Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU. Os governos querem saber
o que fazer para evitar que o mundo ultrapasse a marca de 1,5 oC.
O IPCC reuniu 91 pesquisadores de 40 países que trabalharam
durante dois anos com a contribuição de mais 133 pesquisadores
de todo o mundo. Os cientistas do IPCC examinaram mais de 6 mil

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 12 14/11/2023 11:17:23


AUTORIZAÇÃO COC
publicações científicas e responderam a mais de 42 mil comen- VOCABULÁRIO
tários de cientistas e governos dos 195 países da Organização
das Nações Unidas (ONU). Esses números são importantes, Dispêndio: gasto; consumo.
pois salientam que as conclusões a que chegamos nesses rela- Papers: artigo ou ensaio
tórios são fortemente embasadas na melhor ciência que existe acadêmico.
no mundo. Na sua maioria, as publicações utilizadas são de Sequelas: consequências
de um ato.
papers científicos editorados. Além disso, o IPCC proíbe fazer
prescrições políticas. Em outras palavras, não podemos indi-
car caminhos para os tomadores de decisão. As conclusões são
Este é o momento oportuno para apli-
colocadas como o estado de arte da ciência naquele tópico e

LÍNGUA PORTUGUESA
car o exercício 2 da seção “Para con-
naquele momento; por isso, devem servir apenas como guia ferir”, referente aos módulos 22 e 23.
para que o tomador de decisão escolha por onde ir com emba-
samento sólido. Se levados em consideração, os pontos levan-

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO13 SEM


tados pelos relatórios do IPCC tendem a diminuir a probabili-
dade de que decisões acabem levando ao erro.

Cenários possíveis para um mundo em aquecimento


No capítulo 3 do relatório especial 1,5 °C, tendo como base
o conhecimento científico disponível em 2018, descrevemos
três possíveis cenários para um mundo mais quente. No ce-
nário 1, os países da comunidade internacional se uniriam
em torno do Acordo de Paris e adotariam metas bem mais
ambiciosas. Os países se uniriam com o dispêndio de uma
enorme soma de dinheiro e a aplicação de diversas tecno-
logias sustentáveis principalmente relacionadas ao uso da
terra e à preservação da biodiversidade. Essas tecnologias/
ações incluem: agricultura ecológica, uso de bioenergia, er-
radicação do desperdício de alimentos, remanejamento de
espécies para evitar sua perda e ações fortes no sentido da
conservação da biodiversidade. Tudo isso serviria para evitar
as emissões de gases do efeito estufa (CO2, metano, N2O) e
ajudaria a manter o planeta bem próximo da marca de 1,5 °C.
Mesmo evitando alguns dos impactos negativos das mudan-
ças climáticas, o mundo ainda apresentaria sequelas dos
efeitos, que perdurariam por todo o século XXI.
[…]
[…] O cenário 1 talvez seja o menos provável devido à enor-
me deficiência de integração na governança mundial nesse mo-
mento, uma vez que o mundo parece estar mergulhando numa
fase de rivalidades nacionais. É notável que a questão principal
agora seja o tempo. A pergunta a se fazer é se teremos ou não
tempo para agir de forma organizada para evitar o avanço das
mudanças climáticas. […]
BUCKERIDGE, Marcos. O que o Brasil ganha com as mudanças climáticas.
Jornal da USP. Disponível em: <https://jornal.usp.br/artigos/o-que-o-brasil
-ganha-com-as-mudancas-climaticas/>. Acesso em: jul. 2023.

O artigo de Marcos Buckeridge é repleto de opiniões do autor intercaladas


por argumentos. As informações que ele apresenta servem para sustentar
seu ponto de vista a respeito de possíveis reações dos países, em especial
do Brasil, às mudanças climáticas.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 13 14/11/2023 11:17:23


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 24, 25 e 26
NISERIN/ISTOCK

EFEITOS DE SENTIDO DOS VERBOS


DE LIGAÇÃO
No grupo 1, você estudou os verbos de ligação. Você apren-
deu que, em oposição aos verbos chamados de “nocionais”,
os verbos de ligação não expressam ação. Os verbos de li-
gação têm a função de ligar o sujeito a suas característi-
cas (predicativo do sujeito). Contudo, isso não significa que
esses verbos não expressem algo ou não contribuam para
algum efeito de sentido no discurso.
CAPÍTULO 3

Em poemas, o eu lírico expressa seus sentimentos vin-


dos da sua interação com o mundo, com o outro ou consigo
mesmo. Portanto, também é comum encontrarmos neles
Entre o pensar e o argumentar, existe a elaboração do
efeitos de sentido expressos por verbos de ligação. Leia o
14

discurso. É preciso atentar para os efeitos de sentido das


palavras utilizadas.
poema a seguir e observe se há o uso desse recurso.
Neste conjunto de módulos, os alunos
aprenderão os efeitos de sentido ex-
pressos por verbos de ligação, sendo
capazes de analisá-los em textos lidos O livro sobre nada
e aproveitá-los no momento da pro-
dução autoral. É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.
Tudo que não invento é falso.
Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.
Tem mais presença em mim o que me falta.
Melhor jeito que achei pra me conhecer foi fazendo o contrário.
Sou muito preparado de conflitos.
Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do
[ser que a revelou.
O meu amanhecer vai ser de noite.
Melhor que nomear é aludir. Verso não precisa dar noção.
O que sustenta a encantação de um verso (além do ritmo) é o ilogismo.
Meu avesso é mais visível do que um poste.
Sábio é o que adivinha.
Para ter mais certezas tenho que me saber de imperfeições.
A inércia é meu ato principal.
Não saio de dentro de mim nem pra pescar.
Sabedoria pode ser que seja estar uma árvore.
Estilo é um modelo anormal de expressão: é estigma.
Peixe não tem honras nem horizontes.
Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas quando não desejo
[contar nada, faço poesia.
Eu queria ser lido pelas pedras.
As palavras me escondem sem cuidado.
Aonde eu não estou as palavras me acham.
Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.
Uma palavra abriu o roupão pra mim. Ela deseja que eu a seja.
A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse
[nossos mais fundos desejos.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 14 14/11/2023 11:17:23


AUTORIZAÇÃO COC
Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos. NOTA
Esta tarefa de cessar é que puxa minhas frases para antes de mim.
[...].

MARLENE BERGAMO/FOLHAPRESS
Não gosto de palavra acostumada.
A minha diferença é sempre menos.
Palavra poética tem que chegar ao grau de brinquedo para ser séria.
Não preciso do fim para chegar.
Do lugar onde estou já fui embora.

LÍNGUA PORTUGUESA
BARROS, Manoel de. O livro sobre nada. Disponível em: <https://www.revistabula.com/
2680-os-10-melhores-poemas-de-manoel-de-barros/>. Acesso em: jul. 2023. Manoel de Barros
(1916-2014)
Manoel Wenceslau Leite de

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO15 SEM


Barros, conhecido como Ma-
Note como a ocorrência do verbo “ser”, conjugado na terceira pessoa dos noel de Barros, foi um poeta
tempos presente e pretérito do modo indicativo (é; foi), no poema do céle- brasileiro do século XX. Nas-
cido em Cuiabá, em 19 de
bre autor brasileiro Manoel de Barros, transmite a ideia de que o eu lírico
dezembro de 1916, viveu até
tem muitas certezas. Isso ocorre porque o verbo “ser”, utilizado como verbo 2014 e sua extensa obra poé-
de ligação em discursos variados, expressa a ideia de estado permanente, tica lhe rendeu diversos prê-
mios, entre eles, dois prêmios
verdade universal ou certeza. Veja outro exemplo, retirado do texto “Nin- Jabuti. Foi membro da Acade-
guém quer ver futebol feminino”. mia Sul-Mato-Grossense de
Letras e, entre seus livros mais
conhecidos, estão o Livro sobre
Parece que é sempre um combo quando se fala sobre mu-
Nada, lançado em 1996.
lheres jogando bola: é chato, é lento, ninguém quer ver.
Sugestão: montar uma lista de ora-
ções com verbos e pedir aos alunos
Além desse, há outros verbos de ligação. Entre eles, os que expressam que elaborem outras frases transfor-
mando o verbo do exercício em verbo
permanência e os que têm outros sentidos. Conheça alguns desses verbos de ligação. Exemplo:
e seus sentidos: O menino anda rápido. O menino anda
triste.
• Os que indicam estado permanente: os verbos “ser” e “viver”. Por
O carteiro virou a esquina. O carteiro
exemplo: virou escritor.

Ele vive intrigado, expressando sempre sua opinião durante as aulas.

O verbo “viver”, nessa oração, conjugado no tempo presente do modo in-


dicativo e utilizado como verbo de ligação, expressa um estado permanen-
te do sujeito “ele”.
Perceba que o verbo “viver” indica um estado permanente, assim como o
verbo “ser”. Entretanto, não poderia ser utilizado para expressar uma ver-
dade absoluta tal como “ser”.
A palavra “intrigado” funciona como predicativo do sujeito.

• Os que indicam estado transitório: “estar”, “andar” (no sentido de “estar”).


Por exemplo:

Ela está cansada das opiniões não construtivas.


Ela anda cansada das opiniões não construtivas.

Nas duas orações, os verbos destacados indicam um estado transitório


do sujeito “ela”.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 15 14/11/2023 11:17:23


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Perceba que o verbo “andar”, na segunda frase, adquire sentido de “estar
frequentemente” e é utilizado como verbo de ligação que indica um estado
não considerado como permanente.
O adjetivo “cansada” desempenha a função de predicativo do sujeito nas
duas orações.

• Os que indicam continuidade de estado: “continuar”, “permanecer”.


Por exemplo:

O jornalista continua calado.


O jornalista permaneceu contrário à posição do diretor.
CAPÍTULO 3

Os verbos “continuar” e “permanecer” expressam continuidade de estado


do sujeito “o jornalista”. Em ambos os casos, é possível compreender que o
sujeito esteve e ainda está caracterizado por determinada condição, sem
16

que isso, no entanto, seja, necessariamente, permanente.


Tanto “calado” como “contrário à posição do diretor” funcionam como
predicativos do sujeito nesse contexto.

• Os que indicam mudança de estado: “tornar-se”, “ficar”, “virar”. Por


exemplo:

O escritor tornou-se comportado naquele jornal.


O escritor ficou indignado com a resposta do leitor.
O escritor virou uma fera quando soube daquele acontecimento.

No primeiro exemplo, o verbo “tornar-se” indica que o sujeito “o escritor”


passou a assumir a função indicada pelo predicativo “colunista”. É possível
inferir que antes ele não exercia esse papel no jornal.
Na segunda oração, o verbo “ficar” evidencia a ideia de que o escritor
passou a se sentir “indignado” (conforme o predicativo do sujeito) depois
de ler a resposta do leitor.
O verbo “virar”, no terceiro exemplo, expressa que o escritor passou a
exercer a qualidade de “uma fera” (indicada pelo predicativo), ao saber de
determinado acontecimento. Note que o verbo “virar” tem o significado de
“tornar-se”. Além disso, a oração em questão apresenta uma metáfora, visto
que não seria possível, literalmente, o escritor se transformar em uma fera.

• Os que indicam estado aparente: “parecer”. Por exemplo:

O escritor pareceu polêmico em seu artigo de opinião.

O verbo destacado no exemplo indica uma aparência do estado do sujeito, “o


Este é o momento oportuno para apli-
car os exercícios 3 e 4 da seção “Para escritor”. O adjetivo “polêmico” exerce a função de predicativo do sujeito. Per-
conferir”, referentes aos módulos 24, ceba que a afirmação sobre o fato de o sujeito ser ou estar polêmico não é tão
25 e 26.
categórica (ou seja, não é tão incisiva) quando se usa “pareceu”. Uma afirmação
mais forte traria, por exemplo, a forma verbal “foi”, do verbo de ligação “ser”.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 16 14/11/2023 11:17:23


AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 27 e 28

PRODUÇÃO DE ARTIGO DE OPINIÃO


Você estudou o gênero artigo de opinião nos módulos 22 e 23 e pôde ler alguns
textos, analisando-os e verificando neles a presença das características perti-
nentes a esse gênero. Agora, chegou a hora de produzir um artigo desse tipo.
Para que essa produção textual seja realizada da melhor forma, vamos
relembrar algumas características de um artigo de opinião.

LÍNGUA PORTUGUESA
• Apresenta estrutura dissertativa (introdução, desen- • Deve seguir a norma-padrão da língua, já que é
volvimento e conclusão). escrito também para informar.
• É um texto argumentativo e persuasivo. • É quase sempre assinado, a não ser que haja um

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO17 SEM


• Apresenta uma tese, ou seja, a defesa de um ponto motivo para não conter a assinatura do autor.
de vista. • É escrito em primeira e terceira pessoas
• É elaborado com base em um tema que geralmente do discurso.
tem a ver com um fato. • Tem um público-alvo.

Como dica para a sua produção, você pode recordar-se dos tipos de argu-
mentação existentes.

• Argumentação por sustentação


• Argumentação por refutação
• Argumentação por negociação

Lembre-se ainda dos tipos de argumentos possíveis de serem criados em


um texto.

• Argumento de autoridade • Argumento por exemplificação


• Argumento por causa e consequência • Argumento por senso comum
• Argumento por comprovação (ou evidência) • Argumento por alusão histórica
• Argumento por comparação (ou analogia)

Neste conjunto de módulos, os alu-


Tenha em mente que os argumentos de autoridade, por comprovação ou nos produzirão um artigo de opinião,
considerando a estrutura de texto
por alusão histórica devem ter citações, dados ou fatos históricos verifica- exigida pelo gênero (no que tange à
dos e devem contemplar a fonte, ou seja, o texto deve dizer de onde foram defesa de uma tese e argumentação,
valendo-se dos tipos de argumento
retiradas essas informações, e as referências precisam ser confiáveis. aprendidos). Os módulos exigem que
eles pratiquem a produção de textos,
Fique atento, especialmente, no momento de buscar informações na in- respeitando o contexto de produção e
ternet, para que encontre fontes seguras e informações verificadas. circulação, bem como o façam respei-
tando a norma-padrão.
Os argumentos por causa e consequência devem ser plausíveis e instigar O trabalho com argumentos de senso
o raciocínio lógico do leitor, de modo que este possa compreendê-los. Não comum exige muita habilidade dos
alunos. Esse conceito deverá ser cui-
crie argumentos desse tipo que não sejam pautados na realidade ou não dadosamente construído pelo profes-
sor com os estudantes, visto que em
tenham relação direta com o tema. avaliações de escala nacional valori-
Caso seja escolhida a argumentação por exemplificação, os exemplos tam- zam-se muito os textos de autoria e
pouco valorizam-se textos com muitas
bém devem ser pautados em fatos que possam ser compreendidos pelo leitor. expressões de senso comum e clichês.

Quanto aos argumentos de senso comum, a dica é utilizá-los somente em


casos em que sejam de fato aproveitáveis ao texto, a fim de evitar que sua
produção fique superficial. Este é o momento oportuno para apli-
car o exercício 5 da seção “Para con-
ferir”, referente aos módulos 27 e 28.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 17 14/11/2023 11:17:23


CAPÍTULO 3

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


PENSO, LOGO ARGUMENTO
Módulos 19, 20 e 21 | Tipos de argumento

Exercícios de aplicação
Leia novamente o texto “Ninguém quer ver futebol feminino” e responda às questões.

1. No texto, a autora segue uma linha argumentativa de sustentação, refutação ou negociação? Justi-
fique sua resposta.
Pode-se dizer que a autora segue uma linha argumentativa de refutação, pois ela mobiliza argumentos para contestar a

ideia de que “Ninguém quer ver futebol feminino”, como sugere o próprio título.
CAPÍTULO 3

2. Se uma pessoa lesse somente o título do artigo “Ninguém quer ver futebol feminino”, ela poderia
18

ter uma ideia equivocada a respeito do que o texto defende?


Sim, ela poderia ter uma ideia equivocada, pois poderia pensar que o texto defende que ninguém quer ver futebol feminino,

e não o oposto disso, que é o que o texto, de fato, defende.

3. No final do primeiro parágrafo, a autora menciona clichês sobre o futebol feminino. Quais são eles
e por que não se sustentam?
Os clichês sobre futebol feminino são que ele “é chato, é lento, ninguém quer ver”. Eles não se sustentam porque não há

como as pessoas avaliarem o futebol feminino dessa maneira, uma vez que elas não assistem aos jogos, já que quase não

são transmitidos na TV.

4. De acordo com o texto, qual seria a diferença entre “transmitir a Copa” e “cobrir a Copa”?
“Cobrir a Copa” é mais amplo que “transmitir a Copa”, pois trata-se de abordar temas relevantes da Copa em vários progra-

mas do canal, com matérias específicas sobre ela, e não somente transmitir as partidas de futebol do torneio.

5. No terceiro parágrafo, é 5. No terceiro parágrafo do texto, é usado um argumento


usado um argumento por
comprovação, pois apre- a. de autoridade.
senta dados para mostrar
que as pessoas assistem
b. por comparação.
ao futebol feminino: 19 mi- c. por comprovação.
lhões de pessoas assistiram
ao primeiro jogo da seleção d. por alusão histórica.
feminina brasileira na Copa
e. por exemplificação.
do Mundo; depois houve 22
milhões de espectadores no 6. Qual jogo teve a maior audiência da história da Copa do Mundo de futebol feminino?
jogo contra a Itália. Não há
outros tipos de argumento O jogo entre Brasil e França da Copa de 2019 teve a maior audiência da história, com 35 milhões de espectadores.
apresentados nas demais
alternativas.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 18 14/11/2023 11:17:23


AUTORIZAÇÃO COC
7. Observe este trecho do texto: “Quatro jogos da seleção feminina na TV e três deles quebraram re-
cordes de audiência. Será mesmo que ninguém quer ver futebol feminino?”. Ao fazer essa pergunta,
a autora espera, de fato, uma resposta?
Não, pois se trata de uma pergunta retórica, ou seja, não visa obter resposta, mas afirmar algo. Na realidade, a resposta

a essa pergunta já está dada na frase anterior a ela: “Quatro jogos da seleção feminina na TV e três deles quebraram

recordes de audiência.”

8. Você acredita que o uso de perguntas como a do trecho citado na questão anterior gera efeitos 8. Os alunos devem ser in-
positivos no processo de leitura do texto? Justifique sua resposta. centivados a pensar sobre a

LÍNGUA PORTUGUESA
tentativa de envolver o leitor
Resposta pessoal. por parte do autor quando
inclui perguntas em seu tex-
to. Visto que, nesse caso, o

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO19 SEM


autor apresenta argumentos
que respondem à pergunta
antes de apresentá-la, a in-
clusão de questionamentos
pode ter efeito positivo para
a leitura, instigando a refle-
xão do interlocutor. Ainda
assim, alguns alunos podem
9. UFG-GO não achar positivo o efeito
das questões no parágrafo,
Leia o texto de Paul Horowitz, físico da Universidade de Harvard. mas precisam justificar sua
resposta.

Existe vida inteligente fora da Terra? “No Universo? Garantido. Na nossa galáxia? Extre-
mamente provável. Por que não encontramos aliens ainda? Talvez nossos equipamen-
tos não tenham sensibilidade suficiente. Ou não sintonizamos o sinal de rádio correto”.
Superinteressante. São Paulo: Editora Abril, n. 224, mar. 2006, p. 42.

9. O autor apresenta suas


ideias por meio de informa-
Tendo em vista os argumentos utilizados por Paul Horowitz, pode-se inferir que ele ções que vão da escala da
certeza (revelada pelo termo
a. garante a existência de aliens apoiando-se em comprovações científicas. “garantido”) à da incerteza
b. prova que nosso encontro com extraterrestres é apenas uma questão de tempo. (revelada pelo termo “tal-
vez”), passando ainda por
c. revela suas ideias em uma escala que varia em diferentes graus de certeza. uma possibilidade, que pode
ser inferida por meio de co-
d. sustenta seu ponto de vista com base em resultados verificados por equipamentos adequados.
nhecimento prévio (revelada
e. reconhece a existência de vida alienígena em nossa galáxia. pelo termo “provável”).

10. Reúna-se em grupo, com até quatro colegas de classe, para conversar sobre futebol feminino.
a. Pergunte aos colegas de grupo se eles têm interesse no futebol feminino.
b. Pergunte também os motivos para o interesse ou o desinteresse.
c. C
 om os dados da pesquisa levantados, escreva um relatório organizando o resultado, listando os
principais motivos para o interesse ou desinteresse em futebol feminino.

Exercícios propostos
11. Além do número de espectadores dos jogos da Copa de futebol feminino, quais outros dados são
mostrados como evidência de interesse por parte do público em relação a essa modalidade esportiva?
A autora apresenta dados sobre a mobilização que os jogos causaram nas redes sociais e na internet. Em um dos jogos

do Brasil, houve 92 milhões de pessoas falando sobre a Copa nas redes sociais. Além disso, houve aumento da procura no

Google sobre atletas e sobre a história do futebol feminino.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 19 14/11/2023 11:17:24


CAPÍTULO 3

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


12. Que exemplo é fornecido pelo texto para a afirmação de que aumentou a procura no Google pelas
atletas do futebol feminino?
É fornecido no texto o exemplo da atleta Cristiane, que “teve um aumento de 7 800% no número de buscas um dia depois

de ela ter feito três gols contra a Jamaica”.

13. A autora utiliza um argumento por analogia para defender o potencial do futebol feminino. Qual é
a analogia feita por ela?
A autora faz uma analogia entre o futebol feminino e o futebol americano. Ela diz que não havia a cultura do futebol ame-
CAPÍTULO 3

ricano no Brasil, porém, com o incentivo de uma emissora, conseguiu-se criar essa cultura. Isso pode ocorrer, do mesmo

modo, com o futebol feminino, se houver quem o incentive.


20

14. Enem

Não somos tão especiais


Todas as características tidas como exclusivas dos humanos são compartilhadas
por outros animais, ainda que em menor grau
Inteligência
A ideia de que somos animais racionais tem sido destruída desde os anos
1940. A maioria das aves e mamíferos tem algum tipo de raciocínio.
Amor
O amor, tido como o mais elevado dos sentimentos, é parecido em várias es-
pécies, como nos corvos, que também criam laços duradouros, preocupam-
-se com o ente querido e ficam de luto depois de sua morte.
Consciência
14. O texto apresenta argu- Chimpanzés se reconhecem no espelho. Orangotangos observam e enga-
mentos de exemplificação
e de comparação para sus- nam humanos distraídos. Sinais de que sabem quem são e distinguem-se
tentar a tese de que os seres dos outros. Ou seja, são conscientes.
humanos não são “tão es-
peciais”. No ponto de inteli- Cultura
gência, por exemplo, o autor O primatologista Frans de Waal juntou vários exemplos de cetáceos e pri-
compara os seres humanos
às aves e aos outros mamí- matas que são capazes de aprender novos hábitos e de transmiti-los para as
feros ao dizer que todos têm gerações seguintes. O que é cultura senão isso?
algum tipo de raciocínio. Em
amor, os corvos teriam sen- BURGIERMAN, D. Superinteressante, n. 190, jul. 2003.
timentos como os humanos.
Em consciência, chimpanzés
e orangotangos também são
conscientes, de modo simi- O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relação
lar aos humanos. Em cultura, aos outros animais. As estratégias argumentativas utilizadas para sustentar esse ponto de vista são
cetáceos e primatas tam-
bém cultivariam a cultura de a. definição e hierarquia.
modo similar aos humanos.
b. exemplificação e comparação.
As demais alternativas es-
tão incorretas, porque essas c. causa e consequência.
estratégias não foram em-
pregadas nesse texto para
d. finalidade e meios.
sustentar a tese. e. autoridade e modelo.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 20 14/11/2023 11:17:24


AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 22 e 23 | Artigo de opinião

Exercícios de aplicação
1. Leia a tirinha de Armandinho.

ALEXANDRE BECK

LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO21 SEM
Os pontos de vista das personagens são semelhantes? Explique.
Não são semelhantes. Enquanto a garota vê a possibilidade de se construir muros com tijolos, que denota ideia de sepa-

ração, Armadinho acredita que é possível fazer pontes, que traz o sentido de ligação.

Releia o texto “O que o Brasil ganha com as mudanças climáticas” e responda às questões.
2. No início do texto, que modalizador é usado?
É usado o verbo auxiliar modal “precisa”.

3. Para o autor do texto, por que o Brasil precisa acordar?


Para o autor do texto, o Brasil precisa acordar para tomar atitudes em relação aos efeitos das mudanças climáticas, que

serão grandes, caso o planeta atinja 1,5 oC a mais em sua temperatura até 2040, como preveem estudos.

4. Segundo o artigo de opinião, o que uma variação na temperatura mundial de 1,5 °C pode causar?
Essa variação de temperatura pode gerar mudanças climáticas que causam eventos extremos, como enchentes, ondas

de calor, secas, furacões, tornados.

5. Com que tipo de argumento o autor confere credibilidade ao relatório especial produzido pelo Pai-
nel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)?
Ele usa o argumento por comprovação, ao mostrar números que evidenciam a grande mobilização de fontes usadas para

embasar o relatório. De acordo com o artigo, o “IPCC reuniu 91 pesquisadores de 40 países que trabalharam durante dois

anos com a contribuição de mais 133 pesquisadores de todo o mundo. Os cientistas do IPCC examinaram mais de 6 mil

publicações científicas e responderam a mais de 42 mil comentários de cientistas e governos dos 195 países da Organi-

zação das Nações Unidas (ONU)”.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 21 14/11/2023 11:17:24


CAPÍTULO 3

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


6. De acordo com o texto, o que seriam “prescrições políticas”?
De acordo com o texto, seriam indicações de que caminho os tomadores de decisão devem seguir.

7. Considerando o conteúdo do artigo, qual poderia ser o público-alvo dele?


O público-alvo poderia ser a população brasileira, pois os efeitos das mudanças climáticas são sentidos por todos; porém

poderia ser também um público-alvo mais específico, como cientistas e políticos, que têm influência direta na criação de

medidas que visam ao combate do aquecimento global.

8. Assinale as afirmações que tratam sobre o que seria feito no cenário 1 do relatório especial.
CAPÍTULO 3

Abandono do Acordo de Paris Desperdício de alimentos

X Grande uso de recursos financeiros X Remanejamento de espécies


22

X Agricultura ecológica

9. Releia a seguinte passagem.

[…] O cenário 1 talvez seja o menos provável devido à enorme deficiência de integração na governança mun-
dial nesse momento, uma vez que o mundo parece estar mergulhando numa fase de rivalidades nacionais.

9. O termo “talvez” é um ad- O termo em destaque é um modalizador que indica


vérbio que modaliza a afir-
mação feita pelo autor, con- a. certeza. c. permissão. e. proibição.
ferindo sentido de dúvida. b. convicção. d. dúvida.

Exercícios propostos
Leia o artigo de opinião a seguir e responda aos exercícios de 10 a 14.

Os direitos das crianças devem direitos. Em contrapartida, o segundo documento, que


ser comemorados é o mais aceito em direitos humanos, obriga os países
No dia 20 de novembro foi comemorado o Dia In- signatários a adotar medidas de garantia dos direitos
ternacional dos Direitos das Crianças. Esta data foi das crianças na prática. O Brasil assinou os dois.
escolhida porque, em 1959, foi assinada a “Declara- A lei brasileira específica para esse público é o Es-
ção dos Direitos das Crianças”. Já em 1989, o princi- tatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que existe
pal documento orientador no sentido da proteção e [...] desde 1990. A partir dessa lei, pela primeira vez,
garantia desses direitos, a “Convenção Internacional todas as crianças e os adolescentes passaram a ser
sobre os Direitos das Crianças”, foi assinado por 196 enxergados, oficialmente, como pessoas em desen-
países (todos os países que compõem a ONU menos volvimento que necessitam ter suas necessidades
os Estados Unidos). básicas garantidas, respeito e proteção integral, dan-
Os dois documentos foram elaborados pela Organi- do a eles condições de sobrevivência. Isso significa
zação das Nações Unidas (ONU) no mesmo dia, mas assegurar seu desenvolvimento físico, mental, moral,
com 30 anos de diferença; o primeiro documento, com espiritual e social, em condições de liberdade e de
caráter de recomendação, apenas alertava sobre a ne- dignidade. Antes, existia uma lei que se aplicava só
cessidade de os países adotarem medidas de proteção para crianças e adolescentes órfãos ou que cometiam
à infância. Ou seja, os países que assinaram a Declara- atos infracionais. Para todas as outras crianças, não
ção não tinham a obrigação de colocar em prática esses existia uma lei específica.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 22 14/11/2023 11:17:24


AUTORIZAÇÃO COC
O ECA apresenta um conjunto de 13 direitos que de- incluir artigos sobre a questão de gênero na infân-
vem ser garantidos com absoluta prioridade: direitos cia e adolescência, entre tantos outros. Porém, o
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, maior desafio que temos é colocar todo o Estatuto
ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, da Criança e do Adolescente em prática.
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência Hoje as crianças e os adolescentes brasileiros têm os
familiar e comunitária. As famílias, a comunidade, a seus direitos garantidos de maneira diferente depen-
sociedade em geral e o poder público têm o dever de dendo das suas condições socioeconômicas, de suas
assegurar a efetivação deles. Já as crianças e os adoles- origens étnico-raciais, da região do país em que vivem,
centes são responsáveis pela garantia de seus próprios se são meninas ou meninos, entre outros aspectos. Ou
direitos. Cada um pode ser responsável colocando os

LÍNGUA PORTUGUESA
seja, apesar de termos uma lei bastante avançada para
direitos em prática, por exemplo: frequentar a escola, todas as crianças e todos os adolescentes, a sociedade
praticar esportes, buscar comer comidas mais saudá- ainda age diferente com cada um, sendo mais ou me-
veis, respeitar as outras pessoas etc. nos rigorosa, mais ou menos agressiva, mais ou menos

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO23 SEM


Além dos direitos, essa lei fala sobre outras ques- respeitosa, garantindo mais ou menos os direitos bási-
tões em seus 267 artigos, tais como: as condições cos que deveriam ser iguais para todos, apenas pelas
para adotar uma criança, as condições para viajar só diferenças de identidade de cada um. Por isso, é muito
com a mãe ou só com o pai, o funcionamento dos importante dar a possibilidade de crianças, adolescen-
conselhos tutelares, como serão julgados e puni- tes e adultos conhecerem esses direitos a fundo e suas
dos os adolescentes que cometem atos infracionais, responsabilidades perante eles.
como serão julgados e punidos os adultos e as ins- Crianças e adolescentes são uma parte ativa da
tituições que violarem os 13 direitos fundamentais, sociedade e, se estiverem bem informados, têm
entre muitos outros temas. uma enorme capacidade de transformação, deixan-
Embora o ECA seja uma lei bastante avançada e do este um mundo melhor para todos vivermos. Por
referência mundial, ainda há muito o que ser apri- fim, é importante saber que o ECA não é apenas
morada. Pouco se fala sobre crimes relacionados à um conjunto de direitos; é um convite para que
internet, sobre publicidade e consumo voltado ao todos vejam as crianças e os adolescentes como
público infantojuvenil, sobre o estabelecimento de uma parte importante da sociedade, que deve ser
regras mais justas e menos discriminatórias para respeitada e protegida, e que, se assim for, terá
adotar uma criança ou um adolescente. Também é como consequência adultos respeitadores e cons-
importante incluir a educação em direitos humanos cientes do seu papel social.
explicitamente, ampliar ações de proteção e direi- GUARANY, Patricia. Jornal Joca, 22 nov. 2017. Disponível em:
tos para as crianças portadoras de deficiências, <https://www.jornaljoca.com.br/os-direitos-das-criancas
-devem-ser-comemorados/>. Acesso em: jul. 2023.

10. Em seu texto, Patricia Guarany segue uma linha de argumentação por sustentação ou por negocia-
ção? Justifique sua resposta.
É possível afirmar que a autora segue uma linha de sustentação. Ela apresenta uma análise dos documentos que preveem

os direitos da criança e do adolescente e de como a sociedade lida com o que está previsto neles para sustentar a tese de

que os direitos devem ser respeitados e celebrados.

11. No sexto parágrafo do texto, a autora 11. Nesse parágrafo, a auto-


ra faz considerações acerca
a. afirma que a maior dificuldade em relação ao Estatuto da Criança e do Adolescente é o próprio do ECA, mas encerra dizen-
documento. do que, apesar das falhas do
b. aponta falhas no Estatuto da Criança e do Adolescente, mas conclui que a maior dificuldade em documento, o maior desafio
em relação a ele ainda é o
relação à prática dele é inerente à sociedade. de a sociedade colocá-lo em
c. afirma que não deve haver regras para a adoção de crianças e adolescentes. prática.
d. afirma que o Estatuto da Criança e do Adolescente não contempla implicitamente a educação em
direitos humanos.
e. não faz negociações na análise que tece a respeito do Estatuto da Criança e do Adolescente.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 23 14/11/2023 11:17:24


CAPÍTULO 3

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


12. Releia este parágrafo.

O ECA apresenta um conjunto de 13 direitos que devem ser garantidos com absoluta prioridade:
direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissio-
nalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
As famílias, a comunidade, a sociedade em geral e o poder público têm o dever de assegurar a
efetivação deles. Já as crianças e os adolescentes são responsáveis pela garantia de seus próprios
direitos. Cada um pode ser responsável colocando os direitos em prática, por exemplo: frequentar
a escola, praticar esportes, buscar comer comidas mais saudáveis, respeitar as outras pessoas etc.

Nele, foi utilizado um verbo que é modalizador linguístico. Identifique-o e indique que sentido ele
transmite.
CAPÍTULO 3

O verbo é “devem” e ele transmite sentido de obrigação.

13. Qual deve ser o público-alvo do texto “Os direitos das crianças devem ser comemorados”?
24

O público-alvo deve ser o público geral e não é estabelecido em algum trecho do texto. Crianças e jovens podem ler o texto,

bem como adultos também podem apreciá-lo.

14. Nesse trecho, a autora 14. O período “Hoje as crianças e os adolescentes brasileiros têm os seus direitos garantidos de ma-
apresenta uma análise dis- neira diferente dependendo das suas condições socioeconômicas, de suas origens étnico-raciais,
farçada de argumento, já
da região do país em que vivem, se são meninas ou meninos, entre outros aspectos”, do texto em
que não utiliza a primeira
pessoa do singular nem questão, apresenta
modalizadores que revelam a. uma alusão histórica.
que se trata de uma opinião.
A afirmação que ela faz b. uma comparação.
não consiste em uma visão c. uma análise da autora.
comum, já que pode haver
pessoas que discordam dela. d. uma visão comum.
e. um dado.

15. A escolha de conjugar 15. Enem


os verbos na terceira pessoa
do plural induz o leitor a se
sentir participante – assim Novas tecnologias
como o autor – do grupo de Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, prin-
pessoas que manipula as
tecnologias e é manipulado cipalmente aquelas ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes
por elas ao mesmo tempo. como “o futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o mundo”
“fetichizam” novos produtos, transformando-os em objetos do desejo, de consumo
obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro”
tão festejado.
Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perver-
so ou de um aparelho capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle,
sem sombra de dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de depen-
dência mútua com os veículos de comunicação, que se estreita a cada imagem compar-
tilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de entretenimento.
Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos
aprisionar, por espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas
midiáticas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados.
SAMPAIO A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br>.
Acesso em: mar. 2013. Adaptado.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 24 14/11/2023 11:17:24


AUTORIZAÇÃO COC
Ao escrever um artigo de opinião, o produtor precisa criar uma base de orientação linguística que
permita alcançar os leitores e convencê-los com relação ao ponto de vista defendido. Diante disso,
nesse texto, a escolha das formas verbais em destaque objetiva
a. criar relação de subordinação entre leitor e autor, já que ambos usam as novas tecnologias.
b. enfatizar a probabilidade de que toda população brasileira esteja aprisionada às novas tecnologias.
c. indicar, de forma clara, o ponto de vista de que hoje as pessoas são controladas pelas novas
tecnologias.
d. tornar o leitor copartícipe do ponto de vista de que ele manipula as novas tecnologias e por elas
é manipulado.
e. demonstrar ao leitor sua parcela de responsabilidade por deixar que as novas tecnologias con-

LÍNGUA PORTUGUESA
trolem as pessoas.

Módulos 24, 25 e 26 | Efeitos de sentido dos verbos de ligação

Exercícios de aplicação

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO25 SEM


1. Relacione os verbos destacados nos enunciados e os efeitos de sentido apresentados:
a. A autora ficou encantada com a repercussão de seu artigo.
b. Os alunos andam muito preocupados.
c. O político manteve-se calmo diante das críticas.
d. A jornalista é empolgada com suas produções.

d Estado permanente

b Estado transitório

a Mudança de estado

c Continuidade de estado

2. Como o verso “Para ter mais certezas tenho que me saber de imperfeições” do poema de Manoel de
Barros se relaciona com a forma verbal “é”, que aparece várias vezes no texto?
No verso, o eu lírico comenta sobre ter “mais certezas”, e a forma verbal “é” aparece muitas vezes no poema, indicando as

certezas que ele já tem.

3. No verso “Do lugar onde estou já fui embora” do poema O livro sobre nada, o verbo em destaque é
de ligação? Explique.
Não, o verbo em destaque, apesar de ser uma conjugação do verbo “estar”, que por vezes assume a função de verbo de

ligação, não é, nesse caso, de ligação, visto que não há um predicativo do sujeito na oração.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 25 14/11/2023 11:17:24


CAPÍTULO 3

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


Leia um texto publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, em 1o de abril de 2019. Nele, o autor tece uma
opinião a respeito da comparação feita atualmente entre dois nomes do futebol. Ruy Castro fala
sobre os jogadores, que viveram em tempos diferentes, colocando em evidência a interação possível
entre o telespectador e as jogadas de futebol, permitida pelas tecnologias de cada época.
Esse é um artigo de opinião, portanto, como você já aprendeu, trata-se de uma visão pessoal: o
autor diz o que pensa e argumenta a favor de suas ideias.

Quem viu Pelé


Como seriam os seus gols em dez ângulos diferentes, como os de Messi?
O vento que sopra sobre a crônica esportiva trouxe de novo a discussão sobre quem
seria maior, Pelé ou Messi. Assim como o Juca Kfouri, inclua-me fora dela. Como assisti
a Pelé jogar, fiquei prematuramente quite com o futebol – podia morrer sem ver mais
ninguém, logo não tenho o que discutir. Mas, e quem não teve essa felicidade?
CAPÍTULO 3

Ah, sim, Messi. Se há algo hoje de que o mundo não está em falta é ele. Pode-se vê-lo
em ação duas vezes por semana, pelo Barcelona ou pela Argentina, na TV, no on-line, no
celular e, em breve, talvez até nas nuvens. Está em todas as telas, das de parede a pa-
rede às de três polegadas que você carrega no bolso. Seus gols são repetidos mil vezes
26

em dez ângulos diferentes, para que não haja dúvida sobre sua genialidade. E a câmera
ultralenta o transforma num Baryshnikov dos gramados.
Em metade dos anos Pelé, que foram de 1957 a 1974, o futebol era filmado em pelícu-
la, não gravado em videoteipe. Pelo alto custo da película, da revelação e das cópias, ra-
ramente se filmava um jogo inteiro – só se ligava a câmera quando havia chance de gol.
É por isso que, nas cenas de futebol do passado, quase nunca se vê o começo da jogada
que resultou na bola nas redes. E, mesmo que todos os jogos tivessem sido filmados,
muitos já teriam sido devorados pelas chamas. Então, como ver o que Pelé fazia, diga-
mos, no meio do campo?
Em meados dos anos 1960, o videoteipe se instituiu. Mas, também pelo seu custo –
cada fita era do tamanho de um tijolo –, os teipes eram apagados depois de exibidos,
para que se pudesse gravar de novo em cima. Essa pobreza se estendeu até fins dos
anos 1970.
O Santos igualmente jogava duas vezes por semana, em São Paulo, no Rio, na Europa,
na África e, embora fugazmente, no cinema, sempre podíamos ver as maravilhas de Pelé.
Mas você não precisa acreditar em mim. Às vezes, eu também não acreditava no que via.
CASTRO, Ruy. Quem viu Pelé. Folha de S.Paulo. abr, 2019.

4. O verbo “ser”, conjugado 4. O verbo em destaque no trecho “O vento que sopra sobre a crônica esportiva trouxe de novo a dis-
no pretérito imperfeito do cussão sobre quem seria maior, Pelé ou Messi” do texto de Ruy Castro
modo indicativo, expressa
um estado permanente. a. expressa um estado permanente.
b. expressa um estado transitório.
c. expressa uma mudança de estado.
d. expressa uma continuidade de estado.
e. não é um verbo de ligação.

5. Responda às questões com base no trecho “Como assisti a Pelé jogar, fiquei prematuramente quite
com o futebol – podia morrer sem ver mais ninguém, logo não tenho o que discutir”.
a. Identifique o verbo de ligação do trecho. Que efeito de sentido ele tem?
O verbo de ligação “ficar” indica uma mudança de estado.

b. Qual é o predicativo do sujeito do trecho? Justifique.


O predicativo do sujeito encontrado no trecho é “quite com o futebol” que qualifica o sujeito oculto “eu.”

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 26 14/11/2023 11:17:24


AUTORIZAÇÃO COC
6. A respeito do texto de Ruy Castro, responda aos itens.
a. O autor apresenta explicitamente sua opinião sobre quem seria melhor – Messi ou Pelé? Explique.
O autor não apresenta explicitamente sua opinião. Pelos argumentos, é possível deduzir que ele acredita que Pelé

poderia ser considerado melhor, caso em sua época houvesse a tecnologia de filmagem que existe nos dias de hoje.

LÍNGUA PORTUGUESA
b. Qual é a tese do autor?

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO27 SEM


A tese do autor é a de que a dificuldade de assistir a gols do jogador Pelé em vários ângulos, como é possível ver hoje

os de Messi, a comparação entre os jogadores por parte dos telespectadores ou críticos fica impossibilitada.

Leia agora trechos de um artigo de opinião publicado pelo Jornal da USP, da professora e colunista
Katia Rubio, a respeito da atual falta de prestígio dos jogos olímpicos.

Por que os Jogos Olímpicos já não são assim mais tão desejados
Katia Rubio é professora associada da Escola de Educação Física e Esporte da USP e membro
da Academia Olímpica Brasileira
Alguns fenômenos contemporâneos grandiosos guardam parte de uma história marca-
da por dificuldades e quase fracasso. Os Jogos Olímpicos são um deles.
[…]
Durante décadas, esse discurso mobilizou atletas, instituições e governantes em tor-
no do desejo de ter em seu território uma competição que representasse a síntese de
um ideal humano. Entretanto, parece ter chegado o momento de rever todo o processo
que levou o Movimento Olímpico a uma encruzilhada.
Criado no final do século XIX para ser uma competição de caráter internacional, os
Jogos Olímpicos foram prontamente chamados à sua terra natal, a Grécia. Parecia
óbvio que os gregos do presente devessem realizar em seu território a mesma ce-
lebração de séculos passados. Porém, não era essa a ideia de Pierre de Coubertin,
que entendia que os Jogos Olímpicos da Era Moderna deveriam ter um caráter in-
ternacionalista e, para tanto, deveriam ser realizados em países diferentes, multi-
plicando assim seu ideal. E assim, depois da primeira edição realizada em Atenas,
os Jogos Olímpicos passaram a circular entre cidades que dispusessem de condições
materiais suficientes para abrigar algumas centenas de atletas, vindos de vários
continentes. A Europa, como centro do “mundo civilizado”, era inegavelmente o lu-
gar certo para essa realização.
RUBIO, Katia. Por que os Jogos Olímpicos já não são assim tão desejados. Jornal da USP, 3 abr. 2019.
Disponível em: <https://jornal.usp.br/artigos/por-que-os-jogos-olimpicos-ja-nao-sao-assim
-tao-desejados/>. Acesso em: ago. 2023.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 27 14/11/2023 11:17:24


CAPÍTULO 3

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


7. O trecho indica um esta- 7. No título do artigo de Katia Rubio – “Por que os Jogos Olímpicos já não são assim tão desejados” – o
do permanente, em que o trecho em destaque expressa
sujeito não é algo estabele-
cido pelo predicativo (nesse a. uma mudança de estado.
caso, “desejados”).
b. um estado transitório.
c. um estado permanente.
d. a quebra de uma continuidade de estado.
e. uma ação.
8. No trecho “Os Jogos Olímpicos são um deles”, do texto de Katia, há um verbo de ligação e um
predicativo. O predicativo existente nele – “um deles” – faz referência a que termo ou expressão
anteriormente citada?
O predicativo “um deles” faz referência à expressão “Alguns fenômenos contemporâneos grandiosos”, que aparece

no período anterior.
CAPÍTULO 3

9. Releia: “A Europa, como centro do ‘mundo civilizado’, era inegavelmente o lugar certo para essa
28

realização.”
a. O que expressa o verbo de ligação nesse trecho?
O verbo de ligação “ser” expressa estado permanente.

b. Qual termo ou expressão desempenha a função de predicativo do sujeito?


A função de predicativo do sujeito é desempenhada pela expressão “o lugar certo para essa realização”.

Exercícios propostos
10. Explique a diferença de sentido expresso pelos verbos em destaque nos enunciados a seguir e ex-
plique como é possível identificá-la.
I. O poeta permanecia disposto a expressar seus sentimentos em seus poemas.
II. O jornalista permanecia ali.
Em I, o verbo “permanecer” desempenha a função de verbo de ligação e tem sentido de “continuar”, indicando, portanto,

continuidade de estado.

Em II, o verbo “permanecer” não desempenha a função de verbo de ligação e tem sentido de “manter-se em um lugar”.

É possível identificar a diferença pela presença de predicativo do sujeito em I (“disposto”) e ausência de termos com essa

função sintática em II.


11. A forma verbal “tornou-
-se” indica que o escritor,
que antes não era membro
da Academia Sul-Mato-
-Grossense de Letras, pas-
sou a sê-lo. A forma verbal
“virou” mantém esse senti-
do de mudança de estado. A
alternativa A está incorreta,
porque “continuou” transmi- 11. Na oração “O escritor Manoel de Barros tornou-se membro da Academia Sul-Mato-Grossense de
te ideia de continuidade de Letras”, o verbo “tornou-se” poderia ser substituído, sem alteração de sentido, por
estado. A alternativa B está
incorreta, porque “foi” in- a. “continuou”.
dica estado permanente. A
b. “foi”.
alternativa D está incorreta,
porque “parecia” indica esta- c. “virou”.
do aparente. A alternativa E
está incorreta, porque “este-
d. “parecia”.
ve” indica estado transitório. e. “esteve”.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 28 14/11/2023 11:17:24


AUTORIZAÇÃO COC
12. No trecho “Parecia óbvio que os gregos do presente devessem realizar em seu território a mesma
celebração de séculos passados”, do texto de Katia Rubio, a forma verbal em destaque indica um
estado de que tipo, dentre os estudados nesse conjunto de módulos?
O verbo indica um estado aparente.

LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO29 SEM
13. UCMG (adaptado) 13. Em 1, o verbo é de ligação,
e, em 3, o verbo é nocional.
1. “A vergonha foi enorme.” – Verbo nocional
2. “Procura insistentemente perturbar-me a memória.” – Verbo nocional
3. “Fiquei, durante as férias, no sítio de meus avós.” – Verbo de ligação
4. “Para conseguir o prêmio, Mário reconheceu-nos imediatamente.” – Verbo nocional
5. “Ela nos encontrará, portanto é só fazer o pedido.” – Verbo nocional

A classificação dos verbos destacados foi feita corretamente apenas em


a. 1, 3 e 4.
b. 2, 4 e 5.
c. 1, 2, e 5.
d. 2, 3, 4 e 5.
e. 1, 2 e 3.

14. Assinale as frases que contenham verbos de ligação.

Os jovens andavam rapidamente.

X Mariana andava triste.

X O funcionário virou diretor.

No meio da lagoa, o barco virou.

João vive uma vida de abundância.

X Ele vive preocupado.

15. Complete as lacunas com verbos de ligação, de acordo com o efeito de sentido e o tempo verbal 15. a. Resposta pessoal. Su-
gestão: pareciam
indicados.
b. Resposta pessoal. Suges-
tão: tornou-se
a. As meninas felizes com o presente. (estado aparente/passado)
c. Resposta: são
b. Gabriel chefe do gabinete. (mudança de estado/passado) d. Resposta pessoal. Suges-
tão: permanecia
c. Os herdeiros filhos do antigo dono da empresa. (estado perma- e. Resposta pessoal. Suges-
tão: andava
nente/presente)

d. A situação econômica ruim no país. (continuidade de estado/presente)

e. A família contente com os ganhos recentes. (estado transitório/passado)

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 29 14/11/2023 11:17:24


CAPÍTULO 3

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


Módulos 27 e 28 | Produção de artigo de opinião

Exercícios de aplicação
1. Com os textos que você lerá a seguir, será possível colher bastantes informações a respeito do as-
NOTA sunto “vacinação”. Mobilizando esse conhecimento, com o que estudou sobre artigo de opinião, você
deve produzir um artigo de opinião sobre o tema “Como o governo pode melhorar os índices de
Organização
Mundial da Saúde
vacinação no Brasil?”.
A Organização Mun- Como fazer
dial da Saúde (OMS) é a) 1a etapa – Conhecendo o assunto
uma agência especia- O artigo de opinião solicitado tem como assunto a vacinação. Agora, portanto, você lerá matérias
lizada em saúde, fun- jornalísticas a respeito disso.
dada em 7 de abril de
1948, vinculada à Or-
Texto 1
CAPÍTULO 3

ganização das Nações


Unidas, com sede
em Genebra (Suíça).
Atualmente, celebra- Taxas de vacinação aumentam no os casos, considera-se uma proteção adequa-
-se o Dia Mundial da mundo, mas caem no Brasil há 3 anos da quando a cobertura está em 95%. Abaixo
30

Saúde na data de sua Cobertura global contra sarampo e rubéola disso, há risco de retorno das doenças.
fundação. O objetivo O ministério informou, por meio de nota,
cresceu de 35% em 2010 para 52% no ano pas-
fundamental da OMS
é garantir o mais alto sado; os números nacionais são bem mais al- que “tem atuado fortemente na disseminação
nível possível de saú- tos, de 85% em 2017, mas a cobertura já havia de informações junto à sociedade alertando
de para todos. chegado a 96% em 2015, o que indica risco de sobre os riscos de baixas coberturas”. Disse
retomada de surtos também que a queda nas coberturas vacinais,
SHAADJUTT/ISTOCK

O mundo registrou no ano passado um re- principalmente em crianças menores de cinco


corde de crianças vacinadas – 123 milhões, anos, acendeu uma luz vermelha no país, e que
de acordo com dados divulgados nesta ter- elas são a principal preocupação da pasta nes-
ça-feira, 17, pelo Unicef e pela Organização te momento.
Mundial da Saúde, – uma alta que ocorre Cristina Albuquerque, chefe de saúde, HIV
Símbolo da OMS tanto por aumento da população quanto de e desenvolvimento infantil do Unicef no
cobertura vacinal. O Brasil, porém, caminha Brasil, pondera que a melhora observada
A produção a ser solicitada na contramão desse movimento, com queda em níveis globais tem de ser analisada pelo
aos alunos se dará em três prisma de que os níveis iniciais eram muito
na porcentagem de crianças vacinadas nos
etapas:
últimos três anos. baixos. Por exemplo, a cobertura global con-
1 a etapa – Conhecendo o
assunto Os números do Ministério da Saúde que tra sarampo e rubéola cresceu de 35% em
2a etapa – Apresentando a têm chamado a atenção do país recente- 2010 para 52% em 2017.
proposta
mente foram usados em sinal de alerta pe- […]
3 a etapa – Interagindo e
compartilhando pensa- las organizações. É o caso da cobertura da De acordo com o relatório, as coberturas
mentos vacina tríplice viral (contra sarampo, caxum- globais contra pólio e contra difteria, téta-
Na primeira etapa, eles te- ba e rubéola), que estava estável e próxima no e coqueluche estão estáveis em cerca de
rão contato com textos que
abordam o tema da redação a 100% no Brasil até 2014, mas baixou para 85% nos últimos anos.
a ser produzida por eles, a 96,1% em 2015 e seguiu em queda, passan- “O Brasil tinha um ponto de partida bem
fim de muni-los com reper- do para 95,4%, em 2016, e apenas 85% no diferente, muito mais à frente. Tem uma tra-
tório para o momento da
produção. Na segunda fase, ano passado. dição gigante, conseguiu erradicar a pólio.
será apresentado o tema, Outro exemplo é o da pólio, doença erra- Sempre fez grandes campanhas. A contra a
a saber: “Como o governo
pode melhorar os índices dicada no Brasil, que teve uma queda de rubéola, em 2008, por exemplo, foi a maior
de vacinação no Brasil?” e as 95% de crianças imunizadas em 2015 para do mundo, com mais de 60 milhões de pes-
exigências para a produção, soas imunizadas”, lembra Cristina.
que poderá ser feita em sala
84,4% em 2016, chegando a apenas 78,5%
de aula ou em casa, a critério em 2017. “Mas agora as coisas mudaram. Se em
do professor. Na terceira eta- Também houve queda na cobertura da DTP, 2013, por exemplo, o país estava quase todo
pa, os alunos, reunidos em
grupos, vão trocar os textos que protege contra difteria, tétano e coquelu- com cobertura adequada, hoje temos so-
e fazer um debate, a fim de che. Estava acima de 90% até 2015. Caiu para mente dois Estados que podem ser conside-
compartilhar a opinião de
cada um. Nesse momento,
89,5% em 2016 e 78,2% em 2017. Em todos rados assim: Rondônia e Ceará. É uma coisa
é importante que haja me-
diação, para garantir que
os alunos desenvolvam um
debate saudável.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 30 14/11/2023 11:17:25


AUTORIZAÇÃO COC
extremamente preocupante porque a pólio […]
não está erradicada no mundo, então pode O Ministério da Saúde disse que os recursos
voltar”, alerta a pesquisadora. para vacinação passaram de R$ 761,1 milhões,
Sucesso em 2010, para R$ 4,5 bilhões em 2017. Para
Para o ministério, um dos motivos da queda 2018, a previsão é de R$ 4,7 bilhões. Afirmou
nas coberturas é o próprio sucesso das cam- também que aumentou em 60% o valor do
panhas de imunização, o que pode ter gerado recurso de campanhas publicitárias de vaci-
uma falsa sensação de que não é preciso mais nação, passando de R$ 33,6 milhões, em 2015,
se vacinar. Cristina e o presidente do Depar- para R$ 53,6 milhões em 2017. Até junho, fo-

LÍNGUA PORTUGUESA
tamento Científico de Imunizações da Socie- ram investidos R$ 31,9 milhões.
dade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, FELIX, Paula; GIRARDI, Giovana. Taxas de vacinação au-
mentam no mundo, mas caem no Brasil há 3 anos. Estado
concordam. “As doenças desaparecem com o de S. Paulo,18 jul. 2018.
uso das vacinas, o que faz com que se perca a

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO31 SEM


percepção de urgência”, diz ele.

Texto 2

Carteira internacional de vacinação em um prazo de até cinco dias para que o via-
poderá ser obtida por meio digital jante possa imprimi-lo.
Documento é indispensável para entrar em pelo A mudança é fruto de uma parceria entre a
menos 100 países Anvisa e a Secretaria de Governo Digital do
O Certificado Internacional de Vacinação ou Ministério da Economia. De acordo com a An-
Profilaxia poderá ser obtido por meio digital. visa, uma das comprovações mais solicitadas é
O documento, indispensável para ingressar em de imunização contra a febre amarela. Países
pelo menos 100 países, pode ser solicitado de- como a Austrália e Tailândia somente permi-
pois de a pessoa ser vacinada em um posto do tem a entrada com o documento.
Sistema Único de Saúde (SUS) ou numa clíni- […]
ca credenciada. Uma vez imunizada, a pessoa O Brasil é o primeiro país a oferecer um ser-
interessada pode se cadastrar e enviar uma viço on-line, que é gratuito.
solicitação para o site Portal de Serviços. Apro- […]
vado o pedido pela Agência Nacional de Vigi-
FORMENTI, Lígia. Carteira internacional de vacinação
lância Sanitária (Anvisa), o cartão é enviado poderá ser obtida por meio digital.
Estado de S. Paulo, 29 jan. 2019.

Texto 3

Governo quer aumentar exigência de À Folha, o ministro da Saúde, Luiz Henrique


carteirinha de vacinação Mandetta, afirma que uma das propostas é
nas empresas elaborar uma portaria para que médicos do
Ideia é estimular que documento seja verificado trabalho também consultem a situação vaci-
na admissão e em exames periódicos nal, seja na admissão ao emprego ou em exa-
O Ministério da Saúde planeja estratégias mes periódicos, por exemplo.
para aumentar a cobrança da apresentação “Hoje tem médicos do trabalho que pedem
da carteirinha de vacinação nas escolas, no e cobram a vacinação de acordo com o risco
serviço militar e agora também na admissão [ocupacional]. O que a gente quer colocar é
ao emprego. que não importa o grau de periculosidade
As medidas fazem parte de um conjunto de da ocupação, as empresas devem cobrar o
ações em estudo para elevar a adesão à vacina- status vacinal de todos. Para isso, há proto-
ção, cujos índices têm registrado queda no país. colos de saúde do trabalhador”, afirma.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 31 14/11/2023 11:17:25


CAPÍTULO 3

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


Ele nega que a medida possa impedir o não ocorra, o Conselho Tutelar pode ser co-
acesso ou trazer restrições. “A empresa pode municado para verificar a situação.
chegar e te perguntar: cadê sua carteira de “A vacina é um direito da criança e um dever
vacinação? Mas não como uma coisa restriti- do pai ou responsável. Tem pais que optam
va. Os médicos podem solicitar nos exames por não vacinar. O que estamos num esforço
o histórico vacinal e, se não tiver atualizado, é comunicar o Conselho Tutelar para que ele
orientar e trabalhar para isso.” converse com os pais”, afirma o ministro.
Em outra frente, o ministério planeja en- A matrícula, porém, não seria vetada. “Não
viar ao Congresso uma proposta para tornar queremos que seja um óbice, mas sim lem-
obrigatória a apresentação da carteirinha brar que os não vacinados trazem para den-
de vacinação nas escolas no momento da tro da escola um risco coletivo.”
matrícula. […]
VOCABULÁRIO
CAPÍTULO 3

Se a carteirinha estiver desatualizada, é CANCIAN, Natália. Governo quer aumentar exigên-


Óbice: empecilho, dado um prazo para atualização. Caso isso cia de carteirinha de vacinação nas empresas.
estorvo. Folha de S.Paulo, 21 mar. 2019.
32

Destacar informações e Observe que os três textos abordam o tema da vacinação, porém apresentam aspectos diferentes
dados dos três textos que do assunto. No primeiro deles, mostra-se a preocupação com a queda das taxas de vacinação no
possam ajudar os alunos Brasil. O segundo texto trata de uma notícia sobre a carteira internacional de vacinação, que é ne-
na elaboração do artigo de
opinião deles.
cessária para viajar para alguns países. No terceiro texto, a notícia mostra medidas que o governo
brasileiro estuda adotar para aumentar a adesão à vacinação, o que pode ser visto como uma reação
aos dados apresentados na primeira notícia.
b) 2a etapa – Apresentação da proposta
Depois de ler as matérias apresentadas, você deverá escrever um artigo de opinião, valendo-se de
tudo o que aprendeu sobre esse gênero até agora, com o tema:
“Como o governo pode melhorar os índices de vacinação no Brasil?”
• Você poderá aproveitar dados e informações apresentados nos artigos que leu e dialogar com
eles. Caso faça isso, lembre-se de referenciá-los em seu texto, por meio de citação direta ou indi-
reta, conforme já aprendido em aulas anteriores.
• O tema proposto não exige que você concorde ou discorde dos textos apresentados. Fica à sua es-
colha utilizá-los para sustentar sua tese, refutar opiniões expressas neles ou negociar com ideias
e informações deles.
• Seu texto deverá ter, no mínimo, 25 linhas e, no máximo, 30; deve ser escrito à mão e obedecer à
norma-padrão do português brasileiro. Use a folha de produção de texto para escrever seu texto.
Redação pág. 289

• Crie um título para o seu artigo que você julgue ser capaz de intrigar o leitor. Além disso, lembre-se
de que a sua produção não deve conter ideias preconceituosas sobre nenhum grupo da sociedade.
c) 3a etapa – Interagindo e compartilhando pensamentos
• Nessa etapa, você deverá reunir-se em grupos para expor seu texto e discutir as opiniões de cada um.
• Lembre-se de que um debate saudável se dá por meio da boa argumentação, que também pode
ser praticada oralmente.
• Lembre-se de que, sendo um texto de opinião, você deve defender uma tese. Os textos apresen-
tados nos módulos servem de apoio para que você dialogue com eles; assim, você pode citá-los
direta ou indiretamente, de modo a sustentar seus argumentos.

2. Em qual pessoa do discurso estão escritos os textos que você leu?


Os textos lidos foram escritos na terceira pessoa do singular.

3. Qual é o motivo para esses textos estarem escritos nessa pessoa?


Os textos apresentados são informativos e devem ser escritos na terceira pessoa do singular, para que se garanta clareza

nas informações e neutralidade por parte do autor.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 32 14/11/2023 11:17:25


AUTORIZAÇÃO COC
4. Os títulos dos textos que você leu comunicam
X fatos. opiniões.

5. De acordo com o texto “Carteira internacional de vacinação poderá ser obtida por meio digital”,
é possível dizer que o certificado internacional de vacinação ou profilaxia é 5. No final do texto, há a informação de que o serviço de ob-
a. dispensável para a entrada em 100 países. tenção do certificado é gratuito no Brasil. A alternativa A está
incorreta, porque, no texto, é dito que o certificado é indispen-
b. solicitado antes da vacinação. sável para a entrada em pelo menos 100 países. A alternativa B
c. obrigatório para a circulação dentro do Brasil. está incorreta, porque o certificado é obtido após a vacinação.
A alternativa C está incorreta, porque não há informação algu-
d. obtido gratuitamente no Brasil. ma no texto que indique que o certificado é obrigatório para
e. desnecessário para a vacinação de febre amarela. a circulação dentro do Brasil. A alternativa E está incorreta,

LÍNGUA PORTUGUESA
porque o certificado para vacinação de febre amarela é um
dos mais exigidos.

Exercícios propostos

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO33 SEM


Leia novamente os três textos apresentados no exercício 1 e responda às questões.

6. O texto 1 pode servir de apoio para criar que tipo de argumentos em um artigo de opinião de mes-
mo assunto que a notícia? Explique.
O texto 1 pode servir de apoio para a criação de argumentos por comprovação em um artigo de opinião, já que apresenta

dados.

7. No trecho “De acordo com a Anvisa, uma das comprovações mais solicitadas é a de imunização con- 7. No trecho, o autor co-
tra a febre amarela” do texto 2 é encontrada uma citação munica, com suas próprias
palavras, uma informação
direta. X indireta. fornecida pela Anvisa.

8. O texto 3, “Governo quer aumentar exigência de carteirinha de vacinação nas empresas” apresenta 8. O texto não apresenta da-
dos estatísticos.
X informações. dados.

9. Segundo o Ministério da Saúde, no texto 1, “Taxas de vacinação aumentam no mundo, mas caem no
Brasil há 3 anos”, por que o sucesso de campanhas de imunização poderia ser uma das razões para
a diminuição das taxas de vacinação?
Segundo o Ministério da Saúde, o sucesso das campanhas de imunização poderia ter gerado a falsa sensação de que não

é necessário vacinar-se mais, o que poderia ter levado à diminuição das taxas de vacinação.

10. No texto 2, “Carteira internacional de vacinação poderá ser obtida por meio digital”, o verbo da pri- 10. O verbo da primeira ora-
meira oração do trecho “Documento é indispensável para entrar em pelo menos 100 países” indica ção do trecho – “Documento
é indispensável” – é de liga-
a. uma hipótese. d. uma conversa com o leitor. ção e indica uma certeza.
b. uma opinião. e. a introdução da fala de alguém.
c. uma certeza.

11. De acordo com o texto 3, em que lugares o governo brasileiro pretende aumentar a cobrança da
apresentação da carteirinha de vacinação?
O governo brasileiro pretende aumentar a cobrança da apresentação da carteirinha de vacinação em escolas, no serviço

militar e nos locais de trabalho.

12. No texto 3, “Governo quer aumentar exigência de carteirinha de vacinação nas empresas”, o que
informa o verbo em destaque no trecho “‘A vacina é um direito da criança e um dever do pai ou res-
ponsável. Tem pais que optam por não vacinar. O que estamos num esforço é comunicar o Conselho
Tutelar para que ele converse com os pais’, afirma o ministro.”?
O verbo em destaque informa que a fala entre aspas, que o antecede, foi dita pelo ministro.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 33 14/11/2023 11:17:25


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
CAPÍTULO 3

TIPOS DE ARGUMENTO
34

• Sustentação Argumentos de (ou por):


• Refutação • autoridade;
• Negociação • comprovação;
• comparação;
• causa e consequência;
• exemplificação;
• senso comum;
• alusão histórica.

Exercícios desta seção


disponíveis em:
<link.coc.com.br/98NuENc>.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 34 14/11/2023 11:17:27


AUTORIZAÇÃO COC
KEREMYUCEL/ISTOCK

LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO35 SEM
CAPÍTULO 4 TEMPOS MODERNOS
Viver em sociedade pressupõe in-
teração. Hoje, essa interação é cada Módulos 29, 30 e 31

CULTURA DIGITAL
vez maior. Isso acontece em grande
parte por causa dos avanços no
campo digital, que favoreceram o
fortalecimento da tessitura social,
na medida em que a comunicação
É muito provável que, no seu cotidiano, você e os colegas de turma tenham acesso
superou as distâncias físicas. frequente à internet, certo? Essa prática, no entanto, é recente. Certamente, seus avós
Há, no entanto, muito a ser ajus-
tado nesse sentido. Assim como e talvez até seus pais, na infância ou na juventude, não tinham um smartphone para
desde cedo somos educados para se entreter nos momentos vagos, para checar o mural de uma rede social, para publi-
as práticas sociais da vida real, de-
vemos nos educar para a vida virtual. car um comentário na foto incrível de um amigo ou para compartilhar uma notícia
Desse modo, a escola cumpre papel de última hora.
fundamental na educação do uso
adequado das ferramentas digitais. Até pouco tempo atrás, o mundo era mais analógico do que digital.
O capítulo 4 se constrói principalmente
com essa finalidade. Já no primeiro con-
junto de módulos, intitulado “Cultura NA PRÁTICA
digital”, há uma abordagem que con-
templa práticas surgidas recentemente
Sinal analógico
nas mídias sociais, tais como “curtir” e
“comentar”, além dos gêneros novos, O termo “analógico” é usado para evidenciar uma oposição ao termo
IANDIKHTIAR/ISTOCK

bastante presentes no universo dos alu- “digital”. São chamados de suportes analógicos um relógio de pon-
nos, como o meme. Quanto ao estudo da teiros, um telefone de disco, um disco de vinil ou um videocassete.
língua, serão explorados tópicos grama- Em Física, os sinais analógicos são aqueles que ocorrem de forma
ticais, tais como regência verbal e crase.
contínua no suporte (ao contrário dos sinais digitais, que têm valores
Cultura digital é o conjunto de elemen-
definidos, ocorrendo de forma limitada).
tos que envolvem a interação das pessoas
via rede social. Trata-se de um fenômeno Hoje, é comum as pessoas considerarem o sinal digital superior ao
relativamente recente, se pensar que, no analógico. As famosas TVs de tubo, por exemplo, que faziam trans- Antigamente, as transmissões de
começo dos anos 2000, a internet não era missões por sinal analógico, não apresentavam imagens tão nítidas televisão ocorriam por meio
o mundo de possibilidades que é hoje. de antena de sinal analógico.
quanto as TVs atuais, que fazem transmissão por sinal digital.
Esse tópico sequer era vislumbrado pelas
abordagens escolares poucos anos atrás.
Neste conjunto de módulos, algumas práticas e gêneros bastante usuais como as ações de “curtir”, “compartilhar” e “comentar”, além dos gêneros textuais meme e gif serão
estudados. O objetivo será levar o aluno a refletir e a observar mecanismos de linguagem, partindo de gêneros textuais e multimodais mais familiares ao contexto dos estudantes.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 35 14/11/2023 11:17:29


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Para ficar mais compreensível a di- Com o uso massivo de celulares com acesso à internet, a cultura digi-
ferença entre sinal analógico e sinal
digital, propor ao professor de Física tal ganhou força. A rigor, ela já existe há décadas. Desde o fim da Segun-
do 9o ano que seja feita uma breve da Guerra Mundial ela se mostrava por meio de invenções relacionadas a
explicação sobre o assunto. Em todo
caso, o mais importante é os alunos sistemas digitais. Contudo, nos últimos tempos, tem ocorrido uma grande
discernirem os principais aparelhos
tecnológicos usados cotidianamente
evolução tecnológica. Hoje, relacionamos o termo cultura digital a usos
quanto ao fato de se servirem de sinal não apenas de smartphones, mas a quaisquer outros nos quais se possa
analógico ou de sinal digital.
acessar a internet.

NUTTAPONG PUNNA/DREAMSTIME
CAPÍTULO 4
36

A internet é a maior responsável pela existência do que se conhece como cultura digital.

Na cultura digital, certas práticas são recorrentes, entre elas, o uso de


redes sociais. Três dessas práticas serão exploradas neste conjunto de mó-
dulos. São elas: “curtir”, “comentar” e “compartilhar”.

Curtir
Ao viver em coletividade, é bastante comum que as pessoas busquem a apro-
vação do outro. Assim que tomamos consciência de como se organiza a vida
à nossa volta, percebemos que nossas ações precisam ser validadas pelas pes-
soas com as quais convivemos. Se estamos com raiva, por exemplo, não vamos
sair pelas ruas chutando lixeiras e atirando objetos ao chão, pois sabemos que
isso será reprovado por quem nos circunda. Além disso, deve haver um limite
saudável para essa busca de aprovação, ao qual precisamos estar atentos. ALIFE/ISTOCK

Quando vivemos em sociedade, costumamos buscar a validação das demais pessoas para nossas ações.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 36 14/11/2023 11:17:30


AUTORIZAÇÃO COC
Na cultura digital – em especial nas redes sociais –, a bus-

ALEXSL/ISTOCK
ca por essa aprovação é ainda mais evidente do que na vida
fora da internet. O botão “curtir”, presente em grande parte
das redes, simboliza um pouco essa busca, já que as pessoas
acreditam que, quanto mais curtidas recebem por uma pu-
blicação, mais aprovação têm. Geralmente, essa aprovação
tem contornos específicos: se, por exemplo, alguém publica
um desabafo em forma de texto, o botão “curtir” servirá,
nesse caso, como expressão de acolhimento por parte dos

LÍNGUA PORTUGUESA
interlocutores.
O botão “curtir” pode ter, como símbolo frequente, o gesto
de afirmativo com o polegar ou um desenho de coração.
Comentar

DISOBEYART/ISTOCK

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO37 SEM


O uso do recurso “comentar” também muito frequente em
redes sociais, tem complexidade maior do que a do botão
“curtir”. Isso porque a apreciação perante o que é publicado
ocorre por meio da escrita. Desse modo, é possível reagir
perante o que é publicado discorrendo sobre as próprias
ideias a respeito da publicação.
Em geral, os comentários são relativamente curtos e car-
regados de juízos de valor; o conteúdo pode variar bas-
tante de um comentário para outro. Entretanto, vale uma
observação: apesar de toda a subjetividade que marca um
comentário postado na internet, é imprescindível que seu
autor preze pelo respeito e pela cordialidade. No mundo di-
gital, também é preciso adotar uma postura adequada que
busque a harmonia da vida coletiva.
O recurso “comentar” permite que um usuário de internet
reaja textualmente a uma publicação.

Compartilhar

MSDERRICK/ISTOCK
Em relação aos dois recursos explorados anteriormente, o
de compartilhar é o que promove maior expansão das in-
terações virtuais. É por meio dele que ocorre a “viralização”
de um conteúdo.

Dizemos que um conteúdo “viralizou” quando


ele alcança um grande número de pessoas (es- A cordialidade que orienta nossas relações interpessoais no
dia a dia deve manifestar-se também virtualmente.
pecificamente, internautas). Em outras palavras,
SHAXIAOZI/ISTOCK

quando um conteúdo atinge ampla repercussão.

É comum que uma publicação feita sem grandes pre-


tensões seja alvo de um inesperado interesse coletivo, que
resulta em expressiva transmissão do conteúdo de pessoa
para pessoa. Isso ocorre especialmente porque acionar esse
recurso é muito simples (assim como o “curtir”): basta clicar
no botão “compartilhar”, para que a publicação se dissemi- Quando as pessoas compartilham um mesmo conteúdo de
ne pela rede. forma expressiva, diz-se que tal conteúdo “viralizou”.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 37 14/11/2023 11:17:32


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Esses três recursos têm um objetivo comum: a promoção
ANSONMIAO/ISTOCK

da interação virtual. Curtindo, comentando ou comparti-


lhando, uma pessoa que participa da cultura digital contri-
bui para sua sustentação. Sendo assim, é válida a reflexão
sobre como tais recursos podem ser aproveitados em prol
de uma informatividade e de uma criticidade produtivas.
Em outras palavras, apesar de o ambiente digital ser visto,
muitas vezes, como terreno fértil para o entretenimento,
deve ser visto, também, como uma ferramenta política ex-
tremamente útil, capaz de aprimorar as relações sociais
A cultura digital está interconectada com o mundo real.
que extrapolam o mundo virtual.
Se julgar interessante, é possível
CAPÍTULO 4

propor a produção de memes, sele-


A cultura digital pode ser explorada pelos gêneros textuais que se origi-
cionando pelo menos 10 imagens naram nela. Dois deles, de grande circulação, são o meme e o gif. Vejamos o
relacionadas ao comportamento
humano e pedir aos alunos que, em que constitui cada um deles.
grupos, elaborarem memes. Depois

Meme
38

expor para a turma as mais engra-


çadas e criativas. É um excelente
exercício para concisão de texto que,
indiretamente, ajudará os alunos na Meme é um gênero próprio da cultura digital que se destina ao humor, por
produção de bons títulos.
vezes crítico. Quanto à sua forma, tem-se, quase sempre, uma imagem (foto-
grafia ou ilustração) acompanhada de um breve enunciado. A imagem (lin-
guagem não verbal) e o breve enunciado (linguagem verbal) mantêm estrei-
ta relação semântica: trata-se de uma linguagem mista. Isso quer dizer que,
Este é o momento oportuno para apli- na ausência de um deles, o sentido geral do meme fica comprometido.
car os exercícios 1, 2 e 3 da seção “Para
conferir”, referentes aos módulos 29,

CMANNPHOTO/ISTOCK
30 e 31.
O QUE EU IMAGINO
QUANDO DIZEM QUE
VAI ESFRIAR UM POUCO.

EXPLORE MAIS
Gif
Leia mais sobre gifs em:
<coc.pear.sn/OjoXzow>.

Nos memes, o que se expressa pela linguagem verbal é compro-


metido pelo que se transmite pela linguagem não verbal.
AF STUDIO/SHUTTERSTOCK

Gif
O termo gif consiste em uma sigla, em inglês, para Graphics Interchange
Format. Geralmente, trata-se de um conjunto de imagens que compõem
uma breve animação, silenciosa, na maioria das vezes divertida, assim
como o meme, e sem texto verbal. Sua circulação ocorre, predominante-
mente, nas redes sociais. É comum as pessoas usarem um gif no lugar de
Um gif geralmente se define
por uma breve animação que se um texto verbal em um comentário, servindo como uma forma de resposta
inicia com um clique ou toque.
bem-humorada.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 38 14/11/2023 11:17:33


AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 32, 33 e 34

REGÊNCIA VERBAL Nestes módulos, a abordagem muda


um pouco de direção, na medida em
que o foco passa a ser gramatical – es-
No convívio em sociedade, a interação faz parte do nosso dia a dia e é fun- pecificamente, regência verbal.

damental para que tenhamos boas condições de sobrevivência. Imagine só


se você não convivesse com absolutamente ninguém. A vida seria bastante
difícil, concorda?
Levando em consideração a forma como a língua se organiza, é possível
perceber que ela também mantém certos tipos de interação – que ocorrem

LÍNGUA PORTUGUESA
com os elementos que a compõem – muito importantes para a sua existên-
cia. Imagine que, em uma simples frase, é preciso que haja a interação das
palavras para que componham um discurso.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO39 SEM


Uma das formas de interação que ocorrem nas construções dos enun-
ciados de uma língua se define pela regência. O substantivo “regência”
remete ao verbo “reger”. Essa ação é praticada, por exemplo, pelo maestro
de uma orquestra, que indica aos músicos como eles devem tocar, de modo
que o resultado seja uma bela música, composta por sons em harmonia.
No caso da língua, certas palavras também podem funcionar como maes-
tros. Quando se trata de regência verbal, a palavra que desempenha essa
função é o verbo.

TANYAJOY/ISTOCK

Assim como na música, as palavras precisam ser regidas por outras.

O verbo, enquanto termo regente, indica como deve ser feita a ligação com seu
complemento, que é o termo regido. Em outras palavras, o verbo indica se deve ou
não haver preposição entre ele e o objeto e, caso haja, qual será usada.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 39 14/11/2023 11:17:35


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Intuitivamente, todos nós, enquanto falantes de uma língua, dominamos
a regência de boa parte dos verbos. Quando usamos o verbo “morar”, por
exemplo, utilizamos, sem muito esforço, a preposição “em”: “Moro em São
Paulo”. Entretanto, há alguns casos em que a regência verbal frequente-
mente desperta dúvidas, principalmente porque um mesmo verbo pode
ter sentidos distintos e, com isso, regências também diferentes. Por isso, se-
rão apresentados, a seguir, alguns verbos muito comuns, mas que causam
dúvidas quanto à regência.
• Aspirar
a. Com o sentido de “sorver”, “inalar”, “inspirar”, não rege preposição.
Exemplo: Na vida urbana, costumamos aspirar um ar poluído.
CAPÍTULO 4

b. Com o sentido de “almejar”, “pretender”, rege a preposição a.


Exemplo: Eu aspiro a interações mais saudáveis na vida em sociedade.
• Assistir
40

a. Com o sentido de “dar assistência”, não rege preposição.


Exemplo: Devemos assistir aqueles que precisam.
b. Com o sentido de “presenciar como espectador”, rege a preposição a.
Exemplo: Assisti a um filme que tratava da importância da solidariedade
nas interações humanas.
c. Com o sentido de “caber”, “competir”, também rege a preposição a.
Exemplo: Assiste a todos nós o dever de sermos respeitosos ao interagir-
mos virtualmente com as pessoas.
• Chamar
a. No sentido de “convocar”, “convidar”, é transitivo direto.
Exemplo: A mãe chamou a filha para jantar.
b. No sentido de “denominar”, “dar nome”, “qualificar”, há quatro possí-
veis construções:
1. objeto direto + predicativo: Chamou-o traiçoeiro.
2. objeto direto + predicativo com preposição: Chamou-o de traiçoeiro.
3. objeto indireto + predicativo: Chamou-lhe traiçoeiro.
4. objeto indireto + predicativo com preposição: Chamou-lhe de traiçoeiro.
• Chegar
Apesar de ser comum, no uso coloquial, o emprego da preposição em, o
verbo “chegar” rege a preposição a.
Exemplo: Chegamos a um lugar onde as pessoas pouco se comunicavam
entre si.
• Esquecer/lembrar
a. Quando não são pronominais, os verbos “esquecer” e “lembrar” não
regem preposição.
Exemplos: Nós esquecemos a importância de interagir. / Nós lembramos
a importância de interagir.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 40 14/11/2023 11:17:35


AUTORIZAÇÃO COC
b. Quando são pronominais, os verbos “esquecer” e “lembrar” regem a
preposição de (que pode aparecer sob a forma contraída com artigo). PARA IR ALÉM
Exemplos: Nós nos esquecemos da importância de interagir. / Nós nos Regência verbal
lembramos da importância de interagir. É comum que a regência do
verbo seja correspondente
• Informar também ao substantivo e
a. O verbo “informar” pode pedir a preposição de ou sobre para “coisa”. ao adjetivo que têm raiz co-
mum a ele. Exemplo:
Neste caso, o objeto direto é a “pessoa”. Obedecer à regra.
Exemplo: A repórter informou os telespectadores sobre o acidente. Obediência à regra.

LÍNGUA PORTUGUESA
Obediente à regra.
b. Também pode pedir a preposição a para “pessoa”. Neste caso, o objeto
direto é a “coisa”.
Exemplo: O presidente informou a decisão à população.
EXPLORE MAIS

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO41 SEM


Observação: a regência do verbo “informar” é válida também para o ver-
Outras regências
bo “avisar”.
Para conhecer outros casos
• Obedecer de regência verbal, acesse:
<coc.pear.sn/KSa7Eqv>.
O verbo “obedecer” (e “desobedecer”) rege a preposição a.
Exemplo: Os times de futebol obedecem às regras do regulamento.
• Precisar
a. O verbo “precisar” não rege preposição quando tem o sentido de indi-
car com precisão.
Exemplo: Os bombeiros precisaram o local do acidente.
b. Já com o sentido de necessitar, esse verbo rege a preposição de. Este é o momento oportuno para apli-
car o exercício 4 da seção “Para confe-
Exemplo: Pessoas em situação de rua precisam de ajuda dos órgãos pú- rir”, referente aos módulos 32, 33 e 34.
blicos.
• Preferir
O verbo “preferir” não rege preposição para a coisa mais desejada (objeto
direto), mas rege a preposição a para a coisa menos desejada (objeto indi-
reto).
Exemplo: Ela prefere ter muitos amigos a viver sozinha.
• Querer
a. Com o sentido de “desejar”, não rege preposição.
Exemplo: O menino queria o brinquedo.
b. Com o sentido de “estimar”, “gostar”, rege a preposição a.
Exemplo: Os pais querem muito aos filhos.
• Visar
a. Com o sentido de “apontar”, não rege preposição.
Exemplo: Todos nós visamos o alvo.
c. Com o sentido de “passar visto”, também não rege preposição.
Exemplo: A professora visou as redações cujo tema era “interação”.
b. Com o sentido de “ter em vista”, rege a preposição a.
Exemplo: O grêmio estudantil visava a que os alunos da escola interagis-
sem mais uns com os outros.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 41 14/11/2023 11:17:35


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 35 e 36
Este grupo se encerra com a aborda-
gem da crase. O domínio deste tema
depende muito da compreensão dos
CRASE (I)
mecanismos de ligação entre os ver- Em alguma etapa do seu percurso de aprendizado até aqui, você já deve
bos e seus complementos.
ter se deparado com o fenômeno da crase. Trata-se de um tópico que, não
raramente, causa insegurança em quem esteja escrevendo um texto: “devo
ou não usar o acento que indica crase?”. Porém, ao ter domínio de regência
verbal, consequentemente o entendimento da crase fica mais facilitado.
Vimos que, em se tratando de regência verbal, há uma espécie de intera-
ção entre elementos da língua, na medida em que o verbo define o modo
como haverá a ligação entre ele e seu complemento (se haverá preposição
CAPÍTULO 4

e qual será usada). Para haver crase, é necessário que o termo regente exija
a preposição “a” e o termo regido admita o artigo “a(s)”. Veja este exemplo:

Para que o convívio seja harmônico, é fundamental obedecermos à norma.


42

O termo regente, nesse exemplo, é o verbo “obedecer”. Já o termo regido é


o substantivo “norma”. O verbo “obedecer” rege a preposição a (quem obe-
dece obedece a alguém ou a algo). Já o substantivo “norma” admite, antes
de si, o artigo feminino a (“A norma é a mesma para todos”). Desse modo,
houve a crase, ou seja, a fusão entre esses dois “a”. Tal fusão é indicada pelo
uso do acento grave (`).

É importante não confundir o fenômeno da crase


com o acento grave. Crase é a fusão de duas vogais
idênticas. Já o acento grave é o sinal que indica ter
ocorrido crase.

A crase pode ocorrer também entre a preposição “a” e o pronome demons-


trativo “aquele” (ou “aqueles”, “aquela”, “aquelas”). Observe.

Você foi àquela reunião para debater o regimento interno?

EXPLORE MAIS Veja que a preposição a, regida pelo verbo “ir”, uniu-se ao primeiro “a”
Crase sem crise do pronome demonstrativo “aquela”, resultando, então, na crase. Bastou,
Leia mais sobre o uso da então, acrescentar o acento grave ao pronome demonstrativo, para indicar
crase no artigo dispo- essa fusão.
nível em: <coc.pear.sn/
n8FDtkG>. Além de compreender o que resulta em crase, é importante saber os ca-
sos em que ela sempre ocorre e os casos em que ela nunca ocorre. Alguns
deles serão apresentados a seguir.

Casos em que sempre ocorre crase


• Em expressões adverbiais femininas
Exemplo: Gosto de me juntar a meus familiares à noite.

• Em indicação exata do número de horas


Exemplo: A assembleia começou às três horas da tarde.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 42 14/11/2023 11:17:35


AUTORIZAÇÃO COC
• Com a expressão “à moda de” (mesmo que ela esteja implícita)
Exemplo: Todos os jogadores colaboraram para que o time fizesse um gol
à Pelé.
Observação: Nesse exemplo, embora Pelé seja palavra masculina, há cra-
se porque está subentendida a expressão “à moda de”.

Casos em que nunca ocorre crase


• Antes de palavras masculinas

LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo: O menino andava a cavalo.

• Antes de verbo

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO43 SEM


Exemplo: Eu estou disposta a interagir.

• Em expressões formadas por palavras repetidas.


Exemplo: Dia a dia, precisamos nos abrir para ouvir o outro.

Indicação de crase quando for nome de lugar


Quando for nome de lugar, uma maneira prática de se saber se há o uso de
crase é construir uma frase com o verbo “voltar”. Observe:

Voltei de São Paulo. → Fui a São Paulo. Voltei da Bahia. → Fui à Bahia

preposição preposição preposição “de” preposição “a”


+ artigo “a” + artigo “a”

Outros casos
As palavras “casa”, “distância” e “terra” são femininas. No entanto, depen-
dendo do sentido delas, elas não recebem o acento indicativo de crase. Veja:
• Quando a palavra “casa”, no sentido de lar, moradia, não vier especifica-
da, não ocorrerá crase. Exemplo: Voltamos todos a casa.
No entando, quando vier especificada, há crase: Voltamos à casa da ma-
drinha.
• A palavra “terra”, indicando “solo”, “chão”, não leva o acento indicativo de
crase, a menos que venha especificada. Exemplo: Os marinheiros chega-
ram a terra (chão, solo).
Contudo, se os marinheiros tivessem chegado à terra natal, teríamos crase.
• Por fim, o mesmo acontece com a palavra “distância”. Se não soubermos
com precisão essa distância, não ocorre crase. Exemplo: Ela estuda a dis-
tância.
Este é o momento oportuno para apli-
Entretanto, se determinarmos a distância, teremos crase: Fiquem à dis- car o exercício 5 da seção “Para con-
tância de 40 metros da linha vermelha. ferir”, referente aos módulos 35 e 36.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 43 14/11/2023 11:17:35


CAPÍTULO 4

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


TEMPOS MODERNOS
Módulos 29, 30 e 31 | Cultura digital

Exercícios de aplicação
1. Explique, brevemente, o que são os três recursos mais comuns usados em redes sociais para a inte-
ração virtual entre os internautas.
a. Curtir
“Curtir” consiste em um botão que indica, para o responsável por uma publicação, que ela foi aprovada em algum

sentido.

b. Comentar
CAPÍTULO 4

“Comentar” é um recurso por meio do qual um internauta pode manifestar, textualmente, sua apreciação sobre um

conteúdo publicado.
44

c. Compartilhar
“Compartilhar” é um mecanismo por meio do qual os internautas podem disseminar determinado conteúdo publicado,

tornando o acesso a ele mais amplo.

2. Suponha que, para cada um dos recursos explicados no exercício anterior, você tivesse que sugerir
outro nome, que, no entanto, indicasse a mesma finalidade. Que nomes você criaria para substituir
a. curtir?
Resposta pessoal.

b. comentar?
Resposta pessoal.

c. compartilhar?
Resposta pessoal.

3. O verbo “viralizar”, no contexto da cultura digital, pode ser substituído, sem comprometer seu sen-
tido, pelo verbo
a. adoecer.
b. repercutir.
c. esconder.
d. prejudicar.
e. desestimular.

4. Com base na imagem, produza um meme.

Resposta pessoal.
DJELICS/ISTOCK

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 44 14/11/2023 11:17:35


AUTORIZAÇÃO COC
5. Enem 5. O texto mostra que os
brasileiros nas redes sociais
são, muitas vezes, intoleran-
Na Sociologia e na Literatura, o brasileiro foi por vezes tratado como cordial e hospi- tes, diferentemente da ima-
taleiro, mas não é isso o que acontece nas redes sociais: a democracia racial apregoa- gem do brasileiro “cordial” e
“hospitaleiro” retratado na
da por Gilberto Freyre passa ao largo do que acontece diariamente nas comunidades
sociologia e na literatura.
virtuais do país. Levantamento inédito realizado pelo projeto Comunica que Muda [...]
mostra em números a intolerância do internauta tupiniquim. Entre abril e junho, um
algoritmo vasculhou plataformas [...] atrás de mensagens e textos sobre temas sensí-
veis, como racismo, posicionamento político e homofobia. Foram identificadas 393 284
menções, sendo 84% delas com abordagem negativa, de exposição do preconceito e

LÍNGUA PORTUGUESA
da discriminação.
Disponível em: <https://oglobo.globo.com>. Acesso em: 6 dez. 2017. Adaptado.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO45 SEM


Ao abordar a postura do internauta brasileiro mapeada por meio de uma pesquisa em plataformas
virtuais, o texto
a. minimiza o alcance da comunicação digital.
b. refuta ideias preconcebidas sobre o brasileiro.
c. relativiza responsabilidades sobre a noção de respeito.
d. exemplifica conceitos contidos na Literatura e na Sociologia.
e. expõe a ineficácia dos estudos para alterar tal comportamento.

6. O que justifica a importância de não se redigir um comentário muito extenso, a ser publicado vir-
tualmente, é o caráter da internet que se define
a. pela futilidade.
b. pelo analfabetismo.
c. pela intolerância.
d. pelo imediatismo.
e. pela inutilidade.

7. Entre as três práticas comuns nas redes sociais, qual é, em sua opinião, a mais produtiva, ou seja,
que pode gerar discussões interessantes?
Resposta pessoal. Provavelmente, as práticas mais produtivas são comentar e compartilhar. Em comentários, podem-se

abrir debates que, muitas vezes, vão além das expectativas de quem fez a publicação. Compartilhar também pode gerar

discussões, embora seja uma forma mais indireta, pois não há o lugar destinado à discussão escrita. Compartilhar tem sido

alvo de grandes debates, principalmente, devido à propagação de fake news por meio dessa prática.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 45 14/11/2023 11:17:35


CAPÍTULO 4

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


8. Você já parou para pensar que tipos de conteúdo, por exemplo, costumam receber mais curtidas
NA PRÁTICA no meio digital? Ainda que pareça algo banal, a quantidade de “curtidas” dadas em determinado
conteúdo pode dizer muito sobre a sociedade em que vivemos. Isso também se aplica ao ato de
Norma-padrão e “comentar”. Qual é a forma predominante pela qual as pessoas se manifestam nos comentários
o uso das redes virtuais? Que ideias apresentam ou qual tom utilizam para se comunicarem?
sociais
a. Primeira etapa: análise de “curtidas” e de “comentários”
O texto produzido por
você para as redes • Sob orientação do professor, acesse ao menos duas redes ou mídias sociais diferentes. Durante
sociais deve seguir as esse acesso, faça um levantamento sobre a quantidade de “curtidas” que os diversos conteú-
regras gramaticais, dos conquistaram. Para isso, procure sistematizar os tipos de conteúdo publicados, valendo-se
porém, no uso coti- da separação por categorias elaboradas coletivamente com o professor (por exemplo: “publi-
diano, é comum que cações sobre música: X curtidas”; “publicações sobre vida pessoal: Y curtidas” etc.). Dessa siste-
algumas delas sejam matização, busque formular uma conclusão (que não precisa ser definitiva) sobre o comporta-
relevadas. Isso ocorre mento das pessoas na internet.
tanto pelo desconhe-
• Realize o mesmo movimento com relação aos comentários, porém de modo mais complexo.
CAPÍTULO 4

cimento gramatical
como também pela Leia uma quantidade expressiva de comentários, de modo a poder esboçar uma espécie de ti-
velocidade com que pologia a respeito disso. Qual é o teor da maioria dos comentários? Eles se diferem dependen-
se digitam os textos, do das publicações às quais se relacionam? Quais são as posturas adotadas pelos internautas
o que faz os erros pas- durante a escrita dos comentários?
46

sarem, em especial, b. Segunda etapa: produção de comentário para ser publicado


os ortográficos. Além
Tendo finalizado a primeira etapa, chegou o momento de você colocar a mão na massa! Eleja
disso, há o costume
de se abreviar muitas
uma das publicações que, na etapa anterior, fizeram parte da sua análise.
palavras. É frequente, • Em seguida, reflita sobre a publicação e sobre os comentários já elaborados por outras pessoas
por exemplo, a escrita em relação a ela. Você concorda com o que foi apresentado ou discorda disso? Por quê? Você
de ‘vc’ (você), ‘q’ (que), tem alguma sugestão para apresentar? Há uma crítica a ser feita?
‘pq’(porque) etc. • Depois desse percurso de reflexão, redija, enfim, seu comentário. Ele não deve ser muito curto
nem muito extenso. Em ambientes digitais, há certo imediatismo comunicativo que norteia as
práticas; por isso, os textos concisos e objetivos são mais pertinentes. Além disso, atente para
8. A proposta de produção tex-
tual foi dividida em duas etapas: a organização, a clareza da sua exposição e a correção gramatical. Tenha em mente que outras
a primeira será de análise de “cur- pessoas precisam compreender seu ponto de vista. Outro aspecto muito importante é o tom
tidas” e comentários e a segunda utilizado na escrita: para um comentário publicado na internet (assim como em qualquer outro
etapa será de efetiva produção meio de comunicação), é imprescindível ser respeitoso, não ofendendo o alvo específico de
textual, em que os alunos vão
elaborar comentários, que pos-
seu comentário nem quem possa ser envolvido por ele. Evite também questões polêmicas que
teriormente serão publicados na estejam em desacordo com os direitos humanos. Redação pág. 291
internet. É muito importante a • Quando terminar sua escrita, leia o comentário muito atentamente. Peça a um colega que
mediação do professor durante
o desenvolvimento de toda a ati-
faça isso também. Essas leituras poderão servir para que sejam feitos os ajustes necessários
vidade. Usar a pergunta “Você já na redação.
parou para pensar que tipos de • Finalmente, mostre seu texto ao professor. Somente depois da leitura e orientação do professor,
conteúdo, por exemplo, costuma
receber mais curtidas no meio
você poderá digitar seu comentário e publicá-lo na internet, na postagem escolhida por você. Se
digital?” como disparador para possível, avalie a repercussão dele: como outros internautas reagiram ao seu comentário?
uma discussão entre professor e
alunos. Eles nasceram inseridos 9. Considerando a análise de curtidas feita por você neste módulo, indique o tipo de conteúdo que
nesse contexto de cultura digi- mais gera interesse nos internautas e o que gera menos interesse. Indique também qual é a faixa
tal. Suas opiniões podem trazer etária desse público.
informações interessantes e en-
riquecedoras e promover maior Resposta pessoal.
participação e engajamento en-
tre os alunos. Registrar, na lousa,
as opiniões mais relevantes sobre
o tema e pedir aos alunos que to-
mem nota. Comentar, de modo
informal, que esses registros são
chamados de “chuva de ideias”,
brainstorming ou “tempestade
de ideias”, e que embora seja
simples, é um processo criativo
muito usado em grandes áreas
da comunicação, em que o grupo
participa com ideias (as mais re-
levantes, coerentes e adequadas
são registradas e posteriormente
usadas em projetos). Em textos
dissertativos, geralmente, são
muito utilizados também.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 46 14/11/2023 11:17:36


AUTORIZAÇÃO COC
10. Agora, procure identificar por que as pessoas se interessam mais ou menos por determinado tipo de
assunto, de acordo com a análise feita por você.
Resposta pessoal.

11. A postura de quem redige um comentário a ser publicado na internet deve ser

LÍNGUA PORTUGUESA
a. descortês.
b. respeitosa.
c. caluniosa.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO47 SEM


d. injuriosa.
e. arrogante.

Exercícios propostos
12. Pesquise um meme e um gif que contenham alguma crítica. Explique, nas linhas a seguir, o que eles
criticam e como o fazem. Depois, em sala de aula, apresente à turma tanto os textos pesquisados
por você quanto a resposta dada a este exercício.
Resposta pessoal.

13. Para você, quais são os pontos positivos e os negativos das redes sociais?
Resposta pessoal.

14. Como você viu em memes e em gifs, a linguagem não verbal é uma forma comum de se expressar
no meio digital. Você considera que uma mensagem é transmitida de forma mais precisa por meio
da linguagem verbal ou não verbal?
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos discutam vantagens e desvantagens de cada tipo de linguagem. Por exemplo,

isso pode depender do contexto: em uma situação séria, é, muitas vezes, preferível o uso de linguagem verbal, que consegue

ser mais direta; em uma situação engraçada, por exemplo, um emoji pode ser o suficiente para demonstrar o que se deseja.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 47 14/11/2023 11:17:36


CAPÍTULO 4

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


15. As figuras mostram que, entre 2015 e 2017, a maioria das ferramentas da
internet teve aumento do uso, embora algumas tenham perdido espaço, como
15. Fuvest-SP o envio de e-mails e a publicação de tuítes.
RAFFAELE1/DREAMSTIME; BALLOON18/DREAMSTIME; ALEXANDR KORNIENKO/DREAMSTIME;
STUDIOPHOTOMH/DREAMSTIME; PAULKLEE1879/DREAMSTIME; ADYLEE/DREAMSTIME; RAFFAELE1/DREAMSTIME;

2,78 milhões 2015 204 milhões de No mundo virtual, milhões de pessoas falam, compram, compartilham dados
de visualizações e-mails enviados
e se reúnem para tratar dos mais variados assuntos.
Nas imagens ao lado, os números mostram a movimentação média, em
2,4 milhões 694 corridas 1 minuto, de algumas das principais empresas e ferramentas de internet nos
de buscas
anos de 2015 e 2017.
Sobre a internet e os números mostrados nas figuras, é correto afirmar que
a. após um crescimento até a primeira década do século XXI, as ferramentas
na internet apresentaram estagnação de utilização nos últimos anos.
b. para todos os governos do mundo, independentemente do regime, a de-
mocratização da internet é uma ação estratégica.
c. o controle de dados e informações é descentralizado, o que confere equa-
nimidade aos países-membros da ONU.
CAPÍTULO 4

13 300 d. a internet está em constante e rápida mudança, com novas ferramentas


músicas US$ 119.760,00 aparecendo com contribuições relevantes, enquanto outras vão perdendo
ouvidas em vendas
espaço.
e. empresas do ramo de serviços têm apresentado crescimento acentuado, o
123 060 novas 547.200 novos
48

postagens tweets
que não é observado em relação a empresas do ramo de entretenimento.

16. Um dos aspectos muito importantes de estarem presentes na escrita de um


comentário é a
4,1 milhões de 2017 156 milhões de a. ambiguidade.
visualizações e-mails enviados
b. imprecisão.
c. clareza.
3,5 milhões 3 833 corridas
de buscas d. desorganização.
e. confusão.

17. Observe a imagem a seguir.


TANYAJOY/ISTOCK

46 875
músicas US$ 265.273,00
ouvidas em vendas

41 666 novas 350.000 novos


postagens tweets

a. Considerando o que você sabe sobre cultura digital, por que há um ovo triste na imagem?
VOCABULÁRIO O ovo deve estar triste porque ele não ganhou curtidas, diferentemente dos outros ovos, em especial o recebeu mil
Equanimidade: cons- curtidas (1 K).
tância, igualdade de
temperamento, de
ânimo, em qualquer b. Em sua opinião, é saudável que as pessoas façam postagens nas redes sociais com o único intuito
circunstância.
de receber “curtidas”?
Estagnação: falta de
progresso, de movi- Resposta pessoal. Espera-se que os alunos vejam criticamente o hábito frequente de fazer postagens com o único
mento, de atividade. intuito de receber “curtidas”, visto que isso pode afetar negativamente a pessoa que posta, se ela não recebe a resposta

que esperava.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 48 14/11/2023 11:17:37


AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 32, 33 e 34 | Regência verbal

Exercícios de aplicação
1. Assinale E, quando houver equívoco quanto à regência verbal, e C, quando não houver equívoco.
E Ontem, assisti uma peça incrível sobre coletividade.

C Aspiramos a vibrações positivas.

E Chegamos em minha casa e estava uma bagunça!

LÍNGUA PORTUGUESA
E Nunca esqueci das pessoas que me ajudaram na vida.

2. Agora, faça as correções necessárias nas frases do exercício anterior que contêm equívocos quanto
à regência verbal.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO49 SEM


Ontem, assisti a uma peça incrível sobre coletividade. / Chegamos a minha casa e estava uma bagunça! / Nunca esqueci

as pessoas que me ajudaram na vida. Ou: Nunca me esqueci das pessoas que me ajudaram na vida.

3. Elabore frases com os seguintes verbos (atentando para o sentido indicado entre parênteses).
a. Assistir (“presenciar um espetáculo”)
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno use a preposição “a” com o verbo “assistir”.

b. Preferir
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno use a construção “preferir…a….”.

c. Visar (“ter em vista”)


Resposta pessoal. Espera-se que o aluno use a preposição “a” com o verbo “visar”.

4. PUC-RS (adaptado) 4. O verbo “aspirar” com o


Diferentes são os tratamentos a que se pode submeter o texto literário. Sempre se deve aspirar, no sentido de “almejar”, “pre-
tender” pede a preposição a.
entanto, objetividade científica, fugindo ao subjetivismo. Assim, ocorre a crase porque
a. à d. da há a fusão dessa preposição
“a” com o artigo “a” da pala-
b. na e. com vra “objetividade”.
c. para

5. Indique o sentido dos verbos nas frases seguintes.


a. Esse direito assiste às crianças.
Sentido de “ser de direito”.

b. Mariana queria-lhe muito.


Sentido de “estimar”.

c. O funcionário visou o passaporte.


Sentido de “dar o visto em”.

d. Os jovens aspiram a um melhor futuro.


Sentido de “desejar”.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 49 14/11/2023 11:17:37


CAPÍTULO 4

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


6. Reescreva as frases seguintes a fim de deixá-las de acordo com a norma-padrão do português.
a. Assisti um ótimo filme ontem.
Assisti a um ótimo filme ontem.

b. Os candidatos devem obedecer o regulamento.


Os candidatos devem obedecer ao regulamento.

c. Eu esqueci do seu aniversário na semana passada.


Eu me esqueci do seu aniversário na semana passada./ Eu esqueci o seu aniversário na semana passada.

d. Ele prefere correr do que nadar.


Ele prefere correr a nadar.

7. Os complementos verbais podem ser substituídos por pronomes oblíquos átonos. Para que não se
faça o uso inadequado desses pronomes, é importante saber a regência dos verbos. Reescreva as
CAPÍTULO 4

frases seguintes, substituindo os termos destacados por pronomes oblíquos átonos.


a. Comprei o celular na promoção.
Comprei-o na promoção.

b. Informei a escolha ao diretor.


50

Informei-lhe a escolha.

c. O professor ensinou geometria aos alunos.


O professor ensinou-lhes geometria. Ou: O professor ensinou geometria a eles.

d. Eles não perdoaram os erros dos antepassados.


Eles não os perdoaram.

8. Observe esta frase: “Eles chamaram-no ingrato”. Essa é a única construção possível com o verbo
“chamar” no sentido de “denominar”? Justifique sua resposta.
Há outras construções corretas segundo a norma-padrão: Eles chamaram-no de ingrato./ Eles chamaram-lhe ingrato./

Eles chamaram-lhe de ingrato.

Exercícios propostos
9. O verbo “aspirar” com o sentido de “almejar” rege a preposição
a. “a”. c. “em”. e. “de”.
b. “com”. d. “para”.

10. Observe esta imagem.


PIXELFIT/ISTOCK

a. Que sentido o verbo “aspirar” assume no contexto dessa


imagem?
Sentido de “inalar”, “sorver”.

b. Elabore uma frase com o verbo “aspirar” indicando o sen-


tido identificado no item anterior, prestando atenção à
correta regência verbal.
Resposta pessoal. Como é sentido de “inalar”, o verbo deve ser tran-

sitivo direto.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 50 14/11/2023 11:17:38


AUTORIZAÇÃO COC
11. UPM-SP 11. O verbo visar tem sen-
tido de “pretender”, “ter em
Visando objetivo, visou cheque e retirou-se. De acordo com a regência do verbo vista”, por isso pede a prepo-
visar, o preenchimento adequado das lacunas seria sição a, enquanto o segundo
a. o – ao verbo tem sentido de “pôr o
visto”, sendo transitivo dire-
b. a – ao to nesse caso.
c. ao – o
d. ao – ao
e. o – o

12. Elabore uma frase para cada verbo a seguir que tenha relação com a imagem dada.

LÍNGUA PORTUGUESA
a. Visar b. Assistir c. informar

ASIANDELIGHT/ISTOCK

ANDRESR/ISTOCK

BRIGHTSTARS/ISTOCK

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO51 SEM


Resposta pessoal. Sugestão: O funcionário do Resposta pessoal. Sugestão: A mulher assiste Resposta pessoal. Sugestão: A repórter infor-

consulado visou o passaporte. ao noticiário. mou o ocorrido aos telespectadores.

13. Complete as lacunas com os artigos adequados e, caso necessário, acrescente as preposições exigi-
das pelo verbo.
a. Prefiro o carro preto ao vermelho.

b. Informei ao Marcos sobre a festa.

c. Queria o sorvete de menta.

d. Gostamos da comida da vovó.

e. Os jovens obedeceram ao mestre.

14. Assinale as frases em que há o uso adequado da regência verbal.


X Chamei o rapaz de irresponsável.

Não obeceder as regras de trânsito pode gerar acidentes.

X Visamos à conquista do campeonato.

Ele chegou no escritório atrasado.

X Não me lembrei de trancar a porta.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 51 14/11/2023 11:17:39


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 35 e 36 | Crase (I)

Exercícios de aplicação
1. Analise cada item a seguir quanto à obrigação de utilizar o acento indicativo de crase no termo
destacado. Escreva sua conclusão sobre a análise na linha correspondente.
a. A cultura digital favoreceu a interação das pessoas distantes geograficamente.
Não se emprega, nesse caso, o acento grave, indicativo de crase, porque o verbo “favorecer” é transitivo direto.

b. Temos inclinação a fazer amizades.


Não se emprega, nesse caso, o acento grave, indicativo de crase, porque a preposição vem antes de verbo.
CAPÍTULO 4

c. Vou a palestra sobre uso de redes sociais.


Emprega-se o acento grave, indicativo de crase, porque há a fusão da preposição “a” com o artigo “a” de palestra.
52

2. A crase ocorre quando há 2. Há uma palavra que pode definir o fenômeno da crase. Essa palavra é
a “junção” do artigo “a” mais
a preposição “a” ou junção
a. “separação”. d. “junção”.
do artigo a com a vogal ini- b. “afastamento”. e. “incompatibilidade”.
cial a da palavra que vem em
seguida.
c. “divisão”.

3. Cesgranrio-RJ
O acento indicativo de crase está usado de acordo com a norma-padrão em:
a. O pai não gostava de que à ceia fosse feita antes das dez horas da noite.
b. À bem dizer, o pai era um sujeito bastante esquisito.
c. Às famílias desprovidas de recursos na vizinhança, o pai sempre dava um presente.
d. Daqui à duas horas, tentarei começar o ritual de abrir o pacote para desvendar o segredo.
e. O nome da estrada era Arca porque à região, entre Itaipava e Teresópolis, era assim conhecida.

Exercícios propostos
4. Entre as alternativas, so- 4. Suponha a existência de uma frase que contivesse o verbo “perguntar”, que rege a preposição “a”.
mente a C apresenta uma Haveria crase se o termo regido fosse
palavra feminina, “profes-
sora”. a. moço. d. mestre.
b. diretor. e. aluno.
c. professora.
5. As afirmações 1 e 4 estão
5. UFMS
corretas. Na primeira frase, o
uso da crase indica que “à flor Avalie as duas frases que seguem:
de romã” é a maneira como a I. Ela cheirava à flor de romã.
pessoa cheirava. Na segun-
da frase, “a flor de romã” é II. Ela cheirava a flor de romã.
um complemento (objeto Considerando o uso da crase, é correto afirmar:
direto) do verbo “cheirava”.
A afirmação 2 está incorreta, 1. As duas frases estão escritas adequadamente, dependendo de um contexto.
porque não há ambiguidade 2. As duas frases são ambíguas em qualquer contexto.
nas frases. A afirmação 8 está
incorreta, porque essa inter- 4. A primeira frase significa que alguém exalava o perfume da flor de romã.
pretação pode ser atribuída à 8. A segunda frase significa que alguém tem o perfume da flor de romã.
primeira frase, e não à segun-
da. A afirmação 16 está incor- 16. O a da segunda frase deveria conter o acento indicativo da crase.
reta, porque se “a” contivesse Dê a soma dos números dos itens corretos.
o acento indicativo da crase
ficaria igual à primeira frase. Soma: 5

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 52 14/11/2023 11:17:39


AUTORIZAÇÃO COC
CULTURA DIGITAL

LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO53 SEM
• Curtir
• Meme
• Comentar
• Gif
• Compartilhar

Domínio de tópicos da
Práticas digitais de
gramática normativa: Gêneros digitais
interação
regência verbal e crase

Regência verbal: verbo


Crase: fusão da
rege seu complemento
preposição “a” com o
por meio de preposição
artigo “a”.
(ou não).

Exercícios desta seção


disponíveis em:
<link.coc.com.br/wgvM0me>.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 53 14/11/2023 11:17:39


ANOTAÇÕES

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


/  /

CO EF 06 INFI 1B LV 01 MI ANOTACAO.indd 262 29/08/23 17:58


SEM AUTORIZAÇÃO COC
Exercícios propostos Redação pág. 32

Nome:

Número: Ano: Módulo(s):

1. 1. Neste critério, o importante é verificar se a produção do aluno é um artigo opinativo que trata de medidas que o governo pode tomar

289 LÍNGUA PORTUGUESA


2. para melhorar o índice de vacinação no Brasil.

3. 2. Aqui, é importante avaliar se o texto é uma opinião a respeito do assunto do tema.

4. 3. Este critério tem relação com o atendimento ao gênero textual, de maneira mais ampla. Isso significa que o aluno deve ter sido capaz de

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO


5. produzir um texto argumentativo, que tem uma organização evidente: introdução, desenvolvimento e conclusão.

6. 4. Neste caso, verifica-se se o texto apresenta uma tese e argumentos que a sustentem.

7. 5. Este critério corresponde à coerência. É preciso avaliar a organização e a clareza das informações apresentadas, sem que uma se confunda

8. com outra ou alguma não possa ser imediatamente compreendida pelo leitor.

9. 6. Neste critério, avalia-se a existência de repetição desnecessária de palavras, expressões e estruturas. Com o aprofundamento do estudo

10. de coesão textual, o aluno deve progressivamente melhorar nesse critério.

11. 7 e 8. Deve-se verificar o domínio do aluno das regras ortográficas. Até este momento, os alunos já analisaram todos os casos de regulari-

12. dades e irregularidades ortográficas.

13.

14.

15.

16.

17.

18.

19.

20.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_PT_G2.indd 289 27/08/23 18:01


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
21.

22.

23.

24.

25.

26.
CAPÍTULO 3

27.

28.
290

29.

30.

31.

32.

33.

34.

35.

Módulos 27 e 28 | Produção de artigo de opinião

CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA Sim Parcialmente Não

Tema 1. Atende ao tema proposto?

2. Corresponde ao gênero textual artigo de opinião?

Gênero 3. Tem introdução, desenvolvimento e conclusão?

4. Apresenta argumentos para defender a tese?

Coesão e 5. Apresenta ideias de modo claro?


coerência 6. Repete palavras sem necessidade?

7. Respeita as normas ortográficas?


Língua
8. Apresenta pontuação adequada?

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_PT_G2.indd 290 27/08/23 18:01


SEM AUTORIZAÇÃO COC
Redação pág. 46

Nome:

Número: Ano: Módulo(s):

1. 1. Neste critério, o importante é verificar se a produção do aluno é um comentário a respeito de uma publicação de rede social.

291 LÍNGUA PORTUGUESA


2. 2. Aqui, é importante avaliar se o texto é desenvolvido como um comentário de rede social, avaliando a extensão, por exemplo, ou a lingua-

3. gem, que pode ser mais informal.

4. 3. Este terceiro critério tem relação com a pertinência do comentário, que não pode tratar de qualquer assunto. Ele deve estar relacionado

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO


5. com a publicação sobre a qual se escolheu comentar.

6. 4. Quanto a este quarto critério, verifica-se se o comentário é respeitoso à pessoa a quem se destina o comentário. Mesmo com o uso de

7. linguagem informal, é necessário que haja ponderação no que se escreve.

8. 5. Este critério corresponde à coerência. É preciso avaliar a organização e a clareza das informações apresentadas, sem que uma se confunda

9. com outra ou alguma não possa ser imediatamente compreendida pelo leitor.

10. 6. Neste critério, avalia-se a existência de repetição desnecessária de palavras, expressões e estruturas. Com o aprofundamento do estudo

11. de coesão textual, o aluno deve progressivamente melhorar nesse critério.

12. 7 e 8. Deve-se verificar o domínio do aluno das regras ortográficas. Ainda que, em situações reais, possa haver deslizes de ortografia e de

13. pontuação nas redes sociais, foi pedido aos alunos que sigam as regras gramaticais na produção do texto, portanto, esses dois critérios

14. devem ser avaliados.

15.

16.

17.

18.

19.

20.

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_PT_G2.indd 291 27/08/23 18:01


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
21.

22.

23.

24.

25.

26.
CAPÍTULO 4

27.

28.
292

29.

30.

31.

32.

33.

34.

35.

Módulos 29, 30 e 31 | Cultura digital

CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA Sim Parcialmente Não

Tema 1. Atende ao tema proposto?

2. Corresponde a um comentário de rede social?


3. Há relação entre o comentário e a publicação sobre o
Gênero
qual o comentário foi feito?
4. É respeitoso?

Coesão e 5. Apresenta ideias de modo claro?


coerência 6. Repete palavras sem necessidade?

7. Respeita as normas ortográficas?


Língua
8. Apresenta pontuação adequada?

CO EF 09 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_PT_G2.indd 292 27/08/23 18:01


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
DAVORLOVINCIC/ISTOCK
GRUPO

OPOSIÇÃO
3

“A consciência não consente em se identificar com o corpo, que


é para ela um companheiro cego e indócil, nem com o espírito,
diante do qual é ora aquiescente, ora rebelde. O eu consiste preci-
samente nesse movimento de vaivém que alternadamente torna
minha convivência mais estreita ora com um, ora com outro.
A consciência nos incita a agir para sair da imobilidade, mas tam-
bém a só agir por uma finalidade capaz de nos satisfazer plena-
mente. A liberdade se exerce no intervalo entre essas duas aspi-
rações, uma que nos impele, outra que nos retém, e oscila entre
todas as aparências que a seduzem.
Assim, na consciência existe, a um só tempo, perfeição – visto que
ela acresce o que somos, nos permite brilhar no mundo para além
dos limites do corpo e nos dá uma espécie de posse espiritual do
Universo – e imperfeição – visto que, ao mesmo tempo, ela é feita
de idgnorância, de erro e de desejo. A consciência é uma transição
entre a vida do corpo e a vida do espírito. É um perigo, visto que
pode ser ultrapassado por ela. É uma interrogação perpétua, uma
hesitação que não para de nos dar insegurança em nossa vida
cotidiana; e, no entanto, é uma luz que nos guia para a segurança
de uma vida sobrenatural.”

Louis Lavelle

Macaco-da-neve bebendo água. O teste do autorreconhecimento no espelho


(MSR) é usado como evidência de autoconhecimento nos animais, ou seja, é um
indicativo de que têm consciência de si mesmo. O macaco-da-neve não “passa”
nesse teste, ao contrário do chimpanzé, do golfinho, do elefante asiático e de
uma espécie de corvo (pega-rabuda).

CO EF 09 INFI 91 1B LV 01 MI INICIAIS PR.indd 11 17/11/23 07:48


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
MA PA I N T E R D I S C I P L I N A R
Este mapa mostra ligação entre os conteúdos
das disciplinas, sendo ponto de partida para
um trabalho interdisciplinar.

LÍNGUA MATEMÁTICA
PORTUGUESA
Segmentos
Variação linguística, proporcionais,
crase, regência nominal, semelhança de
complemento nominal, triângulos e
gênero palestra e teorema de Tales
produção de texto
CS HI LP CS HI
EDUCAÇÃO
12

FÍSICA
FÍSICA
Vetores e leis de Newton
Condicionamento físico

HI BI MA QI HI

ARTE GRUPO QUÍMICA


Arte moderna e
contemporânea no Brasil 3 Modelos atômicos e
distribuição eletrônica
Oposição
CS HI MA LP MA BI HI

CIÊNCIAS
SOCIAIS BIOLOGIA
Racionalismo e Evolução biológica
empirismo

AR GEOGRAFIA HISTÓRIA
LP GE HI

Europa: economia,
Crise do capitalismo,
industrialização e
entreguerras e regimes
desenvolvimento
totalitários
tecnológico

HI CS LP LP AR GE

A incursão pela ideia de inteligências múltiplas e pelas particularidades e formas de aprendizado é uma oportunidade de promover um trabalho interdisciplinar ao
utilizar-se dos conteúdos das disciplinas como exemplos. Sugerimos abordar as seguintes inteligências: lógico-matemática, espacial, linguística, naturalista, inter-
pessoal e intrapessoal; estas duas últimas podem ser associadas com o conteúdo específico de Ciências Sociais.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 01 MI INICIAIS PR.indd 12 17/11/23 07:48


LÍNGUA
PORTUGUESA

AUTORIZAÇÃO COC
LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO7 SEM
SKYNESHER/ISTOCK
Os diferentes modos de falar do Brasil carregam riquezas,
heranças culturais e representam a identidade do nosso povo.

CAPÍTULO 5 A LÍNGUA É DE TODOS


OBJETIVOS DO GRUPO
• Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de
norma-padrão e o de preconceito linguístico.
• Identificar o fenômeno da crase e sua indicação, na escrita,
por meio do uso do acento grave nos complementos verbal
e nominal.
SUMÁRIO • Comparar o uso das regências verbal e nominal na norma-
-padrão com o uso no português brasileiro coloquial oral.
CAPÍTULO 5. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 • Identificar o complemento nominal e diferenciar essa função
A língua é de todos sintática da desempenhada pelo adjunto adnominal.
• Tomar nota em palestras, como forma de documentar o
CAPÍTULO 6. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 evento e apoiar a própria fala.
• Planejar textos de divulgação científica, como relatórios, tendo
Exposição oral em vista seus contextos de produção.
• Analisar os elementos paralinguísticos para melhor
performar apresentações orais no campo da divulgação
do conhecimento.
• Usar adequadamente as ferramentas de apoio a
apresentações orais.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 7 14/11/2023 11:20:48


É importante conversar com os alunos sobre a necessidade de valorizar a

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


individualidade e de respeitar a diversidade — aspectos que serão refor-
çados ao abordar os temas variação linguística e preconceito linguístico,
Módulos 37 e 38 que serão apresentados neste capítulo.
VOCABULÁRIO
Acento: sotaque. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Lema: sentença curta que
resume um ideal. Você já reparou que o falar de uma pessoa que nasceu no Rio de Janeiro é
Mote: o mesmo que lema. diferente do falar de alguém que nasceu no Rio Grande do Sul? Assim como
Paradoxo: contradição. é diferente do de alguém nascido em Sergipe ou até mesmo em Portugal?
Película: filme. Você sabe por que o mesmo idioma pode ser falado de diferentes modos?
RTP: Rádio e Televisão de
Portugal.
Isso decorre de um fenômeno denominado variação linguística.
Subtítulo: legenda. Cada idioma constitui um sistema linguístico. Em razão das diferentes
Timorense: quem nasce necessidades de comunicação de seus falantes, esse sistema é constante-
no Timor Leste.
mente modificado por fatores históricos, geográficos, sociais e culturais.
CAPÍTULO 5

Neste conjunto de módulos será abor-


No texto a seguir, de Sergio da Motta e Albuquerque, são discutidos alguns
dada a habilidade que diz respeito ao aspectos da variação linguística existente na língua portuguesa.
reconhecimento das variedades da lín-
gua falada e dos conceitos de norma-
8

-padrão e o de preconceito linguístico.


Diversidade e unidade da língua portuguesa
Refletir com os alunos o lema da emis- O Canal Brasil, presente na grade de programação de quase todas as operadoras de
sora “Vários sotaques, uma só língua”. TV por assinatura, tem um lema: “Vários sotaques, uma só língua”. Pois no dia 9 de
É mais produtivo que essa inferência
coletiva ocorra antes da leitura do texto.
julho (00h15min), no programa Mostra do Cinema Português, a emissora não seguiu
Anotar as respostas dos alunos na lousa seu justo mote. O apresentador Ricardo Pereira, português de nascimento, anunciou
e sugerir que eles as registrem no cader- o filme da noite: A outra margem, do realizador Luís Felipe Rocha (2007, Portugal),
no. Ao final da leitura, fazer um exercício
de retomada das anotações, para que os em português do Brasil. Com o acento dos cariocas. O ator já conhece o Brasil há um
alunos avaliem se suas respostas estão bom tempo e, agora, vive no Brasil.
coerentes com a discussão do texto.
Enquanto Ricardo apresentava a película aos telespectadores, um pensamento
Pedir aos alunos que façam a trans-
crição linguística da fala do jornalista cruzou minha mente: “Depois dessa introdução feita por um lusitano em perfeito
Carlos Fino apresentada no vídeo dis- português brasileiro, só falta agora exibirem uma fita com legendas e gente brasi-
ponível em: <coc.pear.sn/0kgBWqG>. leira no elenco”. Dito e feito: mal começou a conversação, e lá estavam os subtítulos
Depois, promover a discussão que per-
meie a frase: as legendas são mesmo e os brasileiros na tela. Se o Canal Brasil tem “vários sotaques e uma só língua”, para
necessárias? que as legendas? Nossos falares tornaram-se tão diferentes que agora precisamos
de tradução e legendas para manter a conversação? Enquanto isso, na fita, portu-
Uma possível proposta é levar o texto gueses e brasileiros conversavam naturalmente. Entendiam-se perfeitamente. Mas
para a sala de aula e pedir a cada aluno havia legenda na tela. O paradoxo foi constrangedor e não guardava relação com o
que leia um trecho. Em um segundo que acontecia na fita e na vida.
momento, pode ser feita uma gravação
como a do vídeo indicado. (Trata-se de Acaso não podemos dialogar entre nós, brasileiros, portugueses, angolanos, timo-
um exercício bastante produtivo para renses e todos os povos de fala portuguesa, sem necessidade de tradutores? Há di-
se trabalhar entonação de voz.) Poste-
riormente, apresentar aos alunos o ví- ficuldades em entender o que falam os portugueses, mesmo quando eles conversam
deo indicado no boxe “Explore mais” e com brasileiros em um filme? Os diálogos não fluem naturalmente na cena em tela e
comparar as diversas maneiras de falar. fora dela também? Acaso alguém esqueceu a memorável cobertura que a RTP fez da
Ao final da atividade, propor uma
Primeira Guerra do Iraque em 2003? Alguém, por acaso, teve dificuldade de entender
discussão entre os alunos. Mediar as
questões, permitindo, porém, que os o que falava lá de Bagdá o excelente Carlos Fino? Não podem os portugueses assistir
alunos falem sobre as impressões que à programação brasileira sem necessidade de legendas? Não compramos e vende-
tiveram do texto. São reflexões possí-
veis: “Quem gostaria de nos contar o
mos, brigamos e festejamos sem precisar de tradução? Por que legendar os filmes?
trecho que achou mais bonito?; “Qual […]
trecho você achou mais confuso?”;
“Qual trecho você registraria no ca-
derno?”. Finalizar pontuando a impor- Ancestral comum
tância da língua formal ou normativa,
pois, mesmo diante de variações de
Essa é uma questão que estava a incomodar-me há anos. Em 2010 (09/11), abor-
som da fala, por meio dela, é possível recido com um tradutor francês que acredita que Brasil e Portugal falam línguas
compreender o que é falado. Pedir para diferentes, decidi fazer minha própria pesquisa, para argumentar com o sujeito. En-
os alunos imaginarem como seria difí-
cil entender esse mesmo texto se fosse trei em contato com o professor da Universidade de Vigo, Carlos Garrido, à época
utilizada uma linguagem mais informal presidente da Comissão Linguística da Associação Galega da Língua (CL-AGAL), por
ou repleta de gírias e dialetos regionais.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 8 14/11/2023 11:20:48


AUTORIZAÇÃO COC
meio do Portal Galego da Língua. Garrido pertence a um movimento cultural cha- VOCABULÁRIO
mado de “reintegracionismo linguístico galego-português”. Sua resposta trouxe
contribuições fundamentais para o debate: Lusófono: que fala portu-
“O galego, o português e o brasileiro são variedades ou normas da mesma língua, guês.
língua que nasceu como diferenciação de latim no canto nor-ocidental da Penín- Nor-ocidental: norte-
-ocidental.
sula Ibérica no território da antiga Gallaecia. Essa língua é conhecida internacional-
Pluricêntrico: que tem
mente sob o nome de ‘português’ e, na Galícia, habitualmente, sob os nomes de
mais de um centro.
‘galego-português’ ou, simplesmente, de ‘galego’. Policêntrico: o mesmo
O caso da língua portuguesa (ou galego-portuguesa) é similar ao de outras gran- que pluricêntrico.
des línguas de difusão pluricontinental: são sistemas pluricêntricos, articulados

LÍNGUA PORTUGUESA
em várias normas ou variedades, as quais, por cima de legítimas peculiaridades
(fonéticas, lexicais, sintáticas), apresentam-se como sistemas coesos.”
A coisa agora ficou mais clara: o português do Brasil e o de Portugal têm um an- PARA IR ALÉM

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO9 SEM


cestral comum. Os dois descendem do “galego-português” e são criações originais Países lusófonos
que surgiram do galego. Não há uma “língua comum unitária”, mas, sim, antes, três
São aqueles nos quais o
derivações originais de uma mesma matriz, compartilhada por Brasil, Portugal e português é a língua oficial
Galícia. Cada uma delas seguiu seu próprio caminho na História. ou dominante. Além de ter
Diante da argumentação sólida do professor Garrido, fica mais fácil entender que colonizado o Brasil, Por-
tugal teve outras colônias
não importa o nome da língua que falamos aqui no Brasil, seja ela português, portu-
pelo mundo, que, atual-
guês do Brasil ou brasileiro. O importante é entendermos que a nossa língua passou mente, também são países
por um processo de difusão policêntrico, que originou singularidades e variações onde o português é uma
locais, mas manteve a coerência ancestral que permite a brasileiros, portugueses e das línguas oficiais. São
galegos reintegracionistas comunicarem-se sem nenhum problema. Falamos uma nove países, dispersos em
língua comum que apresenta grande “diversidade interna”, de acordo com Garrido, quatro continentes: Brasil
(América); Angola, Cabo
graças à sua evolução diferenciada em diferentes partes do globo. Verde, Guiné-Bissau, Guiné
Hoje, podemos afirmar que vivemos, em termos linguísticos, num universo lusó- Equatorial, Moçambique,
fono, que permite uma variedade linguística ampla dentro de uma matriz ancestral São Tomé e Príncipe (África);
comum. Assim, poderemos entender melhor o lema do Canal Brasil (“Vários sota- Timor-Leste (Ásia); Portugal
(Europa).
ques, uma só língua”). Realmente, a língua é uma só, com variações locais que não
deveriam separar os que a falam. A ideia de um português unitário ignora a história
da língua em suas várias expressões em diferentes continentes.
[…] EXPLORE MAIS
Mas e as legendas? São mesmo necessárias? Se forem para resolver problemas de Comunidade dos Países
áudio, que seja: legendaremos os filmes por imposição técnica. Em outros casos, de Língua Portuguesa
quando não há problema com a transmissão do som, os subtítulos só atrapalham. Conjuntamente, os paí-
Não levam as audiências de outros países lusófonos ao hábito de ouvir o falar dis- ses lusófonos criaram,
em 1996, uma entidade
tinto das variações da nossa língua comum em outros continentes e, ao fazê-lo,
internacional de coopera-
ajudam a reforçar a ideia equivocada de que falamos línguas diferentes. ção entre seus membros:
ALBUQUERQUE, Sérgio da Motta e. Diversidade e unidade da língua portuguesa. São Paulo: a Comunidade dos Países
Observatório de Imprensa. 17 set. 2013. Disponível em: <https://www.observatoriodaimprensa.com.br/ de Língua Portuguesa
feitos-desfeitas/diversidade_e_unidade_da_lingua_portuguesa/>. Acesso em: jul. 2023. Adaptado.
(CPLP). A organização tem
como objetivos principais
a valorização e a difusão da
No texto apresentado, Sérgio da Motta e Albuquerque questiona a ne- Língua Portuguesa.
Você pode conhecer um
cessidade do uso de legendas em um filme português exibido na televi- pouco mais sobre a história
são brasileira. O autor defende que as variações linguísticas presentes no dessa importante institui-
Brasil, em Portugal ou em qualquer outro país lusófono são variedades da ção acessando o link: <coc.
pear.sn/oh2kQ8H>.
mesma língua – a língua portuguesa –, ou seja, que as variações linguísti-
cas existem, mas fazem todas parte do mesmo idioma. Sendo assim, para
o autor, é desnecessária a utilização de legendas para um filme no qual
todas as personagens comunicam-se fazendo uso da língua portuguesa,
independentemente da variação linguística utilizada.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 9 14/11/2023 11:20:48


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
A variação linguística entre os países lusófonos é ocasionada pela dife-
rença existente em relação ao espaço geográfico. Esse tipo de variação não
se dá apenas na relação entre diferentes países que falam o mesmo idioma,
mas ocorre também em diferentes regiões de um único território – assim
como foi dito no início do texto sobre os variados falares presentes dentro
do Brasil. Além dos sotaques, outro exemplo de variação geográfica é o
uso de palavras diferentes para designar objetos iguais. Observe o exem-
plo. Qual é o nome da fruta ao lado?
SEREBRYAKOVA/ISTOCK

É uma mexerica, uma tangerina, uma bergamota ou uma mimosa? Todos


esses nomes são utilizados, no Brasil, para designar a mesma fruta. No Su-
deste e no Nordeste do país, ela é mais comumente conhecida como mexe-
CAPÍTULO 5

Esta fruta tem diferentes


nomes, dependendo da rica ou tangerina. Já no Rio Grande Sul e em Santa Catarina, ela é chamada
região do Brasil onde
é encontrada. de bergamota. Em Curitiba, ela pode ser encontrada como mimosa.
Além da variação linguística geográfica, outro tipo é a variação situacio-
Se julgar interessante, propor aos alu-
nal, relacionada – como o próprio nome sugere – à situação em que acontece
10

nos que pesquisem outras palavras,


como pipa, mandioca etc. a comunicação. O contexto em que ocorre o ato comunicativo acaba determi-
nando a escolha da variante que será utilizada para se comunicar, podendo ser
EXPLORE MAIS ela formal ou informal. Uma pessoa que está em um ambiente entre amigos
Sotaques
provavelmente se comunicará com uma linguagem informal; já alguém que
Em comemoração ao dia está apresentando um trabalho de conclusão de curso em uma universidade
da Língua Portuguesa e precisará fazer uso de uma linguagem mais formal.
da Cultura do CPLP, foi di-
vulgado o vídeo Sotaques, Outra variação linguística possível é a social, estabelecida levando-se
que apresenta diferentes em conta a convivência entre os grupos sociais, que, por compartilharem
pessoas lendo O Paraíso
são os outros, do escritor
atividades e conhecimentos, acabam por adotar uma linguagem particular.
português Valter Hugo Isso acontece em diferentes grupos, como surfistas, pessoas que trabalham
Mãe, mostrando a diversi- com informática, médicos, advogados, que utilizam jargões e gírias que re-
dade linguística existente
na língua portuguesa. metem a seu universo de convívio ou trabalho.
Para assistir ao vídeo, Outro tipo de variação linguística é a histórica. Ela está relacionada às
acesse o link: <coc.pear.sn/
cVEKwYu>. alterações ocorridas na língua com o passar dos anos. Leia os textos a se-
guir e preste atenção nos termos sublinhados.

A um fidalgo que lhe tardará com uma camisa


que lhe prometera
Quem no mundo quisera ser
Comentar com os alunos que os au- Havido por singular,
tores dos textos que vão ler são escri-
tores falantes da língua portuguesa. Para mais se engrandecer,
Há-de trazer sempre o dar
Nas ancas do prometer.
VOCABULÁRIO E já que Vossa Mercê
Largueza tem por divisa,
Dar nas ancas do prome-
ter: cumprir o que foi pro- Como todo mundo vê,
metido, sem falhas. Há mister que tanto dê,
Largueza tem por divisa: Que venha a dar a camisa.
valorizar a generosidade.
CAMÕES, Luís Vaz. A um fidalgo que lhe tardará com uma camisa que
Mister: necessário. lhe prometera. Disponível em: <https://www.escritas.org/pt/t/9992/
Singular: único. a-um-fidalgo>. Acesso em: ago. 2023.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 10 14/11/2023 11:20:49


AUTORIZAÇÃO COC
[…] — Vamos, tome o remédio, deixe-se disso, vosmecê VOCABULÁRIO
agora é meu filho... […]
ASSIS, Machado de. Anedota pecuniária. In: ASSIS, Machado de. Heterônimo: refere-se a
Volume de contos. Rio de Janeiro: Garnier, 1884. Disponível em: um autor fictício que a-
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ presenta personalidade,
bv000205.pdf>. Acesso em: ago. 2023.
ou seja, que tem caracte-
rísticas e tendências pró-
prias, as quais são distintas
Leia, a seguir, um trecho do poema de Álvaro de Campos, heterônimo de das do autor que o criou.
Píncaro: auge.
Fernando Pessoa.

LÍNGUA PORTUGUESA
Cá estamos no píncaro – nós dois
Cá estamos no píncaro – nós dois.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO11 SEM


Nós dois e Homero? Não sabemos. Esse está mais abaixo.
NOTA
Estendemos a mão e cada qual ainda que cego chega a
Deus (ele não)

APIC/GETTY IMAGES
O quê – você não chega? Então você desaparece? – ou
não chegou.
[…]
CAMPOS, Álvaro de. Cá estamos no píncaro – nós dois. In: PESSOA,
Fernando. Livro de versos. Disponível em: <http://www.dominio
publico.gov.br/download/texto/bv000205.pdf>.
Acesso em: ago. 2023.

Fernando Pessoa
Nos textos, os termos sublinhados indicam uma variação histórica da ex- (1888-1935)

pressão de tratamento utilizada para se referir a alguém a quem não é pos- Fernando Antônio Nogueira
Pessoa nasceu em Lisboa
sível chamar de “tu”: vossa mercê – vosmecê – você. É possível perceber por (Portugal). Exerceu várias
meio dos textos de representantes de diferentes períodos da literatura em atividades, mas se destacou
como escritor, principalmen-
língua portuguesa, que, ao longo do tempo, a expressão foi se modificando, te como poeta. Criou perso-
passando de “vossa mercê” para “vosmecê”, até se consolidar na expressão nalidades próprias, os hete-
“você” – que, atualmente, tem sido usada, muitas vezes, apenas como “cê”. rônimos, como Ricardo Reis,
Álvaro de Campos e Alberto
Caeiro. Cada um deles tem
uma biografia e traços di-
PARA IR ALÉM ferentes de personalidade,
pois são indivíduos distintos.
As variações variam
As variações linguísticas geográficas também são conhecidas como variações diatópicas ou regio-
nais. São exemplos desse tipo de variação, os diferentes sotaques, dialetos e falares e as reduções
das palavras ou perdas fonéticas, além do uso de diferentes palavras para designar um mesmo
objeto, como no caso da palavra “mandioca” que, dependendo da região, é conhecida como “ma-
caxeira” ou “aipim”.
Já as variações situacionais são chamadas também de diafásicas ou estilísticas. São exemplos
desse tipo de variação o uso das linguagens informal e formal dependendo do contexto, conforme
já foi mencionado.
As variações linguísticas sociais também recebem o nome variações diastráticas. Elas são iden-
tificadas por dois fatores: pelo uso de gírias, que conforme vimos, geralmente são próprias de um
grupo de interesse em comum, como os dos skatistas que usam a palavra “basudo” para falar que
o skatista é ruim, e pelo uso de jargões, que costumam ser usados por um grupo profissional, como Este é o momento oportuno para apli-
os dos jornalistas quando usam a palavra “furo”, isto é, informações publicadas antes de todos os car o exercício 1 da seção “Para con-
demais veículos de comunicação. ferir”, referente aos módulos 37 e 38.
E, por último, as variações históricas também denominadas como diacrônicas. Esse tipo de va-
riação é geralmente percebido por meio do uso de palavras, expressões e grafias que caíram em
desuso no decorrer do tempo, como pharmácia (com ph).

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 11 14/11/2023 11:20:49


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 39 e 40
PARA IR ALÉM
Norma-padrão, norma
gramatical e norma culta
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Norma-padrão: refere-se a Anteriormente, você estudou que a língua pode variar, dependendo de
uma língua modelo. Segue quem, de onde e com quem se fala. A variação linguística mostra que a ade-
regras indicadas na gramá-
tica, mas se altera de acordo
quação da língua a diversas situações permite que a comunicação continue
com o momento histórico fluida e que a língua não deixe de existir. Muitas vezes, a oposição entre
ou com a sociedade na qual diferentes maneiras de falar gera situações preconceituosas, simplesmen-
é utilizada. A língua está em
constante transformação.
te porque certas pessoas desconhecem o que outras dizem e acham que
Portanto, com o tempo, dife- existe somente um padrão da língua.
rentes formas de linguagem
A norma-padrão refere-se ao uso da língua que segue não somente pres-
CAPÍTULO 5

que não são consideradas


atualmente pela norma- crições gramaticais, mas também orientações de determinado momento
-padrão, podem vir a se le- da história e de uma sociedade específica. O uso da língua é flexível, de
gitimar.
Norma gramatical: segue
modo que nem sempre seguimos a norma-padrão – o que não significa que
12

a gramática normativa, ou estejamos falando de maneira errada. A adequação ou a inadequação de


seja, aquela que prescreve determinado modo de falar dependem da situação em que cada pessoa se
as regras.Diferentemente
da norma-padrão, nem sem-
encontra e de seus possíveis interlocutores.
pre ela se altera em razão de Existem inúmeras possibilidades de se utilizar a língua. O preconceito
momentos históricos ou so-
ciais; por isso, muitas de suas
linguístico ocorre quando não se compreendem essas possibilidades. O
regras podem não estar em texto a seguir trata de uma variação da língua portuguesa.
uso no cotidiano.
Norma culta: segue a prática
da língua em meios conside- Ligeiro e nasalado, sotaque paulista teve influência de índios e
rados cultos, habitualmente migrantes
utilizada na camada mais
escolarizada da população. Língua portuguesa em SP ganhou traços indígenas e italianos no modo de falar e nas
expressões
Neste módulo, o objetivo é estudar e

WSFURLAN/ISTOCK
reconhecer as variedades da língua e
discutir o preconceito linguístico, a fim
de munir os alunos de conhecimen-
tos que os permitam combater esse
preconceito.

EXPLORE MAIS
Variação linguística e
gramática normativa
Leia mais sobre o assunto
no artigo disponível em:
<coc.pear.sn/w2NPZYk>.
Avenida Paulista, um dos símbolos da cidade de São Paulo.

Ligeiro e nasalado, o português paulista tem pressa. Atropela os plurais das frases e
suprime o “lh” das palavras.
Em São Paulo se toma dois café com dois pão na chapa por quinze real. E filha,
milho, velho e mulher são reduzidos a fia, mio, véio e muié.
VOCABULÁRIO Ainda que incomodem os ouvidos mais sensíveis, esses usos da língua têm origem
na mistura do português dos colonizadores com algumas das 350 línguas indígenas
Fluido: relativo a um mo- que existiam no território brasileiro à época do descobrimento – hoje são cerca de 180.
vimento fluente.
[…]

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 12 14/11/2023 11:20:50


AUTORIZAÇÃO COC
Fazer a leitura e a interpretação do tex-
“Quem se debruça sobre as origens de São Paulo vai se deparar com a enorme in- to com os alunos. Se julgar pertinente,
propor a eles que discutam sobre o pre-
fluência indígena nesse começo de cultura e civilização que se estava estabelecen- conceito linguístico. Levá-los a refletir
do neste pedacinho ignoto e longínquo da colônia portuguesa”, explica o jornalista sobre o tema, questionando-os se já
Roberto Pompeu de Toledo, autor de A capital da solidão (Editora Objetiva), sobre a tiveram ou se observaram alguma ati-
tude preconceituosa em relação à fala
formação daquela que viria a ser a maior cidade da América do Sul. de uma pessoa.
O cruzamento do idioma de Portugal com o tupi deu origem à chamada língua
geral, utilizada no cotidiano da nova colônia até a segunda metade do século XVIII.
Uma de suas marcas, que hoje caracteriza o português paulista, era o “r” retroflexo,
também conhecido como “r” caipira. Ele substituiu o “r” chiado dos portugueses, que

LÍNGUA PORTUGUESA
os índios não conseguiam pronunciar. Na sintaxe indígena, o plural não redunda ao
longo da sentença, o que poderia explicar o hábito paulista.
“A língua tupi não tinha ainda sons de f, l nem r e, por isso, colonizadores referiam-se
a esses índios como sem fé nem lei nem rei”, conta a professora da USP Patrícia

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO13 SEM


Carvalhinhos, especialista em toponímia, que investiga a origem dos nomes dos lugares.
“Basta prestar atenção nos nomes com que batizamos pontos-chave da cidade
para entendermos a enorme influência dos índios”, destaca. Ibirapuera e Anhanga-
baú não deixam dúvidas disso.
“Em São Paulo falava-se português com fonética tupi. E isso foi tratado, por sé-
culos, como uma maneira errada de falar”, aponta Ivan Vilela, professor da USP e
pesquisador de cultura caipira.
Com a expansão dos bandeirantes pelo interior do país, essa língua geral de so-
taque paulista, que se confunde com o idioma caipira, passa a abranger um vasto
território: do Mato Grosso a Minas Gerais, de Goiás à parte do Rio Grande do Sul.
Tamanha abrangência, no entanto, não impactou seu status.
“Na Constituinte de 1823, durante o debate sobre onde seria instalada a primeira
universidade do país, que veio a ser a Faculdade de Direito do Largo São Francisco,
a candidatura de São Paulo encontrou forte oposição, e um de seus argumentos
era a pronúncia local da língua”, conta Pompeu de Toledo, sobre documentos que
encontrou em sua pesquisa sobre a cidade.
Numa ata, está registrado o discurso do deputado baiano José da Silva Lisboa
(1753-1835) de que se “nas províncias há dialetos com seus particulares defeitos,
é reconhecido que o de São Paulo é o mais notável”. Nos defeitos, que fique claro.
E segue: “A mocidade do Brasil, fazendo aí seus estudos, contrairia sotaque mui
desagradável”.
Para além da fonte indígena, o português paulista bebeu das imigrações que se
concentraram no estado, sendo a dos oriundos da Itália a mais notória. Há quem
credite aos italianos a diferenciação que o sotaque da capital ganhou em relação ao
do estado, desenvolvendo um “r” vibrante, que treme atrás dos dentes.
A esses imigrantes também se atribui a incorporação de outras expressões carica-
turais dos paulistanos – como “meu” – hoje tão típicos quanto o mano e a fita, gírias
típicas da cultura hip hop e periférica. VOCABULÁRIO
Foi nas periferias e na Grande São Paulo que ressurgiu o “r” caipira, cercando o “r”
vibrante do centro expandido, que, segundo a professora da USP e pesquisadora Ma- Abranger: circunscrever;
ter ou conter em seus li-
ria Célia Lima-Hernandez, vem perdendo terreno, numa espécie de volta às origens.
mites; avistar.
Ela questiona: “Podemos colocar os dois erres num ringue de luta. O povo da terra Ignoto: ignorado; obscuro.
ganha em massa porque produz mais filhos, portanto uma herança mais numerosa Longínquo: que se encon-
do que a das elites. Qual será o ‘r’ que vence?” tra distante, longe.
MENA, Fernando. “Ligeiro e nasalado, sotaque paulista teve influência de índios e migrantes”. Folha de Oriundo: originário.
S.Paulo, 23 abr. 2018. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/04/ligeiro-e-nasalado Retroflexo: dobrado para
-sotaque-paulista-teve-influencia-de-indios-e-migrantes.shtml>. Acesso em: ago. 2023. Adaptado. trás.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 13 14/11/2023 11:20:50


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Módulo 41

Neste módulo serão revistas, breve-


mente, as regras de crase trabalhadas
no capítulo anterior, e outros casos
CRASE (II)
serão apresentados. Objetiva-se com No capítulo anterior, você estudou que a crase é o nome dado à fusão de duas vo-
isso que os alunos estejam com uma
base sólida para o estudo posterior de gais “a”. Ela é indicada pelo acento grave quando a preposição “a” funde-se com
regência nominal e de complemento artigo feminino, pronome demonstrativo ou expressão pronominal. Relembre.
nominal.
a) Preposição “a” + artigo definido “a/as” = à/às
Pedir aos alunos que destaquem os
casos em que ocorre a fusão da crase b) Preposição “a” + pronome demonstrativo “a/aquela(s)/aquele(s)/aquilo” =
e, posteriormente, discutam esses ca- à/àquela(s)/àquele(s)/àquilo
sos. Para regras mais simples como a
de locução adverbial, construir hipóte- c) Preposição “a” + expressão pronominal “a qual” = à qual
ses coletivas com base nas inferências
CAPÍTULO 5

dos alunos. Registrá-las na lousa e su- Leia o texto a seguir sobre a variação do significado da palavra “tarde” e
gerir que eles as anotem no caderno.
observe o uso da crase.

Memórias da Rua do Ouvidor


14

Era uma tarde...


Convém não esquecer os costumes do tempo.
No século décimo sexto e ainda até quase o fim do décimo oitavo, os antigos colo-
nos portugueses não tinham no Brasil café para tomá-lo com a aurora; mas almoça-
vam com o sol às seis ou sete horas da manhã, e jantavam com ele em pino ao meio-
-dia, salvo o direito de merendar (hoje se diz fazer lunch) às dez horas da manhã.
Atualmente a sociedade civilizada almoça à hora em que os velhos portugueses janta-
vam, e jantam de luzes à mesa à hora em que se levantavam da ceia aqueles nossos avós.
História de progresso e de civilização, que levam e estendem o sol de seus dias até
depois da meia-noite com a iluminação a gás, e, ainda preguiçosos, saúdam o rom-
pimento de suas auroras às 9 horas da manhã, quando abrem as cortinas dos seus
macios leitos, e tomam, ainda bocejantes, o seu café madrugador.
Portanto, a tarde tem hoje horas novas, que se confundem com a noite, e eu come-
çava este capítulo, indicando a tarde do outro tempo, que atualmente é a hora em
NOTA
que almoçam a começar o dia o progresso e a civilização.
Estamos entendidos.
THE HISTORY COLLECTION /
ALAMY STOCK PHOTO

[…]
MACEDO, Joaquim Manuel de. Memórias da Rua do Ouvidor. Domínio Público. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000158.pdf>. Acesso em: ago. 2023.

Repare que, no texto, a crase é utilizada sempre antes de se falar das horas.

Joaquim Manuel de Macedo […] mas almoçavam com o sol às seis ou sete horas da ma-
(1820-1882) nhã e jantavam com ele em pino ao meio-dia, salvo o direito
Foi um escritor brasileiro de merendar (hoje se diz fazer lunch) às dez horas da manhã.
do Romantismo. Uma de
suas obras mais conhecida é
A Moreninha (1844), que tra-
ta da história de amor entre
Isso ocorre porque há a determinação exata das horas, existindo, portan-
Augusto e D. Carolina (a mo- to, a fusão da preposição “a” com o artigo definido “as”. Esse é um dos casos
reninha). Ele também foi um que você já viu em que sempre ocorre a crase.
memorialista, sendo a obra
Memórias da Rua do Ouvidor Ocorre o uso de crase também antes de expressões adverbiais, prepositi-
um exemplo que representa vas e conjuntivas: à noite, à parte, às escondidas, à vista de, à maneira de,
essa característica literária.
à exceção de, à medida que, à proporção que etc.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 14 14/11/2023 11:20:50


AUTORIZAÇÃO COC
Veja o seguinte trecho do texto.

Atualmente a sociedade civilizada almoça à hora em que


os velhos portugueses jantavam [...]

Observe que, mesmo sem a indicação exata do número de horas, há o uso


de crase antes da palavra “hora”, isso ocorre porque a expressão formada
por ela tem o sentido da locução adverbial “na hora”.

LÍNGUA PORTUGUESA
Há casos, no entanto, em que o uso da crase é facultativo. Veja-os a
seguir.
• Antes de pronomes possessivos femininos

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO15 SEM


Exemplo: Enviei um e-mail a minha amiga./Enviei um e-mail à minha
amiga.
• Antes de nomes próprios femininos
Exemplo: O apresentador não fez referência a Maria./O apresentador
não fez referência à Maria.
Esses casos são opcionais porque o artigo definido antes de pronomes
possessivos e de nomes próprios é opcional.
Em se tratando dos casos em que nunca se usa a crase, você já viu que ela
não ocorre antes de nomes masculinos, de verbos e em expressões forma-
das por palavras repetidas. Há também alguns outros casos de não ocor-
rência da crase, como os descritos a seguir.
• Antes de artigo indefinido
Exemplo: Fui a uma mercearia comprar frutas.
• Antes de pronomes pessoais, de tratamento (exceto para senhora, se-
nhorita e dona) e indefinidos
Exemplo: Informei a todos minha decisão.
• Antes de numeral que não esteja acompanhado de substantivo suben-
tendido ou determinado.
Exemplo: Ela respondeu às questões de 1 a 10.
• Antes das palavras “casa”, “terra” e “distância” quando não estiverem Comentar novamente com os alunos
que, mesmo quando a “distância” não
determinadas. é especificada, alguns gramáticos
recomendam o uso de crase se a sua
Exemplo: Chegamos a casa exaustos. falta comprometer de algum modo a
clareza da frase.

PARA IR ALÉM
Evitando a ambiguidade com a crase
O uso da crase evita a ambiguidade quando se Enquanto na primeira oração “a noite” é o
tem a preposição “a” seguida de um substantivo sujeito da oração, na segunda oração o su- Este é o momento oportuno para apli-
feminino que indica circunstância. Observe os jeito é oculto (ele), e “à noite” é um adjunto car o exercício 2 da seção “Para confe-
dois exemplos a seguir. adverbial. Por conta disso, a primeira oração rir”, referente ao módulo 41.
I. Chegou a noite. significa “anoiteceu”, e a segunda, “chegou
II. Chegou à noite. no período da noite”.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 15 14/11/2023 11:20:50


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 42 e 43

Nestes módulos, será trabalhada a


regência nominal, que se relaciona à
crase. A habilidade da BNCC a ser de-
REGÊNCIA NOMINAL
senvolvida é a EF09LP07: “Comparar Ao estudar a crase, você viu que, para que ela ocorra, deve haver um termo
o uso de regência verbal e regência
nominal na norma-padrão com seu determinante e um termo determinado. Essas denominações podem também
uso no português brasileiro coloquial ser chamadas de termo regente e termo regido. Na gramática, existe uma rela-
oral.” A relação entre o uso na norma-
-padrão e o uso coloquial será vista ção entre termos de uma oração que é semelhante à condução que um maes-
nos módulos posteriores.
tro faz de sua orquestra, em que ele é o regente e a orquestra é regida por ele.
Fazer a leitura e a interpretação do O termo regente necessita do termo regido para ter um sentido completo.
texto com os alunos. Além das pala-
vras indicadas no boxe “Vocabulário”, Quando o termo regente é um verbo, temos a regência verbal. Nesse caso,
há outras que provavelmente os alu-
ele rege objetos direto e/ou indireto. Quando o termo regente é um nome
CAPÍTULO 5

nos não conheçam. Propor a eles que


pesquisem as palavras desconhecidas, (substantivo, adjetivo ou advérbio), temos a regência nominal. Nesse
anotando-as no caderno com seus res-
pectivos significados. caso, ele rege o complemento nominal. A ligação entre o termo regente e o
termo regido, na regência nominal, é sempre feita por preposição.
16

Leia a crônica a seguir, em que Carlos Drummond de Andrade discorre


EXPLORE MAIS sobre como a língua muda com o tempo.
Ditados populares
Conheça alguns ditados
mais usados pelos brasi- Antigamente
leiros. Acesse: <coc.pear. ANTIGAMENTE, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e
sn/0D80Ppq>.
muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os
janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa,
mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era
tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam,
antigamente, era para tirar o pai da forca e não caíam de cavalo magro. Algumas
jogavam verde para colher maduro e sabiam com quantos paus se faz uma canoa.
O que não impedia que, nesse entrementes, esse ou aquele embarcasse em canoa
furada. Encontravam alguém que lhes passasse a manta e azulava, dando às de vila-
-diogo. Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar fresca; e
também tomavam cautela de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao ani-
VOCABULÁRIO matógrafo e, mais tarde, ao cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam
em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas,
Alteia: denominação de e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água.
plantas herbáceas do gê-
nero Althea. HAVIA OS QUE tomaram chá em criança e, ao visitarem família da maior considera-
Artioso: arteiro. ção, sabiam cuspir dentro da escarradeira. Se mandavam seus respeitos a alguém,
Asthma: asma. o portador garantia-lhes: “Farei presente.” Outros, ao cruzarem com um sacerdote,
Balaio: cesto grande de tiravam o chapéu, exclamando: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”, ao que o
cipó, palha ou taquara. Reverendíssimo correspondia: “Para sempre seja louvado.” E os eruditos, se alguém
Cumbuca: tipo de recipien-
espirrava – sinal de defluxo – eram impelidos a exortar: Dominus tecum. Embora sem
te feito com a casca do fruto
da cuieira. saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário e,
Escarradeira: vaso em que com isso, metiam a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tra-
se escarra. montana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam,
Mimoso: gracioso; mimado. quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso.
Perder a tramontana: ficar
sem rumo; descontrolar-se.
[…]
Phtysica: palavra em desu- ACONTECIA o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio
so que significa tuberculose chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fe-
avançada. dorentas. Doença nefasta era a phtysica, feia era o gálico. Antigamente, os sobrados
Vila-diogo: fugir, debandar.
tinham assombrações, os meninos lombrigas, asthma os gatos, os homens portavam

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 16 14/11/2023 11:20:50


AUTORIZAÇÃO COC
ceroulas, botinas e capa-de-goma, a casimira tinha de ser superior e mesmo X.P.T.O. Lon-
don, não havia fotógrafos, mas retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam. NOTA
MAS TUDO ISSO era antigamente, isto é, outrora.

ESTADÃO CONTEÚDO
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antigamente, In: Quadrante (1962), obra coletiva
reproduzida em Caminhos de João Brandão. São Paulo: José Olympio, 1970.

Observe as frases seguintes, retiradas do texto.

LÍNGUA PORTUGUESA
I. “Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo […].”
Carlos Drummond de
II. “A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita […].”
Andrade (1902-1987)
Em ambas as frases, ocorre regência nominal nos termos destacados. Na

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO17 SEM


Foi um escritor da segunda
primeira frase, em “depois da janta”, o advérbio “depois” é o termo regente geração do Modernismo do
Brasil. Considerado um dos
de “janta” – termo regido. Já, na segunda frase, em “cheia de melindres”, o maiores poetas brasileiros,
adjetivo “cheia” é o termo regente de “melindres”, que é o termo regido. ele fazia uso frequente de ver-
so livre, ou seja, sem padrão
Para estabelecer a regência nominal, além da preposição “de”, outras pre- métrico, e de linguagem colo-
posições mais utilizadas são: “a”, “com”, “em”, “para” e “por”. quial, com uma sensibilidade
poética única.
Veja a regência de alguns substantivos, adjetivos e advérbios comumente
utilizados em nossa língua.

Admiração a, por Favorável a VOCABULÁRIO


Afeto a, para, para com, por Hostil a, para com, contra
X.P.T.O: o que é de qualida-
Afinidade com, de, entre, para, por Habituado a de, sofisticado.
Aflito com, por Imune a, de
Alheio a, de Impróprio para
Amigo de Junto a, de
Apto a, para Lento em, de
Bacharel em, por Longe de
Bastante a, para Maior de
Benéfico a Peculiar a
Bloqueio a, contra, de Propenso a, para
Compaixão de, para com, por Próximo a, de
Compatível com Respeito a, com, de, para com, por
Conforme a, com Satisfeito com, de, em, por
Contente com, de, em, por Simpatia a, para com, por
Curioso de, por Situado a, em, entre
Desprezo a, de, por Sonho de
Dúvida acerca de, de, em, sobre Último a, de, em
Este é o momento oportuno para apli-
Empenho de, em, por União a, com, entre car o exercício 3 da seção “Para con-
ferir”, referente aos módulos 42 e 43.
Equivalente a Vazio de
Fácil a, de, para Vizinho a, com, de

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 17 14/11/2023 11:20:51


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 44 e 45

Nestes módulos será apresentado o


estudo de complemento nominal. COMPLEMENTO NOMINAL
Anteriormente, você viu que a regência nominal relaciona um termo re-
gente a um termo regido. Este termo regido é o complemento nominal,
que é um termo integrante da oração, ou seja, é utilizado para completar o
sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), por meio de uma
preposição. Ele pode ser representado por substantivo, pronome, nume-
ral ou oração com valor de substantivo (denominada oração subordinada
substantiva completiva nominal).
Veja outros exemplos de complemento nominal.
CAPÍTULO 5

Marcos tem orgulho do sotaque dele.

Substantivo Complemento nominal


18

Você é atento à fala dos outros?

Adjetivo Complemento nominal

Ela escutou atentamente a fala de todos.

Advérbio Complemento nominal

Adjunto adnominal ≠ complemento nominal


Quando o adjunto adnominal, que é um termo acessório (aquele que pode
ser retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática, pois não é indis-
pensável), é uma locução adjetiva, pode ser confundido com o complemen-
to nominal, pois ambos são regidos por uma preposição. Há, no entanto,
algumas características que os diferenciam. O complemento nominal refe-
re-se a substantivos abstratos, adjetivos e advérbios, enquanto o adjunto
adnominal indica somente substantivos abstratos ou concretos. Assim, só
haverá dúvida se é complemento nominal ou adjunto adnominal quando
a referência for um substantivo abstrato.
Veja os exemplos a seguir.
I. Amor de mãe
II. Amor à/pela mãe
No primeiro exemplo, quem ama é a mãe, ou seja, ela é agente da ação ver-
bal, enquanto, no segundo exemplo, a mãe é amada por alguém, isto é, ela é
paciente do amor. Isso significa que, em caso de um substantivo abstrato que
indica ação, o termo referente a ele será adjunto adnominal se for agente
da ação verbal, e será complemento nominal se for paciente/alvo da ação
verbal. Outra diferença entre esses dois termos é que somente o adjunto ad-
nominal indica uma relação de posse.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 18 14/11/2023 11:20:51


AUTORIZAÇÃO COC
Os pronomes oblíquos podem ter função tanto de complemento nominal
quanto de adjunto adnominal. Observe os exemplos a seguir. EXPLORE MAIS
I. A lição será útil a mim. Neste caso, “a mim” é complemento nominal. Diferença entre
adjunto adnominal e
II. Não lhe seguirei os passos. Neste caso, “lhe” é adjunto adnominal. complemento nominal
O pronome oblíquo tem valor de possessivo (Não seguirei seus passos.). Saiba mais sobre como dis-
tinguir adjunto adnominal
Agora, leia o texto a seguir, que trata de gírias. de complemento nominal
no artigo disponível em:
<coc.pear.sn/GBeUr1e>.

LÍNGUA PORTUGUESA
Emília no País da Gramática
[…]
— Que molecada é esta? — perguntou a menina.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO19 SEM


— São palavras da Gíria, criadas e empregadas por malan-
dros ou gatunos, ou então por homens dum mesmo ofício. Fazer a leitura e a interpretação do
A especialidade delas é que só os malandros ou tais homens texto com os alunos antes de eles re-
solverem os exercícios.
dum mesmo ofício as entendem. Para o resto do povo nada
significam. Cuidar para que os alunos entendam
que este texto foi produzido em uma
Narizinho chamou uma que parecia bastante pernóstica. época e um contexto diferentes do
— Conte-me a sua história, menina. atual. É importante explicar a eles que
a ideia da formação da gíria utilizada
A moleca pôs as mãos na cintura e, com ar malandríssimo, foi no texto é diferente da que temos
dizendo: hoje. O texto é de 1934 e, na época,
apenas alguns grupos faziam uso da
— Sou a palavra Bamba, nascida não sei onde e filha de pais gíria. Comentar, ainda, que uma pes-
incógnitos, como dizem os jornais. Só a gente baixa, a mole- soa que usava gírias em sua fala era,
algumas vezes, relacionada à malan-
cada e a malandragem das cidades é que se lembram de mim. dragem, exceto quando utilizadas por
Gente fina, a tal que anda de automóveis e vai ao teatro, essa pessoas de um mesmo ofício, como os
tem vergonha de utilizar-se dos meus serviços. jornalistas. Atualmente, as gírias são
utilizadas por diversos grupos, por
— E que serviço presta você, palavrinha? – perguntou Emília. isso não são mais consideradas pala-
— Ajudo os homens a exprimirem suas ideias, exatamente vras “marginalizadas”.

como fazem todas as palavras desta cidade. Sem nós, palavras,


os homens seriam mudos como peixes e incapazes de dizer o
que pensam. Eu sirvo para exprimir valentia. [...] “Fulano é um
bamba!”, dizem. Mas como a gente educada não me emprega, Este é o momento oportuno para apli-
tenho de viver nesses subúrbios, sem me atrever a pôr o pé lá car o exercício 4 da seção “Para con-
ferir”, referente aos módulos 44 e 45.
em cima.
— Onde é lá em cima?
— Nós chamamos “lá em cima” à parte boa da cidade; [...]
— Vejo que você tem muitas companhias – observou Narizi-
nho, correndo os olhos pela molecada que formigava em redor.
VOCABULÁRIO
— Tenho, sim. Toda esta rapaziada é gentinha da Gíria, como
eu. Preste atenção naquela de olho arregalado. É a palavra Fulano: indivíduo indeter-
Otário, que os gatunos usam para significar um “trouxa” ou minado.
pessoa que se deixa lograr pelos espertalhões. Com a palavra Gatuno: aquele que furta,
ladrão.
Otário está conversando outra do mesmo tipo, Bobo.
Incógnito: não conhecido.
[…] Lograr: enganar.
LOBATO, Monteiro. Emília no país da gramática. Pernóstico: pretensioso,
São Paulo: Círculo do livro. Adaptado. afetado.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 19 14/11/2023 11:20:51


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 46 e 47

Nestes módulos será retomada a dis-


cussão inicial do capítulo, fazendo-se USO DAS REGÊNCIAS NA LINGUAGEM COLOQUIAL
a relação entre variação linguística e
regências nominal e verbal. A habili- As diversas regras de regências nominal e verbal nem sempre são prati-
dade da BNCC a ser desenvolvida é a
EF09LP07 — “Comparar o uso de re- cadas no dia a dia. Isso ocorre porque a fala cotidiana, muitas vezes, não
gência verbal e regência nominal na segue a norma-padrão, sendo utilizada de forma diferente da escrita. Para
norma-padrão com seu uso no portu-
guês brasileiro coloquial oral”. saber mais sobre esse tema, leia o texto a seguir.
Realizar a leitura e a interpretação do
texto, fazendo outras comparações
entre o uso de regências na norma-
Registro linguístico pode variar de acordo com a situação e o assunto
-padrão e no português brasileiro Ideia de que há a língua “certa” de um lado e as variedades de outro vai na con-
coloquial oral. Propor uma roda de
CAPÍTULO 5

conversa com base no texto e no vídeo


tramão dos estudos científicos
apresentados no boxe “Explore mais”. “Me avisaram do meu gabinete que eu ‘tava com uma marca de batom, um beijo,
no rosto. É o único problema que eu não preciso nessa altura da minha vida.”
A frase foi dita pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal
20

Federal), durante a votação do pedido de habeas corpus para o ex-presidente


Lula no último dia 4 de abril.
Antes de retomar a leitura de seu voto, depois de aparte do ministro Dias
Toffoli, Barroso permitiu-se um momento de descontração.
Não paira dúvida acerca da formalidade do ambiente nem se questiona o
grau de conhecimento da língua portuguesa do magistrado, mas o fato é que
ele não disse “Avisaram-me”, “estava” ou “problema de que eu não preciso nes-
ta altura”. Será que o ministro errou?
Segundo o sociolinguista Carlos Alberto Faraco, professor titular aposentado
e ex-reitor da Universidade Federal do Paraná, não há cortes rígidos entre for-
mal e informal, entre oral e escrito, entre “certo” e “errado”.
“A mudança estilística do ministro está ligada ao assunto; as pessoas mo-
dulam a língua de acordo com interlocutores, ambiente, assunto, gênero do
discurso etc. O mais importante é fugir sempre das dicotomias. Dicotomizar
a realidade linguística é falseá-la; a língua varia muito seja na fala, seja na
escrita”, afirma.
Além disso, segundo o professor, esse registro linguístico já pertence à nor-
ma culta, embora não corresponda por inteiro à norma-padrão. “São muito
frequentes as orações relativas cortadoras (do tipo de “O livro que eu gosto”,
com apagamento da preposição “de”) nos debates do STF. Os falantes, mesmo
os altamente escolarizados, nem se dão conta de quanto a língua que falam
está mudando”, diz Faraco.
Segundo o professor, é preciso distinguir “norma culta” (o registro efetiva-
mente usado pelo segmento social letrado) de “norma-padrão” (modelo con-
vencional de correção estipulado por gramáticos).
VOCABULÁRIO A ideia de que há a língua “certa” de um lado e as variedades de outro, ainda
presente no senso comum, vai na contramão dos estudos científicos.
Dicotomia: divisão de um É com base nos corpora (conjuntos de dados linguísticos sistematicamente
conceito cujas partes, ge-
ralmente, são opostas. coletados e representativos dos usos) que se pode afirmar que a norma culta
Habeas corpus: recurso já não se identifica plenamente com a norma-padrão, nem mesmo nas situa-
judicial que garante o ções de formalidade.
direito de liberdade de Em suma, a norma culta de hoje já não é a língua de Rui Barbosa (1849-1923),
locomoção.
embora a gramática normativa nos remeta com frequência a modelos da época
Suma: resumo.
do célebre orador, escritor e jurista baiano.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 20 14/11/2023 11:20:51


AUTORIZAÇÃO COC
Esse desencontro ocorre porque a língua está em constante mudança, en-
EXPLORE MAIS
quanto o padrão tradicional de correção tende a se manter estático desde
suas origens, no século XIX, quando se pautou pelos usos de Portugal. Transformações da
língua portuguesa
A norma-padrão é, segundo Faraco, um modelo idealizado. “O resultado do
Veja o vídeo Quando se
abismo que se cria entre as práticas correntes e as regras postuladas como pa-
trata de português falado,
drão é esta espécie de anomia linguística em que vivemos no Brasil. O ensino não existe certo e errado,
não tem norte e o uso não tem norte. Há uma grande insegurança linguística disponível em: <coc.pear.
entre os falantes porque muitas regras não fazem sentido em confronto com sn/hiB62y9>.
as práticas concretas”, afirma.

LÍNGUA PORTUGUESA
Faraco lembra que o gramático Celso Cunha (1917-1989) já apontava o pro-
blema brasileiro da “dualidade de normas”, ou seja, há uma realidade pratica-
da e uma prescrita. “Isso não é um problema só brasileiro. Criou-se, na tradição
histórica da América Latina, a ideia de que a língua como se fala nas colônias

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO21 SEM


é incorreta, descuidada, portanto a língua modelar (a que devemos usar na
escrita etc.) mora em outro lugar. O espanhol mora em Madri e o português
mora em Lisboa”, conclui.
[…] VOCABULÁRIO
CAMARGO, Thaís Nicoleti de. “Registro linguístico pode variar de acordo com a situação e o assunto”. Anomia: ausência de lei
Folha de S.Paulo, 24 abr. 2018. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/04/
ou de regra, desvio das
registro-linguistico-pode-variar-de-acordo-com-a-situacao-e-o-assunto.shtml>. Acesso em: ago. 2023.
leis naturais; anarquia,
desorganização.

Observe que o texto faz uso de um exemplo de fala de um juiz da mais


alta posição da Justiça brasileira para demonstrar que mesmo uma pes- PARA IR ALÉM
soa bastante letrada não utiliza o português normativo na oralidade. Um
aspecto presente em seu discurso é o uso de oração relativa cortadora. Verbos e variedade
coloquial
Observe.
Veja alguns verbos em que
ocorre a variedade colo-
quial.
É o único problema que eu não preciso nessa altura da minha vida.
• Assistir – Os amigos assis-
tiram o jogo de futebol. A
regência é “assistir a”.
Com o sentido de “ter necessidade de algo”, o verbo “precisar” necessita
• Chegar – O chefe chegou
da preposição “de”. Assim, antes do pronome relativo “que”, deveria haver no escritório atrasado. A
a preposição “de” referente ao verbo “preciso”: “É o único problema de que regência é “chegar ao”.
eu não preciso…”. • Ir – Nas férias, fomos na
praia. A regência é “ir a”.
A oração relativa cortadora, portanto, ocorre quando há omissão da pre- • Preferir – Antônio prefere
posição (exigida pelo verbo) antes do pronome relativo. Observe outro comida doce do que sal-
gada. A regência é “preferir
exemplo.
(alguma coisa) a (outra)”.
• Visar – O estudante visou
a vaga de Medicina. A re-
O filme que assistimos ontem era ruim. gência é “visar a (alguma
coisa)” quando este verbo
é usado no sentido de “ob-
O verbo “assistir”, no sentido de “estar presente vendo algo”, pede a jetivar, ter como meta”.
preposição “a”. Com isso, na norma-padrão do português, a frase ade-
quada seria: Este é o momento oportuno para apli-
car o exercício 5 da seção “Para con-
ferir”, referente aos módulos 46 e 47.

O filme a que assistimos ontem era ruim..

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 21 14/11/2023 11:20:51


CAPÍTULO 5

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


A LÍNGUA É DE TODOS
Módulos 37 e 38 | Variação linguística

Exercícios de aplicação
Responda aos exercícios de 1 a 5 com base no texto “Diversidade e unidade da língua portuguesa”.
1. O que incomodou o autor do texto em um programa do Canal Brasil?
O autor ficou incomodado com a exibição de legendas em português para um filme produzido em Portugal.

2. No terceiro parágrafo do texto, o autor faz diversas perguntas. Ele espera que elas sejam respondidas?
Não, o autor não espera que elas sejam respondidas. Elas são perguntas retóricas, um recurso expressivo utilizado para
CAPÍTULO 5

estimular os interlocutores a fazerem uma reflexão sobre o assunto, apesar de o autor já ter as respostas.
22

3. Qual é a origem do galego, do português de Portugal e do português do Brasil?


Os três têm a mesma origem, vinda da antiga Galícia, da Península Ibérica. Eles podem ser considerados variedades da

mesma língua, que é o português/galego-português/galego.

4. O texto dá quais exemplos de países que são falantes do português?


De acordo com o texto, países falantes do português são Brasil, Portugal, Angola e Timor Leste.

5. A variação linguística mos- 5. Considerando o que você leu no texto, pode-se dizer que a variação linguística
tra a diversidade de uma lín-
gua e, portanto, o quão rica
a. impede a comunicação entre as pessoas. d. desestrutura a unidade de uma língua.
ela é, podendo adaptar-se a b. cria a necessidade do uso de legendas. e. desconsidera a diversidade dos falantes.
diferentes situações, lugares,
pessoas, sem que se perca
c. representa a riqueza de uma língua.
sua “coerência ancestral”,
que permite a continuidade 6. Enem
da comunicação entre todos.

6. Algumas marcas da can- Até quando?


ção que indicam linguagem Não adianta olhar pro céu
coloquial são: “Se liga aí” e
“pra”. Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
Gabriel, o pensador. Até quando? In: Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).
Rio de Janeiro: Sony Music, 2001. Fragmento.

As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto


a. caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
b. cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c. tom formal, pela recorrência de gírias.
d. espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e. originalidade, pela concisão da linguagem.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 22 14/11/2023 11:20:52


AUTORIZAÇÃO COC
Exercícios propostos
Leia novamente o texto “Diversidade e unidade da língua portuguesa” e responda aos exercícios 7 e 8.

7. Por que Sergio da Motta e Albuquerque resolveu pesquisar sobre a língua portuguesa?
Ele decidiu pesquisar sobre a língua portuguesa porque queria discutir com um tradutor francês que acredita que Brasil

e Portugal falam línguas diferentes.

8. Para Sergio da Mota e Albuquerque, deveria haver o uso de legendas em filmes em português e

LÍNGUA PORTUGUESA
destinados ao público de falantes do português de variados países? Justifique sua resposta.
Para o autor, não deveria haver o uso de legendas. Elas deveriam ser usadas somente se houvesse problemas técnicos com

a transmissão do som. Ele considera que as legendas impedem que o público se habitue a ouvir as variações da língua

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO23 SEM


portuguesa, o que gera a ideia equivocada de que os países lusófonos falam línguas diferentes.
9. Se necessário, pedir aos
alunos que pesquisem os
nomes pelos quais esse ali-
mento é conhecido em casa.

9. A imagem ao lado representa um alimento.

GWENGOAT/ISTOCK
a. Por qual nome você conhece esse alimento?
As respostas podem variar: mandioca, aipim, macaxeira (Nordeste), entre outras.

b. A ocorrência de diferentes denominações desse alimento é exemplo de


que tipo de variação linguística? Explique.
Uma vez que as diferentes denominações desse alimento dependem da região geográfica,

isso é um exemplo de variação geográfica.

10. Quais são os tipos de variação linguística? Dê um exemplo de cada uma delas. Se necessário, faça
uma pesquisa.
Os tipos de variação linguística são: geográfica, situacional, social e histórica.

11. Enem 11. As expressões “já está


A utilização de determinadas variedades linguísticas em campanhas educativas tem a função de acostumado” e “está difícil”
apresentam marcas linguís-
atingir o público-alvo de forma mais direta e eficaz. No caso do texto a seguir, identifica-se essa ticas da oralidade.
estratégia pelo(a)

Seu organismo já está acostumado com o açúcar e está difícil largar?


O ideal é ir se acostumando aos poucos com cada vez menos açúcar.
Ministério da Saúde.

a. discurso formal da língua portuguesa.


b. registro padrão próprio da língua escrita.
c. seleção lexical restrita à esfera da medicina.
d. fidelidade ao jargão da linguagem publicitária.
e. uso de marcas linguísticas típicas da oralidade.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 23 14/11/2023 11:20:52


CAPÍTULO 5

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


12. Enem

Em bom português
No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é somente pela gíria que
a gente é apanhada (aliás, já não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular como do
plural: tudo é “a gente”). A própria linguagem corrente vai-se renovando e, a cada dia, uma
parte do léxico cai em desuso. Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou
minha atenção para os que falam assim:
— Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.
Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saberão dizer que viram um filme com
um ator que trabalha bem. E irão ao banho de mar em vez de ir à praia, vestido de roupa
de banho em vez de biquíni, carregando guarda-sol em vez de barraca. Comprarão um au-
CAPÍTULO 5

tomóvel em vez de comprar um carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão


andar no passeio em vez de passear na calçada. Viajarão de trem de ferro e apresentarão
sua esposa ou sua senhora em vez de apresentar sua mulher.
SABINO, F. Folha de S.Paulo, 13 abr. 1984. Adaptado.
24

A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. O texto exemplifica essa
característica da língua, evidenciando que
a. o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das antigas.
b. a utilização de inovações no léxico é percebida na comparação de gerações.
c. o emprego de palavras com sentidos diferentes caracteriza a diversidade geográfica.
d. a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da classe social a que pertence o falante.
e. o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas etárias é frequente em todas as regiões.

Módulos 39 e 40 | Preconceito linguístico

Exercícios de aplicação
Responda aos exercícios de 1 a 5 com base no texto “Ligeiro e nasalado, sotaque paulista teve influência
de índios e migrantes”.

Ligeiro e nasalado, o português paulista tem pressa. Atropela os plurais das frases e supri-
me o “lh” das palavras.
Em São Paulo se toma dois café com dois pão na chapa por quinze real. E filha, milho,
velho e mulher são reduzidos a fia, mio, véio e muié.

1. Pode-se identificar qual é o tipo de variação linguística presente no texto?


Pode-se identificar a variação linguística geográfica. Talvez os alunos possam mencionar a situacional, uma vez que

essa utilização da língua ocorre, em geral, em situações informais, porém, como o texto enfatiza o português de São

Paulo, a variação geográfica seria a resposta mais adequada.

2. Onde você mora há variações iguais às de São Paulo ou você identifica outros tipos? Quais são
eles?
Resposta pessoal, que depende de onde cada aluno mora.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 24 14/11/2023 11:20:52


AUTORIZAÇÃO COC
3. No texto, há três variações do modo de falar o “r”: “r” caipira, “r” chiado e “r” vibrante. Você reconhece
seu modo de falar o “r” em alguma dessas variantes? Ou você o pronuncia de outra forma? EXPLORE MAIS
Resposta pessoal. Pronúncias do
“r” pelo Brasil
Ouça as diversas
pronúncias do “r”
pelo Brasil e conhe-
4. De acordo com o texto, o português paulista recebeu influências de que povos? Exemplifique. ça outros sotaques
O português paulista recebeu influências dos indígenas e dos italianos. Dos indígenas, veio o “r” caipira e talvez o não nos vídeos disponí-
veis em: <coc.pear.
uso redundante do plural. Dos italianos, teria vindo o “r” vibrante usado na capital, diferentemente do resto do estado, sn/2xoLQdh>.

LÍNGUA PORTUGUESA
e a expressão “meu”.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO25 SEM


5. O trecho “Na sintaxe indígena, o plural não redunda ao longo da sentença, o que poderia explicar
o hábito paulista.” afirma que existe um plural redundante ao longo de uma sentença. Por que ele
seria redundante? Use a frase “Em São Paulo se toma dois café com dois pão na chapa por quinze
real.” para explicar.
O plural poderia ser visto como redundante porque, por exemplo, na frase “Em São Paulo se toma dois café com dois pão na

chapa por quinze real.”, já existem elementos que indicam pluralidade, como os numerais “dois” e “quinze”. Os substantivos

no plural serviriam para fazer a concordância nominal, mas não afetariam o sentido da frase. Para citar um exemplo que

os alunos compreendam, pode-se relacionar essa situação à língua inglesa, em que os adjetivos não variam em número.

6. Enem

Palavras jogadas fora


Quando criança, convivia no interior de São Paulo com o curioso verbo pinchar e ainda o
ouço por lá esporadicamente. O sentido da palavra é o de “jogar fora” (pincha fora essa por-
caria) ou “mandar embora” (pincha esse fulano daqui). Teria sido uma das muitas palavras
que ouvi menos na capital do estado e, por conseguinte, deixei de usar. Quando indago às
pessoas se conhecem esse verbo, comumente escuto respostas como “minha avó fala isso”.
Aparentemente, para muitos falantes, esse verbo é algo do passado, que deixará de existir
tão logo essa geração antiga morrer.
As palavras são, em sua grande maioria, resultados de uma tradição: elas já estavam lá an-
tes de nascermos. “Tradição”, etimologicamente, é o ato de entregar, de passar adiante, de
transmitir (sobretudo valores culturais). O rompimento da tradição de uma palavra equiva-
le à sua extinção. A gramática normativa, muitas vezes, colabora criando preconceitos, mas
o fator mais forte que motiva os falantes a extinguirem uma palavra é associar a palavra,
influenciados direta ou indiretamente pela visão normativa, a um grupo que julga não ser
o seu. O pinchar, associado ao ambiente rural, onde há pouca escolaridade e refinamento
citadino, está fadado à extinção?
É louvável que nos preocupemos com a extinção das ararinhas-azuis ou dos micos-leão-
-dourados, mas a extinção de uma palavra não promove nenhuma comoção, como não nos
comovemos com a extinção de insetos, a não ser dos extremamente belos. Pelo contrário,
muitas vezes, a extinção das palavras é incentivada. VOCABULÁRIO
VIARO, M. E. Língua Portuguesa, n. 77, mar. 2012. Adaptado. Citadino: que faz
referência à cidade,
que ou aquele que é
A discussão empreendida sobre o (des)uso do verbo “pinchar” nos traz uma reflexão sobre a lingua- natural ou habitante
de cidade.
gem e seus usos, com a qual compreende-se que

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 25 14/11/2023 11:20:52


CAPÍTULO 5

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


a. as palavras esquecidas pelos falantes devem ser descartadas dos dicionários, conforme sugere o
título.
b. o cuidado com espécies animais em extinção é mais urgente do que a preservação de palavras.
c. o abandono de determinados vocábulos está associado a preconceitos socioculturais.
d. as gerações têm a tradição de perpetuar o inventário de uma língua.
e. o mundo contemporâneo exige a inovação do vocabulário das línguas.

Exercícios propostos
7. Explique o preconceito linguístico retratado no texto “Ligeiro e nasalado, sotaque paulista teve
influência de índios e migrantes”.
O texto fala sobre o preconceito linguístico existente em relação ao português com fonética tupi, falado em São Paulo. Essa
CAPÍTULO 5

variação era tratada como uma maneira errada de falar, tanto que isso foi usado como argumento contrário à instalação da

Faculdade de Direito na cidade. Segundo um político da época: “A mocidade do Brasil, fazendo aí seus estudos, contrairia

sotaque mui desagradável”.


26

8. De acordo com o texto “Ligeiro e nasalado, sotaque paulista teve influência de índios e migrantes”,
responda às questões a seguir.
a. Qual é a expressão caricatural dos paulistanos?
A expressão caricatural dos paulistanos é “meu”.

b. Cite expressões caricaturais de outros lugares que você conheça.


Resposta pessoal.

9. Enem

Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: aceitar a mudança da
língua como um fato. Isso deve significar que a escola deve aceitar qualquer forma de lín-
gua em suas atividades escritas? Não deve mais corrigir? Não!
Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita, não existe apenas
um português correto, que valeria para todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o
mesmo do dos manuais de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo do dos corde-
listas; o dos editoriais dos jornais não é o mesmo do dos cadernos de cultura dos mesmos
jornais. Ou do de seus colunistas.
POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011. Adaptado.

Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único “português correto”. Assim sendo, o domí-
nio da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber
a. descartar as marcas de informalidade do texto.
b. reservar o emprego da norma-padrão aos textos de circulação ampla.
c. moldar a norma-padrão do português pela linguagem do discurso jornalístico.
d. adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.
e. desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados pela escola.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 26 14/11/2023 11:20:52


AUTORIZAÇÃO COC
Módulo 41 | Crase (II)

Exercícios de aplicação
1. Leia o seguinte trecho do texto Memórias da Rua Ouvidor.

... e jantam de luzes à mesa...

Por que ocorre a crase neste caso?

LÍNGUA PORTUGUESA
Usa-se crase antes de uma locução adverbial.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO27 SEM


2. Cesgranrio-RJ
Assinale a frase em que “à” ou “às” está empregado de maneira incorreta, de acordo com a norma-
-padrão da língua portuguesa.
a. Amores à vista.
b. Referi-me às sem-razões do amor.
c. Desobedeci às limitações sentimentais.
d. Estava meu coração à mercê das paixões.
e. Submeteram o amor à provações difíceis.

3. Assinale as frases em que o uso da crase é facultativo.


X Dei à minha mãe um grande abraço quando cheguei de viagem.

Assistimos a alguns filmes no fim de semana.

X Não me referia a Joaquina na carta.

Fomos à casa de Mariana ontem.

Exercícios propostos
4. No trecho “[…] jantavam com ele em pino ao meio-dia […]”, se o termo em destaque fosse substi-
tuído por “doze horas”, como ficaria a reescritura desse trecho?
Ficaria: “[...] jantavam com ele em pino às doze horas [...]”.

5. Insper-SP

Talvez espante ao leitor franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocri-
dade; advirto que franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da
opinião, o contraste dos interesses, luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos
velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que
faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, força de embaçar os outros,
embaça-se um homem a si mesmo.
Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis.

As lacunas desse excerto de Machado de Assis estão corretamente preenchidas em


a. à, a, a, à. d. a, a, a, a.
b. a, a, a, à. e. à, a, à, à.
c. a, à, à, à.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 27 14/11/2023 11:20:53


CAPÍTULO 5

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


6. Observe as duas frases a seguir.
I. Desenhei a caneta.
II. Desenhei à caneta.
Qual é a diferença de sentido entre elas?
Na primeira frase, o sujeito da oração fez o desenho de uma caneta; na segunda frase, o sujeito da oração fez algum desenho

usando uma caneta, ou seja, a caneta é um instrumento. Sintaticamente, a diferença entre as “canetas” é que “a caneta” é

objeto direto e “à caneta” é adjunto adverbial.


CAPÍTULO 5

Módulos 42 e 43 | Regência nominal

Exercícios de aplicação
28

Responda aos exercícios de 1 a 3 com base no texto “Antigamente”, de Carlos Drummond de Andrade.

1. O texto discorre sobre que tipo de variação linguística? Dê um exemplo.


O texto discorre sobre variação histórica. Quase todas as partes do texto são exemplo disso. Um deles logo no início é “as

moças chamavam-se mademoiselles”.

2. No trecho “[…] mas ficavam longos meses debaixo do balaio […]”, indique os termos regente e
regido da expressão destacada.
O termo regente é “debaixo”, e o termo regido é “balaio”.

3. No trecho “[…] sonhavam em andar de aeroplano […]”, caso o verbo “sonhavam” fosse trocado por
“tinham sonho”, como ficaria a reescrita da frase?
Ficaria: tinham sonho de andar de aeroplano.

4. Cescea-SP
As palavras “ansioso”, “contemporâneo” e “misericordioso” regem, respectivamente, as preposições
a. a – em – de – para.
b. de – a – de.
c. por – de – com.
d. de – com – para com.
e. com – a – a.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 28 14/11/2023 11:20:53


AUTORIZAÇÃO COC
5. Agora, você e os colegas vão construir frases que contenham um caso de regência nominal. Encarte pág. 275 5. a. Dividir a turma em grupos
ou, então, pedir a eles que se jun-
tem aos colegas. A atividade po-
Material necessário derá ser feita em grupos de até
• Folha de encarte quatro integrantes. Estabeleça a
quantidade de integrantes por
grupo de acordo com o número
Como fazer de alunos em sala de aula.
b. Orientar os alunos a usarem a
a. Em grupo, destaque todas as partes do encarte que está no final do livro. Nele há diferentes folha de encarte de apenas um
palavras e expressões. dos integrantes do grupo.
b. Embaralhe essas partes e reorganize-as de modo coerente. Combine as palavras ou expressões c. É importante que todos os alu-
nos do grupo façam, no caderno,
montando frases que contenham um caso de regência nominal. Faça o maior número de combi- o registro das frases formadas,

LÍNGUA PORTUGUESA
nações possíveis. Dica: é possível formar mais de uma frase com os mesmos sujeitos e/ou com os pois esta é uma oportunidade
mesmos verbos. de fixação do conteúdo. A corre-
ção pode ser coletiva. Reservar
c. Registre, no caderno, as frases que vocês criaram. uma aula para a correção desta
atividade.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO29 SEM


Exercícios propostos
6. Considerando o contexto da palavra destacada em “[…] mandava o próprio chamar o doutor e,
depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas.”, qual seria o termo atual-
mente utilizado para “botica”?
Seria “farmácia”.

7. Considere a frase “Estavam todos escondidos atrás da igreja.”. Sobre a expressão destacada é pos-
sível dizer que
a. “atrás” é o termo regido.
b. há uma regência nominal. 7. Na expressão, há uma
c. “igreja” é o termo regente. regência nominal, em que
“atrás” é um advérbio e o
d. “atrás” é um substantivo. termo regente, e “igreja” é
e. “igreja” é um advérbio. um substantivo e o termo
regido.
8. Complete as lacunas com as preposições adequadas: a, com, de, por e sobre.

a. A união de Mariana com Pedro foi desastrosa.

b. O desprezo por ele resultou em sua destruição.

c. O estudante esclareceu suas dúvidas sobre a lição de casa.


a
d. Fernanda estava alheia problemas políticos.

9. Na frase “João respeita o pai”, caso o verbo “respeita” fosse substituído por “tem respeito”, como
ficaria a reescrita da frase?
Ficaria: João tem respeito ao/com o/para com o/pelo pai.

Módulos 44 e 45 | Complemento nominal

Exercícios de aplicação
1. a. Você sabe qual é a ori-
1. Destaque o complemento nominal das orações a seguir. gem daquele grupo?
b. Ela estava certa de que
a. Você sabe qual é a origem daquele grupo? iríamos conhecê-lo.
b. Ela estava certa de que iríamos conhecê-lo. c. A língua dos portugue-
ses é um pouco diferente
c. A língua dos portugueses é um pouco diferente da nossa. da nossa.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 29 14/11/2023 11:20:53


CAPÍTULO 5

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


2. De acordo com o trecho do livro Emília no país da gramática, o que significa gíria?
A gíria é uma palavra usada por determinado grupo de pessoas e, por ser específica desse grupo, pessoas de fora dele podem

não entender o sentido dela. O trecho em que há a definição de gíria no texto é “São palavras da Gíria, criadas e empregadas

por malandros ou gatunos, ou então por homens dum mesmo ofício. A especialidade delas é que só os malandros ou tais

homens dum mesmo ofício as entendem. Para o resto do povo nada significam.”

3. Assinale a alternativa em que a oração apresenta um complemento nominal.


a. Os filhos devem obedecer aos pais.
CAPÍTULO 5

b. O estudante necessitava das anotações.


c. O terremoto provocou a destruição dos prédios.
d. O cachorro de Pedro sumiu.
e. A resposta do aluno estava incorreta.
30

4. Retire do texto duas frases que apresentem complemento nominal. Destaque-os.


Respostas possíveis: “São palavras da Gíria, criadas e empregadas por malandros ou gatunos...”; “Preste atenção naquela

de olho arregalado.”; “Para o resto do povo nada significam. ”.

5. UEPG-PR
A oração que apresenta complemento nominal é:
a. Os pobres necessitam de ajuda.
b. Sejamos úteis à sociedade.
c. Os homens aspiram à paz.
d. Os pedidos foram feitos por nós.
e. A leitura amplia nossos conhecimentos.

6. FMU-SP
Identifique a alternativa em que aparece um complemento nominal.
a. Sanches esteve frio.
b. Tive medo de perdê-lo.
c. Exprimia-se brevemente.
d. O caso era outro.
e. Manobrava, então, para voltar à carga.

Exercícios propostos
7. De acordo com o trecho do livro Emília no país da gramática, “bamba” tem o sentido de
a. polícia.
b. malandro.
c. fulano.
d. valentão.
e. trouxa.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 30 14/11/2023 11:20:53


AUTORIZAÇÃO COC
8. O livro Emília no país da gramática foi publicado pela primeira vez em 1934. É um dos livros mais
originais já escritos sobre o uso da língua portuguesa, pois trata, de forma criativa, de diversos con-
teúdos. Leia como a gíria é mencionada no livro.

— São palavras da Gíria, criadas e empregadas por malandros ou gatunos, ou então por
homens dum mesmo ofício. A especialidade delas é que só os malandros ou tais homens
dum mesmo ofício as entendem. Para o resto do povo nada significam.

— Ajudo os homens a exprimirem suas ideias, exatamente como fazem todas as palavras

LÍNGUA PORTUGUESA
desta cidade.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO31 SEM


Agora, pesquise o que são gírias e como elas surgem e são utilizadas. Depois, responda se no
texto de Monteiro Lobato elas foram, de maneira criativa, descritas corretamente de acordo com
sua pesquisa.
Resposta pessoal.

9. Classifique os termos destacados como adjunto adnominal (AA) ou complemento nominal (CN).
CN A atitude de Carlos foi prejudicial aos seus interesses.

AA A crítica do diretor ao filme foi severa.

CN A crítica do diretor ao filme foi severa.

CN Eu tenho dúvida de sua inocência.

AA Eu li o livro de Monteiro Lobato ontem.

Módulos 46 e 47 | Uso das regências na linguagem coloquial

Exercícios de aplicação
1. Releia o trecho a seguir, retirado do texto “Registro linguístico pode variar de acordo com a situação
e o assunto”.

[...] São muito frequentes as orações relativas cortadoras (do tipo de “O livro que eu gosto”,
com apagamento da preposição “de”) nos debates do STF. […]

Por que o apagamento da preposição “de” estaria inadequado de acordo com a norma-padrão?
Estaria inadequado porque, na norma-padrão, a regência verbal de “gostar” exige a preposição “de”.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 31 14/11/2023 11:20:53


CAPÍTULO 5

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


2. Qual é o outro exemplo de oração relativa cortadora que aparece no texto? Identifique a preposição
que está faltando nesse caso.
O outro exemplo é “É o único problema que eu não preciso nessa altura da minha vida.” Está faltando a preposição “de”

antes da oração “que eu não preciso…”, preposição exigida pelo verbo “precisar”.

3. Segundo o sociolinguista Carlos Alberto Faraco, a fala do ministro Luís Roberto Barroso está errada?
Justifique sua resposta.
Segundo o sociolinguista, a fala do ministro não está errada. Ele argumenta que não deve haver certo ou errado em relação

ao usa da linguagem, que pode ser modulada de acordo com a situação e com os interlocutores. Além disso, ele considera
CAPÍTULO 5

que o registro linguístico do ministro já é norma culta.


32

4. Unicamp-SP

No dia 21 de setembro de 2015, Sérgio Rodrigues, crítico literário, comentou que apontar
um erro de português no título do filme Que horas ela volta? “revela visão curta sobre como
a língua funciona”. E justifica:
“O título do filme, tirado da fala de uma personagem, está em registro coloquial. Que ano
você nasceu? Que série você estuda? e frases do gênero são familiares a todos os brasilei-
ros, mesmo com alto grau de escolaridade. Será preciso reafirmar a esta altura do século
XXI que obras de arte têm liberdade para transgressões muito maiores?
Pretender que uma obra de ficção tenha o mesmo grau de formalidade de um editorial de
jornal ou relatório de firma revela um jeito autoritário de compreender o funcionamento
não só da língua, mas da arte também.”
Blog Melhor dizendo. Post completo disponível em: <http://www.melhordizendo.com/
a-que-horas-ela-volta-em-que-ano-estamos-mesmo/>. Acesso em: set. 2019.

Entre os excertos de estudiosos da linguagem reproduzidos a seguir, assinale aquele que corrobora
os comentários do post.
a. Numa sociedade estruturada de maneira complexa, a linguagem de um dado grupo social refle-
te-o tão bem como suas outras formas de comportamento. (Mattoso Câmara Jr., 1975, p. 10.)
b. A linguagem exigida, especialmente nas aulas de língua portuguesa, corresponde a um modelo
próprio das classes dominantes e das categorias sociais a elas vinculadas. (Camacho, 1985, p. 4.)
c. Não existe nenhuma justificativa ética, política, pedagógica ou científica para continuar conde-
nando como erros os usos linguísticos que estão firmados no português brasileiro. (Bagno, 2007,
p. 161.)
d. Aquele que aprendeu a refletir sobre a linguagem é capaz de compreender uma gramática – que
nada mais é do que o resultado de uma (longa) reflexão sobre a língua. (Geraldi, 1996, p. 64.)

5. No texto utilizado na questão anterior, são citadas três frases que estão em registro coloquial. Quais
são elas? Identifique-as e altere-as para que fiquem de acordo com a norma-padrão.
As frases são “Que horas ela volta?”, “Que ano você nasceu?” e “Que série você estuda?”. Para que fiquem de acordo com

a norma-padrão, elas devem respeitar a regência verbal. Assim, elas ficariam: “A que horas ela volta?”, “Em que ano você

nasceu?” e “Em que série você estuda?”.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 32 14/11/2023 11:20:53


AUTORIZAÇÃO COC
Exercícios propostos
6. Verifique se as regências nominal e verbal nas orações a seguir estão de acordo com a norma-
-padrão. Caso não estejam, reescreva-as.

a. Jéssica tem simpatia em Maria. a, para com, por

b. Os jogadores chegaram no estádio do Maracanã. ao

c. Paulo e Pedro foram ao trabalho de bicicleta.

LÍNGUA PORTUGUESA
d. O filme é impróprio para menores de 12 anos.

e. A mãe assistiu a novela enquanto amamentava o filho. à

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO33 SEM


f. Os garotos preferiam mais futebol que basquete. [...] preferiam futebol a basquete.

g. Carolina tem aversão com filmes de terror. a, por

7. De acordo com o texto “Registro linguístico pode variar de acordo com a situação e o assunto”, por
que há insegurança linguística entre os falantes?
De acordo com o texto, há insegurança linguística entre os falantes porque muitas regras não fazem sentido quando

comparadas às práticas concretas de comunicação (linguagem falada).

8. A norma culta atual é a mesma que a da época de Rui Barbosa? Justifique sua resposta.
Não, a norma culta atual não é a mesma. A língua está sempre em mudança e, de acordo com os corpora, a norma culta já

não corresponde à norma-padrão.

9. Repare que a pergunta


refere-se à norma escrita cul-
ta, assim, antes de resolver a
questão, pode-se discutir
com os alunos se a norma
9. Fuvest-SP culta escrita difere da norma
A frase que está de acordo com a norma escrita culta é: culta falada. Na alternativa A,
deveria ser “[...]valores em
a. O colégio onde estudei foi essencial na construção de grande parte dos valores que acredito. que acredito”. Na alternativa
b. Acho que esta acusação é uma das tantas coisas ridículas que sou obrigado a me defender. B, deveria ser “[...]de que
sou obrigado a me defender.”
c. Há uma sensação que tudo, ou quase tudo, vai ser diferente. Na alternativa C, deveria ser
d. A boa escola seria a que submetesse seus alunos à maior quantidade de experimentações e “[...] sensação de que tudo
[...]”. Na alternativa E, deve-
pesquisas.
ria ser “[...] consenso de que
e. Nós já estamos próximos de um consenso que o atual modelo está falido. o atual [...]”.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 33 14/11/2023 11:20:53


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
CAPÍTULO 5
34

Preconceito
Regência Geográfica
linguístico

Histórica
Verbal

Nominal Situacional

Social
Crase

Complemento
nominal

Exercícios desta seção


disponíveis em:
<link.coc.com.br/6Ss1k5k>.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 34 14/11/2023 11:20:54


AUTORIZAÇÃO COC
BAONA/ISTOCK

LÍNGUA PORTUGUESA
Este capítulo centra-se, essencialmente, em

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO35 SEM


aspectos que envolvem a comunicação oral.
Ainda que o domínio da boa escrita seja fun-
damental, não podemos desconsiderar a im-
portância da oralidade, principalmente no
que diz respeito a situações comunicativas
em que há explicação e persuasão. Muitos
fatores estão relacionados à boa comunica-
ção oral. Um deles – surpreendentemente o
mais significativo – é tudo aquilo que acom-
panha a fala: postura corporal, tom de voz
assumido etc.

CAPÍTULO 6 EXPOSIÇÃO ORAL Os elementos paralinguísticos já foram explorados em etapas anteriores do aprendizado da língua portuguesa. Cabe
agora, então, não somente retomar esses conhecimentos, mas também aprofundá-los, levando em conta sua aplicação
em gêneros textuais, como a palestra, que será cada vez mais familiar aos alunos do 9o ano.
Módulos 48 e 49 Entretanto, o trabalho com a produção escrita não fica omisso. Os alunos são guiados, também neste capítulo, a
se expressarem com proficiência em um texto como o relatório. O objetivo é que
ELEMENTOS PARALINGUÍSTICOS eles sejam capazes de organizar, com a clareza e a síntese necessárias, informações
adquiridas sobre determinado tema.

Quando dialoga com uma pes-

SKYNESHER/ISTOCK
soa, você costuma prestar aten-
ção ao tom de voz que ela usa?
Provavelmente sim, embora tal-
vez você não se dê conta disso.
Em situações de conversa, pode
haver uma equivocada impres-
são de que o único elemento re-
levante é o conteúdo da fala dos
interlocutores. Porém, mesmo
que inconscientemente, há ou-
tros aspectos envolvidos nesse
ato comunicativo, entre eles, está
o tom de voz usado.
Em situações de comunicação oral, o tom de
voz também é um elemento importante.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 35 17/11/23 14:49


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Os alunos já tiveram a oportunidade Nesse sentido, o tom de voz é considerado um elemento paralinguístico.
de estudar os elementos que envol-
vem a comunicação oral. Nesse estu- Isto é, na medida em que é um elemento não verbal que serve para comu-
do, aprenderam que não é somente nicar, o tom de voz se enquadra como paralinguagem.
a linguagem verbal que comunica, já
que os gestos corporais são também
fundamentais.
Agora, no 9o ano, chegou o momento Lembre-se de que elementos paralinguísticos, na expressão oral, são cons-
de os alunos recuperarem essa noção tituídos de elementos associados à linguagem não verbal, como o tom de voz, o
e analisarem como ela é aplicada em ritmo e o volume, além das pausas feitas durante a fala.
um gênero textual como a palestra.
Por isso, nestes dois primeiros mó-
dulos, será apresentado um texto em
que se explica o quanto o tom de voz O texto a seguir explora as percepções geradas pelo tom de voz de uma
de um indivíduo interfere na percep-
ção que os interlocutores têm sobre pessoa ao se comunicar, especialmente quando está em uma situação em
o texto. Trata-se de um modo de ex- que há interação do coletivo, como em um local de trabalho.
plicar a dimensão da relevância dos
CAPÍTULO 6

VOCABULÁRIO Voz transmite liderança e até inteligência, diz estudo


Segundo pesquisa, 90% dos executivos sentem que a voz influencia a forma como enxer-
Corporativo: relativo à
36

corporação, como uma gam outro profissional


empresa, por exemplo. Dependendo das características da sua voz, você pode ser percebido no seu ambien-
Inferir: concluir, deduzir. te de trabalho como mais ou menos sociável, inteligente, competente ou até pronto
Passividade: característi- para ser chefe.
ca de quem não age, não
toma iniciativas.
A conclusão é de uma nova pesquisa lançada pelo CPDEC (Centro de Pesquisa, De-
Subjetivo: que pertence senvolvimento e Educação Continuada), que ouviu 400 executivos de empresas bra-
especificamente a um in- sileiras de grande porte.
divíduo. O estudo mostrou que 90% dos profissionais reconhecem a influência positiva ou
negativa da voz para a imagem que fazemos uns dos outros no ambiente corporativo.
elementos paralinguísticos, a fim de Segundo Rosângela Curvo Leite, coordenadora da pesquisa, a voz é uma das prin-
que os alunos aprimorem sua capaci-
dade comunicativa.
cipais ferramentas de comunicação, tanto na esfera profissional quanto na pessoal.
“Ela reflete o estado de espírito, o humor, as emoções e outros aspectos psicológi-
cos”, afirma a fonoaudióloga.
Ingrediente importante na composição da sua imagem pessoal, o som da fala de
um indivíduo pode influenciar os rumos da sua carreira, segundo os executivos ou-
vidos pelo CPDEC.
Para eles, as principais funções desse elemento são incrementar o marketing pes-
soal (82,6%), prender a atenção do interlocutor (81,9%), facilitar as relações interpes-
soais (64,6%), ajudar em uma entrevista de emprego (63,9%) e transmitir competên-
cia profissional (52,6%).

Interpretações
A influência desse elemento para a imagem pessoal não é ignorada pelos executivos
ouvidos na pesquisa: para 58,7% dos entrevistados, as características vocais de um
profissional refletem sua personalidade.
Outros traços pessoais que os entrevistados pelo estudo também costumam infe-
rir pela voz são passividade (79,9%), liderança (77,5%), sociabilidade (57,9%), com-
petência profissional (52,6%) e até inteligência (20,5%).
Rosângela explica que as impressões que cada tipo de voz pode causar são intei-
ramente subjetivas, ligadas a referências individuais que colecionamos ao longo
da vida. “Vozes vibrantes, por exemplo, são comumente associadas à capacidade de
persuasão do indivíduo; as graves são relacionadas ao autoritarismo; as agudas, à
fragilidade”, ilustra Rosângela.
Estados de ânimo também não passam despercebidos pelos ouvidos: a voz entrega
se estamos nervosos (97,8%), cansados (92,6%) ou bem-humorados (92,6%).

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 36 17/11/23 14:49


AUTORIZAÇÃO COC
Ouvidos irritados VOCABULÁRIO
É comum, porém, que algumas características vocais do outro – como timbre, mo-
dulação ou intensidade – não não agradem. A voz que mais causa incômodo é a Estridente: que tem som
estridente, citada por mais de 74% dos entrevistados. Veja a tabela a seguir com os agudo e penetrante.
tipos de voz que causam mais irritação. Genética: ciência voltada
para o estudo da heredi-
tariedade.
TIPO DE VOZ % QUE O CONSIDERA MUITO INCÔMODO
Estridente 74,40%
Aguda (fina) 45,70%

LÍNGUA PORTUGUESA
Forte 36,70%
Instável 34,50%

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO37 SEM


Hipernasal 32,70%
Fraca 31,10%
Rouca 14,30%
Este é o momento oportuno para apli-
Grave (grossa) 6,10% car os exercícios 1 e 2 da seção “Para
conferir”, referentes aos módulos 48
e 49.
O estudo ainda revelou que a maioria dos executivos entrevistados, ou 66,5% de-
les, não está totalmente satisfeita com a sua voz. Para 54,7%, suas características
vocais chegam a atrapalhar o entendimento de sua fala.
EXPLORE MAIS
Existe saída? Segundo a fonoaudióloga que coordenou a pesquisa, algumas ca-
racterísticas vocais são determinadas pela genética e não podem ser mudadas de Elaboração e
forma permanente. Mesmo assim, algumas providências podem ser tomadas para apresentação
de seminário
garantir uma melhor produção vocal.
Para obter mais dicas so-
“Existem técnicas que trabalham respiração, postura e intensidade, por exemplo, bre esse tipo de apresen-
que podem contribuir para diminuir a aspereza, a rouquidão e o tremor da voz”, tação, leia o texto dispo-
afirma ela. Um hábito simples que também ajuda, segundo Rosângela, é beber nível no link: <coc.pear.sn/
água várias vezes ao dia para garantir a hidratação das pregas vocais. [...] OmdUzLO>.

GASPARINI, Claudia. “Voz transmite liderança e até inteligência, diz estudo”.


Exame, 10 out. 2014. Disponível em: <https://exame.com/carreira/voz-transmite-
lideranca-e-ate-inteligencia-diz-estudo/>. Acesso em: ago. 2023.

Apesar de o texto ter como foco o mundo corporativo, já que foi publicado
em uma revista voltada à área dos negócios, o assunto é pertinente para
outras esferas, como a escolar, por exemplo. Isso quer dizer
que, ao realizar, por exemplo, um seminário perante a tur- TOXAWWW/ISTOCK

ma, deve-se levar em conta que o tom de voz influencia na


recepção do conteúdo por parte dos colegas. Ou seja, a credi-
bilidade ou o interesse do público pode variar de acordo com
o tom de voz usado.
Evidentemente, não temos controle total sobre isso, princi-
palmente porque aspectos como o timbre são, muitas vezes,
imutáveis e inerentes a cada um. Entretanto, vale atentar-se
ao fato de que, ao apresentar-se a um público, é importante
cuidar não apenas do conteúdo a ser transmitido, mas tam-
bém da forma como tal transmissão será realizada.
Durante uma apresentação, é importante
Quem apresenta um seminário, por exemplo, precisa estar que todas as pessoas presentes consigam
escutar, sem dificuldade, quem está falando.
atento ao que comunica e a como essa comunicação ocorre.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 37 17/11/23 14:49


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 50 e 51

Nos módulos anteriores, vimos que


a comunicação oral é composta não
apenas pelo conteúdo que se veicula
PALESTRA
pela fala, mas também pelos elemen- É provável que você já tenha assistido a uma palestra. De maneira geral,
tos não verbais que acompanham
esse ato comunicativo – os chamados esse gênero de texto define-se como uma exposição oral feita a respeito
elementos paralinguísticos. Um deles de um tema, mas que se difere de uma conversa, um seminário ou uma
é o tom de voz usado.
Agora, estudaremos o gênero pa- entrevista presencial, por exemplo – uma vez que esses gêneros também
lestra – situação comunicativa que, envolvem uma exposição oral. Então, o que diferencia uma palestra desses
provavelmente, estará cada vez mais
presente na vida dos alunos do 9o ano. demais gêneros? Para compreender isso, leia a transcrição de parte de uma
palestra, proferida por Cipriano Carlos Luckesi, especialista em avaliação
da aprendizagem escolar.
CAPÍTULO 6

PARA IR ALÉM O ser humano é educável: precisa de cuidados


“Através” ou “por meio de” Agradeço a homenagem que estou recebendo no dia de hoje, assim como agradeço
38

Na passagem “Para um à Faculdade Projeção e a todos aqueles que sugeriram meu nome para a presente
acréscimo às histórias so- homenagem. Ouvindo o relato da forma como foi realizada, nesta instituição, a es-
bre os processos psicológi-
cos envolvidos no contato
colha dos profissionais a serem homenageados, incluindo gestores, professores e
entre um leitor e um autor, estudantes desta faculdade, manifesto meus agradecimentos a todos, à medida que
através de seus textos e seus indicaram meu nome para receber essa homenagem.
livros (...)”, o palestrante em-
Sei que muitos de vocês já mantiveram um contato com alguma coisa que escrevi;
prega o advérbio “através”
com o mesmo sentido de mas, certamente, parecia ser um autor distante e invisível. Agora, estou aqui junto
“por meio”. Nesse contexto, de vocês, recebendo essa bela homenagem. Para um acréscimo às histórias sobre
os textos e os livros servem os processos psicológicos envolvidos no contato entre um leitor e um autor, atra-
como um meio para con-
vés de seus textos e seus livros, relato uma experiência que vivi nesse contexto há
quistar um objetivo.
alguns anos.
Vale sempre lembrar, en-
tão, que “através” significa Estava em Chapecó, cidade do estado de Santa Catarina, por ocasião de uma con-
“de atravessado”, ou seja, ferência; então, uma pessoa, que esteve na plateia, procurou-me e disse-me ter
ele deve ser usado quando vindo para o evento pelo fato de que tinha lido um texto de um autor chamado
queremos fazer referência
a algo que atravessou, que Cipriano Luckesi e tinha gostado muito e acrescentou que, usualmente, “quando se
passou de um lado a outro, lê um texto e se gosta muito dele, geralmente o autor já morreu”.
como a luz que atravessa a E, complementando seu pensamento, disse: “No caso, quando tive notícias de que
janela: “A luz do Sol entrou
o nome do autor do texto, que havia lido e gostado, estava aqui, para fazer uma
no ambiente através da ja-
nela de vidro.”. conferência, não tive dúvidas, vim para constatar se era o autor do escrito que
havia gostado e se estava vivo de fato, pois, para mim, era um autor que já havia
morrido há tempos. Quase sempre, os autores dos textos e livros que lemos e gos-
tamos já morreram”.
Para mim, é muito gratificante estar recebendo esta comenda, que partilho com os
múltiplos educadores que cuidaram de mim, ao longo da vida, e me incentivaram a
prosseguir sempre. É em função de ter sido cuidado que estou aqui no dia de hoje,
VOCABULÁRIO
recebendo essa homenagem.
Comenda: benefício, dis- Quando, aqui neste auditório, foi lido meu currículo, foi registrado que eu me es-
tinção de honra. pecializei no tema da avaliação; eu acrescentaria que comecei a estudar avaliação
Conferência: exposição quando eu era ainda menino, pois que fui uma criança multirrepetente, reprovado
oral sobre tema de domí-
nio do orador. em sequência na segunda, terceira e quarta séries. Fazendo um pouco de graça,
Gestor: administrador. corre que meus colegas não suportavam a escola, faziam uma série por ano; como
Multirrepetente: que re- eu gostava muito dela, eu fazia uma série a cada dois anos...!
petiu o ano escolar várias Foram acontecimentos e mais acontecimentos... se somando e se integrando, pos-
vezes.
sibilitando que chegasse a ser o que sou hoje. Tive um professor, quando eu tinha

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 38 17/11/23 14:49


AUTORIZAÇÃO COC
aproximadamente 14 anos, que disse a mim e a outros colegas repetentes: “Se vo-
cês forem bem ensinados, vocês aprenderão e eu vou cuidar de vocês”. O cuidado
de um educador com os seus educandos, seja nos anos iniciais da escola, seja no
ensino médio, no superior ou na pós-graduação faz a diferença. É o cuidado que
subsidia as condições para que os educandos aprendam e se estruturem em seu
processo formativo.
Quando propus o tema para minha fala nesta ocasião, eu o formulei com o seguin-
te título: O ser humano é educável: precisa de cuidados. Esse título organiza aquilo
que aconteceu e tem acontecido na trajetória de minha vida; também é aquilo que

LÍNGUA PORTUGUESA
posso partilhar com vocês, educadores e futuros educadores.
O ser humano é educável. Esse é o ponto de partida para minha exposição. Apro-
ximadamente, 95% da população mundial tem uma estrutura da saúde mental e
psicológica chamada saudável, por não portarem carências específicas. São pessoas

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO39 SEM


que frequentam uma escola regular, com currículos regulares, certamente com va-
riações, à medida que alguns tem QI mais alto e outros, mais baixo, personalidades
variadas, mas, na média, todos conseguem aprender os conteúdos necessários, es-
truturados nos currículos de nossas escolas, que, desde o século XVI até nossos dias,
atuam na forma do ensino coletivo, no seio do qual um educador cuida de muitos.
Antes do século XVI, o ensino, que ocorria nas denominadas “Oficinas de mestres
e aprendizes”, era quase que individualizado. Porém, desde que se iniciou o ensino
coletivo, nós temos na escola o chamado estudante médio, ou seja, aqueles que
efetivamente aprendem o que é ensinado, que, afinal, somos todos nós.
Só aproximadamente 5% da população mundial é composta por portadores de
necessidades especiais com os diversos tipos de síndromes neurológicas, como o
down, o autista, entre outros. E mesmo estes aprendem e se desenvolvem se forem
bem cuidados, segundo as carências que portam.
Portanto, 100% da população mundial, composta por variadas estruturas e mo-
dos de vida, pode e deve aprender. Adjetivar o ser humano como “educável” signi-
fica dizer que ele aprende. Nós, seres humanos, temos a característica fundamen-
tal de aprendentes.
[...]
Encerrando esta fala, nós educadores – como adultos da relação pedagógica – te-
mos um papel fundamental no processo de gerar a inclusão social, ensinando de
forma metodologicamente adequada, incluindo efetivamente nossos estudantes
no seio daquilo que ensinamos.
Em síntese, de acordo com o título que eu propus – O ser humano é educável:
precisa de cuidados – para que ele aprenda e se desenvolva, portanto, se eduque,
os cuidados são: acolher, nutrir, sustentar, confrontar. Ações do educador, que pos-
sibilitam a aprendizagem e, consequentemente, o desenvolvimento do educando e
sua inclusão constante na vida social.
O testemunho que desejo registrar, neste momento que recebo esta homenagem
da Faculdade Projeção, é que a educação é possível e ela depende de nossas habili-
dades em educar e do nosso investimento na sua conquista.
Agradeço esta comenda a toda equipe da Faculdade Projeção e a todos vocês VOCABULÁRIO
que estão me ouvindo e estão desejando, sonhando que possamos realizar uma
QI: sigla para “Quociente
educação cada vez mais saudável, cada vez mais rica e cada vez mais inclusiva.
de Inteligência”; valor,
Muito obrigado. obtido por meio de testes,
LUCKESI, Cipriano Carlos. “O ser humano é educável: precisa de cuidados”. que indica a capacidade
Disponível em: <https://revista.faculdadeprojecao.edu.br/index.php/Projecao3/ cognitiva de um indivíduo.
article/view/564/507>. Acesso em: ago. 2023. Adaptado.
Subsidiar: auxiliar.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 39 17/11/23 14:49


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
A origem da palavra “palestra” é grega e sig-
ROYALTY FREE

nifica “local onde são executados exercícios


físicos”. Isso porque, na Grécia Antiga, o local
onde se praticavam exercícios físicos era tam-
bém um lugar de convívio social entre os ho-
mens (mulheres não podiam participar). Tal
convívio era marcado por muita exposição
oral, por trocas de saberes e discussões inte-
lectuais. Em virtude dessas práticas, a palavra
“palestra” passou a ser utilizada no sentido
que conhecemos hoje.
CAPÍTULO 6

Um dos principais aspectos de uma palestra,


além da exposição oral, é o fato de ela ser cen-
Na Grécia Antiga, as palestras eram lugares onde se praticavam exercícios físi-
cos, incluindo-se a luta, mas também um local de convívio social e intelectual. tralizada em uma única figura, a do palestrante,
que é o centro das atenções desse tipo de apre-
40

sentação. Portanto, é importante ter cuidado


ROYALTY FREE

com a postura corporal: os gestos e as expressões


faciais adotados durante uma exposição. Eles
podem contribuir com a apresentação, tornan-
do-a mais interessante e mantendo a atenção
dos ouvintes, mas também podem ser prejudi-
ciais, quando não utilizados corretamente – por
exemplo, movimentos bruscos podem desviar a
atenção da plateia daquilo que se está falando.
Pelas características que identificam esse gê-
nero, é comum que o termo “palestra” seja usado
Usamos pejorativamente a palavra “palestra” para designar aquilo que, devendo
ser diálogo, torna-se um monólogo.
em sentido pejorativo, quando se deseja qualifi-
car um gênero textual que não se concretiza da
maneira dialógica como deveria. Se, por exemplo, tentamos travar uma con-
versa com um amigo, mas apenas ele fala, dizemos, negativamente, que, em
vez de conversa, estamos em uma palestra.
Quanto à estrutura, uma palestra assemelha-se bastante a muitos gêne-
ros expositivos orais. Ela deve ser composta por uma introdução, que pode
incluir uma simples saudação e/ou algum tipo de contextualização. Veja o
exemplo a seguir.

VOCABULÁRIO Agradeço a homenagem que estou recebendo no dia de hoje, assim como agradeço
à Faculdade Projeção e a todos aqueles que sugeriram meu nome para a presente
Dialógico: descrito ou es- homenagem. Ouvindo o relato da forma como foi realizada, nesta instituição, a es-
crito seguindo a forma de colha dos profissionais a serem homenageados, incluindo gestores, professores e
um diálogo. estudantes desta faculdade, manifesto meus agradecimentos a todos, à medida que
indicaram meu nome para receber essa homenagem.
Sei que muitos de vocês já mantiveram um contato com alguma coisa que escrevi;
mas, certamente, parecia ser um autor distante e invisível. Agora, estou aqui junto de
vocês, recebendo essa bela homenagem. Para um acréscimo às histórias sobre os pro-
cessos psicológicos envolvidos no contato entre um leitor e um autor, através de seus
textos e seus livros, relato uma experiência que vivi nesse contexto há alguns anos.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 40 17/11/23 14:49


AUTORIZAÇÃO COC
Trata-se, então, de um modo de situar o

ROYALTY FREE
público sobre o que ele vai ouvir. No caso
do exemplo apresentado, a introdução
incluiu um relato de experiência pessoal.
É muito frequente esse tipo de estraté-
gia em palestras. Relatos pessoais, como
uma simples anedota ou uma pequena
autobiografia, servem para cativar o
público e conquistar seu interesse pela

LÍNGUA PORTUGUESA
apresentação. Em retórica, tal estratégia
pode ser enquadrada no que se conhece,
em latim, por captatio benevolentiae:

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO41 SEM


atrair a benevolência do público (o que
pode ocorrer por meio da identificação),
para que ele se disponha a dar atenção Em uma palestra, deve-se dosar a linguagem usada: não tão informal, perdendo a
credibilidade, nem tão formal, a ponto de se tornar entediante ou de difícil compreensão.
ao que será dito.
Após a introdução, segue a exposição em si – o desenvolvimento – que
deve ser construída por uma linguagem que se aproxime, o máximo pos-
sível, da formalidade, ainda que a coloquialidade possa estar presente em
determinados momentos, especialmente naqueles em que se deseja man-
ter o interesse da plateia, evitando-se a exposição maçante. Ademais, a or-
ganização das ideias, nesse momento, deve ser extrema, para que não haja
qualquer grau de imprecisão ou de ambiguidade.
Ao final da apresentação, o palestrante precisa concluir, marcar o des-
fecho. Além de esboçar uma síntese de tudo que foi dito, a fim de indi-
car uma costura que garanta a clareza da exposição – afinal, um dos
grandes objetivos de uma palestra deve ser a compreensão do tema por
parte do público –, é válido que sejam proferidos agradecimentos. Leia
o texto a seguir.

Em síntese, de acordo com o título que eu propus – O ser humano é educável: precisa
de cuidados – para que ele aprenda e se desenvolva, portanto, se eduque, os cuida-
dos são: acolher, nutrir, sustentar, confrontar. Ações do educador, que possibilitam a
aprendizagem e, consequentemente, o desenvolvimento do educando e sua inclu-
são constante na vida social.
O testemunho que desejo registrar, neste momento que recebo esta homenagem
da Faculdade Projeção, é que a educação é possível e ela depende de nossas habili-
dades em educar e do nosso investimento na sua conquista.
Agradeço esta comenda a toda equipe da Faculdade Projeção e a todos vocês
que estão me ouvindo e estão desejando, sonhando que possamos realizar uma
educação cada vez mais saudável, cada vez mais rica e cada vez mais inclusiva.
Muito obrigado.

Além disso, se for pertinente, cabe dar espaço para que os ouvintes pos-
sam se manifestar, com dúvidas e/ou comentários – ainda que uma pales-
Este é o momento oportuno para apli-
tra seja, essencialmente, monológica em grande medida, pode-se romper car o exercício 3 da seção “Para con-
com isso ao final da apresentação e pedir a participação do público. ferir”, referente aos módulos 50 e 51.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 41 17/11/23 14:50


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Módulos 52 e 53

Nestes módulos, será abordada a


produção escrita de um relatório.
Para isso, os alunos deverão praticar a
PRODUÇÃO DE RELATÓRIO
organização e a exposição de ideias – São diversas as situações do cotidiano em que precisamos expor adequa-
habilidade importante não só à pro-
dução escrita, mas também para a damente nossas ideias. Para isso, é necessário organizá-las, a fim de que
comunicação oral, conforme foi estu- nossos interlocutores ou leitores compreendam tudo que for apresentado.
dado até aqui.
Essa necessidade é especialmente importante em determinados contextos,
por exemplo, ao ministrar uma palestra – gênero estudado nos módulos
anteriores – ou ainda na produção escrita de diversos gêneros, como o re-
latório – que tem viés expositivo e será o objeto de estudo destes módulos.
CAPÍTULO 6

Relatório é um gênero textual expositivo que relata sobre


algo. Geralmente, tem caráter técnico, já que costuma ser uti-
lizado em ambientes científicos, com o objetivo de organizar
textualmente os processos e os resultados, por exemplo, de uma
42

pesquisa. Ele apresenta um conjunto de informações detalha-


das sobre determinado conteúdo. A linguagem utilizada é for-
mal e denotativa.

ROYALTY FREE

Os relatórios são bastante comuns no meio científico.

Geralmente, um relatório apresenta:


• título;
• introdução;
• desenvolvimento;
• conclusão ou considerações finais;
• bibliografia.
Você lerá, agora, um texto que trata da oposição entre educação especial
e ensino inclusivo, entendendo como cada um se particulariza e de que
maneira atendem aos educandos que têm necessidades especiais. A fina-
lidade dessa leitura é que, com base nela, você redija um relatório.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 42 17/11/23 14:50


AUTORIZAÇÃO COC
Educação especial ou ensino inclusivo?
A educação especial é uma educação organizada para atender
específica e exclusivamente alunos com determinadas necessi-
dades especiais. Algumas escolas dedicam-se apenas a um tipo
de necessidade, enquanto outras se dedicam a vários.
O ensino especial tem sido alvo de críticas, por não promover
o convívio entre as crianças especiais e as demais crianças. Por
outro lado, a escola direcionada para a educação especial con-
ta com materiais, equipamentos e professores especializados.

LÍNGUA PORTUGUESA
O sistema regular de ensino precisa ser adaptado e pedagogica-
mente transformado para atender de forma inclusiva.
A educação especial denomina tanto uma área de conhecimen-

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO43 SEM


to quanto um campo de atuação profissional. De um modo ge-
ral, a educação especial lida com aqueles fenômenos de ensino
e aprendizagem que não têm sido ocupação do sistema de edu-
cação regular, porém têm entrado na pauta nas últimas duas
décadas por causa do movimento de educação inclusiva. Histo-
ricamente, a educação especial vem lidando com a educação e o
aperfeiçoamento de indivíduos que não se beneficiaram dos mé-
todos e procedimentos usados pela educação regular. Dentro de
tal conceituação, inclui-se em educação especial desde o ensino
de pessoas com deficiências sensoriais, passando pelo ensino de
jovens e adultos, até o ensino de competências profissionais.
Dentre os profissionais que trabalham ou atuam em educação
especial estão: educador físico, professor, psicólogo, fisiotera-
peuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional.
A educação inclusiva, atenta à diversidade inerente à espécie
humana, busca perceber e atender às necessidades educativas
especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns,
em um sistema regular de ensino, de forma a promover a apren-
dizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. Prática pedagó-
gica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível requer mudan-
ças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas,
na formação humana dos professores e nas relações família-
-escola. Com força transformadora, a educação inclusiva aponta VOCABULÁRIO
para uma sociedade inclusiva. Conceituação: definição,
O ensino inclusivo não deve ser confundido com educação es- formulação.
pecial, a qual se apresenta numa grande variedade de formas, Inerente: que é caracterís-
incluindo escolas especiais, unidades pequenas e a integração tica essencial de alguém
ou algo.
das crianças com apoio especializado. O ensino especial é, desde
Multifacetado: que apre-
sua origem, um sistema separado de educação das crianças com
senta características varia-
deficiência, fora do ensino regular, baseado na crença de que as das e peculiares.
necessidades das crianças com deficiência não podem ser supri- Pauta: discussão.
das nas escolas regulares. Existe ensino especial em todo o mun- Sensorial: relativo à sen-
do, seja em escolas de frequência diária, internatos ou pequenas sação.
unidades ligadas à escola de ensino regular.
ECO4U. “Educação especial ou ensino inclusivo?” EBC. 23 out. 2015. Disponível
em: <https://memoria.ebc.com.br/infantil/para-pais/2015/10/educacao
-especial-ou-ensino-inclusivo>. Acesso em: ago. 2023. Adaptado.

Este é o momento oportuno para apli-


car o exercício 4 da seção “Para con-
ferir”, referente aos módulos 52 e 53.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 43 17/11/23 14:50


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
Módulo 54

Neste último módulo, retoma-se o


conceito de apresentação oral, para
que os alunos possam explorar ferra-
FERRAMENTAS DE APOIO À APRESENTAÇÃO ORAL
mentas que apoiam esse tipo de ati- Em apresentações orais, como a palestra, gênero estudado neste capítulo, é
vidade, de forma a vincular o estudo
com os recursos digitais que aprimo- comum que o expositor utilize recursos digitais, para que haja mais clareza
ram a comunicação. comunicativa e também para facilitar a organização de sua própria fala.
Fazer a leitura e a interpretação do
texto. Perguntar aos alunos se eles já
Nesse sentido, é comum vermos, em exposições desse tipo, o uso de apre-
tiveram contato com outros softwares sentação de slides. A importância desse recurso resultou no seu avanço tec-
que são utilizados como recursos em
uma apresentação. nológico. Hoje, existem ferramentas bastante sofisticadas que dão suporte
a uma apresentação oral. Leia o texto a seguir, que explora essa evolução.
CAPÍTULO 6

ROYALTY FREE
44

Softwares de apresentação de slides são ferramentas de apoio a uma exposição oral.

Prezi imitou seu cérebro para virar o antiPowerPoint


Peter Arvai, um dos criadores do Prezi, conta, em entrevista a EXAME.com,
como seu antiPowerPoint conquistou 45 milhões de pessoas, sendo 1,5 milhão
no Brasil
Usado em aulas, palestras e reuniões de negócios, o PowerPoint
é quase sinônimo de apresentação. Se, no passado, os concor-
rentes desse aplicativo da Microsoft se contentavam em imitá-lo,
agora eles inovam. E um dos mais bem-sucedidos é o Prezi.
Esse antiPowerPoint criado na Hungria já tem 45 milhões de
usuários, sendo 1,5 milhão no Brasil. Na semana passada, seus
VOCABULÁRIO autores anunciaram uma parceria com a SOAP, empresa brasilei-
ra especializada em apresentações, que passa a trabalhar com o
Startup: nome atribuído
a empresas que desejam Prezi, entre outras ferramentas.
explorar atividades con- Apresentações produzidas no Prezi são vistas em eventos como o
sideradas inovadoras no Fórum Econômico Mundial e as conferências TED. O aplicativo é em-
mercado de trabalho.
pregado por startups do Vale do Silício, por grandes corporações

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 44 17/11/23 14:50


AUTORIZAÇÃO COC
da lista Fortune 500 e por universidades americanas. No Brasil, é
usado por organizações como Petrobras, Totvs e Sebrae.
Enquanto o PowerPoint usa a metáfora de uma pilha de slides,
o Prezi emprega uma imagem como base para a apresentação.
Navega-se nessa imagem seguindo um caminho previamente
traçado, como se ela fosse um mapa. A cada parada, um efeito
de zoom revela uma tela com textos, gráficos e fotos.
Essa tela é parecida com os slides do PowerPoint. A principal
diferença está na maneira como é feita a transição entre as telas.

LÍNGUA PORTUGUESA
Numa entrevista a EXAME.com, Peter Arvai, cofundador e CEO da
Prezi, explica a ideia por trás disso:
“Se eu perguntar que eletrodomésticos há em sua cozinha, você

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO45 SEM


não vai pensar numa lista. Vai pensar na cozinha e nos lugares
onde ficam esses objetos. É como o cérebro funciona. Quando
você se move entre os slides usando zoom e deslocamento, você
conecta ideias da maneira como está habituado a abordá-las.
O PowerPoint é uma lista. Não é algo natural para nossa mente.”
VOCABULÁRIO
Arvai afirma que essa maneira de navegar faz com que as pes-
soas na plateia retenham uma porcentagem maior das informa- Franqueado: que detém a
ções exibidas. Ele cita o caso da rede americana de academias de franquia (“licença”) de um
negócio por concessão do
ginástica Crunch Fitness:
franqueador.
“Eles fazem apresentações para potenciais franqueados. Depois Metáfora: figura de lin-
que trocaram o PowerPoint pelo Prezi, tiveram um aumento de guagem que consiste em
30% no percentual de interessados que se tornam franqueados.” uma comparação feita de
modo implícito.
Arvai fundou a Prezi em 2009 em Budapeste, na Hungria, com
Reter: guardar na memória.
dois sócios. “Um dos meus sócios é artista plástico. Ele criou uns
trabalhos multimídia que tinham efeitos de zoom e deslocamen-
to. As pessoas adoravam isso. Surgiu, então, a ideia de empregar
a mesma técnica para apresentações de negócios”, conta ele.
O Prezi tem versões para Windows, Mac, iPhone e iPad, além de
uma que funciona na web. Uma conta gratuita permite criar apre-
sentações públicas na web. Opções de assinatura paga possibilitam
produzir apresentações privadas, personalizá-las com o logotipo
da empresa e editá-las off-line com os apps para Windows e Mac.
Este é o momento oportuno para apli-
GREGO, Maurício. “Prezi imitou seu cérebro para virar o antiPowerPoint”. car o exercício 5 da seção “Para confe-
Exame, 28 out. 2014. Disponível em: <https://exame.com/tecnologia/ rir”, referente ao módulo 54.
com-45-milhoes-de-usuarios-prezi-quer-ser-o-antipowerpoint/>.
Acesso em: ago. 2023.

EXPLORE MAIS
Como fazer uma boa
Se, antes, as apresentações elaboradas virtualmente destinavam-se a apresentação
meramente sintetizar as informações que seriam expostas oralmente, Veja dicas sobre como fa-
hoje, softwares como o exemplificado no texto servem também para que o zer uma boa apresentação
público absorva com mais facilidade o conteúdo exposto. usando softwares de apre-
sentação, disponíveis em:
Vale ressaltar que, em softwares de apresentação, podem-se usar inúme- <coc.pear.sn/HpPqvKa>.
ros recursos que agregam sentido ao que se expõe, como gráficos, tabelas e
vídeos. Cada um deles complementa ou evidencia informações que talvez
escapassem ao público. Mais uma comprovação de que a comunicação oral
pode ser muito mais complexa do que o mero ato de transmitir um conteú-
do por meio da fala.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 45 17/11/23 14:50


CAPÍTULO 6

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


EXPOSIÇÃO ORAL
Módulos 48 e 49 | Elementos paralinguísticos

Exercícios de aplicação
Responda às questões com base no texto “Voz transmite liderança e até inteligência, diz estudo”.

1. O título do texto é “Voz transmite liderança e até inteligência, diz estudo”. Explique o valor do ad-
vérbio “até”, nesse contexto, no que diz respeito a atribuir importância à voz.
O advérbio “até” tem o mesmo sentido de “também” ou “inclusive”. Nesse contexto, sua presença serve para destacar o

quanto o tom de voz é importante no ato comunicativo, já que pode influenciar também na percepção que uma pessoa

tem sobre a inteligência de quem fala.


CAPÍTULO 6

2. É possível afirmar que a pesquisa mencionada no texto, empreendida pelo Centro de Pesquisa,
Desenvolvimento e Educação Continuada, é inteiramente objetiva? Por quê?
46

Não, porque, no próprio texto, menciona-se que as impressões causadas pelos tipos de voz são subjetivas; logo, uma

pesquisa relacionada a esse assunto não será completamente objetiva.

3. De acordo com as informações do texto, 45,70% das pessoas consideram incômodo o tipo de voz
associado
a. à passividade.
b. à fragilidade.
c. à inabilidade.
d. ao nervosismo.
e. à falta de sociabilidade.

4. Enem

Como se apresentam os atos de ler e escrever no contexto dos canais de


chat da internet?
O próprio nome que designa estes espaços no meio virtual elucida que os leitores-escritores ali
estão empenhados em efetivar uma conversação. Porém, não se trata de uma conversação nos
moldes tradicionais, mas de um projeto discursivo que se realiza só e por meio das ferramentas
do computador via canal eletrônico mediado por um software específico. A dimensão temporal
desse tipo de interlocução caracteriza-se pela sincronicidade em tempo real, aproximando-se
de uma conversa telefônica, porém, pelas especificidades do meio que põe os interlocutores
em contato, estes devem escrever suas mensagens. Apesar da sensação de estarem falando, os
enunciados que produzem são construídos num “texto falado por escrito”, numa “conversação
com expressão gráfica”. A interação que se dá “tela a tela”, para que seja bem-sucedida, exige,
além das habilidades técnicas anteriormente descritas, muito mais do que a simples habili-
dade linguística de seus interlocutores. No interior de uma enorme coordenação de ações, o
fenômeno chat também envolve conhecimentos paralinguísticos e socioculturais que devem
ser partilhados por seus usuários. Isso significa dizer que essa atividade comunicacional, assim
como as demais, também apresenta uma vinculação situacional, ou seja, não pode a língua,
nessa esfera específica da comunicação humana, ser separada do contexto em que se efetiva.
BERNARDES, A. S.; VIEIRA, P M. T. Disponível em: <www.anped.org.br>. Acesso em: ago. 2012.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 46 17/11/23 14:50


AUTORIZAÇÃO COC
No texto, descreve-se o chat como um tipo de conversação “tela a tela” por meio do computador
e enfatiza-se a necessidade de domínio de diversas habilidades. Uma característica desse tipo de
interação é a
a. coordenação de ações, ou atitudes, que reflitam modelos de conversação tradicionais.
b. presença obrigatória de elementos iconográficos que reproduzam características do texto falado.
c. inserção sequencial de elementos discursivos que sejam similares aos de uma conversa telefônica.
d. produção de uma conversa que articula elementos das modalidades oral e escrita da língua.
e. agilidade na alternância de temas e de turnos conversacionais.

Exercícios propostos

LÍNGUA PORTUGUESA
5. Rosângela Curvo Leite afirma que “a voz é uma das principais ferramentas de comunicação, tanto na
esfera profissional quanto na pessoal”. Dê dois exemplos de comunicação da esfera pessoal em que
a voz possa ser um fator fundamental. Justifique sua resposta.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO47 SEM


Resposta pessoal.

6. Do texto “Voz transmite liderança e até inteligência, diz estudo”, entende-se que, quanto ao poten-
cial de gerar incômodo,
a. a voz estridente opõe-se à voz grave.
b. a voz forte opõe-se à voz instável.
c. a voz hipernasal opõe-se à voz fraca.
d. a voz instável opõe-se à voz fraca.
e. a voz forte opõe-se à voz hipernasal.

7. Enem

A dança é um importante componente cultural da humanidade. O folclore brasileiro é rico


em danças que representam as tradições e a cultura de várias regiões do país. Estão liga-
das aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e
brincadeiras e caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares),
figurinos e cenários representativos.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Proposta curricular do estado de São Paulo: Educação Física.
São Paulo, 2009. Adaptado.

A dança, como manifestação e representação da cultura rítmica, envolve a expressão corporal


própria de um povo – o que se enquadra como elemento paralinguístico, principalmente quan-
do acompanha o canto verbalizado ou mesmo a simples fala. Considerando-a como elemento
folclórico, a dança revela
a. manifestações afetivas, históricas, ideológicas, intelectuais e espirituais de um povo, refletindo
seu modo de expressar-se no mundo.
b. aspectos eminentemente afetivos, espirituais e de entretenimento de um povo, desconsideran-
do fatos históricos.
c. acontecimentos do cotidiano, sob influência mitológica e religiosa de cada região, sobrepondo
aspectos políticos.
d. tradições culturais de cada região, cujas manifestações rítmicas são classificadas em um ranking
das mais originais.
e. lendas, que se sustentam em inverdades históricas, uma vez que são inventadas, servindo ape-
nas para a vivência lúdica de um povo.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 47 17/11/23 14:50


CAPÍTULO 6

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


Módulos 50 e 51 | Palestra

Exercícios de aplicação
1. Qual é o recorte temático presente na palestra apresentada na versão transcrita nestes módulos?
A palestra apresenta como recorte os cuidados necessários por parte do educador para garantir a aprendizagem de seus

alunos.

2. É possível afirmar que existe uma oposição clara entre o histórico escolar da infância do palestrante
e sua especialidade na vida adulta. Explique esse contraste.
Na infância, o palestrante, de acordo com o que ele mesmo relata, foi um aluno que não tinha um bom desempenho escolar
CAPÍTULO 6

(foi multirrepetente); na vida adulta, porém, tornou-se um especialista em educação, especificamente em avaliação escolar.
48

3. Luckesi usa, duas vezes, para se referir à oportunidade de proferir sua exposição, o substantivo “co-
menda”, sofisticado e pouco usual atualmente. Isso indica que a linguagem usada na palestra dele
foi marcada por
a. coloquialidade.
b. informalidade.
c. formalidade.
d. gírias.
e. barbarismos.

4. Enem
O termo agronegócio não se refere apenas à agricultura e à pecuária, pois as atividades ligadas a
essa produção incluem fornecedores de equipamentos, serviços para a zona rural, industrialização
e comercialização dos produtos.
O gráfico seguinte mostra a participação percentual do agronegócio no PIB brasileiro.
30
28,28
27,79 26,46
25,31
25,83
25
23,26 24,74
22,87
22,24 23,92
21,33

20
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). Almanaque Abril 2010. São Paulo: Abril, ano 36. Adaptado.

Esse gráfico foi usado em uma palestra na qual o orador ressaltou uma queda da participação do
agronegócio no PIB brasileiro e a posterior recuperação dessa participação, em termos percentuais.
Segundo o gráfico, o período de queda ocorreu entre os anos de
a. 1998 e 2001.
b. 2001 e 2003.
c. 2003 e 2006.
d. 2003 e 2007.
e. 2003 e 2008.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 48 17/11/23 14:50


AUTORIZAÇÃO COC
Exercícios propostos
5. Releia este trecho da palestra de Cipriano Carlos Luckesi: “manifesto meus agradecimentos a todos,
à medida que indicaram meu nome para receber essa homenagem”. Agora, veja os sentidos expres-
sos por “à medida que” e “na medida em que”.

À medida que = à proporção que


Na medida em que = porque

A expressão “à medida que” foi devidamente utilizada no texto? Por quê?

LÍNGUA PORTUGUESA
Não. O correto seria usar “na medida em que”, pois, neste caso, o sentido que se deseja transmitir é o de “porque”.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO49 SEM


6. Na chamada “aprendizagem ativa”, o educando participa ativamente de seu processo de aprendiza-
do; a figura central, neste caso, não é a do professor, ainda que ele detenha grandes conhecimentos.
Isso se diferencia de uma palestra? Por quê?
Sim, a aprendizagem ativa se diferencia de uma palestra na medida em que, nesta, o público que recebe os ensinamentos

praticamente não se manifesta, pois toda a exposição está centrada na figura do palestrante.

7. Nesta passagem da palestra, “O ser humano é educável. Esse é o ponto de partida para minha expo-
sição. Aproximadamente, 95% da população mundial tem uma estrutura da saúde mental e psicoló-
gica chamada saudável, por não portarem carências específicas”, além da tese do palestrante (a de
que o ser humano é educável), há também o que se pode classificar como
a. orientação.
b. instrução.
c. conceito.
d. argumento.
e. antítese.

Módulos 52 e 53 | Produção de relatório

Exercícios de aplicação
1. Um relatório é semelhante a uma palestra por predominar, nele, o gênero textual
a. injuntivo.
b. argumentativo.
c. descritivo.
d. expositivo.
e. conversacional.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 49 17/11/23 14:50


CAPÍTULO 6

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


2. Enem

Deficientes visuais já podem ir a algumas salas de cinema e teatros para curtir, em maior
intensidade, as atrações em cartaz. Quem ajuda na tarefa é o aplicativo Whatscine, recém-
-chegado ao Brasil e disponível para os sistemas operacionais iOS (Apple) ou Android
(Google). Ao ser conectado à rede wi-fi de cinemas e teatros, o app sincroniza um áudio
que descreve o que ocorre na tela ou no palco com o espetáculo em andamento: o usuário,
então, pode ouvir a narração em seu celular.
O programa foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Carlos III, em Madri. “Na
Espanha, 200 salas de cinema já oferecem o recurso, e filmes de grandes estúdios já são
exibidos com o recurso do Whatscine!”, diz o brasileiro Luis Mauch, que trouxe a tecnologia
para o país. “No Brasil, já fechamos parceria com a São Paulo Companhia de Dança para
adaptar os espetáculos deles. Isso já é um avanço! Concorda?”
CAPÍTULO 6

Disponível em: <http://veja.abril.com.br>. Acesso em: jun. 2014. Adaptado.

Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a intenção do emissor, a linguagem
50

apresenta funções diferentes. Nesse fragmento, predomina, assim como no gênero relatório, uma
linguagem objetiva, porque há a presença de elementos que
EXPLORE MAIS a. buscam convencer o leitor, incitando o uso do aplicativo.
Como fazer um b. definem o aplicativo, revelando o ponto de vista da autora.
relatório c. evidenciam a subjetividade, explorando a entonação emotiva.
Veja mais deta- d. expõem dados sobre o aplicativo, usando linguagem denotativa.
lhadamente como e. objetivam manter um diálogo com o leitor, recorrendo a uma indagação.
fazer um relatório
no vídeo disponí- 3. Agora, você vai elaborar uma breve pesquisa a respeito do que as pessoas da sua comunidade escolar
vel em: <coc.pear. sabem sobre as diferenças entre educação especial e ensino inclusivo, e da opinião delas sobre uma e
sn/chQR3Yl>. outra forma de educar. Durante as entrevistas, não se esqueça de anotar as respostas dadas. Em segui-
da, você vai redigir um relatório de 20 a 30 linhas, que contenha uma explicação inicial sobre o tema,
com base na leitura do texto reproduzido neste módulo, além, evidentemente, dos resultados de sua
pesquisa. Organize, se possível, tais informações em categorias, aproveitando, assim, para realizar uma
análise do que você conseguiu coletar. Quando o relatório estiver finalizado, leia-o em voz alta para os
colegas, para que se promova um debate a respeito do tema. Redação pág. 273

Exercícios propostos
4. O gênero relatório é bastante utilizado no meio
a. artístico.
b. jornalístico.
c. científico.
d. comercial.
e. propagandístico.

5. Enem

A imagem da negra e do negro em produtos de beleza e estética do racismo


Resumo: este artigo tem por finalidade discutir a representação da população negra, espe-
cialmente da mulher negra, em imagens e produtos de beleza presentes em comércios do
nordeste goiano. Evidencia-se que a presença de estereótipos negativos nessas imagens
dissemina um imaginário racista apresentado sob uma forma de uma estética racista que
camufla a exclusão e normaliza a inferiorização sofrida pelos(as) negros(as) na socieda-
de brasileira. A análise do material imagético aponta a desvalorização estética do negro,
especialmente da mulher negra, e a idealização da beleza e do branqueamento a serem

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 50 17/11/23 14:50


AUTORIZAÇÃO COC
alcançados por meio do uso dos produtos apresentados. O discurso midiático-publicitário
dos produtos de beleza rememora e legitima a prática de uma ética racista construída e
atuante no cotidiano. Frente a essa discussão, sugere-se que o trabalho antirracismo, fei-
to nos diversos espaços sociais, considere o uso de estratégias para uma “descolonização
estética” que empodere os sujeitos negros por meio de sua valorização estética e protago-
nismo na construção de uma ética da diversidade.
Palavras-chave: estética, racismo, mídia, educação, diversidade.
SANT’ANA, J. A imagem da negra e do negro em produtos de beleza e estética do racismo. Dossiê: trabalho e
educação básica. Margem interdisciplinar. Versão digital. Abaetetuba, n. 16, jun. 2017. Adaptado.

LÍNGUA PORTUGUESA
O cumprimento de uma linguagem objetiva é uma marca característica do gênero resumo de artigo
acadêmico. Na estrutura desse texto, essa linguagem é estabelecida pela

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO51 SEM


a. impessoalidade, na organização da objetividade das informações, como em “Este artigo tem por
finalidade” e “Evidencia-se”.
b. seleção lexical, no desenvolvimento sequencial do texto, como em “imaginário racista” e “estéti-
ca do negro”.
c. metaforização, relativa à construção dos sentidos figurados, como nas expressões “descoloniza-
ção estética” e “discurso midiático-publicitário”.
d. nominalização, produzida por meio de processos derivacionais na formação de palavras, como
“inferiorização” e “desvalorização”.
e. adjetivação, organizada para criar uma terminologia antirracista, como em “ética da diversidade”
e “descolonização estética”.

Módulo 54 | Ferramentas de apoio à apresentação oral

Exercícios de aplicação
Responda aos exercícios 1 e 2 com base no texto “Prezi imitou seu cérebro para virar o antiPowerPoint”.

1. Conforme o que o texto apresenta, para você, em que medida uma apresentação feita por um
software como o Prezi auxilia na exposição de um tema como “educação especial × ensino inclusivo”,
mencionado anteriormente neste capítulo?
Resposta pessoal.

2. A eficácia do Prezi pode ser justificada pelo fato de que esse programa
a. permite apresentações muito coloridas.
b. funciona de forma parecida com a do nosso cérebro.
c. possibilita o uso de trilha sonora durante a apresentação.
d. equivale a uma pilha de slides.
e. tem uma dinâmica parecida com a dos games.

3. Releia o texto “Educação especial ou ensino inclusivo” apresentado nos módulos anteriores.
a. Caso você tivesse de fazer uma apresentação sobre esse tema, como você organizaria seu slide
com o título “Educação inclusiva”? Indique o conteúdo que estaria nele por meio de tópicos.
Resposta pessoal. Sugestão:

• voltada para “as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos”;

• desenvolvida em sistema regular de ensino;

• “prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível”;

• objetivo de uma sociedade inclusiva.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 51 17/11/23 14:50


CAPÍTULO 6

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


b. Para ilustrar seu slide, qual das duas imagens a seguir seria mais adequada? Por quê?

ROYALTY FREE

ROYALTY FREE
CAPÍTULO 6

A segunda imagem seria mais adequada, visto que mostra a inclusão na sala de aula, ao ter um cadeirante estudando com

outros alunos. A primeira imagem ilustra a dificuldade de acesso de um cadeirante, visto que as escadas impedem que

ele vá ao lugar a que deseja ir.


52

Exercícios propostos
4. O software Prezi foi criado
a. na Islândia. d. no Brasil.
b. no Vale do Silício. e. no Japão.
c. na Hungria.

5. Enem

REAÇÕES CELÍACAS AO LER UM RÓTULO SEM GLÚTEN

ROYALTY FREE
Não Sem Sem Sem Sem Rótulo
Contém Glúten Glúten Glúten, Glúten, tá todo
Glúten e com e Barato e mas pode errado.
:) Sabor Barato Gostoso conter traços. :(
CURTIR! AMEI! HAHA! UAU! TRISTE! GRR!
Disponível em: <www.facebook.com/omeusegredinho>. Acesso em: dez. 2017. Adaptado.

Esta imagem poderia ser usada em uma apresentação virtual que tratasse da doença celíaca. Ela
ilustra a reação dos celíacos (pessoas sensíveis ao glúten) ao ler rótulos de alimentos sem glúten.
Essas reações indicam que, em geral, os rótulos desses produtos
a. trazem informações explícitas sobre a presença do glúten.
b. oferecem várias opções de sabor para esses consumidores.
c. classificam o produto como adequado para o consumidor celíaco.
d. influenciam o consumo de alimentos especiais para esses consumidores.
e. variam na forma de apresentação de informações relevantes para esse público.

6. Produza uma apresentação simples para o conteúdo do roteiro que você produziu nos módulos
anteriores. Se precisar, consulte as dicas do boxe “Explore mais”, presente na teoria.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 52 17/11/23 14:50


AUTORIZAÇÃO COC
LÍNGUA PORTUGUESA
COMUNICAÇÃO

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO53 SEM


Oral Escrita

Palestra: exposição oral centrada


Relatório: gênero textual bastante
na figura do palestrante;
usado no meio científico para expor
apresentação das ideias com
os resultados de pesquisas.
clareza e coesão.

Ferramentas de apoio a uma


apresentação oral: contribuem para
uma comunicação eficaz.

Exercícios desta seção


disponíveis em:
<link.coc.com.br/KNxC5Gp>.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 53 17/11/23 14:50


ANOTAÇÕES

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


/  /

CO EF 06 INFI 1B LV 01 MI ANOTACAO.indd 262 29/08/23 17:58


SEM AUTORIZAÇÃO COC
Redação pág. 50

Nome:

Número: Ano: Módulo(s):

1. O objetivo dessa proposta textual é verificar se os alunos elaboram um texto que se enquadre no gênero relatório, ainda que de forma

273 LÍNGUA PORTUGUESA


2. aproximada, tendo em vista que se trata de um dos primeiros contatos deles com esse gênero textual.

3. 1. Neste critério, o importante é verificar se o texto corresponde à proposta de redação, que é elaborar um relatório com base nas informações

4. apresentadas sobre a oposição entre educação especial e educação inclusiva.

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO


5. 2. Aqui, é importante avaliar se, no texto, os alunos demonstram conhecimento do caráter expositivo do gênero relatório, marcado por

6. objetividade, síntese e clareza na veiculação de informações.

7. 3. Quanto a este critério, é preciso observar se possíveis leitores do texto conseguiriam acompanhar, sem dificuldade, a sequência das

8. informações expostas; ademais, o texto deve estar dividido adequadamente em parágrafos – estruturas mais complexas, com várias infor-

9. mações –, em atendimento ao sexto critério.

10. 4. Este critério corresponde à coerência, de maneira ainda simplificada neste momento: é preciso avaliar a organização e a clareza das

11. informações apresentadas, sem que uma se confunda com outra ou alguma não possa ser imediatamente compreendida pelos leitores.

12. 5. É necessário verificar se, no texto produzido, há referências explícitas ao tema proposto, que se refere ao contraste entre educação

especial e educação inclusiva.


13.
6. Na avaliação deste critério, é preciso verificar se os alunos escreveram em atendimento à prosa, seccionando o texto em parágrafos bem
14.
organizados. Deve-se avaliar, também, se as informações incluídas no texto foram bem distribuídas ao longo da composição.
15.
7. Quanto a este critério, considerar os recursos de que os alunos já dispõem para evitar a repetição desnecessária de palavras, expressões
16.
e estruturas.
17.
8 e 9. Para avaliar a correção do texto quanto às regras de ortografia e ao uso dos sinais de pontuação, é preciso levar em consideração o
18.
aprendizado dos alunos; deve-se lembrar que, ao longo dos Anos Iniciais, a ortografia e a pontuação já foram estudadas.
19.

20.

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 273 17/11/23 14:53


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
21. 10. De maneira semelhante, na avaliação deste critério, é fundamental levar em consideração o vocabulário que os alunos já conhecem.

22. Há de se considerar que eles estão prestes a ingressar no Ensino Médio e que, portanto, já devem ter uma bagagem razoável quanto ao

23. domínio desse tópico.

24.

25.

26.
CAPÍTULO 6

27.

28.
274

29.

30.

31.

32.

33.

34.

35.

Módulos 52 e 53 | Produção de relatório


CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA Sim Parcialmente Não

Tema 1. Atende ao tema proposto?


Gênero 2. Corresponde ao gênero textual relatório?
3. Há linearidade no texto?
4. Expõe as ideias de modo claro?
Coesão e
5. Atende à proposta sugerida?
coerência
6. Apresenta divisão adequada em parágrafos?
7. Repete palavras sem necessidade?
8. Respeita as normas ortográficas?
Língua 9. Utiliza os sinais de pontuação adequadamente?
10. Apresenta riqueza de vocabulário?

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G3.indd 274 17/11/23 14:53


SEM AUTORIZAÇÃO COC
ENCARTE
Encarte pág. 29

Tenha amor a seus livros

Ele tem aversão a pessoas

Cultivemos o amor da família

275 LÍNGUA PORTUGUESA


O homem está apto a trabalhar

Olhos ansiosos de novas paisagens

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO


Seu avô estava ansioso por vê-la

Estou ansioso para ler o livro

Ele é afável com sua filha

Ele vive alheio a tudo

João está alheio de carinho fraternal

Paula tem aversão por itens supérfluos

Pilates traz benefícios à saúde

Ele é capaz de tudo

Seu computador é compatível com este

Vitória é curiosa por natureza

A menina é fanática por histórias em quadrinhos

Este alimento está livre de açúcares

Tenho simpatia por Ana

CO EF 09 INFI 91 1B LV 03 MI DMUL PR_DLPO G030 - ENC_P4.indd 275 31/08/23 17:21


PROJETO I N T E R D I S C I P L I N A R

É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC


GRUPOS 1, 2 E 3 | VARIAÇÕES humanas, que, aliás, hoje, já são tantas, dificultando o
entendimento do seu papel para a sociedade e even-
tualmente tornando-o banalizado por algumas pes-
Objetivo soas. A proposta da atividade é a de fazer com que os
A partir de uma proposta criativa de encenação, criar alunos, em grupos, façam a encenação de um dia na
a possibilidade de os alunos reconhecerem e explicarem vida de uma pessoa, apontando, pelo menos, quatro
diversos empregos da Ciência no cotidiano das pessoas. usos que exemplificam a aplicação de uma área do co-
nhecimento científico. Lembrando que são inúmeros,
Áreas trabalhadas desde o momento em que toca o despertador do celu-
Ciências da Natureza e Arte lar, em que se liga a cafeteira, comprime-se o tubo do
creme dental, liga-se o carro, transita-se pelas ruas e
Justificativa avenidas até chegar ao trabalho etc. Os alunos deve-
rão fazer, portanto, uma representação de parte ou de
Levar os alunos a reconhecer que, no mundo con-
todo um dia de uma pessoa, acompanhada de narra-
temporâneo, as Ciências estão presentes, inclusive em
ção que explique o que está sendo solicitado nesta ati-
sua rotina, ampliando, assim, a visão do seu emprego
vidade. Discutir a proposta e levantar sugestões, antes
e importância na vida das pessoas.
que iniciem a elaboração do trabalho.

Material necessário Conclusão


Poderá variar, de acordo com a apresentação de Realizar com os alunos um processo de autoavalia-
cada grupo. ção com base nas seguintes perguntas.

Desenvolvimento — O que você achou mais interessante na elabora-


ção deste projeto?
As Ciências nascem da eterna necessidade de o ser
humano entender o mundo que o rodeia. Desse modo, — O que mais lhe chamou a sua atenção nas apre-
o conjunto de conhecimento acumulado por ela é apli- sentações dos demais grupos?
cado, inclusive, para criar máquinas, equipamentos e — O que a proposta dessa atividade contribuiu
aparelhos dos mais simples aos mais sofisticados, com para a sua reflexão a respeito do papel da Ciência
o propósito de atender as mais diversas necessidades no seu cotidiano?

CO EF 09 INFI 91 1B LV 01 MI INICIAIS PR.indd 14 17/11/23 07:48


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
HORÁRIO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO

ESCOLA:
DADOS

NOME:

TURMA: NÚMERO:

HORÁRIO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO

CO EF 09 INFI 02 2B LV 02 MI DLPO PR CAPA.indd 5-7 06/10/23 17:49


É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO COC
VOLUME 1
LIVRO DO PROFESSOR
Ensino
Fundamental
ANOS FINAIS

LÍNGUA PORTUGUESA

CO EF 09 INFI 02 2B LV 02 MI DLPO PR CAPA.indd 2-4 06/10/23 17:49

Você também pode gostar