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VOLUME 1
LIVRO DO PROFESSOR
Ensino
Fundamental
ANOS FINAIS
LÍNGUA PORTUGUESA
ESCOLA:
DADOS
NOME:
TURMA: NÚMERO:
Grupos 1, 2 e 3
VARIAÇÕES
1
George F. Simmons
OBJETIVOS DO GRUPO
Relação dos objetivos de
aprendizagem a serem
desenvolvidos no grupo.
4
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CAPÍTULO
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desta seção
Exercícios em:
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m.br/FLoc9 Módulo 1
<link.coc.co
1. Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.
A Química é a ciência que estuda a composição e a transformação da matéria e organiza nossos
conhecimentos sobre a natureza.
30/07/2023
15:30 Os processos químicos são irrelevantes para a vida.
Não é possível perceber a Química sendo utilizada em nosso cotidiano, como ao preparar um café,
por exemplo.
QUÍMICA
148 A Química é utilizada em diversas áreas, como na saúde, na agricultura, na indústria de cosmé-
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Módulo 2
161
2. A água é uma substância que existe em grande quantidade em nosso planeta. Ela se apresenta na
natureza em três estados físicos. Relacione os estados físicos da água ao exemplo de como ela se
apresenta na natureza.
Estado físico Exemplo
c. Gasoso
Vapor de água na atmosfera
Geleiras
Módulo 3
ENCARTES E ADESIVOS
Apresentam recursos
complementares
que enriquecem o
desenvolvimento
dos módulos.
Exercícios pro
postos
Nome:
Redação pág. 59
Número:
Ano:
Módulo(s):
1.
2.
2
CAPÍTULO
3.
4.
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5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
13.
destacáveis, facilitando
15.
16.
20.
CO EF 09
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16:06
Acabei.
Álvaro de Campos
VOCABULÁRIO
Mais-valia: excedente
obtido pela diferença en- VOCABULÁRIO
tre o custo de produção Explica, de maneira
de um produto e o valor
mais acessível e dentro
de sua venda. O custo de
NOTA produção é obtido pela do contexto, termos e
soma do valor da matéria- conceitos, favorecendo sua
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produção e o salário pago
e apropriação.
ao operário produtor.
NOTA
Traz informações
históricas ou sobre
estudiosos que se
destacaram no contexto
Anaxágoras (500-430 a.C.)
do conteúdo em estudo.
A palavra “física” tem origem
no termo grego, physis, cujo EXPLORE MAIS
significado é natureza. Um
Ser ou não-ser
dos primeiros físicos foi pro-
vavelmente Anaxágoras, que Para entender melhor
viveu na costa oeste da atual a filosofia de Heráclito,
Turquia. Professor de Filoso- acesse o vídeo apresen-
tado por Viviane Mosé,
fia em Atenas, sua principal EXPLORE MAIS “Ser ou não-ser – Heráclito
contribuição foi o Nous, que
São dicas de sites, textos – devir e a luta dos con-
ele considerava o princípio de
e links, em ambiente trários”. Disponível em:
todas as coisas, ou seja, um
simples objeto que conteria digital, relacionados <coc.pear.sn/tCxWrnc>.
todos os elementos do uni- ao conteúdo estudado,
verso. Com esse pensamento,
possibilitando ampliação
Anaxágoras tornou-se um dos
primeiros estudiosos a des- e aprofundamento.
vincular a ciência da religião
e foi, por isso, condenado à
morte, embora tenha fugido.
SELOS
Os selos remissivos indicam o momento em que serão disponibilizados
materiais complementares ao desenvolvimento do módulo.
Redação pág. 399 Encarte pág. 399 Redação pág.399 Encarte pág.399 Adesivo
LÍNGUA
PORTUGUESA
Textos jornalísticos, MATEMÁTICA
cobertura e checagem de Razão e proporção
fatos, verbos de ligação,
predicativo e produção
de texto
FI AR GE
EDUCAÇÃO CS AR
8
FÍSICA
FÍSICA
Estudo do movimento
Muay thai
HI MA BI MA QM
CIÊNCIAS BIOLOGIA
SOCIAIS
Astronomia e
Filosofia grega: vida na Terra
Parmênides e Heráclito
AR BI LP GE HI
GEOGRAFIA HISTÓRIA
Economia mundial pós- História do Brasil:
-guerra, globalização e Monarquia e Primeira
capital financeiro República
BI LP MA LP AR
A incursão pela ideia de inteligências múltiplas e pelas particularidades e formas de aprendizado é uma
oportunidade de promover um trabalho interdisciplinar ao utilizar-se dos conteúdos das disciplinas
como exemplos. Sugerimos abordar as seguintes inteligências: lógico-matemática, espacial, linguísti-
ca, naturalista, interpessoal e intrapessoal; estas duas últimas podem ser associadas com o conteúdo
específico de Ciências Sociais.
AUTORIZAÇÃO COC
SIMONKR/ISTOCK
LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO11 SEM
CAPÍTULO 1 NOTÍCIA QUENTE
OBJETIVOS DO GRUPO
• Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os
efeitos das novas tecnologias no campo e as condições que
O que é ética?
ÉTICA JORNALÍSTICA
A palavra “ética” vem do grego Toda profissão deve respeitar um código de ética específico. No Brasil, por
ethos, (ἔθος, com épsilon inicial), exemplo, os jornalistas devem seguir o Código de Ética dos Jornalistas
que significa modo de ser, costu-
me ou hábito. É o que distingue Brasileiros, que regulamenta deveres e limitações a esses profissionais.
um grupo social e cultural dos Vamos conhecer um pouco do que diz o Código de Ética dos Jorna-
outros, por isso remete à iden-
tidade social. Refere-se ao com- listas Brasileiros. Assim, ao lermos um texto de uma revista ou um
portamento humano advindo da jornal, sejam impressos ou em versão on-line, poderemos analisá-lo
repetição dos mesmos atos, que sob o ponto de vista da ética.
remete a uma orientação habitual
para agir de certa maneira. Esse
CAPÍTULO 1
nhecer um pouco do texto do Código de Ética dos – Lutar pela liberdade de pensamento e expressão;
Jornalistas Brasileiros. Portanto, joga-se luz à ética
jornalística, especialmente por meio do texto inti- – Defender o livre exercício da profissão;
tulado “A utopia da imparcialidade jornalística”, cujo
– Valorizar, honrar e dignificar a profissão;
objetivo principal é promover uma leitura crítica e
estimular uma discussão sobre o papel do jorna- – Opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os
lismo e dos jornalistas. Dessa maneira, leva-se os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos do Homem;
alunos a refletir sobre como tal função tem sido
desempenhada, inclusive nos meios virtuais de di- – Combater e denunciar todas as formas de corrupção, em especial quando
vulgação de informações. exercida com o objetivo de controlar a informação;
Nesse sentido, é interessante estimular os alunos a
buscar textos jornalísticos, fazendo uma leitura aten-
– Respeitar o direito à privacidade do cidadão;
ta e analítica. Os alunos de 9o ano já devem ter tido […]
contato com alguns gêneros textuais jornalísticos,
estudados em anos anteriores, e é possível lembrá- Art. 10 – O jornalista não pode:
-los de como a ética profissional deve ser considerada […]
na criação de diferentes gêneros de texto no campo
midiático. – Submeter-se a diretrizes contrárias à divulgação correta da informação;
Vale ainda lembrar aos alunos que o conteúdo apre- – Frustrar a manifestação de opiniões divergentes ou impedir o livre debate;
sentado em um jornal televisivo também consiste
em um texto e que, portanto, deve seguir as mesmas
– Concordar com a prática de perseguição ou discriminação por motivos so-
normas. Os alunos devem terminar a interpretação ciais, políticos, religiosos, raciais, de sexo e de orientação sexual;
do texto “A utopia da imparcialidade jornalística”
[…]
carregados de reflexões que lhes permitam fazer
leituras mais atentas em relação à ética profissional REDAÇÃO. Associação Brasileira de Imprensa. Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros.
jornalística, especialmente em nosso país. Disponível em: <http://www.abi.org.br/institucional/legislacao/codigo-de-etica-dos-
jornalistas-brasileiros/>. Acesso em: jul. 2023.
EXPLORE MAIS
Princípios internacionais É possível verificar, por meio dos artigos apresentados no Código de
da ética profissional no
jornalismo Ética que acabamos de ler, que os deveres dos jornalistas, no exercício
No site da Associação Bra- da profissão, estão relacionados à informação e ao direito a ela pela
sileira de Imprensa (ABI), população, bem como ao respeito aos direitos dos homens. Por meio do
também pode ser encon-
trada uma lista de princí-
texto lido, também é possível saber que um jornalista, em nosso país,
pios internacionais da ética deve cuidar de divulgar informações verdadeiras, lutar pela liberdade
profissional no jornalismo. de expressão e ser contra a disseminação de discriminações a grupos
Você pode conhecê-la em:
<coc.pear.sn/FmMEHuf>. sociais.
Ética e imparcialidade
Na atualidade, há uma questão em evidência, que envolve também
a ética profissional e o jornalismo. Trata-se da imparcialidade em
AUTORIZAÇÃO COC
ou reportagem) consiga praticar a imparcialidade, bem como perceber que o texto do autor é opinativo e contém a visão do autor de que é utópico um jornalista/
repórter atingir a imparcialidade absoluta. É possível e essencial trabalhar a metalinguagem, visto que o texto em questão trata de uma opinião e, portanto, apesar
textos informativos. Devemos considerar que, para que um jornalista
expresse opiniões acerca de um acontecimento, os jornais reservam EXPLORE MAIS
espaços para artigos pessoais. Os textos que têm como finalidade in- A velocidade da
formar devem, por sua vez, manter-se fiéis à imparcialidade, ou seja, informação e a ética
não devem conter percepções ou julgamentos do autor, procurando jornalística
É bem provável que a ética
apenas informar os leitores e deixando que estes conheçam a realida- jornalística nunca tenha sido,
de dos fatos e, caso tenham interesse, formem suas próprias opiniões tão fortemente, o centro do
ou busquem análises prontas nos textos opinativos. debate como é atualmente.
Com a facilidade de se di-
Contrariando essa lógica, hoje em dia, muitos veículos são acusados de vulgarem e de se obterem
LÍNGUA PORTUGUESA
informações, especialmente
praticarem a parcialidade na criação de notícias, deixando seu posiciona-
em razão da revolução digital
mento político e ideológico transparecer em textos que deveriam apenas pela qual passamos, postu-
informar o leitor sobre acontecimentos. Jornalistas brasileiros já escre- ras reprováveis ligadas a essa
e, além disso, é obrigado a respeitar a linha editorial do veículo para o qual trabalha. Devem ser apresentados aos alunos a tese e os argumentos do autor. Ao final
da leitura, os alunos devem ter entendido o conceito de imparcialidade, implícito no texto e evidenciado pelo professor.
VOCABULÁRIO perguntam sobre ética jornalística, respondo o que li ou ouvi – e não me recordo de
quem – que se como jornalista tiver de prejudicar alguém importante pense duas vezes
Tarimba: tempo de práti- e se for prejudicar alguém que não terá condições de se defender depois, não o faça.
ca em alguma profissão ou Aos amigos que estão e estiveram na tarimba, concordamos, acredito, que essa é
arte; experiência, jeito.
uma profissão maravilhosa, porém espinhosa, que não paga toda nossa dedicação e
trabalho, bem diferente do que alguns pensam ser ao ver e confundir o apresentador
de reality-show com o repórter, quando ali ele interpreta papéis bem distintos.
VIANA, Victor. A utopia da imparcialidade jornalística. Observatório da Imprensa. 9 abr. 2013.
Disponível em: <https://www.observatoriodaimprensa.com.br/feitos-desfeitas/_ed741
NA PRÁTICA _a_utopia_da_imparcialidade_jornalistica/>. Acesso em: ago. 2023. Adaptado.
Profissão jornalismo
O profissional do campo jor-
nalístico não é responsável O texto anterior consiste na opinião de um jornalista acerca da imparciali-
CAPÍTULO 1
apenas por manter, de manei- dade jornalística. Assim, além de poder ser utilizado para o entendimento de
ra geral, a população informa- como a imparcialidade pode ser praticada, é também um exemplo de texto
da. Qualquer pessoa pode ser
informante, uma vez que toda opinativo e, portanto, parcial. Como em todo bom texto de opinião, o autor
mensagem que recebemos é apresenta uma tese e alguns argumentos para sustentá-la.
14
MIHAILOMILOVANOVIC/ISTOCK
mente, com diversas platafor-
mas nas quais ele pode atuar,
desde o jornal impresso até
noticiários de televisão ou
plataformas on-line.
EXPLORE MAIS
O jornalismo digital e o
futuro do impresso
Assista ao vídeo sobre o
jornalismo digital e o futu-
ro do impresso, disponível
em: <coc.pear.sn/Hi5i2NZ>.
LÍNGUA PORTUGUESA
qualidade do que pode ser transmitido. em razão do que orienta a BNCC, aqui
a abordagem levará em conta alunos
A divulgação de notícias falsas sempre existiu, porém, de poucos anos que já tenham certo domínio sobre o
tópico e que, portanto, poderão avan-
para cá tornou-se mais frequente. Em uma sociedade em que a informação çar em suas reflexões. Sendo assim, o
MIXETTO/ISTOCK
síveis de publicar informação falsa, pela A base prevê, por exemplo, que o aluno do sexto ao nono ano do ensino fun-
urgência para fazer uma publicação, e damental desenvolva a habilidade de leitura e produção de textos jornalísticos
que, na internet e nas redes sociais, o
risco de divulgação e proliferação desse em diferentes fontes, veículos e mídias, a autonomia e o pensamento crítico
tipo de informação aumenta, já que o para se situar em relação a interesses e posicionamentos diversos, além de
conteúdo circula livremente e de forma
muito rápida.
saber diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio.
“A questão da confiabilidade da informação, da proliferação de fake news [no-
tícias falsas], da manipulação de fatos e opiniões tem destaque e muitas das ha-
bilidades se relacionam com a comparação e a análise de notícias em diferentes
fontes e mídias, com análise de sites e serviços checadores de notícias [...]”, diz
um trecho do documento.
Para os estudantes do ensino médio, as habilidades preveem a ampliação do re-
pertório de escolhas de fontes de informação e opinião, a comparação de informa-
ções sobre um fato em diferentes mídias, além do uso de procedimentos de che-
cagem de fatos e fotos publicados para combater a proliferação de notícias falsas.
A base também recomenda que os alunos possam atuar de maneira ética e
crítica na produção e compartilhamento de comentários, textos noticiosos e de
opinião e memes nas redes sociais ou em outros ambientes digitais.
CAMPOS, Ana Cristina. Educação midiática forma cidadãos conscientes, dizem especialistas. Agência
Brasil. 9 fev. 2019. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2019-02/
educacao-midiatica-forma-cidadao-consciente-dizem-especialistas>. Acesso em: jul. 2023.
LÍNGUA PORTUGUESA
tura da notícia “Inep desmente notícia
O que é fact-checking? falsa de que o Enem foi cancelado”.
Com base na situação retratada por
O fact-checking é uma checagem de fatos, isto é, um confrontamento de histó- ela, é possível reforçar a importância
rias com dados, pesquisas e registros. de checar as notícias compartilhadas
A manipulação de um fato, por meio das fake news, pode ocorrer para
positivar situações ou imagens, bem como para torná-las negativas. O tex-
to que você acabou de ler, por exemplo, cita manipulações de informações
sobre o mundo político.
A divulgação de notícias falsas, entretanto, pode abranger qualquer es-
fera. Hoje em dia, por exemplo, com a grande circulação de notícias sobre
pessoas do meio artístico, muitas informações falsas são divulgadas e, de-
pois, retratadas. Além disso, são divulgados fatos falsos sobre o mundo do
futebol, dos lançamentos de filmes e séries ou dos games. É possível que,
empolgados com uma novidade, acabemos passando adiante falsas infor-
mações aos nossos amigos ou familiares.
Faz-se importante, apesar da euforia pela divulgação de boas ou más no-
tícias, a checagem dos fatos. Muitas informações superficiais podem ser
checadas rapidamente, buscando-as em fontes mais confiáveis, que citem
dados ou que não sejam tendenciosas na comunicação de um fato. Outras,
que pareçam muito “quentes”, como a notícia do falecimento repentino de
uma figura pública, exigem que se espere uma apuração real.
As fake news também podem aparecer entre os fatos noticiados sobre
educação. Por tratarem de casos muito recentes e de grande abrangência,
acabaram, por exemplo, em 2018, afetando as informações que chegavam
aos estudantes que prestariam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
naquele ano.
cancelado
Circula nas redes sociais uma notícia falsa de que o Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) foi cancelado, segundo
o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
18
Note que a fake news divulgada nas redes sociais simulou, segundo o
texto lido, uma notícia do conhecido portal G1. Esta também é uma carac-
terística de muitas fake news: divulgar informações falsas como se fossem
de sites que têm credibilidade, a fim de convencer o leitor de que são ver-
dadeiras.
Segundo o texto, o Inep declarou: “Apenas os portais e redes sociais do
Ministério da Educação e do Inep são fontes oficiais de informações sobre o
Enem”. Essa afirmação chama a atenção para uma atitude de leitor crítico,
exigida em tempos como este: a busca, sempre que possível, por uma fonte
de informação oficial. Nesse caso, sendo o Inep o Instituto responsável pela
realização da prova do Enem e o Ministério da Educação o solicitante da
prova, os candidatos precisam saber que as informações verdadeiras refe-
rentes ao exame serão publicadas nos sites desses órgãos.
LÍNGUA PORTUGUESA
da situação da falsa notícia sobre o Enem, que poderia ser conferida no site
do Ministério da Educação.
Pessoas públicas do meio artístico, jornalístico ou de outras áreas do co-
Precisamos ser responsáveis ao compartilhamos informações, por isso a checagem de fatos é muito importante.
métodos de checagem, de modo a en- estudo acerca da divulgação de notícias falsas. Leia trechos relevantes
tender um pouco do procedimento de
da matéria.
Fake news apelam e viralizam mais do que dizem Soroush Vosoughi, Deb Roy e Sinan Aral no estudo.
notícias reais, mostra estudo […]
Pesquisadores do MIT analisaram 126 mil notícias que circu- Dos vários tipos existentes, as notícias falsas que fala-
laram no Twitter entre 2006 e 2017 vam sobre política tiveram propagação mais intensa, se
Notícias falsas, as chamadas fake news, espalham-se espalhando três vezes mais do que notícias falsas de ou-
pelas redes sociais de forma mais rápida, mais fácil e tros assuntos.
mais ampla do que as notícias reais. O motor da men- Ainda assim, fake news sobre terrorismo, desastres na-
tira na internet não é composto só por robôs. São as turais, ciência, lendas urbanas e informações financeiras
próprias pessoas que, levadas por sentimentos de sur- se disseminaram na rede de forma mais rápida e mais
presa, repulsa e medo, compartilham as fake news de fácil do que suas similares verdadeiras.
forma abundante.
Para Pablo Ortellado, professor de Gestão de Políticas
Esses achados estão no maior estudo já feito sobre a Públicas da USP e colunista da Folha, o que faz com que
disseminação de notícias falsas na internet, publicado notícias falsas se tornem “virais” é o apelo a sentimentos
na revista Science nesta quinta (8). Pesquisadores do MIT políticos das pessoas em um momento de polarização da
(Massachusetts Institute of Technology), nos EUA, anali- sociedade. Contudo, as notícias verdadeiras que apelam
saram cerca de 126 mil notícias que circularam no Twitter para esses mesmos sentimentos também atingem grande
no período entre 2006 e 2017. Elas foram tuitadas por desempenho nas redes.
cerca de 3 milhões de pessoas e retuitadas mais de 4,5
[…]
milhões de vezes.
No estudo, as notícias foram designadas como verda- Ortellado, que não participou da pesquisa publicada na
deiras ou falsas com base na verificação feita por seis revista científica Science, faz a ressalva de que é necessá-
organizações independentes de checagem de fatos. Os rio tomar o cuidado ao fazer comparações de desempe-
pesquisadores buscaram então apontar a probabilidade nho entre notícias falsas e verdadeiras com base no que
de uma notícia publicada na rede criar uma “cascata” de é checado por organizações que verificam a veracidade
republicações. A análise dos tuítes e retuítes mostrou de notícias. “Notícias que são marcadas como falsas [por
que a chance de uma notícia falsa ser repassada é 70% essas organizações] são as que viralizam. São as notícias
maior do que a de notícias verdadeiras. falsas que deram certo”, diz.
[…] UOL. Fake news apelam e viralizam mais do que notícias
reais, mostra estudo. Folha de S.Paulo. 8 mar. 2018.
“Descobrimos que as notícias falsas são mais inusitadas Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/poder/
2018/03/fake-news-apelam-e-viralizam-mais-do
do que as verdadeiras, o que sugere que as pessoas foram -que-noticias-reais-mostra-estudo.shtml>.
mais propensas a compartilhar informações inusitadas”, Acesso em: jul. 2023.
fact-checking. O intuito é que eles possam compreender que a checagem de informações requer detalhamento e pesquisa em mais de uma fonte. Finalmente, após
esse percurso de retomada do papel das agências de checagem – considerando que os alunos já possuem conhecimentos prévios a respeito –, será proposta uma
problematização sobre uma suposta infalibilidade de tais agências, de modo a apurar o olhar crítico dos alunos.
LÍNGUA PORTUGUESA
averiguação de informações recentes e de relevância pública, a fim de ga-
rantir ao leitor a legitimidade delas. Algumas dessas agências são certi-
ficadas pela International Fact-Checking Network (em português Rede
dadeiro. Entretanto, sabe- checagem de notícias também podem falhar e precisamos desenvolver um
-se que a propagação de olhar crítico quanto a isso.
informações, hoje, já não é
mais exclusividade de quem Para entender isso melhor, inicialmente é preciso saber que há parcerias
se formou em jornalismo, já estabelecidas entre agências de checagem de fatos e veículos de comunica-
22
VERBOS DE LIGAÇÃO
Leia esta tirinha, cujo personagem principal é o famoso gato Garfield, cria-
ção do cartunista americano Jim Davis.
LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO23 SEM
Na tirinha, o verbo “ser” contribui para a criação do efeito de humor e ele é Neste conjunto de módulos, espera-se
que os alunos possam compreender a
classificado como verbo de ligação. Mas o que define um verbo de ligação? definição de “verbo de ligação”, bem
como saber identificá-lo em orações.
Em frases verbais, podemos perceber que os verbos se comportam de Os exemplos dados, aliás, dialogam
maneiras diferentes. Há verbos que têm um significado completo. Há ou- com o que foi apresentado ao longo
do capítulo. Ainda não é necessário que
tros que, apesar de carregarem consigo um sentido, precisam de termos sejam explicadas a relação de predica-
substantivos para serem complementados. Observe exemplos desses ver- ção criada pelos verbos de ligação nem
a definição de predicativo de sujeito.
bos em manchetes de notícias que você leu em módulos anteriores. Em módulos posteriores, os alunos te-
rão contato com esses temas.
a) estado permanente
CAPÍTULO 1
A forma verbal “é” indica que ser uma checagem de fatos é característica
imutável do sujeito “fact-checking”.
O verbo “viver” também pode introduzir uma qualidade permanente de
um ser. Não é tão consistente como ser imutável, mas indica um comporta-
mento uniforme, que ocorre sempre e que se espera que continue ocorrendo.
b) estado transitório
LÍNGUA PORTUGUESA
a uma característica que ela já tinha no momento anterior e que segue vra tem de assumir diversos
significados. Desse modo,
possuindo – a competência.
“andar” é uma palavra po-
lissêmica na medida em que
e) estado aparente
Exercícios de aplicação
1. Auxiliar os alunos em cada
um dos itens desta propos- 1. Enquanto leitores de textos jornalísticos, é imprescindível que treinemos nosso olhar para o que, por-
ta de atividade em grupo. ventura, possa sinalizar um rompimento com a conduta ética de um profissional da área. Esse treina-
a) Levá-los à sala de infor- mento deve ser constante e acontece por meio da leitura. Por isso, que tal apurar esse olhar desde já?
mática, se houver na escola,
ou, então, pedir antecipa- a. Reúna-se em um grupo de três ou quatro pessoas. Vocês vão pesquisar uma notícia sobre
damente a eles que façam qualquer assunto. Todos farão, inicialmente, uma leitura individual, atentando não apenas
a pesquisa da notícia em para o conteúdo expresso, mas, principalmente, para a forma como esse conteúdo foi vincu-
casa. É possível também li-
lado. Para isso, será necessário levar em conta alguns dos princípios que orientam o trabalho
berar o acesso aos celulares.
b) Os alunos podem anotar ético de um jornalista.
CAPÍTULO 1
as perguntas em uma folha b. Durante a leitura, é importante responder, particularmente, às seguintes perguntas: “O fato di-
do caderno e, depois, esbo-
vulgado é de interesse público?”; “As ideias apresentadas respeitam, de alguma forma, os direitos
çar respostas curtas, conten-
do apenas a ideia principal. humanos?”; “A notícia possibilita o livre debate?”.
Isso facilitará a discussão c. Depois, quando todos do grupo tiverem finalizado a etapa da leitura individual, você e seus colegas
em grupo. c) Observar se os devem discutir as conclusões de cada um, a fim de chegarem a um consenso: “Todos do grupo con-
26
Para a realização do exer- 3. O art. 10 do Código que vem sendo trabalhado afirma que um jornalista não pode “Concordar com a
cício 3, é necessário que prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, políticos, religiosos, raciais, de sexo e de
esteja claro aos alunos o orientação sexual”. Descreva uma situação em que um profissional da área cumpriria essa norma ética.
que significam práticas de
perseguição ou discrimi- Resposta pessoal. Sugestão: uma situação desse tipo seria a de um jornalista publicar um artigo de opinião posicionando-
nação por motivos sociais,
políticos, religiosos, raciais, -se contra uma situação de violência ligada a aspectos sociais, políticos, religiosos, raciais, de sexo e de orientação sexual.
de sexo ou de orientação
sexual. Para isso, apresentar
exemplos de situações como
essas, ainda que fora da área
jornalística.
4. Procure lembrar-se de dois gêneros textuais jornalísticos que você já estudou em outros momentos
e dê exemplos dos cuidados que cada um exige do autor para que se evite ferir os princípios éticos
apresentados até aqui.
Resposta pessoal. Sugestão: ao escrever uma notícia, o autor deve, por exemplo, ter cuidado para respeitar o direto à pri-
vacidade do cidadão. Ao escrever um artigo de opinião, o autor precisa cuidar, por exemplo, de não demonstrar opiniões
LÍNGUA PORTUGUESA
se for prejudicar alguém que não terá condições de se defender depois, não o faça.”
6. Segundo Victor Viana, autor do texto “A utopia da imparcialidade jornalística”, é possível atingir a
imparcialidade em um texto jornalístico? Justifique sua resposta.
por exemplo, “Apurar um fato já conta como um ato de parcialidade”, além de o jornalista selecionar o que julga mais
importante em um fato para colocar em seu texto e também de ser funcionário de um veículo de comunicação, que tem
7. O trecho “Quando me perguntam sobre ética jornalística, respondo o que li ou ouvi – e não me 7. O trecho do texto de Victor
recordo de quem – que se como jornalista tiver de prejudicar alguém importante pense duas vezes Viana tem relação com tema
e se for prejudicar alguém que não terá condições de se defender depois, não o faça” relaciona-se da privacidade do cidadão.
com a passagem do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros que diz que
a. é dever do jornalista lutar pela liberdade de pensamento e expressão.
b. é dever do jornalista valorizar, honrar e dignificar a profissão.
c. é dever do jornalista respeitar o direito à privacidade do cidadão.
d. o jornalista não pode frustrar a manifestação de opiniões divergentes ou impedir o livre debate.
e. o jornalista não pode submeter-se a diretrizes contrárias à divulgação correta da informação.
10. Nos exercícios de aplicação, você respondeu a respeito da opinião do autor de “A utopia da impar-
cialidade jornalística” sobre a possibilidade de se atingir a imparcialidade em um texto jornalístico.
Agora, revisite o texto e responda aos itens.
a. Segundo o autor, ao produzir um texto, o jornalista deve abandonar a tentativa de ser imparcial?
Não. Segundo o autor, mesmo com as limitações impostas à imparcialidade total, os jornalistas devem continuar a
“buscar a tal ‘imparcialidade’ como uma utopia a ser perseguida, de forma a sermos o mais justos possível, sem nos
perdermos em ilusões”.
b. Procure e apresente um sentido para a palavra “utopia” e diga como ela colabora para a opinião
central expressa por Victor Viana em seu texto.
Segundo o Dicionário Houaiss, “utopia” pode ser definido como “lugar ou estado ideal”[...]“[...] quimera, fantasia”.
No texto de Victor Viana, a palavra é utilizada para representar o ideal da busca pela imparcialidade, a qual não será
atingida, mas pela qual o jornalista deve seguir buscando, pela continuidade da prática da ética.
LÍNGUA PORTUGUESA
mais alternativas estão incor-
retas, pois o texto apresenta,
Diante dessas inconsistências e de outras que ainda preocupam a opinião pública, nós, justamente, o contrário do
jornalistas, estamos encaminhando este documento ao Sindicato dos Jornalistas Pro- que elas propõem.
A morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida durante o regime militar, em 1975, levou a
medidas como o abaixo-assinado feito por profissionais da imprensa de São Paulo. Isso vai ao
encontro de um dos deveres do jornalista, expresso no Código de Ética dessa profissão: “Opor-
-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na
Declaração Universal dos Direitos do Homem”. A análise da medida tomada, apontada no texto
apresentado, indica a
a. certeza do cumprimento das leis.
b. superação do governo de exceção.
c. violência dos terroristas de esquerda.
d. punição dos torturadores da polícia.
e. expectativa da investigação dos culpados.
Exercícios de aplicação
1. O fenômeno das fake news pode ser explicado a partir das considerações sobre a dinâmica que per-
tence a uma determinada coletividade. Um dos aspectos da sociedade atual que podem favorecer a
disseminação de notícias falsas é
a. o poder que a ficção passou a exercer sobre as pessoas, especialmente em uma cultura que pri-
vilegia o entretenimento.
b. a inexistência de qualquer instrumento controlador da conduta ética no que diz respeito ao uni-
verso jornalístico.
c. o dever de os jornalistas publicarem notícias com rapidez, independentemente de terem averi-
guado as fontes antes de publicá-las.
d. o fato de, cada vez mais, as pessoas buscarem com rapidez informar-se sobre o que ocorre à sua
volta e divulgarem as informações obtidas sem checar a veracidade delas.
e. o desinteresse causado por notícias verdadeiras; nesse sentido, notícias falsas gerariam mais lucro.
cidadãos mais conscientes quanto à ética que deve nortear o ato comunicativo. Nessa consciência, encaixa-se a noção de
5. Complete os espaços a seguir, com base na leitura que você fez do texto “Educação midiática forma
cidadão consciente, dizem especialistas”.
No que concerne à educação midiática em prol do combate às fake news, uma das abordagens
leitura
30
6. O texto “O que é fact-checking?” apresenta, como exemplos, modos de checar situações específicas.
Relacione estas duas colunas, conforme o que o texto propõe.
1. Um político jura que nunca foi acusado de corrupção.
2. O governo diz que a inflação diminuiu.
3. Uma corrente diz que há um projeto de lei para cancelar as eleições.
V Notícias quentes devem ser encaradas com cautela, pois podem ser falsas.
A disseminação de fake news pode afetar, em certa medida, a trajetória profissional de uma
V
pessoa.
8. Agora, em relação ao exercício anterior e com base no que você aprendeu neste conjunto de módu-
los, apresente os motivos que justifiquem o julgamento das afirmações falsas enquanto tais.
A primeira afirmação é falsa porque nem sempre uma notícia falsa serve para tornar uma situação ou uma imagem nega-
tiva. Há casos em que ela pode servir para torná-las positivas. A segunda afirmação é falsa porque não é somente a esfera
política que é afetada pela disseminação de informações falsas; são divulgados fatos falsos sobre o mundo do futebol, ou
LÍNGUA PORTUGUESA
se levantar da cadeira de rodas, andar alguns passos e dar um chu-
te na bola, que seria o “pontapé inicial” do Mundial do Brasil. Mas
a estratégia foi revista após a Fifa informar que o grupo teria 29
segundos para realizar a demonstração científica.
Exercícios propostos
10. Fact-checking é uma prática cada vez mais comum no mundo atual, considerado o amplo alcance de
fake news. Uma palavra que melhor define essa prática é
a. negligência.
b. confrontamento.
c. invenção.
d. ficção.
e. mentira.
as pessoas podem ser prejudicadas em razão da proliferação de fake news, já que, nesse caso, pode ter havido muitos
candidatos que deixaram de fazer a prova do Enem, muitas vezes essencial para o ingresso em universidades.
12. Ainda sobre a notícia “Inep desmente notícia falsa de que o Enem foi cancelado”, verifica-se que o
Inep ofereceu uma dica que pode servir em outras situações, quando se pretende evitar as armadi-
lhas das fake news. Como essa dica pode ser sintetizada de forma genérica?
Devem-se acessar apenas fontes oficiais quando se deseja uma determinada informação.
CAPÍTULO 1
O século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises
sociais, conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob esse enfoque e a partir do texto, a
ética pode ser compreendida como
a. instrumento de garantia da cidadania, porque por meio dela os cidadãos passam a pensar e agir
de acordo com valores coletivos.
b. mecanismo de criação de direitos humanos, porque é da natureza do homem ser ético e virtuoso.
c. meio para resolver os conflitos sociais no cenário da globalização, pois a partir do entendimento
do que é efetivamente a ética, a política internacional se realiza.
d. parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos interesses e ação privada dos cidadãos.
e. aceitação de valores universais implícitos numa sociedade que busca dimensionar sua vincula-
ção a outras sociedades.
Exercícios de aplicação
1. Como se pode explicar o que seja uma agência de checagem de fatos?
Uma agência de checagem é uma organização que se dedica a averiguar informações e classificá-las como falsas, verda-
3. A resposta dada por você ao exercício anterior pode explicar o surgimento de agências de checagem
de fatos? Explique.
Sim. A rapidez, a facilidade e o amplo alcance de fake news são aspectos que explicam a necessidade de haver as agências
LÍNGUA PORTUGUESA
de checagem de fatos.
5. Nesse mesmo texto, faz-se uma ressalva sobre o método de tal pesquisa. Explique-a.
Faz-se a ressalva de que não se pode levar em conta apenas as notícias falsas que foram checadas. Isso porque nem toda
notícia falsa é verificada, especialmente quando não tem grande repercussão, não viraliza.
6. Quais destes assuntos são, segundo o texto “Fake news apelam e viralizam mais do que notícias reais,
mostra estudo”, os mais passíveis de se propagarem com maior rapidez por meio de fake news?
Saúde
X Desastres naturais
X Terrorismo
Nascimentos
7. Conforme esse texto, um momento social que pode adensar a atuação de agências de checagem é
a. a generalização da irresponsabilidade jornalística.
b. a democratização do ato de divulgar informações.
c. a ocorrência de uma tragédia natural.
d. uma situação de polarização política.
e. o lançamento de uma campanha de vacinação.
8. Reúna-se em dupla com um colega e criem uma hipótese para explicar o fato de uma agência de
checagem não considerar opiniões e previsões no ato de checar.
Resposta pessoal. Sugestão: por não se tratar de fatos, mas sim de perspectivas, não há necessidade de comprovação.
energia à base de ventos corretamente, que a opção tecnológica retratada na notícia proporciona a seguinte consequência
vai ao encontro de atender
a essa demanda). A alterna-
para o sistema energético brasileiro
tiva E está incorreta, pois, a. redução da utilização elétrica.
no texto, não há qualquer
apontamento para uma de- b. ampliação do uso bioenergético.
34
10. Por que é preciso nutrir um olhar crítico quanto à atividade de agências de checagem de fatos?
Porque essas agências também são falhas e, se não houver um olhar crítico quanto às classificações atribuídas por elas
aos conteúdos que estão em circulação, a liberdade de expressão pode ser prejudicada.
Exercícios propostos
11. O leitor comum desempenha a mesma função de uma agência de checagem de fatos se cumpre a
mesma sequência de ações de uma instituição dessa natureza. Para isso, é necessário que ele
a. conheça um profissional ligado a fact-checking, que possa orientá-lo.
b. tenha a formação acadêmica de jornalista.
c. tenha lido muitas pesquisas relacionadas ao tema.
d. tenha se deparado com muitas notícias falsas ao longo de sua vida.
e. perceba que a notícia em questão aparenta ser falsa.
12. Que tipos de fonte são consultadas na averiguação de uma notícia por uma agência de checagem?
Fonte original, fontes consideradas confiáveis, fontes oficiais e ainda fontes alternativas.
13. Uma agência de checagem pode classificar uma notícia considerando quais categorias?
As categorias possíveis são verdadeiro, impreciso, exagerado, contraditório, insustentável, distorcido ou falso.
divulgada, a fim de se certificar de que não houve nenhum equívoco, averiguando, até mesmo, publicações realizadas
LÍNGUA PORTUGUESA
Módulos 7, 8 e 9 | Verbos de ligação
Exercícios de aplicação
Na segunda estrofe aparece, por três vezes, a palavra “é”, forma de terceira pessoa do verbo “ser”.
Esse verbo, porém, foi usado de uma maneira diferente daquela que costumamos ouvir. Atualmente,
no Brasil, em um contexto parecido, o verbo mais comum seria
a. sair.
b. aparecer.
c. estar.
d. dobrar.
e. olhar.
2. Observe o penúltimo verso do poema de Fernando Pessoa, reproduzido no exercício anterior. Como 2. No “passado” a que se
seria possível organizar esse verso em uma oração contendo verbo de ligação, de maneira que o refere o poema, o Ocidente
sentido fosse mantido? era uma promessa de rique-
za para as nações mais po-
a. O Ocidente será o futuro do passado. derosas. Por isso, o Ocidente
fora considerado, um dia, o
b. O Ocidente era o futuro do passado.
futuro.
c. O Ocidente estará no futuro do passado.
d. O Ocidente nunca foi futuro do passado.
e. O Ocidente não pode ser o futuro do passado.
b. estado transitório.
Sugestão: Ela encontra-se acamada.
c. estado mutatório.
CAPÍTULO 1
d. continuidade de estado.
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e. estado aparente.
Sugestão: A informação parece verídica.
4. Na tirinha de Garfield vista neste conjunto de módulos, o verbo de ligação usado nas duas falas em
que aparece aponta para
a. estado permanente.
b. estado transitório.
c. estado mutatório.
d. continuidade de estado.
e. estado aparente.
Como ela poderia ser reescrita de modo que o verbo de ligação indique um estado permanente?
A apresentadora do jornal é competente.
6. Suponha que você fosse um jornalista e, como tal, ficasse encarregado de elaborar uma notícia sobre
um evento bastante atual em sua escola. O seu título deveria conter um verbo que, habitualmente, é
de ação funcionando como um verbo de ligação. Como ficaria esse título? Solte sua imaginação!
Resposta pessoal.
LÍNGUA PORTUGUESA
Exercícios propostos
8. Assinale a frase que contém o verbo “viver” como verbo de ligação.
10. FMPA-MG
Identifique a alternativa em que o verbo destacado é de ação, embora pareça ser de ligação.
a. A criança estava com fome.
b. Pedro parece adoentado.
c. Ele tem andado confuso.
d. Ficou em casa o dia todo.
e. A jovem continua sonhadora.
S
NOTÍCIAS QUENTES QUE LEMO
38
Verbos de ligação,
geralmente,
Ética jornalística estão presentes
em notícias ou
manchetes.
LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO39 SEM
CAPÍTULO 2
Por muito tempo, a
NEUTRALIDADE
É POSSÍVEL?
noção de neutrali-
dade esteve, quase Módulos 10, 11 e 12
PREDICATIVO
indiscutivelmente,
vinculada ao uni-
verso jornalístico,
especialmente ao
gênero notícia. De
Poucos são os temas que estão sempre vigentes. Um deles é aquele que diz respeito
fato, textos que a cuidados com o meio ambiente. Infelizmente, ainda não tivemos a oportunidade –
visam à divulgação
de fatos estão, o e talvez não a tenhamos tão breve – de dizer que o tema sobre a preservação da natu-
máximo possível, reza não precisa mais ser foco de debate, já que todos compreendem sua importância.
próximos da impar-
cialidade, para que O progresso material ainda carrega consigo muitas consequências negativas. No entanto,
os leitores possam é tarefa de todo ser humano preservar o meio ambiente, para construir um futuro com
formar sua própria
opinião. No entan- condições propícias à sobrevivência de todos os seres vivos. Certamente, as gerações vin-
to, na atualidade,
tem havido maior
douras agradeceriam.
relativização de Um dos grandes problemas que impedem a preservação é a produção de resíduos
tal noção: hoje, a
neutralidade é con- em larga escala. Um desses resíduos é o plástico. O texto que você lerá adiante apre-
siderada com mais
cautela.
senta uma notícia alarmante: nosso país não somente é um dos maiores consumido-
É cada vez mais res de plástico como recicla uma pequeníssima parcela desse consumo que, muitas
aceita a ideia de
que todo texto con-
vezes, é absolutamente desnecessário.
tém um posiciona- possível. Assim, a noção de neutralidade absoluta tem sido posta em xeque com mais frequência. Afinal, a simples escolha do que noticiar já é,
mento, ainda que em si, a expressão de um modo específico de ver o mundo.
ele se apresente O foco deste capítulo será o questionamento da neutralidade absoluta. A formação crítica dos alunos depende de uma consciência que siga
do modo mais sutil esse sentido. Dessa maneira, ao mesmo tempo que será apresentada a importância da busca incessante pela imparcialidade, em se tratando de
textos informativos como a notícia, será exposta a impossibilidade de ela ser plena. Todo texto tem a marca de seu autor.
dutos se tornou lixo, especialmente nos quatro países maiores poluentes: Estados Unidos, China, Índia e Brasil.
Somente uma pequena parcela desse lixo é devidamente manejada e reciclada. Por aqui, a reciclagem é inferior a 2%, o
menor valor entre os líderes em produção de detritos. Nos EUA o valor chega a 35%; na China, 22%; na Índia, 6%.
Considerando o mundo inteiro, cerca de 20% do plástico é coletado para reciclagem, mas isso não significa que
ele realmente terá esse destino honroso. Segundo o estudo da WWF, na Europa, por exemplo, menos da metade do
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material é reaproveitado.
A baixa qualidade de produtos feitos com o material reciclado, seu baixo valor de mercado e a possível presença de
contaminação atrapalham a expansão da atividade.
[...]
Como forma de pressão, a WWF lançou uma petição para que o despejo de plástico nos mares pare até 2030.
Já houve avanços, como as leis que proíbem canudos plásticos – objeto descartável de uso único – em cidades como Rio de
Janeiro, Ilhabela, Santos, Guarujá e São Vicente. A União Europeia também já tomou medidas para banir os canudos até 2021.
[...]
E por que a preocupação com plásticos faz sentido?
Não são incomuns as imagens de animais presos em sacolas e garrafas ou mortos por ingestão de grandes quanti-
dades de plástico, que pode demorar, dependendo do modo de descarte, mais de mil anos para se decompor. Outro
exemplo fácil de observar é a degradação de corais.
WATANABE. Felipe. Brasil é um dos maiores consumidores de plástico, mas só recicla 2% do total. Folha de S.Paulo. 4 mar. 2019. Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/03/brasil-e-um-dos-maiores-consumidores-de-plastico-mas-so-recicla-2-do-total.shtml>.
Acesso em: jul. 2023.
LÍNGUA PORTUGUESA
do verbo de ligação. Para que isso fique mais claro, esses exemplos são, Embora “chegar” seja um
novamente, reproduzidos a seguir, dessa vez não somente com o verbo de verbo de ação, “poluída” é
predicativo do sujeito. Isso
ligação em destaque, mas também com o predicativo do sujeito. ocorre porque, nesse caso, é
Com exceção do último exemplo, em que o verbo de ligação é tornar-se, EXPLORE MAIS
em todos os exemplos dados o verbo de ligação em questão é o ser. No entan- Formação de predicativo
to, existem outros, conforme estudado. Alguns deles são: estar, ficar, virar, Leia o artigo sobre o as-
sunto, disponível em:
permanecer, continuar, andar (com o mesmo sentido de “estar”), parecer
<coc.pear.sn/sLBn0hy>.
etc. Observa-se, portanto, que, embora a maioria dos verbos de ligação possa
contribuir para tornar uma sentença asseverativa, isso não é uma regra; há
verbos de ligação, como o “parecer”, que transmitem uma ideia de incerteza.
Desse modo, conclui-se que somente haverá predicativo do sujeito em
uma oração quando nela houver um verbo de ligação. Por isso, é impor-
tante ter atenção aos casos em que um verbo comumente de ação funcione
como de ligação. Veja este exemplo.
O contexto evidencia que o verbo andar, nesse caso, não tem o mesmo
significado de “caminhar”. Entende-se que ele foi utilizado com o sentido
de “estar”. Reformulando a frase, teríamos: Este é o momento oportuno para apli-
car os exercícios 1 e 2 da seção “Para
O Brasil está negligente quanto à reciclagem de plástico. conferir”, referentes aos módulos 10,
11 e 12.
Você verá um exemplo disso por meio da leitura de duas notícias. A pri-
O que será contemplado neste con- meira tem como público-alvo crianças e jovens. Já a segunda se dirige,
junto de módulos receberá uma predominantemente, a um público adulto. Ambas relatam um gravíssimo
complementação no módulo seguin-
te, voltado à produção de texto. Na problema ambiental que afeta Bangcoc, capital da Tailândia: a poluição at-
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Poluição faz com que Bangcoc cancele as aulas em mais de 400 escolas
Os níveis de partículas finas consideradas as mais nocivas para a saúde estão há um
mês na faixa de 80-100 microgramas por metro cúbico em alguns pontos da capital
As autoridades de Bangcoc, na Tailândia, decidiram fechar até esta sexta-feira
mais de 400 escolas da capital da Tailândia, afetada há várias semanas por um
episódio severo de poluição atmosférica. Esta é uma decisão sem precedentes
na história da cidade.
LÍNGUA PORTUGUESA
“Ordeno às 437 escolas administradas pelo governo metropolitano de Bangcoc
que fechem suas portas a partir do meio-dia (de quarta-feira) e até sexta-feira”,
anunciou Aswin Kwanmuang, prefeito da cidade.
“Três ou quatro distritos da cidade estão particularmente afetados”, comple-
A primeira diferença entre os dois textos que chama a atenção diz res-
peito aos títulos. Mesmo que os dois forneçam, basicamente, informações
bastante semelhantes, a construção de cada um se deu de um modo distin-
to. Em qual deles, por exemplo, o destaque foi dado à poluição, deixando o
fechamento das escolas em segundo plano? Veja.
Os níveis de partículas finas chamadas PM2,5 (de diâmetro inferior ou igual a 2,5 mi-
crômetros), consideradas as mais nocivas para a saúde, pois penetram mais profun-
damente nos pulmões, estão há um mês na faixa de 80-100 microgramas por metro
cúbico em alguns pontos da capital.
Nesta quarta-feira atingiram-se 86 microgramas. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) recomenda um nível de exposição máximo diário de 25 microgramas.
AUTORIZAÇÃO COC
especialmente quando se trata de marketing digital. Entretanto, isso pode ser explorado, de modo produtivo, na apren-
dizagem escolar, sobretudo no que se refere a eleger o texto informativo mais apropriado, em razão da sua veracidade, da
Módulo 15 sua profundidade ou, então, da finalidade em jogo.
PARA IR ALÉM
PRODUÇÃO DE TEXTO: CURADORIA A profissão de curador
No conjunto de módulos anterior, você entrou em contato com um contras- O exemplo mais comum de
te possível entre duas coberturas de imprensa distintas sobre um mesmo curadoria é aquele que en-
volve a área artística. O cura-
fato (o fechamento de escolas em Bangcoc por causa do excesso de polui- dor de uma exposição de
ção). O que você viu, então, foi uma análise que contemplou as diferenças arte, por exemplo, é aquele
que caracterizam as divergências jornalísticas quanto à abordagem de um que seleciona as obras que
serão expostas, além de
mesmo acontecimento. Tais divergências marcam posicionamentos, que cuidar da montagem e da
LÍNGUA PORTUGUESA
NYCSHOOTER/ISTOCK; PAINTING / ALAMY STOCK PHOTO
podem resultar de uma ideologia ou até mesmo dos objetivos em relação a manutenção do evento. Em
um público-alvo. Independentemente da razão, a discrepância entre modos de outras palavras, ele cuida do
andamento da exposição,
relatar fatos revela que não existe neutralidade absoluta no jornalismo, ainda desde o seu início.
Apurar um fato já conta como um ato de parcialidade. Escolhemos a fonte que acre-
Ler os quatro textos apresentados ditamos ser a melhor, os ângulos que pensamos serem os mais próprios, a pauta que
com os alunos. Uma possibilidade
é cada aluno ficar responsável pela imaginamos interessar o leitor ou – quem tem coragem de assumir, que assuma –
leitura de uma passagem. Ao término o editor. Quando escrevemos colocamos em colunas encabeçadas por leads o que
da leitura de cada texto, abrir espaço
achamos mais importante ou interessante. A decisão é do jornalista e não do fato.
46
Depois você soube que mesmo esse texto deve ser lido considerando-se
que se trata da opinião de alguém – parcial, portanto.
No entanto, a declaração apresentada no texto dá base para se pensar sobre
a parcialidade jornalística. O autor fala sobre a escolha das fontes e da pauta,
por parte do jornalista, sobre os ângulos escolhidos e sobre como abordar o
tema. Segundo ele, é possível dizer que isso tudo impossibilita que um texto
seja neutro, até porque dizer-se neutro já seria uma posição assumida.
A parcialidade, por dizer muito sobre posicionamento, pode ser mais pos-
sível em determinados textos do que em outros. Em um jornal, por exem-
plo, ela deve ser evitada na cobertura de fatos, já que o gênero notícia não
é opinativo. Já em textos como um artigo de opinião, é possível ser parcial
e expor aquilo que se pensa.
Vamos comparar dois textos publicados pela Folha de S.Paulo sobre a trans-
formação do elevado João Goulart em um parque horizontal na cidade de
São Paulo. O texto 1 é uma reportagem, e o texto 2 é um editorial.
Texto 1
LÍNGUA PORTUGUESA
usado para lazer. Prefeita já defendia a demolição da es- 2017
trutura em 1993. Jaime Lerner entrega à prefeitura, então sob a gestão de
2006 João Doria, proposta para tornar Minhocão parque.
Texto 2
Parque minhocão
Transformação não pode vir desacompanhada de medidas que ajudem a revitalizar a área
Há quase 50 anos São Paulo convive com a excrescência Bruno Covas (PSDB) anunciou que a via será transforma-
que é o elevado João Goulart, popularmente conhecido da em parque, com áreas verdes e equipamentos de lazer,
como Minhocão. A estrutura de 3,4 quilômetros de exten- além das necessárias obras de segurança e acessibilidade.
são, que liga o centro à zona oeste, constitui um dos mais […]
eloquentes exemplos da insensibilidade urbanística que Trata-se de iniciativa que merece apoio, embora condi-
orientou grande parte do crescimento da capital. cionado. É notória a carência de áreas públicas de lazer
[…] em São Paulo – a metrópole conta com meros 3 m² delas
O debate sobre a desativação do Minhocão, não por aca- por pessoa, ante 18 m² em Londres e 13,5 m² em Curitiba.
so, remonta à sua inauguração. Os defensores do viaduto Pesa a favor da implementação do parque, ademais, o
sempre argumentaram que ele cumpria papel importan- fato de o espaço já ter sido acolhido pelos paulistanos.
te em um trânsito constantemente à beira do colapso. Há alguns anos o Minhocão tem sido aberto à população
Estudos produzidos pela Companhia de Engenharia de aos fins de semana, com sucesso.
Tráfego (CET), entretanto, apontam que, com algumas A transformação prometida, no entanto, não pode vir
adequações viárias, o encerramento do uso do elevado desacompanhada de medidas que ajudem a revitalizar a
não traria impactos significativos ao tráfego da região. área, que concentra moradores de rua, usuários de dro-
Depois de décadas de discussão, a questão teve enfim gas e um comércio degradado.
avanço concreto em 2014, com o novo plano diretor. Deter- Não se pode desprezar ainda o previsível aumento dos
minou-se no documento que o Minhocão seria inativado aluguéis da região e consequente expulsão das camadas
até 2029, deixando em aberto o destino a lhe ser dado. mais pobres que ali residem. Existem políticas públicas
Na semana passada, adveio o passo seguinte. O prefeito capazes de mitigar tal efeito.
REDAÇÃO. Parque Minhocão. Folha de S.Paulo. 25 fev. 2019. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/02/
parque-minhocao.shtml>. Acesso em: jul. 2023.
<coc.pear.sn/UnQeAZJ>.
determinado aspecto de um fato, e não outro.
Agora você poderá comparar duas notícias sobre um mesmo aconteci-
mento, veiculadas em dois jornais diferentes.
Texto 3
LÍNGUA PORTUGUESA
Paulo pode ser a próxima a abolir o uso de Em caso de descumprimento, as penali-
canudos plásticos. A Câmara Municipal de dades vão da advertência e intimação até
São Paulo aprovou em primeira votação multa no valor de R$ 8 mil, com possibi-
CLAUDIO PADIAR/ISTOCK
aprovaram, em primeira votação, que os ca-
nudos de plástico sejam proibidos.
As manchetes que lemos são feitas para
chamar nossa atenção e costumam resumir o
conteúdo da notícia. Porém, elas podem tra-
zer uma informação incompleta ou nos levar
a pensar algo que, ao ler o texto todo, pode
ser desconstruído. Esse aspecto também per-
passa o tema da parcialidade, já que, muitas
vezes, a escolha na elaboração de um título
transmite, sob o ponto de vista de quem o
escreve, o fato àqueles que não lerão todo
o texto ou não buscarão mais de uma fonte.
É bastante importante que leiamos todo
o conteúdo das notícias que selecionamos Dados de 2018 apontam que o Brasil produz cerca de 10,5 milhões
para nos manter informados no dia a dia. de toneladas de lixo plástico anualmente.
Exercícios de aplicação
1. A presença de um predicativo do sujeito em uma oração pressupõe a existência, nela, de qual outro
elemento?
Pressupõe a existência do verbo de ligação.
2. Destes verbos, qual não funcionaria para ligar um predicativo ao seu sujeito?
X andar (com o sentido de caminhar).
3. As frases listadas nos itens a seguir foram destacadas neste conjunto de módulos. Substitua os
termos que funcionam como predicativo do sujeito por outros de valor semântico semelhante.
a. “Brasil é um dos maiores consumidores de plástico [...]”
50
Resposta pessoal.
d. “Parte desses produtos se tornou lixo, especialmente nos quatro países maiores poluentes:
Estados Unidos, China, Índia e Brasil.”
Resposta pessoal.
4. Você sabe quem foi Júlio Verne? Ele foi um autor que soube como ninguém tratar de atualidades e
de modernidades de seu tempo. Leia um pouco de sua biografia.
5. Há, no final do texto apresentado, um trecho que fala sobre a carreira de Júlio, que seguiu para os
LÍNGUA PORTUGUESA
caminhos que ele escolheu, apesar da insistência contrária da família. O verbo de ligação e o predi-
cativo usados para mostrar essa atitude decidida de Júlio foram
a. “sorte” e “milhões”.
b. “milhões” e “leitores”.
X qualificar.
complementar.
8. Unimep-SP
Em: Jornalistas saem apressados em busca de um furo de reportagem. O termo destacado é
a. adjunto adverbial de modo.
b. predicativo do sujeito.
c. adjunto adnominal.
d. adjunto adverbial.
e. predicativo do objeto.
Exercícios propostos
9. Todos estes enunciados constituem títulos de notícias de jornal. No entanto, o único que apresenta
um predicativo do sujeito é:
a. Rede mundial de computadores completa 30 anos.
b. Japonesa de 116 anos é a pessoa mais velha do mundo.
c. Apagão cancela aulas em escolas na Venezuela.
d. Construída a maior torre de cupcakes do mundo.
e. Alunos criam projeto para resolver problema de rejeitos.
10. Crie uma frase que expresse a importância do jornalismo na atualidade, com base naquilo que você
estudou ao longo deste capítulo. Essa frase deve conter um predicativo do sujeito.
Resposta pessoal.
Exercícios de aplicação
CAPÍTULO 2
1. Conforme o que você viu neste conjunto de módulos, um dos fatores capazes de influenciar como
se dá a cobertura de um fato é
a. o gosto particular do jornalista.
b. o público-alvo em questão.
52
3. Cite um motivo possível para um determinado dado constar em uma notícia e ser omitido em outra,
cujo assunto é o mesmo.
Resposta pessoal. Sugestão: um motivo possível é o grau de importância que o veículo atribui ao dado em questão.
Ler o texto “Fotojornalismo” O texto que você lerá trata de uma vertente da cobertura de fatos: o fotojornalismo. Leia-o e res-
com os alunos, procurando ponda aos exercícios 4 e 5.
explicar, ao longo da leitura
(de parágrafo em parágra-
fo, por exemplo), as ideias
expostas. É importante que
este texto seja compreendi- Fotojornalismo
do e debatido, pois questões Vem perto o dia em que soará para os escritores a hora do irreparável desastre
de outros módulos serão fei-
tas com base na leitura dele. e da derradeira desgraça. Nós, os rabiscadores de artigos e notícias, já sentimos
que nos falta o solo debaixo dos pés… Um exército rival vem solapando os alicer-
ces em que até agora assentava a nossa supremacia: é o exército dos desenhistas,
dos caricaturistas e dos ilustradores. O lápis destronará a pena: ceci tuera cela.
O público tem pressa. A vida de hoje, vertiginosa e febril, não admite leituras
demoradas, nem reflexões profundas. A onda humana galopa, numa espumara-
da bravia, sem descanso. Quem não se apressar com ela será arrebatado, esma-
gado, exterminado. O século não tem tempo a perder. A eletricidade já suprimiu
as distâncias: daqui a pouco, quando um europeu espirrar, ouvirá incontinenti
o “Deus te ajude” de um americano. E ainda a ciência humana há de achar o
meio de simplificar e apressar a vida por forma tal que os homens já nascerão
com dezoito anos, aptos e armados para todas as batalhas da existência.
Já ninguém mais lê artigos. Todos os jornais abrem espaço às ilustrações co-
piosas, que entram pelos olhos da gente com uma insistência assombrosa. As
legendas são curtas e incisivas: toda a explicação vem da gravura, que conta
conflitos e mortes, casos alegres e casos tristes.
LÍNGUA PORTUGUESA
E convenhamos que, no dia em que nós, cronistas e noticiaristas, houvermos desa- -discos.
parecido da cena – nem por isso se subverterá a ordem social. As palavras são traido- Incontinenti: sem
ras, e a fotografia é fiel. A pena nem sempre é ajudada pela inteligência; ao passo que demora.
a máquina fotográfica funciona sempre sob a égide da soberana Verdade, a coberto Opulência: riqueza,
4. UERJ
Já em 1901, o escritor Olavo Bilac temia que a imagem substituísse a escrita. No entanto, ele reconhecia
aspectos positivos dessa possível substituição. Um desses aspectos é observado no seguinte trecho:
a. “O século não tem tempo a perder.”
b. “Já ninguém mais lê artigos.”
c. “aceitando resignadamente a fatalidade das coisas,”
d. “não mais seremos obrigados a escrever barbaridades...”
5. UERJ
O texto, apesar de escrito no início do século XX, demonstra surpreendente atualidade, conferida
sobretudo por uma semelhança entre a vida moderna da época e a experiência contemporânea.
Essa semelhança está exemplificada na passagem apresentada em:
a. “O público tem pressa.”
b. “As palavras são traidoras, e a fotografia é fiel.”
c. “Não há morte para as nossas tolices!”
d. “Nas bibliotecas e nos escritórios dos jornais, elas ficam [...] catalogadas.”
No dia 30 de janeiro, o governo da Tailândia ordenou que 437 escolas da cidade de Bangcoc, capital do país, tivessem as
aulas suspensas por causa da poluição do ar. A paralisação, que durou até 2 de fevereiro, teve como objetivo diminuir o
efeito dos gases tóxicos nas crianças. Além disso, a medida evitou que alguns carros (veículos poluidores) circulassem
54
capital do país, tivessem as aulas suspensas. A paralisação, que durou até 2 de fevereiro, teve como objetivo diminuir o
efeito dos gases tóxicos nas crianças. Além disso, a medida evitou que alguns carros (veículos poluidores) circulassem
7. Releia este trecho de uma das notícias apresentadas neste conjunto de módulos:
Se compusesse uma cobertura jornalística que visasse a um público infantil, uma forma bastante
resumida de reescrever essa passagem seria:
a. Partículas finas chamadas PM2,5 não prejudicam órgãos respiratórios humanos.
b. O diâmetro das PM2,5 mede 2,5 micrômetros.
c. O nível de poluição altamente perigosa está bastante alto há um mês.
d. O fato de partículas PM2,5 estarem na faixa de 80-100 microgramas é tenebroso.
e. Algumas localidades de Bangcoc acusam a presença de 80-100 microgramas de partículas finas
chamadas PM2,5.
Exercícios de aplicação
1. Considerando o que foi visto neste módulo, você e seus colegas formarão um grupo de até quatro 1. a. Caso os alunos não te-
pessoas para realizar a curadoria de uma notícia a ser divulgada na comunidade escolar. nham conta no Twitter ou,
então, não seja possível tra-
balhar com celulares em sala
de aula, levá-los à sala de in-
Material necessário formática para fazer a pes-
• Folha de produção de texto quisa ou pedi-la, antecipa-
damente, para que tragam
• Folha de cartolina de casa já pronta. Portanto,
LÍNGUA PORTUGUESA
• Canetas coloridas é possível propor um tema
de notícia a ser pesquisada.
• Recortes de imagens de revista e/ou jornais e cola, se necessário. Dessa forma, haverá várias
notícias sobre o mesmo
2. O Twitter é uma rede social que propõe aos seus usuários a criação de mensagens em poucos carac-
teres. Como essa brevidade da mensagem se associa aos tempos modernos em que vivemos?
Vivemos em um mundo no qual a brevidade, a rapidez e a instantaneidade permeiam o cotidiano, o que inclui a infor-
mação. Com isso, saber se comunicar em poucas palavras, de uma certa maneira, aproxima as pessoas desse universo do
instantâneo.
Exercício proposto
4. Ambas as curadorias tra- 4. Qual é a relação entre a curadoria de uma exposição de arte e a curadoria de informações?
tam de cuidados – com in-
a. Em ambas, os cuidados são com obras artísticas a serem expostas.
CAPÍTULO 2
Exercícios de aplicação
Com base nos textos 1, 2, 3 e 4 lidos na teoria destes módulos, responda às questões.
1. No texto 1, para a apresentação do histórico sobre o viaduto em questão, utiliza-se uma técnica
parecida com
a. um infográfico.
b. uma linha do tempo.
c. uma fotorreportagem.
d. um argumento de autoridade.
e. um levantamento de dados estatísticos.
2. Que dados o texto 2 apresenta a favor da desativação do elevado conhecido popularmente como
Minhocão?
Estudos produzidos pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apontam que, com algumas adequações viárias, o
4. No editorial da Folha de S.Paulo, compara-se a extensão de áreas de lazer de três cidades. Sobre isso,
responda aos itens.
a. Que cidades são essas?
São Paulo, Londres e Curitiba.
LÍNGUA PORTUGUESA
multa no valor de R$ 8 mil, com possibilidade de fechamento administrativo. A pro-
posta do parlamentar sugere prazo de 180 dias para regulamentação.
7. O PV, partido de que faz parte o vereador paulistano Reginaldo Tripoli, é o Partido Verde. Pensando
no nome desse partido, explique que relação existe entre o PV e a proposta do vereador.
Espera-se que os alunos compreendam que o Partido Verde defende causas relacionadas à defesa do meio ambiente – o
Com base na interpretação desses textos em conjunto, é possível afirmar que o Executivo, um dos
poderes do governo, é representado por alguém específico. Aponte essa pessoa.
Trata-se do prefeito Bruno Covas.
9. UERJ
Releia o trecho do texto “Fotojornalismo”, relacionado aos exercícios dos módulos 13 e 14 e respon-
da ao que se pede.
A previsão de Bilac sobre a diminuição das controvérsias ou polêmicas, por causa da vitória da
imagem sobre a palavra, baseia-se em uma pressuposição acerca da maneira de representar a rea-
lidade. Essa pressuposição está enunciada em
a. O desenho critica o real e as palavras expressam consciência.
b. A fotografia reproduz o real e as palavras provocam distorções.
c. A imagem interpreta o real e as palavras precisam de inteligência.
d. A fotogravura subverte o real e as palavras tendem ao conservadorismo.
semana de março e, se for aprovado novamente, segue para sanção do prefeito Bruno Covas.”
58
11. Segundo o vereador, autor do projeto de lei sobre a proibição de canudinhos de plástico, essa medida tem
uma consequência que vai além da diminuição de lixo prejudicial à natureza. Que consequência é essa?
Segundo o vereador, a medida vai despertar a consciência das pessoas em relação ao uso dos canudos plásticos e a respeito
12. Relacione cada momento histórico do Minhocão ao ano em que o fato se deu.
2006 É aberto um concurso de ideias sobre o viaduto, mas nada foi implementado.
O nome do elevado deixou de homenagear Costa e Silva para fazer uma homenagem a
2016
João Goulart.
Fica previsto que o Minhocão seja convertido em parque ou que seja demolido, total ou
2014
parcialmente.
O debate sobre a desativação do Minhocão, não por acaso, remonta à sua inauguração. Os
defensores do viaduto sempre argumentaram que ele cumpria papel importante em um
trânsito constantemente à beira do colapso.
Estudos produzidos pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), entretanto, apon-
tam que, com algumas adequações viárias, o encerramento do uso do elevado não traria
impactos significativos ao tráfego da região.
Entre esses parágrafos, o conectivo que estabelece uma relação de oposição entre o “papel impor-
tante em um trânsito constantemente à beira do colapso” e o fato de que a desativação “não traria
impactos significativos ao tráfego da região” é
a. entretanto. b. importante. c. não por acaso. d. produzidos. e. sempre.
O predicativo do sujeito
também auxilia na criação de
Perspectivas na notícias e manchetes. Se há
Parcialidade no
hora de cobrir um um predicativo de sujeito, há
jornal
fato relevante um verbo de ligação. Muitas
vezes, o predicativo confere
neutralidade ao que é dito.
Há diferenças entre
notícias e textos
opinativos quanto
à neutralidade.
Nome:
1. Deve-se avaliar a capacidade dos alunos de fazer a curadoria e a seleção de informações necessárias para a própria produção de texto. Ou
3. dos grupos para seguir um caminho seguro até esse resultado final.
4. 1. Quanto ao primeiro critério, o importante é verificar se a produção do aluno é coerente com a proposta de criar um texto que apresente
6. 2. Para o segundo critério, é importante avaliar se, no texto, os alunos de fato compreenderam como se faz hierarquização de informações,
7. analisando-as e comparando-as.
8. 3. O terceiro critério tem relação com a própria curadoria de informações necessária para a produção em questão. É necessário que os alu-
9. nos saibam que, por exemplo, não é produtivo, para uma análise comparativa, selecionar dois ou mais textos muito semelhantes entre si.
10. 4. Quanto ao quarto critério, a avaliação deve recair na observação sobre a visão crítica dos alunos, ou seja, deve-se observar se eles souberam
18.
19.
20.
22.
23.
24.
25.
26.
CAPÍTULO 6
27.
28.
290
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA Sim Parcialmente Não
AÇÃO E REAÇÃO
2
Harry Varvoglis
A impulsão dos nadadores na virada olímpica pode ser explicada pelo princípio
da ação e reação de Isaac Newton. Os nadadores, ao empurrar a parede da
piscina, recebem de volta um empurrão de mesma intensidade, que impulsiona
o movimento em sentido contrário.
LÍNGUA
PORTUGUESA MATEMÁTICA
Argumentação, artigo de Números reais,
opinião, cultura digital, potenciação e radiciação
regência verbal, crase e
produção de texto
BI CS EF
EDUCAÇÃO LP CS HI
FÍSICA
10
FÍSICA Movimento
Modalidades cíclicas retílineo uniforme e
e triatlo uniformemente variado
HI MA BI LP GE HI
ARTE QUÍMICA
GRUPO
Construtivismo,
2
Fenômenos, substâncias,
suprematismo,
misturas e separação
abstracionismo e escola
de misturas
de Bauhaus
Ação e reação
CS HI LP GE HI
CIÊNCIAS
SOCIAIS BIOLOGIA
Evolução da vida
Dúvida e conhecimento
AR LP GE HI
GEOGRAFIA HISTÓRIA
Europa: aspectos Sociedade republicana,
naturais e formação Primeira Guerra Mundial
dos povos e Revolução Russa
HI BI LP LP AR
AUTORIZAÇÃO COC
LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO7 SEM
DEAGREEZ/ISTOCK
CAPÍTULO 3 PENSO, LOGO
ARGUMENTO
OBJETIVOS DO GRUPO
• Analisar movimentos argumentativos, como sustentação,
refutação e negociação.
• Analisar textos de opinião e posicionar-se de forma crítica,
fundamentada, ética e respeitosa diante de fatos e opiniões
relacionados a esses textos.
SUMÁRIO • Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de
produção dado e a norma-padrão.
CAPÍTULO 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
• Diferenciar, em textos lidos e em produções próprias, o efeito
Penso, logo argumento de sentido do uso dos verbos de ligação “ser”, “estar”, “ficar”,
“parecer” e “permanecer”.
CAPÍTULO 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 • Analisar diferentes práticas e textos pertencentes a diferentes
gêneros da cultura digital.
Tempos modernos • Comparar o uso de regências verbal e nominal na norma-
-padrão com seu uso no português brasileiro coloquial oral.
• Identificar o fenômeno da crase e sua indicação, na escrita,
por meio do uso do acento grave no complemento nominal e
no complemento verbal.
O filósofo francês René Descartes é autor da frase em latim Cogito ergo sum,
que, em português, assumiu a tradução “Penso, logo existo”. Durante toda
nossa vida, temos pensamentos sobre os mais diversos assuntos. Em nos-
sas interações sociais, por exemplo, é comum expressarmos esses pensa-
mentos e, muitas vezes, recorremos à formulação de argumentos para de-
fender ou contestar uma ideia ou um ponto de vista.
Atualmente, na era tecnológica, o acesso às informações tem se tornado
René Descartes
(1596-1650) cada vez mais fácil. Elas podem colaborar na construção de uma argumen-
tação ou, então, confrontá-la. Por isso, é muito importante saber defender
CAPÍTULO 3
na, e o método cartesiano de trodução, desenvolvimento (parte em que estão os argumentos do autor) e
avaliação da verdade, exposto
em sua obra O discurso sobre o conclusão. Gêneros desse tipo textual, como artigos de opinião, editoriais
método (1637), é utilizado até de jornais e revistas, cartas de reclamação, dissertações (muito solicitadas
os dias atuais. Esse método em provas e em concursos), entre outros, exigem essa estrutura argumen-
parte da ideia de que se ad-
quire conhecimento por meio tativa para cumprirem sua finalidade.
de investigações criteriosas. Ao argumentar sobre uma ideia, o autor pode sustentar sua opinião prin-
O que não for evidente, por-
tanto, deve ser questionado.
cipal (tese), refutar outra visão sobre o tema abordado ou negociar com ou-
tra linha de pensamento que não seja a dele. Veja a seguir como funcionam
essas linhas de argumentação.
Sustentação de opinião: o autor, por meio de fatos, dados e provas, defende sua opinião e busca embasá-la,
sem considerar outras.
Refutação (contestação): o autor escolhe contra-argumentar outras ideias que não as suas, de modo a forta-
lecer a própria tese.
Negociação: o autor coloca-se na posição de entender um ponto de vista que não seja o seu, mas faz isso para
apresentar as falhas que há nesse pensamento e, assim, tentar validar sua opinião.
Quando o autor assume uma linha de argumentação, pode utilizar alguns tipos de argumento para
atingir seu objetivo de defender uma opinião e/ou convencer o outro. Se você se lembrar dos textos
que leu desse gênero, poderá perceber que se deparou com argumentos elaborados com base em opi-
niões de autoridade, em dados ou em apresentação de causas e consequências, por exemplo.
Conheça alguns desses tipos de argumento, para que saiba identificá-los em suas leituras de textos
argumentativos e também selecioná-los quando for produzir textos próprios.
1. Argumento de autoridade: tem base em uma citação de fonte confiável, como o parecer de um especialista
ou pensador da área relacionada ao tema do texto e à tese que se quer construir.
A citação do pensamento da autoridade pode ser feita de forma direta – utilizando-se aspas – ou de maneira
indireta, reescrevendo-a, usando outras palavras.
2. Argumento por causa e consequência: tem base na explicação das relações de causa (os motivos, os
porquês) e consequência associadas ao tema debatido. As causas apresentadas têm relação direta com a tese, e a
apresentação das consequências delas ajudará na defesa do pensamento do autor.
Esse tipo de argumento leva o autor a elaborar um raciocínio lógico a fim de validar sua tese.
É muito importante que os alunos assimilem esse conteúdo, pois é pré-requisito para o Ensino Médio. Uma sugestão é trazê-los para a cena do conhecimento,
subdividindo a sala em três grupos. Cada grupo deverá receber a descrição de um dos três tipos de argumentação (sustentação, refutação, negociação) apre-
sentados aqui. Disponibilizar um breve texto ou um tema que possa despertar diferentes visões. Pedir a cada grupo para discutir e elaborar um argumento
para essa imagem e, depois, compartilhar o que discutiram com toda a turma. Refletir com os alunos pontos relevantes do argumento de cada grupo. Avaliar os
argumentos, indicando como melhorá-los.
5. Argumento por exemplificação: tem como base citar uma situação hipoté-
tica ou real que possa exemplificar uma ideia defendida na tese. Este é o momento oportuno para apli-
car o exercício 1 da seção “Para confe-
LÍNGUA PORTUGUESA
6. Argumento por senso comum: consiste na apresentação de uma verdade rir”, referente aos módulos 19, 20 e 21.
universal, ou seja, uma informação conhecida, teoricamente, por todos. Essa afir-
mação de consenso geral deve ser pertinente ao texto, de modo que a apresenta-
ção dela não torne vazia a tese do autor.
A seguir, você lerá um texto argumentativo. Tente identificar que tipos de Após a leitura e a compreensão do
texto, fixar uma cartolina em uma
argumento a autora usa para defender a tese dela. das paredes da sala. Um dos lados da
cartolina deverá conter o conceito de
cada tipo de argumento, enquanto o
outro lado deverá estar em branco.
Ninguém quer ver futebol feminino Cada aluno, dupla ou grupo, a depen-
der da distribuição da turma, receberá
Não consigo precisar quantas vezes já ouvi a frase “ninguém quer ver futebol femi- recortes de exemplos de cada tipo de
nino” nas redações esportivas, nas rodas de conversa sobre futebol com torcedores, argumento, que deverão ser colados
ou simplesmente toda vez que esse assunto vem à tona. Parece que é sempre um em frente aos respectivos conceitos.
Retirar alguns desses argumentos do
combo quando se fala sobre mulheres jogando bola: é chato, é lento, ninguém quer próprio texto “Ninguém quer ver fute-
ver. bol feminino”.
Tenho pra mim uma certeza – com base na experiência mesmo, não em números
oficiais – que 99% das pessoas que dizem isso não viram sequer um jogo de fute-
bol feminino nos últimos quatro anos. Até porque, nem teria muito como ver. Não
há campeonatos de futebol feminino sendo transmitidos na TV com frequência;
isso costuma acontecer só mesmo na Olimpíada. Mas os clichês sempre se repeti- VOCABULÁRIO
ram e por muitas décadas foram aceitos como “verdade absoluta”. Clichê: uma ideia ou ex-
Aí veio a Copa do Mundo de 2019. E a Globo, maior emissora do país, decidiu pressão que se repete
transmitir o torneio. Aliás, não só transmitir, decidiu cobrir o torneio – o que é bem com frequência e é aceita
diferente, porque implica fazer matérias frequentes sobre o assunto e incluir o como válida pela maioria
das pessoas.
tema na programação. O resultado disso com certeza vai chocar aqueles apegados
ao antigo clichê: a estreia da Seleção Brasileira diante da Jamaica teve mais de 19
milhões de pessoas assistindo ao jogo, a segunda maior audiência da história da
Copa. A partida contra a Itália, em plena terça-feira no horário comercial, superou
esse número e chegou a 22 milhões de espectadores.
Depois, as oitavas de final entre Brasil e França: 35 milhões de pessoas estavam
ligados nas TVs brasileiras para acompanhar uma partida com mulheres em cam-
po. O número representa simplesmente a maior audiência da história da Copa
feminina no mundo inteiro. Superou a final da Copa de 2015, que havia registrado
25,6 milhões de espectadores nos Estados Unidos.
Quatro jogos da seleção feminina na TV e três deles quebraram recordes de au-
diência. Será mesmo que ninguém quer ver futebol feminino?
Nas redes sociais, o alcance das conversas sobre a Copa chegou a superar 92 mi-
lhões de pessoas em um dos jogos do Brasil, segundo o Observatório do Mundial
no meio do Carnaval para ver o Super Bowl. E vão me dizer que o futebol das
mulheres não teria esse potencial?
Essa Copa do Mundo já é um marco porque está derrubando por terra to-
das as bobagens que os preconceituosos sempre repetiram sobre o futebol
10
feminino. Mais do que isso, ela fez o brasileiro recuperar seu orgulho de
torcer pela seleção e “descobrir” que existem mulheres incríveis que hon-
ram essa camisa, como Marta, Cristiane, Formiga, Thaísa, Tamires, Andressa
Alves, e tantas outras que não eram conhecidas antes e agora também são
admiradas.
Para os que não gostam do futebol feminino, há sempre a possibilidade de
desligar a televisão e não assistir. Mas para nós, que gostamos do futebol por
essência, só peço que não nos privem mais do direito de poder vê-las em cam-
po. Que as transmissões sigam para além da Copa.
MENDONÇA, Renata. Ninguém quer ver futebol feminino. Folha de S.Paulo.
Note que, nesse texto, a autora apresenta dados e informações que a aju-
dam a embasar a tese de que há, sim, interesse no futebol feminino no Brasil.
Já no primeiro parágrafo, a autora usa um argumento que parte de uma
exemplificação. Ela baseia-se em uma situação que presenciou, por diver-
sas vezes, em sua própria experiência de vida: pessoas afirmando que
ninguém gosta de ver futebol feminino. De modo semelhante, a autora
apresenta uma situação que, segundo ela, poderia ser comprovada por sua
própria observação: a maioria das pessoas nunca assistiu a uma partida de
futebol feminino.
Há, ainda, muitos argumentos de evidência. Entre eles, o de que as oita-
vas de final entre Brasil e França, com audiência de 35 milhões de pessoas,
superou a da final da Copa de 2015 (quarto parágrafo). Outro deles é o de
que o nome da jogadora brasileira Cristiane teve um aumento de 7 800%
no número de buscas em um dia, depois de ela ter feito três gols contra a
Jamaica, conforme se lê no sexto parágrafo.
Além disso, ao citar um dado e dar como fonte de pesquisa informações
fornecidas pelo Observatório do Mundial Feminino publicado pela Vert In-
teligência Digital, ela fez uso de um argumento de autoridade, já que se
trata da menção a uma instituição séria, comprometida com a verdade e
reconhecida pelo trabalho que faz.
LÍNGUA PORTUGUESA
esses artigos são divulgados em algum veículo de comunicação, como jor- mo espaço para que o leitor
se comunique com colunistas.
nal, revista, televisão ou rádio.
Veja outras características de um artigo de opinião:
julgarem mais interessantes e, depois, O que o Brasil ganha com as mudanças climáticas
os compartilhem com a turma.
O Brasil precisa acordar. Diante do maior desafio já enfrentado pela
humanidade, a mudança climática global, o país tem à sua frente
uma janela de uma a duas décadas para despertar. Precisa intensi-
ficar programas de adaptação que, ao mesmo tempo, aproveitem
as oportunidades que o enfrentamento das consequências desse
grande problema oferece.
Evidências científicas mostram que até meados de 2040 o mun-
do deverá atingir a marca de 1,5 oC, caso continuemos emitindo
gases de efeito estufa como ainda fazemos hoje.
As pessoas perguntam: mas o que significa para mim essa pe-
quena variação de apenas 1 oC? De fato, 1 oC, ou mesmo 1,5, ou
até 3 oC podem significar muito pouco se considerarmos nossas
preferências pessoais. Porém, uma mudança na temperatura mé-
dia mundial de 1,5 oC implica variações de temperatura, chuvas e
vários eventos climáticos bem mais amplos e intensos do que o
significado pessoal de 1,5 oC.
Os efeitos climáticos são, sobretudo, o que os climatologistas
chamam de eventos extremos, ou seja, mudanças no clima local
que provocam enchentes, secas, ondas de calor etc. A frequência
desse tipo de evento já vem aumentando em vários lugares do
planeta. Em outras palavras, teremos um maior número de noites
quentes, maior frequência de tempestades, maior probabilidade
de ocorrência de eventos mais fortes como furacões e tornados.
Tudo isso exacerba os riscos relacionados à saúde humana, in-
fraestrutura das cidades, agricultura e muitos outros setores
da sociedade.
A Conferência das Partes (COP) 21, realizada em Paris em 2015,
encomendou um relatório especial ao Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU. Os governos querem saber
o que fazer para evitar que o mundo ultrapasse a marca de 1,5 oC.
O IPCC reuniu 91 pesquisadores de 40 países que trabalharam
durante dois anos com a contribuição de mais 133 pesquisadores
de todo o mundo. Os cientistas do IPCC examinaram mais de 6 mil
LÍNGUA PORTUGUESA
car o exercício 2 da seção “Para con-
naquele momento; por isso, devem servir apenas como guia ferir”, referente aos módulos 22 e 23.
para que o tomador de decisão escolha por onde ir com emba-
samento sólido. Se levados em consideração, os pontos levan-
MARLENE BERGAMO/FOLHAPRESS
Não gosto de palavra acostumada.
A minha diferença é sempre menos.
Palavra poética tem que chegar ao grau de brinquedo para ser séria.
Não preciso do fim para chegar.
Do lugar onde estou já fui embora.
LÍNGUA PORTUGUESA
BARROS, Manoel de. O livro sobre nada. Disponível em: <https://www.revistabula.com/
2680-os-10-melhores-poemas-de-manoel-de-barros/>. Acesso em: jul. 2023. Manoel de Barros
(1916-2014)
Manoel Wenceslau Leite de
LÍNGUA PORTUGUESA
• Apresenta estrutura dissertativa (introdução, desen- • Deve seguir a norma-padrão da língua, já que é
volvimento e conclusão). escrito também para informar.
• É um texto argumentativo e persuasivo. • É quase sempre assinado, a não ser que haja um
Como dica para a sua produção, você pode recordar-se dos tipos de argu-
mentação existentes.
Exercícios de aplicação
Leia novamente o texto “Ninguém quer ver futebol feminino” e responda às questões.
1. No texto, a autora segue uma linha argumentativa de sustentação, refutação ou negociação? Justi-
fique sua resposta.
Pode-se dizer que a autora segue uma linha argumentativa de refutação, pois ela mobiliza argumentos para contestar a
ideia de que “Ninguém quer ver futebol feminino”, como sugere o próprio título.
CAPÍTULO 3
2. Se uma pessoa lesse somente o título do artigo “Ninguém quer ver futebol feminino”, ela poderia
18
3. No final do primeiro parágrafo, a autora menciona clichês sobre o futebol feminino. Quais são eles
e por que não se sustentam?
Os clichês sobre futebol feminino são que ele “é chato, é lento, ninguém quer ver”. Eles não se sustentam porque não há
como as pessoas avaliarem o futebol feminino dessa maneira, uma vez que elas não assistem aos jogos, já que quase não
4. De acordo com o texto, qual seria a diferença entre “transmitir a Copa” e “cobrir a Copa”?
“Cobrir a Copa” é mais amplo que “transmitir a Copa”, pois trata-se de abordar temas relevantes da Copa em vários progra-
mas do canal, com matérias específicas sobre ela, e não somente transmitir as partidas de futebol do torneio.
a essa pergunta já está dada na frase anterior a ela: “Quatro jogos da seleção feminina na TV e três deles quebraram
recordes de audiência.”
8. Você acredita que o uso de perguntas como a do trecho citado na questão anterior gera efeitos 8. Os alunos devem ser in-
positivos no processo de leitura do texto? Justifique sua resposta. centivados a pensar sobre a
LÍNGUA PORTUGUESA
tentativa de envolver o leitor
Resposta pessoal. por parte do autor quando
inclui perguntas em seu tex-
to. Visto que, nesse caso, o
Existe vida inteligente fora da Terra? “No Universo? Garantido. Na nossa galáxia? Extre-
mamente provável. Por que não encontramos aliens ainda? Talvez nossos equipamen-
tos não tenham sensibilidade suficiente. Ou não sintonizamos o sinal de rádio correto”.
Superinteressante. São Paulo: Editora Abril, n. 224, mar. 2006, p. 42.
10. Reúna-se em grupo, com até quatro colegas de classe, para conversar sobre futebol feminino.
a. Pergunte aos colegas de grupo se eles têm interesse no futebol feminino.
b. Pergunte também os motivos para o interesse ou o desinteresse.
c. C
om os dados da pesquisa levantados, escreva um relatório organizando o resultado, listando os
principais motivos para o interesse ou desinteresse em futebol feminino.
Exercícios propostos
11. Além do número de espectadores dos jogos da Copa de futebol feminino, quais outros dados são
mostrados como evidência de interesse por parte do público em relação a essa modalidade esportiva?
A autora apresenta dados sobre a mobilização que os jogos causaram nas redes sociais e na internet. Em um dos jogos
do Brasil, houve 92 milhões de pessoas falando sobre a Copa nas redes sociais. Além disso, houve aumento da procura no
13. A autora utiliza um argumento por analogia para defender o potencial do futebol feminino. Qual é
a analogia feita por ela?
A autora faz uma analogia entre o futebol feminino e o futebol americano. Ela diz que não havia a cultura do futebol ame-
CAPÍTULO 3
ricano no Brasil, porém, com o incentivo de uma emissora, conseguiu-se criar essa cultura. Isso pode ocorrer, do mesmo
14. Enem
Exercícios de aplicação
1. Leia a tirinha de Armandinho.
ALEXANDRE BECK
LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO21 SEM
Os pontos de vista das personagens são semelhantes? Explique.
Não são semelhantes. Enquanto a garota vê a possibilidade de se construir muros com tijolos, que denota ideia de sepa-
ração, Armadinho acredita que é possível fazer pontes, que traz o sentido de ligação.
Releia o texto “O que o Brasil ganha com as mudanças climáticas” e responda às questões.
2. No início do texto, que modalizador é usado?
É usado o verbo auxiliar modal “precisa”.
serão grandes, caso o planeta atinja 1,5 oC a mais em sua temperatura até 2040, como preveem estudos.
4. Segundo o artigo de opinião, o que uma variação na temperatura mundial de 1,5 °C pode causar?
Essa variação de temperatura pode gerar mudanças climáticas que causam eventos extremos, como enchentes, ondas
5. Com que tipo de argumento o autor confere credibilidade ao relatório especial produzido pelo Pai-
nel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)?
Ele usa o argumento por comprovação, ao mostrar números que evidenciam a grande mobilização de fontes usadas para
embasar o relatório. De acordo com o artigo, o “IPCC reuniu 91 pesquisadores de 40 países que trabalharam durante dois
anos com a contribuição de mais 133 pesquisadores de todo o mundo. Os cientistas do IPCC examinaram mais de 6 mil
publicações científicas e responderam a mais de 42 mil comentários de cientistas e governos dos 195 países da Organi-
poderia ser também um público-alvo mais específico, como cientistas e políticos, que têm influência direta na criação de
8. Assinale as afirmações que tratam sobre o que seria feito no cenário 1 do relatório especial.
CAPÍTULO 3
X Agricultura ecológica
[…] O cenário 1 talvez seja o menos provável devido à enorme deficiência de integração na governança mun-
dial nesse momento, uma vez que o mundo parece estar mergulhando numa fase de rivalidades nacionais.
Exercícios propostos
Leia o artigo de opinião a seguir e responda aos exercícios de 10 a 14.
LÍNGUA PORTUGUESA
seja, apesar de termos uma lei bastante avançada para
direitos em prática, por exemplo: frequentar a escola, todas as crianças e todos os adolescentes, a sociedade
praticar esportes, buscar comer comidas mais saudá- ainda age diferente com cada um, sendo mais ou me-
veis, respeitar as outras pessoas etc. nos rigorosa, mais ou menos agressiva, mais ou menos
10. Em seu texto, Patricia Guarany segue uma linha de argumentação por sustentação ou por negocia-
ção? Justifique sua resposta.
É possível afirmar que a autora segue uma linha de sustentação. Ela apresenta uma análise dos documentos que preveem
os direitos da criança e do adolescente e de como a sociedade lida com o que está previsto neles para sustentar a tese de
O ECA apresenta um conjunto de 13 direitos que devem ser garantidos com absoluta prioridade:
direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissio-
nalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
As famílias, a comunidade, a sociedade em geral e o poder público têm o dever de assegurar a
efetivação deles. Já as crianças e os adolescentes são responsáveis pela garantia de seus próprios
direitos. Cada um pode ser responsável colocando os direitos em prática, por exemplo: frequentar
a escola, praticar esportes, buscar comer comidas mais saudáveis, respeitar as outras pessoas etc.
Nele, foi utilizado um verbo que é modalizador linguístico. Identifique-o e indique que sentido ele
transmite.
CAPÍTULO 3
13. Qual deve ser o público-alvo do texto “Os direitos das crianças devem ser comemorados”?
24
O público-alvo deve ser o público geral e não é estabelecido em algum trecho do texto. Crianças e jovens podem ler o texto,
14. Nesse trecho, a autora 14. O período “Hoje as crianças e os adolescentes brasileiros têm os seus direitos garantidos de ma-
apresenta uma análise dis- neira diferente dependendo das suas condições socioeconômicas, de suas origens étnico-raciais,
farçada de argumento, já
da região do país em que vivem, se são meninas ou meninos, entre outros aspectos”, do texto em
que não utiliza a primeira
pessoa do singular nem questão, apresenta
modalizadores que revelam a. uma alusão histórica.
que se trata de uma opinião.
A afirmação que ela faz b. uma comparação.
não consiste em uma visão c. uma análise da autora.
comum, já que pode haver
pessoas que discordam dela. d. uma visão comum.
e. um dado.
LÍNGUA PORTUGUESA
trolem as pessoas.
Exercícios de aplicação
d Estado permanente
b Estado transitório
a Mudança de estado
c Continuidade de estado
2. Como o verso “Para ter mais certezas tenho que me saber de imperfeições” do poema de Manoel de
Barros se relaciona com a forma verbal “é”, que aparece várias vezes no texto?
No verso, o eu lírico comenta sobre ter “mais certezas”, e a forma verbal “é” aparece muitas vezes no poema, indicando as
3. No verso “Do lugar onde estou já fui embora” do poema O livro sobre nada, o verbo em destaque é
de ligação? Explique.
Não, o verbo em destaque, apesar de ser uma conjugação do verbo “estar”, que por vezes assume a função de verbo de
ligação, não é, nesse caso, de ligação, visto que não há um predicativo do sujeito na oração.
Ah, sim, Messi. Se há algo hoje de que o mundo não está em falta é ele. Pode-se vê-lo
em ação duas vezes por semana, pelo Barcelona ou pela Argentina, na TV, no on-line, no
celular e, em breve, talvez até nas nuvens. Está em todas as telas, das de parede a pa-
rede às de três polegadas que você carrega no bolso. Seus gols são repetidos mil vezes
26
em dez ângulos diferentes, para que não haja dúvida sobre sua genialidade. E a câmera
ultralenta o transforma num Baryshnikov dos gramados.
Em metade dos anos Pelé, que foram de 1957 a 1974, o futebol era filmado em pelícu-
la, não gravado em videoteipe. Pelo alto custo da película, da revelação e das cópias, ra-
ramente se filmava um jogo inteiro – só se ligava a câmera quando havia chance de gol.
É por isso que, nas cenas de futebol do passado, quase nunca se vê o começo da jogada
que resultou na bola nas redes. E, mesmo que todos os jogos tivessem sido filmados,
muitos já teriam sido devorados pelas chamas. Então, como ver o que Pelé fazia, diga-
mos, no meio do campo?
Em meados dos anos 1960, o videoteipe se instituiu. Mas, também pelo seu custo –
cada fita era do tamanho de um tijolo –, os teipes eram apagados depois de exibidos,
para que se pudesse gravar de novo em cima. Essa pobreza se estendeu até fins dos
anos 1970.
O Santos igualmente jogava duas vezes por semana, em São Paulo, no Rio, na Europa,
na África e, embora fugazmente, no cinema, sempre podíamos ver as maravilhas de Pelé.
Mas você não precisa acreditar em mim. Às vezes, eu também não acreditava no que via.
CASTRO, Ruy. Quem viu Pelé. Folha de S.Paulo. abr, 2019.
4. O verbo “ser”, conjugado 4. O verbo em destaque no trecho “O vento que sopra sobre a crônica esportiva trouxe de novo a dis-
no pretérito imperfeito do cussão sobre quem seria maior, Pelé ou Messi” do texto de Ruy Castro
modo indicativo, expressa
um estado permanente. a. expressa um estado permanente.
b. expressa um estado transitório.
c. expressa uma mudança de estado.
d. expressa uma continuidade de estado.
e. não é um verbo de ligação.
5. Responda às questões com base no trecho “Como assisti a Pelé jogar, fiquei prematuramente quite
com o futebol – podia morrer sem ver mais ninguém, logo não tenho o que discutir”.
a. Identifique o verbo de ligação do trecho. Que efeito de sentido ele tem?
O verbo de ligação “ficar” indica uma mudança de estado.
poderia ser considerado melhor, caso em sua época houvesse a tecnologia de filmagem que existe nos dias de hoje.
LÍNGUA PORTUGUESA
b. Qual é a tese do autor?
os de Messi, a comparação entre os jogadores por parte dos telespectadores ou críticos fica impossibilitada.
Leia agora trechos de um artigo de opinião publicado pelo Jornal da USP, da professora e colunista
Katia Rubio, a respeito da atual falta de prestígio dos jogos olímpicos.
Por que os Jogos Olímpicos já não são assim mais tão desejados
Katia Rubio é professora associada da Escola de Educação Física e Esporte da USP e membro
da Academia Olímpica Brasileira
Alguns fenômenos contemporâneos grandiosos guardam parte de uma história marca-
da por dificuldades e quase fracasso. Os Jogos Olímpicos são um deles.
[…]
Durante décadas, esse discurso mobilizou atletas, instituições e governantes em tor-
no do desejo de ter em seu território uma competição que representasse a síntese de
um ideal humano. Entretanto, parece ter chegado o momento de rever todo o processo
que levou o Movimento Olímpico a uma encruzilhada.
Criado no final do século XIX para ser uma competição de caráter internacional, os
Jogos Olímpicos foram prontamente chamados à sua terra natal, a Grécia. Parecia
óbvio que os gregos do presente devessem realizar em seu território a mesma ce-
lebração de séculos passados. Porém, não era essa a ideia de Pierre de Coubertin,
que entendia que os Jogos Olímpicos da Era Moderna deveriam ter um caráter in-
ternacionalista e, para tanto, deveriam ser realizados em países diferentes, multi-
plicando assim seu ideal. E assim, depois da primeira edição realizada em Atenas,
os Jogos Olímpicos passaram a circular entre cidades que dispusessem de condições
materiais suficientes para abrigar algumas centenas de atletas, vindos de vários
continentes. A Europa, como centro do “mundo civilizado”, era inegavelmente o lu-
gar certo para essa realização.
RUBIO, Katia. Por que os Jogos Olímpicos já não são assim tão desejados. Jornal da USP, 3 abr. 2019.
Disponível em: <https://jornal.usp.br/artigos/por-que-os-jogos-olimpicos-ja-nao-sao-assim
-tao-desejados/>. Acesso em: ago. 2023.
no período anterior.
CAPÍTULO 3
9. Releia: “A Europa, como centro do ‘mundo civilizado’, era inegavelmente o lugar certo para essa
28
realização.”
a. O que expressa o verbo de ligação nesse trecho?
O verbo de ligação “ser” expressa estado permanente.
Exercícios propostos
10. Explique a diferença de sentido expresso pelos verbos em destaque nos enunciados a seguir e ex-
plique como é possível identificá-la.
I. O poeta permanecia disposto a expressar seus sentimentos em seus poemas.
II. O jornalista permanecia ali.
Em I, o verbo “permanecer” desempenha a função de verbo de ligação e tem sentido de “continuar”, indicando, portanto,
continuidade de estado.
Em II, o verbo “permanecer” não desempenha a função de verbo de ligação e tem sentido de “manter-se em um lugar”.
É possível identificar a diferença pela presença de predicativo do sujeito em I (“disposto”) e ausência de termos com essa
LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO29 SEM
13. UCMG (adaptado) 13. Em 1, o verbo é de ligação,
e, em 3, o verbo é nocional.
1. “A vergonha foi enorme.” – Verbo nocional
2. “Procura insistentemente perturbar-me a memória.” – Verbo nocional
3. “Fiquei, durante as férias, no sítio de meus avós.” – Verbo de ligação
4. “Para conseguir o prêmio, Mário reconheceu-nos imediatamente.” – Verbo nocional
5. “Ela nos encontrará, portanto é só fazer o pedido.” – Verbo nocional
15. Complete as lacunas com verbos de ligação, de acordo com o efeito de sentido e o tempo verbal 15. a. Resposta pessoal. Su-
gestão: pareciam
indicados.
b. Resposta pessoal. Suges-
tão: tornou-se
a. As meninas felizes com o presente. (estado aparente/passado)
c. Resposta: são
b. Gabriel chefe do gabinete. (mudança de estado/passado) d. Resposta pessoal. Suges-
tão: permanecia
c. Os herdeiros filhos do antigo dono da empresa. (estado perma- e. Resposta pessoal. Suges-
tão: andava
nente/presente)
Exercícios de aplicação
1. Com os textos que você lerá a seguir, será possível colher bastantes informações a respeito do as-
NOTA sunto “vacinação”. Mobilizando esse conhecimento, com o que estudou sobre artigo de opinião, você
deve produzir um artigo de opinião sobre o tema “Como o governo pode melhorar os índices de
Organização
Mundial da Saúde
vacinação no Brasil?”.
A Organização Mun- Como fazer
dial da Saúde (OMS) é a) 1a etapa – Conhecendo o assunto
uma agência especia- O artigo de opinião solicitado tem como assunto a vacinação. Agora, portanto, você lerá matérias
lizada em saúde, fun- jornalísticas a respeito disso.
dada em 7 de abril de
1948, vinculada à Or-
Texto 1
CAPÍTULO 3
Saúde na data de sua Cobertura global contra sarampo e rubéola disso, há risco de retorno das doenças.
fundação. O objetivo O ministério informou, por meio de nota,
cresceu de 35% em 2010 para 52% no ano pas-
fundamental da OMS
é garantir o mais alto sado; os números nacionais são bem mais al- que “tem atuado fortemente na disseminação
nível possível de saú- tos, de 85% em 2017, mas a cobertura já havia de informações junto à sociedade alertando
de para todos. chegado a 96% em 2015, o que indica risco de sobre os riscos de baixas coberturas”. Disse
retomada de surtos também que a queda nas coberturas vacinais,
SHAADJUTT/ISTOCK
LÍNGUA PORTUGUESA
tamento Científico de Imunizações da Socie- ram investidos R$ 31,9 milhões.
dade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, FELIX, Paula; GIRARDI, Giovana. Taxas de vacinação au-
mentam no mundo, mas caem no Brasil há 3 anos. Estado
concordam. “As doenças desaparecem com o de S. Paulo,18 jul. 2018.
uso das vacinas, o que faz com que se perca a
Texto 2
Carteira internacional de vacinação em um prazo de até cinco dias para que o via-
poderá ser obtida por meio digital jante possa imprimi-lo.
Documento é indispensável para entrar em pelo A mudança é fruto de uma parceria entre a
menos 100 países Anvisa e a Secretaria de Governo Digital do
O Certificado Internacional de Vacinação ou Ministério da Economia. De acordo com a An-
Profilaxia poderá ser obtido por meio digital. visa, uma das comprovações mais solicitadas é
O documento, indispensável para ingressar em de imunização contra a febre amarela. Países
pelo menos 100 países, pode ser solicitado de- como a Austrália e Tailândia somente permi-
pois de a pessoa ser vacinada em um posto do tem a entrada com o documento.
Sistema Único de Saúde (SUS) ou numa clíni- […]
ca credenciada. Uma vez imunizada, a pessoa O Brasil é o primeiro país a oferecer um ser-
interessada pode se cadastrar e enviar uma viço on-line, que é gratuito.
solicitação para o site Portal de Serviços. Apro- […]
vado o pedido pela Agência Nacional de Vigi-
FORMENTI, Lígia. Carteira internacional de vacinação
lância Sanitária (Anvisa), o cartão é enviado poderá ser obtida por meio digital.
Estado de S. Paulo, 29 jan. 2019.
Texto 3
Destacar informações e Observe que os três textos abordam o tema da vacinação, porém apresentam aspectos diferentes
dados dos três textos que do assunto. No primeiro deles, mostra-se a preocupação com a queda das taxas de vacinação no
possam ajudar os alunos Brasil. O segundo texto trata de uma notícia sobre a carteira internacional de vacinação, que é ne-
na elaboração do artigo de
opinião deles.
cessária para viajar para alguns países. No terceiro texto, a notícia mostra medidas que o governo
brasileiro estuda adotar para aumentar a adesão à vacinação, o que pode ser visto como uma reação
aos dados apresentados na primeira notícia.
b) 2a etapa – Apresentação da proposta
Depois de ler as matérias apresentadas, você deverá escrever um artigo de opinião, valendo-se de
tudo o que aprendeu sobre esse gênero até agora, com o tema:
“Como o governo pode melhorar os índices de vacinação no Brasil?”
• Você poderá aproveitar dados e informações apresentados nos artigos que leu e dialogar com
eles. Caso faça isso, lembre-se de referenciá-los em seu texto, por meio de citação direta ou indi-
reta, conforme já aprendido em aulas anteriores.
• O tema proposto não exige que você concorde ou discorde dos textos apresentados. Fica à sua es-
colha utilizá-los para sustentar sua tese, refutar opiniões expressas neles ou negociar com ideias
e informações deles.
• Seu texto deverá ter, no mínimo, 25 linhas e, no máximo, 30; deve ser escrito à mão e obedecer à
norma-padrão do português brasileiro. Use a folha de produção de texto para escrever seu texto.
Redação pág. 289
• Crie um título para o seu artigo que você julgue ser capaz de intrigar o leitor. Além disso, lembre-se
de que a sua produção não deve conter ideias preconceituosas sobre nenhum grupo da sociedade.
c) 3a etapa – Interagindo e compartilhando pensamentos
• Nessa etapa, você deverá reunir-se em grupos para expor seu texto e discutir as opiniões de cada um.
• Lembre-se de que um debate saudável se dá por meio da boa argumentação, que também pode
ser praticada oralmente.
• Lembre-se de que, sendo um texto de opinião, você deve defender uma tese. Os textos apresen-
tados nos módulos servem de apoio para que você dialogue com eles; assim, você pode citá-los
direta ou indiretamente, de modo a sustentar seus argumentos.
5. De acordo com o texto “Carteira internacional de vacinação poderá ser obtida por meio digital”,
é possível dizer que o certificado internacional de vacinação ou profilaxia é 5. No final do texto, há a informação de que o serviço de ob-
a. dispensável para a entrada em 100 países. tenção do certificado é gratuito no Brasil. A alternativa A está
incorreta, porque, no texto, é dito que o certificado é indispen-
b. solicitado antes da vacinação. sável para a entrada em pelo menos 100 países. A alternativa B
c. obrigatório para a circulação dentro do Brasil. está incorreta, porque o certificado é obtido após a vacinação.
A alternativa C está incorreta, porque não há informação algu-
d. obtido gratuitamente no Brasil. ma no texto que indique que o certificado é obrigatório para
e. desnecessário para a vacinação de febre amarela. a circulação dentro do Brasil. A alternativa E está incorreta,
LÍNGUA PORTUGUESA
porque o certificado para vacinação de febre amarela é um
dos mais exigidos.
Exercícios propostos
6. O texto 1 pode servir de apoio para criar que tipo de argumentos em um artigo de opinião de mes-
mo assunto que a notícia? Explique.
O texto 1 pode servir de apoio para a criação de argumentos por comprovação em um artigo de opinião, já que apresenta
dados.
7. No trecho “De acordo com a Anvisa, uma das comprovações mais solicitadas é a de imunização con- 7. No trecho, o autor co-
tra a febre amarela” do texto 2 é encontrada uma citação munica, com suas próprias
palavras, uma informação
direta. X indireta. fornecida pela Anvisa.
8. O texto 3, “Governo quer aumentar exigência de carteirinha de vacinação nas empresas” apresenta 8. O texto não apresenta da-
dos estatísticos.
X informações. dados.
9. Segundo o Ministério da Saúde, no texto 1, “Taxas de vacinação aumentam no mundo, mas caem no
Brasil há 3 anos”, por que o sucesso de campanhas de imunização poderia ser uma das razões para
a diminuição das taxas de vacinação?
Segundo o Ministério da Saúde, o sucesso das campanhas de imunização poderia ter gerado a falsa sensação de que não
é necessário vacinar-se mais, o que poderia ter levado à diminuição das taxas de vacinação.
10. No texto 2, “Carteira internacional de vacinação poderá ser obtida por meio digital”, o verbo da pri- 10. O verbo da primeira ora-
meira oração do trecho “Documento é indispensável para entrar em pelo menos 100 países” indica ção do trecho – “Documento
é indispensável” – é de liga-
a. uma hipótese. d. uma conversa com o leitor. ção e indica uma certeza.
b. uma opinião. e. a introdução da fala de alguém.
c. uma certeza.
11. De acordo com o texto 3, em que lugares o governo brasileiro pretende aumentar a cobrança da
apresentação da carteirinha de vacinação?
O governo brasileiro pretende aumentar a cobrança da apresentação da carteirinha de vacinação em escolas, no serviço
12. No texto 3, “Governo quer aumentar exigência de carteirinha de vacinação nas empresas”, o que
informa o verbo em destaque no trecho “‘A vacina é um direito da criança e um dever do pai ou res-
ponsável. Tem pais que optam por não vacinar. O que estamos num esforço é comunicar o Conselho
Tutelar para que ele converse com os pais’, afirma o ministro.”?
O verbo em destaque informa que a fala entre aspas, que o antecede, foi dita pelo ministro.
TIPOS DE ARGUMENTO
34
LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO35 SEM
CAPÍTULO 4 TEMPOS MODERNOS
Viver em sociedade pressupõe in-
teração. Hoje, essa interação é cada Módulos 29, 30 e 31
CULTURA DIGITAL
vez maior. Isso acontece em grande
parte por causa dos avanços no
campo digital, que favoreceram o
fortalecimento da tessitura social,
na medida em que a comunicação
É muito provável que, no seu cotidiano, você e os colegas de turma tenham acesso
superou as distâncias físicas. frequente à internet, certo? Essa prática, no entanto, é recente. Certamente, seus avós
Há, no entanto, muito a ser ajus-
tado nesse sentido. Assim como e talvez até seus pais, na infância ou na juventude, não tinham um smartphone para
desde cedo somos educados para se entreter nos momentos vagos, para checar o mural de uma rede social, para publi-
as práticas sociais da vida real, de-
vemos nos educar para a vida virtual. car um comentário na foto incrível de um amigo ou para compartilhar uma notícia
Desse modo, a escola cumpre papel de última hora.
fundamental na educação do uso
adequado das ferramentas digitais. Até pouco tempo atrás, o mundo era mais analógico do que digital.
O capítulo 4 se constrói principalmente
com essa finalidade. Já no primeiro con-
junto de módulos, intitulado “Cultura NA PRÁTICA
digital”, há uma abordagem que con-
templa práticas surgidas recentemente
Sinal analógico
nas mídias sociais, tais como “curtir” e
“comentar”, além dos gêneros novos, O termo “analógico” é usado para evidenciar uma oposição ao termo
IANDIKHTIAR/ISTOCK
bastante presentes no universo dos alu- “digital”. São chamados de suportes analógicos um relógio de pon-
nos, como o meme. Quanto ao estudo da teiros, um telefone de disco, um disco de vinil ou um videocassete.
língua, serão explorados tópicos grama- Em Física, os sinais analógicos são aqueles que ocorrem de forma
ticais, tais como regência verbal e crase.
contínua no suporte (ao contrário dos sinais digitais, que têm valores
Cultura digital é o conjunto de elemen-
definidos, ocorrendo de forma limitada).
tos que envolvem a interação das pessoas
via rede social. Trata-se de um fenômeno Hoje, é comum as pessoas considerarem o sinal digital superior ao
relativamente recente, se pensar que, no analógico. As famosas TVs de tubo, por exemplo, que faziam trans- Antigamente, as transmissões de
começo dos anos 2000, a internet não era missões por sinal analógico, não apresentavam imagens tão nítidas televisão ocorriam por meio
o mundo de possibilidades que é hoje. de antena de sinal analógico.
quanto as TVs atuais, que fazem transmissão por sinal digital.
Esse tópico sequer era vislumbrado pelas
abordagens escolares poucos anos atrás.
Neste conjunto de módulos, algumas práticas e gêneros bastante usuais como as ações de “curtir”, “compartilhar” e “comentar”, além dos gêneros textuais meme e gif serão
estudados. O objetivo será levar o aluno a refletir e a observar mecanismos de linguagem, partindo de gêneros textuais e multimodais mais familiares ao contexto dos estudantes.
NUTTAPONG PUNNA/DREAMSTIME
CAPÍTULO 4
36
A internet é a maior responsável pela existência do que se conhece como cultura digital.
Curtir
Ao viver em coletividade, é bastante comum que as pessoas busquem a apro-
vação do outro. Assim que tomamos consciência de como se organiza a vida
à nossa volta, percebemos que nossas ações precisam ser validadas pelas pes-
soas com as quais convivemos. Se estamos com raiva, por exemplo, não vamos
sair pelas ruas chutando lixeiras e atirando objetos ao chão, pois sabemos que
isso será reprovado por quem nos circunda. Além disso, deve haver um limite
saudável para essa busca de aprovação, ao qual precisamos estar atentos. ALIFE/ISTOCK
Quando vivemos em sociedade, costumamos buscar a validação das demais pessoas para nossas ações.
ALEXSL/ISTOCK
ca por essa aprovação é ainda mais evidente do que na vida
fora da internet. O botão “curtir”, presente em grande parte
das redes, simboliza um pouco essa busca, já que as pessoas
acreditam que, quanto mais curtidas recebem por uma pu-
blicação, mais aprovação têm. Geralmente, essa aprovação
tem contornos específicos: se, por exemplo, alguém publica
um desabafo em forma de texto, o botão “curtir” servirá,
nesse caso, como expressão de acolhimento por parte dos
LÍNGUA PORTUGUESA
interlocutores.
O botão “curtir” pode ter, como símbolo frequente, o gesto
de afirmativo com o polegar ou um desenho de coração.
Comentar
DISOBEYART/ISTOCK
Compartilhar
MSDERRICK/ISTOCK
Em relação aos dois recursos explorados anteriormente, o
de compartilhar é o que promove maior expansão das in-
terações virtuais. É por meio dele que ocorre a “viralização”
de um conteúdo.
Meme
38
CMANNPHOTO/ISTOCK
30 e 31.
O QUE EU IMAGINO
QUANDO DIZEM QUE
VAI ESFRIAR UM POUCO.
EXPLORE MAIS
Gif
Leia mais sobre gifs em:
<coc.pear.sn/OjoXzow>.
Gif
O termo gif consiste em uma sigla, em inglês, para Graphics Interchange
Format. Geralmente, trata-se de um conjunto de imagens que compõem
uma breve animação, silenciosa, na maioria das vezes divertida, assim
como o meme, e sem texto verbal. Sua circulação ocorre, predominante-
mente, nas redes sociais. É comum as pessoas usarem um gif no lugar de
Um gif geralmente se define
por uma breve animação que se um texto verbal em um comentário, servindo como uma forma de resposta
inicia com um clique ou toque.
bem-humorada.
LÍNGUA PORTUGUESA
com os elementos que a compõem – muito importantes para a sua existên-
cia. Imagine que, em uma simples frase, é preciso que haja a interação das
palavras para que componham um discurso.
TANYAJOY/ISTOCK
O verbo, enquanto termo regente, indica como deve ser feita a ligação com seu
complemento, que é o termo regido. Em outras palavras, o verbo indica se deve ou
não haver preposição entre ele e o objeto e, caso haja, qual será usada.
LÍNGUA PORTUGUESA
Obediente à regra.
b. Também pode pedir a preposição a para “pessoa”. Neste caso, o objeto
direto é a “coisa”.
Exemplo: O presidente informou a decisão à população.
EXPLORE MAIS
e qual será usada). Para haver crase, é necessário que o termo regente exija
a preposição “a” e o termo regido admita o artigo “a(s)”. Veja este exemplo:
EXPLORE MAIS Veja que a preposição a, regida pelo verbo “ir”, uniu-se ao primeiro “a”
Crase sem crise do pronome demonstrativo “aquela”, resultando, então, na crase. Bastou,
Leia mais sobre o uso da então, acrescentar o acento grave ao pronome demonstrativo, para indicar
crase no artigo dispo- essa fusão.
nível em: <coc.pear.sn/
n8FDtkG>. Além de compreender o que resulta em crase, é importante saber os ca-
sos em que ela sempre ocorre e os casos em que ela nunca ocorre. Alguns
deles serão apresentados a seguir.
LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo: O menino andava a cavalo.
• Antes de verbo
Voltei de São Paulo. → Fui a São Paulo. Voltei da Bahia. → Fui à Bahia
Outros casos
As palavras “casa”, “distância” e “terra” são femininas. No entanto, depen-
dendo do sentido delas, elas não recebem o acento indicativo de crase. Veja:
• Quando a palavra “casa”, no sentido de lar, moradia, não vier especifica-
da, não ocorrerá crase. Exemplo: Voltamos todos a casa.
No entando, quando vier especificada, há crase: Voltamos à casa da ma-
drinha.
• A palavra “terra”, indicando “solo”, “chão”, não leva o acento indicativo de
crase, a menos que venha especificada. Exemplo: Os marinheiros chega-
ram a terra (chão, solo).
Contudo, se os marinheiros tivessem chegado à terra natal, teríamos crase.
• Por fim, o mesmo acontece com a palavra “distância”. Se não soubermos
com precisão essa distância, não ocorre crase. Exemplo: Ela estuda a dis-
tância.
Este é o momento oportuno para apli-
Entretanto, se determinarmos a distância, teremos crase: Fiquem à dis- car o exercício 5 da seção “Para con-
tância de 40 metros da linha vermelha. ferir”, referente aos módulos 35 e 36.
Exercícios de aplicação
1. Explique, brevemente, o que são os três recursos mais comuns usados em redes sociais para a inte-
ração virtual entre os internautas.
a. Curtir
“Curtir” consiste em um botão que indica, para o responsável por uma publicação, que ela foi aprovada em algum
sentido.
b. Comentar
CAPÍTULO 4
“Comentar” é um recurso por meio do qual um internauta pode manifestar, textualmente, sua apreciação sobre um
conteúdo publicado.
44
c. Compartilhar
“Compartilhar” é um mecanismo por meio do qual os internautas podem disseminar determinado conteúdo publicado,
2. Suponha que, para cada um dos recursos explicados no exercício anterior, você tivesse que sugerir
outro nome, que, no entanto, indicasse a mesma finalidade. Que nomes você criaria para substituir
a. curtir?
Resposta pessoal.
b. comentar?
Resposta pessoal.
c. compartilhar?
Resposta pessoal.
3. O verbo “viralizar”, no contexto da cultura digital, pode ser substituído, sem comprometer seu sen-
tido, pelo verbo
a. adoecer.
b. repercutir.
c. esconder.
d. prejudicar.
e. desestimular.
Resposta pessoal.
DJELICS/ISTOCK
LÍNGUA PORTUGUESA
da discriminação.
Disponível em: <https://oglobo.globo.com>. Acesso em: 6 dez. 2017. Adaptado.
6. O que justifica a importância de não se redigir um comentário muito extenso, a ser publicado vir-
tualmente, é o caráter da internet que se define
a. pela futilidade.
b. pelo analfabetismo.
c. pela intolerância.
d. pelo imediatismo.
e. pela inutilidade.
7. Entre as três práticas comuns nas redes sociais, qual é, em sua opinião, a mais produtiva, ou seja,
que pode gerar discussões interessantes?
Resposta pessoal. Provavelmente, as práticas mais produtivas são comentar e compartilhar. Em comentários, podem-se
abrir debates que, muitas vezes, vão além das expectativas de quem fez a publicação. Compartilhar também pode gerar
discussões, embora seja uma forma mais indireta, pois não há o lugar destinado à discussão escrita. Compartilhar tem sido
alvo de grandes debates, principalmente, devido à propagação de fake news por meio dessa prática.
cimento gramatical
como também pela Leia uma quantidade expressiva de comentários, de modo a poder esboçar uma espécie de ti-
velocidade com que pologia a respeito disso. Qual é o teor da maioria dos comentários? Eles se diferem dependen-
se digitam os textos, do das publicações às quais se relacionam? Quais são as posturas adotadas pelos internautas
o que faz os erros pas- durante a escrita dos comentários?
46
11. A postura de quem redige um comentário a ser publicado na internet deve ser
LÍNGUA PORTUGUESA
a. descortês.
b. respeitosa.
c. caluniosa.
Exercícios propostos
12. Pesquise um meme e um gif que contenham alguma crítica. Explique, nas linhas a seguir, o que eles
criticam e como o fazem. Depois, em sala de aula, apresente à turma tanto os textos pesquisados
por você quanto a resposta dada a este exercício.
Resposta pessoal.
13. Para você, quais são os pontos positivos e os negativos das redes sociais?
Resposta pessoal.
14. Como você viu em memes e em gifs, a linguagem não verbal é uma forma comum de se expressar
no meio digital. Você considera que uma mensagem é transmitida de forma mais precisa por meio
da linguagem verbal ou não verbal?
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos discutam vantagens e desvantagens de cada tipo de linguagem. Por exemplo,
isso pode depender do contexto: em uma situação séria, é, muitas vezes, preferível o uso de linguagem verbal, que consegue
ser mais direta; em uma situação engraçada, por exemplo, um emoji pode ser o suficiente para demonstrar o que se deseja.
2,78 milhões 2015 204 milhões de No mundo virtual, milhões de pessoas falam, compram, compartilham dados
de visualizações e-mails enviados
e se reúnem para tratar dos mais variados assuntos.
Nas imagens ao lado, os números mostram a movimentação média, em
2,4 milhões 694 corridas 1 minuto, de algumas das principais empresas e ferramentas de internet nos
de buscas
anos de 2015 e 2017.
Sobre a internet e os números mostrados nas figuras, é correto afirmar que
a. após um crescimento até a primeira década do século XXI, as ferramentas
na internet apresentaram estagnação de utilização nos últimos anos.
b. para todos os governos do mundo, independentemente do regime, a de-
mocratização da internet é uma ação estratégica.
c. o controle de dados e informações é descentralizado, o que confere equa-
nimidade aos países-membros da ONU.
CAPÍTULO 4
postagens tweets
que não é observado em relação a empresas do ramo de entretenimento.
46 875
músicas US$ 265.273,00
ouvidas em vendas
a. Considerando o que você sabe sobre cultura digital, por que há um ovo triste na imagem?
VOCABULÁRIO O ovo deve estar triste porque ele não ganhou curtidas, diferentemente dos outros ovos, em especial o recebeu mil
Equanimidade: cons- curtidas (1 K).
tância, igualdade de
temperamento, de
ânimo, em qualquer b. Em sua opinião, é saudável que as pessoas façam postagens nas redes sociais com o único intuito
circunstância.
de receber “curtidas”?
Estagnação: falta de
progresso, de movi- Resposta pessoal. Espera-se que os alunos vejam criticamente o hábito frequente de fazer postagens com o único
mento, de atividade. intuito de receber “curtidas”, visto que isso pode afetar negativamente a pessoa que posta, se ela não recebe a resposta
que esperava.
Exercícios de aplicação
1. Assinale E, quando houver equívoco quanto à regência verbal, e C, quando não houver equívoco.
E Ontem, assisti uma peça incrível sobre coletividade.
LÍNGUA PORTUGUESA
E Nunca esqueci das pessoas que me ajudaram na vida.
2. Agora, faça as correções necessárias nas frases do exercício anterior que contêm equívocos quanto
à regência verbal.
as pessoas que me ajudaram na vida. Ou: Nunca me esqueci das pessoas que me ajudaram na vida.
3. Elabore frases com os seguintes verbos (atentando para o sentido indicado entre parênteses).
a. Assistir (“presenciar um espetáculo”)
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno use a preposição “a” com o verbo “assistir”.
b. Preferir
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno use a construção “preferir…a….”.
7. Os complementos verbais podem ser substituídos por pronomes oblíquos átonos. Para que não se
faça o uso inadequado desses pronomes, é importante saber a regência dos verbos. Reescreva as
CAPÍTULO 4
Informei-lhe a escolha.
8. Observe esta frase: “Eles chamaram-no ingrato”. Essa é a única construção possível com o verbo
“chamar” no sentido de “denominar”? Justifique sua resposta.
Há outras construções corretas segundo a norma-padrão: Eles chamaram-no de ingrato./ Eles chamaram-lhe ingrato./
Exercícios propostos
9. O verbo “aspirar” com o sentido de “almejar” rege a preposição
a. “a”. c. “em”. e. “de”.
b. “com”. d. “para”.
sitivo direto.
12. Elabore uma frase para cada verbo a seguir que tenha relação com a imagem dada.
LÍNGUA PORTUGUESA
a. Visar b. Assistir c. informar
ASIANDELIGHT/ISTOCK
ANDRESR/ISTOCK
BRIGHTSTARS/ISTOCK
13. Complete as lacunas com os artigos adequados e, caso necessário, acrescente as preposições exigi-
das pelo verbo.
a. Prefiro o carro preto ao vermelho.
Exercícios de aplicação
1. Analise cada item a seguir quanto à obrigação de utilizar o acento indicativo de crase no termo
destacado. Escreva sua conclusão sobre a análise na linha correspondente.
a. A cultura digital favoreceu a interação das pessoas distantes geograficamente.
Não se emprega, nesse caso, o acento grave, indicativo de crase, porque o verbo “favorecer” é transitivo direto.
2. A crase ocorre quando há 2. Há uma palavra que pode definir o fenômeno da crase. Essa palavra é
a “junção” do artigo “a” mais
a preposição “a” ou junção
a. “separação”. d. “junção”.
do artigo a com a vogal ini- b. “afastamento”. e. “incompatibilidade”.
cial a da palavra que vem em
seguida.
c. “divisão”.
3. Cesgranrio-RJ
O acento indicativo de crase está usado de acordo com a norma-padrão em:
a. O pai não gostava de que à ceia fosse feita antes das dez horas da noite.
b. À bem dizer, o pai era um sujeito bastante esquisito.
c. Às famílias desprovidas de recursos na vizinhança, o pai sempre dava um presente.
d. Daqui à duas horas, tentarei começar o ritual de abrir o pacote para desvendar o segredo.
e. O nome da estrada era Arca porque à região, entre Itaipava e Teresópolis, era assim conhecida.
Exercícios propostos
4. Entre as alternativas, so- 4. Suponha a existência de uma frase que contivesse o verbo “perguntar”, que rege a preposição “a”.
mente a C apresenta uma Haveria crase se o termo regido fosse
palavra feminina, “profes-
sora”. a. moço. d. mestre.
b. diretor. e. aluno.
c. professora.
5. As afirmações 1 e 4 estão
5. UFMS
corretas. Na primeira frase, o
uso da crase indica que “à flor Avalie as duas frases que seguem:
de romã” é a maneira como a I. Ela cheirava à flor de romã.
pessoa cheirava. Na segun-
da frase, “a flor de romã” é II. Ela cheirava a flor de romã.
um complemento (objeto Considerando o uso da crase, é correto afirmar:
direto) do verbo “cheirava”.
A afirmação 2 está incorreta, 1. As duas frases estão escritas adequadamente, dependendo de um contexto.
porque não há ambiguidade 2. As duas frases são ambíguas em qualquer contexto.
nas frases. A afirmação 8 está
incorreta, porque essa inter- 4. A primeira frase significa que alguém exalava o perfume da flor de romã.
pretação pode ser atribuída à 8. A segunda frase significa que alguém tem o perfume da flor de romã.
primeira frase, e não à segun-
da. A afirmação 16 está incor- 16. O a da segunda frase deveria conter o acento indicativo da crase.
reta, porque se “a” contivesse Dê a soma dos números dos itens corretos.
o acento indicativo da crase
ficaria igual à primeira frase. Soma: 5
LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO53 SEM
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Domínio de tópicos da
Práticas digitais de
gramática normativa: Gêneros digitais
interação
regência verbal e crase
Nome:
1. 1. Neste critério, o importante é verificar se a produção do aluno é um artigo opinativo que trata de medidas que o governo pode tomar
4. 3. Este critério tem relação com o atendimento ao gênero textual, de maneira mais ampla. Isso significa que o aluno deve ter sido capaz de
6. 4. Neste caso, verifica-se se o texto apresenta uma tese e argumentos que a sustentem.
7. 5. Este critério corresponde à coerência. É preciso avaliar a organização e a clareza das informações apresentadas, sem que uma se confunda
8. com outra ou alguma não possa ser imediatamente compreendida pelo leitor.
9. 6. Neste critério, avalia-se a existência de repetição desnecessária de palavras, expressões e estruturas. Com o aprofundamento do estudo
11. 7 e 8. Deve-se verificar o domínio do aluno das regras ortográficas. Até este momento, os alunos já analisaram todos os casos de regulari-
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
22.
23.
24.
25.
26.
CAPÍTULO 3
27.
28.
290
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA Sim Parcialmente Não
Nome:
1. 1. Neste critério, o importante é verificar se a produção do aluno é um comentário a respeito de uma publicação de rede social.
4. 3. Este terceiro critério tem relação com a pertinência do comentário, que não pode tratar de qualquer assunto. Ele deve estar relacionado
6. 4. Quanto a este quarto critério, verifica-se se o comentário é respeitoso à pessoa a quem se destina o comentário. Mesmo com o uso de
8. 5. Este critério corresponde à coerência. É preciso avaliar a organização e a clareza das informações apresentadas, sem que uma se confunda
9. com outra ou alguma não possa ser imediatamente compreendida pelo leitor.
10. 6. Neste critério, avalia-se a existência de repetição desnecessária de palavras, expressões e estruturas. Com o aprofundamento do estudo
12. 7 e 8. Deve-se verificar o domínio do aluno das regras ortográficas. Ainda que, em situações reais, possa haver deslizes de ortografia e de
13. pontuação nas redes sociais, foi pedido aos alunos que sigam as regras gramaticais na produção do texto, portanto, esses dois critérios
15.
16.
17.
18.
19.
20.
22.
23.
24.
25.
26.
CAPÍTULO 4
27.
28.
292
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA Sim Parcialmente Não
OPOSIÇÃO
3
Louis Lavelle
LÍNGUA MATEMÁTICA
PORTUGUESA
Segmentos
Variação linguística, proporcionais,
crase, regência nominal, semelhança de
complemento nominal, triângulos e
gênero palestra e teorema de Tales
produção de texto
CS HI LP CS HI
EDUCAÇÃO
12
FÍSICA
FÍSICA
Vetores e leis de Newton
Condicionamento físico
HI BI MA QI HI
CIÊNCIAS
SOCIAIS BIOLOGIA
Racionalismo e Evolução biológica
empirismo
AR GEOGRAFIA HISTÓRIA
LP GE HI
Europa: economia,
Crise do capitalismo,
industrialização e
entreguerras e regimes
desenvolvimento
totalitários
tecnológico
HI CS LP LP AR GE
A incursão pela ideia de inteligências múltiplas e pelas particularidades e formas de aprendizado é uma oportunidade de promover um trabalho interdisciplinar ao
utilizar-se dos conteúdos das disciplinas como exemplos. Sugerimos abordar as seguintes inteligências: lógico-matemática, espacial, linguística, naturalista, inter-
pessoal e intrapessoal; estas duas últimas podem ser associadas com o conteúdo específico de Ciências Sociais.
AUTORIZAÇÃO COC
LÍNGUA PORTUGUESA
É PROIBIDA A VENDA, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO7 SEM
SKYNESHER/ISTOCK
Os diferentes modos de falar do Brasil carregam riquezas,
heranças culturais e representam a identidade do nosso povo.
LÍNGUA PORTUGUESA
em várias normas ou variedades, as quais, por cima de legítimas peculiaridades
(fonéticas, lexicais, sintáticas), apresentam-se como sistemas coesos.”
A coisa agora ficou mais clara: o português do Brasil e o de Portugal têm um an- PARA IR ALÉM
LÍNGUA PORTUGUESA
Cá estamos no píncaro – nós dois
Cá estamos no píncaro – nós dois.
APIC/GETTY IMAGES
O quê – você não chega? Então você desaparece? – ou
não chegou.
[…]
CAMPOS, Álvaro de. Cá estamos no píncaro – nós dois. In: PESSOA,
Fernando. Livro de versos. Disponível em: <http://www.dominio
publico.gov.br/download/texto/bv000205.pdf>.
Acesso em: ago. 2023.
Fernando Pessoa
Nos textos, os termos sublinhados indicam uma variação histórica da ex- (1888-1935)
pressão de tratamento utilizada para se referir a alguém a quem não é pos- Fernando Antônio Nogueira
Pessoa nasceu em Lisboa
sível chamar de “tu”: vossa mercê – vosmecê – você. É possível perceber por (Portugal). Exerceu várias
meio dos textos de representantes de diferentes períodos da literatura em atividades, mas se destacou
como escritor, principalmen-
língua portuguesa, que, ao longo do tempo, a expressão foi se modificando, te como poeta. Criou perso-
passando de “vossa mercê” para “vosmecê”, até se consolidar na expressão nalidades próprias, os hete-
“você” – que, atualmente, tem sido usada, muitas vezes, apenas como “cê”. rônimos, como Ricardo Reis,
Álvaro de Campos e Alberto
Caeiro. Cada um deles tem
uma biografia e traços di-
PARA IR ALÉM ferentes de personalidade,
pois são indivíduos distintos.
As variações variam
As variações linguísticas geográficas também são conhecidas como variações diatópicas ou regio-
nais. São exemplos desse tipo de variação, os diferentes sotaques, dialetos e falares e as reduções
das palavras ou perdas fonéticas, além do uso de diferentes palavras para designar um mesmo
objeto, como no caso da palavra “mandioca” que, dependendo da região, é conhecida como “ma-
caxeira” ou “aipim”.
Já as variações situacionais são chamadas também de diafásicas ou estilísticas. São exemplos
desse tipo de variação o uso das linguagens informal e formal dependendo do contexto, conforme
já foi mencionado.
As variações linguísticas sociais também recebem o nome variações diastráticas. Elas são iden-
tificadas por dois fatores: pelo uso de gírias, que conforme vimos, geralmente são próprias de um
grupo de interesse em comum, como os dos skatistas que usam a palavra “basudo” para falar que
o skatista é ruim, e pelo uso de jargões, que costumam ser usados por um grupo profissional, como Este é o momento oportuno para apli-
os dos jornalistas quando usam a palavra “furo”, isto é, informações publicadas antes de todos os car o exercício 1 da seção “Para con-
demais veículos de comunicação. ferir”, referente aos módulos 37 e 38.
E, por último, as variações históricas também denominadas como diacrônicas. Esse tipo de va-
riação é geralmente percebido por meio do uso de palavras, expressões e grafias que caíram em
desuso no decorrer do tempo, como pharmácia (com ph).
WSFURLAN/ISTOCK
reconhecer as variedades da língua e
discutir o preconceito linguístico, a fim
de munir os alunos de conhecimen-
tos que os permitam combater esse
preconceito.
EXPLORE MAIS
Variação linguística e
gramática normativa
Leia mais sobre o assunto
no artigo disponível em:
<coc.pear.sn/w2NPZYk>.
Avenida Paulista, um dos símbolos da cidade de São Paulo.
Ligeiro e nasalado, o português paulista tem pressa. Atropela os plurais das frases e
suprime o “lh” das palavras.
Em São Paulo se toma dois café com dois pão na chapa por quinze real. E filha,
milho, velho e mulher são reduzidos a fia, mio, véio e muié.
VOCABULÁRIO Ainda que incomodem os ouvidos mais sensíveis, esses usos da língua têm origem
na mistura do português dos colonizadores com algumas das 350 línguas indígenas
Fluido: relativo a um mo- que existiam no território brasileiro à época do descobrimento – hoje são cerca de 180.
vimento fluente.
[…]
LÍNGUA PORTUGUESA
os índios não conseguiam pronunciar. Na sintaxe indígena, o plural não redunda ao
longo da sentença, o que poderia explicar o hábito paulista.
“A língua tupi não tinha ainda sons de f, l nem r e, por isso, colonizadores referiam-se
a esses índios como sem fé nem lei nem rei”, conta a professora da USP Patrícia
dos alunos. Registrá-las na lousa e su- Leia o texto a seguir sobre a variação do significado da palavra “tarde” e
gerir que eles as anotem no caderno.
observe o uso da crase.
[…]
MACEDO, Joaquim Manuel de. Memórias da Rua do Ouvidor. Domínio Público. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000158.pdf>. Acesso em: ago. 2023.
Repare que, no texto, a crase é utilizada sempre antes de se falar das horas.
Joaquim Manuel de Macedo […] mas almoçavam com o sol às seis ou sete horas da ma-
(1820-1882) nhã e jantavam com ele em pino ao meio-dia, salvo o direito
Foi um escritor brasileiro de merendar (hoje se diz fazer lunch) às dez horas da manhã.
do Romantismo. Uma de
suas obras mais conhecida é
A Moreninha (1844), que tra-
ta da história de amor entre
Isso ocorre porque há a determinação exata das horas, existindo, portan-
Augusto e D. Carolina (a mo- to, a fusão da preposição “a” com o artigo definido “as”. Esse é um dos casos
reninha). Ele também foi um que você já viu em que sempre ocorre a crase.
memorialista, sendo a obra
Memórias da Rua do Ouvidor Ocorre o uso de crase também antes de expressões adverbiais, prepositi-
um exemplo que representa vas e conjuntivas: à noite, à parte, às escondidas, à vista de, à maneira de,
essa característica literária.
à exceção de, à medida que, à proporção que etc.
LÍNGUA PORTUGUESA
Há casos, no entanto, em que o uso da crase é facultativo. Veja-os a
seguir.
• Antes de pronomes possessivos femininos
PARA IR ALÉM
Evitando a ambiguidade com a crase
O uso da crase evita a ambiguidade quando se Enquanto na primeira oração “a noite” é o
tem a preposição “a” seguida de um substantivo sujeito da oração, na segunda oração o su- Este é o momento oportuno para apli-
feminino que indica circunstância. Observe os jeito é oculto (ele), e “à noite” é um adjunto car o exercício 2 da seção “Para confe-
dois exemplos a seguir. adverbial. Por conta disso, a primeira oração rir”, referente ao módulo 41.
I. Chegou a noite. significa “anoiteceu”, e a segunda, “chegou
II. Chegou à noite. no período da noite”.
ESTADÃO CONTEÚDO
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antigamente, In: Quadrante (1962), obra coletiva
reproduzida em Caminhos de João Brandão. São Paulo: José Olympio, 1970.
LÍNGUA PORTUGUESA
I. “Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo […].”
Carlos Drummond de
II. “A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita […].”
Andrade (1902-1987)
Em ambas as frases, ocorre regência nominal nos termos destacados. Na
LÍNGUA PORTUGUESA
Emília no País da Gramática
[…]
— Que molecada é esta? — perguntou a menina.
LÍNGUA PORTUGUESA
Faraco lembra que o gramático Celso Cunha (1917-1989) já apontava o pro-
blema brasileiro da “dualidade de normas”, ou seja, há uma realidade pratica-
da e uma prescrita. “Isso não é um problema só brasileiro. Criou-se, na tradição
histórica da América Latina, a ideia de que a língua como se fala nas colônias
Exercícios de aplicação
Responda aos exercícios de 1 a 5 com base no texto “Diversidade e unidade da língua portuguesa”.
1. O que incomodou o autor do texto em um programa do Canal Brasil?
O autor ficou incomodado com a exibição de legendas em português para um filme produzido em Portugal.
2. No terceiro parágrafo do texto, o autor faz diversas perguntas. Ele espera que elas sejam respondidas?
Não, o autor não espera que elas sejam respondidas. Elas são perguntas retóricas, um recurso expressivo utilizado para
CAPÍTULO 5
estimular os interlocutores a fazerem uma reflexão sobre o assunto, apesar de o autor já ter as respostas.
22
5. A variação linguística mos- 5. Considerando o que você leu no texto, pode-se dizer que a variação linguística
tra a diversidade de uma lín-
gua e, portanto, o quão rica
a. impede a comunicação entre as pessoas. d. desestrutura a unidade de uma língua.
ela é, podendo adaptar-se a b. cria a necessidade do uso de legendas. e. desconsidera a diversidade dos falantes.
diferentes situações, lugares,
pessoas, sem que se perca
c. representa a riqueza de uma língua.
sua “coerência ancestral”,
que permite a continuidade 6. Enem
da comunicação entre todos.
7. Por que Sergio da Motta e Albuquerque resolveu pesquisar sobre a língua portuguesa?
Ele decidiu pesquisar sobre a língua portuguesa porque queria discutir com um tradutor francês que acredita que Brasil
8. Para Sergio da Mota e Albuquerque, deveria haver o uso de legendas em filmes em português e
LÍNGUA PORTUGUESA
destinados ao público de falantes do português de variados países? Justifique sua resposta.
Para o autor, não deveria haver o uso de legendas. Elas deveriam ser usadas somente se houvesse problemas técnicos com
a transmissão do som. Ele considera que as legendas impedem que o público se habitue a ouvir as variações da língua
GWENGOAT/ISTOCK
a. Por qual nome você conhece esse alimento?
As respostas podem variar: mandioca, aipim, macaxeira (Nordeste), entre outras.
10. Quais são os tipos de variação linguística? Dê um exemplo de cada uma delas. Se necessário, faça
uma pesquisa.
Os tipos de variação linguística são: geográfica, situacional, social e histórica.
Em bom português
No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é somente pela gíria que
a gente é apanhada (aliás, já não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular como do
plural: tudo é “a gente”). A própria linguagem corrente vai-se renovando e, a cada dia, uma
parte do léxico cai em desuso. Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou
minha atenção para os que falam assim:
— Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.
Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saberão dizer que viram um filme com
um ator que trabalha bem. E irão ao banho de mar em vez de ir à praia, vestido de roupa
de banho em vez de biquíni, carregando guarda-sol em vez de barraca. Comprarão um au-
CAPÍTULO 5
A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. O texto exemplifica essa
característica da língua, evidenciando que
a. o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das antigas.
b. a utilização de inovações no léxico é percebida na comparação de gerações.
c. o emprego de palavras com sentidos diferentes caracteriza a diversidade geográfica.
d. a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da classe social a que pertence o falante.
e. o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas etárias é frequente em todas as regiões.
Exercícios de aplicação
Responda aos exercícios de 1 a 5 com base no texto “Ligeiro e nasalado, sotaque paulista teve influência
de índios e migrantes”.
Ligeiro e nasalado, o português paulista tem pressa. Atropela os plurais das frases e supri-
me o “lh” das palavras.
Em São Paulo se toma dois café com dois pão na chapa por quinze real. E filha, milho,
velho e mulher são reduzidos a fia, mio, véio e muié.
essa utilização da língua ocorre, em geral, em situações informais, porém, como o texto enfatiza o português de São
2. Onde você mora há variações iguais às de São Paulo ou você identifica outros tipos? Quais são
eles?
Resposta pessoal, que depende de onde cada aluno mora.
LÍNGUA PORTUGUESA
e a expressão “meu”.
chapa por quinze real.”, já existem elementos que indicam pluralidade, como os numerais “dois” e “quinze”. Os substantivos
no plural serviriam para fazer a concordância nominal, mas não afetariam o sentido da frase. Para citar um exemplo que
os alunos compreendam, pode-se relacionar essa situação à língua inglesa, em que os adjetivos não variam em número.
6. Enem
Exercícios propostos
7. Explique o preconceito linguístico retratado no texto “Ligeiro e nasalado, sotaque paulista teve
influência de índios e migrantes”.
O texto fala sobre o preconceito linguístico existente em relação ao português com fonética tupi, falado em São Paulo. Essa
CAPÍTULO 5
variação era tratada como uma maneira errada de falar, tanto que isso foi usado como argumento contrário à instalação da
Faculdade de Direito na cidade. Segundo um político da época: “A mocidade do Brasil, fazendo aí seus estudos, contrairia
8. De acordo com o texto “Ligeiro e nasalado, sotaque paulista teve influência de índios e migrantes”,
responda às questões a seguir.
a. Qual é a expressão caricatural dos paulistanos?
A expressão caricatural dos paulistanos é “meu”.
9. Enem
Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: aceitar a mudança da
língua como um fato. Isso deve significar que a escola deve aceitar qualquer forma de lín-
gua em suas atividades escritas? Não deve mais corrigir? Não!
Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita, não existe apenas
um português correto, que valeria para todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o
mesmo do dos manuais de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo do dos corde-
listas; o dos editoriais dos jornais não é o mesmo do dos cadernos de cultura dos mesmos
jornais. Ou do de seus colunistas.
POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011. Adaptado.
Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único “português correto”. Assim sendo, o domí-
nio da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber
a. descartar as marcas de informalidade do texto.
b. reservar o emprego da norma-padrão aos textos de circulação ampla.
c. moldar a norma-padrão do português pela linguagem do discurso jornalístico.
d. adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.
e. desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados pela escola.
Exercícios de aplicação
1. Leia o seguinte trecho do texto Memórias da Rua Ouvidor.
LÍNGUA PORTUGUESA
Usa-se crase antes de uma locução adverbial.
Exercícios propostos
4. No trecho “[…] jantavam com ele em pino ao meio-dia […]”, se o termo em destaque fosse substi-
tuído por “doze horas”, como ficaria a reescritura desse trecho?
Ficaria: “[...] jantavam com ele em pino às doze horas [...]”.
5. Insper-SP
Talvez espante ao leitor franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocri-
dade; advirto que franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da
opinião, o contraste dos interesses, luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos
velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que
faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, força de embaçar os outros,
embaça-se um homem a si mesmo.
Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis.
usando uma caneta, ou seja, a caneta é um instrumento. Sintaticamente, a diferença entre as “canetas” é que “a caneta” é
Exercícios de aplicação
28
Responda aos exercícios de 1 a 3 com base no texto “Antigamente”, de Carlos Drummond de Andrade.
2. No trecho “[…] mas ficavam longos meses debaixo do balaio […]”, indique os termos regente e
regido da expressão destacada.
O termo regente é “debaixo”, e o termo regido é “balaio”.
3. No trecho “[…] sonhavam em andar de aeroplano […]”, caso o verbo “sonhavam” fosse trocado por
“tinham sonho”, como ficaria a reescrita da frase?
Ficaria: tinham sonho de andar de aeroplano.
4. Cescea-SP
As palavras “ansioso”, “contemporâneo” e “misericordioso” regem, respectivamente, as preposições
a. a – em – de – para.
b. de – a – de.
c. por – de – com.
d. de – com – para com.
e. com – a – a.
LÍNGUA PORTUGUESA
nações possíveis. Dica: é possível formar mais de uma frase com os mesmos sujeitos e/ou com os pois esta é uma oportunidade
mesmos verbos. de fixação do conteúdo. A corre-
ção pode ser coletiva. Reservar
c. Registre, no caderno, as frases que vocês criaram. uma aula para a correção desta
atividade.
7. Considere a frase “Estavam todos escondidos atrás da igreja.”. Sobre a expressão destacada é pos-
sível dizer que
a. “atrás” é o termo regido.
b. há uma regência nominal. 7. Na expressão, há uma
c. “igreja” é o termo regente. regência nominal, em que
“atrás” é um advérbio e o
d. “atrás” é um substantivo. termo regente, e “igreja” é
e. “igreja” é um advérbio. um substantivo e o termo
regido.
8. Complete as lacunas com as preposições adequadas: a, com, de, por e sobre.
9. Na frase “João respeita o pai”, caso o verbo “respeita” fosse substituído por “tem respeito”, como
ficaria a reescrita da frase?
Ficaria: João tem respeito ao/com o/para com o/pelo pai.
Exercícios de aplicação
1. a. Você sabe qual é a ori-
1. Destaque o complemento nominal das orações a seguir. gem daquele grupo?
b. Ela estava certa de que
a. Você sabe qual é a origem daquele grupo? iríamos conhecê-lo.
b. Ela estava certa de que iríamos conhecê-lo. c. A língua dos portugue-
ses é um pouco diferente
c. A língua dos portugueses é um pouco diferente da nossa. da nossa.
não entender o sentido dela. O trecho em que há a definição de gíria no texto é “São palavras da Gíria, criadas e empregadas
por malandros ou gatunos, ou então por homens dum mesmo ofício. A especialidade delas é que só os malandros ou tais
homens dum mesmo ofício as entendem. Para o resto do povo nada significam.”
5. UEPG-PR
A oração que apresenta complemento nominal é:
a. Os pobres necessitam de ajuda.
b. Sejamos úteis à sociedade.
c. Os homens aspiram à paz.
d. Os pedidos foram feitos por nós.
e. A leitura amplia nossos conhecimentos.
6. FMU-SP
Identifique a alternativa em que aparece um complemento nominal.
a. Sanches esteve frio.
b. Tive medo de perdê-lo.
c. Exprimia-se brevemente.
d. O caso era outro.
e. Manobrava, então, para voltar à carga.
Exercícios propostos
7. De acordo com o trecho do livro Emília no país da gramática, “bamba” tem o sentido de
a. polícia.
b. malandro.
c. fulano.
d. valentão.
e. trouxa.
— São palavras da Gíria, criadas e empregadas por malandros ou gatunos, ou então por
homens dum mesmo ofício. A especialidade delas é que só os malandros ou tais homens
dum mesmo ofício as entendem. Para o resto do povo nada significam.
— Ajudo os homens a exprimirem suas ideias, exatamente como fazem todas as palavras
LÍNGUA PORTUGUESA
desta cidade.
9. Classifique os termos destacados como adjunto adnominal (AA) ou complemento nominal (CN).
CN A atitude de Carlos foi prejudicial aos seus interesses.
Exercícios de aplicação
1. Releia o trecho a seguir, retirado do texto “Registro linguístico pode variar de acordo com a situação
e o assunto”.
[...] São muito frequentes as orações relativas cortadoras (do tipo de “O livro que eu gosto”,
com apagamento da preposição “de”) nos debates do STF. […]
Por que o apagamento da preposição “de” estaria inadequado de acordo com a norma-padrão?
Estaria inadequado porque, na norma-padrão, a regência verbal de “gostar” exige a preposição “de”.
antes da oração “que eu não preciso…”, preposição exigida pelo verbo “precisar”.
3. Segundo o sociolinguista Carlos Alberto Faraco, a fala do ministro Luís Roberto Barroso está errada?
Justifique sua resposta.
Segundo o sociolinguista, a fala do ministro não está errada. Ele argumenta que não deve haver certo ou errado em relação
ao usa da linguagem, que pode ser modulada de acordo com a situação e com os interlocutores. Além disso, ele considera
CAPÍTULO 5
4. Unicamp-SP
No dia 21 de setembro de 2015, Sérgio Rodrigues, crítico literário, comentou que apontar
um erro de português no título do filme Que horas ela volta? “revela visão curta sobre como
a língua funciona”. E justifica:
“O título do filme, tirado da fala de uma personagem, está em registro coloquial. Que ano
você nasceu? Que série você estuda? e frases do gênero são familiares a todos os brasilei-
ros, mesmo com alto grau de escolaridade. Será preciso reafirmar a esta altura do século
XXI que obras de arte têm liberdade para transgressões muito maiores?
Pretender que uma obra de ficção tenha o mesmo grau de formalidade de um editorial de
jornal ou relatório de firma revela um jeito autoritário de compreender o funcionamento
não só da língua, mas da arte também.”
Blog Melhor dizendo. Post completo disponível em: <http://www.melhordizendo.com/
a-que-horas-ela-volta-em-que-ano-estamos-mesmo/>. Acesso em: set. 2019.
Entre os excertos de estudiosos da linguagem reproduzidos a seguir, assinale aquele que corrobora
os comentários do post.
a. Numa sociedade estruturada de maneira complexa, a linguagem de um dado grupo social refle-
te-o tão bem como suas outras formas de comportamento. (Mattoso Câmara Jr., 1975, p. 10.)
b. A linguagem exigida, especialmente nas aulas de língua portuguesa, corresponde a um modelo
próprio das classes dominantes e das categorias sociais a elas vinculadas. (Camacho, 1985, p. 4.)
c. Não existe nenhuma justificativa ética, política, pedagógica ou científica para continuar conde-
nando como erros os usos linguísticos que estão firmados no português brasileiro. (Bagno, 2007,
p. 161.)
d. Aquele que aprendeu a refletir sobre a linguagem é capaz de compreender uma gramática – que
nada mais é do que o resultado de uma (longa) reflexão sobre a língua. (Geraldi, 1996, p. 64.)
5. No texto utilizado na questão anterior, são citadas três frases que estão em registro coloquial. Quais
são elas? Identifique-as e altere-as para que fiquem de acordo com a norma-padrão.
As frases são “Que horas ela volta?”, “Que ano você nasceu?” e “Que série você estuda?”. Para que fiquem de acordo com
a norma-padrão, elas devem respeitar a regência verbal. Assim, elas ficariam: “A que horas ela volta?”, “Em que ano você
LÍNGUA PORTUGUESA
d. O filme é impróprio para menores de 12 anos.
7. De acordo com o texto “Registro linguístico pode variar de acordo com a situação e o assunto”, por
que há insegurança linguística entre os falantes?
De acordo com o texto, há insegurança linguística entre os falantes porque muitas regras não fazem sentido quando
8. A norma culta atual é a mesma que a da época de Rui Barbosa? Justifique sua resposta.
Não, a norma culta atual não é a mesma. A língua está sempre em mudança e, de acordo com os corpora, a norma culta já
Preconceito
Regência Geográfica
linguístico
Histórica
Verbal
Nominal Situacional
Social
Crase
Complemento
nominal
LÍNGUA PORTUGUESA
Este capítulo centra-se, essencialmente, em
CAPÍTULO 6 EXPOSIÇÃO ORAL Os elementos paralinguísticos já foram explorados em etapas anteriores do aprendizado da língua portuguesa. Cabe
agora, então, não somente retomar esses conhecimentos, mas também aprofundá-los, levando em conta sua aplicação
em gêneros textuais, como a palestra, que será cada vez mais familiar aos alunos do 9o ano.
Módulos 48 e 49 Entretanto, o trabalho com a produção escrita não fica omisso. Os alunos são guiados, também neste capítulo, a
se expressarem com proficiência em um texto como o relatório. O objetivo é que
ELEMENTOS PARALINGUÍSTICOS eles sejam capazes de organizar, com a clareza e a síntese necessárias, informações
adquiridas sobre determinado tema.
SKYNESHER/ISTOCK
soa, você costuma prestar aten-
ção ao tom de voz que ela usa?
Provavelmente sim, embora tal-
vez você não se dê conta disso.
Em situações de conversa, pode
haver uma equivocada impres-
são de que o único elemento re-
levante é o conteúdo da fala dos
interlocutores. Porém, mesmo
que inconscientemente, há ou-
tros aspectos envolvidos nesse
ato comunicativo, entre eles, está
o tom de voz usado.
Em situações de comunicação oral, o tom de
voz também é um elemento importante.
Interpretações
A influência desse elemento para a imagem pessoal não é ignorada pelos executivos
ouvidos na pesquisa: para 58,7% dos entrevistados, as características vocais de um
profissional refletem sua personalidade.
Outros traços pessoais que os entrevistados pelo estudo também costumam infe-
rir pela voz são passividade (79,9%), liderança (77,5%), sociabilidade (57,9%), com-
petência profissional (52,6%) e até inteligência (20,5%).
Rosângela explica que as impressões que cada tipo de voz pode causar são intei-
ramente subjetivas, ligadas a referências individuais que colecionamos ao longo
da vida. “Vozes vibrantes, por exemplo, são comumente associadas à capacidade de
persuasão do indivíduo; as graves são relacionadas ao autoritarismo; as agudas, à
fragilidade”, ilustra Rosângela.
Estados de ânimo também não passam despercebidos pelos ouvidos: a voz entrega
se estamos nervosos (97,8%), cansados (92,6%) ou bem-humorados (92,6%).
LÍNGUA PORTUGUESA
Forte 36,70%
Instável 34,50%
Apesar de o texto ter como foco o mundo corporativo, já que foi publicado
em uma revista voltada à área dos negócios, o assunto é pertinente para
outras esferas, como a escolar, por exemplo. Isso quer dizer
que, ao realizar, por exemplo, um seminário perante a tur- TOXAWWW/ISTOCK
Na passagem “Para um à Faculdade Projeção e a todos aqueles que sugeriram meu nome para a presente
acréscimo às histórias so- homenagem. Ouvindo o relato da forma como foi realizada, nesta instituição, a es-
bre os processos psicológi-
cos envolvidos no contato
colha dos profissionais a serem homenageados, incluindo gestores, professores e
entre um leitor e um autor, estudantes desta faculdade, manifesto meus agradecimentos a todos, à medida que
através de seus textos e seus indicaram meu nome para receber essa homenagem.
livros (...)”, o palestrante em-
Sei que muitos de vocês já mantiveram um contato com alguma coisa que escrevi;
prega o advérbio “através”
com o mesmo sentido de mas, certamente, parecia ser um autor distante e invisível. Agora, estou aqui junto
“por meio”. Nesse contexto, de vocês, recebendo essa bela homenagem. Para um acréscimo às histórias sobre
os textos e os livros servem os processos psicológicos envolvidos no contato entre um leitor e um autor, atra-
como um meio para con-
vés de seus textos e seus livros, relato uma experiência que vivi nesse contexto há
quistar um objetivo.
alguns anos.
Vale sempre lembrar, en-
tão, que “através” significa Estava em Chapecó, cidade do estado de Santa Catarina, por ocasião de uma con-
“de atravessado”, ou seja, ferência; então, uma pessoa, que esteve na plateia, procurou-me e disse-me ter
ele deve ser usado quando vindo para o evento pelo fato de que tinha lido um texto de um autor chamado
queremos fazer referência
a algo que atravessou, que Cipriano Luckesi e tinha gostado muito e acrescentou que, usualmente, “quando se
passou de um lado a outro, lê um texto e se gosta muito dele, geralmente o autor já morreu”.
como a luz que atravessa a E, complementando seu pensamento, disse: “No caso, quando tive notícias de que
janela: “A luz do Sol entrou
o nome do autor do texto, que havia lido e gostado, estava aqui, para fazer uma
no ambiente através da ja-
nela de vidro.”. conferência, não tive dúvidas, vim para constatar se era o autor do escrito que
havia gostado e se estava vivo de fato, pois, para mim, era um autor que já havia
morrido há tempos. Quase sempre, os autores dos textos e livros que lemos e gos-
tamos já morreram”.
Para mim, é muito gratificante estar recebendo esta comenda, que partilho com os
múltiplos educadores que cuidaram de mim, ao longo da vida, e me incentivaram a
prosseguir sempre. É em função de ter sido cuidado que estou aqui no dia de hoje,
VOCABULÁRIO
recebendo essa homenagem.
Comenda: benefício, dis- Quando, aqui neste auditório, foi lido meu currículo, foi registrado que eu me es-
tinção de honra. pecializei no tema da avaliação; eu acrescentaria que comecei a estudar avaliação
Conferência: exposição quando eu era ainda menino, pois que fui uma criança multirrepetente, reprovado
oral sobre tema de domí-
nio do orador. em sequência na segunda, terceira e quarta séries. Fazendo um pouco de graça,
Gestor: administrador. corre que meus colegas não suportavam a escola, faziam uma série por ano; como
Multirrepetente: que re- eu gostava muito dela, eu fazia uma série a cada dois anos...!
petiu o ano escolar várias Foram acontecimentos e mais acontecimentos... se somando e se integrando, pos-
vezes.
sibilitando que chegasse a ser o que sou hoje. Tive um professor, quando eu tinha
LÍNGUA PORTUGUESA
posso partilhar com vocês, educadores e futuros educadores.
O ser humano é educável. Esse é o ponto de partida para minha exposição. Apro-
ximadamente, 95% da população mundial tem uma estrutura da saúde mental e
psicológica chamada saudável, por não portarem carências específicas. São pessoas
VOCABULÁRIO Agradeço a homenagem que estou recebendo no dia de hoje, assim como agradeço
à Faculdade Projeção e a todos aqueles que sugeriram meu nome para a presente
Dialógico: descrito ou es- homenagem. Ouvindo o relato da forma como foi realizada, nesta instituição, a es-
crito seguindo a forma de colha dos profissionais a serem homenageados, incluindo gestores, professores e
um diálogo. estudantes desta faculdade, manifesto meus agradecimentos a todos, à medida que
indicaram meu nome para receber essa homenagem.
Sei que muitos de vocês já mantiveram um contato com alguma coisa que escrevi;
mas, certamente, parecia ser um autor distante e invisível. Agora, estou aqui junto de
vocês, recebendo essa bela homenagem. Para um acréscimo às histórias sobre os pro-
cessos psicológicos envolvidos no contato entre um leitor e um autor, através de seus
textos e seus livros, relato uma experiência que vivi nesse contexto há alguns anos.
ROYALTY FREE
público sobre o que ele vai ouvir. No caso
do exemplo apresentado, a introdução
incluiu um relato de experiência pessoal.
É muito frequente esse tipo de estraté-
gia em palestras. Relatos pessoais, como
uma simples anedota ou uma pequena
autobiografia, servem para cativar o
público e conquistar seu interesse pela
LÍNGUA PORTUGUESA
apresentação. Em retórica, tal estratégia
pode ser enquadrada no que se conhece,
em latim, por captatio benevolentiae:
Em síntese, de acordo com o título que eu propus – O ser humano é educável: precisa
de cuidados – para que ele aprenda e se desenvolva, portanto, se eduque, os cuida-
dos são: acolher, nutrir, sustentar, confrontar. Ações do educador, que possibilitam a
aprendizagem e, consequentemente, o desenvolvimento do educando e sua inclu-
são constante na vida social.
O testemunho que desejo registrar, neste momento que recebo esta homenagem
da Faculdade Projeção, é que a educação é possível e ela depende de nossas habili-
dades em educar e do nosso investimento na sua conquista.
Agradeço esta comenda a toda equipe da Faculdade Projeção e a todos vocês
que estão me ouvindo e estão desejando, sonhando que possamos realizar uma
educação cada vez mais saudável, cada vez mais rica e cada vez mais inclusiva.
Muito obrigado.
Além disso, se for pertinente, cabe dar espaço para que os ouvintes pos-
sam se manifestar, com dúvidas e/ou comentários – ainda que uma pales-
Este é o momento oportuno para apli-
tra seja, essencialmente, monológica em grande medida, pode-se romper car o exercício 3 da seção “Para con-
com isso ao final da apresentação e pedir a participação do público. ferir”, referente aos módulos 50 e 51.
ROYALTY FREE
LÍNGUA PORTUGUESA
O sistema regular de ensino precisa ser adaptado e pedagogica-
mente transformado para atender de forma inclusiva.
A educação especial denomina tanto uma área de conhecimen-
ROYALTY FREE
44
LÍNGUA PORTUGUESA
Numa entrevista a EXAME.com, Peter Arvai, cofundador e CEO da
Prezi, explica a ideia por trás disso:
“Se eu perguntar que eletrodomésticos há em sua cozinha, você
EXPLORE MAIS
Como fazer uma boa
Se, antes, as apresentações elaboradas virtualmente destinavam-se a apresentação
meramente sintetizar as informações que seriam expostas oralmente, Veja dicas sobre como fa-
hoje, softwares como o exemplificado no texto servem também para que o zer uma boa apresentação
público absorva com mais facilidade o conteúdo exposto. usando softwares de apre-
sentação, disponíveis em:
Vale ressaltar que, em softwares de apresentação, podem-se usar inúme- <coc.pear.sn/HpPqvKa>.
ros recursos que agregam sentido ao que se expõe, como gráficos, tabelas e
vídeos. Cada um deles complementa ou evidencia informações que talvez
escapassem ao público. Mais uma comprovação de que a comunicação oral
pode ser muito mais complexa do que o mero ato de transmitir um conteú-
do por meio da fala.
Exercícios de aplicação
Responda às questões com base no texto “Voz transmite liderança e até inteligência, diz estudo”.
1. O título do texto é “Voz transmite liderança e até inteligência, diz estudo”. Explique o valor do ad-
vérbio “até”, nesse contexto, no que diz respeito a atribuir importância à voz.
O advérbio “até” tem o mesmo sentido de “também” ou “inclusive”. Nesse contexto, sua presença serve para destacar o
quanto o tom de voz é importante no ato comunicativo, já que pode influenciar também na percepção que uma pessoa
2. É possível afirmar que a pesquisa mencionada no texto, empreendida pelo Centro de Pesquisa,
Desenvolvimento e Educação Continuada, é inteiramente objetiva? Por quê?
46
Não, porque, no próprio texto, menciona-se que as impressões causadas pelos tipos de voz são subjetivas; logo, uma
3. De acordo com as informações do texto, 45,70% das pessoas consideram incômodo o tipo de voz
associado
a. à passividade.
b. à fragilidade.
c. à inabilidade.
d. ao nervosismo.
e. à falta de sociabilidade.
4. Enem
Exercícios propostos
LÍNGUA PORTUGUESA
5. Rosângela Curvo Leite afirma que “a voz é uma das principais ferramentas de comunicação, tanto na
esfera profissional quanto na pessoal”. Dê dois exemplos de comunicação da esfera pessoal em que
a voz possa ser um fator fundamental. Justifique sua resposta.
6. Do texto “Voz transmite liderança e até inteligência, diz estudo”, entende-se que, quanto ao poten-
cial de gerar incômodo,
a. a voz estridente opõe-se à voz grave.
b. a voz forte opõe-se à voz instável.
c. a voz hipernasal opõe-se à voz fraca.
d. a voz instável opõe-se à voz fraca.
e. a voz forte opõe-se à voz hipernasal.
7. Enem
Exercícios de aplicação
1. Qual é o recorte temático presente na palestra apresentada na versão transcrita nestes módulos?
A palestra apresenta como recorte os cuidados necessários por parte do educador para garantir a aprendizagem de seus
alunos.
2. É possível afirmar que existe uma oposição clara entre o histórico escolar da infância do palestrante
e sua especialidade na vida adulta. Explique esse contraste.
Na infância, o palestrante, de acordo com o que ele mesmo relata, foi um aluno que não tinha um bom desempenho escolar
CAPÍTULO 6
(foi multirrepetente); na vida adulta, porém, tornou-se um especialista em educação, especificamente em avaliação escolar.
48
3. Luckesi usa, duas vezes, para se referir à oportunidade de proferir sua exposição, o substantivo “co-
menda”, sofisticado e pouco usual atualmente. Isso indica que a linguagem usada na palestra dele
foi marcada por
a. coloquialidade.
b. informalidade.
c. formalidade.
d. gírias.
e. barbarismos.
4. Enem
O termo agronegócio não se refere apenas à agricultura e à pecuária, pois as atividades ligadas a
essa produção incluem fornecedores de equipamentos, serviços para a zona rural, industrialização
e comercialização dos produtos.
O gráfico seguinte mostra a participação percentual do agronegócio no PIB brasileiro.
30
28,28
27,79 26,46
25,31
25,83
25
23,26 24,74
22,87
22,24 23,92
21,33
20
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). Almanaque Abril 2010. São Paulo: Abril, ano 36. Adaptado.
Esse gráfico foi usado em uma palestra na qual o orador ressaltou uma queda da participação do
agronegócio no PIB brasileiro e a posterior recuperação dessa participação, em termos percentuais.
Segundo o gráfico, o período de queda ocorreu entre os anos de
a. 1998 e 2001.
b. 2001 e 2003.
c. 2003 e 2006.
d. 2003 e 2007.
e. 2003 e 2008.
LÍNGUA PORTUGUESA
Não. O correto seria usar “na medida em que”, pois, neste caso, o sentido que se deseja transmitir é o de “porque”.
praticamente não se manifesta, pois toda a exposição está centrada na figura do palestrante.
7. Nesta passagem da palestra, “O ser humano é educável. Esse é o ponto de partida para minha expo-
sição. Aproximadamente, 95% da população mundial tem uma estrutura da saúde mental e psicoló-
gica chamada saudável, por não portarem carências específicas”, além da tese do palestrante (a de
que o ser humano é educável), há também o que se pode classificar como
a. orientação.
b. instrução.
c. conceito.
d. argumento.
e. antítese.
Exercícios de aplicação
1. Um relatório é semelhante a uma palestra por predominar, nele, o gênero textual
a. injuntivo.
b. argumentativo.
c. descritivo.
d. expositivo.
e. conversacional.
Deficientes visuais já podem ir a algumas salas de cinema e teatros para curtir, em maior
intensidade, as atrações em cartaz. Quem ajuda na tarefa é o aplicativo Whatscine, recém-
-chegado ao Brasil e disponível para os sistemas operacionais iOS (Apple) ou Android
(Google). Ao ser conectado à rede wi-fi de cinemas e teatros, o app sincroniza um áudio
que descreve o que ocorre na tela ou no palco com o espetáculo em andamento: o usuário,
então, pode ouvir a narração em seu celular.
O programa foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Carlos III, em Madri. “Na
Espanha, 200 salas de cinema já oferecem o recurso, e filmes de grandes estúdios já são
exibidos com o recurso do Whatscine!”, diz o brasileiro Luis Mauch, que trouxe a tecnologia
para o país. “No Brasil, já fechamos parceria com a São Paulo Companhia de Dança para
adaptar os espetáculos deles. Isso já é um avanço! Concorda?”
CAPÍTULO 6
Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a intenção do emissor, a linguagem
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apresenta funções diferentes. Nesse fragmento, predomina, assim como no gênero relatório, uma
linguagem objetiva, porque há a presença de elementos que
EXPLORE MAIS a. buscam convencer o leitor, incitando o uso do aplicativo.
Como fazer um b. definem o aplicativo, revelando o ponto de vista da autora.
relatório c. evidenciam a subjetividade, explorando a entonação emotiva.
Veja mais deta- d. expõem dados sobre o aplicativo, usando linguagem denotativa.
lhadamente como e. objetivam manter um diálogo com o leitor, recorrendo a uma indagação.
fazer um relatório
no vídeo disponí- 3. Agora, você vai elaborar uma breve pesquisa a respeito do que as pessoas da sua comunidade escolar
vel em: <coc.pear. sabem sobre as diferenças entre educação especial e ensino inclusivo, e da opinião delas sobre uma e
sn/chQR3Yl>. outra forma de educar. Durante as entrevistas, não se esqueça de anotar as respostas dadas. Em segui-
da, você vai redigir um relatório de 20 a 30 linhas, que contenha uma explicação inicial sobre o tema,
com base na leitura do texto reproduzido neste módulo, além, evidentemente, dos resultados de sua
pesquisa. Organize, se possível, tais informações em categorias, aproveitando, assim, para realizar uma
análise do que você conseguiu coletar. Quando o relatório estiver finalizado, leia-o em voz alta para os
colegas, para que se promova um debate a respeito do tema. Redação pág. 273
Exercícios propostos
4. O gênero relatório é bastante utilizado no meio
a. artístico.
b. jornalístico.
c. científico.
d. comercial.
e. propagandístico.
5. Enem
LÍNGUA PORTUGUESA
O cumprimento de uma linguagem objetiva é uma marca característica do gênero resumo de artigo
acadêmico. Na estrutura desse texto, essa linguagem é estabelecida pela
Exercícios de aplicação
Responda aos exercícios 1 e 2 com base no texto “Prezi imitou seu cérebro para virar o antiPowerPoint”.
1. Conforme o que o texto apresenta, para você, em que medida uma apresentação feita por um
software como o Prezi auxilia na exposição de um tema como “educação especial × ensino inclusivo”,
mencionado anteriormente neste capítulo?
Resposta pessoal.
2. A eficácia do Prezi pode ser justificada pelo fato de que esse programa
a. permite apresentações muito coloridas.
b. funciona de forma parecida com a do nosso cérebro.
c. possibilita o uso de trilha sonora durante a apresentação.
d. equivale a uma pilha de slides.
e. tem uma dinâmica parecida com a dos games.
3. Releia o texto “Educação especial ou ensino inclusivo” apresentado nos módulos anteriores.
a. Caso você tivesse de fazer uma apresentação sobre esse tema, como você organizaria seu slide
com o título “Educação inclusiva”? Indique o conteúdo que estaria nele por meio de tópicos.
Resposta pessoal. Sugestão:
ROYALTY FREE
ROYALTY FREE
CAPÍTULO 6
A segunda imagem seria mais adequada, visto que mostra a inclusão na sala de aula, ao ter um cadeirante estudando com
outros alunos. A primeira imagem ilustra a dificuldade de acesso de um cadeirante, visto que as escadas impedem que
Exercícios propostos
4. O software Prezi foi criado
a. na Islândia. d. no Brasil.
b. no Vale do Silício. e. no Japão.
c. na Hungria.
5. Enem
ROYALTY FREE
Não Sem Sem Sem Sem Rótulo
Contém Glúten Glúten Glúten, Glúten, tá todo
Glúten e com e Barato e mas pode errado.
:) Sabor Barato Gostoso conter traços. :(
CURTIR! AMEI! HAHA! UAU! TRISTE! GRR!
Disponível em: <www.facebook.com/omeusegredinho>. Acesso em: dez. 2017. Adaptado.
Esta imagem poderia ser usada em uma apresentação virtual que tratasse da doença celíaca. Ela
ilustra a reação dos celíacos (pessoas sensíveis ao glúten) ao ler rótulos de alimentos sem glúten.
Essas reações indicam que, em geral, os rótulos desses produtos
a. trazem informações explícitas sobre a presença do glúten.
b. oferecem várias opções de sabor para esses consumidores.
c. classificam o produto como adequado para o consumidor celíaco.
d. influenciam o consumo de alimentos especiais para esses consumidores.
e. variam na forma de apresentação de informações relevantes para esse público.
6. Produza uma apresentação simples para o conteúdo do roteiro que você produziu nos módulos
anteriores. Se precisar, consulte as dicas do boxe “Explore mais”, presente na teoria.
Nome:
1. O objetivo dessa proposta textual é verificar se os alunos elaboram um texto que se enquadre no gênero relatório, ainda que de forma
3. 1. Neste critério, o importante é verificar se o texto corresponde à proposta de redação, que é elaborar um relatório com base nas informações
7. 3. Quanto a este critério, é preciso observar se possíveis leitores do texto conseguiriam acompanhar, sem dificuldade, a sequência das
8. informações expostas; ademais, o texto deve estar dividido adequadamente em parágrafos – estruturas mais complexas, com várias infor-
10. 4. Este critério corresponde à coerência, de maneira ainda simplificada neste momento: é preciso avaliar a organização e a clareza das
11. informações apresentadas, sem que uma se confunda com outra ou alguma não possa ser imediatamente compreendida pelos leitores.
12. 5. É necessário verificar se, no texto produzido, há referências explícitas ao tema proposto, que se refere ao contraste entre educação
20.
22. Há de se considerar que eles estão prestes a ingressar no Ensino Médio e que, portanto, já devem ter uma bagagem razoável quanto ao
24.
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CAPÍTULO 6
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ESCOLA:
DADOS
NOME:
TURMA: NÚMERO:
LÍNGUA PORTUGUESA