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Lara Ximenes Braga dos Santos

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1. No documentário da crônicas de um verão, os documentaristas se colocam em cena


quando conversam com Marceline sobre seu conforto com a entrevista.
Efetivamente, os dois documentaristas se colocam diante da câmera enquanto
conversam com Marceline, se transformando em peças evidentes do documentário,
não se escondendo atrás das câmeras como nos documentários do modo de
observação. Em outra sequência, conta sua experiência como judia que viveu em
um campo de concentração enquanto anda pelas ruas de Paris. Evidentemente,
aquela cena não era uma reprodução da realidade que seria obtida sem provocação
dos cineastas.
2. Nos dois documentários as personagens principais são provocadas por meio de
entrevistas a contar sua história e vida. Uma diferença é que Uma Crônica de Verão
não esconde as perguntas feitas a mulher, evidenciando a conversa e os
documentaristas. Ja em Esta não é a sua vida, apesar do documentarista aparecer
no primeiro momento do curta, normalmente não escutamos as perguntas feitas
para a personagem, ouvindo apenas a sua resposta sem a provocação realizada.
3. O cinema-direto da matriz europeia é marcado pela ética da não intervenção. O
intuito dos documentaristas era de reproduzir a realidade diretamente por meio da
filmagem, utilizando uma tendência observacional de registrar “a vida como se vive.”
Para isso, minimizaram a quantidade de equipe técnica nos locais de gravação,
buscando invisibilizar a câmera e transformá-la em um Cinema-Olho. Outra
característica envolvia a utilização da captação sonora diretamente da gravação,
sem adição de nenhum efeito.

Já o Cinema-Verité, francês, em contraposição ao americano, argumenta a favor da


intervenção na documentação desses filmes. Para esse cinema, qualquer escolha de
enquadramento, tema e trechos utilizados já demonstra uma intervenção em si só, logo, o
cinema que reproduz uma realidade diretamente e uma falácia. O cinema verdade funciona
através de diálogos, monólogos e entrevistas. Para eles, toda documentação é
manipulação, necessariamente. Logo, não é possível a documentação da espontaneidade
do real. O cinema verdade enfatiza a intervenção do cineasta e pode ser inserido na
categoria INTERATIVA da classificação de Bill Nichols.

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