Publicidade brasileira avança com histórias de empoderamento, mas
ainda reforça estereótipos de gênero e raça, aponta Pesquisa TODXS, da
Aliança sem Estereótipos
A pesquisa TODXS, conduzida pela Aliança sem Estereótipos, da ONU
Mulheres, revela que, embora a publicidade brasileira tenha progredido em narrativas de empoderamento, ainda perpetua estereótipos de gênero e raça. Realizada em 2021, a décima onda do estudo analisou mais de 7 mil comerciais de TV e posts no Facebook, abordando 425 anunciantes, 35 segmentos de mercado e 05 emissoras de televisão. Embora tenha havido avanços na representação de mulheres e homens em papéis que desafiam estereótipos de gênero, como maior presença feminina em narrativas de força e liderança, persistem desafios significativos. A pesquisa aponta que estereótipos de gênero na publicidade brasileira ainda vinculam mulheres à maternidade e tarefas domésticas, enquanto associam homens ao poder e autoridade. Embora tenha havido um aumento na representação de mulheres negras e homens negros em papéis protagonistas, a diversidade racial continua sendo um problema, com uma ausência significativa de personagens negros em diversos segmentos. Além disso, a representação de pessoas com deficiência e da comunidade LGBTQIAP+ permanece praticamente inexistente, com apenas 1,2% das peças publicitárias incluindo pessoas com deficiência e nenhum anúncio apresentando participação LGBTQIAP+. A pesquisa também destaca a ausência de protagonismo negro feminino na publicidade infantil, com 73% das mulheres e meninas representadas sendo brancas. No entanto, a representação de mulheres em papéis que desafiam estereótipos, como especialistas em áreas diversas, é identificada como um ponto de empoderamento. Desde sua primeira edição em 2015, a pesquisa TODXS tem sido uma ferramenta crucial para avaliar a representatividade na publicidade brasileira, abordando questões de gênero e raça, além de outras dimensões como público maduro, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, entre outros. A Aliança sem Estereótipos, criada em 2017, busca promover uma publicidade livre de estereótipos através de uma abordagem interseccional, com foco na sub-representação de grupos como mulheres negras e indígenas, pessoas com deficiência e comunidade LGBTQIAP+. Com capítulos nacionais em diversos países, incluindo o Brasil, a Aliança trabalha para desenvolver ações relevantes em nível local e global, combatendo os estereótipos na comunicação e promovendo a diversidade e inclusão.