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Pressionado pelas mudanças na sociedade, o sistema educacional promove alterações

nas práticas de ensino e aprendizagem, permitindo o uso de tecnologias computacionais


e comunicativas em sala de aula. A partir deste breve panorama das práticas que
procuram criar conexões entre o sistema escolar e o ambiente midiático, os letramentos
podem ser definidos de forma provisória como um “conjunto de habilidades básicas e
avançadas relacionando aptidões individuais com práticas sociais, cruzando a fronteira
entre o conhecimento formal e informal”
Nos primórdios da internet, a noção de “letramento” encontrava-se associada às políticas
de inclusão digital e visava estabelecer um portal de acesso aos dispositivos
computacionais e conexões de rede, motivo pelo qual havia uma certa predominância das
tecnologias computacionais informativas e comunicativas (TICs) sobre as questões de
conteúdo no campo educacional. No entanto, as conexões em rede eram restritas a sala
de computadores e “deixavam sem cobertura de dados para navegação lugares com
significados históricos, políticos e culturais como, por exemplo, as escolas e os centros
educacionais.” Pressionado pelas mudanças na sociedade, o sistema educacional
promove alterações nas práticas de ensino e aprendizagem, permitindo o uso de
tecnologias computacionais e comunicativas em sala de aula. A partir deste breve
panorama das práticas que procuram criar conexões entre o sistema escolar e o ambiente
midiático, os letramentos podem ser definidos de forma provisória como um “conjunto de
habilidades básicas e avançadas relacionando aptidões individuais com práticas sociais,
cruzando a fronteira entre o conhecimento formal e informal”. Neste contexto, os
letramentos transmídia são realizados num ecossistema midiático pervasivo, onde os
canais de comunicação tradicionais não são mais capazes de influenciar o fluxo das
trocas, tornando-se aparentemente invisíveis e vendo-se obrigados a ceder lugar para o
envolvimento progressivo de usuários com o conteúdo ubíquo. As práticas de letramentos
que buscam desenvolver competências e habilidades de curadoria e a gestão de
conteúdo, bem como o entendimento dos métodos de monitoramento das redes sociais,
são práticas conectadas às estratégias transmídia de comunicação num mundo em
contínua mudança.
Para Jenkins (2009) 6 , “os jovens devem expandir suas competências
necessárias e não deixar de lado as velhas habilidades para abrir espaço para o novo
(tradução nossa). Ou seja. Os alunos não são apenas receptores de imagem e som, e
agem de forma ativa ao se apropriarem do repertório do entretenimento audiovisual
(televisão e videogame, entre outras mídias), para remixar o conteúdo das mídias e
através de suas práticas, exercer influência na cultura participativa, bem como na escola.
Paulo Freire considera que a cultura midiática tem capacidade de mobilizar e sensibilizar
os alunos para temas que muitas vezes são ignorados ou pouco explorados na escola.
Deste modo, o letramento não se resume ao ato de conhecer e aprender a manusear
mídias e tecnologias, como as TICs, mas uma forma do fã/consumidor/usuário se tornar
também produtor de conteúdos do entretenimento audiovisual que circula pela paisagem
midiática.
Para Jenkins (2008, p.4) “o novo letramento envolve habilidades sociais
desenvolvidas através da colaboração e networking. Essas habilidades são construídas
na fundação do letramento tradicional, habilidade de pesquisa, habilidade técnica e crítica
analítica ensinada na sala de aula”. Na perspectiva da lógica transmídia, o sentido é
construído pelos multiletramentos, como uma ação comunicativa que estabelece vínculos
entre as tecnologias e as linguagens, permitindo o acesso às mais variadas disciplinas do
conhecimento.
Letramento transmídia: um estudA difusão massiva dos meios de comunicação,
principalmente da televisão, transformou o entretenimento audiovisual numa fonte de
inspiração e aprendizagem para os jovens criarem e produzirem conteúdo escolares.
Como o sistema educacional não evoluiu conjuntamente com a sociedade, não foram
promovidas uma série de atualizações de suas práticas de ensino, e ainda são oferecidos
aos jovens modelos de aprendizagem baseados apenas na leitura e interpretação do
texto escrito. Devido às demandas pela produção de conteúdo, os educadores se viram
obrigados a alargar os horizontes de suas pesquisas visando o desenvolvimento de
abordagens apropriadas para a aquisição de novas habilidades por parte dos jovens,
como a criação de conteúdos para diferentes mídias, gêneros e formatos. o sobre a
produção de conteúdos escolares colaborativos João Carlos MASSAROLO1 Gustavo
PADOVANI2

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