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exame

m 2021

11
FÍSICA E QUÍMICA A
Carlos Portela
Fernanda Braguez
Margarida Ferreira
Rogério Nogueira

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exame
11
FÍSICA E QUÍMICA A
ÍNDICE Física 10.o Ano
Domínio 1
Energia e sua conservação
Química 10.o Ano 1.1 Energia e movimentos 86
1.1.1 Sistema mecânico redutível
Domínio 1 a uma partícula. Energia e tipos
Elementos químicos e sua organização fundamentais de energia. Potência 86
1.1 Massa e tamanho dos átomos 6 1.1.2 Energia interna 91
1.1.3 Transferências de energia por ação de
1.1.1 Tamanho dos átomos 8
forças. Trabalho de uma força constante 91
1.1.2 Massa isotópica e massa atómica 1.1.4 Teorema da Energia Cinética 97
relativa média 11 1.1.5 Movimento num plano inclinado:
1.1.3 Quantidade de matéria e massa molar 12 variação da energia cinética
1.1.4 Volume e número de moléculas e distância percorrida (AL 1.1) 98
de uma gota de água (AL 1.1) 14 1.1.6 Forças conservativas e não
conservativas 99
1.2 Energia dos eletrões nos átomos 16 1.1.7 Trabalho do peso e energia potencial
1.2.1 Espetros contínuos e descontínuos 16 gravítica 99
1.2.2 O modelo atómico de Bohr 19 1.1.8 Energia mecânica, forças conservativas
1.2.3 Transições eletrónicas 19 e conservação da energia mecânica 101
1.1.9 Forças não conservativas, variação da
1.2.4 Quantização da energia 20 energia mecânica, dissipação de energia
1.2.5 Espetro do átomo de hidrogénio 21 e rendimento 103
1.2.6 Energia de remoção eletrónica 24 1.1.10 Movimento vertical de queda e ressalto
1.2.7 Modelo quântico do átomo 25 de uma bola: transformações
e transferências de energia (AL 1.2) 105
1.2.8 Configuração eletrónica de átomos 27 1.2 Energia e fenómenos elétricos 106
1.2.9 Teste de chama (AL 1.2) 29 1.2.1 Energia elétrica e correntes elétricas 106
1.3 Tabela Periódica 30 1.2.2 Grandezas elétricas: diferença de potencial
elétrico e corrente elétrica. Corrente
1.3.1 Evolução histórica da
contínua e corrente alternada 107
Tabela Periódica 30
1.2.3 Grandeza elétrica: resistência elétrica
1.3.2 Estrutura da Tabela Periódica: de um condutor 109
grupos, períodos e blocos 30 1.2.4 Energia transferida para um componente
1.3.3 Elementos representativos de um circuito elétrico. Efeito Joule 110
e de transição 31 1.2.5 Balanço energético num circuito 112
1.3.4 Famílias de metais e não-metais 31 1.2.6 Características de uma pilha (AL 2.1) 113
1.2.7 Associações de componentes elétricos
1.3.5 Propriedades periódicas dos elementos
em série e em paralelo 114
representativos 32
1.3 Energia, fenómenos térmicos e radiação 116
1.3.6 Densidade relativa de metais (AL 1.3) 36 1.3.1 Sistema termodinâmico. Temperatura
Questões propostas 38 e equilíbrio térmico 116
1.3.2 Radiação e irradiância. Painéis fotovoltaicos 119
Domínio 2 1.3.3 Radiação e potência elétrica de um painel
Propriedades e transformações da matéria fotovoltaico (AL 3.1) 120
2.1 Ligação química 50 1.3.4 Condução térmica e convecção térmica.
2.1.1 Tipos de ligação química 51 Transferências de energia como calor
2.1.2 Ligação covalente 52 num coletor solar 122
2.1.3 Ligações intermoleculares 59 1.3.5 A radiação solar e os coletores solares 122
2.2 Gases e dispersões 61 1.3.6 Primeira Lei da Termodinâmica:
2.2.1 Lei de Avogadro, volume molar transferências de energia e conservação
e massa volúmica 61 da energia 124
2.2.2 Composição quantitativa 1.3.7 Aquecimento e arrefecimento de sistemas:
de soluções 63 capacidade térmica mássica 125
2.2.3 Diluição de soluções aquosas 1.3.8 Capacidade térmica mássica (AL 3.2) 126
(AL 2.2 e AL 2.3) 65 1.3.9 Aquecimento e mudanças de estado:
2.3 Transformações químicas 67 variação das entalpias de fusão e de
2.3.1 Energia de ligação e reações vaporização 127
químicas 68 1.3.10 Balanço energético num sistema
2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera 71 termodinâmico (AL 3.3) 128
2.3.3 Reação fotoquímica (AL 2.4) 75 1.3.11 Segunda lei da termodinâmica: degradação
de energia e rendimento 128
Questões propostas 76
Questões propostas 130
Física 11.o Ano Química 11.o Ano
Domínio 1 Domínio 1
Mecânica Equilíbrio químico
1.1 Tempo, posição e velocidade 152 1.1 Aspetos quantitativos das reações químicas 240
1.1.1 Posição, deslocamento, distância 1.1.1 Reações químicas 240
percorrida e sentido do movimento 152 1.1.2 Reagente limitante e em excesso 242
1.1.2 Velocidade 154 1.1.3 Rendimento de uma reação química 244
1.1.3 Velocidade em gráficos posição-tempo 1.1.4 «Química verde» 245
e gráficos velocidade-tempo, para 1.1.5 Síntese do ácido acetilsalicílico (AL 1.1) 247
movimentos retilíneos 155 1.2 Equilíbrio químico e extensão das reações 249
1.2 Interações e seus efeitos 159 1.2.1 Reações incompletas e equilíbrio
1.2.1 As quatro interações fundamentais na químico 249
natureza 159 1.2.2 Extensão das reações químicas 252
1.2.2 Terceira Lei de Newton 160 1.2.3 Fatores que alteram o equilíbrio químico 256
1.2.3 Lei da gravitação universal 161 1.2.4 Efeito da concentração no equilíbrio
1.2.4 Efeito das forças sobre a velocidade: químico (AL 1.2) 260
a aceleração 163 Questões propostas 262
1.2.5 Segunda Lei de Newton 165
1.2.6 Queda livre (AL 1.1) 167 Domínio 2
1.2.7 Primeira Lei de Newton 168 Reações em sistemas aquosos
1.3 Forças e movimentos 169 2.1 Reações ácido-base 274
1.3.1 Movimentos uniformemente variados 169 2.1.1 Definição de ácido e de base 274
1.3.2 Forças nos movimentos retilíneos 2.1.2 Acidez e basicidade das soluções 276
acelerado e uniforme (AL 1.2) 172 2.1.3 Autoionização da água 278
1.3.3 Movimento uniformemente retardado: 2.1.4 Ácidos e bases em solução aquosa 281
velocidade e deslocamento (AL 1.3) 174 2.1.5 Constantes de acidez 283
1.3.4 Queda na vertical com efeito 2.1.6 Força relativa de ácidos e bases 285
de resistência do ar apreciável 176 2.1.7 Titulação ácido-base (AL 2.2) 288
1.3.5 Movimento circular uniforme 178 2.1.8 Acidez e basicidade em soluções
Questões propostas 180 aquosas de sais 293
2.1.9 Aspetos ambientais das reações
Domínio 2 ácido-base 295
Ondas e eletromagnetismo 2.2 Reações de oxidação-redução 297
2.2.1 Caracterização das reações de oxidação-
2.1 Sinais e ondas 190
-redução 297
2.1.1 Sinais. Ondas: transversais e longitudinais, 2.2.2 Força relativa dos oxidantes e redutores 301
mecânicas e eletromagnéticas 190 2.2.3 Série eletroquímica (AL 2.3) 305
2.1.2 Periodicidade temporal e espacial de uma 2.3 Soluções e equilíbrio de solubilidade 306
onda. Ondas harmónicas e complexas 192 2.3.1 Mineralização das águas 306
2.1.3 O som como onda de pressão 196 2.3.2 Solubilidade de sais em água 307
2.1.4 Sons puros, intensidade e frequência; 2.3.3 Equilíbrio químico e solubilidade de sais 310
sons complexos. Espetro sonoro 197 2.3.4 Alteração da solubilidade dos sais 312
2.1.5 Microfone e altifalante 197 2.3.5 Temperatura e solubilidade de um
2.1.6 Características do som (AL 1.1) 198 soluto sólido em água (AL 2.4) 314
2.1.7 Velocidade do som (AL 1.2) 201 2.3.6 Desmineralização de águas e processos de
2.2 Eletromagnetismo 203 precipitação 315
2.2.1 Campos magnéticos 203
Questões propostas 318
2.2.2 Campos elétricos 206
Prova-modelo 1 332
2.2.3 Fluxo do campo magnético 208
Prova-modelo 2 338
2.2.4 Indução eletromagnética e Lei de Prova-modelo 3 344
Faraday 210 Prova-modelo 4 350
2.2.5 Aplicações da Lei de Faraday 212 Soluções 356
2.3 Ondas eletromagnéticas 214 Anexos 383
2.3.1 Origem e produção de ondas
eletromagnéticas 214
2.3.2 Fenómenos ondulatórios 215
2.3.3 Reflexão de ondas 216
2.3.4 Refração de ondas 217
2.3.5 Reflexão total e fibras óticas 220
2.3.6 Ondas: absorção, reflexão, refração
e reflexão total (AL 3.1) 221 TESTE DIAGNÓSTICO
2.3.7 Difração de ondas 223
2.3.8 Comprimento de onda e difração SIMULADOR DE EXAMES
(AL 3.2) 224
EXAMES E RESOLUÇÕES
2.3.9 Efeito Doppler e expansão
do Universo 225
Acesso em www.leyaeducacao.com
Questões propostas 228
Química
10.º Ano

Domínio 1
Elementos químicos e sua organização
Domínio 2
Propriedades e transformações da matéria
QUÍMICA 10.° Ano

Domínio 1
Elementos químicos e a sua organização
A Química estuda a matéria e as transformações que esta pode sofrer. A matéria é tudo o que
tem massa e ocupa espaço. A maior parte da matéria dos planetas é constituída por átomos.

1.1 Massa e tamanho dos átomos


A massa e o tamanho de um átomo não se obtêm pe-
sando-o numa balança ou medindo-o com uma régua.
Determinam-se por métodos indiretos.

Atualmente, a microscopia de alta resolução mostra,


de maneira muito clara, que a matéria é de facto com-
posta por átomos (Fig. 1.1).

Cada átomo (Fig. 1.2) é constituído por três tipos de


Fig. 1.1 Imagem de átomos de silício, Si,
partículas: eletrões (com carga elétrica negativa), pro- obtida por microscópico de alta resolução.
tões (com carga elétrica positiva, simétrica à dos ele- (ampliação: 20 000 000)

trões) e neutrões (sem carga elétrica). Os protões e os


neutrões ocupam a zona central do átomo – o núcleo
(muito pequeno em tamanho). Os eletrões movem-se
em torno do núcleo, designando-se por nuvem ele- Eletrão
Átomo
trónica a representação da região onde se movem. Nuvem eletrónica
Os eletrões quase não contribuem para a massa total
do átomo, pois têm massa muito menor do que a dos
protões ou a dos neutrões.
Protão
+
Núcleo Neutrão
+
O átomo é eletricamente neutro, uma vez que o núme-
ro de protões é igual ao número de eletrões e a carga Fig. 1.2 A estrutura do átomo.
de um eletrão é simétrica da carga de um protão.

Os átomos dos diferentes elementos ( já identificados 118) são caracterizados por um número
atómico, Z, que é o número de protões existentes no núcleo, sendo responsáveis pela carga
elétrica nuclear.

Quando os átomos ganham ou perdem eletrões transformam-se em iões, pois adquirem car-
ga elétrica negativa ou positiva, respetivamente. Os protões e neutrões estão fortemente li-
gados no núcleo atómico, pelo que nas reações químicas não podem ser perdidos ou ganhos
pelos átomos.

Iões positivos: têm menos eletrões do que protões.

protões: 13 protões: 13
Átomo de alumínio, A!, (Z = 13) Ião alumínio, A!3+
eletrões: 13 eletrões: 10

6
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

Iões negativos: têm mais eletrões do que protões.

protões: 16 protões: 16
Átomo de enxofre, S, (Z = 16) Ião sulfureto, S 2–

eletrões: 16 eletrões: 18

Cada um dos elementos tem, em regra, vários isótopos – átomos do mesmo elemento
que diferem no número de neutrões e, consequentemente, na massa. Chama-se número de
massa, A, ao número total de partículas no núcleo atómico, que correponde à soma do núme-
ro de protões com o número de neutrões.

Os átomos de um elemento representam-se usando a seguinte notação simbólica:


A
ZX X – Símbolo do elemento; A – Número de massa; Z – Número atómico

Questão resolvida

1. A tabela seguinte contém informação relativa a várias espécies químicas designadas


por letras de A a G. As letras não representam símbolos de elementos químicos.

Éspecie N.º de N.º de N.º de Represen-


Carga
química protões neutrões eletrões tação
Q 10
A (a) 8 8 0 (b)

B 19 20 18 (c) (d)
56
C (e) (f) (g) (h) 26 C3+

D 8 8 (i) –2 ( j)
18
E (k) (l) (m) (n) 8 E

F 26 30 (o) 0 (p)
80
G (q) (r) (s) (t) 35 G–

1.1 Indique a informação que deve substituir as letras de (a) a (t), de modo a completar
a tabela.
1.2 Indique, justificando, as espécies químicas que são isótopos do mesmo elemento.
1.3 Conclua, justificando, quantos elementos químicos estão representados na tabela.

1.1 (a) 8; (e) 26; (i) 10; (m) 8; (q) 35;


(b) 168 A ; (f) 30; ( j) 168 D2– ; (n) 0; (r) 45;
(c) +1; (g) 23; (k) 8; (o) 26; (s) 36;
(d) 3919 B+ ; (h) +3; (l) 10; (p) 56
26 F ; (t) –1.

1.2 As espécies A, D e E são isótopos do elemento de número atómico 8 e as


espécies C e F são isótopos do elemento com número atómico 26.

1.3 Estão representados quatro elementos químicos diferentes, pois há quatro


valores diferentes de número atómico:
Z = 8 (A, D e E); Z = 19 (B); Z = 26 (C e F); Z = 35 (G).

7
QUÍMICA 10.° Ano

1.1.1 Tamanho dos átomos


Ordem de grandeza e escalas de comprimento

Na natureza as estruturas têm dimensões muito variadas.


Notação científica
Assim, para as descrever podem ser usados números de
diferentes ordens de grandeza, muito pequenos ou muito coeficiente expoente
grandes.
6,02 × 1023
Ordem de grandeza: pode ser expressa pela potência de base
base 10 mais próxima de um número escrito em notação em que 1 ≤ coeficiente < 10
científica.

Medidas / m Notação científica Ordem de grandeza


Distância Terra-Sol 150 000 000 000 1,50 × 1011 1011

Raio da Terra 6 371 000 6,371 × 106 107

Diâmetro de uma célula 0,000 012 1,2 × 10-5 10-5

Raio de um átomo de carbono 0,000 000 000 070 7,0 × 10-11 10-10

Altura de um ser humano 1,70 1,70 × 100 100

Como as ordens de grandeza das diferentes estruturas na natureza podem ser tão variadas,
usam-se frequentemente múltiplos e submúltiplos das unidades SI.

Nome do prefixo Símbolo Relação com a unidade SI


pico p 10–12

nano n 10–9
Submúltiplos

micro ! 10–6

mili m 10–3

centi c 10–2

deci d 10–1
deca da 101

hecto h 102
Múltiplos

quilo k 103

mega M 106

giga G 109

tera T 1012

A escolha da escala, em cada caso, está relacionada com a ordem de grandeza.

8
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

Questão resolvida

2. As figuras representam várias estruturas e as respetivas dimensões.

1,40 Gm 170 cm 42 mm 100 !m


Sol ser humano bola de golfe fio de cabelo

75 nm 1 nm 102 pm
vírus molécula de glicose átomo de hidrogénio

Q 10
2.1 Indique as ordens de grandeza de cada uma das dimensões expressas em metros.
2.2 Exprima em nanómetros a dimensão do:
a) fio de cabelo; b) átomo de hidrogénio.
2.3 As dimensões do vírus e do átomo de hidrogénio, quando comparadas com a di-
mensão da molécula de glicose, são, respetivamente,
(A) 100 vezes maior e 100 vezes menor. (C) 75 vezes maior e 10 vezes menor.
(B) 75 vezes menor e 100 vezes maior. (D) 100 vezes menor e 10 vezes maior.

2.1 Sol: 1,40 Gm = 1,40 × 109 m; ser humano: 170 cm = 1,70 × 100 m;
bola de golfe: 42 mm = 4,2 × 10–2 m; fio de cabelo: 100 !m = 1,00 × 10–4 m;
vírus: 75 nm = 7,5 × 10–8 m; molécula de glicose: 1 nm = 1 × 10–9 m;
átomo de hidrogénio: 102 pm = 10–10 m.
As ordens de grandeza são, respetivamente: 109 m; 100 m; 10–2 m; 10–4 m;
10–7 m; 10–9 m; 10–10 m.

2.2 a) 100 !m = 100 × (10–6 m) = 100 × 103 × (10–9 m) = 1,00 × 105 nm


b) 102 pm = 102 × (10–12 m) = 102 × 10–3 × (10–9 m) = 10–1 nm
dvírus 75 nm
2.3 (C). d = = 75 ⇒ a dimensão do vírus é 75 vezes maior
molécula de glicose 1 nm
do que a dimensão da molécula de glicose.
dátomo de hidrogénio 0,100 nm 1
= = 0,1 = ⇒ a dimensão do átomo de hidrogénio
d 1 nm 10
molécula de glicose

é 10 vezes menor do que a dimensão da molécula de glicose.

9
QUÍMICA 10.° Ano

Dimensões à escala atómica

Em Química, a escala mais importante que permite


comparar distâncias e tamanhos é a escala atómica
e molecular (nanoescala). Se o micrómetro (10–6 m) é
a dimensão de uma célula viva, que se vê com um
Bola
microscópio ótico, o nanómetro (10–9 m) é a dimensão de ténis

de uma molécula orgânica, como, por exemplo, a mo- Terra


lécula de glicose (C6H12O6).
Fig. 1.3 Um nanómetro está para um
metro assim como o diâmetro de uma
Os átomos são de dimensão subnanométrica, enquan- bola de ténis está para o diâmetro da
to muitas moléculas, nomeadamente as proteínas, têm Terra.
dimensões superiores a um nanómetro.

Na Fig. 1.4 observa-se uma camada de grafeno, obtida


com um microscópio de efeito de túnel, onde está re-
presentado o valor da distância interatómica de dois
átomos de carbono, o que permite concluir que o diâ-
metro do átomo de carbono é 0,14 nm.

A nanotecnologia, a tecnologia à nanoescala, dedi-


ca-se à manipulação da matéria, numa escala atómica
e molecular, de modo a construir novas moléculas e
novos materiais.

Lida, geralmente, com estruturas cujas dimensões va-


Fig. 1.4 Imagem à escala atómica:
riam desde aproximadamente 100 nm (dimensões dos os pontos cinzentos desenhados
transístores dos microprocessadores atuais ou de um representam átomos de carbono numa
camada de grafeno.
vírus) até 0,1 nm (dimensões atómicas).

Questão resolvida

3. O pentaceno, C22H14, é um hidrocarboneto de grande importância, pois pode ser


utilizado na produção de dispositivos eletrónicos.

A figura seguinte, publicada em 2009, mostra, em B, a primeira imagem de uma mo-


lécula individual, a molécula de pentaceno, que foi obtida por microscopia de força
atómica (AFM). Pode observar-se a semelhança entre o modelo molecular para o
pentaceno (A) e a imagem obtida por AFM.

A B

Fonte: IBM Research –


Zurich.
(um angström: 1 Å = 10–10 m)

Esta observação feita por cientistas do laboratório da IBM, em Zurique, representa


um marco nos campos da eletrónica molecular e da nanotecnologia.

10
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

3.1 Uma das características da nanotecnologia é a manipulação


(A) da matéria à escala das células dos seres vivos.
(B) da matéria à escala atómica e molecular.
(C) de estruturas com dimensões da ordem de um micrómetro.
(D) de estruturas com dimensões da ordem da milésima parte de um milímetro.

3.2 Usando a escala fornecida em B, determine:


a) a ordem de grandeza do comprimento da molécula de pentaceno na unida-
de de base do SI;
b) o fator de ampliação da imagem.

3.1 (B). Lida com estruturas de dimensões entre 100 nm (0,1 micrómetros) e 0,1 nm.
O tamanho das células é da ordem do micrómetro que é a milésima parte de
um milímetro.

3.2 a) Com base na escala fornecida em B é possível estimar o comprimento apro-


ximado da molécula de pentaceno: 3 × 5 Å = 15 Å = 15 × 10–10 m = 1,5 × 10–9 m.
O comprimento da molécula de pentaceno é da ordem de 10–9 m.
Q 10
b) A escala mostra que 5 Å na realidade corresponde a 1 cm na imagem, ou
seja, 1 cm na imagem equivale a 5 × 10–8 cm na realidade, pelo que o fator
de ampliação é
1 cm
= 2 × 107 = 20 000 000
5 × 10–8 cm
Conclui-se, assim, que a imagem está ampliada 20 milhões de vezes.

1.1.2 Massa isotópica e massa atómica relativa média

A massa de um átomo depende do número de protões e de neutrões que o constituem.

A massa isotópica relativa indica quantas vezes a massa de um átomo, de um isótopo de um


elemento X, é superior à massa convencionada como padrão.
1
A massa-padrão que se utiliza é a massa correspondente a da massa do átomo de car-
12
bono-12.

A massa atómica relativa média, Ar, de um elemento químico é calculada a partir das massas
isotópicas relativas e respetivas abundâncias dos seus isótopos naturais.

11
QUÍMICA 10.° Ano

Questão resolvida

4. O cloro ocorre em amostras terrestres como uma mistura de dois isótopos, 3517 C! e 3717 C! .
As massas atómicas desses isótopos, determinadas experimentalmente, e as respe-
tivas abundâncias relativas apresentam-se na tabela seguinte:

Abundância
Isótopo Massa isotópica relativa
na Natureza (%)
35
17 C! 34,968 75,53
37
17 C! 36,956 24,47

4.1 Calcule a massa atómica relativa média do cloro.

4.2 Explique a proximidade do valor da massa atómica relativa do cloro ao valor da


massa isotópica do cloro-35.

4.1 Converter as abundâncias em frações decimais:


75,53
75,53% = 0,7553
100
24,47
24,47% = 0,2447
100
Determinar a média tendo em conta a abundância de cada isótopo:

Ar (C!) = 34,968 × 0,7553 + 36,956 × 0,2447 = 35,454

4.2 A massa atómica relativa média do cloro é 35,454 e está mais próxima da
massa do isótopo mais abundante, o cloro-35, pois o seu valor resulta da
média ponderada das massas isotópicas, tendo maior contributo a massa do
isótopo mais abundante.

1.1.3 Quantidade de matéria e massa molar

A quantidade de matéria, n, é uma grandeza física usada para relacionar porções de substân-
cias, em termos macroscópicos, com as unidades estruturais (átomos, moléculas ou iões) do
domínio do submicroscópico. A unidade de quantidade de matéria no SI é a mole (símbolo mol).

No SI, 1 mol é a quantidade de matéria que contém 6,02 × 1023 entidades (átomos, moléculas
ou outras partículas). Este número designa-se por número de Avogadro, em homenagem ao
cientista italiano Amedeo Avogadro.

A constante de Avogadro, NA = 6,02 × 1023 mol–1, é o número de entidades por mole de uma
determinada substância (a unidade SI é mol–1). Entre o número de entidades, N, presentes numa
dada amostra e a quantidade de matéria, n, dessa amostra, pode estabelecer-se a seguinte
relação: N = n × NA, em que a constante de Avogadro, NA, é a constante de proporcionalidade.

12
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

A Fig. 1.5 apresenta amostras de substâncias cuja quantidade de matéria, presente em cada
uma, é uma mole de átomos.
1 mol de átomos de enxofre: 32,1 g
1 mol de átomos 1 mol de átomos
de carbono: 12,0 g de ferro: 55,9 g

Fig. 1.5 Porções de substâncias com 1 mol de átomos de carbono, de


enxofre e de ferro.

Massa molar, M: massa por unidade de quantidade de matéria. Exprime-se geralmente em


grama por mole (símbolo g mol–1). A massa molar de uma substância, expressa em g mol–1, é nu-
mericamente igual à massa atómica relativa média, Ar, do elemento químico, ou à massa relativa
média da unidade estrutural dessa substância (átomo, molécula ou agregado de iões).

Entre a massa, m, de uma amostra de uma dada substância e a quantidade de matéria, n, dessa
amostra, pode estabelecer-se a seguinte relação: m = n × M. Q 10

Questão resolvida

5. O metano, CH₄, é o principal constituinte do gás natural. Considere uma amostra de


0,378 mol de metano.
5.1 Calcule a massa da amostra.
5.2 Determine a quantidade de matéria de átomos de hidrogénio na amostra.
5.3 Quantos átomos de carbono existem na amostra?

5.1 A massa molar de CH4 é M(CH4) = (12,01 + 4 × 1,01) g mol–1 = 16,05 g mol–1
(massa por cada mole).
A massa de 0,378 mol de CH₄ é m = n × M = 0,378 mol × 16,05 g mol–1 = 6,07 g.

5.2 Numa molécula de CH4 existem 4 átomos de hidrogénio, H, o que se traduz


4 mol H
na seguinte proporção: .
1 mol CH4
4 mol H
n = 0,378 mol CH4 × = 1,51 mol H
1 mol CH4
5.3 Pode utilizar-se a seguinte sequência de cálculos:
nCH NCH NC
4 4

N = n × NA = 0,378 mol × 6,02 × 1023 mol–1 = 2,28 × 1023 moléculas CH4


1 átomo C
NC = 2,28 × 1023 moléculas CH4 × = 2,28 × 1023 átomos C
1 molécula CH4

13
QUÍMICA 10.° Ano

Questão resolvida

6. O luminol é um sólido cristalino amarelado muito utilizado em perícias criminais a fim


de identificar sangue no local do crime, pois reage com a hemoglobina presente no
sangue e, ao fazê-lo, produz luz.
N
6.1 O gráfico mostra a relação entre o número
de moléculas, N, e a quantidade de matéria,
n, do luminol. Qual é o significado físico do
declive da reta? 2,11 x 1024

6.2 A fórmula molecular do luminol pode ser re-


presentada por C8H7O2Nx. Determine o valor
de x, considerando que a massa de 2,11 × 1024
3,5 n/mol
moléculas é 620,13 g.

6.1 O declive da reta corresponde à constante de Avogadro. Entre o número de en-


tidades, N, presentes numa dada amostra e a quantidade de matéria, n, dessa
amostra, pode estabelecer-se a seguinte relação:
N = NA × n, em que a constante de Avogadro, NA, é a constante de proporcio-
nalidade.

6.2 Cálculo da massa molar, M(C8H7O2Nx), de acordo com os dados do gráfico:


N(C8H7O2Nx) = 2,11 × 1024 moléculas n(C8H7O2Nx) = 3,5 mol
m 620,13 g
m = n × M ⇒ M(C8H7O2Nx) = = = 177,18 g mol–1
n 3,5 mol
Cálculo do valor de x:
M(C8H7O2Nx) = 8 × 12,01 + 7 × 1,01 + 2 × 16,00 + 14,01 x = 177,18 g mol–1 ⇒ x = 3

1.1.4 Volume e número de moléculas de uma gota de água (AL 1.1)

O número de moléculas numa gota de água pode ser estimado se for medido o volume de uma
gota de água e também a sua massa. Para uma maior precisão, faz-se uma medição indireta a
partir do volume e da massa de muitas gotas.

Questão resolvida

7. Para medir o volume e a massa de uma gota de água e determinar o número de mo-
léculas de água nela existentes, um grupo de alunos realizou uma atividade com a
seguinte sequência de procedimentos:
I. Encher uma bureta com água e acertar até ao nível do zero na escala.
II. Colocar um gobelé em cima da balança digital.
III. Transferir 100 gotas de água da bureta para o gobelé.
IV. Registar o volume das 100 gotas de água e a massa respetiva.

14
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

7.1 A figura mostra parte da escala da bureta que foi utilizada, pelo grupo
de alunos, para medir o volume de água (100 gotas) vertido. Aten-
dendo à incerteza de leitura e ao número adequado de algarismos
significativos, o volume de 100 gotas de água é
(A) (5,6 ± 0,1) mL. (C) (6,3 ± 0,1) mL.
(B) (5,65 ± 0,05) mL. (D) (6,35 ± 0,05) mL.
7.2 A massa das 100 gotas de água medida pelos alunos foi 5,09 g.
a) Quantos algarismos significativos apresenta o resultado da medição?
b) Apresente o resultado da medição com a respetiva incerteza de leitura.
7.3 Determine a massa e o volume de uma gota de água. Apresente o resultado com
o número adequado de algarismos significativos.
7.4 O número de moléculas de água (M(H2O) = 18,02 g mol–1) que existem numa gota
pode ser determinado a partir da expressão
18,02 5,09
× 6,02 × 1023 × 6,02 × 1023
100 18,02
(A) N = . (C) N = .
5,09 100

18,02
× 6,02 × 1023
18,02
× 5,09
Q 10
5,09 100
(B) N = . (D) N = .
100 6,02 × 1023

7.5 Indique as ordens de grandeza do número de moléculas de água de uma gota


e do volume dessa gota.

7.1 (B). O volume das gotas de água foi medido com uma bureta, um instrumento
analógico. Neste tipo de instrumentos, considera-se a incerteza de leitura igual
a metade do valor da menor divisão da escala. Neste caso, a menor divisão da
escala é 0,1 mL, pelo que a incerteza de leitura será metade, ou seja, 0,05 mL.
A figura mostra o nível mais baixo do menisco entre os valores 5,6 mL e 5,7 mL.

7.2 a) Três algarismos significativos.


b) (5,09 ± 0,01) g ou 5,09 g ± 0,01 g
A massa das gotas de água foi medida com uma balança digital.
Nos instrumentos digitais, considera-se a incerteza de leitura igual a uma
unidade do último dígito de leitura. A precisão da balança utilizada é 0,01 g,
pelo que a incerteza de leitura é 0,01 g.
5,09 g 5,65 mL
7.3 m1 gota = = 5,09 × 10–2 g ; V1 gota = = 5,65 × 10–2 mL
100 100
7.4 (C). O quociente 5,09 g
18,02 g mol–1
é a quantidade de matéria n = m! M
" nas

100 gotas, que, multiplicada pela constante de Avogadro, dá o número de


moléculas de água em 100 gotas.

7.5 N.o de moléculas de uma gota de água: 1,70 × 1021 ordem de grandeza 1021.
Volume de uma gota: 5,65 × 10 mL
–2
ordem de grandeza 10–1 mL.

15
QUÍMICA 10.° Ano

1.2 Energia dos eletrões nos átomos


Sabemos hoje que as propriedades dos átomos são determinadas pelas energias dos seus
eletrões. Um modo indireto de obter informação sobre a energia dos eletrões nos átomos é
através da interação da luz (radiação eletromagnética) com os átomos. Por outro lado, muito
do que se conhece sobre a própria luz resultou, também, da interação da luz com os átomos.

A espetroscopia diz respeito ao estudo da interação da radiação com a matéria, consideran-


do-se sobretudo os processos associados à absorção e à emissão de radiação. Na espe-
troscopia analisam-se os espetros, os quais consistem em representações de uma grandeza
relacionada com a absorção ou emissão de radiação em função da energia ou frequência (ou
comprimento de onda) dessa radiação.

1.2.1 Espetros contínuos e descontínuos

Luz, em sentido lato, não é só a luz visível (dete-


tada pelos nossos olhos). As radiações gama (γ), os
raios X, os raios ultravioleta, os infravermelhos, as
micro-ondas, as ondas de rádio e televisão também
são luz.

As radiações (ou ondas) eletromagnéticas, expres-


são utilizada para designar os diferentes tipos de
luz, transportam energia ao propagar-se.

Newton, no século XVII, mostrou que a luz solar (luz


branca) tem várias componentes de cores diferen-
tes (Fig. 1.6). Quando atravessa certos meios trans-
parentes (por exemplo, um prisma de vidro), a luz
branca decompõe-se numa sequência de radiações Fig. 1.6 Decomposição da luz solar através
de um prisma, obtida por Newton.
com cores diferentes – as cores do arco-íris.

O conjunto formado pela sucessão contínua das vá-


rias radiações coloridas designa-se por espetro da
luz visível.

A luz também pode ser detetada em quantidades discretas (bem definidas), como partículas,
pelo que as radiações eletromagnéticas podem igualmente ser descritas como sendo forma-
das por fotões. Os fotões são os corpúsculos da luz: a cada fotão corresponde um mínimo
de energia, que é diferente consoante a frequência da radiação.

A energia de um fotão é diretamente proporcional à frequência da radiação correspondente.

Espetro eletromagnético

Definem-se sete regiões principais do espetro eletromagnético. Considerando a energia por


cada fotão, estas regiões podem ordenar-se por energia crescente de acordo com a sequên-
cia crescente de frequência: ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho (IV), visível, ultravio-
leta (UV), radiação (raios) X e radiação gama (γ) (Fig. 1.7).

16
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

Na luz visível, a energia por fotão e a frequência da radiação aumentam de acordo com
a seguinte sequência: vermelho, cor de laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta (Fig. 1.7).

Radiofrequências Micro-ondas Infravermelho Visível Ultravioleta (UV) Raios X Radiação gama (!)
(IV)

10–32 10–24 10–22 2,5 × 10–19 5,2 × 10–19 10–17 10–15 10–10

Energia por fotão / J


Fig. 1.7 Espetro eletromagnético e energia da radiação.

Questão resolvida

8. As lâmpadas de vapor de sódio, usadas em iluminação pública, têm uma luz amarela
característica devido à presença do elemento sódio.
8.1 A luz emitida por uma lâmpada de luz ultravioleta, comparada com a luz emitida
pela lâmpada de vapor de sódio, tem _____ frequência e fotões de _____ energia.
(A) maior … menor. (B) menor … menor. (C) maior … maior. (D) menor … maior.
Q 10
8.2 Ordene as radiações seguintes por ordem crescente de frequência.
I. Luz amarela de uma lâmpada de vapor de sódio.
II. Radiação gama emitida por um núcleo radioativo.
III. Ondas de rádio emitidas pela antena de uma estação de rádio.
IV. Feixe de micro-ondas emitido pelo radar de controlo de tráfego aéreo de um
aeroporto.

8.1 (C). A energia dos fotões da luz ultravioleta é maior do que a dos fotões da
luz amarela. Quanto maior é a energia de um fotão, maior é a frequência da
radiação respetiva, pois a energia de cada fotão é diretamente proporcional
à frequência da radiação respetiva.

8.2 Representando f a frequência: fIII < fIV < fI < fII.

Espetro de emissão: resulta da decomposição da luz


emitida por um corpo (por exemplo, corpos incandes-
centes).

Espetro de emissão contínuo: contém uma gama


ininterrupta de radiações ou cores, como sucede, por
exemplo, no espetro de emissão do filamento aque- Potência radiante
cido de uma lâmpada (Fig. 1.8). Para cada fonte lumi-
nosa, as diferentes cores são, em geral, emitidas com
intensidades diferentes.
Fig. 1.8 Espetro de emissão contínuo.

17
QUÍMICA 10.° Ano

Espetros de emissão descontínuos: só contêm radiações de determinadas energias. São


constituídos por riscas distintas. Diferentes riscas são, em geral, emitidas com intensidades
diferentes.

Espetro de absorção: espetro obtido depois de a luz emitida por uma fonte atravessar uma
substância. Este espetro contém apenas as radiações da luz incidente que não foram absorvi-
das na substância. Corresponde à subtração de bandas ou riscas do espetro da luz incidente
na substância. No visível, o espetro de absorção de uma substância resulta da absorção
seletiva de radiações visíveis pela substância: podem observar-se riscas negras num fundo
colorido.

ESPETROS

ESPETROS ESPETROS
DE EMISSÃO DE ABSORÇÃO

contínuos descontínuos descontínuos

exemplos de fontes exemplos de fontes


de emissão na região de emissão na região exemplo
do visível do visível

Espetro solar com as riscas


de Fraunhofer
(riscas de absorção)
Corpo Lâmpada de Lâmpadas Lâmpada
incandescente incandescência de vapor de sódio fluorescente
usadas em
iluminação pública

Espetro Espetro Espetro

Questão resolvida

9. A principal técnica utilizada no estudo da composição dos corpos celestes é a es-


petroscopia. Parte da radiação emitida pelas estrelas é absorvida pelo gás que as
rodeia. Se esse gás não existisse, os espetros produzidos seriam semelhantes ao de
um sólido incandescente, desprezando a influência da atmosfera terrestre.
Considere os espetros seguintes.

1. 2. 3.

9.1 Classifique, justificando, cada um dos espetros.


9.2 Qual dos espetros da figura pode corresponder ao espetro de uma estrela na
região do visível?

18
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

9.1 Espetro 1: de emissão, contínuo em toda a região do visível – regista toda a


gama de radiações emitidas, ou seja, não há interrupção na sequência das
várias radiações.
Espetro 2: de emissão, descontínuo (espetro de riscas) na região do visível –
só regista algumas radiações e é constituído por riscas (coloridas) distintas.
Cada risca corresponde a uma determinada energia, por fotão, da radiação
emitida.
Espetro 3: de absorção, no visível – resulta da absorção seletiva de radiações
visíveis e é constituído por riscas negras num fundo colorido.

9.2 Espetro 3. Espetro obtido depois de parte da luz emitida pela estrela ser ab-
sorvida pelo gás que a rodeia.

1.2.2 O modelo atómico de Bohr

O estudo dos espetros descontínuos dos átomos conduziu ao conhecimento das energias
dos eletrões nos átomos.

O hidrogénio, o elemento químico mais simples e abundante no Universo, existente em gran- Q 10


de quantidade nas estrelas, origina um espetro de riscas, bem definidas (Fig. 1.9).

Infravermelho visível Ultravioleta

Fig. 1.9 Espetro de emissão do átomo de hidrogénio

Este espetro foi interpretado pela primeira vez por Niels Bohr em 1913. No seu modelo, as
riscas do espetro do átomo de hidrogénio resultam das variações de energia do eletrão no
átomo. Como as riscas são bem determinadas, aquelas variações de energia também o são,
e, em consequência, a energia do eletrão no átomo só pode ter certos valores – a energia do
eletrão está quantizada.

1.2.3 Transições eletrónicas

O espetro de absorção resulta da absorção de radiação pelo eletrão no átomo de hidrogénio:


o eletrão transita de um estado de menor energia para um de maior energia (excitação) por
absorção de um fotão. O espetro de emissão resulta do processo oposto (desexcitação) com
emissão de um fotão (Fig. 1.10).

Radiação Eletrão

+ +
Núcleo

Excitação Desexcitação

Fig. 1.10 Excitação e desexcitação do átomo de hidrogénio.

19
QUÍMICA 10.° Ano

O eletrão no átomo apenas pode apresentar certos valores de energia que correspondem a
patamares energéticos – níveis de energia, n. O estado de menor energia é o estado fun-
damental que, no átomo de hidrogénio, ocorre quando o eletrão ocupa o nível 1, n = 1. Os
estados de energia superior ao fundamental designam-se estados excitados (para o eletrão
do átomo H, níveis 2, 3, …).

Transição eletrónica é a mudança de estado de energia do eletrão que, no modelo de Bohr,


só se dá por absorção ou emissão de uma quantidade bem definida de energia igual ao
módulo da diferença entre as energias dos níveis entre os quais ocorre a transição. Quan-
do o eletrão transita do nível n = a para o nível n = b:

• se a < b, há absorção de radiação;


• se a > b, há emissão de radiação.
Efotão = | !Eeletrão | em que !Eeletrão = Eb – Ea

1.2.4 Quantização da energia

Uma das ideias fundamentais do modelo atómico de Bohr é a quantização da energia do ele-
trão no átomo, ou seja, o eletrão do átomo não pode existir em qualquer estado de energia.
Só são permitidos alguns estados com valores de energia bem definidos.

Considera-se que um eletrão em repouso fora da ação do núcleo (n = ∞) possui um valor nulo
de energia (valor máximo); enquanto o eletrão se mantiver sob a ação do núcleo, os seus
possíveis valores de energia são negativos.

Quanto mais negativo for o valor da energia, menor é a energia do eletrão, menor é o nível de
energia ocupado e menor é a distância do eletrão ao núcleo.

Um eletrão transita de um nível de energia para outro sem nunca ter valores intermédios en-
tre esses dois níveis – níveis discretos ou descontínuos de energia.

A quantização de energia não se aplica só ao átomo de hidrogénio, verifica-se para todos


os átomos. Para cada átomo só são permitidos certos valores de energia eletrónica e estes
diferem de elemento para elemento.

Questão resolvida

10. Um eletrão do átomo de hidrogénio num estado excitado E5


E4
(n = 5) regressa ao estado fundamental por emissão de radiação.
E3
O diagrama de energias indica algumas possibilidades de tran-
sição do eletrão. E2

10.1 As transições indicadas na figura:


a) correspondem a uma excitação ou desexcitação?
b) originam um espetro atómico de emissão ou de absor-
E1
ção?
10.2 A energia de um fotão envolvido na transição entre o nível 5 e o nível 2 é dada por:
(A) E2 + E5 (B) E2 − E5 (C) E5 − E2 (D) –E2 – E5

20
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

10.3 Qual dos espetros seguintes poderá corresponder às transições eletrónicas


apresentadas?
(A) (C)

Frequência Frequência

(B) (D)

Frequência Frequência

10.4 Explique porque é que a quantização da energia do eletrão no átomo permi-


tiu explicar os espetros atómicos de riscas, como o do átomo de hidrogénio.

10.1 a) Desexcitação. O eletrão transita de um estado de maior energia para es-


tados de menor energia (a energia do eletrão diminui).
b) Espetro de emissão. Numa transição de desexcitação o átomo perde
energia, emitindo um fotão.
10.2 (C). A opção B não pode ser considerada, pois conduz a um valor negativo
e a energia do fotão não pode ser negativa.
10.3 (B). As três transições para o nível 1 envolveram maiores variações de ener- Q 10
gia do eletrão, pelo que as radiações emitidas são as de maior energia, logo
de maior frequência.
10.4 O facto de as riscas espetrais corresponderem a radiações de frequências
características e bem definidas mostram que o eletrão só pode sofrer varia-
ções de energia bem definidas, iguais ou simétricas às energias dos fotões
daquelas frequências. Assim, a energia do eletrão no átomo não pode ter
um valor arbitrário, assumindo apenas os valores compatíveis com aquelas
variações de energia. Diz-se, por isso, que a energia está quantizada.

1.2.5 Espetro do átomo de hidrogénio

O estudo do espetro de emissão do átomo de hidrogénio mos- Níveis de Energia


energia, n do eletrão / J
trou haver riscas que ocorrem na zona do visível, outras cujas ∞ 0
frequências se situam na zona do ultravioleta e outras ainda 4 – 0,14 × 10 –18
Paschen (IV)
que se situam na zona do infravermelho. 3 – 0,24 × 10 –18
Balmer
(visível e UV)
Chama-se série espetral ao conjunto de riscas muito próximas 2 – 0,54 × 10 –18
dentro de uma dada zona do espetro.

Lyman (UV)
Às várias séries de riscas resultantes de transições descenden-
tes associam-se os nomes de quem as estudou pela primeira Estado
fundamental
vez: Lyman (transições para n = 1, emissão de radiação UV), 1 – 2,18 × 10 –18
Balmer (transições para n = 2, emissão de radiação na zona do Fig. 1.11 Níveis de energia e transições eletrónicas para
visível e do ultravioleta próximo) e Paschen (transições para o átomo de hidrogénio.
n = 3, emissão de radiação infravermelha), entre outros, de
acordo com a Fig. 1.11.

21
QUÍMICA 10.° Ano

Questões resolvidas

11. A figura ao lado mostra algumas transições ele- E / 10 –19 J n

trónicas possíveis, do átomo de hidrogénio. 0 ∞


– 0,87 5
– 1,36 4
11.1 Indique a transição eletrónica a que corres- D
– 2,42 3
ponde a emissão de radiação de maior ener- C
– 5,45 2
gia.
11.2 Após a transição B, quais os tipos de radia-
ções que podem ser emitidas pelo eletrão do
A B
átomo de hidrogénio? E após a transição A? – 21,8 1

11.3 Considere um átomo de hidrogénio no estado fundamental, no qual incide um


fotão de energia 1,82 × 10−18 J. Conclua, justificando, se há transição do eletrão
para um estado excitado.

11.1 (C). Tratando-se de uma emissão, apenas consideramos as transições ele-


trónicas para estados de menor energia. Entre as transições C e D, a C en-
volve uma maior variação de energia do eletrão (n = 4 n = 2), pelo que a
radiação emitida é a de maior energia, uma vez que Efotão emitido = |!Eeletrão|.

11.2 A transição B corresponde a absorção de energia pelo eletrão do átomo de


hidrogénio, ficando num estado excitado (n = 3). O eletrão no nível n = 3 pode
transitar diretamente de n = 3 n = 1, emitindo radiação ultravioleta (por ser
uma transição para n = 1), ou de n = 3 n = 2, emitindo radiação visível (tran-
sição para n = 2) e de n = 2 n = 1, emitindo radiação ultravioleta.
A transição A corresponde a absorção de energia pelo eletrão, ficando este
num estado excitado (n = 2). Após a absorção de energia, o eletrão vai tran-
sitar para o estado fundamental, emitindo radiação UV.
11.3 Efotão = |!Eeletrão| = En – E1 ⇒ En = E1 + Efotão = –21,8 × 10–19 J + 1,82 × 10–18 J =
= –3,6 × 10–19 J
O valor obtido é negativo, mas não corresponde à energia de nenhum dos
estados excitados. Conclui-se, assim, que não existe transição, ou seja, o
eletrão não absorve o fotão, permanecendo no estado fundamental.

12. Um átomo de hidrogénio excitado emite energia, muitas vezes sob a forma de luz
visível, porque
(A) o eletrão foi ejetado do átomo.
(B) o eletrão transita para um nível de menor energia.
(C) a energia do eletrão no átomo está quantizada.
(D) o eletrão transita para um nível de maior energia.

(B). O eletrão pode transitar entre estados estacionários absorvendo ou emitindo


energia. Quando o átomo absorve energia, o eletrão passa para um estado es-
tacionário de energia superior. Para haver emissão de energia, o eletrão tem de
transitar para um nível de energia inferior. As emissões de energia, sob a forma
de luz visível, ocorrem quando o eletrão do átomo de hidrogénio transita de ní-
veis superiores de energia (dos níveis 3, 4, 5, ou 6) para o nível n = 2.

22
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

Os eletrões dos átomos de cada elemento químico têm um conjunto de valores de energia
que os caracteriza, pelo que as transições eletrónicas que poderão ocorrer são diferentes de
elemento para elemento. Assim, as energias das radiações emitidas, ou absorvidas, são di-
ferentes de elemento para elemento, ou seja, são características de cada elemento químico.

Espetros de emissão de elementos quími-


cos: cada elemento químico apresenta um
A hélio
espetro de emissão de riscas característico,
diferente do de qualquer outro elemento
(Fig. 1.12 A e B).
B
néon
Se se compararem os espetros de emissão e
de absorção na região do visível de um dado
elemento químico (Fig. 1.12 B e C), verifica-se C néon
que as riscas coloridas do espetro de emis-
Fig. 1.12 Espetro de emissão do hélio (A), espetro
são surgem nas mesmas posições que as ris- de emissão do néon (B) e espetro de absorção do
cas negras no espetro de absorção. néon (C).

Os espetros de emissão e de absorção são característicos de cada elemento químico.


A partir dos espetros de riscas de absorção é possível identificar os elementos químicos que
fazem parte da constituição das diferentes estrelas.
Q 10
Questão resolvida

13. A figura ao lado mostra o espetro da G F E D C B


h g fe d c b 2–1
a
2–1
luz solar na região do visível (A) e o
espetro de absorção do hidrogénio A. Sol
(B). As linhas D1 e D2 são originadas B. hidrogénio
pela presença do elemento sódio na
Espetro de absorção de riscas do Sol (A) e espetro
atmosfera solar. de absorção do hidrogénio (B).

13.1 Que conclusão se pode retirar da comparação dos espetros A e B?


13.2 De entre os espetros de emissão X
ao lado, designados por X, Y e Z,
Y
identifique o que corresponde ao
Z
elemento sódio.
13.3 Conclua, justificando, qual das duas riscas, D1 ou D2, do espetro de emissão do
sódio apresenta maior energia por fotão.

13.1 As linhas de absorção C, F, f e h do espetro da luz solar coincidem com as ris-


cas de absorção do espetro do hidrogénio, o que permite concluir que existe
hidrogénio na atmosfera do Sol.

13.2 É o espetro X, por ser o único que tem duas riscas próximas na zona amarela
do espetro na mesma posição que as riscas D1 e D2 do espetro solar.

13.3 Na radiação visível, a energia por fotão aumenta do vermelho para o vio-
leta, pois a frequência da radiação aumenta nesse sentido. As duas riscas
situam-se na zona do amarelo, no entanto, a risca D2 está mais próxima da
extremidade violeta do espetro e, por isso, tem maior energia por fotão.

23
QUÍMICA 10.° Ano

1.2.6 Energia de remoção eletrónica

A energia dos eletrões nos átomos polieletrónicos (com 2 ou mais eletrões) inclui o efeito
das atrações entre os eletrões e o núcleo (cargas de sinais contrários) que diminui a energia
dos eletrões, e das repulsões entre os eletrões (cargas do mesmo sinal) que aumenta a sua
energia.

Espetroscopia fotoeletrónica: técnica utiliza-


da para determinar a energia de remoção de Fotão
eletrões dos átomos, e, a partir dela, a ener-
Placas carregadas
gia dos eletrões no átomo. Nesta técnica (Fig.
1.13), faz-se incidir nos átomos do elemento
A A+ + e-
em estudo uma radiação com energia sufi- e-
Amostra
ciente para remover qualquer um dos seus gasosa
eletrões, transformando-se assim os átomos Detetor
em iões. Para um átomo A, a remoção de um Fig. 1.13 Diagrama de espetroscopia
fotoeletrónica.
dos seus eletrões é descrita por:
A (g) A+ (g) + e–

Em síntese:

• a energia de cada fotão incidente deve exceder a energia mínima necessária (energia
de remoção) para a remoção desse eletrão;

• se os eletrões tiverem energias diferentes, haverá tantos valores de energia de remoção


quantos os estados de energia para os eletrões;

• os eletrões com maior energia de remoção são os que ocupam estados de menor ener-
gia (em média mais próximos do núcleo, logo, sujeitos a maior atração nuclear do que
os eletrões do último nível de energia – nível de valência).

Verifica-se que eletrões de átomos de elementos diferentes têm valores de energia diferen-
tes. Esses valores de energia dos eletrões podem distribuir-se por níveis e subníveis.

Os resultados obtidos por espetroscopia fotoeletrónica são geralmente apresentados na for-


ma de um gráfico (espetros fotoeletrónicos, Fig. 1.14).
Número relativo de eletrões

29,1 2,38

347 37,1 3,93

0,42

347 345 37 35 33 31 29 4 2 0
Energia de remoção / MJ mol −1

Fig. 1.14 Espetro fotoelétrónico do potássio.

Por análise da abcissa e da altura de cada pico nos espetros fotoeletrónicos, consegue-se
determinar as energias relativas dos subníveis eletrónicos ocupados e o número relativo de
eletrões em cada subnível, respetivamente.

24
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

Questão resolvida

14. Considere o espetro fotoeletrónico do potássio (Z = 19) apresentado na Fig. 1.14.


14.1 Indique o número de:
a) subníveis de energia pelos quais se distribuem os eletrões;
b) eletrões correspondente a cada um dos picos presentes no espetro.
14.2 Conclua, justificando, qual é o valor de energia de remoção do eletrão de maior
energia de um átomo de potássio.

14.1 a) De acordo com o espetro fotoeletrónico do potássio, existem seis valores


diferentes de energia de remoção (seis picos) para os 19 eletrões. A cada
um desses valores corresponde um subnível, ou seja, os eletrões do áto-
mo de potássio encontram-se distribuídos por seis subníveis de energia.
b) A altura de cada pico é proporcional ao número de eletrões em cada nível
ou subnível de energia. A altura relativa dos picos é 2 : 2 : 6 : 2 : 6 : 1, corres-
pondendo esses números aos números de eletrões em cada um desses
subníveis (ao conjunto dos seis picos correspondem 19 eletrões).

14.2 Quanto menor for a energia de remoção maior é a energia do eletrão no


átomo, o que significa que o eletrão pertence a um nível de energia superior.
Q 10
Para uma mole de eletrões, o valor é Erem = 0,42 MJ.
0,42 × 106 J
Para um eletrão Erem = = = 6,98 × 10–19 J.
6,02 × 1023

1.2.7 Modelo quântico do átomo

A teoria que explica o comportamento dos átomos é a Mecânica Quântica. De acordo com a
Mecânica Quântica, não é possível associar uma trajetória aos eletrões, mas é possível definir
regiões, em redor do núcleo, de maior e de menor probabilidade de encontrar o eletrão.

Designa-se por nuvem eletrónica uma representação da den-


II
sidade da distribuição dos eletrões à volta do núcleo atómico,
correspondendo as regiões mais densas a maior probabilidade
de aí encontrar eletrões (Fig. 1.15). I

Designa-se por orbital atómica a função matemática que des- Fig. 1.15 Representação da
probabilidade de encontrar
creve o modo como a probabilidade de encontrar cada eletrão o eletrão numa dada região
varia em redor do núcleo (o termo orbital atómica também pode em torno do núcleo do
átomo de hidrogénio:
ser usado para designar a região, em redor do núcleo, onde o I – nuvem eletrónica; II –
eletrão se pode encontrar). curva de probabilidade.

Níveis e subníveis

Os espetros fotoeletrónicos dos átomos polieletrónicos são uma das evidências da existência
de subníveis de energia com valores muito próximos. Estes dados permitem estabelecer uma
estrutura eletrónica por níveis e subníveis de energia.

25
QUÍMICA 10.° Ano

Os subníveis podem ser designados pelas letras s, p, d e f. O subnível de menor energia de


um determinado nível de energia é o s.

No caso de átomos polieletrónicos e para os três primeiros níveis:


• o primeiro nível de energia, n = 1, comporta no máximo 2 eletrões que apresentam a
maior energia de remoção (subnível 1s);
• o segundo nível de energia, n = 2, desdobra-se em dois subníveis que se designam por
2s e 2p. O primeiro comporta no máximo 2 eletrões e o segundo no máximo 6;
• o terceiro nível de energia, n = 3, desdobra-se em três subníveis que se designam por
3s, 3p e 3d. O primeiro comporta no máximo 2 eletrões, o segundo no máximo 6 e o
terceiro 10.

Orbitais

Cada orbital está associada a um valor de energia do eletrão. As orbitais dos subníveis s, p,
d, f, têm formas diferentes: as do subnível s apresentam simetria esférica, existindo uma por
cada nível de energia; as do subnível p, quando existe, são bilobulares (dois lóbulos simétri-
cos em relação ao núcleo atómico) e são sempre três por cada nível de energia. As orbitais do
subnível d, quando existe, são sempre cinco por cada nível de energia (Fig. 1.16).

Orbital s Orbitais d z
z

y y

x x

Orbitais p
z z z z z z

y y y
y y y

x x x x x x

pz py px

Fig. 1.16 Representação das orbitais atómicas s, p e d.

Spin Resultado
da experiência

Os eletrões possuem, além de massa e carga


elétrica, propriedades magnéticas, ou seja, com-
portam-se como ímanes.
S
Se um feixe de átomos passar através de um
campo magnético não uniforme, verifica-se que Íman
o feixe se divide em dois (Fig. 1.17). Foi o resultado Feixe Campo magnético
de átomos não uniforme
destas experiências que permitiu associar aos
eletrões propriedades magnéticas. Designa-se N
por spin a propriedade magnética intrínseca do
eletrão. Esta propriedade está quantizada uma
vez que permite apenas dois estados diferen- Fig. 1.17 Um feixe de átomos divide-se em dois por
tes: spin α e spin β. ação de um campo magnético.

26
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

1.2.8 Configuração eletrónica de átomos

A configuração eletrónica de um átomo consiste na dis-


tribuição dos eletrões pelas diferentes orbitais atómicas. 5s 5p 5d

Princípio da Construção (ou de Aufbau) 4s 4p 4d 4f

A sequência pela qual as orbitais atómicas são preen- 3s 3p 3d


chidas é dada pelo Princípio da Construção (ou Prin-
cípio de Aufbau, em alemão): para cada elemento quí- 2s 2p

mico, os eletrões distribuem-se pelas possíveis orbitais


1s
por ordem crescente de energia (Fig. 1.18).
Fig. 1.18 Ordem de preenchimento das
Princípio de Exclusão de Pauli orbitais.

Princípio de Exclusão de Pauli: cada orbital atómica comporta no máximo 2 eletrões, os


quais têm necessariamente estados de spin diferentes, spin α e spin β.
Da análise dos espetros fotoeletrónicos, como, por exemplo, do fósforo (Fig. 1.19) e do potássio
(Fig. 1.14), verifica-se que um dos subníveis (subnível p) comporta mais de 2 eletrões, podendo
atingir um máximo de 6 eletrões.
13,5
Q 10
Número relativo de eletrões

1,06

208 18,7 1,95

1000 100 10 1 0,1


Energia de remoção / MJ mol −1
Fig. 1.19 Espetro fotoelétrónico do fósforo.

Atendendo ao Princípio da Exclusão de E 5p 5p 5p


5s 4d 4d 4d 4d 4d
Pauli e ao facto de os espetros fotoele-
4p 4p 4p
trónicos mostrarem que o subnível p 4s 3d 3d 3d 3d 3d

comporta no máximo 6 eletrões, pode 3p 3p 3p


3s
associar-se a este subnível 3 orbitais de
igual energia. 2p 2p 2p
2s

A partir do nível de energia, n = 3, dados


da espetroscopia fotoeletrónica mos-
1s
tram a existência de um terceiro subní-
Fig. 1.20 Ordem crescente da energia das orbitais em
vel de energia, subnível d, que compor- átomos polieletrónicos.
ta no máximo 10 eletrões. Do mesmo
modo, podem associar-se a este subní-
vel 5 orbitais de igual energia (Fig. 1.20).
O estado de menor energia de um átomo, ou molécula, designa-se por estado fundamental.
A configuração eletrónica do estado fundamental do átomo de potássio é:
19
K – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1
(os expoentes correspondem ao número de eletrões em cada subnível).

27
QUÍMICA 10.° Ano

Existem outras formas de apresentar a estrutura ele- 2p g


trónica (configuração eletrónica) de um átomo. Exem-
2s
plo: átomo de boro, 5B (Fig. 1.21). gh

Além dos princípios referidos, há um terceiro critério 1s gh

para estabelecer configurações eletrónicas no estado


B: 1s2 2s2 2p1, ou [He] 2s2 2p1
fundamental: em orbitais com a mesma energia (orbitais 5

degeneradas), orbitais np ou nd, a distribuição eletróni- Fig. 1.21 Representação simbólica da


estrutura eletrónica do átomo de boro, 5B.
ca deve ser feita de modo a maximizar o número de
eletrões desemparelhados.

O átomo de carbono apresenta dois eletrões no subnível 2p, sendo este constituído por três
orbitais com a mesma energia; neste caso, a configuração eletrónica do carbono deve aten-
der também à maximização do número de eletrões desemparelhados (Fig. 1.22).

Diagrama correto Diagrama errado

2p g g
2p gh

2s gh
2s gh

1s gh
1s gh

Fig. 1.22 Diagrama de distribuição eletrónica do carbono (Z = 6).

Assim, a configuração eletrónica do estado fundamental do átomo de carbono é:

6
C – 1s2 2s2 2p1x 2p1y 2p0z.

A informação a retirar desta configuração é que o carbono tem 4 eletrões de valência (eletrões
do último nível de energia) que se distribuem por 3 orbitais atómicas de valência (2s, 2px e 2py).

Questão resolvida

15. Considere o átomo de fósforo (15P) e as configurações eletrónicas seguintes:


(A) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p2x 3py1 3p0z (C) 1s2 2s2 2p5 3s2 3px1 3py1 3p2z
(B) 1s2 2s1 2p6 3s3 3px1 3py1 3pz1 (D) 1s2 2s2 2p6 3s2 3px1 3py1 3pz1
Indique, justificando, quais as configurações que:
15.1 correspondem ao estado fundamental do fósforo;
15.2 correspondem a um estado excitado do fósforo;
15.3 são impossíveis.

15.1 (D). Segue o Princípio da Construção, não viola o Princípio da Exclusão de


Pauli e maximiza o número de eletrões desemparelhados (orbitais 3p).
15.2 (A) e (C). A configuração (A) não maximiza o número de eletrões desempa-
relhados. A configuração (C) não segue o Princípio da Construção.
15.3 (B). Viola o Princípio da Exclusão de Pauli. As orbitais do tipo s comportam
no máximo 2 eletrões.

28
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

1.2.9 Teste de chama (AL 1.2)

O teste de chama permite reconhecer a presença de um


ou mais elementos químicos numa amostra (análise ele-
mentar qualitativa), ao observar a cor da chama quando
nela se coloca a amostra (Fig. 1.23). A eficácia deste método
depende da natureza dos elementos presentes na amos- Fig. 1.23 Testes de chama do lítio e do
tra e da temperatura da chama. sódio.

Questão resolvida

16. Num espetáculo foram usados quatro foguetes de fogo de artifício colorido, conten-
do as seguintes substâncias adicionadas à pólvora:
• 1.o foguete: sal cujo elemento metálico pertence ao grupo dos metais alcalinoterrosos;
• 2.o foguete: sal cujo elemento metálico é um metal de transição;
• 3.o foguete: NaC!;
• 4.o foguete: sal cujo elemento metálico pertence ao 2.o período.

A tabela apresenta as cores da luz emiti-


Sal Cor
Q 10
da por alguns sais usados na indústria de
pirotecnia. Cloreto de bário Verde

16.1 Com base na informação, indique Cloreto de cobre II Verde-azulada


a sequência de cores observadas Cloreto de lítio Vermelha
quando foram lançados os quatro
Cloreto de potássio Violeta
foguetes.
16.2 Elabore um texto em que explique Cloreto de sódio Amarela
os processos envolvidos nas cores
observadas no fogo de artifício.
16.3 Justifique quais são as partículas responsáveis pelas cores observadas.
16.4 Explique por que é que a luz emitida por diferentes iões tem cor diferente.

16.1 Verde, verde-azulada, amarela, vermelha. Substâncias adicionadas à pólvo-


ra dos foguetes: cloreto de bário (1.o foguete), cloreto de cobre II (2.o fogue-
te), cloreto de sódio (3.o foguete) e cloreto de lítio (4.o foguete).

16.2 As cores observadas no fogo de artifício resultam da emissão de radiações


visíveis. A energia libertada na combustão da pólvora produz a excitação
dos átomos. O excesso de energia adquirido pelos átomos vai ser libertado
na emissão de radiação na região do visível.

16.3 Como os sais usados nos foguetes só diferem no catião, as cores que se
observarão resultam da emissão de luz pelos átomos dos metais.

16.4 Cada átomo tem um conjunto de subníveis de energia característico. Em


consequência, a variação de energia do eletrão entre dois estados é diferen-
te em elementos diferentes. A cada uma dessas variações corresponde uma
radiação de determinada frequência, daí as cores diferentes.

29
QUÍMICA 10.° Ano

1.3 Tabela Periódica


1.3.1 Evolução histórica da Tabela Periódica

No século XIX, ainda antes de se conhecer a existência dos eletrões e dos protões, os quími-
cos criaram a Tabela Periódica ordenando os elementos de acordo com as massas atómicas.
Newlands verificou que as propriedades dos elementos se repetiam de oito em oito: Lei das
Oitavas (1864).

Alguns anos mais tarde, Dmitri Mendeleev, em 1869, e Lothar Meyer, em 1870, apresentaram,
independentemente, uma tabela dos elementos baseada nas regularidades das proprieda-
des das substâncias respetivas, o que permitiu prever a existência de novos elementos. Em
1913, Henry Moseley demonstrou que a carga do núcleo de um átomo é característica do ele-
mento químico e pode exprimir-se por um número inteiro, o número atómico. Os elementos
passaram a ser ordenados segundo os números atómicos crescentes.

Atualmente, a Tabela Periódica é constituída por 118 elementos distribuídos em 7 linhas hori-
zontais (períodos) e 18 colunas verticais (grupos).

1.3.2 Estrutura da Tabela Periódica: grupos, períodos e blocos

As configurações eletrónicas dos átomos dos elementos permitem explicar a repetição das
propriedades físicas e químicas das respetivas substâncias elementares.

Os elementos de um grupo apresentam propriedades semelhantes. Verifica-se que os áto-


mos dos elementos do mesmo grupo têm igual número de eletrões de valência (eletrões do
último nível de energia), distribuídos por orbitais do mesmo tipo. O número de eletrões de
valência coincide com o número do grupo, no caso dos elementos dos grupos 1 e 2; coincide
com o algarismo das unidades do número do grupo para os elementos dos grupos 13 (3 ele-
trões de valência) a 18 (8 eletrões de valência).

Atendendo ao tipo de orbitais dos eletrões de valência dos átomos dos elementos no esta-
do fundamental, estes podem ser agrupados em quatro blocos: o bloco s (configuração de
valência nsx) engloba os elementos dos grupos 1 e 2 e o hélio; o bloco p (orbitais de valên-
cia tipo p em preenchimento) engloba os elementos dos grupos 13 a 18 (exceto o hélio); o
bloco d (configuração de valência ndx (n + 1) sy) engloba os elementos dos grupos 3 a 12;
o bloco f (lantanoides e actinoides) com orbitais f parcialmente preenchidas (Fig. 1.24).

1 18
1 1s 2 13 14 15 16 17 1s
2 2s 2p
3 3s 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 3p
4 4s 3d 4p
5 5s 4d 5p
6 6s La 5d 6p
7 7s Ac 6d 7p

4f
Fig. 1.24 Blocos s, p, d e f na
5f Tabela Periódica.

Os elementos de um mesmo período n têm os eletrões dos átomos, no estado fundamental,


distribuídos pelo mesmo número, n, de níveis de energia.

30
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

1.3.3 Elementos representativos e de transição

Os elementos dos grupos 1, 2 e 13 a 17 são de-


signados representativos; os dos grupos 3 a 11
são elementos de transição (Fig. 1.25).

Fig. 1.25 Tabela Periódica: elementos


representativos e de transição.

1.3.4 Famílias de metais e não-metais

Os elementos podem dividir-se em metais e


não-metais (Fig. 1.26).

La
Ac

Q 10
Metais Não-metais

Fig. 1.26 Tabela Periódica: metais e não-metais.

Questão resolvida

17. Considere as configurações eletrónicas apresentadas na tabela (as letras X, Y, Z e W


não correspondem a símbolos químicos).
(A) O elemento Y é um metal de transição. Elemento Configuração eletrónica
(B) O elemento Z localiza-se no 3.o período
X 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1
e é um não-metal.
Y 1s2 2s2 2p6 3s2
(C) O elemento W é um gás nobre e locali-
za-se no 2.o período. Z 1s2 2s2 2p4
(D) Os elementos X e Y situam-se, respeti- W 1s2 2s2 2p6
vamente, nos grupos 14 e 13 da Tabela
Periódica.

(C). Y não é um elemento de transição porque não pertence ao bloco d da Tabela


Periódica, ou seja, não tem eletrões de valência distribuídos por orbitais d.
O elemento Z tem os eletrões distribuídos por dois níveis de energia, o que per-
mite localizá-lo no 2.o período; como tem 4 eletrões de valência distribuídos por
orbitais p, é um elemento do bloco p.
O elemento W localiza-se no grupo 18 (tem 8 eletrões de valência), o que permite
classificá-lo como um gás nobre. Localiza-se no 2.o período, uma vez que os ele-
trões estão distribuídos por dois níveis de energia.
O elemento X tem 1 eletrão de valência e o Y tem 2, o que permite localizá-los nos
grupos 1 e 2, respetivamente.

31
QUÍMICA 10.° Ano

1.3.5 Propriedades periódicas dos elementos representativos

Não se deve confundir elemento com substância elementar. Por exemplo, ao elemento po-
tássio, K, corresponde a substância elementar potássio, que é um metal formado por muitos
átomos de potássio. Ao mesmo elemento também podem corresponder substâncias elemen-
tares diferentes. Ao elemento oxigénio, O, por exemplo, correspondem várias substâncias
elementares, tais como o di-oxigénio, O2, e o ozono, O3. Ambas são gasosas à temperatura
ambiente e à pressão atmosférica normal.

Elementos e substâncias elementares têm características diferentes. Assim, fala-se de confi-


guração eletrónica, raio atómico e energia de ionização do elemento, mas não da substân-
cia elementar. Fala-se do estado físico, ponto de fusão, ponto de ebulição e densidade da
substância elementar, mas não do elemento.

O raio atómico (uma medida do tamanho dos átomos) e a energia de ionização são duas pro-
priedades fundamentais dos elementos, diretamente relacionadas com a estrutura eletrónica
dos átomos. Estas propriedades variam de forma regular ao longo de grupos e períodos da
Tabela Periódica, pelo que se designam por propriedades periódicas.

Raio atómico

O tamanho dos átomos é determinado pela nuvem eletrónica, sendo o raio atómico uma me-
dida do tamanho dessa nuvem (Fig. 1.27).

Na Na C! C!

rNa rC!
Fig. 1.27 Raios atómicos do sódio e do cloro

De um modo geral, o raio atómico aumenta ao longo do grupo e diminui ao longo do período
(Fig. 1.28).
1 2 13 14 15 16 17 18

H He

37 31
Ne
Li Be B C N O F
152 112 85 77 75 73 72 71

Na Mg A! Si P S C! Ar
186 160 143 118 110 103 100 98

K Ca Ga Ge As Se Br Kr

227 197 135 122 120 119 114 112

Rb Sr In Sn Sb Te I Xe

248 215 167 140 140 142 133 131

Cs Ba Tl Pb Bi Po At Rn

265 222 170 146 150 168 (140) (141)

Fig. 1.28 Variação do raio atómico na Tabela Periódica.

32
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

Num mesmo grupo (igual configuração eletrónica de valência), com o aumento do número
atómico (Z), os eletrões de valência ficam, em média, mais afastados do núcleo, uma vez
que há preenchimento de mais níveis de energia.

Num mesmo período (eletrões distribuídos pelo mesmo número de níveis de energia), à medi-
da que o número atómico, Z, aumenta, ou seja, à medida que a carga nuclear aumenta, os
eletrões vão ser mais atraídos pelo núcleo; como o número de eletrões de valência aumenta,
a repulsão entre eles também aumenta. No entanto, o fator predominante é o da atração ao
núcleo (aumento da carga nuclear) e por conseguinte os eletrões ficam mais próximos do núcleo.

Energia de ionização

Energia de ionização, Ei, relaciona-se com a energia mínima necessária para extrair um ele-
trão de um átomo no estado fundamental, isolado e em fase gasosa.
X (g) → X+ (g) + e–

Verifica-se que, de um modo geral, a energia de ionização diminui ao longo do grupo e au-
menta ao longo do período (Fig. 1.29).

1
H 18
2,18
3,94
He
Q 10
2 15
Be 14 17 Ne
Li
13 N 16 3,46
1,49
C F
0,86 B 1,80
2,33 O 2,79
Na Mg 1,33 2,18
0,82 1,23
A! Si P Ar
K 1,68 C!
Ca 0,96 1,31 S 2,08
2,53
0,70 0,98 1,66
Ga Ge As
Rb Sr 0,96 1,27 1,52 Se Br Kr
0,67 0,91 1,56 2,24
In Sn
1,89
Cs 0,93 Sb
Ba 1,18 Te I
0,62 0,84 Tl
1,38 Xe
Pb 1,44 1,67 1,94
0,98 1,19 Bi Po
1,17
1,35
Rn
1,72

Fig. 1.29 Variação da energia de ionização na Tabela Periódica.

Para os elementos do mesmo grupo, com o aumento do número atómico, Z, os eletrões de va-
lência vão ficando cada vez com maior energia, pois aumenta o número de níveis de energia
preenchidos, sendo necessária menos energia para os remover (Fig. 1.30).

n= n=
Ei (n = 3)
Ei (n = 2) n=3

n=2 Ei (n = 3) < Ei (n = 2)

Fig. 1.30 Num mesmo grupo, é necessária menos energia


para remover o eletrão mais exterior de n = 3 do que para
remover o eletrão mais exterior de n = 2.

Para os elementos do mesmo período, à medida que a carga nuclear aumenta, os eletrões
de valência vão sendo mais atraídos pelo núcleo, aumentando a energia necessária para os
remover.

33
QUÍMICA 10.° Ano

Questão resolvida

18. O sulfato de alumínio, A!2(SO4)3, utilizado no tratamento de águas e de efluentes


industriais, é constituído por alumínio, A!, enxofre, S, e oxigénio, O.
Tendo em consideração as configurações eletrónicas desses átomos no estado
fundamental, explique porque é que:
18.1 o átomo de alumínio apresenta menor energia de ionização do que o átomo de
enxofre;
18.2 o raio atómico do oxigénio é menor do que o raio atómico do enxofre.

18.1 13A! – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 ; 16S – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4. Os eletrões mais ener-
géticos (eletrões de valência) dos átomos de alumínio e de enxofre, no estado
fundamental, encontram-se no mesmo nível de energia (n = 3). Sendo a carga
nuclear do átomo de alumínio (+13) inferior à do átomo de enxofre (+16), a força de
atração exercida pelo núcleo do átomo de alumínio sobre os eletrões de valência
respetivos é menor do que a força exercida pelo núcleo do átomo de enxofre
sobre os eletrões de valência respetivos. Assim, será necessário fornecer menos
energia para remover um dos eletrões de valência mais energéticos do átomo de
alumínio do que para remover um dos eletrões de valência mais energéticos do
átomo de enxofre.

18.2 8O – 1s2 2s2 2p4 ; 16S – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4. O oxigénio e o enxofre apresentam
o mesmo número de eletrões de valência (6). Os eletrões de valência do átomo
de oxigénio encontram-se no nível n = 2, enquanto os do átomo de enxofre se
encontram no nível n = 3 (mais níveis de energia preenchidos). Assim, os eletrões
de valência do átomo de oxigénio encontram-se, em média, mais próximos do
núcleo respetivo do que os do átomo de enxofre, pelo que o raio atómico do oxi-
génio é menor do que o raio atómico do enxofre.

Como se explica que os metais tenham tendência para formar iões positivos e os não-metais
iões negativos?

Os átomos ao reagirem têm tendência a adquirir a maior estabilidade possível, ou seja, a


adquirir uma configuração eletrónica semelhante à dos átomos dos gases nobres (níveis de
energia completamente preenchidos).

Os metais apresentam, em geral, baixas energias de ionização. Assim, tendem a perder ele-
trões, originando iões positivos. Os metais dos grupos 1 (metais alcalinos) e 2 (metais alcali-
noterrosos) são os que têm as menores energias de ionização, pelo que são muito reativos,
perdendo facilmente eletrões e dando origem a iões positivos muito estáveis.

Os não-metais apresentam energias de ionização maiores, sendo os elementos do grupo 18


(gases nobres) os que apresentam os valores mais elevados. Os átomos destes elementos
(exceto os do grupo 18) têm tendência para captar eletrões, transformando-se em iões nega-
tivos estáveis.

34
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

Os átomos dos gases nobres são muito estáveis, ou seja, não formam facilmente iões nem
se ligam facilmente a outros átomos, pois têm os seus níveis eletrónicos totalmente preenchi-
dos. Assim, as respetivas substâncias elementares são também muito estáveis, e monoatómi-
cas, pelo que também só muito dificilmente reagem com outras substâncias.

Questão resolvida

19. As figuras mostram a variação da energia de ionização (A) com o número atómico
e variação do raio atómico (B) para os 20 primeiros elementos químicos da Tabela
Periódica.

A B
Ei / eV

25 He
20 Ne
15 Ar
10 H ! !

5
Q 10
Li Na K
0
5 10 15 20 Z

19.1 A partir da análise das informações fornecidas nas figuras A e B, comente a


seguinte afirmação: «Os metais alcalinos reagem violentamente com a água.»
19.2 Os átomos de cloro formam facilmente iões cloreto.
Conclua, justificando com base na posição do elemento cloro, C!, na Tabela
Periódica, qual será a carga desses iões.

19.1 O lítio, o sódio e o potássio são elementos do grupo 1, pertencendo à família


dos metais alcalinos. A sua grande reatividade deve-se ao facto de os seus
átomos terem uma baixa energia de ionização: perdem facilmente o seu úni-
co eletrão de valência, transformando-se em iões monopositivos.
Os elementos dos metais alcalinos são os que apresentam menor carga
nuclear e maior raio no respetivo período, assim, o seu eletrão de valência
encontra-se, em média, mais afastado do núcleo e, por isso, é menos atraído,
o que corrobora o facto de ser necessário menos energia para a sua remoção.

19.2 O cloro encontra-se no grupo 17 da Tabela Periódica, o que significa que


os átomos de cloro têm 7 eletrões de valência, apresentando uma grande
tendência para ganhar um eletrão, de modo a adquirirem a configuração
eletrónica do gás nobre mais próximo (Ar). Conclui-se, assim, que a carga
dos iões cloreto será –1.

35
QUÍMICA 10.° Ano

1.3.6 Densidade relativa de metais (AL 1.3)

A massa volúmica (ou densidade), ρ , define-se como o quociente entre a massa, m, de uma
amostra da substância e o seu volume, V, sendo constante para cada substância, nas mesmas
m
condições de pressão e temperatura: ρ = ·
V
A densidade relativa, d, de uma substância, grandeza adimensional, é igual ao quociente entre
a sua massa volúmica, ρ, e a massa volúmica de outra substância, considerada como referência.
Para sólidos e líquidos, a substância de referência é a água, à temperatura de 4 °C.
ρ
d = ρsubstância
referência

A 4 °C, a massa volúmica da água é 1,000 g cm−3, por isso, a densidade relativa de um sólido ou
líquido é numericamente igual à massa volúmica respetiva, expressa em g cm−3.

A densidade relativa pode ser calculada pelo quociente entre a massa de um certo volume de
substância e a massa de igual volume de água, a 4 °C:
msubstância
ρsubstância V m
d= ρ =m = m substância
água a 4 ºC água a 4 º C água a 4 º C
V
A densidade relativa de materiais no estado sólido pode determinar-se utilizando um picnóme-
tro de sólidos (Fig. 1.31).

mágua = m’– m’’

m m’ m’’

013,7 075,8 074,6


2g 5g 4g

Pesa-se o sólido. Pesa-se o picnómetro Pesa-se o picnómetro


cheio de água, até ao traço cheio de água, até ao traço
de referência, e o de referência, com o corpo
sólido ao lado. dentro do picnómetro.

Fig. 1.31 Determinação da densidade relativa de um sólido por picnometria.

Questão resolvida

20. Numa aula de laboratório distribuíram-se aos alunos pequenos objetos metálicos.
Um grupo de alunos resolveu determinar a densidade relativa do material metálico
por picnometria. Os ensaios foram feitos à temperatura de 20 oC. A tabela seguinte
apresenta os registos efetuados pelo grupo de alunos.
Despreze a variação da densidade da água com a temperatura.

Ensaio mobjetos / g m’(pic. + água) + objetos / g m’’(pic. + água + objetos) / g


1 17,377 97,104 95,146
2 17,376 97,105 95,145
3 17,376 97,105 95,145

36
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

20.1 Calcule a densidade relativa do material.


20.2 Qual é o significado do valor obtido para a densidade relativa do metal?
20.3 Face aos resultados obtidos e tendo em conta os dados da seguinte tabela de
densidades, será possível identificar o material dos objetos?

Densidade relativa
Material
a 20 oC
Alumínio 2,70
Ferro 7,86
Latão 8,1 a 8,6
Cobre 8,92

20.4 Determine o erro percentual do resultado obtido para a densidade relativa


do metal e relacione-o com a exatidão desse resultado.

m +m +m 17,377 + 17,376 + 17,376


20.1 msólido = !!
1 2
3
3
= !!!! g = 17,376 g
3 Q 10
97,104 + 97,105 + 97,104
m’(pic. + água) + objetos = !!!! g = 97,104 g
3

95,146 + 95,145 + 95,145


m’’(pic. + água + objetos) = !!!! g = 95,145 g
3

mágua com o mesmo volume = m’ – m’’ = (97,104 – 95,145) g = 1,959 g

Densidade relativa à temperatura da experiência (20 oC):


m 17,376
sólido
d=! ⇒ d = ! = 8,870
mágua 1,959

20.2 A densidade relativa do metal, a 20 oC, é 8,870, o que significa que a sua
massa volúmica é 8,870 vezes maior do que a massa volúmica da água.

20.3 Comparando a densidade relativa medida com a dos objetos, por maior
proximidade, conclui-se que, provavelmente, o material constituinte dos ob-
jetos será o cobre.

valor experimental — valor de referência


20.4 erro (%) = !!!!!!! × 100 =
valor de referência
8,870 – 8,92
= !! × 100 = –0,56%
8,92

37
QUÍMICA 10.° Ano

Questões propostas

Massa e tamanho dos átomos

1. Cada substância é constituída por unidades estruturais características que se repetem ao


longo de toda a sua extensão. As unidades estruturais de algumas substâncias são átomos.
Estes são formados por partículas ainda mais pequenas: protões, neutrões e eletrões.

Espécie química N.o de protões N.o de neutrões N.o de eletrões

W 17 18 17

X 12 14 10

Y 17 20 18

Com base na informação fornecida, pode concluir-se que


(A) X é um anião.
(B) o número de massa de X é 26.
(C) W e Y são átomos do mesmo elemento.
(D) Y é um catião.

2. Uma amostra de silício contém 2,5 × 1025 átomos. Destes, 2,3 × 1025 são do isótopo Si–28,
1,2 × 1024 de Si–29 e 8 × 1023 de Si–30.
Qual dos valores seguintes poderá representar a massa atómica relativa média do silício?
(A) 28,1
(B) 29,0
(C) 29,5
(D) 30,1

3. O boro apresenta dois isótopos naturais, 105 B e 115 B, de massas isotópicas, respetivamente,
10,0129 e 11,0093. A abundância relativa do boro–10 é 19,78%.
3.1 Calcule a massa atómica relativa média do boro.
3.2 A massa calculada não é a média aritmética das massas isotópicas porque
(A) há um erro experimental na determinação da massa atómica relativa média do boro.
(B) na Natureza, o boro resulta da mistura de dois isótopos com abundâncias relativas
diferentes.
(C) no núcleo do átomo existem outras partículas além dos neutrões e protões.
(D) a massa atómica relativa média indica o número de vezes que a massa de um átomo
é maior do que a massa-padrão.

4. As massas isotópicas do lítio–6 e lítio–7 são, respetivamente, 6,0151 e 7,0160. A massa ató-
mica relativa média do lítio é 6,941.
Qual dos valores seguintes poderá representar a abundância relativa do lítio–7?
(A) 70,2%
(B) 92,5%
(C) 7,5%
(D) 50%

38
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

5. O elemento gálio, Ga, tem dois isótopos naturais estáveis, o gálio-69 e o gálio-71, como
mostra o seu espetro de massa.

68,925580
Abundância isotópica (%)

60,11

70,924700
39,89

67 68 69 70 71 72 73
Massa isotópica

5.1 Atendendo à abundância natural de cada isótopo, numa amostra de 10 000 átomos de
gálio, quantos são de gálio-69?
5.2 Determine a massa atómica relativa média do gálio.
5.3 Preveja quantos átomos de gálio-71 é possível encontrar em 5,00 g de gálio.

6. Desde que, em 1959, Richard Feynman lançou as primeiras ideias de criação de objetos
e equipamentos minúsculos para executarem tarefas então impossíveis até que, em 1981,
Eric Drexler lançou o seu projeto de manipulação molecular falando pela primeira vez em
nanotecnologia, percorreu-se um longo caminho a um ritmo avassalador.
6.1 Indique o significado do termo nanotecnologia e em que consiste.
6.2 Indique duas das áreas de aplicação da nanotecnologia.

7. A fim de compreender o mundo das nanotecnologias, precisamos ter uma ideia das unida-
des das dimensões envolvidas. Um milímetro é um milésimo de um metro e um micrómetro
é um milionésimo de um metro, mas todos estes ainda são enormes em comparação com
a escala nanométrica. Um nanómetro (nm) é um milésimo de um milionésimo de um me-
tro, e uma dezena de milionésimo da espessura de um cabelo humano.
Apresente a espessura de um cabelo humano em notação científica e na unidade SI de
base.

8. A figura representa um átomo de hélio do qual se destaca o seu núcleo.


8.1 Com recurso à escala que consta da figura, indique
a ordem de grandeza do raio do átomo de hélio na
unidade SI de base.
1×10-6 nm
8.2 O diâmetro do núcleo é menor do que o diâmetro
do próprio átomo cerca de
(A) 102 vezes.
(B) 104 vezes.
(C) 105 vezes.
(D) 106 vezes.

39
QUÍMICA 10.° Ano

Questões propostas

9. Com o desenvolvimento tecnológico,


A B
criaram-se máquinas que permitiram
obter imagens reais de superfícies com
resolução atómica, como foi o caso do
microscópio eletrónico de varrimento
por tunelamento (STM, sigla em inglês
para scanning tunneling microscope).

A figura mostra o modelo da molécula


de hexabenzocoroneno (A) e a imagem
obtida por STM (B) (1 Å = 10–10 m).
9.1 Com base na escala da figura, estime o diâmetro aproximado da molécula de hexabenzo-
coroneno na unidade de base do SI.
9.2 Determine o fator de ampliação usado na imagem.

10. O TNT, trinitrotolueno, é um sólido cristalino amarelo altamente explosivo, utilizado


para fins militares ou para exploração de jazidas minerais.
A fórmula química do TNT é C7H5(NO2)3.
10.1 A expressão que permite determinar o número de moléculas em 1,0 kg de TNT é
227,15 × 6,02 × 1023 . 227,15 × 6,02 × 1023 .
(A) N = (C) N =
1,0 × 10–3 1,0 × 103

1,0 × 6,02 × 1023 . 1,0 × 6,02 × 1023 .


(B) N = (D) N =
227,15 × 10–3 227,15 × 103

10.2 Determine a massa de hidrogénio que existe em 3,6 × 1024 moléculas de trinitrotolueno.
10.3 Determine a relação entre as massas de carbono e nitrogénio numa amostra de TNT.

11. O pentóxido de vanádio, V2O5, é um composto usado como corante nas indústrias da ce-
râmica e do vidro, e apresenta propriedades catalíticas importantes em muitos processos
industriais.
11.1 Descreva a composição qualitativa e quantitativa do pentóxido de vanádio.
11.2 A fração que corresponde ao contributo do oxigénio para a massa de pentóxido de va-
nádio é aproximadamente
(A) 0,44. (C) 0,78.
(B) 0,71. (D) 0,40.
11.3 Determine a quantidade de vanádio que existe em 2,3 kg de V2O5.

12 . O ouro utilizado no fabrico de joias é, na verdade, uma liga. Determinou-se a composição


de uma pulseira e verificou-se que continha 19,700 g de ouro, 4,316 g de prata e 2,540 g
de cobre.
A proporção de átomos de cada elemento (Au : Ag : Cu) nessa liga é
(A) 1 : 4 : 4.
(B) 5 : 1 : 1.
(C) 8 : 2 : 1.
(D) 5 : 2 : 2.

40
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

13. Em 1989, o físico norte-americano Donald Eigler e os seus colabora-


dores conseguiram desenhar o logótipo mais pequeno do mundo,
reunindo trinta e cinco átomos de xénon, Xe, depositados sobre uma
superfície de níquel, Ni. A altura da letra I, formada por nove átomos de
xénon, é de 5,0 nm.
Carlos Fiolhais, Nanotecnologia: o futuro vem aí! (adaptado)

13.1 Determine a ordem de grandeza do diâmetro do átomo de xénon na


unidade base do SI.
13.2 Supondo que o quociente entre o número de átomos de níquel na superfície e o número
de átomos de xénon utilizados no logótipo é 6,8 × 105, determine a massa de níquel no
logótipo.

14. Já existe, graças à nanotecnologia, um vidro com função de autolimpeza. Isso é possível
devido à existência de uma camada ultrafina de óxido de titânio, TiO2, aplicada no lado
exterior do vidro.
Determine a espessura de uma camada ultrafina de TiO2, de densidade 4,23 g cm−3, unifor-
memente distribuído num vidro de 50 cm × 100 cm, contendo 6,02 × 1020 átomos de titânio.

15. Um grupo de alunos transferiu de uma bureta um certo número de gotas de água para um
gobelé que se encontrava sobre uma balança digital. A massa de água registada foi 9,542 g.
A figura mostra a posição do nível de água na bureta usada antes e após a transferência
referida.
15.1 Indique a incerteza de leitura da bureta e da balança
usadas.
15.2 Determine o volume das gotas de água transferidas
com o número de algarismos significativos adequado.
15.3 Determine o número de gotas transferidas, sabendo
que cada gota contém 1,45 × 1021 moléculas de água.
Apresente todas as etapas de resolução e o resultado
com três algarismo significativos.
15.4 Os alunos filmaram a experiência que realizaram. Du-
rante a revisão das imagens, constataram que o núme-
ro de gotas caído foi superior ao que tinham contado.
Explique, sem efetuar cálculos, se este erro afetou a
determinação do volume de uma gota por excesso ou
por defeito.
15.5 Um outro grupo de alunos, para o mesmo número de gotas, e usando a mesma bureta,
obteve a massa de 9,5 g numa balança digital. Este valor permite concluir que este gru-
po de alunos usou uma balança ___________ e o valor medido pode estar compreen-
dido entre ___________ .
(A) mais precisa … 9,4 g e 9,6 g.
(B) menos precisa … 9,4 g e 9,6 g.
(C) mais precisa … 9,45 g e 9,55 g.
(D) menos precisa … 9,45 g e 9,55 g.

41
QUÍMICA 10.° Ano

Questões propostas

Energia dos eletrões nos átomos

16. Os espetros podem ser de emissão ou de absorção, consoante resultem da luz emitida
por uma amostra ou obtidos depois de a luz emitida por uma fonte atravessar a amostra.
Considere os espetros seguintes:

(A)

(B)

16.1 Classifique os espetros A e B.


16.2 O carbono e o tungsténio são alguns dos materiais usados no filamento de lâmpadas
incandescentes. Os espetros A e B poderão corresponder à radiação emitida por fila-
mentos de lâmpadas incandescentes?

17. Luz não é só a luz visível. Os raios gama, os raios X, os raios ultravioleta, os infravermelhos,
as micro-ondas e as ondas de rádio também são luz. Os diferentes tipos de luz designam-se
por radiações eletromagnéticas.
I II III IV

17.1 As radiações que estão associadas às situações ilustradas nas figuras são
(A) I: raios gama; II: infravermelhos; III: ondas de rádio; IV: micro-ondas.
(B) I: raios X; II: infravermelhos; III: visível; IV: micro-ondas.
(C) I: raios X; II: ultravioleta; III: visível; IV: infravermelhos.
(D) I: raios gama; II: ultravioleta;III: ondas de rádio; IV: infravermelhos.
17.2 Coloque as radiações ilustradas nas figuras por ordem crescente de energia dos fotões
respetivos.

18. Em 1913, Niels Bohr apresentou um novo modelo para o átomo. Qual das seguintes afirma-
ções é uma das características do modelo de Bohr?
(A) O comportamento dos eletrões nos átomos é descrito por orbitais.
(B) Os átomos de hidrogénio apenas emitem determinadas radiações porque a energia do
eletrão no átomo só pode ter certos valores.
(C) Os átomos são esferas maciças de carga positiva uniformemente distribuída, na qual se
encontram dispersos os eletrões.
(D) A cada estado estacionário do eletrão no átomo está associada a emissão de uma radia-
ção de determinada frequência.

42
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

19. O espetro de emissão do hidrogénio atómico apresenta riscas de frequências bem definidas
que correspondem à emissão de quantidades discretas de energia. Explique como é que
este facto conduziu ao modelo atómico de Bohr.

n
20. Quando o átomo de hidrogénio absorve energia, E / 10 –19 J
o seu eletrão transita de um nível de menor ener- –2,42 3
gia para um nível de maior energia. O diagrama de
energia ao lado apresenta os três primeiros níveis
–5,45 2
de energia para o eletrão do átomo de hidrogénio.
Verifique, apresentando todos os cálculos necessá- B
rios, se as transições A e B poderão corresponder A
à absorção dos fotões f1 e f2, cujas energias são –21,8 1
1,60 × 10–18 J e 1,94 × 10–18 J, respetivamente.

21. O espetro de emissão na região do visível do hi-


drogénio pode obter-se em laboratório, produzindo E =0 J n=
uma descarga elétrica numa âmpola de hidrogénio,
E4 = –1,36 × 10 –19 J n=4
sendo a risca de menor energia de cor vermelha. E3 = –2,42 × 10 –19 J n=3
O diagrama representa os níveis de energia para o
átomo de hidrogénio. E2 = –5,45 × 10 –19 J n=2

21.1 O espetro de absorção do hidrogénio consiste


numa série de riscas negras num fundo colori-
do. Explique como se obtém a risca negra situa-
Energia (J)

da na zona vermelha do espetro.


21.2 Calcule a energia do fotão emitido quando o
eletrão transita do segundo estado excitado
E1 = –2,18 × 10 –18 J
para o estado fundamental. n=1

22. Uma amostra de um sal desconhecido foi submetida ao aquecimento por uma chama para
se obter o seu espetro de emissão na região do visível.
22.1 Por comparação com os espetros de
absorção dos elementos lítio e cálcio, Lítio
conclua, justificando, se algum destes
elementos integra a constituição do Amostra
sal desconhecido.
Cálcio

22.2 Selecione a opção correta.


(A) A energia fornecida pela chama à amostra excita os átomos de modo que os seus
eletrões transitem de níveis de maior energia para níveis de menor energia.
(B) O sal testado deverá ter uma cor azulada, pois há um predomínio de riscas azuis no
espetro de emissão da amostra.
(C) A risca vermelha do espetro de emissão resulta de uma desexcitação dos eletrões
dos átomos da amostra de menor diferença energética do que a associada à emis-
são das riscas azuis.
(D) Quando os eletrões dos átomos da amostra regressam ao estado fundamental,
cedem mais energia do que a fornecida pela chama na excitação desses eletrões.

43
QUÍMICA 10.° Ano

Questões propostas

23. A figura representa as quatro riscas de menor energia do espetro de emissão do átomo de
hidrogénio na região do visível.
A B C D

Frequência

23.1 Conclua entre que níveis de energia ocorre a transição eletrónica responsável pela
risca designada por D.
Apresente, num texto estruturado e com linguagem científica adequada, a fundamenta-
ção da conclusão solicitada.
23.2 Os espetros das estrelas, na região do visível, apresentam-se como uma faixa luminosa
contínua contendo riscas negras em todas as cores do arco-íris. Essas riscas revelam a
composição química das camadas superficiais das estrelas.
Explique como é possível concluir, a partir do espetro de uma estrela, se há hidrogénio
nas camadas superficiais dessa estrela.

24. No teste de chama realizam-se vários ensaios com diferentes sais. Na tabela que se segue
indicam-se as cores das chamas associadas a alguns sais.

Sal Cloreto de sódio Cloreto de potássio Cloreto de cobre (II)

Cor da chama Amarela Violeta Verde-azulada

Na queima destes sais pode ser utilizado o equipamento esquematizado na figura.


24.1 Indique o nome deste equipamento laboratorial.
24.2 Este equipamento permite regular a entrada de ar no tubo
de combustão tornando a chama mais ou menos energética.
Explique porque se torna mais difícil identificar o potássio
com este teste do que o sódio ou o cobre, no caso de a cha-
ma ser pouco energética.
24.3 Indique uma limitação deste teste de chama.
24.4 No rótulo do frasco de cloreto de cobre (II) encontra-se o pictograma da
figura. Indique o significado deste pictograma e uma medida de seguran-
ça a ter em conta na utilização deste sal.

25. A espetroscopia fotoeletrónica (PES) é uma das técnicas que permite determinar a energia
de remoção de eletrões dos átomos e, a partir delas, a energia dos eletrões no átomo.
A figura seguinte mostra o espetro fotoeletrónico simulado para um dado elemento quími-
co. O espetro contém informação relativa a todos os eletrões de um átomo do elemento.
N.o relativo de eletrões

A B C D E

0,58 1,09 7,19 12,1 15,1


Energia de remoção / MJ mol –1

44
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

25.1 Por quantos subníveis de energia se encontram distribuídos os eletrões nos átomos
desse elemento?
25.2 Os picos A, B e C correspondem, respetivamente, aos subníveis de energia
(A) 1s, 2s e 2p. (C) 3p, 3s e 2p.
(B) 2p, 3s e 3p. (D) 2p, 2s e 1s.
25.3 Indique o nome e o símbolo do elemento químico.
25.4 Conclua, justificando, sobre quantas orbitais são ocupadas pelos eletrões responsáveis
pelo pico C.
25.5 Os eletrões responsáveis pelo pico E apresentam uma maior energia de remoção porque
(A) são os eletrões de valência.
(B) a sua energia é menor.
(C) a repulsão eletrónica entre eles é maior.
(D) estão mais afastados do núcleo.

26. Os espetros seguintes apresentam a energia necessária para remover um eletrão 1s de um


átomo de nitrogénio e de um átomo de oxigénio.

Nitrogénio (N) Oxigénio (O)

700 600 500 400 300 700 600 500 400 300
Energia de remoção / eV Energia de remoção / eV

26.1 Conclua, justificando, em qual dos elementos, nitrogénio ou oxigénio, um eletrão 1s


tem maior energia.
26.2 A análise destes espetros do nitrogénio e do oxigénio permite concluir que
(A) ambos os átomos têm o subnível 1s semipreenchido.
(B) no átomo de oxigénio existe menor repulsão eletrónica do que no de nitrogénio.
(C) átomos de elementos diferentes têm valores diferentes da energia dos eletrões.
(D) os eletrões podem distribuir-se por níveis e subníveis.

27. Cada um dos diagramas I, II e III mostra uma distribuição de 3 eletrões em 3 orbitais 3p.

I II III
g g g gh g gg g

Com base na informação dada, pode afirmar-se que a distribuição


(A) I não obedece à maximização do número de eletrões desemparelhados em orbitais
degeneradas.
(B) III não obedece ao Princípio de Exclusão de Pauli.
(C) II corresponde ao estado de menor energia.
(D) II é impossível, pois viola a maximização do número de eletrões desemparelhados em
orbitais degeneradas.

45
QUÍMICA 10.° Ano

Questões propostas

28. A função que representa a distribuição no espaço de um eletrão no modelo quântico do


átomo designa-se por orbital.
(A) (B) (C)
28.1 Associe a cada uma das re- z
z z
presentações A, B e C às orbi-
y
tais s, p e d.
x y x
28.2 Indique o número de subní-
veis e de orbitais que existem x y
no nível de energia n = 3.
28.3 Os iões mais estáveis de um elemento químico têm a configuração eletrónica [He] 2s2 2p6.
É possível que o número atómico desse elemento seja __________ e os seus iões mais
estáveis sejam __________.
(A) 9 ... monopositivos (C) 9 ... mononegativos
(B) 10 ... dipositivos (D) 10 ... dinegativos

Tabela Periódica
29. Observe a representação da Tabela Periódica e considere apenas os elementos que nela
constam. Indique:
H
29.1 o número atómico do fósforo, P; Li C O F Ne

29.2 o número de eletrões de valên- Mg P S C! Ar

cia do néon, Ne; K Zn Br


Ag I
29.3 a configuração eletrónica do Ba Au
átomo de enxofre, S, no esta-
do de menor energia;
29.4 o elemento do 3.o período com
maior energia de ionização;
29.5 o elemento do grupo 2 com maior raio atómico;
29.6 o elemento cuja configuração eletrónica, no estado fundamental, é 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1;
29.7 o halogéneo que formará o ião com maior raio iónico.

30. Relativamente à disposição dos elementos químicos na Tabela Periódica, é incorreto afir-
mar que
(A) os elementos representativos têm eletrões de valência nos subníveis s e p.
(B) todos os elementos de um grupo possuem a mesma configuração eletrónica de valência.
(C) em condições normais, o árgon forma moléculas diatómicas.
(D) substâncias elementares constituídas por elementos do mesmo grupo apresentam pro-
priedades semelhantes.

31. Na tabela apresentam-se algumas informações relativas aos elementos químicos X, Y e Z


(as letras não correspondem a símbolos químicos).
31.1 O elemento X Elemento Informação

(A) pertence ao 4.o período da Tabela Periódica. X Número atómico 21


(B) tem como subnível menos energético o 3d.
Y Localiza-se no 4.o período
(C) é um elemento representativo.
Z Halogéneo do 2.o período
(D) pertence ao grupo 13 da Tabela Periódica.

46
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

31.2 Pode concluir-se que os átomos do elemento Y, no estado fundamental, apresentam


(A) 4 eletrões de valência. (C) 4 subníveis de energia ocupados.
(B) 4 eletrões no subnível mais externo. (D) 4 níveis de energia ocupados.
31.3 O número atómico de Z é
(A) 9. (B) 17. (C) 12. (D) 10.

32. A figura apresenta o diagrama de energia das orbitais de valência dos átomos dos elemen-
tos X e Y no estado fundamental.
32.1 Conclua, justificando, qual dos elementos, X ou Y, apresenta maior
Y
energia de ionização.

Energia
32.2 A transformação cuja energia associada é a energia de ionização
de X é traduzida por
X
(A) X (s) X+ (g) + e–. (C) X (g) X+ (g) + e–.
(B) X (g) + e– X– (g). (D) X (s) + e– X– (g).
32.3 O átomo Y
(A) é um não-metal.
(B) pertence ao bloco p da Tabela Periódica.
(C) apresenta o nível de valência completamente preenchido.
(D) liga-se ao átomo X formando o composto Y2X.

33. Primo Levi, autor de uma autobiografia intitulada A Tabela Periódica, escreveu que o zinco
«(...) não estimula a nossa imaginação, é cinza e os seus sais não têm cor, não é tóxico e
não produz reações coloridas; em suma é um metal sem graça.»
33.1 Primo Levi referia-se ao elemento químico ou à substância elementar?
33.2 A energia de ionização do zinco é 906,4 kJ mol–1. Determine, em joule, a energia míni-
ma necessária para remover um eletrão de um átomo de zinco no estado fundamental,
isolado e em fase gasosa.

34. Os elementos do grupo 1 da Tabela Periódica são os metais alcalinos.


34.1 O comportamento químico dos metais alcali- X
Energia de ionização

X
nos é explicado, em parte, devido à fraca atra-
ção do núcleo sobre o eletrão de valência. Na X
figura representa-se a energia de ionização
em função do número atómico. Qual das letras Y Z

corresponde aos metais alcalinos? Y Z


W W W
(A) W (B) X (C) Y (D) Z
Número atómico

34.2 A tabela seguinte apresenta algumas propriedades do sódio e do potássio.

Configuração Ponto de Massa volúmica / Raio atómico Energia de ionização


Elemento
eletrónica fusão / ºC g cm–3 / pm / kJ mol–1

Sódio [Ne]3s1 98 0,97 180 495,7

Potássio [Ar]4s1 63 0,86 220 418,6

Das propriedades apresentadas na tabela, indique as do elemento sódio e as da subs-


tância elementar potássio.
34.3 Interprete a formação dos iões mais estáveis dos metais alcalinos.

47
QUÍMICA 10.° Ano

Questões propostas

35. Qual das representações seguintes traduz a variação do raio atómico em função do número
atómico?

(A) (C)
He
Ne
C!
Br
F F Ar
K Kr
C!
Br
Li Na

Li Na K

(B) F
(D)
K
C!
Na Br
Li

Ar Kr Li Na
C! K
Ne He Ne Ar Kr
He F
Energia de ionização / kJ mol–1

36. O gráfico da figura ao lado mostra a varia-


H
ção da energia de ionização de alguns ele- 2000
mentos químicos, de A a H, em função do
número atómico. As letras não correspon- 1600 G
E
dem aos símbolos químicos.
1200 F
D
36.1 Num átomo do elemento E, no esta- B
do fundamental, existem _________ 800
C
eletrões de valência distribuídos por
400 A
___________ orbitais.
(A) cinco … duas
0 2 4 6 8 10 12
(B) três … quatro Número atómico

(C) cinco … quatro


(D) três … duas
36.2 Explique a tendência do aumento da energia de ionização. Apresente, num texto es-
truturado e com linguagem científica adequada, a explicação solicitada.
36.3 A equação química que traduz a ionização de F é
(A) F (g) F+ (g) + e–
(B) F (g) + e– F− (g)
(C) F2 (g) + 2 e− 2 F− (g)
(D) F2 (g) 2 F+ (g) + 2 e−

48
DOMÍNIO 1 Elementos químicos e a sua organização

37. Para procederem à identificação da substância que constitui um fio metálico encontrado
no laboratório, um grupo de alunos recorreu à picnometria para determinar a densidade do
metal. A tabela apresenta os registos efetuados pelos alunos. Considere que a densidade
da água é 1,00 g/cm3 e despreze a sua variação com a temperatura.

Ensaios
Descrição
1 2 3

Temperatura / oC 21,0 21,0 21,0

Massa fio metálico, m / g 10,02 10,05 10,01

Massa do picnómetro + água + fio metálico no exterior, m’ / g 66,07 65,80 66,01

Massa do picnómetro + água + fio metálico no interior, m’’ / g 62,22 61,98 62,27

37.1 Calcule a densidade do metal que constitui o fio metálico.


37.2 Determine o erro percentual do resultado experimental. Considere 2,70 g cm–3 o valor
tabelado para a massa volúmica do material que constitui o fio metálico.
37.3 Como classifica quanto à exatidão o resultado obtido experimentalmente pelos alunos?
37.4 Indique dois erros experimentais que possam influenciar a exatidão do resultado.

38. Com o objetivo de determinar a densi-


dade relativa do chumbo, por picnome-
tria, dois grupos de alunos efetuaram o
procedimento esquematizado na figu-
ra. A densidade relativa do chumbo é
11,4, à temperatura de 16,0 °C.
Os resultados das medições obtidos,
15.84 g 56.29 g 70.79 g
à temperatura de 16,0 °C, por um dos
grupos de alunos, estão registados na I II III
tabela seguinte.

I – Massa de II – Massa do picnómetro III – Massa do conjunto (picnómetro com água


chumbo / g com água / g e chumbo colocado dentro do picnómetro) / g

15,84 56,29 70,79

38.1 Determine a densidade relativa do chumbo.


38.2 Indique o significado físico do valor obtido para a densidade relativa do chumbo.
38.3 Outro grupo de alunos obteve o valor de 11,2 para a densidade relativa do chumbo.
Determine o erro percentual e avalie a exatidão do resultado experimental obtido.
38.4 Se a massa da amostra de chumbo fosse 7,92 g seria de esperar que o valor obtido
para a densidade relativa fosse
(A) igual. (B) o dobro. (C) metade. (D) um quarto.
38.5 No caso de se formarem bolhas de ar no picnómetro após os alunos introduzirem o
metal, conclua, justificando, se este erro afeta a determinação da densidade relativa do
metal por excesso ou por defeito.

49
QUÍMICA 10.° Ano

Domínio 2
Propriedades e transformações da matéria
As propriedades das moléculas e dos materiais são determinadas pelo tipo de átomos, pela
energia das ligações e pela geometria das moléculas.

2.1 Ligação química


eletrão –
Um sistema de dois ou mais átomos pode adquirir maior estabi-
núcleo
lidade através da formação de ligações químicas. As interações + +
entre os átomos são de natureza elétrica, pois os eletrões e os
núcleos atómicos têm carga elétrica. –

Na Fig. 2.1 representam-se as interações que se estabelecem entre


Fig. 2.1 Interações atrativas e
as partículas constituintes de dois átomos de hidrogénio. Estas repulsivas entre as partículas
interações são: de dois átomos de hidrogénio.

• atrativas entre cargas de sinais contrários: núcleos e eletrões;


• repulsivas entre cargas do mesmo sinal: entre núcleos e entre eletrões.
A energia associada à interação entre os átomos varia com a distância entre os núcleos. Com
a aproximação, o aumento das atrações faz diminuir a energia e o aumento das repulsões
faz aumentar a energia. Quando essa energia atinge um valor mínimo, há uma distância
característica, a distância de equilíbrio, para a qual se estabelece uma ligação química. Nes-
ta situação, a energia de um conjunto de átomos ligados é menor do que a energia desses
átomos separados.
A Fig. 2.2 mostra o gráfico da energia H H H
associada à interação entre os átomos
em função da distância internuclear du- Energia
r0
rante a formação da molécula de hidro- 0

génio. Verifica-se que:


• para grandes distâncias (átomos
isolados), a interação é nula, con-
siderando-se que a energia po-
tencial do sistema é nula;
• à medida que os átomos se apro-
Fig. 2.2 Variação de energia potencial de um sistema de dois
ximam, as interações entre eles átomos de hidrogénio em função da distância internuclear.
passam a ser significativas, com
predomínio das atrações, o que
se traduz na diminuição da ener-
gia potencial do sistema;
• o mínimo de energia atingido (–436 kJ mol–1) corresponde à distância internuclear para
a qual há um equilíbrio entre as repulsões e as atrações. A molécula de hidrogénio
torna-se mais estável e essa distância designa-se por comprimento de ligação (r0 = 74
pm). Considera-se, assim, que se estabeleceu uma ligação química entre os átomos;
• se a distância internuclear continuar a diminuir (r < r0) as forças repulsivas são predomi-
nantes, pelo que se verifica um aumento acentuado da energia potencial do sistema e
consequente diminuição da estabilidade da molécula.

50
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

2.1.1 Tipos de ligação química


As ligações químicas resultam das interações entre dois ou mais átomos. Dependendo dos
átomos envolvidos na ligação, elas podem ser de três tipos: covalentes, iónicas e metálicas.
As ligações covalentes, iónicas e metálicas caracterizam-se por uma partilha significativa
de eletrões entre os átomos.

Ligação covalente

Estas ligações ocorrem, geralmente, entre átomos de elementos não-metálicos. Este tipo de
ligação é caracterizado por uma partilha localizada de eletrões de valência entre dois áto-
mos e dá origem a substâncias cujas unidades estruturais são moléculas (por exemplo, CO2)
ou estruturas gigantes de átomos (por exemplo, o diamante).

Ligação iónica

Este tipo de ligação ocorre, em geral, entre átomos


de metais e não-metais. Na ligação iónica, a intera-
ção entre os átomos dá origem a transferência de
Na +
eletrões de um átomo (elemento metálico) para outro
(elemento não-metálico), da qual resultam iões com C! −
Q 10
cargas de sinal contrário. A ligação decorre da atra-
ção elétrica entre os iões positivos e negativos for-
mados. Os sais (por exemplo, NaC!) são compostos
iónicos, em que os iões positivos e negativos se orga- Fig. 2.3 No cloreto de sódio, NaC!, os iões
nizam em redes cristalinas (Fig. 2.3). (Na+ e C!–) organizam-se numa rede iónica.

A ligação iónica pode considerar-se como um caso


extremo de partilha de eletrões que dá origem à ce-
dência, ou transferência, de eletrões entre átomos.

Ligação metálica
Eletrões de valência
Este tipo de ligação ocorre entre átomos de metais.
Os metais possuem eletrões de valência pouco atraí-
dos ao núcleo (baixas energias de ionização), pelo que + + + + +
facilmente se libertam da ação do seu átomo de ori-
gem, deslocando-se mais ou menos livremente entre + + + +

os cernes atómicos (núcleos e eletrões mais interio-


+ + + + +
res), originando uma nuvem de carga elétrica negativa
que abrange toda a rede do cristal metálico (Fig. 2.4).
Na ligação metálica há uma partilha de eletrões de Cerne do átomo – catião
(núcleo e eletrões interiores)
valência deslocalizados por todos os átomos.
Fig. 2.4 Eletrões de valência deslocalizados
Sendo as ligações químicas de natureza essencial- numa ligação metálica.

mente elétrica, também podem ocorrer entre molé-


culas vizinhas designando-se por ligações intermole-
culares. Nestas ligações não há partilha significativa
de eletrões e as moléculas envolvidas mantêm a sua
identidade.

51
QUÍMICA 10.° Ano

Questão resolvida

1. Considere as substâncias iodeto de potássio, KI, peróxido de hidrogénio, H2O2, e


alumínio, A!.
1.1 Classifique a ligação que se estabelece entre:
a) o potássio, K, e o iodo, I, no iodeto de potássio;
b) o oxigénio, O, e o hidrogénio, H, no peróxido de hidrogénio;
c) os átomos de alumínio.
1.2 Que semelhanças e diferenças se podem encontrar nas ligações entre os áto-
mos de oxigénio e hidrogénio no peróxido de hidrogénio, H2O2, e entre os áto-
mos de alumínio, no alumínio metálico?

1.1 a) Ligação iónica. Este tipo de ligação ocorre, em geral, entre átomos de
metais e não-metais. O potássio (grupo 1) é um metal e o iodo (grupo 17) é
um não-metal.
b) Ligação covalente. Este tipo de ligação ocorre, geralmente, entre átomos
de elementos não-metálicos. O hidrogénio (grupo 1) é um não-metal e o
oxigénio (grupo 16) é um não-metal.
c) Ligação metálica. Este tipo de ligação ocorre entre átomos de metais.
O alumínio (grupo 13) é um metal.

1.2 Nos dois casos, há uma partilha significativa de eletrões entre os átomos
envolvidos nas ligações. No entanto, enquanto em H2O2 a ligação entre os
átomos de O e de H se caracteriza por uma partilha localizada dos eletrões
de valência entre os dois átomos, no alumínio metálico a ligação resulta da
partilha dos eletrões de valência deslocalizados por todos os átomos, origi-
nando uma nuvem de carga elétrica negativa que abrange toda a rede do
cristal metálico.

2.1.2 Ligação covalente

Na ligação entre dois átomos numa molécula, cada um dos átomos experimenta alterações.
As principais alterações ocorrem com os eletrões de valência, ao nível das suas energias e
das orbitais que descrevem o comportamento desses eletrões (orbitais moleculares).

Segundo o modelo de Lewis:


• os eletrões de valência têm um papel fundamental na ligação química;
• os eletrões são partilhados entre átomos, em moléculas, de modo que cada átomo en-
volvido na ligação adquira uma configuração eletrónica de gás nobre (cujos átomos são
particularmente estáveis, especialmente He e Ne).

Estruturas de lewis
• O símbolo químico representa o cerne do átomo.
• Os pontos (•) e cruzes (×) à volta do símbolo químico representam eletrões de valência.
• Um traço entre os símbolos representa um par de eletrões.

52
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

Ligação simples: partilha de 2 eletrões (um par, Fig. 2.5 e Fig. 2.6).
pares
H + H H H ou H–H F + F F F ou F –F não-
-ligantes
par ligante par ligante

Fig. 2.5 Ligações covalentes simples nas moléculas de H2 e F2.

H O H H–O–H

Fig. 2.6 Ligações covalentes simples na molécula de H2O.

Ligações covalentes múltiplas:

• Ligação dupla: partilha de 4 eletrões (dois pares, Fig. 2.7 e Fig. 2.8).

O O O O O O O C O O C O O C O

Fig. 2.7 Ligação covalente dupla na molécula de O2. Fig. 2.8 Ligações covalentes duplas na molécula de CO2.

• Ligação tripla: partilha de 6 eletrões (três pares, Fig. 2.9).

N N N—N N—
—N N—

—N Q 10
Fig. 2.9 Ligação covalente tripla na molécula de N2.

Nas moléculas representadas, exceto na molécula de H2, podem sempre contar-se 8 eletrões
de valência pertencentes a cada átomo, ou seja, quatro pares de eletrões. Diz-se que estas
moléculas obedecem à regra do octeto. Chamam-se eletrões ligantes aos eletrões que par-
ticipam efetivamente na ligação, e não-ligantes aos que não contribuem para a ligação.

Energia de ligação e comprimento de ligação

A energia de ligação e o comprimento de ligação são dois parâmetros que permitem caracte-
rizar a ligação covalente. A molécula é mais estável do que os seus átomos separados, pelo
que a formação de uma ligação química envolve libertação de energia. A energia de ligação
é a energia média que é necessário fornecer à molécula para quebrar a ligação e separar
esses átomos. Relação entre energia de ligação e reatividade das moléculas H2, O2 e N2:

Molécula Ligação Energia de ligação / kJ mol–1


H2 H–H 436
02 O=O 498
N2 N! N 944

Quanto maior for a energia de ligação, mais energia se liberta quando a ligação se forma,
pelo que a molécula é mais estável. A ligação é mais forte, pois será necessária mais energia
para a quebrar. Quanto mais estável é uma molécula, menos reativa ela é.

Em função dos dados da tabela, a molécula N2 é a mais estável, o que justifica a pequena rea-
tividade da substância elementar nitrogénio em comparação com as substâncias elementares
oxigénio e hidrogénio.

53
QUÍMICA 10.° Ano

O comprimento de ligação é a distância de equilíbrio entre os núcleos dos átomos ligados.


Para essa distância, há equilíbrio entre as forças de repulsão dos núcleos e as forças de atra-
ção dos eletrões sobre os núcleos.

Quando os átomos envolvidos na ligação são dos mesmos elementos, o comprimento da


ligação simples é maior do que o comprimento da ligação dupla e este é maior do que o da
ligação tripla (por exemplo, a ligação C–N é mais comprida do que a ligação C=N e esta mais
comprida do que a ligação C!N). Para átomos dos mesmos elementos, a um maior compri-
mento de ligação corresponde uma menor energia de ligação.

Questão resolvida

2. Considere as moléculas de nitrogénio, N2, hidrazina, N2H4, e diazeno (diimida), N2H2:


2.1 Escreva as fórmulas de estrutura de Lewis para cada molécula.
2.2 Qual das moléculas possui a ligação nitrogénio-nitrogénio mais curta?
2.3 Em qual das moléculas a ligação nitrogénio-nitrogénio tem menor energia?

2.1 1.o passo: escrever o esqueleto estrutural utilizando os símbolos químicos e


colocando perto uns dos outros os átomos que estão ligados (o hidrogénio
ocupa posições terminais).
N N HNNH H N N H
HH
2.o passo: determinar o número total de eletrões de valência para cada uma
das moléculas a partir das configurações eletrónicas dos átomos envolvidos
nas ligações.
7
N: 1s2 2s2 2px1 2py1 2pz1 ⇒ 5 eletrões de valência (os do nível 2)
H: 1s1 ⇒ 1 eletrão de valência
1

2 × 5 = 10 eletrões de valência para distribuir em N2


(2 × 5) + (4 × 1) = 14 eletrões de valência para distribuir em N2H4
(2 × 5) + (2 × 1) = 12 eletrões de valência para distribuir em N2H2

3.o passo: desenhar uma ligação covalente simples entre o átomo central e
cada um dos átomos à sua volta. Completar os octetos dos átomos ligados
ao átomo central – exceto para o átomo de hidrogénio, cuja camada de va-
lência fica completa com 2 eletrões. Os eletrões que não estiverem envolvi-
dos nas ligações devem ser representados como pares não-ligantes.
Se o átomo central tiver menos do que 8 eletrões, colocam-se ligações du-
plas ou triplas entre ele e os átomos vizinhos, utilizando os pares não-ligan-
tes destes, de modo a completar o octeto do átomo central.

N N H N N H H N N H

54
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

2.2 N2. A molécula de nitrogénio apresenta a ligação mais forte (ligação tripla),
com seis eletrões partilhados, logo, a distância média entre os núcleos dos
átomos que estabelecem a ligação é a menor.
2.3 N2H4. É a ligação que envolve menor número de eletrões partilhados (2) –
ligação simples. Sendo a mais fraca, é a que terá menor energia de ligação.

Geometria molecular

A geometria molecular é o arranjo tridimensional dos átomos numa molécula. A esse arranjo
espacial corresponde um estado de energia mínima para a molécula, portanto, estabilidade
máxima.

Pode-se prever a geometria de uma molécula a partir do conhecimento do número de ele-


trões de valência à volta do átomo central, na sua estrutura de Lewis, usando o modelo da
repulsão dos pares eletrónicos de valência.

Numa molécula poliatómica, em que há duas ou mais ligações entre o átomo central e os Q 10
átomos que o rodeiam, a repulsão entre os pares de eletrões ligantes, entre os ligantes e
os não-ligantes e entre os não-ligantes faz com que estes fiquem o mais afastados possível
uns dos outros. A geometria da molécula corresponderá ao arranjo espacial em que aquelas
repulsões são mínimas.

Em geral, é maior a repulsão entre pares de eletrões não-ligantes do que entre um par não-
-ligante e um par ligante. Por sua vez, a repulsão entre um par não-ligante e um par ligante é
maior do que entre dois pares ligantes.

Geometria das moléculas CO2, CH4, NH3 e H2O

A B C
D

H

— —— —
— —
— —

O C O C N O

—— —

H H H H H H
H H

Fig. 2.10 Geometrias: linear (A); tetraédrica (B); piramidal trigonal (C); angular (D).

55
QUÍMICA 10.° Ano

Questão resolvida

3. Preveja a geometria molecular de cada uma das moléculas seguintes, baseando-se


no modelo da repulsão dos pares eletrónicos de valência:
3.1 tetrafluoreto de carbono, CF4; 3.2 dissulfureto de carbono, CS2.

F
3.1 Número de eletrões de valência: 4 + 4 × 7 = 32
(como o C é do grupo 14 da Tabela Periódica, F
tem 4 eletrões de valência; o F é do grupo 17, C


F—C—F F
logo, tem 7 eletrões de valência). O átomo de F


carbono central tem 4 átomos ligados e não F
F
tem pares não-ligantes. Os quatro pares ele-
trónicos correspondentes às ligações C – F afastam-se o mais possível en-
tre si de modo a minimizar repulsões. A molécula apresenta geometria te-
traédrica.
3.2 Número de eletrões de valência: 4 + 2 × 6 = 16 (como o C é do grupo 14
da Tabela Periódica, tem 4 eletrões de valência; o S é do grupo 16, pelo
que tem 6 eletrões de valência). O átomo de carbono central está ligado a
dois átomos de enxofre e não tem pares não-ligantes. Os pares eletrónicos
correspondentes às ligações duplas afastam-se o mais possível de modo a
minimizar repulsões. A molécula S —— C—— S apresenta geometria linear.

Polaridade das moléculas e polaridade das ligações

A densidade de carga elétrica negativa, associada à nuvem eletrónica, pode ser representada
por cores: a densidade aumenta do violeta para o vermelho.
I II
As ligações entre átomos do mesmo elemento são,
em geral, apolares, pois os eletrões envolvidos
na ligação são igualmente partilhados por ambos
os núcleos, e, consequentemente, a distribuição
de carga elétrica entre os átomos é simétrica
(Fig. 2.11 – I). As ligações entre átomos de elemen- F F H F
tos diferentes são, em geral, polares, pois a partilha
dos eletrões envolvidos na ligação pelos dois Fig. 2.11 I: distribuição simétrica de carga em F2.
II: distribuição assimétrica de carga em HF.
núcleos é desigual, e, consequentemente, a distri-
buição de carga elétrica entre os átomos é assi-
métrica (Fig. 2.11 – II).

Nas moléculas diatómicas, a polaridade depende da polaridade da ligação. Assim, se a liga-


ção for apolar (Fig. 2.11 – I), a molécula é apolar; se a ligação é polar (Fig. 2.11 – II), a molécula é
polar. Nas moléculas poliatómicas, a polaridade depende não só da polaridade das ligações,
mas também da geometria molecular.

A polaridade de moléculas com um único átomo central pode prever-se a partir da análise da
distribuição de carga elétrica em torno do átomo central. Assim, uma molécula poliatómica
formada por ligações polares será:

56
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

• polar se a distribuição de carga em torno do átomo central for assimétrica, por exemplo,
H2O e NH3 (Fig. 2.12);
• apolar se a distribuição de carga em torno do átomo central for simétrica, por exemplo,
CO2 e CH4 (Fig. 2.12).

Fig. 2.12 Distribuição de carga em H2O e NH3, moléculas polares, e em CO2 e CH4, moléculas apolares.

Questão resolvida

4. Conclua, com base nas estruturas de Lewis e na geometria molecular, sobre a polari-
dade das moléculas SiC!4 (tetracloreto de silício) e PC!3 (tricloreto de fósforo).

O tetracloreto de silício apresenta uma estrutura de Lewis


semelhante à do metano, pois o silício é do mesmo grupo do C!
carbono (4 eletrões de valência) e os átomos de cloro (gru-
C! Si C!
po 17), tal como os átomos de hidrogénio, partilham apenas
1 eletrão de valência. Assim, existem na molécula de SiC"4
Q 10
C!
quatro ligações covalentes simples, pelo que a repulsão
mínima entre os quatro pares de eletrões pressupõe uma
geometria tetraédrica. Conclui-se que apesar de as ligações Si–C! serem polares,
a molécula é apolar, pois a geometria da molécula conduz a uma distribuição simé-
trica de carga em torno do átomo central.
O tricloreto de fósforo apresenta uma estrutura de Lewis se-
melhante à do amoníaco, NH3, pois o fósforo é do mesmo gru- C! P C!
po do nitrogénio (5 eletrões de valência). Assim, na molécula
de PC!3, o átomo central, P, tem três ligações covalentes sim- C!
ples e um par não-ligante, pelo que a repulsão mínima entre
os quatro pares de eletrões pressupõe uma geometria piramidal trigonal. Conclui-se
que a molécula é polar, pois as ligações P–C! são polares e a geometria da molécula
conduz a uma distribuição assimétrica de carga em torno do átomo central.

Estrutura de moléculas orgânicas e biológicas

Os compostos orgânicos formam um grupo enorme de substâncias, entre os quais a maioria


contém carbono e podem considerar-se como derivados dos hidrocarbonetos (compostos
de carbono e hidrogénio).

Os hidrocarbonetos podem ser classificados quanto ao tipo de ligações C–C:

• saturados: designam-se por alcanos (todas as ligações entre os átomos de carbono são
simples) ;
designam-se por alcenos se há uma ou mais ligações duplas entre os
• insaturados: átomos de carbono;
designam-se por alcinos se há uma ou mais ligações triplas entre os
átomos de carbono.

57
QUÍMICA 10.° Ano

Questão resolvida

5. O etano, C2H6, o eteno, C2H4, e o


etino, C2H2, são três hidrocarbone-
tos constituídos por dois átomos
153,5 pm 133,9 pm 120,3 pm
de carbono, diferindo no tipo de
ligação C–C. A figura apresenta
modelos moleculares e os compri-
mentos da ligação C–C em cada
um dos referidos compostos. C2H6 C2H4 C2H2

5.1 Explique, com base na informação apresentada, a relação dos diferentes compri-
mentos da ligação entre os átomos de carbono nos três hidrocarbonetos.
5.2 Justifique uma ordenação dos três compostos por ordem crescente de energia
da ligação entre os átomos de carbono.

5.1 Na molécula de etano existe um par de eletrões ligantes entre os átomos


de carbono, na molécula de eteno existem dois pares de eletrões ligantes
e na molécula de etino existem três pares de eletrões ligantes. Por isso, na
molécula de etino as forças atrativas são mais intensas, aproximando mais
os núcleos dos átomos ligados, do que na molécula de eteno, e, por sua
vez, nesta são mais intensas do que na molécula de etano. Assim, a ligação
C–C na molécula de etino tem um comprimento menor (120,3 pm) do que na
de eteno (133,9 pm), e, por sua vez, nesta tem um comprimento menor do
que na de etano (153,5 pm).
5.2 À medida que o número de pares de eletrões ligantes aumenta a ligação fica
mais forte, pelo que a energia de ligação aumenta.
Assim, E(C–C) no etano < E(C=C) no eteno < E(C!C) no etino.

Grupo funcional: grupo de átomos presentes na molécula, ligados de forma específica, que
conferem propriedades químicas características aos compostos respetivos e que indentificam
o composto orgânico.

Classes de compostos
Grupos funcionais
orgânicos

Álcoois OH Grupo hidroxilo (ligado a um átomo de carbono)

H
Aldeídos C Grupo formilo ou grupo carbonilo terminal
O

Cetonas C O Grupo carbonilo (no meio da cadeia carbonada)

OH
Ácidos carboxílicos C Grupo carboxilo
O
N
Aminas Grupo amino (derivado do amoníaco, NH3)

58
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

Questão resolvida

6. A tetraciclina é um antibiótico usado no trata-


mento de um amplo espetro de bactérias cuja H3C CH3
fórmula de estrutura se representa ao lado. HO CH3 N
OH
6.1 Identifique os grupos funcionais assinalados
NH2
na molécula de tetraciclina.
OH
6.2 A tetraciclina, quanto ao tipo de ligações, é OH O OH O O
um composto saturado ou insaturado?

6.1 I – grupo característico das cetonas (grupo carbonilo); II – grupo característi-


co das aminas; III – grupo característico dos álcoois (grupo hidroxilo).
6.2 Composto insaturado, pois existem ligações duplas entre átomos de carbono.

2.1.3 Ligações intermoleculares


As ligações intermoleculares são de natureza elétrica e explicam a coesão entre as unidades
estruturais em diversos materiais. A intensidade destas interações determina algumas pro-
Q 10
priedades físicas das substâncias, tais como o estado físico, os pontos de fusão e de ebulição,
influenciando outras como a densidade.

Ligações de hidrogénio
As ligações de hidrogénio são as mais intensas das interações in- O O
termoleculares, mas menos intensas do que uma ligação covalen- H H H H
O
te ou iónica. Estas ligações ocorrem quando um átomo de hidro-
H H
génio ligado covalentemente a um átomo de uma molécula, de um
O O
elemento com grande tendência para atrair eletrões (F, O ou N), é H H H H
atraído por um par de eletrões não-ligantes no átomo de F, O ou N Fig. 2.13 Ligações de hidrogénio entre
de outra molécula. As ligações de hidrogénio representam-se por moléculas de água.

linhas a tracejado (Fig. 2.13).

Forças de van der Waals


• Forças de dispersão de London
Estas forças ocorrem entre moléculas apolares. Numa molé- Moléculas Dipolos Dipolo
apolares instantâneos induzido
cula apolar, a nuvem eletrónica é simétrica, mas num deter-
Fig. 2.14 Forças de dispersão de London (dipolo
minado instante a nuvem eletrónica pode sofrer distorção, instantâneo–dipolo induzido).
resultando numa distribuição assimétrica de carga. Esta as-
simetria de carga instantânea (dipolo instantâneo) induz as-
simetria de carga (dipolo induzido) nas moléculas vizinhas,
originando uma força elétrica atrativa entre elas (Fig. 2.14).

• Ligações entre moléculas polares


Este tipo de ligação intermolecular deve-se à distribuição as-
simétrica de carga (dipolo permanente) nas moléculas pola-
res, originando forças elétricas atrativas entre elas (Fig. 2.15). Fig. 2.15 Ligações entre moléculas de HC!.

59
QUÍMICA 10.° Ano

• Ligações entre moléculas polares e apolares


A presença de moléculas polares pode distorcer a distribuição de carga elétrica noutras
moléculas vizinhas, mesmo nas que são apolares, induzindo uma distribuição assimétri-
ca de carga nas moléculas apolares. Resultam, assim, forças atrativas entre as moléculas
polares e as moléculas com polaridade induzida.

Estes três tipos de interações designam-se por forças de van der Waals. Considerando mo-
léculas de tamanhos semelhantes, as ligações entre moléculas polares são as mais intensas
e as de London são as mais fracas. As forças de London estão sempre presentes, mesmo no
caso das moléculas polares, coexistindo com as outras forças de van der Waals.

Questão resolvida

7. Tensioativos são substâncias cujas


O
moléculas são constituídas por uma
CH2
parte apolar (hidrofóbica) e uma parte
O
polar (hidrofílica). Devido à sua estru- O
OH
tura, apresentam afinidade por óleos
HO
(mistura de hidrocarbonetos) e por HO
água, podendo ser utilizados na pre- O
paração de emulsões, como uma mis- HOH2C
O
tura de água e óleo, não permitindo a HO
CH2OH
sua separação em camadas.
HO
A figura apresenta a fórmula de estru-
tura de um tensioativo produzido a partir do ácido esteárico, C17H35COOH, e da saca-
rose, C12H22O11.
7.1 Identifique, justificando, a parte da molécula que tem afinidade pelo óleo e a que
tem afinidade pela água.
7.2 Que tipo de ligações intermoleculares predominam na interação entre as molé-
culas do tensioativo e as moléculas:
a) do óleo? b) de água?

7.1 O óleo é uma mistura de hidrocarbonetos, logo apolar. Assim, estabelece, pre-
ferencialmente, interações intermoleculares com a parte apolar da molécula
(a longa cadeia carbonada), assinalada a laranja. Por sua vez, a água, polar,
estabelece interações intermoleculares com a parte polar da molécula, assi-
nalada a verde.

7.2 a) Entre a parte apolar das moléculas do tensioativo e as moléculas de óleo


(apolares) as interações que se estabelecem são do tipo dipolo instantâ-
neo-dipolo induzido, ou seja, forças de dispersão de London.
b) Entre a parte polar das moléculas do tensioativo e as moléculas de água
(polares) as interações predominantes são as ligações de hidrogénio, pois
quer nas moléculas de água quer nas do tensioativo há átomos de hidro-
génio ligados covalentemente a átomos de oxigénio (elemento com grande
tendência para atrair eletrões).

60
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

Questão resolvida

8. A figura mostra as fórmulas de O


estrutura das moléculas de aceto- H H H
H C H
na, CH3COCH3, e de propan-1-ol, C C H C C C
CH3CH2CH2OH, cujos pontos de H H O H
H H H H H
ebulição são 56 °C e 97 °C, respe-
Acetona Propan-1-ol
tivamente.
Explique, num texto estruturado e com linguagem científica adequada, o facto de o
ponto de ebulição da acetona ser inferior ao do propan-1-ol.

As moléculas da acetona são polares, pelo que as ligações intermoleculares pre-


dominantes são ligações de van der Waals do tipo dipolo-dipolo. As moléculas
do propan-1-ol também são polares, mas, devido à presença de um átomo de hi-
drogénio ligado a um átomo de oxigénio, estabelecem-se ligações de hidrogénio.
Estas ligações são mais intensas do que as dipolo-dipolo, o que justifica o ponto
de ebulição mais elevado do propan-1-ol.

Q 10

2.2 Gases e dispersões


2.2.1 Lei de Avogadro, volume molar e massa volúmica

De um modo geral, os gases caracterizam-se por preencherem o volume e tomarem a forma


do recipiente onde estão contidos. Nos gases, as interações entre as partículas que os cons-
tituem são fracas, o que se traduz num menor grau de agregação dessas partículas. Conse-
quentemente, os gases têm densidades muito mais baixas do que os líquidos e os sólidos.

No estudo do comportamento dos gases,


além da quantidade de matéria é necessá-
rio considerar ainda a pressão, o volume e a
temperatura.

Lei de Avogadro: volumes iguais de gases


(ideais), nas mesmas condições de pressão
e temperatura, têm o mesmo número de mo- He NH3 O2
léculas (Fig. 2.16). A maioria dos gases com-
porta-se como ideal a pressões não muito Fig. 2.16 Balões de He, NH3 e O2 com iguais volumes,
nas mesmas condições de pressão e temperatura,
elevadas e a temperaturas não muito baixas. contêm o mesmo número de moléculas.

Nas mesmas condições de pressão e tempe- A B V


ratura, o volume ocupado por um gás (ideal)
é diretamente proporcional à sua quantida-
de de matéria (Fig. 2.17).
n
V VB VA pA = pB p e T constantes
n = constante ⇔ nB = nA
Fig. 2.17 Lei de Avogadro.

61
QUÍMICA 10.° Ano

V
Volume molar, Vm (volume por unidade de quantidade de matéria): Vm = n
(unidade SI: m3 mol–1).
O volume molar de um gás depende das condições de pressão e temperatura.

A pressões não muito elevadas e a temperaturas não muito baixas, o volume molar é (pratica-
mente) o mesmo para qualquer gás nas mesmas condições de pressão e temperatura.

Há sempre o mesmo número de moléculas numa mole de qualquer gás: 6,02 × 1023 moléculas.

Em condições PTN (pressão e temperatura normais, 1 atm e 0 °C, respetivamente), 1 mol de


qualquer gás ocupa o volume de 22,4 dm3 (Vm = 22,4 dm3 mol–1).

Massa volúmica de um gás: pode ser determinada a partir do quociente entre a massa molar
e o volume molar.
m nM M
!= = =
V nVm Vm

Questão resolvida

9. Considere três recipientes (X, Y e Z) de igual volume,


nas mesmas condições de pressão e temperatura. X Y Z
O recipiente X contém nitrogénio puro, N2, o recipien-
te Y contém uma mistura de nitrogénio e vapor de
água, H2O, na proporção de 1 : 1 e o recipiente Z contém uma mistura de nitrogénio
(em maior quantidade) e cloro, C!2. Admita que, naquelas condições de pressão e
temperatura, a Lei de Avogadro é válida.
A relação entre as massas dos gases contidos naqueles recipientes é
(A) mX > mY > mZ. (C) mZ > mY > mX.
(B) mZ > mX > mY. (D) mY > mX > mZ.

(B). Segundo a Lei de Avogadro, volumes iguais de quaisquer gases contêm o


mesmo número de moléculas, quando medidos nas mesmas condições de pres-
são e temperatura. Assim, os três recipientes apresentam o mesmo número de
moléculas. No recipiente X há apenas moléculas de N2, de massa molar 28,02 g
mol–1. No recipiente Y, metade das moléculas são de N2 e a outra metade são de
vapor de água, de massa molar 18,02 g mol–1. Assim, mX > mY . No recipiente Z, além
de moléculas de N2 existem moléculas de C!2, de massa molar 70,90 g mol–1.
Assim, mZ > mX .

Composição da troposfera terrestre

A troposfera terrestre é a camada da atmosfera mais próxima da superfície terrestre. Os com-


ponentes maioritários são o nitrogénio, N2 (78% em volume), e o oxigénio, O2 (21% em volu-
me). O árgon, Ar, e o dióxido de carbono, CO2, conjuntamente com o vapor de água, H2O, que
existe em quantidades variáveis, são componentes minoritários. Existem outros componentes
em percentagens tão pequenas que são considerados componentes vestigiais (Fig. 2.18).

62
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

Néon
Hélio
Metano
Nitrogénio (78,08%) Crípton
Oxigénio (20,95%) Hidrogénio
Árgon (0,93%) Óxido de diazoto
Dióxido de carbono (0,037%) Monóxido de carbono
Outros Xénon
Amoníaco
Monóxido de nitrogénio
Dióxido de nitrogénio

Fig. 2.18 Composição média do ar da troposfera (sem considerar o vapor de água), em volume.

As percentagens dos componentes vestigiais na troposfera têm sofrido alterações significati-


vas devido a emissões para a atmosfera resultantes de fenómenos naturais (vulcões, incên-
dios florestais, etc.) e de atividades antropogénicas (indústria, transportes, etc.).

Se as substâncias emitidas causarem prejuízos à qualidade de vida dos seres vivos, desig-
nam-se poluentes. São poluentes atmosféricos os seguintes: óxidos de carbono (CO, CO2),
óxidos de nitrogénio (NO, NO2 e N2O), óxidos de enxofre (SO2 e SO3), compostos orgânicos
voláteis (metano, CFC, derivados do benzeno, etc.) e matéria particulada (fumos, poeiras,
aerossóis, etc.).
Q 10
2.2.2 Composição quantitativa de soluções

Uma solução é uma mistura homogénea de duas ou mais substâncias. A composição de uma
solução pode ser encarada do ponto de vista qualitativo (quais são as substâncias que a
constituem?) ou quantitativo (quais são as quantidades de cada substância que constituem a
solução?). Há diversas formas de expressar a composição quantitativa de soluções:

Unidades
Definição Expressão matemática
SI Mais comuns
Quantidade de matéria
nsoluto mol dm–3
Concentração de soluto por unidade de c= mol m–3
Vsolução mol L–1
volume de solução

Concentração Massa de soluto por unidade msoluto g dm–3


cm = kg m–3
em massa de volume de solução Vsolução g L–1

Percentagem Massa de soluto por msoluto Exprime-se em % (m/m)


%(m/m) = × 100
em massa massa de solução (× 100) msolução (adimensional)

Percentagem Volume de soluto por Vsoluto Exprime-se em % (V/V)


%(V/V) = × 100
em volume volume de solução (× 100) Vsolução (adimensional)

Quociente entre a quantidade


de matéria de um componente nA Não tem unidades
Fração molar xA =
(A) e a quantidade de matéria ntotal (adimensional)
total da solução
msoluto
Massa (ou volume) de soluto ppm = × 106
Partes por msolução Exprime-se em ppm
por massa (ou volume) de
milhão Vsoluto (adimensional)
solução (× 106) ppmv = × 106
Vsolução

63
QUÍMICA 10.° Ano

Questões resolvidas

10. Os veículos automóveis são responsáveis pela libertação de monóxido de carbono,


CO, para a atmosfera. Considere uma cidade, em que o CO no ar atinge 0,0085%
em volume. Admita que durante uma inspiração, uma pessoa inala, em média, 300
cm3 de ar e que o ritmo respiratório normal é cerca de 20 inspirações por minuto.
Determine, por hora e por habitante dessa cidade:
10.1 o volume de ar inalado;
10.2 a massa de CO inalada (!co = 1,15 g/dm3);
10.3 a quantidade matéria de CO inalada.

10.1 Vinalado = 20 × 300 cm3 = 6000 cm3 ;


Vinalado/hora = 60 × 6000 cm3 = 360 000 cm3 = 360 dm3

Vco Vco 0,0085 × 360 dm3


10.2 %(V/V) = × 100 ⇒ 0,0085 = × 100 ⇔ V = =
Var 360 dm3 co 100
= 3,06 × 10–2 dm3
mco mco
!co = ⇒ 1,15 g/dm3 = ⇔
Vco 3,06 × 10–2 dm3
⇔ mco = 1,15 g/dm3 × 3,06 × 10–2 dm3 = 3,5 × 10–2 g

10.3 M (CO) = (12,01 + 16,00) g mol–1 = 28,01 g mol–1;


m 3,5 × 10–2 g
–1 = 1,2 × 10
–3
n= = mol
M 28,01 g mol

11. Um dos componentes vestigiais da atmosfera é o dióxido de nitrogénio, NO2. A Or-


ganização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu como teor máximo recomendado
para o NO2 o valor de 0,154 ppm em massa, para uma exposição diária de uma hora.
M (NO2) = 46,01 g mol–1
Determine para o valor recomendado a correspondente:
11.1 percentagem em massa;
11.2 concentração, considerando a massa volúmica do ar 1,27 × 10–3 g cm–3;
11.3 percentagem em volume, em condições PTN.

11.1 0,154 ppm de NO2 ⇒ 106 g de ar contêm 0,154 g de NO2


mNO 0,154 mNO 0,154
2 2
= ; %(m/m) = × 102 = × 102 = 1,54 × 10–5 %
mar 106 mar 106
11.2 Cálculo da quantidade de NO2:
mNO 0,154 g
2
nNO = = = 3,347 × 10–3 mol
2 MNO2 46,01 g mol–1
Cálculo do volume de ar que contém a quantidade de NO2 determinada:
m 106 g
!ar = ar ⇒ Var = = 7,874 × 108 cm3 = 7,874 × 105 dm3
Var 1,27 × 10–3 g cm–3
nNO 3,347 × 10–3 mol
2
cNO = = = 4,25 × 10–9 mol dm–3
2 Var 7,874 × 105 dm3

64
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

11.3 Var = 7,874 × 105 dm3 (volume correspondente a 106 g)


Cálculo do volume correspondente à quantidade de 3,347 × 10–3 mol de NO2
(existente em 106 g de ar):
VNO2 = n × Vm = 3,347 × 10–3 mol × 22,4 dm3 mol–1 = 7,497 × 10–2 dm3
7,497 × 10–2 dm3
%(V/V) = × 100 = 9,52 × 10–8 % (NO2).
7,874 × 105 dm3

2.2.3 Diluição de soluções aquosas


Soluções a partir de solutos sólidos (AL 2.2)

As soluções mais comuns são as aquosas, em que a água é o solvente.

Questão resolvida

12. Um grupo de alunos pretende preparar 50,0 mL de uma solução aquosa de perman- Q 10
ganato de potássio, KMnO4 (M = 158,04 g mol–1), de concentração 0,0750 mol dm–3.
Ao lado apresenta-se o permanganato de potássio e a balança utiliza-
da para a medição da massa respetiva.
12.1 No rótulo do frasco de permanganato de potássio constam os
pictogramas de perigo seguintes:

Com base na informação fornecida, identifique:


a) três advertências de perigo;
b) em relação ao primeiro pictograma, uma medida de proteção adequada.
da
12.2 Calcule a massa de permanganato de potássio necessária para preparar a solução.
12.3 A balança utilizada na medição da massa do permanganato de potássio é
_________ e a incerteza de leitura é ___________.
(A) analógica ... 0,001 g. (C) digital ... 0,001 g.
(B) analógica ... 0,005 g. (D) digital ... 0,005 g.
12.4 Descreva o procedimento experimental que deveria ser seguido na prepara-
ção da solução de permanganato de potássio, referindo, sequencialmente,
três etapas principais envolvidas no procedimento, após a pesagem do soluto.
12.5 Outro grupo de alunos, ao finalizar a atividade, acertou o menisco pelo traço
de referência, retirando o excesso de solução com um conta-gotas. Conclua,
justificando, sobre o rigor da concentração da solução preparada pelos alunos
e qual a atitude a tomar numa situação como esta.

65
QUÍMICA 10.° Ano

Questão resolvida

12.1 a) Provoca queimaduras na pele e lesões oculares graves. Muito tóxico para
os organismos aquáticos com efeitos duradouros. Pode agravar incêndios:
comburente.
b) Usar luvas de proteção.
12.2 nKMnO4 = c × V = 0,0750 mol dm–3 × 50,0 × 10–3 dm3 = 3,750 × 10–3 mol
mKMnO = n × M = 3,750 × 10–3 mol × 158,04 g mol–1 = 0,593 g
4

12.3 (C). Digital e a incerteza de leitura é 0,001 g.


12.4 Dissolver todo o KMnO4 com uma parte do solvente (água destilada), agitan-
do a solução com uma vareta de vidro. Transferir a solução para um balão
volumétrico de 50,0 mL com o auxílio de um funil. Adicionar água destilada
com um esguicho até ao traço de referência do balão volumétrico.

12.5 A concentração da solução preparada é inferior ao valor pretendido, pois ao


retirar solução com o conta-gotas perde-se soluto. A atitude a tomar numa
situação destas é preparar uma nova solução, a partir do soluto sólido.

Diluição de soluções (AL 2.3)

As soluções são muitas vezes preparadas por diluição de soluções mais concentradas. Uma
solução diluída pode ser preparada medindo um pequeno volume da solução concentrada e
adicionando solvente.

O fator de diluição, f, traduz a razão entre a concentração da solução inicial e a concentração


c
da solução obtida por diluição: f = solução inicial .
csolução diluída
Numa diluição, a quantidade de soluto mantém-se constante (nsolução inicial = nsolução diluída), a dimi-
nuição da concentração é devida ao aumento de volume da solução, o que permite determi-
n
nar o volume a medir da solução inicial. Como c = , conclui-se que:
v
nsolução inicial
vsolução inicial vsolução diluída .
f = _________ = v
nsolução diluída solução inicial
vsolução diluída

Questão resolvida

13. O mesmo grupo de alunos que realizou a AL 2.2 preparou ainda, com rigor, a partir
da solução de permanganato de potássio (0,0750 mol dm–3) inicialmente prepara-
da, 50,0 mL de uma solução de KMnO4 de concentração 0,0150 mol dm–3.
13.1 Determine o volume da solução mais concentrada necessário para preparar o
volume referido de solução diluída de permanganato de potássio.
13.2 O grupo de alunos dispunha de duas pipetas com igual capacidade, sendo que
uma era volumétrica (± 0,02 mL) e a outra era graduada (± 0,05 mL).
Qual das pipetas permite a medição mais rigorosa do volume da solução mais
concentrada?

66
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

13.3 Descreva o procedimento experimental que deveria ser seguido na prepara-


ção da solução diluída de permanganato de potássio, referindo, sequencial-
mente, as três principais etapas envolvidas nesse procedimento.

13.1 Determinação da quantidade de KMnO4 necessária à preparação da solução:


nKMnO = c × V = 0,0150 mol dm–3 × 50,0 × 10–3 dm3 = 7,500 × 10–4 mol
4

Determinação do volume da solução inicial (mais concentrada):


nKMnO4 7,500 × 10–4 mol
csolução inicial = ⇒ 0,0750 mol dm–3 = ⇒
Vsolução inicial Vsolução inicial
⇒ Vsolução inicial = 0,0100 dm3 = 10,0 cm3
ou
c 0,0750 mol dm–3
Determinação do fator de diluição: f = solução inicial = =5
csolução diluída 0,0150 mol dm–3
Determinação do volume da solução inicial (mais concentrada):
Vsolução diluída 50,0 cm3
f= = 5 ⇒ Vsolução inicial = = 10,0 cm3
Vsolução inicial 5

13.2 A pipeta volumétrica, pois permite uma mediação mais rigorosa.


13.3 Medir 10 mL da solução inicial (mais concentrada) de KMnO4 com uma pipe-
Q 10
ta volumétrica. Transferir o volume de solução medido para um balão volu-
métrico de 50,0 mL. Adicionar água destilada até ao traço de referência do
balão volumétrico, perfazendo o volume de 50,0 mL.

2.3 Transformações químicas


As reações químicas ocorrem com alterações na estrutura eletrónica dos átomos: os núcleos
permanecem inalterados, portanto, os elementos químicos são sempre os mesmos. Umas
substâncias transformam-se noutras, ocorrendo apenas um rearranjo dos átomos. Sempre
que uma reação ocorra em recipiente fechado, o número de átomos de cada elemento quí-
mico e, consequentemente, a massa total permanece constante – Lei da Conservação da
Massa (ou Lei de Lavoisier, Fig. 2.19).

Reagentes Produtos da reação


xwwywwz xwwwywwwz
CH4 (g) + 2 O2 (g) CO2 (g) + 2 H2O (g)

H O
O O
H H
H C H + O C O +
O O O
H H H

Fig. 2.19 Reação de combustão do metano. Há conservação do número total de átomos de cada elemento químico.

67
QUÍMICA 10.° Ano

2.3.1 Energia de ligação e reações químicas

Todas as reações químicas envolvem, simultaneamente, a rutura e formação de ligações quí-


micas. Há rutura de ligações nos reagentes e formação de novas ligações nos produtos, o
que se traduz em variações de energia nas reações químicas.

Processos endoenergéticos e exoenergéticos

A rutura de uma ligação é um processo que envolve absorção de energia – processo en-
doenergético. Quando se forma uma nova ligação, há libertação de energia – processo
exoenergético.

Num sistema isolado, a energia interna permanece constante porque não há trocas de ener-
gia nem de matéria com a vizinhança. Num sistema fechado, a energia interna diminui se o
sistema ceder energia à vizinhança e aumenta se o sistema receber energia da vizinhança.

Reação exotérmica – quando ocorre com libertação de energia por calor (a pressão e tem-
peratura constantes). Se a reação ocorresse em sistema isolado, a temperatura do sistema
aumentava, sinal de que a energia cinética interna do sistema aumentava; como a energia in-
terna de um sistema isolado é constante, conclui-se que a energia potencial interna (energia
associada às ligações entre os átomos) diminui.

Reação endotérmica – quando ocorre com absorção de energia por calor (a pressão e tem-
peratura constantes). Se a reação ocorresse em sistema isolado, a temperatura do sistema
diminuía, sinal de que a energia cinética interna do sistema diminuía; como a energia interna
de um sistema isolado é constante, conclui-se que a energia potencial interna (energia asso-
ciada às ligações entre os átomos) aumenta.

A energia da reação resulta do balanço energético entre a energia envolvida na rutura e na


formação de ligações químicas. Um valor aproximado da energia de reação pode ser calcula-
do a partir das energias de ligação.

A formação de amoníaco é um processo exotérmico, pois a energia libertada na formação das


ligações no amoníaco é superior à energia necessária para romper as ligações das moléculas
de nitrogénio e hidrogénio (Fig. 2.20).

N N
H H H H H H
Energia

Quebra de ligações Formação de ligações


Absorção de energia Libertação de energia

N N + H—H H—H H—H

N N
Ereação= – 92 kJ mol-1 H H
H H
H H

Fig. 2.20 A formação do amoníaco é um processo exotérmico.

68
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

Questão resolvida

14. O diagrama seguinte representa o balanço energético na rutura/formação de liga-


ções numa dada reação química.

Ep

Produtos

Reagentes

14.1 A reação é endotérmica ou exotérmica? Justifique.


14.2 Se a reação ocorrer em sistema isolado, a temperatura ___________ e a ener-
gia interna ___________ .
(A) aumenta ... mantém-se (C) diminui ... mantém-se
(B) diminui ... aumenta (D) aumenta ... aumenta
14.3 A energia envolvida na formação de ligações nos produtos é ____________ Q 10
do que a energia que seria _____________ na quebra de ligações nos rea-
gentes.
(A) maior … absorvida (C) maior … libertada
(B) menor … libertada (D) menor … absorvida

14.1 Como a energia potencial dos produtos é maior do que a energia potencial
dos reagentes, se a reação ocorrer a temperatura constante, o sistema terá
que absorver energia por calor da vizinhança para que ocorra aquele aumen-
to de energia potencial. A reação é endotérmica.
14.2 (C). A energia interna de um sistema isolado mantém-se constante. Como a
energia potencial dos produtos é maior do que a dos reagentes, há aumento
da energia potencial interna. Logo, para que a energia interna se mantenha
constante, a energia cinética interna tem de diminuir, logo, a temperatura do
sistema diminui.

14.3 (D).

Variação de entalpia

A variação de entalpia padrão, !H°, de uma reação corresponde à energia transferida, por
calor, para ou do exterior, quando a reação é realizada a pressão constante (105 Pa) e a tem-
peratura constante (25 °C).

69
QUÍMICA 10.° Ano

Numa reação exotérmica, o sistema cede energia, por calor, à vizinhança, por isso !H < 0
(energia potencial associada às ligações entre os átomos diminui) (Fig. 2.21).

Numa reação endotérmica, o sistema absorve energia, por calor, da vizinhança, por isso !H > 0
(a energia potencial associada às ligações entre os átomos aumenta) (Fig. 2.22).

Energia
Energia

Reagentes Produtos

por exemplo, energia libertada por exemplo,


N2 + 3 H2 para o exterior CO + 3 H2

!H negativo (!H < 0)


energia recebida
do exterior
Produtos Reagentes
!H positivo (!H > 0)
por exemplo, por exemplo,
2 NH3 CH4 + H2O
Progresso da reação Progresso da reação
Reagentes Produtos Reagentes Produtos

Fig. 2.21 Variação de entalpia para uma reação Fig. 2.22 Variação de entalpia para uma reação
exotérmica. endotérmica.

Questão resolvida

15. Frequentemente, o principal objetivo de muitas reações químicas não é obter um


ou mais produtos de reação, mas sim aproveitar a energia posta em jogo nessas
reações.
15.1 Relacione a variação de entalpia padrão de uma reação com as transferências
de energia entre o sistema e a vizinhança.
15.2 A variação de entalpia de uma reação, em determinadas condições de pres-
são e de temperatura, depende do modo como o sistema reacional evolui?
Justifique.
15.3 Durante uma reação realizada a pressão constante, o sistema reacional re-
cebeu energia por calor da vizinhança. A variação de entalpia do sistema é
positiva ou negativa? Como se classifica a reação?

15.1 A variação de entalpia padrão, !H°, de uma reação é dada pela energia
transferida, por calor, entre o sistema e a vizinhança, a pressão constante
e a temperatura constante: se a energia absorvida por calor for Q, então
!H° = Q; se a energia cedida por calor for Q, então !H° = –Q, a 25 °C.
15.2 Não. A entalpia é uma propriedade do sistema reacional, pelo que a varia-
ção de entalpia só depende do estado inicial e final do sistema e não do
modo como este evolui.
15.3 Como o sistema recebeu calor, a reação é endotérmica. O calor transferido
a pressão constante corresponde à variação de entalpia, logo, !H > 0 (calor
absorvido).

70
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

Questão resolvida

16. Uma medida da estabilidade de uma molécula Ligação Energia / kJ mol–1


é a sua energia de ligação, que se pode de-
N!N 945
finir como energia transferida, por calor, para
quebrar as ligações de 1 mol de moléculas no H–H 436

estado gasoso. N–H 390

Com base nos valores das energias de ligação da tabela, calcule a variação de en-
talpia, !H, da reação de síntese do amoníaco e compare o resultado com o valor
experimental (– 93 kJ/mol), a 25 °C.

N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g) H—H


N!N + H—H H—N—H H—N—H
| |
H—H H H
Com base na equação química constrói-se a tabela seguinte:

Tipo de ligação N.º de ligações Energia de ligação / Variação de


a quebrar a quebrar kJ mol–1 energia / kJ
(N2)
(H2)
N!N
H—H
1
3
945
436
945
3 × 436 = 1308 Q 10
Tipo de ligação N.º de ligações Energia de ligação / Variação de
a formar a formar kJ mol–1 energia / kJ
(NH3) N—H 6 390 6 × 390 = 2340

Energia total necessária para quebrar as ligações nos reagentes:


ΣEligação (reagentes) = (945 + 1308) kJ = 2253 kJ
Energia total libertada na formação de ligações nos produtos:
ΣEligação (produtos) = 2340 kJ
Balanço energético:
!H = ΣEligação (reagentes) – ΣEligação (produtos) = 2253 kJ – 2340 kJ = – 87 kJ
Este valor difere do valor experimental, é uma estimativa (valor aproximado).

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera


Oxigénio
(libertado para a
As reações químicas desencadeadas pela ação da luz atmosfera)
(radiação eletromagnética) designam-se por reações foto-
Energia
químicas. (luz solar)
Este tipo de transformações químicas está presente em
vários fenómenos do dia a dia, como, por exemplo, nas
reações que têm lugar na fotossíntese, um processo com- Glicose
Dióxido de carbono
plexo realizado pelos seres vivos com clorofila que utilizam (absorvida do ar) (a usar pela planta)

a luz solar para a conversão do dióxido de carbono, CO2,


em glicose, C6H12O6, e oxigénio, O2 (Fig. 2.23). Globalmente
Água
pode traduzir-se por: (absorvida do solo)
6 CO2 (g) + 6 H2O (!) C6H12O6 (aq) + 6 O2 (g)
Fig. 2.23 Esquema de fotossíntese.

71
QUÍMICA 10.° Ano

Fotodissociação e fotoionização

A fotodissociação é um tipo de transformação em que existe quebra de ligações nas molécu-


las por absorção de luz. A rutura da ligação dá-se de modo que cada um dos fragmentos que
se separa retém parte dos eletrões da ligação, obtendo-se duas espécies neutras.
luz
A—B A+B !H > 0
Exemplos de processos de fotodissociação na atmosfera terrestre:

• O2 (g) O (g) + O (g) !H = 498 kJ mol–1


• O3 (g) O2 (g) + O (g) !H = 373 kJ mol–1
• N2 (g) N (g) + N (g) !H = 945 kJ mol–1

Com base nos valores das energias de dissociação pode concluir-se que a molécula de ni-
trogénio, N2, é a mais estável (ligação mais forte), pois apresenta maior energia de ligação.
Pode ainda concluir-se que a ligação entre os átomos de oxigénio é mais forte na molécula
de oxigénio, O2, do que na molécula de ozono, O3, pelo que a molécula de oxigénio é mais
estável do que a de ozono.
A fotoionização consiste na ionização de átomos ou moléculas por ação da luz.
luz
A A+ + e– !H > 0
Alguns dos processos de fotoionização ocorrem nas camadas mais exteriores da atmosfera
(termosfera e mesosfera). As radiações solares que atingem essas camadas têm energia su-
ficiente para provocar a ionização das espécies aí existentes. Este processo envolve maior
energia do que a fotodissociação.
• O2 (g) O2+ (g) + e– !H = 1205 kJ mol–1
• N2 (g) N2+ (g) + e– !H = 1495 kJ mol–1

Radicais livres e estabilidade das espécies químicas

Radicais (radicais livres) são entidades (átomos, moléculas ou iões) em que os spins dos ele-
trões não estão todos compensados, ou seja, cujas orbitais possuem eletrões desemparelhados.
Representam-se pelo símbolo da espécie química seguida de • e são, em geral, muito reativos.
Qualquer entidade com um número ímpar de eletrões é um radical, uma vez que tem, neces-
sariamente, pelo menos, um eletrão desemparelhado.

Questão resolvida

17. A estratosfera, camada da atmosfera terrestre localizada entre os 15 km e 50 km


de altitude, serve de filtro às radiações de energia, por fotão, compreendida entre
6,6 × 10–19 J e 9,9 × 10–19 J.
Os gases predominantes da atmosfera terrestre são o nitrogénio, N2 (g), e oxigénio,
O2 (g), cujas energias de dissociação são 945 kJ mol–1 e 498 kJ mol–1, respetivamente.
17.1 Mostre, com base nos valores apresentados, que na estratosfera apenas ocor-
rerá dissociação de uma das referidas moléculas.
17.2 Escreva a equação química que traduz a dissociação que ocorre na estratosfera.
17.3 A dissociação do nitrogénio ocorrerá a uma altitude inferior, igual ou superior à
da estratosfera? Justifique.

72
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

945 × 1000 J
17.1 A energia de dissociação de uma molécula de nitrogénio é =
6,02 × 1023
498 × 1000 J
= 1,57 × 10–18 J e a de uma molécula de oxigénio é = 8,27 × 10–19 J.
6,02 × 1023
Para ocorrer dissociação das moléculas presentes na estratosfera, as suas
energias de dissociação terão de estar compreendidas entre 6,6 × 10–19 J
e 9,9 × 10–19 J, o que apenas se verifica para a molécula de oxigénio.

17.2 O2 (g) luz O (g) + O (g)

17.3 Com base nos valores das energias de dissociação, pode concluir-se que a
molécula de nitrogénio requer maior energia para quebrar a ligação N—N.
Assim, a dissociação da molécula de nitrogénio deverá ocorrer na camada
mais exterior da atmosfera (termosfera), pois a essa camada (maior altitude)
chegam radiações mais energéticas do que as que chegam à estratosfera.

Ozono estratosférico Q 10
O ozono existe na troposfera e na estratosfera (Fig. 2.24).
Altitude / km

Todavia, a maior parte do ozono encontra-se e forma-se na estra-


tosfera, com maiores concentrações entre 20 km e 30 km de alti- Es t r a t os f e r a
50
tude (de 1 a 10 ppmV ), constituindo o que se convencionou chamar
a de ozo
de «camada de ozono». ma d n
Ca o
po s f e r a
Tr o
O ozono, na estratosfera, forma-se rapidamente como resulta- 15

do da dissociação do oxigénio molecular, por ação de radiação Terra

ultravioleta, UV, em dois átomos de oxigénio (radicais), os quais


Fig. 2.24 Localização da
reagem de imediato com outras moléculas de oxigénio, originan- camada de ozono.
do ozono (Fig. 2.25).

Formação do ozono:

O2
O2 UV-C
O• + O• (absorção de energia necessária à quebra das
ligações oxigénio-oxigénio)
O O O• + O2 O3 (libertação de energia)
+ +
O2 O2
Decomposição do ozono:
O3 O3
As moléculas de O3, por sua vez, também podem absorver radia-
Fig. 2.25 Formação do ozono ção UV:
estratosférico.
O UV-B O• + O
3 2

Existem outras formas de decomposição do ozono, como por exemplo:


O + O• O +O 3 2 2

73
QUÍMICA 10.° Ano

A concentração de ozono na estratosfera mantém-se


UV – C praticamente constante, pois é continuamente formado
e destruído à mesma taxa em que é formado – estado
UV – B
estacionário.

Camada O ozono estratosférico desempenha um papel primor-


de ozono
UV – A
dial para a existência de vida na Terra, pois serve de fil-
Tr o p
os tro à radiação solar ultravioleta, sobretudo UV-B e UV-C
Estratosfera Mesosfera
fe

(Fig. 2.26). O restante existe na troposfera, onde, pelo con-


ra

Terra trário, os seus efeitos podem ser prejudiciais à vida.


Fig. 2.26 Os raios UV-C, os mais ener-
géticos, são absorvidos pelo O2 na me-
sosfera e na estratosfera; os raios UV-B
são quase totalmente absorvidos pelo
ozono estratosférico; os raios UV-A, me-
nos perigosos, atingem a troposfera.

Questão resolvida

18. As equações seguintes traduzem algumas reações fotoquímicas que ocorrem na


atmosfera terrestre:
I. O2 O2+ + e– II. O3 O2 + O• III. N2 N2+ + e–

18.1 Classifique cada uma das reações considerando o processo ocorrido em cada
situação.
18.2 A frequência das radiações UV aumenta na sequência UV-A, UV-B e UV-C.
A ionização de N2 necessita de _________ energia do que a ionização de
O2, prevendo-se assim que para ionizar N2 deverá ser necessário radiação
_________.
(A) mais … UV-A
(B) menos … UV-A
(C) mais … UV-C
(D) menos … UV-C

18.1 Reações de fotoionização:


I e III – a energia da radiação solar absorvida foi suficiente para provocar a
remoção de eletrões, dando origem a iões.
Reação de fotodissociação:
II – a energia da radiação solar absorvida foi suficiente para provocar a que-
bra de ligações entre os átomos da molécula, dando origem à formação de
radicais livres.

18.2 (C). A ligação em N2 é mais forte do que a ligação em O2, assim, prevê-se
que para ionizar N2 seja necessário mais energia do que para ionizar O2.
A uma maior energia corresponde uma maior frequência, portanto, deverá
ser necessário radiação UV-C.

74
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

Designa-se por «buraco na camada de ozono» a diminuição significativa da concentração


do ozono na estratosfera, cuja origem foi atribuída ao uso dos clorofluorocarbonetos (CFC),
compostos de carbono, cloro e flúor.

Devido à sua inércia química, estes gases, após libertados na troposfera, duram o tempo sufi-
ciente para subirem até à estratosfera, onde ocorre a sua fotodissociação provocada pela ra-
diação UV – originando radicais livres. Por exemplo, para o CC!3F dá-se a reação traduzida por:

CC!3F UV
CC!2F• + C!•

Os átomos de cloro (um dos radicais livres formados) são extremamente reativos, reagindo
rapidamente com o ozono na estratosfera (Fig. 2.27).

Cl O
OO

OO O OO

Cl O O OO Cl

OO Q 10
Fig. 2.27 Esquema da destruição do ozono pelo cloro libertado pelos CFC.

No desenrolar desta ação eles de novo são gerados, podendo continuar a reagir com molé-
culas de ozono sucessivamente (reação em cadeia):
C!• + O3 C!O• + O2
C!O• + O• C!• + O2
C!• + O … 3

Assim, um átomo de cloro pode destruir milhares de moléculas de ozono.

2.3.3 Reação fotoquímica (AL 2.4)

A luz pode desencadear reações químicas. Materiais fotossensíveis são materiais que na pre-
sença da luz sofrem transformações químicas.

O comportamento fotossensível do cloreto de prata, AgC!, já é conhecido desde há vários


séculos. O cloreto de prata é um sólido branco que, por ação da luz, se transforma em prata
sólida, modificando-se assim a cor inicial. A reação pode ser traduzida pela equação seguinte:

luz
2 AgC! (s) 2 Ag (s) + C!2 (g)

Se uma amostra de cloreto de prata for submetida a diferentes tipos de luz visível, verifica-se
que quanto mais energética for o tipo de radiação, mais intenso é o escurecimento.

No laboratório, o cloreto de prata pode ser obtido a partir da reação entre soluções aquosas de
nitrato de prata, AgNO3, e de cloreto de sódio, NaC!, de acordo com a equação química seguinte:

AgNO3 (aq) + NaC! (aq) AgC! (s) + NaNO3 (aq)

75
QUÍMICA 10.° Ano

Questões propostas

Ligação química

1. O gráfico mostra a variação da ener- Ep / H −H


gia potencial, Ep, de dois átomos de kJ mol-1
hidrogénio em função da distância, r, r = 45
entre os núcleos dos átomos. r0
0
1.1 Indique para a ligação H-H, na mo- r = 300 r / pm
r = 150 H H
lécula de hidrogénio:
a) a energia da ligação;
−436 H −H
b) o comprimento da ligação na r = 74
unidade SI de base, expresso
em notação científica. H −H

1.2 Com base na análise do gráfico, pode afirmar-se que


(A) a formação da ligação H-H confere ao sistema dos dois átomos menor estabilidade.
(B) na quebra de uma mole de ligações H-H liberta-se a energia de 436 kJ.
(C) à medida que a distância entre os átomos diminui, a energia potencial do sistema
diminui.
(D) para distâncias internucleares menores do que r0, a molécula de H2 torna-se menos
estável.

2. Considere quatro elementos químicos representados por X, Y, W e Z. Os elementos X e W


pertencem ao mesmo grupo da Tabela Periódica e X, Y e Z apresentam números atómicos
consecutivos, sendo o elemento Y um gás nobre.
Com base na informação fornecida pode afirmar-se que
(A) o composto formado por X e Z é molecular de fórmula X2Z.
(B) o composto formado por X e Z é iónico de fórmula ZX2.
(C) os átomos dos elementos X e W estabelecem ligação por partilha de 4 eletrões.
(D) os átomos do elemento Z partilham eletrões de valência deslocalizados com outros áto-
mos do mesmo elemento.

3. Um aluno, ao rever os seus apontamentos sobre estruturas de Lewis, verificou que repre-
sentara a molécula de acetaldeído, CH3CHO, pela fórmula de Lewis seguinte.

H O

H—C—C—H

3.1 Conclua, justificando, porque se trata de uma estrutura impossível, analisando a regra do
octeto.
3.2 Escreva a fórmula de estrutura de Lewis para a molécula de acetaldeído.

4. Considere as moléculas representadas pelas fórmulas químicas seguintes:


PH3, CO2, OF2 e CC!2F2
4.1 Escreve a fórmula de estrutura de Lewis de cada molécula.

76
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

4.2 Para cada molécula, indique:


a) o número de eletrões ligantes;
b) o número de eletrões não-ligantes;
c) a geometria molecular, baseando-se no modelo da repulsão dos pares eletrónicos de
valência.

5. O enxofre pertence ao mesmo grupo da Tabela Periódica que o oxigénio.


5.1 Escreva a fórmula de estrutura de Lewis para a molécula do sulfureto de hidrogénio, H2S.
5.2 Compare esta estrutura com a da molécula de água. A que conclusão chega?
5.3 O selénio, Se, também pertence ao grupo do oxigénio e do enxofre. Que geometria prevê
para as moléculas de H2Se?
5.4 A energia média de ligação O-H na molécula de água é 463 kJ mol–1, enquanto a energia
média de ligação S–H na molécula de sulfureto de hidrogénio é 338 kJ mol–1.
Qual das moléculas terá maior dificuldade em perder um ião hidrogénio, H+?

6. Os óxidos de nitrogénio ameaçam a camada de ozono que protege a Terra das radiações
UV mais energéticas.
Na molécula de NO a energia de ligação é 632 kJ mol−1 e o comprimento de ligação é
115 pm. Por sua vez, a energia de ligação NO na molécula de NO2 é 469 kJ mol−1.
6.1 A ligação NO na molécula de NO, comparativamente à ligação NO em NO2, tem
____________ eletrões partilhados e um comprimento de ligação __________.
(A) mais … superior
(B) mais … inferior
(C) menos … inferior
(D) menos … superior
6.2 Quando, a partir de uma mole de NO (g) e a pressão constante, se formam uma mole de
átomos de nitrogénio e uma mole de átomos de oxigénio, ambos no estado gasoso, é
_____________, como calor, uma energia de ___________ kJ.
(A) absorvida … 1264
(B) libertada … 1264
(C) absorvida … 632
(D) libertada … 632

7. Os mapas de potencial eletrostático da figura permitem visualizar a distribuição de carga


elétrica em torno dos átomos envolvidos na ligação para as moléculas de HC!, HBr e HI.
Compare, com base na análise da figura, a polaridade das ligações H–C!, H–Br e H–I.

H — C" H — Br H—I

+ -

77
QUÍMICA 10.° Ano

Questões propostas

8. A figura apresenta os mapas de potencial eletrostático para as moléculas de metano, CH4 e


de clorometano, CH3C".
Explique a diferença de polaridade nas moléculas de CH4 e de CH3C", com base na geome-
tria das moléculas e no tipo de átomos envolvidos nas ligações.

CH4 CH3C!

9. Atualmente conhecem-se milhares de substâncias químicas contendo carbono. Algumas


encontram-se na Natureza e outras foram sintetizadas pelo ser humano.
Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) As ligações múltiplas entre átomos de carbono apresentam maiores comprimentos de
ligação do que as simples.
(B) O carbono combina-se com elementos do grupo 17, formando compostos com geometria
piramidal trigonal.
(C) Uma ligação tripla carbono-carbono tem maior energia de ligação do que uma ligação
dupla carbono-carbono.
(D) Na molécula de metano, CH4, há pares de eletrões de valência não partilhados.
(E) Uma ligação covalente tripla entre dois átomos de carbono envolve a partilha de 6 eletrões.
(F) A geometria da molécula de sulfureto de carbono, CS2, é linear.

10. Os compostos orgânicos formam um grupo enorme de substâncias.


10.1 Considere os seguintes compostos orgânicos:
(I) (II) (III)
O

CH3— C —
— CH2 H3C— CH2 — C — CH3 — ( CH2 ) 4— CH3
OH

CH — CH3

CH3

Identifique o:
a) composto de fórmula molecular C6H12;
b) hidrocarboneto insaturado;
c) hidrocarboneto saturado;
d) composto que contém o grupo carboxilo.
10.2 Considere os seguintes compostos orgânicos:
I. C(CH3)4
II. C4H10
III. CH2CHC(CH3)3
IV. CH3(CH2)4CH3
Conclua, justificando, qual dos compostos é insaturado.

78
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

11. A treonina é um dos principais constituintes das proteínas.


Os grupos funcionais assinalados na molécula de treonina são característicos das classes
(A) I – álcoois; II – cetonas; III – aminas.
I
OH II
(B) I – ácidos carboxílicos; II – aldeídos; III – cetonas. O
(C) I – aldeídos; II – ácidos carboxílicos; III – cetonas.
H3C OH
(D) I – álcoois; II – ácidos carboxílicos; III – aminas.
NH2
III

12. Vários compostos orgânicos apresentam grupos funcio-


nais caraterísticos de diferentes classes de compostos.

6
H3C NH2
O
5 4 3 2 1
C CH CH CH2 C

O H
OH

Indique o nome dos grupos funcionais localizados nos carbonos 1, 3, 4 e 5.

13. A absorção das vitaminas depende da sua solubilidade.


A figura apresenta a fórmula de estrutura das vitaminas A e C.

OH
H3C CH3 CH3 CH3 O
O OH
OH

CH3 HO OH

Vitamina A Vitamina C

Alguns alimentos são enriquecidos pela adição de vitaminas.


Identifique, justificando, qual das vitaminas é a mais indicada para se adicionar a:
13.1 um sumo de fruta;
13.2 uma manteiga.

14. Na figura, os modelos moleculares I e II representam as estruturas do metilpropano,


CH3CH(CH3)2, e do éter etilmetílico, CH3OCH2CH3, cujos pontos de ebulição são −12 °C
e 10,8 °C, respetivamente.

Metilpropano Éter etilmetílico

Justifique o facto de o éter etilmetílico apresentar maior ponto de ebulição, num texto
estruturado e com linguagem científica adequada.

79
QUÍMICA 10.° Ano

Questões propostas

Gases e dispersões

15. Considere quatro amostras de diferentes gases, cujos volumes, medidos nas condições
normais de pressão e temperatura, são indicados na tabela.

Amostra I II III IV
Gás H2O NO O2 C2H4
Volume / mL 100 100 50 50

15.1 O número total de átomos é igual nos recipientes que contêm as amostras
(A) I e II. (B) II e III. (C) III e IV. (D) I e IV.
15.2 A densidade do vapor de água à temperatura de 100 °C e à pressão de 1 atm é 0,590 g/dm3.
O volume ocupado por 1,81 × 1024 moléculas de H2O contidas numa amostra pura de
vapor de água, nas condições de pressão e de temperatura referidas, é

1,81 × 1024 × 0,590 1,81 × 1024 × 18,02


(A) dm3. (C) dm3.
18,02 × 6,02 × 1023 0,590 × 6,02 × 1023

6,02 × 1023 × 18,02 6,02 × 1023 × 0,590


(B) dm3. (D) dm3.
0,590 × 1,81 × 1024 18,02 × 1,81 × 1024

16. Num recipiente de 3,00 dm3 encontram-se 2,00 g de hélio, He. Se transferirmos o gás para
um recipiente de 3,70 dm3, determine a massa de hélio que se deve adicionar ao recipiente
para que se mantenham as mesmas condições de pressão e temperatura.

17. Em 1811, Avogadro concluiu que volumes iguais de gases dife- V / dm3 n / mol
rentes, medidos nas mesmas condições de pressão e de tem-
4,14 0,20
peratura, contêm o mesmo número de partículas. Com base
neste resultado é possível determinar o volume molar, Vm, de 8,22 0,40
um gás, e também a sua densidade, em determinadas condi- 12,38 0,60
ções de pressão e temperatura.
16,56 0,80
17.1 Na tabela registou-se o volume, V, de diferentes amostras
de nitrogénio, N2 e a respetiva quantidade de matéria, n, nas
mesmas condições de pressão e temperatura.
Determine o volume molar de N2 a partir da equação da reta que melhor se ajusta a um
gráfico adequado (utilize a calculadora gráfica).
Apresente todas as etapas de resolução.
17.2 Calcule a densidade de N2 nas condições de pressão e temperatura consideradas.

18. Considere uma mistura de poluentes atmosféricos cuja composição é a seguinte: 40 mol
de moléculas de NO, 716,8 L de SO2 e 280,0 g de CO.
Nas condições PTN, determine:
18.1 a relação entre o número de moléculas de cada um dos poluentes na mistura;
18.2 a densidade do dióxido de enxofre relativamente ao ar.
Dado: !ar = 1,23 g dm–3.

80
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

19. O fertilizante nitrogenado mais utilizado na agricultura é a ureia, (NH2)2CO.


Considere 25,0 mL de uma solução aquosa A de ureia, 0,030 mol dm–3, com densidade
1,05 g cm–3.
19.1 Exprima em percentagem em massa a composição quantitativa da solução A.
19.2 A partir da solução A prepararam-se duas soluções, B e C.
a) Verifique que para preparar a solução B, cujo volume final é 50,0 cm3, com um fator
de diluição 5, é necessário medir 10,0 cm3 da solução A.
b) Calcule a concentração de ureia na solução C, sabendo que esta se obteve por adi-
ção de 30,0 cm3 de água desionizada ao volume que restou da solução A após a
preparação da solução B.

20. O hipoclorito de sódio, NaC!O, tem diversas aplicações, como o tratamento de efluentes
domésticos e industriais, de água de piscinas e de água destinada ao consumo humano.
A figura representa três recipientes que contêm soluções aquosas (A, B e C) de hipoclorito
de sódio.

A B
1,0 L C
500 mL
0,10 250
0,050 cm3
mol dm–3
mol dm–3

20.1 Determine a massa de hipoclorito de sódio necessária à preparação da solução B.


20.2 Calcule a concentração da solução C, sabendo que por adição de água deu origem à
solução A.
20.3 Calcule o volume de água que se deve adicionar à solução B para que a sua concen-
tração passe a ser 5,0 × 10–3 mol L–1.

Transformações químicas

21. Considere os diagramas de energia potencial referentes à reação de combustão parcial do


carbono (diagrama I) e à combustão do N2O (diagrama II).

I II
2 C (s) + O2 (g) 2 NO (g)
Energia

Energia

2 CO (g) N2O (g) + 1 O2 (g)


2

Conclua, justificando, se cada um dos processos é endotérmico ou exotérmico.

81
QUÍMICA 10.° Ano

Questões propostas

22. O diagrama apresenta a variação de entalpia para


a reação de combustão completa do metano, CH4. 1215
CH4 + 2 O2

Entalpia (kJ/ mol)


965
22.1 A energia que seria necessária para quebrar
as ligações dos reagentes é ____________
à energia que seria libertada na formação das
ligações dos produtos, pelo que a reação é CO2 + 2 H2O
____________. 75

(A) superior … endotérmica Progresso da reação


(B) superior … exotérmica
(C) inferior … endotérmica
(D) inferior … exotérmica
22.2 Determine variação de entalpia da reação de combustão do metano.
22.3 Determine a massa de metano necessária para produzir a energia de 1,78 × 104 kJ.
Apresente todas as etapas de resolução.

23. A reação do metano na presença do cloro origina clorometano e cloreto de hidrogénio e


pode ser traduzida pela equação termoquímica:
CH4 (g) + C!2 (g) H3CC! (g) + HC! (g) ; !H = −104 kJ

23.1 Sabendo que as energias das ligações C–H, C!–C! e C–C! são, respetivamente,
413 kJ mol−1, 242 kJ mol−1 e 328 kJ mol−1, a energia da ligação na molécula de cloreto
de hidrogénio é dada por
(A) E(H–C!) = (413 + 242 − 104 − 328) kJ mol−1.
(B) E(H–C!) = (4 × 413 + 242 − 104 − 3 × 328) kJ mol−1.
(C) E(H–C!) = (413 + 242 + 104 − 328) kJ mol−1.
(D) E(H–C!) = [413 + 242 − (104 − 328)] kJ mol−1.
23.2 Preveja, justificando, o que aconteceria à temperatura do sistema se a reação ocorres-
se num sistema isolado.

24. Considere a equação que traduz a reação de combustão do metano:

CH4 (g) + 2 O2 (g) CO2 (g) + 2 H2O (g) Energia de ligação /


Ligação
kJ mol–1
24.1 Calcule a variação de entalpia da reação de com-
bustão do metano. C–H 414
C=O 799
24.2 Indique, justificando, se a reação é endotérmica
ou exotérmica. O=O 498

24.3 Compare o valor obtido em 24.1 para a variação O–H 460


de entalpia da reação com o valor obtido experi-
mentalmente: !H= –802 kJ mol–1.

82
DOMÍNIO 2 Propriedades e transformações da matéria

25. A constante formação e destruição do ozono na estratosfera é um processo natural. Este


equilíbrio foi alterado devido à emissão para a atmosfera de substâncias que reagem com
o ozono, aumentando o ritmo da sua decomposição.
O monóxido de nitrogénio (NO) é um dos poluentes atmosféricos que pode provocar a
decomposição do ozono, que se pode traduzir através das equações:

NO + O3 NO2 + O2
NO2 + O• NO + O2

25.1 Explique por que razão, em condições normais, a quantidade de ozono permanece
aproximadamente constante na estratosfera.

25.2 Escreva a equação química que traduz a reação global de decomposição do ozono
provocada pelo NO. Que função desempenha o NO neste processo?

26. Os CFC (clorofluorocarbonetos) são um grupo de compostos responsáveis, em grande


parte, pela destruição da camada de ozono. Para o CC!2F2, esse processo é descrito pela
seguinte sequência de equações:

CC!2F2 UV CC!F2• + C!•


O3 + C!• O2 + C!O•
C!O• + O3 2 O2 + C!•

Sobre a destruição do ozono estratosférico é incorreto afirmar que:


(A) Os CFC são muito estáveis na troposfera; na estratosfera dissociam-se sob a ação da
radiação UV-C.
(B) Os radicais cloro contribuem para a diminuição da camada de ozono.
(C) O CC!2F2 apresenta um maior poder destrutivo sobre a camada de ozono do que o CC!3F.
(D) No processo descrito duas moléculas de O3 convertem-se em três moléculas de O2.

27. A formação do ozono na estratosfera pode ser ilustrada pelo esquema da figura seguinte.

O2

O O
+ +
O2 O2

O3 O3

Escreva as equações químicas das reações representadas.

83
Física
10.º Ano

Domínio 1
Energia e sua conservação
FÍSICA 10.° Ano

Domínio 1
Energia e sua conservação
A energia e a sua conservação são ideias centrais na in-
terpretação de fenómenos mecânicos, elétricos e térmicos. Fronteira

A energia pode transferir-se entre sistemas. Define-se sis- Sistema


tema como a parte do universo que queremos estudar.
Essa parte é limitada pela fronteira, que separa o sistema Vizinhança
da vizinhança. A vizinhança é o que fica fora do sistema,
podendo interagir com ele (Fig. 1.1). Fig. 1.1 Sistema físico.

Os sistemas físicos podem ser (Fig. 1.2):

• abertos: trocam matéria e energia com a vizinhança; (A) (B) (C)


• fechados: não trocam matéria com a vizinhança, em-
bora troquem energia;
• isolados: não trocam matéria nem energia com a vizi-
nhança.

Como um sistema isolado não troca nem matéria nem ener-


gia com o exterior, nele a energia permanece constante.

Fig. 1.2 Exemplos de um sistema


Lei de Conservação da Energia aberto (A), fechado (B) e isolado (C).
A energia de um sistema isolado é constante.

A energia pode transferir-se entre sistemas físicos mas pode também sofrer transformações
num mesmo sistema físico: a energia que se apresenta de uma forma converte-se noutra
forma de energia.

1.1 Energia e movimentos


1.1.1 Sistema mecânico redutível a uma partícula.
Energia e tipos fundamentais de energia. Potência

Todos os corpos têm uma propriedade intrínseca, a sua massa, que é expressa, no Sistema
Internacional, SI, na unidade quilograma (símbolo kg). Se para o estudo do movimento do cor-
po não nos interessar a sua constituição ou forma, nem deformações ou rotações, podemos
representá-lo por um ponto. Este ponto é equivalente a uma partícula com a massa do corpo
e denomina-se centro de massa, CM (Fig. 1.3).

m = 10 kg
CM

m = 10 kg

Fig. 1.3 A bala de um canhão com movimento de


translação pode ser representada por um ponto,
o centro de massa (CM).

86
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

Existem dois tipos fundamentais de energia, a energia cinética, Ec, associada ao movimento
de partículas, e a energia potencial, Ep, associada à interação entre partículas.
A energia é uma grandeza escalar (fica completamente caracterizada por um número e por
uma unidade). A unidade SI de energia é o joule (símbolo J).

Energia cinética, Ec

Um corpo em movimento tem uma energia associada ao seu movimento: energia cinética, Ec.
A energia cinética de translação aumenta com a massa do corpo, m, e com o quadrado da
sua velocidade, v2. A expressão matemática que traduz essa relação (as unidades SI são as
indicadas) é:
1
Ec = m v2
2

J kg m s–1
joule quilograma metro por segundo

Questões resolvidas

1. Um carro com a massa de 800 kg viaja à velocidade de 75 km/h. Calcule a sua ener-
gia cinética na unidade coerente com as unidades de base do SI.

Para calcular a energia cinética na unidade SI é necessário converter a veloci- F 10


dade para m/s.
km 1000 m
v = 75 = 75 × = 20,8 m s–1
h 3600 s
1 1
Ec = m v2 = × 800 × 20,82 J = 1,7 × 105 J
2 2

2. Dois carros, um verde (B) e outro amarelo (A), B A


movem-se no mesmo sentido numa estrada. vB = 1 vA
2
O carro verde tem quatro vezes mais massa
do que o amarelo, mas move-se com metade
da velocidade do amarelo. A energia cinética mB = 4 mA mA
do carro
(A) verde é o dobro da energia cinética do amarelo.
(B) de maior velocidade é maior.
(C) verde é igual à do carro amarelo.
(D) amarelo é o dobro da energia cinética do carro verde.

(C). O quociente das


1 1
! " 1 2
2
2
Ec (B) 2 × mB vB 4 mA
2 A
v 4 mA v
4 A
energias cinéticas é: = = = =1
Ec (A) 1 mA vA2 mA vA2
2
× mA vA
2

87
FÍSICA 10.° Ano

Questão resolvida

3. A energia cinética de um rapaz que corre a 18 km/h é 750 J. Qual é a sua massa?

km 1000 m 1 1
v = 18 = 18 × = 5,0 m s–1 ; Ec = m v2 ⇒ 750 = m 5,02 ⇔
h 3600 s 2 2
750 × 2
⇔m= kg = 60 kg
5,02

Energia potencial, Ep

A energia potencial resulta da interação de um corpo com outros corpos. Diz-se que a energia
potencial é uma energia armazenada, por não estar associada ao movimento mas poder provo-
car movimento, transformando-se em energia cinética.

Existem diversos tipos de energia potencial,


m
consoante a natureza da interação entre os cor-
pos (elástica, elétrica, gravítica). Por exemplo:
h
• Energia potencial gravítica: resulta da
interação gravítica entre um astro e um
corpo nas suas proximidades (Fig. 1.4). Terra

Fig. 1.4 As forças entre massas originam energia


potencial gravítica.

A expressão que indica as grandezas de que depende a energia potencial gravítica do sis-
tema corpo + Terra à superfície da Terra é:

Ep = m g h

J kg m s–2 m
joule quilograma metro por metro
segundo quadrado

sendo m a massa do corpo, g o módulo da aceleração gravítica (à superfície da Terra g = 10 m s–2)


e h a altura do corpo acima de um determinado nível de referência.

• Energia potencial elétrica: resulta da interação entre cargas elé-


-
tricas (Fig. 1.5). +

Fig. 1.5 Forças entre os eletrões e os +


núcleos e entre diferentes núcleos
originam energia potencial elétrica.

• Energia potencial elástica: resulta da interação elástica, associada à deformação dos


corpos (Fig. 1.6).

Fig. 1.6 A energia potencial armazenada na mola pode provocar movimento.

88
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

Questões resolvidas

4. Numa competição olímpica, uma flecha de 50 g é disparada a 234 km/h.


Considere que toda a energia potencial elástica é convertida em energia
cinética e despreze a massa da corda. Fundamente as suas respostas.
4.1 Qual era a energia potencial elástica antes de a flecha ser disparada?
4.2 Se a flecha fosse disparada para cima, na vertical, a que altura che-
garia se toda a energia cinética fosse convertida em energia poten-
cial gravítica?

km 1000 m
4.1 m = 50 g = 0,050 kg ; v = 234 h = 234 × 3600 s = 65,0 m s–1
A energia cinética com que a flecha é disparada é:
1 1
Ec = m v2 = × 0,050 × 65,02 J = 106 J
2 2
Como a energia potencial elástica se converteu em energia cinética,
a energia potencial elástica era Ep = 1,1 × 102 J.

4.2 A energia potencial gravítica é Ep = m g h. Em resultado da conversão de


energia, o seu valor máximo é igual à energia cinética com que a flecha foi
disparada.
106 J
106 = 0,050 × 10 × h ⇔ h = = 2,1 × 102 m
0,050 × 10 N

F 10
5. Atirou-se uma pedra para cima, na vertical. Considerando o sistema constituído pela
Terra e pela pedra, classifique como verdadeira ou falsa cada uma das afirmações
seguintes. Fundamente as suas respostas.
(A) Só depois da pedra atingir a altura máxima é que o sistema fica com energia
potencial.
(B) Logo depois de sair da mão, o sistema adquire a energia potencial que faz
subir a pedra.
(C) Quando a pedra está a subir, a energia cinética diminui e transforma-se em
energia potencial gravítica.
(D) Durante a subida da pedra, existe apenas energia potencial gravítica.
(E) Durante a descida da pedra, existe energia potencial gravítica e energia cinética.
(F) Durante a subida, a energia potencial gravítica diminui e transforma-se em
energia cinética.

(A) Falsa. A energia potencial gravítica vai aumentando à medida que a altura da
pedra aumenta.
(B) Falsa. Na subida, a energia cinética vai diminuindo e a energia potencial vai
aumentando.
(C) Verdadeira.
(D) Falsa. Desde que a pedra tenha velocidade tem energia cinética.
(E) Verdadeira.
(F) Falsa. A energia cinética diminui, transformando-se em energia potencial gra-
vítica (que aumenta).

89
FÍSICA 10.° Ano

Questão resolvida

A
6. Uma bola, de massa 200 g, estava parada em
cima de um apoio. O apoio foi retirado e a bola
caiu, aumentando a sua velocidade à medida
que se aproximava do solo. Considere o sistema h = 1,5 m

constituído pela bola e pela Terra e tome como


nível de referência o nível do solo. Fundamente B

as suas respostas.
6.1 Qual foi a transformação de energia que ocorreu na queda?
6.2 Calcule a energia potencial gravítica do sistema no nível A.
6.3 Durante a queda, de A para B, 4% da energia inicial do sistema transfere-se para
a vizinhança. Determine o módulo da velocidade da bola ao embater em B.

6.1 No nível A há energia potencial gravítica mas não há energia cinética, pois
inicialmente a bola estava parada. À medida que a bola vai caindo a sua ve-
locidade aumenta, pelo que adquire energia cinética e essa energia vai au-
mentando. Mas a energia potencial diminui, pois a altura em relação ao solo
vai diminuindo. Então, na queda há uma transformação de energia potencial
gravítica em energia cinética.

6.2 m = 200 g = 0,200 kg ; g = 10 m s–2 ; h = 1, 5 m


Ep = m g h = 0,200 × 10 × 1,5 J = 3,0 J

6.3 Se 4% da energia inicial da bola se transfere, a bola fica com 96% dessa ener-
gia.
96
96% = = 0,96 ; Efinal = 0,96 × 3,0 J = 2,88 J.
100
A energia final é a energia cinética.
1 1 2,88
Ec = m v2 ; × 0,200 × v2 = 2,88 ⇔ 0,100 × v2 = 2,88 ⇒ v = m s–1 =
2 2 0,100
= 5,4 m s–1

Potência, P

A potência é a grandeza física que mede a rapidez com que a energia é transferida. A potência,
P, pode calcular-se pelo quociente entre a energia transferida, E, e o intervalo de tempo que
levou a transferir, !t.

J
E joule
W P= "
watt !t

s
segundo

1J
Um watt corresponde à transferência de um joule por segundo: 1 W = = 1 J s–1.
1s

90
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

1.1.2 Energia interna

Um corpo parado, mesmo sem ter em conta a sua interação com outros, possui uma certa ener-
gia. Essa energia chama-se energia interna, U. A energia interna resulta das energias cinéticas
de todas as partículas, Ec (partículas), que constituem o corpo, e das energias associadas às
interações entre elas, Ep (partículas).

U = Ec (partículas) + Ep (partículas)

A temperatura é uma propriedade de um sistema que se mede com um termómetro. Está


relacionada com a energia interna. Energia interna e temperatura não são idênticas: a energia
interna depende do número de partículas e a temperatura não. Se duas amostras da mesma
substância tiverem a mesma temperatura, tem mais energia interna a que tiver mais partículas.
Um sistema físico para o qual não são tidas em conta as variações de energia interna desig-
na-se por sistema mecânico.

Questão resolvida

7. Colocaram-se termómetros em quatro recipientes com água, como ilustra a figura.


A B C D
35 ºC 60 ºC 35 ºC 60 ºC

F 10

Pode concluir-se que


(A) os sistemas A e C têm a mesma energia interna.
(B) a energia interna do sistema B é igual à do D.
(C) a energia interna do sistema B é maior do que a do sistema C.
(D) o sistema com maior energia interna é o D.

(D). Entre dois sistemas, constituídos pela mesma substância, com a mesma tem-
peratura, casos de A e C e de B e D, tem mais energia interna o que tiver maior
número de partículas (maior massa). Entre dois sistemas com o mesmo número
de partículas (mesma massa), casos de A e B ou C e D, o que tiver maior tempe-
ratura tem mais energia interna.
Não é possível, com a informação do enunciado, comparar as energias internas
de B e C: B tem maior temperatura, mas C tem maior massa.

1.1.3 Transferências de energia por ação de forças.


Trabalho de uma força constante

O trabalho é uma medida da energia transferida entre sistemas por ação de forças. Para que
exista trabalho, é necessário que uma força atue sobre um corpo e que, simultaneamente,
exista um deslocamento do ponto de aplicação da força. Mas não é suficiente, pois pode exis-
tir deslocamento do ponto de aplicação da força sem que exista trabalho realizado.

91
FÍSICA 10.° Ano

A expressão que permite calcular o trabalho, W, de uma força constante (Fig. 1.7) é:

W = F d cos !

F F
! d

Fig. 1.7 Trabalho de uma força constante.

sendo F e d os módulos da força e do deslocamento, respetivamente, e ! o ângulo entre a


força e o deslocamento.

O trabalho é uma grandeza escalar, bastando para a sua caracterização um número e uma
unidade. O trabalho positivo chama-se de trabalho potente e o trabalho negativo chama-se
trabalho resistente.

A unidade SI de trabalho é o joule (J). Um joule é o trabalho realizado por uma força constan-
te, de um newton, quando o deslocamento é de um metro, tendo a força e o deslocamento a
mesma direção e sentido (Fig. 1.8).

1J=1N×1m

Fig. 1.8 Unidade SI de trabalho.

A força F , representada a vermelho, que atua no caixote, é equivalente à soma de duas for-
ças, a azul com a verde (Fig. 1.9). Estas duas forças são as componentes da força: a verde é a
componente da força paralela à direção do movimento; a azul é a componente da força per-
pendicular ao deslocamento. O trabalho da força a azul é igual ao produto da sua intensidade
pelo módulo do deslocamento e pelo cosseno de 90º. Como cos 90º = 0, esta força realiza
um trabalho nulo. Assim, só a força a verde é que irá realizar trabalho. Esta componente da
d

força designa-se por componente eficaz da força, F ef.

ef

Fig. 1.9 Componente eficaz de uma força.

A componente escalar da força eficaz na direção do movimento pode ser calculada pelo
produto da intensidade da força, F, pelo cosseno do ângulo entre a força e o deslocamento,
F cos θ.

92
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

O trabalho da força F é igual ao trabalho da componente eficaz dessa força.

Pode concluir-se que quando a força for perpendicular ao deslocamento


(o ângulo entre a força e o deslocamento é de 90o), o trabalho por ela realizado é nulo.

Quando várias forças atuam num sistema que possua apenas movimento de translação, o
trabalho total, Wtotal, ou seja, a soma dos trabalhos realizados por cada uma das forças é igual
ao trabalho que seria realizado pela resultante das forças, WF resultante (Fig. 1.10).
d

1 2 res

1 1

2
res
2
res

Fig. 1.10 Resultante de forças que atuam num sistema.

F 10
Soma dos trabalhos realizados por cada uma das forças = Trabalho da resultante das forças

Exemplo de uma força constante: peso de um corpo

Uma balança indica-nos a massa de um corpo, que é uma ca-


racterística desse corpo, proporcional ao seu peso. Por isso, fre-
quentemente usa-se um dinamómetro, que mede a intensidade
d

de forças (Fig. 1.11). O peso de um corpo, P , pode calcular-se pelo


d
produto da massa do corpo, m, pela aceleração gravítica, g .

d d
P =mg
Fig. 1.11 Pesar um corpo.

Quando a massa é expressa em quilogramas, kg, e a aceleração gravítica em metros por


segundo quadrado, m s–2, o peso é expresso em newtons, N. Por exemplo, como à superfície
da Terra gTerra = 10 m s–2, para um corpo com uma massa de 60 kg, a intensidade do seu peso
à superfície da Terra é:

P = 60 kg × 10 m s–2 = 6,0 × 102 N.

O peso define a vertical e o sentido descendente, podendo considerar-se igual à força graví-
tica que a Terra exerce sobre o corpo.

93
FÍSICA 10.° Ano

Questão resolvida

8. O caixote da figura, de massa 50 kg, é deslocado 6,0 m da posição (A) para a posi-
d d

ção (B). As forças F e F a têm intensidades iguais a 300 N e 50 N, respetivamente.

B A

8.1 Faça a legenda das forças representadas.


8.2 Calcule o trabalho de cada força que atua no caixote naquele deslocamento.
8.3 Identifique o trabalho potente e o resistente.
8.4 Determine o trabalho que é realizado pela resultante das forças.

d d

8.1 Fg: força gravítica (exercida pela Terra sobre o caixote); N : força normal (exer-
d

cida pela superfície sobre o caixote); Fa: força de atrito (exercida pela superfí-
d

cie sobre o caixote); F: força exercida pelo rapaz sobre o caixote.


8.2 O módulo do deslocamento d é de 6,0 m.
i) Trabalho da força gravítica (peso do corpo):
Fg = P = m g = 50 kg × 10 m s–2 = 5,0 × 102 N
O ângulo entre a força gravítica e o deslocamento é 90o.
WFg = Fg d cos θ = 5,0 × 102 × 6,0 × cos 90o J = 5,0 × 102 × 6,0 × 0 J = 0

ii) Trabalho da força normal:


O ângulo entre a força normal e o deslocamento é 90o.
WN = N d cos θ = N × 6,0 × cos 90o J = N × 6,0 × 0 J = 0
d

iii) Trabalho da força F:


O ângulo entre a força e o deslocamento é 0o.
WF = F d cos θ = 300 N × 6,0 m × cos 0o = 300 × 6,0 × 1 J = 1,8 × 103 J
d

iv) Trabalho da força Fa:


O ângulo entre a força e o deslocamento é 180o.
WFa = Fa d cos θ = 50 N × 6,0 m × cos 180o = 50 × 6,0 × (–1) J = –3,0 × 102 J
d d

8.3 A força F realiza trabalho potente e a força Fa realiza trabalho resistente.


d d d d d

8.4 A resultante das forças é a soma de todas as forças: Fres = Fg + N + F + Fa:


Na direção vertical, perpendicular ao movimento, as forças anulam-se (a força
d d d d d d d d d d
normal anula o peso: Fg + N = 0 ). Por isso, Fres = Fg + N + F + Fa = F + Fa.
Na direção horizontal, a resultante das forças tem a direção e o sentido da
d d

força F , pois esta é mais intensa do que a força de atrito Fa , e tem módulo Fres
= (300 – 50) N = 250 N.
WFres = Fres d cos 0o = 250 N × 6,0 m × 1 = 1,5 × 103 J
Este trabalho é igual ao trabalho total
Wtotal = WFg + WN + WF + WFa = (0 + 0 + 1,8 × 103 – 3,0 × 102) J = 1,5 × 103 J

94
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

O cosseno de um ângulo toma valores entre –1 e +1.

Ângulo (θ ) θ = 0º 0º < θ < 90º θ = 90º 90º < θ < 180º θ = 180º

Cosseno do
+1 positivo 0 negativo –1
ângulo ( cos θ )

Existindo força e também deslocamento, como será o trabalho se o ângulo entre a força e o
deslocamento variar entre 0o e 180o?

140º 90º

60º
180º 0º d

Fig. 1.12 Força constante atuando em direções diferentes numa


partícula que se desloca horizontalmente para a direita.

Ângulo (θ ) θ = 0º 0º < θ < 90º θ = 90º 90º < θ < 180º θ = 180º
Direção
mesma mesma direção
e sentido de direção direção direção
direção e sentido
força em relação
ao deslocamento
e sentido
oblíqua perpendicular oblíqua
oposto F 10
negativo
W, trabalho da positivo
positivo nulo negativo e máximo em
força constante e máximo
módulo

Trabalhos positivos aumentam a energia do corpo, trabalhos negativos diminuem a energia do


corpo e trabalhos nulos não alteram a energia.

Questão resolvida

9. O caixote da figura, de massa 50 kg, é deslocado de 6,0 m da posição (A) para a


d

posição (B). Calcule o trabalho da força F que atua sobre ele no deslocamento entre
A e B.
B A

30º

= 300 N

O ângulo entre a força e o deslocamento é 30o.


WF = F d cos θ = 300 N × 6,0 m × cos 30o = 300 × 6,0 × 0,87 J = 1,6 × 103 J

95
FÍSICA 10.° Ano

Questões resolvidas

10. Um avião de brincar foi preso por um fio a um eixo fixo no


chão. Depois de ligado o seu motor elétrico, fica a des- v
crever uma trajetória circular, tal como mostra a figura.
Sobre o trabalho realizado pela força que o fio exerce no
F
avião, pode afirmar-se que
(A) é tanto maior quanto maior for a velocidade com que
ele se move.
(B) aumenta se for aumentado o comprimento do fio.
(C) é sempre nulo, qualquer que seja a velocidade.
(D) depende da força de atrito entre as rodas do avião e o chão.

(C). Como a força exercida pelo fio é sempre perpendicular à trajetória do avião,
o trabalho desta força é nulo qualquer que seja a situação do movimento.

11. Um helicóptero de combate a incêndios move-se a 25 m/s e desloca horizontal-


mente um balde com 3 mil litros de água. Nesta situação, o ângulo entre a vertical
e a direção balde/helicóptero tem uma amplitude de 50o e o módulo da resultante
das forças exercidas pelos fios no balde é 4,7 × 104 N.
11.1 Num esquema, desenhe a força que o helicóptero exerce
sobre o conjunto balde/água e também a sua componen-
te eficaz. Determine a intensidade da componente eficaz
50º
dessa força.
11.2 Qual é o trabalho realizado pela força exercida pelos fios durante um quilómetro?

11.1 Como o ângulo que a força faz com o deslocamento é


90o – 50o = 40o, a componente eficaz da força é F 50º
Fef = F cos 40o = 4,7 × 104 × cos 40o N = 3,6 × 104 N. 40º

11.2 WF = Fef d = 3,6 × 10 × 1000 J = 3,6 × 10 J.


4 7 Fef

12. Um carro, de massa 40 kg, desloca-se do


A
ponto A para o ponto B, ao longo do plano
inclinado da figura (AB = 3,0 m). Determine Fg
10º
B
o trabalho da força gravítica (peso do cor-
po) nesse deslocamento.

O ângulo entre a força e o deslocamento é 80o,


d
pois a soma dos ângulos internos de um triângulo é
80º
180o e o triângulo formado pelo deslocamento, pela 10º
força e pela base do plano é retângulo.
Fg
–2
Fg = m g = 40 kg × 10 m s = 400 N ; d = 3,0 m
WFg = Fg cos θ d = 400 N × cos 80o × 3,0 m = 2,1 × 102 J

96
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

13. Um carro desceu um plano inclinado, ficando 15 m abaixo do nível inicial. O traba-
lho do peso do carro no deslocamento foi de 7,5 × 104 J. A massa do carro era de
(A) 7,5 × 103 kg. (B) 5,0 × 103 kg. (C) 7,5 × 102 kg. (D) 5,0 × 102 kg.

A
(D). WFg = Fg AB cos θ = m g AB cos θ
h
Mas como cos θ = , temos !
AB h
!
h
WFg = m g AB =mgh B
AB Fg
WFg = 7,5 × 104 J ; g = 10 m s–2 ; h = 15 m
7,5 × 104
WFg = m g h ⇒ 7,5 × 104 = m × 10 × 15 ⇒ m = kg = 5,0 × 102 kg
10 × 15

1.1.4 Teorema da Energia Cinética

Um corpo em movimento possui energia associada a esse movimento – energia cinética. Se o


corpo estiver em repouso, portanto, com energia cinética nula, irá entrar em movimento após
uma força atuar e realizar trabalho. A energia cinética que o corpo adquire resulta do trabalho
realizado pela força.

Se as variações de energia interna forem desprezáveis, sempre que a energia cinética do cor-
po variar, a variação sofrida é igual ao trabalho realizado pela força. Se atuarem várias forças,
F 10
esta lei mantém-se válida. Esta igualdade é conhecida como Teorema da Energia Cinética,
ou Lei do Trabalho-Energia: a soma dos trabalhos realizados por todas as forças é igual à
variação da energia cinética do corpo.

1 1
∑W = "Ec = Ec, final – Ec, inicial = m v2final – m v2inicial
2 2

Para um corpo apenas com movimento de translação, a soma dos trabalhos realizados por
cada força é igual ao trabalho realizado pela resultante das forças, WFres. Logo, WFres = "Ec.

Questão resolvida

14. Um automóvel, de massa 800 kg, atinge 100 km/h, partindo do repouso, em 10,8 s.
Admita válido o modelo da partícula material.
14.1 Determine a soma dos trabalhos das forças que atuam sobre o automóvel nos 10,8 s.
14.2 Calcule a potência média no arranque.

km 1000 m
14.1 vi = 0; vf = 100 = 100 × = 27,8 m s–1.
h 3600 s
1
A energia cinética final é Ec = m v2 = 0,5 × 800 × 27,82 J = 3,09 × 105 J.
2
O trabalho realizado é ∑W = "Ec = (3,09 × 105 – 0) J = 3,09 × 105 J.
W 3,09 × 105 J
14.2 P = = = 2,86 × 104 W
"t 10,8 s

97
FÍSICA 10.° Ano

Questão resolvida

15. Ao aspirar o chão, um homem exerce uma força de


50 N sobre o aspirador. Essa força faz um ângu-
lo de 30o com a horizontal e a força de atrito é de
10 N. Sabe-se que a massa do aspirador é 5,0 kg e N
que ele, estando parado, se deslocou na horizontal, Fh
Fa
adquirindo uma velocidade de 2,0 m/s ao fim do
tempo em que atuaram as forças. Admita a validade P
do modelo da partícula material para o aspirador.

15.1 Qual foi o trabalho realizado pelas forças que atuaram sobre o aspirador?
15.2 Quanto se deslocou o aspirador?

15.1 O trabalho total de todas as forças, Wt, é igual à variação de energia cinética.

vi = 0; vf = 2,0 m s–1 ⇒ ∑W = !Ec = ( 21 × 5,0 × 2,0 – 0) J = 10 J


2

15.2 O trabalho do peso e o da força normal são nulos, pois são duas forças per-
pendiculares ao deslocamento. A força de atrito faz um ângulo de 180o com
o deslocamento.
WP + WN + WFh + WFa = 0 + 0 + Fh × cos 30o × d – Fa × d = (Fh × cos 30o – Fa) × d
é o trabalho total e igual à variação de energia cinética,
10 = (50 × cos 30o – 10) × d, vindo d = 0,30 m = 30 cm

1.1.5 Movimento num plano inclinado: variação da energia cinética


e distância percorrida (AL 1.1)

A energia cinética do centro de massa de um carrinho que desce uma rampa aumenta com a
distância percorrida, pois na descida a velocidade vai aumentando e, consequentemente, a
energia cinética também aumenta. A distância percorrida pode medir-se diretamente com uma
fita métrica. Para medir a energia cinética num dado ponto do plano inclinado, deve medir-se a
massa do carrinho e a sua velocidade no instante em que o carrinho passa nesse ponto.

Plano inclinado com


fita métrica incorporada

Cronómetro digital

Célula fotoelétrica

Fig. 1.13 Montagem para determinar a energia


cinética no movimento num plano inclinado.

98
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

Para medir experimentalmente a velocidade do carrinho quando passa num dado ponto, usa-se
uma célula fotoelétrica associada a um cronómetro digital. Se se colocar na parte superior do
carrinho uma tira opaca estreita, dividindo a sua largura pelo tempo de passagem dessa tira
em frente à célula fotoelétrica, obter-se-á uma boa aproximação para o módulo da velocidade,
porque o intervalo de tempo medido vai ser pequeno.

Assim, mede-se a distância percorrida pelo carrinho até um dado ponto e a energia cinética do
carrinho nesse ponto, repetindo o procedimento, pelo menos, para cinco pontos diferentes ao
longo do plano inclinado. De seguida, constrói-se um gráfico de pontos (diagrama de disper-
são) da variação da energia cinética, !Ec, em função da distância percorrida, d, sobre o plano.

Prevê-se que a energia cinética aumente proporcionalmente com a distância percorrida, uma
!Ec
vez que ∑W = !Ec ⇒ WFres = !Ec ⇒ Fresd cos 0° = !Ec ⇒
d
= Fres = constante (na descida a re-
d
sultante das forças pode ser considerada constante).

1.1.6 Forças conservativas e não conservativas

Força conservativa: o trabalho realizado por uma força conservativa entre quaisquer dois
pontos é sempre o mesmo, independentemente da trajetória seguida. Se a trajetória for fe-
chada, o trabalho realizado por uma força conservativa será nulo, pois as posições final e
inicial são as mesmas (o trabalho é nulo, pois, por não depender da trajetória, tem de coincidir
com o trabalho que seria realizado se o corpo se mantivesse em repouso na posição inicial).
F 10
Forças não conservativas: o trabalho realizado por uma força não conservativa entre quais-
quer duas posições depende da trajetória seguida.

As forças de atrito e as forças de resistência do ar são forças não conservativas. Por exemplo,
se um corpo for atirado para cima (Fig. 1.14):
Fa
• no movimento ascendente, a força de resistência do ar será
v
contrária à subida e realizará um trabalho negativo;
• depois de o corpo começar a cair, a força de resistência do ar v
terá o sentido ascendente, sendo também contrária ao movi-
mento, e realizará um trabalho negativo. Fa

Fig. 1.14 A força de resistência


Se o ponto final coincidir com o inicial, a soma do trabalho da força do ar na subida e na descida
de resistência do ar na subida com o da descida nunca será nulo. é contrária ao movimento.

1.1.7 Trabalho do peso e energia potencial gravítica

A energia potencial gravítica é a energia de interação entre um corpo e a Terra (ou outro astro)
e a força gravítica (ou peso do corpo) traduz a interação entre o corpo e a Terra. A energia
potencial gravítica está relacionada com o trabalho da força gravítica.

O trabalho realizado pela força gravítica exercida pela Terra sobre um corpo, no desloca-
mento desse corpo entre dois pontos A e B, não depende do caminho seguido entre esses
pontos: diz-se que o peso é uma força conservativa e o seu trabalho é simétrico da variação
de energia potencial gravítica.
Wpeso = –!Ep
Wpeso = –(Ep, final – Ep, inicial) = –(m g hfinal – m g hinicial)

99
FÍSICA 10.° Ano

O nível de referência para a medida das alturas, h, é arbitrário, podendo tomar-se o valor nulo
para a altura mais baixa. Desta forma estabelece-se também o valor nulo para a energia potencial.

Considere-se uma bola em duas posições A e B (Fig. 1.15). As energias potenciais em B e em A


serão Ep B = m g h e Ep A = 0, pois considera-se, por simplicidade, hA = 0 e hB = h.

Por exemplo, se uma bola for atirada para cima, da posição A B


(inicial) para a posição B (final), a energia potencial aumenta, Subida
sendo a sua variação !Ep = Ep B – Ep A = m g h – 0 = m g h. O tra-
hB = h
balho realizado pelo peso é negativo na subida: Wpeso = –m g h .
Descida A
Como será a situação correspondente à descida da bola? hA = 0
Agora, a posição final é a mais baixa, A, e a posição inicial é a
Fig. 1.15 Subida e descida de
mais alta, B. A energia potencial diminui, sendo a sua variação uma bola.
!Ep = Ep A – Ep B = 0 – m g h = –m g h. O trabalho realizado pelo
peso é então positivo na descida: Wpeso = –!Ep = m g h.

Entre as mesmas posições, Wpeso subida = –Wpeso descida .

No percurso em que um corpo sobe e desce para a mesma altura de partida, Wpeso = 0.

Questões resolvidas

16. Em três situações distintas um III


helicóptero desloca um caixote
entre dois pontos A e B. Sobre
B
o trabalho da força gravítica, nos
trajetos indicados na figura, é cor- P
II
reto afirmar-se que A
(A) é maior no trajeto III, porque P I
o caixote é levado mais acima.
(B) é menor no trajeto I, porque se
deixou descair o caixote e se aproveita a energia dessa descida.
(C) é menor no trajeto II, porque o caminho é o mais curto.
(D) é igual para os três trajetos.

(D). Embora o helicóptero possa necessitar de diferente quantidade de combus-


tível nos diferentes trajetos, o trabalho realizado pelo peso é o mesmo nos três. É
em todos simétrico da variação de energia potencial gravítica do sistema caixote +
+ Terra, de A para B.

17. Por vezes usa-se uma prancha como plano inclinado para elevar objetos pesados.
17.1 Mostre que o trabalho realizado pelo peso do
corpo, no deslocamento entre dois pontos, é o
mesmo quer se desloque o corpo através da ram-
pa quer se desloque horizontalmente o corpo e
depois se proceda à sua elevação na vertical.

100
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

17.2 Como qualquer que seja a trajetória o trabalho realizado pelo peso é sempre
o mesmo, qual é a vantagem de colocar uma prancha como plano inclinado?

17.1 Considere-se o triângulo ABC, onde A


AB representa a rampa, e as relações 2
"
trigonométricas: 1
h P
P
!
C B
AC h
cos θ = = sin ! = ; θ = 90o – ! 2
AB AB P

No trajeto 1, o corpo desloca-se na rampa de B para A:


h
• WP = P AB cos (90o + !) = m g AB (–sin !) = –m g AB = –m g h ⇒
AB
⇒ WP = –m g h
No trajeto 2, o corpo desloca-se horizontalmente e depois verticalmente:

• de B para C o deslocamento é perpendicular ao peso ⇒ WP = P BC cos 90o = 0

• de C para A ⇒ WP = P CA cos 180o = –m g h


Trabalho do peso no percurso BCA: WP = 0 + (–m g h) = –m g h
Verifica-se que o trabalho do peso no deslocamento de B para C e depois
para A é igual ao trabalho do peso no trajeto direto de B para A, dado o peso
ser uma força conservativa: o trabalho é independente do trajeto. F 10
17.2 Se elevarmos o caixote diretamente de A Fef
C para A, temos de fazer uma força que "
contrarie o peso do corpo e, que no mí- P
nimo, terá a mesma intensidade do peso. !
Se o caixote for elevado através da ram- C B
pa, a força que temos de fazer tem ape-
nas de contrariar a componente do peso na direção do deslocamento, Peficaz,
a qual é menor do que o peso. Esta é a vantagem.

1.1.8 Energia mecânica, forças conservativas e conservação da energia


mecânica

À soma da energia potencial, Ep, com a energia cinética, Ec, dá-se o nome de energia mecânica:

Em = Ep + Ec

A energia cinética pode converter-se em energia potencial e vice-versa.

Quando num corpo apenas atuam forças conservativas (fc), o trabalho dessas forças é igual
ao simétrico da variação de energia potencial, Wfc = –#Ep, mas, atendendo ao Teorema da
Energia Cinética, este trabalho também é igual à variação de energia cinética, Wfc = #Ec, en-
tão, verifica-se a igualdade #Ec = –#Ep ou #Ec + #Ep = 0.

#(Ec + Ep) = 0 ⇔ #Em = 0 ⇔ Em = constante

101
FÍSICA 10.° Ano

Sempre que apenas existam forças conservativas (ou existindo forças não conservativas
realizando um trabalho nulo), a energia mecânica permanece constante no decurso do tem-
po, significando que a energia mecânica se conserva. A um certo aumento da energia ciné-
tica corresponde uma diminuição do mesmo valor da energia potencial e vice-versa.

Entre quaisquer pontos A e B a energia mecânica é constante, ou seja, conserva-se (Fig. 1.16):
Ec + Ep = Ec + Ep
A A B B

Ec

t Fig. 1.16 No movimento de um


Ep
baloiço a energia potencial é
máxima para a altura máxima,
mas decresce quando a
t
velocidade aumenta.
Em Verifica-se que o aumento
da energia cinética é igual à
Ec+ Ep = Em = constante
diminuição da energia potencial.
t

Questões resolvidas

18. Um tijolo de massa m estava em repouso e foi deixado cair P


de um ponto a uma altura h. Considerando desprezável
—h
2
a resistência do ar e tomando como nível de referência o 3
nível do solo, a energia potencial gravítica no ponto Q é h
Q
__________ e a energia cinética é __________.

(A) 2 m g h ... 2 m g h (C) 2 m g h ... 1 m g h


3 3 3 3

(B) 1 m g h ... 2 m g h (D) 1 m g h .... 1 m g h


3 3 3 3

(B). A energia cinética inicial é zero e a energia potencial é m g h. Portanto, a


energia mecânica inicial é EmP = 0 + m g h = m g h. Desprezando força de resistên-
cia do ar, na queda do tijolo só se considera a força gravítica, que é conservativa;
a energia mecânica permanece constante.
1 1
A da altura inicial, ponto Q, EpQ = m g h. Considerando a conservação da
3 3 1 2
energia mecânica: EmP = EmQ ⇔ m g h = EcQ + m g h ⇔ EcQ = m g h
3 3

19. Num baloiço, uma rapariga de 60 kg eleva-


-se a uma altura máxima de 1,5 m em rela-
ção ao solo (posição A da figura). Conside-
A
re desprezáveis os atritos.
19.1 Calcule a energia potencial gravítica do
sistema rapariga + Terra em A, tomando B
como referência o nível do solo.
19.2 Determine o módulo da velocidade com que passa em B, a 50 cm do chão.

102
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

19.1 Ep = m g h = 60 × 10 × 1,5 J = 900 J


19.2 50 cm = 0,50 m
1 1
EcA + EpA = EcB + EpB ⇔ m v A2 + m g hA = m v B2 + m g hB
2 2
Na posição A, a velocidade anula-se porque o sentido do movimento se
inverte. Logo, também a energia cinética se anula: EcA= 0.
1 1
m g hA = m v B2 + m g hB ⇔ 60 × 10 × 1,5 = 60 v B2 + 60 × 10 × 0,5 ⇔
2 2
⇔ 900 = 30 v B2 + 300

900 – 300 ⇒ 900 – 300


v B2 = vB = m s–1 = 4,5 m s–1
30 30

1.1.9 Forças não conservativas, variação da energia mecânica,


dissipação de energia e rendimento

Quando para além das forças conservativas (fc) também são exercidas forças não conserva-
tivas (fnc), temos:
Wfnc + Wfc = !Ec F 10
Como Wfc = –!Ep , então Wfnc – !Ep = !Ec ⇒ Wfnc = !Ep + !Ec ou Wfnc = !Em = Em (final) – Em (inicial)

Sempre que existirem forças não conservativas, o seu trabalho é igual à variação de ener-
gia mecânica. As forças não conservativas podem aumentar ou diminuir a energia mecânica,
realizando um trabalho positivo ou negativo.

As forças não conservativas que realizam sempre trabalho negativo são chamadas forças
dissipativas. É o caso das forças de atrito entre superfícies em movimento.

Quando há atrito, à diminuição da energia mecânica do corpo corresponde um aumento da


energia interna do corpo e da sua vizinhança, o que se manifesta num aumento de tempera-
tura das superfícies em contacto, as quais deslizam uma sobre a outra. Assim, a energia do
conjunto corpo + vizinhança continua a conservar-se.

O rendimento define-se por

Eútil
"=
Etotal

sendo Etotal toda a energia mecânica inicial disponível e Eútil a que é aproveitada para o movi-
mento no final de um certo processo (como há sempre alguma energia dissipada, segue-se
que " < 1; quanto maior for a energia dissipada, menor será o rendimento); é usualmente
expresso em percentagem. O rendimento pode também ser calculado em termos da energia
P
transferida por unidade de tempo, ou seja, da potência, " = útil .
Ptotal

103
FÍSICA 10.° Ano

Questões resolvidas

20. Inicia-se um movimento num escorrega a 2,5 m de A


altura do solo e chega-se a uma zona plana a 0,5 m
do chão. No deslizamento de uma rapariga do topo
até à zona plana, verifica-se que, tomando como re-
2,5 m
ferência o nível do ponto B, 20% da energia inicial B
se dissipa. A massa da rapariga é 45 kg. 0,5 m
Determine o valor da velocidade com que ela chega
à zona plana.

A energia inicial disponível é a energia mecânica, que é igual à diferença de ener-


gia potencial gravítica entre o ponto A e o ponto B, porque a energia cinética
inicial é nula.
Em (inicial) = Ep + Ec = m g h + 0 = 45 × 10 × (2,5 – 0,5) J = 9,0 × 102 J
Se 20% da energia se dissipar, a energia útil será 80% da energia disponível.
Eútil = 0,8 × 900 J = 720 J
2 × 720 ⇒ 1440
A energia cinética final é 720 J, então v B2 = vB = m s–1 = 5,7 m s–1
45 45

21. Um carrinho, largado no nível A, desce um plano com 20o de inclinação, encontran-
do depois um percurso plano e horizontal. No plano inclinado o atrito é desprezá-
vel, mas no percurso horizontal não o é.

4,0 kg
A

1,8 m

20º
B C

21.1 Represente, num esquema, as forças que atuam sobre o carrinho a meio do
plano inclinado e na superfície horizontal.
21.2 Calcule o módulo da velocidade com que o carrinho chega à posição B.
21.3 Se a força de atrito tiver a intensidade de 36 N, qual será a distância mínima
a que deve estar o obstáculo, posição C, para o carrinho não embater nele?
Fundamente a sua resposta.

21.1 N

P 70º N
Fa
20º
B P

104
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

21.2 Com os dados fornecidos, esta questão pode resolver-se por dois métodos.
1.o método: pela conservação da energia mecânica:
1 1
Eci + Epi = Ecf + Epf ⇒ m v i2 + m g hi = m v f2 + m g hf
2 2
Como a velocidade inicial é nula e tomando o nível mais baixo como a origem
para a energia potencial, a expressão fica
1 1
m g hi = m v 2f ⇒ 4 × 10 × 1,8 = × 4 × v 2f ⇒ v f = 6,0 m/s.
2 2
2.o método: pelo Teorema da Energia Cinética:

P AB cos 70o = m g AB h / AB = m g h = 4,0 × 10 × 1,8 J = 72 J

Wtotal = WP + WN = (72 + 0) J = 72 J (a força normal não realiza trabalho por


ser perpendicular ao deslocamento)
1 1
Wtotal = !Ec = m v 2B – m v 2A ⇒ 72 = 0,5 × 4 × v 2f ⇒ v f = 6,0 m/s.
2 2
21.3 O carrinho chega a B com uma energia mecânica de 72 J. No percurso de B
até parar, posição C, dissipa essa energia, devido ao trabalho da força de atrito.
WFa = – Fa d
EmB
Wfnc = !Em = Em – Em ⇔ WF = 0 – Em ⇔ – Fa d = –Em ⇔ d = =
C B a B B Fa
72 J
= = 2,0 m
36 N
F 10

1.1.10 Movimento vertical de queda e ressalto de uma bola: transformações


e transferências de energia (AL 1.2)

Quando uma bola é deixada cair na vertical, diminui a sua altura em relação ao solo e au-
menta a sua velocidade à medida que se aproxima dele. Assim, na descida vai diminuindo a
energia potencial gravítica do sistema bola + Terra e aumentando a energia cinética da bola.
Ao embater no solo, a bola vai ressaltar, subindo na vertical até uma altura máxima. Neste
movimento aumenta a energia potencial gravítica do sistema bola + Terra e diminui a energia
cinética da bola. Após ter alcançado a altura máxima, inverte o sentido do seu movimento e
reinicia a descida.

Na descida e na subida as forças dissipativas são desprezáveis. Assim, como durante a que-
da e a subida há conservação de energia mecânica, a energia potencial gravítica na altura
máxima é igual à energia cinética com que saiu do solo, após uma dada colisão, e à energia
cinética com que irá chegar ao solo, antes da colisão seguinte.

Pode então calcular-se a velocidade, v, com que chega ao solo após queda da altura hqueda, ou
a altura máxima, hressalto, após iniciar a subida com a velocidade v.

1 1 v2
m g hqueda= m v2 ⇒ v2 = 2 g hqueda ou m v2 = m g hressalto ⇒ hressalto=
2 2 2g

Todavia, na colisão com a superfície há dissipação de energia, a qual é tanto maior quanto
menor for a elasticidade do par de materiais em colisão (bola - superfície de ressalto).

105
FÍSICA 10.° Ano

Naturalmente, a altura máxima após cada ressalto vai sendo sucessivamente menor do que
a da anterior queda.

Fig. 1.17 Sensor de posição


Sensor de movimento que mede a altura de uma
h / cm
bola ao chão ao longo
80 do tempo e respetivo
gráfico altura-tempo para o
movimento.
60

40

20

Calculadora

5 10 15 20 t/s

A percentagem de diminuição de energia em cada colisão deve depender apenas da elasti-


cidade dos materiais em colisão, sendo então constante.

Elaborando-se o gráfico da altura de ressalto em função da altura de queda, hressalto = f (hqueda),


pois estas alturas são diretamente proporcionais às energias após e antes de uma dada coli-
são, pode prever-se qual é a altura de ressalto para uma dada altura de queda.

hressalto
= constante
hqueda
A constante obtida é igual ao declive da reta que melhor se ajusta aos dados experimentais
e obtém-se a partir da equação de regressão linear.

1.2 Energia e fenómenos elétricos


1.2.1 Energia elétrica e correntes elétricas

O transporte de energia elétrica está associado ao


deslocamento de cargas elétricas (Fig. 1.18).
Quando há um movimento orientado de cargas elé-
tricas, diz-se que existe uma corrente elétrica.
Há substâncias onde as cargas elétricas se movimen-
tam facilmente, as condutoras, e outras com um com-
portamento oposto, as isoladoras. No caso dos me-
tais, a corrente elétrica é o resultado do movimento
orientado de eletrões.

A carga elétrica (símbolo Q) exprime-se em coulomb


(símbolo C), no SI. A carga elétrica é sempre um múl-
tiplo da carga do eletrão, pois esta é a carga mais Fig. 1.18 As linhas de alta tensão permitem
pequena existente (é chamada carga elementar). o transporte da energia elétrica desde
as centrais elétricas até aos locais de
A carga do eletrão é –1,6 × 10−19 C. distribuição.

106
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

1.2.2 Grandezas elétricas: diferença de potencial elétrico e corrente elétrica.


Corrente contínua e corrente alternada.

Nos metais, os eletrões de valência estão fracamente atraí-


dos pelos núcleos atómicos. Por isso, esses eletrões, também
designados por eletrões livres ou de condução, movem-se
facilmente entre os agregados dos núcleos e eletrões inte-
riores (iões da rede metálica), (Fig. 1.19).

Para que exista um movimento ordenado dos eletrões de


condução, isto é, para que se origine uma corrente elétri-
ca, é necessário que sobre todos esses eletrões exista, num
Fig. 1.19 Eletrões de condução num
determinado intervalo de tempo, uma força com o mesmo metal.
sentido. Um dispositivo que pode originar essa força elétrica
é um gerador de tensão elétrica, (Fig. 1.20 A).

Sob ação de uma força, os eletrões de condução na sua trajetória vão colidindo com os iões
da rede metálica. Apesar do movimento em ziguezague, os eletrões deslocam-se ao longo do
condutor no mesmo sentido, (Fig. 1.20 B).
(A) (B)
+ -
B Fe
Fig. 1.20 Um gerador,
que origina forças
A
elétricas sobre os F 10
Fe eletrões de condução
criando uma corrente
elétrica, e o seu
símbolo esquemático.

Como os eletrões têm um deslocamento e há forças exercidas sobre eles, estas forças reali-
zam trabalho, ou seja, transferem energia, E, para os eletrões.

A energia, E, transferida por unidade de carga elétrica, Q, no deslocamento dessa carga entre
dois pontos, permite definir a diferença de potencial elétrico, U, entre esses pontos.

E
U= (unidade SI volt, símbolo V)
Q
É transferida a energia de um joule (1 J) no des-
locamento da carga de um coulomb (1 C) quan-
do a diferença de potencial elétrico entre os
pontos do deslocamento é de um volt (1 V).

A diferença de potencial elétrico, ou tensão,


mede-se com um voltímetro, Fig. 1.21. Quando se
mede, ligam-se as pontas do voltímetro entre
dois pontos do circuito. Por exemplo, no caso do
gerador existem dois polos, o positivo e o nega-
tivo, e deve ligar-se a ponta preta do voltímetro V
ao polo negativo e a vermelha ao positivo. Fig. 1.21 Um voltímetro e o seu símbolo esquemático.

107
FÍSICA 10.° Ano

Ao estabelecer-se uma diferença de potencial elétrico entre dois pontos, A e B, de um condu-


tor, surge uma corrente elétrica.

A corrente elétrica caracteriza-se também pela Secção reta do condutor


rapidez com que a carga elétrica é transportada
através de uma secção de um circuito, Fig. 1.22.
Se for Q a carga elétrica que atravessa uma sec-
ção reta de um circuito durante um intervalo de
tempo !t , a grandeza corrente elétrica, I, mé-
dia define-se por: Fig. 1.22 A corrrente elétrica será mais intensa se mais
eletrões atravessarem uma secção reta do condutor
por unidade de tempo.
Q
I= (unidade SI ampere, símbolo A)
!t
Se uma carga de um coulomb (1 C) atravessar
uma secção reta de um circuito durante um se-
gundo (1 s), a corrente elétrica é um ampere (1 A).
A corrente elétrica mede-se com um amperíme-
tro, Fig. 1.23. A

Se a diferença de potencial entre A e B tiver


sempre o mesmo sinal, as forças sobre os ele- Fig. 1.23 Um amperímetro e
o seu símbolo esquemático.
trões mantêm sempre o mesmo sentido. Então,
esta corrente elétrica tem um único sentido e é
designada por corrente contínua.

O sentido do movimento dos eletrões, do polo negativo para o polo positivo, designa-se por
sentido real e o sentido oposto, do polo positivo para o polo negativo, designa-se por sentido
convencional.

Se o sinal da diferença de potencial entre A e B mudar periodicamente, as forças também alter-


nam o seu sentido com a mesma periodicidade e o mesmo acontece com a corrente. É, assim,
originada uma corrente elétrica designada por corrente alternada.

As pilhas são geradores de corrente contínua e a rede de distribuição elétrica fornece uma
corrente alternada.

Questão resolvida

22. Num metal, os eletrões de condução


(A) só se movimentam se houver uma força que lhes forneça energia.
(B) como têm um movimento desordenado, originam uma corrente alternada.
(C) originam uma corrente elétrica se o seu movimento for ordenado.
(D) ficam sem energia ao colidirem com os iões da rede metálica.

(C). Os eletrões, em geral, têm movimentos desordenados e só originam uma


corrente elétrica se uma força os obrigar a moverem-se, em média, num sentido,
portanto, de modo ordenado.

108
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

Questões resolvidas

23. Uma lâmpada de filamento funciona com 2,2 V e 0,25 A. Determine:


23.1 a carga elétrica que atravessa uma secção reta do filamento durante um minuto;
23.2 a energia transferida para a lâmpada durante um segundo.

23.1 Q = I !t = 0,25 A × 60 s = 15 C
23.2 E = U Q = 2,2 V × 15 C = 33 J

24. Uma carga Q atravessa uma secção reta de um condutor A em 2 minutos e uma
carga 2 Q atravessa a secção reta de um condutor B em 3 minutos.
Qual é a relação entre as correntes elétricas, IA e IB , nos condutores A e B, respe-
tivamente?
1 4 3
(A) IA = 3 IB (B) IA = I (C) IA = I (D) IA = I
3 B 3 B 4 B

Q 1
(D).
I 2 min 2 3
(D). A = = =
IB 2Q 2 4
3 min 3

F 10

1.2.3 Grandeza elétrica: resistência elétrica de um condutor

Quando as extremidades de vários condutores se encontram sob igual diferença de poten-


cial elétrico, produzir-se-ão, em geral, diferentes correntes elétricas. Este comportamento dos
condutores pode ser traduzido pela sua resistência elétrica, R, definida pelo quociente entre
a diferença de potencial elétrico, U, nos seus terminais e a corrente elétrica, I, que o atravessa:

U
R= (unidade SI ohm, símbolo Ω)
I

Se numa secção reta de um condutor a corrente elétrica for


de um ampere (1 A) , quando submetido a uma diferença de
potencial de um volt (1 V), a resistência elétrica é um ohm (1 Ω).

Uma resistência elétrica pode medir-se usando um voltímetro


e um amperímetro, Fig. 1.25. Fig. 1.24 Símbolos de resistências:
constantes e variáveis.

Fig. 1.25 Medição indireta


de uma resistência e
esquema respetivo.

109
FÍSICA 10.° Ano

Questões resolvidas

25. Um elemento, puramente resistivo, de um circuito é percorrido por uma corrente


de 200 mA quando a diferença de potencial nos seus extremos é 12 V. A resistên-
cia elétrica desse elemento é
(A) 0,060 Ω. (B) 17 Ω. (C) 60 Ω. (D) 0,017 Ω.

U 12 V
(C). R = = = 60 Ω
I 0,200 A

26. O gráfico apresenta as curvas características de um led e de uma resistência de


um fio metálico.

I / mA
50
26.1 Indique, justificando, qual das duas cur-
vas, X ou Y, corresponde ao led. 40

26.2 Pode afirmar-se que 30


(A) a resistência do led diminui com o au- X
20
mento da diferença de potencial. Y
10
(B) quando a diferença de potencial au-
menta, as resistências aumentam.
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
(C) a resistência do metal é 21 Ω. U/V

(D) quando U = 1,2 V, o led apresenta menor resistência.

26.1 Y. A resistência elétrica do led depende da tensão aplicada.


U
26.2 (A). A resistência elétrica é R = . A resistência de X, o fio metálico, é cons-
I
tante, uma vez que U e I são diretamente proporcionais. A resistência de Y,
o led, diminui consoante U aumenta, uma vez que I aumenta mais rapida-
mente do que U. Para U = 1,2 V o led apresenta maior resistência do que o
fio metálico, uma vez que a corrente elétrica que atravessa o led é menor.

1.2.4 Energia transferida para um componente de um circuito elétrico.


Efeito Joule
Um gerador fornece energia continuamente para as cargas elétricas de um circuito, mas, apesar
dessa transferência contínua de energia, essas cargas mantêm a sua velocidade (de arrastamento).
Nos metais, aquela velocidade mantém-se porque há colisões dos eletrões de condução com os
iões da rede metálica, de que resulta transferência de energia para I
a rede metálica. Esta energia transferida aumenta a agitação dos A
iões, o que provoca o aumento de temperatura. Este efeito desig-
na-se por efeito Joule: dissipação de energia num condutor.
A Fig. 1.26 representa uma porção de circuito, com extremidades
A e B, e um gerador que estabelece uma diferença de potencial
elétrico, U, entre A e B. Sendo I a corrente elétrica, a energia
I B
transferida para a carga, Q, que atravessa uma secção reta desse
circuito, no tempo !t, é E = U Q. Como Q = I !t, obtém-se Fig. 1.26 Porção de circuito
E = U I !t. percorrido por uma corrente elétrica.

110
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

A energia transferida por unidade de tempo é a potência elétrica, P:


E
P= ou usando grandezas elétricas P = U I (unidade SI watt, símbolo W)
!t
Se nos terminais de um circuito houver uma diferença de potencial elétrico de um volt (1 V) quan-
do nele há corrente elétrica de um ampere (1 A), a potência fornecida é um watt (1 W). De igual
forma, se num segundo for transferida a energia de um joule, a potência fornecida é um watt.
Diz-se que um recetor é puramente resistivo se a potência fornecida se manifestar exclusiva-
mente em aquecimento. Então, a potência é dissipada por efeito Joule. Como U = R I, obtém-se:

Energia dissipada na resistência R E = R I 2 !t

Potência dissipada na resistência R P = R I2

Um circuito percorrido por uma corrente eleva a sua temperatura até que a energia transfe-
rida para o ambiente, por calor, iguale o valor da energia elétrica transferida para esse circui-
to. Posteriormente, a temperatura mantém-se constante. Num
radiador elétrico, a temperatura do filamento eleva-se até que
a energia transferida para o ambiente por unidade de tempo
iguale a potência dissipada, R I 2.
Um díodo emissor de luz, conhecido pela sigla led (light emitting
diode, Fig. 1.27), é um dispositivo que emite luz, de forma muito efi-
ciente, quando a corrente elétrica o percorre num dado sentido. Fig. 1.27 LED de diferentes cores.
F 10
Questão resolvida

27. Quando ligado à rede de energia elétrica, que disponibiliza 230 V, um aquecedor
elétrico fornece a potência de 600 W.
27.1 Determine:
a) o valor da corrente elétrica que atravessa a resistência do aquecedor;
b) a resistência elétrica do aquecedor;
c) a energia, em joules e em quilowatt-hora, que é libertada em trinta minutos
de funcionamento.
27.2 O aquecedor tem um comutador que permite ligar apenas metade da resis-
tência. Com metade da resistência ligada, a potência disponibilizada
(A) diminui para metade. (C) aumenta quatro vezes.
(B) mantém-se. (D) aumenta para o dobro.

P 600 W U 230 V
27.1 a) I = = = 2,61 A b) R = = = 88 Ω
U 230 V I 2,61 A
30
c) E = P !t = 600 W × 30 × 60 s = 1,08 × 106 J; E = 0,600 kW × h = 0,300 kW h
60
27.2 (D). Mantendo-se a tensão e diminuindo a resistência para metade, a cor-
rente elétrica aumenta para o dobro.
R
Como a potência é calculada por P = R I 2, conclui-se P’ = (2I)2 =
2 ⇒
2
= 2R I P’ = 2P.

111
FÍSICA 10.° Ano

Questão resolvida

28. Um condutor puramente resistivo, A, é percorrido por uma corrente elétrica I.


Outro condutor também puramente resistivo, B, com metade da resistência, é per-
corrido por uma corrente 2I.
E
28.1 A relação entre as energias dissipadas, A , no mesmo intervalo de tempo, é
EB
1
(A) 1. (B) 2. (C) . (D) 4.
2
U
28.2 A relação entre as diferenças de potencial nos extremos das resistências, A , é
UB
1
(A) 1. (B) 2. (C) . (D) 4.
2

28.1 (C). No mesmo tempo, a energia dissipada é diretamente proporcional à


R
potência dissipada: PB = (2I)2 = 2R I 2 = 2PA
2
28.2 (A). Sendo a corrente o dobro e a resistência metade, as tensões são
iguais.

1.2.5 Balanço energético num circuito


I
Quando se liga um gerador a um recetor é originada A
uma corrente elétrica e as cargas elétricas adquirem
energia no interior do gerador que será disponibilizada E útil
E dissipada
ao circularem. Nessa circulação, transferem energia no
recetor e no próprio gerador. De facto, um gerador pos-
B
sui uma resistência interna, r, e esta é a razão pela qual
I
os geradores também aquecem. Por consequência, Fig. 1.28 A energia de um gerador é
como apenas uma parte da energia do gerador é dis- utilizada num recetor e dissipada no
gerador.
ponibilizada para o recetor, esta designa-se por ener-
gia útil e a restante, porque a energia se conserva,
designa-se por energia dissipada no gerador, Fig. 1.28.
Egerador = Eútil + Edissipada

De forma semelhante ao que se definiu como diferença de potencial elétrico, define-se uma
grandeza característica de um gerador, a força eletromotriz, ε, como a energia disponibilizada
por um gerador, Egerador, por unidade de carga, Q, que o atravessa.
Egerador
ε= (unidade SI volt, símbolo V)
Q
Um gerador tem uma força eletromotriz de um volt (1 V) se disponibiliza a energia de um joule
(1 J) quando uma carga de um coulomb (1 C) o atravessa.
Egerador = ε Q e como Q = I Δt, obtém-se:
Egerador = ε I !t

Um gerador de tensão é caracterizado pela força eletromotriz, ε, e pela resistência interna, r.

112
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

Sintetizando na tabela:

Fornecida Dissipada Fornecida


pelo gerador no gerador ao recetor

Energia Egerador = ε I t Edissipada = r I 2 t Eútil = U I 2 t

Potência Pgerador = ε I Pdissipada = r I 2 Pútil = U I

A conservação de energia permite escrever:


Pgerador = Pdissipada + Pútil ou ε I = r I2 + U I
ou ainda:
ε=rI+U
Sendo a expressão anterior equivalente a:
U=ε–rI

em que ε e r são características do gerador e U e I são variáveis.

1.2.6 Características de uma pilha (AL 2.1)

A diferença de potencial nos terminais do recetor é função da corrente, U = f(I). Medindo-se as


correntes e as correspondentes diferenças de potencial nos terminais do recetor, iguais às do F 10
gerador, pode elaborar-se um gráfico que se chama curva característica de uma pilha, Fig. 1.29.

Fig. 1.29 Curva característica de uma pilha.

A curva característica de uma pilha pode obter-se usando o circuito esquematizado na Fig. 1.30.
R

Fig. 1.30 Esquema de circuito para obtenção da curva característica de uma pilha.

Quando se fecha o interruptor, pode variar-se o valor da resistência e obter-se conjuntos de


valores da corrente e da diferença de potencial. A resistência interna do gerador determina-se
a partir do declive da reta do gráfico U = f(I), podendo também determinar-se nesse gráfico a
força eletromotriz pela ordenada na origem (U para I = 0 ).

113
FÍSICA 10.° Ano

Questão resolvida

29. A figura apresenta a curva característica de 6,0

U/V
um gerador de tensão. 5,0

4,0
29.1 Determine as características do gerador:
3,0
força eletromotriz e resistência interna.
2,0
29.2 Indique o que significa a força eletro- 1,0
motriz do gerador.
0 0,20 0,40 0,60 0,80
29.3 Conclua, justificando, qual deverá ser o I/A

valor aproximado da tensão nos terminais da resistência externa quando esta


for muito maior do que a resistência interna do gerador.
29.4 Calcule, para uma corrente de 0,40 A, a potência total posta em jogo no gera-
dor e a energia dissipada na resistência externa durante 5,0 min.

29.1 A resistência interna é igual ao simétrico do declive no gráfico


!U (2,0 – 5,0) V
r=– =– = 5,0 Ω ; ε = r I + U = 5,0 Ω × 0,80 A + 2,0 V = 6,0 V
!I (0,80 – 0,20) A
29.2 A força eletromotriz é a energia que o gerador fornece por unidade de car-
ga elétrica que o atravessa.
29.3 Se a resistência externa for muito maior do que a resistência interna do
gerador, a queda de tensão na resistência interna do gerador será muito
menor do que a tensão nos terminais da resistência externa. Assim, a ten-
são nos terminais da resistência externa será muito próxima da força eletro-
motriz do gerador.
29.4 Pgerador = ε I = 6,0 V × 0,40 A = 2,4 W; Eútil = U I !t = 4,0 V × 0,40 A × 5,0 × 60 s =
= 4,8 × 102 J

1.2.7 Associações de componentes elétricos em série e em paralelo

Os componentes num circuito elétrico podem associar-se em série, em paralelo ou numa com-
binação dessas duas associações.
Numa associação em série há um U1 U2 U3
único caminho para os eletrões,
pelo que a corrente elétrica é igual
em todos os componentes e a di- R1 R2 R3
ferença de potencial nos terminais
U = U1 + U2 + U3
da associação é igual à soma das
é igual nas várias resistências.
diferenças de potencial em cada
um dos componentes, (Fig. 1.31). Fig. 1.31 Esquema de associação de resistências em série.

Se um dos componentes de uma associação em série se danificar, não permitindo que nele
haja corrente elétrica, todos os componentes deixarão de funcionar.

Numa associação em paralelo, os terminais dos componentes são comuns. Por isso, a dife-
rença de potencial elétrico é a mesma para todos os componentes. A Fig. 1.32 mostra duas
resistências associadas em paralelo e os seus terminais A e B comuns.

114
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

R2
Os eletrões, ao chegarem a um terminal comum (um nó
do circuito), têm mais do que um caminho possível, se- R1 2
1
guindo alguns para um componente e outros para outro A B
(ramos do circuito). Como consequência, a soma das
correntes elétricas em cada ramo (para onde divergi- U

ram os eletrões) é igual à corrente no ramo principal


(de onde divergiram ou para onde convergiram).
= 1
+ 2

Se um dos componentes de uma associação em para-


U é igual nos terminais das resistências
lelo se danificar, não permitindo que nele haja corrente
Fig. 1.32 Esquema de associação de
elétrica, os outros componentes continuarão a funcionar. resistências em paralelo.

Questões resolvidas

30. Na porção do circuito esquematizado 2,0 Ω 3,0 Ω


é aplicada uma diferença de potencial P Q
de 12,0 V entre os pontos PQ.
7,0 Ω 3,0 Ω
30.1 A corrente na resistência de 7 Ω é
(A) 4,0 A. (B) 1,4 A. (C) 2,0 A. (D) 1,2 A.
30.2 A corrente no ramo principal é
(A) 3,6 A. (B) 15,0 A. (C) 2,4 A. (D) 10,0 A.
30.3 A tensão elétrica nos terminais da resistência de 2 Ω é F 10
(A) 4,8 V. (B) 2,4 V. (C) 4,0 V. (D) 6,0 V.

30.1 (D). A tensão nos terminais da associação em série das resistências de 7 Ω e de


12 V
3 Ω é U7 + U3 = 7 Ω I + 3 Ω I = 12 V, ou seja, a corrente é I = = 1,2 A.
10 Ω
30.2 (A). A corrente no ramo principal é igual à soma das correntes em cada ramo:
12 V 12 V
I= + = 3,6 A.
5Ω 10 Ω
30.3 (A). A tensão nos terminais da resistência de 2 Ω é U = 2 Ω × 2,4 A = 4,8 V.

31. A figura mostra o esquema de um I1


troço de um circuito com resistên- R R
P Q
cias iguais. I2
R R
Sendo I1, I2, I3 as correntes nos dife-
rentes ramos do circuito, qual das I3
R
seguintes relações se verifica?
(A) I2 > I1 > I3 (B) I1 > I2 > I3 (C) I2 > I1 e I2 < I3 (D) I1 = I2 > I3

(A). Verifica-se que I2 = 2I3, porque I3 é uma parte de corrente de I2 que diverge
no nó com as duas resistências iguais em paralelo. A tensão, U, entre P e Q é a
mesma para os dois ramos:
4
U = 2 R I1 = R I2 + R I3 e conclui-se que I2 = I.
3 1

115
FÍSICA 10.° Ano

1.3 Energia, fenómenos térmicos e radiação


1.3.1 Sistema termodinâmico. Temperatura e equilíbrio térmico

Se no estudo de um sistema físico for necessário ter em conta a sua variação de energia in-
terna, ele deixa de ser tratado como um sistema mecânico e passa a ser estudado como um
sistema termodinâmico. Estes sistemas são o foco da termodinâmica, que estuda os fenóme-
nos térmicos, portanto, aqueles em que é necessário ter em conta a temperatura. Sabemos
que a temperatura de um sistema se relaciona com a agitação das partículas que o constituem:
quanto maior for essa agitação, maior será a temperatura (Fig. 1.33).

A B

40 oC 20 oC
Fig. 1.33 A temperatura do sistema será maior quando for maior a agitação das partículas.

Um sistema termodinâmico é constituído por muitas partí- TA > TB


culas, mas no seu estudo não se está interessado na des-
crição microscópica de cada uma dessas partículas, pois na Calor
termodinâmica a descrição do estado de um sistema usa
variáveis macroscópicas tais como o volume, a pressão, a
temperatura, a energia interna e a quantidade de matéria.

Se a temperatura do corpo A for maior do que a tempera- TA = TB


tura do corpo B, há uma transferência espontânea de ener-
gia de A para B. Chama-se calor à energia que é transferi-
da entre estes corpos. Quando a transferência de energia
termina, diz-se que A e B estão em equilíbrio térmico
(Fig. 1.34). É com base neste equilíbrio que se estabelecem
escalas de temperatura.

Fig. 1.34 Transferência de energia


A temperatura (símbolo T) é a propriedade física que se por calor e equilíbrio térmico.
mede com um termómetro e indica se um sistema está
ou não em equilíbrio térmico com outros: dois corpos em
equilíbrio térmico entre si estão à mesma temperatura.

A unidade do Sistema Internacional da grandeza temperatura termodinâmica é o kelvin (símbo-


lo K). Esta é usada sobretudo em ciência, mas no dia a dia usamos a escala Celsius. Em Celsius,
a temperatura representa-se pelo símbolo t, o símbolo de grau Celsius é °C. O limite para a
temperatura mínima é 0 K (zero absoluto) que corresponde a –273,15 °C .

Uma variação de temperatura em kelvin (!T) é igual a uma variação de temperatura em graus
Celsius (!t). Note-se que T ≠ t mas !T = !t (Fig. 1.35).

116
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

100° C
Ponto de ebulição da água
Escala Escala (à pressão de 1 atm)
Kelvin Celsius

373,15 K 100° C

100 100 graus


kelvin Celsius

273,15 K 0° C 0° C
Ponto de fusão do gelo
(à pressão de 1 atm)

Zero absoluto 0K -273,15° C


Fig. 1.35 Escala Kelvin e escala Celsius.

No século XVIII, os físicos já tinham reconhecido que ao colocarem em contacto dois corpos a
temperaturas diferentes, o de maior temperatura cedia energia ao de menor temperatura. Mas
pensavam que uma substância, que designa-
ram de calórico, passava do corpo quente para
o corpo frio. Essa ideia foi posta em causa por F 10
Benjamin Thompson. Quando trabalhava numa
fábrica de armas observou a perfuração de ca-
nos de canhões: devido à fricção, as peças fica-
vam tão quentes que era necessário arrefecê-las
com água fria (Fig. 1.36)! A partir desta e de outras
observações, Thompson concluiu que o calor
não podia ser uma substância, devendo antes
Fig. 1.36 A perfuração de peças metálicas origina
ser um processo de transferência de energia. o seu aquecimento.

Em meados do século XIX, a ideia de Thompson viria a ser confirmada com a famosa expe-
riência de Joule, que usou uma montagem como a que se reproduz na Fig. 1.37.

No interior de um vaso calorimétrico (recipiente com paredes isola-


T
doras térmicas) com água, foram montadas umas pás que giravam
juntamente com um eixo. Nesse eixo estava ligado um fio do qual
se suspendia um corpo: quando o corpo caía o eixo rodava, as pás
giravam dentro da água, exerciam forças sobre esta e realizavam
trabalho. Essa transferência de energia por trabalho provocava um
aumento da temperatura da água. A experiência de Joule permitiu
estabelecer a equivalência entre calor e trabalho: para aquecer o
T + ∆T
líquido podia-se usar calor ou trabalho. O trabalho e o calor são
processos que conduzem a um aumento da energia interna da
água, elevando a sua temperatura.

Fig. 1.37 Experiência de Joule: quando o corpo


suspenso cai, a temperatura da água aumenta.

117
FÍSICA 10.° Ano

As transferências de energia por calor podem ocorrer por processos físicos diferentes: condu-
ção térmica, convecção térmica e radiação (Fig. 1.38).

Transferências de energia por calor

Condução térmica: Convecção térmica: Radiação:


ocorre principalmente ocorre nos fluidos ocorre através da
nos sólidos. (líquidos e gases). propagação da luz.
Não necessita de contacto
Necessitam de contacto entre os sistemas.
entre os sistemas.
Fig. 1.38 Transferências de energia por calor.

Questão resolvida

32. Joule repetiu inúmeras vezes a experiência da equivalência entre trabalho e calor,
introduzindo variantes no método. Numa «repetição» de uma dessas variantes, um
grupo de estudantes utilizou um fio com uma resistência elétrica de 70 Ω num vaso
calorimétrico com 1,0 kg de água. A temperatura inicial da água era 17 °C e, quando
se fez passar por esse fio uma corrente elétrica de 0,80 A, a temperatura da água
aumentou para 32 °C ao fim de 25 minutos.
1 kcal é a energia necessária para elevar de 1 °C a temperatura de 1 kg de água.
32.1 A energia é transferida do fio para a água como ___________ por um pro-
cesso de ___________.
(A) trabalho ... condução (C) calor ... condução
(B) trabalho ... convecção (D) calor ... convecção
32.2 Mostre que na experiência descrita o equivalente ao valor de 1,0 cal é 4,5 J.
Comece por determinar a energia transferida pelo fio para a água.

32.1 (C). O fio aquece por efeito Joule, ficando a uma temperatura superior à da
água que está em contacto com ele. Assim, ocorre transferência de energia
como calor do fio para a água, por condução.

32.2 A energia dissipada no fio, por efeito Joule, é E = R I2 !t = 70 Ω × (0,80 A)2 ×


× (25 × 60 s) = 6,72 × 104 J. Admitindo que toda esta energia foi transferida
para 1,0 kg de água, conclui-se que, para o aumento de 15 °C na sua tempe-
ratura, foi necessário absorver 6,72 × 104 J.

Segue-se que a um aumento de 1 °C na temperatura dessa massa de água


corresponderia à absorção de uma energia de
6,72 × 104 J
= 4,48 × 103 J, ou seja, 1 kcal = 4,48 × 103 J, portanto,
15
4,48 × 103 J
1,0 cal = = 4,5 J.
1000

118
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

1.3.2 Radiação e irradiância. Painéis fotovoltaicos

O Sol transfere energia para o Espaço através da luz que


emite. A luz é radiação eletromagnética que se propaga
sob a forma de ondas.

A Terra, o Sol e todos os corpos, sem exceção, emitem ra-


diação eletromagnética. A origem desta radiação reside na
agitação térmica das partículas carregadas eletricamente
que constituem os corpos. O tipo de radiação emitida de-
Fig. 1.39 Termografia de uma mão.
pende da temperatura do corpo. À temperatura ambiente,
todos os corpos emitem predominantemente radiação
infravermelha (Fig. 1.39).

Para além de emitirem, os corpos também absorvem radiação. A radiação visível é totalmente
absorvida pelas superfícies pretas. O balanço entre as energias absorvida e emitida determina
a evolução da energia interna de um sistema.

Se a radiação eletromagnética divergir de No mesmo tempo, Δt


um ponto (Fig. 1.40), a sua energia espalha-se
por uma área cada vez maior. Neste caso,
a sua potência, P – energia por unidade de
tempo – também se espalha por uma área,
A, cada vez maior: quando nos afastamos da F 10
fonte luminosa, a luz fica menos intensa.

A grandeza irradiância, Er, traduz a potência,


P, da radiação por unidade de área, A (ener-
gia da radiação por unidade de área e por
Igual energia, E Diferente área iluminada, A
unidade de tempo):

P ⇔ E Fig. 1.40 Quando a mesma energia incide numa área


Er= Er= maior, a irradiância é menor.
A A !t

(unidade SI: watt por metro quadrado, W m–2)

A irradiância solar média no topo da atmosfera é 1,36 × 102 W m–2 (valor designado por cons-
tante solar): significa que cada metro quadrado do topo da atmosfera recebe, em média, a
energia de 1,36 × 102 J por segundo. Na superfície terrestre, a irradiância é menor, pois há
absorção de radiação pela atmosfera.

Os painéis fotovoltaicos, constituídos por células foto-


voltaicas (Fig. 1.41), tiram partido da radiação solar para
produzir eletricidade. A incidência de radiação numa
célula fotovoltaica origina uma diferença de potencial
elétrico nos seus terminais, criando uma corrente elé-
trica contínua num circuito.

Fig. 1.41 Célula fotovoltaica de silício.

119
FÍSICA 10.° Ano

Os painéis devem estar colocados de modo a maximizar a irradiância solar incidente (no he-
misfério norte, orientados para Sul e com uma inclinação adequada à latitude do lugar). Veri-
fica-se que existe uma determinada diferença de potencial elétrico que maximiza a potência
elétrica fornecida por um painel fotovoltaico.

1.3.3 Radiação e potência elétrica de um painel fotovoltaico (AL 3.1)

Investiga-se a influência da irradiância e da diferença de potencial elétrico na eficiência e na


eficácia do aproveitamento de energia por um painel fotovoltaico efetuando uma montagem
em que uma lâmpada ilumina uma célula fotovoltaica ligada a uma resistência elétrica variável.

Para medir a potência elétrica, P, fornecida pelo painel à re- R


sistência elétrica variável, R (resistência de carga), mede-se a
diferença de potencial elétrico, U, nos terminais do painel e a
corrente elétrica, I, fornecida pelo painel com um voltímetro e
A
um amperímetro, respetivamente.
Pode variar-se a irradiância no painel variando a distância a
que a lâmpada se encontra do painel, mudando a orientação V
do painel ou, ainda, usando filtros.
Fig. 1.42 Esquema de montagem
O rendimento, η, de um painel, para uma dada irradiância, para investigar quando é máximo
pode calcular-se pelo quociente entre a energia, Ecarga, ou a o rendimento de um painel
fotovoltaico.
potência, Pcarga, máxima disponibilizada à resistência de carga
e a energia, Eradiação, ou potência, Pradiação, da radiação incidente:
Ecarga P
η= = carga .
Eradiação Pradiação

Nesta atividade não se mede a irradiância e apenas se pode avaliar as condições em que,
para uma dada irradiância, se tem o máximo de potência fornecida à resistência variável ou
verificar que ao diminuir-se a irradiância também diminui a potência fornecida pelo painel à
resistência. Assim, pode avaliar-se, para uma dada irradiância, as condições em que a potên-
cia fornecida pelo painel é máxima.
Para um painel fotovoltaico, e para uma dada irradiância, podem obter-se gráficos semelhan-
tes ao da Fig. 1.43 para a corrente, I, ou para a potência, P, fornecida pelo painel em função
da tensão, U, nos terminais da resistência. O gráfico P(U) permite determinar a tensão Umáx
U
(ou a resistência Rmáx = máx ) que maximiza a potência elétrica fornecida pelo painel (não se
Imáx
determina o rendimento do painel, pois desconhece-se a potência da radiação nele incidente).

Pmáx
Corrente, I ; Potência, P

Imáx

Umáx
Tensão, U

Fig. 1.43 Curva I = f(U) e P = f(U) para um painel


fotovoltaico.

120
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

Questões resolvidas

33. O conjunto de painéis fotovoltaicos instalado numa exploração agrícola tem uma
área total de 350 m2 e uma potência média de 2,0 kW. No local da exploração, a irra-
diância solar média é 1600 kW h m–2 ano–1 e há, em média, 6,0 h de luz solar por dia.
33.1 Indique o significado físico do valor da irradiância solar média neste local.
33.2 Apresente o valor da irradiância solar média na unidade SI.
33.3 Qual é o rendimento médio do conjunto de painéis fotovoltaicos? Interprete o
valor encontrado.

33.1 Uma irradiância solar de 1600 kW h m–2 ano–1 significa que a energia da
radiação solar que chega ao local considerado, por metro quadrado de su-
perfície e por ano, é, em média, 1600 kW h.
E 1600 kW h 1600 × 103 W × 1 h
33.2 Er = ⇒ Er = ⇔ E = = 182,5 W m–2
A !t 1 m2 × 1 ano r 1 m2 × 365,25 × 24 h
33.3 A energia da radiação solar que incide nos painéis, num dia, é, em média:
Erad = Er A !t ⇒ Erad = 182,5 W m–2 × 350 m2 × 6,0 h = 3,83 × 105 W h = 383 kW h.
A energia elétrica produzida pelos painéis ao fim de um dia é:
Eelétrica = P !t ⇒ Eelétrica = 2,0 kW × 24 h = 48,0 kW h.
E 48,0 kW h
O rendimento dos painéis é η = elétrica ⇒ η = = 0,13; portanto,
Eradiação 383 kW h
13% da energia incidente no painel é convertida em energia elétrica. F 10

34. Variou-se a resistência de um circuito ali- 400


Potência / mW

mentado por uma célula fotovoltaica sobre 350


300
a qual incide luz solar. Com base em medi-
250
ções efetuadas, representou-se num gráfico
200
a potência elétrica fornecida em função da 150
resistência que a célula alimentava. O rendi- 100

mento máximo desta célula é cerca de 10%. 50


0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
34.1 Qual é a resistência para a qual o ren-
Resistência /
dimento da célula é 10%?
34.2 Determine a potência da radiação da luz solar incidente na célula quando o
seu rendimento é máximo.
34.3 Para a potência máxima, a célula fornece uma corrente elétrica de 0,21 A. Qual
deverá ser a tensão nos terminais da célula?

34.1 O rendimento é máximo quando também é máxima a potência elétrica.


Do gráfico estima-se que o máximo de potência ocorra para R = 8,5 Ω.

34.2 Quando o rendimento é máximo, P = 350 mW = 0,35 W:


Pelétrica 0,35 W
η= ⇒ 0,10 = ⇔ Pradiação = 3,5 W.
Pradiação Pradiação
P 0,35 W
34.3 Pelétrica = U I ⇔ U = elétrica ⇒ U = = 1,7 V
I 0,21 A

121
FÍSICA 10.° Ano

1.3.4 Condução térmica e convecção térmica.


Transferências de energia como calor num coletor solar

A condução térmica e a convecção térmica são dois tipos de mecanismos de transferência de


energia como calor que só ocorrem através de um meio material.

A condução térmica ocorre predominantemente em sólidos,


resultado da transmissão das vibrações das partículas (áto-
mos, moléculas ou iões) que constituem o corpo, sem que
haja movimentos do próprio meio material (as partículas agi-
tam-se em torno das suas posições médias de equilíbrio, mas Água
quente Água
não se deslocam ao longo do material). Entre duas regiões, fria
o calor transfere-se da região a temperatura maior para a que
está a temperatura menor (Fig. 1.44): as partículas da região Fig. 1.44 A barra de cobre em U
mais quente estão mais agitadas e essa agitação propaga-se transmite o calor por condução
da água quente para a água fria.
às partículas vizinhas e destas às outras, ao longo do corpo;
o aumento da agitação corpuscular traduz-se em aumento
de temperatura da região que recebe essa energia.

A convecção térmica (Fig. 1.45) ocorre unicamente em fluidos (gases ou


líquidos) e caracteriza-se pelo facto de a energia ser transferida pelo
movimento de partes do próprio fluido: as partes mais quentes, por
serem menos densas, sobem (corrente ascendente) e as mais frias,
por serem mais densas, descem (corrente descendente). Estes movi-
Fig. 1.45 Convecção no
mentos sucessivos do fluido designam-se por correntes de convecção. interior de água aquecida.

Questão resolvida

35. Descreva o modo como se processa o aquecimento da água numa panela com a
fonte de aquecimento na sua base.

A fonte de aquecimento faz aumentar a temperatura da superfície exterior da


base da panela e o calor é transmitido por condução térmica à superfície interior
da base da panela. A água na parte inferior da panela adquire uma maior tem-
peratura devido ao contacto com a superfície interior da base da panela, ficando
menos densa. Por isso sobe e é substituída por água menos quente, que desce
por ser mais densa. Estes movimentos do fluido (correntes de convecção) impli-
cam trocas constantes de energia: a água mais quente (que sobe) vai arrefecendo
e a água menos quente (que desce) vai aquecendo.

1.3.5 A radiação solar e os coletores solares

Nos coletores solares, a radiação é aproveitada para aquecimento de um fluido. Existem diver-
sos tipos de coletores solares, sendo o mais comum o coletor plano (Fig. 1.46).

Placa coletora
Tubo de aquecimento
Cobertura
transparente
Material Fig. 1.46 Componentes de um
isolante
Caixa coletor solar plano.

122
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

O coletor plano tem três componentes principais:

• placa coletora (normalmente metálica e pintada de negro), que absorve a radiação e à


qual estão soldados tubos condutores, que aquecem por condução, por onde circula o
fluido que vai aquecendo, gerando-se neste correntes de convecção;

• cobertura transparente (de vidro ou acrílico), que provoca efeito de estufa (é transparen-
te à radiação visível mas opaca à radiação infravermelha);

• caixa com isolamento térmico, para minimizar as transferências de energia por calor, dar
rigidez ao conjunto e proteger o sistema dos agentes atmosféricos.

Questão resolvida

36. Num coletor solar, a radiação solar absorvida é determinante para a energia útil
obtida. Um modo de diminuir as perdas de energia por radiação consiste na utili-
zação de superfícies seletivas que absorvem muito no visível mas emitem pouco
no infravermelho.
36.1 Por que motivo a utilização de uma superfície seletiva diminui as perdas de
energia por radiação?
36.2 Indique outro modo vulgarmente utilizado nos coletores solares de diminuir as
perdas de energia por radiação. F 10
36.3 Considere a cobertura de vidro transparente de um coletor.
(A) Esta cobertura transmite a maior parte da radiação na região do infraver-
melho.
(B) Esta cobertura impede as perdas térmicas por convecção.
(C) Esta cobertura deve ser transparente ao infravermelho.
(D) O vidro deve ter um tratamento antirreflexo na parte interior.

36.1 A maior parte da radiação absorvida pelo coletor situa-se na região do visí-
vel, por isso pretende-se que a superfície seja boa absorsora nessa região
(uma elevada percentagem de radiação incidente deve ser absorvida). No
entanto, a maior parte da radiação emitida por essa superfície situa-se na
região do infravermelho e, como se procura minimizar as perdas de energia
do coletor, convém que a superfície seja má emissora no infravermelho.
36.2 A colocação de uma cobertura de vidro transparente à radiação visível, uma
vez que o vidro transmite mal na região do infravermelho. Assim, a radiação
infravermelha tende a ficar retida no interior do coletor, originando efeito
de estufa.
36.3 (B). A cobertura impede o deslocamento de ar do interior para o exterior do
coletor e vice-versa (correntes de convecção).
A cobertura deve ser transparente no visível, mas opaca no infravermelho.
A radiação infravermelha é refletida pelo vidro. O tratamento antirreflexo
serve para minimizar a reflexão da radiação incidente e, por isso, deve ser
colocado na superfície exterior da cobertura.

123
FÍSICA 10.° Ano

1.3.6 Primeira Lei da Termodinâmica: transferências de energia


e conservação da energia

A energia interna é uma propriedade de um sistema. O calor e o trabalho, pelo contrário, não
são propriedades de um sistema, mas sim processos de transferir energia entre sistemas.

Propriedade do sistema Processo de transferir energia entre sistemas

Energia interna Trabalho e calor

A Lei de Conservação da Energia pode ser traduzida, para um sistema termodinâmico, do se-
guinte modo: a energia interna, U, de um sistema isolado é constante no decurso do tempo
(a energia «não se cria nem se destrói»): a variação de energia interna é nula, !U = 0 (sistema
isolado).

!U = W + Q (sistema não isolado) W<0

Q>0
A equação anterior exprime a Primeira Lei da Termodi- W>0
nâmica e é equivalente à Lei de Conservação da Energia Sistema Exterior
para sistemas termodinâmicos: quando entra energia no Q<0

sistema, seja por trabalho, W, ou por calor, Q, estes são po-


sitivos, pois contribuem para o aumento da energia interna
Fig. 1.47 A energia interna de um
do sistema; quando sai energia do sistema pelos mesmos
sistema pode variar pelos processos
processos, W e Q são negativos, pois contribuem para a di- trabalho ou calor.
minuição da energia interna do sistema (Fig. 1.47).

Se for constante o volume de um sistema não há transferência de energia por trabalho


(W = 0). Assim, se a temperatura do sistema aumentar, pode concluir-se que o sistema rece-
beu energia por calor (Q > 0) e se a sua temperatura diminuir cedeu energia por calor (Q < 0).
Quando há variação do volume de um sistema termodinâmico, há transferência de energia por
trabalho (existem forças aplicadas sobre o sistema durante um determinado deslocamento).

Se o volume do sistema diminuir (compressão), haverá trabalho realizado pela vizinhança so-
bre o sistema: W > 0 (se o sistema estiver isolado termicamente, a sua energia interna aumenta).

Se o volume do sistema aumentar (descompressão), há trabalho realizado pelo sistema sobre


a vizinhança: W < 0 (se o sistema estiver isolado termicamente, a sua energia interna diminui).

Quando um corpo A, a uma temperatura TA, é


posto em contacto térmico com um corpo B, TA Q TB
(corpo quente) (corpo frio)
a uma temperatura inferior TB, estando ambos
TA > TB
num recipiente isolador térmico, o corpo A vai
O corpo A cede energia por calor (!EA = – Q)
transferir energia por calor para o corpo B até
O corpo B recebe energia por calor (!EB= Q): !EB = –!EA
se estabelecer o equilíbrio térmico (Fig. 1.48). Se
Fig. 1.48 Transferência de energia por calor.
não houver trocas de energia com o exterior, a
energia cedida pelo corpo A, –!EA, será toda
transferida para o corpo B, !EB:

!EA + !EB = 0 ⇔ !EB = –!EA

124
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

Questões resolvidas

37. Um gás está contido num cilindro com êmbolo móvel. O sistema está
isolado termicamente do exterior. O êmbolo desloca-se da posição
1 para a posição 2, sendo realizado sobre o sistema um trabalho de 1
500 J. Para esta transformação pode concluir-se que 2

(A) o gás arrefece e a sua energia interna diminui 500 J. GÁS

(B) o gás aquece e a sua energia interna aumenta 500 J.


(C) a energia interna do gás diminui 500 J, mas a sua temperatura não varia.
(D) a energia interna do gás aumenta 500 J, mas a sua temperatura não varia.

(B). W = 500 J e Q = 0, logo !U = W + Q ⇒ !U = 500 J + 0 = 500 J.


Como existe trabalho realizado sobre o sistema, a sua energia interna aumenta.
O aumento de energia interna do gás traduz-se num aumento da energia cinética
das moléculas que o constituem e, portanto, da sua temperatura.

38. É fornecida ao ar de um balão a energia por calor de 3,0 × 104 kcal e ao aumentar o
volume do balão ele realiza um trabalho de 71 MJ. Determine a variação de energia
interna do ar, para este processo. Considere que 1 cal é igual a 4,18 J.

Q = 3,0 × 104 kcal = 3,0 × 107 cal = 3,0 × 107 × 4,18 J = 1,25 × 108 J F 10
W = –71 MJ = –71 × 106 J = –7,1 × 107 J
(Como o trabalho é realizado pelo sistema sobre a vizinhança, tem sinal negativo.)
Variação de energia interna: !U = W + Q ⇒ !U = (–7,1 × 107 + 1,25 × 108) J = 5,4 × 107 J

1.3.7 Aquecimento e arrefecimento de sistemas: capacidade térmica mássica

A variação de temperatura de um sistema de- 4500


c / J kg–1 K –1

4000
pende da energia transferida entre o sistema 3500
e a vizinhança, da massa do sistema e do ma- 3000
2500
terial que o constitui. 2000
1500
A capacidade térmica mássica, c, de um ma- 1000
500
terial é igual à energia que é necessário trans- 0
Água Álcool Cobre Ferro Alumínio
ferir, como calor, por unidade de massa e por líquida etílico
unidade de variação de temperatura (Fig. 1.49):
Fig. 1.49 Calor a transferir a 1 kg de diferentes
c = E (unidade SI: J kg–1 K–1) substâncias para que a sua temperatura aumente 1 K.
m !T
Se o corpo receber energia, E > 0, a sua temperatura aumentará, !T > 0; se o corpo ceder ener-
gia, E < 0, a sua temperatura diminuirá, !T < 0.

Para duas substâncias com a mesma massa, a de maior capacidade térmica mássica necessita
de receber mais energia para o mesmo aumento de temperatura: E = m c !T (o mesmo se aplica
quando a substância cede energia, diminuindo a sua temperatura).

125
FÍSICA 10.° Ano

1.3.8 Capacidade térmica mássica (AL 3.2)

Se for fornecida a energia E a um material, sem que este mude de fase, ele sofre um aumento
de temperatura !T; portanto, a variação de temperatura depende da energia recebida. Seja
m a massa de um bloco do material e c a capacidade térmica mássica, a equação que rela-
ciona essas duas grandezas é

!T = 1 E ou T = 1 E – T0.
mc mc
Usando para aquecimento do material uma resistência elétrica, pode medir-se a corrente
elétrica, I, que a atravessa e a tensão elétrica, U, nos seus terminais. A potência fornecida
calcula-se pelo produto destas duas grandezas. Usando um cronómetro mede-se o intervalo
de tempo !t, e determina-se a energia, E, fornecida.
E = U I !t

Colocando um termómetro num bloco do ma- T


terial, recolhe-se a temperatura e, admitindo
que toda a energia fornecida à resistência é
cedida ao bloco, pode elaborar-se um gráfi-
co da temperatura, T, do bloco em função da
energia, E, recebida. O gráfico T(E) mostra os
resultados obtidos para dois materiais diferen-
tes com a mesma massa. E
Fig. 1.50 Gráfico T(E) para dois materiais diferentes
com a mesma massa.

Da equação T = 1 E – T0 conclui-se que os declives das retas de ajuste aos gráficos T(E) de-
mc
pendem da massa dos blocos e da capacidade térmica mássica do material e são iguais a 1 .
mc
Assim, se os blocos tiverem a mesma massa, tem menor capacidade térmica mássica aquele
que apresentar um gráfico com maior declive.

Questão resolvida

39. A uma amostra de 250 g de cobre, inicialmente a 15 °C, foram fornecidas 1382
cal de energia por calor e a sua temperatura subiu até 75 °C. Depois de aque-
cida, a amostra de cobre foi colocada num recipiente com 250 g de água a
18 °C. Despreze a massa do recipiente e considere-o isolado termicamente.
Considere 1 cal = 4,18 J.

39.1 Determine, expressa em unidades SI, a capacidade térmica mássica do cobre.


39.2 Qual é a temperatura da mistura de cobre e água ao ser atingido o equilíbrio
térmico?
39.3 Determine as variações de temperatura da água e do cobre entre o instante em
que se introduz o cobre na água e o equilíbrio térmico.
39.4 Explique as diferenças entre as variações de temperatura da água e do cobre
determinadas.

126
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

39.1 Conversão para unidades SI: m = 250 g = 0,250 kg;


Q = 1382 cal = 1382 × 4,18 J = 5777 J
Variação de temperatura do cobre: !t = tf – ti = (75 – 15) °C = 60 °C = 60 K
E 5777 J
ccobre = ⇒ ccobre = = 3,9 × 102 J kg–1 K–1
m !T 0,250 kg × 60 K
39.2 No equilíbrio térmico, a água e o cobre têm a mesma temperatura:
Tágua = Tcobre = Tf
Variações de temperatura: !tágua = tf – 18 ; !tcobre = tf – 75
A energia recebida por calor pela água, !Eágua, é igual à energia cedida
por calor pelo cobre, –!Ecobre:
!Eágua = –!Ecobre ⇒ mágua cágua !Tágua = –mcobre ccobre !Tcobre ⇒
⇒ 0,25 × 4,18 × 103 (tf – 18) = –0,25 × 385 × (tf – 75) ⇒ tf = 23 °C

39.3 !tágua = 23 – 18 = 5 °C: a água aumentou a sua temperatura de 5 °C.


!tcobre = 23 – 75 = –52 °C: o cobre diminuiu a sua temperatura de 52 °C.

39.4 O calor recebido pela água é igual ao calor cedido pelo cobre, mas as varia-
ções de temperatura dependem ainda das capacidades térmicas mássicas
de cada um dos corpos (neste caso, a massa de água é igual à de cobre).
Uma capacidade térmica mássica elevada, como é o caso da água, cor-
responde a uma menor variação de temperatura para a mesma troca de
energia por calor (considerando massas iguais).

F 10
1.3.9 Aquecimento e mudanças de estado: variação das entalpias de fusão
e de vaporização

Numa mudança de estado físico (fusão ou vapori-


Variação de entalpia
zação) de uma substância, a temperatura não va- Substância
mássica de fusão / kJ kg–1
ria: a energia fornecida traduz-se na quebra das
Água 334
ligações entre as partículas características da subs-
tância e não no aumento da agitação corpuscular. Etanol 101

Propano 80
A energia que é necessário fornecer, por calor, a Metano 59
pressão constante, por unidade de massa de subs-
tância, para que ocorra a sua fusão, ou a sua vapori-
zação, designa-se por variação de entalpia mássica
de fusão, !hfusão, ou variação de entalpia mássica de
vaporização, !hvaporização, respetivamente (unidade SI:
J kg–1). Assim, para uma mudança de estado:

Emudança de estado
!hmudança de estado = ⇒ Emudança de estado = m !hmudança de estado
m

em que Emudança de estado representa a energia fornecida por calor, a pressão constante, para que
a massa de uma determinada substância mude do estado sólido para o líquido (fusão) ou do
estado líquido para o estado gasoso (vaporização).

127
FÍSICA 10.° Ano

1.3.10 Balanço energético num sistema termodinâmico (AL 3.3)

Se dois corpos, A e B, a diferentes temperaturas entrarem em contacto, há uma transferência


de energia entre eles. Se estiverem isolados, a energia que um cede é recebida pelo outro.
A variação de energia interna do sistema dos dois corpos é nula:
!U = !EA + !EB = 0 ⇔ !EB = –!EA
Se um sistema de massa m e capacidade térmica mássica c não mudar de fase, a sua variação
de energia interna é !E = m c !T.
Se o sistema também mudar de fase, a esta variação de energia adiciona-se a energia neces-
sária para que todo o sistema passe de um estado físico para o outro, E = m !h, mantendo-se
a temperatura constante: !E = m c !T + m !h.
Por exemplo, adicionando uma certa massa de gelo fundente (gelo a 0 °C) a uma outra massa
de água, e admitindo que o sistema gelo + água é isolado, uma vez conhecidas a temperatura
inicial da água, Ti água, e a temperatura final, Tf , após todo o gelo ter fundido, pode calcular-se
a variação de entalpia mássica de fusão, !h, da água pela seguinte relação:
–mágua cágua !Tágua = mgelo cágua !Tágua do gelo + mgelo !h ⇔
⇔ –mágua cágua (Tf – Ti água) = mgelo cágua Tf + mgelo !h

A mesma relação pode ser utilizada para prever qual seria a temperatura final, Tfinal, conside-
rando o sistema gelo + água isolado, se se conhecer a temperatura inicial da água, Tinicial água,
e a variação de entalpia mássica de fusão, !h, da água.

Questão resolvida

40. Determine a energia que é necessário fornecer, por calor, a 2,5 kg de prata a 20 °C
para a fundir completamente. Considere os seguintes dados relativos à prata:
cprata = 2,3 × 102 J kg–1 °C–1; tfusão = 961 °C e !hfusão = 8,8 × 104 J kg–1

Cálculo da energia, E1, para que a prata aumente a sua temperatura de 20 °C para
961 °C: E1 = m c !t ⇒ E1 = 2,5 × 2,3 × 102 × (961 – 20) J = 5,41 × 105 J
Cálculo da energia, E2, necessária para que a prata passe do estado sólido para o
líquido: E2 = m !hfusão ⇒ E2 = 2,5 × 8,8 × 104 J = 2,20 × 105 J
Energia total necessária: E = E1 + E2 ⇒ E = (5,41 × 105 + 2,20 × 105) J = 7,6 × 105 J.

1.3.11 Segunda lei da termodinâmica: degradação de energia e rendimento

Considere dois corpos a temperaturas diferentes em contacto térmico: verifica-se que o mais
quente arrefece e o mais frio aquece, e não o contrário (Fig. 1.51). Esta mudança ocorre esponta-
neamente num determinado sentido e nunca em sentido oposto. Trata-se de uma transforma-
ção irreversível: não pode ocorrer em sentido oposto se não houver alteração da vizinhança.

TA TB T'A < TA T'B > TB Tequilíbrio Tequilíbrio


(corpo mais quente) (corpo mais frio)

Instante inicial (TA > TB ). Instante posterior: A arrefece e B aquece. Instante em que se atinge o equilíbrio térmico.

O sistema evolui no tempo num sentido bem determinado

Fig. 1.51 Transformação irreversível: a energia, por calor, transfere-se do corpo quente para o frio e não ao contrário.

128
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

A Segunda Lei da Termodinâmica traduz a inevitabilidade da degradação de energia:

Num sistema isolado, a quantidade de energia útil nunca aumenta.

Numa máquina térmica, como, por exemplo, as máquinas a vapor, uma determinada parte
da energia recebida por calor é utilizada para a realização de trabalho (energia cedida às
diferentes peças móveis do mecanismo da máquina). Mas, como existe sempre energia dissi-
pada, é impossível que num processo cíclico toda a energia fornecida ao sistema por calor
seja utilizada na realização de trabalho, pois existe sempre energia cedida ao exterior por
calor. Qualquer máquina térmica tem rendimento inferior a 100%.

Questão resolvida

41. Numa central termoelétrica, utiliza-se a combustão de um combustível fóssil para


aquecer água, de modo que se transforme em vapor. Este vapor de água é utiliza-
do para mover as pás giratórias de uma turbina ligada a um gerador.
Sendo E a energia transferida por calor para a água (E > 0) como resultado da
combustão e W o trabalho realizado pelo vapor de água sobre as pás giratórias da
turbina (W < 0), classifique, justificando, como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma
das afirmações seguintes.

Gases de

Caldeira
combustão
Turbina Gerador
F 10

Carvão
pulverizado
Água de
refrigeração
Ar Água
Torre de
refrigeração
Queimador Condensador

(A) De acordo com a Segunda Lei da Termodinâmica, E > –W.


(B) A energia elétrica produzida é igual à energia libertada por calor na combustão.
(C) No funcionamento de uma central termoelétrica, a energia disponível para a
realização de trabalho mantém-se constante.
(D) A energia útil do sistema combustível e oxigénio é maior do que –W.

(A) Verdadeira. A água não utiliza toda a energia recebida por calor para a reali-
zação de trabalho, pois existe sempre dissipação de energia para o ambiente
(energia cedida como calor).
(B) Falsa. Não existe nenhuma máquina térmica com rendimento igual a 100%.
(C) Falsa. Na central ocorre uma enorme diversidade de processos irreversíveis,
pelo que a energia útil (energia disponível para a realização de trabalho) di-
minui.
(D) Verdadeira. A energia degrada-se e, por isso, a quantidade de energia útil
disponibilizada na turbina é sempre menor do que a energia útil presente
inicialmente.

129
FÍSICA 10.° Ano

Questões propostas

Energia e movimentos

1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) A unidade SI de trabalho é o newton.
(B) O trabalho realizado por uma força depende da amplitude do ângulo definido entre o
deslocamento e a força e dos módulos destas grandezas.
(C) O trabalho realizado por uma força que faz um ângulo de 90o com o deslocamento é nulo.
(D) No deslizamento de um corpo, o trabalho realizado pela força de atrito é sempre negativo.
(E) O trabalho realizado por uma força é uma grandeza vetorial.

2. Uma força de intensidade constante atua sobre um corpo.


Tendo em conta as opções seguintes, preencha corretamente os espaços em branco.
(A) é positivo (C) é nulo (E) diminui
(B) é negativo (D) aumenta (F) mantém-se
2.1 Quando a força tem sentido contrário ao do deslocamento, o trabalho da força __________.
2.2 Quando a intensidade da componente da força na direção e no sentido do deslocamento
diminui, a energia transferida por ação dessa força __________.
2.3 Quando o ângulo de uma força resistente com o deslocamento diminui, a energia trans-
ferida por ação dessa força __________.
2.4 Quando uma força é perpendicular ao deslocamento, o trabalho da força __________.

3. Dois veículos movem-se como indica a figura.

2v v

A B

m 2m

A relação entre as energias cinéticas do carrinho A, Ec(A), e do carrinho B, Ec(B), é


1
(A) Ec(A)= Ec(B). (C) Ec(A) = E .
2 c(B)
(B) Ec(A) = 2 Ec(B). (D) Ec(A) = 4 Ec(B).

4. Um carro de massa 1,50 × 103 kg, rebocado por um pronto-socorro, move-se a 30 km/h e é
puxado por um cabo que faz 20o com a horizontal.

20º

Num deslocamento de 100 m, num plano horizontal, a intensidade da força de tensão exer-
cida pelo cabo manteve-se 2,00 × 103 N.
4.1 Represente as forças aplicadas no carro.
4.2 Determine a intensidade da componente horizontal da força exercida pelo cabo.

130
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

4.3 Determine o trabalho realizado pela força exercida pelo cabo durante aquele desloca-
mento.
4.4 Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) O trabalho da força de atrito é menor do que o da força exercida pelo cabo.
(B) A energia cinética do carro é igual ao trabalho da força exercida pelo cabo.
(C) É nula a soma dos trabalhos de todas as forças sobre o carro.
(D) O trabalho da força de atrito é –1,9 × 105 J.
(E) Se o ângulo entre a força exercida pelo cabo e a horizontal diminuísse, esta força rea-
lizaria um trabalho menor.

5. No laboratório, um grupo de alunos largou um carrinho de uma posição de uma rampa e me-
diu a velocidade com que ele chegou a outra posição. Para isso, colocaram sobre o carrinho
um pino, de 9,40 mm de largura, e mediram o seu tempo de passagem com um cronómetro
digital ligado a uma fotocélula.

5.1 Para uma certa distância percorrida, os alunos mediram os tempos de interrupção do feixe
da fotocélula, em três ensaios realizados nas mesmas condições, registados na tabela
seguinte.
Ensaio t / ms
1 19,0
2 18,9
3 18,7

a) Apresente o valor mais provável para o tempo de interrupção da fotocélula afetado da


incerteza relativa. Apresente todas as etapas de resolução.
b) Obtenha o resultado da medição da velocidade.
5.2 Os valores obtidos para a distância percorrida pelo carrinho e para as energias cinéticas
correspondentes estão registados na tabela.

Distância percorrida / m Ec / J
0,890 0,193
0,800 0,171
0,700 0,148
0,600 0,126
0,500 0,105
0,400 0,083

Elabore o gráfico da variação de energia cinética em função da distância percorrida e, a


partir da reta de regressão de ajuste aos pontos, determine a intensidade da resultante
das forças a que o carrinho esteve sujeito.

131
FÍSICA 10.° Ano

Questões propostas

5.3 Um outro grupo de alunos realizou a experiência com uma rampa mais inclinada.
Qual dos esboços de gráficos da energia cinética, Ec, do carrinho em função da distância
percorrida, d, pode representar os resultados da inclinação inicial (com pontos assinala-
dos) e da rampa mais inclinada?
(A) (B) (C) (D)
Ec Ec Ec Ec

d d d d

5.4 Um outro grupo de alunos executou a experiência colocando uma sobrecarga sobre o
carrinho.
Qual dos esboços de gráficos da energia cinética, Ec, do carrinho em função da distância
percorrida, d, pode representar os resultados da massa inicial (com pontos assinalados) e
com sobrecarga (sem pontos assinalados)?

(A) (B) (C) (D)


Ec Ec Ec Ec

d d d d

6. Um esquiador, inicialmente em repouso, desce a


encosta partindo de A, como se vê na figura.
A massa do esquiador e do equipamento é 70 kg. A
Considere que na descida o atrito é desprezável,
que a inclinação se mantém constante e que o ní- 20 m
vel de referência para a energia potencial gravítica 20º B C
é o do ponto B.
6.1 Determine, para o ponto A, a energia potencial gravítica do sistema esquiador (com equi-
pamento) + Terra.
6.2 Calcule a velocidade com que o esquiador chega ao ponto B.
6.3 A partir do Teorema da Energia Cinética, prove que a relação entre a distância percorrida,
d, na encosta e o módulo da velocidade, v, é dada por: v2 = 20 sin 20o d
6.4 Ao chegar a B, o esquiador inclina os esquis, originando um atrito não desprezável.
Se chegar a C com uma velocidade de 36 km/h, depois de percorrer uma distância de
30 m, qual será a intensidade da força de atrito (considerando-a constante)?

7. Um automóvel com 850 kg de massa, inicialmente em repouso, é empurrado ao longo de um


plano horizontal numa distância de 20 m, com uma força com a mesma direção e sentido do
deslocamento e de intensidade 80 N. Considere o atrito desprezável.
7.1 Calcule a energia cinética do automóvel após ter percorrido os 20 m.
7.2 Determine o módulo da velocidade que atingiu.
7.3 Mostre que se o automóvel fosse empurrado no dobro da distância, a energia cinética
adquirida seria também o dobro.
7.4 O módulo da velocidade do automóvel aumenta quantas vezes quando a sua energia ciné-
tica duplica?

132
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

8. Ao bater o recorde do mundo de halterofilismo, em 2000, o atleta iraniano Hossein


Rezazadeh elevou, no arranque, desde o chão até à altura de 2,20 m, os halteres de 213 kg.
O tempo de elevação durou aproximadamente 1,3 s.
8.1 Qual foi o trabalho realizado pela força exercida pelo atleta na elevação dos halteres?
8.2 Calcule a potência usada naquela elevação.

9. Um elevador tem uma cabina de 450 kg e transporta duas pessoas, uma com 80 kg e outra
com 70 kg. O elevador começou a subir e parou 20 m mais acima, tendo-se verificado que
o rendimento na transferência de energia pelos cabos para o sistema cabina + pessoas foi
de 95%.
9.1 Determine o trabalho do peso do conjunto cabina + pessoas.
9.2 Quanto aumentou a energia do conjunto cabina + pessoas?
9.3 Calcule a intensidade da força aplicada nos cabos, considerada constante, durante aquela
subida.

10. O António e o Manuel elevam, cada um,


uma mala com a mesma massa a uma
mesma altura h, com velocidade cons- António Manuel
tante, como representado na figura. h h
Ambos gastam o mesmo tempo nessa
operação. Despreze os atritos e as mas-
sas das cordas.
10.1 Comente a afirmação: «O Manuel uti-
liza mais energia do que o António
para elevar a mala.»
10.2 Sendo PM e PA as potências e WM e WA os trabalhos realizados pelo Manuel e pelo António,
respetivamente, verifica-se
(A) WM = WA e PM = PA.
(B) WM > WA e PM > PA.
(C) WM = WA e PM > PA.
(D) WM > WA e PM = PA.

11. Um coqueiro tem 5,5 m de altura em relação ao chão. A cabeça de um macaco, sentado
debaixo do coqueiro, está a 0,50 m do solo. Um coco, de massa 250 g, desprende-se do
coqueiro e atinge a cabeça do macaco com uma energia cinética de 9,0 J.
11.1 Determine o trabalho realizado durante a queda:
a) pelo peso do coco;
b) pela força de resistência do ar.
11.2 Qual foi a energia dissipada na queda?
11.3 Durante a queda
(A) a variação de energia cinética e a variação de energia potencial gravítica são simétricas.
(B) o aumento de energia cinética é menor do que a diminuição de energia potencial.
(C) o trabalho da resultante das forças é negativo, uma vez que existe energia dissipada.
(D) a variação de energia mecânica do sistema coco + Terra é nula.

133
FÍSICA 10.° Ano

Questões propostas

12. Uma pessoa escorrega numa rampa de um parque 1,5 m s –1


aquático. No ponto mais alto da rampa lança-se a
1,5 m s–1, saindo de uma altura de 4,0 m em relação à
base. Admita que 10% da energia mecânica, medida em 4,0 m
relação à base da rampa, foi dissipada no escorrega.
2,0 m
12.1 Qual é o módulo da velocidade na base da rampa?
12.2 Calcule o módulo da velocidade com que chega à
água da piscina, situada 2,0 m abaixo da base da
rampa, supondo que a resistência do ar é despre-
zável.

13. Um avião a jato com uma massa de 10,0 × 103 kg percorreu 1000 m numa pista retilínea até
conseguir descolar. Suponha que durante esse percurso a resultante das forças que estive-
ram aplicadas no avião teve intensidade 1,67 × 104 N e que o avião é redutível ao centro de
massa.
13.1 Calcule a soma dos trabalhos das forças que atuaram no avião.
13.2 Determine o módulo da velocidade adquirida pelo avião no momento da descolagem.

14. Um camião de brinquedo, de massa 1,4 kg, desce uma calha inclinada, tendo uma velocidade de
0,60 m s–1 no ponto P, que está a uma altura de 1,5 m acima do nível QR. Quando o camião
alcança o ponto Q, tem uma velocidade de 3,0 m s–1.

h = 1,5 m

S Q R

14.1 Conclua se de P para Q houve ou não conservação de energia mecânica.


14.2 Calcule o trabalho realizado pela força de atrito no camião no movimento de P a Q.
14.3 O camião vai parar em S, que dista 126 cm de Q. Determine a intensidade da força de
atrito, considerada constante, que atuou no camião no troço QS. Apresente todas as
etapas da resolução.

15. A sequência de figuras ao lado representa as


I III
fases sucessivas de um salto com vara. Neste
salto, o centro de massa do atleta, que antes
do salto está aproximadamente a 90 cm do
solo, atinge a altura máxima de 4,90 m.
Considere que toda a energia cinética do sis- II IV
tema atleta + vara é convertida em energia
potencial elástica da vara quando esta toca
no chão e que a eficiência de conversão da
energia potencial elástica da vara em energia
potencial gravítica é 80%.
15.1 Explicite as transformações de energia que ocorrem desde o instante imediatamente
antes de o atleta tocar com a vara no chão até ao instante imediatamente antes de o
atleta atingir o colchão no final do salto.

134
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

15.2 Os gráficos A, B, C e D representam os valores das energias cinética (Ec), potencial elás-
tica (Epe) e potencial gravítica (Epg).

Estabeleça a correspondência entre as fases I, II, III e IV do salto e os gráficos.

15.3 Estime o módulo da velocidade do atleta antes do salto, no instante imediatamente antes
de o atleta tocar com a vara no chão. Considere desprezável a massa da vara.

16. Um ciclista consome parte das suas reservas energéticas para fazer um dado percurso. Seja
P a potência em esforço máximo que o seu corpo disponibiliza e 85 kg a soma da sua massa
com a da bicicleta.
16.1 Qual é a energia mínima que o seu organismo tem de fornecer para o seu centro de
massa ser elevado 20 m acima da sua posição inicial?
16.2 Com velocidade constante, o ciclista demora 20 s a elevar 20 m o nível do seu centro
de massa. Determine a potência mínima do seu esforço.
16.3 Se fizer em esforço máximo um percurso de 1000 m em trajeto plano, ou os mesmos
1000 m numa subida com um desnível de 20 m, em qual dos casos terá o ciclista de
despender mais energia? Justifique.
16.4 Se a potência em esforço máximo é a mesma nas duas corridas, como pode a energia
despendida variar?

17. Um esquiador desliza numa montanha. A sua energia cinética em função do tempo, durante
uma parte do trajeto, está representada no gráfico seguinte. Despreze o atrito.

Ec R

A velocidade é máxima em _____________ e a altura é _____________.


(A) Q ... mínima em R (C) Q ... máxima em R
(B) R ... máxima em Q (D) R ... mínima em Q

18. Um carro desportivo, com 1,10 × 103 kg de massa, tem um motor que desenvolve uma potência
de 3,5 × 105 W. No processo de transformação em energia cinética de translação, o rendimento
é de 30%.
18.1 Determine o trabalho útil quando no arranque até atingir 100 km/h.
18.2 Calcule o tempo que demora a atingir 100 km/h.

135
FÍSICA 10.° Ano

Questões propostas

19. O Daniel e o seu irmão André estão parados num escorrega, nas posições mostradas na figura.
O Daniel tem o dobro da massa do André e a altura a que ele está, acima do solo, é metade
da altura a que está o irmão.
Os dois começam a escorregar no mesmo instante. Despreze as forças de atrito.

André

Daniel

h
h
2

Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) Os irmãos chegam ao final do escorrega com diferentes energias cinéticas.
(B) O trabalho da força gravítica é igual nos dois casos.
(C) O trabalho das forças conservativas é nulo.
(D) O trabalho das forças não conservativas é simétrico da variação de energia potencial.
(E) No final da descida o Daniel chega com velocidade menor.
(F) A variação de energia potencial é igual à variação de energia cinética.

20. Um carrinho, de massa m, é largado numa rampa, 34 cm acima do solo. Os gráficos mos-
tram como variaram as suas energias potencial gravítica e cinética ao longo da distância,
d, percorrida na rampa.
Ep / J Ec / J

2,0 2,0

1,0 1,0

0 0
50 100 d / cm 50 100 d / cm

20.1 Partindo da análise dos gráficos, conclua sobre o trabalho das forças não conservativas.
20.2 Comente a afirmação: «Neste movimento houve conservação de energia.»
20.3 Determine a intensidade da resultante das forças de atrito, Fa, considerando-a constante.
20.4 Represente o carrinho a meio da rampa e esquematize o diagrama de forças que sobre
ele atuam nesse instante.
20.5 Sendo ! o ângulo entre a rampa e o solo, a intensidade da resultante das forças que
atua no carrinho é
(A) m g sin !. (B) m g sin ! – Fa. (C) m g cos ! – Fa. (D) m g – Fa sin !.
20.6 Qual é a massa do carrinho?
20.7 Calcule o módulo da velocidade de chegada do carrinho ao solo.

21. Para investigar, com base em considerações energéticas, o movimento vertical de queda
e de ressalto de uma bola, um grupo de alunos deixou cair uma bola de basquetebol de
alturas diferentes. As alturas atingidas no primeiro ressalto foram medidas com uma fita
métrica, cuja menor divisão é um milímetro. Para cada altura de queda repetiram três vezes
a medição da altura de ressalto.

136
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

Os dados recolhidos estão registados na tabela. hqueda / m hressalto / m hressalto / m


A resistência do ar é desprezável.
0,887
21.1 Qual é a incerteza de leitura associada à régua 1,500 0,877 0,883
utilizada nesta experiência?
0,884
21.2 Determine a incerteza relativa, expressa em per- 0,707
centagem, da altura de ressalto correspondente
1,200 0,698 0,704
a uma altura de queda de 1,500 m.
0,706
21.3 Para uma altura de queda de 1,200 m, a altura de
0,597
ressalto está compreendida no intervalo
1,000 0,591 0,591
(A) [0,698; 0,707] m. (C) [0,698; 0,704] m.
0,584
(B) [0,704; 0,707] m. (D) [0,698; 0,710] m.
0,464
21.4 Apresente o gráfico de pontos da altura de res-
0,800 0,470 0,467
salto em função da altura de queda e obtenha a
equação da reta que melhor se ajusta ao gráfi- 0,468
co da altura de ressalto em função da altura de 0,344
queda. 0,600 0,351 0,350
21.5 Dois outros grupos trabalharam com bolas dife- 0,356
rentes. As equações das retas de ajuste aos grá- 0,295
ficos da altura de ressalto em função da altura de
0,500 0,290 0,293
queda foram Y = 0,550X − 0,004 e Y = 0,461X −
− 0,028 para uma bola de voleibol e uma de té- 0,294
nis, respetivamente.
Conclua, justificando, para qual das duas bolas, a de ténis ou a de voleibol, a percenta-
gem de energia dissipada é maior.

Energia e fenómenos elétricos

22. Uma secção de um condutor é atravessada por uma carga elétrica de 1,8 C por cada se-
gundo que decorre. A grandeza física associada a esta descrição é
(A) o ampere. (B) o volt. (C) a tensão elétrica. (D) a corrente elétrica.

23. A diferença de potencial elétrico, ou tensão elétrica, entre dois pontos A e B de um circuito,
define-se como o trabalho realizado pelas forças elétricas
(A) sobre as cargas elétricas que atravessam uma secção transversal desse troço.
(B) sobre os eletrões que circulam entre A e B.
(C) por cada eletrão que circula entre A e B.
(D) sobre as cargas elétricas entre A e B, por unidade de carga.

24. Uma corrente elétrica de 200 mA circula num condutor.


24.1 Indique a carga elétrica que passou numa secção do condutor durante meia-hora.
24.2 Indique quantos eletrões passaram nessa secção (e = 1,61 × 10–19 C).

25. Num material condutor, uma secção transversal é atravessada por um carga elétrica de 6 C du-
rante 3 s e, simultaneamente e no mesmo intervalo de tempo, por outra carga elétrica de –6 C,
mas em sentido oposto. Conclua, justificando, qual é a corrente elétrica que um amperímetro
ligado a esse condutor deveria medir.

137
FÍSICA 10.° Ano

Questões propostas

26. A figura mostra informação do carregador de um


computador. Ele transfere energia para a bateria do
Replacement AC Adapter
_______________________
computador e transforma e retifica a corrente, ao Model: PA-16
estabelecer a conversão da tensão da rede elétrica, PIN: NX061
identificada como entrada (INPUT), para a tensão a INPUT: 100-240 V 1.2A
que funciona o computador a que fica ligado, a saí- 50/60 HZ
da (OUTPUT). OUTPUT: 19 V . . . 3.16A

26.1 Indique o tipo de corrente elétrica que os computadores usam no seu funcionamento.
26.2 A grandeza corrente elétrica num condutor define-se como
(A) o trabalho realizado pelas forças elétricas sobre as cargas elétricas entre dois pon-
tos do condutor.
(B) a carga elétrica que atravessa uma secção reta do condutor por unidade de tempo.
(C) a carga elétrica que circula entre dois pontos do condutor num intervalo de tempo.
(D) o movimento orientado das cargas elétricas no condutor.
26.3 Existem diferenças entre a corrente elétrica que é disponibilizada pela rede elétrica e a
que usam os computadores. Distinga os dois tipos de corrente elétrica.
26.4 Na sua carga máxima, a bateria de um computador fica com a energia de 432 kJ. Es-
tando o computador desligado e a bateria sem carga, calcule o tempo, em horas, que
o carregador demora a repor a carga máxima. Apresente todas a etapas de resolução.

27. Um dispositivo que emite luz em resposta


I / mA
a uma corrente elétrica é o led. O gráfico 30
mostra curvas características de leds ver- VR AM VD AZ
melhos (VR), amarelos (AM), verdes (VD),
azuis (AZ) e brancos (B). 20
B
27.1 Qual é o motivo principal que tem con-
duzido ao uso generalizado dos leds em 10
iluminação?
(A) O led fornece uma maior iluminação 0
para uma dada energia que recebe. 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 U / V

(B) Podem construir-se mais facilmente leds das mais variadas cores.
(C) Podem construir-se leds muito pequenos.
(D) O efeito Joule não se aplica aos leds.
27.2 Indique o led que tem uma maior resistência para uma corrente de 20 mA.
27.3 Para que o led não se queime, normalmente a corrente
não deve ultrapassar os 20 mA e, para isso, utiliza-se uma 9V
resistência limitadora da corrente.
O esquema do circuito da figura mostra um led branco,
uma pilha de 9 V e uma resistência que limita a corrente a
20 mA. Calcule o valor da resistência. R
Apresente todas as etapas de resolução.

28. Dois aquecedores, X e Y, de potências 1,0 kW e 2,0 kW, respetivamente, são ligados num
apartamento. A diferença de potencial elétrico nas instalações domésticas é 230 V.

138
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

28.1 Indique o significado físico de uma diferença de potencial elétrico de 230 V.


28.2 A corrente elétrica que atravessa o aquecedor X, em ampere, é
1,0 1,0 × 103 230 230
(A) . (B) . (C) . (D) .
230 230 1,0 1,0 × 103
28.3 Determine a energia consumida, em kW h, pelos dois aquecedores se estiverem ambos
ligados durante 2 horas e 40 minutos.
28.4 A resistência do aquecedor Y é ___________ da resistência do aquecedor X.
(A) metade. (B) o dobro. (C) um quarto. (D) o quádruplo.
28.5 Conclua, justificando, como variaria a potência dissipada nos aquecedores se fossem
levados para os Estados Unidos da América, onde a tensão elétrica da rede doméstica
é de 120 V. Considere, por simplicidade, que as resistências elétricas dos aquecedores
se mantêm constantes.

29. A um aluno é dado um circuito e um voltímetro. Um diagrama esquemático do circuito é


mostrado na figura.
Com o interruptor fechado, o aluno regista as
1,0 k
observações seguintes:
– leituras nos amperímetros: A1 2,73 mA; X
A2 1,64 mA; 6,00 V
– leituras no voltímetro: entre X e Y 6,00 V; R1
Y
entre Z e H 3,27 V. A2
W E
29.1 O aluno liga o voltímetro ao circuito entre A1
Z R2 H
dois pontos. Uma ligação que produza
uma leitura de 2,73 V deve ser feita entre F G
os pontos
(A) X e H. (B) W e E. (C) F e G. (D) Y e Z.
29.2 A corrente elétrica no ponto F é
(A) 1,09 mA. (B) 1,64 mA. (C) 2,73 mA. (D) 4,37 mA.
29.3 Ordene por ordem decrescente as potências dissipadas por efeito Joule em cada uma
das resistências.
Apresente todos os cálculos efetuados.

30. Um aluno pretende construir um aquecedor usando um enrolamento de fio. Experimenta


e verifica que não proporciona o aquecimento suficiente. Conclua, justificando, se, para o
conseguir, ligado à mesma tensão, deverá aumentar ou diminuir a resistência do fio usado.

31. No esquema apresenta-se uma fonte de alimen-


tação, ligada a um condutor puramente resistivo.
31.1 A corrente através da resistência de 10,0 é
(A) 0,27 A. (C) 0,34 A.
(B) 0,30 A. (D) 2,3 A.
31.2 A tensão nos extremos da resistência de 10,0 é
(A) 3,0 V. (B) 0,33 V. (C) 0,30 V. (D) 2,7 V.

139
FÍSICA 10.° Ano

Questões propostas

32. Três condutores filiformes puramente resistivos, A, B e I / mA


C, são ligados a um gerador. O seu comportamento, a A B
temperatura constante, é descrito no gráfico ao lado.
400
32.1 Fundamente a afirmação seguinte: «Os condutores
A, B e C têm resistência constante.»
200 C
32.2 Liga-se o condutor C a um gerador ideal cuja força
eletromotriz é 10 V.
Determine a energia fornecida pelo gerador ao fim 0
de 15 minutos. 0 10 20 U /V

33. No circuito esquematizado ao lado, há três


resistências iguais, de valor R, e um gerador.
O interruptor, Y, está aberto.
33.1 Se o gerador for ideal, quando se fecha R
o interruptor a tensão registada no voltí-
metro V1 ________ e a registada em V2 R R
Y
________.
(A) diminui .... diminui V2

(C) mantém-se .... aumenta V1

(B) diminui .... aumenta


(D) mantém-se .... diminui
33.2 Se a resistência interna do gerador não for desprezável, quando se fecha o interruptor
a tensão registada no voltímetro V1 ________ e a registada em V2 ________.
(A) diminui .... diminui (C) diminui .... aumenta
(B) mantém-se .... aumenta (D) manté-se .... diminui

34. O circuito esquematizado ao lado representa uma V


bateria, com uma força eletromotriz de 24 V e resis-
tência interna, r, e mais alguns componentes, sendo 24 V, r
a resistência X desconhecida.
34.1 Explique o significado de força eletromotriz da
bateria de 24 V.
L A
Y
34.2 Quando o interruptor, Y, está aberto, o ampe- X
rímetro regista 1,5 A e a potência dissipada na
lâmpada de filamento incandescente, L, é 18 W.
Determine a resistência:
6,0 Ω
a) da lâmpada;
b) interna da bateria.
34.3 Quando o interruptor, Y, está fechado, o amperímetro regista 2,0 A. Admita que a resis-
tência da lâmpada se mantém constante. Determine:
a) a tensão registada no voltímetro.
b) a resistência X.
c) a energia transferida para a lâmpada em 2 min.

140
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

U/V
35. O gráfico seguinte representa a curva teórica U(I) quando
um dado recetor é ligado a um gerador. 12,0

35.1 Pode concluir-se que o 8,0


(A) gerador tem 4,0 de resistência interna.
(B) recetor tem uma resistência constante de 4,0 .
(C) recetor tem uma resistência constante de 0,25 .
(D) gerador tem 2,0 de resistência interna. 0 2,0
I/A
35.2 Verifica-se que a potência máxima que um gerador pode fornecer a um circuito ocorre
quando a resistência do circuito for igual à resistência interna do gerador.
A potência máxima que o gerador pode fornecer é
(A) 18 W. (B) 32 W. (C) 16 W. (D) 24 W.

36. O circuito esquematizado ao lado representa uma


bateria, de força eletromotriz ε com uma resistên-
V2
cia interna não desprezável, e resistências externas
de valor igual.
A relação que se verifica é A R V3

(A) ε = V1 + V2 + V3.
R
(B) V1 = V2 e V1 < V3.
(C) V2 = V1 + V3. R R
(D) ε = V2.
V1

37. Um grupo de alunos montou um circuito com o objetivo de es- I / mA U/V


tudar as características de uma pilha através do traçado da sua
14,5 8,69
curva característica U = f(I). Usaram a pilha, uma resistência va-
riável, um voltímetro e um amperímetro. Os dados foram regis- 18,9 8,64
tados na tabela. 21,3 8,61

37.1 Qual das montagens seguintes permite estudar as caracte- 27,5 8,54
rísticas da pilha? 34,3 8,46
58,4 8,19

(A) (C)

(B) (D)

141
FÍSICA 10.° Ano

Questões propostas

37.2 Usando os valores obtidos, elabore o gráfico U(I) e encontre a reta de ajuste.
Apresente, na sua folha de respostas, um esboço de gráfico, a equação da reta de ajuste
e, a partir dela, refira quais são a força eletromotriz da pilha e a sua resistência interna.
37.3 Indique como se pode medir diretamente a força eletromotriz de uma pilha.

Energia, fenómenos térmicos e radiação

38. As figuras seguintes apresentam a mesma situação: uma com radiação visível e outra com
radiação infravermelha.

38.1 Explique o facto de a mão do homem ser visível na figura da direita, mas invisível na da
esquerda.
38.2 Na figura da esquerda, o saco é preto porque ____________ toda a radiação
____________ que nele incide.
(A) absorve … visível (C) emite … visível
(B) absorve … infravermelha (D) emite … infravermelha
38.3 Na figura da direita, o homem aparece com os óculos escuros porque as lentes
____________ muito pouca radiação ____________.
(A) absorvem ... visível (C) emitem ... visível
(B) absorvem ... infravermelha (D) emitem ... infravermelha.

39. Três corpos de massa igual, um de madeira (M), um de porcelana (P) e outro de alumínio
(A), são colocados num forno mantido a temperatura constante.
39.1 Após se ter atingido o equilíbrio térmico, a relação entre as temperaturas da madeira
(TM), da porcelana (TP) e do alumínio (TA) será
(A) TM = TP = TA. (C) TM < TP < TA.
(B) TM > TP > TA. (D) TM = TP < TA.
39.2 Após se ter atingido o equilíbrio térmico, os três corpos
(A) apresentam energias internas diferentes.
(B) apresentam quantidades de calor diferentes.
(C) deixam de emitir radiação.
(D) deixam de absorver radiação.

40. No século XVIII, os físicos já tinham reconhecido que, ao colocarem em contacto dois cor-
pos a temperaturas diferentes, o de maior temperatura cedia energia ao de menor tempe-
ratura. Mas pensavam que, nesse processo, uma substância, invisível e sem peso, passava
do corpo quente para o corpo frio (teoria do calórico).
40.1 Descreva as experiências de Thompson e de Joule, identificando o seu contributo para
o reconhecimento de que o calor é energia.

142
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

40.2 Considere uma experiência semelhante à de Joule que possa realizar com o seguinte
material: tubo de cartão cilíndrico de 1,0 m de comprimento, fechado numa extremidade
e com uma tampa na outra, esferas de chumbo, termómetro e balança.
a) Descreva a experiência que realizaria tendo por objetivo o estabelecimento da rela-
ção entre calor e trabalho, explicitando as medições que deveriam ser realizadas.
b) Explique os fundamentos teóricos do método utilizado nesta experiência.
c) Para poder calcular, com base nesta experiência, o valor de uma caloria em joules, é
necessário conhecer para além da variação de temperatura das esferas de chumbo,
um dado sobre o chumbo. Conclua que dado sobre o chumbo seria necessário.
Apresente, num texto estruturado e com linguagem científica adequada, a conclusão
solicitada.

41. Montou-se um circuito com um painel fotovoltaico, um amperímetro e uma resistência va-
riável à qual se associa um voltímetro. Iluminou-se o painel com uma lâmpada fixa a uma
certa distância e com incidência perpendicular. Variou-se a resistência e, com base nas
medidas do amperímetro e do voltímetro, elaborou-se o gráfico da potência fornecida à
resistência em função da diferença de potencial elétrico fornecida pelo painel que se re-
produz na figura seguinte.

Célula fotovoltaica

20
P / mW

18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 U/V

41.1 Selecione o esquema do circuito construído.

(A) (C)
A

V A V

(B) (D)
A V

V A

143
FÍSICA 10.° Ano

Questões propostas

41.2 Apresente a leitura que teria sido realizada no amperímetro para uma diferença de po-
tencial elétrico de 0,68 V.
41.3 Para que valores de diferença de potencial elétrico o painel fornece a potência de 10 mW?
41.4 Determine a resistência elétrica na situação em que o rendimento do painel é máximo.

42. Pretende-se dimensionar um painel fotovoltaico para alimentar um sistema elétrico cuja
potência é 500 W e que funciona, em média, 4,0 horas por dia. No local da instalação, a
irradiância, considerando apenas as horas de sol, tem um valor médio de 320 W m–2 e há,
em média, 8,0 horas de sol por dia.
42.1 Indique o significado físico do valor médio da irradiância solar no local da instalação
fotovoltaica.
42.2 Qual é o valor médio da irradiância solar neste local em kW h m–2 ano–1 ?
42.3 A energia da radiação solar que incide, por unidade de tempo, numa determinada área
do painel não depende
(A) da inclinação do painel relativamente à incidência da luz solar.
(B) do tipo de células fotovoltaicas utilizadas no painel.
(C) da hora do dia.
(D) das condições metereológicas.
42.4 Determine o valor mínimo que a área do painel deverá ter, admitindo que o seu rendi-
mento é, em média, 12%.

43. Nas regiões perto de grandes massas de água, mares ou lagos, ocorrem deslocações de
ar, tal como se mostra nas figuras. Estes movimentos contribuem para a moderação da
temperatura nessas regiões. As temperaturas do ar junto à água durante o dia e durante a
noite são muito próximas.

A B

TA TB TC TD

Brisa marítima e brisa terrestre.

144
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

43.1 Descreva o mecanismo de transferência de energia ilustrado na figura.


43.2 Explique por que motivo a circulação de ar durante a noite é feita em sentido oposto ao
da circulação diurna.
43.3 Estabeleça a correspondência entre as temperaturas indicadas na figura e os valores
seguintes: 15 oC, 18 oC, 19 oC e 23 oC.

44. Se colocarmos um pouco de álcool sobre a pele temos uma sensação de frio, porque o
álcool
(A) encontra-se a uma temperatura inferior à da pele.
(B) fornece energia, como calor, à pele.
(C) absorve energia, como calor, da pele.
(D) encontra-se a uma temperatura superior à da pele.

45. Sobre um recipiente contendo uma amostra de 150 g de hélio,


munido de um pistão móvel, exerce-se uma força que comprime
o gás, realizando sobre o sistema um trabalho de 36 kJ. A tem-
peratura aumenta 27,6 oC e, como o recipiente não está isolado
termicamente, liberta 14 kJ por calor. Considere desprezável a
massa do recipiente.
45.1 Determine a variação de energia interna da amostra de hélio no processo descrito.
45.2 Explique o significado de se desprezar a massa do recipiente.
45.3 Se o volume do recipiente fosse constante, o trabalho realizado sobre a amostra de
hélio seria nulo. Para que ocorresse a mesma variação de temperatura, teria sido neces-
sário que a amostra de hélio __________ de energia por calor.
(A) cedesse 50 kJ
(B) cedesse 22 kJ
(C) absorvesse 50 kJ
(D) absorvesse 22 kJ
45.4 Qual deveria ter sido a variação de temperatura da amostra de hélio se o recipiente
contivesse 100 g de hélio, mantendo-se constantes o trabalho realizado e o calor?

46. Um sistema gasoso é aquecido da temperatura Ti até à temperatura Tf mediante dois pro-
cessos diferentes: no primeiro, o trabalho realizado é nulo, absorvendo 420 J de energia
por calor; no segundo, há trocas de energia por trabalho, absorvendo 500 J de energia
por calor.
Pode concluir-se que, no primeiro processo, a temperatura do sistema __________ e que,
no segundo processo, a variação de energia interna do sistema é __________ do que
500 J.
(A) aumenta … maior
(B) aumenta … menor
(C) diminui … maior
(D) diminui … menor

145
FÍSICA 10.° Ano

Questões propostas

47. Num coletor solar aproveita-se a radiação solar para o aquecimento de água. A figura é um
esquema dos principais componentes de um tipo de coletor solar:

• uma caixa fechada, contendo canos de cobre na forma de serpentina;


• uma placa pintada de preto fosco;
• uma tampa de vidro transparente.

Placa coletora
Tubo de aquecimento
Cobertura
transparente
Material
isolante
Caixa

Para uma irradiância solar de 8,0 W dm–2 e uma área de absorção de energia igual a 10 m2,
verificou-se que 50 kg de água aqueceram de 25 oC para 80 oC numa hora.
47.1 Explique porque é que a placa é pintada de preto.
47.2 Qual é a função da tampa de vidro transparente?
47.3 Calcule a energia que é absorvida, por hora, pela água.
47.4 Determine o rendimento deste coletor nas condições descritas.

48. Uma pessoa em repouso cede energia para o ambiente a uma taxa aproximada de 180 W.
Suponha que seis pessoas ficam presas num elevador durante cinco minutos.
Dados: car = 1,0 × 103 J kg–1 oC–1 e !ar = 1,2 g dm–3.
48.1 Qual é a energia total libertada pelas pessoas nesse intervalo de tempo?
48.2 Se toda essa energia fosse absorvida pelos 6,0 m3 de ar contidos no elevador, qual
seria o aumento de temperatura do ar? Despreze a energia emitida pelo ar naqueles
cinco minutos.

49. A mesma energia é fornecida, por calor, a dois corpos M e N, sendo a massa de M o triplo da
massa de N. Como resultado, esses corpos apresentam a mesma variação de temperatura.
Qual é a relação entre as capacidades térmicas mássicas, cM e cN, das substâncias que os
constituem?
1
(A) cM = 3cN (B) cM = 2cN (C) cM = cN (D) cM = c
3 N
50. Um bloco de alumínio X recebeu uma energia E por calor e a sua temperatura aumentou de
30 oC para 150 oC.
50.1 Se ao bloco de alumínio X tivesse sido fornecida uma energia 2E, qual seria a sua va-
riação de temperatura?
(A) 60 oC (B) 240 oC (C) 270 oC (D) 300 oC
50.2 Considere um bloco de alumínio Y com o triplo da massa do bloco X.
Para que o bloco Y sofra a mesma variação de temperatura que o bloco X, é necessário
que receba uma energia igual a
E .
(A) E. (B) 3E. (C) (D) 9E.
3

146
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

51. Um objeto metálico, de 95 g de massa, foi colocado num Capacidade térmica


recipiente com água em ebulição, à pressão normal, o Metal
mássica / J kg–1 oC–1
tempo necessário para ficar em equilíbrio térmico com
Alumínio 9,0 × 102
a água. De seguida foi transferido para outro recipiente,
com 200 g de água a 10 oC. A temperatura final do objeto Cobre 3,9 × 102
e da água foi 18 oC. Sabe-se que o objeto é constituído Ferro 4,5 × 102
por um dos metais da tabela à direita. Chumbo 1,3 × 102
51.1 Identifique o metal que constitui o objeto.
51.2 Determine o erro percentual da medida da capacidade térmica mássica do metal.
51.3 Indique um motivo que possa ter contribuído para esse erro.

52. A figura mostra um tanque cilíndrico de água cuja área da base é A = 4,0 m2
4,0 m2, havendo uma camada de gelo de espessura L na superfície da Ar
água. O ar em contacto com o gelo está a uma temperatura Tar = –15 oC,
enquanto a temperatura da água em contacto com o gelo é Tágua = 0,0 oC. L
Gelo
A variação de entalpia mássica de fusão da água é 3,34 × 105 J kg–1 e a
densidade do gelo é 0,90 g cm–3. Água

52.1 Pode concluir-se que


(A) o calor é transferido do ar para a água.
(B) a temperatura da água líquida em contacto com o gelo mantém-se constante.
(C) todo o gelo se encontra à mesma temperatura.
(D) a energia interna do sistema gelo + água aumenta.
52.2 Para aumentar a espessura de 10 cm para 11 cm de gelo, é transferida para o ar, em
média, uma energia de 1,0 × 103 J s–1. Quanto tempo demora o processo em que a es-
pessura do gelo aumenta de 10 cm para 11 cm?

53. Aqueceu-se uma amostra de 800 g de água num recipiente com uma resistência elétrica,
no fundo, de potência 400 W. A água encontrava-se inicialmente a 18,2 °C e após 14 minu-
tos e 50 segundos atinge a temperatura de 100 °C, entrando em ebulição.
A capacidade térmica mássica da água líquida é 4,18 × 103 J kg−1 °C−1 e a sua variação de
entalpia mássica de vaporização é 2,26 × 106 J kg−1.
53.1 Qual é o mecanismo de transferência de energia por calor que se pretende aproveitar
colocando a resistência de aquecimento no fundo do recipiente?
53.2 Determine o rendimento do processo de aquecimento.
53.3 A energia que a amostra de água, a 100 °C, tem que absorver para ser totalmente va-
porizada é
(A) (2,26 × 106 × 0,800 × 100) J. (C) !
2,26 × 106
0,800 × 100
J. "
(B) (2,26 × 106 × 0,800) J. (D) !
2,26 × 106
0,800
" J.
53.4 Pretende-se dimensionar um painel fotovoltaico para alimentar apenas a resistência
elétrica de 400 W, que funciona, em média, 5,0 h por dia. No local da instalação, a irra-
diância, considerando apenas as horas de sol, tem um valor médio de 320 W m−2 e há,
em média, 8,0 h de sol por dia.
Determine a área que o painel deve ter, admitindo que o seu rendimento é 12%.

147
FÍSICA 10.° Ano

Questões propostas

54. Numa central termoelétrica, a combustão do carvão é utilizada para aquecer a água, que
se transforma em vapor. A alta pressão do vapor de água é utilizada para mover as pás
giratórias de uma turbina.
Considere que o calor produzido na combustão do carvão durante uma hora é Q, o traba-
lho realizado pelas forças exercidas na turbina é W e a energia elétrica produzida é E.
Para a situação descrita, qual é a expressão verdadeira?
(A) Q = W = E (B) Q > W > E (C) Q = W > E (D) Q < W < E

55. Um bloco de 2,0 kg de gelo a –20 oC foi Água em diferentes Capacidade térmica
aquecido até se transformar completamente estados mássica / J kg–1 oC–1
em vapor de água a 120 oC. Todas as trans- Gelo 2,05 × 103
formações ocorreram a pressão constante.
Considere que a variação de entalpia mássi- Água líquida 4,18 × 103
ca de fusão da água é 3,34 × 105 J kg–1 e a de Vapor de água 2,08 × 103
vaporização é 2,26 × 106 J kg–1.
55.1 Relacione a energia absorvida pelo sistema na fusão com a energia de vaporização.
55.2 Qual é o estado físico da água em que para a mesma energia fornecida, como calor,
a variação de temperatura é maior?
55.3 Qual dos gráficos seguintes representa corretamente a variação de temperatura do
sistema com a energia fornecida?
(A) (C)
T / º C 120 T / º C 120
100 100
80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
E E
–20 –20
(B) (D)
T / º C 120 T / º C 120
100 100
80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
E E
–20 –20

56. O gráfico seguinte representa a variação de temperatura de duas amostras, M e N, de igual


massa mas de materiais diferentes, em função da energia fornecida.
Variação de temperatura

Energia

Qual dos materiais, da amostra M ou da N, tem maior capacidade térmica mássica?


Justifique.

148
DOMÍNIO 1 Energia e sua conservação

57. Um grupo de alunos realizou uma experiência adicionando 30,0 g de gelo em pequenos
pedaços, à temperatura de 0,0 °C, a 260,0 g de água líquida, a 20,0 °C. Verificaram que
a água líquida, resultante da mistura, atingiu o equilíbrio térmico quando a temperatura
estabilizou a 11,0 °C. Com base nos resultados obtidos experimentalmente, os alunos esta-
beleceram o balanço energético do sistema.
57.1 Enquanto os pequenos pedaços de gelo se fundem, a sua energia interna ________ e
a sua temperatura ________.
(A) mantém-se … mantém-se
(B) aumenta… aumenta
(C) mantém-se …. aumenta
(D) aumenta … mantém-se
57.2 Indique em que lei se baseia o estabelecimento do balanço energético do sistema.
57.3 Determine o valor experimental da entalpia mássica de fusão, !hfusão, da água, obtido
pelos alunos.
57.4 Para a água, encontraram numa tabela: !hfusão = 3,34 × 105 J kg−1.
Comparando este valor com o que foi obtido pelos alunos, concluíram que o sistema
água + gelo não era isolado. Conclua, justificando, em que sentido terá ocorrido a trans-
ferência de energia do sistema água + gelo com o exterior.
Apresente todas as etapas de resolução.

58. Considere a amostra de um líquido de massa 0,34 kg e à temperatura de 27 °C, e uma


outra amostra do mesmo líquido, de massa 0,20 kg e à temperatura de 5 °C. Admita que
estas amostras foram misturadas num recipiente termicamente isolado e que a transferên-
cia de energia entre a mistura e o recipiente foi desprezável.
Determine a temperatura à qual a mistura atingiu o equilíbrio térmico.

59. No interior de um bloco de alumínio, de massa 1,100 kg, um grupo de alunos colocou uma
resistência elétrica que ligou a um circuito. Um amperímetro indicou 2,6 A na resistência e
um voltímetro indicou 7,5 V nos seus terminais. Usando um cronómetro e um termómetro
obtiveram os valores indicados na tabela para a temperatura do bloco de alumínio em seis
instantes diferentes. Admita que toda a energia fornecida contribuiu para o aumento de
temperatura do cilindro de alumínio.

t/s T / ºC
0 18,7
60 19,8
120 21,1
180 22,3
240 23,4
300 24,5

Determine a capacidade térmica mássica do alumínio a partir de um gráfico adequado.


Apresente o esboço do gráfico e a reta de regressão encontrada.

149
Física
11.ºAno

Domínio 1
Mecânica

Domínio 2
Ondas e eletromagnetismo
FÍSICA 11.° Ano

Domínio 1
Mecânica
1.1 Tempo, posição e velocidade z
3D

P(x, y, z)
1.1.1 Posição, deslocamento, distância percorrida
e sentido do movimento 0 y

x
Movimentos retilíneos e gráficos posição-tempo 3D
2D
Para estudar o movimento pode usar-se coordenadas
y
cartesianas. Estas coordenadas resultam de um refe- P(x, y)
rencial com três eixos orientados, com uma origem co-
mum (O) e perpendiculares entre si. Neste referencial, x
a localização de um ponto, ou a sua posição, é dada 0

pelas coordenadas cartesianas x, y e z (Fig. 1.1). Se uma 1D


partícula (ou o centro de massa de um corpo) se des-
locar num plano, é suficiente o uso de dois eixos (duas P(x) x
coordenadas); se apenas se deslocar em linha reta, 0
um eixo é suficiente para a localizar (uma coordenada). Fig. 1.1 Sistema cartesiano a três
dimensões, a duas dimensões e
Uma partícula está em movimento quando, em rela- a uma dimensão
ção a um referencial, a sua posição varia no tempo.

Trajetórias Características

A linha que une os sucessivos pontos ocupados pela


Curvilínea
partícula é uma linha curva.

A linha que une os sucessivos pontos ocupados pela


Retilínea
partícula é uma linha reta.

Trajetória de uma partícula é a linha que une os su-


cessivos pontos por onde ela passou.

Deslocamento, sentido do movimento e distância percorrida


A grandeza que indica a variação de posição chama-
-se deslocamento. Independentemente da trajetória,
o deslocamento é um vetor com origem na posição
Δr
inicial e extremidade na posição final, simbolizado por
Δr (Fig. 1.2).
d

Δr

Num movimento retilíneo, para um eixo coincidente xi xf x


com a trajetória, chama-se componente escalar do
Δr
deslocamento, segundo o referencial Ox, à diferença
entre as coordenadas da posição final e da posição xf xi x

inicial (Fig. 1.3): !x = xf – xi


Fig. 1.2 Deslocamento.

152
DOMÍNIO 1 Mecânica

Δ x = x2 – x1 x

0 x1 x2
Δx

Fig. 1.3 Deslocamento e componente escalar do deslocamento num movimento retilíneo.

O sinal desta diferença é o do sentido do movimento.

!x = xf – xi Sentido do movimento

>0 positivo do referencial

<0 negativo do referencial

A distância percorrida sobre a trajetória ou espaço percorrido, simbolizado pela letra s, é o


comprimento do percurso efetuado.
Num movimento curvilíneo, o espaço percorrido é sempre maior do que o deslocamento.
Num movimento retilíneo:
• se não ocorrer inversão no sentido do movimento, o espaço percorrido é igual ao módu-
lo do deslocamento: s = |!x| = |xf – xi|;
• se ocorrer inversão no sentido do movimento, o espaço percorrido é igual à soma dos
módulos dos deslocamentos em cada um dos sentidos.

Questão resolvida

1. Colocou-se um carro de brinquedo em x / cm


movimento e elaborou-se o gráfico des- 40
se movimento.
0
2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0
1.1 Indique qual é o tipo de trajetória.
–40
t/s F 11
1.2 Em que instante o carro passa pela
origem das posições?
1.3 Calcule a componente escalar, segundo o referencial Ox, do deslocamento nos
intervalos seguintes: [0, 1] s; [3, 6] s e [8, 11] s.
1.4 Qual é o sentido do movimento para os intervalos de tempo anteriores?
1.5 Comente a frase: «Entre 2 s e 4 s, o deslocamento foi nulo mas existiu movimento.»
1.6 Determine a componente escalar, segundo o referencial Ox, do deslocamento
entre 0 s e 12 s e calcule a distância percorrida.

1.1 A trajetória foi retilínea (foi necessária apenas uma coordenada de posição).
1.2 No instante 6,0 s.
1.3 [0, 1] s → Δx = x1 – x0 = (20 – 20) cm = 0 cm;
[3, 6] s → Δx = x6 – x3 = (0 – 60) cm = –60 cm;
[8, 11] s → Δx = x11 – x8 = [40 – (–40)] cm = 80 cm.

1.4 [0, 1] s → Δx = 0 cm → o carro esteve parado;


[3, 6] s → Δx = –60 cm → sentido negativo do referencial;
[8, 11] s → Δx = 80 cm → sentido positivo do referencial.

153
FÍSICA 11.° Ano

Questões resolvidas

1.5 O deslocamento entre 2 s e 4 s é nulo, Δx = x4 – x2 = (40 – 40) cm = 0 cm,


mas o carro moveu-se, afastando-se da posição onde estava e depois apro-
ximando-se de novo, após uma inversão no sentido do movimento. O des-
locamento é nulo porque a posição final coincide com a posição inicial.

1.6 [0, 12] s → Δx = x12 – x0 = (40 – 20) cm = 20 cm.


Do gráfico verifica-se que de 1 s a 3 s, a posição (x) vai tomando valores maiores,
o que significa que o carro se move no sentido positivo. Como de 3 s a 8 s, os
valores da posição diminuem, neste intervalo de tempo o carro move-se no
sentido negativo. De 8 s a 11 s, os valores das posições aumentam, então o
carro move-se no sentido positivo. Entre 0 s e 1 s, e também entre 11 s e 13 s,
o carro esteve parado. O espaço percorrido foi s = |x3 – x1| + |x8 – x3| + |x11 – x8| =
(|60 – 20| + |–40 – 60| + |40 – (–40)|) cm = 220 cm

2. Todas as manhãs um estudante anda 10 km de bicicleta, de sua casa para a escola.


Depois das aulas volta para casa usando o mesmo percurso. Na sua viagem diária,
o módulo do deslocamento do estudante é e a distância percorrida
é .
(A) 0 km … 0 km (B) 0 km … 10 km (C) 20 km … 20 km (D) 0 km … 20 km

(D) Como as posições final e inicial coincidem, o deslocamento é nulo. No en-


tanto, foram percorridos 10 km num sentido e 10 km no outro, o que dá um
espaço percorrido de 20 km.

1.1.2 Velocidade
v
A velocidade (ou velocidade instantânea) é uma gran- v

deza vetorial que informa sobre a rapidez com que um


corpo muda de posição, tem a direção da tangente à v
trajetória em cada ponto e tem sempre o sentido do mo-
Fig. 1.4 A velocidade é tangente à
vimento (Fig. 1.4). trajetória e tem o sentido do movimento.

A velocidade só será constante se a direção e o módulo não variarem e o sentido permanecer


invariável. A velocidade varia se mudar a direção ou o módulo. Se os sentidos de duas velo-
cidades forem opostos, elas serão diferentes.

Na Fig. 1.4 as velocidades indicadas para o avião são todas diferentes, embora em alguns
casos o velocímetro possa indicar o mesmo valor – o que significa que têm o mesmo módulo.
d
A velocidade média, vm, é uma grandeza vetorial com a direção e o
sentido do deslocamento dada pelo quociente entre o deslocamento
e o intervalo de tempo em que ocorreu esse deslocamento (Fig. 1.5):
d
d
vm = !r (traduz o modo como o deslocamento varia por unidade de tempo). Δr
t vm

No caso de um movimento retilíneo, a componente escalar da veloci-


dade média, vm, é dada pela expressão: vm = !x
t Fig. 1.5 Velocidade
média e deslocamento.

154
DOMÍNIO 1 Mecânica

Questão resolvida

3. Considere o gráfico da figura referente ao movi- x/m


4
mento de um corpo.
3
3.1 Qual é a relação entre as componentes es- C
B
calares da velocidade média do corpo nos 2
D
diferentes intervalos? A
1
(A) vA > vB = vC > vD (C) vA = vC > vB > vD
(B) vA > vC > vB > vD (D) vB < vC < vA < vD 0 1 2 3 4 5 t/s

3.2 O corpo move-se mais rapidamente no intervalo ___________, percorrendo no


total uma distância de __________.
(A) [0, 1] s … 6 m (B) [0, 1] s … 3 m (C) [3, 5] s … 6 m (D) [3, 5] s … 3 m

(2 – 0) m (3 – 2) m (2 – 2) m
3.1 (B). vA = = 2 m s–1; vC = = 1 m s–1; vB = = 0 m s–1;
(1 – 0) s (3 – 2) s (2 – 1) s
(0 – 3) m
vD = = –1,5 m s–1.
(5 – 3) s
3.2 (A). O movimento é tanto mais rápido quanto maior for o módulo da veloci-
dade média. O corpo desloca-se 3 m no sentido positivo (de x = 0 a x = 3 m)
e 3 m no sentido negativo (de x = 3 m a x = 0 m): percorre 6 m (o seu deslo-
camento é nulo, pois regressa à posição inicial).

1.1.3 Velocidade em gráficos posição-tempo e gráficos velocidade-tempo,


para movimentos retilíneos

Num gráfico posição-tempo, pode-se conhecer a posição em cada instante e determinar a com-
F 11
ponente escalar da velocidade média e a velocidade.
x
Sendo vm = ! a componente escalar da velocidade x
t (I)
média, podemos calculá-la se conhecermos as posições xB
e os instantes respetivos. xA (II)

Tomemos, no gráfico da Fig. 1.6, três posições, xA, xB e xC


xC, e os instantes correspondentes. Para os interva-
tA tB tC t
los de tempo [tA, tB] e [tB, tC], a componente escalar da
x – xA
velocidade média será, respetivamente: vm = B
tB – tA Fig. 1.6 Determinação gráfica da
x – xB componente escalar da velocidade média.
declive da reta (I); vm = C declive da reta (II).
tC – tB

A componente escalar da velocidade média é igual ao declive da reta que passa pelos
pontos (t, x) nos instantes considerados.

Se os intervalos de tempo diminuírem até próximo de zero, a reta cujo declive dá a componen-
te escalar da velocidade média passará por um ponto no gráfico e por outro imediatamente a
seguir. No limite, quando o intervalo de tempo tende para zero, esta reta é tangente ao gráfico.

O declive da reta tangente ao gráfico x(t) dá a componente escalar da velocidade num instante.

155
FÍSICA 11.° Ano

O gráfico A da Fig. 1.7 mostra o processo de determi- x


nação das componentes escalares da velocidade; o B
A
mostra o correspondente gráfico velocidade-tempo.

A componente escalar da velocidade é positiva até t1 t3 t4


porque os declives das tangentes são positivos, mo- t1 t2 t

vendo-se por isso o corpo no sentido positivo. Em t1


e t3, os declives das retas tangentes ao gráfico x(t)
são nulos, anulando-se a velocidade nesses instan-
v
tes. De t1 a t3, a componente escalar da velocidade é B
negativa, movendo-se o corpo no sentido negativo;
o seu módulo aumenta e depois diminui. Entre t3 e
t4, a componente escalar da velocidade é positiva, t

aumentando e diminuindo de seguida, movendo-se


sempre no sentido positivo. A partir de t4, a velocida- Fig. 1.7 Construção do gráfico da componente
escalar da velocidade.
de é nula, ou seja, o corpo está parado.

A partir do gráfico velocidade-tempo determina-se o sentido em que se dá o movimento,


o deslocamento e a distância percorrida. Se a componente escalar da velocidade for positiva,
o movimento dá-se no sentido positivo, mas, se for negativa, dá-se no sentido negativo.

Num gráfico v(t), a componente escalar do deslocamento é dada pela área entre a linha do
gráfico v(t) e o eixo dos tempos.
v / m s–1

No gráfico da Fig. 1.8 o deslocamento no sentido posi- 4


tivo corresponde à área com cor laranja, e no sentido
negativo à área com cor azul. As suas componentes 0
2 4 6 t/s
escalares são, respetivamente:
–4
4×1
!x1 = (2 × + 4 × 1) m = 8 m e !x2 = –8 m Fig. 1.8 Gráfico da componente escalar
2 da velocidade e do deslocamento.

Questões resolvidas

4. Um carro efetua uma manobra numa trajetória retilínea coincidente com um referen-
cial Ox. Na figura registaram-se algumas posições da situação e o gráfico mostra como
variou a posição em função do tempo.
F E D A C B

–60 –50 –40 –30 – 20 – 10 0 10 20 30 40 50 60 x / m

4.1 Calcule a componente escalar da velocida-


x/m

60 B
de média entre as posições A e F.
C
40
4.2 Pode afirmar-se que o carro A
20
(A) se deslocou 30 m no sentido positivo. 0
D
10 20 30 40 50 t / s
(B) a partir da posição D moveu-se no senti- –20
do negativo. –40
E
F
(C) percorreu, no total, uma distância de –60
50 m no sentido negativo.
(D) percorreu 120 m entre A e F.

156
DOMÍNIO 1 Mecânica

4.3 A componente escalar da velocidade do carro foi


(A) nula na posição D. (C) 0,5 m/s entre as posições A e C.
(B) nula na posição B. (D) 4 m/s entre os 25 s e os 35 s.

xF – xA (– 50 – 30) m
4.1 Usando vm = = = –1,6 m s–1.
tF – tA (50 – 0) s
4.2 (D). No sentido positivo, o carro moveu-se da posição A para B, deslocan-
do-se 20 m. A partir da posição B, o carro moveu-se no sentido negativo
percorrendo 100 m. No total o carro percorreu 120 m.

4.3 (B). A componente escalar da velocidade, ou seja, a tangente ao gráfico tem


declive nulo no ponto B, variável entre A e B e −4 m/s entre os 25 s e os 35 s.

5. A posição de um carrinho que se desloca ao longo de uma trajetória retilínea é dada


pela expressão x = – 3t2 + 20 t – 10 (SI) no intervalo [0, 5] s. Utilize a calculadora gráfica.
5.1 Represente o gráfico da posição, x, do carrinho em função do tempo, t, no intervalo
[0, 5] s.
5.2 Em que instante e em que posição ocorreu a inversão no sentido do movimento?
5.3 Construa uma tabela dos valores da velocidade a intervalos de um segundo.
5.4 Com base nos dados obtidos, elabore o gráfico da velocidade em função do tempo.

5.1

Com Texas TI-83 ou TI-84. Com Casio FX-9850 ou FX-9860 F 11


Escrever

No MENU escolher GRAPH e pressionar


Usar a tecla Y = para escrever a função. EXE para escrever a função; pressionar
novamente.

Y1 e X na calculadora representam, respetivamente, x (posição) e t (tempo) da expressão


do enunciado. Para elaborar o gráfico notar que t (X na máquina) varia de 0 a 5 s, a que
correspondem o x (Y na máquina) de –10 m e 15 m. Pode escolher-se a escala com os
seguintes limites: Xmin = 0; Xmax = 5; Ymin = –15; Ymax = 25.

Pressionar sucessivamente as teclas


Usar a tecla WINDOW ou, em alternati-
SHIFT e F3 – V – Window – ou, em alter-
va, depois de escolher os limites para X,
nativa, depois de escolher os limites para
pode usar-se a tecla ZOOM e pressionar
X, usar a tecla F2 – Zoom – e pressionar
0 – ZoomFit; usar a tecla GRAPH .
F5 – AUTO; usar a tecla F6 – DRAW.

Obtém-se o gráfico 1.
Deve colocar-se x nas ordenadas e t nas abcissas.

Gráfico 1

157
FÍSICA 11.° Ano

Questões resolvidas

5.2 Existe inversão num máximo ou mínimo relativo da função x(t). O máximo
pode ser determinado do seguinte modo:

Usando sucessivamente 2nd e CALC F4 , Pressionar sucessivamente as teclas


escolhendo depois a opção 4 (máximo) SHIFT , F5 – G-Solv e F2 – MAX.
e definindo os limites esquerdo e direito
de forma que o máximo esteja contido
entre eles.
A máquina dá os valores de X = 3,33 →
t = 3,33 s e Y = 23,3 → x = 23,3 m.
Coordenadas do máximo: ecrã da Casio.

5.3 Determinar a tangente num ponto qualquer do gráfico:


Pressionar sucessivamente 2nd , DRAW C , Pressionar sucessivamente as teclas
a opção 5 (tangente), o valor de x e ENTER . SHIFT , F4 – Sketch e F2 – Tang – o
valor de x e EXE duas vezes.

Gráfico 2 Gráfico 2

Para o instante 2 s, por exemplo, obtém-se o gráfico 2. O declive da tangente


é 8 m/s (y = 8x + 2). Assim, calculando os declives da tangente em cada instan-
te, pode construir-se a tabela de velocidade em função do tempo.
v / m s–1 20 14 8 2 –4 –10

t/s 0 1 2 3 4 5

5.4 O gráfico da velocidade em função do tempo é o gráfico 3.


Na resolução no papel deve colocar-se v / m s–1 nas coor-
denadas e t / s nas abcissas.
Gráfico 3

6. O gráfico representa a componente escalar,


v / m s–1

8
segundo um referencial Ox, da velocidade,
v, de uma locomotiva, em função do tempo, 4

t. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) 0


2 4 6 8 t/s
cada uma das afirmações seguintes. –4

(A) A locomotiva desloca-se no sentido nega-


tivo do referencial entre 3 s e 5 s.
(B) A locomotiva desloca-se 8 m no sentido negativo do referencial.
(C) Em t = 3 s, 6 s e 7 s há inversão do sentido do movimento.
(D) A locomotiva esteve parada durante os primeiros 3 s.
(E) No intervalo [5,0; 6,0] s a locomotiva move-se cada vez mais devagar.
(F) No instante em que inverte o sentido do movimento, a componente escalar da
posição da locomotiva é 40 m.
(G) A componente escalar da velocidade média nos primeiros 5 s é 6,4 m/s.

158
DOMÍNIO 1 Mecânica

6. Verdadeiras: (B) e (G).


(B) – Entre 5 s e 8 s, a componente escalar, segundo Ox, do deslocamento é
–1
x2 = 2 × (–4) m s × 1 s + (–4) m s–1 × 1 s = –8 m.
2
(G) – Nos primeiros 5 s, a componente escalar, segundo Ox, do deslocamento é
8 m s–1 × 2 s 32 m
x1 = + 8 m s–1 × 3 s = 32 m, logo, vm = = 6,4 m s–1.
2 5s
Falsas: (A), (C), (D), (E) e (F).
(A) – A locomotiva desloca-se no sentido negativo do referencial entre 5 s e 8 s
(v < 0).
(C) – Há inversão no sentido do movimento em t = 5 s (instante em que v muda
de sinal).
(D) – Durante os primeiros 3 s andou 24 m.
(E) – Entre 5 s e 6 s o módulo da velocidade aumenta, ou seja, a locomotiva
move-se cada vez mais depressa.
(F) – Inverte o sentido do movimento em t = 5 s e após ter percorrido 32 m
(desconhece-se a componente escalar da posição por ser desconhecida a po-
sição inicial).

1.2 Interações e seus efeitos


1.2.1 As quatro interações fundamentais na natureza
As forças são uma manifestação das interações entre corpos. F 11
Todas as forças da Natureza podem ser agrupadas em quatro forças fundamentais que
atuam entre partículas a uma certa distância umas das outras:
• gravítica: força que os corpos com massa exercem uns sobre os outros; como é muito fraca,
é necessário ter pelo menos uma massa muito grande, como a de um planeta, para que se
possa detetar o seu efeito;
• eletromagnética: a força elétrica, que as cargas elétricas exercem umas sobre as outras, e
a magnética, que as correntes elétricas ou ímanes exercem uns sobre os outros;
• nuclear forte: responsável pela estabilidade nuclear, ou seja, a força que une protões e
neutrões no interior do núcleo;
• nuclear fraca: responsável pela transformação de certos núcleos em que um neutrão se
transforma num protão, ou vice-versa.

Destas forças, a gravítica e a elétrica anulam-se para uma distância infinita. Mas as forças
nuclear forte e fraca só se fazem sentir para distâncias inferiores ao tamanho do núcleo da
maioria dos átomos: diz-se que o seu alcance é muito curto. Para partículas fundamentais
pode associar-se uma intensidade relativa às forças de interação entre elas.

As forças designam-se por forças de contacto quando a ordem de grandeza das dimensões
dos corpos que interagem é muito maior do que a ordem de grandeza das distâncias entre as
partículas responsáveis por essa interação.

159
FÍSICA 11.° Ano

Gravítica Eletromagnética Nuclear forte Nuclear fraca

Atração e repulsão
Atração entre Estabilidade
entre cargas Decaimento beta
massas nuclear
elétricas

Efeitos +
! antineutrino
p
Terra n
n n neutrão
– n p protão
p p p
Lua n n n
– e eletrão

Intensidade
10–40 10–2 1 10–5
relativa

Alcance Infinito Infinito 10–15 m 10–16 m

Questão resolvida

7. Todas as forças têm origem em quatro interações fundamentais.


7.1 Sobre as forças fundamentais pode afirmar-se que
(A) a menos intensa é a força nuclear fraca.
(B) as nucleares são de curto alcance.
(C) a nuclear forte é responsável pela interação entre os núcleos dos átomos na
molécula de hidrogénio, H2.
(D) a força gravitacional não existe quando saímos da Terra para o espaço.
7.2 Quais são as interações fundamentais relevantes nas situações seguintes?
I - Interação entre o núcleo de um átomo e os eletrões que o rodeiam.
II - Interação entre dois protões de um núcleo de um átomo de hélio-4.
III - Interação entre os dedos e um teclado.

7.1 (B). A força fundamental com menor intensidade relativa é a gravítica e as


de menor alcance, apenas da ordem dos núcleos atómicos, são as nucleares.
A gravitacional, tal como a eletromagnética, tem um alcance infinito.
7.2 I - Interação eletromagnética. II - Interações nuclear forte e eletromagnética.
III - Interação eletromagnética.

1.2.2 Terceira Lei de Newton

Quando um jogador dá um pontapé numa bola, a


d
bota exerce uma força na bola (ação) mas a bola F
também exerce uma força na bota (reação). Este
par de forças, par ação-reação, traduz a interação
entre dois corpos, a bota e a bola (Fig. 1.9). d
F

Fig. 1.9 Interação bola-bota.

160
DOMÍNIO 1 Mecânica

A Terceira Lei de Newton, ou Lei da Ação-Reação, traduz a relação entre a ação e a reação:

Sempre que um corpo A exerce uma força sobre um corpo B, F A/B, este também exerce
d

uma força sobre o corpo A de igual módulo e direção, F B/A , mas de sentido oposto, ou
d d

seja, F B/A = – F A/B.

Quando um corpo cai para a Terra, esta exerce uma força sobre o FT/c
corpo, para baixo, mas o corpo também atrai a Terra, puxando-a Fc/T
para cima (Fig. 1.10). Como as forças produzem efeito nos corpos
CM
em que atuam e as forças de um par ação-reação atuam sobre
corpos diferentes, o seu efeito sobre cada um dos corpos não
é nulo. Terra
Fig. 1.10 Interação Terra-corpo.

Questão resolvida

8. Uma maçã está pousada sobre uma mesa.


8.1 Trace o diagrama de forças que atuam sobre a maçã, fazendo a legenda.
8.2 Represente e caracterize o par de cada uma das forças que atuam sobre a maçã.

8.1 N
d

N = força normal;
d
P = peso da maçã.
P
d
8.2 A força normal N é a força que a mesa exerce sobre a maçã; o seu par é a
d d

força N ’ = –N que a maçã exerce sobre a mesa, de direção vertical, sentido


para baixo e intensidade igual à da força normal.
d

O peso P é a força gravítica que a Terra


exerce sobre a maçã e o seu par é a força N P
F 11
d d

P ’ = –P que a maçã exerce sobre a Ter- P’


ra, de direção vertical, sentido para cima N’
e intensidade igual à do peso.

1.2.3 Lei da gravitação universal

Todos os corpos no Universo, por terem massa, exer- M m


cem forças de atração gravítica uns sobre os outros. Um F F’

corpo de massa M atrai um corpo de massa m com uma


d

força F e, por sua vez, o corpo de massa m também r


d

atrai o corpo de massa M com uma força F ’. Estas duas


d d

forças formam um par ação-reação: F ’ = –F ’ (Fig. 1.11). Fig. 1.11 Atração universal.

A Lei da Gravitação Universal, formulada por Newton, diz que a força de atração gravítica
atua segundo a linha que une os centros dos dois corpos, considerados pontuais, é direta-
mente proporcional às suas massas, M e m, e inversamente proporcional ao quadrado da
distância, r, entre os seus centros. A expressão matemática que traduz a sua intensidade é:
Mm
F=G , em que G = 6,67 × 10–11 N m2 kg–2 é a constante de gravitação universal.
r2

161
FÍSICA 11.° Ano

Os corpos caem em direção ao centro do planeta (Fig. 1.12) em que


se encontram devido a esta força gravítica. Por exemplo, na Terra P h
o peso de um corpo de massa m a uma altitude h é a força gravíti-
ca que o planeta Terra, de massa mT e raio RT, exerce nesse corpo
que se encontra a uma distância r = RT + h do centro da Terra: RT

mT m mT m
P=G =G Fig. 1.12 O peso
2
r (RT + h)2 é a força gravítica
exercida pelo planeta.

Questões resolvidas

9. Newton percebeu que se lançasse, de um ponto muito alto, E


A
balas de canhão com velocidades cada vez maiores, a partir B
de um certo valor de velocidade, a bala entraria em órbita da
Terra, desprezando a resistência do ar.
Esta experiência imaginada permitiu a Newton concluir que C

(A) a força que faz cair uma bala de canhão tem a mesma na- D

tureza da força que mantém a Lua em órbita.


(B) é possível colocar satélites em órbita da Terra.
(C) quanto maior for a velocidade da bala, menor será a força gravítica.
(D) para velocidades muito elevadas, a força de atração gravítica anula-se.

(A). Newton concluiu que a força que mantém a Lua em órbita tem a mesma
natureza que a força que faz os objetos cair. As diferentes trajetórias resultam
de diferentes velocidades. Mas em todas as trajetórias a Terra exerce uma força
gravítica sobre a bala que depende da distância entre o centro da Terra e a bala,
assim como das suas massas.

10. O raio da órbita da Lua em redor da Terra é igual a 60 raios da Terra, enquanto o
da Estação Espacial Internacional (EEI) é de 1,05 raios da Terra. A intensidade da
força exercida pela Terra sobre a Lua é de 2,0 × 1020 N, enquanto a exercida sobre
a EEI é de 3,7 × 106 N.
10.1 Quantas vezes aumentaria a força exercida pela Terra sobre a Lua se a sua
trajetória fosse igual à da Estação Espacial Internacional?
10.2 Relacione as massas da Lua e da EEI.
10.3 Porque é que a força gravítica exercida pela Terra na Lua é muito maior do
que a exercida pela Terra na EEI?

10.1 Pretende comparar-se a intensidade da força F’ que a Terra exerceria sobre a


Lua se esta tivesse uma órbita de raio r’ = 1,05 RT com a intensidade da força
F que a Terra realmente exerce na Lua, cuja órbita tem de raio r = 60 RT:
m m
G T2 L 2 2
A força sobre a Lua
!" ! "
F' r' r2 r 60 RT
= = 2 = # 3,3 × 103 aumentaria 3300 vezes.
F m m r' r' 1,05 RT
G T2 L
r

162
DOMÍNIO 1 Mecânica

10.2 A partir da relação entre as forças exercidas na Lua e na EEI, e conhecendo


os raios das órbitas, é possível relacionar as suas massas:
MT mL
FT/L G 2,0 × 1020 mL × 1,052 m
(60 RT)2
= ⇔ ⇔ L = 1,8 × 1017
6 = 2
FT/EEI MT mEEI 3,7 × 10 m EEI
× 60 m EEI
G
(1,05 RT)2

10.3 Embora a EEI esteja 57 vezes mais próxima do centro da Terra do que a Lua,
a massa da Lua é cerca de 1017 vezes maior do que a da EEI.

1.2.4 Efeito das forças sobre a velocidade: a aceleração

Sempre que sobre um corpo atuar uma ou mais forças não contrabalançadas por outras, a
d
sua velocidade, v , é alterada. A velocidade pode variar em módulo e em direção.

A soma das forças que atuam sobre um corpo designa-se resultante das forças ou força
resultante. Se o corpo estiver em repouso, a força resultante coloca-o em movimento.

Se a resultante das forças tiver a direção da velocidade, só varia o módulo da velocidade, o


que significa que o movimento é retilíneo. O módulo da velocidade aumenta se a resultante das
forças tiver o mesmo sentido da velocidade (movimento acelerado) – Fig. 1.13 – e diminui quando
a resultante das forças tem sentido oposto à velocidade (movimento retardado) – Fig. 1.14.

vi vf vf vi

F F F F F 11
ti tf tf ti
Fig. 1.13 Movimento acelerado. Fig. 1.14 Movimento retardado.

Os movimentos em que o módulo da velocidade varia dizem-se variados. Se o mó-


dulo da velocidade for constante, o movimento diz-se uniforme. v
Ftangencial

Se a resultante das forças não tiver a direção da velocidade, o movimento é curvilí-


neo. Neste caso, pode decompor-se a resultante das forças em duas direções (Fig. 1.15): Fnormal F
a componente perpendicular à velocidade (componente normal) faz variar a direção
da velocidade e a componente paralela à velocidade (componente tangencial) faz Fig. 1.15 Componentes da
força.
variar o módulo da velocidade. Quando a força é perpendicular à velocidade a dire-
ção do movimento varia, mas o módulo da velocidade permanece constante.

A aceleração média traduz a variação da velocidade por unidade de tempo


para um certo intervalo de tempo (unidade SI: m s–2):
d
d !v
aceleração média = am =
!t

163
FÍSICA 11.° Ano

v1
A aceleração média é uma grandeza vetorial com a mesma
d
v1 Δv am
direção e sentido da variação de velocidade !v (Fig. 1.16). v2

Nos movimentos retilíneos, a aceleração tem sempre a


direção do movimento (a aceleração e a velocidade são v2

paralelas). Por isso utiliza-se a componente escalar na dire-


!v Fig. 1.16 Aceleração média
ção do movimento: am = .
!t e variação de velocidade.

Esta componente é positiva ou negativa consoante a acelação média apontar no sentido con-
vencionado como positivo ou negativo, respetivamente (Fig. 1.17).
A B
vi Δv = vf – vi vf vi Δv = vf – vi vf

a a

ti tf x ti tf x

Fig. 1.17 Movimentos com aceleração positiva (A) e negativa (B).

Nos movimentos curvilíneos, a aceleração tem sempre direção diferente da velocidade,


apontando para dentro da concavidade da trajetória.

Para se determinar como está a variar a velocidade num de- v a>0


terminado instante, define-se a grandeza aceleração como a
a<0
taxa de variação temporal da velocidade.
t
No movimento retilíneo, a componente escalar da aceleração a=0
num determinado instante pode ser calculada a partir do de-
Fig. 1.18 Determinação gráfica da
clive da tangente ao gráfico velocidade-tempo no instante aceleração.
pretendido (Fig. 1.18).

Questão resolvida

11. O gráfico velocidade-tempo abaixo diz respeito ao movimento de um automóvel


num trajeto retilíneo, em relação a um referencial Ox.
11.1 O automóvel
(A) nos primeiros 5 s des-
v / m s–1

loca-se no sentido ne- 30


gativo com movimento 25
20
retardado. 15
10
(B) tem movimento acele- 5
rado entre 5 s e 10 s. 0
–5 5 10 15 20 25 30 t / s
(C) esteve parado entre os –10
–15
10 s e os 15 s.
(D) inverte o sentido do movimento no instante 15 s.
11.2 A componente escalar, segundo Ox, da aceleração
(A) aos 5 s muda de sinal. (C) diminui nos últimos 10 s do movimento.
(B) entre 15 s e 20 s é constante. (D) é −3,0 m s−2 para os primeiros 10 s.

164
DOMÍNIO 1 Mecânica

11.1 (B). O automóvel desloca-se no sentido positivo quando a componente esca-


lar da velocidade é positiva (entre 0 s e 5 s e 17 s a 30 s). Quando o módulo
da velocidade diminui (0 s a 5 s e 15 s a 17 s) o movimento é retardado e é
acelerado quando aumenta (5 s a 10 s e 17 s a 30 s) sendo uniforme quando
é constante (10 s a 15 s). O sentido do movimento é invertido quando há mu-
dança do sinal da componente escalar da velocidade (nos instantes 5 s e 17 s).

11.2 (B). A componente escalar da aceleração é igual ao declive da tangente ao


gráfico v(t) para cada instante. É constante para os intervalos 0 s a 5 s (−4 m s−2),
5 s a 10 s (−2 m s−2) e 15 s a 20 s (3 m s−2), sendo negativa entre 0 s e 10 s. Como
no intervalo de 20 s a 30 s a tangente ao gráfico tem um declive que aumen-
ta, também aumenta a componente escalar da aceleração.

1.2.5 Segunda Lei de Newton


d
A resultante das forças que atuam num corpo, FR , tem sempre a mesma direção e sentido
d
da aceleração, a, do seu centro de massa, sendo diretamente proporcional à aceleração.
Este é o enunciado da Segunda Lei de Newton, ou Lei Fundamental da Dinâmica, que se
pode exprimir pela seguinte relação:
d d
FR = m a
a1 FR

em que a constante de proporcionalidade, m, é uma m1

propriedade de cada corpo, designada por massa


inercial. a2 FR
Quanto maior for a massa do objeto, menor será a
aceleração adquirida para uma determinada força m2 F 11
resultante, ou seja, maior será a sua inércia (tendên-
m2 > m1 => | a 2| < |a1|
cia para manter a mesma velocidade) – Fig. 1.19.
Fig. 1.19 Dois corpos com massas diferentes
sujeitos à mesma força resultante.

Para caracterizar o movimento de um corpo é necessário conhecer a resultante das forças


e as condições iniciais do movimento (posição e velocidades iniciais). No quadro seguinte,
mostra-se como a direção relativa da força resultante e da velocidade determina algumas das
características do movimento.

d d d d
FR = 0 ⇒ a = 0
d
uniforme v é constante
Movimento d d

retilíneo: •aev têm o mesmo sentido;


d d d d
acelerado
a direção FR ! 0 ⇔ a ! 0 d
aev
d
•aev têm o mesmo sinal;
da velocidade d variado d d
d paralelos •aev têm sentidos opostos.
é constante. F R e v paralelos retardado
•aev têm sinais contrários;
d d
• a e v são perpendiculares.
Movimento d d d
FR ! 0 ⇔ a ! 0
d
d d uniforme d d
curvilíneo: a e v • F R e v são perpendiculares.
a direção d d nunca são d d
F e v nunca acelerado • ângulo entre a e v menor que 90o.
da velocidade R
paralelos variado
varia. são paralelos. d d
retardado • ângulo entre a e v maior que 90o.

165
FÍSICA 11.° Ano

Nos movimentos retilíneos em que a força resultante é constante, a aceleração também


o é. Isto significa que a variação de velocidade é diretamente proporcional ao intervalo de
tempo. A taxa de variação temporal da velocidade é constante e os movimentos dizem-se
uniformemente variados (acelerados ou retardados).

Questão resolvida

12. Um estudante faz uma experiência utilizando um dinamómetro, um acelerómetro e


dois blocos, P e Q, de massas 500 g e 1000 g, respetivamente. Coloca os blocos
no mesmo plano horizontal e procede de modo a exercer horizontalmente a mes-
ma força, de intensidade 5,0 N, nos dois blocos de materiais diferentes. Verifica
que as acelerações de P e de Q são 6,0 m s–2 e 1,0 m s–2, respetivamente.
12.1 Partindo dos diagramas de forças, explique por que motivo o bloco Q não tem
metade da aceleração do bloco P, visto ter o dobro da massa.
12.2 Relacione as intensidades das forças resultantes que atuam nos blocos P e Q.
12.3 Caracterize a força de atrito que atua sobre o bloco P.
12.4 Escolha o gráfico que representa corretamente a relação entre as intensida-
des das forças resultantes e das acelerações para os blocos P (linha azul) e
Q (linha verde).
(A) (B) (C) (D)
F/N

F/N
F/N

F/N

a / m s- 2 a / m s- 2 a / m s- 2 a / m s- 2

12.1 Para a mesma força resultante, a


aceleração é inversamente propor- y
N
cional à massa. No entanto, a força x
Fa Festudante
de 5,0 N exercida pelo estudante
não corresponde à força resultan-
te: nos blocos também atuam for-
P
ças de atrito, que afetam o módulo
da força resultante.
FR mP aP 0,500 kg × 6,0 m s–2
12.2 F P = m a = = 3 (a força resultante em P é tripla da de Q)
RQ Q Q 1,000 kg × 1,0 m s–2
12.3 A força de atrito atua na direção horizontal, que é também a direção da ace-
leração:
FRx = mP a ⇔ Festudante – Fa = mP a ⇔ 5,0 N – Fa = 0,500 kg × 6,0 m s–2 ⇔ Fa = 2,0 N
A força de atrito tem intensidade 2,0 N, direção horizontal e sentido oposto
ao do movimento do bloco.

12.4 (A). A resultante das forças é diretamente proporcional à aceleração, portan-


to o gráfico é o de uma reta que passa na origem. O declive do gráfico F(a) é a
massa do corpo, logo, o gráfico correspondente ao corpo Q deve apresentar
maior declive.

166
DOMÍNIO 1 Mecânica

1.2.6 Queda livre (AL 1.1)

Nesta atividade determina-se a aceleração no movimento de


um corpo em queda livre, ou seja, desprezando a resistência Célula 1
do ar. Usando corpos de massas diferentes verifica-se, ainda,
se a aceleração de queda depende da massa dos corpos.
d
A aceleração de queda livre, a, admitindo que é constante,
d
calcula-se usando o conceito de aceleração média, am.

!v v – v1
a = am= = 2
!t t2 – t1

Com um cronómetro digital e duas fotocélulas alinhadas ver- Célula 2


ticalmente podem medir-se os intervalos de tempo !t1 e !t2,
de passagem de um corpo de espessura d por essas células
e o intervalo de tempo, !t3, que o corpo demora a percorrer a Cronómetro
digital
distância entre as duas fotocélulas.
Fig. 1.20 Queda livre.
Ao lado, apresenta-se o gráfico do módulo da velocidade em
função do tempo de queda. As velocidades médias,vm1 e vm2,
d d V
respetivamente iguais a e , correspondem às velocida- Vm
!t1 !t2 2
V2
!t1 !t2
des para os instantes t1 + e t2 + , e são tão mais próxi-
2 2
Vm
mas das velocidades v1 e v2 quanto menores forem os interva- V1
1

los de tempo.

Fig. 1.21 Gráfico v(t) de queda livre.


t1 t1 t 2 t2 t
F 11
Questão resolvida

13. Um grupo de alunos largou uma esfera, com o


!t1 / ms !t2 / ms !t3 / ms
diâmetro de 1,20 cm e uma massa de 7,06 g,
acima de duas fotocélulas alinhadas vertical- 5,79 4,42 66,48
mente. Na tabela estão registados os interva- 5,88 4,46 66,36
los de tempo, !t1 e !t2, de interrupção das fo-
5,81 4,44 66,29
tocélulas pelo diâmetro da esfera e o intervalo
de tempo, !t3, que ela demorou a percorrer a distância entre as duas fotocélulas.
13.1 Apresente, na unidade SI de base, o valor mais provável da medição dos in-
tervalos de tempo de passagem da esfera pelas fotocélulas e do intervalo de
tempo que demorou entre as duas fotocélulas.
13.2 Determine o módulo da aceleração de queda da esfera.
13.3 Calcule o erro percentual associado à medição da aceleração, comentando a
exatidão do resultado obtido. Considere a aceleração gravítica 9,80 m s−2.
13.4 Um outro grupo de alunos, usando uma esfera de raio 3,00 cm e massa 110,05 g,
obteve 9,41 m s−2 para o módulo da aceleração gravítica. Conclua, justificando,
se a aceleração gravítica depende ou não da massa das esferas, partindo dos
resultados obtidos pelos dois grupos.

167
FÍSICA 11.° Ano

Questão resolvida

13.1 Os valores mais prováveis para os intervalos de tempo são:


(5,79 + 5,88 + 5,81)
!t1 = = 5,83 ms = 5,83 × 10–3 s
3
(4,42 + 4,46 + 4,44)
!t2 = = 4,44 ms = 4,44 × 10–3 s
3
(66,48 + 66,36 + 66,29)
!t3 = = 66,38 ms = 66,38 × 10–3 s
3
d 1,20 × 10–2 m d 1,20 × 10–2 m
13.2 v1 = = = 2,059 m s–1
; v = = = 2,703 m s–1;
t1 5,83 × 10–3 s 2
t2 4,44 × 10–3 s
v v2 – v1 (2,703 – 2,059) m s–1
a = am = = = = 9,70 m s–2
t3 t3 66,38 × 10–3 s
9,70 – 9,80
13.3 O erro percentual é × 100% = –1,02% . Este é um erro significa-
9,80
tivamente baixo o que traduz uma boa exatidão no resultado obtido.

13.4 Os valores obtidos pelos dois grupos de alunos, 9,70 m s–2 e 9,41 m s–2, respe-
tivamente para as massas de 7,06 g e 110,05 g, são muito próximos. A diferen-
ça entre esses valores está dentro do erro do método experimental. Assim,
tendo por base os resultados, a aceleração gravítica não depende da massa.

1.2.7 Primeira Lei de Newton

Galileu (1564-1642) imaginou uma situação ideal em que um corpo deslizava numa superfície
horizontal sem atrito. Sendo a força resultante nula, o movimento não poderia ser nem acele-
rado nem retardado e a velocidade do corpo deveria ser constante em módulo (movimento
uniforme) e em direção (movimento retilíneo). Surge assim a Lei da Inércia:

Se a resultante das forças que atuam sobre um corpo for nula, a sua velocidade perma-
necerá constante.

d d

FR = 0 ⇔ v = constante (Fig. 1.22).


d

v a Superfície horizontal sem atrito: FR = 0 v


a
v v
Movimento N Movimento
v v v
acelerado retardado

Movimento retilíneo e uniforme


Fig. 1.22 Num plano horizontal sem atrito, o movimento é retilíneo e uniforme.

Resultante Situação
das forças Inicial Ao longo do tempo
d d
d d d d

Nula Repouso: v i = 0 v é constante ⇔ v (t) = v i = 0 – Repouso


d d

FR = 0 d d d
Movimento: v i ≠ 0 v é constante em módulo e direção – Movimento retilíneo uniforme

168
DOMÍNIO 1 Mecânica

Questão resolvida

14. Um avião move-se com velocidade constante. Atuam sobre o avião quatro forças:
d d d

o seu peso, P, a força de sustentação, S, a resistência do ar, R, e a força de propul-


d

são, T, de acordo com a figura. Nesta situação verifica-se:


S
d d d d d d d d d d
R T
(A) S > P
9 9 9 9 (B) T > R
9 9 9 9 (C) T + R = 0 (D) P + R = 0
P
(C). Se a velocidade é constante, a resultante das forças é nula.
d d d d d d d d

Por isso, verifica-se que: Fx = T + R = 0 e FRy = S + P = 0

1.3 Forças e movimentos


m m

1.3.1 Movimentos uniformemente variados P P

Desprezando a resistência do ar, um corpo deixado cair ou lança- P P

do verticalmente, à superfície da Terra, fica sujeito apenas à força


P P
gravítica exercida pela Terra: diz-se que está em queda livre. O cor- P P
=
po designa-se por grave e a aceleração adquirida designa-se por m m
d
aceleração gravítica, g. Na ausência de resistência do ar, todos P
P
os corpos largados da mesma altura chegam ao mesmo tempo ao
Fig. 1.23 A aceleração
solo, apresentando portanto a mesma aceleração. Conclui-se que a gravítica não depende da
aceleração gravítica não depende da massa do grave (Fig. 1.23). massa.

Para um corpo qualquer à superfície da Terra, a aceleração gravítica pode calcular-se a partir
da Lei da Gravitação Universal e da Segunda Lei de Newton:
d

FR = m a ⇔ P = m g ⇔ G
d
d
d
mT m
=mg⇔g=G
mT F 11
2
R T R 2T

5,97 × 10–24
Substituindo os valores de G, mT e RT, obtém-se: g = 6,67 × 10–11 × m s–2 = 9,8 m s–2.
(6,37 × 10 6) 2
Um grave tem aceleração constante: o movimento vertical de um grave é uniformemente
variado (retardado na subida e acelerado na descida). Para estudar o movimento retilíneo faz-
-se coincidir um eixo com a direção do movimento, convencionando uma origem e um sentido
positivo. Os sinais atribuídos à velocidade e à aceleração dependem de estas apontarem no
sentido positivo ou negativo do eixo escolhido.
No movimento retilíneo uniformemente variado, a componente escalar da velocidade, v, va-
ria linearmente com o tempo, a posição, x, varia no decurso do tempo e pode relacionar-se a
componente escalar da velocidade do corpo, v, com o seu deslocamento, !x. Nas equações,
x0 ,v0 e a são as componentes escalares no eixo escolhido da posição inicial, velocidade ini-
cial e aceleração, respetivamente.

Lei da Lei da Lei das Velocidade


aceleração velocidade posições e deslocamento
Movimento retilíneo 1 2
a(t) = constante v(t) = v0 + at x(t) = x0 + v0 t + at v 2 = v 20 + 2 a !x
uniformemente variado 2

Para um grave, convencionando como positivo o sentido ascendente, considerar a = –g.

169
FÍSICA 11.° Ano

Questões resolvidas

15. Em 1971, o astronauta David Scott, comandante da mis- x


são Apollo 15, deixou cair um martelo e uma pena na Lua,
tendo verificado que atingiram o solo ao mesmo tempo.
11 cm
A análise do vídeo desta experiência permitiu marcar na 46 cm
figura as distâncias com intervalos de 0,36 s. Utilize o eixo
100 cm
indicado na figura. 0

15.1 Explique porque é que o martelo e a pena chegam ao mesmo tempo ao solo.
15.2 Com base nos dados, determine o valor mais provável da aceleração gravíti-
ca na Lua.
15.3 Determine a velocidade do martelo após ter percorrido 50 cm, com base nas
equações x(t) e v(t) .
15.4 Considere que o astronauta atirava o martelo para cima, verticalmente, com
uma velocidade de 6,0 m/s, a partir de uma posição a 1,0 m de altura.
a) Qual seria a altura máxima atingida?
b) Quanto tempo demoraria a chegar ao solo?

15.1 Na Lua não existe atmosfera, por isso, sobre ambos os corpos atua apenas a
força gravítica. Ora, a aceleração gravítica não depende da massa dos corpos.

15.2 O movimento do martelo tem aceleração constante, cuja componente es-


calar é a = –gL, com as seguintes condições iniciais: x0 = 1,0 m e v0 = 0 m s–1
(o martelo foi largado) e equação do movimento:
1 1 1 t /s x /m
x(t) = x0 + v0t + at2 ⇔ x = 1 + 0 – gLt2 ⇔ x = 1 – gL t2
2 2 2 0,00 1,00
O gráfico da componente escalar da posição, x, do marte-
0,36 0,89
lo em função do quadrado dos tempos, t 2, traduz uma de-
pendência linear. A equação da reta de ajuste ao gráfico 0,72 0,54
de dispersão x(t 2) é x = −0,859 t 2 + 1,00. 1,08 0,00
Comparando a equação da reta com a expressão
1 1
x=1− g t2 conclui-se que – g = −0,859 m s−2, logo, gL = 2 × 0,859 m s−2 =
2 L 2 L
= 1,72 m s−2.

15.3 A aceleração do martelo é –1,72 m s–2 e, após ter percorrido 50 cm, a sua
posição é x = 1,00 – 0,50 = 0,50 m.
⎧ 1 2 ⎧ 1
⎪ x(t) = x0 + v0t + 2 at
2
⎪ 0,50 = 1,00 + 0 – × 1,72 × t
⎨ ⇔⎨ 2 ⇔
⎪ v(t) = v + at ⎪ v = 0 – 1,72 × t
⎩ 0 ⎩


⎪ t= 1
s = 0,762 s
⇔⎨ 1,72

⎩ v = –1,72 × 0,762 m s–1 = –1,3 m s–1

Após ter percorrido 50 cm, tem uma velocidade de módulo 1,3 m s–1, direção
vertical e sentido para baixo.

170
DOMÍNIO 1 Mecânica

15.4 a) As condições iniciais do movimento são x0 = 1,0 m e v0 = 6,0 m s–1. Para de-
terminar a altura máxima, é necessário determinar o tempo necessário para
que a velocidade se anule:
6,0
v(t) = v0 + at ⇒ 0 = 6,0 – 1,72t ⇔ t = s = 3,49 s
1,72
Basta agora calcular a posição ao fim deste tempo:
1 1
x(t) = x0 + v0t + at2 ⇒ x = 1,0 + 6,0 × 3,49 – × 1,72 × 3,492 ⇔ x = 11 m
2 2
b) Pretende-se determinar o tempo necessário para que atinja a posição x(t) = 0:
1 1
x(t) = x0 + v0t + at 2 ⇒ 0 = 1,0 + 6,0t – × 1,72 t2 ⇔ t = 7,1 s ou t = –0,16 s.
2 2
No contexto do problema só se consideram instantes após o inicial (t ≥ 0),
por isso demora 7,1 s a atingir o solo.

16. Um corpo Q, de 200 g de massa, foi deixado cair v0


Q R
de uma altura h acima do solo e, simultaneamen-
te, um corpo R, de 100 g de massa, foi atirado, da y
h
mesma altura, verticalmente para cima a 4,0 m/s. x
O gráfico apresenta a componente escalar, segun-
do Oy, da velocidade do corpo Q em função do
4
vy / m s–1

tempo até atingir o solo. Despreze a resistência


0
do ar. 0,4 0,8 1,2 t / s
–4

16.1 Selecione a opção correta. –8


– 12
(A) Os dois corpos ficam sujeitos à mesma – 16
força gravítica.
(B) O corpo Q atinge o solo antes por ser mais pesado.
(C) Os corpos R e Q atingem o solo com a mesma velocidade. F 11
(D) Os dois corpos apresentam a mesma aceleração.

16.2 Com base na informação do gráfico vy(t) para o corpo Q, calcule a altura h.

16.3 Indique qual dos seguintes gráficos pode representar:


a) a posição do corpo Q em função do tempo?
(A) (B) (C) (D)
y/m
y/m
y/m

y/m

t/s

t/s
t/s t/s

b) a componente escalar da velocidade do corpo R em função do tempo?

(A) (B) (C) (D)


v / m s–1
v / m s–1
v / m s–1

v / m s–1

t/s t/s t/s t/s

171
FÍSICA 11.° Ano

Questão resolvida

16.1 (D). Na ausência da resistência do ar todos os corpos apresentam, no mesmo


local, a mesma aceleração. Os corpos R e Q ficam sujeitos a forças gravíticas
diferentes, porque estas são forças diretamente proporcionais às suas mas-
sas. As velocidades dos corpos R e Q são diferentes quando eles chegam ao
solo, porque o corpo Q é largado da altura h, e o corpo R tem velocidade nula
mais acima, logo, na queda a partir desse ponto acelera para baixo durante
mais tempo.
16.2 O corpo Q atinge o solo passados 1,2 s de ter sido lançado: y(1,2 s) = 0 m.
Utilizando a expressão de y(t), obtém-se:
1 1
y(t) = y0 – g t2 ⇒ 0 = h – × 10 × 1,22 ⇔ h = 7,2 m.
2 2
16.3 a) (A). O movimento é uniformemente acelerado, por isso, a componente
vertical da posição, y(t), deve ser uma parábola. O corpo move-se no sentido
negativo do eixo dos yy.
b) (A). O movimento é uniformemente variado, por isso, a velocidade varia
linearmente com o tempo. No instante inicial, a componente escalar da ve-
locidade é positiva, já que a velocidade aponta para cima.

1.3.2 Forças nos movimentos retilíneos acelerado e uniforme (AL 1.2)

Fig. 1.24 Movimentos acelerado e uniforme.

Nesta atividade um carrinho estará ligado por um fio, que passa na gola de uma roldana, a um
corpo suspenso que irá cair na vertical após o carrinho ter sido largado. O corpo suspenso
irá ficar imobilizado no chão antes de o carrinho ter efetuado todo o seu movimento no plano
horizontal.

Enquanto o corpo suspenso cai na vertical, o fio estará sob tensão e, na direção horizontal,
desprezando as forças de atrito, a resultante das forças que atuam sobre o carrinho é a
d

tensão, T, que é constante (o peso e a força normal anulam-se, pois são perpendiculares
ao deslocamento). Portanto, até o corpo suspenso tocar no chão o carrinho terá aceleração
constante. Depois, com o corpo que esteve suspenso já imobilizado no chão, a tensão sobre
o fio será nula. O carrinho, que vinha em movimento, deverá manter a velocidade (movimento
retilíneo uniforme), porque na horizontal não haverá forças (na vertical a resultante das forças
mantém-se nula).

172
DOMÍNIO 1 Mecânica

Questão resolvida

17. Um grupo de alunos colocou um carrinho, de massa 548,06 g, num plano horizontal
e ligou-o por um fio, que passou por uma roldana, a um corpo suspenso. Após lar-
garem o carrinho este moveu-se, embatendo o corpo suspenso no chão antes de
o carrinho terminar o seu movimento. Um sensor de movimento permitiu recolher
o gráfico velocidade-tempo, do movimento do carrinho, que a seguir se apresenta.
v/ m s–1
1,8
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0,00 0,50 1,00 1,50
t/s

17.1 Em que instante terá o corpo suspenso embatido no chão?


17.2 Conclua, com base no gráfico, sobre o tipo de movimentos do carrinho no inter-
valo de tempo de recolha de dados.
17.3 Represente, em esquemas separados, as forças que atuaram no carrinho nos
movimentos identificados.
17.4 Os alunos concluíram que os atritos eram desprezáveis. Explique por que terão
assim concluído, referindo a Lei em que se basearam.
17.5 Determine a intensidade da resultante das forças que atuaram sobre o carrinho
no instante 0,75 s. Apresente todas as etapas de resolução. F 11
17.6 No instante 0,75 s, o módulo da aceleração do corpo suspenso era
(A) 10 m s−2. (B) 0 m s−2. (C) 1,3 m s−2. (D) 2,2 m s−2.

17.1 1,00 s (instante em que se altera a tendência na variação da velocidade).


17.2 Até ao instante 0,25 s a velocidade do carrinho é aproximadamente nula. Ele
estará parado (pequenas variações de velocidade registadas resultarão de
incertezas de medida ou de pequenas vibrações).
Entre os instantes 0,25 s e 0,30 s até ao instante 1,00 s a velocidade do
carrinho aumenta uniformemente com o tempo. Pois é possível traçar uma
linha reta, sobrepondo-a sobre os pontos que se encontram nesse intervalo
de tempo. Significa que, neste intervalo de tempo, a aceleração é constante:
movimento uniformemente acelerado.
Depois do instante 1,00 s, até 1,50 s, o módulo da velocidade mantém-se apro-
ximadamente constante: movimento uniforme.

17.3 Entre 0,25 s e 1,0 s: Até ao instante 0,30 s e entre 1,00 s e 1,50 s:

N N
TA

PA PA

173
FÍSICA 11.° Ano

Questão resolvida

17.4 Depois de o corpo suspenso ter embatido no chão, o carrinho apresentou


velocidade constante: o módulo da velocidade é constante e como o carri-
nho se move em linha reta, a direção da velocidade, tangente à trajetória,
também é constante. Tal só é possível se a resultante das forças for nula,
como diz a Primeira Lei de Newton (ou Lei da Inércia).

17.5 Entre 0,30 s e 1,00 s, a aceleração é constante. Tomando, por exemplo, os


instantes 1,00 s e 0,35 s determina-se o módulo da aceleração:
v v2 – v1 (1,60 – 0,15) m s–1
a = am = = = = 2,2 m s–2
t t2 – t1 (1,00 – 0,35) s
A intensidade da resultante das forças é F = m a = 0,54806 kg × 2,2 m s–2 = 1,2 N.

17.6 (D). Enquanto ligados, a aceleração do corpo suspenso e do carrinho têm


igual módulo.

1.3.3 Movimento uniformemente retardado: velocidade e deslocamento (AL 1.3)

Nesta atividade estuda-se o movimento retardado, com aceleração constante, de um bloco num
plano horizontal, após ter descido uma rampa.

Regista-se o tempo de passagem de uma


tira opaca, numa fotocélula, numa posição
em que o bloco se encontra já no plano
horizontal, e mede-se a distância percor-
rida, !x, entre essa posição e a de para-
AB
gem do bloco (distância de travagem). CD
EF
Repete-se o procedimento, largando o
bloco de diferentes marcas da rampa, de
modo a obter-se diferentes distâncias de ∆x
travagem.
Fig. 1.25 Movimentos retardado.

A velocidade, v, calcula-se a partir do quociente da largura, d, da tira de cartão opaca pelo


valor mais provável do intervalo de tempo da sua passagem pela fotocélula (admite-se que
v é próximo da velocidade média num pequeno intervalo de tempo). Na direção horizontal
apenas atuam as forças de atrito (o peso e a força normal são verticais), logo a resultante das
forças que atuam sobre o bloco coincide com a resultante das forças de atrito que se consi-
dera constante.

Das equações deste movimento uniformemente retardado, em que a velocidade se anula de-
pois do bloco ter percorrido a distância !x após ter a velocidade v
⎧ 1 2
⎪ !x = vt – at
⎨ 2 obtém-se 2 a!x = v2 em que a é o módulo da aceleração.

⎩ 0 = v – at
Portanto, o gráfico da distância de travagem, !x, em função do quadrado da velocidade inicial,
v2, no plano horizontal, traduz uma dependência linear.

174
DOMÍNIO 1 Mecânica

Questão resolvida

18. Um bloco, de massa 108,4 g, com um


!t / ms !x / m v / (m s–1) v 2 / (m2 s–2)
pino acoplado, foi abandonado de di-
ferentes posições numa rampa, desli- 28,04 0,071 0,321 0,103
zando num plano horizontal até parar. 18,15 0,158 0,496 0,246

Mediu-se o tempo de passagem, !t, do 14,73 0,255 0,611 0,373


pino numa fotocélula, numa posição 13,51 0,284 0,667 0,444
em que o bloco se encontrava já no 10,51 0,494 0,857 0,735
plano horizontal, e a distância percor-
rida, !x, entre essa posição e a de paragem do bloco. Para cada posição de largada
na rampa repetiu-se três vezes a medição do tempo de passagem e da distância de
travagem. Os valores obtidos estão registados na tabela (v é o módulo da velocidade
do bloco ao passar pela fotocélula).
Considere que, no plano horizontal, a resultante das forças de atrito que atuaram
sobre o bloco é constante.
18.1 Para uma das posições de largada do bloco, obteve-se para os tempos de pas-
sagem 10,79 ms, 10,35 ms e 10,39 ms e para as distâncias de travagem 0,470 m,
0,508 m e 0,503 m. Conclua, justificando, qual das medições, a do tempo de
passagem ou a da distância de travagem, foi a mais precisa.
18.2 Qual era a largura do pino acoplado ao bloco?
18.3 Determine, a partir da reta de ajuste a um gráfico adequado, a intensidade da
resultante das forças de atrito que atuaram sobre o bloco no plano horizontal.
Apresente todas as etapas de resolução.
18.4 Num ensaio II a distância de travagem do bloco, na mesma superfície horizon-
tal, foi quatro vezes maior do que num ensaio I.
Comparando os dois ensaios, pode concluir-se que no ensaio II a velocidade
F 11
com que o bloco passou pela fotocélula foi __________ vezes maior e a ace-
leração no plano horizontal foi __________.
(A) dezasseis … a mesma (C) duas … a mesma
(B) dezasseis … quatro vezes menor (D) duas … quatro vezes menor

18.1 Para o tempo de passagem, a incerteza absoluta é 0,28 ms (10,79 ms é a


medida mais afastada do valor mais provável 10,51 ms) a que corresponde
0,28 ms
um desvio percentual de × 100% = 2,7%. Para a distância de trava-
10,51 ms
gem, a incerteza absoluta é 0,024 m (0,470 m é a medida mais afastada do
valor mais provável 0,494 m) a que corresponde um desvio percentual de
0,024 m
× 100% = 4,8%.
0,494 m
Conclui-se que a medida mais precisa é a do tempo de passagem, pois é
aquela a que corresponde uma menor incerteza relativa.
18.2 O pino acoplado ao bloco tinha uma largura de 9,00 mm. O módulo da veloci-
dade, v, é o quociente da largura do pino, d, pelo valor mais provável do
tempo de passagem, t, logo, d = v t
(por exemplo, d = 0,321 m s–1 × 28,04 × 10–3 s = 9,00 × 10–3 m).

175
FÍSICA 11.° Ano

Questão resolvida

18.3 A equação da reta de ajuste ao gráfico de dispersão de x em função de v2


é x = 0,6701 v2 – 0,0024.
1 2
Comparando a equação da reta com a expressão x = v segue-se que
2a
1 1
= 0,6701 s2 m–1 (declive da reta), portanto, a = = 0,7462 m s–2.
2a 2 × 0,6701 s2 m–1
A intensidade da resultante das forças de atrito é:
FR= m a = 0,1084 kg × 0,7462 m s–2 = 8,09 × 10–2 N.
18.4 (C). A distância de travagem é diretamente proporcional ao quadrado da ve-
locidade inicial, portanto, a velocidade inicial varia proporcionalmente com
a raiz quadrada da distância de travagem: como a distância aumenta 4 ve-
zes, a velocidade aumenta 4 vezes. Como, no plano horizontal, a resultante
das forças que atuam sobre o bloco coincide com a resultante das forças de
atrito, considerada constante, a aceleração é, também, constante.

1.3.4 Queda na vertical com efeito de resistência do ar apreciável

Existem muitas situações em que a resistência do ar não pode ser desprezada. A força de re-
d

sistência do ar, Rar, depende das dimensões, forma e orientação do corpo, da natureza da sua
superfície e da sua velocidade em relação ao ar. Aplicando a Segunda Lei de Newton, pode
escrever-se:
d d d d d

FR = m a ⇔ P + Rar = m a

Como a resistência do ar aumenta com a velocidade, conclui-se que sempre que a velocidade
d
d
variar (a ! 0) a aceleração também varia, portanto, o movimento é variado não uniformemente.
Tome-se como exemplo a queda de um paraquedista (Fig. 1.26).

A Podem considerar-se duas partes no seu movi-


P > Rar mento:

• antes de abrir o paraquedas: ao iniciar a que-


P = Rar da, a sua velocidade vai aumentando, pois ini-
B d d d

cialmente9P 9>9Rar9 (FR tem o mesmo sentido


1.a velocidade terminal d
de v ); como a velocidade aumenta,
d
9R 9também aumenta, até que a partir de um
ar
d d d

certo momento irá equilibrar o peso (P + Rar = 0).


A partir desse instante, o paraquedista deixa
d
d
de acelerar (a = 0): diz-se que atingiu uma ve-
C P < Rar
locidade terminal e o seu movimento é retilí-
neo e uniforme;

P = Rar
D
2.a velocidade terminal Fig. 1.26 As várias etapas no movimento de um paraquedista.

176
DOMÍNIO 1 Mecânica

• depois de abrir o paraquedas: ao abrir o paraquedas 9Rar9 aumenta consideravelmente,


d

tornando-se maior do que o peso e, por isso, a sua velocidade vai diminuindo (FR tem senti-
d
d
do oposto a v ); como a velocidade diminui, 9Rar9também diminui, até que a partir de um
d d d

certo momento irá reequilibrar o peso (P + Rar = 0 ); a partir desse instante, o paraquedista
d
d
deixa de travar (a = 0 ): diz-se que atingiu outra velocidade terminal, sendo o seu movimento
novamente retilíneo e uniforme. No movimento retilíneo e uniforme verificam-se as seguin-
tes relações:
a(t) = 0 , v(t) = v0 = constante e x(t) = x0 + v0t.

Questão resolvida

19. Considere um referencial Oy vertical de sentido

v / m s–1
positivo de cima para baixo. O gráfico represen-
ta a componente escalar, segundo Oy, da veloci-
dade de um paraquedista em função do tempo.
A massa do sistema paraquedas + paraquedista
é 90 kg.
19.1 Estabeleça a correspondência entre os ins- 0
t1 t2 t 3 t4 t5 t/s
tantes indicados no gráfico e a resultante
das forças que atuam sobre o paraquedista,
identificadas com as letras A, B, C e D.
d d
A. FR = 0 B. C. D.

19.2 No intervalo de tempo [t1, t2],


(A) a aceleração é constante. (C) a aceleração diminui.
(B) a força resultante é constante. (D) a força resultante aumenta. F 11
19.3 No intervalo de tempo [t4, t5], a intensidade da resistência do ar que atua sobre o
paraquedista é dada pela expressão Rar = 25 v2 (SI), em que v é o módulo da velo-
cidade do paraquedista. Calcule o módulo da velocidade média do paraquedista
neste intervalo.

19.1 t1 — C; t2 — B; t3 — D; t4 — A; t5 — A.
De t1 a t2 a velocidade aumenta e, portanto, também aumenta a resistência
do ar. Em consequência, a força resultante diminui, mas aponta no sentido
do movimento, já que o movimento é acelerado. Em t3, o paraquedista di-
minui a sua velocidade, logo, a força resultante aponta no sentido oposto
ao movimento. De t4 a t5, a velocidade é constante e, por isso, a força resul-
tante é nula.
19.2 (C). A aceleração corresponde ao declive da tangente ao gráfico v(t) que
diminui no intervalo [t1, t2]. Como a aceleração não é constante, o movimento
é acelerado não uniformemente.
19.3 No intervalo [t4, t5], o movimento é retilíneo e uniforme, portanto, a resultan-
te das forças é nula:
d d d mg 90 × 10
P + R ar = 0 ⇔ m g – 25 v2 = 0 ⇒ v = = m s–1 = 6,0 m s–1
25 25

177
FÍSICA 11.° Ano

1.3.5 Movimento circular uniforme


v
A única força que atua sobre um satélite em órbita da Terra a
v a Fg
é a força gravítica. Alguns satélites descrevem uma órbita
Fg
circular em torno da Terra. Neste caso, a força resultante é
perpendicular à velocidade e aponta para o centro (força
centrípeta). A aceleração tem sempre a mesma direção e
Fg
sentido da força resultante e, por isso, é também centrípe- Fg a v
ta (Fig. 1.27). A força modifica continuamente a direção da a

velocidade, mas o seu módulo permanece constante. A v


velocidade é variável, porque varia em direção, mas tem
Fig. 1.27 Movimento circular uniforme
módulo constante. O movimento é circular e uniforme. de um satélite.

O movimento circular uniforme é um movimento periódico, repetindo-se em cada nova volta


que o corpo descreve. O tempo de uma volta completa é o período, T, e o número de voltas
1
descritas por unidade de tempo é a frequência, f. A frequência é o inverso do período: f =
T
(unidade SI: hertz, Hz).

O módulo da velocidade angular, !, é a amplitude do ângulo descrito tA


por unidade de tempo (Fig. 1.28). A amplitude do ângulo "θ é expres- tB B Δθ
A

sa no SI em radianos, logo, a unidade SI da velocidade angular é o


radiano por segundo.

No movimento circular uniforme, a velocidade angular é constante, Fig. 1.28 Ângulo descrito
verificando-se que num período T o corpo dá uma volta, ou seja, no intervalo "t = tB – tA.
"θ = 2# :
"$ 2#
! = !média = ⇒!= (unidade SI: rad s–1)
"t T
O corpo, ao descrever uma circunferência de raio r, percorre uma distância igual ao perímetro,
2# r, em cada período, T. Logo, o módulo da velocidade é dado por:
2# r
v= ⇒v=!r
T
v2 (! r)2
O módulo da aceleração centrípeta é dado pela seguinte relação: ac = = = !2 r .
r r

Módulo da Módulo da Módulo da Módulo da


Frequência
velocidade angular velocidade aceleração força resultante

2# v2 v2
Movimento 1 != =2#f v=!r ac =
r
= !2 r Fc = m
r
circular f= T
T
uniforme
Constante Variáveis mas constantes em módulo

Para um satélite de massa m em órbita circular de raio r em torno da


Terra (massa da Terra = mT), a força exercida sobre o satélite é a força Altitude
gravítica (Fig. 1.29), por isso, aplica-se a seguinte relação:
Raio
mT m mT v2 da Terra
Fg = mac ⇔ G = mac ⇔ g = G 2 = ac =
R2 R r
O raio r da órbita será r = RT + h, em que RT é o raio da Terra e h é a
Fig. 1.29 Satélite em
altitude a que se encontra o satélite. órbita.

178
DOMÍNIO 1 Mecânica

A relação anterior mostra que a aceleração e a velocidade do satélite não dependem da


massa do satélite.
mT m
Como G 2 = ac = !2 r, obtém-se ! = G 3T . Esta expressão mostra que a velocidade
r r
angular do satélite depende do raio da órbita, logo, o mesmo acontece com o período.

Como a Terra tem um período de rotação de 24 h, se um satélite tiver um período de rotação


de 24 h regressará à mesma posição em relação a um ponto da Terra ao fim desse tempo. Um
satélite com estas características chama-se geossíncrono.

Se o plano da órbita do satélite for o plano equatorial e a órbita for circular chama-se satélite
geoestacionário, uma vez que permanecerá imóvel em relação a um ponto da Terra.

Questão resolvida

20. Uma antena na Terra pode apontar numa direção fixa e bem determinada para comu-
nicar com um satélite geostacionário. O satélite deve orbitar a uma altitude de cerca de
3,58 × 104 km no plano do equador terrestre.
Dados: mT (massa da Terra) = 5,97 × 1024 kg; RT (raio da Terra) = 6,37 × 106 m.
20.1 Justifique o primeiro parágrafo do enunciado.
20.2 Calcule o módulo da velocidade angular do satélite.
20.3 Qual é o módulo da velocidade do satélite?
20.4 Mostre que, para a altitude indicada, o satélite é geoestacionário.
20.5 A aceleração de um satélite geostacionário
(A) depende da massa do satélite. (C) depende da massa da Terra.
(B) é constante no decurso do tempo. (D) é perpendicular à força gravítica.

F 11
20.1 Como o período de um satélite geostacionário é igual ao da Terra e este roda
no mesmo sentido da rotação da Terra e num plano equatorial, a sua posição
em relação a um ponto fixo na superfície da Terra é sempre a mesma.
2" 2"
20.2 T = 24 h ⇒ ! = = rad s–1 = 7,27 × 10–5 rad s–1
T 24 × 60 × 60
20.3 r = RT + h = (6,37 × 106 + 3,58 × 107) m = 4,22 × 107 m
v = ! r = 7,27 × 10–5 × 4,22 × 107 m s–1 = 3,07 × 103 m s–1 = 3,07 km s–1
2
mT m mT
20.4 G
r2
= m ac ⇔ G
r2
= !2 r ⇔ G mT = ! "r ⇔
2"
T
3

4 "2 r3 4 "2 × (4,22 × 107)3


⇔T= = s = 8,52 × 104 s # 24 h
G mT 6,67 × 10–11 × 5,97 × 1024

20.5 (C). A aceleração de um satélite geoestacionário depende do período de ro-


tação da Terra e do raio da órbita, que depende da massa da Terra. Se a Terra
tivesse outra massa, a altitude do satélite geoestacionário seria diferente.
No entanto, não depende da massa do próprio satélite, pois todos os corpos
no mesmo local apresentam a mesma aceleração gravítica. Esta aceleração
é centrípeta, portanto, perpendicular à velocidade. Por isso, a sua direção
varia constantemente consoante o satélite descreve a sua órbita.

179
FÍSICA 11.° Ano

Questões propostas

Tempo, posição e velocidade

1. O gráfico posição-tempo traduz o movimento de um atleta durante um intervalo de 14 s,


numa porção retilínea de uma pista, em relação a um referencial unidimensional Ox.

16

x/m
12

0
2 4 6 8 10 12 t/s
–4

–8

1.1 Indique um intervalo de tempo em que o atleta:


a) está em repouso;
b) se move no sentido positivo do referencial Ox com velocidade constante;
c) se move no sentido negativo do referencial Ox com velocidade variável;
d) percorre uma distância maior do que o módulo do deslocamento.
1.2 Estabeleça as correspondências entre os interva- Coluna I Coluna II
los de tempo (coluna I) e a componente escalar,
1. de 0 s a 3 s X. 0 m
segundo Ox, do deslocamento (coluna II).
2. de 0 s a 14 s Y. 18 m
3. de 5 s a 10 s Z. –14 m
4. de 8 s a 12 s W. 6 m

1.3 Estabeleça as correspondências entre os instan- Coluna I Coluna II


tes (coluna I) e a componente escalar, segundo
1. 3,5 s X. –8 m/s
Ox, da velocidade (coluna II).
2. 6,0 s Y. 0 m/s
3. 7,5 s Z. 4 m/s
4. 13,0 s W. 6 m/s

1.4 O atleta
(A) nos primeiros 3 s move-se com velocidade constante.
(B) de 3 s a 8 s, apresenta componente escalar, segundo Ox, do deslocamento igual a 16 m.
(C) no instante 11,5 s inverte o sentido do seu movimento.
(D) passa três vezes pela posição x = 5 m.

2. O gráfico x(t) da figura descreve os movimentos de dois comboios


x
A e B em linhas paralelas. B
Os comboios
(A) em t1 têm a mesma velocidade. A

(B) têm a mesma velocidade num instante antes de t1. t1 t


(C) nunca têm a mesma velocidade.
(D) até t1 percorreram a mesma distância.

180
DOMÍNIO 1 Mecânica

3. O gráfico seguinte representa a componente escalar, em relação a um referencial Ox, da


posição, x, de um carrinho em função do tempo, t, num certo intervalo de tempo.

Qual dos seguintes gráficos velocidade-tempo, vx(t), pode corresponder ao movimento do


carrinho naquele intervalo de tempo?

(A) (C)
vx vx

t t

(B) (D)
vx vx

t t

Interações e seus efeitos


4. O Daniel brinca com um carrinho, que percorre uma pista composta por dois troços re-
tilíneos, P e R, e dois troços em forma de semicírculos, Q e S, como representado
na figura. O carrinho passa pelos troços P e Q mantendo o módulo da sua velocidade.
Em seguida, passa pelos troços R e S aumentando o módulo da sua velocidade.
A resultante das forças sobre o carrinho no troço Q _________ e no troço P _________.
(A) não é nula ... é nula P

(B) é nula ... é nula


(C) não é nula ... não é nula S Q

(D) é nula ... não é nula

5. Duas esferas com o mesmo volume, uma de madeira e a outra de chumbo, são deixadas
cair, simultaneamente, da mesma altura h e alcançam o solo ao mesmo tempo. Isto acontece
porque
(A) as duas esferas têm a mesma energia cinética quando alcançam o solo.
(B) a aceleração das esferas não depende da massa das esferas.
(C) à altura h, a energia potencial gravítica das duas esferas é igual.
(D) a força de resistência do ar não depende da massa das esferas.

181
FÍSICA 11.° Ano

Questões propostas

6. Dois corpos X e Y de massas mX e mY, respetivamente, cujos centros estão situados a uma
distância d, exercem um sobre o outro uma força de atração gravítica de intensidade F.
6.1 A distância entre estes dois corpos para que a intensidade da força gravítica entre eles
passe a ser igual a 2F é
d d
(A) . (B) 2 . (C) 2 d (B) 22d
2 2
6.2 Qual dos gráficos pode traduzir a intensidade da força de atração gravítica, Fg, entre os
dois corpos em função da massa do corpo X, mX, sendo a massa de Y e a distância entre
os centros dos dois corpos constante?
(A) (B) (C) (D)
Fg Fg Fg Fg

O mx O mx O mx O mx

6.3 Considere a situação em que mY = 3mX.


Conclua sobre a relação entre a força gravítica que Y exerce sobre X e a força gravítica
que X exerce sobre Y.

7. Um carrinho telecomandado, de massa 200 g, move-se numa pista retilínea, coincidente com
um referencial unidimensional, Ox. Admita que o carrinho pode ser representado pelo seu
centro de massa (modelo da partícula material) e que no instante t = 0 se encontra na origem
do referencial. Representa-se a seguir o gráfico da componente escalar da velocidade, vx,
desse carrinho, segundo o referencial Ox considerado, em função do tempo, t.

vx / m s –1
14,0
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
-2,0 5,0 10,0 15,0 20,0
-4,0 t/s
-6,0

7.1 Em que intervalo de tempo o carrinho se moveu no sentido positivo do eixo Ox?
7.2 No instante _____ a componente escalar da aceleração do carrinho no eixo Ox foi _____.
(A) 4,0 s ... 2,0 m s−2 (B) 10,0 s ... −2,5 m s−2 (C) 13,0 s ... 0 m s−2 (D) 18,0 s ... −2,0 m s−2
7.3 Determine a intensidade da resultante das forças aplicadas sobre o carrinho no instante 13,0 s.
Apresente todas a etapas de resolução.
7.4 No instante 8,0 s o carrinho tinha percorrido 68,7 m. Determine a coordenada de posição, x,
do carrinho, no instante 13,0 s.
Apresente todas a etapas de resolução.

182
DOMÍNIO 1 Mecânica

8. Num laboratório, determinou-se experimentalmente o módulo da aceleração gravítica com


a montagem esquematizada na figura seguinte.

S
B

B B

Nos vários ensaios realizados, abandonou-se uma esfera, com o diâmetro de 1,20 cm, sem-
pre da mesma posição inicial, a uma certa distância acima da célula fotoelétrica A.
Fixando a distância entre as duas células fotoelétricas, mediram-se o tempo, t3, da diferen-
ça entre a média dos instantes de interrupção e de reposição do feixe de luz nas células
fotoelétricas B e A e os tempos t1 e t2 que a esfera demorou a passar em frente das células
A e B, respetivamente. Admita que a esfera caiu em queda livre.
8.1 Na tabela apresenta-se o registo dos tempos obtidos para t1. t1 / ms
No conjunto de ensaios, realizados nas mesmas condições,
5,79
qual é o resultado da medição de t1?
(A) (5,83 ± 0,01) ms 5,88

(B) (5,83 ± 0,05) ms 5,81

(C) (5,81 ± 0,07) ms


(D) (5,81 ± 0,02) ms
8.2 Dividindo o diâmetro da esfera pelo intervalo de tempo que ela demora a interromper o
feixe de luz, determina-se o módulo da velocidade média da esfera no intervalo de tempo
de interrupção do feixe de luz.
a) Justifique o motivo pelo qual o valor da velocidade média que se determina é igual ao
valor da velocidade no instante igual à média entre os instantes de interrupção e de
reposição do feixe de luz na célula fotoelétrica.
b) O cálculo da velocidade média pressupõe que a esfera interrompe o feixe de luz pelo
seu diâmetro. No entanto, um erro experimental frequente pode decorrer de a esfera
interromper, de facto, o feixe luminoso por uma dimensão inferior ao seu diâmetro.
Quando este erro ocorre em B, o módulo da velocidade calculado em B é _____ ao
verdadeiro, o que determina um erro por _____ no valor experimental do módulo da
aceleração gravítica (considerando que a velocidade em A é aproximadamente nula).
(A) superior ... excesso
(B) superior ... defeito
(C) inferior ... excesso
(D) inferior ... defeito
8.3 Registaram-se para os tempos t2 e t3 respetivamente 4,44 ms e 66,37 ms.
Considere 9,8 m s–2 o valor de referência para o módulo da aceleração gravítica.
Determine o valor experimental do módulo da aceleração gravítica e o erro percentual.
Apresente todas a etapas de resolução.

183
FÍSICA 11.° Ano

Questões propostas

Forças e movimentos

9. A figura representa as sucessivas posições de uma bola que rola numa superfície horizontal
da direita para a esquerda, acabando por parar 4,0 s depois do início do seu movimento.
Trata-se de uma representação estroboscópica em que o intervalo de tempo entre posições
sucessivas é de 0,4 s.

–7 0 5 x/m

9.1 A partícula passa na origem do referencial no instante


(A) t = 3,29 s. (B) t = 2,00 s. (C) t = 0,94 s. (D) t = 0,00 s.
9.2 Determine a componente escalar, segundo Ox, da velocidade média da bola no intervalo
de 0,0 s a 4,0 s.
9.3 A lei do movimento da bola no intervalo de tempo de 0,0 s a 4,0 s, expressa nas unidades
SI de base, é
(A) x(t) = –3t + 5. (B) x(t) = 3t – 5. (C) x(t) = 0,75t2 – 6t + 5. (D) x(t) = –0,7t2 + 6t + 5.
9.4 Qual das opções pode representar a velocidade da bola naquelas posições?

(A)
–7 0 5 x/m

(B)
–7 0 5 x/m

(C)
–7 0 5 x/m

(D)
–7 0 5 x/m
0 . 057kz
10. Uma bola de ténis, de 57 g, foi atirada verticalmente para cima, de um ponto a y

1,0 m de altura, em relação ao solo, com velocidade v 0. Atingiu uma altura máxima
de 4,2 m. Considere o referencial Oy com origem na posição inicial da bola, repre-
sentado na figura e despreze a resistência do ar.
v0
10.1 Caracterize a resultante das forças que atuam sobre a bola ao atingir a altura
máxima. A resultante e nula
de forces nesse instante e zero Uma vez que
,

a accelerace /dado que a velocidade evula) .

O
10.2 Determine o módulo da velocidade de lançamento:
a) recorrendo exclusivamente às equações que traduzem o movimento, y(t) e v(t);

&
b) com base em considerações energéticas. Y(+) = 1 + vot -
4 , 9th
I

v(t) =
vo
-
4 , 972
10.3 Quanto tempo demora a bola a chegar ao solo?
10.4 O gráfico velocidade-tempo à direita descreve a dependência v
da componente escalar, segundo Oy, da velocidade da bola
com o tempo. A área sombreada a azul nesse gráfico é igual a t
(A) 1,0 m. (B) 3,2 m. (C) 4,2 m. (D) 7,4 m.
10.5 O que é que se pode concluir sobre o movimento da bola?
(A) A variação da velocidade da bola é diretamente proporcional ao intervalo de tempo
considerado.
(B) Quando a bola voltar a passar pela origem do referencial, fá-lo-á com a mesma velocidade.
(C) A força gravítica que atua sobre a bola faz alterar o módulo e a direção da velocidade.
(D) Quando a bola atinge a altura máxima, a sua aceleração anula-se.

184
DOMÍNIO 1 Mecânica

10.6 Seja m a massa da bola, mT a massa da Terra, RT o raio da Terra e G a constante de gra-
vitação universal. O módulo da aceleração da bola é
G mT Gm G mT m G
(A) . (B) . (C) . (D) .
RT2 RT2 RT2 RT2
10.7 Qual dos seguintes gráficos posição-tempo descreve corretamente o movimento da bola
desde o instante inicial até atingir o solo?
(A) (B) (C) (D)
y y y y

t t t t

11. Fez-se uma experiência em que se deixou cair uma bola de basquetebol, com uma mas-
sa de 620 g, de 0,78 m acima do solo. A bola ressaltou sucessivamente no solo. Com um
sensor e uma máquina de calcular gráfica obteve-se o gráfico da componente escalar da
velocidade, segundo Oy, em função do tempo. Aos pontos A e B correspondem os valores
indicados na tabela.

4,0

v / m s–1
3,0 B
Coluna I A B
2,0
1,0 t/s 0,34 0,47
0,0
–1,0 0,3 0,6 0,9 1,2 1,5 t / s v/ms –1
–3,40 2,82
–2,0
–3,0
–4,0 A

11.1 Explique a que posições do movimento da bola correspondem os pontos indicados no


gráfico.
11.2 Um aluno selecionou apenas a região do gráfico entre o instante inicial e o instante
tA = 0,34 s. Utilizando uma regressão linear para o conjunto de dados selecionados,
obteve na máquina de calcular a equação y = –9,9x.
a) Indique quais as grandezas físicas correspondentes às variáveis x e y.
b) Explique o significado físico do número –9,9 que surge nesta equação.
c) Obtenha a equação das posições, y(t), da bola para os primeiros 0,34 s, considerando
a origem do referencial no solo.
11.3 Caracterize a resultante das forças que, em média, atuou na bola no intervalo de tempo
de 0,34 s a 0,47 s.
11.4 Dos três diagramas de forças indicados, selecione o que descreve, corretamente, as for-
ças que, em média, atuam na bola durante o contacto com o solo.

I N II III

11.5 Determine a energia dissipada na primeira colisão com o solo.

185
FÍSICA 11.° Ano

Questões propostas

12. Um carrinho move-se segundo uma trajetória retilínea sobre um plano inclinado, como se apre-
senta na figura.

Considere que o carrinho pode ser representado pelo seu centro de massa (modelo da
partícula material). Admita que a componente escalar da posição, x, do carrinho em relação
ao referencial unidimensional Ox indicado, varia com o tempo, t, de acordo com a equação
expressa nas unidades de base do SI: x = 2,4 – 2,0t + 0,60t2.
12.1 A que distância da origem do referencial Ox considerado se encontra o carrinho, no
instante t = 0,0 s?
12.2 A componente escalar, segundo o referencial Ox considerado, da velocidade, vx, expres-
sa em m s–1, do carrinho varia com o tempo, t, expresso em s, de acordo com a equação
(A) vx = –2,0 + 1,2t
(B) vx = 0,4 + 1,2t
(C) vx = –2,0 + 0,60t
(D) vx = 0,4 + 0,60t
12.3 Em qual dos esquemas seguintes se encontram corretamente representadas, no instan-
→ →
te t = 0,0 s, a velocidade, v , e a aceleração, a, do carrinho?

(A) (B) (C) (D)

v v v
v
a a
a a

12.4 Em qual dos esquemas seguintes está representado um diagrama das forças que atuam
no carrinho?

(A) (B) (C) (D)

12.5 Determine a distância percorrida pelo carrinho no intervalo de tempo [0,0; 4,0] s, utilizan-
do as potencialidades gráficas da calculadora.
Apresente na sua resposta:
• um esboço do gráfico da componente escalar da posição, x, do carrinho em função do
tempo, t, desde o instante t = 0,0 s até, pelo menos, ao instante t = 4,0 s;
• os valores de x necessários ao cálculo daquela distância;
• o valor da distância percorrida pela bola no intervalo de tempo considerado.

186
DOMÍNIO 1 Mecânica

13. Um automóvel, de massa 900 kg, desloca-se a 72 km/h quando o condutor vê uma senhora
a atravessar uma passadeira para peões. Quando o condutor inicia a travagem, a passadei-
ra encontra-se a 25 m de distância. A força de atrito que atua sobre o automóvel durante a
travagem é constante e igual a 75% do seu peso. Considere que o movimento do automó-
vel se dá no sentido positivo do eixo Ox.
13.1 Qual das opções pode representar, em relação ao eixo Ox, as componentes escalares
da aceleração e da velocidade em função do tempo durante a travagem?

a (A) a (B) a (C) a (D)

t t t t

v v v v

t t t t

13.2 Determine a componente escalar da aceleração, em relação ao eixo Ox.


13.3 Verifique se o automóvel atropela a senhora.

14. Na figura está representada uma calha que termina num troço horizontal. A superfície do
troço horizontal está revestida por um material rugoso.

30°

B C

Um paralelepípedo de massa 300 g foi abandonado na posição A, percorrendo 40 cm até


B, imobilizando-se na posição C, que dista 60 cm da posição B, no troço horizontal da ca-
lha. Entre as posições A e B a dissipação de energia mecânica foi desprezável. Considere
que o paralelepípedo pode ser representado pelo seu centro de massa (modelo da partí-
cula material). Admita que no troço BC a aceleração se mantém constante.
14.1 O bloco chega a B com velocidade de módulo
(A) 4,0 m s–1. (B) 3,5 m s–1. (C) 1,8 m s–1. (D) 2,0 m s–1.
14.2 Determine a intensidade da resultante das forças aplicadas sobre o paralelepípedo
no troço horizontal. Use as equações do movimento e apresente todas as etapas de
resolução.
14.3 Considere v o módulo da velocidade do bloco em B.
Se sobre o bloco fosse colocada uma massa de 300 g, pode prever-se que
(A) o módulo da velocidade em B seria 2 v.
v
(B) o módulo da velocidade em B seria .
2
(C) a resultante das forças no troço AB aumentaria para o dobro.
(D) a resultante das forças no troço AB diminuiria para metade.

187
FÍSICA 11.° Ano

Questões propostas

15. Considere o movimento de um paraquedista de massa m. Antes de abrir o paraquedas, o


paraquedista acelera até atingir uma velocidade terminal v1; depois, ao abrir o paraquedas,
trava bruscamente, atingindo uma velocidade terminal v2. Considere um referencial Oy de
sentido positivo de baixo para cima.
15.1 Qual dos seguintes gráficos descreve, em relação a Oy, a componente escalar da resul-
tante das forças que atua sobre o paraquedista em função do tempo?

A(A) B
(B) C
(C) D
(D)
F F F F

t t t t

15.2 Antes de abrir o paraquedas,


(A) a força resultante vai aumentando. (C) a velocidade aumenta sempre.
(B) a força de resistência do ar anula-se. (D) a aceleração anula-se.
15.3 Após abrir o paraquedas,
(A) a força de resistência do ar é sempre maior do que o peso.
(B) a força resultante é sempre maior do que o peso.
(C) o módulo da aceleração atinge um valor máximo.
(D) o módulo da velocidade atinge um valor máximo.
15.4 Qual dos seguintes gráficos descreve corretamente a altura do paraquedista em função
do tempo após este ter atingido a segunda velocidade terminal?

y (A)
A y (B)
B y (C)
C y D(D)

t t t t

→ →
15.5 Quando a aceleração do paraquedista é –4g , sendo g a aceleração gravítica, podemos
concluir que a intensidade da resistência do ar é
(A) m g. (B) 4 m g. (C) 5 m g. (D) 3 m g.

16. A Lua move-se em redor da Terra numa órbita elíptica, com um período de 27 dias e 8 ho-
ras. No entanto, a excentricidade da órbita da Lua é pequena e, por aproximação, conside-
re para as questões seguintes que a Lua descreve uma órbita circular, de raio 3,84 × 108 m .
16.1 O módulo da velocidade angular do movimento da Lua em redor da Terra é
2!
(A) rad h–1 (C) 2! × (27 × 24 + 8 × 60) rad h–1
27 × 24 + 8 × 60
2!
(B) rad h–1 (D) 2! × (27 × 24 + 8) rad h–1
27 × 24 + 8
16.2 A Lua está em queda livre tal como uma bola que se largue à superfície da Terra, com
resistência do ar desprezável. Como a bola se encontra mais próximo do centro da Ter-
ra do que a Lua, a aceleração da bola, de módulo 9,8 m s–2, é muito maior do que a da
Lua. Mostre que o produto da aceleração gravítica pelo quadrado da distância ao centro
da Terra é o mesmo para a Lua e para uma bola à superfície da Terra. Considere o raio
da Terra 6,37 × 106 m.

188
DOMÍNIO 1 Mecânica

17. Wernher von Braun escreveu, em 1952, que em dez ou quinze anos a NASA poderia colo-
car uma estação espacial a orbitar o planeta Terra, a 1730 km de altitude. Sugeriu que essa
estação espacial deveria completar uma rotação completa em 12 s. O raio médio da Terra
é 6370 km.
17.1 Para um satélite numa órbita circular
(A) a velocidade e a aceleração têm a mesma direção e o mesmo sentido.
(B) a velocidade e a aceleração têm a mesma direção e sentidos opostos.
(C) a força que a Terra exerce sobre ele é paralela à sua velocidade.
(D) a força que a Terra exerce sobre ele é perpendicular à sua velocidade.
17.2 Qual é o módulo da aceleração gravítica, na unidade SI, à altitude sugerida por von
Braun para a colocação da estação espacial? Apresente o resultado com dois algaris-
mos significativos.
17.3 von Braun sugeriu a rotação da estação espacial para criar na periferia interior da sua sec-
ção circular uma aceleração de módulo igual à aceleração gravítica na superfície da Terra.
Considerando apenas aquele movimento de rotação, qual deveria ser o raio da estação
para alcançar aquele objetivo?
4!2 122 × 10 4!2 × 10 122
(A) m. (B) m. (C) m. (D) m.
122 × 10 4!2 122 4!2 × 10

18. Na figura ao lado representam-se dois satélites da Terra, 8 7 6


9 5
SA e SB, com órbitas circulares, no plano do equador em posi- 10 4 SB
4
ções sucessivas de hora a hora. 5 3 3
11
Dados: G = 6,67 × 10–11 N m2 kg–2 (constante de gravitação 6 2
12 SA 2
universal); mT = 5,97 × 1024 kg (massa da Terra). 13 7 Terra 1 1

18.1 A força exercida no satélite SA quando este se encontra na 14 24


8 12
posição 8, pode ser representada por 15 23
9 11
16 10 22
17 21
(A) (B) (C) (D) 18 19 20
8
8 8
8

18.2 Explique o significado da seguinte afirmação: «Ambos os satélites estão em queda livre.»
18.3 Selecione a opção correta.
(A) A aceleração do satélite SA é igual à aceleração gravítica à superfície da Terra.
(B) A aceleração do satélite SA é menor do que o do satélite SB.
(C) A força que a Terra exerce sobre os satélites faz variar o módulo das suas velocida-
des.
(D) A velocidade do satélite SB não é constante.
18.4 A relação entre a frequência dos movimentos dos dois satélites é
1
(A) fA = fB (B) fA = f (C) fA = 2 fB (D) fA = 4 fB
2 B
18.5 Identifique, justificando, qual é o satélite geoestacionário.
r
18.6 Determine a razão B entre os raios das órbitas dos satélites SB e SA, respetivamente.
rA
18.7 Calcule o módulo da aceleração do satélite geoestacionário.

189
FÍSICA 11.° Ano

Domínio 2
Ondas e eletromagnetismo
2.1 Sinais e ondas
2.1.1 Sinais. Ondas: transversais e longitudinais,
mecânicas e eletromagnéticas

Um sinal é uma perturbação, ou seja, uma alteração de uma propriedade física. Um sinal
mecânico é a alteração de uma propriedade física de um meio material (posição, densidade,
pressão, etc.), enquanto um sinal eletromagnético corresponde a propriedades (campos elé-
trico e magnético) não associadas necessariamente a um meio material.

A comunicação supõe que o sinal se propaga entre a fonte, ou emissor, que o produz, e o
recetor, que o recebe. Quando o sinal chega a um determinado ponto do espaço, já antes
perturbou outros pontos e irá ainda perturbar mais pontos. A esta propagação do sinal cha-
mamos onda. As ondas mecânicas (som, ondas sísmicas, tsunami, ondas numa corda, ondas
numa mola) necessitam de um meio material para se propagarem, enquanto as ondas eletro-
magnéticas não precisam de um meio material, propagam-se mesmo no vazio.

Quando se origina uma oscilação brusca na ex-


tremidade de uma corda esticada, gera-se um
sinal de curta duração (pulso) que se propaga
ao longo da corda (Fig. 2.1). Com a propagação
da perturbação (onda) há transferência de ener-
gia entre diferentes pontos do meio, sem que
haja transporte de matéria. Se o sinal for de lon-
ga duração, é gerada uma sequência de pulsos Fig. 2.1 Propagação de um sinal de curta duração
(Figs. 2.2 e 2.3). numa corda.

No caso das ondas numa corda, as partículas da corda oscilam perpendicularmente à direção
em que se dá a propagação, designando-se por ondas transversais (Figs. 2.2 e 2.4 da esquer-
da). Quando oscilamos a extremidade de uma mola para a frente e para trás, as partículas da
mola movem-se numa direção paralela à da propagação, designando-se, por isso, por ondas
longitudinais (Figs. 2.3 e 2.4 da direita). Neste caso, propaga-se na mola uma sucessão de
compressões e rarefações.

Fig. 2.2 Onda persistente transversal numa corda. Fig. 2.3 Onda persistente longitudinal numa mola.

190
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

Onda transversal Onda longitudinal

direção do movimento direção do movimento


das partículas das partículas

direção da propagação
direção da propagação compressão rarefação

Fig. 2.4 Ondas transversais e longitudinais numa mola.

Quando um sinal se propaga num meio elástico, demora um certo tempo !t para avançar uma
certa distância s (Fig. 2.5). Assim, o módulo da velocidade de propagação é dado por:
s
v= "
!t
Perfil da corda
A velocidade de propagação de uma onda mecâ- no instante ti
nica depende das características do meio em que
a propagação ocorre e do facto de ser transversal s
ou longitudinal. Por exemplo, para um pulso numa Perfil da corda
Fig. 2.5 Propagação de um sinal.
mola, a velocidade de propagação vai depender no instante tf = ti + Δt

da massa da mola por unidade de comprimento


e da tensão na mola, assim como do facto de se
tratar de uma onda transversal ou longitudinal.

Questão resolvida

1. Na figura vê-se o perfil de uma corda em dois ins-


tantes t1 e t2, na qual se propaga um sinal da direi-
4,0 cm
F 11
ta para a esquerda a 10 m/s. Pode concluir-se que P
Perfil da corda
no instante t1
(A) no instante t1, o ponto P move-se para a es-
querda.
(B) no instante t2, o ponto P move-se para baixo. P
Perfil da corda
(C) |t1 – t2| = 2,5 ms no instante t2

(D) t1 > t2

(B). É uma onda transversal, logo, o ponto P move-se numa direção perpendicu-
lar à da propagação, ou seja, na vertical. No instante t1 o ponto P move-se para
cima (a crista da onda aproxima-se de P), enquanto no instante t2 o ponto P se
move para baixo (a crista da onda afasta-se de P). t2 é posterior a t1 , pois a onda
propaga-se para a esquerda.
s 0,040
v= ⇒ 10 = ⇔ !t = 4,0 × 10–3 s = 4,0 ms
!t !t

191
FÍSICA 11.° Ano

Questão resolvida

2. Um sismograma é o registo dos movimentos da crusta terrestre. No quadro indicam-


-se os movimentos das partículas e as velocidades de propagação de diversos tipos
de ondas sísmicas.

Tipo
Movimento das partículas Velocidades
de onda
• 5 a 7 km/s na crusta terrestre
P Paralelos à direção de propagação
• ≥ 8 km/s no núcleo e manto da Terra
Horizontais e verticais,
• 3 a 4 km/s na crusta terrestre
S perpendiculares à direção
• ≥ 4,5 km/s no manto da Terra
de propagação
Horizontais, perpendiculares
L • 2 a 4,5 km/s na crusta terrestre
à direção de propagação
Paralelos e perpendiculares
R • 2 a 4,5 km/s na crusta terrestre
à direção de propagação

Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) As ondas P consistem em compressões e rarefações.
(B) A velocidade de propagação das ondas L não depende das características dos
materiais da crusta terrestre.
(C) Num sismograma as ondas S são registadas antes das ondas P.
(D) As ondas R apresentam movimentos transversais e longitudinais.
(E) As ondas sísmicas são eletromagnéticas.
(F) As ondas P não se propagam no vazio.
(G) As ondas S são transversais.

Verdadeiras: (A), (D), (F) e (G). Falsas: (B), (C) e (E).


As ondas sísmicas são ondas mecânicas, portanto, não se propagam no vazio.
As ondas P são longitudinais, as S e L são transversais. As ondas R apresentam
movimentos transversais e longitudinais. As ondas P têm maior velocidade de pro-
pagação do que as ondas S e, por isso, são detetadas primeiro.

2.1.2 Periodicidade temporal e espacial de uma onda.


Ondas harmónicas e complexas

Se a oscilação da extremidade da corda (fonte emissora) se repetir a intervalos de tempo


constantes, a onda gerada é periódica, o que quer dizer que o movimento de cada partícula
se repete ao longo do tempo e o perfil espacial da onda inclui um padrão que se repete a
distâncias regulares (Fig. 2.6).

A
λ

Fig. 2.6 Periodicidade espacial: perfil de uma corda (num certo instante)
na qual se propaga uma onda periódica.

192
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

O comprimento de onda, !, é a distância mínima entre dois pontos com o mesmo afastamen-
to da posição de equilíbrio e o mesmo movimento de vibração, ou seja, a distância mínima
entre dois pontos do espaço no mesmo estado de vibração.

A amplitude, A, é o valor máximo da grande-


y
za física associada à onda em relação à situa-
ção de equilíbrio. Por exemplo, para uma onda T
A
numa corda, a grandeza física associada à
onda é o afastamento das partículas da corda
t1 t2 t
em relação à posição de equilíbrio.

O período, T, é o intervalo de tempo de uma


vibração ou ciclo e pode ser determinado num
Fig. 2.7 Periodicidade temporal: perturbação ao
gráfico em que se representa a variação da longo do tempo (num certo ponto do espaço).
perturbação, num determinado ponto, em fun-
ção do tempo (Fig. 2.7).
1
f=
A frequência de uma onda, f, representa o número de vibra- T
ções por unidade de tempo num determinado ponto. [unidade SI: s–1 = Hz (hertz)]

O comprimento de onda, !, é a distância a que se propaga


s !
a onda num período, T. Por isso, ! e T estão relacionados v= " ⇒ v = " ⇔v =! f
#t T
entre si através da velocidade de propagação da onda, v:

O período e a frequência de uma onda só dependem do período de oscilação da fonte


emissora. O comprimento de onda e a amplitude dependem da fonte emissora e do meio
de propagação.

Em muitos casos, a velocidade de propagação F 11


y/m

de uma onda, característica de cada meio, é T


praticamente independente da frequência de
oscilação. Nesses casos, o comprimento de A

onda é, no mesmo meio, inversamente propor- T


0
t/s
cional à frequência.
T

Se a representação gráfica da onda for sinusoi- T


dal diz-se que a onda é harmónica ou sinusoi-
dal (Fig. 2.8).
Fig. 2.8 Representação gráfica de um sinal harmónico.

A maior parte das ondas são complexas, cor-


respondendo a sinais não harmónicos (Fig. 2.9),
complexos, mas que podem ser descritos por
y/m

uma sobreposição de sinais harmónicos. T

A energia transportada por uma onda depen-


t/s
de da energia da fonte emissora. Se a fonte
T
gerar um sinal harmónico, a energia do sinal T
harmónico será tanto maior quanto maior for
a amplitude e a frequência da fonte emissora. Fig. 2.9 Sinal não harmónico mas periódico.

193
FÍSICA 11.° Ano

Assim, a intensidade de uma onda (energia transferida por unidade de tempo e por unidade
de área perpendicular à direção de propagação) é função crescente da amplitude da fonte
emissora e da frequência.

Questões resolvidas

3. Um menino ao balançar um barco produz ondas na superfície de um lago. O barco


oscila 16 vezes em 10 s e cada oscilação produz, num ponto P na proximidade do
barco, uma crista de onda 5 cm acima da superfície do lago. Uma determinada crista
de onda chega à margem do lago, a doze metros de distância, em 6,0 s.
3.1 Determine o comprimento de onda das ondas que se propagam na superfície do
lago.
3.2 Admitindo que a velocidade de propagação não depende da frequência da onda,
se o menino balançar o barco com maior frequência, mas com a mesma amplitude
(A) a distância entre duas cristas consecutivas vai aumentar.
(B) o período de vibração do movimento do ponto P aumenta.
(C) a intensidade da onda que atinge o ponto P aumenta.
(D) a altura da crista da onda que atinge o ponto P aumenta.

16 s
3.1 A frequência da onda é f = = 1,6 Hz e a velocidade de propagação é v = !t =
10 s
12 m v 2,0 m s–1
= = 2,0 m s–1. Conclui-se que o comprimento de onda é " = = =
6,0 s f 1,6 s–1
= 1,25 m.

3.2 (C). A frequência, f, aumenta, logo, o período de oscilação, T, e o compri-


mento de onda, ", diminuem (T é inversamente proporcional a f; " é também
inversamente proporcional a f quando a velocidade de propagação é cons-
tante). A altura da crista corresponde à amplitude, que se mantém constante.
A intensidade aumenta porque a frequência do movimento aumentou.

4. A extremidade de uma corda muito comprida é posta a oscilar, harmónica e trans-


versalmente, no instante t = 0 s. A origem da corda tem um movimento de oscila-
ção com amplitude constante. Na figura representa-se o perfil da corda no instante
t = 1,0 s (utilizaram-se escalas diferentes em cada um dos eixos).
0,8
y/m

P
0,05 0,04
0,032
0
x/m

4.1 O período da oscilação é


(A) 0,8 s (B) 0,4 s (C) 0,25 s (D) 1,0 s

4.2 Qual dos seguintes gráficos descreve corretamente a posição do ponto P no


intervalo de tempo de t = 0 s a t = 1,0 s?

194
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

(A) (C)
0,06 0,06
y/m

y/m
0,04 0,04
0,02 0,02
0,00 0,00
– 0,02
0,5 t/s 0,5 t/s
– 0,02
– 0,04 – 0,04
– 0,06 – 0,06
(B) (D)
0,06 0,06
y/m

y/m
0,04 0,04
0,02 0,02
0,00 0,00
– 0,02
0,5 t/s 0,5 t/s
– 0,02
– 0,04 – 0,04
– 0,06 – 0,06

4.1 (C). O perfil da onda mostra que num segundo existiram 4 oscilações com-
1s
pletas, logo, 4 períodos. Então, o período é = 0,25 s.
4
0,8 m
4.2 (A). Do perfil da corda, o comprimento de onda é ! = = 0,4 m, e a velocidade
2
s 2 × 0,8 m
de propagação é v = "t = = 1,6 m s–1 (num segundo avançou 1,6 m).
1,0 s
Nos gráficos C e D, o período é cerca de 0,5 s, por isso, são incorretos.
No perfil espacial da onda no instante t = 1,0 s, a elongação do ponto P
é positiva, por isso, o gráfico B também é incorreto.
s 0,5 m
O ponto P começa a oscilar no sentido negativo passados "t = = =
v 1,6 m s–1
= 0,31 s do início da perturbação na extremidade da corda, o que está de acordo
com o gráfico A.

y / nm
F 11
5. O gráfico representa o deslocamento, y, de
uma camada de ar, em relação à posição de 10

equilíbrio, em função do tempo, t, numa região


onde se propaga uma onda sonora a 340 m s−1. 0
1,0x10-3 2,0x10-3 3,0x10-3 t/s

5.1 Qual é a frequência da onda sonora que se -10


propaga naquela região?
5.2 A distância mínima entre duas camadas de ar no mesmo estado de vibração é
_______ e o produto do comprimento de onda pela frequência é _______.
(A) 10 nm … 340 m s−1 (C) 0,68 m … 340 m s−1
(B) 10 nm … 5,0 m Hz (D) 0,68 m … 5,0 m Hz

1
5.1 Para o período de 2,0 × 10–3 s, a onda tem uma frequência f = = 500 Hz.
T
5.2 (C). A distância entre duas camadas no mesmo estado de vibração é o com-
v 340
primento de onda = = m = 0,68 m (10 nm é a amplitude, ou seja,
f 500
o afastamento máximo de uma camada de ar relativamente à posição de
equilíbrio). O produto do comprimento de onda pela frequência é o módulo
da velocidade de propagação da onda, 340 m s−1.

195
FÍSICA 11.° Ano

2.1.3 O som como onda de pressão

O som resulta da vibração de um corpo. Essa vibra- Velocidade


ção é sucessivamente comunicada às partículas vizi- Material
de som / m s–1
nhas, ou seja, o som é uma onda mecânica que se Hélio (0 oC) 972
propaga em sólidos, líquidos e gases. A velocidade
Ar (0 oC) 331
de propagação do som depende do meio material em
que ocorre a propagação e da respetiva temperatura. Ar (15 oC) 340

Querosene (25 oC) 1315


Quando se faz vibrar um diapasão, essa vibração é
comunicada ao ar circundante. A vibração origina des- Água (25 oC) 1498
locamentos do ar que provocam variações de pres- Chumbo (0 oC) 1230
são: compressões e descompressões. As diferentes
Cobre (0 oC) 3750
camadas de ar vibram na direção em que o som se
Velocidade da propagação do som
propaga, ou seja, o som é uma onda longitudinal.
em diversos materiais.

O som propaga-se no ar através de ondas de pres-


são, pois consiste na propagação de sucessivas
compressões (C) e rarefações (R), como se vê na
Fig. 2.10. Assim, em cada ponto de um fluido em que
se propaga um som existe uma vibração à qual se
podem associar pequenas variações de densidade
ou de pressão.

vibração das partículas direção da propagação

λ
λ
B
R C R C R C R C R C R C

λ
pressão

C
x
λ

Fig. 2.10 A – camadas de ar na ausência de som; B – camadas de ar na presença de um som originado pela
vibração de um diapasão (C = compressão e R = rarefação); C – gráfico da pressão em função da posição.

Se a onda sonora for sinusoidal, a pressão num dado ponto do meio varia entre um valor
máximo de pressão acima da pressão do meio em repouso (compressão máxima) e um valor
mínimo abaixo dessa mesma pressão (rarefação máxima).

A amplitude de pressão é igual ao módulo da diferença entre o valor máximo (ou mínimo) da
pressão e a pressão do meio em repouso.

A intensidade de um sinal sonoro expressa em termos da amplitude de pressão é indepen-


dente da frequência.

196
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

2.1.4 Sons puros, intensidade e frequência; sons Frequência alta – som agudo (alto)

pressão
complexos. Espetro sonoro
t
O som emitido por um diapasão é um som harmónico, visto
Frequência baixa – som grave (baixo)
que a vibração que o origina é um sinal harmónico. Este som

pressão
harmónico corresponde a uma única frequência e, por isso,
t
também se designa por som simples, ou puro.

Se a frequência de uma onda sonora for elevada, o som é Fig. 2.11 Sons harmónicos (agudo e grave).

agudo, se for baixa, o som é grave (Fig. 2.11). Em acústica, a

pressão
altura significa o mesmo que frequência: o som agudo cha-
ma-se alto e o grave chama-se baixo. Os sons podem ainda Amplitude grande
som forte
ser fortes ou fracos, consoante a sua intensidade (Fig. 2.12).
A
A uma maior intensidade corresponde uma maior amplitude Amplitude pequena
som fraco
A'
de pressão. t

A maioria dos sons são complexos, pois os seus sinais não são
sinusoidais. Um som complexo é a soma ou sobreposição
de vários sons puros, ou seja, de vários harmónicos (Fig. 2.13). Fig. 2.12 Sons da mesma frequência com
O número de harmónicos e a sua proporção nos sons emi- diferentes intensidades.

tidos por instrumentos musicais ou pela voz humana é o que som complexo = A + B + C
pressão

permite distinguir o som de um violino do de um clarinete ou


as vozes de diferentes pessoas. Esta característica do som
t
designa-se por timbre.

A = som fundamental ou 1.º harmónico


O ouvido humano tem uma sensibilidade limitada. A banda do
pressão

audível de um ouvido humano situa-se entre 20 Hz e 20 kHz t


(espetro sonoro). Os sons de frequência inferior a 20 Hz desig-
nam-se por infrassons e os de frequência superior a 20 kHz B = 2.º harmónico ƒB = 2 ƒA
F 11
pressão

designam-se por ultrassons (Fig. 2.14). Estes últimos são utiliza-


dos na ecografia e no sonar. O ouvido só é sensível se a inten-
t
sidade do som for maior do que um determinado limiar.

C = 3.º harmónico ƒC = 3 ƒA
pressão

2.1.5 Microfone e altifalante


t

infrassons audível ultrassons


Fig. 2.13 Um som complexo é a soma de
vários harmónicos.
0 20 20 000 f / Hz

Fig. 2.14 Espetro sonoro (conjunto de frequências do som).

O dispositivo que transforma a energia do som em energia


elétrica chama-se microfone e converte sinais sonoros em
sinais elétricos com a mesma informação. Os sinais elétricos
originados a partir de um microfone podem ser convertidos
em sinais sonoros através de um altifalante (Fig. 2.15). O micro-
Fig. 2.15 Um altifalante converte sinais
fone e o altifalante são complementares. elétricos em sinais sonoros.

197
FÍSICA 11.° Ano

2.1.6 Características do som (AL 1.1)

Pretende-se investigar características como o período, a frequência, o comprimento de onda,


a intensidade e o timbre dos sons, a partir da observação de sinais elétricos resultantes da
conversão de sinais sonoros.
Num osciloscópio são analisados sinais elétricos pela visualização no ecrã de uma diferença
de potencial elétrico (tensão elétrica) em função do tempo. No eixo vertical do ecrã é medida
a diferença de potencial elétrico (tensão elétrica) e no eixo horizontal é medido o tempo.
A amplitude do sinal é o valor máximo da diferença de potencial elétrico, Umax , que se lê na
escala vertical, quando se regula U = 0 para a ausência de sinal. Esta escala é variável e, usan-
do o comutador com a indicação VOLTS/DIV, pode regular-se a quantos volts corresponde
cada divisão. Cada uma dessas divisões está ainda subdivida em mais cinco divisões.
O período do sinal mede-se na escala horizontal, onde a cada divisão se faz corresponder um
intervalo de tempo que se regula no comutador com a indicação BASE DE TEMPO (ou TIME/DIV,
ou SEC/DIV). Cada uma dessas divisões está ainda subdivida em mais cinco divisões.
Um gerador de sinais é um aparelho que produz sinais elétricos com formas, amplitudes e
frequências variadas. Ligando um gerador de sinais a um osciloscópio podem medir-se perío-
dos, frequências e amplitudes. Ligando um altifalante (ou auscultador) à saída do gerador de
sinais pode ouvir-se os sons com as frequências selecionadas no gerador e detetar limiares
de audição (Fig. 2.16). Ligando um microfone ao osciloscópio podem comparar-se sinais elé-
tricos resultantes da conversão de sons de diferentes frequências, intensidades e timbres
(Fig. 2.17). Pode medir-se o comprimento de onda com um gerador de sinais, um altifalante, dois
microfones e um osciloscópio: alinhando dois microfones e, em seguida, afastando-se um
deles ao longo da régua, até que os sinais voltem a ficar sobrepostos, a distância percorrida
pelo microfone ao longo da régua é igual ao comprimento de onda da onda sonora (Fig. 2.18).

Microfone 1

Régua
Diapasão Altifalante
Altifalante Microfone Microfone 2

Fig. 2.16 Sinal sonoro com as mesmas Fig. 2.17 A onda sonora produzida pela Fig. 2.18 Medição direta de
características do sinal elétrico produzido. diapasão é captada pelo microfone. um comprimento de onda.

Questões resolvidas

6. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) Em geral, os homens produzem sons de menor altura do que as mulheres.
(B) Os sons simples distinguem-se uns dos outros por três características: intensi-
dade, altura e timbre.
(C) A energia transportada por uma onda sonora por unidade de tempo depende
da amplitude da onda.
(D) Quando se aumenta o volume num rádio, aumenta-se a altura do som que ele
produz.
(E) Em geral, o som propaga-se mais rapidamente nos líquidos do que nos gases.

198
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

(F) O que nos permite distinguir a mesma nota musical tocada em instrumentos
diferentes é a frequência.
(G) A propriedade que distingue um som forte de um som fraco é a intensidade da
onda sonora.
(H) Na propagação do som ocorre transporte de energia sem que haja movimento
da matéria.

Verdadeiras: (A), (C), (E) e (G). Falsas: (B), (D), (F) e (H).
O timbre é uma característica que permite distinguir sons complexos. Aumentar o
volume num rádio corresponde a aumentar a intensidade do som. A intensidade
do som é proporcional à energia da onda sonora e, portanto, à sua amplitude de
pressão. O que permite diferenciar a mesma nota em instrumentos diferentes é
o timbre. Na propagação do som não há transporte de matéria, mas esta vibra e,
portanto, movimenta-se.

7. O sinal que se mostra na figura foi produzido num oscilos-


cópio, ao qual foi ligado um microfone quando se tocou o
dó central de um clarinete. A base de tempo do osciloscó-
pio estava regulada para 0,5 ms/div.
7.1 O som que gerou este sinal é simples ou complexo?
7.2 Calcule o comprimento de onda do som fundamental,
considerando que o som se propaga a 340 m/s.
7.3 O som produzido pelo clarinete foi detetado por dois observadores: um perto
do clarinete, numa zona mais fria, e outro mais afastado do clarinete, junto a um
aquecedor. Na proximidade de cada um dos observadores, qual das seguintes F 11
características da onda sonora tem o mesmo valor?
(A) Frequência (C) Comprimento de onda
(B) Intensidade (D) Velocidade de propagação

7.1 O som é complexo, visto não se tratar de uma vibração sinusoidal.


7.2 O período do som pode ser obtido a partir do número de divisões no eixo ho-
rizontal (eixo dos tempos) compreendidas entre os dois picos do sinal. Esse
1
número é 7 + 3 × = 7,6 (repare-se que cada divisão está subdividida em 5
5
partes iguais).

T = 7,6 div × 0,5 ms/div = 3,8 ms = 3,8 × 10–3 s ⇒


⇒ = v T = 340 m s–1 × 3,8 × 10–3 s = 1,3 m

7.3 (A). A frequência de vibração só depende da fonte emissora. O comprimen-


to de onda altera-se consoante a velocidade de propagação do som, que é
maior para o ar mais quente. A intensidade do som diminui consoante nos
afastamos da fonte.

199
FÍSICA 11.° Ano

Questão resolvida

8. Na seguinte figura representa-se, no ins- y/ cm


tante t = 0 s, uma porção de uma corda, P
3,0
muito comprida, cuja extremidade oscila 1,4
com movimento harmónico simples. 0
Q R x/ m

O sinal produzido propaga-se ao longo -3,0


S
da corda, da esquerda para a direita, com
uma velocidade de módulo 4,0 m s–1.
8.1 A frequência do movimento de P é _____ frequência do movimento de Q
e a amplitude do movimento de P é _____ amplitude do movimento de Q.
(A) maior do que a … maior do que a (C) maior do que a … igual à
(B) igual à … maior do que a (D) igual à … igual à
8.2 No instante t = 0 s, o ponto Q move-se no sentido _____ do eixo dos _____.
(A) positivo … xx (B) negativo … xx (C) positivo … yy (D) negativo … yy
8.3 Qual das seguintes figuras pode representar a mesma porção de corda pas-
sado um intervalo de tempo de um quarto de período após o instante t = 0 s?

(A) (C)
y y
Q R
P P
S x S x
Q
R
(B) (D)
y y
S P
Q R
R
x Q x

P S

8.4 Determine a frequência de vibração do ponto P.

8.1 (D). A vibração transmite-se ao longo do meio, assim, a frequência é caracte-


rística da onda e não se altera. Na porção representada, a onda propaga-se
sem atenuação, ou seja, na região considerada não há alteração de amplitude.

8.2 (C). Todos os pontos da corda se movem na direção do eixo dos yy, perpen-
dicularmente à direção de propagação. Como, neste caso, a onda se propaga
da esquerda para a direita, todos os pontos vão executar, sucessivamente,
os movimentos dos pontos da corda que estão à sua esquerda, portanto, o
ponto Q irá subir (os valores de y dos pontos imediatamente à esquerda de
Q são maiores que o valor de y de Q no instante t = 0 s).

8.3 (A). Passado um quarto de período os pontos que tinham y = 0 estão na posi-
ção de afastamento máximo da posição de equilíbrio (y = ±A). Como o ponto R
irá subir (no instante t = 0, os pontos à esquerda de R estão acima de R), pas-
sado um quarto de período estará na posição y = A, em que A é a amplitude.

200
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

8.4 O perfil espacial da corda permite determinar o comprimento de onda:


3 1,4 m × 4
+ = 1,4 m ⇒ = = 0,80 m. Todos os pontos da corda vibram
4 7
v 4,0 m s–1
com a mesma frequência f = = = 5,0 Hz.
0,80 m

2.1.7 Velocidade do som (AL 1.2)

Para determinar a velocidade de propagação de um sinal sonoro no ar, pode, por exemplo,
determinar-se o tempo que um sinal sonoro produzido junto a uma extremidade de uma man-
gueira demora a ser detetado na outra extremidade (Fig. 2.19).

Pode também utilizar-se um sinal produzido num gerador a propagar-se do altifalante até
ao microfone: a medição da variação do intervalo de tempo de desfasamento entre o sinal
produzido pelo gerador e o detetado pelo microfone em função da distância percorrida pelo
microfone permite determinar a velocidade de propagação do som (Fig. 2.20).

Microfone
Altifalante
Régua

Fig. 2.19 Um sinal sonoro produzido junto a uma


extremidade da mangueira é captado na outra
Fig. 2.20 Um sinal sonoro produzido num gerador
propaga-se do altifalante até ao microfone. F 11
extremidade.

Questões resolvidas

9. Numa experiência, para determinar a velocidade de propagação do som no ar, pro-


duziu-se um som de curta duração junto à extremidade aberta, A, de um tubo cilín-
drico, de comprimento 3,08 m, estando a outra extremidade fechada, F.

Na extremidade aberta do tubo colocou-se um microfone ligado a um computador


com software de edição de som. Após a produção do som, registou-se no ecrã o
sinal representado na figura seguinte, onde se assinalou a escala do eixo horizontal.
2,0 ms

9.1 Explique por que razão ocorreu o registo de dois sinais e as menores amplitudes
no segundo sinal.
9.2 Determine o módulo da velocidade de propagação do som no ar, nas condi-
ções em que decorreu a experiência.

201
FÍSICA 11.° Ano

Questões resolvidas
9.3 Numa outra experiência, obteve-se para o módulo da velocidade de propaga-
ção do som no ar 338 m s−1, a 25 °C. O valor de referência àquela temperatura
é 346 m s−1. Qual é o erro percentual (erro relativo, expresso em percentagem)
daquele valor experimental?

9.1 Surgem dois sinais porque o sinal produzido junto à extremidade A do tubo
é refletido na extremidade F, sendo captados pelo microfone em instantes
diferentes dado que o som demora um certo tempo a propagar-se de A até F
e, novamente, de F até A. O sinal refletido tem menor intensidade do que o
sinal original, o que implica menores amplitudes do sinal mais à direita, pois o
som propaga-se em todas as direções e o sinal refletido corresponde apenas
à reflexão do som que se propagou na direção do tubo. Além disso, parte do
som é absorvido na reflexão, assim como na propagação no interior do tubo.

9.2 A distância medida na imagem entre as origens dos dois sinais é 8,9 cm. Aos
1,0 cm correspondem 2,0 ms, portanto, o intervalo de tempo entre o sinal
2,0 ms
original e o sinal refletido é !t = 8,9 cm × = 17,8 ms.
1,0 cm
2 d 2 × 3,08 m
O módulo da velocidade de propagação do som é v = = =
!t 17,8 × 10–3 s
= 3,5 × 102 m s–1.
(338 –346) m s–1
9.3 Erro percentual = × 100% = –2,3% (ou 2,3% por defeito).
346 m s–1

10. A figura representa, num dado instante, as va-


riações de pressão no ar, numa certa região, L
associadas a um ensaio I em que um som puro
se propaga nessa região (as zonas mais escuras
correspondem a zonas de compressão do ar, e as zonas mais claras correspondem
a zonas de rarefação) e uma camada de ar, L, nessa região.
10.1 As camadas de ar movem-se numa direção _____ à direção de propagação,
uma vez que o som no ar é uma onda _____.
(A) perpendicular … longitudinal (C) paralela … longitudinal
(B) perpendicular … transversal (D) paralela … transversal

10.2 Qual das opções pode representar, um período e meio depois, a mesma região
do espaço e a mesma camada de ar?
(A)
(A) (B)
(C)

L L

(B)
(C) (D)
(D)

L L

202
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

10.3 Num ensaio II propaga-se nessa região um outro som de igual frequência, mas
menos intenso.
Comparando os dois ensaios, pode concluir-se que a amplitude das variações
de pressão é __________ e a distância entre uma compressão e a rarefação
adjacente é __________.
(A) menor no ensaio II … menor no ensaio II (C) a mesma … menor no ensaio II
(B) menor no ensaio II … a mesma (D) a mesma … a mesma

10.1 (C). As ondas sonoras nos gases são longitudinais.


10.2 (A). Quando se considera um número inteiro qualquer de períodos, o sistema
volta a ficar no mesmo estado. Assim, apenas nos interessa determinar o que
sucede passado meio período: na posição de compressão máxima existirá
uma rarefação máxima. As camadas de ar apenas vibram, não existindo trans-
porte de matéria: a camada de ar L fica na mesma posição.

10.3 (B). Uma menor intensidade significa uma menor amplitude de pressão. Para
a mesma frequência, e para o mesmo meio, o comprimento de onda não se
altera, portanto, a distância entre uma compressão e a rarefação adjacente,
meio comprimento de onda, também não se altera.

2.2 Eletromagnetismo
2.2.1 Campos magnéticos
F 11
Campos magnéticos criados por ímanes

Um íman em barra tem uma extremidade que atrai uma extremidade de S N S N


outro íman. Se um ou outro forem rodados 180O, deixa de existir atração
N S S N
e passa a existir repulsão (Fig. 2.21). Esta interação efetua-se à distância
e as extremidades dos ímanes chamam-se polos – polo norte (N) e polo S N N S

sul (S). Os polos com o mesmo nome repelem-se e os polos com nome Fig. 2.21 Interação entre ímanes.
diferente atraem-se.

Se um íman for dividido em partes, os polos não se separam, resultando sim, dessa divi- S N
são, novos ímanes mais pequenos (Fig. 2.22). O que caracteriza um íman é a existência nas
suas proximidades de uma região onde se fazem sentir as propriedades magnéticas SN S N SN

que ele cria. Diz-se que nessa região existe um campo magnético. Fig. 2.22 Os polos
de um íman não se
Para caracterizar as propriedades magnéticas em cada ponto utiliza-se a grandeza ve- separam.
d
torial campo magnético (ou densidade de fluxo magnético), representado por B. A sua
unidade SI é o tesla (símbolo T).

Quando se deita limalha de ferro nas proximidades de um íman, ela dispõe-se segundo uma
certa geometria. A forma como a limalha se dispõe permite observar o espetro do campo
magnético. O campo também pode ser representado por linhas do campo magnético.

203
FÍSICA 11.° Ano

Convenção para as linhas de campo magnético (Fig. 2.23):


• apresentam maior densidade (mais linhas no mesmo espaço) nas zonas onde o campo
é mais intenso;
d

• são tangentes, em cada ponto, ao vetor campo magnético, B, e têm o sentido deste;
• são sempre linhas fechadas e nunca se cruzam;
• na região externa do íman, começam no polo norte e terminam no polo sul magnético.

S
S
B

B B

N
N

Fig. 2.23 Espetro magnético e linhas de campo magnético de um íman em barra.

d
Um campo magnético B tem, em geral, características diferentes de ponto para ponto, quer
seja na intensidade, na direção ou no sentido. No entanto, existem campos magnéticos que
são iguais em todos os pontos de uma dada região do espaço. Nesta situação tem-se um
campo uniforme e em toda essa região o campo tem a mesma intensidade, direção e senti-
do: as linhas de campo são segmentos de reta paralelos.

Questão resolvida

11. A figura mostra as linhas de um campo magnético de um íman em U.


Pode afirmar-se que
(A) o polo norte do íman está na zona X. IV

(B) o campo magnético em redor do íman é uni-


forme. I

(C) as zonas X e Y do íman são polos do mesmo III X Y

nome.
(D) no zona II o campo é mais intenso do que na
zona III. II

(D). Entre as armaduras do íman há uma zona onde as linhas de campo são
segmentos de reta paralelos: aí o campo é constante. As linhas de campo
saem do polo norte (Y) e fecham-se através do polo sul (X). Como na zona II
a densidade de linhas de campo é maior do que na zona III, então, na zona II o
campo é mais intenso.

204
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

Questão resolvida
d
12. Colocou-se uma agulha magnética numa zona onde há um campo magnético Bext uni-
forme. Após uns instantes, a agulha estabilizou numa dada posição. Qual dos esque-
mas representa corretamente as linhas do campo magnético existente nessa região?
(A) (B) (C) (D)

N S

N S S N
S N
Bext Bext Bext Bext

(D). Quando um íman é colocado numa região onde existe um campo magnético,
ele vai procurar alinhar-se com o campo magnético externo. A agulha magnética
assume uma posição paralela ao campo magnético externo e as linhas desse
campo «entram» no polo sul da agulha.

Campos magnéticos criados por correntes elétricas

O dinamarquês Hans Oersted descobriu


I
que um íman é desviado se for colocado
próximo de uma corrente elétrica e parale-
lamente a esta (Fig. 2.24). Fig. 2.24 Uma corrente elétrica provoca a rotação da
agulha magnética.

Concluiu-se que uma corrente elétrica também cria um campo magnético. Este campo
magnético aumenta com a corrente elétrica, mas diminui com a distância a essa corrente elé- F 11
trica. A forma das linhas de campo magnético criado por uma corrente depende da geometria
da corrente elétrica (Fig. 2.25).

A B C

I I I I
B1

B3
B2

Fig. 2.25 Espetro magnético e linhas de campo magnético criados por uma corrente elétrica retilínea (A), por uma
corrente elétrica circular (B) e por uma corrente elétrica que percorre várias espiras circulares paralelas (C).

205
FÍSICA 11.° Ano

Questão resolvida

13. Uma bobina é percorrida por uma corrente elétri-


S N
ca constante, que cria na sua vizinhança um cam-
po magnético. Na proximidade dos seus extremos
e no seu interior colocaram-se pequenas agulhas
magnéticas, que se orientaram como se indica na
figura ao lado. Na proximidade daquela bobina colocou-se depois, sucessivamen-
te, uma outra bobina, percorrida pela mesma corrente elétrica (situação I), e um
íman (situação II).
I II

S N

Pode concluir-se que existe


(A) repulsão em I e em II. (C) repulsão em I e atração em II.
(B) atração em I e em II. (D) atração em I e repulsão em II.

(B). As interações entre ímanes, entre correntes elétricas e ímanes ou entre cor-
rentes elétricas são equivalentes, pois todas resultam das interações entre campos
magnéticos.
As agulhas magnéticas mostram que na situação I o polo norte da bobina da es-
querda se encontra na proximidade do polo sul da bobina da direita: existe atração.
A mesma orientação dos polos se verifica na interação entre a bobina e o íman.

2.2.2 Campos elétricos

As cargas elétricas interagem à distância, repelindo-se, se tiverem a mesma natureza, ou


atraindo-se, se tiverem natureza diferente (Fig. 2.26). Estas interações podem ser compreendi-
das com o conceito de campo elétrico. Cada carga elétrica cria à sua volta um campo elétrico,
ou seja, uma região onde existe uma propriedade que origina uma força sobre as cargas
elétricas aí colocadas (Fig. 2.26).

Cargas do mesmo sinal repelem-se Cargas de sinal oposto


atraem-se

–F F –F F F –F
+ + − − − +

Fig. 2.26 Interação entre cargas elétricas.

A uma dada distância da carga elétrica, o campo elétrico será tanto mais intenso quanto maior
for a carga elétrica que o cria.

206
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

d
O campo elétrico num ponto é uma grandeza vetorial e é simbolizado por E. A unidade SI é o
volt por metro (V m–1).

O campo elétrico criado por uma carga E

pontual é radial, diminuindo de inten-


− +
sidade com a distância à carga que o E
cria. Se a carga que o cria for negativa,
o campo aponta para a carga; se a carga
for positiva, o campo aponta no sentido
Fig. 2.27 Campos elétricos criados por cargas pontuais
do afastamento da carga (Fig. 2.27). negativas e positivas.

O campo elétrico num ponto manifesta-se através de uma ação sobre uma carga elétrica aí
colocada, originando-se uma força na direção do campo.

Carga elétrica colocada num campo elétrico Sentido da força sobre carga

Positiva (+) O mesmo do campo elétrico

Negativa (–) Oposto ao do campo elétrico

Propriedades das linhas do campo elétrico:


• são tangentes em cada ponto ao vetor campo e o seu sentido é o do campo;
• a sua distribuição espacial é tal que a sua densidade é proporcional ao módulo do campo
– onde elas se adensam, o campo é mais intenso;
• são linhas abertas, com origem nas cargas positivas; terminam nas cargas negativas e
nunca se cruzam.

Questões resolvidas F 11
14. Nas figuras estão representadas as linhas de campo de duas distribuições de car-
d

gas elétricas, algumas posições e um vetor campo elétrico, E1.

I II
+ + + + + + + + + + +
+ +
P2
P3
+
+ ++
+ +
+++
E1
P1 P4
P5
– – – – – – – – – – – – – – – – – –

Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) I e II representam dois campos elétricos uniformes.
(B) Os campos elétricos em P1 e em P2 são iguais.
(C) Os campos elétricos em P3 e em P4 são iguais.
(D) O campo elétrico em P4 tem o mesmo módulo que o campo em P5.
(E) Uma carga elétrica negativa colocada em repouso em P2 aproxima-se da placa
positiva.
(F) Uma carga elétrica positiva colocada em P3 move-se segundo a linha de campo
que passa nesse ponto.

207
FÍSICA 11.° Ano

Questões resolvidas

Verdadeira: (B) e (E). Falsas: (A), (C), (D) e (F).


(A) — Apenas as linhas de campo de I são segmentos de reta paralelos.
(B) — Num campo uniforme, o campo é o mesmo em todos os pontos de uma
certa região do espaço.
(C) — Os campos em P3 e em P4 são diferentes, pois o campo é tangente à linha
de campo e nesses pontos as linhas têm diferentes direções.
(D) — As linhas de campo têm diferentes densidades em P4 e em P5.
(E) — As cargas elétricas negativas são atraídas pela carga positiva.
(F) — A linha de campo elétrico tem a direção e sentido da força aplicada sobre
uma carga positiva, mas num movimento curvilíneo a trajetória não tem a
direção da força.

15. Selecione a opção em que se representa as linhas de campo elétrico de duas cargas
pontuais simétricas.

A B C D

+ − + − + − + −

(B). As linhas de campo têm origem na carga positiva e terminam na carga nega-
tiva. Estas linhas são contínuas e entre as duas cargas o campo aponta da carga
positiva para a negativa.

2.2.3 Fluxo do campo magnético

Um campo magnético variável cria um campo elétrico. No estudo da relação entre estes dois
campos, é útil o conceito de fluxo do campo magnético (Fig. 2.28).

Considerando uma espira que delimita uma


superfície plana de área A, e um vetor uni-
d
tário n (vetor de módulo 1) perpendicular ao
Espira de
plano da espira, o fluxo magnético, !, do área A e vetor
d
unitário n
campo magnético uniforme através dessa
B (perpendicular
área é uma grandeza escalar dada por: ao plano da
espira), fazendo
n um ângulo "
! = B A cos " com o campo
magnético.
d
sendo " o ângulo entre o vetor unitário n Fig. 2.28 Fluxo do campo magnético.

perpendicular ao plano da espira de área A


d
e o campo magnético, B.

208
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

A unidade SI de fluxo de campo magnético chama-se weber e tem o símbolo Wb:


1 Wb = 1 T m2 (tesla metro quadrado).

Se forem colocadas N espiras num campo magnético uniforme, o fluxo que atravessa as su-
perfícies delimitadas pelas N espiras será a soma dos fluxos magnéticos através de cada uma
(Fig. 2.29). Se tiverem igual área A e se forem dispostas paralelamente umas às outras, como
numa bobina, o fluxo será N vezes o fluxo numa só espira:

!bobina = N!espira = N B A cos "

Fig. 2.28 Fluxo do campo magnético através de espiras.

Questão resolvida

16. Foram colocadas quatro espiras num campo magnético uniforme de módulo
5,0 × 10–3 T. A espira menor, IV, tem uma área de 0,030 m2. As espiras II e III têm
igual área. O fluxo do campo magnético através da espira III é de 6,0 × 10–4 Wb.

n
B n n

I II n III IV

F 11
16.1 Calcule o fluxo do campo magnético através da espira IV.
16.2 Determine a área da espira III.
16.3 Sendo o fluxo do campo magnético através da espira II metade do da espira III,
qual é o ângulo entre a espira II e o campo magnético?
16.4 A espira I tem o dobro da área da espira III. Significará isso que o fluxo do campo
magnético que a atravessa é o dobro do que se verifica para a espira III? Justifique.

16.1 ! = B A cos " = B A cos 0o = B A = 5,0 × 10–3 T × 0,030 m2 = 1,5 × 10–4 Wb


! 6,0 × 10–4
16.2 ! = B A cos " = B A cos 0o = B A ⇒ A = B = 5,0 × 10–3 = m2 = 0,12 m2

!III !II B A cos " 1 cos "


16.3 !II = ⇒ = ⇔ = ⇒ cos " = 0,5 logo, " = 60o
2 !III B A cos 0o 2 1
16.4 O fluxo do campo magnético depende da área da espira e do módulo do cam-
po magnético, mas também da orientação relativa entre o campo e a espira.
A normal ao plano da espira I faz 90o com o campo magnético, logo, como
cos 90o = 0, o fluxo do campo magnético através da espira I é nulo. Através da
espira III, o fluxo do campo magnético é máximo, porque cos 0o = 1.

209
FÍSICA 11.° Ano

2.2.4 Indução eletromagnética e Lei de Faraday

Em 1831, o inglês Michael Faraday demonstrou experimentalmente que um fluxo magnético


variável pode criar uma corrente elétrica. Este fenómeno chama-se indução eletromagnética.
Se for colocado um íman junto de uma espira ligada a um amperímetro, este nada indica. Se o
íman se mover, aproximando-se ou afastando-se da espira, o amperímetro indica uma corren-
te elétrica (Fig. 2.30 A). O mesmo se verifica se o íman permanecer parado e se mover a espira,
aproximando-a ou afastando-a do íman (Fig. 2.30 B).
A B
I
I

N N
S 0 S 0
Fig. 2.30 Indução
eletromagnética.

A corrente elétrica que é originada é a corrente elétrica induzida. Em A, o campo magnético


variável induz um campo elétrico na espira, o que provoca o movimento das cargas elétricas
devido às forças elétricas que sobre elas passam a atuar. Em B, o movimento da espira provoca
o movimento das cargas elétricas devido às forças magnéticas que sobre elas passam a atuar.

Para explicar a indução eletromagnética, Faraday enunciou a seguinte lei:

O módulo da força eletromotriz induzida, Ei ou !i, num circuito fechado, é igual ao módulo
da variação do fluxo magnético que atravessa o circuito por unidade de tempo.

Esta lei pode ser representada matematicamente pela equação:

|$" | A força eletromotriz induzida, Ei, é a tensão elétrica que surge num
|Ei | =
$t circuito fechado e a sua unidade SI é o volt, símbolo V.

Então, só é criada uma força eletromotriz induzida se o fluxo do campo magnético através da
espira variar (Fig. 2.31). Como " = B A cos #, existe variação de fluxo magnético se:
• variar o campo magnético, em módulo ou em direção;
• variar a área da espira sujeita ao campo magnético;
• mudar a orientação relativa entre o campo magnético e a espira (varia o cos #).

S N

Fig. 2.31 Produção de corrente elétrica induzida. Mais linhas de campo a atravessar a espira representam
maior fluxo magnético.

A Lei de Faraday indica que a força eletromotriz induzida será tanto maior quanto mais rapi-
damente variar o fluxo do campo magnético.

210
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

Questão resolvida

17. Uma bobina de forma quadrada, com 10 cm


de lado e 50 espiras, é forçada a mover-se v
com velocidade constante, perpendicular-
mente à direção de um campo magnético B B
L
uniforme. A região onde existe o campo
magnético tem uma altura L = 20 cm e o flu-
xo do campo magnético através da bobina
variou de acordo com o gráfico apresentado. Φ / Wb
0,10
17.1 Como se pode explicar a variação de
fluxo magnético registada no gráfico?
0
0,05 0,10 0,15 t/s
17.2 Qual é o módulo do campo magnético?
17.3 Como varia o módulo da força eletromotriz induzida durante os 0,15 s?

17.1 O fluxo magnético através da bobina é ! = N B A cos ". Mas a área da bobina
sujeita ao campo magnético vai variar. Inicialmente a bobina está toda fora da
região onde existe o campo magnético, sendo aí o fluxo nulo; mas o fluxo vai
aumentar à medida que mais área da bobina ficar sujeita ao campo magnéti-
co. Como a bobina tem 10 cm de lado, haverá um intervalo de tempo em que
toda a área da bobina estará sujeita ao campo magnético uniforme. Neste in-
tervalo de tempo, o fluxo magnético é constante. Com a saída da bobina da re-
gião onde existe o campo magnético, o fluxo magnético diminui até se anular.

17.2 ! = N B A cos ". Pela geometria da situação, " = 0o e cos 0o = 1.


N = 50 espiras e a área de cada uma é A = 0,10 m × 0,10 m = 1,0 × 10–2 m2.
! 0,10
O módulo do campo magnético é: B = = T = 0,20 T
NA 50 × 1,0 × 10–2

17.3 Só existe força eletromotriz induzida se variar o fluxo do campo magnético. F 11


| $!
De 0 s a 0,05 s ⇒ |#i| = % = % | | 0,100,05– 0 |
% V = 2,0 V
%
%
$t

De 0,05 s a 0,10 s ⇒ |# | = | % | = | % %| V=0V


$! 0,10 – 0,10
i %%
%%%%%
%
$t 0,10 – 0,05

De 0,10 s a 0,15 s ⇒ |# | = | % | = | % % | V = 2,0 V


$! 0,15 – 0,10
i % %%
%%%%%
$t 0,15 – 0,10

A Lei de Faraday está na origem da produção de ener-


gia elétrica. Por exemplo, um gerador de corrente alter-
S
nada pode ser construído com uma espira no interior B

de um campo magnético (Fig. 2.32). A espira é colocada N

em rotação e quanto maior for a velocidade angular,


mais rapidamente variará o fluxo através da espira, ge-
rando uma maior força eletromotriz e disponibilizando
mais energia.
Fig. 2.32 Esquema de um alternador.

211
FÍSICA 11.° Ano

2.2.5 Aplicações da Lei de Faraday

A Lei de Faraday tem aplicações diversas, como micro-


fones de indução, nas placas de indução, ou em gera-
dores nas centrais elétricas, as quais têm duas partes
essenciais: as turbinas e o gerador (Fig. 2.33). Gerador
As turbinas, ligadas ao gerador, provocam o movimento
necessário para haver indução eletromagnética. São for- Turbina
madas por pás (ou hélices ou lâminas) que rodam graças
à ação de um fluido (vapor de água ou água líquida).
O gerador é constituído por bobinas rodeadas de íma-
Fig. 2.33 Turbina e gerador numa
nes (na realidade, eletroímanes) que criam um campo central hídrica.
magnético intenso. O movimento relativo entre os íma-
Ei
nes e as bobinas origina nestas um fluxo variável do
campo magnético, originando uma força eletromotriz
descrita por uma função sinusoidal (Fig. 2.34).

t
A corrente elétrica alternada utilizada no consumidor
final não tem as mesmas características da produzida
nas centrais. O dispositivo que altera algumas das ca-
racterísticas da corrente alternada é o transformador. Fig. 2.34 Força eletromotriz produzida
por um gerador de corrente alternada.
Os transformadores (Fig. 2.35) são dispositivos capazes
de variar a tensão elétrica, aumentando-a ou diminuin- Primário Secundário
do-a. O seu funcionamento baseia-se na indução ele-
tromagnética.
Np
Ns
Um transformador é constituído por:
• núcleo: material ferromagnético onde se enrolam Up
fios condutores (bobinas) e se produz um campo;
Us
o núcleo intensifica o campo magnético;
• enrolamentos: fios condutores isolados e enrola-
dos (bobinas) em torno do núcleo e que são per- Fig. 2.35 Transformador de dois
corridos por corrente elétrica alternada. enrolamentos.

Nos transformadores com dois enrolamentos, um é o primário e o outro o secundário.


Nestes transformadores, a bobina do primário é percorrida por corrente elétrica alternada
(corrente de entrada) que produz um campo magnético variável. O núcleo orienta o campo
magnético variável para o secundário, onde, então, devido à variação do fluxo do campo mag-
nético, é induzida uma corrente (corrente de saída).
A relação entre a tensão no primário (tensão de entrada), Up, e a tensão no secundário (tensão
de saída), Us, é dada pela expressão:
Up Np
=
Us Ns

em que Np é o número de espiras do primário e Ns é o número de espiras do secundário.


Quanto maior for o número de espiras da bobina, maior será a diferença de potencial elétrico
nos seus terminais.

212
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

Para diminuir as perdas de energia por efeito Joule no transporte da corrente elétrica das
centrais até aos locais de consumo, são usados transformadores que primeiro elevam a ten-
são elétrica e depois, perto dos locais de consumo, por razões de segurança, outros transfor-
madores reduzem a tensão elétrica.

Questões resolvidas

18. A figura representa esquematicamente o processo de produção, transporte e distri-


buição da energia elétrica desde a central até aos locais de consumo. As linhas de
transmissão, ou transporte, da energia elétrica são linhas de alta tensão e o consumo
faz-se em baixa tensão. Nas linhas de transporte da corrente elétrica parte da energia
é dissipada por efeito Joule.
Linhas de transmissão
Linhas de distribuição
Gerador

Turbina Transformador 1 Transformador 2

18.1 Considerando que é necessário transmitir uma certa potência, conclua, justi-
ficando, sobre a influência do aumento da tensão sobre a potência dissipada
(efeito Joule) nas linhas utilizadas para o transporte de energia.
18.2 Indique o nome do fenómeno que está na base do funcionamento do gerador
e dos transformadores.
18.3 O transformador 1 tem maior número de espiras no ___________ e o transfor-
mador 2 tem maior número de espiras no ___________.
(A) primário … secundário (C) primário … primário
(B) secundário … secundário (D) secundário … primário
F 11
18.4 Num transformador, ao aplicar-se 230 V ao primário, com 500 espiras, obteve-
-se no secundário 150 V.
Determine o número de espiras do secundário. Admita que a tensão em cada
enrolamento é diretamente proporcional ao seu número de espiras.

18.1 A potência fornecida à linha é Pf = U I, assim, ao aumentar-se a diferença de


f
P
potencial elétrico (tensão), U, a corrente I = !! necessária para esse trans-
U
porte de energia diminui.
A potência dissipada é dada por Pd = RI 2, sendo R a resistência elétrica da
linha e I a corrente elétrica que nela circula. Assim, como I diminui, a potência
dissipada também diminui.
18.2 Indução eletromagnética.
18.3 (D). No transformador 1 ocorre elevação da tensão elétrica, para reduzir as
perdas por efeito Joule no transporte da corrente elétrica, logo, o número de
espiras no secundário deve ser maior do que no primário. No transformador
2 ocorre diminuição da tensão elétrica, passando-se de alta tensão para
média tensão, logo, o maior número de espiras é no primário.
Up Np 230 V 500
18.4 U = N ⇒ 150 V = N ⇒ Ns = 326
s s s

213
FÍSICA 11.° Ano

Questão resolvida

19. O microfone de indução funciona através do movimento re- Membrana

lativo entre uma bobina e um íman. Bobina


Observe o esquema: o íman está fixo e a bobina está ligada N
a uma membrana que vibra quando recebe um sinal sonoro.
Íman
Explique como se pode converter um sinal sonoro num sinal S
elétrico, utilizando um microfone de indução.

O som cria uma vibração da membrana, que provoca um movimento relativo en-
tre a bobina do microfone e o íman que existe no seu interior.

Este movimento faz variar o fluxo magnético na espira, o que, de acordo com a Lei

! | !t | "
de Faraday |εi| = " , cria uma força eletromotriz induzida e correntes elétricas
com o mesmo padrão de variação do sinal sonoro que as originou.

2.3 Ondas eletromagnéticas


2.3.1 Origem e produção de ondas eletromagnéticas

A descoberta de Oersted, de que uma corrente elétrica produz um campo magnético, e os


trabalhos de Faraday, de caracterização da indução eletromagnética, abriram o caminho ao
trabalho teórico de Maxwell, de unificação da ótica, da eletricidade e do magnetismo.

Maxwell, em 1864, descreveu as bases de toda a x


Direç
ã
teoria do eletromagnetismo e das ondas eletro- propa o da
E gação
magnéticas, demonstrando que se propagam à
velocidade da luz e que essas ondas e a luz têm a
mesma natureza. y B
As ondas eletromagnéticas, resultam da propagação z
de campos elétricos e magnéticos perpendiculares
entre si e também perpendiculares à direção de pro-
pagação das ondas. São ondas transversais (Fig. 2.36). Fig. 2.36 Onda eletromagnética.

Foi Hertz, em 1888, quem primeiro produziu e dete-


tou ondas eletromagnéticas de grande comprimen- 2

to de onda (Fig. 2.37). 3


1

Hertz verificou que sempre que uma bobina era per-


corrida por corrente elétrica, variável no tempo, se
produziam descargas elétricas entre esferas ligadas
a essa bobina. Verificou, também, que ocorriam ou-
Fig. 2.37 Experiência de Hertz.
tras descargas num anel metálico colocado a uma 1 – A bobina de indução produz alta voltagem.
certa distância das esferas e a elas não ligado, com- 2 – A descarga elétrica produz ondas
eletromagnéticas.
provando a teoria de Maxwell. Assim, Hertz descobriu 3 – As ondas eletromagnéticas criam corrente
a forma de produzir artificialmente ondas de rádio. elétrica num anel metálico (ressoador).

214
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

A velocidade das ondas eletromagnéticas, com uma frequência determinada pela oscilação
de uma carga elétrica, depende do meio material onde estas se propagam.

Todavia, no vazio as ondas eletromagnéticas propagam-se todas à mesma velocidade


(c = 3 × 108 m s–1) . A expressão

v = !f

relaciona a velocidade de propagação, v, com a frequência, f, e com o comprimento de onda, !.

Questão resolvida

20. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) Faraday comprovou experimentalmente a teoria de Maxwell.
(B) Faraday, ao descobrir a indução eletromagnética, abriu caminho não só para
a produção de energia elétrica mas também para a produção de ondas eletro-
magnéticas.
(C) Através do seu trabalho teórico, Maxwell unificou conceptualmente a eletrici-
dade e o magnetismo.
(D) Heinrich Hertz estabeleceu a primeira comunicação por ondas eletromagnéticas
a longa distância.
(E) Foi Maxwell quem comprovou que as ondas de rádio e a luz são ambas ondas
eletromagnéticas.
(F) As ondas eletromagnéticas permitem comunicação a longas distâncias porque
são ondas longitudinais.

Verdadeiras: (B) e (C). Falsas: (A), (D), (E) e (F).


Maxwell realizou o seu trabalho teórico depois das descobertas de Faraday e nelas F 11
se baseou. Nesse trabalho indicava que a luz eram ondas eletromagnéticas.No
entanto, quem o comprovou experimentalmente foi Hertz.
Hertz estabeleceu a primeira comunicação através das ondas hertzianas, mas fê-lo
apenas a pequena distância.
As ondas eletromagnéticas são transversais, pois propagam-se perpendicularmente
aos campos magnéticos e elétricos.

2.3.2 Fenómenos ondulatórios

Quando uma onda que se propaga num meio 1 encon-


Radiação 1
tra um outro meio, 2, pode ser refletida (é devolvida incidente Radiação
ao meio 1), transmitida (a onda passa a propagar-se refletida
no meio 2, que é, por isso, transparente a essa onda) Radiação 2
ou absorvida (a energia transportada pela onda é ab- absorvida
sorvida pelo meio 2). Radiação
transmitida
A Lei de Conservação da Energia implica que a energia da
onda incidente, Ei, é igual à soma das energias das ondas Fig. 2.38 A radiação incidente pode ser
refletida, Er, transmitida, Et, e absorvida, Ea: Ei = Er + Et + Ea. refletida, absorvida ou transmitida.

215
FÍSICA 11.° Ano

A percentagem de cada fração da energia incidente depende da frequência da onda inciden-


te, da sua inclinação em relação à superfície do material onde incide e do tipo de material.
Por exemplo, a fração da radiação solar incidente que é refletida pela Terra na atmosfera e na
superfície designa-se por albedo da Terra. O albedo da Terra é cerca de 30%, sendo os restan-
tes 70% da radiação solar absorvidos pela atmosfera (19%) e pela superfície do planeta – terra
e mar – (51%). Contudo, o comportamento da atmosfera é diferente para diferentes frequências.
A atmosfera terrestre absorve fundamentalmente a radiação γ, a radiação X, alguns ultravio-
leta e alguma radiação infravermelha de maior energia, transmitindo nas regiões do visível e
das ondas de rádio, designadas, muito apropriadamente, por «janelas atmosféricas».
O comportamento da atmosfera terrestre relativamente às radiações incidentes é de vital impor-
tância para a existência de vida e as janelas atmosféricas permitem a comunicação com o Espaço.

2.3.3 Reflexão de ondas

Embora a luz seja uma onda, no âmbito da ótica geométrica ela é representada por raios lu-
minosos. Um raio luminoso é uma linha reta com a direção e sentido da propagação da luz.
Um feixe de luz é um conjunto de raios luminosos.
Quando um feixe paralelo de luz incide num espelho (material muito polido), origina raios
refletidos paralelos. Esta reflexão especular, ou regular, é a que permite ver a imagem dos
objetos nos espelhos (Fig. 2.39 da esquerda).

Na reflexão difusa, ou difusão da luz, raios luminosos paralelos são refletidos em direções
variadas (Fig. 2.39 da direita). A reflexão permite-nos ver os objetos que nos rodeiam, apesar
de eles não emitirem luz visível.
Consoante o grau de polimento das superfícies, a reflexão pode ser mais especular (maior po-
limento) ou mais difusa (menor polimento). As ondas mecânicas, como, por exemplo, o som,
também podem sofrer reflexão especular e difusa.

Raios
Raios refletidos Raios
Raios refletidos
incidentes incidentes

Reflexão especular perfeita Reflexão difusa ou difusão


numa superfície polida

Fig. 2.39 Reflexão especular e reflexão difusa.

Para cada um dos raios refletidos (Fig. 2.40) verificam-se as Leis da Reflexão:

1.a Lei da Reflexão: o raio incidente (i), a normal à Raio


Normal refletido
superfície de separação no ponto de incidência (n) Raio (n) (r)
incidente
e o raio refletido (r), estão no mesmo plano; (i) β
2.a Lei da Reflexão: a amplitude do ângulo entre a α
normal e o raio incidente (ângulo de incidência !) é
igual à amplitude do ângulo entre a normal e o raio Espelho

refletido (ângulo de reflexão "): ! = ".


Fig. 2.40 Reflexão de um raio luminoso.

216
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

A reflexão de ondas eletromagnéticas é utilizada no radar (ondas de rádio e micro-ondas) e a


reflexão de ondas sonoras (ultrassons) no sonar, ecografia, sensores de estacionamento, etc.
A frequência de uma onda só depende da fonte que originou a onda e não do meio onde ela
se propaga. No entanto, a velocidade de propagação da onda depende do meio.
Na reflexão, a velocidade de propagação da onda e o seu comprimento de onda não variam,
porque a onda é refletida para o mesmo meio.
Contudo, devido à absorção de energia na superfície de reflexão, a onda refletida tem, em
geral, menor intensidade do que a incidente.

Questão resolvida

21. Um espelho plano, em posição inclinada, forma um 4


ângulo de 60o com o chão. Na figura está representa- 3
2
da uma pessoa a olhar para um espelho e alguns raios 1
refletidos no espelho, que incidem nos seus olhos.
21.1 Ordene os raios refletidos por ordem crescente 60°

de ângulo de reflexão.
21.2 Qual é a amplitude do ângulo de incidência do raio que dá origem ao raio
refletido 3?
21.3 O raio refletido que permite que a pessoa veja os seus sapatos é o raio
(A) 1. (B) 2. (C) 3. (D) 4.

21.1 O ângulo de reflexão é o ângulo entre o raio refletido e a normal ao espelho,


por isso, quanto mais afastado da perpendicular ao espelho, maior será o
ângulo de reflexão. Ordenação crescente de ângulo de reflexão: 4, 3, 2, 1.
21.2 O raio refletido 3 é horizontal, 21.3 (D).
por isso, faz 60o com o espelho, 4
F 11
tal como o chão. Assim, o ângu- 3

lo com a normal ao espelho é de 2


30o. Como o ângulo de incidência 1

é igual ao de reflexão, conclui-se


que a amplitude do primeiro é tam-
bém 30o.

2.3.4 Refração de ondas

A refração é um fenómeno que ocorre quando uma onda ao se pro-


pagar num meio, com uma certa velocidade, v1, passa para outro meio
em que se propaga com outra velocidade, v2. Verifica-se uma mudan-
ça na direção de propagação da onda, dependente da direção da
incidência.

Por exemplo, se um feixe de luz passar do ar para outro meio e se os


Fig. 2.41 «Quebra» de
raios incidentes não coincidirem com a normal à superfície de sepa- uma colher devida à
ração, mudam de direção ao atravessá-la (Fig. 2.41). refração da luz.

217
FÍSICA 11.° Ano

O índice de refração, n, de um meio é o quociente entre a velocidade de propagação da onda


num meio de referência e a velocidade nesse meio. No caso da radiação eletromagnética, o
meio de referência é o vazio, logo:
c
n=
v

em que c é a velocidade de propagação da luz no vazio


Meio n
e v é a velocidade de propagação no meio considerado.
ar (PTN) 1,00029
Quanto maior for o índice de refração, mais refringente
o
água a 20 C 1,33
será o meio e menor a velocidade de propagação. O ín-
dice de refração da luz num determinado meio depende glicerina 1,47
não só do meio material, como também da frequência da vidros crown 1,5 a 1,6
luz que o atravessa. A variação do índice de refração com vidros flint 1,6 a 1,8
a frequência é, em geral, pequena. diamante 2,42

Por vezes é útil considerar o índice de refração de um meio 2 em relação a um meio 1, n21, que
é igual à razão entre o índice de refração do meio 2 e o do meio 1:
n v
n21 = 2 = 1
n1 v2
Quando a luz se propaga de um meio, 1, menos refringente
maior n
para outro mais refringente (n2 > n1), o raio refratado aproxima-
-se da normal à superfície de separação entre os dois meios
(Figs. 2.42 e 2.43). Ocorre o oposto caso a luz se propague de um
meio mais refringente para outro menos refringente (n2 < n1).

Para cada um dos raios refratados verificam-se as Leis da Re- menor n

fração:
Fig. 2.42 Refração de uma onda.
1.a Lei da Refração: o raio incidente (i), a normal à superfície
de separação no ponto de incidência (n) e o raio refratado (R)
i n
estão no mesmo plano.
α1
2.a Lei da Refração ou de Snell-Descartes: o ângulo entre a
Meio 1 n1
normal e o raio incidente (ângulo de incidência !1) e o ângulo
entre a normal e o raio refratado (ângulo de refração !2) rela- Meio 2 n2
cionam-se pela expressão:
α2
n1 sin !1 = n2 sin !2 ⇔ sin !1 = n21 sin !2 R

em que n1 e n2 são os índices de refração dos meios 1 e 2, Fig. 2.43 Refração (n2 > n1).
respetivamente.

Questão resolvida

22. Um raio luminoso monocromático incide num prisma de vi- A


B
dro, como se mostra na figura ao lado. O índice de refração C
do vidro em relação ao ar é 1,5. D
α β
22.1 Determine as amplitudes dos ângulos ! e ".
22.2 De entre os raios indicados, A, B, C e D, indique, justi-
ficando, qual representa corretamente o raio que sai 37°

do prisma de vidro.

218
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

22.3 Selecione a opção correta.


(A) A velocidade da luz aumenta quando esta passa do ar para o prisma.
(B) A intensidade do raio incidente no prisma é igual à do raio refratado.
(C) A frequência da luz incidente no prisma é igual à da luz refratada.
(D) O comprimento de onda da luz no prisma é maior do que no ar.

22.1 Os ângulos de incidência e de reflexão são estabelecidos com a normal


à superfície no ponto de incidência. O ângulo ! é o ângulo de reflexão
e é igual ao ângulo de incidência, logo, ! = 90o – 37o = 53o.
O ângulo " é o ângulo entre o raio refratado e a normal à superfície, logo:
nvidro sin 53º
nar sin 53o = nvidro sin " ⇔ sin 53o = × sin " ⇔ sin " = ⇔
nar 1,5
⇔ sin " = 0,532 ⇒ " = 32o

22.2 O raio incidente que se propaga no vidro incide perpendicularmente à su-


perfície de separação vidro-ar, por isso, o ângulo de incidência é de 0o. Em
consequência, o ângulo de refração também é de 0o. Portanto, o raio que
sai do prisma de vidro é o B.

22.2 (C). Na refração, a frequência da luz permanece constante. Como o índice


de refração do vidro em relação ao ar é de 1,5, isso significa que a veloci-
dade da luz no vidro é 1,5 vezes menor do que no ar e, em consequência, o
comprimento de onda da luz no vidro é também 1,5 vezes menor do que no
ar. Quando a luz incide no prisma ocorre simultaneamente absorção, refle-
xão e refração, logo, o raio refratado é menos intenso do que o incidente.

23. Na figura representa-se o que pode suceder a uma


onda quando muda de meio de propagação.
23.1 Qual dos meios é mais refringente?
Onda
incidente
Meio 1
Onda
refletida F 11
Meio 2 Absorção
23.2 Por que motivo a amplitude das ondas refletida e
Absorção
transmitida é menor do que a da onda incidente? Onda
transmitida
23.3 Relacione os comprimentos de onda das ondas
incidente, refletida e transmitida.

23.1 O meio 2 é mais refringente (n2 > n1), já que o ângulo entre a direção de
propagação da onda refratada (transmitida) e a normal à interface entre os
dois meios é menor do que o ângulo entre a onda incidente e essa normal.

23.2 Parte da energia da onda incidente é absorvida e o resto é distribuído pelas


ondas refletida e refratada. Menor amplitude significa que as ondas refleti-
da e refratada são menos intensas do que a onda incidente.

23.3 A onda refletida propaga-se no mesmo meio da onda incidente, por isso,
ambas têm o mesmo comprimento de onda.
A onda transmitida propaga-se num meio mais refringente (maior n), por
isso, a onda propaga-se mais lentamente (menor v), sendo, por essa razão,
menor o comprimento de onda da onda refratada:
(v1 > v2 ⇔ v1T > v2T ⇔ #refletida > #transmitida) Em suma, #incidente = #refletida > #transmitida.

219
FÍSICA 11.° Ano

2.3.5 Reflexão total e fibras óticas

Quando a radiação eletromagnética se propaga de um meio de maior índice de refração


para outro de menor índice de refração, como, por exemplo, da água para o ar, afasta-se da
normal à superfície de separação entre os dois meios: o ângulo de refração é superior ao
de incidência. Assim, para um determinado ângulo limite de incidência (ou ângulo crítico), o
ângulo de refração será de 90o. Para ângulos superiores ao ângulo crítico, !lim, deixa de ocor-
rer refração. Toda a energia da luz é refletida para o meio incidente, ocorrendo um processo
conhecido como reflexão total (Fig. 2.44).

n n n n
R

R
Ar
R
Água i r
i
r α
α lim
i r
i r α > α lim

Reflexão e refração Situação limite Reflexão total

Fig. 2.44 A reflexão total ocorre quando deixa de ocorrer refração.

Se a luz se propagar de um meio 1, de índice de refração n1, para um meio 2, de índice de refra-
ção n2, em que n1 > n2 , o ângulo limite é aquele para o qual o ângulo de refração seria de 90o:
n2
n1 sin !lim = n2 sin 90o ⇔ sin !lim = = n21
n1
Numa fibra ótica, a luz, ao propagar-se
no núcleo da fibra, incide na superfície
de separação núcleo-revestimento, com
um ângulo de incidência superior ao
ângulo limite, sofrendo, por isso, reflex-
ão total (Fig. 2.45). Por sucessivas reflex-
Fig. 2.45 Percurso de um raio luminoso numa fibra ótica.
ões totais a luz fica confinada ao núcleo,
sendo guiada através da fibra ótica com
baixíssima atenuação.

Questão resolvida

24. A utilização de fibras óticas supõe que


Fibra ótica
o sinal enviado fique confinado no nú-
cleo da fibra. θc 90°
Se um raio luminoso ao entrar no nú- θm θr
Eixo da fibra
cleo fizer um ângulo com o eixo da θm
fibra menor do que "m, atingirá a se- Núcleo n = 1,53

paração núcleo-revestimento com um Revestimento n = 1,39

ângulo tal que sofrerá reflexão total,


mas se esse ângulo for maior do que "m, a luz será refratada para o revestimento.
Os índices de refração do ar, revestimento e núcleo são 1,00, 1,39 e 1,53, respetivamente.

220
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

24.1 Calcule as amplitudes dos ângulos !c e !m para a fibra ótica da figura.


24.2 Se um raio entrar na fibra com um ângulo com o eixo da fibra maior do que
!m, atinge a superfície de separação núcleo–revestimento com um ângulo de
incidência __________ ao ângulo crítico !c, sofrendo ___________.
(A) inferior .... refração
(B) inferior .... reflexão total
(C) superior .... refração
(D) superior .... reflexão total

24.1 Cálculo da amplitude do ângulo !c:


nnúcleo sin !c = nrevestimento sin 90o ⇔ 1,53 × sin !c = 1,39 × 1 ⇒ !c = 65,3o
O ângulo !r é o complementar de !c , ou seja, !r = (90 – 65,3)o = 24,7o.
A luz, ao entrar na fibra, sofre refração, logo,
nar sin !m = nnúcleo sin !r ⇔ 1,00 × sin !m = 1,53 × sin 24,7o ⇔ !m = 39,7o

24.2 (A). Se o raio, ao entrar na fibra, fizer um ângulo com o eixo da fibra maior
do que !m, então, o ângulo de refração no núcleo será também maior do
que !r. Como o ângulo de incidência na superfície de separação núcleo-
-revestimento é complementar do ângulo de refração no núcleo, conclui-se
que este último será inferior ao ângulo limite !c e o raio será refratado para
o revestimento, mas também é refletido.

Fibra ótica

90°
c
m r

Eixo da fibra
F 11
m

2.3.6 Ondas: absorção, reflexão, refração e reflexão total (AL 3.1)

Pretende-se investigar os fenómenos de absorção, reflexão, refração e reflexão total, determi-


nar o índice de refração de um meio em relação ao ar e prever o ângulo crítico.

Fazendo incidir a luz de um laser num alvo metálico, ou espelho,


com diferentes ângulos de incidência, determina-se os ângulos de
reflexão, comparando-os com os de incidência (Fig. 2.46).

Avalia-se a capacidade refletora de vários materiais da luz do laser,


comparando a intensidade da luz refletida e avalia-se a capacida-
de de diversos materiais de transmitirem a luz do laser, comparan- Fig. 2.46 Medição de ângulos
de reflexão.
do a intensidade da luz refratada.

221
FÍSICA 11.° Ano

Medem-se ângulos de incidência numa face plana de um material


transparente (acrílico ou vidro) e os correspondentes ângulos de
refração (Fig. 2.47). A partir do gráfico do seno do ângulo de re-
fração em função do seno do ângulo de incidência, calcula-se o
índice de refração desse material em relação ao ar.
Aumentado progressivamente a amplitude do ângulo de inci-
dência até que deixe de ocorrer refração na superfície plana de Fig. 2.47 Medição de ângulos
separação acrílico-ar, ou vidro-ar, e passe a haver reflexão total, de reflexão.

determina-se o ângulo crítico.

Questão resolvida

25. Um feixe de luz laser, de comprimento de onda no ar igual a 650 nm, incide na face
plana de uma lente de acrílico, exatamente no centro dessa face. Na figura surge
desenhado um trajeto do feixe. Os alunos mediram para diversos ângulos de inci-
dência, !1, da luz na superfície de separação ar-acrílico, os correspondentes ângulos,
!2 , entre o feixe de luz que sai do acrílico para o ar, na face semicircular, e a normal à
face plana da placa. Na tabela apresentam-se os resultados obtidos.

!1 / º !2 / º sen !1 sen !2
90°


10,0 7,0 0,1737 0,1219
!2 20,0 13,5 0,3420 0,2335
!1 30,0 18,5 0,5000 0,3173
Normal à 40,0 26,0 0,6428 0,4384
0° face plana
Escala
90°
50,0 31,0 0,7660 0,5150
angular
60,0 36,5 0,8660 0,5948

25.1 Na face plana da placa, o feixe de luz refrata-se aproximando-se da normal,


portanto o índice de refração do acrílico é __________ do que o do ar e a velo-
cidade da luz no acrílico é __________ do que no ar.
(A) maior … maior (B) maior … menor (C) menor … maior (D) menor … menor
25.2 Explique por que razão os feixes de luz incidente na superfície de separação
acrílico-ar e os de luz transmitidos para o ar têm a mesma direção.
25.3 Um feixe de luz que incida na superfície de separação ar-acrílico _________
reflexão total pois o ar é _________ refringente do que o acrílico.
(A) pode sofrer … menos (C) nunca sofre … menos
(B) pode sofrer … mais (D) nunca sofre … mais
25.4 Determine o valor mais provável do índice de refração do acrílico em relação
ao ar.
Utilize as potencialidades da máquina de calcular gráfica.

25.1 (B). Na refração, quando o ângulo entre o feixe de luz e a normal à superfície
de separação entre os meios diminui, o índice de refração do segundo meio,
c
n, aumenta. O índice de refração de um meio, n = em que c é a velocidade
v

222
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

de propagação da luz no vácuo, é inversamente proporcional à velocidade


de propagação da luz nesse meio, v. Assim, se n aumenta então v diminui.
25.2 O feixe de luz incidente na superfície de separação acrílico-ar propaga-se
segundo uma direção radial da placa, fazendo, por isso, um ângulo de 0°
com a normal a esta superfície. Sendo o ângulo de incidência nessa super-
fície 0°, o de refração também é 0°:
nar sin 0° = nacrílico sinrefração ⇒ !refração = 0°, portanto, não há mudança de
direção da propagação da luz.
25.3 (C). A reflexão total só pode ocorrer se o índice de refração do meio para o
qual a luz se refrataria for menor do que o índice de refração do meio onde
se propaga o feixe de luz incidente. Como o índice de refração do acrílico
é maior do que o do ar não pode ocorrer reflexão total.
nacrílico
25.4 Como nar sin !1 = nacrílico sin !2 ⇒ sin !1 = sin !2 ou sin !1 = nacrílico,ar sin !2
nar
em que nacrílico,ar representa o índice de refração do acrílico em relação ao ar.
A reta de ajuste ao gráfico de dis- 1
Seno do ângulo de incidência

persão de sin !1 em função de 0,8


sin !2 é:
0,6
y = 1,464x + 0,006
y = 1,464x + 0,006 ⇒ 0,4
⇒ sin !1 = 1,464 sin !2 + 0,006
0,2
O índice de refração do acrílico em 0
relação ao ar corresponde ao decli- 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Seno do ângulo de refração
ve deste gráfico: nacrílico,ar = 1,46.

F 11

2.3.7 Difração de ondas

As ondas têm a propriedade de poder contornar


os obstáculos que encontram. A esta proprieda-
de chama-se difração (Fig. 2.48). Um obstáculo
é um objeto que bloqueia uma fração da onda.

Fig. 2.48 A difração permite que as ondas


contornem os obstáculos.

A difração torna-se mais visível quando o obstáculo e o comprimento de onda têm dimensões
próximas (Fig. 2.49 e Fig. 2.50).

Fig. 2.49 Fotografias de


difração de ondas planas
com iguais comprimentos
de onda em aberturas
de diferentes tamanhos.

223
FÍSICA 11.° Ano

A A

d d
λ λ
d >> λ B d ~λ B

A onda não atinge os pontos A e B A onda atinge os pontos A e B


porque se difrata pouco porque se difrata apreciavelmente

Fig. 2.50 A difração de uma onda depende das dimensões da abertura.

Devido ao tamanho dos obstáculos que encontram à superfície da Terra, as ondas eletromag-
néticas de maior comprimento de onda (de ordem de grandeza maior do que 1 metro) são as
que melhor se difratam, enquanto as de menor comprimento de onda (por exemplo, as micro-
-ondas) praticamente não se difratam, o que exige que entre o emissor e o recetor não haja
obstáculos. Na difração não há mundaça de meio, logo o comprimento da onda mantém-se.

2.3.8 Comprimento de onda e difração (AL 3.2)

O comprimento de onda de um laser pode ser determinado a partir da relação entre o padrão
de difração e o espaçamento entre as fendas por onde passa a luz.

Uma rede de difração é um obstáculo com fendas múltiplas e igualmente espaçadas.

Quando um feixe de luz monocromática incide perpendicularmente numa rede de difração, esse
feixe é difratado, podendo observar-se um padrão de pontos luminosos num alvo onde se projeta
a luz difratada. O padrão caracteriza-se por apresentar máximos e mínimos de intensidade lumino-
sa, em posições bem definidas no alvo, como a Fig. 2.51 exemplifica.

Alvo
ordem 3 (n = 3)
Rede de
difração ordem 2 (n = 2)
Luz ordem 1 (n = 1)
monocromática
ordem 0 (n = 0)
ordem 1 (n = 1)
ordem 2 (n = 2)
ordem 3 (n = 3)

Fig. 2.51 Difração de um feixe de luz monocromática.

Com uma rede de difração, a posição dos pontos luminosos no alvo pode ser determinada a
partir da expressão n λ = d sin θ, sendo:

• λ o comprimento de onda da luz;

• n um número inteiro que indica a ordem do máximo: n = 0 (ordem 0) para o ponto lumino-
so na direção perpendicular à rede, n = 1 (ordem 1) para os pontos luminosos mais próxi-
mos do ponto luminoso central (máximo de primeira ordem), etc.;

• d o espaçamento entre as fendas da rede de difração (calculado a partir do número de


linhas por milímetro, característica de cada rede de difração);

• θ o ângulo entre a direção perpendicular à rede e a direção correspondente a um máximo


de ordem maior.

224
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

Questões resolvidas

26. Por que razão é a difração das ondas sonoras evidente no dia a dia, contrariamente
à difração da luz, que praticamente não se observa?

Os comprimentos de onda das ondas sonoras usadas vulgarmente podem variar


entre alguns centímetros e alguns metros, enquanto os da luz visível são milhões
de vezes menores. Como a difração é mais evidente quando a dimensão dos obs-
táculos for próxima do comprimento de onda, tendo os objetos comuns dimensões
mais próximas dos comprimentos de onda das ondas sonoras, para esta é muito
mais evidente o fenómeno da difração.

27. Uma rede de difração, com 5,0 mm de largura, tem 3000 ranhuras. Sobre a rede de
difração incidiu perpendicularmente um laser de 532 nm.
27.1 Calcule a distância d entre duas fendas adjacentes.
27.2 Para que ângulo ocorrerá o máximo de primeira ordem?

5 mm
27.1 A distância entre duas fendas consecutivas é = 1,7 × 10–3 mm.
3000
27.2 n = 1; n λ = d sin θ ⇔ 532 × 10–9 m = 1,7 × 10–6 m sin θ ⇒ θ = 18o.

2.3.9 Efeito Doppler e expansão do Universo

Se não variarem as posições relativas de um recetor e de um emissor de uma onda, são iguais
as frequências do sinal recebido e do emitido. Todavia, registam-se diferenças entre as fre-
quências das ondas recebidas e emitidas quando entre a fonte emissora da onda e o recetor F 11
há afastamento ou aproximação.
A este fenómeno, comum a todas as ondas, atribuiu-se o nome de efeito Doppler.

Efeito Doppler: alteração da frequência percecionada, ou medida, f, por um recetor


devido ao movimento relativo entre esse recetor e uma fonte emissora, relativamente
à frequência emitida, f0.

Afastamento entre Aproximação entre


Frequência percecionada emissor e recetor emissor e recetor
ou medida no recetor: f
Diminuição: f < f0 Aumento: f > f0

No caso do som, os sons percecionados


poderão ser mais graves ou mais agudos
do que o sinal emitido (Fig. 2.52).

A B

O observador A perceciona um som O observador B perceciona um som


Fig. 2.52 Efeito Doppler. mais grave (menor frequência) v mais agudo (maior frequência)

225
FÍSICA 11.° Ano

Através da análise dos espetros da luz emitida por corpos celestes em movimento em relação
à Terra, o efeito Doppler permite medir a velocidade desses corpos. Se houver afastamento,
o espetro sofre globalmente um desvio para frequências menores, ou seja, deslocando-se
para o vermelho (redshift); se ocorrer aproximação, o desvio dá-se no sentido das frequências
maiores, ou seja, para o azul (blueshift) (Fig. 2.53).

Espetros dos componentes químicos da estrela

A Estrela
parada

B Estrela a
afastar-se

Desvio Doppler
num sistema binário C Estrela a
aproximar-se

Fig. 2.53 Efeito Doppler devido a movimento orbital de um sistema binário de estrelas.

A observação de que o comprimento de onda da luz proveniente


Big Bang
das galáxias é superior ao que seria medido se não houvesse essa
expansão (efeito equivalente ao efeito Doppler) é uma das maiores
evidências de que o Universo está em expansão desde um instante
primordial, como é descrito pela teoria do big bang (Fig. 2.54).

Tempo
Outra evidência a favor da teoria do big bang é a radiação cósmica
de fundo detetada por Penzias e Wilson, em 1965. Há uma radiação
de micro-ondas que atinge a Terra vinda com igual intensidade de
todas as direções do Espaço.

Fig. 2.54 Expansão do Universo.

Questões resolvidas

28. A figura mostra o resultado de uma experiência reali-


zada com um oscilador que vibra com uma frequên-
cia constante.
Conclua, justificando, se na experiência que a figura
A B
registou o oscilador estava fixo ou em movimento.

Estando o oscilador fixo seria de esperar que a frequência das ondas medidas no
ponto A e no ponto B fossem iguais à do próprio oscilador. Na figura observa-se que
as frentes de onda que chegam ao ponto A estão mais próximas do que as que che-
gam ao ponto B (o comprimento de onda das ondas que se propagam até A é menor
do que o comprimento de onda das ondas que se propagam até B). Assim, verifica-se
que ao medir-se a frequência das ondas no ponto A se encontrará um valor maior do
que a medição efetuada em B. Como há variação na frequência que é recebida, pode
concluir-se que o oscilador está em movimento, aproximando-se do ponto A.

226
DOMÍNIO 2 Ondas e eletromagnetismo

29. Uma estação de rádio emite ondas médias na faixa de 1 MHz.

Recetor

Recetor
Emissora

29.1 A estação emite ondas com comprimento de onda


(A) 3 m.
(B) 3 mm.
(C) 30 m.
(D) 300 m.
29.2 Estas ondas contornam facilmente obstáculos como casas, carros, árvores de-
vido ao fenómeno físico da
(A) reflexão.
(B) difração.
(C) refração.
(D) transmissão.

c 3,0 × 108 m
29.1 (D). λ = f = 1 × 106 Hz = 300 m
F 11
29.2 (B).

30. Uma rede de difração com 1,0 cm de largura tem 10 000 ranhuras paralelas. Um laser
vermelho, incidindo perpendicularmente à rede, sofre um desvio de 40,5o relativa-
mente a um máximo de primeira ordem.
30.1 Qual é o comprimento de onda, λ, da luz? Considere a expressão n λ = d sin θ.
30.2 O que se espera que ocorra se for usado um laser verde? Justifique.

1,0 × 102
30.1 n = 1; n λ = d sin θ ⇔ λ = m sin 40,5o ⇒ λ = 6,5 × 10–7 m
10000
30.2 A um laser verde corresponde um comprimento de onda menor do que ao
vermelho, por isso, tendo em conta a expressão para a rede de difração, as
amplitudes dos ângulos dos máximos irão diminuir (como λ aumenta, sin θ
também aumenta; ora, a um maior sin θ corresponde um maior θ – a função
seno é crescente no 1.º quadrante).

227
FÍSICA 11.° Ano

Questões propostas

Sinais e ondas

1. Na figura, um corpo preso a uma mola descreve uma oscilação


completa, na vertical, em 0,40 s. Ao atingir o ponto mais baixo da
sua trajetória, o corpo toca a superfície de um líquido, originando
ondas circulares que se propagam a 0,80 m/s.
1.1 Calcule a frequência da onda originada na superfície do líquido.
1.2 Determine a distância entre duas cristas consecutivas da onda gerada.

2. Uma oscilação periódica origina, na superfície de um lago, ondas que inicialmente se pro-
pagam a 2,9 m/s e têm um comprimento de onda de 4,2 m. Na região menos funda do lago,
essas ondas passam a propagar-se a 1,8 m/s.
O comprimento de onda das ondas na região menos funda do lago é
(A) 0,38 m. (B) 1,4 m. (C) 2,6 m. (D) 6,8 m.
y / cm P
3. A figura representa, no instante t = 0 s, uma 6
3
porção de corda onde se propaga uma onda 0
transversal a 2,0 m/s no sentido positivo do 0 10 20 30 40 x / cm
–3
eixo Ox. –6
Q
3.1 A frequência de oscilação é
(A) 0,40 Hz. (B) 5,0 Hz. (C) 10 Hz. (D) 20 Hz.
3.2 A distância entre os pontos P e Q da corda será mínima no instante
(A) 12,5 ms. (B) 25 ms. (C) 50 ms. (D) 100 ms.
3T
3.3 Qual das figuras pode representar aquela porção de corda no instante t = ?
4
y / cm
(A) y / cm
(C)
6 6
3 3
x / cm x / cm
0 0
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
–3 –3
–6 –6

(B) (D)
y / cm y / cm
6 6
3 3
x / cm x / cm
0 0
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
–3 –3
–6 –6

4. Um estudante produz uma onda numa corda, cuja forma, no instante t = 0 s, se representa no
gráfico I, no qual estão assinalados quatro pontos da corda: P, Q, R e S. A componente escalar y
da posição de um dos pontos assinalados no gráfico I, em função do tempo t, está representada
no gráfico II. Considere que a onda se propaga no sentido positivo do eixo dos xx.
Gráfico I Gráfico II
y / cm y / cm
6 Q 6
3 3
P R
0 0
0 15 30 45 60 x / cm 0 0,2 0,4 0,6 0,8 t/s
–3 S –3
–6 –6

228
DOMÍNIO 1 Ondas e eletromagnetismo

4.1 O ponto que foi escolhido para elaborar o gráfico II foi


(A) P. (B) Q. (C) R. (D) S.

4.2 Em qual dos gráficos está representada a velocidade do ponto P, para t = 0 s?


(A) (C)
y / cm y / cm
6 6
3 3
P
0 0
0 15 P 30 45 60 x / cm 0 15 30 45 60 x / cm
–3 –3
–6 –6

(B) (D)
y / cm y / cm
6 6
3 3
P
0 0
0 15 30 45 60 x / cm 0 15 P 30 45 60 x / cm
–3 –3
–6 –6

4.3 Calcule o módulo da velocidade de propagação da onda produzida na corda.

5. Um agitador produz um sinal harmónico de amplitude 1,0 mm que se propaga numa tina de
ondas. Verifica-se que, num dado ponto da água, passam 300 cristas num minuto e que a
distância entre cristas sucessivas é 4,0 cm. Admita que as ondas que se propagam na água
são transversais.
No final da experiência, o agitador é desligado. Após esse instante, qual é o intervalo de
tempo necessário para que um ponto na superfície da água, situado a 20 cm do agitador,
fique em repouso?

6. O Miguel produz um assobio estável durante 5,0 s. O gráfico representa a pressão, p, em


função da posição, x, num certo instante em que o Miguel assobia.
Considere a velocidade de propagação do som no ar 340 m/s.

40 80 120 x / cm

6.1 Determine o número de vibrações completas executadas por uma camada de ar durante
o intervalo de tempo em que o Miguel assobia.

6.2 Tendo como referência o gráfico apresentado, pode afirmar-se que


(A) as camadas de ar vibram na direção do eixo dos xx.
(B) para os pontos de abcissa x = 40 cm e x = 80 cm, a amplitude de pressão é nula.
(C) no instante considerado, para o ponto de abcissa x = 40 cm, a rarefação do ar é máxima.
(D) no instante considerado, para o ponto de abcissa x = 60 cm, a compressão do ar é
máxima.

229
FÍSICA 11.° Ano

Questões propostas

6.3 O assobio da Rita produz uma onda sonora de frequência duas vezes maior do que o do
Miguel. Qual é o gráfico de p em função de x para esta segunda onda sonora?
(A) (C)
p p

40 80 120 x / cm 40 80 120 x / cm

(B) (D)
p p

40 80 120 x / cm 40 80 120 x / cm

7. Um som pode ser agudo ou grave e forte ou fraco.


Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) O que determina a altura de um som é a sua amplitude de pressão.
(B) Um som é mais ou menos grave consoante a sua intensidade.
(C) Os sons agudos e graves propagam-se com a mesma velocidade no ar.
(D) Os ultrassons propagam-se no vácuo.
(E) Um som é tanto mais agudo quanto menor for o seu período de vibração.
(F) A intensidade de um som depende unicamente da sua amplitude de pressão.
(G) Num determinado meio, quanto mais alto for o som menor é o seu comprimento de onda.
(H) Existem seres vivos que conseguem ouvir infrassons.

8. Os sons emitidos por dois diapasões foram captados por


dois microfones iguais, A e B, ligados ao mesmo osciloscó-
pio, com os comutadores das escalas em igual posição. Na
figura estão representados os dois sinais obtidos no osci-
loscópio.
8.1 O som captado pelo microfone A tem _____ intensidade e
_____ frequência do que o som captado pelo microfone B.
(A) maior … maior (B) maior … menor (C) menor … menor (D) menor … maior

8.2 A vibração de um diapasão origina no ar aumentos e diminuições da pressão que se


propagam no espaço. Na figura, representa-se num certo instante a variação de pressão
originada pela vibração do diapasão. Estão assinalados cinco pontos com as letras X, Y,
Z, Q e W.

Máxima Mínima
pressão pressão

230
DOMÍNIO 1 Ondas e eletromagnetismo

a) As letras _____ correspondem a pontos no mesmo estado de vibração e as letras


_____ a estados de vibração opostos.
(A) X e Z … Y e W (B) Y e W … Z e Q (C) Y e W … X e Q (D) X e Q … Y e W
b) O comprimento de onda do som emitido pelo diapasão é
1 3 2
(A) YW. (B) YW. (C) YW. (D) 2 YW.
2 2 3

9. Com um microfone ligado a um osciloscópio, no qual se mantiveram as escalas verticais e


horizontais, observaram-se os sinais A, B, C, D, E e F.

A D

B E

C F

9.1 Indique qual é a função de um microfone.


9.2 De entre os sinais representados, escolha o que corresponde:
a) ao som harmónico menos intenso;
b) ao som harmónico de maior comprimento de onda;
c) ao som complexo de maior período.
9.3 Selecione a opção correta.
(A) Para o sinal E, com uma pequena régua, pode-se medir três comprimentos de onda
no ecrã.
(B) O sinal A é o que foi originado pela onda de maior velocidade de propagação.
(C) O sinal D corresponde ao som menos intenso.
(D) O sinal B tem um período maior do que o sinal D.
9.4 Qual é o nome dado à característica do som que permite ao ouvido humano distinguir os
sons correspondentes aos gráficos C e E?

Eletromagnetismo

10. A figura ao lado apresenta as linhas de campo Y


elétrico na zona onde existem duas cargas elé- Q Q’
O H Z
tricas pontuais, Q e Q'. Também se assinalaram
seis pontos, P, Y, W, Z, O e H. P
W
10.1 Indique, justificando, qual é o sinal de cada
uma das cargas.
10.2 Fundamente a seguinte afirmação: «os campos elétricos em O e H são diferentes».
10.3 Ordene as intensidades do campo elétrico nos pontos Y, P e W por ordem crescente.

231
FÍSICA 11.° Ano

Questões propostas

11. Um suporte do qual se suspende, com um fio


isolador, uma esfera, eletrizada positivamente, e
Fio y
uma bússola, estão assentes numa placa retan-
gular. Um fio condutor retilíneo e vertical atraves- +
S N R
sa um oríficio no centro da placa (pontos P e R
são equidistantes do centro da placa). x P Q

Antes de o fio ser percorrido por uma corrente


elétrica, a bússola e o pêndulo assumem as posi-
ções indicadas na figura.
11.1 Ao estabelecer-se uma corrente elétrica, suficientemente intensa, no fio, a agulha da bússola
(A) desvia-se e a esfera permanece na mesma posição.
(B) desvia-se e a esfera aproxima-se do fio.
(C) não se desvia e a esfera permanece na mesma posição.
(D) não se desvia e a esfera aproxima-se do fio.
11.2 Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) Antes de se estabelecer uma corrente elétrica no fio, o campo magnético no ponto P
é nulo.
(B) Quando o fio é percorrido por uma corrente elétrica, o campo magnético criado pela
corrente é mais intenso em P do que em Q.
(C) Os campos magnéticos criados pela corrente elétrica em P e em R são paralelos mas
têm sentidos opostos.
(D) Antes de se estabelecer uma corrente elétrica no fio, o campo magnético no ponto R
é paralelo ao eixo dos xx.
(E) A linha de campo magnético criado pela corrente elétrica, que passa no ponto R, é
uma reta paralela ao eixo dos yy.
(F) O campo magnético que se estabelece em redor do fio, quando é estabelecida uma
corrente elétrica, não é uniforme.

12. A figura mostra uma bobina condutora ligada a um amperí-


B
metro, colocada numa região onde há um campo magnéti- P
co uniforme, vertical e paralelo ao eixo da bobina. A
Esta bobina pode ser deslocada horizontal ou verticalmen-
te ou, ainda, pode rodar em torno do eixo PQ da bobina ou R S
da direção RS perpendicular a esse eixo. Considere que
a bobina, nos seus movimentos, permanece na região do
Q
campo.

12.1 O amperímetro indica uma corrente elétrica quando a bobina


(A) é deslocada horizontalmente, mantendo-se o eixo PQ oblíquo ao campo magnético.
(B) é deslocada verticalmente, mantendo-se o eixo PQ paralelo ao campo magnético.
(C) roda em torno do eixo PQ.
(D) roda em torno da direção RS.
12.2 Qual é a amplitude do ângulo entre o eixo da bobina PQ e as linhas de campo magnético
para que o fluxo do campo magnético que atravessa a bobina seja nulo?

232
DOMÍNIO 1 Ondas e eletromagnetismo

13. Uma bobina com 30 espiras, cada uma com a área de 5,0 × 10−4 m2, foi
colocada com o seu plano fazendo um ângulo de 60° com a direção 60!
de um campo magnético uniforme de 0,25 T.
13.1 O módulo do fluxo magnético através da bobina B
(A) 1,1 × 10–4 Wb. (C) 3,2 × 10–3 Wb.
(B) 1,9 × 10–3 Wb. (D) 6,3 × 10–5 Wb.
13.2 Esta bobina foi colocada a rodar, funcionando como um gerador.
O gráfico representa a força eletromotriz induzida, i, na bobina em função do tempo, t,
em duas situações (curva a cheio e a tracejado).
εi / mV
20

10

0
0,05 0,10 0,15 0,20 t/s

!10

!20

Que modificação foi produzida para se obter a curva a tracejado?


(A) A área das espiras passou para o dobro.
(B) O número de espiras aumentou para o dobro.
(C) A intensidade do campo magnético aumentou para o dobro.
(D) A velocidade angular passou para o dobro.

14. Na figura, que não está à escala, representa-se, de duas perspetivas diferentes, uma bobina
de secção quadrada, com 9,0 cm de lado e 200 espiras, forçada a mover-se com velocida-
d
de, v, constante, perpendicularmente à direção Bobina Bobina
d

de um campo magnético, B , uniforme.


A região onde existe o campo magnético tem v
uma altura, L, igual a 25,0 cm e o fluxo do cam- L
po magnético através da bobina varia de acordo B
com o gráfico seguinte, desde a posição inicial, I, L B
da bobina imediatamente acima da região consi-
derada, até à sua posição final, F, imediatamente
abaixo dessa região. Considere que fora da re-
gião de largura L o campo magnético é nulo.

14.1 Explique a variação de fluxo magnético registada / Wb


no gráfico. 0,162
d

14.2 Determine a intensidade do campo magnético B .


14.3 Qual é o módulo da força eletromotriz induzida na
0
bobina no intervalo [125, 170] ms? 45 125 170 t / ms

14.4 Apresente o esboço do gráfico que traduz o mó-


dulo da força eletromotriz induzida na bobina, |εi|, em função do tempo, t, desde o ins-
tante t = 0 até ao instante t = 170 ms.

233
FÍSICA 11.° Ano

Questões propostas

14.5 A expressão que permite calcular o módulo da velocidade da bobina é


9,0 × 12–2 25,0 × 10–2
(A) m s–1. (C) m s–1.
45 × 10–3 (125 – 45) × 10–3
45 × 10–3 (125 – 45) × 10–3
(B) m s–1. (D) m s–1.
9,0 × 10–2 25,0 × 10–2

15. A diferença de potencial elétrico eficaz nas tomadas das nossas casas é 230 V em corrente
alternada. Essa diferença de potencial tem origem na produção de correntes elétricas ge-
radas em centrais elétricas.
15.1 No transporte da corrente elétrica, das centrais até aos locais de consumo, são usados
transformadores que primeiro elevam e depois reduzem a diferença de potencial elétrico.
a) Qual é a razão deste procedimento?
b) Os transformadores utilizam corrente __________ e o seu funcionamento baseia-se no
facto de o fluxo do campo magnético através do secundário ser __________ .
(A) contínua … constante (C) alternada … constante
(B) contínua … variável (D) alternada … variável
15.2 Fundamente a seguinte afirmação com base na Lei de Faraday.
Um certo transformador opera com tensão de 8800 V no enrolamento primário e ten-
são de 220 V no enrolamento secundário, portanto, o número de espiras no primário
é 40 vezes maior do que no secundário.

Ondas eletromagnéticas

16. Um dínamo de bicicleta é constituído por uma parte fixa, a bobina onde é gerada a corren-
te elétrica, e por uma parte móvel, na qual um íman permanente roda por transmissão do
movimento de rotação da roda da bicicleta.

Lâmpada Lâmpada

Dínamo

N S

Parte fixa Parte móvel Íman

16.1 Atendendo à informação, pode afirmar-se que


(A) a força eletromotriz induzida depende da velocidade angular de rotação do íman.
(B) quando o íman roda, com velocidade angular constante, o fluxo do campo magnético
através da bobina do dínamo permanece constante.
(C) quando o íman está em repouso, o fluxo do campo magnético através da bobina do
dínamo é nulo.
(D) a força eletromotriz induzida é diretamente proporcional ao fluxo do campo magnético.

234
DOMÍNIO 1 Ondas e eletromagnetismo

16.2 Leia atentamente o texto seguinte.

A experiência mais famosa de Faraday foi, de certo modo, o recíproco da experiência de Oersted.
O movimento da carga elétrica causa o magnetismo. Porque não haveria então o movimento
magnético de causar a eletricidade?

O dispositivo experimental consistiu num circuito, sem pilha, no qual existia uma bobina.
Fazendo um íman entrar e sair no interior da bobina, criava-se uma corrente elétrica no circuito,
detetada pelo ponteiro de um instrumento de medida adequado. (…)

Faraday não imaginou, porém, a transmissão de notícias à distância com luz invisível. Era areia
de mais para a camioneta dele. O vaivém dos eletrões num circuito adequado provoca, em certas
condições, ondas de rádio, a luz que, apesar de invisível, permite hoje escutar vozes e ver imagens
à distância.

Carlos Fiolhais, Física Divertida, Gradiva, Lisboa, 1991, pp. 127-128, 137

Escreva um texto estruturado e com linguagem científica adequada em que relacione as


experiências de Oersted, Faraday e Hertz, fazendo referência aos seguintes tópicos:
• a principal conclusão da experiência de Oersted;
• o processo de produção de correntes induzidas descoberto por Faraday;
• a confirmação da teoria de Maxwell com a experiência de Hertz.

17. Numa experiência para verificar a lei de Snell-Descartes, um grupo de alunos trabalhou
com um ponteiro laser e uma placa paralelepipédica de um material X desconhecido.
Fizeram incidir a luz na fronteira ar-material X e mediram 1, a amplitude do ângulo de inci-
dência no ar, e 2, a amplitude do ângulo de refração no material X.
Registaram os seguintes dados:

1
30o 40o 50o 55o 60o 65o 70o

2
19o 26o 30o 33o 36o 38o 40o

17.1 Qual dos esquemas pode traduzir a situação descrita para um ângulo de incidência de 40°?
(A) (B) (C) (D)
X X X X

64° 26° 64° 26°


40° Ar 40° Ar 50° Ar 50° Ar

17.2 Determine o índice de refração do material X. Considere o índice de refração do ar 1,00.


Utilize as potencialidades gráficas da calculadora, e apresente a equação da reta de
ajuste obtida e o esboço do gráfico elaborado.

18. Um feixe fino de luz laser vermelha I, incide sobre a superfície 40,0o !
da água de um aquário, como representado na figura. O fundo I II

do aquário é espelhado.
18.1 Identifique os fenómenos que originam os feixes II e III. III

28,9o

235
FÍSICA 11.° Ano

Questões propostas

18.2 Selecione a opção correta.


(A) A potência do feixe III é igual à potência do feixe I.
(B) O ângulo de incidência do feixe III no fundo do aquário é de 61,1o.
(C) O comprimento de onda da luz incidente é igual ao da luz refletida.
(D) Ao passar do ar para a água, a luz afasta-se da normal à superfície.
18.3 Qual é a amplitude do ângulo !?
18.4 Determine o quociente entre a velocidade da luz laser I e a velocidade da luz laser III.
18.5 Tendo em conta o gráfico do índice de refração da
água, n, em função do comprimento de onda da n

radiação, ", no vazio, se um raio de luz laser verde 1,35


incidir na superfície da água com o mesmo ângulo 1,34
de incidência do raio I
1,33
(A) o ângulo de refração será menor do que 28,9o.
(B) o ângulo de reflexão será menor do que 40o.
400 500 600 700
(C) não é refratado, pois sofre reflexão total. λ / nm
(D) sofre um desvio igual ao da luz laser vermelha.

19. Um feixe fino de luz propaga-se no núcleo de uma


n2
fibra ótica constituído por um vidro de índice de
refração n1 = 1,50 (núcleo) revestido por um outro i n1
vidro de menor índice de refração n2 (casca).
19.1 Por que razão o índice de refração da casca,
n2, é menor do que o núcleo da fibra, n1?
19.2 Para que ocorra reflexão interna total na interface núcleo-casca, a amplitude do ângulo !
entre o feixe de luz e o eixo da fibra ótica deve obedecer à relação

(A) α < arcsin ! nn ".


2

1
(C) α > arcsin ! nn ".
2

(B) α + arcsin ! nn " < 90°.


2

1
(D) α + arcsin ! nn " > 90°.
2

19.3 Determine o índice de refração da casca, n2, para o qual o ângulo crítico na interface
núcleo-casca é 80°.
19.4 Qual é a característica da fibra ótica que minimiza a atenuação do sinal que se propaga
ao longo da fibra?
19.5 Indique uma aplicação das fibras óticas.

20. Uma onda sofre desvios ao encontrar obstáculos ou fendas, encurvando-se em torno deles.
Na figura seguinte esquematiza-se o que ocorre a três ondas quando encontram fendas de
diferentes tamanhos.
Onda I Onda II Onda III

236
DOMÍNIO 1 Ondas e eletromagnetismo

20.1 Indique o nome do fenómeno representado.


20.1 Compare os espalhamentos das ondas I, II e III, explicando as semelhanças e as diferenças.
20.3 Qual das situações pode ser explicada pelo fenómeno representado?
(A) Ao gritar em frente a um desfiladeiro, uma pessoa ouve a repetição do seu próprio
grito.
(B) Ao encostar o ouvido no chão, um homem ouve o som de uma locomotiva antes de
ouvi-lo pelo ar.
(C) Ao ouvir uma ambulância a aproximar-se, uma pessoa percebe o som mais agudo
do que quando se afasta.
(D) Ao esconder-se atrás de um muro, um menino ouve a conversa dos seus colegas.

21. Duas antenas transmissoras, uma de rádio AM – 950 kHz e outra de rádio FM – 97,7 MHz, foram
instaladas no cimo de um monte. Entre as antenas e a casa da Maria há um prédio, como mostra
a figura. Na casa da Maria, a receção de rádio FM é fraca, mas a de rádio AM é boa.

AM
FM

21.1 Qual é o fenómeno, característico das ondas, que permite a receção do sinal na casa
da Maria?
21.2 Porque é que a emissão em AM é recebida em melhores condições do que a emissão
em FM?

22. A luz de um laser de comprimento de onda 650 nm incide numa rede de difração, o que
origina um padrão de difração num alvo a 50 cm da rede. No alvo, a distância entre os
máximos de segunda ordem e o centro é de 13,5 cm.
Considere a expressão nλ = d sin θ.
22.1 O padrão de difração pressupõe que a distância entre fendas e o comprimento de onda
da luz são de ordens de grandeza ___________ e os máximos desse padrão correspon-
dem aos pontos em que a luz proveniente das diversas fendas interfere ___________ .
(A) próximas … construtivamente
(B) próximas … destrutivamente
(C) afastadas … construtivamente
(D) afastadas … destrutivamente
22.2 Determine o número de linhas por milímetro da rede de difração.
22.3 As redes de difração são utilizadas em espetroscopia para decompor a luz proveniente
das estrelas.
a) Explique por que razão as redes de difração podem decompor luz policromática.
b) Qual das sete cores do arco-íris (anil, violeta, azul, verde, amarelo, cor de laranja e
vermelho) sofre maior desvio?
c) Indique duas vantagens de uma rede de difração em relação a um prisma de vidro
na análise espetral.

237
Química
11.ºAno

Domínio 1
Equilíbrio químico
Domínio 2
Reações em sistemas aquosos
QUÍMICA 11.° Ano

Domínio 1
Equilíbrio químico
1.1 Aspetos quantitativos das reações químicas
1.1.1 Reações químicas
Equações químicas

Uma reação química, por exemplo a formação da água resultante da reação entre o hidro-
génio e o oxigénio, pode ser representada com um modelo molecular em que cada átomo é
representado por uma esfera.

A nível molecular, cada duas moléculas de hidrogénio, H2, reagem com uma molécula de
oxigénio, O2, formando-se duas moléculas de água, H2O. Uma representação simbólica desta
reação, que usa as fórmulas de estrutura, é a que se segue:

H—H O O
+ O = O —
—> +
H—H H H H H

Sabe-se que numa reação que ocorra em recipiente fechado, o número de átomos de cada
elemento químico e, consequentemente, a massa total, permanece constante. Esta conserva-
ção da massa durante uma reação química denomina-se Lei da Conservação da Massa (ou
Lei de Lavoisier) e está na base de uma outra representação simbólica: as equações químicas.

Uma equação química é uma representação simbólica duma reação química. Para cada um
dos elementos químicos envolvidos numa reação química, tem-se que o número de áto-
mos nos reagentes deve ser igual ao número de átomos nos produtos da reação.

Numa equação química, os coeficientes estequiométricos são números que indicam a pro-
porção da quantidade de matéria em que os reagentes e os produtos intervêm na reação (são
omitidos na equação química quando são 1).

Para a equação química da formação da água, tem-se:


2 H2 (g) + O2 (g) → 2 H2O (g)

Coeficientes estequiométricos

H → (2 × 2) = 4 H → (2 × 2) = 4
O → (1 × 2) = 2 O → (2 × 1) = 2
A equação química também pode ser lida em termos de quantidade de matéria: 2 moles de
moléculas de hidrogénio, H2, reagem com 1 mole de moléculas de oxigénio, O2, originando 2
moles de moléculas de água, H2O.

240
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

Questão resolvida

1. Na produção industrial do ácido nítrico pelo processo de Ostwald, o primeiro passo


consiste na oxidação do amoníaco, NH3, pelo oxigénio, O2, na presença de um catalisa-
dor de platina, Pt, formando-se óxido nítrico, NO, e água, H2O, em fase gasosa. Escreva
a equação química que traduz a reação de oxidação do amoníaco.

Com base na informação dada pode-se escrever:

NH3 (g) + O2 (g) → NO (g) + H2O (g)


Pt

Os números que precedem as fórmulas, os coeficientes estequiométricos, podem


ser alterados, mas não se podem alterar os subíndices (os números presentes nas
fórmulas), pois alterar os subíndices significa mudar a identidade da substância.
Os coeficientes estequiométricos não têm de ser números inteiros. Assim, a equa-
ção química desta reação poderá ser:
2 NH3 (g) + 5 O2 (g) → 2 NO (g) + 3 H2O (g)
Pt

2
É mais comum utilizar números inteiros para os coeficientes, e nesses casos de-
verão ser os menores coeficientes dos conjuntos possíveis de números inteiros.
Assim, a equação anterior também pode ser escrita como:
4 NH3 (g) + 5 O2 (g) → 4 NO (g) + 6 H2O (g).
Pt

Q 11
Relações estequiométricas

A interpretação das reações químicas permite, por exemplo, responder a questões do tipo
«Que quantidade de produto se poderá obter a partir de determinadas quantidades de rea-
gentes?» ou «Que quantidades de reagentes se devem utilizar para obter uma quantidade
específica de produto?»

Por exemplo, como se pode prever a quantidade de amoníaco, NH3, que se pode produzir a
partir da reação de 2,0 mol de hidrogénio, H2, com nitrogénio, N2?

1.o - Escrever a equação química, da reação química em causa:


N2 (g) + 3 H2 (g) → 2 NH3 (g)

2.o - Estabelecer a relação estequiométrica entre as substâncias:

• 1 mol de N2 é estequiometricamente equivalente a 3 mol de H2;


• 1 mol de N2 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de NH3;
• 3 mol de H2 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de NH3.
Com base na relação estequiométrica estabelece-se um fator de conversão:
nsubstância requerida 2 mol NH3
=
nsubstância conhecida 3 mol H2

3.o - Aplicar o fator de conversão à quantidade da substância conhecida (2,0 mol de H2) e
obter a informação requerida:
2 mol NH3
nNH = 2,0 mol H2 × = 1,3 mol NH3
3 3 mol H2

241
QUÍMICA 11.° Ano

Questão resolvida

2. Nas naves espaciais utiliza-se hidróxido de lítio, LiOH, sólido, para eliminar o dióxido
de carbono, CO2, exalado pelos seus ocupantes. O hidróxido de lítio reage com o
dióxido de carbono gasoso, originando carbonato de lítio, Li2CO3, sólido, e água,
H2O, líquida.
2.1 Escreva a equação química que traduz a reação de remoção de CO2.
2.2 Determine:
a) a quantidade máxima de água produzida na reação de 3,20 mol de LiOH;
b) o número máximo de moléculas de CO2 que podem ser removidas da
atmosfera de uma nave espacial na reação de 1,00 g de LiOH.

2.1 2 LiOH (s) + CO2 (g) → Li2CO3 (s) + H2O (!)


2.2 a) Com base na equação química, 2 mol de LiOH é estequiometricamente
equivalente a 1 mol de H2O, logo:
nsubstância requerida 1 mol H2O 1 mol H2O
= ⇒ nH = (3,20 mol LiOH) × = 1,60 mol H2O
n 2 mol LiOH 2O 2 mol LiOH
substância conhecida

b) Cálculo da quantidade de matéria de LiOH:


mLiOH 1,00 g
MLiOH = 6,94 + 16,00 + 1,01 = 23,95 g mol–1, nLiOH = = = 4,18 × 10–2 mol
MLiOH 23,95 g mol–1

Cálculo da quantidade de matéria de CO2: 2 mol LiOH é estequiometricamente


nsubstância requerida 1 mol CO2
equivalente a 1 mol CO2, logo, = ⇒
n 2 mol LiOH
substância conhecida

1 mol CO2
⇒ nCO = (4,18 × 10–2 mol LiOH) × = 2,09 × 10–2 mol CO2 .
2 2 mol LiOH
Cálculo do número de moléculas de CO2:

NCO = nCO × NA = 2,09 × 10–2 mol × 6,02 × 1023 mol–1 = 1,26 × 1022
2 2

1.1.2 Reagente limitante e em excesso

Numa reação química, os reagentes são raramente utilizados em quantidades estequiométri-


cas, ou seja, de acordo com a proporção estabelecida pela equação química.

Reagente limitante: é o reagente cuja quantidade determina a quantidade máxima de produ-


tos que se podem formar.

Reagente em excesso: é o reagente cuja quantidade presente na mistura reacional é supe-


rior à prevista pela relação estequiométrica.

242
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

Questão resolvida

3. Atualmente, o principal processo industrial de obtenção do amoníaco utiliza o nitro-


génio do ar e o hidrogénio, sendo este o reagente limitante. Para produzir diaria-
mente 5 toneladas de amoníaco, NH3, utilizam-se 6,6 × 103 m3 de nitrogénio, N2, e
9,9 × 103 m3 de hidrogénio, H2, medidos em condições PTN.
3.1 Verifique que o reagente limitante é o hidrogénio.
3.2 Determine o volume mínimo de ar, medido em condições PTN, necessário para a
produção da massa de NH3 referida, sabendo que o N2 utilizado neste processo
provém do ar atmosférico, cuja composição é 78% em volume de N2.

3.1 Equação química da reação: N2 (g) + 3 H2 (g) → 2 NH3 (g)


1.a etapa: calcular a quantidade de matéria de cada reagente.
VN2 6,6 × 106 dm3
nN = = = 2,95 × 105 mol
2 Vm 22,4 dm3 mol–1
VH2 9,9 × 106 dm3
nH = = = 4,42 × 105 mol
2 Vm 22,4 dm3 mol–1
2.a etapa: selecionar um dos reagentes e usar a relação estequiométrica para
calcular a quantidade teórica necessária do segundo reagente para que a
reação seja completa. Q 11
1 mol de N2 é estequiometricamente equivalente a 3 mol de H2:
3 mol H2
nH = (2,95 × 105 mol N2) × = 8,85 × 105 mol H2
2 1 mol N2
3.a etapa: comparar a quantidade calculada com base na estequiometria do
segundo reagente com a quantidade de que se dispõe. Se a quantidade ba-
seada na estequiometria for superior, ele é o reagente limitante.
nH = 8,85 × 105 mol > nH = 4,42 × 105 mol
2 com base na estequiometria 2 disponível
⇒ o hidrogénio é o reagente limitante.

3.2 Cálculo da quantidade de NH3 produzida diariamente:


mNH3 5 × 106 g
–1
M (NH3) = 17,04 g mol ; nNH3 = = = 2,93 × 105 mol NH3
M (NH3) 17,04 g mol–1
Cálculo do volume de N2 consumido:
1 mol de N2 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de NH3, logo,
1 mol N2
nN2 = (2,93 × 105 mol NH3) × = 1,47 × 105 mol N2
2 mol NH3
VN = nN × Vm = 1,47 × 105 mol × 22,4 dm3 mol–1 = 3,29 × 106 dm3
2 2

Cálculo do volume de ar necessário à produção de NH3:


VN2 78 3,29 × 106 dm3
= ⇒ Var = × 100 = 4,2 × 106 dm3
Var 100 78

243
QUÍMICA 11.° Ano

Questão resolvida

4. Em alguns países, o álcool utilizado como combustível para veículos motorizados é


constituído essencialmente por etanol. Na combustão completa do etanol, C2H5OH,
forma-se dióxido de carbono, CO2, e vapor de água, H2O.
4.1 Escreva a equação química que traduz a reação de combustão do etanol.
4.2 Determine a percentagem, em massa, do etanol no álcool, sabendo que na com-
bustão completa de 1,00 L de álcool se formam 1,45 kg de dióxido de carbono.
A densidade do álcool, nas condições da reação, é 0,810 g cm–3.

4.1 C2H5OH (!) + 3 O2 (g) → 2 CO2 (g) + 3 H2O (g)


4.2 Cálculo da quantidade de matéria de CO2:
mCO2 1,45 × 103 g
nCO = = = 32,95 mol
2 MCO2 44,01 g mol–1
Cálculo da massa de C2H5OH que reagiu:
1 mol de C2H5OH é estequiometricamente equivalente a 2 mol de CO2, logo,
1 mol C2H5OH
nC H OH = (32,95 mol CO2) × = 16,48 mol
2 5 2 mol CO2
e mC = nC × MC = 16,48 mol × 46,08 g mol–1 = 759,4 g
2H5OH 2H5OH 2H5OH

A massa de 1,00 L (1,00 dm3) de álcool é:


málcool = ρálcool × Válcool = 0,810 g cm–3 × 1,00 × 103 cm3 = 810,0 g

Cálculo da percentagem em massa:


metanol 759,4 g
%(m/m) = × 100 = × 100 = 93,8%
málcool 810,0 g

1.1.3 Rendimento de uma reação química

Se todo o reagente limitante se converte no produto que se pretende, obtém-se a quantidade


máxima de produto possível. Esta quantidade designa-se por quantidade teórica ou prevista.
A quantidade de produto que realmente se obtém numa reação química designa-se por
quantidade real. Esta quantidade é quase sempre menor do que a quantidade teórica.

Esta diferença tem diversas causas. Por exemplo, é possível que uma parte dos reagentes não
tenha reagido (reação incompleta), ou que tenha reagido de uma forma diferente da desejada,
em que se formam produtos diferentes do produto pretendido (ocorrendo então reações secun-
dárias). Por outro lado, nem sempre é possível recuperar todo o produto da mistura reacional.

O rendimento de uma reação relaciona a quantidade real de produto obtida com a quantida-
de teórica (calculada a partir da relação estequiométrica):
n
η(%) = real de produto × 100%
nteórica de produto
O rendimento também pode calcular-se a partir da massa ou do volume (no caso de gases):
m V
η(%) = real de produto × 100% η(%) = real de produto × 100%
mteórica de produto Vteórico de produto

244
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

Questão resolvida

5. O carbonato de sódio, Na2CO3, é utilizado no fabrico de vidro, sabões e papel.


O principal processo industrial para a produção de Na2CO3 é o processo Solvay.
Duas das etapas reacionais podem ser traduzidas por:

NaC! (aq) + NH3 (aq) + CO2 (g) + H2O (!) → NaHCO3 (s) + NH4C! (aq) (1)
2 NaHCO3 (s) → Na2CO3 (s) + CO2 (g) + H2O (!) (2)

Em determinadas condições, obteve-se pelo processo Solvay uma amostra de car-


bonato de sódio com 8,88 g, tendo-se concluído que o rendimento foi de 75% na
etapa (1) e de 100% na etapa (2).

Determine a massa de cloreto de sódio, NaC!, que deve ter sido utilizada para sin-
tetizar a referida amostra de carbonato de sódio.

Cálculo da quantidade obtida de Na2CO3:


mNa CO 8,88 g
2 3
nNa CO = = = 0,0838 mol
2 3 MNa2CO3 105,99 g mol–1
Cálculo da quantidade de NaHCO3 que se decompôs (reação 2), uma vez que o
rendimento nesta etapa foi de 100%:
2 mol de NaHCO3 é estequiometricamente equivalente a 1 mol de Na2CO3, logo,
2 mol NaHCO3
nNaHCO = (0,0838 mol Na2CO3) ×
3 1 mol Na2CO3
= 0,168 mol NaHCO3 Q 11
Cálculo da quantidade teórica de NaHCO3 na etapa 1:
nreal produto 75 0,168 mol NaHCO3
η(%) = × 100 ⇔ = ⇔ nteórica NaHCO =
nteórica produto 100 nteórica NaHCO3 3

= 0,224 mol NaHCO3


Cálculo da massa de NaC! utilizada:
1 mol de NaC! é estequiometricamente equivalente a 1 mol de NaHCO3.
Assim, para produzir 0,224 mol de NaHCO3 teria de se dispor de 0,224 mol de NaC!,
o que permite calcular a massa de NaC! utilizada:
mNaC! = nNaC! × MNaC! = 0,224 mol × 58,44 g mol–1 = 13,1 g

1.1.4 «Química verde»

A «química verde» está associada a uma prática da Química com objetivos de obter a priori
proteção intencional do ambiente e da saúde humana. Centra-se em conceber, desenvolver
e aplicar produtos e processos químicos que impliquem a redução ou eliminação de subpro-
dutos prejudiciais para a saúde humana e para o ambiente.

Um dos princípios-chave da «química verde» é o de os processos químicos deverem ser con-


cebidos de modo a maximizar a incorporação no produto final (produto desejado) das maté-
rias-primas usadas ao longo do processo e minimizar a formação de resíduos (subprodutos).

245
QUÍMICA 11.° Ano

O conceito subjacente a este princípio é o de economia atómica. De um modo esquemático:

Elevada economia atómica Baixa economia atómica

+ + +

Reagentes Produto desejado Reagentes Produto desejado + resíduo

Todos os átomos dos reagentes Alguns átomos dos reagentes não foram
foram incorporados no produto incorporados no produto desejado.
desejado.

A economia atómica percentual, EA(%), é a percentagem da massa de reagentes incorpo-


rada no produto desejado. Para além da economia atómica outros fatores devem ser con-
templados, tais como: toxicidade, uso de substâncias auxiliares, eficiência energética, origem
da matéria-prima (preferencialmente proveniente de recursos naturais renováveis) e uso de
catalisadores (tão seletivos quanto possível).

Questão resolvida

6. O titânio encontra a sua maior aplicação na indústria aeronáutica militar e espacial.


Apresentam-se a seguir dois processos de extração do titânio, cujas reações globais
são traduzida por:
• processo Hunter:
TiO2 (s) + 2 C!2 (g) + C (s) + 4 Na (!) → Ti (s) + CO2 (g) + 4 NaC! (!)

• processo eletrolítico:
TiO2 (s) → Ti (s) + O2 (g)
6.1 Compare a eficiência dos dois processos de produção do titânio com base na
economia atómica percentual, para cada uma das reações.
6.2 Indique uma vantagem do processo eletrolítico relativamente ao processo Hunter,
na produção de titânio, tendo em consideração o ponto de vista da «química verde».

6.1 Processo Hunter:


mátomos de reagentes incorporados no produto desejado = 47,87
mtotal de átomos nos reagentes = 47,87 + 2 × 16,00 + 2 × 2 × 35,45 + 12,01 + 4 × 22,99 = 325,6
47,87
EA(%) = × 100 = 14,70%
325,6
Processo eletrolítico:
mátomos de reagentes incorporados no produto desejado = 47,87
mtotal de átomos nos reagentes = 47,87 + 2 × 16,00 = 79,87
47,87
EA(%) = × 100 = 59,93%
79,87
O processo eletrolítico tem uma economia atómica de 59,93%, sendo maior
do que a do processo Hunter, logo, é um processo mais eficiente, pois ori-
gina menos produtos secundários.

246
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

6.2 O produto secundário obtido no processo eletrolítico é o oxigénio que não é


perigoso e pode ser útil. No processo Hunter há maior produção de produtos
secundários e utiliza como reagente o cloro que é tóxico e não renovável.

1.1.5 Síntese do ácido acetilsalicílico (AL 1.1)

A síntese do ácido acetilsalicílico pode ser feita a partir da reação entre o ácido salicílico e o
anidrido acético, na presença de ácido sulfúrico. A equação química que traduz a reação de
síntese do ácido acetilsalicílico é a seguinte:

O O
O O O
OH H2SO4 OH
+ ——————> +
H3 C O CH3 H3 C OH
OH O CH3

O
Ácido salicílico Anidrido acético Ácido acetilsalicílico Ácido acético
C7 H6 O3 C 4 H6 O3 C9 H8 O4 C2 H4 O2
(M = 138,13 g mol– 1 ) (M = 102,10 g mol– 1 ) (M = 180,17 g mol– 1 )

Q 11
Questão resolvida

7. Com o objetivo de preparar o ácido acetilsalicílico, um grupo de alunos dissolveu,


num balão de erlenmeyer seco, 5,00 g de ácido salicílico em 10,0 mL de anidrido
acético (ρ = 1,080 kg dm–3), na presença de algumas gotas de ácido sulfúrico. Em
seguida, colocaram o balão num banho de água, entre 50 °C e 60 °C, durante 15
minutos e posteriormente num banho de gelo. Quando o processo de cristalização
terminou, os alunos filtraram a mistura a pressão reduzida. Por fim, deixaram os cris-
tais a secar dentro de um exsicador durante uma semana.
7.1 Identifique o reagente em excesso. Apresente todas as etapas de resolução.
7.2 A massa dos cristais obtidos, após a secagem, foi 4,55 g.
a) Calcule o rendimento da síntese do ácido acetilsalicílico.
b) Indique dois cuidados a ter na execução da síntese, que permitam aumentar o
valor calculado na alínea anterior.
7.3 Explique porque é que o grupo de alunos inicialmente mergulhou o balão de
erlenmeyer num banho de água quente e posteriormente num banho de gelo.
7.4 Qual foi o motivo que levou os alunos a secar os cristais dentro de um exsicador,
à temperatura ambiente?
7.5 Os alunos recorreram à filtração a pressão reduzida para separar os cristais ob-
tidos da mistura sobrenadante. Caso o grupo de alunos optasse pela filtração
por ação da gravidade e o mesmo tempo de secagem, que influência teria esse
procedimento na medida do rendimento da síntese? Justifique.

247
QUÍMICA 11.° Ano

Questão resolvida

7.1 Cálculo da quantidade de ácido salicílico (AS):


5,00 g
nAS = = 3,62 × 10–2 mol
138,13 g mol–1
Cálculo da quantidade de anidrido acético (AA) presente em 10,0 mL de
solução:
mAA = ρ × VAA = 1,080 g cm–3 × 10,0 cm3 = 10,8 g
mAA 10,8 g
nAA = = = 1,06 × 10–1 mol
MAA 102,10 g mol–1
Identificação do reagente limitante:
1 mol de C7H6O3 é estequiometricamente equivalente a 1 mol de C4H6O3,
logo, 1,06 × 10–1 mol de C4H6O3 reagirá com 1,06 × 10–1 mol de C7H6O3.
Como nAS teórica = 1,06 × 10–1 mol > nAS disponível = 3,62 × 10–2 mol, conclui-se que o
ácido salicílico é o reagente limitante.

7.2 a) Cálculo da quantidade teórica de ácido acetilsalicílico (AAS), C9H8O4, pro-


duzido (admitindo que todo o reagente limitante se converte no produto que
se pretende):
1 mol de C7H6O3 é estequiometricamente equivalente a 1 mol de C9H8O4.
Assim, 3,62 × 10–2 mol de C7H6O3 produziria 3,62 × 10–2 mol de C9H8O4.
mAAS = nAASMAAS = 3,62 × 10–2 mol × 180,17 g mol–1 = 6,52 g.
O rendimento da síntese do ácido acetilsalicílico é:
mAAS obtido 4,55 g
η (%) = × 100% = × 100% = 70%
MAAS teórica 6,52 g
b) Para aumentar o rendimento da reação é necessário minimizar as perdas
de cristais formados nos processos de transferência, como, por exemplo,
perda de massa de cristais na filtração. Adicionar à mistura reacional todas as
águas de lavagem dos materiais por onde a mistura foi passando; o tamanho
do papel de filtro a utilizar na filtração a pressão reduzida deve ser adequado
ao diâmetro do funil de Buchner e a porosidade do papel também deve ser
adequada ao tamanho dos cristais formados.
7.3 O banho de água quente aumenta a rapidez de dissolução do ácido salicílico
no anidrido acético. O ácido acetilsalicílico é solúvel em água quente, mas
pouco solúvel em água fria. Assim, o arrefecimento da mistura reacional no
banho de gelo irá provocar a precipitação do ácido acetilsalicílico na forma
de cristais.
7.4 Os cristais devem secar dentro de um exsicador à temperatura ambiente,
pois por aquecimento e na presença da humidade do ar os cristais de ácido
acetilsalicílico decompõem-se.
7.5 A filtração por ação da gravidade remove menos humidade aos cristais for-
mados do que a filtração a pressão reduzida. Assim, se os cristais ficam mais
húmidos e são submetidos ao mesmo tempo de secagem, vão apresentar
uma massa maior, consequência da maior massa de água que ainda não se
vaporizou. Assim, a medida do rendimento seria maior, embora não signi-
fique que se forme mais ácido acetilsalicílico.

248
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

1.2 Equilíbrio químico e extensão das reações


1.2.1 Reações incompletas e equilíbrio químico

Reações inversas e equilíbrio químico

Em sistema fechado, algumas reações, ao fim de um certo tempo, parecem «terminar»: a cor
deixa de variar, acaba a libertação de gases, não se forma mais sólido, etc. Em variadíssimos
casos, a reação aparentemente termina antes de pelo menos um dos reagentes praticamente
se esgotar, o que conduz a uma mistura reacional onde coexistem reagentes e produtos.

Um exemplo de reação incompleta é o da reação de interconversão dos óxidos de nitrogénio,


NO2 (cor castanha) e N2O4 (incolor) (Fig. 1.1), que são gases à temperatura ambiente e à pressão
atmosférica.

2 NO2 (g) N2O4 (g)


(cor castanha) (incolor)

Fig. 1.1 Representação esquemática da reação 2 NO2 (g) N2 O4 (g)

Se a reação fosse completa, a cor castanha deveria atenuar-se progressivamente até ficar
Q 11
incolor, pois no fim o N2O4 deveria ser a única espécie presente no sistema reacional. No en-
tanto, o que se observa é que, a partir de certa altura, a tonalidade do sistema reacional deixa
de variar e a cor observada é castanho claro.

Conclui-se assim que a reação é incompleta: termina sem que o reagente se esgote (existin-
do vários reagentes, nenhum deles se esgota). A explicação para este facto é que, à medida
que se vai formando N2O4, ocorre gradualmente a reação inversa descrita por:
N2O4 (g) → 2 NO2 (g)

Numa reação, em sistema fechado, os reagentes transformam-se em produtos – reação di-


reta – e, simultaneamente, os produtos transformam-se em reagentes – reação inversa –,
sendo a transformação representada por duas setas ( ):
2 NO2 (g) N2O4 (g)

A estabilização da cor, ao fim de algum tempo, significa que as concentrações dos gases NO2
e N2O4 presentes no sistema reacional não variam. O estado do sistema reacional em que as
concentrações de todos os reagentes e produtos deixam de variar com o tempo designa-se
por estado de equilíbrio químico.

Sintetizando, as reações que ocorram em sistema fechado, podem, ao fim de um determina-


do tempo, atingir um estado de equilíbrio. Num estado de equilíbrio:

• não se registam, macroscopicamente, variações de propriedades físicas e químicas (cor,


pressão, temperatura, volume, concentrações, etc.);

• coexistem reagentes e produtos da reação (a reação é incompleta).

249
QUÍMICA 11.° Ano

Equilíbrio químico

Na síntese de Haber, o amoníaco, NH3 (g), produzido na reação direta pode decompor-se em
nitrogénio, N2 (g), e hidrogénio, H2 (g), na reação inversa:

N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g)

O diagrama da Fig. 1.2 mostra a variação das concentrações de N2, H2 e NH3 ao longo do
tempo, numa mistura mantida a temperatura constante. Verifica-se que inicialmente a con-
centração de amoníaco aumenta rapidamente, mas ao fim de um certo tempo atinge um valor
constante. A partir desse instante, a composição da mistura permanece a mesma, estando
ainda algum nitrogénio e hidrogénio presentes.

Dado que as concentrações dos reagentes e dos produtos não variam com o tempo, atinge-
-se o equilíbrio químico, daí se concluir que as velocidades das reações direta e inversa são
iguais (Fig. 1.3).
Concentração

Velocidade
N2

H2 Reação direta

NH3 Reação inversa

0 teq Tempo teq Tempo

Fig. 1.2 Evolução das concentrações Fig. 1.3 Evolução das velocidades das
das espécies químicas ao longo do reações direta e inversa ao longo do
tempo na reação de síntese tempo.
do amoníaco.

Quando todas as substâncias da mistura reacional se encontram na mesma fase, o equilíbrio


químico diz-se homogéneo.

Num sistema em equilíbrio à escala macroscópica não se notam quaisquer alterações no


sistema. Contudo, a nível molecular, as reações direta e inversa processam-se a ritmos iguais,
cancelando deste modo as variações das propriedades macroscópicas: o equilíbrio químico
é dinâmico.

Um sistema químico pode atingir vários estados de equilíbrio à mesma temperatura, depen-
dendo das concentrações iniciais (Fig. 1.4).
A B
Concentração

Concentração

N2

NH3
H2
H2 NH3

N2
0 Tempo 0 Tempo

Fig. 1.4 Evolução temporal das concentrações de H2, N2 e NH3, partindo de situações em
que inicialmente existe apenas NH3 (A); inicialmente todas as espécies estão presentes (B).

250
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

Questão resolvida

8. Os gráficos representam a evolução, ao longo do tempo, das concentrações de rea-


gentes e produtos de três sistemas reacionais. Admita que as reações ocorrem em
sistema fechado, a temperatura constante e em fase gasosa.
I II III
D

Concentração
Concentração

Concentração
C
C
B

C B

B A
A
A
Tempo Tempo Tempo

8.1 Poderão todos os esboços dos gráficos apresentados traduzir o estabelecimento


de um estado de equilíbrio? Justifique.
8.2 Escreva a equação química referente ao sistema químico I.
8.3 Ao sistema químico III pode corresponder a reação
(A) H2 (g) + I2 (g) 2 HI (g). (C) CO (g) + 2 H2 (g) CH3OH (g).
(B) 2 HI (g) H2 (g) + I2 (g). (D) CH3OH (g) CO (g) + 2 H2 (g).
8.4 O equilíbrio que se estabelece num sistema químico é dinâmico porque Q 11
(A) o estado de equilíbrio é atingido rapidamente.
(B) todas as propriedades macroscópicas são constantes.
(C) coexistem, em simultâneo, reagentes e produtos.
(D) tanto a reação direta como a inversa continuam a processar-se a ritmos iguais.

8.1 Num sistema químico em equilíbrio, os reagentes e os produtos encontram-


-se todos presentes e com concentração constante. É o que se verifica nos
sistemas I e III. No sistema II, a concentração de A parece anular-se, pelo que
o esboço do gráfico não pode traduzir o estabelecimento de um estado de
equilíbrio, pois, reagentes e produtos não se encontram todos presentes.
8.2 Analisando o gráfico, verifica-se que as concentrações de A e de C diminui-
ram, respetivamente, 4 e 8 unidades arbitrárias. As concentrações de B e de
D aumentaram, respetivamente, 4 e 12 unidades. Assim, a estequiometria da
reação é 1 mol de A: 2 mol de C: 1 mol de B: 3 mol de D. A equação química
correspondente será A (g) + 2 C (g) B (g) + 3 D (g).
8.3 (D). No sistema III, quando a concentração de A diminui 3 unidades até ao
equilíbrio químico, as de B e de C aumentam, respetivamente, 3 e 6 unidades.
Estequiometria: 1 mol A : 1 mol B : 2 mol C. A é CH3OH (g), B é CO (g) e C é H2 (g).
8.4 (D). O equilíbrio que se estabelece num sistema químico é dinâmico porque
as reações direta e inversa se continuam a dar. Estas reações processam-se
com a mesma velocidade quando se estabelece um estado de equilíbrio e
por isso as concentrações dos reagentes e produtos, que se encontram to-
dos presentes em simultâneo, mantêm-se constantes ao longo do tempo,
não existindo alterações visíveis do sistema.

251
QUÍMICA 11.° Ano

1.2.2 Extensão das reações químicas


Constante de equilíbrio usando concentrações

Em geral, para uma reação química em equilíbrio homogéneo a uma determinada temperatura:
a A + b B + ... c C + d D + ...

onde A, B, C, D... são as substâncias que participam na reação e a, b, c, d... os coeficientes es-
tequiométricos, há uma constante Kc para todos os estados de equílibrio a essa temperatura
e que é dada pela seguinte expressão algébrica:

!C!ec × !D!de ...


Kc =
!A!ae × !B!be ...

O quociente entre o produto dos valores numéricos das concentrações dos produtos da rea-
ção no estado de equilíbrio, elevados aos respetivos coeficientes estequiométricos, e o produ-
to dos valores numéricos das concentrações dos reagentes no estado de equilíbrio, elevados
aos respetivos coeficientes estequiométricos, é constante, a uma determinada temperatura.

Kc é a constante de equilíbrio, em que o índice «c» significa que é expressa em função dos
valores numéricos das concentrações, quando expressas em mol dm−3. O índice «e» significa
que são valores correspondentes a um estado de equilíbrio. Kc é adimensional.

Se a temperatura for mantida constante, verifica-se que as concentrações iniciais dos rea-
gentes e dos produtos não influenciam o valor da constante de equilíbrio. Quando se faz
variar a temperatura do mesmo sistema reacional, verifica-se que o valor da constante de
equilíbrio depende da temperatura do sistema reacional.

A constante de equilíbrio está relacionada com a extensão das reações. Para a reação quí-
mica escrita acima, à temperatura T:

Valor elevado da constante de equilíbrio


Reação muito
(no equilíbrio é grande a concentração dos
extensa.
produtos e é pequena a dos reagentes).
!C!ec × !D!de ...
Kc =
!A!ae × !B!be ...
Valor baixo da constante de equilíbrio (no
Reação pouco
equilíbrio é grande a concentração dos
extensa.
reagentes e é pequena a dos produtos).

Constante de equilíbrio da reação inversa, K'c


!NH3!e2
Síntese do amoníaco: N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g); Kc =
!N2!e × !H2!e3
!N2!e × !H2!e3
Decomposição do amoníaco (reação inversa): 2 NH3 (g) N2 (g) + 3 H2 (g); K'c = !NH3!e2

252
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

A constante de equilíbrio de uma reação é igual ao inverso da constante de equilíbrio da reação


inversa:
1
Kc =
Kc'

Quanto mais extensa for uma reação, menos extensa será a sua reação inversa.

Questão resolvida

9. O sistema reacional seguinte foi submetido a diferentes temperaturas. Nos gráficos


A e B, apresenta-se a variação ao longo do tempo da concentração dos reagentes
e dos produtos da reação para duas temperaturas. Admita que a reação ocorre em
sistema fechado.

CO (g) + H2O (g) CO2 (g) + H2 (g)

A B
Concentração

Concentração

t t*
Tempo Tempo

Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) O gráfico A indica que há maior quantidade de produtos do que reagentes no Q 11
equilíbrio.
(B) A temperatura do sistema em B favoreceu mais a extensão da reação.
(C) As linhas a verde podem traduzir a variação ao longo do tempo da concentração
de CO + H2O.
(D) O instante no gráfico A em que a concentração dos produtos é igual à concen-
tração dos reagentes corresponde ao instante em que se atinge o equilíbrio
químico.
(E) A partir dos instantes t (gráfico A) e t* (gráfico B), a reação direta deixa de ocorrer.
(F) As alterações de temperatura a que foi submetido o sistema reacional que con-
duziram aos gráficos A e B alteraram a constante de equilíbrio, Kc.

Verdadeiras: (A), (C) e (F). Falsas: (B), (D) e (E).


Em A houve um maior consumo de reagentes e, consequentemente, uma maior
produção de produtos da reação.
Assim, as condições que mais favoreceram a extensão da reação foram as usadas
em A. O equilíbrio só se atinge quando as concentrações dos reagentes e dos
produtos permanecem constantes ao longo do tempo. Os instantes t e t* indicam
os momentos a partir dos quais o sistema se encontra em equilíbrio químico, ou
seja, a partir desses instantes a velocidade da reação direta é igual à velocidade
da reação inversa, portanto, a reação direta continua a processar-se só que a um
ritmo igual ao da reação inversa. A constante de equilíbrio depende da tempera-
tura.

253
QUÍMICA 11.° Ano

Questões resolvidas

10. O tetróxido de dinitrogénio e o dióxido de nitrogénio encontram-se em equilíbrio,


de acordo com a equação N2O4 (g) 2 NO2 (g).
Na tabela apresentam-se as concentrações de equilíbrio a diferentes temperaturas.

[N2O4]e / mol dm–3 [NO2]e / mol dm–3


298 K 4,2 × 10–1 1,3 × 10–1
400 K 1,2 × 10–2 1,3 × 10–1
500 K 4,1 × 10–4 1,3 × 10–1

10.1 Justifique a afirmação: «A reação de decomposição do tetróxido de dinitrogé-


nio é favorecida pelo aumento da temperatura do sistema.»
10.2 Determine o valor constante de equílibrio para a reação de formação do tetró-
xido de dinitrogénio a partir do dióxido de nitrogénio, a 500 K.

10.1 Para produzir a mesma quantidade de NO2 é necessário utilizar menor quan-
tidade de N2O4 para a temperatura de 500 K. Como a constante de equilíbrio
mede a extensão das reações químicas, pode calcular-se Kc para as diferen-
tes temperaturas:
!NO2!e2 (1,3 × 10–1)2
T = 298 K Kc = = = 4,0 × 10–2
!N2O4!e 4,2 × 10–1
!NO2!e2 (1,3 × 10–1)2
T = 400 K Kc = = = 1,4
!N2O4!e 1,2 × 10–2
!NO2!e2 (1,3 × 10–1)2
T = 500 K Kc = = = 41
!N2O4!e 4,1 × 10–4
Ao aumento da temperatura do sistema corresponde um aumento no valor da
constante de equilíbrio, ou seja, a extensão da reação aumenta com a tempe-
ratura. Deste modo, a decomposição do tetróxido de nitrogénio é favorecida.
!N O4!e 1 1 1
2
10.2 2 NO2 (g) N2O4 (g); Kc' = !NO !2 = = = = 2,4 × 10–2
2e !NO2!e Kc 41
2

!N2O4!e

11. Uma reação crucial na produção industrial de ácido sulfúrico envolve a conversão
do dióxido de enxofre em trióxido de enxofre, que se pode traduzir por:
2 SO2 (g) + O2 (g) 2 SO3 (g).
Introduziram-se 0,20 mol de SO2 (g) e 0,20 mol de O2 (g), num reator de 1,6 L de
capacidade, à temperatura T. Depois de o sistema químico atingir o equilíbrio, veri-
ficou-se que 80% da quantidade inicial de SO2 (g) tinha reagido.
Determine a constante de equilíbrio, Kc, da reação considerada, à temperatura T.

Com base na equação química, 2 mol de SO2 (g) é estequiometricamente equiva-


lente a 1 mol de O2 (g) e a 2 mol de SO3 (g).
Considerando x o valor da quantidade de O2 (g) que reagiu até se atingir o equi-
líbrio, podem relacionar-se as quantidades, no início e no equilíbrio, das substân-
cias envolvidas na reação, utilizando o seguinte procedimento:

254
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

2 SO2 (g) O2 (g) 2 SO3 (g)

Inicial 0,20 mol 0,20 mol 0

Variação – 2x –x + 2x

Equilíbrio 0,20 – 2x 0,20 – x 2x

Cálculo de x a partir da quantidade de SO2 (g) que reagiu:


80
nSO que reagiu = × 0,20 mol = 0,160 mol = 2x ⇒ x = 0,0800 mol
2 100
Cálculo das concentrações de SO2 (g), O2 (g) e SO3 (g) no equilíbrio:
(0,20 – 0,160) mol (0,20 – 0,0800) mol
[SO2]e = = 0,0250 mol dm3 ; [O2]e = =
1,6 dm3 1,6 dm3
2 × 0,0800 mol
= 0,0750 mol dm–3 ; [SO3]e = = 0,100 mol dm–3
1,6 dm3
Cálculo da constante de equilíbrio da reação, à temperatura T:
!SO3!e2 0,1002
Kc = = = 2,1 x 102
!SO2!e2 !O2!e 0,02502 × 0,0750

Quociente da reação
Q 11
Para saber se, num determinado instante e a uma determinada temperatura, um sistema está
ou não em equilíbrio, determina-se o quociente da reação, Qc. Para uma reação química (sis-
tema homogéneo):
a A + b B + ... c C + d D + ...
o quociente da reação, Qc, exprime-se por uma relação idêntica à de Kc, mas as concentra-
ções dos reagentes e dos produtos da reação são as do estado do sistema nesse instante,
que, geralmente, não é o de equilíbrio:

!C!c× !D!d...
Qc =
!A!a× !B!b ...

Comparando os valores de Qc com valores conhecidos de Kc, a uma dada temperatura,


se Qc = Kc, o sistema está em equilíbrio, mas se Qc ≠ Kc, o sistema não está em equilíbrio.

Se o sistema não está em equilíbrio, as velocidades das reações direta e inversa são diferen-
tes. Qual será o sentido dominante para a reação até atingir um novo estado de equilíbrio?

Para atingir um estado de equilíbrio é necessário que


a concentração dos produtos aumente, de modo que
Qc < Kc
o valor de Qc se aproxime de Kc, à mesma temperatura.
A reação direta é a predominante.
Qc ≠ Kc
Para atingir um estado de equilíbrio a concentração
dos produtos tem de diminuir, de modo que o valor de
Qc > Kc Qc se aproxime de Kc, à mesma temperatura.
A reação inversa é a predominante.

255
QUÍMICA 11.° Ano

Questão resolvida

12. À temperatura de 500 K mediu-se, numa mistura reacional, as concentrações de


amoníaco presente, bem como as de nitrogénio e hidrogénio:
1,12 × 10–3 mol dm–3 de NH3, 2,23 × 10–2 mol dm–3 de N2 e 1,24 × 10–2 mol dm–3 de H2.
A constante de equilíbrio, Kc, da reação, à referida temperatura, é 63,7.
N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g)
Para o instante em que se processou essa análise:
12.1 determine o quociente da reação;
12.2 conclua sobre o sentido dominante para a reação.

!NH3!2 (1,12 × 10–3)2


12.1 Qc = = = 29,5
!N2! × !H2! 3 (2,23 × 10–2) (1,24 × 10–2)3

12.2 Como Qc ≠ Kc, a reação não está em equilíbrio. O sistema evoluirá sempre
de maneira a tornar o valor de Qc mais próximo da constante de equilíbrio.
Neste caso, como Qc < Kc , Qc tende a aumentar, logo, a reação progride
no sentido de aumentar a concentração dos produtos e diminuir a concen-
tração dos reagentes, ou seja, o sentido dominante para a reação é o direto.

1.2.3 Fatores que alteram o equilíbrio químico

Quando se provoca uma determinada perturbação num sistema reacional em equilíbrio, o


sistema não fica, em geral, num estado de equilíbrio e vai ser favorecido um determinado
sentido da reação, de forma a atingir um novo estado de equilíbrio.

As perturbações que podem alterar o equilíbrio de um sistema reacional são as que se rela-
cionam com os fatores que afetam o quociente da reação ou a constante de equilíbrio:

• concentração dos componentes da mistura reacional;


• pressão (no caso de um ou mais componentes serem gases);
• temperatura.

Concentração

Para um sistema em equilíbrio um aumento da concentração dos reagentes (por exemplo, adi-
cionando reagentes a volume constante) ou uma diminuição da concentração dos produtos
da reação (por exemplo, retirando produtos a volume constante) implica que Qc fique menor
do que Kc, o que favorece a formação de produtos (favorecimento da reação no sentido di-
reto: Qc aumentará até igualar Kc). Uma diminuição da concentração dos reagentes ou um
aumento da concentração dos produtos da reação origina o efeito oposto.

256
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

Pressão

A pressão de um gás, para a mesma temperatura, é tanto maior quanto maior for a quantidade
de matéria por unidade de volume.

A alteração da pressão (por variação do volume) de um sistema reacional em equilíbrio só


terá influência no estado de equilíbrio se um ou mais componentes forem gases e quando
a soma dos coeficientes estequiométricos das espécies reagentes no estado gasoso for
diferente da soma dos coeficientes estequiométricos dos produtos no estado gasoso.

Um aumento da pressão, por diminuição de volume de um sistema gasoso em equilíbrio, favorece


o sentido da reação em que a quantidade total das substâncias no estado gasoso seja menor.

Uma diminuição da pressão, por aumento do volume de um sistema gasoso em equilíbrio,


tem o efeito oposto.

Se a soma dos coeficientes estequiométricos das espécies reagentes no estado gasoso for
igual à soma dos coeficientes estequiométricos dos produtos no estado gasoso, a alteração
da pressão (por variação do volume) não influencia o estado de equilíbrio.

Temperatura

A variação de temperatura, contrariamente à variação de concentração e pressão, pode afe-


tar o valor da constante de equilíbrio.
Q 11
Verifica-se que, para uma reação exotérmica, a constante de equilíbrio diminui com o au-
mento da temperatura. Para uma reação endotérmica, a constante de equilíbrio aumenta
com o aumento da temperatura.

Princípio de Le Châtelier

O Princípio de Le Châtelier permite prever, qualitativamente, as consequências de alterações


de concentração, pressão e temperatura impostas a um sistema químico em equilíbrio.

Princípio de Le Châtelier
Um sistema químico em equilíbrio, sujeito a alterações (de temperatura, pressão ou
concentração), tende a contrariar a perturbação que lhe foi imposta até atingir um novo
estado de equilíbrio.

A perturbação aumento da concentração de um dos componentes do sistema químico pro-


voca uma alteração do estado de equilíbrio, sendo favorecido o sentido da reação em que
diminui a concentração desse componente (o sentido em que é consumido), até se atingir
um novo estado de equilíbrio.
A perturbação aumento da pressão, por diminuição de volume do sistema em equilíbrio, pro-
voca uma alteração do estado de equilíbrio, sendo favorecido o sentido da reação que con-
duz a uma diminuição da pressão, ou seja, aquele que conduz a uma diminuição da quan-
tidade total das substâncias no estado gasoso, até se atingir um novo estado de equilíbrio.
A perturbação aumento de temperatura favorece o sentido da reação que ocorre com absor-
ção de energia, o sentido da reação endotérmica, até se atingir um novo estado de equilíbrio.

257
QUÍMICA 11.° Ano

Questões resolvidas

13. Uma das principais etapas de produção do ácido sulfúrico é traduzida pela equação:
2 SO2 (g) + O2 (g) 2 SO3 (g)
A 400 oC, o equilíbrio apresenta 99% de SO3 e a 800 oC apenas 14%.
13.1 Classifique este processo do ponto de vista energético.
13.2 Preveja, com base no Princípio de Le Châtelier, como:
a) evolui a reação quando se retira SO3 (g) ao sistema em equilíbrio;
b) varia a percentagem de SO3 (g) em equilíbrio quando se diminui a pressão.

13.1 Um aumento da temperatura do sistema provocou uma diminuição da per-


centagem do produto da reação, o que permite concluir que o aumento de
temperatura favorece a reação no sentido inverso (houve consumo de SO3).
De acordo com o Princípio de Le Châtelier, o aumento da temperatura provo-
ca uma evolução do sistema no sentido da reação em que há consumo de
energia, a reação endotérmica. Assim, esta reação é endotérmica no sentido
inverso, logo, é exotérmica no sentido direto.

13.2 a) De acordo com o Princípio de Le Châtelier, a diminuição da quantidade


do produto da reação favorece a reação que conduz a um aumento da
quantidade de produto da reação, ou seja, a reação no sentido direto, até
se estabelecer um novo equilíbrio.
b) A diminuição da pressão do sistema é consequência do aumento do volume.
De acordo com o Princípio de Le Châtelier, a diminuição da pressão do
sistema favorece a reação que conduz a um aumento da pressão, ou seja,
no sentido em que a quantidade total das substâncias no estado gasoso
seja maior. Neste caso, a reação que conduz a um aumento de quanti-
dade de gases é a reação inversa [2 mol → (2 + 1) mol]. Conclui-se, assim,
que a percentagem de SO3 (g) diminuirá.

14. A reação de decomposição do cloreto de carbonilo, COC!2, em monóxido de car-


bono, CO, e em cloro molecular, C!2, pode ser traduzida por:

COC!2 (g) CO (g) + C!2 (g) ; H > 0

O gráfico traduz a evolução, ao longo do tempo, das concentrações das espécies


envolvidas na reação de decomposição.
c / mol dm-3

0,14
0,12 C!2
0,10
CO
0,08
0,06
COC!2
0,04
0,02
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
t / min

Considere que o valor da constante de equilíbrio não se alterou nos 18 min de


evolução do sistema.

258
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

14.1 No instante t = 4 min, o sistema químico foi perturbado


(A) pela diminuição da temperatura do sistema.
(B) pelo aumento da temperatura do sistema.
(C) pelo aumento de volume do sistema.
(D) pela diminuição de volume do sistema.
14.2 Que perturbação foi aplicada ao sistema químico no instante t = 10 min?
14.3 Justifique o sentido dominante da reação após a perturbação aplicada ao sis-
tema no instante t = 14 min, com base no valor do quociente da reação para
esse instante.
14.4 Conclua, justificando, como variará a constante de equilíbrio, Kc, da reação
considerada se a temperatura do sistema químico diminuir.

14.1 (C). A constante de equilíbrio da reação não se alterou durante a evolu-


ção do sistema, o que permite concluir que a temperatura permaneceu
constante. Assim, o sistema, inicialmente em equilíbrio, foi perturbado por
uma variação da pressão, consequência da variação de volume do sistema.
A análise do gráfico mostra que a reação direta foi favorecida, ou seja, a
reação em que a quantidade total de gases é maior, o que corresponde a um
aumento da pressão do sistema. Isto significa, de acordo com o Princípio de
Q 11
Le Châtelier, que a perturbação aplicada ao sistema foi uma diminuição da
pressão do sistema, logo, um aumento do volume do sistema.

14.2 No instante t = 10 min, o sistema em equilíbrio foi perturbado pela diminuição


da concentração de CO (g), uma vez que a sua concentração diminui en-
quanto a dos restantes componentes se mantém constante.

14.3 Cálculo do quociente da reação:


!CO! × !C! ! 0,04 × 0,08
2
Qc = = = 0,16
!COC!2! 0,02
Cálculo da constante de equilíbrio ([12; 14] min):
!CO! × !C! ! 0,06 × 0,12
e 2e
Kc = = = 0,24
!COC!2!e 0,03
Como Qc < Kc, é favorecido o sentido em que Qc aumenta, o sentido direto,
com o consequente aumento da quantidade dos produtos, CO (g) e C 2 (g),
e diminuição da quantidade do reagente, COC 2 (g), o que está de acordo
com a análise do gráfico.

14.4 De acordo com o Princípio de Le Châtelier, a diminuição da temperatura


favorece a reação exotérmica. Como a reação direta é endotérmica, a reação
inversa é exotérmica. Assim, uma diminuição da temperatura conduz a um
aumento da concentração de COC 2 (g) e a uma diminuição das concen-
trações de CO (g) e C!2 (g).
!CO! × !C! !
e 2e
Sendo Kc = , conclui-se que a constante de equilíbrio diminuirá
!COC!2!e
se a temperatura diminuir.

259
QUÍMICA 11.° Ano

Equilíbrio químico e otimização de reações químicas

A aplicação do Princípio de Le Châtelier a processos industriais, e considerações sobre a


velocidade das reações, permitem prever condições de otimização dos processos, ou seja,
selecionar valores de temperatura e pressão e justificar o uso de catalisadores.

Na síntese industrial do amoníaco, feita pela processo de Haber-Bosch, a quantidade de amo-


níaco na mistura reacional aumenta com o aumento da pressão e diminui com o aumento da
temperatura.
N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g) ; H = –92,0 kJ mol–1

Pressões elevadas: utilizam-se porque a reação direta é acompanhada de um decréscimo da


quantidade de matéria de espécies no estado gasoso.

Temperaturas baixas: utilizam-se, pois, a reação direta é exotérmica (aumento da constante


de equilíbrio, ou seja, reação direta mais extensa com a diminuição da temperatura).

No entanto, a pressões elevadas os custos de produção são elevados e a temperaturas baixas


o amoníaco é produzido muito lentamente. A escolha das condições para a produção indus-
trial está dependente dos custos económicos: é preferível obter rapidamente percentagens
moderadas de amoníaco do que esperar muito tempo para obter percentagens elevadas.

Para aumentar a rapidez do processo utilizam-se catalisadores. Estes apenas permitem que
se atinja o equilíbrio mais rapidamente (aumentam a eficiência do processo), não havendo, no
entanto, influência na extensão da reação.

1.2.4 Efeito da concentração no equilíbrio químico (AL 1.2)

Quando se mistura uma solução que contém iões ferro(III), Fe3+ (Fig. 1.5), com uma solução que
contém iões tiocianato, SCN− (Fig. 1.6), forma-se o ião complexo tiocianato de ferro(III), [FeSCN]2+.

Fig. 1.5 Solução aquosa de Fe(NO3)3. Fig. 1.6 Solução aquosa de KSCN.

A reação dá origem a um equilíbrio homogéneo, em fase líquida, traduzido pela equação química:
Fe3+ (aq) + SCN– (aq) [FeSCN]2+ (aq)

amarelo vermelho
A cor produzida pelo ião complexo formado pode ser um indicador da posição de equilíbrio.

260
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

Evolução do sistema quando se faz variar a concentração

Para o estudo do efeito da variação da concentração no equilíbrio referido (célula A1 da Fig. 1.7)
adiciona-se:
• KSCN (aq);
• Fe(NO3)3 (aq);
• AgNO3 (aq);
• KF (s).

Verifica-se que a adição de:

• KSCN (aq) irá perturbar o equilíbrio existente (aumento da


concentração de SCN−): o sistema evoluirá no sentido da
formação de produto; a mistura reacional deverá apresen-
tar uma cor vermelha mais escura (célula A2 da Fig. 1.7);

• Fe(NO3)3 (aq) irá perturbar o equilíbrio existente (aumento


da concentração de Fe3+): o sistema evoluirá no sentido da
formação de produto; a mistura reacional deverá apresen-
tar uma cor vermelha mais intensa (célula B2 da Fig. 1.7);

• AgNO3 (aq) irá perturbar o equilíbrio existente (diminuição


Fig. 1.7 Resultado dos testes para
da concentração de SCN−): o sistema reacional evoluirá
no sentido da formação de reagentes; a mistura reacional
o estudo do efeito da concentração Q 11
dos reagentes, no equilíbrio
deverá apresentar uma cor muito menos intensa (amare- químico em estudo.

la) (célula C2 da Fig. 1.7). A diminuição da concentração


dos iões SCN− em solução explica-se pela reação dos
iões Ag+ com os iões SCN−:
SCN– (aq) + Ag+ (aq) AgSCN (s)

A formação do precipitado (branco) de tiocianato de prata remove iões SCN− da solução;

• KF (s) irá perturbar o equilíbrio existente (diminuição da concentração de Fe3+): o sistema


evoluirá no sentido da formação de reagentes; a mistura reacional deverá apresentar
uma cor vermelha muito menos intensa (célula D2 da Fig. 1.7). A adição de KF (s) conduz à
presença de iões fluoreto, F−, em solução, que reagem com os iões Fe3+:

Fe3+ (aq) + 6 F– (aq) [FeF6]3– (aq)

A formação do ião complexo [FeF6]3− remove iões Fe3+ do sistema reacional.

261
QUÍMICA 11.° Ano

Questões propostas

Aspetos qualitativos das reações químicas

1. Na produção industrial do ácido nítrico pelo processo de Ostwald, o primeiro passo consiste
na oxidação do amoníaco a óxido nítrico, na presença de um catalisador de platina. A figura
seguinte representa a reação com um modelo molecular .

N O

Pt
H

1.1 A representação da reação química respeita a Lei de Lavoisier? Justifique.


1.2 Escreva a equação química da reação representada, considerando todas as substâncias
no estado gasoso.
1.3 Nas condições de pressão e de temperatura em que a reação ocorre, a densidade do
oxigénio é 1,43 g dm–3.
Determine, nas condições da reação, o volume de oxigénio necessário para a reação com-
pleta de 5,4 g de amoníaco.

2. O metano, CH4, é a principal matéria-prima utilizada para a produção industrial do hidrogé-


nio, H2. O processo designa-se por reformação do metano com vapor de água, no qual se
obtém não só hidrogénio, mas também monóxido de carbono, CO. A figura seguinte repre-
senta a proporção dos reagentes no reator de produção de hidrogénio por reformação do
metano.
2.1 Qual é o reagente limitante?
2.2 Admitindo que cada representação de molécu-
la corresponde a 1 mol de composto, que um
dos reagentes se esgota e que as substâncias
que reagem se transformam totalmente nos
produtos da referida reação, determine:
a) a massa de hidrogénio que se obtém;
b) a massa de reagente em excesso no final
Oxigénio Hidrogénio Carbono
da reação.

3. O acetato de etilo, CH3COOC2H5 (M = 88,12 g mol–1) pode ser preparado a partir da reação
entre o etanol, C2H5OH (M = 46,08 g mol–1), e o ácido acético, CH3COOH (M = 60,06 g mol–1),
utilizando ácido sulfúrico como catalisador. Na reação também se produz água, H2O.
3.1 Escreva a equação química da reação, considerando que esta ocorre em meio aquoso.
3.2 Considere que se fizeram reagir 15,0 mL de etanol (ρ = 0,798 g cm–3) com igual volume de
ácido acético (ρ = 1,049 g cm–3). Determine:
a) a massa de reagente que fica por reagir se, na reação considerada, o reagente limitante
se esgotar;
b) o valor máximo da massa de acetato de etilo que pode ser preparado.

262
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

4. Um dos processos de purificação do dióxido de titânio, TiO2, obtido a partir do minério rutilo,
é a cloração, que pode ser traduzida por:

3 TiO2 (s) + 4 C (s) + 6 C!2 (g) → 3 TiC!4 (!) + 2 CO (g) + 2 CO2 (g)

4.1 Qual é a massa de cloreto de titânio, TiC!4, que se obtém da reação de 1,25 × 104 kg de
rutilo, com 95% em massa de dióxido de titânio, com 5,00 × 103 kg de carbono e cloro em
excesso? Apresente todas as etapas de resolução.
4.2 Indique por que razão, no primeiro passo do processo de purificação do dióxido de titâ-
nio, o carbono e o cloro são utilizados em excesso.

5. Para eliminar o dióxido de carbono, CO2, da atmosfera das naves espaciais, são utilizados
recipientes com hidróxido de lítio, LiOH. A reação que ocorre pode ser traduzida por:

CO2 (g) + 2 LiOH (s) → Li2CO3 (s) + H2O (!)

5.1 Determine o volume máximo de dióxido de carbono, medido em condições PTN, que
pode ser eliminado por 323 g de hidróxido de lítio.
5.2 Na reação de 2,72 mol de CO2 com 8,35 mol de LiOH obtiveram-se 187 g de Li2CO3 (s).
a) De acordo com a informação, conclui-se que o LiOH é o reagente _________
e o rendimento da reação é _________.
(A) em excesso … 100%
(B) limitante … 100%
(C) em excesso … inferior a 100%
(D) limitante … inferior a 100%
b) Admitindo que um dos reagentes se esgota e que as substâncias que reagem se trans-
formam totalmente nos produtos da reação dada, a massa de sólido presente no final
da reação seria
(A) 271 g.
(B) 257 g.
(C) 201 g.
(D) 187 g.

6. Jacques Charles ficou famoso por ter participado na construção do primeiro balão com hi-
drogénio, em substituição do balão de ar quente. Para produzir o hidrogénio, com o qual o
balão foi cheio, Charles utilizou ferro metálico e ácido sulfúrico, de acordo com a equação:

Fe (s) + H2SO4 (aq) → FeSO4 (aq) + H2 (g)

O balão de Charles tinha um volume de 380 m3, medido em condições em que o volume
molar era 24,5 dm3 mol−1. Determine:
6.1 a quantidade de ferro usada na produção do H2;
6.2 o número de garrafas de ácido sulfúrico, de concentração 18 mol dm−3 e com a capacida-
de 20,0 L, necessárias ao enchimento do balão.

263
QUÍMICA 11.° Ano

Questões propostas

7. O ditionito de sódio, Na2S2O4 (M = 174,12 g mol–1), comercialmente conhecido como hidros-


sulfito de sódio, é utilizado como agente branqueador na indústria do papel. O «hidrossulfito
de sódio» comercial contém 90,1% em massa de Na2S2O4.
O ditionito de sódio pode ser preparado a partir da seguinte sequência de reações:

Zn (s) + 2 SO2 (g) → ZnS2O4 (s)


ZnS2O4 (s) + Na2CO3 (aq) → ZnCO3 (s) + Na2S2O4 (aq)

Determine a massa de «hidrossulfito de sódio» comercial que contém a massa de ditionito


de sódio que pode ser preparado a partir de 1,25 kg de Zn (M = 65,39 g mol–1) e 2,75 kg de
SO2 (M = 64,07 g mol–1).

8. Nas modernas instalações de produção de amoníaco, o hidrogénio é obtido a partir do me-


tano e do vapor de água.

CH4 (g) + 2 H2O (g) → CO2 (g) + 4 H2 (g)

Na reação de 448 L de metano, medidos em condições PTN, com 756 g de água


(A) reagem 21 moles de metano.
(B) formam-se, no máximo, 40 moles de dióxido de carbono.
(C) há um excesso de 2,0 g de água.
(D) formam-se, no máximo, 4,8 × 1025 moléculas de hidrogénio.

9. O hidrogénio pode ser obtido laboratorialmente a partir da reação do alumínio, A!, com
ácido sulfúrico, H2SO4, de acordo com a seguinte equação química:

2 A! (s) + 3 H2SO4 (aq) → A!2(SO4)3 (aq) + 3 H2 (g)

9.1 Considere uma amostra de 94,5 g, com 80%, em massa, de alumínio.


a) Calcule a quantidade máxima de hidrogénio que se obtém quando se faz reagir a
amostra com ácido em excesso.
b) Determine o volume de hidrogénio que se obtém, em condições PTN, se o rendimento
da reação for de 60%.
9.2 A 500 mL de solução aquosa de ácido sulfúrico juntaram-se 15,14 g de alumínio. No final
da reação verificou-se que ficaram por reagir 9,74 g de alumínio.
Calcule a concentração da solução de ácido sulfúrico, considerando que todo o ácido reagiu.

10. Nas centrais termoelétricas, o processo usado para minimizar a quantidade de dióxido de
enxofre, SO2, libertado para a atmosfera consiste em usar o óxido de magnésio, MgO, para
fixar este poluente. Este processo é descrito pela equação:

2 SO2 (g) + 2 MgO (s) + O2 (g) → 2 MgSO4 (s)

Considere que numa central termoelétrica são, em média, libertadas para a atmosfera cerca
de 3000 toneladas de SO2 por cada MW h de energia elétrica produzida.
10.1 Determine a massa mínima de óxido de magnésio necessária para remover o SO2 pro-
duzido por cada MW h.
10.2 Calcule o volume mínimo de ar, medido em condições PTN, que contém o oxigénio
necessário à remoção do SO2 produzido.
Considere a percentagem, em volume, de O2 no ar 21%.

264
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

11. Dissolveram-se 6,50 g de uma amostra de cloreto de sódio, NaC!, com 10% de impurezas
em 100 mL de água destilada. A esta solução adicionou-se uma solução de nitrato de pra-
ta, AgNO3, para que todo o ião cloreto, C!–, presente na solução inicial, precipitasse sob a
forma de cloreto de prata, AgC!:
C!– (aq) + Ag+ (aq) → AgC! (s)

A massa de cloreto de prata obtido foi 14,16 g.


11.1 Determine o rendimento da reação de precipitação.
11.2 Determine a concentração em iões cloreto na solução inicial.

12. O cianeto de hidrogénio, HCN, pode ser sintetizado através da reação do metano, CH4,
com amoníaco, NH3, e oxigénio, O2. Nesta reação, que ocorre em fase gasosa, também se
produz água, H2O.
12.1 Escreva a equação química da reação, considerando que esta ocorre em fase gasosa.
12.2 Considere que se fizeram reagir 175 kg de metano com igual massa de amoníaco e
oxigénio em excesso. Determine:
a) o valor máximo da quantidade de HCN que pode ser sintetizado;
b) a quantidade de reagente que fica por reagir quando um dos reagentes é totalmente
consumido.
12.3 Se o rendimento da reação fosse 97,5%, qual seria a massa de amoníaco necessária
para sintetizar a mesma quantidade de HCN?

13. O ácido adípico, C6H10O4, pode ser preparado fazendo reagir ciclo-hexeno, C6H10 , com di-
cromato de sódio, Na2Cr2O7, em solução aquosa de ácido sulfúrico, H2SO4. A reação global
pode ser traduzida pela equação:

3 C6H10 (!) + 4 Na2Cr2O7 (aq) + 16 H2SO4 (aq) → 3 C6H10O4 (aq) + 4 Cr2(SO4)3 (aq) + 4 Na2SO4 (aq) + 16 H2O (!)

O rendimento global para este processo de preparação do ácido adípico é cerca de 70%.
13.1 Qual é a massa de ciclo-hexeno necessária para preparar 12,0 g de ácido adípico?
13.2 Dispondo apenas em laboratório de dicromato de sódio di-hidratado, Na2Cr2O7•2H2O,
determine a massa de sal di-hidratado necessária à preparação de 12,0 g de ácido
adípico.

14. O superóxido de potássio, KO2, é usado em equipamentos de respiração para bombeiros


e mineiros e para a regeneração do ar. O ar expirado contém dióxido de carbono, CO2,
e vapor de água, H2O, sendo ambos removidos, ocorrendo simultaneamente a produção de
oxigénio, O2.
A remoção do vapor de água gera oxigénio necessário à respiração, através da reação:

4 KO2 (s) + 2 H2O (g) → 3 O2 (g) + 4 KOH (s)

O hidróxido de potássio, KOH, formado na reação anterior, remove o dióxido de carbono


pela reação:
KOH (s) + CO2 (g) → KHCO3 (s)

Considere que as duas reações de remoção são completas.


14.1 Calcule a massa de oxigénio obtida quando se processa a remoção de 24,0 g de vapor
de água.

265
QUÍMICA 11.° Ano

Questões propostas

14.2 O projetista de um submarino pretende calcular a massa de superóxido de potássio que


deve ser utilizada para remover 100 L de CO2. Determine a massa de KO2 necessária,
considerando que a densidade do dióxido de carbono removido é 1,80 g dm–3.
14.3 Com base na informação dada, pode afirmar-se que
(A) para produzir uma determinada quantidade de O2, é necessário igual quantidade
de KO2.
(B) para remover 1 mol de CO2, são necessários 4 mol de KO2.
(C) a massa de CO2 removida é maior do que a de H2O.
(D) a quantidade de H2O removida é maior do que a quantidade de CO2.

15. O dicromato de sódio, Na2Cr2O7 , pode ser preparado por reação do cromato de sódio,
Na2CrO4, com água e dióxido de carbono:

2 Na2CrO4 (s) + H2O (!) + 2 CO2 (g) → Na2Cr2O7 (aq) + 2 NaHCO3 (aq)

15.1 Mostre que o cromato de sódio é o reagente limitante quando 85,0 g de cromato de
sódio reagem com 11,0 g de água e dióxido de carbono em excesso.
15.2 Com base nos pressupostos da «química verde», explique porque se opta por usar um
excesso de água e de dióxido de carbono.

16. A reação entre o óxido de ferro(III), Fe2O3, e o monóxido de carbono, CO, tem como produto
desejado o ferro metálico:

Fe2O3 (s) + 3 CO (g) → 2 Fe (s) + 3 CO2 (g)

16.1 Mostre que a economia atómica do processo de produção do ferro é de 45,8%.

16.2 Comente a afirmação: «De acordo com os pressupostos da “química verde”, uma reação
que apresente elevada eficiência é ambientalmente adequada.»

16.3 De acordo com os pressupostos da «química verde», para avaliar a eficiência de uma
reação química tem de se ter em conta
(A) a rentabilização do processo em termos económicos.
(B) a maximização da incorporação dos reagentes no produto final.
(C) a utilização de energias renováveis.
(D) apenas o rendimento da reação.

17. O hidrogénio, H2, pode ser obtido por reformação catalítica de gás natural (CH4):

CH4 (g) + H2O (g) → CO (g) + 3 H2 (g)

Um outro processo consiste em fazer passar o vapor de água através de carvão, como
mostra a equação seguinte:
C (s) + 2 H2O (g) → CO2 (g) + 2 H2 (g)

17.1 Compare a eficiência dos dois processos com base na economia atómica para cada uma
das reações.
17.2 Indique uma desvantagem do processo de reformação catalítica relativamente ao do
carvão, tendo em consideração o ponto de vista da «química verde».

266
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

Equilíbrio químico e extensão das reações

18. Um dos métodos de síntese de iodeto de hidrogénio, HI (g), utiliza a reação entre o iodo,
I2, e o hidrogénio, H2. Numa experiência, 0,100 mol de cada uma das substâncias, I2 e H2,
foram colocadas num recipiente fechado de 1,00 L de capacidade e a mistura foi aquecida
a 425 °C. A figura representa a progressão da reação química com um modelo molecular.

Iodo

Hidrogénio

Iodeto de hidrogénio

18.1 Conclua, justificando com base na figura, que a reação de síntese do iodeto de hidrogé-
nio, nestas condições, é uma reação incompleta.
18.2 Escreva a equação química que traduz a reação de síntese do iodeto de hidrogénio.
18.3 Após estabelecido o equilíbrio, a concentração de
(A) HI é o dobro da concentração inicial de H2.
(B) H2 é metade da concentração de I2.
(C) H2 é igual à concentração de I2.
(D) I2 é igual a zero.
18.4 Considere que, no equilíbrio, a quantidade de I2 na mistura reacional é 0,021 mol.
Determine a constante de equilíbrio da reação, à temperatura de 425 ºC.
18.5 Qual das condições não é necessária para se atingir um estado de equilíbrio químico?
(A) Temperatura constante.
(B) Massa do sistema constante.
(C) Sistema fechado.
(D) Concentrações iguais de reagentes e produtos.
c / mol dm – 3

24,0
19. Um recipiente fechado, contendo amoníaco, NH3, foi sub-
20,0
metido à temperatura de 800 °C, o que provocou a decom-
16,0
posição do amoníaco. O gráfico representa a evolução das
12,0 A
concentrações do reagente e dos produtos da reação ao
longo do tempo. 8,0 B

4,0
2 NH3 (g) N2 (g) + 3 H2 (g) C
0
t
19.1 Faça corresponder cada uma das curvas A, B e C à
substância respetiva presente no sistema reacional.
19.2 Que expressão traduz a constante de equilíbrio para a reação de decomposição do
amoníaco?
!N2!e 3!H2!e !N !e !H !e3 2!NH3!e !NH3!e2
2 2
(A) Kc = 2!NH ! (B) Kc = ! (C) Kc = (D) Kc =
3e NH3!e2 !N2!e 3!H2!e !N2!e !H2!e3

267
QUÍMICA 11.° Ano

Questões propostas

19.3 Calcule o valor dessa constante à temperatura referida.


19.4 Determine o valor da constante de equilíbrio para a síntese do amoníaco à mesma tem-
peratura.
19.5 Na tabela seguinte estão registados os valores da constante de equilíbrio, Kc, da reação
de síntese do amoníaco, a duas temperaturas diferentes.

T / ºC KC

25 3,3 × 108

327 4,1

Comparando o sistema no equilíbrio às duas temperaturas consideradas, a 327 °C


a reação é mais extensa no sentido _________, sendo _________ a conversão de
reagentes em produtos.
(A) direto … maior (C) direto … menor
(B) inverso … maior (D) inverso … menor

20. A figura apresenta o esboço do gráfico que traduz a evolução da concentração, ao longo
do tempo, das espécies X, Y e Z que intervêm numa reação química em fase gasosa, à
temperatura T.
20.1 Qual é a equação que traduz a reação química entre as espécies X, Y e Z?
(A) Y (g) Z (g) + 3 X (g)
(B) X (g) Y (g) + 2 Z (g)
(C) 3 X (g) + Z (g) Y (g)
(D) 2 X (g) + Z (g) 2 Y (g)
Concentração

20.2 Num recipiente fechado introduziram-se, a uma


dada temperatura, 2,0 mol da espécie Y. Depois X

de o sistema químico atingir o equilíbrio, verifi- Y


cou-se que apenas 50% da quantidade inicial de
Z
Y (g) tinha reagido. Determine a quantidade total
de gases presente no equilíbrio.
0 Tempo
21. A figura I mostra um sistema em equilíbrio onde ocorre
a dissociação de uma substância, X2, à temperatura T,
traduzida pela equação:

X2 (g) 2 X (g) ; Kc = 4,5

Num determinado instante o sistema sofre uma pertur-


bação, atingindo posteriormente um novo estado de
equilíbrio, representado na figura II.
21.1 Qual foi a perturbação a que foi submetido o sistema?
(A) Remoção de uma certa quantidade de X2.
I II
(B) Adição de uma certa quantidade de X.
(C) Diminuição de volume.
(D) Aumento de temperatura.

268
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

21.2 A figura apresenta um gráfico que traduz a evolução Q


ao longo do tempo do quociente da reação, Qc, para
o sistema químico considerado.
4,5
No instante t = 0, o sistema encontrava-se à tempe-
ratura T.

a) O sistema químico _________ inicialmente em


t1 t2 t
equilíbrio e evolui no sentido da reação
_________, após lhe ter sido aplicada, no instante
t1, uma perturbação.
(A) não se encontrava … direta (C) não se encontrava … inversa
(B) encontrava-se … direta (D) encontrava-se … inversa
b) Conclua, justificando, como variou a temperatura do sistema no instante t2.

22. O gráfico apresenta a evolução das velocidades V


das reações direta e inversa do sistema químico
traduzido por:
Direta
2 AB (g) 2 A (g) + B2 (g) ; !H > 0 Inversa

22.1 O gráfico permite concluir que, num sistema t1 t2 t


fechado e no instante t1, a concentração de
AB (g)
(A) tem uma taxa temporal de variação nula.
(B) está a diminuir e a concentração de B2 (g) está a aumentar.
(C) é maior do que a concentração de A (g).
(D) menor do que a concentração de B2 (g).
22.2 Após a alteração ao estado de equilíbrio a que o sistema foi submetido no instante t2,
as velocidades das reações direta e inversa aumentaram, o que permite concluir que
o sistema foi sujeito
(A) à adição de um catalisador.
(B) à remoção de reagentes.
(C) à remoção de produtos.
(D) ao aumento da temperatura.

23. Num recipiente fechado de 2,0 L de capacidade foi introduzida, à temperatura de 250 °C,
uma determinada quantidade de pentacloreto de fósforo, PC!5 (g). Ao fim de algum tempo,
estabelece-se o equilíbrio representado pela seguinte equação química:

PC!5 (g) PC!3 (g) + C!2 (g) !H > 0

A constante de equilíbrio, à temperatura de 250 °C, é 1,80.

23.1 Determine a quantidade inicial de PC!5 (g) colocado no recipiente, sabendo que a quan-
tidade de reagente no equilíbrio, à temperatura de 250 °C, é de 5,76 × 10–3 mol.
23.2 Preveja, justificando, como variará a composição da mistura reacional se ocorrer uma
diminuição da temperatura do sistema em equilíbrio.

269
QUÍMICA 11.° Ano

Questões propostas

23.3 Numa outra experiência, a um recipiente de igual capacidade foram adicionados


0,10 mol de PC!5, 0,60 mol de PC!3 e 0,70 mol de C!2, à temperatura de 250 °C.
Determine a concentração de PC!5 no equilíbrio, sabendo que a quantidade de C!2 no
equilíbrio é 0,687 mol. Comece por prever o sentido dominante da reação.
23.4 Qual o gráfico que traduz a variação das concentrações das espécies presentes na mis-
tura reacional, após a adição de um catalisador, no instante t, ao sistema em equilíbrio?

(A) (B) (C) (D)


PC!3(g) PC!3(g)
Concentração

Concentração

Concentração

Concentração
PC!3(g)
C!2(g) C!2(g) PC!3(g)
C!2(g)
C!2(g)
PC!5(g) PC!5(g) PC!5(g)
PC!5(g)
t Tempo t Tempo t Tempo t Tempo

24. A 400 °C, a constante de equilíbrio, Kc, para a reação de síntese do amoníaco é 0,5.

N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g) !H= – 92,2 kJ/mol

24.1 Num recipiente fechado de 2,0 dm3 de capacidade foram introduzidos, à temperatura
de 400 °C, 0,342 mol de N2, 1,260 mol de H2 e 0,546 mol de NH3.
Determine se na evolução do sistema para o equilíbrio há consumo ou formação de NH3.
24.2 Preveja, com base no Princípio de Le Châtelier, em que sentido se deslocaria o
equilíbrio se se introduzisse N2 (g) no recipiente, mantendo a temperatura constante.
24.3 Qual das seguintes perturbações favorece a reação de síntese do amoníaco?
(A) Arrefecimento do sistema.
(B) Aumento do volume do sistema.
(C) Utilização de um catalisador.
(D) Remoção de H2 do sistema.

25. O iodeto de hidrogénio, HI, pode ser obtido da reação entre o hidrogénio, H2, e o iodo, I2,
traduzida pela equação química seguinte:
H2 (g) + I2 (g) 2 HI (g)

O gráfico representa a variação da constante de equilíbrio, Kc, da reação, com a tempera-


tura, no intervalo de 298 K a 700 K.
25.1 Pode afirmar-se que
(A) a síntese do iodeto de hidrogénio é uma Kc
reação endotérmica. 900
800
(B) o arrefecimento, a volume constante, 700
favorece a decomposição do iodeto de 600
hidrogénio. 500
400
(C) um aumento da pressão do sistema em
300
equilíbrio não terá influência no proces- 200
so de formação do iodeto de hidrogénio. 100
0
(D) a remoção de HI do sistema, a temper- 200 400 600 800 T/K
atura constante, faz aumentar o valor da
constante de equilíbrio, Kc.

270
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

Concentração (mol / L)
25.2 Considere que se introduziu num reator de 1,00 L uma
HI
mistura de iodeto de hidrogénio, iodo e hidrogénio 5,0
em fase gasosa. O gráfico representa a evolução ao
longo do tempo das concentrações dessas substân- 3,0
cias, à temperatura de 770 K. I2
1,0 H2
H2 (g) + I2 (g) 2 HI (g) te Tempo

Calcule o rendimento da reação para aquelas condições.


Apresente todas as etapas de resolução.
25.3 Num determinado instante, depois de atingido o estado de equilíbrio, à temperatura de
500 K, removeu-se HI do sistema reacional.
Qual dos gráficos seguintes representa a evolução da concentração de HI, ao longo do
tempo, até ser atingido um novo estado de equilíbrio?
(A) (B) (C) (D)
[HI(g)]

[HI(g)]

[HI(g)]
[HI(g)]

Tempo Tempo Tempo Tempo

26. A síntese de amoníaco pode ser traduzida por:

N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g)

Num recipiente fechado, mantido a temperatura constante, fez-se reagir nitrogénio, N2 (g),
e hidrogénio, H2 (g).
A reação química progrediu, tendo-se atingido, num dado instante, uma situação de
equilíbrio. Este equilíbrio foi depois perturbado por alterações feitas ao sistema reacional.
26.1 Os gráficos seguintes representam a evolução das concentrações dos reagentes e do
produto da reação, ao longo do tempo, à mesma temperatura.

(A) (B) (C) (D)


c/mol dm-3

c/mol dm-3

c/mol dm-3
c/mol dm-3

H2 H2 H2 H2

NH3 NH3 NH3 NH3

N2 N2 N2 N2

Tempo Tempo Tempo Tempo

Indique o gráfico que melhor representa a evolução do sistema reacional após as per-
turbações seguintes ao estado de equilíbrio.
I. Aumento da concentração do produto da reação.
II. Aumento da concentração de um dos reagentes.
III. Diminuição da concentração do produto da reação.
IV. Diminuição da concentração de um reagente.

271
QUÍMICA 11.° Ano

Questões propostas

26.2 O sistema reacional foi submetido a diferentes pressões, mantendo-se a temperatura


constante. Indique, justificando com base no Princípio de Le Châtelier, qual a curva do
gráfico seguinte que poderá representar a relação entre a variação da percentagem de
amoníaco presente na mistura reacional e o aumento de pressão do sistema.

% NH3 na mistura racional


A

Pressão

26.3 A tabela seguinte apresenta as percentagens de amoníaco presentes em diferentes


estados de equilíbrio da mistura reacional, a diferentes temperaturas e a pressão cons-
tante.

Temperatura / ºC % NH3 (g) presente na mistura em equilíbrio

200 63,6

300 27,4

400 8,7

500 2,9

Com base na informação apresentada, justifique a seguinte afirmação: «A reação de


síntese do amoníaco é exotérmica.»

27. A otimização do processo de produção industrial


Percentagem de amoníaco

100
do amoníaco implica um compromisso entre os va- 20 0 ºC

lores de pressão e temperatura e o uso de catalisa- 80 ºC


300
dores. O gráfico ao lado representa a percentagem
60 ºC
de amoníaco obtida em função da pressão, a dife- 400

rentes temperaturas. 40 ºC
500
27.1 Com base na informação do gráfico, indique ºC
20 600
700 ºC
as condições de pressão e temperatura que
seriam mais adequadas à síntese de NH3. 0
200 400 600 800 1000
27.2 A otimização do processo de produção indus- Pressão / atm

trial do amoníaco implica valores de pressão


da ordem de 200 atm e temperatura da or-
dem dos 400 oC.
a) Para estas condições, preveja a percentagem de amoníaco produzida.
b) Explique de que forma estas condições otimizam o processo industrial.

272
DOMÍNIO 1 Equilíbrio químico

28. Um grupo de alunos realizou um trabalho laboratorial em que utilizou o seguinte equilíbrio:

SCN– (aq) + Fe3+ (aq) [FeSCN]2+ (aq); !H < 0

O efeito da concentração das espécies presentes no equilíbrio foi estudado usando uma
placa de microanálise (ver figura). A solução aquosa de [FeSCN]2+ é vermelha.
O grupo de alunos colocou 3 gotas da mistura reacional em equilíbrio anteriormente
preparada em cada uma das células da coluna B e apenas numa célula da coluna A.
Posteriormente, foram feitas alterações à mistura reacional das células da coluna B.
Na figura seguinte apresentam-se os resultados dos testes realizados pelo grupo de alunos.

A B
Adição de Fe(NO3)3 (aq)

Adição de AgNO3 (aq)

Adição de NaF (s)

28.1 Explique a alteração observada na cor da mistura reacional das células da coluna B
comparada com a do equilíbrio inicial (coluna A), em relação à adição de:
a) Fe(NO3)3 (aq); b) AgNO3 (aq); c) NaF (s).
28.2 O gráfico ao lado traduz a evolução, ao longo do tempo, das concentrações das espé-
cies envolvidas na reação de formação do tiocianato de ferro(III), após perturbação do
equilíbrio inicial do sistema reacional.
c / mol dm-3

Qual foi o fator que perturbou o sistema


Fe3+ (aq)
em equilíbrio?
(A) A adição de Fe3+ (aq). [FeSCN]2+ (aq)
(B) A diminuição da concentração de
[FeSCN]2+ (aq).
SCN – (aq)
(C) O aumento da temperatura.
(D) A diminuição da temperatura.

t1 Tempo

273
QUÍMICA 11.° Ano

Domínio 2
Reações em sistemas aquosos
2.1 Reações ácido-base
2.1.1 Definição de ácido e de base
Evolução histórica

O termo «ácido» foi associado ao sabor azedo, enquanto «base» foi associado a materiais
amargos e escorregadios ao tato.
Antoine Laurent Lavoisier (século XVIII) supunha que todos os ácidos continham oxigénio.
Humphrey Davy (século XIX) demonstrou que existem substâncias ácidas sem oxigénio,
como, por exemplo, o ácido clorídrico, HC! (aq). Assim, surgiu a ideia de que o princípio aci-
dificante poderia ser atribuído ao hidrogénio.
Justus von Liebig (século XIX) considerou que todos os ácidos deveriam ser «compostos de
hidrogénio em que este pode ser facilmente substituído por um metal».
Svante August Arrhenius (século XIX) – teoria iónica – admitiu a existência de iões em solu-
ções aquosas, e propôs uma nova teoria:

• ácido: substância que contém hidrogénio e que, dissolvida em água, dá origem a iões
hidrogénio, H+;
• base: substância que contém OH e que, dissolvida em água, se dissocia produzindo iões
hidróxido, OH−.
Limitações da teoria iónica (Arrhenius):

• o ião H+ não existe livre em solução aquosa, pois estabelece ligação com a molécula de
água, H2O, originando o ião hidrónio (ou oxónio), H3O+;
+
H – O + H+ H – O–H

H H

• não explicava por que razão o amoníaco, NH3 (substância molecular), se comportava
como uma base, nem a acidez e basicidade de soluções aquosas de sais;
• aplicava-se apenas a reações em solução aquosa e, por isso, não explicava o comporta-
mento de ácidos e bases noutros solventes ou em fase gasosa.

Ácidos e bases segundo Brønsted e Lowry

Brønsted e Lowry (século XX) – teoria protónica – chegaram, separadamente, a conceitos


mais gerais de ácido e base.

Ácido: espécie (molécula ou ião) com tendência para ceder um ião hidrogénio (H+) a
outra espécie.

Base: espécie (molécula ou ião) com tendência para aceitar um ião hidrogénio (H+).

274
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Como o átomo de hidrogénio, H, tem só um eletrão, o ião H+ é o respetivo núcleo. Sendo


99,99% a abundância relativa do isótopo 11 H, o ião H+ é, geralmente, um protão. Assim, a teoria
de Brønsted-Lowry designa-se por teoria protónica.

Questão resolvida

1. Na teoria protónica de Brønsted-Lowry


(A) o solvente é sempre a água.
(B) um ácido é a espécie que aceita um ião H+.
(C) a água é sempre a espécie ácida.
(D) a água pode aceitar iões H+ .

(D). A teoria de Brønsted-Lowry é abrangente, pois não se limita a reações em


solução aquosa. A água pode aceitar iões H+ transformando-se em H3O+, funcio-
nando a outra espécie como ácido; a água pode também ceder iões H+ transfor-
mando-se em OH– , funcionando a outra espécie como base.

Segundo a teoria de Brønsted-Lowry, as reações de ácido-base explicam-se a partir da trans-


ferência de iões hidrogénio, H+, entre substâncias. Para que um ácido possa ceder um ião Q 11
hidrogénio, H+, é necessário que outra substância (uma base) aceite esse ião.

Por exemplo, na reação do cloreto de hidrogénio com a água, esta comporta-se como uma
base de Brønsted-Lowry (recetor de iões hidrogénio).

+
H
-
H C! + H O H O + C!
H H
Cloreto de hidrogénio Água Ião oxónio Ião cloreto

A cedência de H+ pelo cloreto de hidrogénio implica a rutura da ligação H–C! nas moléculas
de cloreto de hidrogénio, devido às interações com as moléculas de água que, por sua vez,
estabelecem uma ligação com o ião hidrogénio, originando o ião oxónio, H3O+.

Num outro exemplo, na reação do amoníaco, NH3, com a água (reação incompleta), esta com-
porta-se como ácido de Brønsted-Lowry, sendo o amoníaco o recetor de iões hidrogénio
(base de Brønsted-Lowry).

+
H
-
H N H + H O H N H + O H
H H H
Amoníaco Água Ião amónio Ião hidróxido

275
QUÍMICA 11.° Ano

A cedência de H+ pela água resulta da rutura de uma ligação H–O nas moléculas de água,
devido às interações com as moléculas de amoníaco, NH3, que, por sua vez, estabelecem
uma ligação com o ião hidrogénio, H+, originando o ião amónio, NH4+.

Nas reações ácido-base de Brønsted-Lowry há transferência de iões hidrogénio, H+, de um


ácido (espécie dadora) para uma base (espécie recetora).

2.1.2 Acidez e basicidade das soluções


Escala de Sørensen

O pH, um conceito introduzido por Sørensen, fornece indicação sobre o maior ou menor grau
de acidez, ou de alcalinidade, de soluções aquosas, ou sobre a sua neutralidade.

Na escala de Sørensen, a 25 °C, o valor de pH de uma solução neutra é 7. Se o pH for menor


do que 7 será ácida e será básica se for maior do que 7 (Fig. 2.1).
• Soluções ácidas: pH < 7,00.
• Soluções básicas (ou alcalinas): pH > 7,00.
• Soluções neutras: pH = 7,00.

Soluções neutras

Soluções ácidas Soluções básicas

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Acidez crescente Basicidade crescente

Fig. 2.1 Escala de Sørensen, a 25 °C

pH e concentração hidrogeniónica

O valor de pH está relacionado quantitativamente com o valor da concentração do ião hidró-


nio ou oxónio, H3O+, numa solução (concentração hidrogeniónica) (Fig. 2.2).

Concentração de H3O+

Solução aquosa Solução aquosa


alcalina ácida
Água pura
Solução neutra

Fig. 2.2 Caráter químico de uma solução.

276
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

O pH de uma solução é dado, aproximadamente, pelo simétrico do logaritmo (na base 10) do
valor numérico da concentração hidrogeniónica:

pH = –log |H3O+| ⇔ [H3O+] = 10–pH mol dm–3

pH

0 pH < 7 7 pH > 7 14

Água pura
Solução aquosa ácida Solução neutra Solução aquosa alcalina

1 [H3O+] > 10-7 10–7 [H3O+] < 10-7 10–14

Concentração de H3O+

Fig. 2.3 Soluções ácida, neutra e alcalina a 25 °C.

Se o pH diminuir x unidades, a concentração de H3O+ (aq) aumenta 10 x vezes.

Questão resolvida

2. O conceito de pH é muito usado no dia a dia. A tabela apresenta valores de pH para Q 11


quatro amostras de soluções.
2.1 Coloque as amostras por ordem crescente de acidez.
Soluções pH a 25 ºC
2.2 Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada Água da chuva 5,6
uma das afirmações seguintes.
Água do mar 8,0
(A) A concentração de H3O (aq) na água da chuva
+
Água com gás 4,0
é menor do que na água pura.
Água da piscina 7,4
(B) A água pura tem uma concentração de H3O+
(aq) dez vezes maior do que a água do mar.
(C) Uma garrafa de 500 mL de água com gás con-
tém 10–2 mol de H3O+ (aq).
(D) A concentração hidrogeniónica da água da pis-
cina é, aproximadamente, 3,98 × 10–8 mol dm–3.
2.3 Entendendo por acidez de uma solução a concentração hidrogeniónica, H3O+ (aq),
um aumento de acidez de cerca de 100% na amostra da água da chuva determi-
nará um pH de cerca de
(A) 11,2.
(B) 2,8.
(C) 5,3.
(D) 3,6.

277
QUÍMICA 11.° Ano

Questão resolvida

2.1 Água do mar (pH = 8) → água de piscina → (pH = 7,4) → água da chuva
(pH = 5,6) → água com gás (pH = 4,0).

2.2 Verdadeiras: (B) e (D). Falsas: (A) e (C).


(A) A água pura, a 25 oC, tem pH = 7,0. Quanto maior for a concentração
hidrogeniónica, H3O+ (aq), na solução, menor é o valor de pH. Se a água da
chuva tem menor valor de pH do que a água pura, logo, terá maior concen-
tração de H3O+ (aq).

(B) [H3O+]água pura = 10–pH = 10–7 mol dm–3 ; [H3O+]água do mar = 10–pH = 10–8 mol dm–3
[H3O+]água pura
! 10 "
10–7
Relação entre os valores das concentrações: !! +
= ! –8
= 10.
[H3O ]água do mar
(C) [H3O+]água com gás = 10–pH = 10–4 mol dm–3
Cálculo da quantidade de H3O+:
n H O+
cH O+ = !! 3
⇒ nH O+ = 10–4 mol dm–3 × 0,500 dm3 = 5,0 × 10–5 mol
3 V 3

(D) pH = 7,4 ⇒ [H3O+]água de piscina = 10–pH = 10–7,4 = 3,98 × 10–8 mol dm–3

2.3 (C). pH = 5,6 ⇒ [H3O+]água da chuva = 10–pH = 10–5,6 = 2,5 × 10–6 mol dm–3
Aumento de acidez de 100%:
[H3O+]água da chuva = 2,5 × 10–6 mol dm–3 + 2,5 × 10–6 mol dm–3 =
= 5,0 × 10–6 mol dm–3
pH = –log |H3O+|água da chuva = –log (5,0 × 10–6) = 5,3

2.1.3 Autoionização da água

A água no estado líquido, quando quimicamente pura, apresenta uma pequena condutivida-
de elétrica, pelo que devem existir iões na água «pura». Estes iões resultam de uma reação
espontânea entre as moléculas de água (Fig. 2.4), que origina iões H3O+ (aq), os iões hidrónio,
e iões OH− (aq), os iões hidróxido. Esta reação, de extensão muito reduzida, designa-se por
autoionização da água:

+

H2O ( ! ) + H2O ( ! ) H3O+ (aq) + OH– (aq)

( ( ( (
H H + –

O –H + O –H O –H + O –H

H H

Fig. 2.4 Autoionização da água.

278
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Produto iónico da água

A constante de equilíbrio para a reação de autoionização da água é o produto iónico da água,


Kw (a água, por ser o solvente, não é considerada para o cálculo da constante de equilíbrio):

KW = |H3O+|e |OH–|e
A 25 °C, Kw = 1,0 × 10–14.

Relação entre as concentrações de H3O+ e de OH−

Atendendo à estequiometria da reação de autoionização da água, 1 mol de H3O+ equivale este-


quiometricamente a 1 mol de OH−, obtendo-se [H3O+] = [OH−].

Na água pura, as concentrações do ião hidrónio e do ião hidróxido são sempre iguais; no entan-
to, para a maioria das soluções aquosas isso não se verifica. De qualquer modo, em qualquer
solução aquosa, verifica-se sempre que |H3O+|e |OH–|e = KW.

Qualquer solução aquosa com concentrações de H3O+ (aq) e OH− (aq) iguais é considerada
neutra (Fig. 2.5).

H3O+ OH

[H3O+] > [OH-] [H3O+] < [OH-]

Q 11
[H3O+] [H3O+] = [OH-] [OH-]

[OH-] [H3O+]

Solução Solução Solução


ácida neutra alcalina

Fig. 2.5 Relação entre a concentração de H3O+, a concentração de OH– e o caráter químico de uma solução aquosa.

A relação entre as concentrações de H3O+ e de OH− (Fig. 2.6), que é uma relação de proporcio-
nalidade inversa, em qualquer solução aquosa (diluída), pode traduzir-se graficamente como se
apresenta a seguir, por exemplo, para a temperatura de 25 °C:
[ OH -] / (×10 -7 mol dm -3 )

6,0 [H 3 O + ] < [OH ] – Solução básica


5,0
4,0
3,0 [H 3 O + ] = [OH ] – Solução neutra
2,0

1,0 [H 3 O + ] > [OH ] – Solução ácida

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0


[ H 3O +] / (10 -7 mol dm -3 )

Fig. 2.6 Relação entre as concentrações de H3O+


e de OH– em soluções aquosas, a 25 °C.

279
QUÍMICA 11.° Ano

Questão resolvida

3. Considere os resultados das análises de duas amostras de saliva humana, X e Y,


realizadas a 25 °C.

Amostra X: pH = 6,0 Amostra Y: [OH−] = 1,0 × 10−9 mol dm−3

Relativamente às amostras X e Y pode concluir-se que


(A) a amostra X tem a concentração de 1,0 × 10−8 mol dm−3 em iões oxónio, H3O+ (aq).
(B) a amostra Y tem um pH = 9.
(C) a amostra Y é mais alcalina.
(D) a concentração em ião hidróxido, OH− (aq), na amostra Y é menor do que na
amostra X.

(D). pHamostra X = 6,0 ⇒ –log |H3O+| = 6,0 ⇒ [H3O+]amostra X = 1,0 × 10–6 mol dm–3
ou [H3O+ ]amostra X = 10–pH = 10–6 mol dm–3.
KW 1,0 × 10–14
KW = |H3O+|e |OH–|e ⇒ |H3O+| = !! = !! = 1,0 × 10–5 ⇒ pHamostra Y =
|OH–| 1,0 × 10–9
= –log |H3O+| = 5.
A amostra Y (pH = 5) tem menor pH do que a amostra X (pH = 6), logo, maior
acidez.
KW 1,0 × 10–14
[OH–]amostra X = !! +
= !! –6
= 1,0 × 10–8 mol dm–3 ⇒ [OH–]amostra Y < [OH–]amostra X
|H3O | 10

Efeito da temperatura na autoionização da água

A reação de autoionização da água é endotérmica:

H2O (!) + H2O (!) — H3O+ (aq) + OH– (aq) ; "H = 55,8 kJ mol–1

Com base no Princípio de Le Châtelier, pode prever-se que um aumento da temperatura do


sistema em equilíbrio provoca uma evolução do sistema no sentido da reação endotérmica.
Assim, um aumento da temperatura do sistema conduz à formação de produtos, ou seja,
aumentam simultaneamente as concentrações de H3O+ e de OH− e, consequentemente, dimi-
nui o pH. No entanto, qualquer que seja a temperatura, para a água pura verifica-se sempre
[H3O+] = [OH−].

Questão resolvida

4. Na água no estado líquido, algumas moléculas de


Temperatura / ºC Kw
água, H2O, reagem entre si, originando iões H3O+
10 2,9 × 10–15
e iões OH−:
25 1,0 × 10–14
H2O (!) + H2O (!) — H3O (aq) + OH (aq)
+ −
60 9,6 × 10–14

Considere os valores do produto iónico da água da tabela, para diferentes temperatu-


ras. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.

280
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

(A) Para a água pura, [H3O+] = [OH−] a qualquer temperatura.


(B) Os valores do pH não são influenciados pelo aumento da temperatura.
(C) A autoionização da água é um processo endotérmico.
(D) A reação de autoionização a 10 °C é mais extensa do que a 60 °C.
(E) O pH da água pura a 25 °C é 7.
(F) A elevação da temperatura provoca um aumento do pH da água pura.
(G) A concentração de OH− (aq) na água pura a 60 °C é menor do que a 10 °C.
(H) O pH da água pura a 10 °C é maior do que 7.

4. Verdadeiras: (A), (C), (E) e (H). Falsas: (B), (D), (F) e (G).
A água pura é constituída por moléculas de água e uma pequeníssima quan-
tidade de iões H3O+ e OH−, em que [H3O+] = [OH−], sendo pH = 7 a 25 °C. Dos
valores tabelados, conclui-se que a reação de autoionização da água é endo-
térmica, pois a extensão da reação aumenta (aumento de Kw) com o aumento
da temperatura. Deste modo, a elevação da temperatura provoca um aumento
da concentração dos iões H3O+ (aq) e OH− (aq), o que se traduz numa diminui-
ção do pH.
Cálculo de [OH−] a 60 °C e a 10 °C:
Água pura ⇒ [H3O+] = [OH−],
Kw = |H3O+| × |OH–| ⇒ [OH–]60 ºC = Kw = 9,6 × 10–14 = 3,1 × 10–7 mol dm–3
Q 11
[OH–]10 ºC = Kw = 2,9 × 10–15 = 5,4 × 10–8 mol dm–3
A concentração de OH− na água pura a 60 °C é maior do que a 10 °C.
Cálculo do pH a 10 °C:
Água pura ⇒ [H3O+] = [OH–] = 5,4 × 10–8 mol dm–3 ⇒ pH = –log |H3O+| = 7,3.

2.1.4 Ácidos e bases em solução aquosa

Ionização de ácidos e bases em água

Ionização de ácidos em água Quebra de ligações na


molécula de HC! devido
Ionização significa formação de iões. a interação com as
Molécula moléculas de água
Os ácidos são geralmente compostos de HC!

moleculares, cujas unidades estrutu- Ião H3O+


rais são moléculas. Quando dissolvi-
dos em água, ocorre uma reação de HC!
gasoso
ionização, uma vez que há formação

de iões.

Quando se dissolve cloreto de hidro-


Ião C!–
génio, HC!, em água, ocorre uma rea- (hidratado)
ção de ionização (Fig. 2.7), produzindo- Fig. 2.7 Ionização de HC! em solução aquosa.
se os iões oxónio e cloreto.
HC! (aq) + H2O (!) → H3O+ (aq) + C!− (aq)

281
QUÍMICA 11.° Ano

Ionização ou dissociação de bases em água


Bases que são compostos moleculares reagem com a água ionizando-se, como, por exemplo,
na ionização do amoníaco:
NH3 (aq) + H2O (!) — NH4+ (aq) + OH− (aq)

Algumas bases são compostos iónicos. Quando estas entram em contacto com a água, os
iões que já existem no composto separam-se: ocorre uma dissociação. As ligações existentes
entre os iões do sólido, que formavam a rede cristalina, quebram-se e os iões separados são
solvatados (hidratados) pelas moléculas do solvente (água), como, por exemplo, na dissocia-
ção do hidróxido de sódio (Fig. 2.8):
H2O
NaOH (s) Na+ (aq) + OH– (aq)

Cristal de NaOH (s)


(composto iónico)

– +– + Moléculas
Ião Na+ + –+ – Ião OH– de H2O
– +– + Ião Na+
+ –+ – rodeado por moléculas
de água (hidratado)

+
+


Ião OH– – + – + Desagregação
rodeado por moléculas + – + – da estrutura
de água (hidratado) – + iónica cristalina

Fig. 2.8 Dissociação do hidróxido de sódio em água.

Pares conjugados ácido-base

A base conjugada de um ácido de Brønsted-Lowry é a espécie que se forma quando um ião


hidrogénio, H+, é retirado ao ácido. Reciprocamente, um ácido conjugado é a espécie que se
forma a partir da adição de um ião H+ a uma base de Brønsted-Lowry.

Exemplo: ionização do ácido acético, CH3COOH, em água.

Dador de H+ Recetor de H+ Novo ácido Nova base


(ácido) (base) formado formada

CH3COOH (aq) + H2O (!) H3O+ (aq) + CH3COO (aq)

Base 2 Ácido 2
Ácido 1 Base 1
Diferença de um ião H+

Nesta representação, os números 1 e 2 designam os dois pares conjugados ácido-base, ou


seja, um ácido e uma base que diferem apenas num ião H+, que, neste caso, se representam
por CH3COOH/CH3COO− e H3O+/H2O. Assim, o ião acetato, CH3COO−, é a base conjugada de
CH3COOH e o ião H3O+ é o ácido conjugado de H2O.

282
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Na ionização do amoníaco em água


NH3 (g) + H2O (!) — NH4+ (aq) + OH– (aq)
Base 1 Ácido 2 Ácido 1 Base 2

os dois pares conjugados são: NH4+ /NH3 e H2O/OH–.

Questão resolvida

5. Alguns dos processos mais importantes nos sistemas químicos e biológicos são reações
ácido-base em solução aquosa. As equações seguintes traduzem alguns exemplos.
(A) H2CO3 (aq) + H2O (!) — ____________ (aq) + ____________ (aq)
(B) NH3 (aq) + H2O (!) — ____________ (aq) + ____________ (aq)
(C) HCO3– (aq) + H2O (!) — ____________ (aq) + ____________ (aq)
(D) F– (aq) + H2O (!) — ____________ (aq) + ____________ (aq)
5.1 Complete as equações anteriores prevendo os produtos formados.
5.2 Segundo Brønsted-Lowry, o que são reações ácido-base?
5.3 Indique os pares conjugados ácido-base para cada reação.

5.1 (A) HCO–3 e H3O+ (C) CO32– e H3O+


+ –
(B) NH e OH (D) HF e OH–
Q 11
4

5.2 Reações ácido-base, segundo Brønsted-Lowry, são reações em que há trans-


ferência de iões hidrogénio (H+) de uma espécie que se comporta como ácido
(espécie dadora) para outra que se comporta como base (espécie recetora).

5.3 (A) H2CO3/HCO–3 e H3O+/H2O (C) HCO3–/CO32– e H3O+/H2O


(B) NH+4/NH3 e H2O/OH– (D) HF/F– e H2O/OH–

2.1.5 Constantes de acidez

A lei do equilíbrio químico aplica-se às reações entre um ácido, ou uma base, e a água. Em
soluções diluídas, a água, por ser o solvente, não é considerada para o cálculo da constante
de equilíbrio.

Reação de ionização do ácido acético:


!CH3COO–!e |H3O+!e
CH3COOH (aq) + H2O (!) — CH3COO– (aq) + H3O+ (aq) Ka = !!
!CH3COOH!e

Ka é a constante de equilíbrio e designa-se por constante de ionização do ácido, ou cons-


tante de acidez.

Reação de ionização do amoníaco (base):


!NH4+!e !OH–!e
NH3 (g) + H2O (!) — NH4+ (aq) + OH– (aq) Kb = !!
!NH3!e
Kb é a constante de equilíbrio e designa-se por constante de ionização da base, ou constante
de basicidade.

283
QUÍMICA 11.° Ano

Questão resolvida

6. Com o objetivo de determinar a constante de acidez do ácido acético, CH3COOH (aq),


a uma dada temperatura, um grupo de alunos preparou três soluções, X, Y e Z, com
concentrações diferentes e mediu o respetivo pH. Na tabela estão registados os
valores obtidos.

Solução [CH3COOH] / mol dm–3 pH


x 0,50 2,54
y 0,10 2,88
z 0,050 3,03

6.1 Determine o valor da constante de acidez, Ka, do ácido em estudo para cada uma
das soluções e compare-o com o valor tabelado, 1,75 × 10–5, nas condições em
que foi realizada a atividade.
6.2 O que pode concluir-se acerca da influência da concentração do ácido acético
na respetiva constante de acidez?
6.3 Um outro grupo de alunos registou para cada uma das soluções valores de pH
superiores aos previstos teoricamente, o que implica um valor ________ para
a quantidade de ácido ionizado, em relação ao valor teórico, determinando um
erro por ________ no valor experimental da constante de acidez.
(A) inferior … excesso (C) superior … excesso
(B) inferior … defeito (D) superior … defeito

6.1 A reação de ionização do ácido acético pode ser traduzida por:


CH3COOH (aq) + H2O (!) — H3O+ (aq) + CH3COO– (aq)
Atendendo à estequiometria da reação, 1 mol de H3O+ é estequiometricamente
equivalente a 1 mol de CH3COO–, pelo que [CH3COO–]e = [H3O+]e =
= 10–2,54 mol dm–3 = 0,002884 mol dm–3; [CH3COOH]e =
= [CH3COOH]inicial – [CH3COOH]que reagiu = 0,50 – 0,002884 ! 0,50 mol dm–3
Atendendo a que a reação de ionização é pouco extensa e ao valor da concen-
tração inicial, pode considerar-se [CH3COOH]e ! [CH3COOH]inicial
|H3O+|e × |CH3COO–|e (|H O+|e)2
Cálculo da constante de equilíbrio: Ka = !!!!!!!! = !!3!! !
|CH3COOH|e |CH3COOH|e

(|H O+|e)2 (0,002884)2


Solução X: Ka = !!3!! ! = !!!!! = 1,7 × 10–5
|CH3COOH|e 0,50

(|H O+|e)2 (10–2,88)2


Solução Y: Ka = !!3!! ! = !!!!! = 1,7 × 10–5
|CH3COOH|e 0,10

284
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

(|H O+|e)2 (10–3,03)2


Solução Z: Ka = !!3!! ! = !!!!! = 1,7 × 10–5
|CH3COOH|e 0,050
Os valores obtidos para a constante de acidez do ácido acético são próximos
do valor tabelado, Ka (CH3COOH) = 1,75 × 10–5.

6.2 Os valores obtidos para a constante de acidez permitem concluir que, para a mes-
ma temperatura, o valor da constante de equilíbrio não depende da concentração
inicial do ácido.

6.3 (B). Valores de pH superiores implicam concentrações de H3O+ menores, ou seja,


menores quantidades de ácido ionizado. Consequentemente, valores inferiores
ao tabelado para a constante de acidez.

2.1.6 Força relativa de ácidos e bases

As reações de ionização de ácidos e bases ou de dissociação de bases em solução aquosa


não são igualmente extensas, à mesma temperatura. As designações «forte» e «fraco(a)» são
um indicador da força de um ácido ou de uma base, ou seja, da capacidade de originarem
iões H3O+ ou OH−, respetivamente.

Ácidos fortes: ácidos cuja reação de ionização em solução aquosa é muito extensa, ou seja, Q 11
Ka é muito elevada.

A maior parte dos ácidos são ácidos fracos porque em solução aquosa estão parcialmente
ionizados.

A uma dada temperatura, a força do ácido pode ser medida pelo valor de Ka, ou seja, quanto
maior é o valor de Ka, mais forte é o ácido e, nas mesmas condições, mais extensa é a sua
ionização e, consequentemente, maior é, para uma dada concentração do ácido, a concen-
tração de iões H3O+ no equilíbrio.

Reação Ka (a 25 ºC)

HC! (aq) + H2O (!) — H3O (aq) + C! (aq)
+
Muito grande

HNO3 (aq) + H2O (!) — H3O+ (aq) + NO3– (aq) Muito grande

H2SO4 (aq) + H2O (!) — H3O+ (aq) + HSO4– (aq) Muito grande

Nota: para reações muito extensas usa-se, geralmente, → em vez de —.

Reação Ka (a 25 ºC)
HF (aq) + H2O (!) — H3O+ (aq) + F– (aq) 7,1 × 10–4

HNO2 (aq) + H2O (!) — H3O+ (aq) + NO2– (aq) 4,5 × 10–4

CH3COOH (aq) + H2O (!) — H3O+ (aq) + CH3COO– (aq) 1,8 × 10–5

285
QUÍMICA 11.° Ano

Bases fortes: bases que têm uma grande tendência para receber iões hidrogénio, H+.

O ião OH−, por exemplo, resultante da dissociação completa dos hidróxidos de metais alcali-
nos em solução aquosa, como NaOH e KOH, e o ião amideto, NH2–, são bases fortes.

Bases fracas: bases que têm pouca tendência para receber iões hidrogénio, H+. O amoníaco,
NH3, e o ião acetato, CH3COO−, são exemplos de bases fracas.

A uma dada temperatura, a força da base pode ser medida pelo valor de Kb: quanto maior for
o valor de Kb, mais forte é a base e mais extensa é a reação com a água; consequentemente,
para uma dada concentração da base, é maior a concentração de iões OH− no equilíbrio.

A força de um ácido e a força da respetiva base conjugada estão relacionadas.

Exemplo: HCN/CN− (ácido cianídrico/ião cianeto)


!CN–!e !H3O+!e
HCN (aq) + H2O (!) — CN– (aq) + H3O+ (aq) Ka = !!
!HCN!e

!HCN!e !OH–!e
CN– (aq) + H2O (!) — HCN (aq) + OH– (aq) Kb = !!
!CN–!e

Multiplicando Ka por Kb tem-se:


!CN–!e !H3O+!e !HCN!e !OH–!e
Ka Kb = !! × !! = |H3O+|e |OH–|e
!HCN!e !CN–!e

Ka Kb = !H3O+!e !OH–!e = Kw

Questões resolvidas

7. O aumento da acidez da água da chuva ocorre principalmente devido ao aumento


da concentração dos óxidos de enxofre e nitrogénio na atmosfera. Em contacto com
a água, estes formam os ácidos sulfuroso (H2SO3) e nitroso (HNO2), respetivamente.
As constantes de equilíbrio, a 25 oC, são:

H2SO3 + (aq) + H2O (!) — H3O+ (aq) + HSO3– (aq) Ka = 1,7 × 10–2
1

HNO2 (aq) + H2O (!) — H3O+ (aq) + NO2– (aq) Ka = 5,1 × 10–4
2

7.1 Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) A ionização do ácido sulfuroso é mais extensa do que a do ácido nitroso.
(B) HNO2 e H2SO3 são dois ácidos igualmente fracos.
(C) Para soluções com igual concentração inicial, o ácido sulfuroso apresenta me-
nor valor de pH.
(D) O ácido sulfuroso é o que apresenta a base conjugada mais forte.
(E) O valor da constante de basicidade da base conjugada do ácido nitroso
é 1,96 × 103.

286
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Questão resolvida

7.2 Entre as concentrações de H3O+ em solução, provenientes da ionização de cada


um dos ácidos, verifica-se a relação
!H3O+!e1 Ka2 × !H2SO3!e × !NO2–!e !H3O+!e1 Ka1 × !H2SO3!e
(A) !! = !!! (C) !! = !!!
!H3O+!e Ka × !HNO2!e × !HSO3–!e !H3O+!e Ka × !HNO2!e × !HSO3–!e
2 1 2 2

!H3O+!e1 Kb2 × !H2SO3!e × !NO2–!e !H3O+!e1 Kb2 × !H2SO3!e


(B) !! = !!! (D) !! = !!!
!H3O+!e Kb × !HNO2!e × !HSO3–!e !H3O+!e Kb × !HNO2!e
2 1 2 1

7.3 Uma solução aquosa de ácido sulfuroso tem pH igual a 1,47, a 25 °C. Calcule a
concentração dessa solução em ácido sulfuroso.

7.1 Verdadeiras: (A) e (C). Falsas: (B), (D) e (E).


O valor de Ka para o ácido sulfuroso é mais elevado, a ionização do ácido é
mais extensa e, consequentemente, a concentração de iões H3O+ no equilíbrio
é maior. Logo, este ácido é mais forte.
Para valores iguais de concentração inicial dos ácidos, terá menor valor de pH
aquele em que, no equilíbrio, a concentração de H3O+ seja maior, daí que o
ácido sulfuroso apresente menor valor de pH.
Atendendo aos valores de Ka, o ácido nitroso é mais fraco do que o ácido sul-
furoso. Assim, a respetiva base conjugada será mais forte do que a base con-
jugada do ácido sulfuroso. Q 11
Par conjugado ácido-base: HNO2/NO2– Ka × Kb = !H3O+!e × !OH–!e = Kw
Kw 1,0 × 10–14
Kb = !!!! = !!!! = 1,96 × 10–11
Ka 5,1 × 10
–4

7.2 (B).
!HSO3–!e × !H3O+!e Ka1 × !H2SO3!e
Ka = !!! ⇒ !H3O+!e = !!
1 !H2SO3!e – 1 !HSO3 !e
!NO2–!e × !H3O+!e Ka2 × !HNO2!e
Ka = !! ⇒ !H3O+!e = !!
2 !HNO2!e 2 – !NO2 !e
!H3O+!e Ka × !H SO ! × !NO– ! Kw !H3O+!e Kb × !H SO ! × !NO– !
!! 1
= !!1 2 3e 2e
Como K = !!!! ⇒ !! 1
= !!2 2 3e 2e
!H3O !e
+
K × !HNO ! × !HSO –! a
Kb
! H3
O +!
e K × ! HNO ! × !HSO –!
2 a2 2e 3 e 2 b1 2e 3 e

7.3 Cálculo da concentração de H3O+ na solução:


[H3O+] = 10–pH = 10–1,47 = 0,0339 mol dm–3
Cálculo da concentração de H2SO3 (aq) presente na solução:
[H3O+] = [HSO3–] = 0,0339 mol dm–3 de acordo com a estequiometria da reação
!H3O+!e × !HSO3–!e !H3O+!e × !HSO3–!e 0,03392
Ka = !!! ⇒ !H2SO3!e = !!! = !! = 0,0676 ⇒
!H2SO3!e –2
Ka 1,7 × 10

⇒ [H2SO3]e = 0,0676 mol dm-3


Em 1 dm3 de solução existem 0,0676 mol de H2SO3 e 0,0339 mol de HSO–3 em
equilíbrio, logo, a concentração inicial em ácido sulfuroso é
(0,0676 + 0,0339) mol
[H2SO3]inicial = !! 3
= 0,10 mol dm–3
1 dm

287
QUÍMICA 11.° Ano

Questão resolvida

8. A metilamina, CH3NH2, é a substância responsável pelo cheiro característico do pei-


xe estragado. Em solução a metilamina aquosa apresenta caráter básico, que se
pode traduzir pela seguinte equação química:

CH3NH2 (aq) + H2O (!) — CH3NH+3 (aq) + OH– (aq)

8.1 Numa solução aquosa de concentração 0,26 mol dm–3 de metilamina, esta en-
contra-se 4,0% ionizada, a 25 °C. Calcule:
a) o pH da solução; b) a constante de basicidade.

8.2 Explique porque é que para diminuir o cheiro desagradável que fica nas mãos
após o manuseio do peixe, é comum a utilização de limão.
Apresente num texto a explicação solicitada.

8.1 a) Cálculo da concentração de OH− (aq) na solução:


4,0 nCH3NH2 ionizada [CH3NH2] ionizada
4,0% (de CH3NH2 ionizada) ⇒ ! = !! = !! =
100 nCH [CH3NH2] inicial
3NH2 inicial
[CH3NH2] ionizada
= !! ⇒ [CH3NH2] ionizada = 0,0104 mol dm–3
0,26
De acordo com a estequiometria da reação: [OH–] = [CH3NH2] ionizada = 0,0104 mol dm–3
K 10–14
!H3O+! = ! w
= ! = 9,62 × 10–13 ⇒ pH = –log !H3O+! = 12
! –!
OH 0,0104
!CH3NH+3!e × !OH–!e 0,0104 × 0,0104
b) Constante de basicidade: Kb = ! !=! ! = 4,3 × 10–4
! !
CH3NH2 e 0,26 – 0,0104

8.2 A acidez do limão contribui para a diminuição da concentração dos iões


OH− (aq). De acordo com o Princípio de Le Châtelier, é favorecida a reação
direta, pelo que a concentração de metilamina diminui. Assim, a diminuição
da concentração de metilamina implica a redução do cheiro desagradável.

2.1.7 Titulação ácido-base (AL 2.2)

Neutralização

Uma reação de neutralização é aquela que ocorre entre um ácido e uma base. As reações
de neutralização produzem um sal (composto iónico) e água.

Por exemplo, quando se mistura uma solução de HC! com uma solução de NaOH ocorre a
formação do sal cloreto de sódio, NaC! (aq), e de água segundo a reação:

HC! (aq) + NaOH (aq) → NaC! (aq) + H2O (!)

Mas em solução aquosa, o HC! (ácido forte) está totalmente ionizado e o NaOH está total-
mente dissociado (base forte OH−). Assim, pode reescrever-se a equação:

288
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

H3O+ (aq) + C!– (aq) + Na+ (aq) + OH– (aq) → Na+ (aq) + C!– (aq) + 2 H2O (!)
+ – + – –
– – – +
+
– + + +
+ – + –
– –
+
– +
H3O+ + – +
+

+
– Na +
– C!-
– – + +
– Na+ +

C!- OH-

Questão resolvida

9. Após a ingestão de alimentos calóricos, o organismo vê-se obrigado a produzir maior


quantidade de ácido clorídrico, HC!, presente no estômago para auxiliar a digestão.
Então, ocorre um aumento de acidez no estômago, a designada azia
9.1 É vulgar, nessas situações, tomarem-se medicamentos que se designam generi-
camente por antiácidos. Qual é a função desse tipo de medicamentos?
9.2 Um antiácido muito utilizado no tratamento da azia tem como princípio ativo o
hidróxido de alumínio, A!(OH)3. A reação de neutralização da acidez do estôma-
go pode ser traduzida por:
A!(OH)3 (s) + 3 HC! (aq) → A!C!3 (aq) + 3 H2O (!)
a) Determine a quantidade máxima de ácido que pode ser neutralizado quando
Q 11
se toma um comprimido com 240 mg de hidróxido de alumínio.
b) Outro antiácido muito utilizado é uma suspensão de hidróxido de magnésio,
Mg(OH)2, conhecido por leite de magnésia. Conclua, justificando com base
nas reações químicas envolvidas, qual dos antiácidos é mais eficaz no trata-
mento da azia.

9.1 O antiácido é uma base que tem a função de neutralizar o ácido em excesso
produzido no estômago.
9.2 a) Cálculo da quantidade de A!(OH)3:
mA! (OH)3 240 × 10–3 g
nA!(OH) = !! = !! = 0,003077 mol
3 MA! (OH) –1
78,01 g mol
3

Cálculo da quantidade de ácido neutralizado:


1 mol de A!(OH)3 é estequiometricamente equivalente a 3 mol de HC!
3 mol HC!
nHC! = (0,003077 mol A!(OH)3) × ! ! = 0,00923 mol
1 mol A!(OH)3

b) A!(OH)3 (s) + 3 HC! (aq) → A!C!3 (aq) + 3 H2O (!)


Mg(OH)2 (aq) + 2 HC! (aq) → MgC!2 (aq) + 2 H2O (!)
O hidróxido de alumínio é mais eficaz, pois uma mole de hidróxido de
alumínio neutraliza três moles de ácido clorídrico, enquanto uma mole de
hidróxido de magnésio neutraliza duas moles de ácido.

289
QUÍMICA 11.° Ano

Ponto de equivalência

A volumetria de ácido-base, ou titulação, como também é conhecida, é uma técnica que ge-
ralmente se utiliza em estudos quantitativos de reações de neutralização ácido-base (Fig. 2.9).
Bureta

– a sua concentração é conhecida;


– mede-se o seu volume no final
Pinça
da titulação (no ponto final).
para buretas

A torneira regula a adição


de titulante até se atingir o Suporte
ponto final (mudança de cor). universal

– o seu volume é conhecido;


– adiciona-se-lhe indicador;
– calcula-se a sua concentração
no final da titulação.

Fig. 2.9 Montagem para uma titulação ácido-base.

Numa titulação, a adição gradual do titulante é feita até ao ponto em que a reação química
entre as duas soluções seja completa, ou seja, em que o ácido e a base foram adicionados na
proporção estequiométrica. No momento em que isto se verifica atinge-se o ponto de equiva-
lência, ou seja, o ponto em que não há excesso nem de ácido nem de base em solução. Nes-
se momento, tem-se uma solução aquosa do sal que se formou na reação de neutralização.

Curva de titulação é o gráfico que representa a variação do valor de pH da solução resultante


da titulação (titulado) em função do volume de titulante adicionado. O ponto de inflexão da
curva de titulação corresponde ao ponto de equivalência.

Questão resolvida

10. Um grupo de alunos, que estava a trabalhar 14,00


no laboratório, deparou-se com um frasco 12,00
que apenas indicava conter uma solução
10,00
aquosa de hidróxido de bário, Ba(OH)2 (aq).
8,00
Para determinar a concentração, decidiram
6,00
realizar uma titulação. Para tal, mediram
3,00
20,0 cm3 da referida solução. Em seguida,
adicionaram, gota a gota, uma solução 2,00

aquosa de ácido clorídrico, HC!, de concen- 0,00


0 5 10 15 20 25 30 V/cm3
tração 0,050 mol dm–3.
A figura representa a curva de titulação obtida.
10.1 Escreva a equação química que traduz a reação entre a solução de hidróxido
de bário e a solução de ácido clorídrico.

290
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

10.2 Calcule:
a) a concentração da solução de hidróxido de bário;
b) o pH da solução de hidróxido de bário.
10.3 De acordo com a curva de titulação obtida, à solução inicial de Ba(OH)2 foi adi-
cionado um volume total de 30,0 cm3 de solução de HC!, pelo que o volume
total da solução resultante é 50,0 cm3.
Determine o pH da solução resultante.

10.1 Ba(OH)2 (aq) + 2 HC! (aq) → BaC!2 (aq) + 2 H2O (!)


10.2 a) Cálculo da quantidade de HC! (aq) adicionado até ao ponto de equivalência:
n
c = !! ⇒ n = 0,050 mol dm–3 × 0,020 dm3 = 1,00 × 10–3 mol
V
Cálculo da quantidade de Ba(OH)2 (aq) que reagiu:
1 mol de Ba(OH)2 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de HC!
1 mol Ba(OH)2
nBa(OH) = (1,00 × 10–3 mol HC!) × ! ! = 5,00 × 10–4 mol
2 2 mol HC!
Cálculo da concentração de Ba(OH)2 (aq) inicial:
n 5,00 × 10–4 mol
c = !! = ! ! = 2,5 × 10–2 mol dm–3
V 3
0,020 dm

b) O hidróxido de bário está totalmente dissociado em solução aquosa, de


acordo com a equação química: Q 11
Ba(OH)2 (aq) → Ba2+ (aq) + 2 OH– (aq)
Cálculo da quantidade de OH− (aq):
1 mol de Ba(OH)2 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de OH−
2 mol OH–
nOH– = (5,00 × 10–4 mol Ba(OH)2) × !! = 1,00 × 10–3 mol
1 mol Ba(OH)2
1,00 × 10–3 mol
[OH–] = !!3
= 5,00 × 10–2 mol dm–3
0,020 dm
K 10–14
!H3O+! = !!w
= !! = 2,00 × 10–13 ⇒ pH = –log !H3O+! = 12,7
! –!
OH 5,00 × 10
–2

10.3 Cálculo da quantidade de HC! (aq) adicionado:


n
c = !! ⇒ n = 0,050 mol dm–3 × 0,030 dm3 = 1,50 × 10–3 mol
V
Cálculo da quantidade de Ba(OH)2 (aq) que reagiu, com base na relação
estequiométrica:
1 mol Ba(OH)2
nBa(OH) = (0,050 mol dm–3 × 0,020 dm3) mol HC! × ! !=
2
–4
2 mol HC!
= 5,00 × 10 mol
Cálculo da quantidade de HC! (aq) em excesso na solução resultante:
nHC! que não reagiu = nHC! total adicionado – nHC! que reagiu =
= 1,50 × 10–3 – (0,050 mol dm–3 × 0,020 dm3) = 5,00 × 10–4 mol
Cálculo do pH da solução resultante:
5,00 × 10–4 mol
[H3O+que não reagiu] = [HC!que não reagiu] = ! ! 3
= 1,0 × 10–2 mol dm–3 ⇒
0,050 dm
⇒ pH = –log (1,0 × 10–2) = 2

291
QUÍMICA 11.° Ano

AL 2.2 Titulação ácido-base

Titulação de uma solução de NaOH com uma solução de HC!.

Procedimento laboratorial Titulante

I – Calibrar o medidor de pH.


II – Fazer a montagem esquematizada na figura (Fig. 2.10).
III – Medir com uma pipeta volumétrica 15,0 mL de uma solução
de concentração desconhecida para o copo. Titulado
IV – Preparar a bureta com a solução titulante de concentração
0,100 mol dm–3.
V – Ligar o agitador magnético.
VI – Registar o valor de pH do titulado, antes de adicionar titu-
lante. Medir o valor de pH após cada adição sucessiva de Fig. 2.10 Esquema de montagem
0,5 mL de titulante. da titulação ácido-base.

Questão resolvida

11. A figura representa o gráfico de dispersão dos resultados obtidos na atividade des-
crita anteriormente, realizada a 25 °C.

(14,3; 6,9)

11.1 Escreva a equação química que traduz a reação de neutralização.


11.2 Identifique o titulante e o titulado.
11.3 A segunda figura apresenta o método gráfico que foi utilizado para determina-
ção do volume de titulante adicionado no ponto de equivalência. Com base na
informação apresentada, determine a concentração do titulado.

11.1 NaOH (aq) + HC! (aq) → NaC! (aq) + H2O (!)


11.2 O titulante é a solução de ácido clorídrico, HC!, e o titulado é a solução de
hidróxido de sódio, NaOH.
11.3 Cálculo da quantidade de HC! usada na titulação:
Vtitulante no p. e. = Vsolução HC! = 14,3 mL cHC! = 0,100 mol dm–3
n !
cHC! = !HC ! ⇒ nHC! = 0,100 mol dm–3 × 14,3 × 10–3 dm3 = 1,430 × 10–3 mol
Vsolução

292
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Cálculo da concentração de NaOH (aq):


Com base na equação química estabelece-se a relação estequiométrica:
1 mol de HC! é estequiometricamente equivalente a 1 mol de NaOH.
Logo, 1,430 × 10–3 mol de HC! neutralizaram 1,430 × 10–3 mol de NaOH.
nNaOH 1,430 × 10–3 mol
cNaOH = ! !=! ! = 9,53 × 10–2 mol dm–3
V 15,0 × 10 dm
–3 3

2.1.8 Acidez e basicidade em soluções aquosas de sais

Quando se mistura uma solução ácida com uma solução básica ocorre uma reação de neu-
tralização. O termo «neutralização» significa que as quantidades de ácido e de base são es-
tequiometricamente equivalentes, mas tal não significa que a solução resultante (sal + água)
seja neutra. Exemplos:

• Solução aquosa de NH4C!, resultante da reação de neutralização entre HC! (aq)


e NH3 (aq):
NH4C! (aq) → NH4+ (aq) + C!− (aq)
A 25 °C, esta solução é ácida, pH < 7 (Fig. 2.11 A). Q 11
• Solução aquosa de NaC!, resultante da reação de neutralização entre HC! (aq)
e NaOH (aq):
NaC! (aq) → Na+ (aq) + C!− (aq)
A 25 °C, esta solução é neutra, pH = 7 (Fig. 2.11 B).

A B

Fig. 2.11 Tiras de indicador universal com pH = 4 (A) e pH = 7 (B).

O caráter das soluções de sais é interpretado com base nos valores das constantes de acidez
ou basicidade dos iões do sal em solução, ou seja, na extensão da reação desses iões com
a água (reação de hidrólise). A extensão das reações dos iões do sal com a água, com a con-
sequente formação de iões OH− ou H3O+, determina o caráter ácido ou básico das soluções
aquosas de sais.

293
QUÍMICA 11.° Ano

Em síntese:
• os catiões dos metais alcalinos (exceto o lítio) e alcalinoterrosos (exceto o berílio) não
sofrem hidrólise;
• qualquer catião cuja base conjugada é fraca sofre hidrólise, originando iões H3O+;
• qualquer anião cujo ácido conjugado é forte não sofre hidrólise;
• qualquer anião cujo ácido conjugado é fraco sofre hidrólise, originando iões OH−.

Questão resolvida

12. Soluções ácidas, básicas ou neutras podem ser obtidas pela dissolução de sais em
água.

Substância Fórmula Constante de equilíbrio a 25 ºC


Ácido metanoico HCOOH Ka = 1,7 × 10–4
Ácido carbónico H2CO3 Ka = 4,2 × 10–7 ; Ka = 4,8 × 10–11
1 2

Metilamina CH3NH2 Kb = 4,4 × 10–4

Com base na informação apresentada na tabela anterior, pode concluir-se que, a 25 °C


(A) as soluções de metanoato de sódio, carbonato de sódio e cloreto de metilamó-
nio apresentam pH inferior a sete.
(B) a solução de cloreto de metilamónio apresenta pH superior a 7.
(C) as soluções de metanoato de sódio e carbonato de sódio são ácidas, embora os
aniões sejam bases conjugadas de ácidos fracos.
(D) a solução de hidrogenocarbonato de sódio é básica.

(D). O metanoato de sódio em solução aquosa dissocia-se completamente em


Na+ e HCOO−. Os iões sódio (catião de um metal alcalino) não reagem com a
água, enquanto os iões metanoato, cuja constante de basicidade Kb = Kw/Ka =
= 5,9 × 10–11 é superior a Kw, reagem com a água, de acordo com a equação química:
HCOO– (aq) + H2O (!) — HCOOH (aq) + OH– (aq)
Os iões OH− formados são os responsáveis pelo caráter básico da solução de
metanoato de sódio.
O carbonato de sódio em solução comporta-se de forma semelhante ao meta-
noato de sódio. Os iões carbonato, CO32– (Kb = Kw/Ka = 2,1 × 10–4) , reagem com a
2
água, de acordo com a equação química:
CO32– (aq) + H2O (!) — HCO3– (aq) + OH– (aq), pelo que a solução deste sal é básica.
O cloreto de metilamónio em solução aquosa dissocia-se completamente em
CH3NH3+ e C!–. Os iões cloreto, base conjugada de um ácido forte (HC!), não
sofrem hidrólise, enquanto os iões metilamónio, cuja constante de acidez (Ka = 2,27 ×
× 10–11) é superior a Kw, reagem com a água, de acordo com a equação química:
CH3NH3+ (aq) + H2O (!) — CH3NH2 (aq) + H3O+ (aq)
Os iões H3O+ formados são os responsáveis pelo caráter ligeiramente ácido da
solução de cloreto de metilamónio.

294
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

O hidrogenocarbonato de sódio em solução aquosa dissocia-se completamente


em Na+ e HCO3–. Os iões sódio não sofrem hidrólise, enquanto os iões hidroge-
nocarbonato, sendo anfotéricos, podem reagir com a água, de acordo com as
equações químicas:
HCO3– (aq) + H2O (!) — CO32– (aq) + H3O+ (aq) Ka = 4,8 × 10–11
2

Kw 1,0 × 10–14
HCO3– (aq) + H2O (!) — H2CO3 (aq) + OH– (aq) Kb = !!!! = !!!! =
1
Ka 4,2 × 10
–7

= 2,4 × 10–8
A reação em que o ião hidrogenocarbonato se comporta como base é mais
extensa, pelo que a quantidade de iões OH– formados é superior à de H3O+,
sendo responsáveis pelo caráter básico da solução de hidrogenocarbonato.

2.1.9 Aspetos ambientais das reações ácido-base

O aumento da acidez da chuva tem provocado, ao longo dos anos, a deterioração de cons-
truções de calcário e de mármore, a corrosão de objetos metálicos e também o aumento da
acidez dos cursos de água e de lagos. Este problema ambiental, caracterizado pela diminui-
ção do pH da água da chuva, é designado por «chuva ácida».

Acidez da água da chuva Q 11


Toda a chuva é naturalmente ácida, pois o dióxido de carbono existente na atmosfera reage
com a água da chuva, acidificando-a. A solução resultante, chuva normal, tem um pH próximo
de 5,6. Abaixo apresentam-se as equações químicas da acidificação da água da chuva pelo
dióxido de carbono.
CO2 (g) + H2O (!) — H2CO3 (aq)

H2CO3 (aq) + H2O (!) — HCO3– (aq) + H3O+ (q)

Poluentes atmosféricos e chuva ácida


A chuva ácida é mais ácida do que a chuva normal. A chuva ácida (chuva com pH < 5,6)
é produzida quando os gases emitidos por determinadas fontes entram na atmosfera. É o
caso do dióxido de enxofre, SO2, produzido, fundamentalmente, pela queima de combustíveis
fósseis utilizados na indústria e em centrais termoelétricas, e dos óxidos de nitrogénio, NOx
(NO + NO2), produzidos sobretudo pelos veículos motorizados (Fig. 2.12).

% % % %
70 70 70 70
60% 60%
60 60 60 60
50 50 50 50
40 40 40 40
30 25% 30 30 30
20 15% 20 20 15% 20
SOx 10%10%
10 10 5% 10 10
SOx NOx NOx SOx NOx SOx NOx
0 0 0 0

Indústria Veículos Centrais elétricas Outros

Fig. 2.12 Fontes antropogénicas de óxidos de enxofre e de nitrogénio: valores típicos em países desenvolvidos.

295
QUÍMICA 11.° Ano

O dióxido de enxofre, SO2, emitido para a atmosfera transforma-se em trióxido de enxofre, SO3:

2 SO2 (g) + O2 (g) — 2 SO3 (g)

Os óxidos de enxofre reagem com a água originando áci-


do sulfuroso, H2SO3, e ácido sulfúrico, H2SO4:
SO2 (g) + H2O (!) — H2SO3 (aq)
SO3 (aq) + H2O (!) — H2SO4 (aq)

Forma-se ácido nitroso, HNO2, e ácido nítrico, HNO3, nas


nuvens, pela reação de óxidos de nitrogénio com água:
2 NO (g) + O2 (g) — 2 NO2 (g)
2 NO2 (g) + H2O (!) — HNO2 (aq) + HNO3 (aq)

As chuvas ácidas são as principais responsáveis pelo Fig. 2.13 Monumento afetado pela chuva
ácida.
desgaste de mármores e calcários (Fig. 2.13).

Estes são constituídos essencialmente por carbonato de cálcio, CaCO3, que ao reagir com
os ácidos liberta dióxido de carbono. Assim, a deterioração das construções de mármore e
calcário pode ser explicada pelo efeito da chuva ácida sobre o carbonato de cálcio, o qual se
traduz por:
CaCO3 (s) + H2SO4 (aq) — CaSO4 (s) + CO2 (g) + H2O (!)

Como o sulfato de cálcio, CaSO4, é moderadamente solúvel em água, o resultado desta rea-
ção é a dissolução do mármore e do calcário.

Questão resolvida

13. Para avaliar o impacto da precipitação atmosférica num meio urbano e altamente
industrializado, fez-se a recolha de um grande número de amostras de água da
chuva e mediu-se o pH. O valor médio obtido foi de 4,3, a 25 °C.
13.1 Escreva as equações químicas que traduzem a acidificação da água da chuva
devido à presença de óxidos de nitrogénio, NOx, na atmosfera do referido meio.
13.2 Num meio rural, o valor médio obtido para o pH da água da chuva foi de 5,6,
a 25 °C.
a) Compare, justificando, a concentração hidrogeniónica na água da chuva do
meio urbano e na água da chuva do meio rural.
b) Explique o facto de o valor obtido de pH para a água da chuva do meio rural
ser inferior a 7,0.
13.3 Um dos processos utilizados para minimizar a quantidade de dióxido de enxo-
fre libertado para a atmosfera consiste na injeção, na câmara de combustão de
uma central termoelétrica, de grandes quantidades de cal viva (CaO), produzin-
do sulfito de cálcio sólido, CaSO3.
Escreva a equação química que traduz a deposição do dióxido de enxofre sob
a forma de sulfito de cálcio.

296
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

13.1 NO (g) + O2 (g) — 2 NO2 (g)


2 NO2 (g) + H2O (!) — HNO2 (aq)+ HNO3 (aq)

13.2 a) Cálculo da concentração hidrogeniónica:


pH = 4,3 ⇒ [H3O+] = 10–pH = 10–4,3 = 5,01 × 10–5 mol dm–3
pH = 5,6 ⇒ [H3O+] = 10–pH = 10–5,6 = 2,51 × 10–6 mol dm–3
Relação entre as concentrações hidrogeniónicas dos dois meios:
[H3O+]meio urbano 5,01 × 10–5 mol dm–3
! != ! ! = 20
[H3O+]meio rural 2,51 × 10–6 mol dm–3
A acidez da água da chuva do meio urbano é cerca de 20 vezes superior
à do meio rural.
b) A acidez da água da chuva normal resulta da reação do CO2 atmosférico
com a água da chuva, de acordo com a seguinte equação química:
CO2 (g) + H2O (!) — H2CO3 (aq)
O ácido carbónico formado é um ácido fraco, instável, que na presença
da água dá origem a um aumento da concentração dos iões H3O+ (aq),
pelo que o pH da água da chuva diminui:
H2CO3 (aq) + H2O (!) — HCO3– (aq) + H3O+ (aq)

13.3 SO2 (g) + CaO (s) — CaSO3 (aq)

Q 11
2.2 Reações de oxidação-redução
2.2.1 Caracterização das reações de oxidação-redução

Conceitos de oxidação e redução

As reações químicas de oxidação-redução envolvem a transferência de eletrões entre as


espécies envolvidas.

• Oxidação significa cedência de eletrões, ou seja, uma espécie oxida-se quando cede
eletrões;
• Redução significa ganho de eletrões, ou seja, uma espécie reduz-se quando ganha
eletrões.
Numa reação de oxidação-redução uma espécie cede eletrões e, simultaneamente, outra
recebe eletrões, sendo o número de eletrões cedidos igual ao número de eletrões recebidos,
de modo que a carga elétrica total permaneça constante.

Espécie oxidada e espécie reduzida

Numa reação de oxidação-redução:

• a espécie oxidada é a que sofre oxidação, isto é, cede eletrões;


• a espécie reduzida é a que sofre redução, isto é, recebe eletrões.

297
QUÍMICA 11.° Ano

Por exemplo, na reação entre o ferro e uma solução


que contém iões cobre (Fig. 2.14):

Fe (s) + CuSO4 (aq) → FeSO4 (aq) + Cu (s)

Ou, explicitando apenas as espécies que sofreram


alteração:

Fe (s) + Cu2+ (aq) → Fe2+ (aq) + Cu (s)


Fig. 2.14 Exemplo de reação de oxidação-redução:
prego na presença de uma solução de sulfato de
cobre.

A espécie que é oxidada é o ferro, Fe (s), pois sofre oxidação ao ceder eletrões, transformando-
-se no ião Fe2+ (aq), e a espécie que é reduzida é o ião cobre, Cu2+ (aq) , pois sofre redução ao
receber eletrões, transformando-se em cobre, Cu (s).

Oxidante e redutor

Para que uma espécie química seja oxidada (ceda eletrões) tem de coexistir com outra espé-
cie que provoque essa oxidação, a qual se designa por oxidante ao receber eletrões da outra
espécie. Do mesmo modo, para que uma espécie química seja reduzida (ganhe eletrões),
tem de reagir com outra espécie que provoque essa redução, designando-se por redutor ao
ceder eletrões à outra espécie.

Assim, uma espécie só se comporta como oxidante (recebe eletrões) na presença de um


redutor (cede eletrões) (Fig. 2.15).

Zn 2+ Zn 2+
2e –
Zn Zn
Cu 2+ Cu 2+

Cu

Fig. 2.15 Barra de zinco mergulhada numa solução aquosa de sulfato de cobre. Deposita-se cobre metálico sobre
a barra de zinco.

A equação química que traduz a reação da Fig. 2.15 é:

Zn (s) + CuSO4 (aq) → ZnSO4 (aq) + Cu (s)


ou
Zn (s) + Cu2+ (aq) → Zn2+ (aq) + Cu (s)

Entre o zinco e os iões cobre ocorre uma reação de oxidação-redução:

• o zinco cede eletrões: espécie oxidada;


• o ião cobre recebe eletrões: espécie reduzida.

A oxidação do zinco ocorre porque o ião cobre se reduz: o ião cobre é o agente oxidante
(recebe eletrões). A redução do ião cobre ocorre porque o zinco se oxida: o zinco é o agente
redutor (cede eletrões).

298
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Número de oxidação

O número de oxidação (n.o.) de um elemento numa molécula, ou num composto iónico, é a


carga que o átomo desse elemento teria se, na ligação química que forma, fossem atribuídos
todos os eletrões da ligação ao átomo mais com maior «apetência» para os eletrões (mais
eletronegativo).

Por exemplo, na molécula de água existem ligações entre cada um dos átomos de hidrogénio
e o átomo de oxigénio. Em cada ligação, dois eletrões são partilhados entre o átomo de oxi-
génio e o átomo de hidrogénio, H:O:H.

Se se considerar que os eletrões da ligação são atribuídos unicamente a um dos átomos, e


tendo o oxigénio maior tendência para atrair eletrões do que o hidrogénio, o número de oxi-
dação de cada átomo de hidrogénio será +1, porque o eletrão de cada um deles será atribuído
ao oxigénio, assim, o número de oxidação do oxigénio será −2.

Regras básicas para a determinação do número de oxidação:

1. O número de oxidação de um elemento no estado livre (quando não está combinado) ou


quando constituinte de substâncias elementares é zero.
2. A soma dos números de oxidação de todos os átomos que constituem uma espécie quími-
ca é igual à carga elétrica dessa espécie: zero nas espécies moleculares e igual à carga do
ião nas espécies iónicas.
3. O número de oxidação do hidrogénio quando se encontra combinado é +1 (salvo nos hidre-
Q 11
tos metálicos, em que toma o valor −1).

4. O número de oxidação do oxigénio quando se encontra combinado é −2 (à exceção dos


peróxidos, em que é igual a −1, e dos superóxidos, onde é igual a −0,5). Quando ligado ao
flúor, dado que este é mais eletronegativo do que o oxigénio, será o flúor que apresenta
número de oxidação −1.

Muitos elementos apresentam vários números de oxidação (por exemplo, os metais de transi-
ção). Usa-se o termo estado de oxidação para referir a condição de uma espécie que apresen-
ta um determinado número de oxidação. Assim, Fe3+ é um estado de oxidação do ferro com
número de oxidação +3; C!− é um estado de oxidação do cloro com número de oxidação −1.

Com base no conceito de número de oxidação, podem generalizar-se os conceitos de oxida-


ção e redução:

Oxidação: aumento do número de oxidação.


Redução: diminuição do número de oxidação.

As espécies oxidada e reduzida podem ainda definir-se com base no número de oxidação:

• espécie oxidada (ou redutor, porque permite que outra se reduza): espécie que contém
o elemento cujo número de oxidação aumenta;

• espécie reduzida (ou oxidante, porque permite que outra se oxide): espécie que contém
o elemento cujo número de oxidação diminui.

299
QUÍMICA 11.° Ano

Questão resolvida

14. Aproximadamente 78% do ar que res- N2 N2


piramos é composto por nitrogénio, N2. A D
Apesar disso, poucos seres vivos têm +
B C
NH 4
NO –
2
NO3–
capacidade para absorvê-lo na sua forma
molecular. Assim, o nitrogénio integra um Decomposição de
animais e plantas
ciclo natural, esquematizado na figura ao
lado, onde a sua estrutura química sofre
transformações em cada uma das etapas.
14.1 Em qual das espécies químicas representadas no ciclo é que o nitrogénio apre-
senta maior número de oxidação?
14.2 Das etapas assinaladas pelas letras A, B, C e D, indique as que traduzem a
oxidação do nitrogénio.

14.1 NO–3
N2 ⇒ n.o.(N) = 0; NO–2 ⇒ n.o.(N) + 2 × (–2) = –1 ⇒ n.o.(N) = +3
NH4+ ⇒ n.o.(N) + 4 × (+1) = +1 ⇒ n.o.(N) = –3; NO–3 ⇒ n.o.(N) + 3 × (–2) = –1 ⇒
⇒ n.o.(N) = + 5

14.2 Etapas B e C. Nestas duas etapas, o número de oxidação do nitrogénio


aumentou, o que significa que em cada uma delas houve oxidação.

Semirreações de oxidação e de redução

Ao mergulhar um fio de cobre metálico numa solução incolor de


nitrato de prata, AgNO3 (aq), verifica-se que se depositam cristais
brancos de prata metálica sobre o fio de cobre e que a solução
vai adquirindo cor azul característica dos iões Cu2+ (aq), Fig. 2.16.

A reação resulta da transferência de eletrões do cobre para os


Fig. 2.16 Reação entre o fio de
iões Ag+ em solução. A reação que ocorre é interpretada como cobre e a solução de nitrato
sendo resultante da ocorrência simultânea de uma oxidação e de de prata.
uma redução:
Cu (s) Cu2+ (aq) + 2 e− semirreação de oxidação
+ −
Ag (aq) + 1 e Ag (s) semirreação de redução
Cada um desses processos designa-se por semirreação. As semirreações mostram, de forma
explícita, os eletrões envolvidos numa reação de oxidação-redução.

A equação que traduz a reação global pode ser escrita a partir das duas semirreações, mas
essa equação global tem de estar de acordo com a lei da conservação da massa e a lei da
conservação da carga, o que implica a igualdade do número de eletrões cedidos na oxida-
ção com o número de eletrões recebidos na redução.

Cu (s) Cu2+ (aq) + 2 e– semirreação de oxidação (cedência de 2 eletrões)


+ –
2 Ag (aq) + 2 e 2 Ag (s) semirreação de redução (ganho de 2 eletrões)
Cu (s) + 2 Ag+ (aq) Cu2+ (aq) + 2 Ag (s) equação global

300
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Questão resolvida

15. O iodo, I2, pode ser obtido a partir da reação entre cloro gasoso e uma solução de
iodeto de sódio, de acordo com a seguinte equação:
C!2 (g) + 2 NaI (aq) 2 NaC! (aq) + I2 (s)
15.1 Verifique que a reação é de oxidação-redução, com base na variação dos
números de oxidação.
15.2 Identifique os agentes redutor e oxidante.
15.3 Identifique as espécies oxidada e reduzida.
15.4 Escreva a equação química que traduz a reação descrita relacionando-a com
as semirreações de oxidação-redução.

15.1 A reação é de oxidação-redução porque há variação dos números de oxi-


dação, ou seja, há transferência de eletrões entre as espécies envolvidas.
C!2 (g) + 2 NaI (aq) 2 NaC! (aq) + I2 (s)
n.o. 0 –1 –1 0
redução
oxidação

! n.o. (C!) = (–1 – 0) = –1 < 0 ⇒ redução (diminui o n.o., ganha eletrões)


! n.o. (I) = (0 – 1) = +1 > 0 ⇒ oxidação (aumenta o n.o., de oxidação,cede eletrões)
A reação é de oxidação-redução, porque há variação dos números de oxi-
dação, ou seja, há transferência de eletrões entre as espécies envolvidas. Q 11
15.2 O agente redutor é o ião iodeto, I–; o agente oxidante é o cloro, C!2.
15.3 A espécie oxidada é o ião iodeto, I–; a espécie reduzida é o cloro, C!2.
15.4 O número de oxidação do sódio não varia. Assim, o ião sódio, Na+, é espec-
tador e a equação química pode simplificar-se:
Semirreação de oxidação: 2 I– (aq) I2 (s) + 2e–
Semirreação de redução: C!2 (g) + 2e– 2 C!– (aq)
Equação global: C!2 (g) + 2 I– (aq) 2 C!– (aq) + l2 (s)

2.2.2 Força relativa dos oxidantes e redutores

O caráter oxidante ou redutor de uma espécie química depende da


natureza da espécie com que reage.

Reação ácido-metal
Muitos metais reagem com ácidos originando sais e hidrogénio gasoso.
Por exemplo, o magnésio reage com ácido clorídrico formando-se clo-
reto de magnésio e hidrogénio gasoso, Fig. 2.17:
Mg (s) + 2 HC! (aq) MgC!2 (aq) + H2 (g)
Fig. 2.17 Reação do
ou magnésio com ácido
Mg (s) + 2 H+ (aq) Mg2+ (aq) + H2 (g) clorídrico.

O metal é oxidado pelo ácido, formando-se o catião metálico; o ião H+ do ácido reduz -se para
formar H2.

301
QUÍMICA 11.° Ano

Poder redutor e poder oxidante

Os metais apresentam diferenças quanto à facilidade com que se oxidam. Por exemplo, o
zinco metálico sofre oxidação em soluções aquosas do ião cobre(II), mas se se colocar uma
barra de cobre numa solução contendo iões zinco não se observa nenhuma reação. Assim,
pode concluir-se que o zinco cede eletrões (oxida-se) mais facilmente do que o cobre, pelo
que, nas mesmas condições, o zinco apresenta maior poder redutor do que o cobre.
O poder redutor de uma espécie química relaciona-se com a facilidade de ela ceder eletrões
(sofre oxidação) e o poder oxidante com a facilidade com que recebe eletrões (sofre redução).

Série eletroquímica

É possível listar os metais por ordem decrescente de facilidade de oxidação – série eletroquímica:

Semirreação de redução
Li+ + e– — Li
Aumento da facilidade de redução dos iões metálicos (aumento do poder oxidante)

K+ + e– — K
Ba2+ + 2e– — Ba

Aumento da facilidade de oxidação dos metais (aumento do poder redutor)


Ca2+ + 2e– — Ca
Na+ + e– — Na
Mg2+ + 2e– — Mg
A!3+ + 3e– — A!
Mn2++ 2e– — Mn
Zn2+ + 2e– — Zn
Cr3+ + 3e– — Cr
Fe2+ + 2e– — Fe
Co2+ + 2e– — Co
Ni2+ + 2e– — Ni
Sn2+ + 2e– — Sn
Pb2+ + 2e– — Pb
2 H+ + 2e– — H2
Cu2+ + 2e– — Cu
Ag+ + e– — Ag
Hg2+ + 2e– — Hg
Pt2+ + 2e– — Pt
Au3+ + 3e– — Au

A partir da tabela, é possível prever quais as espécies que reagem espontaneamente com ou-
tras, provocando a sua oxidação ou redução, como, por exemplo, prever qual a possibilidade
de um metal se oxidar na presença do ião H+, originando H2.

Os metais têm, na maior parte dos casos, grandes poderes redutores, uma vez que facilmente
cedem eletrões.

302
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Questão resolvida

16. Algumas evidências experimentais mostram que muitos metais são capazes de rea-
gir com os ácidos originando H2 (deslocamento de hidrogénio). Também um metal
num composto pode ser «deslocado» por outro metal no estado não combinado.
Considere que foram testados quatro metais, X, Y, W e Z, que apresentaram as
seguintes propriedades:
• X e Y deslocam o hidrogénio do ácido clorídrico;
• quando se adiciona Y a soluções aquosas de sais contendo os catiões dos outros
metais, formam-se X, W e Z metálicos;
• quando se adiciona Z a uma solução aquosa contendo iões W2+, estes são deslo-
cados da solução, ou seja, forma-se W metálico.
Quanto à reatividade dos metais X, Y, Z e W, pode estabelecer-se a relação:
(A) X < W < Z < Y (B) Y < W < X < Z (C) W < Z < X < Y (D) Y < X < Z < W

(C). Apenas X e Y são capazes de reduzir o hidrogénio, deslocando-o do ácido


clorídrico, mas Y consegue reduzir X, W e Z, ou seja, tem maior poder redutor do
que X. Z apenas reduz W.

A corrosão é a oxidação não desejada de um metal. Esta diminui a duração de produtos me- Q 11
tálicos, principalmente de ferro e de aço, presentes em edifícios, pontes, navios, etc.

Um dos exemplos mais evidentes é a corrosão do


ferro que, em contacto com o oxigénio húmido, dá Nível Solo (eletrólito)
do chão Canalização
origem à ferrugem. Uma forma de prevenir a cor- de ferro
para água
rosão é a chamada proteção catódica (por ânodo 30 cm (cátodo)
de sacrifício), que consiste em pôr em contacto Fio de cobre
com o ferro um metal fortemente redutor (que se
oxida mais facilmente), como, por exemplo, o mag- Magnésio
(ânodo)
nésio ou o zinco, resguardando assim o ferro da
corrosão (Fig. 2.18). Fig. 2.18 Proteção catódica de uma canalização
de ferro para água.

Questão resolvida

17. Um grupo de alunos resolveu testar a capa- Água


cidade que alguns metais têm de reduzir a
Fio de Zn Fio de Cu
água. Para isso realizaram uma atividade ex- enrolado enrolado
perimental, representada esquematicamente no prego no prego
na figura ao lado.

17.1 Num dos tubos o prego de ferro reagiu Tubo 1 Tubo 2

com a água. Identifique esse tubo.

303
QUÍMICA 11.° Ano

Questões resolvidas

17.2 Na experiência realizada pelos alunos, que metal poderia servir para enrolar
fios de Zn ou Cu de forma a permanecer inalterado?
17.3 Escreva as equações globais de oxidação-redução ocorridas em cada tubo.

17.1 Tubo 2. No tubo 1, o zinco oxida-se porque tem maior poder redutor do que
o ferro. A água sofre redução, libertando hidrogénio, enquanto o ferro per-
manece como espectador. No tubo 2, o ferro tem maior poder redutor do
que o cobre, cedendo eletrões com maior facilidade à água. É o cobre que
permanece inalterado.
17.2 Qualquer um com maior poder oxidante (logo, menor poder redutor) do que
o do cobre. Por exemplo, a prata.
17.3 Tubo 1: Zn (s) + 2 H2O (!) Zn (OH)2 (aq) + H2 (g)
Tubo 2: Fe (s) + 2 H2O (!) Fe(OH)2 (aq) + H2 (g)

18. Os alambiques de cobre utilizados na destilação


de bebidas espirituosas apresentam uma colora-
ção avermelhada enquanto novos. Com o passar
do tempo, a tendência é para o aparecimento de
uma coloração verde (evidência da corrosão do
metal cobre) na superfície exterior do alambique.
18.1 Escreva a semirreação de oxidação respon-
sável pelo aparecimento da cor verde na su-
perfície exterior dos alambiques.
18.2 Considere que para solucionar o problema da corrosão se deve recorrer à
aplicação de uma tinta metálica. Selecione, com base na informação seguinte,
a tinta que lhe confere maior proteção.

Tinta Metal presente na tinta Semireação de redução


A Fe Fe2+ + 2 e– Fe
B A! A! + 3 e
3+ –
A!
C Sn 2+
Sn + 2 e –
Sn
D Pb Pb2+ + 2 e– Pb

Ag Cu H Pb Sn Fe Cr Zn A! Mg Ca

mais reativo (maior poder redutor)

18.1 Semirreação de oxidação: Cu (s) Cu2+ (aq) + 2e–

18.2 A proteção do cobre é tanto mais eficaz quanto maior for a capacidade do
metal presente na tinta para ceder eletrões. Com base na série eletroquími-
ca, verifica-se que o alumínio é, dos quatro metais, aquele que tem maior
poder redutor, logo, o que protegerá melhor o alambique da corrosão.

304
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

2.2.3 Série eletroquímica (AL 2.3)

Com esta atividade, pretende-se comparar a tendência de diversos metais para serem oxida-
dos e dos respetivos iões para serem reduzidos.

Dispondo de soluções aquosas de Mg(NO3)2, Zn(NO3)2, Mg(s) Cu(s) Zn(s) Pb(s)

Cu(NO3)2 e Pb(NO3)2, de igual concentração, e pequenas


Mg2+
amostras sólidas de Mg, Cu, Zn e Pb, colocam-se duas go-
tas de cada solução sobre cada uma das amostras metáli- Zn2+

cas colocadas na placa de microanálise.


Cu2+

A Fig. 2.19 apresenta os resultados após contacto das


amostras metálicas com as soluções dos catiões metáli- Pb2+
cos durante algum tempo.
Fig. 2.19 Resultados obtidos no
estudo da reatividade entre metais
e soluções de iões metálicos.

Questão resolvida

19. Considere a atividade AL 2.3 realizada por um grupo de alunos.


19.1 Qual dos procedimentos é incorreto na realização da atividade?
(A) Limpar previamente a superfície das amostras de metal.
(B) Usar amostras de metal com formas e tamanhos diferentes.
(C) Usar soluções com a mesma concentração e de igual volume. Q 11
(D) Realizar todos os ensaios à mesma temperatura.
19.2 Qual dos catiões metálicos apresenta:
a) menor poder oxidante?
b) maior poder oxidante?
19.3 Coloque por ordem decrescente de reatividade os metais usados.
19.4 Conclua, com base nos resultados obtidos, sobre a possibilidade de algum dos
metais testados poder ser utilizado num recipiente que possa conter qualquer
uma das soluções usadas.

19.1 (B). A forma e o tamanho das amostras de metal é uma das variáveis a con-
trolar.
19.2 a) Mg2+. Não reagiu com nenhum dos metais, o que significa que é o que tem
menor capacidade para oxidar os metais utilizados e, consequentemente,
para sofrer redução, ou seja, para receber eletrões.
b) Cu2+. Reagiu com todos os metais, o que significa que é o que tem maior
capacidade para oxidar os metais utilizados e, consequentemente, para
sofrer redução, ou seja, para receber eletrões.
19.3 Mg > Zn > Pb > Cu
19.4 Apenas o cobre pode ser utilizado como recipiente para qualquer uma
das soluções usadas, pois seria o único dos metais utilizados a não sofrer
corrosão, uma vez que não reagiu com nenhum dos iões dos outros metais
presentes em solução.

305
QUÍMICA 11.° Ano

2.3 Soluções e equilíbrio de solubilidade


2.3.1 Mineralização das águas

Dissolução de sais e gases na água do mar

Em cada quilograma de água do mar estão dissolvidos, em média, cerca de 35 g de sais, que
lhe conferem a salinidade, e dos quais o maioritário é o cloreto de sódio, NaC! (Fig. 2.20).

Sais 34,4 g

Cloreto (C!–)
Água 965,6 g 18,98 g Sódio (Na+)
10,56 g

Sulfato (SO42– )
2,649 g

Potássio (K+) Magnésio (Mg2+)


1 kg de água do mar 0,38 g 1,27 g
Cálcio (Ca2+) Hidrogenocarbonato (HCO3– )
0,40 g 0,14 g

Fig. 2.20 Composição média da água do mar.

As águas dos diferentes mares podem ser mais ou menos salgadas, mas a proporção em que
os vários solutos estão presentes mantém-se.
A água do mar é ligeiramente alcalina devido à dissolução do ião carbonato, CO32–. O aumento
da concentração do dióxido de carbono na atmosfera tem contribuído para a diminuição do
pH dos oceanos.
As águas naturais doces também dissolvem muitos materiais, sendo a maioria sais minerais.
No entanto, também existem compostos moleculares dissolvidos, como a sílica, SiO2, e gases,
como o nitrogénio, o oxigénio e o dióxido de carbono atmosféricos.
A composição destas águas depende da composição das rochas (origem geológica) por onde
passam e do tipo de materiais que arrastam e dissolvem na sua passagem (lixiviação). A mine-
ralização da água é a massa, em mg, do material inorgânico existente por litro de água (mg L−1).

Questão resolvida

20. Considerando água do mar = 1,03 g cm–3 e com base na informação da Fig. 2.20 e do
texto conexo, pode concluir-se que
(A) os iões cloreto e cálcio são os mais abundantes na água do mar.
(B) quando se evaporam 28 litros de água do mar obtêm-se cerca de 3 kg de sais.
(C) a equação química seguinte traduz o aumento da alcalinidade da água do mar:
2 H2O (!) + CO2 (g) — H2CO3 (aq) + H2O (!) — HCO3– (aq) + H3O+ (aq)
(D) a água do mar é uma água natural com um valor de pH > 7, a 25 °C.

306
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

(D). Os iões mais abundantes na água do mar são o cloreto e o sódio.


Cálculo da mineralização de 28 L de água do mar (28 × 103 cm3):
= 1,03 g cm–3 ⇒ mágua do mar =
água do mar água do mar
× V = 1,03 g cm–3 × 28 × 103 cm3 =
=28,84 × 103 g = 28,8 kg
1 kg (água do mar) 28,8 kg (água do mar) 28,8 kg
! !=! ! ⇒ msais = 34,4 g × !! =
34,4 g (sais) msais 1 kg
= 992 g 1 kg
Existem várias espécies moleculares e iónicas dissolvidas na água do mar, entre
elas iões carbonato, CO32–, em quantidade apreciável. Estes iões reagem com a
água:
CO32– (aq)+ H2O (!) — HCO3– (aq) + OH– (aq)
aumentando a concentração de OH−, contribuindo, assim, para a alcalinidade da
água do mar (pH > 7, a 25 °C).

2.3.2 Solubilidade de sais em água

Solubilidade

A solubilidade é a quantidade de soluto (ou massa de soluto), por unidade de volume de Q 11


solução (ou de volume de solvente), a uma dada temperatura e pressão, para que esta fique
saturada. É usualmente expressa em gramas de soluto por 100 g de solvente ou em unidades
de concentração, mol dm−3.

Quanto à solubilidade em água, os sais podem classificar-se em muito solúveis, pouco solú-
veis e medianamente solúveis.

Solubilidade em água
Sais muito Apresentam valores elevados de solubilidade.
solúveis Exemplo: sais de metais alcalinos, de amónio e nitratos.

Sais pouco Apresentam valores muito baixos de solubilidade.


Exemplo: carbonatos, fosfatos, cromatos e sulfuretos, com exceção
solúveis dos que contêm iões de metais alcalinos ou o ião amónio.

250 Efeito da temperatura na solubilidade


Solubilidade (g soluto / 100 g H2 O)

KNO3

200 A solubilidade da maioria dos sais aumenta com a tem-


NaNO3 peratura, ou seja, a dissolução em água é, em geral,
150
Pb(NO3 )2 um processo endotérmico (Fig. 2.21).
100 KBr

KC!
50 Na2SO4
NaC!
Ce2(SO4 )3
0 Fig. 2.21 Solubilidade de alguns sais em água, em função da
20 40 60 80 100
Temperatura / ºC temperatura.

307
QUÍMICA 11.° Ano

Solução não saturada, saturada e sobressaturada

Uma solução diz-se saturada quando, a uma dada temperatura, se atinge o seguinte equilíbrio:
dissolução
Solutosólido Solutosolução
cristalização

ou seja, uma solução saturada é uma solução em que o soluto dissolvido e o soluto por dis-
solver estão em equilíbrio (Fig. 2.22).
Solução saturada

Fig. 2.22 Formação de uma solução saturada.

A solução não saturada é uma solução em que a quantidade de soluto dissolvido, a uma
dada temperatura, é inferior à da respetiva solubilidade a essa mesma temperatura.

A presença de um precipitado significa que há equilíbrio de solubilidade entre o precipitado


e a solução saturada de soluto. Se não se observar um precipitado, não se pode concluir que
a solução está saturada.

Uma solução que contém maior quantidade de soluto, para um certo volume, do que a exis-
tente numa solução saturada, diz-se sobressaturada. As soluções sobressaturadas não são,
em geral, estáveis e o soluto dissolvido em «excesso» tenderá a depositar-se na forma de
sólido, atingindo o sistema um estado de equilíbrio em que a solução fica saturada.

Questões resolvidas

21. Com base nas informações da Fig. 2.21 e nos conhecimentos sobre solubilidade,
expressa em gramas de soluto por 100 g de solvente, classifique como verdadeira
(V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
(A) Até 70 °C, o nitrato de potássio, KNO3, é o sal mais solúvel em água.
(B) O nitrato de sódio, NaNO3, é menos solúvel em água do que o nitrato de chum-
bo, Pb(NO3)2, a qualquer temperatura.
(C) A 40 °C, a solubilidade do cloreto de potássio, KC!, é maior do que a do cloreto
de sódio, NaC!.
(D) A dissolução do sulfato de cério, Ce2(SO4)3, em água é um processo exotérmico.
(E) Se se dissolver 125 g de nitrato de chumbo, Pb(NO3)2, em 200 g de água, a 100 °C,
obtém-se uma solução saturada.
(F) Se se dissolver 50 g de brometo de potássio, KBr, em 100 g de água, a 60 °C,
obtém-se uma solução não saturada.
(G) Se se misturar 80 g de KNO3 com 100 g de água, a 50 °C, não se pode verificar
equilíbrio de solubilidade.
(H) Ao arrefecer de 60 °C para 40 °C uma solução saturada de NaNO3 que contém
125 g de sal em 100 g de água, haverá precipitação de cerca de 25 g de NaNO3.

308
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Verdadeiras: (A), (D), (F) e (H). Falsas: (B), (C), (E) e (G).
A solubilidade do sulfato de cério a 20 °C é 25 g/100 g de água e a 100 °C
é muito menor. Como quando a temperatura aumenta a solubilidade diminui,
o aumento de temperatura não favorece a solubilização do sal, portanto,
a dissolução do sulfato de cério é um processo exotérmico.
A 100 °C, a solubilidade da solução de nitrato de chumbo em água é
125 g/100 g de água, portanto, para 200 g de água seriam necessários
250 g de Pb(NO3)2 para obter uma solução saturada.
A solubilidade do brometo de potássio em água, a 60 °C, é 75 g. Se a esta temper-
atura se dissolverem 50 g de sal em 100 g de água, a solução obtida é não saturada.
A solubilidade do nitrato de potássio em água, a 50 °C, é 75 g. Se se adicionarem
80 g de nitrato de potássio à água, à temperatura de 50 °C, vão ficar cerca de 5 g
por dissolver. A presença de sal sólido indica que se verifica equilíbrio de solubili-
dade entre o soluto sólido e a solução saturada de soluto.
A dissolução do nitrato de sódio é um processo endotérmico, pelo que uma dimi-
nuição de temperatura não favorece a solubilização do sal, originando precipita-
ção. A 60 °C, a massa de sal dissolvido era de 125 g; como a 40 °C a massa de sal
que, no máximo, se pode dissolver é 100 g, isto significa que precipitarão cerca
de 25 g de nitrato de sódio quando se baixa a temperatura de 60 °C para 40 °C.

22. O gráfico representa a variação da solu-


Solubilidade (g soluto/100 mL H2O)

0,4
bilidade do CO2 em água com a tempe-
ratura. 0,3
Q 11
22.1 Determine a solubilidade do dióxido
0,2
de carbono em água, a 12,5 °C, em
mol dm–3.
0,1
22.2 Indique uma consequência resul-
tante do aumento da quantidade de 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
dióxido de carbono na água. Temperatura / ºC

22.3 Conclua, com base no Princípio de Le Châtelier, se a dissolução de CO2 é um


processo endotérmico ou exotérmico.

m 0,2 g
n M 44,01 g mol–1
22.1 sCO2 (12,5 ºC) = 0,2 g /100 mL H2O; sCO2 = !! = !! = !! =
V V 0,100 dm3
= 0,05 mol dm–3

22.2 O aumento da quantidade de CO2 na água produz um aumento de acidez


e, consequentemente, uma diminuição do pH da água. A equação química
seguinte traduz esse aumento de acidez:
2 H2O (!) + CO2 (g) — H2CO3 (aq) + H2O (!) — HCO3– (aq) + H3O+ (aq)

22.3 A dissolução do CO2 pode ser traduzida por CO2 (g) — CO2 (aq).
De acordo com o gráfico, um aumento de temperatura diminui a solubi-
lidade do CO2, isto é, a reação anterior é favorecida no sentido inverso.
De acordo com o Princípio de Le Châtelier, um aumento de temperatura
favorece a reação endotérmica, portanto, neste caso, o sentido inverso.
Assim, conclui-se que a dissolução de CO2, sentido direto, é exotérmica:
ΔHdissolução < 0.

309
QUÍMICA 11.° Ano

2.3.3 Equilíbrio químico e solubilidade de sais

Os equilíbrios em soluções saturadas de sais são exemplos de equilíbrios heterogéneos por-


que envolvem mais de uma fase: a fase sólida (o sal sólido) e a fase líquida (a solução aquosa
dos iões desse sal).

Constante de produto de solubilidade

Por exemplo, o equilíbrio que se estabelece, a uma dada temperatura numa solução saturada
de sulfato de bário pode ser traduzido por:

H2O
BaSO4 (s) — Ba2+ (aq) + SO42– (aq) Ks = |Ba2+|e |SO42–|e

O valor da concentração do sólido não é incluído na expressão da constante de equilíbrio, Ks,


daí surgirem apenas os valores das concentrações dos iões em solução.

Esta constante designa-se por constante de produto de solubilidade ou produto de solubi-


lidade, Ks. Para uma situação genérica:

H2O
AaBb (s) — a Ab+ (aq) + b Ba– (aq) Ks = |Ab+|ae |Ba–|be

Solubilidade e produto de solubilidade

Uma constante de equilíbrio, em geral, depende apenas da temperatura e é uma medida


da extensão da dissolução do sal. Assim, para a mesma estequiometria, quanto maior for o
produto de solubilidade de um dado sal, a uma dada temperatura, maior será a concentração
dos iões na solução saturada.

A partir dos valores do produto de solubilidade, é possível determinar, de uma forma aproxi-
mada, a solubilidade do sal em água. Assim, sendo s a solubilidade do sal, tem-se, por exem-
plo, para o BaSO4:

[Ba2+] = s e [SO42–] = s ⇒ Ks = s × s

Questões resolvidas

23. O sulfato de bário, BaSO4, é um sal pouco solúvel em água.


Considere três soluções aquosas com iões Ba2+ e SO42– com as seguintes concen-
trações:
A − [Ba2+] = [SO42–] = 1,0 × 10–6 mol dm–3
B − [Ba2+] = [SO42–] = 1,0 × 10–5 mol dm–3
C − [Ba2+] = [SO42–] = 1,0 × 10–4 mol dm–3
O produto de solubilidade, Ks, do sulfato de bário, em água, é 1,0 × 10−10, a 25 °C.
Preveja para cada uma das soluções se são saturadas, não saturadas ou sobressa-
turadas.

310
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Se a solução é saturada estabelece-se o seguinte equilíbrio:


H 2O
BaSO4 (s) — Ba2+ (aq) + SO42– (aq), em que Ks = |Ba2+|e |SO42–|e
Cálculo do quociente de reação para cada uma das soluções:
A – Qs = |Ba2+| × |SO42–| = (1,0 × 10–6)2 = 1,0 × 10–12 < Ks ⇒ solução não saturada
B – Qs = |Ba2+| × |SO42–| = (1,0 × 10–5)2 = 1,0 × 10–10 = Ks ⇒ solução saturada
C – Qs = |Ba2+| × |SO42–| = (1,0 × 10–4)2 = 1,0 × 10–8 > Ks ⇒ solução sobressaturada

24. Na tabela seguinte apresentam-se valores de concentração em massa de sal dissol-


vido, a 25 oC, para quatro sais presentes numa amostra de água mineralizada devido
à poluição do meio envolvente, e respetivas solubilidades, à mesma temperatura.

Sal Concentração em massa / g dm–3 Solubilidade / g dm–3


CaSO4 1,6 × 10–3 6,7 × 10–1
BaCrO4 5,5 × 10–4 3,32 × 10–3
Ca3(PO4)2 2,8 × 10–4 9,8 × 10–4
Cul 2,3 × 10–6 4,38 × 10–4

24.1 Identifique o sal mais solúvel na água à temperatura referida.


24.2 Verifique se a amostra de água mineralizada, à temperatura considerada, está
saturada em relação a algum dos sais.
Q 11
24.3 A partir dos dados relativos ao fosfato de cálcio, Ca3(PO4)2, e ao iodeto de
cobre(I), CuI, mostre que um sal mais solúvel não tem necessariamente um
Ks maior.

24.1 À temperatura de 25 oC, o sulfato de cálcio é o sal mais solúvel, pois é o que
apresenta maior solubilidade.
24.2 A concentração em massa de sal dissolvido para qualquer um dos sais é sem-
pre inferior à respetiva solubilidade em água, à temperatura de 25 oC, pelo que
a amostra de água mineralizada não está saturada em relação a nenhum deles.
24.3 Cálculo da solubilidade, em mol dm–3:
9,8 × 10–4 g dm–3
M (Ca3(PO4)2) = 310,18 g mol–1 ⇒ s(Ca (PO ) ) = !!! =
3 42 310,18 g mol–1
= 3,16 × 10 mol dm
–6 –3

4,38 × 10–4 g dm–3


M (CuI) = 190,45 g mol–1 ⇒ s(Cul) = !!! –1
= 2,30 × 10–6 mol dm–3
190,45 g mol
Cálculo do produto de solubilidade:
Ca3(PO4)2 (s) — 3 Ca2+ (aq) + 2 PO43– (aq)
Ks = |Ca2+|e3 |PO43–|e2 = (3s)3 × (2s)2 = 27s3 × 4s2 = 108 × (3,16 × 10–6)5 = 3,4 × 10–26
Cul (s) — Cu+ (aq) + I– (aq)
Ks = |Cu+|e |I–|e = s × s = s2 = (2,30 × 10–6)2 = 5,3 × 10–12
A solubilidade do fosfato de cálcio (Ca3(PO4)2, é ligeiramente maior do que
a do iodeto de cobre, CuI, no entanto, o Ks deste último é cerca de 1014
vezes maior do que o Ks do fosfato de cálcio. Isto resulta de a estequiome-
tria dos dois compostos não ser a mesma.

311
QUÍMICA 11.° Ano

Questão resolvida

25. A solubilidade de hidróxido de ferro(II), Fe(OH)2, é 1,59 × 10–5 mol dm–3, a 25 °C.
25.1 Escreva a equação química que traduz o equilíbrio de solubilidade do hidró-
xido de ferro(II) em água.
25.2 Determine a constante de produto de solubilidade do hidróxido de ferro(II).
25.3 Determine o pH de uma solução saturada de hidróxido de ferro(II), a 25 °C.
25.4 A 50,0 mL de uma solução de FeSO4 (aq) de concentração 3,00 × 10–4 mol dm–3,
adiciona-se 50,0 mL de uma solução de NaOH (aq) com a concentração de
2,00 × 10–5 mol dm–3, à temperatura de 25 °C.
Preveja se ocorrerá precipitação de Fe(OH)2.

H2O
25.1 Fe(OH)2 (s) — Fe2+ (aq) + 2 OH– (aq)
25.2 Ks = |Fe2+|e |OH–|e2 = s × (2s)2 = 4 × (1,59 × 10–5)3 = 1,61 × 10–14
25.3 Cálculo da concentração dos iões OH– na solução saturada:
[OH–] = 2s = 2 × 1,59 × 10–5 mol dm–3 = 3,180 × 10–5 mol dm–3
Cálculo do pH:
Kw 1,0 × 10–14
Kw = |H3O+|e |OH–|e ⇒ |H3O+| = !!! = !!! = 3,145 × 10–10 ⇒
|OH | 3,180 × 10–5

⇒ pH = –log |H3O | = 9,50


+

25.4 Cálculo da concentração de Fe2+ na solução resultante:


nFe2+ = c × V = 3,00 × 10–4 mol dm–3 × 0,050 dm3 = 1,500 × 10–5 mol
1,500 × 10–5 mol
[Fe2+] = !!! 3
= 1,500 × 10–4 mol dm–3
0,100 dm
Cálculo da concentração de OH− na solução resultante:
nOH– = c × V = 2,00 × 10–5 mol dm–3 × 0,050 dm3 = 1,000 × 10–6 mol
1,000 × 10–6 mol
[OH–] = !!! 3
= 1,000 × 10–5 mol dm–3
0,100 dm
Cálculo do quociente da reação:
Qs = |Fe2+| |OH–|2 = 1,500 × 10–4 × (1,000 × 10–5)2 = 1,50 × 10–14
Não ocorrerá precipitação de hidróxido de ferro(II), a 25 °C, pois Qs < Ks ,
pelo que a solução resultante é insaturada.

2.3.4 Alteração da solubilidade dos sais

A solubilidade de um sal é afetada não só pela temperatura, mas também pela presença de
outras espécies em solução, em conformidade com o Princípio de Le Châtelier.

Efeito do ião comum

A presença de um ião comum diminui, em geral, a solubilidade de um sal. Por exemplo, a


presença de iões Ca2+ (aq) ou F− (aq) em solução diminui a solubilidade do fluoreto de cálcio,
CaF2, uma vez que o equilíbrio de solubilidade será deslocado no sentido da formação do
sólido:

312
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

H2O
CaF2 (s) — Ca2+ (aq) + 2 F– (aq)

A adição de uma solução contendo iões F– ou Ca2+ deslocará o equilíbrio


no sentido da formação de CaF2 (s), diminuindo a solubilidade do sal.

Tratando-se de um equilíbrio, a previsão do efeito de um ião comum no sistema em equilíbrio


pode ser feita com base no Princípio de Le Châtelier.

A solubilidade de um sal numa solução que contenha iões do mesmo sal é menor do que a
solubilidade do mesmo sal em água, à mesma temperatura. O produto de solubilidade não
se altera.

Questão resolvida

26. Alguns métodos de diagnóstico ao estômago, por técnica de raio X, obrigam


os pacientes a ingerir uma suspensão de sulfato de bário (Ks (BaSO4) = 1,0 × 10–10,
a 25 oC) preparada numa solução de sulfato de potássio, K2SO4.
Considerando que os iões Ba2+ são prejudiciais à saúde humana, pode concluir-se que
(A) a concentração de Ba2+ numa solução aquosa saturada de BaSO4, a 25 oC,
é 1,0 × 10–10 mol dm–3.
(B) o produto de solubilidade do BaSO4 em água é maior do que em solução
aquosa de K2SO4.
(C) a suspensão de BaSO4 preparada numa solução de K2SO4 é menos prejudicial
Q 11
para a saúde do que em solução aquosa.
(D) quando se ingere BaSO4 em pó, a acidez natural do estômago faz diminuir a
concentração de iões Ba2+.

(C). A uma dada temperatura, o equilíbrio que se estabelece numa solução saturada
de sulfato de bário é dado pela equação:

BaSO4 (s) — Ba2+ (aq) + SO42– (aq)

cuja constante de solubilidade é Ks = |Ba2+|e |SO42–|e e [Ba2+] = [SO42–], pela estequi-


ometria da reação:
1,0 × 10–10 = [Ba2+]2 ⇒ [Ba2+] = 1,0 × 10–10 = 1,0 × 10–5 mol dm–3

O produto de solubilidade é uma constante de equilíbrio, pelo que apenas


depende da temperatura.
O K2SO4 é um sal muito solúvel, pelo que se encontra totalmente dissociado em
água. Quando se adiciona BaSO4 a uma solução de K2SO4 , a solubilidade do BaSO4
será menor do que em água, devido à presença em solução de iões SO42– (efeito do
ião comum). Deste modo, a concentração de Ba2+ é menor.
Quando ingerido em pó, o BaSO4 vai dissolver-se nos fluidos presentes no
estômago, cuja acidez é bastante elevada. Os ácidos presentes reagem com os
iões SO42–, «deslocando» o equilíbrio no sentido da formação dos iões, ou seja,
no sentido da solubilização do BaSO4, aumentando a concentração de Ba2+ (que
são prejudiciais à saúde).

313
QUÍMICA 11.° Ano

2.3.5 Temperatura e solubilidade de um soluto sólido em água (AL 2.4)

Com o objetivo de estudar o efeito da temperatura na solubilidade de um soluto sólido em


água, um grupo de alunos realizou uma atividade com o seguinte procedimento.

1.o Pesar quatro amostras de nitrato de potássio, KNO3, de diferentes massas e transferir as
amostras para quatro tubos de ensaio.
2.o Adicionar 10,00 mL (10,00 g) de água destilada a cada tubo e agitar.
3.o Colocar os quatro tubos de ensaio num banho de água quente dentro de um copo de
250 mL e agitar as soluções até que o sólido se dissolva completamente.
4.o Retirar da água um tubo de cada vez e colocar dentro dele um sensor de temperatura.
Deixar arrefecer continuando a agitar, cuidadosamente, até se observar a formação dos
cristais. Registar o valor da temperatura.

Questão resolvida

27. Com os valores registados, o grupo de alunos construiu a curva de solubilidade do


KNO3.
27.1 Indique uma variável que os 200

alunos tiveram de controlar na 180


(massa de sal (g) / 100 g de água)

atividade. 160
140
27.2 No rótulo do sal de nitrato de
Solubilidade /

120
potássio encontra-se o picto- 100
grama de perigo exibido abai- 80

xo. Qual é a advertência de pe- 60

rigo associado a este sinal? 40


20
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Temperatura / °C

(A) Manter afastado do calor.


(B) Pode agravar incêndios.
(C) Não misturar com comburentes.
(D) Usar luvas e vestuário de proteção.
27.3 O grupo de alunos mediu o volume de água adicionado a cada tubo de
ensaio com uma pipeta graduada com uma incerteza absoluta de leitura
de 0,05 mL, mas poderiam ter usado uma pipeta volumétrica com incerteza
absoluta de leitura de 0,01 mL. Conclua, justificando, se esta substituição
aumentaria a incerteza ou o rigor da medida.

314
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

27.4 Com base na curva de solubilidade do KNO3, estime:


a) o valor da massa de sal que foi utilizada na preparação da solução que
saturou aos 22 oC;
b) o valor da solubilidade a 68 oC, expressa em mol dm–3 (considere que a
massa volúmica da solução é 1,17 g cm–3);
c) a percentagem em massa de KNO3 numa solução saturada a 48 oC.

27.1 Uma das variáveis a controlar é o volume de água adicionado a cada tubo.
27.2 (B).
27.3 A pipeta graduada apresenta uma maior incerteza absoluta de leitura do
que a volumétrica. Assim, a utilização da pipeta volumétrica permitiria dimi-
nuir a incerteza da medida e permitiria, consequentemente, uma medição
mais rigorosa do volume de água.

27.4 a) s (22 oC) = 40 g (KNO3)/100g H2O ⇒ para um Vágua = 10 mL ⇔ mágua = 10 g,


a massa de KNO3 utilizada foi 4,0 g.

b) T = 68 °C ⇒ s = 140 g (KNO3)/100 g H2O


140 g
M(KNO3) = 101,11 g mol–1 ⇒ nKNO = !!! –1 = 1,38 mol
3 101,11 g mol
m 240 g
msolução = (140 + 100) g = 240 g ⇒ Vsolução = !ρ! = !!!!!! = 205 cm3 ⇒
1,17 g cm–3
1,38 mol Q 11
⇒ s = !! !3 = 6,73 mol dm–3
205 × 10 dm
–3

c) T = 48 °C ⇒ s = 80 g (KNO3)/100 g H2O
mKNO3 80 g
%(m/m) = !! × 100 = !!! × 100 = 44%
msolução (80 + 100) g

2.3.6 Desmineralização de águas


Água muito dura
mais de 300 mg/L
Correção da dureza da água
Água dura
de 150 a 300 mg/L
A dureza de uma água é determinada principalmen- Água moderadamente dura
de 75 a 150 mg/L
te pela quantidade total de iões cálcio e magnésio
Água macia
presentes. Água dura é uma água que contém con- menos de 75 mg/L

centrações apreciáveis de Ca2+ e Mg2+ e outros ca-


tiões metálicos. A natureza geológica dos solos que
a água atravessa é determinante para a sua dureza
(Fig. 2.23).

Quando a concentração desses iões é reduzida,


diz-se que a água é macia ou mole.
Fig. 2.23 Mapa da distribuição da água
em função da dureza, em Portugal.

315
QUÍMICA 11.° Ano

Exemplo de processos para minimizar os efeitos da dureza da água:

• aditivos anticalcários: são agentes complexan- Ca2+


tes que se adicionam aos detergentes e que –
Ca2+ Água dura
vão reagir com os catiões cálcio e magnésio, –
formando iões complexos (que são solúveis); Na+
Resina – Ca2+

• resinas de permuta iónica (Fig. 2.24): faz-se pas-



sar a água dura através da resina que contém Na+
iões Na+. Quando a água dura passa através da – Na+
Na+
resina, os catiões Ca2+ e Mg2+ permutam com – Na +

os iões sódio, que se deslocam para a água. Os Água macia

sais de sódio são muito solúveis. Fig. 2.24 Permuta iónica.

Questão resolvida

28. A dureza da água é provocada pela existência de catiões metálicos, sendo os iões
cálcio, Ca2+, e magnésio, Mg2+, os mais importantes.
A dissolução do carbonato de cálcio, CaCO3, por ação de uma água contendo dióxido
de carbono, CO2, dissolvido pode ser traduzida por
CaCO3 (s) + CO2 (g) + H2O (!) — Ca2+ (aq) + 2 HCO3– (aq)
Conclua, justificando, com base na reação acima referida, de que modo a presença de
uma quantidade apreciável de CO2 dissolvido pode alterar a dureza da mesma água.
Adaptado de Exame Nacional

De acordo com o Princípio de Le Châtelier um aumento da concentração de um


dos reagentes do sistema químico favorece o sentido da reação em que diminui
a concentração desse componente. Assim, uma quantidade apreciável de CO2
dissolvido implica que o sistema considerado evolua no sentido da reação direta,
o que se traduz num aumento da concentração de Ca2+ (aq). Um aumento da con-
centração de Ca2+ (aq) corresponde a um aumento da dureza da água.

Remoção de poluentes

A remoção de poluentes metálicos pode ser feita através de reações de precipitação de sais.

Uma reação de precipitação é uma reação que é caracterizada pela formação de um com-
posto insolúvel (precipitado) que se separa da solução. Estas reações ocorrem, geralmente,
entre compostos iónicos.

Em princípio, ocorrerá a formação de um precipitado sempre que as concentrações dos iões


do sal em solução conduzam à sobressaturação da solução nesse sal, ou seja, sempre que o
quociente da reação Qs correspondente ao equilíbrio de solubilidade desse sal seja maior do
que o respetivo produto de solubilidade, Ks.

• Qs < Ks − não há formação de precipitado;


• Qs > Ks − há formação de precipitado.

316
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

A precipitação seletiva é um processo em que se separa uma espécie em solução de outras


por precipitação. Existem vários agentes precipitantes que permitem a separação de iões a
partir das diferenças de solubilidade dos respetivos sais, designando-se este processo por
precipitação seletiva de sais por adição de um precipitante.

Questão resolvida

29. Numa tentativa de tratar a água de um pequeno lago, cujas análises químicas re-
velaram a presença de iões cálcio, Ca2+, e magnésio, Mg2+, nas concentrações de
3,5 × 10–4 mol dm–3 e 4,0 × 10–3 mol dm–3, foram feitas adições de pequenas quanti-
dades de carbonato de sódio, Na2CO3, no estado sólido. Considere que a concen-
tração final de ião sódio na água do lago é de 2,0 × 10–4 mol dm–3 e que a dissocia-
ção do Na2CO3 foi completa.
29.1 Determine se este processo permite remover por decantação o cálcio e o
magnésio.
29.2 Calcule a concentração em ião carbonato necessária para o magnésio
também precipitar.
Dados: Ks (CaCO3) = 8,7 × 10–9; Ks (MgCO3) = 1,0 × 10–5.

29.1 Com a adição de carbonato de sódio há possibilidade de se formarem pre- Q 11


cipitados de carbonato de cálcio e de carbonato de magnésio que, poste-
riormente, poderão ser removidos por decantação. Daí que seja necessário
determinar, para as concentrações de iões cálcio e magnésio presentes na
água do lago, a concentração em iões carbonato necessária para que os sais
precipitem.
Cálculo da concentração de iões carbonato provenientes do carbonato de
sódio (sal muito solúvel) adicionado:
H2O
Na2CO3 (s) 2 Na+ (aq) + CO32– (aq)
cNa+ 2,0 × 10–4
cCO2– = !! = !!!!!! = 1,0 × 10–4 mol dm–3
3 2 2
Cálculo do quociente da reação para cada um dos possíveis equilíbrios de
solubilidade:
CaCO3 (s) — Ca2+ (aq) + CO32– (aq)
Qs = |Ca2+| |CO32–| = 3,5 × 10–4 × 1,0 × 10–4 = 3,5 × 10–8 > Ks ⇒ há formação de
precipitado de CaCO3.
MgCO3 (s) — Mg2+ (aq) + CO32– (aq)
Qs = |Mg2+| |CO32–| = 4,0 × 10–3 × 1,0 × 10–4 = 4,0 × 10–7 < Ks ⇒ não há formação
de precipitado de MgCO3.
Nas condições dadas, apenas se consegue remover por decantação os
iões cálcio na forma de CaCO3.
1,0 × 10–5
29.2 Ks = |Mg2+|e |CO32–|e ⇒ |CO32–| = !!!!!!
–3
= 2,5 × 10–3 ⇒ [CO32–]e = 2,5 × 10–3 mol dm–3
4,0 × 10
Para haver formação de precipitado de MgCO3, [CO32–]e > 2,5 × 10–3 mol dm–3.

317
QUÍMICA 11.° Ano

Questões propostas

Reações ácido-base

1. Os ácidos e as bases estão presentes em processos químicos, industriais, biológicos, de


laboratório e no meio ambiente.
Considere as espécies químicas OH–, HCN, NH4+, OC!–, H2PO4–, H2SO4 e HCO3–.
1.1 De acordo com a teoria de Brønsted-Lowry, indique as espécies que:
a) se comportam como ácidos;
b) se comportam como bases.
1.2 Para as espécies H2PO4– e HCO3–, escreva as equações químicas que traduzam o seu com-
portamento como:
a) base, reagindo numa solução aquosa de um ácido;
b) ácido, reagindo numa solução aquosa de uma base.
1.3 Identifique os pares conjugados ácido-base em cada uma das equações da questão 1.2.

2. A água quimicamente pura apresenta uma condutividade elétrica muito pequena, o que
significa não existirem somente moléculas H2O, mas também iões que só poderão resultar
da sua autoionização.
2.1 Escreva a equação química que traduz a autoionização da água.
2.2 A tabela apresenta alguns valores da constante de ionização da água em função da tem-
peratura.
T / ºC 10 20 25 30 40 50
Kw 2,9 × 10–15 6,8 × 10–15 1,0 × 10–14 1,5 × 10–14 2,9 × 10–14 5,5 × 10–14

Os dados da tabela permitem concluir que


(A) a reação de autoionização da água é exotérmica.
(B) na água quimicamente pura a concentração dos iões H3O+ é igual à dos iões OH– para
qualquer temperatura.
(C) uma elevação de temperatura provoca um aumento no pH da água quimicamente pura.
(D) a temperaturas superiores a 25 oC, a água quimicamente pura é ácida.
2.3 Determine o valor do pH da água quimicamente pura à temperatura de 50 oC.

3. O gráfico da figura representa o pH de uma amostra de água quimicamente pura, em função


da temperatura.

pH 7,5

7,0

6,5

6,0
0 10 20 30 40 50 60
T / °C

3.1 Conclua, justificando, como varia o produto iónico da água com a temperatura.
3.2 Determine o produto iónico da água a 45 °C.
Apresente todas as etapas de resolução.

318
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

3.3 A concentração hidrogeniónica, [H3O+], numa amostra pura de água _______ à medida que
a temperatura diminui, _______ alteração do caráter neutro da água.
(A) aumenta … havendo
(B) diminui … não havendo
(C) diminui … havendo
(D) aumenta … não havendo

4. Muitas das reações químicas que ocorrem nos siste- Líquidos pH


mas vivos são extremamente sensíveis a alterações de Suco gástrico 1,5 – 3,0
pH. A tabela mostra os valores de pH típicos de diver-
sos líquidos corpóreos. Plasma sanguíneo 7,4
Suco pancreático 7,8 – 8,0
4.1 Com base nos dados da tabela, pode concluir-se que
Líquido intracelular 6,9
(A) o suco pancreático é mais ácido do que o líquido
intracelular.
(B) o suco gástrico é a solução que possui maior concentração de OH– (aq).
(C) a concentração de H3O+ (aq) no plasma sanguíneo é 7,4 × 10–7 mol dm–3.
(D) a concentração de H3O+ (aq) no líquido intracelular é 3,16 vezes maior do que no plas-
ma sanguíneo.
4.2 Valores de pH do plasma sanguíneo fora do intervalo 7,4 ± 0,4 podem ser letais. Determine
a concentração máxima de H3O+ (aq) no plasma sanguíneo.
4.3 Uma das razões pela qual o pH do plasma sanguíneo é mantido praticamente constante
é o seguinte equilíbrio:
CO2 (aq) + 2 H2O (!) — HCO3– (aq) + H3O+ (aq) K = 7,94 × 10–7 a 36 oC
!HCO3– !
O valor da relação ! , no plasma sanguíneo, para o valor normal de pH é
CO2 !
(A) 20. (B) 0,05. (C) 1,25. (D) 1.

5. O pH de uma solução aquosa de ácido clorídrico, HC! (aq), é 3,00. Considere que uma amos-
tra de 100 mL dessa solução foi diluída, passando a registar-se um valor de pH igual a 3,50.
O volume da amostra após a diluição é __________ e a concentração de iões H3O+ (aq) teve
um decréscimo de _________.
(A) 0,316 dm3 … 68,4%
(B) 0,316 dm3 … 16,7%
(C) 0,117 dm3 … 68,4%
(D) 0,117 dm3 … 16,7%

6. Das equações químicas seguintes, identifique as que traduzem reações ácido-base de


acordo com Brønsted-Lowry.
(A) NaOH (aq) → Na+ (aq) + OH– (aq)
(B) NH3 (aq) + H2O (!) — NH4+ (aq) + OH– (aq)
(C) HNO3 (aq) + H2O (!) — NO3– (aq) + H3O+ (aq)
(D) H2SO4 (aq) + Mg (s) → MgSO4 (s) + H2 (g)

319
QUÍMICA 11.° Ano

Questões propostas

7. A figura representa esquematicamente a proporção relativa das espécies químicas pre-


sentes em três equilíbrios químicos resultantes da ionização de três ácidos monopróticos
HA (em que A = X, Y e Z) em água, que não está representada na figura.

HA = H3O+ = A– =

HX HY HZ

7.1 A sequência que ordena os ácidos por ordem crescente de extensão da reação de ioni-
zação é
(A) HX < HY < HZ.
(B) HZ < HY < HX.
(C) HY < HZ < HX.
(D) HX < HZ < HY.
7.2 Indique a percentagem de ionização do ácido HZ.
7.3 A figura permite concluir que
(A) HY é um ácido forte.
(B) HZ é o ácido que apresenta a maior constante de acidez.
(C) para iguais concentrações dos três ácidos, o HX apresenta um menor valor de pH.
(D) HY é o ácido cuja base conjugada apresenta maior constante de basicidade.

8. O ácido fluorídrico, HF (aq), é um ácido monoprótico fraco, cuja constante de acidez


é 6,8 × 10−4, a 25 °C. A reação de ionização do ácido fluorídrico com a água pode ser tradu-
zida por:
HF (aq) + H2O (!) — H3O+ (aq) + F– (aq)

Considere uma solução de ácido fluorídrico cujo pH, a 25 °C, é 2,4.


Determine a concentração da solução de ácido fluorídrico.
Apresente todas as etapas de resolução.

9. O ácido acético é um líquido incolor, corrosivo e com odor de vinagre.


Considere a seguinte equação, que traduz a ionização do ácido acético em água:

CH3COOH (aq) + H2O (!) — CH3COO– (aq) + H3O+ (aq) Ka = 1,78 × 10–5 a 25 oC

9.1 A 25 oC, pode concluir-se que


(A) a ionização do ácido acético é pouco extensa.
(B) em soluções com pH superior a 7 é favorecida a formação de CH3COOH (aq).
(C) no equilíbrio predominam as espécies CH3COO– (aq) e H3O+ (aq).
(D) o pH de uma solução aquosa de iões acetato é inferior a 7.

320
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

9.2 Com o objetivo de determinar o valor da constante de acidez do ácido acético, um grupo
de alunos começou por medir o pH de uma solução de ácido acético de concentração
2,7 × 10–3 mol dm–3. O valor de pH obtido foi 3,70, a 25 oC.
a) Determine a concentração de ácido acético não ionizado.
b) Calcule o valor da constante de acidez.
c) Em medições repetidas, este grupo de alunos determinou sempre o mesmo valor de Ka.
O valor de Ka determinado pelo grupo de alunos é __________ tabelado, o que pode
justificar-se pela ocorrência de erros __________.
(A) igual ao … aleatórios
(B) igual ao … sistemáticos
(C) diferente do … aleatórios
(D) diferente do … sistemáticos

10.
A Câmara Municipal de Gaia avançou hoje que o derrame de ácido clorídrico ocorrido na ma-
nhã de ontem na A29, após o despiste de um camião-cisterna, destruiu parte significativa da
vida no rio Febros. De acordo com a autarquia, foram derramadas quatro toneladas de ácido.

Num dia, a água do rio contava com um pH de 7,1, quase boa para ser bebida. Um dia depois
tinha acidez extrema de 3,2. Por isso, injetaram-se no rio milhares de metros cúbicos de água
para ajudar a diluir o ácido, ao mesmo tempo que se realizaram centenas de análises.

www.publico.pt, 26/8/2008 (adaptado)

10.1 Com base na informação dada, pode concluir-se que


(A) na concentração de OH– (aq) na água do rio diminuiu após o derrame de ácido.
(B) o ácido clorídrico ionizou-se parcialmente em solução aquosa.
(C) ao injetar no rio milhares de metros cúbicos de água diminui-se a ionização do ácido.
(D) após o derrame do ácido, a concentração dos iões H3O+ (aq) aumentou 3,9 vezes.

10.2 Mostre que todo o ácido derramado pode ser neutralizado com a adição de 5,5 t de
carbonato de cálcio, de acordo com a equação:

2 HC! (aq) + CaCO3 (s) → CaC!2 (aq) + CO2 (g) + H2O (!)

11. No decorrer de uma titulação ácido-base mediram-se os valores de pH, a 25 °C. O titula-
do tinha um valor de pH de 9,5 e a solução obtida apresentou pH igual a 4,5 quando se
atingiu o ponto de equivalência. Admita que apenas um dos iões do sal formado sofre
hidrólise.
Na titulação considerada, o titulado é uma base __________ e o titulante é um ácido
__________.
(A) forte … fraco
(B) fraca … fraco
(C) forte … forte
(D) fraca … forte

321
QUÍMICA 11.° Ano

Questões propostas

12. No laboratório foi encontrado um frasco com uma solução aquosa de ácido iodídrico,
HI (aq), um ácido forte, com uma etiqueta parcialmente corroída, o que impossibilitou
conhecer a concentração da solução.
Com o objetivo de determinar a concentração da solução de HI (aq), procedeu-se
à titulação de 20,0 mL dessa solução com uma solução padrão de hidróxido de sódio,
NaOH (aq), de concentração 1,00 × 10−2 mol dm−3.
12.1 Escreva a equação química que traduz a reação de neu- mL mL
tralização da solução de HI (aq) com a solução de hidró-
xido de sódio. 23
12.2 Na figura estão representados os níveis de titulante na Início 38
bureta no início da titulação e quando se atingiu o ponto
de equivalência. Qual é o volume de titulante gasto até Fim
ao ponto de equivalência? 24
39
12.3 Determine a concentração da solução de ácido iodídrico.
Apresente todas as etapas de resolução.

13. Titulou-se uma solução contendo 0,181 g de um ácido monoprótico forte com uma solução
aquosa de hidróxido de potássio, KOH (aq), de concentração 0,150 mol dm−3.
Na tabela seguinte estão registados os volumes gastos de titulante em três ensaios diferen-
tes, até ao ponto de equivalência da titulação de um mesmo volume V do ácido monoprótico.

Ensaio 1 2 3
3
Volume de titulante / cm 19,10 19,10 19,20

13.1 Qual é o valor mais provável do volume de titulante gasto na titulação?


13.2 Determine a incerteza absoluta de observação na titulação realizada.
13.3 Determine a massa molar do ácido monoprótico em solução.

14. O estômago de uma pessoa, que sofre de indigestão ácida contém 75 mL de ácido clorídri-
co, HC! (aq), de concentração 0,22 mol dm−3.
Determine quantos comprimidos antiácido são necessários para neutralizar 90% do ácido
do estômago, considerando que cada comprimido contém 500 mg de CaCO3.
A reação que ocorre pode ser traduzida por:
2 HC! (aq) + CaCO3 (s) → CaC!2 (aq) + H2CO3 (aq)
Apresente todas as etapas de resolução.

15. O hidróxido de lítio, LiOH, pode ser utilizado no tratamento de gases de exaustão industrial.
Para neutralizar uma solução aquosa de hidróxido de lítio, com pH = 12,20, foram usados
26,4 mL de uma solução de HC! 0,100 mol dm–3, a 25 oC.
15.1 Determine o volume da solução de LiOH neutralizado.
15.2 Calcule a massa de hidróxido de lítio que teria de se utilizar para preparar 200 mL da
referida solução.

322
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

16. A figura mostra a curva da titulação de 12,50 mL de HC! com NaOH 0,025 mol dm–3.
pH
14

Fenolftaleína

Vermelho de metilo

0 10 20 30 40 50 60 70 80
VNaOH adicionado / mL

16.1 Identifique o titulante e o titulado.


16.2 Escreva a equação que traduz a reação de neutralização.
16.3 Determine:
a) a concentração da solução de HC!;
b) o pH da solução inicial;
c) o pH da solução obtida após adição de 10 mL de NaOH.
16.4 Explique a afirmação: «O pH da solução obtida quando se atinge o ponto de equivalên-
cia é 7.»
16.5 Com base na informação apresentada na figura, explique a utilização laboratorial de
qualquer um dos indicadores para este tipo de titulação.

17. O pH de uma solução aquosa de fluoreto de potássio, KF (aq), a 25 °C, é superior a 7, uma
vez que o __________ sofre hidrólise, por ser o par conjugado de __________.
(A) catião … uma base fraca
(B) anião … uma base fraca
(C) catião … um ácido fraco
(D) anião … um ácido fraco

18. Utilizando a couve-roxa, preparou-se um indicador que apresenta as cores indicadas na


Tabela 1 para os respetivos valores de pH.
Adicionaram-se algumas gotas do indicador preparado a soluções aquosas de HC! (ácido
forte), NaOH (base forte), NH4C!, NaC! e NH3 (base fraca), todas com a mesma concentra-
ção da Tabela 2.
Com base na informação apresentada, associe a cada letra da Tabela 2 a cor que cada
solução apresentará na presença do indicador.

Tabela 1 Tabela 2
pH Cor Solução (a 25º) Cor da solução na presença do indicador
1 Vermelho HC! A
4 Cor-de-rosa NaOH B
7 Lavanda NH3 C
10 Verde NaC! D
13 Amarelo NH4C! E

323
QUÍMICA 11.° Ano

Questões propostas

19. Os óxidos responsáveis pela acidificação atmosférica podem ter na sua origem atividades
naturais ou antropogénicas. A figura apresenta as principais fontes emissoras de gases
poluentes, alguns dos quais estão na origem das chuvas ácidas.

Transformação química
NO2 HNO3
SO2 H2SO4
Foto-oxidação
Poluentes ácidos (NO2 e SO2)
Partículas
Hidrocarbonetos
Emissão para a atmosfera
Gases
Chuva ácida

Gases
Lixo

Indústria
Residências Veículos

Tendo por base a informação, pode concluir-se que


(A) Uma chuva que apresente um valor de pH igual a 6, a 25º, é considerada ácida.
(B) os veículos motorizados são a principal fonte de emissão de óxidos de enxofre.
(C) a formação da chuva mais ou menos ácida depende não só da concentração do ácido
formado, mas também do tipo de ácido.
(D) a chuva ácida é um fenómeno que ocorre apenas em zonas onde são libertados óxidos
de enxofre para a atmosfera.

20. A acidificação oceânica é a designação dada à diminuição do pH da água dos oceanos,


significando aumento da acidez, causada pelo aumento do dióxido de carbono, CO2, que
se dissolve na água.
CO2 (g) — CO2 (aq)
CO2 (aq) + H2O (!) — H2CO3 (aq)

20.1 Explique a origem da diminuição de pH da água dos oceanos referida.


20.2 No início do século XXI, o pH médio da água do mar era 8,05. Estima-se que o pH po-
derá descer para 7,7 em 2100 se forem mantidas as taxas atuais de emissão de CO2.
Determine o aumento percentual da concentração do ião oxónio na água dos oceanos,
previsto para 2100, em relação ao valor atual.

Reações de oxidação-redução
21. O fosfato de amónio, (NH4)3PO4, é um componente importante dos fertilizantes agrícolas.
As reações envolvidas num dos processos de síntese do fosfato de amónio podem ser tra-
duzidas pelas seguintes equações químicas:
I. 2 Ca3(PO4)2 (s) + 6 SiO2 (s) + 10 C (s) → P4 (!) + 10 CO (g) + 6 CaSiO3 (s)
II. P4 (!) + 5 O2 (g) + 6 H2O (!) → 4 H3PO4 (!)
III. H3PO4 (!) + 3 NH3 (!) → (NH4)3PO4 (s)

324
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

21.1 Verifique se cada uma das reações é de oxidação-redução, calculando a variação dos
números de oxidação.
21.2 Identifique para cada reação de oxidação-redução:
a) as espécies oxidada e reduzida;
b) os agentes redutor e oxidante.

22. O brometo de alumínio, A!Br3, pode ser obtido a partir da reação entre o bromo e o alumí-
nio, traduzida pela equação química seguinte:

2 A! (s) + 3 Br2 (!) → 2 A!Br3 (s).

22.1 Na reação houve transferência de


(A) eletrões do Br2 para o A!.
(B) protões do Br2 para o A!.
(C) eletrões do A! para o Br2.
(D) protões do A! para o Br2.

22.2 Escreva as semirreações de oxidação e de redução.

23. As baterias de níquel-cádmio (NiCd) são constituídas por um elétrodo positivo de dióxido
de níquel, NiO2, um elétrodo negativo de cádmio metálico, Cd, e uma solução que permite
a transferência de eletrões. Quando esses constituintes entram em contacto ocorre a se-
guinte reação:

Cd (s) + NiO2 (s) + 2 H2O (!) — Cd(OH)2 (s) + Ni(OH)2 (s)

Durante a descarga da bateria, a reação química evolui no sentido da formação dos hidróxi-
dos de cádmio e de níquel. Durante a carga, a reação evolui no sentido inverso, repondo os
constituintes originais.
23.1 Verifique que o processo de descarga da bateria é uma reação de oxidação-redução.
23.2 Identifique, para o processo de carga de uma bateria NiCd, os agentes redutor e oxi-
dante.

24. Mergulhou-se uma placa de estanho em 250 mL de uma solu-


ção aquosa de sulfato de cobre 0,10 mol dm–3. Passado algum
tempo, verifica-se a deposição de uma camada avermelhada
sobre a placa de estanho e que a solução se torna mais clara.
Removido o depósito, constata-se que a placa de estanho se
apresenta corroída.
24.1 Pode concluir-se que
(A) o cobre tem maior poder redutor do que o estanho.
(B) o estanho reduz-se, cedendo eletrões aos catiões cobre(II).
(C) os catiões cobre(II) são a espécie responsável pela oxidação do estanho.
(D) a concentração de catiões cobre(II) na solução aumentou.
24.2 Escreva a equação química que traduz a reação ocorrida a partir das semirreações de
oxidação e de redução.
24.3 Mediu-se a massa do depósito removido depois de seco, tendo-se obtido 0,325 g.
Determine a concentração da solução de sulfato de cobre após a reação. Considere
desprezáveis as variações de volume da solução.

325
QUÍMICA 11.° Ano

Questões propostas

25. No processo de corrosão, os metais reagem com compostos de elementos não-metáli-


cos presentes no ambiente, tal como oxigénio, enxofre e dióxido de carbono. Mas, como
mostra o esquema seguinte, nem todos os metais, nas mesmas condições, sofrem igual
corrosão.

Zn Fe Ni Cu Ag Pt Au

Facilidade de oxidação dos metais

Pode concluir-se que


(A) a prata, a platina e o ouro são considerados metais nobres pela sua facilidade em oxidar-
se.
(B) os metais com maior facilidade de oxidação são frequentemente encontrados na nature-
za na forma de substâncias elementares.
(C) à maior facilidade de um metal sofrer corrosão corresponde uma maior dificuldade em
ceder eletrões.
(D) o zinco metálico é o mais reativo entre os metais apresentados.

26. Um grupo de alunos investigou a tendên- Zn Pb


cia de diversos metais para serem oxidados.
Dispondo de soluções de Pb(NO3)2 (aq) e
Cu(NO3)2 (aq), de igual concentração, colocaram
Pb(NO3)2 Cu(NO3)2
uma barra de Zn (s) em 20 mL da solução de
Pb(NO3)2 (aq) e uma de Pb (s) em 20 mL da Zn Pb
solução de Cu(NO3)2 (aq).
A figura apresenta os resultados após o con-
tacto das barras metálicas com as soluções.

26.1 Refira as variáveis a controlar durante a


realização da atividade.
26.2 Coloque por ordem crescente de poder redutor os metais Zn, Cu e Pb.
26.3 Explique, com base nos resultados apresentados, porque é que não se deve armazenar
uma solução de Pb(NO3)2 num recipiente de zinco, mas já será possível fazê-lo num
recipiente de cobre.

27. Um parafuso de níquel enroscado numa porca de cobre foi colocado numa solução de
ácido clorídrico. Passado algum tempo, observou-se a libertação de bolhas gasosas e a
solução ficou esverdeada.

Cu H Pb Sn Ni

Maior poder redutor

27.1 Explique as evidências experimentais observadas com base na informação fornecida.


27.2 Escreva a equação química que traduz a reação que ocorreu a partir das semirreações
de oxidação e de redução.

326
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

Soluções e equilíbrio de solubilidade


28. A tabela apresenta a composição química dos constituintes Concentração em
maioritários de uma amostra de água do mar. Iões massa / g dm–3

28.1 Pode concluir-se que C!– 19,22


(A) os iões cloreto presentes na água do mar são pro- Na +
10,70
venientes apenas da dissolução de cloreto de sódio, SO 2–
2,51
4
NaC!.
Mg2+ 1,29
(B) a percentagem em massa de cálcio, Ca2+, relativa-
mente à totalidade dos iões (constituintes maioritá- Ca2+ 0,40
rios) é 1,15%. K +
0,39
(C) em 10 L de água do mar considerado, a massa de HCO –
3
0,14
iões dos constituintes maioritários é 34,7 g.
(D) a mineralização da água do mar resulta apenas da dissolução de sais.

28.2 Uma das possíveis causas da presença dos iões hidrogenocarbonato, HCO3–, na água
do mar é a dissolução do dióxido de carbono atmosférico. Escreva as equações quí-
micas que traduzem a formação desses iões a partir da dissolução do CO2 na água do
mar.

29. O gráfico representa a variação da solubili-


dade de um sal em água em função da tem-
peratura.
29.1 Determine a massa de sal que pode pre-
cipitar quando 40 mL de um solução sa-
turada a 80 °C é arrefecida até 20 °C.
29.2 Pode concluir-se que
(A) a dissolução deste sal em água é
sempre endotérmica.
(B) se a solução for arrefecida, forma-se
um precipitado quando a solução é
saturada.
(C) a solubilidade de um gás em água aumenta com a temperatura.
(D) quando, a uma dada temperatura, se estabelece um equilíbrio entre o soluto dissol-
vido e o soluto sólido, a solução diz-se saturada.

30. O sulfato de prata, Ag2SO4, é o principal responsável pela cor castanha-amarelada que as
radiografias apresentam quando a sua revelação não é executada nas melhores condi-
ções. À temperatura de 25 oC, a constante do produto de solubilidade do sulfato de prata
em água é 1,7 × 10–5.
À temperatura de 25 oC, a solubilidade do sulfato de prata em água é
(A) menor do que numa solução de sulfato de cobre.
(B) igual ao quadrado da concentração do ião sulfato em solução saturada.
(C) menor do que a concentração do ião prata na solução saturada.
(D) igual a 0,032 mol dm–3.

327
QUÍMICA 11.° Ano

Questões propostas

31. O carbonato de sódio, Na2CO3, é produzido através


100
do processo Solvay. Este processo envolve como

Solubilidade (g soluto/100g H2O)


NH4C!
reagentes principais o NH3, o CO2 e uma solução sa-
80 NH4HCO3
turada de NaC!. No final do processo, a solução ob-
tida contém alguns iões, nomeadamente NH4+, Na+,
60
HCO3– e C!–. O gráfico ao lado apresenta as curvas NaHCO3
de solubilidade em função da temperatura para al-
40
guns sais que poderão precipitar na solução final.
M(NH4C!) = 53,49 g mol–1; M(NH4HCO3) = 79,06 g mol–1; 20 NaC!

M(NaC!) = 58,44 g mol–1; M(NaHCO3) = 84,01 g mol–1.


0 20 40 60 80 100
Pode concluir-se que
Temperatura / ºC
(A) o aquecimento favorece a dissolução dos sais
presentes na figura.
(B) as soluções aquosas saturadas de NaHCO3 e NaC!, à temperatura de 40 oC, contêm a
mesma quantidade de matéria de sais dissolvidos.
(C) aumentando igualmente a concentração dos sais indicados, a partir de um determinado
valor, à temperatura de 20 oC, o NH4C! é o primeiro a precipitar.
(D) a dissolução dos referidos sais é um processo exotérmico.

32. O fluoreto de magnésio, MgF2, é um composto usado no fabrico de cerâmicas e vidro e em


filtros de instrumentos óticos.
O produto de solubilidade do MgF2, à temperatura de 25 oC, é 6,4 × 10–9.

MgF2 (s) — Mg2+ (aq) + 2 F– (aq)

32.1 Determine a concentração dos iões F– na solução saturada, à temperatura de 25 oC.

32.2 A adição de algumas gotas de solução de fluoreto de potássio, KF (aq), a uma solução
saturada de fluoreto de magnésio, irá originar
(A) um aumento da concentração dos iões F– e uma diminuição da concentração dos
iões Mg2+.
(B) um aumento da concentração dos iões F–, permanecendo constante a concentra-
ção dos iões Mg2+.
(C) uma diminuição das concentrações dos iões F– e Mg2+.
(D) um aumento das concentrações dos iões F– e Mg2+.

32.3 Adicionaram-se 200,0 mL de uma solução de Mg(NO3)2 3,0 × 10–3 mol dm–3 a 100,0 mL
de uma solução NaF 2,0 × 10–3 mol dm–3. Preveja, com base no valor do quociente da
reação, se poderá ocorrer precipitação de MgF2.

32.4 A 18 oC, a concentração de Mg2+ numa solução saturada de MgF2 é 1,21 × 10–3 mol dm–3.
Preveja se a dissolução do fluoreto de magnésio em água é um processo endotérmico
ou exotérmico.

328
DOMÍNIO 2 Reações em sistemas aquosos

33. A contaminação da água com vários poluentes é, em grande parte, de origem antropo-
génica. Os efluentes aquosos de uma determinada indústria contêm iões de níquel, Ni2+
que são um exemplo dos referidos poluentes. Considere que os iões níquel permanecem
nesses efluentes na forma de hidróxido de níquel e que a concentração desses iões, na
solução saturada, é 5,8 × 10−6 mol dm−3.
33.1 Escreva a equação química que traduz o equilíbrio de solubilidade do hidróxido de
níquel em água.
33.2 Mostre que, nas condições referidas, o produto de solubilidade do hidróxido de níquel
é 7,8 × 10–16.
33.3 Um dos processos de remoção dos iões níquel dos efluentes industriais consiste na
utilização de um agente precipitante. Considere que o agente precipitante é o hidróxi-
do de sódio.
a) Refira, justificando, com base no Princípio de Le Châtelier, de que modo a adição de
NaOH (aq) contribui para a remoção dos iões níquel da solução.
b) Suponha que 990 L dos efluentes foram tratados com 10 L de solução de NaOH (aq)
0,50 mol dm−3, antes de serem libertados no ambiente.
Determine a concentração em iões Ni2+ que permaneceram na solução resultante,
comentando o resultado.

329
Provas-modelo
Física e Química A
Física e Química A

Prova-modelo de exame 1

GRUPO I

Na figura está representado o diagrama de ní- n=


n=5
veis de energia do átomo de hidrogénio, no qual n=4
D G
estão assinaladas oito transições eletrónicas, n=3
A n En / (10–18 J)
A, B, C, D, E, F, G e H. As energias dos quatro C F H
primeiros níveis são as indicadas na tabela. n=2 4 –0,136

1. A variação de energia do átomo de hidrogé- 3 –0,242


nio na transição E é
B E 2 –0,545
(A) −2,315 × 10−18 J. (C) −2,043 × 10−18 J.
1 –2,179
(B) 2,315 × 10−18 J. (D) 2,043 × 10−18 J.
n=1

2. Das oito transições assinaladas, a F corresponde à __________ do fotão de __________ frequência.

(A) emissão … maior (B) absorção … maior (C) emissão … menor (D) absorção … menor

3. As transições eletrónicas __________ pertencem à mesma série espetral e correspondem a riscas na


região do __________.

(A) G e H … visível (B) G e H … ultravioleta (C) B e E … visível (D) B e E … ultravioleta

GRUPO II

A primeira mistura gasosa utilizada na soldagem foi


uma mistura dos gases hidrogénio, H2 (g), e oxigé- V / dm3

nio, O2 (g).
6,0
Considere uma mistura de H2 (g) e O2 (g), com
5,0
80,8% (V/V) de H2 (g).
4,0
O gráfico da figura representa o volume, V, dessa
3,0
mistura em função da quantidade de matéria total,
n, à pressão de 2 atm e à temperatura de 19 °C. 2,0
1,0
1. A composição da mistura, em volume, em O2 (g) é 0,0
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70
n / mol
(A) 1,92 × 105 ppm. (C) 8,08 × 105 ppm.
(B) 1,92 × 107 ppm. (D) 8,08 × 107 ppm.

2. Qual das expressões traduz o número de átomos em 3,0 dm3 da mistura a 19 °C e à pressão de 2 atm?
6,02 × 1023 × 2
(A) (C) 0,25 × 6,02 × 1023 × 2
0,25
6,02 × 1023 × 4
(B) (D) 0,25 × 6,02 × 1023 × 4
0,25

3. Determine a massa volúmica da mistura nas condições de pressão e de temperatura dadas.


Apresente todas as etapas da resolução.

332
PROVA-MODELO DE EXAME 1

4. A reação entre o hidrogénio e o oxigénio pode ser representada pela equação seguinte:
2 H2 (g) + O2 (g) → 2 H2O (g)
Esta reação, à pressão de 1 bar e a 25 °C, liberta 286 kJ por calor, por cada mole de água formada.
A expressão que relaciona as energias de ligação de reagentes e produtos é

(A) 2 E(H–H) + E(O=O) − 2 E(O–H) = −286 kJ. (C) 2 E(O–H) − 2 E(H–H) − E(O=O) = −286 kJ.
(B) 2 E(H–H) + E(O=O) − 4 E(O–H) = −2 × 286 kJ. (D) 4 E(O–H) − 2 E(H–H) − E(O=O) = −2 × 286 kJ.

GRUPO III

A água do mar tem dissolvidas várias substâncias, sendo o sal maioritário o cloreto de sódio, NaC!.

1. Para uma água do mar com salinidade de 35 g/kg, os valores comuns das percentagens em massa dos
iões cloreto, C!−, e sódio, Na+, são 1,94% e 1,08%, respetivamente. Existem ainda, por quilograma de
água, cerca de 6,23 × 1022 iões de outras espécies.

1.1 Determine o quociente entre a quantidade de iões cloreto e a quantidade total de iões da água do
mar considerada.
Apresente todas as etapas de resolução.
1.2 Explique porque é que o raio atómico do sódio é maior do que o raio atómico do cloro.
Tenha em consideração as configurações eletrónicas destes átomos, no estado fundamental.

2. O gráfico seguinte representa a solubilidade de três sais em água em função da temperatura:


KNO3 (s) de 0 °C a 60 °C, Na2SO4•10H2O (s) de 0 °C a 30 °C, e Na2SO4 de 30 °C a 100 °C.
O gráfico permite concluir que
100
(g sal / 100 g H2O)

(A) uma solução contendo 36 g de KNO3 (aq) por 60 g de água, KNO3


Solubilidade

80
a 40 °C, está insaturada.
60
(B) a dissolução do Na2SO4•10H2O (s) é exotérmica. Na2SO4
40
(C) uma solução contendo 50 g de Na2SO4 (aq) por 150 g de água, 20
Na2SO4.10H2O
a 80 °C, está insaturada.
0
20 40 60 80 100
(D) a dissolução do Na2SO4 (s) é endotérmica. Temperatura / ºC

3. O gráfico representa as concentrações de dois contaminantes da água,


Concentração / (10-5 mol L-1)

3
Pb2+ (aq) e S2− (aq), provenientes de minerais de composição maioritária
Pb2+
em sulfureto de chumbo, PbS (s), em função do pH.
2
Pode afirmar-se que
1
(A) a acidificação do meio favorece a diminuição da concentração de
S2–
Pb2+ (aq) na água dos oceanos. 0

(B) o produto de solubilidade do PbS, a temperatura constante, não de- 1 2 3 4


pH
pende da acidez do meio.
(C) a baixa concentração do ião S2– (aq) resulta do favorecimento do equilíbrio
HS− (aq) + H2O (!) — S2− (aq) + H3O+ (aq) no sentido direto.
(D) a concentração de Pb2+ (aq) diminui com o aumento da concentração de H3O+ (aq).

333
Física e Química A

4. O ácido sulfídrico, H2S (aq), é um ácido cuja ionização ocorre em duas etapas sucessivas: a segunda
etapa, por ser muito menos extensa do que a primeira, pode ser desprezada. A primeira etapa de ioni-
zação pode ser traduzida por:

H2S (aq) + H2O (!) — HS− (aq) + H3O+ (aq) ; Ka = 1,3 × 10−7, a 25 °C.

Considere uma amostra de 250 cm3 de uma solução de ácido sulfídrico, de concentração 0,10 mol dm−3.
Despreze a variação da concentração de H2S (aq) em resultado da sua ionização.
Determine quantos iões H3O+ (aq) existem em solução por cada ião OH− (aq).
Apresente todas as etapas de resolução.

5. A autoionização da água é uma reação endotérmica, assim

(A) o aumento da temperatura diminui a concentração de H3O+ (aq).


(B) a 50 °C, o pH da água quimicamente pura é menor do que 7.
(C) a 50 °C, a concentração de H3O+ (aq) na água quimicamente pura é maior do que a concentração
de OH− (aq).
(D) o aumento da temperatura diminui a concentração de OH− (aq).

6. A análise de uma amostra de água do mar revelou a presença de algumas espécies químicas, nomeada-
mente iões sódio (Na+), iões cloreto (C!−), iões sulfato (SO42–), dióxido de carbono (CO2) e oxigénio (O2).
Sobre as espécies referidas, pode afirmar-se que

(A) as moléculas de H2O e de CO2 apresentam a mesma geometria.


(B) na molécula de O2 há quatro eletrões de valência partilhados e oito não partilhados.
(C) no sulfato de sódio por cada ião Na+ há dois iões SO42–.
(D) o ião C!− tem sete eletrões de valência.

GRUPO IV

1. A uma altura de 80 m, um helicóptero, em repouso em relação ao solo, larga uma caixa. No instante em
que a caixa inicia a queda o seu paraquedas encontra-se já aberto.
Durante a queda, na vertical, sobre o sistema caixa + paraquedas, de massa 60 kg, atua uma força de
resistência do ar de intensidade Far = b v, em que b é uma constante e v é o módulo da velocidade do
sistema. Quando o sistema atinge a velocidade de módulo 7,5 m s−1 passa a mover-se com velocidade
constante.

1.1 Determine o módulo da aceleração do sistema caixa + paraquedas no instante em que a sua velo-
cidade é 20 km/h.

1.2 O trabalho realizado pela força de resistência do ar durante a queda é

(A) −4,8 × 104 J. (B) −1,7 × 103 J. (C) −4,6 × 104 J. (D) −1,1 × 103 J.

2. De uma varanda de um prédio, a uma altura h, uma bola é lançada verticalmente para cima, a 6,0 m s−1.
Simultaneamente, do mesmo nível, um vaso cai, acidentalmente, partindo do repouso, atingindo o solo
decorridos 2,0 s.
Considere um referencial Oy vertical, com origem na varanda, e sentido positivo de cima para baixo.

334
PROVA-MODELO DE EXAME 1

d
d
2.1 Qual dos esquemas pode representar a velocidade, v, e a resultante das forças, FR, que atuam na
bola, imediatamente após o seu lançamento?

(A) (B) (C) (D)

FR FR
v v

v v
FR
FR

2.2 Qual dos esboços de gráfico pode representar a energia cinética, Ec, da bola em função do tempo, t?
(A) (B) (C) (D)
Ec Ec Ec Ec

t t t t

2.3 Qual dos esboços de gráfico pode representar a energia potencial gravítica, Epg, do sistema
vaso + Terra em função do tempo, t?

(A) (B) (C) (D)


Epg Epg Epg Epg

t t t t

2.4 Determine quanto tempo após o vaso ter chegado ao solo a bola atingirá o solo.
Apresente todas as etapas de resolução.

GRUPO V
Gerador
A figura apresenta um corpo, de massa 2,0 kg, suspen- elétrico
Água
so por um fio enrolado num cilindro, ligado ao eixo de
um gerador elétrico. A queda do corpo provoca o mo-
vimento do eixo do gerador elétrico que alimenta uma
Resistência
resistência elétrica, imersa num recipiente com 80 g de elétrica
água, inicialmente a 15,0 °C. Após 30 quedas sucessivas m
do corpo, de uma mesma altura de 1,2 m, a temperatura
da água é 15,9 °C.

1. Nesta experiência __________ cede energia __________.

(A) o sistema corpo suspenso + Terra … à resistência por calor


(B) o sistema corpo suspenso + Terra … à resistência por trabalho
(C) o gerador … ao corpo suspenso por calor
(D) o gerador … ao corpo suspenso por trabalho

335
Física e Química A

2. Determine o rendimento do processo de aquecimento da água.


Apresente todas as etapas de resolução.

3. Qual é o gráfico que relaciona a potência, P, dissipada num condutor por efeito Joule, com a tensão
elétrica, U, aos seus terminais? Admita que a resistência elétrica do condutor permanece constante.

(A) (B) (C) (D)

P P P P

0 U 0 U 0 U2 0 U2

GRUPO VI

1. Um anel metálico, de raio r, rola sobre uma mesa com velocidade constante, passando, sucessivamente,
pelas posições P, Q, R, S e T, como representado na figura.

P Q R S T

Na região indicada pela parte sombreada a azul na figura existe um campo magnético uniforme, de in-
tensidade B, perpendicular ao plano do anel e que aponta para fora da página.

1.1 Se o fluxo do campo magnético através do anel no ponto Q for igual a , qual será o fluxo do campo
magnético no ponto R?

(A) 2 (B) 4 (C) (D)


2 4
1.2 A corrente elétrica induzida no anel é máxima em __________ e nula em __________.

(A) P e T … R (C) R ... Q e S


(B) Q e S … P e T (D) R … P e T

1.3 Qual é o gráfico que pode representar corretamente o módulo do fluxo magnético através do anel
ao longo do percurso PQRST?

(A) (B) (C) (D)


! ! ! !

x x x x

336
PROVA-MODELO DE EXAME 1

2. A luz de um laser incide na superfície de separação meio 1-meio 2, apresentando dois comportamentos
diferentes, A e B, como mostra a figura (que não está à escala).
Comparando os módulos da velocidade de propagação da luz nos meios 1 e 2, verifica-se que é 1,5
vezes maior no meio 2.
Na situação A, a amplitude do ângulo de incidência é 20°.

A B
!2

meio 2 meio 2
meio 1 meio 1
!3 !4
!1 !1

2.1 Determine, para a situação A, a amplitude do ângulo que o feixe refratado faz com a superfície de
separação dos dois meios.
Apresente todas as etapas de resolução.

2.2 Para determinados ângulos de incidência a luz passa a ter o comportamento apresentado na situa-
ção B. Explique as condições necessárias para que ocorra o fenómeno representado na situação B.
Apresente, num texto estruturado e com linguagem científica adequada, a explicação solicitada.

FIM

Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3.
I 18
6 6 6
1. 2. 3. 4.
II 28
6 6 10 6
1.1 1.2 2. 3. 4. 5. 6.
III 54
10 10 6 6 10 6 6
1.1 1.2 2.1 2.2 2.3 2.4
IV 44
10 6 6 6 6 10
1. 2. 3.
V 22
6 10 6
1.1 1.2 1.3 2.1 2.2
VI 34
6 6 6 6 10
Total 200

337
Física e Química A

Prova-modelo de exame 2

GRUPO I

A tabela apresenta a percentagem em volume dos


Gases % (V/V)
quatro componentes maioritários no ar seco (ar sem
vapor de água) na atmosfera da Terra: nitrogénio, N2, Oxigénio 21
oxigénio, O2, árgon, Ar, e dióxido de carbono, CO2. Nitrogénio 78

Árgon 0,93

Dióxido de carbono 0,041

1. A expressão que traduz o teor de CO2 na atmosfera terrestre, expresso em partes por milhão, em vo-
lume é
4,1 × 10–2 × 106 4,1 × 10–2 4,1 × 10–2 × 102
(A) 4,1 × 10−2 × 106 (B) (C) (D)
102 102 × 106 106

2. Qual é a quantidade de átomos de nitrogénio em 10,0 dm3 de ar, medidos em condições PTN?

(A) 0,35 mol (B) 0,70 mol (C) 2,9 mol (D) 5,7 mol

3. Numa respiração normal, um adulto inspira cerca de 0,500 dm3 de ar. À pressão normal e a uma tempe-
ratura de 25 °C, esse volume contém 2,58 × 1021 moléculas de oxigénio.
Determine o volume molar de um gás nessas condições de pressão e temperatura. Apresente todas as
etapas de resolução.

4. A atmosfera recebe diariamente muitos compostos orgânicos.

4.1 Um desses compostos apresenta a composição em massa


indicada no diagrama.
Qual das fórmulas moleculares pode corresponder a esse
composto?

(A) C2H4O2 (B) C2H6O2 (C) CH4O (D) CH2O2

4.2 Relativamente aos compostos orgânicos, pode afirmar-se que

(A) as ligações múltiplas entre átomos de carbono apresentam maiores comprimentos de ligação do
que as simples.
(B) uma ligação dupla carbono-carbono tem maior energia de ligação do que uma ligação tripla
carbono-carbono.
(C) as moléculas de metano, CH4, apresentam uma geometria piramidal.
(D) as moléculas de clorometano, CH3C!, são polares.

GRUPO II

Nos gases de escape dos automóveis existem diversos poluentes. Para eliminar estes contaminantes utili-
zam-se conversores catalíticos. Estes dispositivos têm a função de converter os gases poluentes, entre eles
os óxidos de nitrogénio, NOx, e o monóxido de carbono, CO, em nitrogénio, N2, e dióxido de carbono, CO2.

338
PROVA-MODELO DE EXAME 2

1. Uma dessas reações pode ser traduzida por:


2 CO (g) + 2 NO (g) — 2 CO2 (g) + N2 (g) ; !H < 0

1.1 Pode concluir-se que

(A) se a reação ocorrer em sistema isolado, a temperatura do sistema mantém-se constante.


(B) se a reação ocorrer em sistema isolado, a temperatura do sistema aumenta.
(C) a energia envolvida na quebra das ligações nos reagentes é igual à energia envolvida na forma-
ção das ligações nos produtos da reação.
(D) a energia envolvida na quebra das ligações nos reagentes é superior à energia envolvida na for-
mação das ligações nos produtos da reação.

1.2 Considere que num recipiente fechado contendo inicialmente 6,0 mol de monóxido de carbono e
4,0 mol de monóxido de nitrogénio, o equilíbrio foi estabelecido, a uma dada temperatura, quando
85% de monóxido de nitrogénio foi consumido.
A quantidade total de gases no equilíbrio é

(A) 5,10 mol. (B) 3,40 mol. (C) 5,70 mol. (D) 8,3 mol.

1.3 Na reação considerada, a variação do número de oxidação do carbono é __________, atuando o


monóxido de nitrogénio como __________.

(A) +2 … oxidante (B) −2 … oxidante (C) +2 … redutor (D) −2 ... redutor

2. À saída do escape, o monóxido de nitrogénio, NO, contacta com o ar atmosférico, sendo rapidamente
oxidado a NO2:
2 NO (g) + O2 (g) → 2 NO2 (g)

Fez-se reagir uma amostra de 50,0 L de ar, contaminada com 30,0 mg L−1 de NO, com 1,8 dm3 de oxigé-
nio, O2, tendo-se obtido 0,112 dm3 de NO2.
Determine o rendimento do processo de conversão do NO em NO2. Considere que os volumes foram
medidos em condições PTN.

GRUPO III

O dióxido de enxofre reage com o oxigénio, originando trióxido de enxofre, de acordo com a equação
química seguinte:
2 SO2 (g) + O2 (g) — 2 SO3 (g)

1. O gráfico representa a evolução, ao longo do tempo, das quantidades n / mol


de cada espécie química presentes num reator com a capacidade de 0,32
SO3
1,00 L, à temperatura de 700 °C.

1.1 Depois de o sistema atingir o equilíbrio, verificou-se que existiam 0,17

no recipiente 0,062 mol de SO2.


SO2
Determine a constante de equilíbrio da reação de conversão do dió-
O2
xido de enxofre em trióxido de enxofre, à temperatura de 700 °C. 0 t

1.2 Considere que num determinado instante, depois de atingido o equilíbrio à temperatura de 700 °C,
se aumenta a concentração de O2 (g). Conclua, justificando, como variará o quociente da reação até
ser atingido um novo estado de equilíbrio, à mesma temperatura.

339
Física e Química A

2. Na tabela estão registados os valores da constante de equilíbrio, Kc, da rea- T/K KC


ção de formação de SO3 (g) considerada, para três temperaturas diferentes.
298 9,8 × 1025
Quando se provoca uma diminuição da temperatura do sistema em equi-
líbrio, a pressão constante, o rendimento da reação __________, o que 500 1,0 × 1012
permite concluir que a reação de formação de SO3 (g) é __________.
700 1,7 × 106
(A) aumenta … endotérmica (C) diminui … endotérmica
(B) diminui … exotérmica (D) aumenta ... exotérmica

3. Os óxidos de enxofre reagem com a água da chuva originando ácido sulfuroso, H2SO3 (aq), e ácido
sulfúrico, H2SO4 (aq). As primeiras etapas de ionização desses ácidos podem ser traduzidas por:

H2SO3 (aq) + H2O (!) — HSO3– (aq) + H3O+ (aq) ; Ka = 1,6 × 10–2, a 25 °C
1

H2SO4 (aq) + H2O (!) — HSO4– (aq) + H3O+ (aq) ; Ka = 1,3 × 103, a 25 °C
1

3.1 Comparando, em termos das respetivas ordens de grandeza, a força do ácido sulfúrico com a força
do ácido sulfuroso, conclui-se que o ácido sulfúrico é cerca de

(A) 103 vezes mais forte. (C) 103 vezes mais fraco.
(B) 105 vezes mais forte. (D) 105 vezes mais fraco.

3.2 A base conjugada do ácido sulfúrico é __________ do que a base conjugada do ácido sulfuroso,
pois tem __________ constante de basicidade.

(A) mais forte … menor (C) mais fraca … maior


(B) mais forte … maior (D) mais fraca … menor

GRUPO IV

Dois esquiadores, 1 e 2, com a mesma massa, descem dois percursos diferentes, como se mostra na figura
(que não está à escala): o esquiador 1 desloca-se no percurso ABC, enquanto o esquiador 2 faz o percurso
DEF.
Esquiador 1 Esquiador 2
A D

B
E
24 m

12 m
C F

Tome o nível dos esquis nos pontos C e F como referência para a energia potencial gravítica.
Considere que ambos os esquiadores iniciam a descida a partir do repouso e que no final do percurso as
energias mecânicas são 90% e 80% das energias mecânicas iniciais, respetivamente para o esquiador 1
e para o esquiador 2.
Considere que os esquiadores podem ser representados pelo seu centro de massa (modelo da partícula
material).

340
PROVA-MODELO DE EXAME 2

1. Na descida, entre as posições iniciais e finais, as variações de energia potencial gravítica dos sistemas
esquiador + Terra são __________ e o trabalho realizado pela força gravítica que atua sobre o esquia-
dor 1 é __________ realizado pela força gravítica que atua sobre o esquiador 2.
(A) positivas … maior do que o (C) negativas … maior do que o
(B) positivas … igual ao (D) negativas … igual ao

2. Qual dos esboços de gráfico seguintes poderá traduzir a energia mecânica, Em, dos esquiadores 1 e 2
em função da altura, h?
(A) (B) (C) (D)

Em 2 Em 1 Em 2 Em 1
1 2 1 2

0 h 0 h 0 h 0 h

3. Para percursos na região retilínea da descida, com um mesmo desnível !h, é maior a variação de velo-
cidade do esquiador 2, podendo concluir-se que para o esquiador 2 é maior, em módulo,
(A) a resultante das forças de atrito que nele atuam.
(B) a resultante das forças que nele atuam.
(C) a soma dos trabalhos realizados pelas forças que nele atuam.
(D) a soma dos trabalhos realizados pelas forças de atrito que nele atuam.

4. Considere que o troço retilíneo onde se inclui o ponto E faz um ângulo de 30° com a horizontal.
A intensidade da resultante das forças de atrito que atuam sobre o esquiador 2, ao passar em E, é 12%
da intensidade da força normal que a rampa exerce sobre esse esquiador.
Determine, com base na Segunda Lei de Newton, o módulo da aceleração do esquiador 2 na posição E.
Apresente todas as etapas de resolução.

5. Admita que no troço retilíneo da descida é constante a resultante das forças que atua sobre o esquia-
dor 1 e que o movimento se inicia no instante t = 0.
Qual das expressões seguintes poderia traduzir a distância percorrida, d, pelo esquiador 1, na descida,
em função do tempo, t, estando essas grandezas expressas nas unidades de base do SI?
(A) d = 10t (B) d = 6,0t (C) d = 5,0t2 (D) d = 3,0t2

6. Determine o módulo da velocidade do esquiador 1 ao atingir a posição C.


Apresente todas as etapas de resolução.

GRUPO V

1. A figura apresenta as linhas de campo criadas por duas cargas elé-


tricas pontuais, Q1 e Q2. Na região do campo criado por essas cargas
assinalam-se quatro pontos (P, R, S e T) e um referencial xOy.
Q Q

1.1 A carga Q1 é __________ e dos quatro pontos considerados y

o campo elétrico é mais intenso no ponto __________.

(A) positiva … R (C) negativa … R


0 x
(B) positiva … S (D) negativa … S

341
PROVA-MODELO DE EXAME 2

2. Em alguns automóveis existe um sistema automático, esquematizado na figura seguinte, que aciona o
limpa para-brisas quando cai água sobre o vidro.

Emissor Emissor
de IV de IV

Para-brisas Para-brisas
Escovas Escovas
Detetor paradas Detetor em
de IV de IV movimento

O dispositivo contém um emissor de infravermelhos (IV) e um detetor para essa radiação. A radiação
emitida pelo emissor propaga-se do ar para o vidro e, se não existir água sobre o vidro, grande parte
da radiação passa do vidro para o ar no detetor atingindo-o. Se existir água sobre o vidro, uma grande
parte da radiação não atinge o detetor, e as escovas são ativadas.

2.1 Quando não há água sobre o vidro, a radiação IV emitida, que atinge o detetor, sofre, sequencial-
mente, os seguintes fenómenos:

(A) refração, reflexão e refração. (C) reflexão, refração e reflexão.


(B) refração, difração e refração. (D) reflexão, difração e reflexão.

2.2 Para que este sistema funcione, é necessário que o ângulo de inci-
Meio n
dência da radiação IV na superfície exterior do para-brisas esteja com-
preendido num determinado intervalo. Vidro 1,49
Determine, com base nos índices de refração apresentados na tabela, Água 1,33
esse intervalo de amplitudes do ângulo de incidência.
Apresente todas as etapas de resolução.

FIM

Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4.1 4.2
I 34
6 6 10 6 6
1.1 1.2 1.3 2.
II 28
6 6 6 10
1.1 1.2 2. 3.1 3.2
III 38
10 10 6 6 6
1. 2. 3. 4. 5. 6.
IV 44
6 6 6 10 6 10
1.1 1.2 2.1 2.2
V 28
6 6 6 10
1.1 1.2 2.1 2.2
VI 28
6 6 6 10
Total 200

343
Física e Química A

Prova-modelo de exame 3

GRUPO I

No concurso CanSat cada equipa concorrente apresenta um projeto e constrói um pequeno satélite
(cansat) que desempenhará uma missão científico-tecnológica. Um foguete transporta o cansat e larga-o no
ponto mais alto da sua trajetória. Depois, o cansat desce preso por um fio a um paraquedas. Durante todo o
percurso comunica com a estação de base e é possível conhecer a sua altitude em função do tempo.
De acordo com o regulamento do concurso, a velocidade de descida deve situar-se entre 8 m s−1 e 11 m s−1.

Considere que o cansat pode ser representado pelo seu centro de massa (modelo da partícula material) e
admita que tem um movimento aproximadamente vertical.

1. Os gráficos seguintes apresentam, para um cansat com a massa de 350 g, a altitude em função do tem-
po, t, para todo o movimento, e o módulo da velocidade, v, em função do tempo, t, para os primeiros 17 s.

altitude / m v / m s-1
1200
140

1000 120

800 100

80
600
60
400
40

200
20

0 0
0 20 40 60 80 100 120 140 0 4 8 12 16 20
t/s t/s

1.1 Para os primeiros 4 s de movimento, o movimento do foguete foi _______ e a aceleração _______.

(A) uniforme … é constante (C) uniforme … não é constante


(B) acelerado … é constante (D) acelerado … não é constante

1.2 Verifique se a velocidade de descida se encontrou no intervalo de valores recomendado.


Apresente todas as etapas de resolução.

1.3 Conclua, justificando, qual foi, no instante 60 s, a intensidade da força exercida no cansat pelo fio
que o ligava ao paraquedas.

1.4 Qual dos esboços de gráfico seguintes pode representar, durante a descida, a energia mecânica, Em,
do sistema cansat + Terra, em função da altura, h, em relação ao solo?
Considere o solo como nível de referência da energia potencial gravítica.
(A) (B) (C) (D)
Em Em Em Em

0 h 0 h 0 h 0 h

344
PROVA-MODELO DE EXAME 3

2. O cansat deve ser capaz de suportar uma força resultante que origine uma aceleração até 20g, ou
seja, uma força 20 vezes maior do que a força gravítica nele exercida. Para testar aquele limite de
aceleração, uma equipa considerou a hipótese de o fixar a uma plataforma giratória, descrevendo um
movimento circular uniforme num plano horizontal.

2.1 Quando o cansat descreve um movimento circular uniforme, qual dos diagramas seguintes repre-
d

senta corretamente a resultante das forças, F, aplicadas no cansat?

(A) (B) (C) (D)


FR FR

FR FR

2.2 A plataforma efetua 200 rotações em cada minuto.


Determine qual deverá ser o raio mínimo da trajetória do cansat.

2.3 O cansat foi colocado na plataforma giratória. Um sensor de ultravioletas, U, de massa m, e outro
de pressão, P, de massa 1,5m, foram ligados ao cansat. O raio da trajetória de U é 1,5 vezes maior
do que o raio da trajetória de P.
Quando a plataforma roda, o módulo da aceleração de U é __________ ao módulo da aceleração
do ponto P, sendo __________ a intensidade da resultante das forças sobre U.

(A) inferior … menor (B) superior … igual (C) inferior … igual (D) superior… menor

3. As comunicações do cansat com a estação de base usam ondas eletromagnéticas de frequência


433 MHz. Para o dimensionamento das antenas é necessário conhecer o comprimento de onda dessas
ondas. Qual é o comprimento de onda dessas ondas?
Apresente o resultado na unidade SI de base, com três algarismos significativos.

GRUPO II

Do estudo experimental de uma célula fotovoltaica, com a área de 34 cm2, e de duas células idênticas,
associadas em paralelo ou em série, obtiveram-se os gráficos, da potência, P, fornecida em função da
tensão elétrica, U, nos seus terminais, quando a irradiância era 170 W m–2, que se apresentam na figura
seguinte.
P / mW Uma célula Paralelo duas células Série duas células
180

160

140

120

100

80

60

40

20

0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
U/V

345
Física e Química A

1. O rendimento máximo da célula fotovoltaica é


(A) 48%. (B) 28%. (C) 14%. (D) 6,1%.

2. Considere um dispositivo que funciona com uma corrente elétrica de 67 mA, ligado diretamente aos
terminais da associação de duas células. Indique qual é o tipo de associação adequado.

3. Com as células estudadas, pretende-se construir um sistema de alimentação de um satélite com uma
potência máxima de 10 W. Considere que o satélite orbita numa região de irradiância solar 1400 W m–2,
a luz solar incide sempre perpendicularmente aos painéis e o rendimento máximo das células se man-
tém constante.
Determine o número mínimo de células necessárias.
Apresente todas as etapas de resolução.

GRUPO III

Há diversos satélites que monitorizam as condições meteorológicas e registam dados do clima usando
feixes de radiação eletromagnética, por exemplo para medir o nível dos oceanos.

1. Os satélites meteorológicos medem a velocidade dos ventos com base no efeito Doppler (diminuição
da frequência quando a fonte e o recetor se afastam e aumento da frequência quando a fonte e o rece-
tor se aproximam). Estes satélites emitem um feixe laser de frequência bem determinada. Após o feixe
entrar em contacto com as camadas de ar volta a ser recebido no satélite.
O feixe recebido pelo satélite resulta da __________ do feixe emitido e tem frequência __________
do feixe emitido.

(A) reflexão … igual à (C) difração … igual à


(B) reflexão … diferente da (D) difração … diferente da

2. Um satélite emite uma onda eletromagnética que se propaga de um meio, 1, para outro, 2, diminuindo
o comprimento de onda de 40 cm para 30 cm.
Pode concluir-se que a velocidade de propagação no meio 1 é __________ do que no meio 2, sendo
o índice de refração do meio 1 em relação ao meio 2 __________.
4 3 4 3
(A) maior … (B) maior … (C) menor … (D) menor …
3 4 3 4

3. Os satélites têm registado uma subida do nível médio do mar. Considere que recebem a mesma energia
iguais massas de ar, água e gelo, e que não ocorrem mudanças de estado físico.
cágua líquida = 4,18 × 103 J kg–1 ºC–1; cgelo = 2,4 × 103 J kg–1 ºC–1; car = 1,00 × 103 J kg–1 ºC–1
A sequência que traduz uma ordem crescente das variações de temperatura é
(A) gelo, água e ar. (B) água, gelo e ar. (C) ar, gelo e água. (D) água, gelo e ar.

GRUPO IV

Na indústria siderúrgica, a extração de ferro a partir do minério de ferro hematite, Fe2O3, é feita num alto-
-forno. As reações químicas que aí ocorrem podem ser traduzidas pela reação global:

Fe2O3 (s) + 3 CO (g) → 2 Fe (!) + 3 CO2 (g)

346
PROVA-MODELO DE EXAME 3

1. Calcule a massa de ferro produzido a partir de 100 toneladas de hematite, com 30% (m/m) de impurezas.
Apresente todas a etapas de resolução.

2. A água de um lago, em contacto com o ar, dissolve dióxido de carbono, CO2. O dióxido de carbono
reage com a água, como é traduzido pela equação seguinte:

CO2 (aq) + H2O (!) — HCO3– (aq) + H3O+ (aq)

Qual dos gráficos pode representar a variação das percentagens de HCO3– (aq) e CO2 (aq) em função do
pH numa solução resultante da dissolução do dióxido de carbono?

(A) (B) (C) (D)


100 0 100 0 100 0 100 0
% HCO3–

% HCO3–

% HCO3–

% HCO3–
% CO2

% CO2

% CO2

% CO2
0 100 0 100 0 100 0 100
0 pH 14 0 pH 14 0 pH 14 0 pH 14

3. Uma amostra de água, recolhida no referido lago, apresenta uma concentração de 2,0 mol dm−3 em CO2
dissolvido. Admitindo que apenas 0,05% do CO2 se transforma em hidrogenocarbonato, HCO3–, deter-
mine o pH da amostra de água do lago.

GRUPO V

O gráfico ao lado representa a variação da solubilidade


Solubilidade / mol L–1

1,0
em água, a 25 ºC, dos hidróxidos de ferro(III), Fe(OH)3, e
0,8
do hidróxido de alumínio, A!(OH)3, em função do pH do
meio. 0,6

0,4
1. Para valores de pH __________ precipitará __________. Fe (OH)3 A! (OH)3
0,2
(A) inferiores a 1 … apenas o Fe(OH)3 0
1 2 3 4 5 6 7 pH
(B) entre 2 e 3,5 … o Fe(OH)3 e o A!(OH)3
(C) inferiores a 3 … apenas o A!(OH)3
(D) entre 2 e 3 …apenas o Fe(OH)3

2. Conclua, sobre o que se poderá verificar quanto à solubilização das referidas substâncias, quando se
adicionam 0,1 mol de cada uma das substâncias a 1,0 dm3 de água quimicamente pura, a 25 °C.

GRUPO VI

1. O néon foi o primeiro elemento para o qual se demonstrou a existência de isótopos estáveis: em 1913,
por aplicação da técnica da espetrometria de massa, foi revelada a existência de Ne-20 e Ne-22. O ter-
ceiro isótopo estável, Ne-21, foi detetado mais tarde.

347
Física e Química A

1.1 A figura mostra o espetro de massa do néon. Abundância


A abundância do isótopo Y é __________ e a isotópica
19,992440
massa atómica relativa média do néon está com- 90,48%

preendida no intervalo __________.

(A) 9,25% ... [19,9; 20,4] (C) 9,25% ... [20,9; 21,4]

(B) 22% ... [19,9; 20,4] (D) 22% ... [20,9; 21,4]
21,991385
Y
X
0,27%

19 20 21 22 23
Massas isotópicas

1.2 A figura mostra o espetro fotoeletrónico do néon.

Número relativo de eletrões


A energia mínima necessária para remover uma
mole de eletrões da orbital 1s do néon é C
84 2
(A) MJ. (C) MJ.
2 6
(B) 84 MJ. (D) 2 MJ. A B

84 82 4 2
Energia de remoção / MJ mol −1

2. A figura representa espetros de alguns elementos quí-


micos. A

Relativamente aos espetros representados, pode con- B


cluir-se que
1 2
(A) os espetros A e B correspondem a átomos de ele- C
mentos químicos diferentes.
(B) no espetro C o fotão correspondente à risca 1 é me- D
nos energético do que o que corresponde à risca 2.
(C) o espetro D pode corresponder ao espetro de emissão de um elemento existente numa estrela.
(D) o espetro C obtém-se quando os átomos do respetivo elemento emitem fotões no visível.

3. Considere os elementos flúor, sódio, magnésio e cloro.

3.1 Pode afirmar-se que

(A) os elementos sódio e magnésio pertencem ao período dos metais alcalinoterrosos.


(B) o flúor e o cloro pertencem ao bloco s da Tabela Periódica.
(C) o sódio, o magnésio e o cloro pertencem ao mesmo grupo da Tabela Periódica.
(D) o magnésio e o flúor pertencem a blocos diferentes da Tabela Periódica.

3.2 A fórmula química do fluoreto de magnésio é __________ e as suas unidades estruturais são
__________.

(A) MgF2 … moléculas (B) MgF2 … iões (C) Mg2F … moléculas (D) Mg2F … iões

348
PROVA-MODELO DE EXAME 3

3.3 Comparando os átomos de flúor e cloro, tem maior energia de ionização o __________ e maior raio
atómico o __________.
(A) flúor … flúor (B) flúor … cloro (C) cloro … flúor (D) cloro … cloro

GRUPO VII

Um aluno preparou 1,0 L de uma solução aquosa com 15,0 g dm–3 de NaOH. Em seguida, transferiu
250 mL dessa solução para um balão volumétrico de 500 mL e adicionou-lhe água destilada até ao traço
de referência do balão volumétrico.

1. A concentração da solução inicial relativamente à da solução diluída é


(A) 4 vezes maior. (B) 4 vezes menor. (C) 2 vezes maior. (D) 2 vezes menor.

2. Um outro aluno retirou o excesso de solução com um conta-gotas para acertar o menisco da solução
preparada pelo traço de referência. Conclua, justificando, sobre o rigor da concentração da solução
preparada pelo aluno e qual a atitude a tomar numa situação como esta.

3. Para neutralizar a restante solução, o aluno recorreu a um frasco de ácido


acético glacial, 100%. O rótulo do frasco de ácido acético glacial contém os
pictogramas apresentados ao lado.
Quais as advertências de perigo transmitidas?
(A) Líquido inflamável, provoca queimaduras na pele e lesões oculares graves.
(B) Manter afastado do calor e usar luvas de proteção.
(C) Não deixar entrar em contacto com o ar e lavar as mãos após o manuseamento.
(D) Manter fora do alcance das crianças e não entrar em contacto com os olhos, a pele ou a roupa.

FIM

Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1.1 1.2 1.3 1.4 2.1 2.2 2.3 3.
I 60
6 10 10 6 6 10 6 6
1. 2. 3.
II 22
6 6 10
1. 2. 3.
III 18
6 6 6
1. 2. 3.
IV 26
10 6 10
1. 2.
V 16
6 10
1.1 1.2 2. 3.1 3.2 3.3
VI 36
6 6 6 6 6 6
1. 2. 3.
VII 22
6 10 6
Total 200

349
Física e Química A

Prova-modelo de exame 4

GRUPO I
I/A
Na figura representam-se os gráficos da corrente 2,5
1000 W m-2
elétrica, I, fornecida por uma célula fotovoltaica, P
2,0
com 100 cm2 de área, em função da tensão, U, nos
seus terminais, para duas irradiâncias, 200 W m–2 1,5
e 1000 W m–2. Nos pontos P e Q, assinalados nos
gráficos, a potência fornecida pela célula é máxima. 1,0

0,5
1. A energia que incidiu na célula ao fim de 5 h, 200 W m-2 Q
para uma irradiância de 1000 W m–2, foi
0,0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
(A) 20 kW h. (B) 0,20 kW h. U/V

(C) 5,0 kW h. (D) 0,050 kW h.

2. Compare o rendimento máximo da célula fotovoltaica para as duas irradiâncias.


Apresente todas as etapas de resolução.

GRUPO II
C
1. O circuito da figura é constituído por um gerador, de re- Y
!,r X
sistência interna r, uma associação de três resistências R2
V
elétricas, R1, R2 e R3, sendo R1 uma resistência variável,
e um comutador C que permite estabelecer uma liga-
E A
ção no ponto X ou no ponto Y. Instalaram-se ainda um F G
R1
voltímetro e um amperímetro. O valor da resistência
R3
R3 é triplo do da resistência R2.
Considere desprezáveis as resistências dos fios de ligação e dos contactos.

1.1 O comutador C é ligado ao ponto X e varia-se o valor da resistência R1. Qual dos esboços de gráfico
pode representar a corrente elétrica, I, em função da resistência elétrica, R1?
(A) (B) (C) (D)
I I I I

0 R1 0 R1 0 R1 0 R1

1.2 Liga-se o comutador ao ponto Y e regula-se R1 para que fique com o mesmo valor de R2 (R1 = R2).
No voltímetro regista-se 8,4 V e no amperímetro 0,24 A.

1.2.1 A diferença de potencial elétrico entre os pontos E e F é __________ diferença de potencial


entre os pontos F e G e a corrente elétrica que atravessa R3 é __________ do que a que
atravessa R2.

(A) maior do que a ... maior (C) igual à ... maior


(B) maior do que a ... menor (D) igual à ... menor

350
PROVA-MODELO DE EXAME 4

1.2.2 Nestas condições, o rendimento da pilha é 93%. Pode concluir-se que a força eletromotriz da
pilha é __________ a sua resistência interna é __________.

(A) 8,4 V … 2,5 Ω (B) 8,4 V … 0,6 Ω (C) 9,0 V … 0,6 Ω (D) 9,0 V … 2,5 Ω

2. Montou-se um circuito com duas bobinas circulares iguais, B1 e B2, ligadas em série e com
N
os seus centros alinhados na vertical. Um íman foi largado verticalmente sobre o eixo das
S
duas bobinas, como mostra a figura. Entre B1 e B2 a velocidade do íman aumenta. B1
X
Num osciloscópio ligado nos terminais XY registou-se a força eletromotriz induzida, ε, no
circuito.
Qual dos gráficos pode traduzir o módulo do sinal obtido no osciloscópio, |ε|, em função Y B2
do tempo de queda, t?

(A) (C)
|!| |!|

t t
(B) (D)
|!| |!|

t t

GRUPO III

Um gerador de sinais foi ligado a um vibrador que oscila numa


direção vertical, e periodicamente toca na superfície da água con-
tida numa tina. O gerador de sinais foi também ligado a um osci-
loscópio.
A figura de cima apresenta o sinal observado no ecrã do oscilos-
cópio, quando a base de tempo foi regulada para 25,0 ms por
divisão, e a figura de baixo mostra uma fotografia da superfície da
água da tina.
Na base da tina colocou-se uma régua, graduada em cm, que se
pode também ver nessa fotografia.

1. O gerador de sinais enviou para o oscilador um sinal _________


gerando depois o oscilador uma onda _________ na água.

(A) mecânico … mecânica (C) elétrico … mecânica


(B) mecânico … eletromagnética (D) elétrico … eletromagnética

2. Determine a velocidade de propagação das ondas na água da tina, a partir dos registos do osciloscópio
e da imagem da onda gerada.
Apresente todas as etapas de resolução.

3. Se a base de tempo do osciloscópio for alterada para 10,0 ms por divisão, mantendo-se o sinal produ-
zido pelo gerador, a frequência das ondas na água _________ e o comprimento de onda _________.

(A) altera-se … altera-se (C) mantém-se constante … altera-se


(B) altera-se … mantém-se constante (D) mantém-se constante … mantém-se constante

351
Física e Química A

4. Colocou-se uma placa plana de vidro transparente na base


da tina de ondas, tornando assim menor a profundidade da
água onde se encontrava a placa.
Na figura apresenta-se a imagem, à escala, da superfície da
água da tina, a direção perpendicular (linha a tracejado) à
placa de vidro (linha a negro) e as direções de propagação
da onda no meio 1, o de maior profundidade, e no meio 2.
A onda propaga-se no meio 1, com comprimento de onda
1,20 cm, e no meio 2 o seu comprimento de onda é 0,98 cm.

A onda que se pode observar na figura propaga-se com


velocidade __________ no meio 1 e a amplitude do ângulo
de refração da onda é __________.

(A) menor … 24° (B) maior … 24° (C) menor … 30° (D) maior… 30°

GRUPO IV

Um carro, de massa 1000 kg, deslocava-se a 80 km h–1 quando entrou numa superfície plana gelada. Para
parar, mantendo-se sempre na mesma superfície, percorreu uma distância de 186 m, em linha reta.
Considere a variação de entalpia mássica de fusão da água 3,34 × 105 J kg–1.

1. Admitindo que toda a energia dissipada na travagem do carro se transferia para o gelo a 0 ºC, e que não
existiam outras transferências de energia, qual seria a massa de gelo que fundiria?

(A) 5,5 kg (B) 0,12 kg (C) 9,4 kg (D) 0,74 kg

2. Determine a intensidade da resultante das forças de atrito, Fa, que atuaram sobre o carro. Comece por
calcular a aceleração do carro partindo das equações x(t) e v(t). Considere um referencial unidimensio-
nal Ox com direção e sentido do movimento.
Apresente todas as etapas de resolução.

3. Se a superfície gelada fosse inclinada, o carro, usando igualmente dos travões, também acabaria por
parar após ter ficado a uma determinada altura acima do nível inicial. Compare as distâncias percorridas
na travagem no plano inclinado e no plano horizontal. Considere que a intensidade da resultante das
forças de atrito é a mesma nos dois planos.
Apresente, num texto estruturado e com linguagem científica adequada, a fundamentação da compa-
ração solicitada.

4. Se a resultante das forças de atrito na superfície plana gelada fosse nula, o módulo da velocidade do
carro, depois de ter percorrido 186 m, seria __________ 80 km h−1, e as forças que atuam sobre o carro,
nesse percurso, __________.

(A) maior do que … anular-se-iam (C) igual a … anular-se-iam


(B) maior do que … não se anulariam (D) igual a … não se anulariam

GRUPO V

Considere a reação, em fase gasosa, em que as espécies químicas A e B se transformam nas espécies, C e D.
A figura apresenta o gráfico das concentrações, c, ao longo do tempo, das espécies A, B, C e D, a uma
dada temperatura.

352
PROVA-MODELO DE EXAME 4

c / mol dm3

3,0 B

2,5
C

2,0 A D
A
1,5

1,0
C
B
0,5

D
0,0
Tempo

1. Em que proporção reagem entre si as espécies A e B?

(A) 1 mol A : 5 mol B (B) 2 mol A : 3 mol B (C) 3 mol A : 2 mol B (D) 3 mol A : 1 mol B

2. Considere que a variação de entalpia da reação considerada é positiva. Conclua como variará a compo-
sição do sistema em equilíbrio quando a sua temperatura diminui, a volume constante.
Apresente, num texto estruturado e com linguagem científica adequada, a fundamentação da conclu-
são solicitada.

3. Para a reação considerada, a constante de equilíbrio, a uma determinada temperatura, _________ se


aumentarem as concentrações iniciais de A (g) e B (g) e _________ se aumentarem as concentrações
iniciais de C (g) e D (g).
(A) mantém-se … mantém-se (C) diminui … mantém-se
(B) mantém-se … aumenta (D) diminui … aumenta

GRUPO VI

A densidade relativa do estanho foi determinada experimentalmente por picnometria de sólidos. O proce-
dimento experimental incluiu as pesagens I, II e III, efetuadas a 20 °C, que estão representadas na figura.

32,41 g 208,06 g 235,97 g

I II III
Massa da amostra de estanho Massa do picnómetro com água Massa do picnómetro com a amostra
mA = 32,41 g mB = 208,06 g de estanho e com água
mC = 235,97 g

1. Qual das expressões permite calcular a densidade relativa do estanho, à temperatura de 20 °C?
32,41 32,41
(A) (C)
235,97 – 208,06 (208,06 – 32,41) + 235,97
32,41 32,41
(B) (D)
(208,06 + 32,41) – 235,97 235,97 – 32,41

353
Física e Química A

2. O erro percentual na determinação do valor experimental da densidade relativa do metal da amostra


foi 1,3% por defeito.
Pode concluir-se que o valor experimental determinado tem grande __________ e é __________ ao
valor usado como referência.

(A) precisão … superior (B) precisão … inferior (C) exatidão … superior (D) exatidão … inferior

3. A incerteza de leitura da balança usada na atividade é

(A) 0,01 g. (B) 0,05 g. (C) 0,1 g. (D) 0,5 g.

GRUPO VII

Foram introduzidas lâminas metálicas de chumbo, Pb (s), e prata, lâmina lâmina


de Pb de Ag
Ag (s), em soluções aquosas de nitrato de cobre, Cu(NO3)2 (aq), de
acordo com a figura. Decorrido algum tempo, observou-se a for-
mação de um depósito de cobre metálico, Cu (s), apenas sobre a
Cu2+(aq) Cu2+(aq)
lâmina de chumbo.

1. Os resultados obtidos permitem concluir que

(A) o chumbo tem maior tendência para ceder eletrões do que a prata.
(B) a prata tem um poder redutor superior ao do chumbo.
(C) o catião Cu2+ (aq) tem menor poder oxidante do que o catião Pb2+ (aq).
(D) o catião Pb2+ (aq) tem maior tendência para captar eletrões do que o catião Ag+ (aq).

2. A semirreação de redução que ocorre pode ser traduzida por

(A) Pb (s) → Pb2+ (aq) + 2 e− (C) Cu2+ (aq) + 2 e− → Cu (s)


(B) Pb2+ (aq) + 2 e− → Pb (s) (D) Cu (s) → Cu2+ (aq) + 2 e−

3. Para restaurar o brilho de uma lâmina de cobre recoberta com uma camada de óxido de cobre(II),
CuO (s), a lâmina, de massa 2,572 g, foi aquecida numa câmara com hidrogénio gasoso, H2 (g). Neste
processo químico ocorreu a redução completa do catião e formou-se vapor de água, apresentando a
lâmina, no final, a massa de 2,552 g. Admita que o metal formado permanece na lâmina.

3.1 Antes do restauro, a percentagem em massa de óxido de cobre(II) presente na lâmina era

(A) 0,78%. (B) 3,8%. (C) 0,97%. (D) 2,0%.

3.2 Conclua, justificando com base na variação do número de oxidação, que o processo de restauro do
brilho da lâmina traduz uma reação de oxidação-redução. Comece por escrever a equação química
que traduz a reação entre o óxido de cobre (II), CuO (s), e o hidrogénio, H2 (g).

GRUPO VIII

O equilíbrio que se estabelece entre o fluoreto de chumbo, PbF2 (s), e os iões resultantes da sua dissolu-
ção em água pode ser traduzido por:
PbF2 (s) — Pb2+ (aq) + 2 F– (aq)

A 25 °C, o produto de solubilidade, Ks, do PbF2 é 7,1 × 10−7.

354
PROVA-MODELO DE EXAME 4

1. Na figura estão representadas duas soluções saturadas de fluoreto de I II

chumbo, I e II, a uma mesma temperatura.


As duas soluções têm __________ concentração e a concentração da água + sal
solução I __________ após a adição de PbF2 (s).
água + sal sal depositado
(A) diferente … aumentará (C) igual … aumentará
(B) diferente … manter-se-á (D) igual … manter-se-á

2. Considere que se dissolveu fluoreto de chumbo em água até a solução ficar saturada, a 25,0 °C. Qual é
a concentração de iões F− (aq) nessa solução?

(A) 4,2 × 10–4 mol dm−3 (B) 8,4 × 10−4 mol dm−3 (C) 1,1 × 10−2 mol dm−3 (D) 5,6 × 10−3 mol dm−3

3. A solubilidade do fluoreto de chumbo altera-se numa solução aquosa de nitrato de chumbo,


Pb(NO3)2 (aq), um sal muito solúvel. Conclua, justificando, se a solubilidade do fluoreto de chumbo
naquela solução é maior ou menor do que em água.

4. Suponha que se pretende precipitar fluoreto de chumbo a partir de uma solução contendo iões Pb2+,
de concentração 1,50 × 10−3 mol dm−3, utilizando ácido fluorídrico, HF, de concentração 0,10 mol dm−3,
que se mantém constante ao longo da reação.
A constante de acidez do ácido fluorídrico é Ka = 6,8 × 10−4, a 25 °C.
Determine o valor de pH necessário para que o fluoreto de chumbo possa precipitar.

FIM

Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2.
I 16
6 10
1.1 1.2.1 1.2.2 2.
II 24
6 6 6 6
1. 2. 3. 4.
III 28
6 10 6 6
1. 2. 3. 4.
IV 32
6 10 10 6
1. 2. 3.
V 22
6 10 6
1. 2. 3.
VI 18
6 6 6
1. 2. 3.1 3.2
VII 28
6 6 6 10
1. 2. 3. 4.
VIII 32
6 6 10 10
Total 200

355
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

QUÍMICA 10.º ANO


Domínio 1 11.1 Composição qualitativa: o pentóxido de vanádio é constituí-
do pelos elementos oxigénio e vanádio.
1.1 Massa e tamanho dos átomos (QP. pág. 38)
Composição quantitativa: uma molécula de pentóxido de vanádio
1. (B). Número de massa de X = número de protões + número de é constituída por 2 átomos de vanádio e 5 átomos de oxigénio.
neutrões = 12 + 14 = 26.
mO 5 × 16,00 g = 0,4399
2,3 × 1025 × 28 + 1,2 × 1024 × 29 + 8 × 1023 × 30 11.2 (A). M(V2O5) = 181,88 g mol–1; ! =!
2. (A). Ar(Si) = !!!!!!!!! = 28,1 mV O 181,88 g
2,5 × 1025 2 5
m
3.1 B-10 → 19,78% e B-11 → (100 – 19,78)% = 80,22% 11.3 n = ! = ! 2,3 × 103 g = 12,6 mol V O
2 5
M 181,88 g mol–1
19,78
Ar(B) = ! × 10,0129 + 80,22 ! × 11,0093 = 10,81 1 mol de V2O5 contém 2 mol de vanádio, nV = 2 × 12,6 mol =
100 100
3.2 (B). = 25 mol de V.
4. (B). 12. (D). nAu = ! 19,700 g = 0,10 mol
Ar(Li–6) × %abundância relativa + Ar(Li–7) × %abundância relativa 196,97 g mol–1
Ar(Li) = ! ! ! ! ! ! !⇒ 4,316 g 2,540 g
100 nAg = ! = 0,04 mol nCu = ! = 0,04 mol
6,0151 × y + 7,0160 × (100 – y) ⇒ y = 7,5 → 7,5% 107,87 g mol–1 63,55 g mol–1
⇒ 6,941 = !!! 0,10 : 0,04 :
100 A proporção Au : Ag : Cu, em número de átomos, é ! !
0,04 0,04
%abundância relativa (Li-7) = 100 – 7,5 = 92,5% 0,04 ⇒ 2,5 : 1 : 1 equivalente a 5 : 2 : 2.
!
0,04
5.1 NGa–69 = ! 60,11 × 10 000 = 6011 átomos
5,0 nm = x
100 13.1 ! ! ⇒ x = 0,56 nm = 5,6 × 10–10 m.
9 átomos 1 átomo
5.2 NGa–71 = 10 000 – 6011 = 3989 átomos
O diâmetro do átomo de xénon é da ordem de 10–9 m.
6011 × 68,925580 + 3989 × 70,924700 = 69,72
Ar(Ga) = !!!!! NNi NNi
10 000 13.2 ! = 6,8 × 105 = ! ⇒ NNi = 2,38 × 107
NXe 35
5.3 Cálculo do número total de átomos de gálio: NNi 2,38 × 107
nNi = ! =! = 3,95 × 10–17 mol
m = n × M ⇒ 5,00 g = n × 69,72 g mol–1 ⇒ n = 0,07172 mol NA 6,02 × 1023 mol–1
N = n × NA = 0,07172 mol × 6,02 × 1023 mol–1 = 4,318 × 1022 átomos m = n × M = 3,95 × 10–17 mol × 58,69 g mol–1 = 2,3 × 10–15 g
NTi 6,02 × 1020
39,89 × 4,318 × 1022 = 1,72 × 1022 átomos
NGa–71 = ! 14. nTiO = nTi = ! =! = 1,00 × 10–3 mol
100
2 NA 6,02 × 1023 mol–1
M(TiO2) = 79,87 g mol−1
6.1 A nanotecnologia é a tecnologia à nanoescala, que consis-
te na manipulação da matéria à escala atómica e molecular, de m = n × M = 1,00 × 10–3 mol × 79,87 g mol–1 = 7,99 × 10–2 g
modo a construir novas moléculas e novos materiais. m 7,99 × 10–2 g ⇔ V = 1,89 × 10–2 cm3
ρ= ! ⇒V= !
V 4,23 g cm–3
6.2 Medicina e robótica.
10 10 V = c × l × a ⇒ 1,89 × 10–2 cm3 = 50 cm × 100 cm × a ⇒ a = 3,8 × 10–6 cm =
7. 1 nm = ! × ∅cabelo ⇒ 1 × 10–9 m = ! × ∅cabelo ⇒ = 3,8 × 10–8 m = 38 nm
1000 000 1000 000
⇒ ∅cabelo = 1 × 10–4 m 15.1 As incertezas de leitura são 0,001 g, para a balança,
e 0,05 mL, para a bureta.
8.1 ∅átomo = 3,6 cm –10 –10
! × 1 × 10 m = 1,2 × 10 m 15.2 V = (9,50 – 0,25) mL = 9,25 mL
3,0 cm
m 9,542 g = 0,5295 mol
∅átomo 1,2 × 10–10 m 15.3 M (H2O) = 18,02 g mol–1 nH =!= !
r=! = !! = 6,0 × 10–11 m 2OM 18,02 g mol–1
2 2
NH O = n × NA = 0,5295 mol × 6,02 × 1023 moléculas mol–1 = 3,19 × 1023
A ordem de grandeza do raio atómico é 10–10 m. 2
moléculas
8.2 (C). ∅núcleo ! 1 × 10–6 × 1 × 10–9 m = 1 × 10–15 m 3,19 × 1023 moléculas = 220 gotas
número de gotas = !!
∅núcleo 1 × 10–15 m 1,45 × 1021 moléculas/gota
! ! !! = 8 × 10–6 ! 10–5
∅átomo 1,2 × 10–10 m 15.4 Se o número de gotas transferido foi superior ao número
9.1 ∅molécula = 3,0 cm
! × 5 × 10–10 m = 1,4 × 10–9 m
de gotas contado, o volume calculado, 9,25 mL, corresponde-
1,1 cm rá a um maior número de gotas e o volume de cada gota será
9.2 A escala mostra que 5 Å na realidade corresponde a 1,1 cm na menor, ou seja, a determinação do volume de cada gota foi feita
imagem, ou seja, 1,1 cm na imagem ⇔ 5 × 10–8 cm na realidade, pelo por excesso (o valor medido é maior do que o valor verdadeiro).
que o fator de ampliação é !! 1,1 cm = 2,2 × 107 = 22 000 000.
5 × 10–8 cm 15.5 (B). Como as balanças são digitais as incertezas de leitura são
Conclui-se que a imagem está ampliada 22 milhões de vezes. 0,1 g e 0,001 g. A de menor incerteza de leitura é menos precisa.
O valor medido está compreendido no intervalo [(9,5 – 0,1);
10.1 (B). M(C7H5 (NO2)3) = (7 × 12,01 + 5 × 1,01 + 3 × (14,01 + 2 × 16,00)) (9,5 + 0,1)] g.
m 1,0 kg
g mol–1 = 227,15 g mol–1; N = n NA = ! NA = !! ×
M 227,15 × 10–3 kg
× 6,02 × 10 23 1.2 Energia dos eletrões nos átomos (QP, pág. 42)
10.2 Cálculo da quantidade de TNT: 16.1 A – espetro de emissão descontínuo: apresenta algumas ris-
N = n × NA ⇒ 3,6 × 10 = n × 6,02 × 10 ⇒ n = 5,98 mol de TNT
24 23 cas coloridas, separadas por largas zonas escuras. B – espetro
de absorção descontínuo: apresenta riscas negras num fundo
Cálculo da massa de hidrogénio:
colorido.
1 mol de TNT contém 5 mol de átomos de hidrogénio
16.2 Não, os filamentos são materiais sólidos à temperatura am-
mhidrogénio = 5,98 mol × 5 × 1,01 g mol–1 = 30 g biente e os espetros de sólidos incandescentes apresentam-se
10.3 A proporção entre as massas de carbono e de nitrogénio como espetros de emissão contínuos, contêm uma gama ininter-
na amostra é característica da substância não dependendo da rupta de radiações ou cores.
massa da amostra. Assim, para uma mole de moléculas:
17.1 (C).
m(C) n(C) × M(C) 7 mol × 12,01 g mol–1
!=!=! = 2,000 17.2 IV < III < II < I
m(N) n(N) × M(N) 3 mol × 14,01 g mol–1

356
SOLUÇÕES

18. (B). um conjunto de riscas característico associado a um certo elemento.


19. Segundo Bohr, o eletrão do átomo de hidrogénio movimenta-se A cor violeta do potássio resulta da sobreposição de riscas no
em torno do núcleo descrevendo órbitas fixas e enquanto perma- visível com maior energia (maior frequência), pelo que uma com-
nece numa determinada órbita não absorve nem emite energia. bustão pouco energética pode não ser suficiente para promover a
A cada uma dessas órbitas está associado um determinado valor excitação eletrónica dificultando a sua identificação.
de energia, pelo que só são permitidos determinados valores de 24.3 A desexcitação dos eletrões nas amostras em análise deve
energia bem definidos para o eletrão. O eletrão pode transitar de situar-se na zona do visível, pelo que apenas podem ser anali-
um nível de energia para outro se absorver ou emitir radiação de sados os elementos cujos átomos emitam no visível, ou porque
energia igual ao módulo da diferença de energia entre os níveis as colorações observadas podem ser provenientes de impurezas
em que se dá a transição. Assim, cada risca no espetro de emissão presentes na amostra.
resulta da transição do eletrão de um nível para outro de menor 24.4 Nocivo ou irritante. Deve ser evitado o contacto com o corpo
energia, correspondendo a energia de cada risca a um valor bem humano, assim como a inalação da substância.
definido: a diferença de energia entre o nível de maior energia e o
25.1 5 subníveis. Cada pico corresponde a um subnível.
de menor em que se deu a transição.
25.2 (C). Os eletrões do átomo distribuem-se por 5 subníveis, 1s,
20. Transição A n = 1 → n = 2
2s, 2p, 3s e 3p. As letras A, B e C correspondem aos 3 picos de
E = Ef – Ei = E2 – E1 = –5,45 × 10–19 – (–21,8 × 10–19) = 1,64 × 10–18J
menor energia de remoção, ou seja, ao subnível ocupado por ele-
Transição B n = 1 → n = 3 trões mais energéticos, 3p, 3s e 2p, respetivamente.
E = Ef – Ei = E3 – E1 = –2,42 × 10–19 – (–21,8 × 10–19) = 1,94 × 10–18J
25.3 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 → Z = 13 → Elemento alumínio, símbolo A!.
Apenas a transição B corresponde à absorção do fotão f2.
25.4 Num espetro fotoeletrónico, a altura de cada pico é propor-
21.1 Uma risca negra no espetro de absorção do átomo de hidro- cional ao número de eletrões em cada nível ou subnível de ener-
génio resulta de uma transição eletrónica de um nível inferior para gia. O pico C apresenta um número relativo de eletrões que é o
outro nível superior de energia. Uma risca negra na zona vermelha triplo dos picos B, D e E e estes um número que é duplo do pico A.
do espetro corresponde a uma risca vermelha no espetro de emis- Assim, o pico C representa um subnível ocupado com 6 eletrões.
são. Esta risca resulta da transição de um nível superior de energia Como cada orbital só comporta no máximo 2 eletrões, então os
para o nível 2. Sendo a menos energética da série do visível, sig- eletrões do pico C distribuem-se por 3 orbitais (degeneradas).
nifica que corresponde a uma transição de n = 3 → n = 2. A risca
25.5 (B). Como é necessário maior energia para remover os ele-
negra no espetro de absorção e a risca colorida no espetro de
trões do pico E, conclui-se que estes são os que têm menor
emissão, na mesma posição, correspondem à mesma diferença
energia, portanto, os que, em média, estão mais perto do núcleo.
energética, portanto, a risca negra corresponde a uma transição
Como esses eletrões têm menor energia, pode concluir-se que o
de n = 2 → n = 3.
efeito da maior atração pelo núcleo, resultado da maior proximida-
21.2 Eeletrão = Ef – Ei = E1 – E3 = de ao núcleo, predomina sobre a maior repulsão entre eletrões.
= –2,18 × 10–18 – (–2,42 × 10–19) = –1,94 × 10–18J 26.1 Da análise dos espetros fotoeletrónicos, verifica-se que é ne-
Efotão = | Eeletrão| = 1,94 × 10–18 J cessário mais energia para remover um eletrão do subnível 1s ao
22.1 No espetro do sal desconhecido não existem riscas com as oxigénio do que ao nitrogénio. Quanto maior for a energia neces-
mesmas energias das riscas do espetro do lítio nem com as mes- sária para remover um eletrão, menor será a energia do eletrão.
mas energias das riscas do espetro do cálcio. Como a posição das Assim, conclui-se que o eletrão com maior energia é o eletrão 1s
riscas é característica de cada elemento químico, conclui-se que a do átomo de nitrogénio.
amostra não contém nenhum destes dois elementos. 26.2 (C).
22.2 (C). A radiação de cor vermelha tem menor energia por fotão 27. (B).
do que a de cor azul. A cor do sal resulta da absorção seletiva da 28.1 A: p; B: s; C: d.
luz visível e não das cores do seu espetro de emissão.
28.2 No nível de energia n = 3, há 3 subníveis de energia: 3s, 3p
23.1 Só as transições eletrónicas de níveis de energia superiores e 3d. O subnível s comporta no máximo 2 eletrões, pelo que se
(n > 2) para o nível de energia n = 2, podem corresponder à emis- pode associar a este subnível uma orbital. O subnível p comporta
são de radiação na região do visível. As quatro riscas de menor no máximo 6 eletrões, pelo que se pode associar a este subní-
energia da região considerada correspondem às transições dos vel 3 orbitais. O subnível d comporta no máximo 10 eletrões, pelo
níveis n = 3, n = 4, n = 5 e n = 6 para o nível n = 2. A transição que se pode associar a este subnível 5 orbitais. Assim, ao nível de
eletrónica responsável pela risca D corresponde à risca de maior energia n = 3 correspondem 9 orbitais.
frequência e consequentemente de maior energia, ou seja, à tran-
sição do nível n = 6 para o nível n = 2. 28.3 (C).

23.2 No espetro de emissão do átomo de hidrogénio, na região


do visível, observam-se riscas coloridas sobre um fundo negro. Es-
1.3 Tabela Periódica (QP, pág. 46)
tas riscas ocorrem a frequências características do hidrogénio. No 29.1 15 29.2 8 29.3 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4
espetro da estrela existem riscas negras que se devem à absor-
29.4 Ar 29.5 Ba 29.6 K 29.7 I
ção de radiação pelos gases existentes nas camadas superficiais
mais frias da estrela. Se algumas dessas riscas coincidirem com as 30. (C).
riscas do espetro de emissão do átomo de hidrogénio, pode con- 31.1 (A). 31.2 (D). 31.3 (A).
cluir-se que existe hidrogénio nas camadas superficiais da estrela. 32.1 De acordo com o diagrama de energia, o eletrão de valência
24.1 Bico de Bunsen. do átomo Y é mais energético do que os eletrões de valência do
24.2 O aquecimento permite que uma certa energia seja fornecida átomo X. Assim, é necessário mais energia para remover um dos
à amostra e provoque a excitação de alguns dos eletrões do átomo eletrões mais energéticos do átomo X, pois os eletrões de valên-
do elemento em estudo. Quando um desses eletrões excitados re- cia mais energéticos do átomo X têm menos energia do que o
gressa a um estado de menor energia, emite luz de energia igual à eletrão de valência do átomo Y.
absorvida, que na região do visível vai dar origem a uma risca colo- 32.2 (C). A energia de ionização é a energia mínima necessária
rida no espetro de emissão, cuja frequência é caraterística do ele- para extrair um eletrão de um átomo no estado fundamental, iso-
mento químico. Como existem diversas transições possíveis surge lado e em fase gasosa.

357
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

32.3 (D). O átomo Y forma o ião estável Y +, cedendo o único ele- 38.4 (A). A densidade relativa estabelece uma relação entre a mas-
trão de valência. O átomo X para ficar estável tende a receber 2 sa volúmica de uma substância e a massa volúmica do padrão
eletrões que preenchem completamente o nível de valência, for- considerado. A massa volúmica, a uma determinada temperatu-
mando o ião X2–. O composto formado é Y2X. ra, é uma propriedade característica das substâncias, pelo que a
33.1 Substância elementar. A cor, a toxicidade e a reatividade são densidade relativa deverá ser a mesma independentemente da
algumas das propriedades da substância elementar. massa da amostra.
906,4 × 103 J 38.5 A presença de bolhas de ar no picnómetro, após entrada do
33.2 E = ! = 1,51 × 10–18 J
6,02 × 1023 metal, faz com que a massa mIII seja menor do que se apenas se
tivesse introduzido o metal, pelo que, de acordo com a expressão
34.1 W. Ao longo de um mesmo período da Tabela Periódica, o
mamostra mamostra
metal alcalino é o que apresenta menor energia de ionização. d=! = o denominador da fração anterior
mágua deslocada !(mI + mII) – mIII
34.2 Elemento sódio: configuração eletrónica ([Ne]3s1), raio atómi- será maior. Assim, o resultado experimental obtido para a densida-
co (180 pm) e energia de ionização (495,7 kJ mol–1). de relativa será menor do que o esperado e o erro será por defeito.
Substância elementar potássio: ponto de fusão (63 °C) e massa
volúmica (0,86 g cm–3). Domínio 2
34.3 Os metais alcalinos têm baixas energias de ionização, pelo
2.1 Ligação química (QP, pág. 76)
que são muito reativos, perdendo facilmente o seu eletrão de va-
lência, transformando-se em iões monopositivos, muito estáveis. 1.1 a) Eligação = 436 kJ mol–1. b) Comprimento de ligação H-H:
35. (B). O raio atómico aumenta ao longo do grupo e diminui ao r0 = 74 pm = 74 × 10–12 m = 7,4 × 10–11 m.
longo do período. Os elementos dos metais alcalinos são os que 1.2 (D). Para distâncias internucleares muito pequenas, as forças
apresentam maior raio no período respetivo. repulsivas (entre núcleos e entre eletrões) são predominantes, ve-
36.1 (C). 7E: 1s2 2s2 2px1 2py1 2pz1 Nível de valência: n = 2; orbitais do rificando-se um aumento brusco da energia do sistema e conse-
nível de valência (quatro): 2s, 2px, 2py e 2pz ; eletrões de valência quente diminuição da estabilidade da molécula.
(cinco): 2 na orbital 2s e 3 nas orbitais 2p. 2. (D). Y é um gás nobre, X é um halogéneo (grupo 17), Z é um metal
36.2 Os eletrões de valência dos átomos do elemento C até ao alcalino (grupo 1) e W é um halogéneo, pois pertence ao mesmo
elemento E, no estado fundamental, encontram-se no mesmo ní- grupo de X. Z estabelece ligação metálica com outros átomos de Z,
vel de energia (n = 2). Sendo a carga nuclear do átomo do ele- partilhando eletrões deslocalizados por todos os átomos. X estabe-
mento C (+5) inferior à do átomo de D (+6) e de E (+7), as forças lece ligação com Z formando o composto iónico ZX.
atrativas exercidas pelos núcleos dos átomos de C, D e E sobre 3.1 Como o número de eletrões de valência representados na mo-
os seus eletrões de valência são sucessivamente maiores. Assim, lécula (20) é superior ao total de eletrões de valência dos átomos
será necessária menos energia para remover um dos eletrões de envolvidos nas ligações (18), esta fórmula de estrutura é impossível.
valência mais energéticos do átomo de C do que para remover um Segundo a regra do octeto, os átomos ligam-se partilhando eletrões
dos eletrões de valência mais energéticos do átomo de D. Esta ener- de modo que cada um fique com 8 eletrões de valência (no caso do
gia, por sua vez, é menor do que a necessária para remover um dos hidrogénio são apenas 2). A estrutura representada mostra 1 átomo
eletrões de valência mais energéticos do átomo de E. de hidrogénio, com dupla ligação, a partilhar 4 eletrões de valência,
36.3 (A). o átomo de carbono do grupo CH3 ficou com 10 eletrões de valên-
37.1 Cálculo do valor mais provável de mfio: cia, enquanto o átomo de carbono ligado ao oxigénio ficou apenas
com 6 eletrões de valência.
10,02 + 10,05 + 10,01
m = ! = 10,03 g. 3.2
3 H O


Cálculo do valor mais provável de m': H—C—C—H


66,07 + 65,80 + 66,01


m' = ! = 65,96 g. H
3
Cálculo do valor mais provável de m'': 4.1 PH3 CO2 OF2 CC!2F2
62,22 + 61,98 + 62,27
m'' = ! = 62,22 g. C!

3
Cálculo da densidade do metal: H—P—H O C O O—F C

C! F

m
d = ! = ! = 2,68.
10,03 g H F F
m' – m'' (65,96 – 62,22) g
2,68 –2,70 4.2 PH3 CO2 OF2 CC!2F2
37.2 Erro(%) = ! × 100 = –0,74%.
2,70 a) N.o eletrões
ligantes 6 8 4 8
37.3 O erro percentual é muito pequeno, logo, o resultado obtido
tem grande exatidão. b) N. eletrões
o
2 8 16 24
não-ligantes
37.4 A secagem inadequada do picnómetro e a formação de bo- Piramidal
c) Geometria trigonal Linear Angular Tetraédrica
lhas de ar no interior do picnómetro.
mamostra mamostra 15,94 g
38.1 d = ! = = !! =
mágua deslocada !(mI + mII) – mIII [(15,84 + 56,29) – 70,79] g 5.1 S—H

15,94 g
= !! = 11,9. H
1,34 g
38.2 O chumbo é 11,9 vezes mais denso do que a água líquida a 5.2 Têm a mesma geometria. O sulfureto de hidrogénio apresenta
16,0 °C. uma estrutura de Lewis semelhante à da água, H2O, pois o enxofre,
valor experimental – valor de referência S, é do mesmo grupo do oxigénio (6 eletrões de valência). Assim, na
38.3 Erro(%) = !!!! × 100% = molécula de H2S o átomo central (S) tem duas ligações covalentes
valor de referência
11,9 – 11,4 simples e dois pares não-ligantes, pelo que a repulsão mínima entre
= ! × 100% = 4,4% . A exatidão pode considerar-se eleva- os quatro pares de eletrões pressupõe uma geometria angular.
11,4
da, pois o erro percentual é pequeno. 5.3 Geometria angular.

358
SOLUÇÕES

5.4 H2O. Quanto maior for a energia de ligação, mais energia se de dispersão de London. As moléculas de éter etilmetílico apre-
liberta quando a ligação se forma, pelo que mais estável é a molé- sentam tamanho semelhante ao das de metilpropano, mas são
cula. Mais forte é a ligação, pois mais energia será necessária para polares devido à presença do átomo de oxigénio, pelo que as li-
a quebrar. Quanto mais estável é uma molécula, menos reativa é. gações intermoleculares predominantes são ligações de van der
Deste modo, será a molécula de água que terá maior dificuldade Waals do tipo dipolo-dipolo. Estas ligações são mais intensas do
em perder um átomo de hidrogénio, H. que as forças de dispersão de London. Para «vencer» uma maior
6.1 (B). A ligação N–O na molécula de NO apresenta uma maior atração intermolecular é necessário, em média, uma maior energia
energia de ligação, pelo que é uma ligação mais forte, o que im- cinética molecular, logo uma maior temperatura, o que justifica um
plica um maior número de eletrões partilhados e um menor com- maior ponto de ebulição para o éter etilmetílico.
primento de ligação.
2.2 Gases e dispersões (QP, pág. 80)
6.2 (C). A quebra de uma ligação química envolve sempre a ab-
sorção de energia. A formação de 1 mol de átomos de N e 1 mol 15.1 (D). Segundo a Lei de Avogadro, volumes iguais de quaisquer
de átomos de O a partir de 1 mol de moléculas de NO implica a gases (ideais) contêm o mesmo número de moléculas quando me-
quebra de 1 mol de ligações NO e, assim, a absorção de 632 kJ. didos nas mesmas condições de pressão e temperatura. Assim, os
7. As zonas vermelhas e azuis representam zonas de alta e bai- recipientes I e II apresentam o mesmo número de moléculas, tal
xa densidade eletrónica, respetivamente. Assim, a molécula que como os recipientes III e IV. O número de moléculas no recipiente
apresenta uma maior assimetria na distribuição de carga elétrica I é o dobro das contidas no recipiente IV. Cada molécula de H2O
em torno dos átomos envolvidos na ligação é a de HC!, apresen- é formada por três átomos enquanto a molécula C2H4 é formada
tando então maior polaridade. A molécula de HI é a que apresenta por 6 átomos, pelo que se pode concluir que o número total de
uma menor assimetria na distribuição de carga em torno dos áto- átomos é igual nos recipientes I e IV.
mos envolvidos na ligação, por isso apresenta menor polaridade. N
!× M
8. Nas duas moléculas (CH4 e CH3C!) existem 4 ligações cova- m n×M NA N×M
15.2 (C). V = ! = ! = ! = ! =
lentes simples, pelo que a repulsão mínima entre os 4 pares de ρ ρ ρ ρ × NA
eletrões pressupõe uma geometria tetraédrica. Assim, apesar de 1,81 × 1024 × 18,02 g mol–1
= !!!
as ligações C H serem polares, a molécula de CH4 é apolar, pois 0,590 g dm–3 × 6,02 × 1023 mol–1
a geometria da molécula conduz a uma distribuição simétrica de m 2,00 g
carga em torno do átomo central. Ainda que haja menor densida- 16. nHe = ! = !!! = 0,5000 mol
M 4,00 g mol–1
de eletrónica junto aos átomos de hidrogénio, a posição simétrica V V1 V2
desses quatro átomos no espaço anula essa assimetria local. Na Segundo a Lei de Avogadro, ! = constante, ! = ! ⇔
n n1 n2
3 3
molécula de CH3C!, a presença do átomo de cloro gera uma as- 3,00 dm 3,70 dm
⇔ !!! = !!! ⇔ n2 = 0,6167 mol.
simetria de carga na molécula do clorometano (evidenciada pela 0,5000 mol n2
diferença de cor no mapa de potencial eletrostático). Conclui-se, n = (0,6167 – 0,500) mol = 0,1167 mol a adicionar
assim, que a molécula é polar. mHe a adicionar = n × M = 0,1167 mol × 4,00 g mol–1 = 0,467 g
9. Verdadeiras: (C), (E) e (F). Falsas: (A), (B) e (D).
17.1 A equação da reta de ajuste ao gráfico do volume, V, em fun-
10.1 a) I; b) I; c) III; d) II ção da quantidade de matéria, n, é V = 20,7 n + (−0,030). O declive
10.2 III. Nos hidrocarbonetos saturados a fórmula geral é CnH2n+2. V V–0
desta reta, ! = !, coincide com o volume molar (constante
Em I, II e IV os átomos de carbono e de hidrogénio são, respetiva- n n–0
mente, 5 e 12, 4 e 10, e 6 e 14, portanto, estes compostos são todos de proporcionalidade da função V = f(n)). A ordenada na origem
saturados, pois, para n átomos de carbono existem (2n + 2) átomos é desprezável e resulta de incertezas de medição. Logo,
de hidrogénio. Em III há 6 átomos de carbono e 12 de hidrogénio, Vm = 20,7 dm3 mol−1 = 21 dm3 mol−1.
logo, III não é um hidrocarboneto saturado de cadeia aberta. Pela mN n × MN MN
17.2 M(N2) = 28,02 g mol−1 ; ρN2= !!!2 = !!!2 = !!!2 =
análise da fórmula dada, conclui-se que não pode ser de cadeia V N2 n × Vm Vm
fechada. Assim, III é um hidrocarboneto insaturado. 28,02 g mol–1 –3
= !! = 1,35 g dm
20,71 dm3 mol–1
11. (D).
12. 1 – Grupo formilo (grupo carbonilo terminal); 3 – grupo hidroxilo; 18.1 VNO = nNO × Vm ⇔ VNO = 40 mol × 22,4 dm3 mol–1 = 9,0 × 102 dm3
4 – grupo amino; 5 – grupo carbonilo. VSO2 = 716,8 dm3
mCO 280,0 g
13.1 Vitamina C. A vitamina C apresenta uma estrutura molecular VCO = nCO × Vm ⇔ VCO = !! × Vm = !! × 22,4 dm3 mol–1 =
MCO 28,01 g mol–1
com vários grupos OH, logo é uma molécula polar. Os sumos de fruta 2
= 2,2 × 10 dm 3

são misturas nas quais o principal componente é a água, um solven-


VCO < VSO2 < VNO ⇒ Nmoléculas de CO < Nmoléculas de SO < Nmoléculas de NO
te polar. Assim, poderão estabelecer-se interações intermoleculares 2

entre as moléculas de vitamina C e as moléculas de água do mesmo de acordo com a Lei de Avogadro.
tipo das existentes entre as moléculas de vitamina C, pelo que é a MSO 64,07 g mol–1
18.2 ρSO2 = !!2 = !! = 2,860 g dm–3
mais indicada para ser utilizada como aditivo num sumo de fruta. Vm 22,4 dm3 mol–1
13.2 Vitamina A. As manteigas são misturas em que os principais ρSO2 2,860 g dm—3
d=! !=! ! ! ! = 2,33
constituintes são gorduras, que apresentam uma estrutura mole- ρar 1,23 g dm–3
cular fracamente polar com longas cadeias de hidrocarbonetos.
n
A vitamina A apresenta na estrutura molecular apenas um grupo 19.1 c = !! ⇒ n = c × V = 0,030 mol dm–3 × 0,025 dm3 =
V
OH e uma longa cadeia carbonada, logo, é fracamente polar. As-
= 7,50 × 10–4 mol de (NH2)2CO
sim, poderão estabelecer-se interações intermoleculares entre as
moléculas de gordura e as de vitamina A do mesmo tipo das exis- M[(NH2)2CO] = 60,07 g mol–1
tentes entre as moléculas de vitamina A, pelo que esta é a mais msoluto = n × M = 7,50 × 10–4 mol × 60,07 g mol–1 = 0,0451 g
indicada para ser utilizada como aditivo numa manteiga. msolução m
ρsolução = !! ⇒ 1,05 g cm–3 = !!3 ⇒ msolução = 26,3 g
14. As moléculas do metilpropano são apolares, pelo que as inte- Vsolução 25,0 cm
rações intermoleculares predominantes são ligações de van der msoluto 0,0451 g
Waals do tipo dipolo instantâneo-dipolo induzido, ou seja, forças % (m/m) = !! ⇒ %(m/m) = !! × 100 = 0,17%
msolução 26,3 g

359
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

Vf (solução B) 50,0 cm3 25.2 NO + O3 → NO2 + O2


19.2 a) f = !! ⇔ Vi (solução A) = !! = 10,0 cm3
Vi (solução A) 5 NO2 + O• → NO + O2
! ! !
b) Vrestante de solução A = (25,0 – 10,0) cm3 = 15,0 cm3 O3 + O• → 2 O2
O NO funciona como catalisador da decomposição do ozono, uma
Vsolução C = (15,0 + 30,0) cm3 = 45,0 cm3
vez que não é consumido na reação.
Vf (solução C) 45,0 cm3 c 26. (C). A quebra da ligação C–C!, nos CFC envolve menos ener-
f = !! ⇒ f = !!3 = 3 ⇒ f = !!i ⇒
Vi (restante de solução A) 15,0 cm cf gia do que a quebra da ligação C–F, daí que a fotodissociação dos
clorofluorocarbonetos forme com maior facilidade radicais cloro
0,030 mol dm–3
⇒ cf = !! = 0,010 mol dm–3 do que radicais flúor. Assim, o CF2C!2 pode libertar dois radicais e
3
o CFC!3 três. Como estes radicais livres são muito reativos, quan-
20.1 VB = 500 mL = 0,500 dm3; M (NaC!O) = 74,44 g mol–1 tos mais existirem dispersos pela troposfera ou estratosfera, maior
n
c = ! ⇒ n = c × V = 0,050 mol dm–3 × 0,500 dm3 = 0,025 mol de NaC!O é a quantidade de ozono que pode ser destruído.
V UV-C
mNaC!O = n × M = 0,025 mol × 74,44 g mol–1 = 1,9 g 27. O2 O• + O• ; O• + O2 → O3.

20.2 Vi (solução C) = 250 cm3 = 0,250 dm3


Vf (solução A) 1,0 dm3 c
f = !! = !! = 4 ⇒ f = !!i ⇒ ci (solução C) = FÍSICA 10.º ANO
Vi (solução C) 0,250 dm3 cf

= 4 × 0,10 mol dm–3 = 0,40 mol dm–3 Domínio 1


ci (solução B) 0,050 mol dm–3 V 1.1 Energia e movimentos (QP. pág. 130)
20.3 f = !! = !!! –3 –3
= 10 ⇒ f = !!f ⇒
cf (solução B) 5,0 × 10 mol dm Vi
1. Verdadeiras: (B), (C) e (D). Falsas: (A) e (E).
⇒ Vf (solução B) = 10 × 0,500 dm3 = 5,0 dm3 2.1 (B); 2.2 (E); 2.3 (E); 2.4 (C).
Vágua a adicionar = Vf – Vi = (5,0 – 0,500) dm3 = 4,5 dm3 1
!!! m (2v)2
Ec(A) 2 m × 4v2
3. (B); !!! = !!! = !!! =2
2.3 Transformações químicas (QP, pág. 81) Ec(B) 1 2m v2
!!! × 2m v 2
2
21. Diagrama I – a reação é exotérmica ( H < 0) porque a ener-
N
gia potencial dos produtos da reação é menor do que a energia 4.1 T
Fa
potencial que os reagentes possuíam, o que significa que ocorre
transferência de energia por calor do sistema para o exterior.
Diagrama II – a reação é endotérmica ( H > 0) porque a energia P
potencial dos produtos da reação é maior do que a energia poten-
cial que os reagentes possuíam, ocorrendo então transferência de 4.2. Feficaz = F cos 20o = 1,9 × 103 N 4.3. W = F cos 20o d = 1,9 × 105 J
energia por calor do exterior para o sistema. 4.4. Verdadeiras: (C) e (D). Falsas: (A), (B) e (E). Sendo a velocidade
22.1 (D). constante, o trabalho total é nulo, pois a energia cinética não varia.
22.2 H = Hprodutos – Hreagentes = (75 – 965) kJ = –890kJ O trabalho da força potente é simétrico do trabalho da força resis-
tente.
1,78 × 104 kJ
22.3 n(CH4) = !!! = 20,0 mol ; 19,0 + 18,9 + 18,7
890 kJ mol–1 5.1 a) t = !!! = 18,9 ms . Os módulos dos desvios de
M(CH4) = (12,01 + 4 × 1,01) g mol−1 = 16,05 g mol−1 ; 3
cada medida ao valor mais provável são d1 = 0,1 ms, d2 = 0,0 ms e
m = n × M = 20,0 mol × 16,05 g mol−1 = 321 g 0,2 × 100 = 1,0%. t = 18,9 ms, com
d3 = 0,2 ms. A incerteza relativa é !!
23.1 (C). H = ΣEligação (reagentes) – ΣEligação (produtos) ⇔ 18,9
uma incerteza relativa de 1,0%.
⇔ –104 = 4 × 413 + 242 – [3 × 413 + 328 + E(H–C!)] ⇔ 9,40 × 10–3 m = 0,497 m s–1.
b) v = !!!
⇔ E(H–C!) = (413 + 242 + 104 – 328) kJ mol–1 18,9 × 10–3 s
23.2 A energia interna de um sistema isolado mantém-se constan- 5.2
te. Como Hreação < 0, a energia potencial dos produtos é menor 0,250
Ec / J

do que a dos reagentes, ou seja, há uma diminuição da energia


0,200
potencial interna. Logo, para que a energia interna se mantenha y = 0,223x - 0,007
constante, a energia cinética interna tem de aumentar, e, assim, a 0,150
temperatura do sistema aumenta.
0,100
24.1 ΣEligação (reagentes) = (4 × 414 + 2 × 498) kJ = 2652 kJ
0,050
ΣEligação (produtos) = (2 × 799 + 2 × 2 × 460) kJ = 3438 kJ
0,000
Balanço energético: H = ΣEligação (reagentes) – ΣEligação (produtos) ⇒ 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
⇒ H = 2652 kJ – 3438 kJ = –786 kJ d /m
24.2 A reação é exotérmica porque a energia libertada na forma- O trabalho da resultante das forças é igual à variação de energia ciné-
ção de ligações nos produtos é superior à energia necessária para tica: F d cos 0° = Ec. Como no gráfico Ec(d) o declive é igual à intensi-
quebrar as ligações nos reagentes. dade da resultante das forças, da equação y = 0,223x − 0,007 pode
24.3 O valor obtido (–786 kJ) difere do valor experimental (–802 kJ), concluir-se que a intensidade da resultante das forças foi 0,223 N.
todavia, ele é apenas uma estimativa (valor aproximado), pois foi 5.3 (A). Para uma maior inclinação é maior a resultante das forças
obtido com base nas energias médias de ligação. sobre o carrinho (maior declive da reta de ajuste ao gráfico de pon-
25.1 A quantidade de ozono presente na estratosfera é mantida tos Ec (d)).
a um nível adequado, pois é continuamente formado e destruído, 5.4 (A). Para uma maior massa do carrinho é maior a resultante das
obtendo-se uma situação em que a concentração de ozono na forças sobre o carrinho (maior declive da reta de ajuste ao gráfico
estratosfera é praticamente constante – estado estacionário. de pontos Ec (d)).

360
SOLUÇÕES

6.1 Ep = m g h = 70 × 10 × 20 J = 1,4 × 104 J mgh


1 1 16.2 Na subida: W = P × t ⇒ P = !!! = 850 W.
6.2 Ec + Ep = Ec + Ep ⇔ !!! m v2A + m g hA = !!! m v2B + m g hB 20 s
A A B B 2 2 16.3 Na subida tem de fornecer mais energia, pois em relação ao
com vA = 0, e hB = 0 vem vB = 20 m/s percurso plano aumenta a energia potencial gravítica.
1
6.3 W = P sin 20o d = m g sin 20o d = !!! m (v2 – vA2 ) ⇒ 16.4 Se a potência é a mesma mas a energia é maior, o tempo em
2
⇒ 2 g sin 20o d = v2 ⇒ v2 = 20 sin 20o d que ela é fornecida tem de aumentar.
1
6.4 WFa = –Fa d = !!! m (v C2 – v2B). vC = 36 km/h = 10 m/s. Fa = 350 N 17. (B). Maior velocidade implica maior energia cinética (ponto R)
2
que, por sua vez, implica menor energia potencial gravítica (a ener-
7.1 W = F cos 0o d = Ef = 1,6 × 103 J
1 gia mecânica é constante), logo, menor altura.
7.2 Ec = !!! m (v2f – v2i ) e vf = 1,9 m/s
2 18.1 vi = 0 e vf = (100/3,6) m s–1 = 27,8 m s–1;
7.3 W = F’ cos 0o d = 2 F cos 0o d = 2 Ec f 1 1
Wu = Ec = !!! m v 2f – !!! m v 2i = 4,2 × 105 J
2 2
7.4 Se a energia cinética aumentou para o dobro, a velocidade au- W
18.2 Pu = 0,3 × 35 × 104 W; W = P × t ⇒ t = !!! = 4,0 s
mentou de um fator 2 . P
19. Verdadeiras: (B) e (E). Falsas: (A), (C), (D) e (F).
8.1 W = Ep = m g h = 213 × 10 × 2,20 J = 4,7 × 103 J
E 20.1 Em i = Ep i + Ec i = 2,0 J ; Em f = Ep f + Ec f = 1,5 J. A energia mecânica
8.2 P = !!! = (4,69 × 103 / 1,3) W = 3,6 × 103 W diminui, logo, o trabalho das forças não conservativas é negativo
t
9.1 WP = – Ep = –m g h = –600 × 10 × 20 J = –1,2 × 105 J pois é igual à variação de energia mecânica.

9.2 A energia aumentou 1,2 × 105 J. 20.2 A energia conserva-se, mas transforma-se ou transfere-se.
Eútil 1,2 × 105 J Neste caso, a energia mecânica transformou-se em energia inter-
9.3 η = !!! × 100% = !!! × 100% = 95%; O cabo realizou o na do carrinho e do exterior, por ação de forças dissipativas, neste
Eforn Eforn
W caso, forças de atrito.
trabalho de 1,2 × 105 J/0,95 = 1,26 × 105 J; Fm = !!! = 6,3 × 103 N.
d 20.3 d = 1,00 m ; WF = Em = Ep + Ec = –0,5 J ;
a
10.1 Sendo constante a velocidade, não há variação de energia Fa d cos 180º = –0,5 J ; Fa = 0,5 N
cinética. Apenas varia a energia potencial, para ambas as situações, 20.4 N
Fa
com igual valor. O Manuel apenas utilizaria mais energia se existisse
atrito entre o plano e a mala. Como o atrito é desprezável, ambos
utilizam a mesma energia.
P
10.2 (A). A energia transferida é a mesma no mesmo tempo.
11.1 a) WP = – Ep = + m g (hi – hf) = 0,25 × 10 × (5,5 – 0,5) J = 12,5 J 20.5 (B).

b) WF = Em = Ep + Ec = (–12,5 + 9) J = –3,5 J 20.6 Epi = 2,0 = m g hi ⇒ m = (2/(10 × 0,34)) kg = 0,59 kg


resist
1
11.2 Edissi = –WF = 3,5 J 20.7 Ec = !!! m v 2 ⇔ 1,5 = 0,5 × 0,59 × v2 ⇒ v = 2,3 m s–1
resis 2
11.3 (B). Ec = + 9 J e Ep = –12,5 J 21.1 Sendo uma régua com menor divisão 1 mm, a incerteza de lei-
1 tura é 0,5 mm.
12.1 Em i = !!! m v2i + m g hi ; Em f = 0,9 × Emi ;
2 21.2 Os módulos dos desvios são d1 = |0,883 − 0,887| m = 0,004 m,
1
Em f = !!! m v2f + m g hf ; v2f = 0,9 × v2i + 2 g × (0,9 hi – hf) d2 = |0,883 − 0,877| m = 0,006 m e d3 = |0,883 − 0,884| m = 0,001 m
2
vi = 1,5 m/s; hi = 4 m; hf = 0 m ⇒ vf = 8,6 m/s |0,006|
e o desvio percentual da altura de ressalto é !!! × 100 = 0,7%.
0,833
12.2 Depois de abandonar o escorrega, a energia mantém-se 21.3 (D). Os módulos dos desvios são d1 = 0,704 − 0,707| m = 0,003 m,
|
constante. Em f = 0,9 × Em i; v2f = 0,9 × v2i + 2 g × (0,9 hi – hf) d2 = |0,704 − 0,698| m = 0,006 m e d3 = |0,704 − 0,706| m = 0,002 m
vi = 1,5 m/s; hi = 4,0 m; hf = –2,0 m ⇒ vf = 11 m/s e a medida é (0,704 ± 0,006) m.

13.1 W = F cos 0o d = 1,67 × 107 J 21.4


h ressalto /m Queda e ressalto
1
13.2 W = Ec = !!! m v 2f ; 1,67 × 107 = 0,5 × 10,0 × 103 v 2f ⇒ vf = 57,8 m/s 1,000
2 0,900
1
14.1 Em = !!! m v 2i + m g hi = (0,5 × 1,4 × 0,62 + 1,4 × 10 × 1,5) J = 21 J 0,800
P 2 0,700
1
Em = !!! m v 2i + m g hi = (0,5 × 1,4 × 32 + 1,4 × 10 × 0) J = 6,3 J. 0,600
Q 2 0,500
Em > Em . Não é conservada. 0,400 y = 0,591x –0,004
P Q
0,300
14.2 WF = Em = Ep + Ec = –15 J 0,200 R2 = 1,000
resist
0,100
14.3 WF = Em = Ep + Ec = –6,3 J = –Fa d ⇒ Fa = (6,3/1,26) N = 5,0 N
resist 0,000
0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 1,400 1,600
15.1 Inicialmente, o conjunto atleta + vara tem energia cinética
h queda /m
e energia potencial gravítica em relação ao solo. Esta energia,
com a deformação da vara, transforma-se em energia potencial Da regressão linear, indicada no gráfico, hressalto = 0,591hqueda – 0,004.
elástica e depois em energia cinética e potencial gravítica, quan- 21.5 As energias mecânicas antes e após a colisão com o solo são
do a vara retoma a sua forma inicial. A energia cinética diminui iguais às energias potenciais gravíticas na altura de queda e na
na subida, aumentando a energia potencial gravítica. Na descida, altura máxima de ressalto, respetivamente, visto nessas posições
a energia potencial gravítica transforma-se em energia cinética. ser nula a energia cinética. Como a energia potencial gravítica é
15.2 I – C; II – A; III – D; IV – B. diretamente proporcional à altura, na equação hressalto = m hqueda,
o declive, m, corresponde à fração da energia que não se dissipa na
! "
1 80 1
15.3 !!! m v 2i + m g hi × !!! = !!! m v 2f + m g hf ; vf = 0 m/s; colisão da bola com o solo (considerando desprezável a ordenada
2 100 2
na origem). Sendo esse declive de 0,550 para a bola de voleibol
hf = 4,9 m; hi = 0,9 m ⇒ vi = 10 m/s
e de 0,461 para a de ténis, conclui-se que na bola de voleibol há
16.1 A energia que o organismo tem de fornecer é igual à variação menos dissipação de energia, logo, menor percentagem de energia
de energia potencial gravítica. E = m g h = 1,7 × 104 J. dissipada na colisão.

361
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

1.2 Energia e fenómenos elétricos (QP. pág. 137) 32.2 A resistência do condutor C pode ser determinada a partir
U 20 V
22. (D). A corrente elétrica é a grandeza física que corresponde à do gráfico: RC = !!! = !!! = 100 Ω. A energia fornecida pelo
I 0,200 A
carga elétrica por unidade de tempo que atravessa uma seção de U
gerador é a dissipada na resistência: E = P t = UI t = U !!! t =
um condutor. 2
10 V 2 R
= !!! × (15 × 60) s = 9,0 × 102 J.
23. (D). Ver definição de diferença de potencial elétrico. 100 Ω
24.1 Q = l × t = 0,200 A × 30 × 60 s = 360 C 33.1 (D). Num gerador ideal, há sempre a mesma tensão aos seus
360 C terminais. Assim, o voltímetro V1 indica sempre o mesmo valor.
24.2 N = !!! = 2,24 × 1021 eletrões Com o interruptor aberto, o voltímetro V2 indica metade do V1. Ao
1,61 × 10–19 C
25. O efeito do movimento de cargas elétricas positivas num fechar-se o interruptor, a corrente em cada resistência em paralelo
sentido é o mesmo das cargas simétricas (negativas) em senti- é metade da corrente na outra resistência. Assim, diminuindo a
do contrário. 6 C movendo-se num sentido e –6 C movendo-se corrente também diminui a tensão, a qual é a mesma para as duas
no sentido contrário equivale a 12 C a mover-se num só sentido. resistências em paralelo.
Q 12 C 33.2 (A). Admitindo que a tensão aos terminais do gerador se
A corrente elétrica que seria medida era I = !!! = !!! = 4 A.
t 3s mantinha constante, concluir-se-ia que a corrente fornecida
26.1 Corrente contínua.
pelo gerador iria aumentar, pois, antes de se fechar o interruptor
26.2 (B). Esta é a definição da grandeza corrente elétrica. I’ 3
U1 = RI + RI = 2 RI e depois U1 = RI’ + R !!! = !!! RI’ (comparando as
26.3 A rede de energia elétrica disponibiliza corrente alternada. 2 2
Nesta, o valor da corrente varia periodicamente, tomando também expressões, conclui-se que I < I’ < 2I). Ora, a tensão aos terminais
periodicamente valores negativos e positivos, consoante o senti- de um gerador com resistência interna, r, diminui se a corrente
do do movimento dos eletrões de condução. A tensão da rede aumentar (U’ = ε – rI’). Assim, ao fechar-se o interruptor, a leitura
portuguesa é de 230 V (tensão eficaz) com frequência de 50 Hz. do voltímetro V1 diminui. A leitura do voltímetro V2 passa de U2 = RI
I’
De modo diferente, os computadores utilizam corrente contínua. para U’2 = R !!! . Embora ao fechar-se o interruptor a corrente no
2
Nesta, os eletrões movem-se sempre no mesmo sentido e o valor
ramo principal aumente, I’ > I, não chega a duplicar, por isso, a
da corrente é constante.
leitura do voltímetro V2 diminui (U’2 < U2).
E 4,32 × 105 J
26.4 P = UI = 19 V × 3,16 A = 60 W; E = P t → t = !!! = !!! = 34.1 Uma força eletromotriz de 24 V significa que por cada unida-
P 60 W
= 7200 s = 2,0 h de de carga (1 C) que atravessa a bateria é fornecida uma energia
27.1 (A). O led é um componente de elevada eficiência luminosa. de 24 J.
18 W
27.2 O led branco. Para o mesmo valor de corrente é necessária 34.2 a) P = R I2 ⇔ 18 W = R(1,5 A)2, resultando R = !!!2 = 8,0 Ω.
(1,5 A)
uma maior diferença de potencial elétrico. b) A potência fornecida ao circuito é ε l – rl2 = PL + RI2 ou
27.3 A tensão aos terminais do led é 3,5 V. A tensão aos terminais 24 V × 1,5 A – r(1,5 A)2 = 18 W + 6,0 Ω × (1,5 A)2, resolvendo, segue-se
da resistência é U = (9 – 3,5) V = 5,5 V. A resistência limitadora vale r = 2,0 Ω.
U 5,5 V 34.3 a) ε – rl = U = 24 V – 2,0 Ω × 2,0 A = 20 V. b) A tensão aos ter-
R = !!! = !!! = 275 Ω = 2,8 × 102 Ω.
I 20 × 10–3 A minais da lâmpada é U = 8,0 Ω × 2,0 A = 16 V, logo, aos extremos
28.1 Significa que a energia transferida para um certo recetor, por da resistência X e da de 6,0 Ω há 20 V – 16 V = 4 V. A corrente na
trabalho das forças elétricas, é 230 J por cada unidade de carga 4V
4 V = 1,3 A. A resistência X é R = !!!
resistência X é l = 2,0 A – !!! =
elétrica que o atravessa. 6Ω 1,3 A
1,0 × 103 W 1,0 × 103 = 3,1 Ω. c) E = P t = UI t = 16 V × 2,0 A × 2 × 60 s = 3,8 × 10 J
3
28.2 (B). I = !!! = !!! A.
230 V 230 ε – U 12,0 V – 8,0 V
35.1 (D). r = !!! = !!! = 2,0 Ω
I 2,0 A
!
28.3 E = P t = 3,0 kW × 2,0 + !!!
60"
40 h = 8,0 kW h
ε 12,0 V
35.2 (A). l = !! = !!! = 3,0 A e P = 2,0 Ω × (3,0 A)2 = 18 W
U U2 U2 U2 U2 1R 2r 2 × 2,0 Ω
28.4 (A). P = UI = U !!! = !!! , logo, R = !!! ; RY = !!! = !!! = !!! 36. (C).
R R P PY 2PX 2 X
37.1 (A). A pilha, o amperímetro, a resistência e o interruptor de-
28.5 Uma menor diferença de potencial elétrico para a mesma vem ficar em série e o voltímetro em paralelo com a resistência.
resistência elétrica implica uma menor corrente elétrica. Como a
potência dissipada é igual ao produto da diferença de potencial 37.2 Colocando uma nova coluna com a corrente em amperes,
elétrico pela corrente elétrica, ambas menores, conclui-se que a elabora-se um gráfico semelhante ao seguinte.
potência dissipada nos aquecedores seria menor nos EUA. 9,5
U/V

29.1 (A). A tensão entre X e H é U = l × R = 2,73 × 10 –3


A × 1,0 × 9
× 103 Ω = 2,73 V. 8,5
29.2 (A). A corrente no ponto F é l = (2,73 – 1,64) A = 1,09 A. 8 y y==-11,39x
11,39x
11 39 ++8,85
–11,39x 8,8
8,85
8 85
29.3 A potência dissipada por efeito Joule é P = RI2 = UI. Potências 7,5 RR22 ==1,00
1,00
dissipadas: P = RI2 = 1,0 × 103 Ω × (2,73 × 10–3 A)2 = 7,5 × 10–3 W;
7
P1 = U1 I1 = 3,27 V × 1,64 × 10–3 A = 5,4 × 10–3 W; P2 = U2 I2 = 3,27 V × 0,010 0,020 0,030 0,040 0,050 0,060 0,070
× 1,09 × 10–3 A = 3,6 × 10–3 W; P > P1 > P2 I/A
30. A energia dissipada é proporcional à potência dissipada por A equação da reta é y = – 11,39 x + 8,85 ou U = –11,39 I + 8,85.
efeito Joule P = U I. Para aumentar a potência, ter-se-á de aumen-
O simétrico do declive é a resistência interna, 11,4 Ω, e a força
tar a corrente, mas, para isso, deve-se diminuir a resistência.
eletromotriz é a ordenada na origem, 8,85 V.
ε 3,0 V
31.1 (A). I = !!! = !!! = 0,27 A 37.3 Ligando diretamente aos terminais da pilha um voltímetro.
r + R (1,3 + 10,0) Ω
31.2 (D). U = I R = 0,27 A × 10,0 Ω = 2,7 V
1.3 Energia, fenómenos térmicos e radiação (QP. pág. 142)
32.1 Para os três condutores, a temperatura constante, a corrente
elétrica é diretamente proporcional à diferença de potencial elé- 38.1 O saco preto é opaco à radiação visível, daí não ser possível
trico aos seus terminais, ou seja, a sua resistência é constante. ver a mão do homem, mas é transparente à radiação infravermelha,

362
SOLUÇÕES

daí ser possível ver a imagem da radiação infravermelha emitida Para produzir esta energia elétrica, é necessário que a energia da
pela mão do homem. Eútil 2,00 kW h
radiação seja Eluz = !!! = !!! = 16,7 kW h. Para receber esta
38.2 (A). η 0,12
energia da radiação, durante um dia, é necessária uma área
38.3 (B). Os óculos, embora transparentes à radiação visível, são
opacos ao infravermelho. Eluz 16,7 kW h
A = !!! = !!!!!! = 6,5 m2.
Er t 0,320 kW m–2 × 8,0 h
39.1 (A). A temperatura é a propriedade comum dos corpos que es-
tão em equilíbrio térmico. 43.1 O calor é transferido pelo movimento de porções de ar (con-
vecção térmica): movimento ascendente e descendente de partes
39.2 (A). A energia interna depende da temperatura, da massa do
do fluido. Em geral, as partes mais quentes sobem e as mais frias
sistema e da natureza das substâncias que o constituem. O calor
descem, pois as mais quentes são menos densas.
não é uma propriedade de um sistema (corpo).
43.2 Quer o mar, quer a terra absorvem energia da radiação. Du-
40.1 Thompson observou que, na perfuração de canhões, as peças,
rante o dia a terra aquece mais do que o mar, pois a água tem ele-
devido à fricção, ficavam tão quentes que era necessário arrefecê-
vada capacidade térmica mássica e parte da energia absorvida é
-las com água fria, que chegava mesmo a ferver.
utilizada em processos de evaporação; em consequência, junto à
Joule montou um sistema que girava no interior de um vaso calori-
terra o ar fica mais quente, logo, menos denso e com menor pres-
métrico contendo água, enquanto um corpo caía por ação da força
são do que junto ao mar. O ar move-se das pressões mais altas para
gravítica (transferência de energia por trabalho). Esta transferência
as mais baixas. À noite acontece o contrário, pois o mar arrefece
de energia, num sistema isolado termicamente, provocou um au-
mais lentamente do que a terra.
mento de temperatura.
Estas experiências permitiram concluir que o calor não podia ser 43.3 TA = 23 oC, TB = 19 oC, TC = 15 oC, TD = 18 oC.
uma substância, devendo antes ser um processo de transferência 44. (C). As sensações de frio ou de quente são originadas pela
de energia. transferência de energia, por calor, do corpo para a vizinhança ou
40.2 a) Com o tubo de cartão na vertical, com ambas as extremida- da vizinhança para o corpo, respetivamente. O álcool ao evaporar
de fechadas com um material isolante e com as esferas de chumbo absorve energia da pele, daí a sensação de frio (a vaporização
no seu interior, inverter rapidamente o tubo de modo que as esferas ocorre com absorção de energia).
caiam na vertical, repetindo, sucessivamente, estas inversões. 45.1 U = Q + W = –14 kJ + 36 kJ = 22 kJ.
Medições a realizar: temperatura inicial das esferas, massa das es-
45.2 Significa que, apesar de haver variação de temperatura do
feras colocadas no interior do tubo, comprimento do tubo, número
recipiente, a variação de energia que lhe corresponde é despre-
de inversões e temperatura final das esferas.
zável face à energia transferida para o hélio.
b) O trabalho realizado pela força gravítica durante a queda das
esferas faz aumentar a sua energia cinética. Esta energia é dissi- 45.3 (D). A mesma variação de temperatura implica a mesma varia-
pada na colisão das esferas com a extremidade inferior do tubo: a ção de energia interna, como W = 0, segue-se que Q = U = 22 kJ.
E
energia cinética das esferas converte-se em energia interna das 45.4 A variação de temperatura é t = !!! , portanto, para a mesma
mc
esferas. Assim, desprezando as transferências de energia para o
energia recebida é inversamente proporcional à massa da amostra.
ar e para o próprio tubo, o trabalho realizado pela força gravítica
m 150 g
é igual à variação da energia interna das esferas, o que permite Assim, t’ = !!! t = !!! × 27,6 °C = 41,4 °C.
m’ 100 g
determinar a equivalência entre trabalho e calor.
46. (B). Em ambos os processos o sistema absorve energia e a
c) Seria necessário conhecer a capacidade térmica mássica do
sua temperatura aumenta igualmente. Sendo os estados iniciais
chumbo expressa em calorias por unidade de massa e por unida-
e finais os mesmos, a variação de energia interna é a mesma nos
de de variação de temperatura. O conhecimento da capacidade
dois processos. Conclui-se que no segundo processo, o sistema
térmica mássica e da variação de temperatura permite determinar
deve ter transferido uma energia, por trabalho, de 80 J, para a
a energia ganha pelas esferas de chumbo, expressa em calorias
vizinhança (420 J = 500 J − 80 J).
por quilograma. Essa energia resulta do trabalho realizado pela
força gravítica na queda das esferas, expresso em joules. Da igual- 47.1 O preto absorve toda a radiação visível nele incidente. Ora,
dade dessas energias determina-se o equivalente de uma caloria a maior percentagem da energia solar incidente na Terra situa-
em joule. -se na região do visível. A radiação emitida, por ser na região do
41.1 (C). O amperímetro liga-se em série e o voltímetro em paralelo infravermelho, tende a ficar retida no coletor, sendo reabsorvida
com a célula fotovoltaica. pela placa.

41.2 Para uma diferença de potencial de 0,68 V, a potência forneci- 47.2 O vidro é transparente à maior parte da radiação incidente, já
P 15 × 10–3 W que nessa radiação predomina a visível, maximizando, por isso, a
da pela célula é 15 mW. Portanto, a corrente é I = !!! = !!! = entrada de luz visível. A placa coletora emite sobretudo no infra-
U 0,68 V
= 2,2 × 10–2 A. vermelho. Como o vidro é relativamente opaco ao infravermelho,
41.3 0,44 V e 1,16 V. as perdas de energia por radiação são minimizadas.
41.4 A potência é máxima, 17 mW, para uma diferença de potencial 47.3 E = c m T = 4,18 × 103 × 50 × (80 – 25) J = 1,15 × 107 J
U U U2 47.4 Eluz = P t = Er A t = 8,0 × 102 × 10 × 3600 J = 2,88 × 107 J
elétrico de 0,92 V. A resistência elétrica é R = ! = ! = ! =
I P P
0,92 V2 ! Eútil 1,15 × 107 J
= !!! = 50 Ω. U η = !!! × 100% = !!!!!! × 100% = 40%
–3
17 × 10 W Eforn 2,88 × 107 J
42.1 A energia da radiação que naquele local incide numa área de 48.1 E = 6 × P t = 6 × 180 W × 300 s = 3,24 × 105 J
1,0 m2, em cada segundo, é, em média, 320 J. Q E 3,24 × 105 J
48.2 t = !!! = !!! = !!!!!! =
E 0,320 kW × 8,0 h d–1 365 d c m c ρ V 1,0 × 103 J kg–1 ºC–1 × 1,2 kg m–3 × 6,0 m3
42.2 934 kW h m–2 ano–1 (Er = !!! = !!!!!! =
A t 1,0 m2 × 1 ano = 45 oC
–2 –1
= 934 kW h m ano ) 49. (D). Sendo a energia e a variação de temperatura iguais, a ca-
42.3 (B). pacidade térmica mássica é inversamente proporcional à massa.
42.4 A energia elétrica utilizada pelo sistema elétrico, num dia, é 50.1 (B).
Eútil = P t = 0,500 kW × 4,0 h = 2,00 kWh. 50.2 (B).

363
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

ca ma Ta menos energia, portanto para a mesma energia transferida haverá


51.1 Qmetal = –Qágua ⇔ cm mm Tm = –ca ma Ta ⇔ cm = – !
mm Tm maior variação de temperatura).
4,18 × 103 J kg–1 °C–1 × 0,200 kg × (18 – 10) °C =
cm = – !!!!!! 55.3 (A). A energia necessária para a fusão é menor do que para
0,095 kg × (18 – 100) °C a vaporização. O declive do gráfico da temperatura em função da
= 8,6 × 102 J kg–1 oC–1. Trata-se do alumínio. 1
energia é !!!!!! . Como a capacidade térmica mássica do gelo é
8,6 × 102 – 9,0 × 102 mc
51.2 erro percentual = !!! × 100% = –4,4% menor do que a da água líquida, o declive é maior quando a tem-
9,0 × 102
peratura é inferior a 0 °C (maior variação de temperatura para a
51.3 O sistema metal + água não é isolado. Parte da energia ce-
mesma energia).
dida pelo metal é transferida para a vizinhança (recipiente e ar).
Assim, a temperatura final do sistema é inferior à que seria de es- 56. A variação de temperatura, T, de uma amostra de um material
perar se não ocorressem essas perdas. 1
relaciona-se com a energia recebida, E, por T = !!!!!! E. Assim,
52.1 (B). O sistema água + gelo transfere energia para o ar, por ca- mc
num gráfico da variação de temperatura em função da energia,
lor, uma vez que a temperatura do ar é inferior à da água. Portanto,
T(E), o declive da reta é igual ao inverso do produto da massa, m,
a energia interna desse sistema diminui. Ao ceder energia, a água
pela capacidade térmica mássica, c. Como as massas são iguais,
em contacto com o gelo vai congelando, ou seja, a espessura da
ao material de maior capacidade térmica mássica corresponde
camada de gelo vai aumentando. Todavia, a temperatura da água
uma reta de menor declive. Portanto, o material da amostra N é o
líquida em contacto com o gelo é sempre 0 °C, pois esta é a tem-
de maior capacidade térmica mássica.
peratura de fusão da água. A superfície do gelo em contacto com
o ar deverá estar a −15 °C. Assim, nem todo o gelo se encontra à 57.1 (D). Numa mudança de fase a temperatura mantém-se.
mesma temperatura. 57.2 Lei da conservação de energia.
52.2 A massa de gelo correspondente ao aumento de espessura é 57.3 Eágua = mágua c Tágua = 0,260 × 4,18 × 103 × (11 − 20) J = −9,78 ×
m = ρV = 0,90 g cm–3 × 4,0 × 104 cm2 × 1,0 cm = 3,60 × 104 g =
× 103 J
= 36,0 kg.
Egelo = mgelo hfusão + mgelo c Tágua do gelo = 0,030 kg hfusão + 0,030 ×
A energia cedida pela água é a necessária para a solidificação e
× 4,18 × 103 × (11 − 0) J = 0,030 kg hfusão + 1,39 × 103 J
coincide com a energia que seria necessária para a fusão:
As variações de energia da água e da massa de gelo são simétri-
Esolidificação = m hfusão = 36,0 kg × 3,34 × 105 J kg–1 = 1,20 × 107 J.
Esolidificação cas: −Eágua = Egelo.
O tempo necessário para essa transferência é t = ! !=
7 P 9,78 × 103 J = 0,030 kg hfusão + 1,39 × 103 J; hfusão = 2,8 × 105 J kg−1
1,20 × 10 J 4
= !!!!!! = 1,2 × 10 s = 3,3 h. 57.4 Como a expressão de cálculo da entalpia mássica de fusão
1,0 × 103 J s–1
do gelo é
53.1 O mecanismo de transferência de energia por calor que se mágua c | T água| – mgelo c Tágua do gelo
pretende aproveitar é a convecção (como o aquecimento se dá no hfusão = !!!!!!
mgelo
fundo, a água aí aquece e sobe, por ficar menos densa, descendo
a água mais fria, por ser mais densa – as correntes de convec- e o valor encontrado é menor do que o tabelado, compreende-se
ção resultam da repetição destes movimentos de transporte de este resultado se, ao contrário do que se verificaria num sistema
matéria). isolado, o módulo da variação de temperatura da água for menor
e a variação de temperatura da água resultante do gelo for maior.
53.2 A energia dissipada na resistência elétrica até que a água
Assim, a temperatura final foi maior do que aquela que se verifica-
atinja os 100 °C é Eelétrica = P t = 400 W × (14 × 60 + 50) s = ria num sistema isolado e terá havido transferência de energia do
= 3,560 × 105 J. A energia absorvida pela água nesse intervalo de exterior para o sistema água + gelo.
tempo é Eágua = m c T = 0,800 kg × 4,18 × 103 J kg−1 °C−1 × (100 − 18,2) °C = 58. As variações de energia das duas massas de água são simétri-
= 2,74 × 105 J. O rendimento do processo de aquecimento é cas: −mágua quente c Tágua quente = mágua fria c Tágua fria;
Eágua 2,74 × 105 J −0,34 (Tf – 27) °C = 0,20 (Tf − 5) °C; Tf = 18,9 °C.
η = !!!!!! = !!!!!! = 0,77.
Eelétrica 3,560 × 105 J 59. A potência elétrica fornecida pela resistência é P = U I =
53.3 (B). Evaporização = m hvaporização = 0,800 kg × 2,26 × 10 J kg .
6 −1 = (7,5 × 2,6) W = 19,5 W. A energia recebida pelo alumínio é dada
pela expressão P × t = m c T ou m c T − m c T0 = P × t.
53.4 A energia elétrica que é necessário fornecer à resistência, por
P
dia, é Eelétrica = P t = 0,400 kW × 5,0 h = 2,00 kW h. Para produzir esta Um gráfico T(t) tem um declive igual a !!!!!! .
mc
energia elétrica é necessário que a energia da radiação incidente 27,0
Eelétrica
T / ˚C

2,00 kW h
no painel, por dia, seja Eradiação = !!!!!! = !!!!!! = 16,7 kW h. 25,0
η 0,12
Eradiação 23,0
Por dia, a energia da radiação por metro quadrado é !!!!!! =
A 21,0
–2 –2
= 0,320 kW m × 8,0 h = 2,56 kW h m . Assim, a área do painel y = 0,0195x + 18,705
19,0
16,7 kW h
deverá ser A = !!!!!! = 6,5 m2. 17,0
2,56 kW h m–2
54. (B). Existe sempre energia dissipada e transferência de energia 15,0
0 50 100 150 200 250 300
para a vizinhança (nos processos espontâneos verifica-se uma di-
t/s
minuição de energia útil).
Efusão m hfusão hfusão 3,34 × 105 P 19,5 19,5 W
55.1 !!!!!! = !!!!!! = !!!!!! = !!!!!!6 = 0,148 !!!!!! = !!!!!! = 0,0195 ⇒ c = !!!!!!! = 909 J kg–1 ºC–1
Evaporização m Δhvaporização Δhvaporização 2,26 × 10 m c 1,100 c 1,100 kg × 0,0195 ºC s–1

(a energia envolvida na fusão é 14,8% da energia de vaporização).


55.2 Estado sólido, por ser neste estado que a capacidade térmi-
ca mássica da água é menor (menor capacidade térmica significa
que para a mesma variação de temperatura é necessário fornecer

364
SOLUÇÕES

FÍSICA 11.º ANO tempo medido na interrupção de cada célula vai ser inferior ao
que deveria ser se fosse o diâmetro da esfera a interromper o fei-
Domínio 1 xe. Em vez da distância que efetivamente foi percorrida divide-se
1.1 Tempo, posição e velocidade (QP. pág. 180) um valor maior de distância (o diâmetro da esfera) por um intervalo
de tempo menor do que o que deveria ocorrer se fosse o diâmetro
1.1 a) De 5 s a 7 s. b) De 4 s a 5 s e de 12 s a 14 s. c) De 8 s a 10 s. da esfera a interromper o feixe. Assim, o módulo da variação de
d) De 8 s a 12 s ou de 2 s a 8 s ou de 0 s a 14 s, etc. (num intervalo velocidade calculada vai ter um erro por excesso, e a mesma ten-
de tempo que inclua inversão de sentido). dência no erro ocorre para o módulo da aceleração.
1.2 1-W; 2-Y; 3-Z; 4-X. 1.3 1-Z; 2-Y; 3-X; 4-W. 1.4 (D). 8.3 Os módulos das velocidades nos instantes médios de passa-
2. (B). A velocidade é a mesma no instante em que os declives das gem da esfera em frente às células fotoelétricas são:
tangentes aos dois gráficos x(t), o de A e o de B, são iguais.
1,20 × 10–2 m 1,20 × 10–2 m
3. (A). A componente escalar da velocidade num certo instante t vA = !!!!!! = 2,06 m s–1 e vB = !!!!!! = 2,70 m s–1.
5,83 × 10–3 s 4,44 × 10–3 s
é igual ao declive da reta tangente ao gráfico x(t) nesse instante. (2,70 – 2,06) m s–1
Inicialmente, o declive da reta tangente ao gráfico x(t) é constante O módulo da aceleração é a = v/ t = !!!!!! = 9,64 m s–2.
66,37 × 10–3 s
e positivo, depois aumenta, passando a constante num pequeno
(9,64 – 9,8) m s–2 × 100% = –2,0%.
O erro percentual é !!!!!!
intervalo de tempo, e, a seguir, diminui até ocorrer inversão no sen-
tido do movimento. Após a inversão, o declive é negativo e diminui 9,8 m s–2
o seu módulo até se anular, quando a posição deixa de variar.
1.3 Forças e movimentos (QP. pág. 184)
1.2 Interações e seus efeitos (QP. pág. 181) x –7 – 5
9.1 (C). 9.2 vm = ! = !!!!!! = –3 m s–1
4. (D). 5. (B). t 4–0
9.3 (C). A componente escalar da posição inicial é 5 m, a da veloci-
6.1 (A). A intensidade da força gravítica é inversamente proporcio-
dade inicial é negativa e a da aceleração é positiva (no movimento
nal ao quadrado da distância entre os corpos: quando a distância
retardado, a aceleração tem sentido oposto à velocidade).
diminui V√2 vezes, a intensidade da força aumenta V√22 = 2 vezes
mxmy mxmy 9.4 (A).
(F’ = G !!!!!! = 2 G !!!!!! = 2 F ).
d2 10.1 A força resultante é a força gravítica: direção vertical, sentido
! "
d 2
d
!!!!!! negativo do eixo dos yy e intensidade |F R| = m g = 0,057 × 10 N =
2 = 0,57 N.
6.2 (D). A intensidade da força é diretamente proporcional à massa 1 a t2
# #
10.2 a) y = y0 + v0t + !!! 3,2 = 0 + v0t – 5 t2
mxmy my 2 ⇒ ⇔
de X: F = G !!!!!! = G !!!!!! m.
d2 d2 x v = v0 + at 0 = v0 – 10 t
6.3 A força gravítica que Y exerce sobre X e a força gravítica que

# #
X exerce sobre Y constituem um par ação-reação, portanto, essas 3,2 = 10 t2 – 5 t2 t = 0,80 s
⇔ ⇔
duas forças têm a mesma intensidade, a mesma direção e senti- v0 = 10 t v0 = 8,0 m s–1
dos opostos.
1 m v2 + 0 = 0 + m g h ⇔
b) Em (A) = Em (B) ⇒ !!!
7.1 De 0 s até 13,0 s. Quando a componente escalar da velocidade 2 0 max

é positiva.
v0 = 2 g hmax = 2 × 10 × 3,2 m s–1 = 8,0 m s–1
7.2 (B). No instante 10,0 s, o declive da reta tangente ao grá-
v 1 a t2 ⇒ –1 = 0 + 8t – 5 t2 ⇔ t =
fico, ou seja, a componente escalar da aceleração, é ax = !!!!!!x = 10.3 y = y0 + v0t + !!! –0,12 s ou t = 1,7 s.
Δt 2
(0 – 13,0) m s–1 Demora 1,7 s.
= !!!!!! = –2,5 m s–2.
(13,0 – 9,0) s 10.4 (B). 10.5 (A). 10.6 (A). 10.7 (D).
7.3 O instante 13,0 s está incluído no intervalo de tempo em que a 11.1 A componente escalar da velocidade tem um mínimo em A,
componente escalar da velocidade varia linearmente com o tem- mas 0,13 s depois, em B, tem um máximo. De A para B, há uma
po [8,0; 15,0] s, o que significa que a componente escalar da ace- inversão brusca do sentido da velocidade. Em A, a bola entra em
leração é constante. Para o instante 9,0 s a componente escalar contacto com o solo; em B, deixa de estar em contacto com o solo.
(0 – 13,0) m s–1
da aceleração é !!!!!! = –2,5 m s–2. 11.2 a) x → tempo; y → velocidade. b) Representa a componente
(13,0 – 9,0) s
escalar da variação de velocidade por unidade de tempo, ou seja,
A intensidade da resultante das forças é F = m a = 0,200 kg × 1 a t2 ⇒ y =
a componente escalar da aceleração. c) y = y0 + v0t + !!!
× 2,5 m s–2 = 0,50 N. 2 2
= 0,78 – 4,95t (SI)
7.4 A área entre a linha do gráfico vx(t) e o eixo dos tempos é
11.3 Direção vertical, sentido de baixo para cima e intensidade
igual à componente escalar do deslocamento, x. x13 – x8 =

! " $ $ $ $
"v
vx (8) × (13,0 – 8,0) s
= !!!!!! 12,5 × 5 m = 100 m.
⇔ x13 = 68,7 + !!!!!! |FR| = m |am| = m ! = 0,620 × 2,82 – (–3,40)
!! N = 48 N.
2 "t 0,47 – 0,34
2
11.4 Diagrama I.
8.1 (B). O valor mais provável é o valor médio, 5,83 ms, e a in-
certeza absoluta de observação é igual ao maior desvio absoluto
(5,88 − 5,83) ms = 0,05 ms.
11.5 "Em = "Ec + "Ep = !!!
2 !
1 m v 2 – 1 m v2 + 0 ⇒
B !!!
2 A
"
1
⇒ "Em = !!! × 0,620 × (2,82 – 3,40 ) = –1,12 J
2 2
8.2 a) Admitindo uma aceleração constante, a velocidade é dire- 2
tamente proporcional ao tempo. Neste caso, a velocidade média Dissipou-se uma energia de 1,12 J.
entre dois instantes de um certo intervalo de tempo é igual à velo- 12.1 No instante t = 0,0 s, o carrinho encontra-se a 2,4 m da origem.
cidade no instante médio desse intervalo.
12.2 (A). A equação da componente escalar da posição, x, do
b) (A). Os módulos das velocidades determinam-se pelos quocien- carrinho traduz um movimento uniformemente variado, de
tes do diâmetro, d, da esfera pelos intervalos de tempo, por isso, equações gerais x = x0 + v0t + 0,5 at2 e v = v0 + a t, sendo, então,
a variação de velocidade é v = d !!!!!!
Δt2 !
1 – 1 . O intervalo de
!!!!!!
Δt1 " v0 = –2,0 m s–1 e a = 1,2 m s–2.

365
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

12.3 (D). No instante t = 0,0 s, em relação ao referencial Ox, a com- (o produto da aceleração gravítica pelo quadrado da distância ao
ponente escalar da velocidade é negativa e a da aceleração é centro da Terra, para a Lua e para uma bola à superfície da Terra,
positiva. é constante).
12.4 (B). Como a componente escalar da aceleração, segundo Ox, 17.1 (D). O satélite tem um movimento circular uniforme, sendo, re-
é positiva, a resultante das forças aponta também no sentido posi- lativamente à trajetória, a velocidade tangente e a aceleração per-
tivo do eixo. Assim, para além do peso e da força normal há ainda pendicular, tal como a força que a Terra exerce nele.
uma força que tem a direção do eixo e o sentido positivo. 17.2 Sendo aceleração gravítica à superfície da Terra gT e gs à alti-
12.5 x/m
" # =" #
2 2
gT rT + h 6,37 × 106 + 1,73 × 106
tude do satélite, tem-se = =
4,0 gs rT 6,37 × 106
gT 10 m s–2
2,0 = 1,74, logo, gs = = = 5,7 m s–2.
1,74 1,74
0,0
0,0 0,1 0,2 0,3 t / s 0,4 4π2 122 × 10
17.3 (B). g = ac = ω2 r = 2
r⇔r= m.
T 4π2
No instante 1,67 s a componente escalar da posição tem um míni- 18.1 (B). A força gravítica é centrípeta.
mo, 0,73 m, ocorrendo nesse instante uma inversão de sentido de
movimento. Aos 4,0 s a componente escalar da posição é 4,0 m. 18.2 A única força a que estão sujeitos é a força gravítica.
A distância percorrida é a soma dos módulos dos deslocamentos 18.3 (D). A direção da velocidade varia. 18.4 (C).
em ambos os sentidos: d = (|0,73 – 2,4| + |4,0 – 0,73|) m = 4,9 m. 18.5 SB, pois o seu período é igual ao período de rotação da Terra
13.1 (A). (24 horas), a sua órbita é circular no plano do equador.

" #
13.2 FR = m a ⇔ Fa = m a ⇔ –0,75 m g = m a ⇔ a = –0,75 g = –7,5 m s–2 MT ms M 2π 2
18.6 Fg = ms a ⇔ G = ms ω2 r ⇔ G 2T = r⇔
r2 r T
13.3 1 a t2 x = 20t – 7,5
! !
x = v0t + !!! !!! t2
2 ⇒ 2 ⇔ G MT 2
3 3
⇔r= T = constante × V√T 2, logo,
v = v0 + at 0 = 20 – 7,5 t 4 π2V√ 3

V√" #
rB constante × V√TB2 3 TB 2 3 2
x = (20 × 2,67 – 7,5 = = = V√2 = 1,59
!
!!! × 2,672) m = 27 m 3
rA constante × V√TA2 TA
⇔ 2
t = 2,67 s 3 G MT 2
18.7 T = 24 h = 8,64 × 104 s ⇔ r = T = 4,23 × 107 m
x > 25 m, portanto, a senhora é atropelada. V√ 4 π2
4 π2
" T # r = (8,64 × 10 ) × 4,23 × 10 m s
2
14.1 (D). A altura de A em relação ao troço horizontal é h = sin 30° × 2π
a = ω2 r = 42
7 –2
= 0,22 m s–2
× 0,40 m = 0,20 m. Usando a Lei de conservação de energia mecâ-
nica, a velocidade em B é vB = V√2gh = V√2 × 10 × 0,2 m s–1 = 2,0 m s–1.
14.2 Considerando a origem do eixo em B e o sentido positivo de B Domínio 2
para C, para as posições a equação é x = 2t + 0,5 at2 e para a veloci- 2.1 Sinais e ondas (QP, pág. 228)
dade v = 2,0 + at. Em C a velocidade anula-se. Resolvendo as equa- 1 1
1.1 f =
" #
2,0 2,02 = = 2,5 Hz
ções: 0,60 = 2t + 0,5 at2; 0 = 2,0 + at; 0,60 = 2 × – – 0,5 × ; T 0,40 s
a a
a = –3,3 m s–2. A intensidade da resultante das forças é |F| = m|a| = 1.2 A distância entre duas cristais consecutivas é igual ao compri-
= 0,300 kg × 3,3 m s–2 = 1,0 N . mento de onda. λ = v × T = 0,80 m s–1 × 0,40 s = 0,32 m.
v2 v1 v2 1,8 m s–1
14.3 (C). Havendo conservação de energia mecânica de A para B, 2. (C). f2 = f1 ⇔ = ⇔ λ2 = λ1 = × 4,2 m = 2,6 m
λ2 λ1 v1 2,9 m s–1
a velocidade com que chega a B não depende da massa. Aumen-
tando a massa para o dobro aumenta igualmente a resultante das v 2,0 m s–1
3.1 (C). f = = = 10 Hz
forças. λ 0,20 m
15.1 (A). 15.2 (D). 15.3 (C). 15.4 (D). 15.5 (C). T 0,10 s 1
3.2 (B). t == = 0,025 s. Passado um do período a onda avan-
16.1 (B). O período em horas é T = 27 d × 24 h d–1 + 8 h = (27 × 24 + 8) h. 4 4 4
Neste intervalo tempo, o ângulo descrito é 2π. Assim, o módulo da çará ficando com o perfil da figura e os pontos P e Q ficam mais
2π 2π rad 2π próximos.
velocidade angular é ω = = = rad h–1.
T (27 × 24 + 8) h 27 × 24 + 8 3.3 (A). Por exemplo, as ordenadas do ponto de abcissa x = 5 cm
16.2 A aceleração da Lua no seu movimento em redor da Terra (ace- T
serão sucessivamente y = −6 cm, y = 0 e y = 6 cm nos instantes ,
leração centrípeta » ac), i.e., a aceleração gravítica, »
gr = rL, a uma distân- 4
T T
cia da Terra igual ao raio da órbita da Lua, rL, é: 2 e 3 , respetivamente.
2π rL 2 4 4
v2 "
T #4π2 rL2 4π2 rL 4π2 (3,84 × 108) m 4.1 (A). 4.2 (B).
λ 0,20 m
4.3 v = =
T 0,60 s
= 0,33 m s–1
gr = r = a = r = r = 2 = 2 = =
L c L L T r T L
[(27 × 24 + 8) × 60 × 60 s]2 60 s λ 0,040
= 2,72 × 10–3 m s–2, comparando-a com a aceleração gravítica à su- 5. T = = 0,20 s; x = v t = t ⇔ 0,20 = t ⇒ t = 1,0 s
300 T 0,20
gr = rL 2,72 × 10–3 m s–2
perfície da Terra, »
gr = rT, obtém-se = = 2,78 × 10–4 λ 0,80 m t
gr = rT 9,8 m s –2 6.1 T = ; T = = 2,4 × 10–3 s; n = = 2,1 × 103
1 v 340 m s–1 T
(a aceleração da Lua é ≈ 3,6 × 103 vezes menor do que a 6.2 (A). O som no ar é uma onda longitudinal.
2,78 × 10–4
aceleração da bola à superfície da Terra). O quadrado do quociente da 6.3 (C). O comprimento de onda é inversamente proporcional à fre-
rL 2 3,84 × 108 m 2 quência.
distância Terra-Lua pelo raio da Terra é
rT
= " # "
6,37 × 106 m
≈ 3,6 × 103. # 7. Verdadeiras: (C), (E), (F), (G) e (H). Falsas: (A), (B) e (D).
gr = rL gr = rL r 2 8.1 (B). O sinal A tem maior amplitude, logo, maior intensidade, e tem
" #
1
Verificou-se que = ⇔ = T ⇔ gr = r rL2 = gr = r rT2 maior período, logo, menor frequência.
gr = rT rL 2 gr = rT rL
" #
L T

rT

366
SOLUÇÕES

8.2 a) (D). Pontos no mesmo estado de vibração estão afastados de 15.1 a) Na linha de transporte, a potência dissipada por efeito Joule
múltiplos do comprimento de onda (o tempo que a onda demora a é dada por P = R I2, sendo R a resistência da linha e I a corrente elé-
propagar-se entre eles é múltiplo do período) e estados de vibração trica que nela circula. Para minimizar essa dissipação, diminui-se a
opostos estão afastados de múltiplos ímpares de meio comprimen- corrente. A potência fornecida à linha é dada por P = U I, assim, para
to de onda (o tempo que a onda demora a propagar-se entre eles é diminuir I mantendo a potência fornecida, aumenta-se a tensão elé-
a soma de um múltiplo do período com meio período). trica, U. Nos locais de consumo é necessário reduzir a tensão, dado
b) (C). Y é um ponto de pressão máxima e W é um ponto de pressão que seria extremamente perigoso utilizar altas tensões.
mínima. A distância entre Y e W é um comprimento de onda e meio: b) (D). A corrente alternada varia, logo, também o campo magnético
3 2 por ela criado e o fluxo desse campo, originando uma força eletro-
√ W= λ⇒λ= Y
Y √ W.
2 3 motriz no enrolamento secundário.
9.1 O microfone transforma um sinal mecânico (variação de pressão 15.2 A força eletromotriz induzida é igual, em módulo, à variação do
associada ao som) num sinal elétrico (corrente elétrica gerada pela fluxo do campo magnético por unidade de tempo. A variação do flu-
força eletromotriz induzida). xo é proporcional ao número de espiras, por isso, a relação entre as
9.2 a) D. b) D. c) F. 9.3 (C). 9.4 Timbre. tensões no primário e no secundário coincide com a relação entre
os números de espiras desses dois enrolamentos.
2.2 Eletromagnetismo (QP, pág. 231)
10.1 As linhas de campo emergem da carga Q e convergem para
2.3 Ondas eletromagnéticas (QP, pág. 234)
a carga Q'. Como as linhas de campo saem das cargas positivas 16.1 (A).
e entram nas cargas negativas, Q é uma carga positiva e Q' é uma 16.2 Foi Oersted quem descobriu, através de uma experiência,
carga negativa. que uma corrente elétrica produzia um campo magnético. Faraday
10.2 Em O e H os campos elétricos têm a mesma direção e sentido descobriu que um campo magnético variável produzia uma força
(são tangentes à mesma linha de campo retilínea), mas as densi- eletromotriz induzida e uma corrente elétrica induzida num circuito.
dades de linhas de campo em O e H são diferentes. Logo, em O é Mas para produzir a corrente elétrica, o fluxo do campo magnético
maior a intensidade do campo, e os campos diferem na intensidade. através de uma espira tem de ser variável. A corrente é tanto mais
intensa quanto mais depressa variar o fluxo do campo magnético.
10.3 EW < EP < EY. A intensidade do campo elétrico num ponto é pro-
Tendo Maxwell elaborado uma teoria de ondas eletromagnéticas,
porcional à densidade das linhas de campo.
foi Heinrich Hertz quem pela primeira vez, através de uma experiên-
11.1 (A). Uma corrente elétrica cria um campo magnético. cia, de uma forma controlada, produziu ondas eletromagnéticas e,
11.2 Verdadeiras: (B), (C) e (F). Falsas: (A), (D) e (E). logo de seguida, as detetou. Confirmou assim a teoria de Maxwell.
12.1 (D). Só existe corrente elétrica induzida se existir variação do 17.1 (C). Os ângulos de incidência e de refração são medidos em re-
fluxo do campo magnético. lação à normal da superfície de separação ar-material X, respetiva-
12.2 90°. mente, com o raio incidente e com o raio refratado. Como o ângulo
de refração é menor do que o de incidência, o raio aproxima-se da
13.1 (C). Φ = N B A cos α = 30 × 0,25 T × 5,0 × 10–4 m2 cos(90° – 60°) =
normal, assim os esquemas (B) e (D) podem ser logo eliminados.
= 3,2 × 10–3 Wb
Se o ângulo de incidência é 40° segue-se que o ângulo entre o raio
13.2 (D). Qualquer uma das alterações indicadas nas alternativas incidente e a superfície de separação ar-material X é (90° − 40°) =
conduz ao aumento verificado na amplitude da força eletromotriz, = 50°, o que apenas se verifica na opção (C). Nessa opção, o ângulo
mas apenas o aumento para o dobro da velocidade angular conduz entre o raio refratado e a superfície de separação ar-material X é
a uma diminuição do período para metade. 64°, o que corresponde a um ângulo de refração de (90° − 64°) = 26°.
14.1 Nos primeiros 45 ms, a bobina está a entrar na região em que 17.2 Com base na lei de Snell-Descartes, nar sin α1 = nX sin α2, em
existe campo magnético. Assim, a área submetida ao campo mag- que nar e nX são os índices de refração do ar e do material X, respe-
nético vai aumentando e, em consequência, também o fluxo mag- nar
nético. No intervalo [45, 125] ms, a área sujeita ao campo magnético tivamente, segue-se que sin α2 = sin α1. Assim, o gráfico de sin α2
nX
mantém-se constante e, também, o fluxo. Nos últimos 45 ms está a em função de sin α1 permite obter o índice de refração do material
sair da região em que existe campo magnético. Assim, a área sub- X, conhecido o índice de refração do ar.
metida ao campo magnético vai diminuindo e, em consequência,
também o fluxo magnético. sin 2

14.2 O campo magnético é perpendicular ao plano das espiras da 0,60


bobina, ΦM = N B A cos 0°. Considerando a situação em que a bo- 0,50
bina está completamente dentro do campo magnético, obtém-se y = 0,707x – 0,027
0,40
ΦM ΦM 0162 Wb
B= = = = 0,10 T. 0,30
N A cos 0° N A2 200 × 0,0902 m2
0,20
14.3 O módulo da força eletromotriz induzida é
|!Φ| |0 – 0,162| Wb 0,10
|εi| = = = 3,6 V.
!t (170 – 125) ms 0,00
14.4 | i | / V 0,00 0,10 0,200,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90
sin 1

3,6 A equação que traduz o ajuste entre sin α2 e sin α1 é:


Y = 0,707X – 0,027 ⇒ sin α2 = 0,707 sin α1 – 0,027, obtendo-se uma
ordenada na origem próxima de zero. Pode, pois, considerar-se que
0
45 125 170 t / ms a lei de Snell-Descartes foi verificada: dentro dos limites dos erros
experimentais verificou-se que sin α2 é diretamente proporcional a
14.5 (A). Nos primeiros 45 ms, a bobina está a entrar na região em sin α1. A partir do declive do gráfico determina-se o índice de refra-
que existe campo magnético. Como o lado de cada espira é 9,0 cm, nar 1,00
ção do material X: = 0,707 ⇒ nX = ⇒ nX = 1,4.
!x 9,0 × 10–2 m nX 0,707
segue-se que v = = .
!t 45 × 10–3 s

367
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

18.1 II – reflexão; III – refração. 18.2 (C). 18.3 40,0o. 22.3 a) Na luz policromática estão presentes diferentes comprimen-
var sin 40,0º tos de onda (cores) e a separação entre máximos do padrão de difra-
18.4 = = 1,33
vágua sin 28,9º ção varia com o comprimento de onda. Como os padrões de difração
de diferentes cores apresentam espaçamentos diferentes, ocorre
18.5 (A). A luz verde tem menor comprimento de onda do que a
separação das cores. b) O desvio será maior para a luz de maior com-
vermelha, logo, maior n e maior desvio (ângulo de refração menor).
primento de onda, a luz vermelha. c) Num prisma ocorre absorção
19.1 Para que possa ocorrer reflexão total, a luz, ao passar do meio 1 de certos comprimentos de onda da luz (o que não sucede na rede
para o meio 2, afasta-se da normal, pois n1 > n2. A partir de um certo de difração). A separação angular entre diferentes comprimentos de
ângulo, a luz deixa de passar de um meio de maior índice de refração, onda num prisma é pequena (a variação de n com λ é pequena), en-
n1, para um de menor, n2, ocorrendo então a desejada reflexão total. quanto numa rede de difração essa separação é muito maior.
19.2 (B). Para o ângulo crítico, i, o ângulo de refração é 90º, assim,
n
! "
n1 sin i = n2 sin 90º, portanto, i = arcsin 2 .
n1
n2 QUÍMICA 11.º ANO
A reflexão total ocorre se i > arcsin
n2
! "n1
, como α + i = 90º, conclui-se
que α < 90º – arcsin ! "
n1
. Domínio 1
1.1 Aspetos quantitativos das reações químicas (QP. pág. 262)
19.3 n1 sin i = n2 sin 90º ⇒ 1,50 × sin 80º = n2 ⇒ n2 = 1,48
1.1 A equação química respeita a Lei de Lavoisier (Lei da Conser-
19.4 A transparência. As fibras devem ter uma elevada transparên- vação da Massa), pois, para cada um dos elementos químicos en-
cia (ou baixa taxa de absorção da luz) ou minimizarem a dispersão volvidos na reação, o número de átomos nos reagentes é igual ao
da luz. número de átomos nos produtos da reação (4 N, 10 O e 12 H).
19.5 Sistemas de comunicação (troca de informação entre compu- 1.2 A equação química que representa a reação é
tadores, televisão por cabo), sistema de controlo e processamento 4 NH3 (g) + 5 O2 (g) → 4 NO (g) + 6 H2O (g).
industrial, endoscopia (visualização do interior de um organismo,
gastroscopia, broncoscopia, ortoscopia,…), fibroscopia, diversos ti- 1.3 Cálculo da quantidade de NH3:
pos de sensores, etc. 5,4 g
M(NH3) = 17,04 g mol–1; nNH = = 0,317 mol
3 17,04 g mol–1
20.1 Difração (espalhamento de uma onda quando encontra um
obstáculo ou fenda cuja dimensão é de uma ordem de grandeza Cálculo da quantidade de O2 necessário à reação:
próxima da do comprimento de onda). 4 mol de NH3 é estequiometricamente equivalente a 5 mol de O2,
20.2 As ondas II e III são difratadas de forma semelhante, pois em 5 mol O2
nO2 = (0,317 mol NH3) × = 0,396 mol O2.
ambos os casos existe uma relação semelhante entre a largura 4 mol NH3
da fenda, d, e o comprimento de onda, λ, dado serem ambos pro- Cálculo do correspondente volume de O2:
porcionalmente maiores para a onda III em relação à onda II, i.e.,
dII d M(O2) = 32,00 g mol–1; mO = nO M(O2) = 0,396 mol × 32,00 g mol–1 =
2 2
~ III . O espalhamento das ondas II e III é apreciável, pois em mO2
λII λIII = 12,7 g; VO =
12,7 g 3

ambos os casos a fenda e o comprimento de onda apresentam a 2 ρO2 = 1,43 g dm–3 = 8,9 dm .
mesma ordem de grandeza: dII ~ λII e dIII ~ λIII . 2.1 A equação química que traduz a reformação do metano com o
Para a onda I o espalhamento é menos acentuado, pois a largura vapor de água é CH4 (g) + H2O (g) → 3 H2 (g) + CO (g). Assim, 1 mol
da fenda é maior do que a encontrada pela onda II (dI > dII), mas o de CH4 é estequiometricamente equivalente a 1 mol de H2O, logo,
dI o reagente limitante é o metano, pois existem mais moléculas de
comprimento de onda é o mesmo (λI = λII): é significativamente
dII λI H2O do que de CH4.
maior do que . Nos três casos o comprimento de onda não se 2.2 a) Cálculo da massa de H2:
λII
altera após a onda ser difratada. 1 mol de CH4 é estequiometricamente equivalente a 3 mol de H2.
3 mol H2
20.3 (D). Devido à difração, a onda sonora contorna o muro, chegan- nH2 = (5 mol CH4) × = 15 mol H2; M(H2) = 2,02 g mol–1;
1 mol CH4
do ao menino atrás deste. Em (A), repetição do próprio grito (eco),
o fenómeno subjacente é a reflexão do som. Em (B), audição do mH2 = nH2 M(H2) = 15 mol × 2,02 g mol–1 = 30,3 g.
som da locomotiva através do solo, o fenómeno é a propagação do b) 1 mol de CH4 é estequiometricamente equivalente a 1 mol de H2O,
som no solo, sendo nesse meio a velocidade de propagação maior logo, 5 mol de CH4 reagem consumindo 5 mol de H2O.
do que no ar. Em (C), alteração da frequência devido ao movimen- nH2O excesso = nH2O inicial – nH2O consumido = 6 mol – 5 mol = 1 mol
to relativo da fonte e do recetor, trata-se de uma manifestação do
efeito Doppler. M(H2O) = 18,02 g mol–1; mH O = 1 mol × 18,02 g mol–1 = 18,02 g
2

21.1 Difração. 3.1 C2H5OH(aq) + CH3COOH(aq) → CH3COOC2H5 (aq) + H2O (!)


21.2 O fenómeno da difração é mais evidente quando o comprimento 3.2 a) Cálculo da quantidade de matéria de cada reagente:

! "
c
de onda é da ordem de grandeza dos obstáculos λ = . Para as m C2H5OH
=ρ ×V
C2H5OH
= 0,798 g cm–3 × 15,0 cm3 = 11,97 g
C2H5OH
f
ondas indicadas: λAM = 316 m, λFM = 3 m, por esta razão as ondas AM mCH3COOH = ρCH3COOH × VCH3COOH = 1,049 g cm–3 × 15,0 cm3 = 15,74 g
são mais difratadas do que as FM. 11,97 g
nC2H5OH = = 0,2598 mol
22.1 (A). A difração só é significativa se a dimensão do obstáculo ou 46,08 g mol–1
da fenda for de ordem de grandeza próximo da do comprimento de 15,74 g
nCH3COOH = = 0,2621 mol
onda. Nos máximos a intensidade da luz é maior, o que significa que 60,06 g mol–1
as ondas interferiram construtivamente. Determinar o reagente limitante: 1 mol de C2H5OH é estequiome-
0,135 tricamente equivalente a 1 mol de CH3COOH, logo, 0,2598 mol de
22.2 nλ = d sin θ ⇒ 2 × 650 × 10–9 m = d × ⇒
V√0,1352 + 0,502 C2H5OH reage consumindo 0,2598 mol de CH3COOH.
⇒ d = 5,0 × 10 m, assim, o número de linhas por milímetro é
–6
nCH3COOHteórica = 0,2598 mol < nCH3COOHdisponível = 0,2621 mol ⇒
1,0 × 10–3 m
n= = 200. ⇒ o CH3COOH é o reagente em excesso e o C2H5OH é o limitante.
5,0 × 10–6 m

368
SOLUÇÕES

nCH3COOH excesso = (0,2621 – 0,2598) mol = 0,0023 mol 7. Cálculo da quantidade de matéria de cada reagente:
mCH3COOH excesso = nCH3COOH × M(CH3COOH) = 1,25 × 103 g 2,75 × 103 g
nZn = ! ! ! = 19,12 mol nSO = ! ! ! = 42,92 mol
65,39 g mol–1 2 64,07 g mol–1
= 0,0023 mol × 60,06 g mol–1 = 0,138 g
Determinar o reagente limitante:
b) 1 mol de C2H5OH é estequiometricamente equivalente a 1 mol
1 mol de Zn é estequiometricamente equivalente a 2 mol de SO2,
de CH3COOC2H5, logo, 0,2598 mol de C2H5OH produz 0,2598 mol
2 mol SO2
de CH3COOC2H5; M(CH3COOC2H5) = 88,12 g mol–1; mCH3COOC2H5 = nSO = (19,12 mol Zn) × ! ! = 38,24 mol
2
1 mol Zn
0,2598 mol × 88,12 g mol–1 = 22,9 g. nSO teórica = 38,24 mol < nSO disponível = 42,92 mol ⇒ o SO2 é o reagen-
2 2
4.1 Cálculo da quantidade de cada reagente: M(TiO2) = 236,38 g mol−1; te em excesso e o Zn é o limitante.
1,188 × 107 g Cálculo da massa de Na2S2O4 produzida:
m(TiO2) = 0,95 × 1,25 × 107 g = 1,188 × 107 g; n = =
= 5,026 × 104 mol TiO . 236,38 g mol–1 1 mol de Zn é estequiometricamente equivalente a 1 mol de
2
5,00 × 106 g Na2S2O4, logo, 19,12 mol de Zn produz 19,12 mol de Na2S2O4.
M(C) = 12,01 g mol−1; n = = 4,163 × 105 mol C
12,01 g mol–1 mNa = nNa × M(Na2S2O4) = 19,12 mol × 174,12 g mol–1 = 3329 g
2S2O4 2S2O4
Quantidade de dióxido de titânio para reagir com o carbono
Cálculo da massa de hidrossulfito comercial:
3 mol TiO2 mditionilo de sódio 3329 g
existente: nTiO2 = 4,163 × 105 mol C ×
4 mol C
= 3,122 × 105 mol . % (m/m) = ! ! ! × 100 ⇒ 90,1 = ! ! ! × 100 ⇒
mhidrossulfito de sódio mhidrossulfito de sódio
Como esta quantidade é maior do que a disponível, 5,026 × 104 mol,
⇒ mhidrossulfito de sódio = 3695 g = 3,70 kg
o TiO2 é o reagente limitante.
Cálculo da massa de TiC!4 obtida: 3 mol de TiO2 é estequiometri- V 448 dm3
8. (D). nCH = ! = !!!!!!! = 20,00 mol
camente equivalente a 3 mol de TiC!4, logo, 5,026 × 104 mol TiO2 4 Vm 22,4 dm3 mol–1
produzem 5,026 × 104 mol de TiC!4. M(TiC!4) = 346,18 g mol−1; m 756 g
m = 5,026 × 104 mol × 346,18 g mol−1 = 1,74 × 107 g. nH = ! = !!!!!! = 41,95 mol
2O M 18,02 g mol–1
4.2 No primeiro passo do processo de purificação, o objetivo é 1 mol de CH4 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de
converter todo o TiO2 presente na amostra em TiC!4. Assim, o H2O, logo, 20,00 mol de CH4 reagem com 40,00 mol de H2O ⇒
carbono e o cloro devem ser utilizados em excesso para que todo
⇒ nH O teórica = 40,00 mol < nH O disponível = 41,98 mol ⇒ a água é
o TiO2, sendo o reagente limitante, reaja totalmente, transforman- 2 2

do-se em TiC!4. o reagente em excesso. 1 mol de CH4 é estequiometricamente


5.1 Cálculo da quantidade de hidróxido de lítio: M(LiOH) = equivalente a 1 mol de CO2 e a 4 mol de H2, logo, 20,00 mol de
323 g CH4 originam 20,00 mol de CO2 e 80,00 mol de H2.
= 23,95 g mol−1; n = !!!!! = 13,49 mol.
23,95 g mol–1 mágua em excesso = n M = (41,95 – 40,00) mol × 18,02 g mol–1 = 35 g
Cálculo do volume de CO2 eliminado: N = nH NA = 80,0 mol × 6,02 × 1023 mol–1 = 4,8 × 1025 moléculas de H2.
2
1 mol CO2 75,6 g
nCO = 13,49 mol LiOH × !!! !! = 6,745 mol. 9.1 a) mA! = 94,5 × 0,80 = 75,6 g; nA! = !!!!! = 2,80 mol
2 2 mol LiOH 26,98 g mol–1
O volume de CO2 eliminado, medido em condições PTN, é 2 mol de A! é estequiometricamente equivalente a 3 mol de H2,
V = n Vm = 6,745 mol × 22,4 mol dm–3 = 151 dm3. 3 mol H
1 mol CO2 nH = (2,80 mol A!) × !!!2 = 4,20 mol H2
5.2 a) (C). nCO2 (necessário) = 8,35 mol LiOH × !!! !! =
2 2 mol A!
2 mol LiOH b) nH prevista = 4,2 mol ⇒ VH previsto = 4,2 mol × 22,4 dm3 mol–1 = 94,1 dm3
2 2
= 4,18 mol CO2 > nCO2 (disponível) = 2,72 mol ⇒ o CO2 é o reagente V = " Vprevisto = 0,60 × 94,1 dm3 = 56 dm3
limitante, portanto, LiOH é o reagente em excesso.
Cálculo da massa de Li2CO3 teórica: 1 mol de CO2 é estequio- 9.2 Cálculo da quantidade de H2SO4 consumida:
metricamente equivalente a 1 mol de Li2CO3, logo, 2,72 mol CO2 mA! que reagiu = 15,14 g – 9,74 g = 5,40 g;
produzem 2,72 mol de Li2CO3. 5,40 g
M(A!) = 26,98 g mol–1 nA! gasto = !!!!!–1 = 0,200 mol
M(Li2CO3) = 73,89 g mol−1; m = 2,72 mol × 73,89 g mol–1 = 201,0 g; 26,98 g mol
187 2 mol de A! é estequiometricamente equivalente a 3 mol de H2SO4,
η= × 100% = 93,0%.
201,0 3 mol H2SO4
nH SO = (0,200 mol A!) × !!!!! = 0,300 mol H2SO4
b) (A). msólido = mLi CO que se formou + mreagente em excesso que não reagiu ; 2 4 2 mol A!
2 3
1 mol de CO2 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de Cálculo da concentração do H2SO4:
LiOH, logo, 2,72 mol de CO2 reagem com 5,44 mol de LiOH. 0,300 mol
cH SO = !!!!3 = 0,600 mol dm–3
nLiOH que não reagiu = (8,35 – 5,44) mol = 2,91 mol ⇒ 2 4 0,500 dm
⇒ mLiOH que não reagiu = n M = 2,91 mol × 23,95 g mol–1 = 69,7 g 10.1 M(MgO) = 40,31 g mol–1 ; M(SO2) = 64,06 g mol–1
A massa de sólido no final da reação é m = 201,0 g + 69,7 g = 271 g.
3,000 × 109 g
nSO = !!!!! = 4,683 × 107 mol
6.1 Cálculo da quantidade de hidrogénio usada para encher o 2 64,06 g mol–1
balão: V = n Vm ⇒ 380 × 103 dm3 = n × 24,5 dm3 mol–1 ⇒ n = 1,55 ×
× 104 mol de H2. 2 mol de SO2 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de
1 mol de Fe é estequiometricamente equivalente a 1 mol de H2, MgO, logo, 4,683 × 107 mol de SO2 reagem com 4,683 × 107 mol
logo, a formação de 1,55 × 104 mol H2 consomem 1,55 × 104 mol de MgO.
de Fe. m (MgO) = 40,31 g mol–1 × 4,683 × 107 mol = 1,890 × 109 g = 1890 t.
6.2 1 mol de H2 é estequiometricamente equivalente a 1 mol de H2SO4, 10.2 2 mol de SO2 é estequiometricamente equivalente a 1 mol
logo, a formação de 1,55 × 104 mol H2 consomem 1,55 × 104 mol de de O2,
H2SO4. 1 mol O2
nO = (4,683 × 107 mol SO2) × !! = 2,342 × 107 mol O2
nH2SO4 1,55 × 104 mol 2 2 mol SO2
V= = = 8,61 × 102 dm3
c 18 mol dm–3 VO = 2,342 × 107 mol × 22,4 dm3 mol–1 = 5,25 × 108 dm3;
2
8,61 × 102 dm3 5,25 × 108 dm3
Número de garrafas = = 43 garrafas Var = !!!! = 2,5 × 109 dm3
20,0 dm3 0,21

369
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

90 5,85 g
11.1 mNaC! = 6,50 g × ! = 5,85 g; nNaC! = !!!! = 0,100 mol 14.3 (C). 4 mol de KO2 é estequiometricamente equivalente a 2 mol
100 58,44 g mol–1 de H2O e a 4 mol de CO2.
1 mol de NaC! é estequiometricamente equivalente a 1 mol
15.1 Cálculo da quantidade de cada reagente:
de C!– e a 1 mol de AgC!, logo, 0,100 mol de NaC! produz
85,0 g
0,100 mol de AgC!. nNa CrO = !!! = 0,5248 mol
14,16 g 2 4 161,98 g mol–1
mAgC! = 0,100 mol × 143,3 g mol–1 = 14,3 g; η = !! × 100 = 99%
14,3 g 11,0 g
0,100 mol nH O = !!! = 0,6104 mol
11.2 nNaC! = nC!– = 0,100 mol; cC!– = ! ! ! ! = 1,00 mol dm–3 2 18,02 g mol–1
0,100 dm3
Determinar o reagente limitante:
12.1 2 CH4 (g) + 2 NH3 (g) + 3 O2 (g) → 2 HCN (g) + 6 H2O (g)
2 mol de Na2CrO4 é estequiometricamente equivalente a 1 mol de
12.2 a) M(CH4) = 16,05 g mol–1 ; M(NH3) = 17,04 g mol–1 H2O,
175 × 103 g 2 mol Na CrO
nCH = ! ! ! ! = 1,090 × 104 mol nNa CrO = (0,6104 mol H2O) × !!2!4 = 1,221 mol Na2CrO4
4 16,05 g mol–1 2 4 1 mol H2O
nNH = !
175 × 103 g
! ! ! = 1,027 × 104 mol nNa = 1,221 mol > nNa = 0,5253 mol ⇒ Na2CrO4
2CrO4 teórica 2CrO4 disponível
3 17,04 g mol–1 é o reagente limitante.
2 mol de CH4 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de 15.2 A «química verde» procura a redução ou eliminação de
NH3, logo, 1,027 × 104 mol de NH3 consome 1,027 × 104 mol de CH4 substâncias prejudiciais à saúde humana e ao ambiente. Nesta
< nCH disponível ⇒ CH4 é o reagente em excesso e o NH3 é o reagente reação, opta-se por usar a água e o dióxido de carbono em exces-
4
limitante. so para garantir que todo o cromato de sódio se consome, pois o
2 mol de NH3 é estequiometricamente equivalente a 2 mol de cromato de sódio é o mais perigoso dos três reagentes.
HCN, logo, 1,027 × 104 mol de NH3 produz 1,027 × 104 mol de HCN, mátomos de reagentes incorporados no produto desejado
logo, nHCN = 1,03 × 104 mol. 16.1 EA (%) = !!!!! × 100%
mtotal de átomos nos reagentes
b) nCH = (1,090 × 104 – 1,027 × 104) mol = 6,3 × 10–2 mol.
4 em excesso mátomos de reagentes incorporados no produto desejado = 55,85 × 2 = 111,7
nHCN real 1,03 × 104 mol
12.3 nHCN teórica = ! = !!!! = 1,056 × 104 mol
η! 0,975
mtotal de átomos nos reagentes = 55,85 × 2 + 16,00 × 3 + (12,01 + 16,00) × 3 =
Segundo a estequiometria da reação nHCN = nNH = 1,056 × 104 mol ⇒ = 243,73
3 111,7
⇒ mNH = 1,056 × 104 mol × 17,04 g mol–1 = 1,80 × 105 g = 180 kg EA (%) = ! ! × 100% = 45,8%.
3 243,73
13.1 Cálculo da massa teórica de ácido adípico: 16.2 Uma reação com elevada eficiência deverá ter não só um
mC H O real 12,0 elevado rendimento mas também uma elevada economia atómi-
η (%) = !! !! × 100 ⇒ 0,70 = !!!! ⇒ mC6H10O4 = 17,1 g
6 10 4
mC H O teórica mC H O teórica ca, mas a eficiência não é o único aspeto a ter em conta para que
6 10 4 6 10 4
esta seja ambientalmente adequada, pois devem também ser con-
Cálculo da massa de ciclo-hexeno consumida:
templados outros fatores como a toxicidade, o uso de substâncias
M (C6H10O4) = 146,16 g mol–1 e M (C6H10) = 82,16 g mol–1 auxiliares, a eficiência energética, a origem da matéria-prima e o
17,1 g uso de catalisadores, tão seletivos quanto possível.
nC H O = !!!! = 0,117 mol
6 10 4 146,16 g mol–1
16.3 (B).
3 mol de C6H10 é estequiometricamente equivalente a 3 mol de
17.1 Processo por reformação catalítica:
C6H10O4, logo, para produzir 0,117 mol de C6H10O4, é necessário
0,117 mol de C6H10. mC6H10 = 0,117 mol × 82,16 g mol–1 = 9,6 g. mátomos de reagentes incorporados no produto desejado = 3 × (1,01 × 2) = 6,06
13.2 4 mol de Na2Cr2O7 é estequiometricamente equivalente a mtotal de átomos nos reagentes = (12,01 + 1,01 × 4) + (1,01 × 2 + 16,00) = 34,07
3 mol de C6H10O4, 6,06
4 mol Na2Cr2O7 EA (%) = ! ! × 100% = 17,8%
34,07
nNa2Cr2O7 = (0,117 mol C6H10O4) × ! ! ! ! = 0,156 mol Na2Cr2O7 ⇒
3 mol C6H10O4 Processo por via de carvão:
⇒ 0,156 mol Na2Cr2O7. 2 H2O mátomos de reagentes incorporados no produto desejado = 2 × (1,01 × 2) = 4,04
M (Na2Cr2O7. 2 H2O) = 298,02 g mol–1 mtotal de átomos nos reagentes = 12,01 + 2 × (1,01 × 2 + 16,00) = 48,05
m (Na2Cr2O7. 2 H2O) = 298,02 g mol–1 × 0,156 mol = 46,5 g 4,04
EA (%) = ! ! × 100% = 8,41%
14.1 Cálculo da quantidade de vapor de água removida: 48,05
24,0 g Tendo em conta a economia atómica dos processos, conclui-se
M (H2O) = 18,02 g mol–1; nH O = ! ! ! ! = 1,332 mol
que a reformação catalítica é o processo mais eficiente, pois tem
2 18,02 g mol–1
Cálculo da massa de O2 produzida: maior economia atómica.
2 mol de H2O é estequiometricamente equivalente a 3 mol de O2 17.2 O processo por reformação catalítica tem como subproduto
3 mol O2 o monóxido de carbono, CO, substância com elevada toxicidade
nO = (1,332 mol H2O) × ! ! ! = 1,998 mol O2
2 2 mol H2O quando comparada com o dióxido de carbono produzido no pro-
M(O2) = 32,00 g mol–1; mO = 1,998 mol × 32,00 g mol–1 = 63,9 g cesso por via de carvão.
2
14.2 Cálculo da quantidade de CO2 a remover: 1.2 Equilíbrio químico e extensão das reações químicas
mCO2 mCO2
ρCO = ! ! ⇒ 1,80 g dm–3 = !! ⇒ mCO = 180,0 g (QP. pág. 267)
2 VCO 100 dm3 2
2
180,0 g 18.1 A figura mostra que a reação ocorreu em sistema fechado,
M (CO2) = 44,01 g mol–1 nCO = !!! = 4,090 mol
2 44,01 g mol–1 verificando-se que, inicialmente, havia iodo e hidrogénio e, quan-
Cálculo da massa de KO2 necessária: 1 mol de CO2 é estequio- do a reação termina, estão presentes não só o produto da reação,
metricamente equivalente a 1 mol de KOH, logo, para remover HI, mas também os dois reagentes, H2 e I2, ou seja, a reação ter-
4,090 mol de CO2, é necessário 4,090 mol de KOH. Por outro mina sem que nenhum dos reagentes esgote. Assim, conclui-se
lado, 4 mol de KOH é estequiometricamente equivalente a que a reação é incompleta.
4 mol de KO2, logo, para produzir 4,090 mol de KOH, é necessário 18.2 H2 (g) + I2 (g) — 2 HI (g) 18.3 (C).
4,090 mol de KO2. 18.4 De acordo com a estequiometria da reação, 1 mol de I2 reage
M (KO2) = 71,10 g mol–1; mKO = 4,090 mol × 71,10 g mol–1 = 291 g com 1 mol de H2, originando 2 mol de HI.
2

370
SOLUÇÕES

I2 H2 HI b) Após a perturbação efetuada no instante t2, o quociente da


reação variou até atingir um valor constante, superior a 4,5
Início / mol 0,100 0,100 –
(Kc > 4,5). Deste modo a perturbação introduzida provocou um
Variação / mol –x –x +2x aumento da constante de equilíbrio, o que permite concluir que
Equilíbrio / mol 0,100 – x = 0,021 0,100 – x = 0,021 +2x foi favorecida a reação no sentido direto. A reação no sentido
direto é endotérmica (dissociação de X2), ora de acordo com o
No estado de equilíbrio há 0,021 mol de I2, assim, Princípio de Le Châtelier a reação endotérmica é favorecida por
0,100 mol – x = 0,021 ⇒ x = 0,079 mol um aumento de temperatura. Conclui-se, assim, que no instante t2
Logo, a quantidade de HI no equilíbrio é: a temperatura do sistema aumentou.
+ 2x = 2 × 0,079 mol = 0,158 mol 22.1 (B). De acordo com o gráfico, o instante t1 refere-se a uma
Cálculo da constante, dado que o volume do recipiente é 1,00 L, situação anterior ao equilíbrio químico, uma vez que a reação
0,1582 direta se processa a maior velocidade do que a inversa, o que se
Kc = !!! = 57.
0,021 × 0,021 traduz numa maior transformação de reagentes em produtos e a
18.5 (D). Para um sistema atingir um estado de equilíbrio é necessário concentração do reagente irá diminuir e as concentrações dos
que o sistema seja fechado e não se registem, macroscopicamente, produtos irão aumentar. As concentrações relativas de reagentes
variações de propriedades físicas e químicas, o que acontece quan- e de produtos dependem do estado inicial e do valor da constan-
do as taxas temporais de variação das concentrações dos reagen- te de equilíbrio. Como se desconhece o valor da constante de
tes e produtos forem simétricas, para uma dada temperatura. equilíbrio nada se pode concluir sobre a comparação das concen-
trações de reagentes e de produtos, exceto no instante t = 0 em
19.1 A → H2; B → NH3; C → N2. 19.2 (B).
que só há reagentes.
4,0 × 12,03 1 1
19.3 Kc = !!!!! = 69,1 19.4 K’c = ! = !! = 0,0145 22.2 (D). A velocidade da reação direta aumentou mais do que a
10,02 Kc 69,1
inversa, o que não pode acontecer por consequência da ação de
19.5 (D). Num sistema em equilíbrio, a constante de equilíbrio mede
catalisadores, pois estes apenas permitem que se atinja o equi-
a extensão da reação. Quanto maior for a constante maior será a
líbrio mais rapidamente, não havendo, no entanto, influência na
extensão da reação, ou seja, maior é a conversão de reagentes em
extensão da reação (durante um certo intervalo de tempo, a velo-
produtos, portanto, menor a conversão de produtos em reagentes.
cidade da reação direta vai ser maior do que a reação inversa).
1 1
K’c = ! = !!!!8 = 3,0 × 10–9 para T = 25 °C; K’c = 0,24 para T = Como a reação é endotérmica, um aumento de temperatura irá
Kc 3,0 × 10
favorecer a reação no sentido direto, aumentando a velocidade
= 327 °C. com que os reagentes se transformam em produtos influenciando
20.1 (A). O gráfico mostra que a concentração da espécie Y a extensão da reação. A remoção de reagentes alteraria a velo-
diminui, desde o instante inicial até ao instante em que se atinge o cidade da reação direta (diminuindo-a) e a remoção de produtos
equilíbrio químico. Pelo contrário, as concentrações das espécies a da reação inversa (diminuindo-a), no entanto, a extensão da
X e Z aumentam nesse intervalo de tempo. Conclui-se, assim, reação não se alteraria.
que Y é reagente e X e Z são produtos da reação. Analisando 23.1 De acordo com a estequiometria da reação, 1 mol de PC!5
quantitativamente o gráfico, verifica-se que a concentração de Y origina 1 mol de PC!3 e 1 mol de C!2.
diminuiu uma unidade arbitrária. As concentrações de X e de Z
aumentaram, respetivamente, 3 e 1 unidades. Assim, a estequio- PC!5 PC!3 C!2
metria da reação é 1 mol de Y : 1 mol de Z : 3 mol de X. Início / mol a – –
20.2 De acordo com a estequiometria da reação, Variação / mol –x +x +x
Y Z X Equilíbrio / mol a–x +x +x
Início / mol 2,0 – –
x x
!! × !!
Variação / mol –x +x +3x |PC!3|e × |C!2|e 2,0 2,0
Kc = !!! ⇔ 1,80 = ⇔ x = 0,144 mol
Equilíbrio / mol 2,0 – x +x +3x |PC!5|e 5,76 × 10–3
!!!!!
2,0
Após a decomposição de 50% do componente Y, ficam Cálculo da quantidade inicial de PC!5:
50 5,76 × 10–3 mol (a – 0,144) mol
ny = !! × 2,0 mol = 1,0 mol, logo, 2,0 – x = 1,0 mol ⇒ x = 1,0 mol. [PC!5]e = !! = ! ! ⇒ a = 0,150 mol
100 2,0 dm3 2,0 dm3
De Z ficam em equilíbrio 1,0 mol e de X ficam 3,0 mol, o que, no 23.2 Do ponto de vista energético, o processo de decomposição
total, perfaz 5,0 mol de gases presentes no equilíbrio. do PC!5 é endotérmico ( H > 0). De acordo com o Princípio de
21.1 (D). De acordo com a figura II, verifica-se uma maior quan- Le Châtelier, a diminuição da temperatura do sistema altera o
tidade da espécie atómica, por isso, a reação favorecida com a estado de equilíbrio, provocando uma evolução do sistema no
perturbação foi a reação direta (dissociação de X2). A dissociação sentido de contrariar a perturbação imposta, ou seja, no sentido
de uma molécula diatómica é um processo endotérmico, que da reação que liberta energia (reação exotérmica), que, neste
será favorecido por um aumento de temperatura. Não pode ter caso, é a reação inversa. É, assim, de prever uma diminuição das
existido remoção de X2, nem adição de X, pois a quantidade total concentrações de PC!3 (g) e de C!2 (g) e um aumento da concen-
de átomos X no sistema manteve-se constante. O volume do tração de PC!5 (g).
recipiente é o mesmo. 23.3 Cálculo do quociente da reação no instante inicial:
21.2 a) (B). A partir do gráfico apresentado conclui-se que o siste- 0,60 0,70
ma químico se encontrava inicialmente em equilíbrio, uma vez que !! × !!!
2,0 2,0
o valor do quociente de reação é igual à constante de equilíbrio Qc = = 2,1 ⇒ Qc > Kc, o sistema vai evoluir no sentido
0,10
(Qc = Kc = 4,5). No instante t1 é aplicada ao sistema químico uma !!!
2,0
perturbação que origina diminuição do quociente da reação. O
em que Qc diminua, aproximando-se de Kc, portanto, no sentido
sistema evolui até atingir um novo estado de equilíbrio, Qc aumen-
de produzir PC!5, o sentido inverso.
ta, aproximando-se de Kc. Para que Qc aumente é necessário que
a concentração do produto aumente e a do reagente diminua. Cálculo da concentração de PC!5 no equilíbrio:
Assim, o sistema vai evoluir no sentido da reação direta.

371
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

PC!5 PC!3 C!2 26.3 De acordo com os valores da tabela, a percentagem de


NH3 (g) diminui à medida que a temperatura aumenta, significando
Início / mol 0,10 0,60 0,70
que um aumento de temperatura favorece a reação inversa. De
Variação / mol +x –x –x acordo com o Princípio de Le Châtelier, o aumento da tempera-
Equilíbrio / mol 0,10 + x 0,60 – x 0,70 – x tura favorece a reação endotérmica, concluindo-se, assim, que a
reação é exotérmica no sentido direto.
Como no equilíbrio há 0,687 mol de C!2, 0,70 – x = 0,687 ⇒ 27.1 t = 200 °C e p = 1000 atm
⇒ x = (0,70 – 0,687) mol = 0,013 mol 27.2 a) 40%; b) As condições ideais na produção do amoníaco
(0,10 + 0,013) mol seriam: pressões elevadas, porque a reação direta é acompa-
[PC!5]e = !!!!!!!! = 0,057 mol dm–3 nhada de um decréscimo de quantidade de espécies no estado
2,0 dm3
gasoso, e temperaturas baixas, pois a reação direta é exotérmica
23.4 (C). Os catalisadores utilizam-se para aumentar a rapidez das
(aumento da constante de equilíbrio, ou seja, reação direta mais
reações. Estes apenas permitem que se atinja o equilíbrio mais
extensa, com a diminuição da temperatura). Mas pressões eleva-
rapidamente, não havendo, no entanto, influência na extensão
das exigem custos elevados e a temperaturas baixas o amoníaco
da reação química. Uma vez que a reação já se encontra num
é produzido muito lentamente. Como na indústria a escolha das
estado de equilíbrio, a adição de um catalisador não provocará
condições para a produção está dependente dos custos econó-
perturbação no sistema reacional, pelo que não há alteração nas
micos, é preferível obter rapidamente percentagens moderadas
concentrações das espécies presentes nesse equilíbrio.
de amoníaco do que esperar muito tempo para obter percenta-
!!!!!
2,0 "
2
0,526 gens elevadas.
24.1 Qc = = 1,7. 28.1 a) A adição de solução de Fe(NO3)3 implica um aumento da

! " ! "
0,342 3 0,126 concentração de Fe3+; o sistema evoluirá no sentido do consumo
!!! × !!!
2,0 2,0 de Fe3+ e SCN–, formando-se [FeSCN]2+, até se estabelecer um
Qc > Kc, o sistema vai evoluir no sentido inverso, ou seja, no senti- novo estado de equilíbrio. Assim, a cor vermelha da solução será
do de consumo de NH3. mais intensa comparada com a do equilíbrio inicial.
b) A adição de solução de AgNO3 implica a diminuição da concen-
24.2 O aumento da quantidade de N2 (g) altera o estado de
tração de SCN–, pois os iões Ag+ reagem com os iões tiocianato, de
equilíbrio, provocando uma evolução do sistema no sentido de
acordo com a seguinte equação: SCN– (aq) + Ag+ (aq) — AgSCN(s).
contrariar a perturbação imposta, ou seja, no sentido da reação
O sistema evoluirá no sentido da formação de Fe3+ e SCN–, con-
em que haja consumo de N2, o da reação direta, até se esta-
sumindo-se [FeSCN]2+, até se estabelecer um novo estado de
belecer um novo equilíbrio.
equilíbrio. Assim, a cor vermelha da solução será muito menos
24.3 (A). De acordo com o Princípio de Le Châtelier, a diminuição intensa comparada com a do equilíbrio inicial.
da temperatura do sistema reacional favorece a reação exotér- c) A adição de NaF irá diminuir a concentração de Fe3+, pois a
mica, neste caso, a reação direta ( H < 0), ou seja, a reação de adição de NaF (s) à mistura reacional conduz à presença de iões
síntese do amoníaco. fluoreto, F–, em solução, que reagem com os iões Fe3+, segundo
25.1 (C). A reação no sentido direto é exotérmica, pois os valores a equação: Fe3+ (aq) + 6F– (aq) — [FeF6]3- (aq). O sistema evoluirá
da constante de equilíbrio diminuem com o aumento da tempe- no sentido de formação de Fe3+ e SCN–, consumindo-se [FeSCN]2+,
ratura. De acordo com a estequiometria da reação (1 + 1 → 2), a até se atingir um novo estado de equilíbrio. Assim, a cor vermelha
alteração da pressão não altera o estado de equilíbrio. A constan- da solução será menos intensa comparada com a do equilíbrio
te de equilíbrio só depende da temperatura, pelo que o seu valor inicial.
não se altera após a perturbação. 28.2 (C). Sendo o processo exotérmico, um aumento de temperatura
1 mol H2
25.2 Verificação do reagente limitante: nH2 = 3,0 mol I2 × = do sistema altera o estado de equilíbrio, provocando uma evolução
1 mol I2
do sistema no sentido em que a reação absorve energia, ou seja,
= 3,0 mol H2 > nH2 disponível = 2,0 mol ⇒ o H2 é o reagente limitante. no sentido inverso, e, consequentemente, aumenta a concentração
Cálculo da quantidade de HI que se formaria, de acordo com a de SCN– e de Fe3+, diminuindo a de [FeSCN]2+, o que está de acordo
estequiometria da reação, a partir da quantidade de reagente com o gráfico.
2 mol HI
limitante: nHI = 2,0 mol H2 × = 4,0 mol HI. 2.1 Reações ácido-base (QP, pág. 318)
1 mol H2
Cálculo da quantidade real de HI que se forma, nas condições 1.1 a) HCN; H2SO4; NH4+; H2PO4–; HCO3–.
consideradas: nHI = (6,0 – 4,0) mol = 2,0 mol. b) OH–; OC!–; HCO3–; H2PO4–.
Cálculo do rendimento da reação: η =
2,0 mol
× 100% = 50%. 1.2 a) H2PO4– (aq) + H3O+ (aq) — H3PO4 (aq) + H2O (!)
4,0 mol HCO 3– (aq) + H3O+ (aq) — H2CO3 (aq) + H2O (!)
25.3 (D). A diminuição da concentração de HI (g) leva o sistema b) H2PO4– (aq) + OH– (aq) — HPO 42– (aq) + H2O (!)
a evoluir no sentido de produzir iodeto de hidrogénio até se
HCO 3– (aq) + OH– (aq) — CO 32– (aq) + H2O (!)
atingir um novo estado de equilíbrio. No entanto, o aumento da
quantidade de HI (g), até se atingir um novo estado de equilíbrio, 1.3 H3PO4/H2PO 4– e H3O+/H2O; H2PO4–/HPO 42– e H2O / OH–.
é inferior à diminuição provocada no sistema reacional, pelo que H2CO3/HCO 3– e H3O+/H2O; HCO 3–/CO 32– e H2O/OH–.
a concentração de HI (g) no novo estado de equilíbrio é inferior à
2.1 2 H2O (!) — H3O+ (aq) + OH– (aq)
do equilíbrio inicial.
2.2 (B). A autoionização da água quimicamente pura produz iguais
26.1 I → (B); II → (A); III → (C); IV → (D).
quantidades de H3O+ e OH–, pelo que a água quimicamente pura
26.2 A – De acordo com o Princípio de Le Châtelier, o aumento é neutra para qualquer temperatura. A reação no sentido direto é
da pressão favorece a reação que conduz a uma diminuição da endotérmica, pois os valores do KW aumentam com o aumento da
pressão, ou seja, que conduz a uma diminuição da quantidade temperatura. Um maior valor de KW implica maior concentração de
de gases. Neste caso, a reação que conduz a uma diminuição H3O+ e OH– simultaneamente, pelo que o pH da água diminui.
da quantidade de gases é a reação direta, consequentemente, a
2.3 KW = |H3O+|e |OH–|e = 5,5 × 10–14, como [H3O+] = [OH–],
quantidade de produto aumenta.
|H3O+|2 = 5,5 × 10–14 ⇒ [H3O+] = 2,35 × 10–7 mol dm–3 ⇒ pH = 6,6.

372
SOLUÇÕES

3.1 De acordo com o gráfico o pH da amostra de água diminui 9.1 (A). A constante de equilíbrio é uma medida da extensão de
com o aumento da temperatura, o que permite concluir que, uma reação. Assim, a reação de ionização do ácido acético, a 25
nessa amostra, a concentração hidrogeniónica, [H3O+], aumenta °C, é pouco extensa. Em soluções básicas (pH > 7) há consumo de
com o aumento de temperatura. Numa amostra de água pura as H3O+, pelo que, de acordo com o Princípio de Le Châtelier, é favo-
concentrações dos iões oxónio, H3O+ (aq), e hidróxido, OH− (aq), recida a reação de ionização do ácido acético e não a sua forma-
são iguais entre si. Consequentemente, a expressão do produto ção. No equilíbrio prevalece a espécie CH3COOH, pois a reação
iónico da água, KW, pode ser escrita em função do valor numérico é pouco extensa no sentido direto. Consequentemente, é baixa a
da concentração de H3O+ (aq): KW = |H3O+| |OH−| = |H3O+|2. Assim, concentração de H3O+, daí a baixa acidez do ácido acético.
um aumento da concentração hidrogeniónica, [H3O+], implica um KW 1,0 × 10–14
aumento de KW. Conclui-se que KW aumenta com o aumento de Kb(CH3COO–) = !!! = !! = 5,6 × 10–10. Como Kb > KW o ião
Ka 1,78 × 10–5
temperatura.
acetato sofre hidrólise de acordo com a equação
3.2 Valor de pH a 45 °C, pH = 6,7. CH3COO– (aq) + H2O (!) — CH3COOH (aq) + OH– (aq), pelo que
Cálculo da concentração hidrogeniónica na água, a essa tempe- as soluções de ião acetato são básicas (pH > 7).
ratura: [H3O+] = 10–6,7 mol dm−3 = 2,00 × 10−7 mol dm−3.
9.2 a) De acordo com a estequiometria da reação, 1 mol de
Cálculo de KW, a essa temperatura: como em água pura [H3O+] =
CH3COOH origina 1 mol de CH3COO– e 1 mol de H3O+.
= [OH−], tem-se KW = |H3O+| |OH−| = |H3O+|2 = (2,00 × 10−7)2 = 4,0 × 10−14.
3.3 (B). Com a diminuição da temperatura, o valor do pH aumenta CH3COOH CH3COO– H3O+
e a concentração hidrogeniónica, [H3O+], diminui, não havendo, Início / mol 2,7 × 10 –3
– –
contudo, alteração do caráter neutro da água uma vez que as
Variação / mol –x +x +x
concentrações dos iões H3O+ e OH− se mantêm iguais entre si.
Equilíbrio / mol 2,7 × 10–3 – x +x +x
4.1 (D). menor pH ⇒ maior acidez. O suco gástrico é a solução mais
ácida, logo, é o que contém maior concentração hidrogeniónica.
x = [H3O+]e = 10–3,70 mol dm–3 = 2,00 × 10–4 mol dm–3
[H3O+]intracelular 10–6,9
= –7,4 = 100,5 = 3,16 (2,7 × 10–3 – 2,00 × 10–4) mol
[H3O+]plasma 10
[CH3COOH]não ionizado = !!!! !! =
4.2 Intervalo de pHplasma [7,0; 7,8]; [H3O+]máx = 1,0 × 10–7 mol dm–3 1 dm3
= 2,5 × 10–3 mol dm–3
4.3 (A). [H3O+]plasma = 10–7,4 mol dm–3 = 3,98 × 10–8 mol dm–3
|H3O+|e |CH3COO–|e
|H3O+|e |HCO3–|e |HCO3–|e K 7,94 × 10–7 b) Ka = !!!! e |H3O+|e = |CH3COO–|e
K = !!! ⇒ !! = !! = !! = 20 |CH3COOH|e
|CO2|e |CO2|e |H3O |e 3,98 × 10–8
+
(2,0 × 10–4)2
5. (A). O HC! é um ácido forte, assim, [H3O+] = [HC!]inicial. Ka = ! ! ! = 1,6 × 10–5
2,5 × 10–3
Sendo a concentração de [H3O+] = 10−pH mol dm–3, a variação per- c) (D). Numa medição, os erros sistemáticos são a componente
centual da concentração de H3O+ é: do erro que permanece constante ou varia de maneira previsível.
10–3,00 mol dm–3 –10–3,50 mol dm–3 10.1 (A). O pH da água do rio diminui. Consequentemente, a
× 100% = –68,4%, o que significa
10–3,00 mol dm–3 concentração em H3O+ aumenta, pelo que a concentração em
que diminuiu 68,4%. O quociente entre a concentração inicial de OH– diminui, pois |H3O+| |OH–| = Kw. O HC! é um ácido forte, pelo
10–3,00 mol dm–3 que a sua ionização em água é muito extensa (ionização com-
H3O+ e a da solução diluída é = 3,16. Como a
10–3,50 mol dm–3 pleta), o que contribuiu para um aumento drástico da acidez da
quantidade não varia, diminuindo a concentração tem de aumen- água do rio, provocando a destruição da vida aquática. A injeção
tar o volume, sendo na solução final Vsolução final = 3,16 × 100 cm3 = de milhões de metros cúbicos de água apenas contribuiu para a
= 316 cm3 = 0,316 dm3. diminuição da concentração (diluição).
6. (B) e (C). As duas equações traduzem reações ácido-base, [H3O+]final 10–3,2 mol dm–3
pois há transferência de iões hidrogénio, H+, de um ácido (H2O e !! = !!! = 7,9 × 103.
[H3O+]inicial 10–7,1 mol dm–3
HNO3) para uma base, NH3 e H2O, respetivamente. 4 × 106 g
10.2 M (HC!) = 36,46 g mol–1 ⇒ nHC! = !!!! = 1,1 × 105 mol.
7.1 (D) HX < HZ < HY 36,46 g mol–1
n.o de moléculas de ácido ionizado De acordo com a equação química, 2 mol de HC! é estequiome-
7.2 % (ionização) = !!! !! × 100% = tricamente equivalente a 1 mol de CaCO3:
n.o total de moléculas de ácido
4 1 mol CaCO
= !! × 100% = 50% nCaCO = (1,1 × 105 mol de HC!) × !!!!3 = 5,5 × 104 mol CaCO3
8 3 2 mol HC!
7.3 (A). HY é o ácido mais forte (maior número de moléculas ion- M(CaCO3) = 100,09 g mol–1 ⇒ mCaCO = 5,5 × 104 mol × 100,09 g mol–1 =
3
izadas), pelo que é o que apresenta maior constante de acidez = 5,5 × 106 g = 5,5 t
e, consequentemente, a sua base conjugada apresenta menor 11. (D). O titulado (pH = 9,5) é uma base (pH > 7, a 25 °C) e o titu-
constante de basicidade (KaKb = KW). HX é o mais fraco (menor lante terá de ser um ácido, uma vez que a titulação ácido-base é
percentagem de moléculas ionizadas), logo, para iguais concen- uma técnica analítica que se baseia numa reação de neutraliza-
trações dos três ácidos, é o que apresenta maior valor de pH. ção. No ponto de equivalência nenhum dos reagentes (ácido e
8. Cálculo da concentração de H3O+ (aq) na solução: base) se encontram em excesso, sendo a mistura resultante uma
solução aquosa do sal que se formou na reação de neutraliza-
[H3O+] = 10−pH = 10−2,4 mol dm−3 = 3,98 × 10−3 mol dm−3.
ção. A extensão das reações dos iões do sal com a água, com a
Cálculo da concentração de F− (aq) na solução, de acordo com consequente formação de iões H3O+ ou OH−, determina o caráter
a estequiometria da reação: [H3O+]e = [F−]e = 3,98 × 10−3 mol dm−3. ácido ou básico da respetiva solução. Neste caso, a solução final
Cálculo da concentração da espécie HF (aq): tem caráter ácido, porque tem pH = 4,5, que é inferior a 7. Sig-
|H3O+|e |F–|e (3,98 × 10–3)2 nificando que foram originados iões H3O+ na hidrólise do catião
Ka = ⇒ 6,8 × 10–4 = ⇒ |HF|e =
|HF|e |HF|e do sal obtido após a reação de neutralização. Assim, pode pres-
supor-se que o catião do sal é o ácido conjugado de uma base
(3,98 × 10–3)2
= = 2,33 × 10–2 ⇒ [HF]e = 2,33 × 10–2 mol dm−3. fraca. Como apenas um dos iões se hidrolisa, o anião é a base
6,8 × 10–4
conjugada de um ácido forte, pelo que não se hidrolisa e por isso
A concentração da solução é [HF]inicial = [HF]e + [HF]ionizado = 2,33 ×
não contribui para alterar o valor do pH da solução.
× 10–2 mol dm−3 + 3,98 × 10−3 mol dm−3 = 2,7 × 10–2 mol dm−3.

373
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

12.1 HI (aq) + NaOH (aq) → NaI (aq) + H2O (!) 16.2 NaOH (aq) + HC! (aq) → Na+ (aq) + OH– (aq) + H+ (aq) + C!– (aq)
12.2 O volume de titulante gasto até ao ponto de equivalência → H2O (!) + NaC! (aq)
é 15,30 mL. Vinicial = (23,30 ± 0,05) mL e Vfinal = (38,60 ± 0,05) mL, 16.3 a) Vtitulante no p.e. = VNaOH (aq) = 50 mL; cNaOH = 0,025 mol dm–3
ΔV = (38,60 − 23,30) mL = 15,30 mL. nNaOH = c V = 0,025 mol dm–3 × 0,050 dm3 = 1,25 × 10–3 mol
12.3 Volume de titulante (solução de NaOH) adicionado até ao De acordo com a equação química: 1 mol de HC! é estequiome-
ponto de equivalência: Vsol.NaOH = 15,30 mL. tricamente equivalente a 1 mol de NaOH, logo, 1,25 × 10–3 mol de
Cálculo da quantidade de NaOH que reagiu: NaOH neutralizaram 1,25 × 10–3 mol de HC!.
nNaOH = cNaOH Vsol.NaOH = 1,00 × 10–2 mol dm–3 × 15,30 × 10–3 dm3 = 1,25 × 10–3 mol
cHC! = !!! = 0,10 mol dm–3
= 1,530 × 10–4 mol. 0,0125 dm–3
Cálculo da quantidade de HI que existia na solução titulada: de b) [HC! (aq)] ≈ [H3O+ (aq)] ⇒ pH = –log (0,10) = 1
acordo com a equação química, 1 mol de HI é estequiometrica- c) nHC! inicial = 0,10 mol dm–3 × 0,0125 dm3 = 1,25 × 10–3 mol
mente equivalente a 1 mol de NaOH, logo, 1,530 × 10−4 mol de nNaOH adicionado = 0,025 mol dm–3 × 0,010 dm3 = 2,50 × 10–4 mol
NaOH neutralizaram 1,530 × 10−4 mol de HI.
De acordo com a estequiometria da reação: 2,50 × 10–4 mol de
Cálculo da concentração da solução de ácido iodídrico:
NaOH neutralizam 2,50 × 10–4 mol de HC!
nHI 1,530 × 10–4 mol
cHI = = = 7,65 × 10–3 mol dm–3. nHC! que não reagiu = nHC! inicial – nHC! que reagiu =
Vsol.HI 20,0 × 10–3 dm3
= (1,25 × 10–3 – 2,50 × 10–4) mol = 1,00 × 10–3 mol ⇒ n + = H3O
–– (19,10 + 19,10 + 19,20) cm3
13.1 V = = 19,13 cm3. 1,00 × 10–3 mol
3 = 1,00 × 10–3 mol ⇒ [H3O+] = !!!!3 =
13.2 Cálculo do módulo do desvio de cada valor medido (em (0,0125 + 0,010) dm
relação ao valor mais provável): |d1| = |19,10 – 19,13| = 0,03 cm3; = 0,0444 mol dm–3 ⇒ pH = –log 0,0444 = 1,4
|d2| = |19,10 – 19,13| = 0,03 cm3; |d3| = |19,20 – 19,13| = 0,07 cm3. 16.4 O ponto de equivalência atinge-se quando o ácido e a base
A incerteza absoluta de observação é dada pelo módulo do maior reagiram completamente, não havendo excesso nem de ácido
desvio, ou seja, 0,07 cm3. nem de base em solução. Neste caso restam em solução os iões
13.3 Cálculo da quantidade de KOH (aq) adicionada até ao ponto Na+ e C!– que não reagem com a água e os iões provenientes
de equivalência da titulação: da autoionização da água, a 25 °C. Assim, [H3O +] = [OH –] =
Vsol.KOH = 19,13 cm3; nKOH = cKOH Vsol.KOH = 0,150 mol dm–3 × 19,13 × = 1,0 × 10–7 mol dm–3 ⇒ pH = 7.
× 10–3 dm3 = 2,870 × 10–3 mol. 16.5 Quer o vermelho de metilo quer a fenolftaleína mudam de cor
Cálculo da massa molar do ácido monoprótico em solução: na proximidade do ponto de equivalência, pois a zona de viragem
1 mol de ácido é estequiometricamente equivalente a 1 mol de do indicador está contida na região de variação brusca de pH.
KOH, uma vez que o ácido é monoprótico; assim, no ponto de 17. (D). O caráter das soluções de sais é interpretado com base
equivalência, nácido = nKOH = 2,870 × 10–3 mol. na extensão da reação desses iões com a água (reação de
m 0,181 g hidrólise). A dissociação do fluoreto de potássio em água pode
m=nM⇔M= = = 63,1 g mol–1. H2O
n 2,870 × 10–3 mol ser traduzida por: KF (s) –––→ K+ (aq) + F− (aq). O ião K+, catião
14. Cálculo da quantidade de HC! neutralizada: de um metal alcalino não sofre hidrólise (se o catião reagisse
com a água, o pH da solução seria inferior a 7), enquanto o
nHC! inicial = cHC! Vsol.HC! = 0,22 mol dm–3 × 75 × 10–3 dm3 = 1,65 × 10–2 mol.
anião F− reage com a água de acordo com a equação química
nHC! neutralizado = 0,90 × 1,65 × 10–2 mol = 1,49 × 10–2 mol F− (aq) + H2O (!) — HF (aq) + OH– (aq), já que é a base conjugada
Cálculo do número de comprimidos: de um ácido fraco; os iões OH– formados são os responsáveis
de acordo com a equação química, 2 mol de HC! é estequiome- pelo caráter básico, pH > 7, da solução de fluoreto de potássio.
tricamente equivalente a 1 mol de CaCO3, 18. A – Vermelho. Como o HC! é um ácido forte ioniza-se com-
1 mol CaCO3 nCaCO3
= ⇒ nCaCO3 = 7,45 × 10–3 mol. pletamente e a concentração hidrogeniónica em solução vai ser
2 mol HC! 1,49 × 10–2 mol elevada, consequentemente, terá um valor de pH baixo.
mCaCO3 = nCaCO3 M(CaCO3) = 7,45 × 10–3 mol × (40,08 + 12,01 + 3 × B – Amarelo. Como o NaOH se dissocia completamente, a con-
× 16,00) g mol–1 = 0,746 g. centração de OH– (base forte) em solução vai ser elevada e, con-
0,746 g sequentemente, a concentração de H3O+ vai ser pequena. Assim,
N.o de comprimidos = = 1,5. o valor de pH será alto.
0,500 g
C – Verde. O amoníaco é uma base fraca que se ioniza parcial-
15.1 LiOH (aq) + HC! (aq) → LiC! (aq) + H2O (!) mente em solução aquosa. A concentração de OH– presente em
pHLiOH (aq) = 12,20; [H3O+] = 10–pH = 10–12,20 mol dm–3 = 6,310 × solução vai ser superior à da água quimicamente pura, conferin-
KW 1,0 × 10–14 do-lhe um pH ligeiramente superior a 7.
× 10–13 mol dm–3; [OH–] = = = 0,01585 mol dm–3
[H30 ] 6,310 × 10–13
+ D – Lavanda. O NaC! é um sal muito solúvel em água, disso-
nHC! que reagiu = c V = 0,100 mol dm–3 × 0,0264 dm3 = 2,64 × 10–3 mol ciando-se completamente. Os iões Na+ são muito estáveis (iões
1 mol de LiOH é estequiometricamente equivalente a 1 mol de espectadores) e não reagem com a água. Os iões C!– são uma
HC!, logo, a quantidade de LiOH neutralizado foi 2,64 × 10-3 mol. base conjugada de um ácido forte, não têm tendência a reagir
nLiOH = nOH– = 2,64 × 10–3 mol, porque o LiOH está totalmente dis- com a água, assim, pH = 7.
sociado em solução aquosa. E – Cor-de-rosa. O NH4C! é um sal muito solúvel em água, disso-
ciando-se completamente. Os iões C!– não têm tendência para
nLiOH 2,64 × 10–3 mol reagir com a água. O NH4+ é um ácido conjugado de uma base
VLiOH (aq) = !! = !!!!!! = 0,167 dm3 = 167 cm3
cLiOH 0,01585 mol dm–3 fraca (NH3), tendo tendência para reagir com a água. Assim, a
15.2 [OH–] = 0,01585 mol dm–3; M(LiOH) = 23,95 g mol–1 solução deverá apresentar um pH inferior a 7.
nOH– = c V = 0,01585 mol dm–3 × 0,200 dm3 = 3,17 × 10–3 mol 19. (C).
nOH– = nLiOH = 3,17 × 10–3 mol ⇒ mLiOH = 3,17 × 10–3 mol × 23,95 g mol–1 = 20.1 Um aumento da concentração de CO2 atmosférico aumenta
= 0,0759 g = 75,9 mg a quantidade de dióxido de carbono que se dissolve na água e,
consequentemente, aumenta a produção de ácido carbónico,
16.1 titulante → NaOH; titulado → HC! H2CO3. O ácido carbónico é um ácido fraco e reage com a água:

374
SOLUÇÕES

H2CO3 (aq) + H2O (!) — HCO–3 (aq) + H3O+ (aq). Se aumentar a Cu (s). Assim, a concentração de catiões Cu2+ na solução diminui,
concentração de H2CO3, altera-se o equilíbrio e o sistema reage tornando-se mais clara.
favorecendo a reação no sentido direto, produzindo H3O+. O aumen- 24.2 Semirreação de oxidação: Sn (s) → Sn2+ (aq) + 2 e–
to da concentração de H3O+ faz diminuir o pH da água do mar. Semirreação de redução: Cu2+ (aq) + 2 e– → Cu (s)
20.2 [H3O+]atual = 10–8,05 mol dm–3 = 8,91 × 10–9 mol dm–3 Equação de oxidação-redução: Sn (s) + Cu2+ (aq) → Sn2+ (aq) + Cu (s)
[H3O+]2100 = 10–7,7 mol dm–3 = 2,00 × 10–8 mol dm–3 24.3 Quantidade de Cu2+ existente na solução inicial:
nCuSO = nCu2+ = c V = 0,10 mol dm–3 × 0,250 dm3 = 0,0250 mol
2,00 × 10–8 – 8,91 × 10–9 4
%(Δ[H3O+])= !!!!!! !! × 100 = 124% Quantidade de cobre metálico formada:
8,91 × 10–9
m 0,325 g
nCu = ! = !!!!! = 0,00511 mol = nCu2+ que reagiu
M 63,55 g mol–1
2.2 Reações de oxidação-redução (QP. pág. 324) Quantidade de iões cobre na solução final:
21.1 nCu2+ final = 0,0250 mol – 0,00511 mol = 0,0199 mol
I. 2 Ca3 (PO4)2 (s) + 6 SiO2 (s) + 10 C (s) → P4 (S) + 10 CO (g) + 6 CaSiO3 (s) Concentração da solução final:
n.o. +2 +5 –2 +4 –2 0 0 +2 –2 +2 +4 –2 nfinal 0,0199 mol
c = !! = !!!!! = 0,080 mol dm–3
V 0,250 dm3
oxidação
redução 25. (D). A corrosão de um metal consiste na sua oxidação espon-
tânea em determinadas condições. Os metais com maior facili-
Δn.o. (C) = (2 – 0) = +2 = ⇒ oxidação (aumenta o número de oxi- dade de oxidação, mais reativos, Zn e Fe, aparecem na natureza
dação, cede eletrões). na forma de óxidos (para o Fe) ou sulfuretos (para o Zn), ou seja,
Δn.o. (P) = (0 – 5) = –5 = ⇒ redução (diminui o número de oxi- como substâncias compostas.
dação, ganha eletrões). 26.1 Forma e tamanho das barras metálicas, inexistência de oxi-
A variação dos números de oxidação implica transferência de dação prévia nas barras metálicas, concentração e volume das
eletrões entre as espécies envolvidas, logo, a reação é de oxidação- soluções e tempo de reação.
-redução. 26.2 Zn> Pb> Cu
II. P4 (!) + 5 O2 (g) + 6 H2O (!) → 4 H3PO4 (!) 26.3 De acordo com os resultados da atividade, conclui-se que o
n.o. 0 0 +1 –2 +1 +5 –2 zinco tem maior poder redutor do que o chumbo e que o chum-
redução
bo tem maior poder redutor do que o cobre, pois o zinco sofreu
oxidação
oxidação na solução de nitrato de chumbo e o chumbo oxidou-se
na solução de nitrato de cobre. Assim, o zinco sofre corrosão em
Δn.o. (P) = (5 – 0) = +5 oxidação (aumenta o número de oxidação, contacto com soluções que contenham iões Pb2+ ou Cu2+, pelo
cede eletrões). que um recipiente de zinco não pode armazenar soluções de
Δn.o. (O) = (–2 – 0) = –2 redução (diminui o número de oxidação, nitrato de chumbo. Como o chumbo tem maior poder redutor do
ganha eletrões). que o cobre, significa que os iões Pb2+ (menor poder oxidante do
A variação dos números de oxidação implica transferência de que os iões Cu2+) não têm capacidade para oxidar o cobre, pelo
eletrões entre as espécies envolvidas, logo, a reação é de oxi- que soluções de nitrato de chumbo podem ser armazenadas em
dação-redução. recipientes de cobre.

III. H3PO4 (!) +3 NH3 (!) → (NH4)3PO4 (s) 27.1 O níquel tem maior poder redutor do que o hidrogénio, logo,
este metal sofre oxidação, cedendo eletrões aos iões H+, formando
n.o. +1 +5 –2 –3 +1 –3 +1 +5 –2
H2, que se liberta na forma de bolhas gasosas. O níquel, ao sofrer
A reação não é de oxidação-redução, pois não há variação dos oxidação, passa para a solução na forma de Ni2+(aq), sendo este
números de oxidação, ou seja, não há transferências de eletrões ião responsável pela cor esverdeada que a solução adquire. O
entre as espécies envolvidas. cobre, como tem menor poder redutor do que o hidrogénio, não
21.2 a) I. Espécie oxidada: C; espécie reduzida: PO43–. II. Espécie sofre alteração.
oxidada: P4; espécie reduzida: O2. 27.2 Semirreação de redução: 2H+ (aq) + 2 e– → H2 (g)
b) I. Agente redutor: C (cede eletrões); agente oxidante: PO43– Semirreação de oxidação: Ni (s) → Ni2+ (aq) + 2e–
(recebe eletrões). II. Agente redutor: P4 (cede eletrões); agente Equação da reação de oxidação-redução:
oxidante: O2 (recebe eletrões). Ni (s) + 2 H+ (aq) → Ni2+ (aq) + H2 (g)
22.1 (C). O número de oxidação do A! passa de 0 para +3, logo,
cede eletrões para o Br, cujo número de oxidação passa de 0
para –1. 2.3 Soluções e equilíbrio de solubilidade (QP, pág. 327)
22.2 A! → A! + 3 e semirreação de oxidação.
3+ –
28.1 (B).
Br2 + 2e– → 2 Br– semirreação de redução. 19,22 g 10,70 g
nC!– = !!!!! = 0,5422 mol; nNa+ = !!!!!! = 0,4654 mol
35,45 g mol–1 22,99 g mol–1
23.1 Cd + NiO2 + 2H2O → Cd(OH)2 + Ni(OH)2 A quantidade de C!– presente na água do mar é diferente da
0 +4 +2 +2
quantidade de Na+, o que significa que a contribuição para a pre-
oxidação
sença de iões cloreto na água do mar não é apenas resultante da
redução dissolução de NaC!.
mCa2+ 0,40 g
%(m/m) = !!!! × 100% = !!! × 100% = 1,15%
23.2 O processo de carga corresponde à reação inversa. Neste mtodos os iões 34,65 g
processo, o hidróxido de cádmio reduz-se (o número de oxidação 34,65 g
do Cd diminui), logo, é o agente oxidante, enquanto o hidróxido mtotal iões = cm V = !!! × 10 dm3 = 347 g
1 dm3
de níquel se oxida (o número de oxidação do Ni aumenta), logo, é
A mineralização da água do mar resulta da dissolução de sais e
o agente redutor.
da dissolução de CO2.
24.1 (C). O Sn (s) tem maior poder redutor do que o cobre, sofre 28.2 CO2 (g) + 2 H2O (!) — H2CO3(aq) + H2O (!) — HCO3– (aq) +
oxidação ao ceder eletrões ao catião Cu2+ (aq), que se reduz a + H3O+ (aq)

375
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

29.1 A 80 °C, s = 9,0 g de sal / 100 mL de H2O Prova-modelo 1 (pág. 330)


A 20 °C, s = 6,0 g de sal / 100 mL de H2O
GRUPO I
(9,0 – 6,0) g
msólido que precipita = 40 mL × !!!!! = 1,2 g 1. (C). A variação de energia associada à transição eletrónica
100 mL
29.2 (D). assinalada pela letra E é a diferença entre a energia do nível
30. (C). n = 1 e a energia do nível n = 4: [(–2,179 × 10–18 – (–0,136 × 10–18))J] =
= 2,043 × 10–18 J.
Ks = |Ag+|e2|SO42–|e = (2s)2 × s ⇒ 1,7 × 10–5 = 4s2 × s ⇔ s = 0,016 mol dm–3
Na solução de sulfato de cobre a presença de um ião comum, 2. (B). Na transição F, a energia do eletrão aumenta, pelo que cor-
SO42–, diminui a solubilidade do sal, Ag2SO4. responde a absorção de energia pelo átomo de hidrogénio. A
A concentração do ião prata é o dobro da solubilidade: [Ag+]e = 2s. energia do fotão absorvido é igual à diferença de energia entre os
dois estados em que ocorre a transição, logo, maior diferença de
31. (A). As soluções aquosas saturadas de NaHCO3 e NaC!, à
energia significa que o fotão absorvido tem maior energia e, por-
temperatura de 40 °C, contêm a mesma massa de sais dissolvi-
tanto, maior frequência.
dos. O sal NH4C! é o que apresenta maior solubilidade para a
mesma temperatura. A dissolução dos sais é um processo endo- 3. (C). As transições B e E resultam de transições eletrónicas de ní-
térmico, pois é favorecida pelo aumento da temperatura. veis superiores de energia para o mesmo nível de energia (n = 1),
por isso, pertencem à mesma série. Estas duas transições são de
32.1 Cálculo da solubilidade do MgF2:
maior energia do que as transições G (infravermelho) e H (visível),
Ks = |Mg2+|e |F–|e2 = s × (2s)2 ⇒ 6,4 × 10–9 = s × 4s2 ⇔ ocorrendo na região do ultravioleta.
⇔ s = 1,17 × 10–3 mol dm–3
Cálculo da concentração do ião F–: GRUPO II
[F–]e = 2s = 2 × 1,17 × 10–3 mol dm–3 = 2,3 × 10–3 mol dm–3
1. (A). A percentagem em volume de oxigénio na mistura é
32.2 (A). A adição de fluoreto de potássio contribui para o 19,2
100% − 80,8% = 19,2%, ou seja, a proporção em volume de O2 é ,
aumento da concentração dos iões F– na solução, alterando o 19,2 100
6
equilíbrio de solubilidade no sentido da precipitação de MgF2 × 10
100 1,92 × 105
(efeito do ião comum). A reação inversa é favorecida, pelo que a logo num milhão é = , isto é, 1,92 × 105 ppm.
10 6
106
concentração dos iões Mg2+ e F– diminui até se atingir um novo
equilíbrio. No entanto, a diminuição da concentração de F– é infe- 2. (C). Do gráfico conclui-se que em 3,0 dm3 a quantidade de ma-
rior ao aumento provocado pela adição de fluoreto de potássio. téria total é 0,25 mol. Assim, naquele volume há, no total, 0,25 mol ×
× 6,02 × 1023 mol−1 moléculas. Como todas as moléculas são diató-
32.3 Cálculo da concentração de Mg2+ na mistura:
micas, o número de átomos é 0,25 × 6,02 × 1023 × 2.
Mg(NO3)2 (s) → Mg2+ (aq) + 2 NO3– (aq)
nMg2+ = nMg(NO ) = c V = 3,0 × 10–3 mol dm–3 × 200 × 10–3 dm3 = 3. Como o volume é diretamente proporcional à quantidade de
32
matéria (a pressão e a temperatura são constantes) e a composi-
= 6,00 × 10–4 mol
6,00 × 10–4 mol ção da mistura é bem determinada, conclui-se que a massa volú-
[Mg2+]solução mistura = !!!!!!! = 2,00 × 10–3 mol dm–3 mica não depende do volume. Para 6,0 dm3, ntotal = 0,50 mol.
300,0 × 10–3 dm3
Cálculo da concentração de F– na solução mistura: Cálculo da quantidade de hidrogénio em 6,0 dm3 da mistura ga-
NaF (s) → Na+ (aq) + F– (aq) sosa: dada a proporcionalidade com o volume,
nF– = nNaF = c V = 2,0 × 10–3 mol dm–3 × 100 × 10–3 dm3 = 2,00 × 10–4 mol nH2 = 0,808 × 0,50 mol = 0,404 mol.
2,00 × 10–4 mol Cálculo da quantidade de oxigénio em 6,0 dm3 da mistura gasosa:
[F–]solução mistura = !!!!! = 6,67 × 10–4 mol dm–3 nO2 = (0,50 − 0,404) mol = 0,096 mol.
300,0 × 10–3 dm3
Cálculo da massa volúmica da mistura gasosa, nas condições de
Cálculo do quociente da reação:
pressão e temperatura consideradas:
Qc = |Mg2+| |F–|2 = 2,00 × 10–3 × (6,67 × 10–4)2 = 1,3 × 10–11
m nH2MH2 + nO2MO2
Qc < Ks ⇒ a solução é insaturada, pelo que não ocorrerá precipi- ρmistura = mistura = =
tação do fluoreto de magnésio. Vmistura Vmistura
32.4 Ks (18 °C) = |Mg2+|e|F–|e2 = 1,21 × 10–3 × (2 × 1,21 × 10–3)2 = 0,404 mol × 2,02 g mol–1 + 0,096 mol × 32,00 g mol–1
= = 0,65 g dm–3.
= 7,1 × 10–9 > Ks (25 °C). A constante de equilíbrio diminui com o 6,0 dm3
aumento da temperatura, o que significa que com o aumento de 4. (B). A energia libertada na formação de 2 moles de H2O cor-
temperatura o equilíbrio se desloca no sentido inverso (o da pre- responde, aproximadamente, à diferença entre a energia absorvi-
cipitação), pelo que, de acordo com o Princípio de Le Châtelier, a da na quebra de ligações nos reagentes (dissociar 2 moles de H2
solubilização do sal é um processo exotérmico. e 1 mole de O2) e a energia cedida na formação de ligações nos
33.1 Ni(OH)2 (s) — Ni2+ (aq) + 2 OH– (aq) produtos (o que para 2 moles de moléculas de H2O corresponde
33.2 Ks = |Ni2+|e|OH–|e2 = 5,8 × 10–6 × (2 × 5,8 × 10–6)2 = 7,8 × 10–16 à formação de 4 moles de ligações O–H).
33.3 a) A adição de hidróxido de sódio contribui para o aumento GRUPO III
da concentração dos iões hidróxido na solução, alterando o equi-
líbrio de solubilidade no sentido da precipitação do hidróxido de 1.1 Cálculo das massas de iões CS− e Na+ em 1 kg de água do mar:
níquel (efeito do ião comum) e assim diminuir a concentração dos 1,94 1,08
mCS– = × 1000 g = 18,7 g; mNa+ = × 1000 g = 10,4 g.
iões níquel na solução; b) Cálculo da concentração de OH– adicio- 103,5 103,5
− +
nado (despreza-se a contribuição dos iões hidróxido resultantes Cálculo das quantidades de CS e Na e dos restantes iões em 1 kg
do equilíbrio de solubilidade): 18,7 g
de água do mar: nCS– = = 0,5275 mol;
0,50 mol dm–3 × 10 dm3 35,45 g mol–1
[OH–]adicionado = !!!!!!!!! = 5,00 × 10–3 mol dm–3. 10,4 g N
(990 + 10) dm3 nNa+ = = 0,4524 mol; nrestantes iões = =
22,99 g mol–1 NA
Cálculo da concentração de Ni2+: Ks = |Ni2+|e |OH–|e2 ⇒ 7,8 × 10–16 =
6,23 × 1022
= |Ni2+|e × (5,00 × 10–3)2 ⇒ [Ni2+] = 3,1 × 10–11 mol dm–3. = = 0,1035 mol.
Devido ao efeito do ião comum, conseguiu-se reduzir substan- 6,02 × 1023 mol–1
cialmente a concentração dos iões níquel nos efluentes da referi- Cálculo da fração molar dos iões CS−:
da indústria. n – 0,5275 mol
xCS– = CS = = 0,487.
ntotal 0,5275 mol + 0,4524 mol + 0,1035 mol

376
SOLUÇÕES

1.2 11Na: 1s2 2s2 2p6 3s1; 17CS: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5. Os eletrões de 1.2 (C). A soma dos trabalhos realizados pela força gravítica e
valência dos átomos de sódio e de cloro no estado fundamental pela força de resistência do ar é igual à variação de energia ciné-
encontram-se no mesmo nível de energia (n = 3). Sendo a carga tica do sistema: WFg + WFar = ΔEc ⇔ –ΔEpg + WFar = ΔEc ⇔ WFar =
→ → → →

nuclear do átomo de sódio (+11) inferior à do átomo de cloro (+17), a


#! " $
1
força atrativa exercida pelo núcleo do átomo de sódio sobre o seu = ΔEc + ΔEpg ⇔ WFar =
→ × 60 × 7,52 – 0 + (0 – 60 × 10 × 80) J =
2
eletrão de valência é menor do que a força atrativa exercida pelo 4
= 4,6 × 10 J.
núcleo do átomo de cloro sobre os seus eletrões de valência, pelo →
que o raio atómico do sódio é maior do que o do cloro. 2.1 (D). A velocidade, v , tem a direção e o sentido do movimento,
de baixo para cima (no instante considerado, a bola está a subir).
2. (C). 50 g de Na2SO4 (aq) por 150 g de água corresponde a
A única força que atua sobre a bola é a força gravítica (vertical e
100 g
50 g × = 33 g de Na2SO4 (aq) por 100 g de água, como a sentido de cima para baixo).
150 g →
solubilidade de Na2SO4 (aq), a 80 °C, é superior a esse valor, 2.2 (B). Como a aceleração, a, é constante, o módulo da velocida-
a solução está insaturada. 36 g de KNO3(aq) por 60 g de água de, v, varia linearmente com o tempo, t, na subida e na descida:
100 g diminuindo na subida e aumentando na descida. Como a energia
corresponde a 36 g × = 60 g de KNO3 (aq) por 100 g de cinética, Ec, é diretamente proporcional ao quadrado do módulo
60 g
água, como a solubilidade a 40 °C é inferior a esse valor, a solução 1
da velocidade, Ec = mv2, conclui-se que a energia cinética variará
está sobressaturada. A dissolução do Na2SO4·10H2O (s) é endotér- 2
mica, uma vez que a sua solubilidade aumenta com a temperatura, com o quadrado do tempo, t2. O gráfico de Ec(t) não é uma reta
enquanto a dissolução do Na2SO4 (s) é exotérmica, uma vez que a 1
(neste caso, é uma parábola): Ec = m(–v0 + at)2.
sua solubilidade diminui com a temperatura. 2
3. (B). O produto de solubilidade é uma constante de equilíbrio 2.3 (B). Como o vaso cai, a sua altura, h, diminui com o tempo, t.
que a uma mesma temperatura se mantém constante. A acidifi- Logo, a energia potencial gravítica, Epg = mgh, do sistema vaso +
cação do meio significa aumento da concentração de H3O+ (aq), + Terra, também diminui com o tempo, t. A altura depende do qua-
portanto, a uma diminuição de pH, resultando num aumento da drado do tempo, pois o movimento é uniformemente acelerado,
concentração de Pb2+ (aq). A concentração em S2– (aq) é muito logo a Epg também irá variar com o quadrado do tempo:
pequena, o que significa uma reação muito extensa no sentido da Epg = mg(h0 – 5t2) (o gráfico não é linear). Como a velocidade do
formação de HS− (aq), o sentido da reação inversa. vaso aumenta na queda, a taxa de variação temporal da altura au-
menta com o tempo, logo, a taxa de variação temporal da energia
4. A concentração de H2S (aq) não ionizado na solução é
potencial gravítica, módulo do declive do gráfico Epg(t), também
[H2S]não ionizado = [H2S]inicial – [HS−] = [H2S]inicial = 0,10 mol dm−3.
aumenta com o tempo.
Cálculo da concentração de H3O+ (aq) na solução: de acordo com
|HS−|e |H3O+|e 2.4 A componente escalar da posição do vaso, yvaso, em relação a
a estequiometria da reação [HS−] = [H3O+], logo, Ka = ⇒ 1
|H2S|e Oy, em função do tempo, t, é dada pela equação yvaso = × 10t2 (a
|H3O+|2
⇒ 1,3 × 10 = –7
⇒ [H3O ] = 1,14 × 10 mol dm .
+ –4 –3 2
0,10 posição e a velocidade inicial do vaso são nulas). Ao atingir o solo,
Cálculo da concentração de OH− (aq) na solução: Kw = |H3O+| |OH–| ⇒
2,0 s depois de ter iniciado a queda, o vaso terá percorrido uma
⇒ 1,0 × 10–14 = 1,14 × 10–4 × |OH–| ⇒ [OH–] = 8,77 × 10–11 mol dm–3. 1
Em cada dm3, a proporção entre o número de iões H3O+ (aq) e o distância igual à sua altura inicial: yvaso (2,0) = h ⇒ × 10 × 2,02 = h ⇒
2
número de iões OH− (aq) é dada pelo quociente das correspon-
NH3O+ nH3O+ 1,14 × 10–4 ⇒ h = 20,0 m. A componente escalar da posição, ybola, da bola em
dentes quantidades: = = = 1,3 × 106. Assim, 1
NOH– nOH– 8,77 × 10–11 função do tempo, t, ao atingir o solo é ybola = –6,0t + × 10t2
2
por cada ião OH− (aq) existem 1,3 milhões iões H3O+ (aq). (a componente escalar da velocidade inicial da bola é negativa,
5. (B). Como a autoionização é endotérmica, o aumento da tem- pois a bola é atirada para cima, e a componente escalar da acele-
peratura favorece a ionização, aumentando, simultaneamente, as ração é positiva, pois o sentido da aceleração é o da força gravíti-
concentrações de H3O+ (aq) e de OH− (aq). A um aumento da con- ca, de cima para baixo). Ao atingir o solo ybola = 20,0 m: 20,0 =
centração de H3O+ (aq) corresponde uma diminuição do pH. Na 1
água quimicamente pura, a concentração de H3O+ (aq) é sempre = –6,0t + × 10t2 ⇔ 5t2 – 6,0t – 20,0 = 0 ⇒ t = –1,49 s ou t = 2,69 s,
2
igual à concentração de OH− (aq), uma vez que sempre que se for- sendo t ≥ 0, segue-se que a bola chega ao solo 2,69 s depois de
ma um ião H3O+ (aq) forma-se também um ião OH− (aq). ter sido lançada, portanto, (2,69 – 2,0) s = 0,7 s depois do vaso.
6. (B). No sulfato de sódio, Na2SO4, por cada ião sulfato, SO42–, exis-
tem dois iões sódio, Na+, de modo a que a carga total seja nula. GRUPO V
1. (B). O sistema corpo suspenso + Terra cede energia ao gerador
O– O
O–H [ C! ]– por trabalho, este, por sua vez, transfere-a para a resistência.
2. O trabalho realizado pela força gravítica que atua no corpo nas

O– C – O H
30 quedas sucessivas é:
W = 30 × Fgd cos 0° = 30 × mgd cos 0° = 30 × 2,0 × 10 × 1,2 J = 720 J.
GRUPO IV A variação de energia interna da água é: E = mcΔT = 0,080 × 4,18 ×
1.1 Sobre o sistema atuam duas forças→
com a mesma direção e × 103 × (15,9 – 15,0) = 3,0 × 102 J. Portanto, o rendimento do processo
sentido oposto: a força gravítica, Fg, e a força de resistência do ar,
→ 3,0 × 102 J
Far. Quando o sistema se move a velocidade constante, a resultan- de aquecimento da água é × 100% = 42%.
te das forças que nele atuam é nula: FR = 0 ⇒ Fg – Far = 0 ⇔ Far = 720 J
mg 60 kg × 10 m s–2 3. (D). A potência, P, dissipada numa resistência R é P = RI2 =
= Fg ⇔ bv = mg ⇒ b =
! "
= = 80 kg s–1. Quando U 2 U2
v 7,5 m s–1 =R = . Logo, se R for constante, P varia com U2: o gráfico
20 km 20 × 103 m R R
o sistema se move a = = 5,56 m s–1, o módulo da de P(U) é uma parábola e o de P(U2) é uma reta que passa na
1h 3600 s

! "
F Fg – Far mg – bv bv P 1
sua aceleração é a = R = = =g– = origem = = constante .
m m m m U2 R

! "
80 × 5,56
= 10 – m s–2 = 2,6 m s–2.
60

377
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

GRUPO VI Cálculo do volume molar: admitindo que o ar se comporta como


1.1 (A). Sendo constantes B e o ângulo entre o campo magnético e um gás ideal, segue-se que o volume molar de um gás nas condi-
a normal ao plano do anel (0o), o fluxo do campo magnético é pro- ções de pressão e temperatura consideradas é:
porcional à área da superfície delimitada pelo anel em que o cam- V 0,500 dm3
Vm = = = 24,5 dm3 mol–1.
po magnético não é nulo (a área em R é o dobro da área em Q). n 2,041 × 10–2 mol
53,33 g
1.2 (B). A corrente elétrica induzida varia proporcionalmente à for- 4.1 (A). Em 100 g do composto há = 3,33 mol de O,
16,00 g mol–1
ça eletromotriz induzida que, em módulo, é igual à taxa de varia-
40,00 g 6,67 g
ção temporal do fluxo do campo magnético através da superfície = 3,33 mol de C e = 6,60 mol de H.
12,01 g mol–1 1,01 g mol–1
delimitada pelo anel: em Q e em S essa taxa é máxima (o anel está
A proporção em que os átomos se combinam no composto é
a entrar e a sair, respetivamente, da região em que há um campo
3,33 3,33 6,60
magnético); em P, R e T não há variação do fluxo do campo mag- = 1 O, =1Ce = 2 H, ou múltiplos desta proporção.
nético, sendo, por isso, nula a força eletromotriz induzida. 3,33 3,33 3,33

1.3 (A). O→fluxo magnético é nulo fora da região sombreada visto 4.2 (D). Os compostos orgânicos são normalmente compostos mo-

que B = 0 e é constante enquanto o anel está todo dentro dessa leculares em que os átomos de carbono estabelecem, entre si,
região, aumentando enquanto entra naquela região e diminuindo ligações covalentes, ou seja, ligações por partilha localizada de
ao sair. eletrões de valência. O número de eletrões partilhados por cada
3 átomo numa ligação carbono-carbono pode ser 1 (ligação sim-
2.1 Sabemos que v2 = v e que α1 = 20o. A amplitude do ângulo
2 1 ples), 2 ou 3 (ligações múltiplas). Nas ligações múltiplas (duplas ou
de refração, α2, obtém-se da Lei de Snell-Descartes: n2 sin α2= triplas) entre átomos de carbono as forças atrativas são mais inten-
c c v sas, aproximando mais os núcleos dos átomos ligados, pelo que
= n1 sin α1 ⇔ sin α2 = sin α1 ⇔ sin α2 = 2 sin α1 ⇔ sin α2 = apresentam menores comprimentos de ligação. À medida que o
v2 v1 v1
3 número de pares de eletrões ligantes aumenta a ligação fica mais
v1
! "
2 3 forte, pelo que a energia de ligação aumenta. Assim, a energia
= sin 20° ⇒ α2 = arcsin sin 20° = 30,9°.
v1 2 de uma ligação dupla é menor do que a de uma ligação tripla.
O ângulo de refração é o ângulo entre o feixe refratado e a normal Nas moléculas de metano, CH4, e de clorometano, CH3C!, existem
à superfície de separação dos dois meios, no ponto de incidência, 4 ligações covalentes simples, pelo que a repulsão mínima entre
logo, a amplitude do ângulo entre esse feixe e a superfície de se- os 4 pares de eletrões pressupõe uma geometria tetraédrica. Mas
paração é (90° – 30,9°) = 59°. a presença do átomo de cloro, C!, gera uma assimetria de carga
na molécula do clorometano, pelo que a molécula é polar.
2.2 Na situação B, a luz ao incidir na fronteira dos dois meios não
é refratada para o meio 2, o que sugere ter ocorrido reflexão total. Metano: Clorometano:
Poderá ocorrer reflexão total se o ângulo de incidência for menor H H
do que o ângulo de refração. Assim, quando aumenta o ângulo de H C C
H C H
incidência ocorrerá reflexão total se o feixe de luz que incida na
H
fronteira segundo um ângulo de incidência, α3, for maior que o ân- H
gulo de incidência que daria origem a um feixe refratado paralelo
GRUPO II
a essa fronteira, pois, nesse caso, o ângulo de refração atingiria
a amplitude máxima, 90o. Para que o ângulo de refração (meio 2) 1.1 (B). A reação é exotérmica ( H < 0), pelo que a energia liberta-
seja maior do que o ângulo de incidência (meio 1) é necessário da na formação das ligações nos produtos é maior do que a ener-
que o índice de refração do meio 2 seja menor do que o índice de gia absorvida na quebra das ligações dos reagentes. Se a reação
refração do meio 1, o que é equivalente à velocidade de propaga- ocorrer em sistema isolado não há transferência de energia para o
ção da luz no meio 2 ser maior do que no meio 1. exterior. A energia cinética interna do sistema aumenta à custa da
diminuição da energia potencial interna (energia associada às liga-
Prova-modelo 2 (pág. 336) ções entre os átomos), mantendo-se constante a energia interna
do sistema. O aumento da energia cinética interna representa um
GRUPO I aumento da temperatura do sistema, uma vez que este é isolado.
1. (B). Se o teor de CO2 na atmosfera terrestre é 0,041% em volume, 1.2 (D). nNO que reagiu = 0,85 × 4,0 mol = 3,40 mol ⇒ nNO no equilíbrio =
o mesmo teor expresso em partes por milhão, em volume, pode
= (4,0 − 3,40) mol = 0,600 mol. De acordo com a estequiometria
ser obtido considerando:
da reação, 2 mol de CO reagem com 2 mol de NO para formar
0,041 dm3 x 4,1 × 10–2 × 106
= 6 ⇒x= . 2 mol de CO2 e 1 mol de N2. Então, reagiram 3,40 mol de NO com
100 dm3 10 dm3 102
3,40 mol de CO e foram originadas 3,40 mol de CO2 e 1,70 mol de N2.
2. (B). A percentagem, em volume, de N2 no ar é 78%. Assim, o vo-
nCO no equilíbrio = (6,0 − 3,40) mol = 2,60 mol.
lume de N2 em 10,0 dm3 de ar, em condições PTN, seria
ntotal de gases no equilíbrio = (2,60 + 0,600 + 3,40 + 1,70) mol = 8,3 mol.
! "
78
VN2 = × 10,0 dm3 = 7,8 dm3. A quantidade de moléculas de 1.3 (A). N.o de oxidação do carbono na espécie CO: x + (−2) = 0 ⇒
100
⇒ x = +2. N.o de oxidação do carbono na espécie CO2: x + 2 × (−2) =
VN2 7,8 dm3
N2 é nN2 = = = 0,35 mol, pelo que a quanti- = 0 ⇒ x = +4. Variação do número de oxidação do carbono:
Vm 22,4 dm3 mol–1 +4 – (+2) = +2. O CO oxida-se, logo o NO atua como oxidante.
dade de átomos de nitrogénio é nN = 2nN2 = 2 × 0,35 mol = 0,70 mol.
2. Cálculo da quantidade de NO existente na amostra de ar:
3. Cálculo da quantidade de matéria de oxigénio em 0,500 dm3: m 50,0 L × (30,0 × 10–3) g L–1
2,58 × 1021 nNO = NO = = 0,0500 mol.
nO2 = = 4,286 × 10–3 mol. MNO 30,01 g mol–1
6,02 × 1023 mol–1 Cálculo da quantidade de O2:
Cálculo da quantidade total de moléculas no volume de ar inspi- VO2 1,8 dm3
rado: como a quantidade de matéria é, nas mesmas condições n O2 = = = 0,0804 mol.
Vm 22,4 dm3 mol–1
de pressão e temperatura, diretamente proporcional ao volume, a
Identificação do reagente limitante: de acordo com a estequiometria
quantidade total de moléculas, ntotal, obtém-se da proporção:
2 mol NO 0,0500 mol NO
ntotal 1 nO2 4,286 × 10–3 mol da reação (2 mol NO : 1 mol O2) = ⇒
= , logo ntotal = = = 2,041 × 10–2 mol. 1 mol O2 x
nO2 0,21 0,21 0,21 ⇒ x = 0,0250 mol O2.

378
SOLUÇÕES

Como a quantidade de O2 utilizada (0,0804 mol) é superior à A intensidade da resultante das forças, FR, que atuam sobre
quantidade necessária para fazer reagir completamente 0,0500 o esquiador 2 é menor do que aquela que atua sobre o esquiador 1,
mol de NO, conclui-se que o oxigénio é o reagente em excesso. ΔEc
pois, FR = (no esquiador 2 é menor o aumento da energia
Cálculo da quantidade de NO2 obtido: d
0,112 dm3 cinética e é maior o módulo do deslocamento para o mesmo des-
nNO2obtido = = 0,00500 mol. nível Δh). Sobre a intensidade da resultante das forças de atrito, Fa,
22,4 dm3 mol–1
nobtida 0,00500 mol nada se pode concluir, pois, para o esquiador 2 é maior, em mó-
Cálculo do rendimento da reação: η = = = 0,10.
nprevista 0,0500 mol dulo, o trabalho realizado por essas forças, mas também é maior o
–WFa

GRUPO III deslocamento: Fa = .


d
1.1 Cálculo das quantidades de O2 e SO3 no equilíbrio: 4.

A →Segunda

Lei de Newton para aquele troço do movimento é:

N + P + Fa = m a . Como o movimento é retilíneo, a resultante das
SO2 O2 SO3 forças que atuam na direção perpendicular ao movimento é nula:
Início / mol 0,32 0,17 – N – P cos 30° = 0 ⇔ N = mg cos θ ⇒ N = m × 10 × cos 30° = 8,66m.
Variação / mol –2x –x +2x Fa = 0,12N = 0,12 × 8,66m = 1,04m.
Aplicando a Segunda Lei de Newton na direção do movimento,
Equilíbrio / mol 0,062 0,17 – x = 0,17 − 0,258 = 0,041 0,258 obtém-se: P sin 30° – Fa = m a ⇔ P sin 30° – 1,04m = m a ⇔ m × 10 ×
2 × sin 30° – 1,04m = m a ⇔ a = 4,0 m s–2.
0,32 mol – 2x = 0,062 mol ⇒ 2x = 0,258 mol. 5. (D). Sendo constante a componente tangencial da resultante
Cálculo da constante de equilíbrio da reação considerada, a 700 °C: das forças, é também constante a componente tangencial da ace-
como o volume do recipiente é 1,00 L, as concentrações, em mol L−1, leração do esquiador. Assim, a distância percorrida será dada por
são numericamente iguais às quantidades de matéria. 1 1
uma expressão do tipo d = v0t + at2 = at2, dado que o es-
|SO3|e2 0,2582 2 2
Kc = = = 4,2 × 102. quiador parte do repouso (v0 = 0). Como o esquiador não está em
|SO2|e2 × |O2|e 0,0622 × 0,041
queda livre, a < 10 m s–2, logo, d < 5,0t 2.
1.2 Se a concentração de O2 (g) aumentar, o quociente da reação
|SO3|2 6. A energia mecânica do sistema esquiador 1 + Terra na posi-
será menor do que a constante de equilíbrio, Qc = < Kc. ção A é Em A = mgh = m × 10 × 24. Em C a energia mecânica será
|SO2|2 × |O2|
Em C = 0,90 × m × 10 × 24, o que permite determinar o módulo da
O sistema deixa de estar em equilíbrio, evoluindo de forma que o velocidade em C, pois para o nível de C a energia potencial é nula:
quociente da reação irá aumentar até igualar o valor da constante 1
de equilíbrio à temperatura de 700 °C, sendo a reação direta favo- mvC2 = 0,90 × m × 10 × 24 ⇔ vC2 = 2 × 0,90 × 10 × 24 m2 s–2 ⇒
2
recida até se atingir um novo estado de equilíbrio. ⇒ vC = 21 m s–1.
2. (D). A partir dos valores da tabela, à medida que a temperatura GRUPO V
diminui a constante de equilíbrio, Kc, da reação aumenta, o que
permite concluir que a reação direta é favorecida com a diminui- 1.1 (A). As linhas de campo divergem das cargas positivas e con-
ção da temperatura. Consequentemente a quantidade de produto vergem para as cargas negativas. O campo elétrico é tão mais in-
aumenta, logo o rendimento da reação deverá aumentar. De acor- tenso quanto maior for a densidade de linhas de campo.
do com o Princípio de Le Châtelier, uma diminuição da temperatu- 1.2 (C). A força elétrica tem a direção do campo elétrico (direção
ra favorece a reação exotérmica, pelo que a reação de formação tangente à linha de campo elétrico), neste caso, a direção do eixo
de SO3 (g) (reação direta) será exotérmica. Ox. Como a carga é negativa, o sentido da força é o sentido opos-
3.1 (B). A força de um ácido, a uma determinada temperatura, está to ao da linha de campo, portanto, da direita para a esquerda (sen-
relacionada com a extensão da respetiva reação de ionização, ou tido negativo do eixo dos xx).
seja, da capacidade de originar iões H3O+, podendo ser medida
2.1 (A). No instante tA a perpendicular ao plano das espiras é pa-
K (H SO ) 103
pelo valor da constante de acidez. a 2 4 = –2 = 105. ralela ao campo magnético, logo, o módulo do fluxo do campo
Ka(H2SO3) 10 magnético é máximo, portanto, tA poderia corresponder a um dos
3.2 (D). A força de um ácido e da respetiva base conjugada estão seguintes instantes: 25 ms, 75 ms, 125 ms, 175 ms. No instante tB
relacionadas pela expressão: Ka × Kb = KW, sendo que, a uma dada a perpendicular ao plano das espiras é perpendicular ao campo
temperatura, o produto iónico da água é constante. Assim, o ácido magnético, assim, o módulo do fluxo do campo magnético é nulo,
que tem maior constante de acidez (H2SO4) terá uma base con- portanto, poderia corresponder a um dos seguintes instantes:
jugada mais fraca, ou seja, com menor constante de basicidade. 0 ms, 50 ms, 100 ms, 150 ms, 200 ms.
GRUPO IV 2.2 O módulo do fluxo magnético máximo que atravessa as super-
1. (D). Na descida a altura vai diminuindo (Δh < 0), logo, a energia fícies delimitadas pelas espiras da bobina é |Φm|max = NBA cos 0°
potencial gravítica também diminui, (ΔEpg = mgΔh < 0). O trabalho da (situação em que o plano das espiras é perpendicular às linhas
força gravítica, como é o simétrico da variação de energia potencial, de campo magnético), o que permite determinar a intensidade do
é igual porque as massas e as variações na altura são iguais. |Φ | 0,200 Wb
campo magnético: B = m max = = 8,0 × 10–3 T.
2. (B). A energia mecânica diminui na descida, ou seja, é maior NA 800 × π × 0,102 m2
para maiores alturas (h maior), o que exclui as opções (C) e (D).
GRUPO VI
Para o esquiador 2 a diminuição de energia mecânica é mais
acentuada (o esquiador 2 dissipa 20% da energia mecânica, en- 1.1 (B). O comprimento de onda, λ, é a distância mínima entre dois
– – ––
quanto o esquiador 1 apenas 10%). pontos na mesma fase de vibração: λ = AE = EI = CH. A distân-
cia entre as posições A e I corresponde a dois comprimentos de
3. (D). A dissipação de energia mecânica é maior para o esquiador –
– AI
2, logo, também o é o módulo da soma dos trabalhos realizados onda: AI = 2λ ⇔ λ = .
2
pelas forças de atrito (Edissipada = –ΔEm = – WFa ). Quanto maior for a

3T
energia dissipada, menor será a soma dos trabalhos realizados 1.2 (D). No instante t = a onda deslocou-se no sentido de A
4
pelas forças que atuam no esquiador (∑W = WFg + WN + WFa = WFg +
→ → → →
3
+ 0 – Edissipada), uma vez que o trabalho realizado pela força gravíti- para I de uma distância d = λ. Comparando o padrão no instante
4
ca, que depende do desnível Δh, é o mesmo (WFg = ΔEpg = –mgΔh).

t = 0 com os padrões das alternativas pode concluir-se que:

379
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

– em (A) o padrão é idêntico, logo deslocou-se de um múltiplo in- 2.2 FR = 20Fg ⇒ m a = 20m g ⇒ a = 20g = 20 × 10 m s−2 = 200 m s−2;
teiro do comprimento de onda e o instante poderá corresponder 200
f = 200 r.p.m. = = 3,33 Hz; ω = 2 π f = 20,9 rad s−1; a = ω2 r ⇔
a um instante múltiplo inteiro do período; 60 s
– em (B) o padrão está deslocado para a direita, aproximadamente ⇔ 200 m s−2 = (20,9 rad s−1)2 r ⇔ r = 0,46 m.
λ T 2.3 (B). O módulo da velocidade angular, ω, é o mesmo para am-
de , logo poderá corresponder a um instante t = ou múlti- bos os sensores, logo, o de trajetória com maior raio, U, tem tam-
4 4
plos inteiros desse instante; aU rU
λ bém maior aceleração (ac = ω2 r): = = 1,5. Sendo o quociente
ap rp
– em (C) o padrão está deslocado de , logo poderá correspon-
2 dos raios das trajetórias inverso do quociente das massas, as in-
T
der a um instante t = e aos seus múltiplos inteiros; FU mUaU m × 1,5ap
2 tensidades das forças são iguais: = = = 1.
3λ Fp mpap 1,5m × ap
– em (D) o padrão está deslocado para a direita, de , logo po-
4 c 3 × 108 m s–1
3T 3. 0,693 m; λ = = = 0,693 m.
derá corresponder a um instante t = ou aos seus múltiplos f 433 × 106 Hz
4
inteiros.
2.1 (A). Após ser emitida, a radiação sofre refração ao passar do ar GRUPO II
para o vidro, reflexão total na superfície exterior do para-brisas e, 1. (C). A potência incidente no painel é
novamente, refração ao passar do vidro para ar, antes de atingir Pinc = Er × A = 170 W m–2 × 34 × 10–4 m2 = 0,578 W = 578 mW
o detetor. P 80 mW
e o rendimento é η = × 100% = × 100% = 14%.
2.2 Para que o sistema funcione adequadamente, é necessário Pinc 578 mW
que a luz sofra reflexão total na superfície exterior do para-brisas 2. Associação em série. Um painel fornece uma potência máxima
quando está seco. Assim, o ângulo de incidência na superfície de de 80 mW para uma tensão de 1,20 V, ou seja, a corrente elétrica é
separação vidro-ar deve ser superior a um ângulo limite 1, αlim 1: P 80 mW
I= = = 67 mA. Na associação em paralelo, a tensão
! " ! "
nar 1,000
nvidro sin αlim 1 = nar sin 90° ⇒ αlim 1 = arcsin = arcsin = U 1,20 V
nvidro 1,49 máxima é igual, mas a potência aumenta para o dobro, aumentan-
= 42,1°. Por outro lado, quando o para-brisas está molhado, a luz não do também a corrente. Na associação em série, a tensão máxima
deve sofrer reflexão total, sendo refratada do vidro para a água. aumenta para o dobro, mantendo-se a corrente elétrica.
Para que não sofra reflexão total, o ângulo de incidência na superfí-
3. No satélite, a energia incidente num segundo na célula aumenta
cie de separação vidro-água deve ser inferior a um ângulo limite 2, 1400 W m–2

! "
nágua de um fator igual ao do aumento da irradiância: 8,24 = .
αlim 2 : nvidro sin αlim 2 = nágua sin 90° ⇒ αlim 2 = arcsin = 170 W m–2
nvidro Assim, a potência útil máxima aumentará também de um fator
! "
1,33
= arcsin = 63,2°. Conclui-se que para que o sistema funcio- igual Pútil = 8,24 × 80 × 10–3 W = 0,659 W. O número de células ne-
1,49 10 W
ne, a amplitude do ângulo de incidência deverá estar contida no cessárias é = 15,2; dever-se-á optar por 15 células.
0,659 W
intervalo [42,1°, 63,2°].
GRUPO III
1. (B). O Efeito Doppler consiste na variação da frequência devida
Prova-modelo 3 (pág. 342)
ao movimento relativo entre emissor e recetor. Neste caso, as on-
GRUPO I das são refletidas nas camadas de ar e a frequência detetada será
1.1 (D). No gráfico do módulo da velocidade em função do tempo, diferente devido ao movimento relativo dessas camadas de ar re-
v(t), verifica-se que, no intervalo de tempo [0, 4] s, a velocidade au- lativamente ao satélite.
menta, logo, trata-se de um movimento acelerado. Como o aumen- 2. (B). O comprimento de onda é diretamente proporcional à velo-
to da velocidade não é o mesmo para iguais intervalos de tempo cidade de propagação e o índice de refração é inversamente pro-

! "
(a linha no gráfico não é uma reta), a aceleração não é constante. n v
porcional à velocidade 1 = 2 .
1.2 Na descida do cansat, entre aproximadamente 17 s e 122 s, o n2 v1
gráfico h(t) apresenta uma reta, o que significa uma velocidade de 3. (D). Se uma mesma massa receber a mesma energia, a variação
descida constante (o declive da tangente ao gráfico é sempre o de temperatura será inversamente proporcional à capacidade tér-
mesmo), e igual à velocidade média. Admitindo que um referencial E
mica mássica: ΔT = .
Ox, de sentido positivo de baixo para cima, a componente escalar mc
Δh (120 – 920) m
da velocidade média, segundo Ox, é vm = = = GRUPO IV
Δt (110 – 35) s
–1 –1
= –10,7 m s . O módulo da velocidade, 10,7 m s , encontra-se in- 1. Cálculo da massa de Fe2O3 (s) que existe em 100 toneladas de
cluído no intervalo recomendado. hematite: 100 toneladas de hematite contêm 30% de impurezas,
logo contêm (100% − 30%) = 70% de Fe2O3 (s); mFe2O3 = 1,0 × 108 g ×
1.3 No instante 60 s, a velocidade é constante, logo a aceleração × 0,70 = 7,00 × 107 g.
é nula. As forças que atuam são o peso e a força de tensão do fio. m
Cálculo da quantidade de Fe2O3 (s) que reage: nFe2O3 = =
Como a resultante é nula, elas são simétricas. A intensidade da 7
7,00 × 10 g M
5
tensão do fio é igual a mg = 0,350 kg × 10 m s–2 = 3,5 N. = = 4,383 × 10 mol.
159,70 g mol–1
1.4 (A). Na descida a velocidade é constante, logo, também a Cálculo da massa de ferro que é produzida: de acordo com a es-
1 tequiometria da reação, por reação de 1 mol de Fe2O3 obtém-se
energia cinética, Ec = mv2. Assim, a energia mecânica aumen-
2 1 mol Fe2O3 4,383 × 105 mol Fe2O3
ta com a energia potencial gravítica (Epg = m g h): Em = Ec + m g h 2 mol de Fe, pelo que = ⇒
2 mol Fe nFe
(a energia mecânica aumenta linearmente com a altura; ao atingir
⇒ nFe = 8,766 × 105 mol ⇒ mFe = 55,85 g mol–1 × 8,766 × 105 mol =
o solo, h = 0, a energia mecânica é igual à energia cinética com
= 4,90 × 107 g = 49,0 t.
que o cansat chega ao solo).
2. (C). Um aumento de pH implica a diminuição da concentração
2.1 (A). No movimento circular uniforme a resultante das forças é
de H3O+. A reação direta é favorecida, pelo que a concentração de
perpendicular à circunferência descrita e aponta para o centro da
CO2 diminui e a concentração de HCO –3 aumenta.
circunferência.

380
SOLUÇÕES

3. Cálculo da quantidade de CO2 que reagiu em 1,0 dm3 de solu- 3. (A). As afirmações (B), (C) e (D) são recomendações de prudência.
0,05
ção: nCO2 = 2,0 mol × = 0,0010 mol.
100 Prova-modelo 4 (pág. 348)
Cálculo da quantidade de H3O+ que se formou, em 1,0 dm3 de so-
lução, e do pH: da estequiometria da reação, 1 mol de CO2 origina GRUPO I
1 mol de H3O+, n(H3O+) = 0,0010 mol ⇒ [H3O+] = 1,0 × 10–3 mol dm–3 ⇒ 1. (D). E = Er A Δt = 1 kW m–2 × 100 × 10–4 m2 × 5 h = 0,050 kW h.
⇒ pH = 3. 2. O rendimento estabelece-se pelo quociente entre a potência
GRUPO V útil, Pu = U I, e a potência incidente na célula, Pinc = Er A. Do grá-
fico, verifica-se que as potências máximas úteis ocorrem ambas
1. (D). Verifica-se, a partir do gráfico, que o Fe(OH)3 (s) é muito solúvel
para tensões de 0,40 V, quando as correntes elétricas são 2,10 A e
em água para valores de pH inferiores a 2, enquanto o A!(OH)3 (s)
0,40 A, respetivamente, para a maior e a menor irradiância. Assim,
é muito solúvel em água para valores de pH inferiores a 4. Assim, Pu 0,40 × 2,10 W
para valores de pH entre 2 e 3 apenas precipitará o Fe(OH)3. os rendimentos (η = × 100) são: η1000 = ×
Pinc 1000 × 100 × 10–4 W
2. A água quimicamente pura a 25 °C tem pH = 7. Verifica-se, a 0,40 × 0,40 W
partir do gráfico, que para este pH, ambos os sais se tornam inso- × 100% = 8,4% e η200 = × 100% = 8,0%. A cé-
200 × 100 × 10–4 W
lúveis. Conclui-se, assim, que não se verificará a solubilização de lula apresenta um rendimento máximo praticamente igual para as
nenhuma das substâncias. duas irradiâncias. A pequena diferença registada pode justificar-
-se pelas incertezas de leitura.
GRUPO VI
1.1 (A). A abundância Y é 100 − (90,48 + 0,27) = 9,25%. Se os isó- GRUPO II
topos Ne-20 e Ne-22 (os dois isótopos mais abundantes) tives- 1.1 (A). A corrente elétrica diminui quando aumenta a resistência
sem abundâncias semelhantes, a massa atómica relativa média do ε
néon seria próxima de 21,0. Como o isótopo Ne-20 é muito mais
abundante do que o Ne-22, prevê-se que a massa atómica relativa
elétrica, não se relacionando linearmente I =
ε
! R1 + r "
. A corrente

tende para I = , quando a resistência R1 é muito grande, e para


média esteja mais próxima de 20 do que de 21. R1
ε
1.2 (B). As energias presentes no espetro são as necessárias para I = quando a resistência R1 se aproxima de zero.
remover 1,0 mol de eletrões do néon. Os eletrões da orbital 1s são r
os que pertencem ao subnível de menor energia, sendo, por isso, 1.2.1 (B). A diferença de potencial aumenta com a resistência e com
necessário mais energia para a sua remoção. a corrente elétrica. Como a corrente no ramo principal é igual à
2. (D). Os espetros A e B correspondem a átomos do mesmo ele- soma das correntes nos ramos da derivação, a corrente elétrica
mento químico, pois as riscas de absorção, no A, aparecem nos I em R1 é maior do que em qualquer outra das duas resistências.
mesmos valores de frequência do espetro de emissão B. A risca (1) A diferença de potencial entre FG é a diferença de potencial nos
tem a cor azul e a risca (2) é cor de laranja. A energia associada à extremos da resistência R2 = R1: UFG = R2I2 = R1I2 < UEF = R1I, porque a
emissão de fotões de radiação azul é superior à de fotões de ra- corrente elétrica I que atravessa R1 é maior do que a corrente elé-
diação cor de laranja. O espetro C é um espetro de emissão (riscas trica I2 que atravessa R2.
coloridas) e o espetro D é de absorção (riscas negras). As riscas U U 8,4 V ε–U
1.2.2 (D). η = ⇒ ε = = = 9,0 V. Como U = ε – r I ⇒ r = =
coloridas correspondem a transições eletrónicas de níveis supe- ε η 0,93 I
riores para níveis inferiores, por emissão de radiação. (9,0 – 8,4) V
= = 2,5 Ω.
3.1 (D). As configurações eletrónicas são F – 1s22s22p5; Na – 0,24 A
1s22s22p63s1; Mg – 1s22s22p63s2; C! – 1s22s22p63s23p5. Os elemen- 2. (C). O módulo da força eletromotriz induzida é igual ao módulo
tos F e C!, não-metais, pertencem ao grupo 17 e ao bloco p, pois, da variação do fluxo magnético por unidade de tempo. Quando o
no estado fundamental, os eletrões de valência mais energéticos íman se aproxima da bobina aumenta o fluxo do campo magné-
estão em orbitais p, enquanto o Na (grupo 1) e o Mg (grupo 2) per- tico através da área das espiras, e quando se afasta ocorre uma
tencem ao terceiro período e ao bloco s, pois, no estado fundamen- diminuição. Como o íman em queda aumenta a sua velocidade,
tal, os eletrões de valência mais energéticos estão em orbitais s. aquelas variações ocorrem mais depressa à medida que o íman
3.2 (B). F é do grupo 17 (sete eletrões de valência) e Mg é do grupo vai descendo, ou seja, para valores maiores do tempo.
2 (dois eletrões de valência). F estabelece ligação com Mg forman- GRUPO III
do o composto iónico MgF2, pelo que as unidades estruturais são
conjuntos de iões F− e Mg2+ na proporção de 2:1. 1. (C). O gerador fornece sinais elétricos e as ondas na água são
mecânicas.
3.3 (B). Os eletrões de valência de um átomo de cloro encontram-se
! "
4 ms
no nível n = 3, enquanto os eletrões de valência de um átomo de 2. Tomando 5,5 períodos tem-se 5,5 T = 7 + div × 25 =
5 div
flúor encontram-se no nível n = 2. Os eletrões de valência do flúor
são menos energéticos: é necessária mais energia para os remover. = 195 ms → T = 35,5 ms. Tomando duas posições, por exemplo
O raio atómico do cloro é superior ao do flúor, pois os eletrões dos 1,00 cm e 3,00 cm, o espaço entre elas corresponde a 2,5 λ, então
átomos de cloro distribuem-se por três níveis de energia, enquanto 2,00 cm λ 0,80 × 10–2 m
λ= = 0,80 cm. v = = = 0,23 m s–1.
os dos átomos de flúor distribuem-se por dois níveis de energia. Con- 2,5 T 35,5 × 10–3 s
sequentemente, a nuvem eletrónica dos átomos de cloro é maior. 3. (D). Alterações apenas nos comandos do osciloscópio só pro-
duzem efeitos na visualização dos sinais e não nas características
GRUPO VII físicas das ondas.
Vf (solução diluída) 500 mL cI (solução inicial) 4. (B). A velocidade da onda é tanto maior quanto maior for o com-
1. (C). f = ⇔f= = 2; f = =2⇒
Vi (solução inicial) 250 mL c f (solução diluída) primento de onda. Por medição dos ângulos, o ângulo de incidên-
⇒ ci (solução inicial) = 2 × cf (solução diluída) . cia tem uma amplitude de 30° e o de refração 24°.
2. A concentração da solução preparada é inferior ao valor pre- GRUPO IV
tendido, pois ao retirar solução com o conta-gotas perdeu-se
soluto. A atitude a tomar numa situação destas é preparar uma 1. (D). A energia dissipada é simétrica da variação de energia me-
nova solução. cânica e como o movimento se dá na horizontal não há variação

381
FÍSICA E QUÍMICA A

Soluções

de energia potencial, pelo que também é simétrica da variação de 3.1 (B). mO = (2,572 − 2,552) g = 0,020 g, a que corresponde a

! "
80 2 MCuO
energia cinética: –ΔEc = 0,5 × 1000 kg × m s–1 = 2,47 × 10–5 J. seguinte massa de óxido de cobre(II): mCuO = 0,020 × =
3,6 MO
–ΔEc 2,47 × 10–5 J 79,55 g mol–1 mCuO
A massa de gelo que fundiria seria m = = = = 0,020 g × = 0,099 g. %(CuO) = × 100 =
Δh 3,34 × 105 J kg–1 16,00 g mol–1 mlâmina
= 0,74 kg. 0,099 g
= × 100 = 3,8%.
80 80 2,572 g
2. x = v0t – 0,5at2 → 186 = t – 0,5at2 e v = v0 – at → 0 = – at.
3,6 3,6 3.2 A equação química da reação de restauro do brilho da lâmina
Resolvendo o sistema das duas equações obtém-se a = 1,33 m s–2. e os números de oxidação dos diferentes átomos são
A resultante das forças é a resultante das forças de atrito, CuO (s) + H2 (g) ⇒ H2O (g) + Cu (s)
F = Fa = m a = 1000 kg × 1,33 m s–2 = 1,33 × 103 N → 1,3 × 103 N . +2 −2 0 +1 −2 0
3. Em ambos os casos, a soma dos trabalhos realizados pelas Δn.o.(Cu) = 0 – (+2) = –2 e Δn.o.(H) = +1 – 0 = +1. Verifica-se que o
forças que atuam no carro é a mesma, dado que a variação de número de oxidação do cobre diminui, o que traduz a redução da
energia cinética é a mesma, pois, em ambos os casos, o carro espécie CuO, enquanto o número de oxidação do hidrogénio au-
acaba por se imobilizar. Na subida do plano inclinado, para além menta, o que traduz a oxidação da espécie H2. Conclui-se, assim,
do trabalho das forças de atrito, a força gravítica também realiza que o processo de restauro do brilho da lâmina traduz uma reação
trabalho, ambos do mesmo sinal (negativos). Assim, o trabalho rea- de oxidação-redução, pois há variação dos números de oxidação,
lizado pela resultante das forças de atrito seria menor, em módulo, ou seja, há transferência de eletrões entre as espécies envolvidas.
no plano inclinado. Como o trabalho realizado pela resultante das
forças de atrito é diretamente proporcional ao deslocamento, a GRUPO VIII
distância percorrida no plano inclinado seria também menor.
1. (D). As soluções I e II estão saturadas, ou seja, a quantidade de
4. (C). Se as forças de atrito fossem nulas também seria nula a re- soluto dissolvida por unidade de volume é a mesma, pelo que a
sultante das forças, pelo que não haveria variação da velocidade. concentração das duas soluções é igual. O fluoreto de chumbo
Assim, a velocidade seria constante. (soluto) adicionado à solução I dissolve-se e precipita ao mesmo
ritmo, atingindo-se assim, o equilíbrio entre o soluto dissolvido e
GRUPO V o soluto por dissolver, mantendo-se, por isso, a concentração da
1. (A). As concentrações iniciais de A e de B, respetivamente solução já saturada.
2,0 mol dm−3 e 3,0 mol dm−3, passam no equilíbrio para 1,5 mol dm−3 2. (C). Ks = |Pb2+|e |F–|e2 ⇔ Ks = s × (2s)2 = 4s3 ⇒
e 0,5 mol dm−3. Assim, por cada dm3, as quantidades das espécies

# #
3 3
A e B diminuem −0,5 mol e −2,5 mol, respetivamente, o que per- Ks 7,1 × 10–7
⇒s= = = 5,62 × 10–3 mol dm–3 ;
mite concluir que a proporção em que as espécies A e B reagem 4 4
entre si é 1 mol A : 5 mol B. [F–] = 2s = 2 × 5,62 × 10–3 mol dm–3 = 1,1 × 10–2 mol dm–3.
2. Uma vez que a variação de entalpia do sistema é positiva, a rea- 3. O Pb(NO3)2 é um sal muito solúvel, pelo que se prevê que a
ção de formação das espécies C e D, ou seja, a reação direta, é concentração do ião Pb2+ (aq) seja muito maior do que a solubili-
endotérmica, pelo que a reação inversa é exotérmica. De acordo dade de PbF2. Assim, quando se adiciona PbF2 a uma solução de
com o Princípio de Le Châtelier, uma diminuição da temperatura Pb(NO3)2 (aq), a solubilidade do PbF2 será menor do que em água
favorece a reação exotérmica, que, neste caso, é a reação inversa. devido à presença em solução de iões Pb2+ (aq), que, de acordo
Deste modo, se a temperatura diminuir as concentrações de C e D com o Princípio de Le Châtelier, irão favorecer a reação de preci-
irão diminuir e as concentrações de A e B irão aumentar. pitação.
3. (A). O valor da constante de equilíbrio varia com a temperatura, 4. Cálculo da concentração de ião F– (aq): Ks = |Pb2+|e |F–|e2 ⇔
não dependendo da composição inicial do sistema.

#
7,1 × 10–7
⇔ 7,1 × 10–7 = 1,50 × 10–3 × |F–|2 ⇒ [F–] = mol dm–3 =
GRUPO VI 1,50 × 10–3
1. (B). A densidade relativa do estanho constituinte da amostra = 2,17 × 10–2 mol dm–3.
pode ser determinada pelo quociente entre a massa da amostra Cálculo da concentração hidrogeniónica e do pH da solução ne-
do metal de estanho (mA) e a massa de água de volume igual ao cessário para que o fluoreto de chumbo possa precipitar:
|F–|e|H3O+|e 2,17 × 10–2 × |H3O+|
volume daquela amostra. A massa de água de volume igual ao vo- Ka = ⇔ 6,8 × 10–4 = ⇒ [H3O+] =
lume da amostra do metal (ou a massa de água deslocada) é dada |HF|e 0,10
por [(mA + mB) − mC]. = 3,13 × 10–3 mol dm–3; pH = –log|H3O+| = –log (3,13 × 10–3 ) = 2,5.
2. (D). Uma vez que o erro percentual é negativo, o valor experi-
mental da densidade relativa do metal é inferior ao valor usado
como referência. Como aquele erro é muito pequeno, pode consi-
derar-se que o resultado obtido tem grande exatidão (maior exati-
dão significa maior proximidade relativa entre o valor experimental
e o valor de referência).
3. (A). Dado que se trata de um aparelho digital, a incerteza de lei-
tura é a menor diferença entre leituras, neste caso é 0,01 g.

GRUPO VII
1. (A). Apenas a lâmina de chumbo cede eletrões ao Cu2+ (aq), logo,
o chumbo é o metal que apresenta maior poder redutor, e, conse-
quentemente, os iões Pb2+ (aq) têm menor poder oxidante, ou seja,
têm menor tendência para captar eletrões.
2. (C). Ocorre a redução dos iões Cu2+ (aq) e forma-se um depósi-
to de cobre.

382
Anexos

Anexos

Tabela de constantes
Capacidade térmica mássica da água líquida c = 4,18 × 103 J kg−1 K−1

Constante de Avogadro NA = 6,02 × 1023 mol−1

Constante de gravitação universal G = 6,67 × 10−11 N m2 kg−2

Índice de refração do ar n = 1,000

Módulo da aceleração gravítica de um corpo junto à superfície da Terra g = 10 m s−2

Módulo da velocidade de propagação da luz no vácuo c = 3,00 × 108 m s−1

Produto iónico da água (a 25 °C) Kw = 1,00 × 10−14

Volume molar de um gás (PTN) Vm = 22,4 dm3 mol−1

Formulário

• Quantidade, massa e volumes

N m V m
"= !
n= !
! M= !
! Vm = !
! !
NA n n V

• Soluções
n nA
c= !
! xA = !
!! pH = –log ![H3O+] / mol dm–3"
V ntotal

• Energia e sua conservação

1
Ec = ! m v 2 Epg = m g h Em = Ec + Ep
2
W = F d cos # W = $Ec W = – Epg

U=RI P = R I2 U=%–rl

E = m c $T $U = W + Q P
Er = !
A
• Mecânica

1
x = x0 + v0 t + ! a t2 v = v0 + a t
2
v2 2'
ac = ! &= ! v=&r
r T
d
d m1 m2
F =ma Fg = G !
r2

• Ondas e eletromagnetismo
v |$)m |
(= ! )m = B A cos # |εi| = ! !
f $t
c n1 sin #1 = n2 sin #2
n= !
v

383
384
TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS
Anexos

1 18
1 2
H He
1,01 2 13 14 15 16 17 4,00
3 4 Número atómico 5 6 7 8 9 10
Li Be Elemento B C N O F Ne
6,94 9,01 Massa atómica relativa 10,81 12,01 14,01 16,00 19,00 20,18

11 12 13 14 15 16 17 18
Na Mg Al Si P S Cl Ar
22,99 24,31 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 26,98 28,09 30,97 32,06 35,45 39,95
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
39,10 40,08 44,96 47,87 50,94 52,00 54,94 55,85 58,93 58,69 63,55 65,38 69,72 72,63 74,92 78,97 79,90 83,80
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
85,47 87,62 88,91 91,22 92,91 95,95 101,07 102,91 106,42 107,87 112,41 114,82 118,71 121,76 127,60 126,90 131,29
55 56 57-71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
Cs Ba Lantanídeos Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn
132,91 137,33 178,49 180,95 183,84 186,21 190,23 192,22 195,08 196,97 200,59 204,38 207,2 208,98

87 88 89-103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118
Fr Ra Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Cn Nh Fl Mc Lv Ts Og
Actinídeos

57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
138,91 140,12 140,91 144,24 150,36 151,96 157,25 158,93 162,50 164,93 167,26 168,93 173,05 174,97

89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103


Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr
232,04 231,04 238,03
exame
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11.o ano 12.o ano


Biologia e Geologia História A
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