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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

C679r Coimbra, Sandro


Manual de Primeira Habilitação / Sandro Coimbra. Ribeirão Preto: edição
CRIAR Projetos, Sistemas e Automação Digital LTDA-ME., 2020. 485 p.

Número do Protocolo: _______

1. Conteúdo instrucional. 2. Primeira Habilitação.


I. Manual de Primeira Habilitação

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Sumário
TÍTULO 1- LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO ................................................................. 14
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14
2. FORMAÇÃO DO CONDUTOR ........................................................................... 15
2.1. Processo de habilitação ............................................................................. 15
2.1.1. Veículos destinados à aprendizagem e ao exame de direção........... 20
2.1.1.1. Requisitos obrigatórios aos veículos utilizados no processo de
habilitação ................................................................................................... 23
2.1.1.2. Características dos veículos utilizados no processo de
habilitação ................................................................................................... 25
3. EXIGÊNCIAS PARA CATEGORIAS DE HABILITAÇÃO EM RELAÇÃO AO
VEÍCULO CONDUZIDO .......................................................................................... 26
3.1. Categorias de habilitação........................................................................... 26
3.2. Adição (ou inclusão) de categoria da habilitação .................................... 30
3.3. Mudança de categoria da habilitação ........................................................ 30
3.4. Veículos especiais ...................................................................................... 31
3.5. Motoristas profissionais............................................................................. 34
3.6. Motofrete e mototáxi ................................................................................... 35
4. DOCUMENTOS DO CONDUTOR E DO VEÍCULO: APRESENTAÇÃO E
VALIDADE .............................................................................................................. 37
4.1. O condutor .................................................................................................. 37
4.1.1. PPD ou PD – Permissão Para Dirigir ................................................... 37
4.1.2. CNH – Carteira Nacional de Habilitação ............................................. 38
4.1.3. Números de Identificação Nacional e Estadual contidos na CNH .... 40
4.1.4. CNH em meio eletrônico (CNHe ou CNH Digital)................................ 41
4.1.5. Habilitação para condutores com deficiência física .......................... 42
4.1.6. Habilitação para os militares ............................................................... 43
4.1.7. Renovação da habilitação.................................................................... 44
4.1.8. Permissão Internacional para Dirigir – PID......................................... 46
4.1.9. Estrangeiros ......................................................................................... 47
4.1.10. Brasileiro que se habilitou no exterior.............................................. 49
4.2. O veículo ..................................................................................................... 49
4.2.1. Classificação dos veículos .................................................................. 49
4.2.2. Identificação do veículo ....................................................................... 52
4.2.2.1. Caracteres gravados no chassi ou monobloco ........................... 52

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4.2.2.2. Número sequencial de produção (VIS) ......................................... 53


4.2.2.3. Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos –
SINIAV ......................................................................................................... 54
4.2.2.4. Placas ............................................................................................. 54
4.2.3. Segurança dos veículos....................................................................... 59
4.2.4. Cadastro dos veículos – RENAVAM ................................................... 61
4.2.5. Registro do veículo .............................................................................. 62
4.2.6. Autorização para transferência de propriedade do veículo em meio
digital (ATPV-e) .............................................................................................. 66
4.2.6.1. Comunicação de venda do veículo............................................... 67
4.2.7. Licenciamento do veículo .................................................................... 69
4.2.7.1. Tributos e encargos para licenciamento do veículo ................... 71
4.2.7.2. Inspeção veicular ........................................................................... 72
4.2.8. Modificações nos veículos .................................................................. 74
4.2.9. Veículos em circulação internacional ................................................. 75
4.2.10. Limites de dimensão e peso dos veículos........................................ 75
4.2.11. Veículo escolar ................................................................................... 79
5. SINALIZAÇÃO VIÁRIA ....................................................................................... 80
5.1. Classificação dos Sinais de Trânsito ........................................................ 81
5.1.1. Sinalização vertical .............................................................................. 81
5.1.1.1. Grupo “R” – sinalização de regulamentação ............................... 82
5.1.1.2. Grupo “A” – sinalização de advertência ...................................... 89
5.1.1.3. Grupo “I” – sinalização de indicação ........................................... 98
5.1.1.3.1. Placas de identificação ........................................................... 99
5.1.1.3.2. Placas de orientação de destino ............................................ 99
5.1.1.3.3. Placas educativas.................................................................... 99
5.1.1.3.4. Placas de serviços auxiliares ............................................... 100
5.1.1.3.5. Placas de atrativos turísticos ............................................... 103
5.1.1.3.6. Placas de postos de fiscalização ......................................... 108
5.1.2. Sinalização horizontal ........................................................................ 109
5.1.2.1. Marcas longitudinais ................................................................... 110
5.1.2.2. Marcas transversais .................................................................... 114
5.1.2.3. Marcas de canalização ................................................................ 116
5.1.2.4. Marcas de delimitação e controle de estacionamento e/ou parada
................................................................................................................... 117

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5.1.2.5. Inscrições no pavimento ............................................................. 118


5.1.3. Dispositivos de sinalização auxiliar .................................................. 119
5.1.3.1. Dispositivos delimitadores.......................................................... 120
5.1.3.2. Dispositivos de canalização........................................................ 123
5.1.3.3. Dispositivos de sinalização de alerta ......................................... 123
5.1.3.4. Alterações nas características do pavimento ............................ 125
5.1.3.5. Dispositivos de contenção veicular ........................................... 127
5.1.3.6. Barreiras antiofuscamento e acústica ........................................ 129
5.1.3.7. Dispositivos de proteção para pedestres e/ou ciclistas ........... 129
5.1.3.8. Dispositivos luminosos ............................................................... 132
5.1.3.9. Dispositivos de uso temporário.................................................. 133
5.1.3.10. Dispositivos de controle de acesso ......................................... 137
5.1.4. Luminosos (sinalização semafórica) ................................................ 138
5.1.4.1. Tipos de foco da sinalização semafórica ................................... 139
5.1.4.2. Grupos da sinalização semafórica ............................................. 141
5.1.5. Sonoros............................................................................................... 144
5.1.6. Gestos do Agente de Trânsito e do Condutor .................................. 144
5.1.7. Demais Sinais de Trânsito Regulamentados pelo CONTRAN ......... 146
5.1.7.1 Sinalização temporária ................................................................. 146
5.1.7.1.1. Sinalização vertical temporária ............................................ 147
5.1.7.1.2. Sinalização horizontal temporária ........................................ 148
5.1.7.1.3. Sinalização semafórica temporária ...................................... 149
5.1.7.1.4. Dispositivos auxiliares temporários .................................... 149
5.1.7.1.5. Dispositivos de segurança ................................................... 150
5.1.7.2 Sinalização Cicloviária ................................................................. 151
5.1.7.3. Sinalização de Cruzamento Rodoferroviário ............................. 153
6. DIREITOS E DEVERES DO CIDADÃO ............................................................ 156
7. NORMAS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA ...................................................... 159
7.1. Regras gerais ............................................................................................ 161
7.2. Preferência nas interseções .................................................................... 166
7.3. Passagem e ultrapassagem ..................................................................... 175
7.4. Transposição de faixa .............................................................................. 178
7.5. Manobras ................................................................................................... 179
7.5.1. Situações de conversões e retorno .................................................. 180
7.5.1.1. Vias urbanas ................................................................................ 181

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7.5.1.2. Vias rurais .................................................................................... 184


7.6. Uso de luzes nos veículos ....................................................................... 184
7.7. Uso de buzina ........................................................................................... 187
7.8. Interrupção de marcha, parada e estacionamento ................................. 187
7.9. Faixas laterais de domínio ....................................................................... 189
7.10. Vias internas de condomínios ............................................................... 190
7.11. Veículos de tração animal ...................................................................... 190
7.12. Circulação de animais ............................................................................ 190
7.13. Motocicletas, motonetas e ciclomotores .............................................. 191
7.14. Triciclos de cabine fechada ................................................................... 192
7.15. Bicicletas ................................................................................................. 192
7.16. Pedestres................................................................................................. 194
7.17. Vias terrestres ......................................................................................... 197
7.17.1. Velocidade nas vias ......................................................................... 199
7.18. Transporte de crianças........................................................................... 201
8. PENALIDADES E CRIMES DE TRÂNSITO...................................................... 204
8.1. Processo administrativo .......................................................................... 204
8.2. Recurso ..................................................................................................... 210
8.3. Penalidades ............................................................................................... 212
8.3.1. Pessoas que podem ser penalizadas................................................ 218
8.3.2. Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC) ......................... 219
8.4. Medidas administrativas .......................................................................... 220
8.5. Crimes de trânsito .................................................................................... 227
8.5.1. Suspensão e proibição judicial ......................................................... 228
8.5.2. Multa reparatória ................................................................................ 228
8.5.3. Agravantes .......................................................................................... 229
8.5.4. Espécies de crimes de trânsito ......................................................... 229
9. INFRAÇÕES, PENALIDADES E MEDIDAS ADMINISTRATIVAS .................... 235
9.1. Casos de Suspensão do Direito de Dirigir .............................................. 235
9.2. Casos de Cassação da Carteira Nacional de Habilitação ...................... 239
9.3. Casos de Multa e Apreensão do Veículo................................................. 240
9.4 Casos de Multa e Remoção do Veículo .................................................... 241
9.5. Casos de Multa e Retenção do Veículo ................................................... 242
9.6. Infrações com penalidade única .............................................................. 245
9.6.1. Infrações gravíssimas – penalidade: multa ...................................... 245

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9.6.2. Infrações graves – penalidade: multa ............................................... 247


9.6.3. Infrações médias – penalidade: multa .............................................. 249
9.6.4. Infrações leves – penalidade: multa.................................................. 251
9.7. Infrações cometidas por condutores de ciclos e por pedestres ........... 252
10. RESUMO ........................................................................................................ 254
TÍTULO 2 - DIREÇÃO DEFENSIVA ......................................................................... 255
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 255
2. CONCEITO DE DIREÇÃO DEFENSIVA ........................................................... 256
2.1. Tipos de direção defensiva: preventiva e corretiva................................ 256
2.2. Dirigir com segurança .............................................................................. 259
3. INTERFERÊNCIA DAS LEIS FÍSICAS NA CONDUÇÃO DO VEÍCULO .......... 260
3.1. Aderência .................................................................................................. 260
3.2. Transferência de massa ........................................................................... 262
3.3. Força centrípeta ........................................................................................ 263
4. CONDUZINDO EM CONDIÇÕES ADVERSAS ................................................. 265
4.1. Chuva......................................................................................................... 265
4.2. Correntes aerodinâmicas ......................................................................... 265
4.3. Neblina e fumaça ...................................................................................... 266
4.4. Animais...................................................................................................... 266
4.5. Passagem de nível .................................................................................... 267
5. CONDUZINDO EM SITUAÇÕES DE RISCO .................................................... 268
5.1. Marcha à ré ................................................................................................ 268
5.2. Aquaplanagem ou hidroplanagem........................................................... 268
5.3. Declive acentuado .................................................................................... 271
6. ULTRAPASSAGENS ........................................................................................ 273
7. DERRAPAGEM ................................................................................................ 276
7.1. Situações de risco .................................................................................... 276
7.2. Método preventivo e corretivo ................................................................. 276
7.3. Sistema de freio antiderrapagem ............................................................. 277
8. ONDULAÇÕES E BURACOS........................................................................... 278
9. CRUZAMENTOS E CURVAS ........................................................................... 280
9.1. Cruzamentos ............................................................................................. 280
9.2. Curvas ....................................................................................................... 282
9.2.1 Relação “transferência de massa” X “curvas” ................................. 282
9.2.1.1. Movimento subesterçante ........................................................... 282

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9.2.1.2. Movimento sobresterçante.......................................................... 283


9.2.2. Como realizar curvas com segurança .............................................. 284
10. FRENAGEM NORMAL E DE EMERGÊNCIA ................................................. 285
10.1. Imobilização do veículo .......................................................................... 285
10.2. Frenagem de emergência ....................................................................... 287
11. COMO EVITAR SINISTROS (ACIDENTES) EM VEÍCULOS DE DUAS OU MAIS
RODAS ................................................................................................................. 289
11.1. Causas de sinistros (acidentes) de trânsito ......................................... 289
11.2. Efeitos dos sinistros (acidentes) ........................................................... 291
11.3. Automatismos ......................................................................................... 292
11.4. Colisões ................................................................................................... 293
11.4.1. Colisão com o veículo da frente ...................................................... 294
11.4.2. Colisão com o veículo de trás ......................................................... 295
11.4.3. Colisão frente a frente (frontal) ....................................................... 296
11.4.4. Colisão misteriosa............................................................................ 296
11.4.5. Colisão nos cruzamentos ................................................................ 297
11.4.6. Colisão nas ultrapassagens (colisão lateral) ................................. 298
11.5. Evitando sinistros (acidentes) ............................................................... 299
11.5.1. Maneira de sentar e dirigir ............................................................... 299
11.5.2. Retrovisores ..................................................................................... 300
11.5.3. Postura adequada ao conduzir a motocicleta ................................ 301
11.5.3.1. Nas curvas.................................................................................. 301
12. ABORDAGEM TEÓRICA DA CONDUÇÃO DE MOTOCICLETAS COM
PASSAGEIRO E OU CARGAS ............................................................................ 303
12.1. Condução de motocicletas com passageiro ......................................... 303
12.2. Condução de motocicletas com cargas ................................................ 307
12.2.1. Motofrete ........................................................................................... 308
12.2.2. Dispositivos para o transporte de cargas....................................... 309
12.2.3. Semirreboques ................................................................................. 312
13. CUIDADO COM OS DEMAIS USUÁRIOS DAS VIAS .................................... 313
13.1. Ver e ser visto ......................................................................................... 313
13.1.1. Ver ..................................................................................................... 313
13.1.2. Ser visto ............................................................................................ 316
13.2. Pedestres................................................................................................. 316
13.3. Condutores de veículos não automotores ............................................ 318

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14. RESPEITO MÚTUO ENTRE CONDUTORES ................................................. 320


15. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA DO CONDUTOR MOTOCICLISTA ...... 322
15.1. Capacete .................................................................................................. 322
15.2. Vestuário de proteção ............................................................................ 324
16. ESTADO FÍSICO E MENTAL DO CONDUTOR, CONSEQUÊNCIAS DA
INGESTÃO E CONSUMO DE BEBIDA ALCOÓLICA E SUBSTÂNCIAS
PSICOATIVAS ...................................................................................................... 325
16.1. Ingestão e consumo de bebida alcóolica e substâncias psicoativas
(drogas) ............................................................................................................ 326
16.2. Substâncias contra o sono (arrebite) .................................................... 328
17. SITUAÇÕES DE RISCO ................................................................................. 329
17.1. Variações de luminosidade .................................................................... 329
17.2. Cabeceiras de pontes, viadutos e elevados ......................................... 330
17.3. Derramamentos (óleo, areia, brita etc.) ................................................. 331
18. RESUMO ........................................................................................................ 332
TÍTULO 3 - PRIMEIROS SOCORROS ..................................................................... 333
1. INTRODUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS ............................................... 333
2. PROCEDIMENTOS INICIAIS ............................................................................ 336
3. SINALIZAÇÃO DO LOCAL DO SINISTRO (ACIDENTE) ................................. 337
3.1. Distância recomendada para o início da sinalização ............................. 338
4. ORDEM DE PROCEDIMENTOS ....................................................................... 339
5. ACIONAMENTO DE RECURSOS: BOMBEIROS, AMBULÂNCIA,
CONCESSIONÁRIA DA VIA E OUTROS ............................................................. 341
6. VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES GERAIS DA VÍTIMA ................................. 343
6.1. Situações e procedimentos...................................................................... 345
6.1.1. Parada respiratória ............................................................................. 345
6.1.2. Parada cardíaca ou parada cardiorrespiratória ................................ 347
6.1.3. Hemorragia ......................................................................................... 349
6.1.4. Fratura ................................................................................................. 351
6.1.5. Luxação e entorse .............................................................................. 353
6.1.6. Fratura na coluna ............................................................................... 354
6.1.7. Fratura no crânio ................................................................................ 356
6.1.8. Traumatismo craniano (traumatismo cranioencefálico) .................. 357
6.1.9. Convulsões ......................................................................................... 357
6.1.10. Queimaduras .................................................................................... 358
6.1.11. Ferimentos em geral ........................................................................ 361

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6.1.12. Estado de choque............................................................................. 363


7. CUIDADOS COM A VÍTIMA – O QUE NÃO FAZER ........................................ 365
8. CUIDADOS ESPECIAIS COM A VÍTIMA MOTOCICLISTA .............................. 366
9. TRANSPORTE DE VÍTIMAS ............................................................................ 367
10. RESUMO ........................................................................................................ 369
TÍTULO 4 – NOÇÕES DE PROTEÇÃO E RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E DE
CONVÍVIO SOCIAL NO TRÂNSITO ........................................................................ 370
1. MEIO AMBIENTE ............................................................................................. 370
1.1. Meio ambiente natural .............................................................................. 374
1.2. Meio ambiente artificial ............................................................................ 374
2. POLUIÇÃO AMBIENTAL ................................................................................. 375
2.1. Causas da poluição ambiental – poluentes ............................................ 375
2.2. Tipos de poluição ..................................................................................... 377
2.3. Quantidade de poluição ........................................................................... 378
2.4. Classificação dos agentes poluentes ao meio ambiente ....................... 379
2.5. Lixo lançado nas vias ............................................................................... 379
3. O VEÍCULO COMO AGENTE POLUIDOR DO MEIO AMBIENTE.................... 382
3.1. Combustíveis X poluição ......................................................................... 382
3.2. Chuva ácida............................................................................................... 382
3.3. Efeito estufa .............................................................................................. 383
3.4. Biocombustíveis ....................................................................................... 384
4. REGULAMENTAÇÃO DO CONAMA SOBRE POLUIÇÃO AMBIENTAL
CAUSADA PELOS VEÍCULOS ............................................................................ 386
4.1. SISNAMA ................................................................................................... 386
4.2. Regulamentação do CONAMA ................................................................. 387
4.3. Bioética...................................................................................................... 388
5. EMISSÃO DE GASES ...................................................................................... 389
6. EMISSÃO DE PARTICULAS (FUMAÇA) ......................................................... 391
6.1. Fuligem e outros componentes tóxicos .................................................. 391
7. EMISSÃO SONORA ......................................................................................... 393
8. POLUIÇÃO VISUAL ......................................................................................... 397
9. MANUTENÇÃO PREVENTIVA DO AUTOMÓVEL E DA MOTOCICLETA PARA
PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ............................................................... 398
10. O INDIVÍDUO, O GRUPO E A SOCIEDADE .................................................. 400
11. DIFERENÇAS INDIVIDUAIS........................................................................... 403

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12. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL .......................................................... 405


13. RESPEITO MÚTUO ENTRE CONDUTORES ................................................. 408
14. O INDIVÍDUO COMO CIDADÃO .................................................................... 410
15. RESUMO ........................................................................................................ 413
TÍTULO 5 - NOÇÕES SOBRE FUNCIONAMENTO DO VEÍCULO DE DUAS OU MAIS
RODAS .................................................................................................................... 415
1. CONHECENDO O FUNCIONAMENTO DO VEÍCULO ..................................... 415
1.1. Motor.......................................................................................................... 415
1.1.1. Órgãos fixos ....................................................................................... 417
1.1.2. Órgãos móveis ................................................................................... 419
1.1.3. Tempos do motor ............................................................................... 421
1.1.4. Órgãos de comando ........................................................................... 422
1.2. Sistemas .................................................................................................... 423
1.2.1. Sistema de alimentação ..................................................................... 423
1.2.2. Sistema de ignição ............................................................................. 425
1.2.3. Sistema de lubrificação ..................................................................... 427
1.2.4. Sistema de arrefecimento ou refrigeração ....................................... 428
1.2.4.1. Refrigeração a água ..................................................................... 428
1.2.4.2. Refrigeração a ar.......................................................................... 429
1.2.5. Sistema de transmissão .................................................................... 430
1.2.6. Sistema de suspensão ....................................................................... 431
1.2.7. Sistema de direção ............................................................................. 432
1.2.8. Sistema elétrico .................................................................................. 433
1.2.9. Sistema de escapamento ................................................................... 435
1.2.10. Sistema de freio................................................................................ 436
1.3. Pneu ........................................................................................................... 437
2. EQUIPAMENTOS DE USO OBRIGATÓRIO DO VEÍCULO, SUA UTILIZAÇÃO E
CUIDADOS QUE SE DEVE TER COM ELES....................................................... 439
2.1. Cores das luzes emitidas pelos dispositivos de iluminação dos veículos
.......................................................................................................................... 439
2.2. Equipamentos obrigatórios - veículos automotores de 4 (quatro) ou mais
rodas (automóvel, camioneta, caminhonete, utilitário, ônibus, micro-ônibus,
caminhão e caminhão-trator) .......................................................................... 439
2.3. Equipamentos obrigatórios às motonetas, motocicletas, triciclos e
ciclomotores .................................................................................................... 455
3. EQUIPAMENTOS, DISPOSITIVOS E SÍMBOLOS ........................................... 460

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3.1 Classificação .............................................................................................. 460


3.2. Símbolos e comandos de uma motocicleta ............................................ 460
3.3. Símbolos e comandos dos veículos de quatro ou mais rodas .............. 462
3.4. Cinto de segurança................................................................................... 463
3.5. Encosto de cabeça ................................................................................... 464
4. NOÇÕES DE MANUSEIO E USO DO EXTINTOR DE INCÊNDIO.................... 465
5. RESPONSABILIDADE COM A MANUTENÇÃO DO VEÍCULO ....................... 466
5.1. Segurança veicular ................................................................................... 467
6. ALTERNATIVAS DE SOLUÇÃO PARA EVENTUALIDADES MAIS COMUNS 470
7. CONDUÇÃO ECONÔMICA E INSPEÇÃO MECÂNICA (PEQUENOS REPAROS)
.............................................................................................................................. 473
7.1. Condução econômica ............................................................................... 473
7.2. Inspeção mecânica (pequenos reparos) ................................................. 474
8. VERIFICAÇÃO DIÁRIA DOS ITENS BÁSICOS – ÁGUA, ÓLEO, CALIBRAGEM
DOS PNEUS, DENTRE OUTROS ........................................................................ 476
9. CUIDADOS E REVISÕES NECESSÁRIAS ANTERIORES A VIAGENS .......... 480
10. RESUMO ........................................................................................................ 484

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TÍTULO 1- LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO


1. INTRODUÇÃO
Neste título serão apresentadas todas as normas que regulamentam o trânsito. O
Código de Trânsito Brasileiro (CTB) foi instituído pela lei 9.503 de 1997. Essa Lei traz
o regramento básico relacionado ao comportamento dos condutores de veículos,
pedestres, órgãos públicos e servidores públicos que atuam no trânsito. Há também
um conjunto de normas (resoluções, deliberações, portarias etc.) elaboradas por
órgãos públicos de trânsito que têm como objetivo complementar o CTB.

Atenção!
Para saber mais sobre os órgãos públicos de trânsito acesse, no Material de Apoio, os
itens referentes a “Sistema Nacional de Trânsito – SNT”.

Código de trânsito brasileiro

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

2. FORMAÇÃO DO CONDUTOR
Para se habilitar a conduzir veículos automotores pelas vias públicas nacionais o
candidato deverá cumprir várias normas de trânsito, como veremos a seguir.

Entende-se por veículo automotor todo veículo a motor de propulsão a combustão,


elétrica ou híbrida que circula por seus próprios meios e que serve normalmente para o
transporte viário de pessoas e coisas ou para a tração viária de veículos utilizados para
o transporte de pessoas e coisas, compreendidos na definição os veículos conectados
a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).

Entende-se por veículo de grande porte o veículo automotor destinado ao transporte de


carga com peso bruto total máximo superior a 10.000 kg (dez mil quilogramas) e de
passageiros, superior a vinte passageiros.

2.1. Processo de habilitação


Para habilitar-se a conduzir veículo automotor o candidato deve:

a) Saber ler e escrever (independente do grau de escolaridade);

b) Possuir Carteira de Identidade ou equivalente;

c) Possuir CPF;

d) Ser penalmente imputável (pessoa que possa receber pena por crime cometido);

e) Não estar cumprindo pena de proibição de se habilitar.

Preenchidos os requisitos para se habilitar, o candidato deverá solicitar, ao órgão


executivo ou à entidade executiva de trânsito do Estado (ou Distrito Federal) de seu
domicílio ou residência, a abertura do seu Processo de Habilitação.

A abertura do processo de habilitação ocorre com o cadastramento das informações do


candidato junto ao RENACH (Registro Nacional de Carteiras de Habilitação).

O processo de habilitação tem prazo de validade de 12 (doze) meses (período em que


ficará ativo no órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal),
contados a partir da data do requerimento de sua abertura, pelo candidato.

Após o cadastramento de suas informações junto ao RENACH, como referido


anteriormente, o candidato deverá realizar:

1° - AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA (Psicotécnico).

15
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

2° - EXAME DE APTIDÃO FÍSICA E MENTAL (Exame Médico) – o exame de aptidão


física e mental, a ser realizado no local de residência ou domicílio do examinado, será
preliminar e renovável com a seguinte periodicidade:

I - a cada 10 (dez) anos, para condutores com idade inferior a 50 (cinquenta) anos;

II - a cada 5 (cinco) anos, para condutores com idade igual ou superior a 50


(cinquenta) anos e inferior a 70 (setenta) anos;

III - a cada 3 (três) anos, para condutores com idade igual ou superior a 70
(setenta) anos.

Quando houver indícios de deficiência física ou mental, ou de progressividade de


doença que possa diminuir a capacidade para conduzir o veículo, os prazos previstos
anteriormente poderão ser diminuídos por proposta do perito examinador.

Tripulante de aeronave

Os tripulantes de aeronaves titulares de Cartão Saúde ou de Extrato de


Pesquisa sobre Licença e Habilitações, expedidos pelas Forças Armadas ou pela
Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) não precisam fazer exame de aptidão física
e mental para obter ou renovar a habilitação para conduzir veículo automotor.

3° - CURSO TEÓRICO-TÉCNICO – será ministrado por um CFC (Centro de Formação


de Condutores) e terá carga horária mínima de 45 (quarenta e cinco) horas/aula (de
cinquenta minutos, cada), assim distribuídas:

- 18 (dezoito) horas/aula – Legislação de trânsito;

- 16 (dezesseis) horas/aula – Direção defensiva para veículos de duas ou mais rodas;

- 4 (quatro) horas/aula – Noções de primeiros socorros;

- 4 (quatro) horas/aula – Noções de proteção e respeito ao meio ambiente e de convívio


social no trânsito;

16
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

- 3 (três) horas/aula – Noções sobre o funcionamento do veículo de duas ou mais rodas.

Observação: O curso teórico-técnico para a ACC (Autorização para Conduzir


Ciclomotor) terá carga horária mínima de 20 (vinte) horas/aula (de cinquenta minutos,
cada) assim distribuídas: 7 (sete) horas/aula para Legislação de Trânsito; 10 (dez)
horas/aula para Direção Defensiva; 1 (uma) hora/aula para Noções de Primeiros
Socorros e 2 (duas) horas/aula para Convívio Social no Trânsito e Noções do
Funcionamento do Veículo.

4° - EXAME TEÓRICO-TÉCNICO – trata-se da prova convencional (escrita ou


eletrônica), contendo no mínimo 30 (trinta) questões, devendo o candidato obter
aproveitamento mínimo de 70% (setenta por cento) de acertos para aprovação.

Observação: O exame (prova) teórico-técnico para a ACC terá duração mínima de 1


(uma) hora e conterá 15 (quinze) questões de múltipla escolha, com 4 (quatro)
alternativas de respostas (sendo apenas 1 (uma) correta) devendo o candidato obter
aproveitamento mínimo de 60% (sessenta por cento) para aprovação.

Instrutor credenciado

5° - CURSO DE PRÁTICA DE DIREÇÃO VEICULAR – o candidato deverá cumprir a


seguinte carga horária:

 Obtenção da ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor): mínimo de 5


(cinco) horas/aula, de 50 (cinquenta) minutos cada.

Observação: as aulas práticas para obtenção da ACC poderão ser feitas no ciclomotor
do CFC ou do próprio candidato, desde que tenha no máximo 5 (cinco) anos de uso
(excluído o ano de fabricação).

 Obtenção da habilitação na categoria “A” ou “B”: mínimo de 20 (vinte)


horas/aula, de 50 (cinquenta) minutos cada.

Observação: para obtenção da CNH na categoria “B” o candidato poderá optar por
realizar até 5 (cinco) horas/aula (limitadas a 50 minutos cada) em “simulador de direção

17
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

veicular”, que deverão ser feitas antes das aulas práticas em via pública. As aulas em
“simulador de direção veicular” poderão ser descontadas da carga horária total das
aulas práticas em via pública.

Para realizar o curso de prática de direção veicular em vias públicas, o candidato deverá
estar acompanhado por um instrutor credenciado e portar a Licença para Aprendizagem
de Direção Veicular: (LADV) – documento expedido depois de sua aprovação no exame
teórico-técnico.

Portanto, são documentos de porte obrigatório ao aprendiz do curso de prática de


direção veicular: LADV e documento de identidade.

O prazo de validade da LADV coincidirá com o prazo de validade do processo de


habilitação.

A LADV só será válida na unidade da federação em que tenha sido expedida. Na LADV
constará a identificação do CFC e/ou do instrutor que ministrará o curso de prática de
direção veicular ao aluno.

Deverá ser expedida uma nova LADV quando o candidato optar pela mudança de CFC
(as aulas já ministradas serão computadas para todos os efeitos).

A aprendizagem somente poderá realizar-se nos termos, horários e locais estabelecidos


pelo órgão executivo de trânsito com circunscrição sobre a via.

Atenção:
 Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na aprendizagem só poderá
conduzir mais um acompanhante.

 O candidato que durante as aulas práticas de direção veicular não seguir todas as
determinações legais, como exposto acima, terá sua LADV suspensa pelo prazo
de 6 (seis) meses.

 A formação de condutor de veículo automotor será realizada por instrutor autorizado


pelo órgão executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal, pertencente ou
não à entidade credenciada.

6º - EXAME DE PRÁTICA DE DIREÇÃO VEICULAR

O exame de direção veicular será realizado perante uma comissão formada por 3 (três)
membros.

No exame de direção veicular o candidato deverá estar acompanhado, durante toda a


prova, por no mínimo 2 (dois) membros da comissão, sendo pelo menos 1 (um) deles
habilitado na categoria igual ou superior à pretendida pelo candidato.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

EXAME DE DIREÇÃO PARA MOTOS E CICLOMOTORES:

O exame de direção veicular para os candidatos à “ACC” (Autorização para Conduzir


Ciclomotor) e candidatos à categoria “A” (motocicletas) será realizado em área
especialmente destinada a esse fim (conhecida por moto-pista), que deverá apresentar
obstáculos e dificuldades da via pública para que o candidato possa ser observado
durante todas as etapas do exame.

Se o candidato quiser, ele pode requerer a “ACC” e habilitação de categoria “B” (carro)
ou poderá requerer habilitação nas categorias “A” e “B” fazendo um só exame de aptidão
física e mental e avaliação psicológica, desde que considerado apto para ambos.
Portanto, é possível fazer um só Exame Médico e Psicotécnico para tirar: “ACC” e “B”
ou “A” e “B”.

Ciclomotor

Ciclomotor: veículo de 2 (duas) ou 3 (três) rodas, provido de motor de combustão


interna, cuja cilindrada não exceda a 50 cm3 (cinquenta centímetros cúbicos),
equivalente a 3,05 pol3 (três polegadas cúbicas e cinco centésimos), ou de motor de
propulsão elétrica com potência máxima de 4 kW (quatro quilowatts), e cuja velocidade
máxima de fabricação não exceda a 50 Km/h (cinquenta quilômetros por hora).

Ficará a cargo do município, exigir ou não, autorização (habilitação) para conduzir


veículos de propulsão humana ou de tração animal.

Tração animal

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observações:
 O resultado de todos os exames e a identificação dos respectivos examinadores
serão registrados no RENACH.
 No caso de reprovação no “exame teórico-técnico” ou no “exame de direção veicular”,
o candidato poderá repetir o exame a qualquer tempo, sendo dispensado do exame
no qual tenha sido aprovado.

 Todos os exames de habilitação poderão ser aplicados por entidades públicas ou


privadas credenciadas pelo órgão executivo de trânsito dos Estados ou Distrito
Federal, exceto o exame de direção veicular – que só pode ser realizado por
entidades públicas e aplicado por examinadores titulados e devidamente designados
(pelo dirigente do órgão de trânsito, para o período de, no máximo, 1 (um) ano,
permitida a recondução por um período de igual duração).

 Quando o candidato, cadastrado no RENACH, transferir seu domicílio ou residência


para outro Estado terá, o mesmo, direito de continuar o processo de habilitação no
Estado de seu novo domicílio ou residência, sem prejuízo dos exames nos quais
tenha sido aprovado.

Mapa Brasil

2.1.1. Veículos destinados à aprendizagem e ao exame de direção


Para compreensão sobre os veículos que deverão ser utilizados no processo de
habilitação (aprendizagem e exame de direção) vejamos algumas importantes
definições:

Carroçaria do veículo: estrutura de chapa metálica onde se alojam as pessoas, ou


seja, é o mesmo que lataria.

Chassi do veículo: estrutura de aço sobre a qual se monta a carroçaria, ou seja, é a


base do veículo.

20
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Veículo monobloco: veículo cuja carroçaria e o chassi constituem uma só peça, ou


seja, um só bloco.

Carroçaria e chassi

Caminhão: veículo automotor destinado ao transporte de carga com PBT acima de


3.500 quilogramas, podendo tracionar ou arrastar outro veículo, respeitada a
capacidade máxima de tração.

Caminhão Trator: veículo automotor destinado a tracionar ou arrastar outro.

Caminhão trator

Reboque: veículo destinado a ser engatado atrás de 1 (um) veículo automotor.

21
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Reboque

Semirreboque: veículo de 1 (um) ou mais eixos que se apoia na sua unidade tratora ou
é a ela ligado por meio de articulação.

Semirreboque

Veículo Articulado: combinação de veículos acoplados, sendo 1 (um) deles automotor.

Veículo articulado

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Tara: peso próprio do veículo (acrescido dos pesos da carroçaria e do equipamento, do


combustível, das ferramentas e dos acessórios, da roda sobressalente, do extintor de
incêndio e do fluido de arrefecimento). Esse peso é expresso em kg (quilogramas).

Lotação: carga útil máxima, incluindo condutor e passageiros, que o veículo transporta,
expressa em quilogramas para os veículos de carga, ou número de pessoas, para os
veículos de passageiros.

PBT (Peso Bruto Total): peso máximo que o veículo transmite ao pavimento (pista),
constituído da soma da tara mais a lotação.

PBTC (Peso Bruto Total Combinado): peso máximo transmitido ao pavimento pela
combinação de um caminhão-trator mais o seu semirreboque, ou do caminhão mais o
seu reboque ou reboques.

CMT (Capacidade Máxima de Tração): máximo peso que a unidade de tração é capaz
de tracionar, indicado pelo fabricante, baseado em condições sobre suas limitações de
geração e multiplicação de momento de força e resistência dos elementos que
compõem a transmissão.

CVC (Combinação de Veículos para Transporte de Carga): combinação de veículos


destinados ao transporte de carga formado por veículo de tração, de carga ou especiais,
mais seu(s) semirreboque(s) e/ou reboque(s).

Observações:
a) os veículos de transporte de carga e os coletivos de passageiros deverão conter, em
local facilmente visível, a inscrição indicativa de sua tara, peso bruto total, peso bruto
total combinado (ou capacidade máxima de tração) e lotação, vedado o uso em
desacordo com sua classificação;
b) nenhum veículo ou combinação de veículos poderá transitar com lotação, peso bruto
total, peso bruto total combinado ou peso bruto transmitido por eixo, superior ao
fixado pelo fabricante, nem ultrapassar a capacidade máxima de tração da unidade
tratora;
c) o veículo de carga deverá estar devidamente equipado quando transitar, de modo a
evitar o derramamento da carga sobre a via.

2.1.1.1. Requisitos obrigatórios aos veículos utilizados no processo de habilitação


O veículo de quatro ou mais rodas destinado à aprendizagem e ao exame de direção
deverá apresentar:
a) Duplo comando de freio e embreagem;
b) Transmissão mecânica;

23
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

c) Retrovisor interno extra para uso do instrutor e examinador;

d) Identificação por meio de uma faixa amarela de 20 cm (vinte centímetros) de largura


em toda a extensão de sua carroçaria, à meia altura, contendo os dizeres "autoescola"
na cor preta (nos veículos de cor amarela, a ordem das cores será invertida).

Interior de um veículo de aprendizagem

Observação: No veículo eventualmente utilizado para aprendizagem (veículo não


destinado à formação de condutores), quando autorizado para servir a esse fim, deverá
ser afixada ao longo de sua carroçaria, à meia altura, faixa branca removível, de 20 cm
(vinte centímetros) de largura, com a inscrição "AUTOESCOLA" na cor preta (nos
veículos de cor branca a ordem de cores será invertida). No exame de direção, o referido
veículo deverá ser identificado com os dizeres "Aprendiz em Exame".
O veículo destinado à instrução e ao exame de candidato com deficiência física deverá
estar perfeitamente adaptado segundo a indicação da Junta Médica Examinadora.
Os veículos de aprendizagem da categoria A devem apresentar câmbio mecânico e
serem identificados por uma placa de cor amarela, com as dimensões de 30 cm de
largura e 15 cm de altura, fixada na parte traseira, em local visível, contendo a inscrição
“MOTO ESCOLA” em caracteres pretos.

Veículo de aprendizagem categoria A

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

2.1.1.2. Características dos veículos utilizados no processo de habilitação


As aulas práticas e o exame de direção deverão ser realizados nos seguintes veículos:

“ACC” (Autorização para Conduzir Ciclomotor): deverá ser utilizado qualquer veículo
de 2 (duas) rodas classificado como ciclomotor.

CATEGORIA “A”: veículo de 2 (duas) rodas com cilindrada acima de 120 cm³ (cento e
vinte centímetros cúbicos). Exemplo: moto de 125cc.

CATEGORIA “B”: veículo motorizado de 4 (quatro) rodas, exceto quadriciclo. Exemplo:


carro.

CATEGORIA “C”: veículo motorizado utilizado no transporte de carga, registrado com


PBT de, no mínimo, 6.000 kg (seis mil quilogramas). Exemplo: caminhão.

CATEGORIA “D”: veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros, registrado


com capacidade mínima de 20 (vinte) lugares. Exemplo: ônibus.

CATEGORIA “E”: combinação de veículos (um veículo engatado ou apoiado em outro),


cujo caminhão trator deverá ser acoplado a um reboque ou semirreboque, registrado
com peso bruto total de, no mínimo, 6.000 kg (seis mil quilogramas) ou veículo articulado
cuja lotação exceda a 20 (vinte) lugares. Exemplo: carreta.

25
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

3. EXIGÊNCIAS PARA CATEGORIAS DE HABILITAÇÃO EM


RELAÇÃO AO VEÍCULO CONDUZIDO
Neste momento teremos a oportunidade de identificar qual a categoria de habilitação
necessária para conduzir cada espécie de veículo automotor pelas vias públicas.

3.1. Categorias de habilitação


“ACC” (Autorização para Conduzir Ciclomotor) – Para conduzir:

a) ciclomotores.

Veículo ACC

CATEGORIA “A” – Para conduzir:


a) veículos automotores e elétricos, de duas ou três rodas, com ou sem carro
lateral ou semirreboque especialmente projetado para uso exclusivo deste
veículo; e
b) todos os veículos abrangidos pela ACC.

Observações:
 a categoria “A” permite conduzir triciclos - veículo automotor de 3 (três) rodas,
com ou sem cabine, dirigido por condutor em posição sentada ou montada, que
não possui as características de ciclomotor.
 a categoria “A” não permite conduzir quadriciclos cuja categoria mínima
necessária é a “B”. Quadriciclo é um veículo automotor de 4 (quatro) rodas, com
ou sem cabine, com massa em ordem de marcha não superior a 450 kg
(quatrocentos e cinquenta quilogramas) para o transporte de passageiros, ou
não superior a 600 kg (seiscentos quilogramas) para o transporte de cargas.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Veículo categoria A

CATEGORIA “B” – Para conduzir:


a) veículos automotores e elétricos, não abrangidos pela categoria “A”, cujo Peso
Bruto Total (PBT) não exceda a 3.500 kg (três mil e quinhentos quilogramas) e
cuja lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do motorista;
b) veículos automotores da espécie motor-casa, cujo peso não exceda a 6.000 kg
(seis mil quilogramas), e cuja lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o
do motorista;
tratores de roda e equipamentos automotores destinados a executar trabalhos
agrícolas;
c) quadriciclos de cabine aberta ou fechada.
Observação: respeitada a capacidade máxima de tração da unidade tratora, os
condutores da categoria “B” podem conduzir combinação de veículos cuja unidade
tratora se enquadre nessa categoria de habilitação (conforme especificações
anteriores) e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada
tenha menos de 6.000 kg (seis mil quilogramas) de peso bruto total e não exceda a
8 (oito) lugares.

Veículo categoria B

CATEGORIA “C” – Para conduzir:

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

a) veículos automotores e elétricos utilizados em transporte de carga cujo PBT


exceda a 3.500 kg (três mil e quinhentos quilogramas);
b) tratores de esteira, tratores mistos ou equipamentos automotores destinados à
movimentação de cargas, de terraplanagem, de construção ou de pavimentação;
c) veículos automotores da espécie motor-casa, cujo PBT ultrapasse 6.000 kg (seis
mil quilogramas) e cuja lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do
motorista;
d) todos os veículos abrangidos pela categoria “B”.

Observação: respeitada a capacidade máxima de tração da unidade tratora, os


condutores da categoria “C” podem conduzir combinação de veículos cuja unidade
tratora se enquadre na categoria “B” ou “C” (conforme especificações anteriores) e
cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha menos de
6.000 kg (seis mil quilogramas) de peso bruto total e não exceda a 8 (oito) lugares.

Veículo categoria C

CATEGORIA “D” – Para conduzir:

a) veículos automotores e elétricos utilizados no transporte de passageiros, cuja


lotação exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do condutor;
b) veículos destinados ao transporte de escolares independentemente da lotação;
c) veículos automotores da espécie motor-casa, cuja lotação exceda a 8 (oito)
lugares, excluído o do motorista;
d) ônibus articulado;
e) todos os veículos abrangidos pelas categorias “B” e “C”.

Observações:
 respeitada a capacidade máxima de tração da unidade tratora, os condutores da
categoria “D” podem conduzir combinação de veículos cuja unidade tratora se
enquadre na categoria “B”, “C” ou “D” (conforme especificações anteriores) e
cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha
menos de 6.000 kg (seis mil quilogramas) de peso bruto total e não exceda a 8
(oito) lugares.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 para conduzir Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) é necessário estar habilitado
na categoria “D”. VLT são veículos de mobilidade urbana para transporte coletivo
de passageiros de tração automotora ou elétrica, que se move sobre trilhos e
que compartilha a mesma via, concorrendo com outros tipos de veículos e
pedestres, em faixas segregadas ou não.

Veículo categoria D

CATEGORIA “E” – Para conduzir:

a) combinações de veículos automotores e elétricos em que a unidade tratora se


enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque,
semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil quilogramas) ou mais
de PBT, ou cuja lotação exceda a 8 (oito) lugares;
b) combinações de veículos automotores e elétricos com mais de uma unidade
tracionada, independentemente da capacidade máxima de tração ou PBTC;
c) todos os veículos abrangidos pelas categorias B, C e D.

Veículo categoria E

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

3.2. Adição (ou inclusão) de categoria da habilitação


Ocorre quando o condutor já habilitado na categoria “A” adquire habilitação de categoria
“B” ou quando o condutor já é habilitado na categoria “B”, “C”, “D” ou “E” e adquire
habilitação “A”.

Nesse caso, o candidato deverá realizar:

I) exame de aptidão física e mental (médico);


II) curso de prática de direção veicular, com carga horária mínima de 15
(quinze) horas/aula;
III) exame de direção veicular.

Observação: a carga horária mínima do curso de prática de direção veicular para


“adição da ACC” será de 5 (cinco) horas/aula.

Após aprovado no exame de direção (para adição de categoria), o candidato receberá


uma única habilitação (um documento) com 2 (duas) categorias. Exemplo: Habilitação
de Categoria “AB”.

Categoria AB

3.3. Mudança de categoria da habilitação


Envolve as categorias “B”, “C”, “D” e “E”, ou seja, o condutor sai de uma categoria
inferior e passa para uma categoria superior.
Nesse caso, deverão ser realizados: exame de aptidão física e mental (médico),
curso de prática de direção veicular (20 horas/aula) e exame de direção veicular.

Após aprovado, ele receberá uma nova habilitação com a nova categoria.

Situações em que será exigida a Situações em que será exigida a


realização do exame de aptidão física e realização da avaliação psicológica
mental (médico)
a) obtenção da 1ª habilitação; a) obtenção da 1ª habilitação;
b) renovação da habilitação; b) renovação ou mudança de categoria da
c) adição e mudança de categoria; habilitação, caso o condutor exerça (ou vá

30
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

d) substituição do documento de habilitação exercer) serviço remunerado de transporte


obtido em país estrangeiro. de pessoas ou bens;
c) substituição do documento de habilitação
obtido em país estrangeiro;
d) por solicitação do perito examinador.

ATENÇÃO:
A categoria “B” é a categoria que dá acesso às categorias “C”, “D” e “E”.

Assim:
I) Para habilitar-se na categoria “C”, o condutor deverá estar habilitado, no
mínimo, há 1 (um) ano na categoria “B” e não ter cometido mais de uma
infração gravíssima nos últimos 12 (doze) meses.
II) Para habilitar-se na categoria “D”, o condutor deverá estar habilitado, no
mínimo, há 2 (dois) anos na categoria “B” ou há 1 (um) ano na categoria
“C”, idade mínima de 21 (vinte e um) anos, não ter cometido mais de uma
infração gravíssima nos últimos 12 (doze) meses e ser aprovado em curso
especializado e em curso de treinamento de prática veicular em situação de
risco.
III) Para habilitar-se na categoria “E”, vejamos:
 da categoria “C” para “E”: o condutor deverá estar habilitado, no mínimo,
há 1 (um) ano na categoria “C”;
 condutor oriundo da categoria “B” que pretende mudar da categoria “D”
para “E”: deve estar habilitado há, no mínimo, 1 (um) ano na categoria
“D”.
 condutor oriundo da categoria “C” que pretende mudar da categoria “D”
para “E”: poderá mudar a qualquer tempo.

Além dos requisitos acima, para habilitar-se na categoria “E” o condutor


deverá ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos, não ter cometido mais de
uma infração gravíssima nos últimos 12 (doze) meses e ser aprovado em
curso especializado e em curso de treinamento de prática veicular em
situação de risco.

3.4. Veículos especiais


Para conduzir veículos que efetuam o transporte de produtos perigosos, carga indivisível
(de grande dimensão), veículo escolar, veículo de transporte coletivo de passageiros,
veículos de emergência e guindastes móveis é necessário:

1. Ser aprovado em curso especializado – 50 (cinquenta) horas/aula;

Observações:

31
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

a) O curso especializado será ministrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem


(Sistema “S”) ou por instituições e entidades credenciadas (pelo Órgão Executivo de
Trânsito dos Estados ou do Distrito Federal) nas modalidades presencial e à
distância.
b) Para matricular-se em referido curso, o condutor deve ser maior de 21 (vinte e um)
anos de idade.
c) Após aprovado no curso, o condutor receberá um certificado com validade de 5
(cinco) anos.
d) A informação sobre a “aprovação no curso especializado” será registrada no
RENACH. Até que referida informação seja registrada no RENACH o condutor
deverá portar o comprovante de sua aprovação no “curso especializado”.
e) A renovação do curso especializado consiste na realização, a cada cinco anos, do
“curso de atualização”, com carga horária mínima de 16 (dezesseis) horas/aula.
f) O condutor que não apresentar comprovante de que realizou o “curso de atualização”
no qual está habilitado após o término da validade prevista, terá automaticamente
suprimida a informação correspondente no sistema RENACH.
g) O curso especializado para condução de “produtos perigosos” é denominado MOPE
– Movimentação de Produtos Especiais (ou MOPP – Movimentação de Produtos
Perigosos). Os demais cursos de especialização não têm denominação própria.

Condução de produtos perigosos

2. Não ter cometido mais de uma infração gravíssima nos últimos 12 (doze) meses.
3. Não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, pena de cassação da
carteira nacional de habilitação, pena decorrente de crime de trânsito, bem como não
ter impedimento judicial para exercer seus direitos.
Além dos 3 (três) requisitos anteriores, para conduzir:

Veículos de transporte de produtos perigosos: será necessário estar habilitado em


umas das categorias: “B”, “C”, “D” ou “E”.

Veículos de transporte carga indivisível (de grande dimensão) e outras, objeto de


regulamentação específica pelo CONTRAN: será necessário estar habilitado, no
mínimo, na categoria “C”.

32
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Transporte de carga indivisível

Veículos de transporte escolar ou transporte coletivo de passageiros: será


necessário estar habilitado, no mínimo, na categoria “D”.

Transporte coletivo de passageiros

Veículos de emergência: será necessário estar habilitado em uma das categorias: “A”,
“B”, “C”, “D” ou “E”.

Veículo de resgate

33
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

3.5. Motoristas profissionais


O motorista profissional, de transporte rodoviário coletivo de passageiros e de
transporte rodoviário de cargas, não pode dirigir por mais de 5 (cinco) horas e meia
ininterruptas.
No transporte rodoviário de cargas o motorista deverá respeitar o intervalo de 30
(trinta) minutos para descanso a cada 6 (seis) horas na condução do veículo, sendo
facultado o seu fracionamento e o do tempo de direção, desde que não ultrapassadas
5 (cinco) horas e meia contínuas no exercício da condução.
No transporte rodoviário de passageiros deverá ser respeitado o intervalo de 30
(trinta) minutos para descanso a cada 4 (quatro) horas na condução do veículo, sendo
facultado o seu fracionamento e o do tempo de direção.
Excepcionalmente, o tempo de direção poderá ser elevado pelo período necessário para
que o condutor, o veículo e a carga cheguem a um lugar que ofereça a segurança e o
atendimento demandados, desde que não haja comprometimento da segurança
rodoviária.
Tempo de direção ou de condução é apenas o período em que o condutor estiver
efetivamente ao volante, em curso entre a origem e o destino.
Dentro do período de 24 (vinte e quatro) horas, o motorista profissional é obrigado a
respeitar o intervalo mínimo de 11 (onze) horas para descanso. Referidas horas poderão
ser fracionadas, usufruídas no veículo e coincidir com os intervalos de 30 (trinta) minutos
para descanso, desde que seja respeitado, no primeiro período, 8 (oito) horas
ininterruptas de descanso.

Observações:
 início de viagem é a partida do veículo na ida ou no retorno, com ou sem carga,
considerando-se como sua continuação as partidas nos dias subsequentes até o
destino;

 para iniciar uma viagem o condutor deverá ter cumprido o intervalo integral de 11
(onze) horas de descanso;

 os transportadores de cargas ou coletivo de passageiros, embarcadores,


consignatários de cargas, operadores de terminais de carga, operadores de
transporte multimodal de cargas ou agentes de cargas não poderão ordenar (a
qualquer motorista a seu serviço, ainda que subcontratado) que seja feita a condução
do veículo sem que se tenha completado o intervalo mínimo de 11 (onze) horas de
descanso;

 regulamentação do CONTRAN definirá as situações excepcionais de inobservância


justificada do tempo de direção e de descanso pelos motoristas profissionais
condutores de veículos ou composições de transporte rodoviário de cargas

34
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

justificadas por indisponibilidade de pontos de parada e de descanso na rota


programada para a viagem ou por exaurimento das vagas de estacionamento neles
disponíveis.

O motorista profissional é responsável por controlar e registrar o seu próprio tempo de


condução do veículo, com vistas à sua estrita observância. A não observância dos
períodos de descanso sujeitará o motorista profissional às penalidades previstas no
CTB.
O tempo de direção será controlado mediante:
 registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;

 anotação em diário de bordo, papeleta ou ficha de trabalho externo;

 outros meios eletrônicos instalados no veículo, conforme norma do Contran.


O equipamento eletrônico ou registrador deverá funcionar de forma independente de
qualquer interferência do condutor quanto aos dados registrados.
A guarda, a preservação e a exatidão das informações contidas no equipamento
registrador instantâneo inalterável de velocidade e de tempo são de responsabilidade
do condutor.

Motorista profissional

3.6. Motofrete e mototáxi


Os condutores que pretendem efetuar transporte remunerado de passageiros (mototáxi)
ou de cargas (motofrete) em motocicletas e motonetas deverão:

 ter, no mínimo, 21 (vinte e um) anos de idade;


 possuir habilitação na categoria “A”, por pelo menos dois anos;
 ser aprovado em curso especializado; e
 estar vestido com colete de segurança dotado de dispositivos retrorrefletivos.

Observações:

35
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

a) O curso especializado, válido em todo território nacional, será ministrado pelo Serviço
Nacional de Aprendizagem (Sistema “S”), por instituições e entidades credenciadas
(pelo Órgão Executivo de Trânsito dos Estados ou do Distrito Federal) e por Centros
de Formação de Condutores – CFCs, nas modalidades presenciais e a distância.
b) Para matricular-se em referido curso, o condutor deve ter completado 21 (vinte e um)
anos de idade, estar habilitado, no mínimo, há 2 (dois) anos na categoria “A” e não
estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, cassação da Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), decorrente de crime de trânsito, bem como não estar
impedido judicialmente de exercer seus direitos.
c) Após aprovado no curso, o condutor receberá um certificado com validade de 5
(cinco) anos.
d) Para renovar o certificado do curso especializado o condutor deverá fazer um curso
de atualização com carga horária mínima de 10 (dez) horas/aula.
e) A aprovação no curso especializado será registrada no RENACH.

Atenção!
Para saber mais sobre os requisitos para condução de táxi e as determinações aos
motoristas profissionais acesse, no Material de Apoio, os itens “Taxistas” e “Motoristas
Profissionais”.

36
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

4. DOCUMENTOS DO CONDUTOR E DO VEÍCULO:


APRESENTAÇÃO E VALIDADE
A seguir serão expostas informações necessárias para a compreensão sobre os
documentos relacionados aos veículos e às pessoas que os conduzirão pelas vias.

4.1. O condutor
Além do documento relacionado ao veículo, a legislação de trânsito determina que para
conduzir um veículo automotor pelas vias públicas o condutor deverá portar seu
“documento de habilitação”, cujas regras veremos a seguir.

São documentos de habilitação: a PPD (Permissão Para Dirigir), a CNH (Carteira


Nacional de Habilitação) e a ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor).

A PPD e a ACC terão o mesmo modelo da CNH.

O documento de habilitação é válido em todo território nacional.

4.1.1. PPD ou PD – Permissão Para Dirigir


(também conhecida como “Carteira Provisória”)
Após aprovado em todos os exames o candidato receberá uma Permissão Para Dirigir
(PPD), com validade de 1 (um) ano, a contar da data de sua aprovação no último exame.

Se no decorrer desses 12 (doze) meses o permissionado (portador da “permissão”) não


houver cometido nenhuma infração de natureza gravíssima, nenhuma infração de
natureza grave e não for reincidente em infrações de natureza média, terá ele o direito
de adquirir a sua Carteira Nacional de Habilitação (carteira permanente ou definitiva),
sem fazer exame algum.

Caso contrário, a PPD será cassada e o condutor não terá direito a adquirir a Carteira
Nacional de Habilitação, devendo reiniciar todo o processo de habilitação. Para início
de um novo processo de habilitação, após cassada a PPD, não há prazo a esperar.

Assim temos:

ACC provisória -------------> após 1 (um) ano = ACC definitiva;

PPD categoria “A” ------------> após 1 (um) ano = CNH categoria “A”;

PPD categoria “B” ------------> após 1 (um) ano = CNH categoria “B”.

Observação: a ACC provisória (ou PPD para a ACC) poderá ser simultânea à PPD para
a categoria “B”, com validade de 1 (um) ano.

37
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

4.1.2. CNH – Carteira Nacional de Habilitação


(também conhecida como “Carteira Definitiva”)
A CNH será expedida em meio físico e digital.

A CNH em meio físico será produzida, personalizada e impressa por empresas


credenciadas pelo órgão máximo executivo de trânsito da União para esse fim e
expedida pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito
Federal.

A CNH será expedida em modelo único e conterá:

 dados variáveis sobre o portador: nome completo, número do


documento de identidade, órgão emissor/UF, número do CPF, filiação,
fotografia, assinatura, nacionalidade, bem como data, local e UF de
nascimento;
 dados variáveis sobre o documento: data da 1ª habilitação, categoria,
número de registro, validade, local (cidade e Estado) e data de emissão,
assinatura do emissor, código numérico de validação, número do
formulário RENACH e zona de leitura mecânica (MRZ). Será impresso o
ícone "P" quando se tratar de “Permissão Para Dirigir” ou ícone "D"
quando se tratar de “CNH Definitiva”;
 campo de observações: dentro deste campo deverão constar as
restrições médicas e a informação sobre o exercício de atividade
remunerada, em formatos padronizados e abreviados conforme
estabelecido pelo CONTRAN.

Nova CNH

Os dados variáveis constantes da CNH serão identificados por numeração específica,


acrescidos pela fotografia do condutor, por 2 (dois) números de identificação nacional e
por 1 (um) número de identificação estadual.

A CNH possui (em seu verso) Código de Referência Rápida (Quick Response Code -
QR Code) gerado a partir de algoritmo específico do órgão máximo executivo de trânsito

38
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

da União e fornecido pelo sistema central do Registro Nacional de Carteiras de


Habilitação (RENACH), de modo a permitir a validação do documento (que será feita
por aplicativo específico disponibilizado pelo órgão máximo executivo de trânsito da
União).

Verso da CNH

O QR Code da CNH armazena todas as informações contidas nos dados variáveis do


respectivo documento, inclusive a fotografia, com exceção da assinatura do condutor.

O documento de habilitação conterá as condições de cada condutor, terá fé pública e


equivalerá ao documento de identidade em todo o território nacional, quando
apresentado no original.. O documento de habilitação não pode ser plastificado (pôr
plástico colante).

É obrigatório o porte da PPD, CNH ou ACC (originais) quando o condutor estiver na


direção do veículo. O porte do documento de habilitação será dispensado quando, no
momento da fiscalização, for possível ter acesso ao sistema informatizado para verificar
se o condutor está habilitado.

Os condutores de ciclomotores deverão portar documento de habilitação


correspondente ao veículo, que poderá ser a “ACC” ou a CNH categoria “A”.

Atenção!
Para saber sobre habilitação para condução de bicicleta elétrica e equipamento de
mobilidade individual autopropelido acesse nosso Material de Apoio.

Para adquirir uma nova habilitação nos casos de adição, mudança de categoria ou
renovação, o condutor deverá devolver sua CNH, caso essa ainda não esteja vencida,
para que o órgão de trânsito possa inutilizá-la.

A cada condutor corresponderá um único registro no RENACH, agregando-se nesse


todas as informações.

39
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A identificação da Permissão para Dirigir ou Carteira Nacional de Habilitação expedida


e a identificação da autoridade expedidora também serão registradas no RENACH.

A renovação da validade da Carteira Nacional de Habilitação ou a emissão de uma nova


via somente será realizada após quitação de débitos constantes do prontuário do
condutor.

A expedição do documento de habilitação se dará quando:

I - da obtenção da PPD, somente para as categorias "A", "B" ou "A" e "B", com validade
de 1 (um) ano;

II - da substituição da PPD pela CNH definitiva, ao término do prazo de validade de 1


(um) ano da PPD;

III - da adição de categoria;

IV - da solicitação de emissão de segunda via da versão física da CNH;

V - houver a reabilitação do condutor;

VI - da alteração de algum dos dados impressos na CNH; ou

VII - da substituição do documento de habilitação estrangeira.

As imagens coletadas para utilização na CNH compõem o Banco de Imagens do


RENACH. As imagens da fotografia, da captura biométrica decadactilar e da assinatura
para registro do condutor e personalização da CNH serão coletadas pelos órgãos ou
entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, podendo estes, para
tanto, contratar entidades previamente credenciadas pelo órgão máximo executivo de
trânsito da União. As imagens utilizadas para a personalização da CNH, em meio físico
e/ou digital, serão aquelas constantes na Base Central do RENACH, inseridas pelos
órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal.

4.1.3. Números de Identificação Nacional e Estadual contidos na CNH


Como exposto anteriormente, a CNH deverá conter 2 (dois) números de identificação
nacional e 1 (um) número de identificação estadual, quais sejam:

I - Número do Registro Nacional: número de identificação nacional gerado pelo sistema


informatizado da Base Índice Nacional de Condutores (BINCO), composto de 9 (nove)
caracteres mais 2 (dois) dígitos verificadores de segurança, sendo único para cada
condutor e o acompanhará durante toda a sua existência como condutor, não sendo
permitida sua reutilização para outro condutor;

II - Número do Espelho da CNH: número de identificação nacional formado por 9 (nove)


caracteres mais 1 (um) dígito verificador de segurança, autorizado e controlado pelo

40
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

órgão máximo executivo de trânsito da União e identificará cada espelho de CNH


expedida; e

III - Número do Formulário RENACH: número de identificação estadual referente ao


documento de coleta de dados do candidato/condutor gerado a cada serviço, composto,
obrigatoriamente, por 11 (onze) caracteres, sendo as duas primeiras posições formadas
pela sigla da Unidade Federativa expedidora, facultada a utilização da última posição
como dígito verificador de segurança.

Observações:
 A Base Índice Nacional de Condutores (BINCO) manterá um arquivo de dados onde
será armazenada toda e qualquer restrição ao direito de dirigir e de obtenção da ACC
e da CNH. As informações serão atualizadas pelos órgãos ou pela entidade executivo
de trânsito dos Estados e do Distrito Federal.

 O condutor que for penalizado com a suspensão ou a cassação do direito de dirigir


terá o seu Registro Nacional bloqueado pelo mesmo prazo da penalidade aplicada –
isso impedirá o exercício de direitos que violem referidas penalidades.

 O Registro Nacional do condutor que teve cassado o seu direito de dirigir será
desbloqueado e mantido quando da sua reabilitação.

 Também será registrada na BINCO a suspensão do direito de dirigir ou proibição de


se obter habilitação, determinada pelo poder judiciário.

 O Formulário RENACH, em meio digital ou físico, que dá origem às informações na


BINCO e autorização para a emissão da CNH deve ser arquivado em segurança no
órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.

4.1.4. CNH em meio eletrônico (CNHe ou CNH Digital)


A CNH expedida em meio eletrônico é denominada Carteira Nacional de Habilitação
Eletrônica (CNHe) ou CNH Digital.

A CNHe será expedida, armazenada e disponibilizada ao condutor pelo órgão máximo


executivo de trânsito da União e possui o mesmo valor jurídico do documento impresso.

Para emissão da CNHe será necessária a instalação de um aplicativo específico


denominado “Carteira Digital de Trânsito”. Referido aplicativo exigirá a leitura do QR
Code impresso no verso da CNH expedida em meio físico (para conferência junto à
base de dados do órgão máximo executivo de trânsito da União) e, em seguida, a
validação facial do condutor.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

O aplicativo “Carteira Digital de Trânsito” gerará um QR Code específico para a CNHe


(distinto do QR Code impresso na CNH física) que poderá ser lido por qualquer pessoa
(por meio do aplicativo móvel oficial) sem a necessidade de acesso à internet.

A CNHe poderá ser exportada, sendo seus dados autenticados por meio da assinatura
digital do órgão ou entidade executivo de trânsito do estado ou do Distrito Federal
emissor do documento.

A CNHe será expedida em modelo único, excetuando-se as especificações que sejam


exclusivas para o documento impresso.

CNH digital

4.1.5. Habilitação para condutores com deficiência física


O exame de aptidão física e mental (Exame Médico) do candidato portador de
deficiência física será realizado por uma Junta Médica Especial designada pelo Diretor
do órgão ou da entidade executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal.

O exame de direção veicular será considerado “prova especializada” e deverá ser


avaliado por uma comissão especial, integrada por, no mínimo, 1 (um) examinador de
trânsito, 1 (um) médico perito examinador e 1 (um) membro indicado pelo Conselho
Estadual de Trânsito (CETRAN) ou Conselho de Trânsito do Distrito Federal
(CONTRANDIFE).

O veículo destinado à instrução e ao exame de candidato portador de deficiência física


deverá estar perfeitamente adaptado segundo a indicação da Junta Médica
Examinadora podendo ser feito, inclusive, em veículo disponibilizado pelo candidato
(que, no exame de direção, deverá ser identificado com os dizeres “aprendiz em
exame”).

42
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Acessibilidade

Observação: Em se tratando de condutor (habilitado) que, por qualquer motivo, venha


a adquirir algum tipo de deficiência física para a condução de veículo automotor, o
mesmo deverá apresentar-se ao órgão ou à entidade executivo de trânsito dos Estados
ou do Distrito Federal para submeter-se aos exames necessários.

4.1.6. Habilitação para os militares


Os militares das Forças Armadas e os policiais e bombeiros dos órgãos de segurança
pública da União, dos Estados e do Distrito Federal que possuírem curso de formação
de condutor ministrado em suas corporações serão dispensados, para a concessão do
documento de habilitação, dos exames aos quais se houverem submetido com
aprovação naquele curso, desde que neles sejam observadas as normas estabelecidas
pelo CONTRAN.

Brasão

43
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

4.1.7. Renovação da habilitação

Exame de aptidão física e mental

A validade da Carteira Nacional de Habilitação está condicionada ao prazo de vigência


do exame de aptidão física e mental. Portanto, quando se fala em renovar a Carteira de
Habilitação, na verdade trata-se da renovação do exame de aptidão física e mental, que,
como vimos, deverá ser feita:

 a cada 10 (dez) anos, para condutores com idade inferior a 50 (cinquenta) anos;
 a cada 5 (cinco) anos, para condutores com idade igual ou superior a 50
(cinquenta) anos e inferior a 70 (setenta) anos; e
 a cada 3 (três) anos, para condutores com idade igual ou superior a 70 (setenta)
anos.
Os órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal
enviarão por meio eletrônico, com 30 (trinta) dias de antecedência, aviso de vencimento
da validade da Carteira Nacional de Habilitação a todos os condutores cadastrados no
RENACH com endereço na respectiva unidade da Federação.

O condutor que exerce atividade remunerada de transporte de pessoas ou bens, além


do exame de aptidão física e mental, deverá também ser submetido à avaliação
psicológica para renovação da Carteira de Habilitação.

O condutor que estiver com o Exame Médico vencido há mais de 5 (cinco) anos também
deverá ser submetido a um curso de atualização para renovação de sua habilitação.

Depois de vencida a habilitação (“ACC”, PPD ou CNH) o condutor terá um prazo de


tolerância de 30 (trinta) dias para conduzir seu veículo – com sua habilitação vencida.

O condutor que não frequentou curso de direção defensiva e primeiros socorros quando
tirou sua habilitação deverá frequentar os referidos cursos (carga horária de 15 (quinze)
horas/aula: 10 (dez) horas/aula de Direção Defensiva e 5 (cinco) horas/aula de Noções
de Primeiros Socorros) quando for renovar sua habilitação.

44
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

O condutor habilitado na categoria “C”, “D” ou “E” será submetido a avaliação dos
distúrbios do sono quando renovar a habilitação. A avaliação dos distúrbios do sono
também será feita nos casos de adição e mudança para as categorias “C”, “D” e “E”.

Aqueles que pretendem obter ou renovar as categorias “C”, “D” ou “E” deverão
comprovar resultado negativo em “exame toxicológico”. Referido exame tem como
objetivo aferir o consumo de substâncias psicoativas que, comprovadamente,
comprometam a capacidade de direção e deverá ter janela de detecção mínima de 90
(noventa) dias. O resultado de referido exame só deverá ser divulgado para o
interessado. É garantido o direito de contraprova e de recurso administrativo, sem efeito
suspensivo, no caso de resultado positivo para os exames toxicológicos. A validade do
exame toxicológico será de 90 (noventa) dias, contados a partir da data da coleta da
amostra. A não realização do exame toxicológico acarretará, ao condutor, o
impedimento de obter ou de renovar a CNH (até que seja realizado o exame com
resultado negativo), bem como as penalidades previstas para a infração “dirigir veículo
sem realizar o exame toxicológico” (caso ele seja pego dirigindo).

Consumo de substâncias psicoativas

Observações:
a) os condutores das categorias “C”, “D” e “E” com idade inferior a 70 (setenta)
anos deverão ser submetidos a novo exame toxicológico a cada período de 2
(dois) anos e 6 (seis) meses (“toxicológico periódico”), a partir da obtenção ou
renovação da Carteira Nacional de Habilitação, independentemente da validade
do exame de aptidão física e mental (exame médico). O resultado positivo no
“exame toxicológico periódico” ou sua não realização acarretará ao condutor a
suspensão do direito de dirigir pelo período de 3 (três) meses, condicionado o
levantamento da suspensão à inclusão, no RENACH, de resultado negativo em
novo exame, vedada a aplicação de outras penalidades, ainda que acessórias.
A não realização do “exame toxicológico periódico” também acarretará ao

45
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

condutor as penalidades previstas para a infração “dirigir veículo sem realizar o


exame toxicológico”, caso ele seja pego dirigindo.

b) compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União comunicar aos


condutores, por meio do sistema de notificação eletrônica, o vencimento do
prazo para a realização do exame toxicológico com 30 (trinta) dias de
antecedência, bem como as penalidades decorrentes da sua não realização.

c) dirigir veículo sem realizar o exame toxicológico constitui infração gravíssima


cuja penalidade será multa (cinco vezes) e, em caso de reincidência no período
de até 12 (doze) meses, multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir. No
caso do “exame toxicológico periódico”, a infração será configurada quando o
condutor dirigir veículo após o trigésimo dia do vencimento do prazo estabelecido
para sua realização.

d) dirigir veículo tendo obtido resultado positivo no exame toxicológico para a


obtenção ou renovação da CNH de categoria “C”, “D” ou “E” constitui infração
gravíssima cuja penalidade será multa (cinco vezes) e, em caso de reincidência
no período de até 12 (doze) meses, multa (dez vezes) e suspensão do direito de
dirigir.

4.1.8. Permissão Internacional para Dirigir – PID

Permissão Internacional para Dirigir

Caso queira, o condutor que possui CNH ou PPD (válidas) poderá adquirir a Permissão
Internacional para Dirigir, que poderá ser emitida no Brasil.

A PID será emitida em formato de livreto (com fundo da capa na cor cinza e páginas
internas na cor branca) e terá 2 (dois) números de identificação nacional, quais sejam:

 Número de Registro Nacional – gerado pelo sistema informatizado da BINCO,


corresponde ao mesmo número de registro no sistema RENACH, o qual consta
na CNH do condutor.

46
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 Número da PID – número autorizado e controlado pelo órgão máximo executivo


de trânsito da União, o qual identificará cada documento emitido.

Não será emitida a PID: para portadores da ACC, condutores com CNH suspensa ou
cassada, condutores condenados por crimes de trânsito e por determinação judicial.

A PID emitida no Brasil é válida nos territórios das Partes Contratantes da Convenção
sobre Trânsito Viário, celebrada em Viena (“Convenção de Viena” – de 1968), desde
que seja apresentada junto com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) válida.

Países convenção de Viena

Para adquirir a PID não é necessário fazer exames. A PID não é válida para conduzir
veículo no território nacional e não equivale a documento de identidade.

O prazo de validade da PID será de, no máximo, 3 (três) anos da data de sua emissão
ou até a data de expiração da validade da CNH, o que ocorrer primeiro, observado o
limite máximo de 3 (três) anos.

Sempre que o condutor cometer infração(ões) que resulte(m) na penalidade de


suspensão ou cassação do direito de dirigir terá o recolhimento e a apreensão tanto da
habilitação nacional (CNH) quanto da Permissão Internacional (PID) pelo órgão ou pela
entidade de trânsito dos Estados ou Distrito Federal.

A Permissão Internacional para Dirigir será expedida pelo órgão máximo executivo de
trânsito da União (SENATRAN), o que poderá ser feito diretamente e mediante
delegação aos órgãos executivos dos Estados e do Distrito Federal ou à entidade
habilitada (pelo SENATRAN) para esse fim. A emissão da Permissão Internacional para
Dirigir deverá ser feita conforme modelo estabelecido pela Convenção de Viena (em
1968).

4.1.9. Estrangeiros
Estrangeiro não habilitado
O estrangeiro não habilitado, com estada regular no Brasil, pretendendo habilitar-se
para conduzir veículo automotor em Território Nacional, deverá satisfazer todas as
exigências previstas para os brasileiros que pretendem habilitar-se no Brasil.

47
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Globo terrestre

Estrangeiro habilitado
O condutor de veículo automotor, oriundo de país estrangeiro e nele habilitado, desde
que penalmente imputável no Brasil, poderá dirigir no Território Nacional portando
Permissão Internacional para Dirigir (PID) ou documento de habilitação estrangeira
(dentro do prazo de validade), acompanhados de documento de identificação, quando
o país de origem do condutor for signatário de Acordos ou Convenções Internacionais,
ratificados pelo Brasil, respeitada a validade da habilitação de origem e o prazo máximo
de 180 (cento e oitenta) dias da sua estada regular em nosso país.

Após esse período (180 dias) de estada regular no Brasil o estrangeiro, se pretender
continuar conduzindo veículo automotor em nosso país, deverá ser submetido aos
exames de aptidão física e mental e avaliação psicológica, respeitada a sua categoria,
com vistas à obtenção da Carteira Nacional de Habilitação.
Na hipótese de mudança de categoria, o estrangeiro deverá ser submetido a todos os
requisitos exigidos aos brasileiros que também pretendem mudar de categoria.

Observações:
 Pelo princípio da reciprocidade, os brasileiros serão tratados da mesma maneira
quando pretenderem conduzir veículos automotores no exterior.
 Os diplomatas e cônsules de carreira e pessoas a eles equiparadas poderão utilizar
sua carteira nacional de habilitação do país de origem e não se sujeitam aos
requisitos anteriores.
 O condutor de veículo automotor natural de país estrangeiro e nele habilitado, em
estada regular, desde que penalmente imputável no Brasil, que possui habilitação
não reconhecida pelo governo brasileiro, poderá dirigir em Território Nacional
mediante a troca de sua habilitação de origem pela habilitação equivalente nacional,
junto ao órgão ou à entidade executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal
mediante a aprovação nos exames de aptidão física e mental, avaliação psicológica
e de direção veicular.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

4.1.10. Brasileiro que se habilitou no exterior


O brasileiro habilitado no exterior poderá conduzir veículo automotor em território
brasileiro, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, respeitada a validade da
habilitação de origem, desde que seja penalmente imputável (no Brasil), porte a carteira
de habilitação estrangeira dentro do prazo de validade (acompanhada de sua tradução
juramentada) e porte documento de identificação.

Para ter esse direito, o brasileiro deverá comprovar que matinha residência normal no
exterior por um período não inferior a 6 (seis) meses quando do momento da expedição
da habilitação.

Bandeira brasileira

4.2. O veículo
Visando a preservação da segurança pública o Código de Trânsito Brasileiro estabelece
diversas normas que regulamentam a utilização de um veículo automotor pelas vias
públicas nacionais (desde sua fabricação), além de determinar toda documentação
necessária para a sua condução. Vejamos:

4.2.1. Classificação dos veículos


Os veículos são classificados quanto à tração, espécie e categoria.

TRAÇÃO

Quando se fala em tração significa a força que será utilizada para fazer o veículo
movimentar-se.

Quanto à tração os veículos podem ser:

 Automotor (movido por um motor);

 Tração animal (movido por um animal);

 Propulsão humana (movido pelo homem);

 Reboque ou semirreboque.

49
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Tração: elétrico

ESPÉCIE

Quando se fala em espécie significa a natureza do veículo, ou seja, para que o veículo
será utilizado.

Quanto à espécie os veículos podem ser:


• De passageiros – veículo destinado ao transporte de pessoas e de suas bagagens.
São eles: bicicleta, ciclomotor, motoneta, motocicleta, triciclo, quadriciclo, automóvel,
micro-ônibus, ônibus, bonde, reboque ou semirreboque e charrete.

Espécie: de passageiros

• De carga – veículo destinado ao transporte de carga, podendo transportar 2 (dois)


passageiros, exclusive o condutor. São eles: motoneta, motocicleta, triciclo, quadriciclo,
caminhonete, caminhão, reboque ou semirreboque, carroça e carro de mão.
• Misto – veículo automotor destinado ao transporte simultâneo de carga e passageiro.
São eles: camioneta, utilitário e outros.
• De tração – veículo destinado a tracionar ou arrastar outro veículo e/ou equipamentos.
São eles: caminhão-trator, trator de rodas, trator de esteiras e trator misto.

50
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Espécie: de tração

• Especial – veículo de passageiro, de carga, de tração, de coleção ou misto que possui


características diferenciadas para realização de função especial para a qual são
necessários arranjos específicos da carroceria e/ou equipamento. São eles: motocicleta,
triciclo, automóvel, micro-ônibus, ônibus, reboque ou semirreboque, camioneta,
caminhonete, caminhão, caminhão-trator, utilitário e motor-casa.
• De competição – veículo utilizado em corridas e outras competições do gênero. São
eles: veículos utilizados nas corridas de fórmula 1, motocross, rali e outras.

Atenção!
Para saber mais sobre competições realizadas em vias públicas acesse, no Material de
Apoio, o item “Competições em Vias Públicas”.

Espécie: de competição

• De coleção – veículo fabricado há mais de 30 (trinta) anos, original ou modificado, que


possui valor histórico próprio.

CATEGORIA

Quando se fala em categoria significa a destinação do veículo, que determinará o seu


emplacamento.

51
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Quanto à categoria os veículos podem ser:


• De aprendizagem – veículo destinado à aprendizagem de direção veicular.

Categoria: aprendizagem

• De representação diplomática, de repartições consulares de carreira ou


organismos internacionais acreditados junto ao Governo Brasileiro – são os
veículos das embaixadas e dos consulados.

• Particular – veículo de uso particular.


• De aluguel – veículo destinado ao transporte remunerado de pessoas ou coisas.
• Oficial – veículo relativo a autoridades ou pessoas pertencentes ao alto funcionalismo
público.

4.2.2. Identificação do veículo


A identificação do veículo automotor será feita por meio:
a) de caracteres gravados no chassi ou monobloco;
b) do número sequencial de produção (VIS);
c) do Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos – SINIAV;
d) das placas (externamente).

4.2.2.1. Caracteres gravados no chassi ou monobloco


Todo veículo automotor será identificado, obrigatoriamente, por caracteres gravados no
chassi ou no monobloco – que será feito por meio de um número denominado: Número
de Identificação Veicular (VIN – Vehicle Identification Number).

A gravação do VIN será realizada pelo fabricante ou montador, de modo a identificar o


veículo, seu fabricante e suas características, além do ano de fabricação, que não
poderá ser alterado.

52
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

As regravações do VIN, quando necessárias, dependerão de prévia autorização da


autoridade executiva de trânsito e somente serão processadas por estabelecimento por
ela credenciado, mediante a comprovação de propriedade do veículo, mantida a mesma
identificação anterior, inclusive o ano de fabricação.

Número de identificação veicular – VIN

Observações:
 Nos reboques e semirreboques as gravações do Número de Identificação
Veicular (VIN) serão feitas, no mínimo, em 2 (dois) pontos do chassi.
 Os tratores, veículos protótipos de competições esportivas e viaturas militares
das forças armadas são dispensados de Número de Identificação Veicular (VIN).
 A identificação dos tratores dar-se-á por meio da gravação do Número de
Identificação do Produto (PIN) a ser gravado no chassi ou na estrutura de
operação que o compõe. Além do PIN, o trator será identificado por gravação
em etiqueta ou plaqueta nele fixada.

4.2.2.2. Número sequencial de produção (VIS)


Além do VIN, os veículos serão identificados pelo Número Sequencial de Produção
(VIS), de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas),
nos seguintes compartimentos e componentes:

- coluna da porta dianteira lateral direita (gravação feita em chapa ou plaqueta colada,
soldada ou rebitada);
- compartimento do motor (gravação feita em chapa ou plaqueta colada, soldada ou
rebitada);
- para-brisa e vidro traseiro;
- 2 (dois) vidros de cada lado do veículo.

53
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Número sequencial de produção – VIS

4.2.2.3. Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos – SINIAV


O SINIAV é um sistema de identificação automática de veículos que tem por base a
tecnologia de identificação por radiofrequência.

Este sistema é composto por:


 dispositivo de identificação eletrônico denominado “placa eletrônica”, instalado no
veículo;
 subsistemas de leitura de placas eletrônicas – SLP;
 equipamentos configuradores SINIAV – ECS;
 centrais de processamento;
 sistemas informatizados.

Todo veículo automotor, elétrico, reboque e semirreboque, para ser licenciado e transitar
pelas vias terrestres abertas à circulação, deverá, obrigatoriamente, estar equipado com
a placa eletrônica (do SINIAV) – que será individualizada e terá um número de série
único e inalterável para cada veículo.

Observações:
a) os veículos de uso bélico não estão sujeitos ao SINIAV, não sendo obrigados,
portanto, a serem equipados com placa eletrônica;
b) compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União especificar os requisitos
técnicos dos elementos do SINIAV, bem como os regulamentos às aplicações
derivadas do uso da placa eletrônica nos veículos.

4.2.2.4. Placas
Após o registro no respectivo Órgão ou Entidade Executivo de Trânsito do Estado ou do
Distrito Federal (DETRAN), cada veículo será identificado, externamente, por Placa de
Identificação Veicular (PIV) dianteira e traseira, padrão MERCOSUL.

Todas as PIV deverão possuir código de barras bidimensionais dinâmico (Quick


Response Code - QR Code) contendo números de série e acesso às informações do
banco de dados do fabricante, com a finalidade de controlar a produção, logística,

54
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

estampagem e instalação das PIV nos respectivos veículos, além da verificação da sua
autenticidade.

O órgão máximo executivo de trânsito da União disponibilizará aplicativo aos órgãos e


entidades do Sistema Nacional de Trânsito (SNT) para leitura do QR Code.

O Código de Trânsito Brasileiro determina que a “placa traseira” deve ser lacrada (“lacre
de segurança”) na estrutura do veículo. Entretanto, o QR Code contido na “PIV padrão
MERCOSUL” constitui o “lacre eletrônico da placa” e substituirá o “lacre de segurança”.

As “PIV padrão MERCOSUL” serão obrigatórias nos casos de “primeiro emplacamento”.

Os veículos em circulação que utilizem a Placa Nacional Única – PNU (“placa antiga”)
poderão circular até o seu sucateamento sem necessidade de substituição pela “PIV
padrão MERCOSUL”. Entretanto, por opção voluntária de seus respectivos
proprietários, a PNU (“placa antiga”) poderá ser substituída pela PIV (MERCOSUL).

Há situações nas quais a PNU (“placa antiga”) deverá ser substituída pela PIV
(MERCOSUL), quais sejam:

 substituição de qualquer das placas em decorrência de mudança de categoria


do veículo bem como em decorrência de furto, extravio, roubo ou dano da placa
ou qualquer dos seus elementos;
 mudança de município ou de Unidade da Federação; ou
 quando for necessário a instalação da segunda placa traseira.
As PIV padrão MERCOSUL:
I - serão revestida, em seu anverso, de película retrorrefletiva, na cor branca com uma
faixa na cor azul na margem superior, contendo ao lado esquerdo o logotipo do
MERCOSUL, ao lado direito a Bandeira do Brasil e ao centro o nome BRASIL;
II – deverão ser afixadas no habitáculo original do veículo em primeiro plano, na
extremidade traseira e dianteira, em posição vertical, sem qualquer tipo de obstrução à
sua visibilidade e legibilidade;

III - conterão 7 (sete) caracteres alfanuméricos (quatro letras e três números), em alto
relevo, com combinação aleatória, distribuída e controlada pelo órgão máximo
executivo de trânsito da União.

Placa para motocicletas, motonetas, triciclos, ciclomotores, quadriciclos e cicloelétricos

55
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Placa demais veículos

Os “suportes” específicos para a fixação das placas, quando utilizados, não poderão
encobrir nada além da borda da placa e nem possuir elementos refletivos ou luminosos.
As dimensões das PIV poderão ser reduzidas em até 15% (quinze por cento) quando a
placa não couber no receptáculo do veículo.
A cor dos caracteres alfanuméricos da PIV será determinada de acordo com o “uso dos
veículos”, vejamos:

Veículo Particular

Particular - Cor dos Caracteres: Preta

Veículo Comercial

Comercial (Aluguel e Aprendizagem) – Cor dos Caracteres: Vermelha

Veículo Oficial e Representação

Oficial e Representação – Cor dos Caracteres: Azul

Veículo Diplomático/Consular

Diplomático/Consular (Missão Diplomática, Corpo Consular, Corpo Diplomático,


Organismo Consular e/ou Internacional e Acordo Cooperação Internacional) –
Cor dos Caracteres: Dourada

56
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Veículos Especiais

Especiais (Experiência / Fabricantes de veículos, peças e implementos) – Cor


dos Caracteres: Verde

Veículo Coleção

Coleção (uso no âmbito do MERCOSUL) – Cor dos Caracteres: Cinza Prata

Observações:
a) Os caracteres das placas serão individualizados para cada veículo e o
acompanharão até a baixa do registro, sendo vedado seu reaproveitamento.
b) As placas com as cores verde e amarela, da Bandeira Nacional, serão usadas
somente pelos veículos de representação Pessoal do Presidente e do Vice-
Presidente da República, dos Presidentes do Senado Federal e da Câmara dos
Deputados, do Presidente e dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos
Ministros de Estado, do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da
República.
c) Os veículos de representação dos Presidentes dos Tribunais Federais, dos
Governadores, Prefeitos, Secretários Estaduais e Municipais, dos Presidentes
das Assembleias Legislativas, das Câmaras Municipais, dos Presidentes dos
Tribunais Estaduais e do Distrito Federal, e do respectivo chefe do Ministério
Público e, ainda, dos Oficiais Generais das Forças Armadas terão placas
especiais (placa em bronze, fundo preto e letras douradas em alto relevo).

Placa – veículos de representação

d) Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria de


qualquer natureza ou a executar trabalhos de construção ou de pavimentação
são sujeitos ao registro na repartição competente, se transitarem em via pública,
dispensados o licenciamento e o emplacamento.

57
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

e) Excepcionalmente, mediante autorização específica e fundamentada das


respectivas corregedorias e com a devida comunicação aos órgãos de trânsito
competentes, os veículos utilizados por membros do Poder Judiciário e do
Ministério Público que exerçam competência ou atribuição criminal poderão
temporariamente ter placas especiais, de forma a impedir a identificação de seus
usuários específicos, na forma de regulamento a ser emitido, conjuntamente,
pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ, pelo Conselho Nacional do Ministério
Público - CNMP e pelo Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN.
f) Os reboques, semirreboques, motocicletas, motonetas, ciclomotores,
cicloelétricos, triciclos, quadriciclos e guindastes serão identificados apenas
pela PIV traseira.
g) Os veículos de coleção classificados como originais podem ser identificados
com placa específica (fundo preto e caracteres brancos) para uso restrito ao
território nacional.

Veículos de coleção classificados como originais, de uso restrito ao território nacional

h) Os veículos de propriedade da União, dos Estados e do Distrito Federal,


devidamente registrados e licenciados, ou aqueles sob posse dos órgãos de
segurança pública, somente quando estritamente usados em serviço reservado
de caráter policial, poderão usar placas particulares, obedecidos os critérios e
limites estabelecidos pela legislação que regula o uso de veículo oficial. As
placas particulares serão concedidas mediante solicitação aos órgãos
executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal e serão vinculadas ao
órgão de segurança pública solicitante.
i) É obrigatório o uso de segunda PIV traseira, em local visível, nos veículos
equipados com engates para reboques ou carroceria intercambiável e nos
veículos que estiverem transportando eventualmente carga que cobrir, total ou
parcialmente, a PIV traseira.
j) Os veículos de uso bélico são dispensados de placas de identificação veicular.
k) Os veículos automotores de transporte de carga, reboques e semirreboques com
Peso Bruto Total (PBT) acima de 4.536 kg (quatro mil, quinhentos e trinta e seis
quilogramas) assim como os demais veículos automotores poderão (facultativo)
utilizar o “Sistema Auxiliar de Identificação Veicular”. Referida identificação
consiste na utilização de “películas refletivas”, homologadas pelo órgão máximo
executivo de trânsito da União, de fundo amarelo e caracteres pretos, fixadas na
parte traseira dos veículos, uma delas contendo o mesmo conjunto alfanumérico
da placa de identificação do veículo e a outra o mesmo município do seu
emplacamento, conforme ilustração. A utilização do “Sistema Auxiliar de
Identificação Veicular” com caracteres alfanuméricos diferentes da placa de

58
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

registro constitui infração grave que acarretará multa e retenção do veículo (para
a regularização).

Veículo de transporte de cargas

4.2.3. Segurança dos veículos


O veículo só poderá transitar pela via quando atendidos os requisitos e as condições de
segurança estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro e em normas do CONTRAN.

Observação: o CONTRAN poderá autorizar, em caráter experimental e por período


prefixado, a circulação de veículos ou combinação de veículos que não atendam aos
requisitos ou às condições de segurança estabelecidas no CTB ou em suas normas.

Os fabricantes, os importadores, os montadores e os encarroçadores de veículos, após


a realização de testes (que comprovem o atendimento aos requisitos de segurança
veicular) e aprovação por entidade de metrologia legal (INMETRO), deverão emitir
Certificado de Segurança Veicular – CSV.

Inmetro

No caso de fabricação artesanal, modificação de veículo ou, ainda, quando ocorrer


substituição de equipamento de segurança especificado pelo fabricante, também será
exigido, para licenciamento e registro, Certificado de Segurança Veicular.

Observação: quando se tratar de “blindagem de veículo”, não será exigido qualquer


outro documento ou autorização para o registro ou o licenciamento.

Nenhum veículo poderá transitar com equipamento ou acessório proibido.

59
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Os fabricantes, os importadores, os montadores, os encarroçadores de veículos e os


revendedores devem comercializar os seus veículos com os equipamentos
obrigatórios.

Os fabricantes, os importadores, as montadoras e as encarroçadoras de veículos, ao


comercializarem veículos automotores de qualquer categoria e ciclos, também são
obrigados a fornecer, no ato da comercialização do respectivo veículo, “manual”
contendo normas de circulação, infrações, penalidades, direção defensiva, primeiros
socorros e os anexos do Código de Trânsito Brasileiro. O “manual” poderá ser fornecido
em versão eletrônica, impressa ou disponibilizado no sítio eletrônico do fabricante, do
importador, da montadora ou da encarroçadora do veículo.

Além de cumprir as exigências estabelecidas no Código de Trânsito Brasileiro, os


veículos de aluguel, destinados ao transporte individual (táxi) ou coletivo de
passageiros, também deverão satisfazer às condições técnicas e aos requisitos de
segurança, higiene e conforto, estabelecidos pelo poder competente (municipal) para
autorizar a exploração dessa atividade.

Onde não houver linha regular de ônibus, a autoridade com circunscrição sobre a via
poderá autorizar, a título precário, o transporte de passageiros em veículo de carga ou
misto, desde que obedecidas as condições de segurança.

A autorização não poderá exceder a 12 (doze) meses, prazo, a partir do qual, a


autoridade pública responsável deverá implantar o serviço regular de transporte coletivo
de passageiros.

Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem prévia autorização da autoridade


competente, fazer ou ordenar que sejam feitas no veículo modificações de suas
características de fábrica.

Os veículos e motores novos ou usados que sofrerem alterações ou conversões são


obrigados a atender aos mesmos limites e exigências de emissão de poluentes e ruído
previstos pelos órgãos ambientais competentes e pelo CONTRAN, cabendo à entidade
executora das modificações e ao proprietário do veículo a responsabilidade pelo
cumprimento das exigências.

O veículo que tiver alterada qualquer de suas características para competição ou


finalidade análoga só poderá circular nas vias públicas com licença especial da
autoridade de trânsito, em itinerário e horário fixados.

É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:

o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veículos em movimento, salvo


nos que possuam espelhos retrovisores em ambos os lados;

60
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas,


quando comprometer a segurança do veículo.

A transmitância luminosa das áreas envidraçadas:

- não poderá ser inferior a 70% para os vidros dos para-brisas e das demais áreas
envidraçadas indispensáveis à dirigibilidade do veículo; e

- poderá ser inferior a 70% para os vidros que não interferem nas áreas envidraçadas
indispensáveis à dirigibilidade do veículo dotado de espelhos retrovisores externos em
ambos os lados.

Índices de transmitância luminosa

É proibido o uso de inscrição de caráter publicitário ou qualquer outra que possa desviar
a atenção dos condutores em toda a extensão do para-brisa e da traseira dos veículos,
salvo se não colocar em risco a segurança do trânsito.

Os importadores, as montadoras, as encarroçadoras e os fabricantes de veículos e


autopeças são responsáveis civil e criminalmente por danos causados aos usuários, a
terceiros e ao meio ambiente, decorrentes de falhas oriundas de projetos e da qualidade
dos materiais e equipamentos utilizados na sua fabricação.

4.2.4. Cadastro dos veículos – RENAVAM


Antes de o veículo ser comercializado (vendido) é necessário que ele seja cadastrado.

Portanto, assim que um veículo é fabricado (ou montado), as informações sobre o


número de seu chassi, o monobloco, os seus agregados, as suas características
originais e o número do seu Certificado de Segurança Veicular (CSV) devem ser
prestadas ao RENAVAM (Registro Nacional de Veículos Automotores) para fins de
cadastramento (é como se fosse uma certidão de nascimento).

61
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Fabricação de veículos

Quem deverá prestar referidas informações ao RENAVAM, para fins de


cadastramento?

Depende!
Se for um veículo nacional, as informações deverão ser prestadas pelo seu fabricante
ou montadora.
Se for um veículo importado por pessoa jurídica (empresa), as informações deverão
ser prestadas pela própria importadora.
Se for um veículo importado por pessoa física, as informações deverão ser prestadas
pelo órgão alfandegário/aduaneiro (localizado em posto marítimo, aeroporto ou fronteira
do Brasil com os países).
Assim que a fábrica ou montadora (veículo nacional) fizer o cadastro das informações
do veículo junto ao RENAVAM, ela poderá comercializá-lo (vendê-lo).
Vendido o veículo, o seu comprador (pessoa física ou jurídica) deverá registrá-lo e
licenciá-lo, para assim, poder transitar pelas vias públicas.

4.2.5. Registro do veículo


Todo veículo automotor, articulado, reboque ou semirreboque (inclusive o veículo de
fabricação artesanal) deve ser registrado perante o órgão executivo de trânsito do
Estado ou do Distrito Federal, no Município de domicílio ou residência de seu
proprietário, na forma da lei.

62
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Órgão executivo de trânsito

Portanto, ao comprar um veículo novo (zero km), o proprietário deverá registrá-lo


perante o órgão executivo de trânsito (DETRAN) do Estado ou Distrito Federal – o que
ele fará em seu próprio município de domicílio ou residência.
Observações:

a) os veículos de uso bélico não estão sujeitos a registro;

Veículo bélico

b) os aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria de


qualquer natureza ou a executar trabalhos de construção ou de
pavimentação são sujeitos ao registro na repartição competente, se
transitarem em via pública, dispensados o licenciamento e o emplacamento.
O registro só será exigível para os aparelhos e máquinas produzidos a partir
do dia 01/01/2016;

c) os tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar


maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas, desde que facultados
a transitar em via pública, são sujeitos ao registro único, sem ônus, em
cadastro específico do Ministério da Agricultura e Pecuária, acessível aos
componentes do Sistema Nacional de Trânsito. O registro só será exigível
para os aparelhos e máquinas produzidos a partir do dia 01/01/2016.

63
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Para registrar o veículo (junto ao Detran) seu proprietário deverá apresentar a nota fiscal
– que será fornecida pelo fabricante ou revendedor.

Assim que o veículo for registrado, junto ao DETRAN, será expedido um documento
denominado Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo – CRLV-e, em meio
físico e/ou digital, à escolha do proprietário, de acordo com os modelos e com as
especificações estabelecidos pelo CONTRAN, com as características e as condições
de invulnerabilidade à falsificação e à adulteração.

Caso o proprietário faça a opção pela expedição do documento em meio físico, o CRLV-
e será impresso em papel A4 comum branco.

O CRLV-e conterá, vinculados em um único documento, o Certificado de Registro de


Veículo (CRV) e o Certificado de Licenciamento Anual (CLA).

CRV + CLA = CRLV-e

Além de ser expedido ao “registrar o veículo” (como exposto anteriormente) o CRLV-e


também será expedido:

 no licenciamento anual do veículo;


 na transferência de propriedade;
 na mudança de Município de domicílio ou de Município de residência do
proprietário;
 na alteração de qualquer característica do veículo;
 na mudança de categoria;
 no caso de segunda via do CRV e CRLV impressos;
 no caso de remarcação de chassi;
 nos casos previstos em regulamentos complementares onde seja necessária a
emissão de um CRV.

Observações:

a) No caso de transferência de propriedade, o prazo para o proprietário adotar as


providências necessárias à efetivação da expedição do CRLV-e é de 30 (trinta)
dias.
b) Nos casos de mudança de Município de domicílio ou de Município de residência
do proprietário, alteração de qualquer característica do veículo, assim como
mudança de sua categoria as providências necessárias à efetivação da
expedição do CRLV-e deverão ser imediatas.
c) No caso de transferência de domicílio ou residência no mesmo Município, o
proprietário comunicará o novo endereço num prazo de 30 (trinta) dias e
aguardará o novo licenciamento para alterar o CRLV-e.

O CRLV-e somente será expedido após a quitação dos débitos relativos a tributos,
encargos e multas de trânsito e ambientais, vinculados ao veículo, bem como o

64
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

pagamento do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos


Automotores de Via Terrestres (Seguro DPVAT). A quitação de referidos débitos será
dispensada no caso de transferência de propriedade de veículo que for resultante de
apreensão ou confisco por decisão judicial, leilão ou doação para órgão da
administração pública (casos em que os débitos existentes deverão ser cobrados do
proprietário anterior).

A existência de restrições administrativas ou judiciais que restrinja a circulação do


veículo impede a expedição do CRLV-e.

O porte do CRLV-e é obrigatório ao conduzir veículos automotores pelas vias públicas.

Para fins de fiscalização, o CRLV-e pode ser apresentado na versão digital (por meio
dos aplicativos oficiais do Governo Federal) ou na versão impressa em papel A4 branco
comum.

O órgão máximo executivo de trânsito da União disponibilizará sistema eletrônico para


validação do CRLV-e, ou sua versão impressa, por meio da leitura do código de barras
bidimensionais dinâmico (Quick Response Code - QRCode) inserido no documento. O
QRCode será gerado a partir de algoritmo específico, de propriedade do órgão máximo
executivo de trânsito da União, composto pelos dados individuais do veículo obtidos por
meio do Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM).

CRLV-e

Observações:
 O proprietário de veículo irrecuperável, veículo definitivamente desmontado, veículo
sinistrado (acidentado) com laudo de perda total (ou com registro de danos de grande
monta) ou veículo vendido (ou leiloado) como sucata deverá requerer baixa do
registro, no prazo de 30 (trinta) dias (após a constatação da condição do veículo por
meio de laudo), sendo vedada a remontagem do veículo sobre o mesmo chassi, de

65
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

forma a manter o registro anterior. Essa obrigação será da companhia seguradora ou


do adquirente do veículo destinado à desmontagem, quando esses sucederem ao
proprietário.
 A existência de débitos fiscais ou de multas de trânsito e ambientais vinculadas ao
veículo não impede a baixa do registro.
 O órgão executivo de trânsito só efetuará a baixa do registro após prévia consulta ao
cadastro do RENAVAM. Efetuada abaixa, deverá ser essa comunicada
imediatamente ao RENAVAM.
 Deixar o responsável (proprietário) de promover a baixa do registro de veículo
irrecuperável ou definitivamente desmontado constitui infração grave sujeita a multa
e recolhimento do documento do veículo.
 Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão executivo de trânsito
competente a ocorrência de perda total do veículo e de devolver-lhe as respectivas
placas e os documentos constitui infração grave sujeita a multa, Recolhimento das
placas e recolhimento do documento do veículo.

4.2.6. Autorização para transferência de propriedade do veículo em meio digital


(ATPV-e)
A Autorização para Transferência de Propriedade do Veículo em meio digital (ATPV-e)
constitui o “comprovante de transferência de propriedade do veículo”.

ATPV-e

A ATPV-e é o documento gerado pelo órgão máximo executivo de trânsito da União no


qual o antigo e o novo proprietário, respectivamente, vendedor e comprador, declaram
estar de acordo com a transferência da propriedade do veículo, nos termos das
informações constantes no documento, responsabilizando-se pela veracidade das
informações ali declaradas.

66
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A ATPV-e conterá os dados identificadores do proprietário do veículo, do veículo e do


comprador, além de código de barras bidimensionais dinâmico (Quick Response Code
- QRCode) gerado pelos sistemas do órgão máximo executivo de trânsito da União.

Quando houver a necessidade de cancelamento da ATPV-e, o órgão ou entidade


executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal responsável pelo registro do
veículo poderá estabelecer requisitos necessários para emissão de uma nova ATPV-e.

A ATPV-e será disponibilizada por meio dos canais de atendimento dos órgãos ou
entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal ou por outros canais
de atendimento para disponibilização da ATPV-e instituídos pelo órgão máximo
executivo de trânsito da União.

Quando ambos, proprietário (vendedor) e comprador, possuírem os requisitos


necessários para assinatura eletrônica da ATPV-e, o preenchimento e a assinatura
poderão ocorrer nos sistemas do órgão máximo executivo de trânsito da União ou dos
órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal que
disponibilizarem essa funcionalidade. Neste caso, a assinatura eletrônica da ATPV-e
pelo antigo proprietário caracteriza a “comunicação de venda eletrônica do veículo” (que
veremos a seguir).

Os órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal


poderão estabelecer outros meios para autenticar a identificação do vendedor e do
comprador em conformidade com a legislação em vigor para validação jurídica.

Na versão impressa, a ATPV-e deverá ser assinada e conter o reconhecimento de firma


do vendedor e do comprador por autenticidade.

4.2.6.1. Comunicação de venda do veículo


No caso de transferência de propriedade, expirado o prazo de 30 (trinta) dias sem que
o novo proprietário tenha tomado as providências necessárias à efetivação da
expedição do novo Certificado de Registro de Veículo, o antigo proprietário deverá
encaminhar ao órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, no prazo
de 60 (sessenta) dias, cópia autenticada do comprovante de transferência de
propriedade, devidamente assinado e datado, sob pena de ter que se responsabilizar
solidariamente pelas penalidades impostas e suas reincidências até a data da
comunicação.

67
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Venda do veículo

O encaminhamento do comprovante de transferência de propriedade do veículo ao


órgão ou entidade executiva de trânsito do Estado ou do Distrito Federal corresponde à
“comunicação de venda do veículo”.

No caso da ATPV-e, a comunicação de venda será realizada:

I - por meio de sistema eletrônico implantado pelo órgão máximo executivo de trânsito
da União, com a utilização de:

a) assinatura digital avançada; ou

b) certificado digital, de propriedade do vendedor e do comprador, emitido por


autoridade certificadora, conforme padrão de Infraestrutura de Chaves Públicas
Brasileira (ICP-Brasil).

II - por entidade pública ou privada com atribuição legal, expressamente autorizada pelo
órgão máximo executivo de trânsito da União para tal finalidade; ou

III - pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal,


conforme procedimentos definidos por cada órgão ou entidade.

No caso da “ATPV-e na versão impressa” ou da “ATPV constante no verso do CRV em


meio físico” (veículos registrados antes de 04/01/2021) o antigo proprietário deverá
encaminhar ao órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal
onde o veículo for registrado a cópia autenticada da ATPV-e ou da ATPV,
respectivamente, devidamente preenchida.

O antigo proprietário (vendedor) é obrigado a realizar a comunicação de venda do


veículo, dentro do prazo e condições descritas anteriormente, sob pena de se
responsabilizar solidariamente pelas penalidades impostas e suas reincidências, até a
data da comunicação.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

4.2.7. Licenciamento do veículo


Todo veículo automotor, articulado, reboque ou semirreboque (inclusive o veículo de
fabricação artesanal), para transitar na via, deverá ser licenciado anualmente pelo
órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, onde ele estiver registrado.

Licenciamento do veículo

No caso de transferência de residência ou domicílio, é válido, durante o exercício, o


licenciamento de origem.

O 1º licenciamento é feito simultâneo ao Registro.

Antes do registro e licenciamento, o proprietário de veículo novo (zero km), nacional ou


importado, que portar a nota fiscal de compra e venda ou documento alfandegário
poderá transitar do pátio da fábrica, da indústria encarroçadora, da concessionária ou
do Posto Alfandegário, ao órgão de trânsito do município de destino, nos 15 (quinze)
dias consecutivos à data do carimbo de saída do veículo, constante da nota fiscal ou do
documento alfandegário correspondente.

Antes do registro e licenciamento, o veículo de carga novo, nacional ou importado,


portando a nota fiscal de compra e venda ou documento alfandegário, deverá transitar
embarcado do pátio da fábrica ou do posto alfandegário ao Município de destino.

O veículo somente será considerado licenciado estando quitados os débitos relativos a


tributos, encargos e multas de trânsito e ambientais, vinculados ao veículo,
independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas.

O Código de Trânsito Brasileiro ainda prevê que para licenciar o veículo, seu proprietário
deverá comprovar sua aprovação em duas inspeções, quais sejam:

 Inspeção de segurança veicular (Inspeção Técnica Veicular – ITV) – para


verificar o estado de conservação e funcionamento dos itens de segurança e
equipamentos obrigatórios do veículo;

69
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 Inspeção de controle de emissão de gases poluentes e de ruídos (Inspeção


Ambiental) – para verificar se a quantidade de gases e ruídos emitidos pelos
veículos estão dentro dos limites estabelecidos.

Após o pagamento dos débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito e


ambientais, vinculados ao veículo, o órgão executivo de trânsito do Estado ou Distrito
Federal, onde o veículo esteja registrado, expedirá o Certificado de Licenciamento Anual
(CLA) vinculado ao Certificado de Registro de Veículo (CRV), ou seja: o CRLV-e.

À escolha do proprietário (de acordo com o modelo e especificações estabelecidas pelo


CONTRAN), o CRLV-e será expedido em meio físico e/ou digital – como vimos acima.

CRLV-e físico e digital

O CRLV-e contém dados do proprietário (nome e CPF/CNPJ) e dados do veículo (placa,


cor, ano, marca, modelo, espécie, ano de fabricação e modelo, categoria, dentre outras).
No campo "observações do veículo" do CRLV-e devem constar as características e os
eventos particulares relacionados ao veículo, conforme codificação estabelecida no
Manual do Sistema RENAVAM, disponibilizado pela Secretária Nacional de Trânsito
(SENATRAN).
São documentos de porte obrigatório:

• ACC, PPD ou CNH

• CRLV-e.

Assim sendo, todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semirreboque


deverá (obrigatoriamente) ser registrado e licenciado.

Observações:
a) Compete aos órgãos e às entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito
de sua circunscrição, registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos de tração

70
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

e propulsão humana e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando


penalidades e arrecadando multas decorrentes de infrações. O registro e o
licenciamento dos veículos de propulsão humana e dos veículos de tração animal
obedecerão à regulamentação estabelecida em legislação municipal do domicílio ou
residência de seus proprietários.

b) O Contran especificará as bicicletas motorizadas e equiparados não sujeitos ao


registro, ao licenciamento e ao emplacamento para circulação nas vias.

c) Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou coletivo de


passageiros de linhas regulares ou empregados em qualquer serviço remunerado,
para registro, licenciamento e respectivo emplacamento de característica comercial,
deverão estar devidamente autorizados pelo poder público concedente.
d) É proibido o registro e o licenciamento de veículos automotores com o volante
pertencente ao sistema de direção no lado direito (salvo os veículos de coleção).

e) É vedado o trânsito de trator de esteiras em via pública aberta à circulação.

f) É proibida a fabricação de veículo artesanal do tipo ônibus, micro-ônibus, motor-casa,


caminhão, caminhão-trator, semirreboque, trator de rodas, trator de esteira, trator
misto, chassi plataforma, reboque com Peso Bruto Total (PBT) superior a 750 kg
(setecentos e cinquenta quilogramas) e motocicleta, motoneta, triciclo acima de 300
cc (trezentas cilindradas).

g) As informações referentes às campanhas de chamamento de consumidores para


substituição ou reparo de veículos (“RECALL”) realizadas a partir de 1º de outubro
de 2019 e não atendidas no prazo de 1 (um) ano, contado da data de sua
comunicação, deverão constar do Certificado de Licenciamento Anual – CLA. Após
a inclusão das informações no Certificado de Licenciamento Anual, o veículo
somente será licenciado mediante comprovação do atendimento às campanhas de
chamamento de consumidores para substituição ou reparo de veículos (o CONTRAN
poderá prorrogar essa exigência diante da comprovada falta de peças ou da
necessidade de escalonamento para o atendimento ao chamamento dos
consumidores, avaliadas as questões de segurança viária). O Contran regulamentará
a inserção dos dados no CLA referentes às campanhas de chamamento de
consumidores realizadas antes de 01/10/2019.

h) Para registrar e licenciar um veículo de coleção é necessário apresentar o CVCOL


(Certificado de Veículo de Coleção), expedido por entidade credenciada pelo órgão
máximo executivo de trânsito da União.

4.2.7.1. Tributos e encargos para licenciamento do veículo


Dentre os tributos e encargos para o licenciamento do veículo destacam-se:

71
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor – automóveis,


motocicletas, caminhões, ônibus etc.);
 o SEGURO OBRIGATÓRIO (seguro DPVAT – Danos Pessoais Causados por
Veículos Automotores de Vias Terrestres); e
 a TAXA DE LICENCIAMENTO.

Gif Encargos e tributos do veículo

Da receita arrecadada com a cobrança do IPVA, 50% é destinada ao Estado e 50% ao


Município (de onde o veículo se encontra registrado), para auxiliar no custeio dos
serviços básicos como saúde, educação, segurança, transporte, moradia, recuperação
e manutenção das vias dentre outros serviços que a população necessitar.

Em relação ao seguro obrigatório, 50% da receita arrecadada é destinada às


companhias seguradoras que mantêm o seguro obrigatório, para o pagamento de
indenizações (morte e invalidez permanente) e reembolsos (despesas de assistência
médica e suplementar - DAMS) de todas as vítimas de sinistros (acidentes) causados
por veículos ou por suas cargas (independentemente de apuração de culpa do
condutor). As companhias seguradoras que mantêm o seguro obrigatório deverão
repassar à Seguridade/Previdência Social 50% (cinquenta por cento) do valor total do
prêmio recolhido e destinado ao Sistema Único de Saúde - SUS, para custeio da
assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados em sinistros (acidentes) de
trânsito. Dos 50% (cinquenta por cento) destinados à Seguridade/Previdência Social,
10% serão repassados, mensalmente, ao Coordenador do Sistema Nacional de Trânsito
para programas destinados à prevenção de sinistros (acidentes) de trânsito.

Da receita arrecada com a cobrança das multas de trânsito, 5% (cinco por cento) será
depositada, mensalmente, na conta do Fundo Nacional de Segurança e Educação de
Trânsito (FUNSET) e 95% (noventa e cinco por cento) será aplicada, exclusivamente,
em sinalização, em engenharia de tráfego, em engenharia de campo, em policiamento,
em fiscalização, em renovação de frota circulante e em educação de trânsito.

4.2.7.2. Inspeção veicular


Como vimos anteriormente, a legislação de trânsito prevê que para licenciar o veículo,
seu proprietário deverá comprovar sua aprovação na “inspeção de segurança veicular”

72
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

(Inspeção Técnica Veicular – ITV) e na “inspeção de controle de emissão de gases


poluentes e de ruídos” (Inspeção Ambiental).

A regulamentação referente à inspeção veicular (forma, periodicidade etc.) é de


competência do CONTRAN (para os itens de segurança do veículo) e do CONAMA
(para emissão de gases poluentes e ruídos emitidos pelos veículos).

Será aplicada a medida administrativa de “retenção" aos veículos reprovados na


inspeção de segurança e/ou na inspeção de emissão de gases poluentes e ruído.

Estarão isentos de inspeção:


a) durante 3 (três) anos, a partir do primeiro licenciamento, os veículos novos
classificados na categoria particular e com capacidade para até 7 (sete) passageiros,
desde que sejam mantidas suas características originais de fábrica e não se
envolvam em sinistro (acidente) de trânsito com danos de média ou grande monta;
b) durante 2 (dois) anos, a partir do primeiro licenciamento, os demais veículos novos,
desde que sejam mantidas suas características originais de fábrica e não se
envolvam em sinistro (acidente) de trânsito com danos de média ou grande monta.

Observações:

a) Sinistro de trânsito significa: evento que resulta em dano ao veículo ou à sua


carga e/ou em lesões a pessoas ou animais e que pode trazer dano material ou
prejuízo ao trânsito, à via ou ao meio ambiente, em que pelo menos uma das
partes está em movimento nas vias terrestres ou em áreas abertas ao público.
b) A Inspeção Técnica Veicular (ITV) é pré-requisito para o licenciamento anual e
será realizada de 2 (dois) em 2 (dois) anos em todos os veículos da frota
registrada, exceto:

 para os veículos destinados ao transporte de escolares e para as motocicletas


utilizadas no serviço de motofrete e mototáxi – cuja Inspeção Técnica Veicular
será realizada de 6 (seis) em 6 (seis) meses;
 para os veículos utilizados no transporte rodoviário coletivo interestadual e
internacional de passageiros, para os veículos utilizados no transporte rodoviário
internacional de cargas e para as combinações de veículos de carga (CVC) com
PBTC superior a 57 toneladas – cuja Inspeção Técnica Veicular será realizada
de 12 (doze) em 12 (doze) meses.

c) Os veículos de coleção e os veículos de uso bélico não estão sujeitos à Inspeção


Técnica Veicular.
d) A emissão do Certificado de Inspeção Técnica Veicular (CI) será realizada
exclusivamente por meio eletrônico.

73
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

e) O Certificado de Inspeção Técnica Veicular terá validade de 2 (dois) anos e por


2 (dois) licenciamentos, exceto para os veículos mencionados nas “exceções”
contidas na observação “a” anterior.
f) A Inspeção Ambiental para o controle de emissão de gases poluentes e ruídos
emitidos pelos veículos poderá ser realizada conjuntamente com a Inspeção
Técnica Veicular, conforme parâmetros estabelecidos pelo CONAMA.

4.2.8. Modificações nos veículos

Modificação em veículos

As modificações das características de fábrica dos veículos devem ser precedidas de


autorização da autoridade responsável por seu registro e licenciamento.

Quando houver modificação no veículo exigir-se-á a realização de inspeção de


segurança veicular para emissão do Certificado de Segurança Veicular – CSV.

Também será exigida inspeção aos veículos que sofrerem modificações para viabilizar
a condução por pessoa com deficiência física ou para aprendizagem em Centros de
Formação de Condutores.

As informações referentes às modificações e o número do Certificado de Segurança


Veicular (CSV) devem ser registradas no CRLV-e.

É permitido, para fins automotivos, exceto para ciclomotores, motonetas, motocicletas


e triciclos, o uso do Gás Natural Veicular (GNV) como combustível.

Contudo, é proibida a instalação e a utilização do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)


como combustível nos veículos automotores, salvo nas “empilhadeiras”.

Portanto:
 GNV: permitido (salvo nos ciclomotores, motonetas, motocicletas e triciclos).
 GLP: proibido (salvo nas empilhadeiras).

74
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Serão consideradas alterações de cor aquelas realizadas por meio de pintura ou


adesivamento em área superior a 50% (cinquenta por cento) do veículo, excluídas
as áreas envidraçadas.

4.2.9. Veículos em circulação internacional


A circulação de veículo no território nacional, independentemente de sua origem, em
trânsito entre o Brasil e os países com os quais exista acordo ou tratado internacional,
reger-se-á pelas disposições do Código de Trânsito Brasileiro e pelas convenções e
acordos internacionais ratificados.

As repartições aduaneiras e os órgãos de controle de fronteira comunicarão diretamente


ao RENAVAM a entrada e saída temporária ou definitiva de veículos.

Os veículos licenciados no exterior não poderão sair do território nacional sem o prévio
pagamento ou o depósito, judicial ou administrativo, dos valores correspondentes às
infrações de trânsito cometidas e ao ressarcimento de danos que tiverem causado ao
patrimônio público ou de particulares, independentemente da fase do processo
administrativo ou judicial envolvendo a questão. O descumprimento de referida norma
enseja a retenção (até a regularização da situação) do veículo que, em momento
posterior, for flagrado tentando ingressar ou já estiver em circulação no território
nacional.
Os veículos licenciados no exterior não poderão sair do território nacional sem prévia
quitação de débitos de multa por infrações de trânsito e o ressarcimento de danos que
tiverem causado a bens do patrimônio público, respeitado o princípio da reciprocidade.

Licenciamento no exterior

4.2.10. Limites de dimensão e peso dos veículos


As dimensões e pesos regulamentares para veículos, com ou sem carga, que não
necessitam de Autorização Especial de Trânsito (AET), são as seguintes:

Altura máxima: 4,40 metros.

75
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Largura máxima:

a) 2,80 metros, para os tratores destinados a puxar ou arrastar maquinaria de


qualquer natureza ou a executar trabalhos agrícolas e de construção, de
pavimentação ou guindastes (máquinas de elevação); e
b) 2,60 metros, para os demais veículos.

Comprimento total:

a) veículos não articulados: máximo de 14 metros;

b) tratores destinados a puxar ou arrastar maquinaria de qualquer natureza


ou a executar trabalhos agrícolas e de construção, de pavimentação ou
guindastes (máquinas de elevação): máximo de 15 m;

c) veículos articulados com 2 (duas) unidades, do tipo caminhão-trator e


semirreboque: máximo de 18,60 metros;
d) veículos articulados de transporte coletivo de passageiros: máximo de 19,80
metros;
e) veículos articulados com 2 (duas) unidades, do tipo caminhão ou ônibus e
reboque: máximo de 19,80 metros;
f) veículos articulados com mais de 2 (duas) unidades: máximo de 19,80 metros.

Limite de dimensão dos veículos

PBT e PBTC (respeitada a capacidade máxima de tração da unidade tratora):

a) veículo não articulado: 29 toneladas;

b) veículos com reboque ou semirreboque, exceto caminhões: 39,5 toneladas;

c) combinações de veículos articulados com 2 (duas) unidades, do tipo


caminhão-trator e semirreboque, e comprimento total inferior a 16 metros: 45
toneladas;

76
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

d) combinações de veículos articulados com 2 (duas) unidades, do tipo


caminhão-trator e semirreboque com eixos distanciados, e comprimento total
igual ou superior a 16 metros: 54,5 toneladas;

e) combinações de veículos com 2 (duas) unidades, do tipo caminhão e


reboque:

- comprimento inferior a 17,5 metros: 45 toneladas;

- comprimento igual ou superior a 17,5 metros: 57 toneladas;

f) combinações de veículos articulados com mais de 2 (duas) unidades e


comprimento inferior a 17,5 metros: 45 toneladas;

g) combinações de veículos articulados com mais de 2 (duas) unidades e


comprimento entre 17,5 e 19,80 metros: 57 toneladas, desde que atendidos
os requisitos estabelecidos pelo CONTRAN.

Peso Bruto por Eixo (isolado):


a) de dois pneumáticos: 6 toneladas;
b) de quatro pneumáticos: 10 toneladas.

Observações:

a) não é permitido o registro e o licenciamento de veículos com limites de peso


excedentes aos previstos na legislação de trânsito;
b) ao veículo ou à combinação de veículos utilizados no transporte de carga que não se
enquadre nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo Contran, poderá ser
concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, Autorização Especial de
Trânsito (AET), com prazo certo, válida para cada viagem ou por período, atendidas
as medidas de segurança consideradas necessárias, conforme regulamentação do
CONTRAN;
c) a autorização (AET) será concedida mediante requerimento que especificará as
características do veículo ou combinação de veículos e de carga, o percurso, a data
e o horário do deslocamento inicial;
d) a autorização (AET) não exime o beneficiário da responsabilidade por eventuais
danos que o veículo ou a combinação de veículos causar à via ou a terceiros;
e) o CONTRAN estabelecerá os requisitos mínimos e específicos a serem observados
pela autoridade com circunscrição sobre a via para a concessão da AET quando o
veículo ou a combinação de veículos trafegar exclusivamente em via rural não
pavimentada, os quais deverão contemplar o caráter diferenciado e regional dessas
vias.
f) aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões poderá ser concedida, pela
autoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito (AET),
com prazo de 6 (seis) meses, atendidas as medidas de segurança consideradas

77
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

necessárias. Os condutores de guindastes móveis, facultados a transitar nas vias


públicas, deverão possuir curso de transporte de carga indivisível;

Guindaste

g) o veículo ou a combinação de veículos de carga cujas dimensões ou a carga


excedam os limites fixados pelo CONTRAN deverá portar na parte traseira uma
sinalização especial de advertência (conforme exemplo abaixo). A sinalização deverá
estar em condições de visibilidade e leitura, não sendo permitida a inserção de
quaisquer outras informações além das previstas pelo CONTRAN;

Sinalização especial para veículo longo

h) na pesagem de veículos de transporte de carga e de passageiros, é permitido uma


tolerância máxima de 5% sobre os limites de peso bruto total ou peso bruto total
combinado e de 12,5% sobre os limites de peso bruto transmitido por eixo de veículos
à superfície das vias públicas. Somente poderá haver autuação, por ocasião da
pesagem do veículo, quando o veículo ou a combinação de veículos ultrapassar os
limites de peso fixados, acrescidos da respectiva tolerância.

i) O fabricante fará constar em lugar visível da estrutura do veículo e no RENAVAM o


limite técnico de peso por eixo, na forma definida pelo Contran.

Atenção: para saber mais sobre os limites de dimensão e peso dos veículos acesse
nosso Material de Apoio.

78
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

4.2.11. Veículo escolar


Os veículos especialmente destinados à condução coletiva de escolares somente
poderão circular nas vias públicas com autorização emitida pelo órgão ou pela entidade
executivo de trânsito estadual, exigindo-se para tanto:

I – registro como veículo de passageiros;

II – inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança;

III – pintura de faixa horizontal na cor amarela, com 40 cm (quarenta centímetros) de


largura, à meia altura, em toda a extensão das partes laterais e traseira da carroçaria,
com a palavra ESCOLAR, em preto, sendo que, em caso de veículo de carroçaria
pintada na cor amarela, as cores aqui indicadas devem ser invertidas;

IV – equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo (tacógrafo);

V – lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas extremidades da parte


superior dianteira e lanternas de luz vermelha dispostas na extremidade superior da
parte traseira;

VI – cintos de segurança em número igual à lotação;

VII – todos os equipamentos obrigatórios para demais veículos de 4 (quatro) rodas


(expressos no item “Equipamentos Obrigatórios”).

Veículo escolar

Observações:
a) A autorização emitida pelo órgão de trânsito deverá ser afixada na parte interna
do veículo escolar, em local visível, com a inscrição da lotação permitida.
b) É proibida a condução de escolares em número superior à capacidade
estabelecida pelo fabricante.
c) O órgão de trânsito municipal também poderá estabelecer exigências
específicas para o transporte de escolares.

79
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

5. SINALIZAÇÃO VIÁRIA
Sinalização viária ou sinalização de trânsito é o conjunto de sinais de trânsito e
dispositivos de segurança colocados na via pública com o objetivo de garantir sua
utilização adequada, possibilitando melhor fluidez no trânsito e maior segurança dos
veículos e pedestres que nela circulam.

Sinalização viária

Sinais de Trânsito – são elementos de sinalização viária que se utilizam de placas,


marcas viárias, equipamentos de controle luminosos, dispositivos auxiliares, apitos e
gestos, destinados exclusivamente a ordenar ou dirigir o trânsito dos veículos e
pedestres.

Sempre que necessário será colocada ao longo da via sinalização prevista no CTB e
em legislação complementar, destinada a condutores e pedestres, vedada a utilização
de qualquer outra. A sinalização será colocada em posição e condições que a tornem
perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite, em distância compatível com a
segurança do trânsito, conforme normas e especificações do CONTRAN.

Observação: o órgão máximo executivo de trânsito da União poderá autorizar, em


caráter experimental e por período prefixado, a utilização de sinalização e equipamentos
não previstos no CTB.

O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é responsável pela


implantação da sinalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta
colocação.

Não serão aplicadas as sanções previstas no CTB por inobservância à sinalização


quando esta for insuficiente ou incorreta.

Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar luzes, publicidade, inscrições,
vegetação e mobiliário que possam gerar confusão, interferir na visibilidade da
sinalização e comprometer a segurança do trânsito.

80
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e respectivos suportes, ou junto a


ambos, qualquer tipo de publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não se
relacionem com a mensagem da sinalização.

A afixação de publicidade ou de quaisquer legendas ou símbolos ao longo das vias


condiciona-se à prévia aprovação do órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.

O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá retirar ou


determinar a imediata retirada de qualquer elemento que prejudique a visibilidade da
sinalização viária e a segurança do trânsito, com ônus para quem o tenha colocado.

Observação: A responsabilidade pela instalação da sinalização nas vias internas


pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas e nas vias e áreas
de estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo é de seu proprietário.

ATENÇÃO: A SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO TEM A SEGUINTE ORDEM DE


PREVALÊNCIA:

1º - As ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros sinais.

2º - As indicações do semáforo sobre os demais sinais

3º - As indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.

5.1. Classificação dos Sinais de Trânsito


De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, os sinais de trânsito classificam-se em:
“verticais”, “horizontais”, “dispositivos de sinalização auxiliar”, “luminosos”, “sonoros” e
“gestos do agente de trânsito e do condutor”.

Também há a “sinalização temporária”, a “sinalização cicloviária” e a “sinalização de


cruzamento rodoferroviário”, que foram regulamentadas posteriormente pelo
CONTRAN.

5.1.1. Sinalização vertical


Sinalização vertical é um subsistema da sinalização viária cujo meio de comunicação
está na posição vertical, normalmente em placa, fixado ao lado ou suspenso sobre a
pista, transmitindo mensagens de caráter permanente e, eventualmente, variáveis, por
meio de legendas e/ou símbolos pré-reconhecidos e legalmente instituídos.

A sinalização vertical se divide em 3 (três) grupos:

81
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

5.1.1.1. Grupo “R” – sinalização de regulamentação


Neste grupo entram apenas as placas de regulamentação (placas vermelhas) que
servem para informar aos usuários as condições, proibições, obrigações ou restrições
no uso das vias.

Suas mensagens são imperativas e o desrespeito a elas constituem infração.

Apresentam a forma circular, exceto a sinalização de “parada obrigatória” (octogonal) e


a de “Dê a Preferência” (triangular), como veremos a seguir:

SINAL CÓDIGO DESCRIÇÃO FUNÇÃO

Assinala ao condutor que deve


R-1 Parada parar seu veículo antes de
obrigatória entrar ou cruzar a via/pista.

Assinala ao condutor a
obrigatoriedade de dar
R-2 Dê a preferência de passagem ao
preferência veículo que circula na via em
que vai entrar ou cruzar
devendo, para tanto, reduzir a
velocidade ou parar seu
veículo, se necessário.
Assinala ao condutor a
proibição de seguir em frente
R-3 Sentido proibido
ou entrar na pista ou área
restringida pelo sinal.

Assinala ao condutor do
veículo a proibição de realizar
R-4a Proibido virar à
o movimento de conversão à
esquerda
esquerda.

Assinala ao condutor do
R-4b Proibido virar à veículo a proibição de realizar
direita o movimento de conversão à
direita.

Assinala ao condutor do
R-5a Proibido veículo a proibição de retornar
retornar à à esquerda.
esquerda

82
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Assinala ao condutor do
R-5b Proibido veículo a proibição de retornar
retornar à direita à direita.

Assinala ao condutor que é


R-6a Proibido proibido o estacionamento de
estacionar veículos.

Assinala ao condutor que é


R-6b Estacionamento
permitido o estacionamento de
regulamentado
veículos.

Assinala ao condutor que são


R-6c Proibido parar e
proibidos a parada e o
estacionar
estacionamento de veículos.

Assinala ao condutor do
veículo que é proibido realizar
R-7 Proibido o movimento de ultrapassagem
ultrapassar no trecho regulamentado
pela(s) faixa(s) destinada(s) ao
sentido oposto de circulação.
Assinala ao condutor do
Proibido mudar
veículo que, no trecho objeto
R-8a de faixa ou pista
de regulamentação, é proibida
de trânsito da
a mudança de faixa ou pista da
esquerda para a
esquerda para direita.
direita

Proibido mudar
Assinala ao condutor do
de faixa ou pista
veículo que, no trecho objeto
R-8b de trânsito da
da regulamentação, é proibida
direita para
a mudança de faixa ou pista da
esquerda
direita para esquerda.

83
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Assinala ao condutor de
caminhão a proibição de
R-9 Proibido trânsito
transitar, a partir do ponto
de caminhões
sinalizado, na área, via/pista ou
faixa.

Assinala ao condutor de
R-10 Proibido trânsito qualquer veículo automotor a
de veículos proibição de transitar, a partir
automotores do ponto sinalizado, na área ou
via/pista ou faixa.

Assinala ao condutor de
veículo de tração animal a
R-11 Proibido trânsito proibição de transitar, a partir
de veículos de do ponto sinalizado, na área ou
tração animal via/pista ou faixa.

Assinala ao ciclista a proibição


R-12 Proibido trânsito de transitar de bicicleta, a partir
de bicicletas do ponto sinalizado, na área,
via/pista ou faixa.

Assinala ao condutor de
Proibido trânsito tratores e máquinas de obras a
R-13 de tratores e proibição de transitar, a partir
máquinas de do ponto sinalizado, na área ou
obras via/pista.
Regulamenta o peso bruto total
máximo permitido a um veículo
R-14 Peso bruto total
para transitar na área, via/pista
máximo
ou faixa.
permitido

Regulamenta a altura máxima


R-15 Altura máxima permitida a um veículo para
permitida transitar na área, via/pista ou
faixa.

Regulamenta a largura máxima


R-16 Largura máxima
permitida do veículo para
permitida
transitar na área ou via/pista.

84
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Regulamenta o peso máximo


permitido por eixo do veículo
R-17 Peso máximo
para transitar na área, via/pista
permitido por
ou faixa.
eixo
Regulamenta o comprimento
máximo permitido do veículo
R-18 Comprimento
ou combinação de veículo para
máximo
transitar na área, via/pista.
permitido
Regulamenta o limite máximo
Velocidade
de velocidade em que o veículo
R-19 máxima
pode circular na pista ou faixa,
permitida
válido a partir do ponto onde o
sinal é colocado.
Assinala ao condutor do
veículo que é proibido acionar
R-20 Proibido acionar a buzina ou qualquer outro tipo
buzina ou sinal de sinal sonoro, no local
sonoro regulamentado.
Assinala ao condutor do
veículo a presença de uma
R-21 Alfândega
repartição alfandegária, onde a
parada é obrigatória.
Assinala ao condutor de
veículos que a partir do ponto
R-22 Uso obrigatório sinalizado é obrigatório o uso
de corrente de correntes atreladas às
rodas do veículo. Essa
obrigação refere-se ao par de
rodas motrizes.
Assinala ao condutor do
veículo a obrigatoriedade de
R-23 Conserve-se à
manter-se à direita da pista,
direita
deixando livre a(s) faixa(s) da
esquerda.

Assinala ao condutor que a


R-24a Sentido de
via/pista sinalizada tem sentido
circulação da
via/pista único de circulação.

85
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Assinala ao condutor do
veículo que existe um
R-24b Passagem
obstáculo e que a passagem é
obrigatória
obrigatoriamente feita à
direita/esquerda do mesmo.

Assinala ao condutor do
R-25a Vire à esquerda
veículo a obrigatoriedade de
realizar o movimento indicado.

Assinala ao condutor do
R-25b Vire à direita veículo a obrigatoriedade de
realizar o movimento indicado.

Assinala ao condutor do
R-25c Siga em frente veículo que os movimentos de
ou à esquerda circulação permitidos são
somente os indicados.

Assinala ao condutor do
R-25d Siga em frente veículo que os movimentos de
ou à direita circulação permitidos são
somente os indicados.

Assinala ao condutor do
R-26 Siga em frente veículo a obrigatoriedade de
realizar o movimento indicado.

Ônibus, Assinala ao condutor de


R-27 caminhões e ônibus, caminhões e veículos
veículos de de grande porte a obrigação de
grande porte circular pela(s) faixa(s) da
mantenham-se direita.
à direita
Assinala ao condutor do
veículo que a via de sentido
R-28 Duplo sentido único de circulação passa a ser
de circulação de sentido duplo, após o ponto
em que o sinal estiver
colocado.

86
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Assinala ao pedestre a
R-29 Proibido trânsito
proibição de transitar na via ou
de pedestres
área com restrição.

Assinala ao pedestre a
R-30 Pedestre, ande
obrigatoriedade de andar pelo
pela esquerda
lado esquerdo da área ou via.

Assinala ao pedestre a
R-31 Pedestre, ande
obrigatoriedade de andar pelo
pela direita
lado direito da área ou via.

Circulação Assinala ao condutor do


exclusiva de veículo que a área, via/pista ou
R-32 veículos de faixa(s) é de circulação
transporte exclusiva de veículos de
público coletivo transporte público coletivo.
Assinala ao condutor do
veículo a obrigatoriedade do
R-33 Sentido de
movimento no sentido anti-
circulação na
horário em rotatória.
rotatória
Assinala que a área, trecho de
Circulação
via/pista ou faixa(s), é de
R-34 exclusiva de
circulação exclusiva de
bicicletas
bicicleta.

Assinala ao ciclista a
R-35a Ciclista, transite obrigatoriedade de transitar
à esquerda pelo lado esquerdo da área,
via/pista.

Assinala ao ciclista a
R-35b Ciclista, transite obrigatoriedade de transitar
à direita pelo lado direito da área,
via/pista.

87
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Regulamenta o trânsito de
Ciclistas à
ciclistas à esquerda e
R-36a esquerda,
pedestres à direita da área,
pedestres à
via/pista.
direita

Pedestres à Regulamenta o trânsito de


R-36b esquerda, pedestre à esquerda e ciclistas
ciclistas à direita à direita da via/pista.

Assinala ao condutor de
R-37 Proibido trânsito motocicletas, motonetas e
de motocicletas, ciclomotores a proibição de
motonetas e transitar, a partir do ponto
ciclomotores sinalizado, na área, via/pista ou
faixa.

Assinala ao condutor de ônibus


R-38 Proibido trânsito a proibição de transitar, a partir
de ônibus do ponto sinalizado, na área,
via/pista ou faixa.

Assinala ao condutor do
R-39 Circulação
veículo que a área, via/pista ou
exclusiva de
faixa é de circulação exclusiva
caminhões
de caminhão.

Assinala ao condutor de carro


R-40 Trânsito
de mão a proibição de transitar,
proibido a
a partir do ponto sinalizado, na
carros de mão
área, via/pista ou faixa.

Circulação
Assinala ao condutor do
R-41 exclusiva de
veículo que a área, via/pista ou
VLT / bonde
faixa é de circulação exclusiva
de VLT / bonde.
Ciclistas à
esquerda, VLT Regulamenta o trânsito de
R-42a à direita ciclistas à esquerda e VLT à
direita da via/pista.

88
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Ciclistas à
direita, VLT à Regulamenta o trânsito de
R-42b esquerda ciclistas à direita e VLT à
esquerda da via/pista.

Veículos à
esquerda, VLT Regulamenta o trânsito de
R-43a à direita veículos à esquerda e VLT à
direita da via/pista.

Veículos à
direita, VLT à Regulamenta o trânsito de
R-43b esquerda veículos à direita e VLT à
esquerda da via/pista.

R-44 Circulação
compartilhada Local destinado à circulação
de ciclistas e compartilhada de ciclista e
pedestres pedestres.

5.1.1.2. Grupo “A” – sinalização de advertência


Neste grupo entram apenas as placas de advertência (placas amarelas) que servem
para alertar aos usuários da via para condições potencialmente perigosas, indicando
sua natureza. Apresentam forma quadrada, forma retangular e forma de cruz (Cruz de
Santo André), como veremos a seguir:

SINAL CÓDIGO DESCRIÇÃO FUNÇÃO

Adverte o condutor do veículo


A-1a Curva acentuada à da existência, adiante, de uma
esquerda curva de pequeno raio à
esquerda.

Adverte o condutor do veículo


A-1b Curva acentuada à
da existência, adiante, de uma
direita
curva de pequeno raio à direita.

Adverte o condutor do veículo


A-2a Curva à esquerda da existência, adiante, de uma
curva à esquerda.

89
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Adverte o condutor do veículo


A-2b Curva à direita da existência, adiante, de uma
curva à direita.

Adverte o condutor do veículo


A-3a Pista sinuosa à da existência, adiante, de três
esquerda ou mais curvas sucessivas,
sendo a primeira à esquerda.

Adverte o condutor do veículo


A-3b Pista sinuosa à da existência, adiante, de três
direita ou mais curvas sucessivas,
sendo a primeira à direita.

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de duas
A-4a Curva acentuada em
curvas sucessivas, de pequeno
“S” à esquerda
raio, sendo a primeira à
esquerda.

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de duas
A-4b Curva acentuada em
curvas sucessivas, de pequeno
“S” à direita
raio, sendo a primeira à direita.

Adverte o condutor do veículo


A-5a Curva em “S” à da existência, adiante, de duas
esquerda curvas sucessivas formando
"S".

Adverte o condutor do veículo


A-5b Curva em “S” à da existência, adiante, de duas
direita curvas sucessivas formando
"S".

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de um
A-6 Cruzamento de vias
cruzamento de duas vias em
nível.

90
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de uma
A-7a Via lateral à
via lateral à esquerda.
esquerda

Adverte o condutor do veículo


A-7b Via lateral à direita da existência, adiante, de uma
via lateral à direita.

Adverte o condutor do veículo


A-8 Interseção em “T” da existência, adiante, de uma
interseção em "T".

Adverte o condutor do veículo


A-9 Bifurcação em “Y” da existência, adiante, de uma
bifurcação em "Y".

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de um
A-10a Entroncamento
entroncamento à esquerda.
oblíquo à esquerda

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de um
A-10b Entroncamento
entroncamento à direita.
oblíquo à direita

Adverte o condutor do veículo


A-11a Junções sucessivas da existência, adiante, de
contrárias primeira à junções sucessivas contrárias,
esquerda estando a primeira via lateral à
esquerda.

Adverte o condutor do veículo


A-11b Junções sucessivas da existência, adiante, de
contrárias primeira à junções sucessivas contrárias,
direita estando a primeira via lateral à
direita.

91
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de uma
A-12 Interseção em
interseção em círculo
círculo
(rotatória), na qual a circulação
é feita no sentido anti-horário.

Adverte o condutor do veículo


A-13a Confluência à da existência, adiante, da
esquerda confluência de uma via, à
esquerda.

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, da
A-13b Confluência à direita
confluência de uma via, à
direita.

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de uma
A-14 Semáforo à frente
sinalização semafórica de
regulamentação.

Adverte o condutor do veículo


A-15 Parada obrigatória à da existência, adiante, de um
frente sinal R-1 - "Parada obrigatória".

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de um
A-16 Bonde / VLT
cruzamento ou circulação de
bondes.

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de um
A-17 Pista irregular
trecho de pista com superfície
irregular.

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de
A-18 Saliência ou
saliência, lombada ou
lombada
ondulação transversal sobre a
superfície de rolamento.

Adverte o condutor do veículo


A-19 Depressão da existência, adiante, de uma
depressão na pista.

92
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Adverte o usuário da via da


A-20a Declive acentuado existência, adiante, de um
declive acentuado.

Adverte o usuário da via da


A-20b Aclive acentuado existência, adiante, de um
aclive acentuado.

Adverte o condutor do veículo


A-21a Estreitamento de da existência, adiante, de
pista ao centro estreitamento da pista de
ambos os lados.

Adverte o condutor do veículo


A-21b Estreitamento de da existência, adiante, de
pista à esquerda estreitamento da pista no lado
esquerdo.

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de
A-21c Estreitamento de
estreitamento da pista no lado
pista à direita
direito.

Adverte o condutor do veículo


A-21d Alargamento de pista da existência, adiante, de
à esquerda alargamento da pista no lado
esquerdo.

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de
A-21e Alargamento de pista
alargamento da pista no lado
à direita
direito.

Adverte o condutor da
existência, adiante, de ponte ou
A-22 Ponte estreita
viaduto com largura inferior a
da via.

93
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A-23 Ponte móvel Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de uma
ponte móvel.

Adverte o condutor do veículo


A-24 Obras da existência, adiante, de
obras.

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de
A-25 Mão dupla adiante
alteração do sentido único de
circulação para duplo.

Adverte o condutor do veículo


A-26a Sentido único quanto ao sentido de circulação
da via.

Adverte o condutor do veículo


A-26b Sentido duplo quanto ao sentido de circulação
da via.

Adverte o condutor do veículo


A-27 Área com
da existência, adiante, de área
desmoronamento
sujeita a desmoronamento.

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de
A-28 Pista escorregadia trecho da pista que, em certas
condições, pode tornar-se
escorregadia.

Adverte o condutor do veículo


A-29 Projeção de da existência, adiante, de
cascalho trecho ao longo do qual pode
ocorrer projeção de cascalho.

94
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de
A-30a Trânsito de ciclistas trecho de pista ao longo do qual
ciclistas circulam pela via ou
cruzam a pista.
Adverte os condutores da
existência, adiante, de faixa
A-30b Passagem
sinalizada para travessia de
sinalizada de
ciclistas.
ciclistas

Adverte o ciclista e o pedestre


A-30c Trânsito
da existência, adiante, de
compartilhado por
trecho de via com trânsito
ciclistas e pedestres
compartilhado.

Adverte o condutor do veículo


A-31 Trânsito de tratores da existência, adiante, de local
ou maquinário de cruzamento ou trânsito
agrícola eventual de toda espécie de
tratores e máquinas agrícolas.

Adverte o condutor do veículo


A-32a Trânsito de da existência, adiante, de
pedestres trecho de via com trânsito de
pedestres.

Adverte o condutor do veículo


A-32b Passagem
da existência, adiante, de local
sinalizada de
sinalizado com faixa de
pedestres
travessia de pedestres.

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de
A-33a Área escolar
trecho de via com trânsito de
escolares.
Adverte o condutor do veículo
da existência, adiante, de local
A-33b Passagem sinalizado com faixa de
sinalizada de travessia de pedestres com
escolares predominância de escolares.

95
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Adverte o condutor da
existência, adiante, de área
A-34 Crianças
adjacente utilizada para o lazer
de crianças.

Adverte o condutor do veículo


A-35 Animais da possibilidade de presença,
adiante, de animais na via.

Adverte o condutor do veículo


da possibilidade de presença,
A-36 Animais selvagens
adiante, de animais selvagens
na via.

Adverte o condutor da
A-37 Altura limitada existência, adiante, de restrição
de altura máxima do veículo
com ou sem carga.

Adverte o condutor da
existência, adiante, de restrição
A-38 Largura limitada
e largura máxima do veículo,
com ou sem carga.

Adverte o condutor do veículo


A-39 Passagem de nível da existência, adiante, de um
sem barreira cruzamento com linha férrea
em nível sem barreira.

Adverte o condutor do veículo


A-40 Passagem de nível da existência, adiante, de um
com barreira cruzamento com linha férrea
em nível com barreira.

Adverte o condutor do veículo


da existência, no local, de
A-41 Cruz de Santo
cruzamento com linha férrea
André
em nível.

96
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de pista
A-42a Início de pista dupla onde os fluxos opostos de
tráfego passam a ser
separados por um canteiro ou
obstáculo, respectivamente.

Adverte o condutor do veículo


da existência, adiante, de pista
A-42b Fim da pista dupla onde os fluxos opostos de
tráfego deixam de ser
separados por um canteiro ou
obstáculo, respectivamente.

Adverte o condutor do veículo


da existência de uma via onde
A-42c Pista dividida os fluxos de tráfego de mesmo
sentido de circulação passam a
ser divididos por um canteiro ou
obstáculo.
Adverte o condutor do veículo
da existência, adiante, de
A-43 Aeroporto
aeroporto ou aeródromo
próximo à via.
Adverte o condutor do veículo
da existência, adiante, de
A-44 Vento lateral trecho de via ao longo do qual
ocorre frequentemente vento
lateral forte.

Adverte o condutor do veículo


A-45 Rua sem saída da existência de via sem
continuidade.

Adverte o condutor da
A-46 Peso bruto total existência, adiante, de restrição
limitado de peso bruto total máximo do
veículo.

Adverte o condutor da
A-47 Peso limitado por existência, adiante, de restrição
eixo de peso limitado por eixo do
veículo.

97
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Adverte o condutor quanto ao


comprimento máximo permitido
A-48 Comprimento
do veículo ou combinação de
limitado
veículos para transitar na
via/pista.
Adverte o condutor do veículo
A-49a Ciclistas à esquerda, da existência, adiante, de
VLT à direita trecho de via com trânsito de
ciclistas à esquerda e VLT à
direita.
Adverte o condutor do veículo
A-49b Ciclistas à direita, da existência, adiante, de
VLT à esquerda trecho de via com trânsito de
ciclistas à direita e VLT à
esquerda.
Adverte o condutor do veículo
A-50a Veículos à da existência, adiante, de
esquerda, VLT à trecho de via com trânsito de
direita veículos à esquerda e VLT à
direita.
Adverte o condutor do veículo
A-50b Veículos à direita, da existência, adiante, de
VLT à esquerda trecho de via com trânsito de
veículos à direita e VLT à
esquerda.

Sinalização especial de advertência

5.1.1.3. Grupo “I” – sinalização de indicação


Neste grupo entram todas as demais placas (verdes, brancas, pretas, azuis etc.). Tem
por finalidade identificar as vias e os locais de interesse, orientar condutores de veículos
quanto aos percursos, aos destinos, às distâncias e aos serviços auxiliares, podendo
também ter como função a educação do usuário. Suas mensagens possuem caráter

98
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

informativo e educativo. A sinalização de indicação (grupo “I”) é composta pelas placas


“de identificação”, “de orientação de destino”, “educativas”, de serviços auxiliares, “de
atrativos turísticos e “de postos de fiscalização.

5.1.1.3.1. Placas de identificação


Posicionam o condutor ao longo de seu deslocamento, indicam distâncias ou locais de
destino. Exemplos:

Placas de identificação

5.1.1.3.2. Placas de orientação de destino


Indicam a direção que o condutor deve seguir para atingir determinados lugares
orientando seu percurso e/ou distâncias. Exemplos:

Placas de orientação de destino

5.1.1.3.3. Placas educativas


As placas educativas têm a função de educar os usuários da via quanto ao seu
comportamento adequado e seguro no trânsito através de mensagens que reforçam as
normas gerais de circulação e conduta.

99
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Placas educativas

5.1.1.3.4. Placas de serviços auxiliares


As placas de serviços auxiliares indicam locais onde os usuários das vias podem dispor
dos serviços indicados, orientando sua direção ou identificando estes serviços. Quando
em um mesmo local encontra-se mais de um tipo de serviço, os respectivos símbolos
podem ser agrupados em uma única placa.

As placas de serviços auxiliares podem ser direcionadas aos “condutores”, aos


“pedestres”, aos “portadores de necessidades especiais” e aos “idosos”, como veremos
a seguir:

Condutores

SAU01 a SAU05

SAU06 a SAU10

100
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

SAU11 a SAU14

SAU15 a SAU18

SAU19 a SAU22

SAU23 a SAU26

101
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

SAU27 a SAU29

Pedestres

PED01 a PED04

PED05 a PED07

Portadores de Necessidades Especiais

DEF01 a DEF04

102
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Idosos

IDS01

5.1.1.3.5. Placas de atrativos turísticos


Placas de atrativos turísticos indicam aos usuários da via os os pontos turísticos
existentes, orientando sobre sua direção ou identificando os locais de interesse.

As placas de atrativos turísticos, de acordo com a função, dividem-se em:

Divisão das placas de atrativos turísticos

Seus pictogramas (símbolos) podem indicar “atrativos turísticos naturais”, “atrativos


históricos e culturais”, “área para prática de esportes”, “áreas de recreação” e “locais
para atividades de interesse turístico”, vejamos:

103
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Conjunto de placas de atrativos turísticos naturais

Atrativos turísticos naturais

Conjunto de placas de atrativos históricos e culturais

104
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Atrativos históricos e culturais

105
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Conjunto de placas de área para prática de esportes

Área para prática de esportes

106
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Conjunto de placas de áreas de recreação

Áreas de recreação

107
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Conjunto de placas de locais para atividades de interesse turístico

Locais para atividades de interesse turístico

5.1.1.3.6. Placas de postos de fiscalização

Placas de postos de fiscalização indicam aos usuários da via os locais onde serão
realizadas fiscalizações diversas. Exemplos:
 Polícia rodoviária

108
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Placas de postos de fiscalização


 Posto de pesagem

Placas de postos de pesagem

 Fiscalização fazendária

Placas de fiscalização fazendária

5.1.2. Sinalização horizontal


Sinalização horizontal é um subsistema da sinalização viária composta de marcas,
símbolos e legendas, apostos sobre o pavimento da pista de rolamento, que tem a
finalidade de fornecer informações que permitam aos usuários das vias adotarem
comportamentos adequados, de modo a aumentar a segurança e fluidez do trânsito,
ordenar o fluxo de tráfego, canalizar e orientar os usuários da via.
A sinalização horizontal tem a propriedade de transmitir mensagens aos condutores e
pedestres, possibilitando sua percepção e atendimento, sem desviar a atenção do leito
da via. Apresentam-se em 5 (cinco) cores:

AMARELA: é utilizada para separar movimentos veiculares de fluxos opostos;


regulamentar ultrapassagem e deslocamento lateral; delimitar espaços proibidos para
estacionamento e/ou parada; demarcar obstáculos transversais à pista (lombada).

VERMELHA: é utilizada para demarcar ciclovias ou ciclofaixas e para inscrever


símbolo (cruz).

BRANCA: é utilizada para separar movimentos veiculares de mesmo sentido;


delimitar áreas de circulação; delimitar trechos de pistas destinados ao
estacionamento regulamentado de veículos em condições especiais; regulamentar

109
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

faixas de travessias de pedestres; regulamentar linha de transposição e


ultrapassagem; demarcar linha de retenção e linha de "Dê a Preferência"; inscrever
setas, símbolos e legendas.

AZUL: é utilizada como base para inscrever símbolo em áreas especiais de


estacionamento ou de parada para embarque e desembarque para pessoas
portadoras de deficiência física.

PRETA: é utilizada para proporcionar contraste entre a marca viária/inscrição e o


pavimento (utilizada principalmente em pavimento de concreto), não constituindo
propriamente uma cor de sinalização.

A sinalização horizontal (marcas viárias) é classificada da seguinte forma:

 Marcas longitudinais;
 Marcas transversais;
 Marcas de canalização;
 Marcas de delimitação e controle de estacionamento e/ou parada;
 Inscrições no pavimento.

Nos próximos tópicos veremos os objetivos e exemplos de cada uma das marcas
viárias!

5.1.2.1. Marcas longitudinais

Marcas longitudinais são pinturas (faixas) paralelas ao leito da via.

Servem para:
- separar e ordenar as correntes de tráfego (definindo a parte da pista destinada à
circulação de veículos);

- demarcar a divisão da pista em faixas de mesmo sentido;

- separar fluxos opostos;

- demarcar as faixas de uso exclusivo ou preferencial de espécie de veículo, e as


faixas reversíveis;

- estabelecer as regras de ultrapassagem e transposição.

Exemplos:
a) linhas de divisão de fluxos opostos (LFO) - faixas amarelas, contínua ou
seccionada, simples ou dupla;

110
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Linhas de divisão de fluxos opostos

Observações:
 As marcas longitudinais amarelas, contínuas simples ou duplas: têm poder de
regulamentação, separam os movimentos veiculares de fluxos opostos e
regulamentam a proibição de ultrapassagem e os deslocamentos laterais, exceto
para acesso a imóvel lindeiro.

Marca longitudinal amarela dupla

 As marcas longitudinais amarelas, simples ou duplas seccionadas ou tracejadas: não


têm poder de regulamentação, apenas ordenam os movimentos veiculares de
sentidos opostos.

b) linhas de divisão de fluxos de mesmo sentido (LMS) - faixas brancas, contínua


ou seccionada;

Linhas de divisão de fluxos de mesmo sentido

111
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observações:
 As marcas longitudinais brancas contínuas: são utilizadas para delimitar a pista (linha
de bordo) e para separar faixas de trânsito de fluxos de mesmo sentido. Neste caso,
têm poder de regulamentação de proibição de ultrapassagem e transposição.

Marca longitudinal branca contínua

 As marcas longitudinais brancas, seccionadas ou tracejadas: não têm poder de


regulamentação, apenas ordenam os movimentos veiculares de mesmo sentido.

c) linhas de bordo (LBO) - delimitam, por meio de linha contínua branca, a parte da
pista destinada ao deslocamento dos veículos, estabelecendo seus limites laterais;

Linhas de bordo

d) linhas de continuidade (LCO) - dão continuidade às marcações longitudinais


principalmente quando há quebra no alinhamento em trechos longos ou em curvas;

Linhas de continuidade

e) marcas longitudinais específicas - que subdividem-se em:


marcação de faixa exclusiva (MFE): delimita a faixa de uso exclusivo para
determinada espécie e/ou categoria de veículo;

112
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Marcas longitudinais específicas

marcação de faixa preferencial (MFP): delimita na pista a faixa de mesmo sentido, de


uso preferencial, para determinada espécie e/ou categoria de veículo;

Marcação de faixa preferencial

marcação de faixa reversível no contrafluxo (MFR): delimita a faixa que pode ter seu
sentido de circulação invertido temporariamente, em função da demanda do fluxo de
veículos;

Marcação de faixa reversível no contrafluxo

marcação de ciclofaixa ao longo da via (MCI): linha ou pintura (de toda largura útil)
que delimita a parte da via destinada à circulação exclusiva de bicicletas, denominada
ciclofaixa.

Marcação de ciclofaixa ao longo da via Marcação de ciclofaixa ao longo da via 1

Observação: as aproximações de interseção, de faixa de travessia de pedestres, de


marcação de cruzamento rodocicloviário e de outras áreas de conflito pode ser utilizada
a pintura total vermelha do espaço cicloviário.

113
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Marcação de ciclofaixa em cruzamento

5.1.2.2. Marcas transversais


Marcas transversais são pinturas (faixas) perpendiculares ao leito da via.

Servem para:

- ordenar os deslocamentos frontais dos veículos e os harmonizar com os


deslocamentos de outros veículos e dos pedestres;

- informar sobre a necessidade de reduzir a velocidade;

- indicar travessia de pedestres e posições de parada.

Vejamos na sequência alguns exemplos:

a) linha de retenção (LRE) - linha branca que indica ao condutor o local limite que deve
parar o veículo;

Linha de retenção

Observação: a área delimitada por 2 (duas) linhas de retenção, destinada


exclusivamente à espera de motocicletas, motonetas e ciclomotores, junto à
aproximação semafórica, imediatamente à frente da linha de retenção dos demais
veículos é denominada “Área de Espera”.

b) linhas de estímulo à redução de velocidade (LRV) - conjunto de linhas brancas


paralelas que, pelo efeito visual, induzem a reduzir a velocidade do veículo;

114
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Linhas de estímulo à redução de velocidade

c) linha de "DÊ A PREFERÊNCIA" (LDP) - linha branca que indica ao condutor o local
limite em que deve parar o veículo, quando necessário, em locais sinalizados com a
placa "DÊ A PREFERÊNCIA";

Linha de Dê a preferência

d) faixa de travessia de pedestres (FTP) - faixa branca que delimita a área de travessia
de pedestres e regulamenta a prioridade de passagem dos mesmos, em relação aos
veículos;

Faixas de travessia de pedestres

Observação: a faixa de travessia de pedestres pode ser implantada no trecho da pista


onde o pavimento é elevado – caso em que referida sinalização passa ser denominada
“faixa elevada para travessia de pedestres”.

e) marcação de cruzamentos rodocicloviários (MCC) - faixa branca que indica ao


condutor de veículo a existência de um cruzamento em nível, entre a pista de rolamento
e uma ciclovia ou ciclofaixa;

Marcação de cruzamentos rodocicloviários

115
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

f) marcação de área de conflito (MAC) - marcação amarela que indica aos condutores
a área da pista em que não devem parar os veículos, prejudicando a circulação;

Marcação de área de conflito

g) marcação de área de cruzamento com faixa exclusiva (MAE) - indica ao condutor


a existência de faixa(s) exclusiva(s) na via em que ele vai adentrar ou cruzar. Podem
ser amarelas (para faixas exclusivas no contrafluxo) ou brancas (para faixas exclusivas
no fluxo);

Marcação de área de cruzamento com faixa exclusiva

h) marcação de cruzamento rodoferroviário (MCF) - sinalização constituída pela


“linha de retenção” (que determina o local limite em que o condutor deve parar o veículo)
e pelo “retângulo de advertência” (área anterior à passagem de nível contendo o símbolo
indicativo de cruzamento rodoferroviário: Cruz de Santo André).

Marcação de cruzamento rodoferroviário

5.1.2.3. Marcas de canalização


Marcas de canalização são faixas utilizadas para orientar e regulamentar os fluxos de
veículos em uma via, direcionando-os de modo a proporcionar maior segurança e
melhor desempenho, em situações que exijam uma reorganização de seu
desenvolvimento natural. Exemplos:

116
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

a) linha de canalização (LCA) - delimita o pavimento reservado à circulação de


veículos, orientando os fluxos de tráfego por motivos de segurança e fluidez.

Será branca, quando direciona fluxo de mesmo sentido, ou amarela, quando direciona
fluxo de sentido oposto.

Linha de canalização

b) zebrado de preenchimento da área de pavimento não utilizável (ZPA) - destaca


a área interna às linhas de canalização, reforçando a ideia de área não utilizável para a
circulação de veículos, além de direcionar os condutores para o correto posicionamento
na via.

Será branco, quando direcionam fluxos de mesmo sentido, ou amarelo, quando


direcionam fluxos de sentidos opostos.

Zebrado de preenchimento da área de pavimento não utilizável

5.1.2.4. Marcas de delimitação e controle de estacionamento e/ou parada


Marcas de delimitação e controle de estacionamento e/ou parada são faixas para
controle das áreas onde é proibido ou regulamentado o estacionamento e a parada de
veículos.

Exemplos:
a) linha de indicação de proibição de estacionamento e/ou parada (LPP) - faixa
amarela que indica a extensão ao longo da pista de rolamento em que é proibido o
estacionamento e/ou parada de veículos, estabelecidos pela sinalização vertical de
regulamentação correspondente.

117
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Linha de indicação de proibição de estacionamento e/ou parada

b) marca delimitadora de parada de veículos específicos (MVE) - faixa amarela que


delimita a extensão da pista destinada à operação exclusiva de parada. Deve estar
associada ao sinal de regulamentação correspondente, exceto nos pontos de parada de
transporte coletivo.

Marca delimitadora de parada de veículos específicos

c) marca delimitadora de estacionamento regulamentado (MER) - faixa branca que


delimita o trecho de pista no qual é permitido o estacionamento estabelecido pelas
normas gerais de circulação e conduta ou pela placa "Estacionamento Regulamentado".

Marca delimitadora de estacionamento regulamentado

5.1.2.5. Inscrições no pavimento


Inscrições no pavimento são pinturas que servem para melhorar a percepção do
condutor quanto às condições de operação da via, permitindo-lhe tomar a decisão
adequada, no tempo apropriado, para as situações que se lhe apresentarem.
Exemplos:

a) setas direcionais - orientam os fluxos de tráfego na via, indicando o correto


posicionamento dos veículos nas faixas de trânsito de acordo com os movimentos
possíveis e recomendáveis para aquela faixa.

As setas podem ser:

118
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Setas direcionais de inscrições de pavimento

b) símbolos - indicam e alertam o condutor sobre situações específicas na via.

São utilizados os seguintes símbolos:

Símbolos de inscrições de pavimento

c) legendas - combinações de letras e algarismos, na cor branca, aplicadas no


pavimento da pista de rolamento, com o objetivo de advertir aos condutores acerca das
condições particulares de operação da via.

Exemplos: "ESCOLA", "DEVAGAR", "PARE", "MOTO", "AMBULÂNCIA" etc.

Legendas de inscrições de pavimento

5.1.3. Dispositivos de sinalização auxiliar


Dispositivos auxiliares são elementos aplicados na via ou em obstáculos próximos a ela,
de forma a tornar mais eficiente e segura a operação do trânsito.

São utilizados para complementar a sinalização padronizada. Isolados, não possuem


função de regulamentar a circulação nas vias públicas.

119
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

São constituídos de materiais, formas e cores diversas, dotados ou não de


retrorrefletividade, com as funções de:

 incrementar a visibilidade da sinalização, do alinhamento da via e dos obstáculos


à circulação;
 reduzir a velocidade do trânsito;
 reduzir os sinistros (acidentes) e minimizar sua severidade;
 alertar os condutores quanto a situações de perigo potencial, em caráter
permanente ou temporário;
 fornecer proteção aos usuários da via e da ocupação lindeira;
 controlar o acesso de veículos em determinadas vias, áreas e passagens de
nível.

De acordo com a função os Dispositivos Auxiliares são agrupados em conjuntos


distintos. São eles:

 Dispositivos delimitadores.
 Dispositivos de canalização.
 Dispositivos de sinalização de alerta.
 Alterações nas características do pavimento.
 Dispositivos de contenção veicular.
 Barreiras antiofuscamento e acústica.
 Dispositivos de proteção para pedestres e/ou ciclistas.
 Dispositivos luminosos.
 Dispositivos de uso temporário.
 Dispositivos de controle de acesso.

5.1.3.1. Dispositivos delimitadores


Dispositivos delimitadores são dispositivos utilizados para orientar o condutor quanto
aos limites do espaço destinado ao rolamento e a sua separação em faixas de trânsito.
Geralmente possuem unidades retro refletivas ou catadióptricos, que possuem a
capacidade de refletir a luz incidente dos faróis de forma visível ao condutor. Podem ser
aplicados tanto no pavimento, reforçando as marcas viárias, quanto ao longo das áreas
adjacentes à pista, em suportes de fixação próprios, ressaltando o seu limite.

São eles:

a) balizador - proporciona ao condutor melhor percepção dos limites da pista.

120
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Balizador

b) balizador de ponte, viaduto, túnel, barreira e defensa - proporciona ao


condutor melhor percepção dos limites de obra de arte ou dispositivo de
contenção.

Balizador de ponte, viaduto, túnel, barreira e defensa

c) tacha - proporciona ao condutor melhor percepção do espaço destinado à


circulação realçando a marca longitudinal e/ou marca de canalização e
reforçando a visibilidade da sinalização horizontal em condições climáticas
adversas, de forma a auxiliar o posicionamento do veículo na faixa de trânsito.

Tacha

d) tachão - delimita ao condutor a utilização do espaço destinado à circulação


inibindo a transposição de faixa de trânsito ou a invasão de marca de
canalização, devendo sempre estar associado a uma marca viária.

121
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Tachão

e) cilindro delimitador - proporciona ao condutor melhor percepção do espaço


destinado à circulação inibindo a transposição de marcas viárias ou melhorando
a visibilidade de obstáculos na via. Em situação de uso permanente, a cor do
corpo e a do elemento retrorrefletivo devem sempre acompanhar a cor da marca
viária que o cilindro delimitador complementa. Em situações de uso temporário
(obras, por exemplo), o corpo do cilindro delimitador deve ser sempre na cor
laranja e o elemento retrorrefletivo na cor branca.

Cilindro delimitador

f) dispositivo de vidro refletivo incrustado - dispositivo retrorrefletivo de vidro


temperado incrustado (embutido) no pavimento que proporciona ao condutor
percepção do espaço destinado à circulação realçando a marca longitudinal em
condições climáticas adversas, em trechos de curva acentuada, com geometrias
desfavoráveis, com baixa velocidade e/ou elevado volume de veículos pesados.

122
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Dispositivo de vidro refletivo incrustado

5.1.3.2. Dispositivos de canalização


Substituem a guia da calçada ou segregam pistas de uso exclusivo de determinado tipo
de veículo ou pedestres. Exemplos:

Dispositivos de canalização

5.1.3.3. Dispositivos de sinalização de alerta


Dispositivos de sinalização de alerta são dispositivos utilizados para melhorar a
percepção do condutor quanto aos obstáculos e situações geradoras de perigo potencial
à sua circulação, que estejam na via ou adjacentes a ela, ou quanto a mudanças bruscas
no alinhamento horizontal da via. Possuem as cores amarela e preta, quando sinalizam
situações permanentes, e adquirem cores laranja e preta, quando sinalizam situações
temporárias, como obras.

São eles:
a) marcador de obstáculo - alerta o condutor quanto à existência de obstáculo na
via capaz de afetar sua segurança, como pilares e vigas de viadutos, passarelas
e qualquer outra estrutura disposta na via ou na área adjacente a ela. É
composto de faixas de cores alternadas, apostas no próprio obstáculo. As faixas
devem ser alternadas nas cores preta e amarela no caso de uso permanente e,
em situação de uso temporário, nas cores laranja e preta.

123
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Marcador de obstáculo

b) marcador de perigo - alerta o condutor quanto à presença de situações


potencialmente perigosas na pista ou próximo a ela, tais como vértice de
bifurcação, ilha, refúgio para pedestres, pilar de viaduto e cabeceira de ponte
estreita, entre outras. É constituído de uma placa retangular com faixas em cores
alternadas e inclinadas de 45º (quarenta e cinco graus), indicando o lado do
obstáculo por onde o veículo deve passar. As faixas devem ser alternadas nas
cores preta e amarela em caso de uso permanente e, em situação de uso
temporário, nas cores laranja e preta.

Marcador de perigo

c) marcador de alinhamento - alerta o condutor do veículo sobre alteração no


alinhamento horizontal da via. É constituído de placa afixada em suporte com
uma ponta de seta inscrita, indicando a direção da mudança do alinhamento da
pista naquele trecho de via. Deve ter fundo na cor amarela e ponta de seta na
cor preta em caso de uso permanente e, em situação de uso temporário, nas
cores laranja e preta, respectivamente.

Marcador de alinhamento

124
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

5.1.3.4. Alterações nas características do pavimento

Alterações nas características do pavimento são recursos que, quando utilizados nas
pistas, alteram suas condições normais, quer pela sua elevação, com a utilização de
dispositivos físicos colocados sobre ela, quer pela mudança nítida das características
da própria superfície do revestimento.
São utilizados com o objetivo de:

 reduzir a velocidade;
 alterar a percepção do usuário quanto a alterações de ambiente e uso da via,
induzindo-o a adotar comportamento cauteloso;
 incrementar a segurança e criar facilidades para a circulação de pedestres e/ou
ciclistas.

São eles:

a) ondulação transversal - é um dispositivo físico implantado sobre a superfície


da pista, transversalmente ao eixo da via, com a finalidade de reduzir, de forma
imperativa, a velocidade dos veículos.

Ondulação transversal

b) faixa elevada para travessia de pedestres - é um dispositivo físico de


moderação de tráfego implantado transversalmente ao eixo da via, onde o
pavimento da pista é elevado até a altura da calçada.

Faixa elevada para travessia de pedestres

125
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

c) sonorizador - dispositivo físico implantado sobre a superfície da pista, de modo


a provocar trepidação e ruído na passagem de veículos, com o objetivo de alertar
o condutor para uma situação atípica à frente.

Sonorizador

d) pavimento colorido - é um tratamento utilizado para modificar a cor da


superfície da pista, ou de parte dela, com o objetivo de chamar a atenção dos
usuários da via para situações especiais ou melhorar a segurança viária. A cor
utilizada não deve desviar a atenção do condutor ou do pedestre para a situação
que se quer alertar, tampouco se confundir com a sinalização horizontal.

Pavimento colorido

e) revestimento rugoso - é um tratamento utilizado para melhorar a aderência


pneu/ pavimento e reduzir o efeito da aquaplanagem, aumentando a segurança
da via.

Revestimento rugoso

f) pavimento microfresado - é um tratamento superficial utilizado para melhorar


a aderência pneu/pavimento e reduzir o efeito da aquaplanagem aumentando a
segurança em trechos de via. Tem como principal característica a execução de
ranhuras na superfície do pavimento.

126
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Pavimento microfresado

g) revestimento com sonorizador longitudinal - é um tratamento utilizado para


chamar a atenção dos usuários da via, por meio da trepidação e ruído pela
passagem de veículos, com o objetivo de alertar o condutor sobre o seu
posicionamento na pista.

Revestimento com sonorizado longitudinal

5.1.3.5. Dispositivos de contenção veicular


Dispositivos de contenção veicular são dispositivos instalados na via com o objetivo de
conter, absorver energia de impacto e redirecionar os veículos desgovernados,
reduzindo a gravidade do sinistro (acidente), impedindo que estes invadam zonas
perigosas ou alcancem um obstáculo fixo, protegendo, desta forma, os usuários da via
e reduzindo as consequências do sinistro (acidente).

Sua utilização é necessária em casos de: existência de obstáculos fixos; existência de


taludes críticos, não recuperáveis e não transpassáveis; estruturas de drenagem lateral
agressivas; presença de usuários vulneráveis (pedestres e ciclistas); qualquer outra
situação que exija a contenção de veículos errantes.

São eles:

a) dispositivo de contenção longitudinal - dispositivos instalados


longitudinalmente ao longo da lateral da via ou como separadores em
canteiro central ou nas bordas de pontes, com o objetivo de conter, absorver

127
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

energia de impacto e redirecionar os veículos desgovernados que saiam da


faixa de rodagem. De acordo com a capacidade máxima de deflexão do
impacto, podem ser classificados em: flexível, semirrígido e rígido.

Tipos de dispositivos de contenção

b) dispositivo de contenção pontual - dispositivo instalado em ponto


específico com o objetivo de conter, absorver energia de impacto dos
veículos desgovernados que possam impactar em obstáculos fixos e,
também, nas extremidades de dispositivos de contenção longitudinal. Tem
como objetivo absorver a energia cinética proporcionando desaceleração
suportável aos ocupantes do veículo, bem como controlar a desaceleração
do veículo em níveis suportáveis ao corpo humano.

Dispositivo amortecedor de impacto – fixo

Dispositivo amortecedor de impacto – móvel

128
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

5.1.3.6. Barreiras antiofuscamento e acústica


Barreiras antiofuscamento e acústica são dispositivos utilizados para minimizar os
efeitos do ofuscamento ou da poluição sonora provocada pelos veículos automotores.

São eles:

a) barreira antiofuscamento - dispositivo de proteção visual utilizado para eliminar


ou minimizar o ofuscamento dos condutores, provocado pela luz dos faróis dos
veículos que circulam no sentido oposto ou por interferências luminosas
adjacentes à via. Também é utilizado para minimizar o incômodo causado a
moradores lindeiros à via. A eliminação ou a minimização desse efeito é obtida
pela vedação ou difusão da luz, trazendo benefícios diretos à segurança viária.

Exemplo de dispositivos antiofuscantes

b) barreira acústica - dispositivo utilizado para bloquear a propagação do som


proveniente dos veículos automotores, minimizando a sua intensidade nas áreas
adjacentes à via. É constituída dos mais diversos materiais, como placas de
concreto armado ou leve, paredes de alvenaria convencional, madeira, chapas
transparentes em acrílico ou material similar, entre outros com alta capacidade
de absorção e dissipação de ondas sonoras, mitigando os seus efeitos.

Barreira acústica - chapa transparente em acrílico

5.1.3.7. Dispositivos de proteção para pedestres e/ou ciclistas


Dispositivos de proteção para pedestres e/ou ciclistas são dispositivos de proteção
utilizados para direcionar, reter ou bloquear o fluxo de pedestres ou ciclistas para

129
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

eliminar potenciais pontos de conflitos com os veículos, e aumentar a segurança do


trânsito.
São eles:

a) dispositivo de retenção e canalização - tem a finalidade de disciplinar,


reter, direcionar e segregar o fluxo de pedestres ou ciclistas, impedindo seu
acesso a pontos indesejados ou criando espaços exclusivos. Os mais
utilizados são: gradil, vaso, floreira e cerca viva.

Gradil rígido fixo

Gradil rígido portátil

Gradil maleável (fixo ou portátil)

130
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Cerca viva

b) dispositivo de contenção e bloqueio - constitui-se de estrutura rígida,


fechada por elementos que resistam a ações de vandalismo utilizado em
local onde é necessário impedir a travessia indesejada e perigosa de
pedestres ou ciclistas, que ocorre em geral sob passarela, ponte e viaduto e
como bloqueio temporário da via, no caso de obra, serviço ou evento.

Dispositivo de contenção e bloqueio

c) dispositivo de bloqueio de veículos em calçada ou via exclusiva para


pedestres - tem a finalidade de garantir a proteção de pedestres e impedir o
estacionamento e a circulação de veículos sobre calçadas, em outros casos,
servindo também como elemento delimitador entre a pista de circulação de
veículos e os espaços destinados aos pedestres. Os mais utilizados são:
pilarete, dispositivo de concreto (tronco de pirâmide, esfera etc.) e vaso.

Exemplos de dispositivos de bloqueio

131
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

5.1.3.8. Dispositivos luminosos


Dispositivos luminosos são dispositivos utilizados para proporcionar melhores
condições de visualização da sinalização. Quando conjugados a equipamentos
eletrônicos, permitem a variação das mensagens.

São eles:

a) painel de mensagens variáveis (PMV) eletrônico fixo – é um dispositivo


luminoso que permite a transmissão de mensagens e símbolos de forma
clara e sucinta, com o objetivo principal de orientar, regulamentar, advertir
ou educar o usuário da via durante o seu deslocamento. Tem fundo na cor
preta, tecnologia LEDs (ou superior), informações na cor amarela (âmbar) ou
multicoloridas.

Painel de mensagens variáveis eletrônico fixo

b) painel de mensagens variáveis (PMV) eletrônico móvel - é um dispositivo


luminoso removível destinado a transmitir mensagens e símbolos de forma
clara e sucinta, com o objetivo principal de advertir, informar ou orientar o
usuário da via, principalmente quanto a situações atípicas, tais como sinistro
(acidente), obra, desvio ou condições operacionais adversas (lentidão,
chuva, neblina). Tem fundo na cor preta, tecnologia LEDs (ou superior),
informações na cor amarela (âmbar) ou multicoloridas, montado em reboque
ou veículo autoportante.

Painel de mensagens variáveis eletrônico móvel

132
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

c) seta luminosa - é um dispositivo luminoso utilizado para indicar o desvio do


fluxo de tráfego para a direita, esquerda ou ambos os lados. Pode ser
utilizada em situação de emergência, bloqueio e em desvio ou estreitamento
de pista. Tem lentes com sistema óptico refletivo e emissores de luz com
tecnologia a LEDs na cor amarela em funcionamento intermitente, montado
sobre um veículo, reboque ou semirreboque.

Seta luminosa

5.1.3.9. Dispositivos de uso temporário


Dispositivos de uso temporário são dispositivos utilizados em situações especiais e
temporárias, tais como operação de trânsito, evento, obra, serviço e situação de
emergência ou perigo, com o objetivo de alertar os condutores e pedestres, bloquear
e/ou canalizar o trânsito, proteger trabalhadores e equipamentos, entre outras
situações.

São eles:

a) cone, cilindro canalizador de tráfego, balizador móvel e canalizador móvel


- dispositivos portáteis de canalização ou bloqueio de tráfego, possuem cor
laranja com faixas brancas retrorrefletivas, utilizados em situações temporárias
de obra ou serviço, de operação de trânsito, de emergência ou de perigo.

Exemplo de dispositivos de uso temporário

133
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

b) barreira plástica - dispositivo portátil de canalização ou bloqueio de tráfego,


possui cor laranja com faixas brancas retrorrefletivas na parte superior, utilizado
em situações de obra, serviço, operação de trânsito, emergência ou eventos de
média ou longa duração.

Barreira plástica

c) barreira - dispositivo de canalização ou bloqueio de tráfego, possui cor laranja


e branca, utilizado em situações temporárias.
 barreira móvel - dispositivo portátil de canalização ou bloqueio total ou
parcial da passagem de veículos ou pedestres, por períodos curtos, em
situações de emergência, obras ou operação de trânsito.

Barreira móvel

 barreira fixa - dispositivo fixo de canalização ou bloqueio do fluxo de tráfego,


ou de isolamento de áreas de obra ou serviço, em situações de média ou
longa duração.

Barreira fixa

134
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

d) tapume - dispositivo fixo de canalização ou bloqueio do fluxo de tráfego, ou


isolamento de área de obra ou serviço, em situações de média ou longa duração.

Tapume

e) tela plástica - dispositivo complementar de controle de acesso ou bloqueio


utilizado em intervenções temporárias que ofereçam algum tipo de risco aos
usuários da via. Deve ser constituída de faixas horizontais nas cores laranja e
branca ou ser totalmente na cor laranja.

Tela plástica

f) gradil portátil para serviços - dispositivo de delimitação de área de serviço


junto a poço de visita ou caixa de inspeção, utilizado em serviço de curta duração
ou de emergência. Possui formato de grade e deve possuir cores laranja e
branca ou serem totalmente na cor laranja.

Gradil portátil para serviços

g) gradil portátil para pedestres e ciclistas - dispositivo de delimitação,


canalização ou bloqueio, destinado a disciplinar, direcionar, segregar ou

135
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

bloquear o fluxo de pedestres ou ciclistas em situações temporárias. Possui


formato de grades metálicas.

Gradil portátil para pedestres e ciclistas

h) elemento luminoso complementar - dispositivo utilizado para complementar a


sinalização temporária à noite ou sob condições atmosféricas adversas. Possui
uma fonte luminosa (cor amarela) que pode funcionar de modo intermitente,
contínuo ou sequencial, podendo ser fixo ou portátil.

Elemento luminoso complementar

i) fita zebrada - dispositivo utilizado em situações temporárias de curta duração


para isolamento de local, que ofereça risco aos pedestres, para controle de
acesso ou em bloqueios viários. Deve ser constituída de faixas (de plástico)
inclinadas a 45° (quarenta e cinco graus) nas cores laranja e branca alternadas.

Fita zebrada

136
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

j) bandeira sinalizadora - dispositivo (de cor vermelha) utilizado para alertar os


condutores de veículos quanto à diminuição da velocidade ou parada obrigatória
em intervenção temporária ou emergencial, em campanha ou em operação de
trânsito. Normalmente complementa outros dispositivos auxiliares de
sinalização.

Bandeira sinalizadora

k) faixa - dispositivo de caráter temporário utilizado para transmitir informações


operacionais ou educativas destinadas aos usuários da via. Deve conter, em
suas extremidades, tarjas alternadas nas cores laranja e branca, inclinadas a 45º
(quarenta e cinco graus).

Faixa

5.1.3.10. Dispositivos de controle de acesso


Dispositivos de controle de acesso são dispositivos utilizados para bloquear o fluxo de
veículos em determinado ponto ou trecho de pista/via, faixa ou área.

São eles:

a) cancela - dispositivo destinado a controlar o acesso ou a passagem de veículos


em determinados locais tais como praça de pedágio, cruzamento rodoferroviário,
acesso a balsa, alfândega, dentre outros.

137
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Cancela

b) bloqueador retrátil - dispositivo automático destinado a controlar o acesso de


veículos em determinada área, via ou trecho de via, permitindo o ingresso
somente de veículos autorizados ou em determinados dias e horários. É
constituído de um cilindro metálico que contém na sua parte superior uma faixa
retrorrefletiva branca ou uma faixa luminosa com LED na cor vermelha, para
situação de bloqueio, e na cor verde, quando o veículo for identificado e
autorizado a passar. Quando acionado, o cilindro desce para um compartimento
enterrado, permitindo a passagem do veículo autorizado e retornando à posição
elevada de forma automática ou mediante controle remoto, após a passagem do
veículo.

Bloqueador retrátil

5.1.4. Luminosos (sinalização semafórica)


A sinalização semafórica é um subsistema da sinalização viária que se compõe de
indicações luminosas acionadas alternada ou intermitentemente por meio de sistema
eletromecânico ou eletrônico. Tem a finalidade de transmitir diferentes mensagens aos
usuários da via pública, regulamentando o direito de passagem ou advertindo sobre
situações especiais nas vias.

A sinalização semafórica tem a função de:


 regulamentar o direito de passagem dos vários fluxos de veículos (motorizados
e não motorizados) e/ou pedestres em uma interseção ou seção de via;

138
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 advertir condutores, de veículos motorizados ou não motorizados, e/ou


pedestres sobre a existência de obstáculo ou situação perigosa na via.

5.1.4.1. Tipos de foco da sinalização semafórica


Circular: semáforos destinados a veículos automotores, bicicletas e para as
advertências necessárias.

AÇÃO DO USUÁRIO DA
FORMA COR SINAL SIGNIFICADO
VIA
Indica a proibição Obrigatoriedade do
do direito de condutor em parar o
Vermelha
passagem. veículo.
O condutor deve parar o
Indica o término do veículo salvo se não for
Amarela direito de possível imobilizá-lo em
passagem. condições de segurança.
O condutor tem a
permissão de iniciar ou
Verde prosseguir em marcha,
Indica a permissão
podendo efetuar os
do direito de
movimentos de acordo
passagem.
com a indicação luminosa
e observar as normas de
circulação e conduta.
Adverte da O condutor deve reduzir
Circular Amarela existência de a velocidade e observar
(intermitente) situação perigosa as normas de circulação
ou obstáculo. e conduta.

Indica término do O condutor deve parar o


Amarela com direito de veículo salvo se não for
seta passagem em possível imobilizá-lo em
(opcional) semáforo condições de segurança.
direcional.

Indica a proibição
do direito de
passagem de Obrigatoriedade do
Vermelha acordo com a condutor em parar o
direção e sentido veículo de acordo com a
da seta indicação luminosa.
apresentada na
indicação
luminosa.

139
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Indica a permissão O condutor tem a


do direito de permissão de iniciar ou
passagem de prosseguir em marcha,
Verde acordo com a podendo efetuar os
direção e o sentido movimentos de acordo
da seta com a indicação luminosa
apresentada na e observar as normas de
indicação circulação e conduta.
luminosa.
Indica ao ciclista a Obrigatoriedade do
Vermelha proibição do direito ciclista em parar o
de passagem. veículo.
O ciclista deve parar o
Amarela Indica o término do veículo salvo se não for
direito de passagem. possível imobilizá-lo em
condições de segurança.
Indica ao ciclista a O ciclista tem a
Verde permissão do permissão de iniciar ou
direito de prosseguir em
passagem. marcha.

Quadrada: semáforos destinados a pedestres e faixas reversíveis.

FORMA COR SINAL SIGNIFICADO AÇÃO DO


USUÁRIO DA
VIA

Vermelha
Indica ao O pedestre não
pedestre a deve iniciar a
proibição da travessia.
travessia.

O pedestre não
Indica ao deve iniciar a
pedestre o travessia. O
Quadrada término do direito pedestre que já
Vermelha de iniciar a iniciou a travessia
(intermitente) travessia. Sua no tempo de verde
duração deve deve concluí-la,
permitir a atentando-se para
conclusão das o fato de que os
travessias veículos estão
prestes a receber

140
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

iniciadas no indicação
tempo de verde. luminosa verde.
Indica ao O pedestre tem a
Verde pedestre a permissão de
permissão do iniciar a travessia.
direito de
travessia.

Indica, por meio O condutor não


Vermelha do deve circular pela
símbolo “X”, a faixa sinalizada
proibição
de circular na
faixa
sinalizada.

Permite a O condutor tem a


Verde circulação na permissão de
faixa indicada circular pela faixa
pela seta. sinalizada.

5.1.4.2. Grupos da sinalização semafórica


A sinalização semafórica divide-se em 2 (dois) grupos:

1 – Sinalização semafórica de regulamentação – tem a função de efetuar o controle


do trânsito em uma interseção ou seção de via, por meio de indicações luminosas,
alternando o direito de passagem dos vários fluxos de veículos e/ou pedestres.

Vejamos:

TIPO DO SEMÁFORO POSIÇÃO VERTICAL POSIÇÃO HORIZONTAL

Veicular Observação: Só utilizar


quando projetado sobre a
via.
Observação: O grupo focal
pode ser configurado com

141
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

vermelho 300mm e
amarelo/verde 200mm.

Observações:
Veicular Direcional  Só utilizar quando
projetado sobre a
via.
 Opcionalmente
Observação:
pode-se utilizar foco
Opcionalmente
amarelo com seta.
pode-se utilizar foco
amarelo com seta.
Veicular Direção Livre

Veicular Controle de
Acesso Específico

Veicular Controle ou Em semáforos de LED


Faixa Reversível pode ser usado foco único.

Pedestre

Ciclista

ou

142
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observações:
a) As sequências de acionamento das indicações luminosas dos semáforos de
regulamentação são:

 semáforo veicular e veicular direcional: verde, amarelo, vermelho, retornando ao


verde.
 semáforo de pedestres: verde, vermelho intermitente, vermelho, retornando ao
verde.
b) É livre o movimento de conversão à direita diante de sinal vermelho do semáforo
onde houver sinalização indicativa que permita essa conversão.

c) Na sinalização semafórica podem ser colocadas BOTOEIRAS – dispositivos que têm


a função de detectar a solicitação de pedestres em determinado local. São acionadas
manualmente pelo pedestre para que sua presença seja detectada.

d) A sinalização semafórica de regulamentação também pode ser equipada com foco


de pedestres e botoeira sonora para auxílio à travessia de pessoas com deficiência
visual. A botoeira sonora é um dispositivo que emite sinais sonoros, visuais e
vibratórios (localização, advertência e instrução) para auxiliar a travessia de
pedestres, em especial as pessoas com deficiência visual.

Botoeira

2 – Sinalização semafórica de advertência – tem a função de advertir a existência de


obstáculo ou situação perigosa, devendo o condutor reduzir a velocidade e adotar as
medidas de precaução compatíveis com a segurança para seguir adiante.

Compõe-se de uma ou 2 (duas) luzes de cor amarela cujo funcionamento é intermitente


ou piscante alternado, no caso de 2 (duas) indicações luminosas.
Vejamos:

143
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

TIPO DO SEMÁFORO POSIÇÃO VERTICAL POSIÇÃO HORIZONTAL

Veicular

Observação: em situações especiais, o semáforo de regulamentação pode ser utilizado


para efeito de sinalização semafórica de advertência. Para tanto, os focos verde e
vermelho são apagados e o foco amarelo opera de forma intermitente em todas as
aproximações. Nessa situação os focos de pedestres também são apagados.

GIF Sinalização semafórica de advertência

5.1.5. Sonoros
Os sinais sonoros são sons emitidos por meio de apitos utilizados por agentes de
trânsito (são mais conhecidos como silvos).

Os sinais sonoros somente devem ser utilizados em conjunto com os gestos dos
agentes.

Os sinais sonoros podem ser emitidos por meio de:

Classificação de sinais sonoros

5.1.6. Gestos do Agente de Trânsito e do Condutor


Os gestos dos condutores e agentes são movimentos de braço utilizados por agentes
de trânsito e por condutores de veículos.

144
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Gestos de agentes da autoridade de trânsito:

Gestos agentes 1

GA-01 – Ordem de parada obrigatória para todos os veículos. Quando executada em


interseções, os veículos que já se encontrem nela não são obrigados a parar.

GA-02 – Ordem de parada para todos os veículos que venham de direções que cortem
ortogonalmente a direção indicada pelos braços estendidos, qualquer que seja o sentido
de seu deslocamento.

GA-03 – Ordem de parada para todos os veículos que venham de direções que cortem
ortogonalmente a direção indicada pelo braço estendido, qualquer que seja o sentido de
seu deslocamento.

Gestos agentes 2

GA-04 – Ordem de diminuição de velocidade.


GA-05 – Ordem de parada para os veículos aos quais a luz é dirigida.
GA-06 – Ordem de seguir.

145
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Gestos de condutores:

Gestos dos condutores

Observação: É permitido dirigir veículo com apenas uma das mãos: quando for fazer
sinais regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo ou acionar equipamentos
e acessórios do veículo.

5.1.7. Demais Sinais de Trânsito Regulamentados pelo CONTRAN


A seguir, veremos os demais sinais de trânsito regulamentados pelo CONTRAN, quais
sejam: sinalização temporária, sinalização cicloviária e sinalização de cruzamento
rodoferroviário.

5.1.7.1 Sinalização temporária


Sinalização temporária é um conjunto de sinais e dispositivos, com características
visuais próprias, com o objetivo principal de garantir a segurança dos usuários e dos

146
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

trabalhadores de obras ou serviços nas vias públicas, bem como a fluidez do tráfego
nas áreas afetadas por intervenções temporárias na via.

A sinalização temporária visa:


• proteger os trabalhadores e os usuários da via em geral;
• advertir os usuários da via sobre o caráter temporário da intervenção;
• canalizar o usuário da via, estabelecendo os limites destinados ao tráfego e à
intervenção;
• fornecer informações precisas, claras e padronizadas;
• regulamentar a circulação e outros movimentos, para reduzir os riscos de sinistros
(acidentes) e congestionamentos;
• assegurar a continuidade dos caminhos e os acessos às edificações lindeiras;
• orientar os usuários sobre caminhos alternativos;
• diminuir o desconforto causado à população da área afetada pela intervenção.
A sinalização temporária deve ser utilizada para sinalizar situações de caráter
temporário e inesperado como: obras na via pública; serviços de manutenção em redes
de energia elétrica, de água e esgotos, de gás combustível canalizado e de
comunicação; serviços de pavimentação, sinalização, topografia, remoção de
interferências, varredura da pista, poda de árvores, limpeza de bueiros; eventos
(passeio ciclístico, maratona, filmagem, festa junina etc.); situações de emergência
(rompimento de dutos, recuperação de pavimentos, sinistro (acidente),
desmoronamento, alagamento, pane de veículos na pista etc.); situações operacionais
e de fiscalização (blitz, faixas reversíveis, bloqueios e desvios operacionais etc.).

Observação: a sinalização temporária de intervenções na via pública deve apresentar


estrutura e materiais que não coloquem em risco a segurança viária.

Podem ser utilizados, como sinalização temporária, sinais e elementos da sinalização


vertical (placas), sinalização horizontal (marcas), sinalização semafórica, dispositivos
auxiliares e dispositivos de segurança, como veremos a seguir.

5.1.7.1.1. Sinalização vertical temporária


A sinalização vertical temporária são as placas utilizadas temporariamente para:

 regulamentar as obrigações, limitações, proibições ou restrições para a área, via


ou trecho da via em intervenção;

147
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 advertir sobre a mudança nas condições da via, as restrições de acessibilidade


e da intervenção em curso naqueles aspectos em que a segurança e o
desempenho podem ser afetados;
 indicar caminhos alternativos para a transposição do trecho com obra, serviço
ou evento, durante o seu tempo de duração.

A sinalização vertical temporária apresenta-se nas cores laranja e preto (exceto a


sinalização vertical de regulamentação utilizada como sinalização temporária, cuja cor
original será mantida).

Dentre os sinais verticais, os mais utilizados como sinalização temporária são: as placas
de regulamentação, de advertência, de orientação de destino, de orientação para
pedestres e de orientação para ciclistas.

Sinalização vertical temporária

5.1.7.1.2. Sinalização horizontal temporária


A sinalização horizontal temporária são as marcas viárias utilizadas para ordenar o fluxo
de tráfego, canalizar e orientar os condutores e pedestres de modo a aumentar a
segurança e a fluidez do tráfego nos trechos de vias em obras.

Observações:
a) A utilização da sinalização horizontal temporária pode ser dispensada nos casos
de obra de curta duração ou quando os sinais verticais e os dispositivos de
canalização e de segurança se mostram suficientes.
b) As cores originais dos sinais horizontais (marcas) serão mantidas quando eles
forem utilizados como sinalização temporária.

148
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Sinalização horizontal temporária

5.1.7.1.3. Sinalização semafórica temporária


A sinalização semafórica temporária é um semáforo (portátil ou
convencional/permanente) utilizado para alternar o direito de passagem em
determinadas intervenções na pista em que os fluxos veiculares opostos não podem
transitar simultaneamente.

Observações:
a) semáforo portátil: utilizado em obra ou serviço de curta ou média duração e
evento como alternativa à operação “PARE e SIGA” (para o controle da
alternância de passagem ou em situações em que o controle da alternância de
passagem se mantenha durante o período noturno);

Semáforo portátil

b) semáforo permanente: é o semáforo convencional, utilizado em obra ou serviço


de média ou longa duração.

5.1.7.1.4. Dispositivos auxiliares temporários


Os dispositivos auxiliares temporários são dispositivos físicos que bloqueiam e/ou
direcionam o fluxo do trânsito de veículos automotores, ciclistas e pedestres.

149
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observação: as cores e demais características originais dos dispositivos de sinalização


auxiliar serão mantidas quando os mesmos forem utilizados como sinalização
temporária.

Dispositivos auxiliares temporários

5.1.7.1.5. Dispositivos de segurança


Os dispositivos de segurança são elementos que têm a função específica de
proporcionar maior segurança aos trabalhadores e usuários da via, tais como:

 equipamentos de proteção individual: para proporcionar melhor visibilidade dos


trabalhadores que estão na via ou próximo ao fluxo de trânsito.

Dispositivos de segurança

 boneco sinalizador: dispositivo utilizado para substituir o trabalhador com


bandeira, servindo de alerta aos motoristas em situação de emergência ou em
obra ou serviço de curta duração.

150
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Boneco sinalizador

 veículo de proteção: caminhão ou reboque dotado de luz amarela (âmbar)


intermitente (em sua parte mais alta) ou um painel com seta luminosa, utilizado
para alertar intervenções temporárias na via.

Veículo de proteção

5.1.7.2 Sinalização Cicloviária


Vimos que a sinalização de trânsito é destinada a ordenar ou dirigir o trânsito dos
veículos automotores, veículos não automotores e pedestres.

Entretanto, na sinalização “vertical”, “horizontal”, “semafórica”, “dispositivos auxiliares”


e “sinalização temporária” existem sinais de trânsito específicos aos condutores de
bicicletas. E são exatamente estes sinais que constituem a “Sinalização Cicloviária” –
sinalização destinada a dar prioridade ou preferência à circulação de bicicletas na via
pública, oferecendo condições mais seguras e possibilitando melhor conforto aos
usuários deste meio de transporte, através do uso de sinalização em vias/pistas ou
faixas de uso exclusivo ou rotas de circulação, da criação de estacionamentos e da
integração modal.

A sinalização cicloviária tem como objetivo identificar, para o ciclista, os locais onde ele
deve circular na via pública, tornando mais claro e preciso para os demais usuários

151
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

sobre as condições de uso desse espaço e proporcionando melhores condições de


segurança viária.

Exemplos:

Sinalização vertical de advertência Sinalização vertical indicativo de acessibilidade a bicicletas

Sinalização vertical educativa Sinalização vertical de atrativo turístico

Sinalização horizontal – marcação de ciclofaixa ao longo da via Sinalização horizontal – símbolo

152
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Sinalização luminosa – semáforo Dispositivo auxiliar – tachas Sinalização temporária específica para ciclistas

Observações:
 Além de respeitar os sinais de trânsito “específicos” os ciclistas devem respeitar
todos os demais sinais de trânsito estabelecidos aos demais condutores de
veículos.
 Os órgãos ou entidades executivos de trânsito devem realizar ações de
educação voltadas ao correto uso dos espaços cicloviários, promovendo
comportamento adequados, relacionamento com demais usuários, uso de
equipamentos que proporcionem segurança (tais como: farol, capacete, roupas
claras, calçados fixos nos pés, material retrorrefletivo) entre outras medidas.
 No caso de skate, patinete e patins não são considerados veículos pelo CTB. A
permissão de utilização destes equipamentos nos espaços viários
regulamentados como ciclofaixa ou ciclovia fica a critério dos órgãos de trânsito
com circunscrição sobre a via.
 A pessoa com deficiência, usuária de cadeira de rodas é considerada pedestre,
e deve, portanto, circular na calçada. A sua circulação em ciclovia ou ciclofaixa
somente deve ocorrer quando a calçada não é acessível.

5.1.7.3. Sinalização de Cruzamento Rodoferroviário


Na sinalização “vertical”, “horizontal”, “semafórica” e “dispositivos auxiliares” existem
sinais de trânsito que devem ser utilizados nos cruzamentos rodoferroviários. São
exatamente estes sinais que constituem a “Sinalização de Cruzamento Rodoferroviário”.

A sinalização de cruzamento rodoferroviário é destinada a reforçar a norma que


estabelece preferência de passagem aos veículos que transitam sobre trilhos, bem
como proporcionar maior segurança nas passagens de nível.

Os equipamentos de proteção de passagens de nível dotados de energia elétrica devem


ser compostos de sinalização “acústica” e/ou “luminosa” (semáforos). Sendo assim, a
sinalização acústica em passagens de nível abrange os sinais sonoros emitidos por
campainhas localizadas nos suportes da sinalização vertical. As campainhas devem ser
utilizadas na proteção ativa de algumas passagens de nível, podendo ter acionamento

153
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

manual ou automático. Portanto, a sinalização acústica (campainha) também faz parte


da “Sinalização de Cruzamento Rodoferroviário”.

Exemplos:

Sinalização vertical – cruz de Santo André Sinalização vertical - parada obrigatória

Sinalização vertical – olhe escute

Sinalização horizontal - marcação de cruzamento rodoferroviário

Sinalização horizontal - “Cruz de Santo André” Sinalização horizontal - marcação de área de conflito

154
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Sinalização semafórica Dispositivos auxiliares - cancela manual ou automática


(exclusivo para utilização nas Passagens de Nível)

Dispositivos auxiliares delimitadores – tachas

Dispositivos auxiliares de retenção e canalização – gradil (fixo e rígido)

Observação: O gradil pode ser utilizado sob forma de “chicana” (imagem à direita) cuja
função é reduzir a velocidade dos pedestres e/ou ciclistas que percorrem a via e
pretendem atravessar uma ferrovia. Devido ao seu percurso indireto a “chicana” obriga
a olhar para os dois sentidos da via, para evitar que os usuários atravessem
inadvertidamente.

Sinalizador manual por gestos (com ou sem bandeira sinalizadora)

155
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

6. DIREITOS E DEVERES DO CIDADÃO


Além dos deveres e direitos específicos, que vimos e veremos no decorrer de todo o
conteúdo relacionado a legislação, o Código de Trânsito Brasileiro estabelece alguns
deveres e direitos gerais, como veremos a seguir.

Os usuários das vias terrestres devem:

I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de
veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou
privadas;

II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depositando ou


abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo.

Trânsito seguro

Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o condutor deverá verificara
existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório,
bem como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de
destino.

Marcador de combustível

O condutor deverá, a todo o momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com
atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.

156
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário para os órgãos
que compõem o Sistema Nacional de Trânsito.

A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º


graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e as entidades
do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.

Educação para o trânsito

O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e os cronogramas das campanhas


de educação para o trânsito, de âmbito nacional, que deverão ser promovidas por todos
os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, em especial nos períodos referentes às
férias escolares, aos feriados prolongados e à Semana Nacional de Trânsito (18 a 25
de Setembro).

As campanhas são de caráter permanente e os serviços de rádio e difusão sonora de


sons e imagens, explorados pelo poder público, são obrigados a difundi-las
gratuitamente, com a frequência recomendada pelos órgãos competentes do Sistema
Nacional de Trânsito.

Campanha sou legal no trânsito

No âmbito da educação para o trânsito, caberá ao Ministério da Saúde, mediante


proposta do CONTRAN, estabelecer campanhas nacionais (de caráter permanente, por
intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS) para esclarecer condutas a serem
seguidas nos primeiros socorros em caso de sinistros (acidentes) de trânsito. Referidas
campanhas deverão ser intensificadas nos períodos referentes às férias escolares, aos
feriados prolongados e na Semana Nacional de Trânsito.

157
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Toda peça publicitária (propaganda de natureza comercial veiculada por iniciativa do


fabricante do produto) destinada à divulgação ou promoção, nos meios de comunicação
social (rádio, televisão, jornal, revista e outdoor), de produto oriundo da indústria
automobilística ou afim, incluirá, obrigatoriamente, mensagem educativa de trânsito, a
ser conjuntamente veiculada.

Campanha preserve a vida

Quando se tratar de publicidade veiculada em outdoor instalado à margem de rodovia,


dentro ou fora da respectiva faixa de domínio, referida obrigação estende-se à
propaganda de qualquer tipo de produto e anunciante, inclusive àquela de caráter
institucional ou eleitoral.

Os Ministérios da Saúde, da Educação, do Trabalho e Emprego, dos Transportes e da


Justiça e Segurança Pública, por intermédio do CONTRAN, desenvolverão e
implementarão programas destinados à prevenção de sinistros (acidentes).

158
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

7. NORMAS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA


Para melhor compreensão das normas de circulação e conduta é necessário que
saibamos a definição de alguns termos que serão utilizados.

Vejamos alguns deles:

 Via – é a superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo


a pista, a calçada, o acostamento, a ilha e o canteiro central. Também pode ser
chamada de via pública.
 Pista – é a parte da via normalmente utilizada para a circulação de veículos,
identificada por elementos separadores ou por diferença de nível em relação às
calçadas, às ilhas ou aos canteiros centrais. Também pode ser chamada de pista de
rolamento. Em relação ao “sentido de tráfego”, a pista de rolamento pode ser
unidirecional (sentido único de circulação) ou bidirecional (sentido duplo de
circulação).
 Mão de Direção – é o lado, da pista, que o condutor deve transitar (permanecer)
com seu veículo (que, no Brasil, é o lado direito). O lado oposto será destinado aos
condutores que transitam no sentido contrário (contramão de direção).

Vias de tráfego

Observação: Há situações em que o CTB permite que o condutor transite na contramão


de direção. Exemplo: desviar de obstáculos em sua mão de direção, ultrapassar etc. –
desde que sinalize com antecedência e não coloque em risco a segurança dos
condutores que transitam no sentido contrário (pois a preferência é deles).

 Faixa de Trânsito – é qualquer uma das áreas longitudinais em que a pista pode ser
subdividida, sinalizada ou não por marcas viárias longitudinais, que tenham uma
largura suficiente para permitir a circulação de veículos automotores. Também é
chamada de “faixa de circulação”.

159
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observação: Uma pista pode ser dividida em mãos de direção e subdividida em faixas
de trânsito. As marcas (pinturas) utilizadas para dividir a pista serão amarelas e as
utilizadas para subdividir serão brancas.

 Bordo da Pista – é a margem da pista, podendo ser demarcada por linhas


longitudinais de bordo que delineiam a parte da via destinada à circulação de
veículos.

Bordo da pista

 Acostamento – é a parte da via diferenciada da pista de rolamento destinada à


parada ou ao estacionamento de veículos, em caso de emergência, e à circulação
de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado para esse fim.
 Calçada – é a parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, não
destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando
possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação e outros fins.
 Passeio – é a parte da calçada ou da pista de rolamento, nesse último caso,
separada por pintura ou elemento físico separador, livre de interferências, destinada
à circulação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas.

Passeio e calçada

 Ilha – obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, destinado à ordenação dos


fluxos de trânsito em uma interseção.

160
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Elementos da via

7.1. Regras gerais


O CTB estabelece que o trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação
obedecerá às seguintes normas:

a) a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente


sinalizadas;

b) o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os


demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no
momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições
climáticas;

Distância de segurança na via

c) quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de circulação, no mesmo


sentido, são as da direita destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e de
maior porte, quando não houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda,
destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade;

161
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Pista de rolamento

d) o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos só poderá ocorrer


para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento;

e) os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passagem, respeitadas as


demais normas de circulação;

Cruzamento em faixas com indicação

f) os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de


fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade no trânsito,
gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência,
de policiamento ostensivo ou de preservação da ordem pública, observadas as
seguintes disposições:
- quando os dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação
intermitente estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, todos os
condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita
da via e parando, se necessário;
- os pedestres, ao ouvirem o alarme sonoro ou avistarem a luz intermitente, deverão
aguardar no passeio e somente atravessar a via quando o veículo já tiver passado pelo
local;
- o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação intermitente somente poderá
ocorrer por ocasião da efetiva prestação de serviço de urgência;
- a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade
reduzida e com os devidos cuidados de segurança;

162
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

- as prerrogativas de livre circulação e de parada serão aplicadas somente quando os


veículos estiverem identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e
iluminação intermitente;

- a prerrogativa de livre estacionamento será aplicada somente quando os veículos


estiverem identificados por dispositivos regulamentares de iluminação intermitente.

Observações:

 deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de emergência, o sistema


de iluminação intermitente dos veículos de polícia, de socorro de incêndio e
salvamento, de fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que parados,
constitui infração média com penalidade de multa;
 referidos veículos, de forma exclusiva, poderão utilizar lanternas especiais de
emergência que emitem luz de cor azul , cor vermelha ou combinação de ambas;
 o acionamento das lanternas especiais deverá ocorrer somente em
circunstâncias que permitam o uso das prerrogativas de prioridade de trânsito e
de livre circulação, estacionamento e parada, quando efetivamente esteja sendo
prestado serviço de urgência, de policiamento ostensivo ou de preservação da
ordem pública.

Resgate 193

g) os veículos prestadores de serviços de utilidade pública (energia, água, telefonia,


guindastes, guinchos, escolta, recolhimento de lixo, transporte de valores etc.), quando
em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação
de serviço, desde que devidamente sinalizados e identificados.

Observações:

 os veículos prestadores de serviços de utilidade pública identificam-se pela


instalação de lanterna especial para prestação de serviços, não removível,
composta por luzes rotativas ou intermitentes de cor amarelo-âmbar;
 referidos veículos gozarão de livre parada e estacionamento,
independentemente de proibições ou restrições estabelecidas na legislação de

163
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

trânsito ou por meio de sinalização regulamentar, quando se encontrarem em


efetiva operação no local de prestação dos serviços a que se destinarem e
devidamente identificados pelo acionamento das lanternas especiais de cor
amarelo-âmbar e por dispositivos de sinalização auxiliar instalados sobre a via,
quando estes forem necessários, assegurando a perfeita visibilidade do veículo
prestador de serviço de utilidade pública, da equipe em serviço e dos limites da
área de isolamento para o tráfego pelos demais usuários;
 é proibido o acionamento ou energização do dispositivo luminoso durante o
deslocamento do veículo, exceto aos guindastes, guinchos ou plataformas de
socorro veicular, veículos destinados ao serviço de escolta de cargas
superdimensionadas e veículos especiais destinados ao recolhimento de lixo.

Veículos prestadores de serviços de utilidade pública

h) é obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todas as


vias do território nacional;

Atenção no trânsito

i) nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veículo, salvo por razões de
segurança;

j) ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo deve


demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de forma que
possa deter seu veículo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que
tenham o direito de preferência;

164
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

k) mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja favorável, nenhum condutor
pode entrar em uma interseção se houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar o
veículo na área do cruzamento, obstruindo ou impedindo a passagem do trânsito
transversal;

Nunca feche o cruzamento

l) sempre que for necessária a imobilização temporária de um veículo no leito viário, em


situação de emergência, deverá ser providenciada a imediata sinalização de
advertência (triângulo de segurança, pisca-alerta etc.);

m) ao regular a velocidade, o condutor deverá observar constantemente as condições


físicas da via, do veículo e da carga, as condições meteorológicas e a intensidade do
trânsito, obedecendo aos limites máximos de velocidade estabelecidos para a via, além
de:

I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos em circulação, sem causa
justificada, transitando a uma velocidade anormalmente reduzida;

II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo deverá, antes, certificar-se
de que pode fazê-lo sem risco nem inconvenientes para os outros condutores, a não ser
que haja perigo iminente;

III - indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a sinalização devida, a


manobra de redução de velocidade.

n) respeitadas as normas de circulação e conduta expostas, em ordem decrescente,


os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos
menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos
pedestres.

165
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

7.2. Preferência nas interseções

Interseção é todo cruzamento em nível, entroncamento ou bifurcação, incluindo as


áreas formadas por tais cruzamentos, entroncamentos ou bifurcações.

Quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, aproximarem-se de local não
sinalizado, terá preferência de passagem:

a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando
por ela;

Via com sinalização dê a preferência

b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;

166
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Via com rotatória

c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor.

Preferência na via

Observação: Os veículos que se deslocam sobre trilhos terão preferência de passagem


sobre os demais, respeitadas as normas de circulação.

Situações de preferência

A preferência é do veículo vermelho, pois está à direita do veículo branco.


Situações de preferência 1

167
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A preferência é do veículo vermelho, pois está à direita do veículo branco.


Situações de preferência 2

A preferência é do veículo vermelho, pois está à direita do veículo branco.


Situações de preferência 3

A preferência é do veículo vermelho, pois está à direita do veículo branco.


Situações de preferência 4

168
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A preferência é do veículo branco, pois está à direita do vermelho.


Situações de preferência 5

A preferência será primeiro do veículo azul, pois está à direita do veículo branco. Em
seguida, a preferência será do veículo branco, pois está à direita do veículo vermelho.
Situações de preferência 6

A preferência será primeiro do veículo azul, pois está à direita do veículo branco. Em
seguida, a preferência será do veículo branco, pois está à direita do veículo vermelho.
Situações de preferência 7

169
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A preferência será primeiro do caminhão, pois está à direita do carro. Em seguida, a


preferência será do carro, pois está à direita do ônibus.
Situações de preferência 8

A preferência é da bicicleta, pois está à direita do carro.


Situações de preferência 9

A preferência é do veículo vermelho, pois trafega em linha reta.


Situações de preferência 10

170
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A preferência é do veículo vermelho, pois está realizando uma conversão à direita.


Situações de preferência 11

A preferência é do veículo vermelho, pois está à direita do veículo branco.


Situações de preferência 12

Neste caso, prevalece o bom senso dos condutores, pois não há veículo à direita e
ambos estão realizando conversão à esquerda.
Situações de preferência 13

171
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A preferência é do veículo vermelho, pois há uma sinalização que obriga o veículo


branco a parar.
Situações de preferência 14

A preferência é do veículo vermelho, pois está à direita da ambulância (obs.: se


perguntar de quem é a prioridade, a resposta será da ambulância, pois encontra-se
em caráter de emergência devidamente identificada por giroflex).
Situações de preferência 15

Neste caso, prevalecerá o bom senso entre os condutores, pois um está à direita do
outro.
Situações de preferência 16

172
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A preferência será da locomotiva, pois os veículos que se deslocam sobre trilhos terão
preferência de passagem sobre os demais.
Situações de preferência 17

A preferência será do veículo amarelo, pois encontra-se circulando em uma rotatória.


Situações de preferência 18

Como o semáforo encontra-se com a luz amarela intermitente, a preferência será


primeiro do veículo amarelo, pois está à direita do veículo vermelho. Em seguida, a
preferência será do veículo vermelho, pois está à direita do veículo branco.
Situações de preferência 19

173
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A preferência será primeiramente da polícia, pois está à direita do veículo azul. Em


seguida, a preferência será do veículo azul, pois está à direita do resgate.
Situações de preferência 20

A preferência será do veículo branco, pois está trafegando em uma rodovia.


Situações de preferência 21

A preferência será primeiramente do resgate, pois está à direita da ambulância. Em


seguida, a preferência será da ambulância, pois está à direita da polícia.
Situações de preferência 22

174
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A preferência será do veículo azul, pois está à direita do veículo vermelho.


Situações de preferência 23

A prioridade é do veículo precedido de batedores.


Situações de preferência 24

7.3. Passagem e ultrapassagem


Passagem (por outro veículo) é o movimento de passagem à frente de outro veículo
que se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade, mas em faixas distintas da
via.

Ultrapassagem é o movimento de passar à frente de outro veículo que se desloca no


mesmo sentido, em menor velocidade e na mesma faixa de tráfego, necessitando sair
e retornar à faixa de origem.

175
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Exemplo passagem e ultrapassagem

Normas de Ultrapassagem:
a) A ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda,
obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas estabelecidas no CTB,
exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à
esquerda.

b) Todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, certificar-se de que:

I - nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para ultrapassá-lo;

II - quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propósito de


ultrapassar um terceiro;

III - a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre em uma extensão suficiente para que
sua manobra não o ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido
contrário.

Cuidados ao ultrapassar

c) Todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:


I - indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de
direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço;

176
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

II - afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma que deixe livre
uma distância lateral de segurança;

III - retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem, acionando a


luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando
os cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que
ultrapassou.

d) Todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem o propósito de ultrapassá-lo,
deverá:

I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se para a faixa da direita, sem
acelerar a marcha;

II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se naquela na qual está circulando,
sem acelerar a marcha.

Facilitar a ultrapassagem

e) Os veículos mais lentos, quando em fila, deverão manter distância suficiente entre si
para permitir que veículos que os ultrapassem possam se intercalar na fila com
segurança.

f) O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um veículo de transporte coletivo que


esteja parado, efetuando embarque ou desembarque de passageiros, deverá reduzir a
velocidade, dirigindo com atenção redobrada ou parar o veículo visando à segurança
dos pedestres.

g) O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias com duplo sentido de direção e
pista única, nos trechos em curvas e em aclives sem visibilidade suficiente, nas
passagens de nível, nas pontes e nos viadutos e nas travessias de pedestres, exceto
quando houver sinalização permitindo a ultrapassagem.

177
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Sinalização vertical em via

h) Nas interseções e suas proximidades, o condutor não poderá efetuar ultrapassagem.

Marcas viárias da pista

7.4. Transposição de faixa


É a passagem de um veículo de uma faixa demarcada para outra.
Para transposição de faixas, que pode ser realizada tanto pela faixa da esquerda como
pela da direita, o condutor deve:
a) certificar-se de que nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra
para ultrapassá-lo;
b) certificar-se de que quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o
propósito de ultrapassar um terceiro;
c) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de
direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço;
d) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma que deixe livre
uma distância lateral de segurança;

178
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Exemplo de transposição de faixas

7.5. Manobras
a) O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode
executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão
cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.

b) Antes de iniciar qualquer manobra que implique um deslocamento lateral, o condutor


deverá indicar seu propósito de forma clara e com a devida antecedência, por meio da
luz indicadora de direção de seu veículo ou fazendo gesto convencional de braço.

c) Entende-se por deslocamento lateral a transposição de faixas, movimentos de


conversão à direita, à esquerda e retornos.

d) O condutor que for ingressar em uma via, procedente de um lote lindeiro a essa via,
deverá dar preferência aos veículos e pedestres que por ela estejam transitando.

e) Nas vias providas de acostamento, a conversão à esquerda e a operação de retorno


deverão ser feitas nos locais apropriados e, onde esses não existirem, o condutor
deverá aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a pista com segurança.

Conversão à esquerda em via com acostamento

f) Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor


deverá:

179
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do bordo direito da
pista e executar sua manobra no menor espaço possível;

II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível de seu eixo ou
da linha divisória da pista, quando houver, caso se trate de uma pista com circulação
nos 2 (dois) sentidos, ou do bordo esquerdo, tratando-se de uma pista de um só sentido.

g) Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos


pedestres, ciclistas e veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da
qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.

Ceder passagem aos pedestres

h) Nas vias urbanas a operação de retorno deverá ser feita nos locais para isto
determinados, quer por meio de sinalização, quer pela existência de locais apropriados,
ou, ainda, em outros locais que ofereçam condições de segurança e fluidez, observadas
as características da via, do veículo, das condições meteorológicas e da movimentação
de pedestres e ciclistas.

Retorno com sinalização

7.5.1. Situações de conversões e retorno


De acordo com a situação vivenciada no trânsito os condutores deverão adotar um
determinado procedimento para realizar uma conversão. Veremos, a seguir, as
possíveis situações de manobras, à esquerda e à direita, as quais os condutores

180
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

poderão ser submetidos e os respectivos procedimentos legais, a serem observados


por todos os condutores de veículos.

7.5.1.1. Vias urbanas

CONVERSÕES À ESQUERDA
DE MÃO DUPLA PARA MÃO DUPLA

Observar o trânsito, sinalizar para a esquerda (seta ou sinal de braço), deslocar com
antecedência para faixa da esquerda (aproximar-se o máximo possível do eixo ou
linha divisória da pista), observar novamente (o cruzamento), atingir o ponto central do
cruzamento e virar pegando a faixa mais à direita da via transversal.
Conversão à esquerda mão dupla para mão dupla

DE MÃO DUPLA PARA MÃO ÚNICA

Observar o trânsito, sinalizar para a esquerda (seta ou sinal de braço), deslocar com
antecedência para faixa da esquerda (aproximar-se o máximo possível do eixo ou
linha divisória da pista), observar novamente (o cruzamento) e virar pegando a faixa
mais à direita da via transversal.
Conversão à esquerda mão dupla para mão única

181
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

DE MÃO ÚNICA PARA MÃO DUPLA

Observar o trânsito, sinalizar para a esquerda (seta ou sinal de braço), deslocar com
antecedência para faixa mais à esquerda da pista (aproximar-se do bordo esquerdo da
pista), observar novamente (o cruzamento), passar do eixo da via transversal e virar
pegando a faixa mais à direita desta via.
Conversão à esquerda mão única para mão dupla

DE MÃO ÚNICA PARA MÃO ÚNICA

Observar o trânsito, sinalizar para a esquerda (seta ou sinal de braço), deslocar com
antecedência para faixa mais à esquerda da pista (aproximar-se do bordo esquerdo da
pista), observar novamente (o cruzamento) e virar pegando a faixa mais à direita desta
via.
Conversão à esquerda mão única para mão única

182
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

CONVERSÃO À DIREITA

Observar o trânsito, sinalizar para a direita (seta ou sinal de braço), deslocar para a
faixa mais à direita da pista, observar o cruzamento e executar a manobra no menor
espaço possível.
Conversão à direita em cruzamento

RETORNO

Observar o trânsito, sinalizar para a esquerda (seta ou sinal de braço), deslocar com
antecedência para faixa mais à esquerda da pista (aproximar-se o máximo possível do
eixo ou linha divisória da pista), observar novamente (o cruzamento), atingir o ponto
central do cruzamento e retornar pegando a faixa mais à direita da via.
Conversão de retorno

183
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

7.5.1.2. Vias rurais


CONVERSÃO À ESQUERDA

Observar o trânsito, sinalizar para a direita (seta ou sinal de braço), deslocar para o
acostamento (à direita), imobilizar o veículo (no acostamento), sinalizar para a
esquerda, observar o trânsito e realizar a conversão para a esquerda.
Conversão à esquerda

Observação: o mesmo procedimento será utilizado para manobra de retorno.

CONVERSÃO À DIREITA

Observar o trânsito, sinalizar para a direita (seta ou sinal de braço) e realizar a


conversão para a direita.
Conversão à direita

7.6. Uso de luzes nos veículos


O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes determinações:
a) o condutor manterá acesos os faróis do veículo, por meio da utilização da luz baixa:
 à noite;
 mesmo durante o dia, em túneis e sob chuva, neblina ou cerração.

184
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Faróis na chuva

Observação: De acordo com o Código de Trânsito, noite é o período compreendido


entre o pôr e o nascer do sol.

b) nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exceto ao cruzar com outro
veículo ou ao segui-lo;

Luz alta em pista

c) a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por curto período de tempo, com
o objetivo de advertir outros motoristas, só poderá ser utilizada para indicar a intenção
de ultrapassar o veículo que segue à frente ou para indicar a existência de risco à
segurança para os veículos que circulam no sentido contrário;

d) os veículos que não dispuserem de luzes de rodagem diurna deverão manter acesos
os faróis nas rodovias de pista simples situadas fora dos perímetros urbanos, mesmo
durante o dia;

185
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Luzes de rodagem diurna

e) o condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações:


I) em imobilizações ou situações de emergência;
II) quando a regulamentação da via assim o determinar.

Sinalização vertical estacionamento com regulamentação

f) durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa a luz de placa;


g) o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição quando o veículo estiver
parado para fins de embarque ou desembarque de passageiros e carga ou descarga de
mercadorias.

Carga e descarga de mercadorias

186
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

h) Os veículos de transporte coletivo de passageiros, quando circularem em faixas ou


pistas a eles destinadas, e as motocicletas, motonetas e ciclomotores deverão utilizar-
se de farol de luz baixa durante o dia e à noite.

Luzes alta e baixa em ciclomotores

7.7. Uso de buzina


O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, desde que em toque breve, nas
seguintes situações:

a) para fazer as advertências necessárias a fim de evitar sinistros (acidentes);

b) fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a um condutor que se tem o
propósito de ultrapassá-lo.

7.8. Interrupção de marcha, parada e estacionamento


Interrupção de marcha – é a imobilização do veículo para atender a uma circunstância
momentânea do trânsito.

Parada – é a imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estritamente


necessário para efetuar embarque ou desembarque de passageiros.

Estacionamento – é a imobilização de veículos por tempo superior ao necessário para


embarque ou desembarque de passageiros.

Observação: as áreas destinadas ao estacionamento específico regulamentado em via


pública aberta à circulação, devem ser estabelecidas e regulamentadas pelo órgão ou
entidade executiva de trânsito com circunscrição sobre a via.

187
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Área de estacionamento em via para carros

• Quando proibido o estacionamento na via, a parada deverá restringir-se ao tempo


indispensável para embarque ou desembarque de passageiros, desde que não
interrompa ou perturbe o fluxo de veículos ou a locomoção de pedestres.

• A operação de carga ou descarga será regulamentada pelo órgão ou pela entidade


com circunscrição sobre a via e é considerada estacionamento.

Sinalização vertical estacionamento para carga e descarga

• Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estacionamentos, o veículo


deverá ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e
junto à guia da calçada (meio-fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas.

Observação: existem 3 (três) tipos de estacionamento para veículos de 4 (quatro) ou


mais rodas:

- paralelo ao bordo da pista (quando não houver sinalização);

- 45º (quarenta e cinco graus) em relação ao bordo da pista (quando a sinalização assim
determinar); e

- 90º (noventa graus) ou perpendicular em relação ao bordo da pista (quando a


sinalização assim determinar).

• Nas vias providas de acostamento, os veículos parados, estacionados ou em operação


de carga ou descarga deverão estar situados fora da pista de rolamento.

188
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

• O estacionamento dos veículos motorizados de 2 (duas) rodas será feito em posição


perpendicular à guia da calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo quando houver sinalização
que determine outra condição.

Área de estacionamento em via para motos

• O estacionamento dos veículos sem abandono do condutor poderá ser feito somente
nos locais previstos pelo CTB ou naqueles regulamentados por sinalização específica.

• O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo, deixá-la aberta ou


descer do veículo sem antes se certificarem de que isso não constitui perigo para eles
e para outros usuários da via.

Perigo ao abrir as portas do veículo ao lado da via

• O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para


o condutor.

7.9. Faixas laterais de domínio


Faixas de domínio – é a superfície lindeira às vias rurais, delimitada por lei específica
e sob responsabilidade do órgão ou da entidade de trânsito competente com
circunscrição sobre a via.

O uso de faixas laterais de domínio e das áreas adjacentes às estradas e rodovias


obedecerá às condições de segurança do trânsito estabelecidas pelo órgão ou pela
entidade com circunscrição sobre a via.

189
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Faixa lateral de domínio

7.10. Vias internas de condomínios


Nas vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas
e nas vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo, a
responsabilidade pela instalação da sinalização de trânsito é de seu respectivo
proprietário.

7.11. Veículos de tração animal


Os veículos de tração animal serão conduzidos pela direita da pista, junto à guia da
calçada (meio-fio) ou acostamento, sempre que não houver faixa especial a eles
destinada, devendo seus condutores obedecer, no que couber, às normas de circulação
previstas no CTB e às que vierem a ser fixadas pelo órgão ou pela entidade com
circunscrição sobre a via.

Veículo de tração animal

7.12. Circulação de animais


Os animais isolados ou em grupos só podem circular nas vias quando conduzidos por
um guia, observado o seguinte:

a) para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão ser divididos em grupos de


tamanho moderado e separados uns dos outros por espaços suficientes para não
obstruir o trânsito;

190
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

b) os animais deverão ser mantidos junto ao bordo da pista quando circularem pela pista
de rolamento.

7.13. Motocicletas, motonetas e ciclomotores


Motocicleta – veículo automotor de 2 (duas) rodas, com ou sem sidecar, dirigido por
condutor em posição montada.

Motoneta – veículo automotor de 2 (duas) rodas, dirigido por condutor em posição


sentada.

Motocicleta

Motoneta

Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão circular nas vias:


a) utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores;
b) segurando o guidom com as 2 (duas) mãos;
c) usando vestuário de proteção.

Os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão ser


transportados:

a) utilizando capacete de segurança;


b) em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento suplementar atrás do condutor;

191
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

c) usando vestuário de proteção.


 Os ciclomotores devem ser conduzidos pela direita da pista de rolamento,
preferencialmente no centro da faixa mais à direita ou no bordo direito da pista
sempre que não houver acostamento ou faixa própria a eles destinada, proibida
a sua circulação nas vias de trânsito rápido e sobre as calçadas das vias
urbanas.
 Quando uma via comportar 2 (duas) ou mais faixas de trânsito e a da direita for
destinada ao uso exclusivo de outro tipo de veículo, os ciclomotores deverão
circular pela faixa adjacente à da direita.

7.14. Triciclos de cabine fechada


 A circulação do triciclo automotor de cabine fechada está restrita às vias
urbanas, sendo proibida sua circulação em rodovias federais, estaduais e do
Distrito Federal.
 Não é obrigatório o uso de capacete de segurança, pelo condutor e passageiros,
para transitar com triciclo automotor com cabine fechada em vias urbanas.

Triciclo cabine fechada

Atenção: para circular nas vias públicas, é obrigatório o uso de capacete motociclístico
pelo condutor e passageiro de motocicleta, motoneta, ciclomotor, triciclo motorizado e
quadriciclo motorizado. O capacete deve ser devidamente afixado à cabeça pelo
conjunto formado pela cinta jugular e engate, por debaixo do maxilar inferior. O capacete
deve ser utilizado com viseira, ou na ausência desta, óculos de proteção, em boas
condições de uso.

7.15. Bicicletas
Ciclo – veículo de, pelo menos, 2 (duas) rodas a propulsão humana.

192
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Veículo propulsão humana

Ciclofaixa – é a parte da pista de rolamento destinada à circulação exclusiva de ciclos,


delimitada por sinalização específica.
Ciclovia – é a pista própria destinada à circulação de ciclos, separada fisicamente do
tráfego comum.
Observação: estando numa ciclofaixa ou numa ciclovia o ciclista poderá transitar no
mesmo sentido ou no sentido oposto aos demais veículos, a depender da
regulamentação estabelecida pelo órgão executivo de trânsito com circunscrição sobre
a via.
• Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer,
quando não houver ciclovia, ciclofaixa ou acostamento, ou quando não for possível a
utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação
regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.
• A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação
de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde que dotado
o trecho com ciclofaixa.
• Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou pela entidade com
circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de bicicletas nos passeios.

• O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e


deveres.

Ciclista desmontado

193
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

7.16. Pedestres
• É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens apropriadas das
vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a autoridade
competente permitir a utilização de parte da calçada para outros fins, desde que não
seja prejudicial ao fluxo de pedestres.

Fluxo de pedestres

• Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou quando não for possível a
utilização destes, a circulação de pedestres na pista de rolamento será feita com
prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, exceto em locais
proibidos pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar comprometida.

Circulação pela pista de rolamento

• Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou quando não for possível a
utilização dele, a circulação de pedestres, na pista de rolamento, será feita com
prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, em sentido contrário
ao deslocamento de veículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas
situações em que a segurança ficar comprometida.

194
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Circulação de pedestres

• Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte, a serem construídas, deverá
ser previsto passeio destinado à circulação dos pedestres, que não deverão, nessas
condições, usar o acostamento.

• Onde houver obstrução da calçada ou da passagem para pedestres, o órgão ou a


entidade com circunscrição sobre a via deverá assegurar a devida sinalização e
proteção para circulação de pedestres.

• Para cruzar a pista de rolamento, o pedestre tomará precauções de segurança,


levando em conta, principalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade dos veículos,
utilizando sempre as faixas ou passagens a ele destinadas sempre que estas
existirem em uma distância de até 50 m (cinquenta metros) dele, observadas as
seguintes disposições:

Pedestres

a) onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via deverá ser feito em sentido
perpendicular ao de seu eixo;

b) para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou delimitada por marcas
sobre a pista:

I) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das luzes;

II) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáforo ou o agente de trânsito
interrompa o fluxo de veículos;

195
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Semáforo

c) nas interseções e em suas proximidades, onde não existam faixas de travessia, os


pedestres devem atravessar a via na continuação da calçada, observadas as seguintes
normas:
I) não deverão adentrar na pista sem antes certificarem-se de que podem fazê-lo sem
obstruir o trânsito de veículos;
II) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não deverão aumentar o seu
percurso, demorar-se ou parar sobre ela sem necessidade.
Observação: na existência de refúgio o pedestre poderá realizar a travessia parcial da
pista de rolamento. Entende-se por refúgio a parte da via, devidamente sinalizada e
protegida, destinada ao uso de pedestres durante a travessia por ela.

d) Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse
fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica.

Prioridade de passagem

e) Nos locais em que houver sinalização semafórica de controle de passagem será dada
preferência aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mesmo em caso de
mudança do semáforo liberando a passagem dos veículos.

f) O órgão ou a entidade com circunscrição sobre a via manterá, obrigatoriamente, as


faixas e passagens de pedestres em boas condições de visibilidade, higiene, segurança
e sinalização.

196
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Faixas de pedestres em boa condição

7.17. Vias terrestres


Vias terrestres são todas as ruas, avenidas, logradouros, caminhos, passagens,
estradas e rodovias, que terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com
circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias
especiais. Também são consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação
pública, as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades
autônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso
coletivo.

As vias terrestres são classificadas como:


a) Vias privadas: vias fechadas à circulação pública.
b) Vias públicas: vias abertas à circulação pública.

As Vias públicas, de acordo com sua utilização, classificam-se em Urbanas e Rurais,


cuja subdivisão é a seguinte:

I – VIAS URBANAS – são as ruas, avenidas, vielas ou caminhos e similares abertos à


circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente por
possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão. São elas:
a) via de trânsito rápido – é aquela caracterizada por acessos especiais com trânsito
livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem
travessia de pedestres em nível;

197
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Via de trânsito rápido

b) via arterial – é aquela caracterizada por interseções em nível, geralmente controlada


por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais,
possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade.

c) via coletora – é aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha


necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o
trânsito dentro das regiões da cidade.

d) via local – é aquela caracterizada por interseções em nível não semaforizadas,


destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas.

Via local

II – VIAS RURAIS - são as estradas e rodovias.


a) rodovias – são as vias rurais pavimentadas.

198
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Rodovia

b) estradas – são as vias rurais não pavimentadas.

Estradas

7.17.1. Velocidade nas vias


A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio de sinalização,
obedecidas as suas características técnicas e as condições de trânsito.

Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxima será de:

I - nas vias urbanas:


a) 80 km/h (oitenta quilômetros por hora), nas vias de trânsito rápido:
b) 60 km/h (sessenta quilômetros por hora), nas vias arteriais;
c) 40 km/h (quarenta quilômetros por hora), nas vias coletoras;
d) 30 km/h (trinta quilômetros por hora), nas vias locais.

199
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Velocidade máxima vias urbanas

II - nas vias rurais:


a) nas rodovias:
* rodovias de pista dupla:
110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para automóveis, camionetas,
caminhonetes e motocicletas; e
90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veículos.

Velocidade máxima nas vias rurais

* rodovias de pista simples:


100 km/h (cento quilômetros por hora) para automóveis, camionetas, caminhonetes e
motocicletas; e
90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veículos.
b) nas estradas
60 km/h (sessenta quilômetros por hora) para todos os veículos.
• O órgão ou a entidade de trânsito ou rodoviário com circunscrição sobre a via poderá
regulamentar, por meio de sinalização, velocidades superiores ou inferiores às
estabelecidas anteriormente.

200
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

• A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da velocidade máxima


estabelecida, respeitadas as condições operacionais de trânsito e da via.

7.18. Transporte de crianças


• As crianças com idade inferior a 10 (dez) anos que não tenham atingido 1,45 m (um
metro e quarenta e cinco centímetros) de altura devem ser transportadas nos bancos
traseiros dos veículos automotores usando individualmente cinto de segurança ou
dispositivo de retenção equivalente (adequado para cada idade, peso e altura), da
seguinte forma:

a) "Bebê conforto ou conversível" – para crianças com até 1 (um) ano de idade ou
crianças com peso de até 13 (treze) kg, conforme limite máximo definido pelo fabricante
do dispositivo. Nesse caso, a criança é transportada virada para trás (sentido contrário
ao movimento do veículo).

Bebê conforto

b) "Cadeirinha" – para crianças com idade superior a 1 (um) ano e inferior ou igual a 4
(quatro) anos ou crianças com peso entre 9 (nove) a 18 (dezoito) kg, conforme limite
máximo definido pelo fabricante do dispositivo.

Cadeirinha

c) "Assento de elevação" – para crianças com idade superior a 4 (quatro) anos e


inferior ou igual a 7 (sete) anos e meio ou crianças com até 1,45 m (um metro e quarenta
e cinco centímetros) de altura e peso entre 15 (quinze) a 36 (trinta e seis) kg, conforme
limite máximo definido pelo fabricante do dispositivo.

201
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observação: excepcionalmente as crianças com idade superior a 4 (quatro) anos e


inferior ou igual a 7 (sete) anos e meio podem ser transportadas utilizando cinto de
segurança de 2 (dois) pontos sem o dispositivo “assento de elevação”, nos bancos
traseiros, quando o veículo for dotado originalmente destes cintos.

Assento de elevação

d) “Cinto de segurança do veículo” – para crianças com idade superior a 7 (sete) anos
e meio e inferior ou igual a 10 (dez) anos ou crianças com altura superior a 1,45 m (um
metro e quarenta e cinco centímetros).

Cinto de segurança - criança

• Entende-se por DRC o “dispositivo de retenção para o transporte de crianças”.

• As exigências relativas ao sistema de retenção para o transporte de crianças com até


7 (sete) anos e meio de idade (expostas anteriormente), não se aplicam:

- aos veículos de transporte coletivo de passageiros;


- aos veículos de aluguel;
- aos veículos de transporte remunerado individual de passageiros (durante a
efetiva prestação do serviço);
- aos veículos escolares; e
- aos demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t (três toneladas e
meia).

202
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

• O transporte de criança com idade inferior a 10 (dez) anos pode ser realizado no banco
dianteiro do veículo, com o uso do dispositivo de retenção adequado ao seu peso e
altura, nas seguintes situações:

- quando o veículo for dotado exclusivamente deste banco;


- quando a quantidade de crianças com esta idade exceder a lotação do banco
traseiro;
- quando o veículo for dotado originalmente (fabricado) de cintos de segurança
subabdominais (dois pontos) nos bancos traseiros; ou
- quando a criança já tiver atingido 1,45 m (um metro e quarenta e cinco centímetros)
de altura.

Observação: nos veículos equipados com dispositivo suplementar de retenção (airbag)


para o passageiro do banco dianteiro, o transporte de crianças com até 10 (dez) anos
de idade neste banco pode ser realizado desde que utilizado o dispositivo de retenção
adequado ao seu peso e altura e observados os seguintes requisitos:

- é vedado o transporte de crianças com até 7 (sete) anos e meio de idade, em


dispositivo de retenção posicionado em sentido contrário ao da marcha do veículo;

- é permitido o transporte de crianças com até 7 (sete) anos e meio de idade, em


dispositivo de retenção posicionado no sentido de marcha do veículo, desde que não
possua bandeja, ou acessório equivalente, incorporado ao dispositivo de retenção; e

- salvo instruções específicas do fabricante do veículo, o banco do passageiro dotado


de airbag deve ser ajustado em sua última posição de recuo, quando ocorrer o
transporte de crianças neste banco.

 Com a finalidade de ampliar a segurança dos ocupantes, adicionalmente às


prescrições referentes ao transporte de crianças (expostas anteriormente), o
fabricante ou o importador do veículo pode estabelecer condições e/ou
restrições específicas para o uso do dispositivo de retenção para crianças com
até 7 (sete) anos e meio de idade em seus veículos, sendo que tais prescrições
devem constar do manual do proprietário.
 Os manuais dos veículos automotores devem conter informações a respeito dos
cuidados no transporte de crianças, da necessidade de dispositivos de retenção
e da importância de seu uso.
 Transportar crianças em veículo automotor sem observância das normas de
segurança especiais expostas anteriormente constitui infração gravíssima com
penalidade de multa e medida administrativa de retenção do veículo, até que a
irregularidade seja sanada.
 Crianças com idade inferior a 10 (dez) anos ou que não tenha, nas
circunstâncias, condições de cuidar de sua própria segurança não poderão ser
transportadas em motocicletas, motonetas e ciclomotores.

203
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

8. PENALIDADES E CRIMES DE TRÂNSITO


Neste momento, veremos quais são as penalidades àqueles que cometem infrações de
trânsito e quais são as condutas que se enquadram como crimes de trânsito.

8.1. Processo administrativo


(Infrações, Penalidades, Medidas Administrativas e Recursos)

Processos administrativos

Infração de trânsito é a inobservância de qualquer preceito do Código de Trânsito


Brasileiro ou da legislação complementar.

Como funciona o sistema de punições?

Inicialmente é necessário diferenciar uma infração administrativa de uma infração penal


(crime).

A maioria das infrações, praticadas pelos condutores de veículos (tais como: avançar
sinal vermelho, ultrapassar em faixa contínua etc.), é infração administrativa (e não
crime).

Ao cometer uma infração de trânsito, o infrator está sujeito a penalidades, medidas


administrativas e perda de pontos em seu prontuário (perda de pontos na carteira).

Para aplicação de uma penalidade é necessário que seja instaurado um Processo (para
que sejam garantidos todos os direitos do cidadão que está prestes a ser penalizado,
tais como: ampla defesa, contraditório, recursos etc.). Uma penalidade só será válida
se forem cumpridos todos os procedimentos legalmente estabelecidos para a sua
aplicação.

Ao constatar que um condutor cometeu uma infração o Agente de Trânsito deve


confeccionar o “Auto de Infração de Trânsito” - AIT.

Lavrado o Auto de Infração, o Agente deverá levá-lo à Autoridade de Trânsito – que,


dentro de sua competência e de sua circunscrição, julgará a sua consistência para que
seja aplicada a devida penalidade.

204
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Após certificar a consistência do AIT, a Autoridade de Trânsito irá instaurar um


Processo, que, por não se tratar de um crime, é denominado Processo Administrativo.

Instaurado o Processo Administrativo, a Autoridade deverá expedir e enviar (via postal)


um comunicado ao infrator. Este comunicado recebe o nome de “Notificação de
Autuação”.

Notificação de autuação

O órgão do Sistema Nacional de Trânsito responsável pela autuação deverá oferecer


ao proprietário do veículo ou ao condutor autuado a opção de notificação por meio
eletrônico – que será feita por meio do SNE (Sistema de Notificação Eletrônica). O SNE
é um meio de comunicação virtual, disponibilizado pelo órgão máximo executivo de
trânsito da União aos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Trânsito
(SNT) e aos proprietários de veículos e condutores habilitados, que permite receber e
enviar informativos, comunicados e documentos em formato digital, mediante adesão
prévia.

Sistema de notificação eletrônica

O proprietário e o condutor autuado deverão manter seu cadastro atualizado no órgão


executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.

Na notificação por meio eletrônico, o proprietário ou o condutor autuado será


considerado notificado 30 (trinta) dias após a inclusão da informação no sistema
eletrônico e do envio da respectiva mensagem.

205
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observações:
a) O Auto de Infração valerá como Notificação da Autuação quando for assinado pelo
condutor e este for o proprietário do veículo ou o principal condutor previamente
identificado, desde que conste a data do término do prazo para a apresentação da
Defesa da Autuação.
b) O Auto de Infração deverá ser arquivado (pela Autoridade de Trânsito) e seu registro
julgado insubsistente:
I - se considerado inconsistente ou irregular;
II - se, no prazo máximo de 30 (trinta dias), não for expedida a notificação da autuação.
c) O Agente competente para lavrar o Auto de Infração de Trânsito (AIT) poderá ser
servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar designado pela
Autoridade de Trânsito com circunscrição sobre a via no âmbito de sua competência.
d) Não há infração de circulação, parada ou estacionamento relativa aos veículos
destinados a socorro de incêndio e salvamento, aos de polícia, aos de fiscalização e
operação de trânsito e às ambulâncias, ainda que não identificados ostensivamente.
e) Para que possa exercer suas atribuições como Agente da Autoridade de Trânsito, o
servidor ou policial militar deverá ser credenciado, estar devidamente uniformizado,
conforme padrão da instituição, e no regular exercício de suas funções.
f) Os órgãos e entidades executivos de trânsito deverão publicar, na internet, cópia dos
convênios que delegam a atividade de fiscalização de trânsito, bem como a listagem
contendo o nome e o código dos Agentes e Autoridades credenciadas para atuar na
fiscalização de trânsito (lavratura de autos de infração de trânsito).
g) As Autoridades de Trânsito e seus Agentes poderão utilizar o sistema de
videomonitoramento das vias públicas para fins de fiscalização de trânsito –
fiscalização remota (por meio das câmeras de monitoramento) dos condutores de
veículos para que possam autuar aqueles que forem detectados, “on-line”,
descumprindo qualquer norma de circulação e conduta prevista no CTB. A
fiscalização pelo sistema de videomonitoramento somente poderá ser exercida em
vias que estejam devidamente sinalizadas para esse fim.

Sistema de videomonitoramento

206
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Recebida a Notificação de Autuação o infrator terá direito de apresentar (ou não) sua
Defesa da Autuação (Defesa Prévia).

Entrega de notificação de autuação

Na Notificação de Autuação e no Auto de Infração (quando este valer como Notificação


de Autuação) deverá constar o prazo para apresentação de defesa prévia, que não será
inferior a 30 (trinta) dias, contado da data de expedição da notificação.

Observações:
a) Na apresentação de defesa, em qualquer fase do processo, para efeitos de
admissibilidade, não serão exigidos documentos ou cópia de documentos emitidos pelo
órgão responsável pela autuação.

b) O Sistema de Notificação Eletrônica (SNE) deve disponibilizar, na mesma plataforma,


campo destinado à apresentação de defesa prévia e de recurso, quando o infrator não
reconhecer o cometimento da infração, na forma regulamentada pelo CONTRAN.

c) Para fins de responsabilidade, o proprietário poderá indicar, ao órgão executivo de


trânsito, o “principal condutor” do veículo, o qual, após aceitar a indicação, terá seu
nome inscrito em campo próprio do cadastro do veículo no Renavam. O principal
condutor será excluído do Renavam:

 quando houver transferência de propriedade do veículo;


 mediante requerimento próprio ou do proprietário do veículo; ou
 a partir da indicação de outro principal condutor.

d) Quando o Agente de Trânsito não realiza a imediata identificação do infrator (no


momento da autuação), o principal condutor ou o proprietário do veículo terá o prazo de
30 (trinta) dias, contado da Notificação da Autuação, para apresentá-lo, na forma em
que dispuser o CONTRAN, e, transcorrido o prazo, se não o fizer, será considerado
responsável pela infração o principal condutor ou, em sua ausência, o proprietário do
veículo. Para fins de indicação do condutor infrator, o principal condutor equipara-se ao
proprietário do veículo.

207
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

e) Se o infrator não tiver sido identificado e o veículo for de propriedade de pessoa


jurídica, será lavrada nova multa ao proprietário do veículo (multa NIC), mantida a
originada pela infração, cujo valor será igual a 2 (duas) vezes o da multa originária,
garantidos o direito de defesa prévia e de interposição de recursos previstos no CTB,
na forma estabelecida pelo Contran. As infrações iguais cometidas por condutor infrator
regularmente identificado deverão ser excluídas da multiplicação. Não há necessidade
de lavratura de Auto de Infração e de Notificação de Autuação no Processo
Administrativo destinado à aplicação da multa NIC.

Se o cidadão apresentar defesa e ela for deferida (acolhida), o Auto de Infração será
cancelado, seu registro será arquivado e a Autoridade de Trânsito comunicará o fato ao
proprietário do veículo.

Caso a defesa prévia seja indeferida ou não seja apresentada no prazo estabelecido,
será aplicada a penalidade e expedida a “Notificação de Penalidade” ao proprietário
do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por qualquer outro meio tecnológico
hábil que assegure a ciência da imposição da penalidade.

Notificação de Penalidade

A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietário do veículo ou


por recusa em recebê-la será considerada válida para todos os efeitos.

Sempre que a penalidade de multa for imposta ao condutor, a Notificação de Penalidade


será encaminhada ao proprietário do veículo, responsável pelo seu pagamento.

Na notificação deverá constar a data do término do prazo para apresentação de recurso


pelo responsável pela infração, que não será inferior a 30 (trinta) dias, contados da data
da notificação da penalidade.

No caso de penalidade de multa, a data do término do prazo para apresentação de


recurso será a data para o recolhimento de seu valor.

O prazo para expedição da “Notificação de Penalidade” é de 180 (cento e oitenta) dias


ou, se houver interposição de defesa prévia, de 360 (trezentos e sessenta) dias,
contado:

208
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

I - no caso das penalidades de “advertência por escrito” e “multa”: da data do


cometimento da infração;

II - no caso das penalidades de “suspensão do direito de dirigir”, “cassação da


CNH”, “cassação da PPD” e “frequência obrigatória em cursos de reciclagem”: da
conclusão do processo administrativo da penalidade que lhe der causa.

No caso das autuações que não sejam em flagrante, o prazo para a expedição da
“Notificação de Penalidade” de “advertência por escrito” ou de “multa” será contado da
data do conhecimento da infração pelo órgão de trânsito responsável pela aplicação da
penalidade, na forma definida pelo CONTRAN.

O descumprimento dos prazos para expedição da “Notificação de Penalidade”


previstos anteriormente implicará a decadência do direito de aplicar a respectiva
penalidade.

Observações:
a) O Sistema de Notificação Eletrônica (SNE) deve disponibilizar, na mesma
plataforma, campo destinado à apresentação de defesa prévia e de recurso,
quando o condutor não reconhecer o cometimento da infração.
b) O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data do vencimento expressa
na notificação, por 80% (oitenta por cento) do seu valor.

20 por cento desconto

c) O recolhimento (pagamento) do valor da multa não implica renúncia ao


questionamento administrativo, que pode ser realizado a qualquer momento.
d) Caso o infrator declare, por meio do Sistema de Notificação Eletrônica (SNE), a
opção por não apresentar defesa prévia nem recurso, reconhecendo o
cometimento da infração, o pagamento da multa poderá ser efetuado por 60%
(sessenta por cento) do seu valor, em qualquer fase do processo, até o
vencimento do prazo de pagamento da multa, desde que a adesão ao sistema
seja realizada antes do correspondente envio da notificação da autuação.
Referido desconto será concedido ainda que o órgão responsável pela aplicação
da penalidade de multa não tiver aderido ao Sistema de Notificação Eletrônica
(SNE), desde que o infrator tenha cumprido os requisitos nele descritos. Neste

209
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

caso, o pagamento da multa implicará renúncia ao questionamento


administrativo.

40 por cento desconto

e) Os órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal


deverão integrar-se ao RENAINF (Registro Nacional de Infrações de Trânsito)
para registro de todas as infrações de trânsito, das suas respectivas penalidades
e arrecadação, bem como da pontuação delas decorrentes.

8.2. Recurso
Em se tratando de Processo Administrativo, há 2 (duas) instâncias para apresentação
de recurso, vejamos:

Recurso

PRIMEIRA INSTÂNCIA

O recurso (em primeira instância) contra a penalidade imposta será interposto perante
a autoridade que imputou a penalidade e terá efeito suspensivo.

O recurso intempestivo ou interposto por parte ilegítima não terá efeito suspensivo. O
recurso intempestivo será arquivado.

Recebido o recurso tempestivo, a autoridade o remeterá à JARI (Junta Administrativa


de Recursos de Infrações), no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua
interposição.

210
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

O recurso deverá ser julgado no prazo de 24 (vinte e quatro) meses, contado do


recebimento do recurso pelo órgão julgador (JARI).

Observações:
a) Há Municípios que, por não terem JARI independente, mantém convênio com outros
Municípios, para a prestação deste tipo de serviço ao cidadão.

b) Recurso contra a imposição de multa poderá ser interposto, no prazo legal, sem o
recolhimento do seu valor. Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar recurso,
se julgada improcedente a penalidade, ser-lhe-á devolvida a importância paga,
atualizada em UFIR ou por índice legal de correção dos débitos fiscais.

c) Na apresentação de recurso, em qualquer fase do processo, para efeitos de


admissibilidade, não serão exigidos documentos ou cópia de documentos emitidos pelo
órgão responsável pela autuação.

d) Se a infração for cometida em localidade diversa daquela do licenciamento do veículo,


o recurso poderá ser apresentado junto ao órgão ou à entidade de trânsito da residência
ou domicílio do infrator. A autoridade de trânsito que receber o recurso deverá remetê-
lo, de pronto, à autoridade que impôs a penalidade acompanhada das cópias dos
prontuários necessários ao julgamento.

SEGUNDA INSTÂNCIA
Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto no prazo de 30 (trinta) dias,
contados da publicação ou da notificação da decisão. Referido recurso será interposto:

 da decisão do não provimento: pelo responsável pela infração;


 da decisão de provimento: pela autoridade que impôs a penalidade.

Recurso – segunda instância

Para onde enviar o segundo recurso, ou seja, quais são os órgãos de segunda
instância?

O que vai determinar quem vai julgar o segundo recurso será “o órgão a que pertence
a autoridade que aplicou a penalidade e o tipo de penalidade aplicada”, vejamos:

211
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

01) Tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou entidade de trânsito da União


(órgão nacional), o recurso deverá ser enviado para o “Colegiado Especial” integrado
pelo Coordenador-Geral da Jari, pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso e por
mais um Presidente de Junta.

Observações:
 quando houver apenas uma JARI o recurso será julgado por seus membros;
 quando necessário, novos colegiados especiais poderão ser formados,
compostos pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso e por mais dois
Presidentes de Junta, na forma estabelecida pelo CONTRAN.

02) Tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade de trânsito estadual e


municipal, o recurso deverá ser enviado para o CETRAN.

03) Tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade de trânsito do Distrito


Federal, o recurso deverá ser encaminhado para o CONTRANDIFE.

Observações:
a) A instância administrativa de julgamento de infrações e penalidades se encerra:
 com o julgamento do recurso em segunda instância;
 com a não interposição do recurso no prazo legal; e
 com o pagamento da multa, com reconhecimento da infração e
requerimento de encerramento do processo na fase em que se encontra,
sem apresentação de defesa ou recurso.
b) Encerrada a instância administrativa de julgamento de infrações e penalidades,
a multa não paga até o vencimento será acrescida de juros de mora equivalentes
à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para
títulos federais acumulada mensalmente, calculados a partir do mês
subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento, e de 1%
(um por cento) relativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo
efetuado.
c) Não incidirá cobrança moratória e não poderá ser aplicada qualquer restrição,
inclusive para fins de licenciamento e transferência, enquanto não for encerrada
a instância administrativa de julgamento de infrações e penalidades.
d) Esgotados os recursos, as penalidades aplicadas nos termos do CTB serão
cadastradas no RENACH.

8.3. Penalidades
Penalidade é um castigo, ou seja, a consequência advinda da prática de uma infração
de trânsito.

212
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

As penalidades poderão ser aplicadas separadamente ou cumulativamente – a


depender da infração cometida.

A imposição da penalidade será comunicada aos órgãos ou às entidades executivos de


trânsito responsáveis pelo licenciamento do veículo e pela habilitação do condutor.

A autoridade de trânsito, dentro do que lhe compete e dentro de sua


circunscrição, deverá aplicar, aos infratores, as seguintes penalidades:

I – ADVERTÊNCIA POR ESCRITO – deverá ser imposta a penalidade de advertência


por escrito à infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com multa,
caso o infrator não tenha cometido nenhuma outra infração nos últimos 12 (doze)
meses.

II – MULTA – é uma penalidade pecuniária. Sempre que o condutor for multado ele
perderá pontos em seu prontuário.

O valor das multas é o mesmo em todo território nacional.

É nula a penalidade de multa aplicada quando o infrator se enquadrar nos requisitos


para a aplicação da penalidade de advertência por escrito.

Multa Agravada – é quando o valor da multa (conforme a gravidade da infração) é


multiplicado por 2 (dois), 3 (três), 5 (cinco),10 (dez) ou 20 (vinte) vezes – isso só ocorre
para algumas infrações de natureza gravíssima.

As infrações punidas com multa classificam-se, de acordo com sua gravidade, em 4


(quatro) categorias:

 Infração de natureza gravíssima – multa de R$ 293,47 (duzentos e noventa e


três reais e quarenta e sete centavos) – perda de 7 (sete) pontos;
 Infração de natureza grave – multa de R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais
e vinte e três centavos) – perda de 5 (cinco) pontos;
 Infração de natureza média – multa de R$ 130,16 (cento e trinta reais e
dezesseis centavos) – perda de 4 (quatro) pontos;
 Infração de natureza leve – multa de R$ 88,38 (oitenta e oito reais e trinta e
oito centavos) – perda de 3 (três) pontos.

213
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

GIF Infrações de trânsito

As multas serão impostas e arrecadadas pelo órgão ou pela entidade de trânsito com
circunscrição sobre a via onde haja ocorrido a infração.

As multas decorrentes de infração cometida em unidade da Federação diversa daquela


do licenciamento do veículo poderão ser comunicadas ao órgão ou entidade
responsável pelo seu licenciamento, que providenciará a notificação.

O recebimento das multas (pela rede arrecadadora) poderá ser feito à vista (dinheiro ou
cartão de débito) ou parcelado por meio de cartão de crédito (com encargos e eventuais
diferenças de valores a cargo do titular do cartão de crédito que aderir a essa
modalidade de pagamento). O parcelamento poderá englobar uma ou mais multas de
trânsito.

A aprovação e efetivação do parcelamento das multas por meio de Cartão de Crédito,


pela Operadora do Cartão, libera o licenciamento do veículo e a respectiva emissão do
CRLV-e.

Além das multas, os demais débitos relativos ao veículo também poderão ser pagos
mediante o uso de cartões de débito ou crédito (tudo sem ônus para o órgão de trânsito).
Sendo assim, deverão ser disponibilizadas, ao proprietário do veículo (ou infrator),
alternativas para que possam quitar seus débitos à vista ou em parcelas mensais, com
imediata regularização da situação de seu veículo.

Os órgãos e as entidades do Sistema Nacional de Trânsito poderão integrar-se para a


ampliação e o aprimoramento da fiscalização de trânsito, inclusive por meio do
compartilhamento da receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito.

O órgão responsável deverá publicar, anualmente, na rede mundial de computadores


(internet), dados sobre a receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito e sua
destinação.

No caso de infração cometida no Brasil com veículo licenciado no exterior, a multa


respectiva deverá ser paga antes da saída do veículo do País.

214
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Veículo licenciado no exterior

III - SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR – o mesmo que “apreensão da carteira”


(CNH).

CNH suspensa

Ocorrerá a Suspensão do Direito de Dirigir:

01) Sempre que o infrator atingir, no período de 12 (doze) meses, a seguinte


contagem de pontos:

a) 20 (vinte) pontos, caso constem 2 (duas) ou mais infrações gravíssimas na


pontuação;
b) 30 (trinta) pontos, caso conste 1 (uma) infração gravíssima na pontuação;
c) 40 (quarenta) pontos, caso não conste nenhuma infração gravíssima na
pontuação.
d) 40 (quarenta) pontos, independentemente da natureza das infrações
cometidas, para condutor que exerce atividade remunerada ao veículo.
Prazo de Suspensão: de 06 (seis) meses a 01 (um) ano e, no caso de
reincidência no período de 12 (doze) meses, de 08 (oito) meses a 02 (dois) anos.

02) Por transgressão às normas estabelecidas no CTB, cujas infrações preveem,


de forma específica, a penalidade de suspensão do direito de dirigir;

215
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Prazo de Suspensão: de 02 (dois) a 08 (oito) meses (exceto para as infrações


com prazo específico) e, no caso de reincidência no período de 12 (doze) meses,
de 08 (oito) a 18 (dezoito) meses (exceto para as reincidências que geram a
cassação do documento de habilitação).

Observações:
a) A imposição da penalidade de suspensão do direito de dirigir elimina a
quantidade de pontos computados para fins de contagem subsequente.

b) O prazo de suspensão do direito de dirigir será estabelecido, de acordo com a


gravidade da infração, as circunstâncias em que foi cometida e os antecedentes
do infrator.
c) O condutor que dirigir veículo em via pública após ter sido notificado da
penalidade de suspensão do direito de dirigir incorrerá na infração “dirigir veículo
com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir cassada ou com
suspensão do direito de dirigir”.
d) A penalidade de suspensão de dirigir e a data do início do seu cumprimento
serão inscritas no RENACH.
e) O processo administrativo de suspensão do direito de dirigir por transgressão às
normas estabelecidas no CTB deverá ser instaurado concomitantemente com o
processo de aplicação da penalidade de multa e ambos serão de competência
do órgão ou entidade responsável pela aplicação da multa.
f) O processo administrativo de suspensão do direito de dirigir decorrente do
“acúmulo de pontos” ou de “resultado positivo no exame toxicológico” deverá ser
instaurado pelo órgão ou entidade executivo de trânsito de registro do
documento de habilitação.
g) No caso de suspensão, a CNH ficará apreendida e só será devolvida depois de
cumprido o prazo e comprovada a realização do curso de reciclagem (de 30
horas/aula).

Profissionalização

h) O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo poderá optar por


participar de “curso preventivo de reciclagem” sempre que, no período de 12
(doze) meses, for autuado por infrações cuja soma atinja 30 (trinta) pontos.

216
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

i) Também poderá optar pelo “curso preventivo de reciclagem” o condutor (que


exerce atividade remunerada ao veículo) autuado por infrações cuja soma de
pontos, no período de 12 (doze) meses, seja inferior a 30 (trinta) e que for uma
vez mais autuado, em referido período, e a soma de todos os pontos seja
superior a 30 (trinta) e não ultrapasse os 39 (trinta e nove) pontos.
j) Concluído o curso preventivo de reciclagem o condutor terá eliminado os
pontos que lhe tiverem sido atribuídos, para fins de contagem subsequente.
k) O motorista que optar pelo curso preventivo de reciclagem não poderá fazer
nova opção no período de 12 (doze) meses, contados da data de conclusão do
último curso.
l) Prescreve em 5 (cinco) anos a pretensão punitiva da penalidade de suspensão
do direito de dirigir.

IV – CASSAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO – significa a


eliminação de todos os exames realizados na época em que o condutor se habilitou, ou
seja, o condutor não mais terá direito de conduzir veículo (sua CNH será cancelada).

A Reabilitação somente poderá ocorrer após 2 (dois) anos da cassação da CNH,


devendo o condutor ser submetido a todos os exames necessários à obtenção da CNH,
na categoria que possuía ou em categoria inferior, preservada a data da primeira
habilitação.

CNH cassada

Observação: Também prescreve em 5 (cinco) anos a pretensão punitiva da penalidade


de cassação da Carteira Nacional de Habilitação.

V – CASSAÇÃO DA PERMISSÃO PARA DIRIGIR – também significa eliminação de


todos os exames realizados na época em que o condutor se habilitou, ou seja, o
condutor não mais terá direito de conduzir veículo (sua PPD será cancelada).

Ocorrerá quando o condutor cometer qualquer infração de natureza gravíssima,


qualquer infração de natureza grave ou 2 (duas) infrações de natureza média.

217
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A Reabilitação poderá ser imediata (não há prazo a esperar) devendo o infrator ser
submetido a todos os exames necessários à habilitação.

VI – FREQUÊNCIA OBRIGATÓRIA EM CURSO DE RECICLAGEM (30


HORAS/AULA) – será obrigatório:

- para infrator que for suspenso de dirigir (salvo se a suspensão for em razão de
resultado positivo no exame toxicológico periódico realizado por condutor habilitado nas
categorias “C”, “D” ou “E”);

- para condutor que envolver-se em sinistro (acidente) grave para o qual haja contribuído
(independentemente de processo judicial);

- quando o condutor for condenado judicialmente por delito de trânsito;

- a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está colocando em risco a


segurança do trânsito.

8.3.1. Pessoas que podem ser penalizadas


A legislação de trânsito estabelece quais são as pessoas que poderão ser penalizadas
e quando cada uma delas será considerada responsável pela prática de determinada
infração de trânsito, como veremos a seguir.

Condutores – por infrações decorrentes de atos praticados na direção do veículo.

Proprietários do veículo – por infrações referentes à prévia regularização e


preenchimento das formalidades e condições exigidas para o trânsito do veículo na via
terrestre, conservação e inalterabilidade de suas características, componentes,
agregados, habilitação legal e compatível de seus condutores.

Embarcadores – por infrações relativas ao transporte de carga com excesso de peso


nos eixos ou no peso bruto total quando ele for o único remetente da carga e o peso
declarado na nota fiscal for inferior àquele aferido.

Transportadores – por infrações relativas ao transporte de carga com excesso de


peso nos eixos ou quando a carga proveniente de mais de um embarcador ultrapassar
o peso bruto total.

Observações:
a) aos proprietários e condutores de veículos serão impostas concomitantemente
as penalidades quando houver responsabilidade solidária.
b) também ocorrerá responsabilidade solidária entre o transportador e o
embarcador por infração relativa ao excesso de peso bruto total, se o peso
declarado na nota fiscal for superior ao limite legal.

218
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Carga com excesso de peso

8.3.2. Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC)


O Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), administrado pelo órgão máximo
executivo de trânsito da União (que deverá atualizá-lo até o oitavo dia útil de cada mês),
é o registro que contém a relação dos condutores que não cometeram, nos últimos doze
meses, infração de trânsito sujeita à pontuação prevista no CTB.

RNPC

Para ser cadastrado no RNPC, o condutor deverá conceder “autorização prévia”, por
meio de aplicativo ou outro meio eletrônico regulamentado pelo órgão máximo executivo
de trânsito da União. Após conceder autorização o condutor será cadastrado no RNPC
independentemente de comunicação pelo órgão máximo executivo de trânsito da União.
A “autorização prévia” implica em consentimento do condutor para que os demais
cidadãos visualizem seu cadastro no RNPC.

O cadastro no RNPC será excluído:

I - por solicitação do cadastrado;


II - quando for atribuída ao cadastrado pontuação por infração;
III - quando o cadastrado tiver o direito de dirigir suspenso;
IV - quando a Carteira Nacional de Habilitação do cadastrado estiver cassada ou
com validade vencida há mais de 30 (trinta) dias; ou

219
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

V - quando o cadastrado estiver cumprindo pena privativa de liberdade.

A consulta ao RNPC é garantida a todos os cidadãos e se dará mediante o fornecimento


do nome completo e CPF do condutor.

O RNPC poderá ser utilizado para a concessão de benefícios de qualquer natureza aos
condutores cadastrados. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão utilizar o RNPC para conceder benefícios fiscais ou tarifários aos condutores
cadastrados, na forma da legislação específica de cada ente da Federação.

8.4. Medidas administrativas


São medidas tomadas pelas autoridades de trânsito ou seus agentes, dentro de sua
circunscrição, para proteção da vida e incolumidade física da pessoa e para que se
cumpram as penalidades a serem aplicadas.
São elas:

I – RETENÇÃO DO VEÍCULO: imobilização por tempo determinado (para


regularização), que poderá ocorrer no próprio local em que o condutor foi autuado ou
em depósito específico (mediante recolhimento do CLA).

Retenção do veículo

Quando a irregularidade puder ser sanada no local da infração, o veículo será liberado
tão logo seja regularizada a situação.

Quando não for possível sanar a falha no local da infração, o veículo, desde que ofereça
condições de segurança para circulação, deverá ser liberado e entregue a condutor
regularmente habilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual,
contra apresentação de recibo, assinalando-se ao condutor prazo razoável, não superior
a 30 (trinta) dias, para regularizar a situação, e será considerado notificado para essa
finalidade na mesma ocasião.

Não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o veículo será removido


ao depósito.

220
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

O CLA será devolvido ao condutor no órgão ou na entidade aplicador da medida


administrativa, tão logo o veículo seja apresentado à autoridade, devidamente
regularizado.

A critério do agente não se dará a retenção imediata quando tratar-se “de veículo de
transporte coletivo transportando passageiros” ou “veículo transportando produto
perigoso ou perecível”, desde que ofereça condições de segurança para circulação em
via pública.

II – REMOÇÃO DO VEÍCULO: retirá-lo de onde se encontra e levá-lo ao depósito


(pátio).

Veículo sendo removido

O veículo será removido para o depósito fixado pelo órgão ou pela entidade competente,
com circunscrição sobre a via.

Não caberá remoção nos casos em que a irregularidade for sanada no local da
infração.

Quando não for possível sanar a irregularidade no local da infração, o veículo, desde
que ofereça condições de segurança para circulação, será liberado e entregue a
condutor regularmente habilitado, mediante recolhimento do Certificado de
Licenciamento Anual, contra a apresentação de recibo. Um prazo razoável, não superior
a 15 (quinze) dias, será assinalado ao condutor para regularizar a situação, o qual será
considerado notificado para essa finalidade na mesma ocasião. Não efetuada a
regularização no prazo estabelecido, o veículo será recolhido ao depósito e será feito
registro de restrição administrativa no RENAVAM por órgão ou entidade executivos de
trânsito dos Estados ou do Distrito Federal, o qual será retirado após comprovada a
regularização.

O veículo não será liberado para regularização, conforme previsto no parágrafo anterior,
nas infrações “conduzir o veículo que não esteja registrado e devidamente licenciado” e
“transitar com o veículo efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, quando
não for licenciado para esse fim, salvo casos de força maior ou com permissão da
autoridade competente”.

221
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A restituição dos veículos removidos só ocorrerá mediante o pagamento das multas,


taxas e despesas com remoção e estada, além de outros encargos previstos na
legislação específica.

A liberação do veículo removido também está condicionada ao reparo de qualquer


componente ou equipamento obrigatório que não esteja em perfeito estado de
funcionamento. Se o reparo demandar providência que não possa ser tomada no
depósito, a autoridade responsável pela remoção liberará o veículo para reparo, na
forma transportada, mediante autorização, assinalando prazo para reapresentação.

O proprietário ou o condutor deverá ser notificado, no ato de remoção do veículo, sobre


as providências necessárias à sua restituição e sobre a possibilidade de leilão, se o
proprietário não tomar nenhuma providência em até 60 (sessenta) dias.

Caso o proprietário ou o condutor não esteja presente no momento da remoção do


veículo, a autoridade de trânsito, no prazo de 10 (dez) dias contado da data da remoção,
deverá expedir ao proprietário a notificação sobre as providências necessárias à
restituição do veículo. A notificação deverá ser feita por remessa postal ou por outro
meio tecnológico hábil que assegure a sua ciência, e, caso reste frustrada, poderá ser
feita por edital. A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietário
do veículo ou por recusa desse de recebê-la será considerada recebida para todos os
efeitos. Em caso de veículo licenciado no exterior, a notificação será feita por
edital.

Os serviços de remoção, depósito e guarda de veículo poderão ser realizados por órgão
público, diretamente, ou por particular contratado por licitação pública, sendo o
proprietário do veículo o responsável pelo pagamento dos custos desses serviços.

O pagamento das despesas de remoção e estada será correspondente ao período


integral, contado em dias, em que efetivamente o veículo permanecer em depósito,
limitado ao prazo de 06 (seis) meses. Os custos dos serviços de remoção e estada
prestados por particulares poderão ser pagos pelo proprietário diretamente ao
contratado.

No caso de o proprietário do veículo objeto do recolhimento comprovar, administrativa


ou judicialmente, que o recolhimento foi indevido ou que houve abuso no período de
retenção em depósito, é da responsabilidade do ente público a devolução das quantias
pagas, segundo os mesmos critérios da devolução de multas indevidas.

O veículo apreendido ou removido a qualquer título e não reclamado por seu proprietário
dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, contados da data de recolhimento, será avaliado
e levado a leilão, a ser realizado preferencialmente por meio eletrônico, vedado o retorno
do veículo leiloado como sucata à circulação.

222
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

III - RECOLHIMENTO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO: será aplicada


sempre que for prevista a penalidade de Suspensão do Direito de Dirigir ou Cassação
da CNH.

Permissão cassada

IV – RECOLHIMENTO DA PERMISSÃO PARA DIRIGIR: será aplicada sempre que for


prevista a penalidade de Cassação da PPD.

Observações:
a) O recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e da Permissão para Dirigir
dar-se-á mediante recibo.
b) Ocorrerá o recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e da Permissão
para Dirigir sempre que houver suspeita de sua inautenticidade ou adulteração.
c) No caso de documentos em meio digital, as medidas administrativas de
“Recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação” e “Recolhimento da
Permissão para Dirigir” serão realizadas por meio de registro no RENACH.

V – RECOLHIMENTO DO CERTIFICADO DE REGISTRO: ocorre nas seguintes


situações:

- quando houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;

- se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade no prazo de 30 (trinta) dias.

Recolhimento do CRV

223
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

VI – RECOLHIMENTO DO CERTIFICADO DE LICENCIAMENTO ANUAL (CLA):


ocorre nas seguintes situações:

- quando houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;

- se o prazo de licenciamento estiver vencido;

- no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não puder ser sanada no local.

Observações:

a) O recolhimento do Certificado de Registro e do Certificado de Licenciamento


Anual dar-se-á mediante recibo.
b) No caso de documentos em meio digital, as medidas administrativas de
“Recolhimento do Certificado de Registro” e “Recolhimento do Certificado de
Licenciamento Anual” serão realizadas por meio de registro no RENAVAM.

VII – RETIRADA OU TRANSBORDO DO EXCESSO DE CARGA: é condição para que


o veículo possa prosseguir viagem e será efetuado a expensas do proprietário do
veículo, sem prejuízo da multa aplicável. Não sendo possível a realização do transbordo
do excesso de carga, o veículo será recolhido ao depósito, sendo liberado depois de
sanada a irregularidade e pagas as despesas de remoção e estada.

Transbordo do excesso de carga

Observações:
a) Ao condutor que evadir-se da fiscalização, não submetendo veículo à pesagem
obrigatória nos pontos de pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a penalidade
de multa (grave) além da obrigação de retornar ao ponto de evasão para fim de
pesagem obrigatória.
b) No caso de fuga do condutor à ação policial será aplicada multa (gravíssima),
suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo tão logo seja localizado.

VIII – REALIZAÇÃO DE TESTE DE DOSAGEM DE ALCOOLEMIA OU PERÍCIA DE


SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE OU QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU
PSÍQUICA: a infração de trânsito “dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra

224
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

substância psicoativa que determine dependência” será configurada quando o condutor


for pego com qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar
alveolar.

Medição de teor alcoólico

Observações:

a) O Contran disciplinará as margens de tolerância quando a infração “dirigir sob a


influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência” for apurada por meio de aparelho de medição, observada a
legislação metrológica.
b) O condutor de veículo automotor envolvido em sinistro (acidente) de trânsito ou
que for alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, exame
clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na
forma disciplinada pelo CONTRAN, permita certificar influência de álcool ou
outra substância psicoativa que determine dependência. O condutor que recusar
a submeter-se ao teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento para
certificação de seu estado, será penalizado como se estivesse dirigindo sob a
influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência.
c) A confirmação da alteração da capacidade psicomotora em razão da influência
de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência dar-se-
á por meio de, pelo menos, um dos seguintes procedimentos a serem realizados
no condutor de veículo automotor:
 exame de sangue;
 exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo órgão ou
entidade de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, em caso de
consumo de outras substâncias psicoativas que determinem dependência;
 teste em aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alveolar
(etilômetro);
 verificação dos sinais que indiquem a alteração da capacidade psicomotora
do condutor;
 prova testemunhal, imagem, vídeo ou qualquer outro meio de prova em
direito admitido.

225
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

IX – RECOLHIMENTO DE ANIMAIS: que se encontrem soltos nas vias e na faixa de


domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento
de multas e encargos devidos.

Observação: o animal recolhido, a qualquer título, e não reclamado por seu proprietário
no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de recolhimento, será avaliado e levado
a leilão, a ser realizado preferencialmente por meio eletrônico.

X – REALIZAÇÃO DE EXAMES: de aptidão física e mental, de legislação, de prática


de primeiros socorros e de direção veicular.

Observações:

 Em caso de sinistro (acidente) grave, o condutor nele envolvido poderá ser


submetido a novos exames, a juízo da autoridade executiva estadual de trânsito,
assegurada ampla defesa ao condutor. A autoridade executiva estadual de
trânsito poderá apreender o documento de habilitação do condutor até a sua
aprovação nos exames realizados.
 Em caso de sinistro (acidente) com vítima, envolvendo veículo equipado com
registrador instantâneo de velocidade e tempo, somente o perito oficial
encarregado do levantamento pericial poderá retirar o disco ou unidade
armazenadora do registro.
 O veículo em estado de abandono ou sinistrado (acidentado) poderá ser
removido para o depósito fixado pelo órgão ou entidade competente do Sistema
Nacional de Trânsito independentemente da existência de infração à legislação
de trânsito, nos termos da regulamentação do CONTRAN. Será considerado “em
estado de abandono” o veículo estacionado na via ou em estacionamento
público, sem capacidade de locomoção por meios próprios e que, devido a seu
estado de conservação e processo de deterioração, ofereça risco à saúde
pública, à segurança pública ou ao meio ambiente, independentemente de estar
estacionado em local permitido. A remoção do veículo sinistrado (acidentado)
será realizada quando não houver responsável por ele no local do sinistro
(acidente). O veículo sinistrado (acidentado) ou em estado de abandono que for
removido e não reclamado por seu proprietário dentro do prazo de 60 (sessenta)
dias, contado da data de recolhimento, será avaliado e levado a leilão, a ser
realizado preferencialmente por meio eletrônico.

226
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Sinistro (acidente) com vítima

8.5. Crimes de trânsito


Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores aplicam-se as normas gerais
do Código Penal, do Código de Processo Penal e dos Juizados Especiais Criminais
quando o CTB não dispuser de modo diverso.

Crimes de trânsito

O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade


do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá as penas aplicáveis conforme seja necessário
e suficiente para reprovação e prevenção do crime.

Na fixação da pena base o juiz deve dar especial atenção à culpabilidade do agente e
às circunstâncias e consequências do crime.

O condutor condenado por delito de trânsito deverá ser submetido a novos exames para
que possa voltar a dirigir, de acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN,
independentemente do reconhecimento da prescrição, em face da pena concretizada
na sentença.

Ao condutor de veículo, nos casos de sinistros (acidentes) de trânsito de que resultem


em vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto
e integral socorro àquela.

227
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

8.5.1. Suspensão e proibição judicial


O condutor que pratica um crime de trânsito está sujeito à penalidade (Judicial) de
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor. Referidas penalidades podem ser impostas isolada ou cumulativamente com
outras penalidades.

A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação,


para dirigir veículo automotor, tem a duração de 2 (dois) meses a 5 (cinco) anos.

Transitada em julgado a sentença condenatória (vencido o prazo para recorrer), o réu


será intimado a entregar à Autoridade Judiciária, em 48 (quarenta e oito) horas, a
Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.

A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação


para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de
condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional.

Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a


garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a
requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade
policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação
para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção.

A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão ou a


habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao CONTRAN e ao órgão
de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente.

Se o réu for reincidente na prática de um crime de trânsito, o Juiz aplicará a penalidade


de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo
das demais sanções penais cabíveis.

8.5.2. Multa reparatória


A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial
em favor da vítima, ou seus sucessores, de determinada quantia, sempre que houver
prejuízo material resultante do crime.

A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no


processo.

Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado.

228
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Direito criminal

8.5.3. Agravantes
São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o
condutor do veículo cometido o crime:

I – com dano potencial para 2 (duas) ou mais pessoas ou com grande risco de grave
dano patrimonial a terceiros;

II – utilizando veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;

III – sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

IV – com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da


categoria do veículo;

V – quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de


passageiros ou de carga;

VI – utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características


que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de
velocidade prescritos nas especificações do fabricante;

VII – sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.

8.5.4. Espécies de crimes de trânsito


Neste momento, veremos os crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro e as
respectivas penas para quem praticá-los. Deverá ser verificado junto ao Código Penal
Brasileiro a caracterização, como crime, de quaisquer outras condutas não previstas no
Código de Trânsito Brasileiro.

229
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Responsabilidade civil

01) Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

Penas – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e suspensão ou proibição de se obter


a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Observação: no crime de homicídio culposo, se o agente conduz veículo automotor sob


a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência as penas serão: reclusão, de 5 (cinco) a 8 (oito) anos, e suspensão ou
proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor.

Condutor sob influência de álcool

02) Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:

Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e suspensão ou proibição de se


obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Observações:
a) A pena privativa de liberdade será de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos (sem
prejuízo das outras penas previstas acima) se o agente conduz o veículo com
capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra

230
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar lesão


corporal de natureza grave ou gravíssima.
b) Nos crimes de homicídio culposo e de lesão corporal culposa na direção de
veículo automotor (crimes 01 e 02, acima), a pena é aumentada de 1/3 (um
terço) à metade, se o agente:

I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;


II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
vítima do sinistro (acidente);
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de
transporte de passageiros.
03) Deixar o condutor do veículo, na ocasião do sinistro (acidente), de prestar
imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa,
deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ou multa, se o fato não constituir
elemento de crime mais grave.

Observação: o condutor do veículo receberá as mesmas penas quando sua omissão


for suprida por terceiros ou quando tratar de vítima com morte instantânea ou com
ferimentos leves.

04) Afastar-se o condutor do veículo do local do sinistro (acidente), para fugir à


responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ou multa.

05) Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão


da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência:

Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição


de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Observações:
a) A conduta criminosa prevista acima será constatada por:
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue
ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da
capacidade psicomotora.
b) A verificação da conduta criminosa prevista acima poderá ser obtida mediante
teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova

231
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito


à contraprova.
c) O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia
ou toxicológicos para efeito de caracterização das condutas criminosas previstas
acima.

06) Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação


para dirigir veículo automotor:

Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa, com nova imposição
adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.

07) Deixar, o condenado, de entregar, em 48 h (quarenta e oito horas), a Permissão


para Dirigir ou a Carteira de Habilitação para o Juiz:

Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa, com nova imposição
adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.

08) Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa


ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia
em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente,
gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada:

Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição


de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Observações:
a) se da prática do crime acima resultar lesão corporal de natureza grave, e as
circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o
risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6
(seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas acima.
b) se da prática do crime acima resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem
que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena
privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo
das outras penas previstas acima.

09) Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir
ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ou multa.

232
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Justiça

10) Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não


habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou,
ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não
esteja em condições de conduzi-lo com segurança:

Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ou multa.

11) Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de


escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros,
logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de
pessoas, gerando perigo de dano:

Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ou multa.

12) Inovar artificiosamente, em caso de sinistro (acidente) automobilístico com


vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito
policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de
induzir a erro o agente policial, o perito ou o juiz:

Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Colisão nas ultrapassagens

233
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Atenção!
 De acordo com o Código Penal, as penas restritivas de direitos são autônomas e
substituem as privativas de liberdade quando aplicada pena privativa de liberdade
não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo.
Entretanto, esta regra (do Código Penal) não será aplicada aos crimes de trânsito:
- de homicídio culposo na direção de veículo automotor, se o agente conduz veículo
automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência; e
- de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, se o agente conduz o
veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou
de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar
lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.

 Nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade


por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à
comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades:

I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e


em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem
vítimas de sinistro (acidente) de trânsito e politraumatizados;
III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de sinistrados
(acidentados) de trânsito;
IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de
vítimas de sinistros (acidentes) de trânsito.

234
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

9. INFRAÇÕES, PENALIDADES E MEDIDAS ADMINISTRATIVAS


Infração de trânsito é a inobservância de qualquer norma estabelecida pela legislação
de trânsito, e o infrator sujeita-se às penalidades e às medidas administrativas, como
veremos a seguir.

9.1. Casos de Suspensão do Direito de Dirigir


A seguir, veremos as infrações cuja legislação de trânsito estabelece a penalidade de
“Suspensão do Direito de Dirigir” acompanhada de outras consequências.

 Disputar corrida.

Infração: gravíssima;

Penalidade: multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do


veículo;

Medida administrativa: recolhimento do documento de habilitação e remoção do


veículo.

Observação: a multa será aplicada em dobro em caso de reincidência no


período de até 12 (doze) meses.

 Promover, na via, competição, eventos organizados, exibição e demonstração


de perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como condutor, sem
permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via

Infração: gravíssima;

Penalidade: multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do


veículo;

Medida administrativa: recolhimento do documento de habilitação e remoção do


veículo.

Observações:
a) a multa será aplicada em dobro em caso de reincidência no período de até 12
(doze) meses.
b) as penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores participantes.

 Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa, mediante


arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento
de pneus.

Infração: gravíssima;

235
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Penalidade: multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do


veículo;

Medida administrativa: recolhimento do documento de habilitação e remoção do


veículo.

Observação: a multa será aplicada em dobro em caso de reincidência no


período de até 12 (doze) meses.

 Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial.

Infração: gravíssima;

Penalidade: multa, apreensão do veículo e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa: remoção do veículo e recolhimento do documento de


habilitação.

 Dirigir sob influência de álcool (qualquer concentração de álcool por litro de


sangue) ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência.

Infração: gravíssima;

Penalidade: multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze)


meses;

Medida administrativa: recolhimento do documento de habilitação e retenção do


veículo.

Observações:
a) a multa será aplicada em dobro em caso de reincidência no período de até 12
(doze) meses;
b) não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o veículo será
removido a depósito.

 Usar qualquer veículo para, deliberadamente, interromper, restringir ou perturbar


a circulação na via sem autorização do órgão ou entidade de trânsito com
circunscrição sobre ela.

Infração: gravíssima;

Penalidade: multa (vinte vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze)


meses;

Medida administrativa: remoção do veículo.

236
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observações:
a) a multa será aplicada em dobro em caso de reincidência no período de até 12
(doze) meses;
b) o condutor será proibido de receber incentivo creditício por 10 (dez) anos para
aquisição de veículos;
c) aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) vezes aos organizadores da
conduta;
d) as penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou jurídicas que incorram na
infração, devendo a autoridade com circunscrição sobre a via restabelecer de
imediato, se possível, as condições de normalidade para a circulação na via.

 Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública ou os


demais veículos.

Infração: gravíssima;

Penalidade: multa e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa: retenção do veículo e recolhimento do documento de


habilitação.

 Recusar-se, o condutor de veículo automotor envolvido em sinistro (acidente) de


trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito, a ser submetido a teste,
exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de
álcool ou outra substância psicoativa.

Infração: gravíssima;

Penalidade: multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze)


meses;

Medida administrativa: recolhimento do documento de habilitação e retenção do


veículo.

Observações:
a) a multa será aplicada em dobro em caso de reincidência no período de até 12
(doze) meses;
b) não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o veículo será
removido a depósito.

 Conduzir veículo para o qual seja exigida habilitação nas categorias C, D ou E


sem realizar o exame toxicológico, após 30 (trinta) dias do vencimento do prazo
estabelecido.

237
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Infração: gravíssima;

Penalidade: multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir por 3 (três)


meses, condicionado o levantamento da suspensão à inclusão no RENACH de
resultado negativo em novo exame.

Observação: incorre na mesma penalidade o condutor que exerce atividade


remunerada ao veículo e não comprova a realização de exame toxicológico
periódico por ocasião da renovação do documento de habilitação nas categorias
“C”, “D” ou “E”.

 Deixar o condutor, envolvido em sinistro (acidente), com vítima, de: prestar ou


providenciar socorro, podendo fazê-lo; adotar providências, podendo fazê-lo, no
sentido de evitar perigo para o trânsito no local; preservar o local para facilitar os
trabalhos da polícia e da perícia; adotar providências para remover o veículo do
local, quando determinadas por policial ou agente da autoridade de trânsito;
identificar-se ao policial e de prestar-lhe informações necessárias à confecção
do boletim de ocorrência.

Infração: gravíssima;
Penalidade: multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa: recolhimento do documento de habilitação.

 Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, em mais de


50% (cinquenta por cento).

Infração: gravíssima;
Penalidade: multa (três vezes) e suspensão do direito de dirigir.

 Conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor: sem usar capacete de segurança


ou vestuário de acordo com as normas e as especificações aprovadas pelo
CONTRAN; com capacete não encaixado na cabeça ou com capacete indevido;
transportando passageiro sem o capacete de segurança ou fora do assento
suplementar colocado atrás do condutor ou em carro lateral; transportando
passageiro com capacete não encaixado na cabeça ou com capacete indevido;
fazendo malabarismo ou equilibrando-se em apenas uma roda; transportando
criança menor de 10 (dez) anos de idade ou que não tenha, nas circunstâncias,
condições de cuidar de sua própria segurança.

Infração: gravíssima;

Penalidade: multa e suspensão do direito de dirigir;

238
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Medida administrativa: retenção do veículo (até regularização) e recolhimento do


documento de habilitação.

 Forçar passagem entre veículos que, transitando em sentidos opostos, estejam


na iminência de passar um pelo outro ao realizar operação de ultrapassagem.

Infração: gravíssima;

Penalidade: multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir.

Observação: a multa será aplicada em dobro em caso de reincidência no


período de até 12 (doze) meses.

9.2. Casos de Cassação da Carteira Nacional de Habilitação


A “Cassação da Carteira Nacional de Habilitação” ocorrerá:

 Quando suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir qualquer veículo;


 Quando o condutor for condenado judicialmente por delito de trânsito;
 Quando o condutor for condenado (com decisão judicial transitada em julgado)
por “utilizar-se do veículo para a prática do crime de receptação, descaminho ou
contrabando”, previstos no Código Penal (neste caso o prazo para o infrator
poder se reabilitar será de 5 anos, contados a partir da data da cassação de sua
CNH);
 Quando constatada, em processo administrativo, a irregularidade na expedição
do documento de habilitação;
 No caso de reincidência, no prazo de doze meses, das seguintes infrações:
 disputar corrida;
 promover, na via, competição, eventos organizados, exibição e demonstração
de perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como condutor, sem
permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via;
 utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa, mediante
arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou
arrastamento de pneus;
 dirigir sob influência de álcool (qualquer concentração de álcool por litro de
sangue) ou de qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência;
 dirigir com CNH ou PPD de categoria diferente da do veículo que esteja
conduzindo;
 entregar a direção do veículo (ou permitir que tome posse e passe a conduzi-
lo na via): a pessoas inabilitadas; a pessoas que estiverem com sua CNH ou
PPD cassada; a pessoas suspensas de dirigir; a condutor sem lentes,

239
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

aparelho auxiliar de audição ou prótese física; a pessoas com CNH ou PPD


de categoria diferente da categoria do veículo que esteja dirigindo.

9.3. Casos de Multa e Apreensão do Veículo


Veremos, neste momento, os casos de apreensão do veículo estabelecidos pela
legislação de trânsito. Vale lembrar que a medida administrativa de “remoção do veículo”
sempre precede a penalidade de apreensão do veículo.

Atenção: apesar da penalidade “apreensão do veículo” não mais existir na prática (foi
revogada pela Lei 13.281/2016), no CTB (Capítulo XV – Das Infrações) referida
penalidade ainda consta como consequência de algumas infrações – motivo pelo qual
ainda estamos mantendo-as em nosso conteúdo.

 Transitar com o veículo na faixa ou via de trânsito exclusiva, regulamentada com


circulação destinada aos veículos de transporte público coletivo de passageiros,
salvo casos de força maior e com autorização do poder público competente
(gravíssima).
 Veículo com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer outro
elemento de identificação do veículo violado ou falsificado (gravíssima).
 Transportar passageiros em compartimento de carga, salvo por motivo de força
maior e com permissão da autoridade competente (gravíssima).
 Veículo com dispositivo antirradar (gravíssima).
 Veículo sem qualquer uma das placas de identificação ou com placa ilegível
(gravíssima).
 Veículo que não esteja registrado e devidamente licenciado (gravíssima).
 Veículo com qualquer uma das placas de identificação sem condições de
legibilidade e visibilidade (gravíssima).
 Falsificar ou adulterar documento de habilitação e de identificação do veículo
(gravíssima).
 Recusar-se a entregar a autoridade de trânsito ou a seus agentes, mediante
recibo, os documentos de habilitação, de registro, de licenciamento de veículo e
outros exigidos por lei, para averiguação de sua autenticidade (gravíssima).
 Retirar do local veículo legalmente retido para regularização, sem permissão da
autoridade competente ou de seus agentes (gravíssima).
 Bloquear a via com veículo (gravíssima).
 Transitar com o veículo em desacordo com a autorização especial, expedida
pela autoridade competente para transitar com dimensões excedentes, ou
quando a mesma estiver vencida (grave).
 Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor: rebocando outro veículo (salvo
semirreboques especialmente projetados para esse fim e devidamente
homologados pelo órgão competente); sem segurar o guidom com ambas as
mãos (salvo eventualmente para indicação de manobras); transportando carga
incompatível com suas especificações; efetuando transporte remunerado de

240
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

mercadorias em desacordo com as normas que regem a atividade profissional


dos mototaxistas (grave).
 Transitar com ônibus articulado ou biarticulado com dimensões superiores aos
limites estabelecidos legalmente, e que apresentem informações divergentes em
relação à Autorização Especial de Trânsito (AET) já expedida (grave).
 Transitar com ônibus articulado ou biarticulado com dimensões superiores aos
limites estabelecidos legalmente, e a Autorização Especial de Trânsito (AET)
estiver vencida (grave).
 Usar indevidamente no veículo aparelho de alarme ou que produza sons e ruído
que perturbem o sossego público (média).

9.4 Casos de Multa e Remoção do Veículo


A seguir, veremos as infrações cuja legislação de trânsito estabelece a “multa” como
penalidade acompanhada da medida administrativa de “remoção do veículo”.

 Conduzir veículo escolar sem portar a devida autorização (gravíssima)


Observação: multa cinco vezes.
 Transitar com o veículo efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens
quando não for licenciado para esse fim (gravíssima).
 Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo nas pistas de rolamento de
rodovias e vias de trânsito rápido (salvo nos casos de impedimento absoluto de
sua remoção e em que o veículo esteja devidamente sinalizado) (grave).
 Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de trinta dias, junto ao órgão
executivo de trânsito (média).
 Ter seu veículo imobilizado na via por falta de combustível (média).
 Estacionar o veículo:
 na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito rápido
e das vias dotadas de acostamento (gravíssima);
 nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou idosos, sem credencial
que comprove tal condição (gravíssima);
 afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de 1 m (um metro) (grave);
 no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ciclovia ou ciclofaixa,
bem como nas ilhas, nos refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais, nos
divisores de pista de rolamento, nas marcas de canalização, gramados ou
jardim público (grave);
 ao lado de outro veículo em fila dupla (grave);
 na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veículos e
pedestres (grave);
 nos viadutos, pontes e túneis (grave);

241
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 em aclive ou declive, não estando devidamente freado e sem calço de


segurança, quando se tratar de veículo com peso bruto total superior a 3.500
kg (três mil e quinhentos quilogramas) (grave);
 em locais e horários de estacionamento e parada proibidos pela sinalização
– placa de “proibido parar e estacionar” (grave);
 em desacordo com as condições regulamentadas especificamente pela
sinalização – placa de “estacionamento regulamentado” (grave).
 nas esquinas e a menos de 5 m (cinco metros) do bordo do alinhamento da
via transversal (média);
 em desacordo com as posições estabelecidas nas regras de trânsito (média);
 junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água ou tampas de poços de
visita de galerias subterrâneas, devidamente identificados (média);
 onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada destinada a entrada ou
saída de veículos (média);
 impedindo a movimentação de outro veículo (média);
 onde houver sinalização horizontal delimitadora de ponto de embarque ou
desembarque de passageiros de transporte coletivo ou, na inexistência dessa
sinalização, no intervalo compreendido entre 10 m (dez metros) antes e
depois do marco do ponto (média);
 em locais e horários proibidos especificamente pela sinalização – placa de
“proibido estacionar” (média);
 afastado da guia da calçada (meio-fio) de 50 cm (cinquenta centímetros) a 1
m (um metro) (leve);
 nos acostamentos, salvo motivo de força maior (leve);

Remoção do veículo

9.5. Casos de Multa e Retenção do Veículo


A seguir, veremos as infrações cuja legislação de trânsito estabelece a “multa” como
penalidade acompanhada da medida administrativa de “retenção do veículo”.

 Dirigir sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou


Autorização para Conduzir Ciclomotor (gravíssima, multa: três vezes).
Observação: a retenção ocorrerá até a apresentação de condutor habilitado.

242
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 Dirigir veículo portando PPD vencida há mais de 30 (trinta) dias (gravíssima,


multa: três vezes).
Observação: a retenção ocorrerá até a apresentação de condutor habilitado.
 Entregar, permitir ou deixar que tome posse da direção do veículo; pessoas
inabilitadas; pessoas que estiverem com sua CNH ou Permissão cassada;
pessoas suspensas de dirigir; condutor sem lentes, aparelho auxiliar de audição
ou prótese física; pessoas com CNH ou Permissão de categoria diferente da
categoria do veículo que esteja dirigindo (gravíssima, multa: três vezes).
Observação: a retenção ocorrerá até a apresentação de condutor habilitado.
 Dirigir com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir de
categoria diferente da do veículo que esteja conduzindo (gravíssima, multa:
duas vezes)
Observação: a retenção ocorrerá até a apresentação de condutor habilitado.

 Dirigir com validade da CNH vencida a mais de 30 (trinta) dias (gravíssima).


Observação: a retenção ocorrerá até a apresentação de condutor habilitado.
 Dirigir o veículo sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de
audição, prótese física ou adaptações no veículo, quando necessário
(gravíssima).
Observação: a retenção ocorrerá até o saneamento da irregularidade ou
apresentação de condutor habilitado.

 Dirigir veículo sem possuir os cursos especializados ou específicos obrigatórios


(gravíssima).
Observação: a retenção ocorrerá até a apresentação de condutor habilitado.

 Deixar o veículo de transporte público coletivo de passageiros ou de escolares,


quando em movimento, de manter a porta fechada (gravíssima).
Observação: a retenção ocorrerá até a regularização.
 Transportar crianças de forma irregular (gravíssima).
 Veículo danificando a via, suas instalações e equipamentos (gravíssima).
 Veículo derramando, lançando ou arrastando sobre a via: carga que esteja
transportando, combustível ou lubrificante que esteja utilizando ou qualquer
objeto que possa acarretar risco de sinistro (acidente) (gravíssima).
 Transportar, em veículo destinado ao transporte de passageiros, carga
excedente (neste caso haverá transbordo da carga excedente) (grave).
 Transitar com o farol desregulado ou com o facho de luz alta de forma a perturbar
a visão de outro condutor (grave).
 Conduzir ou transportar passageiro em motocicleta, motoneta ou ciclomotor:
com capacete motociclístico não certificado pelo INMETRO; com capacete sem
aposição de dispositivo retrorrefletivo de segurança nas partes laterais e traseira;
com capacete sem o selo ou etiqueta de identificação da conformidade do

243
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

INMETRO; com capacete com avarias ou danos que identifiquem a sua


inadequação para o uso (grave).
 Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança (grave).
 Usar no veículo equipamento com som em volume ou frequência que não sejam
autorizados (grave).
 Veículo com cor ou característica alterada (grave).
 Veículo sem ter sido inspecionado (grave).
 Veículo sem equipamento obrigatório ou estando esse ineficiente ou inoperante
(grave).
 Veículo com descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso,
deficiente ou inoperante (grave).
 Veículo utilizando Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) como combustível (grave).
 Equipamentos, dispositivos ou acessórios proibidos (grave).
 Equipamentos do sistema de iluminação e sinalização alterados (grave).
 Veículo com registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo viciado
ou defeituoso (grave).
 Veículo com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de caráter publicitário
afixados ou pintados no para-brisa e em toda a extensão da parte traseira,
excetuadas as hipóteses permitidas pelas normas de trânsito (grave).
 Veículo com vidros total ou parcialmente cobertos por películas refletivas ou não,
painéis decorativos ou pinturas, excetuadas as hipóteses permitidas pelas
normas de trânsito (grave).
 Conduzir veículo mantendo cortinas ou persianas fechadas, não autorizadas
pela legislação (grave).
 Veículo em mal estado de conservação (grave).
 Conduzir veículo reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de
emissão de poluentes e ruído (grave).
 Não acionar o limpador de para-brisa na chuva (grave).
 Veículo produzindo gases, partículas ou fumaça excessivas (grave).
 Veículo com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites
estabelecidos legalmente ou pela sinalização, sem autorização (grave).
 Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo (grave).
 Veículo com falta de inscrição ou simbologia necessária à sua identificação
(grave).
 Transitar com ônibus articulado ou biarticulado com dimensões superiores aos
limites estabelecidos legalmente e não houver a expedição da correspondente
Autorização Especial de Trânsito – AET (grave).
 Transitar com ônibus articulado ou biarticulado com dimensões superiores aos
limites estabelecidos legalmente e a sinalização especial de advertência na
traseira não tiver sido instalada ou não atender aos requisitos previstos nas
normas de trânsito (grave).

244
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 Portar no veículo placas de identificação em desacordo com as especificações


e os modelos estabelecidos pelo CONTRAN (média) – neste caso haverá
também apreensão das placas irregulares.
 Veículo com excesso de peso (média) – neste caso haverá transbordo da carga
excedente.
 Veículo com lotação excedente (média).
 Descer declives com o veículo desligado ou desengrenado (média).
 Conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor com a utilização de capacete de
segurança sem viseira ou óculos de proteção ou com viseira ou óculos de
proteção em desacordo com a regulamentação do CONTRAN (média).
 Conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor transportando passageiro com o
capacete de segurança sem viseira ou óculos de proteção ou com viseira ou
óculos de proteção em desacordo com a regulamentação do CONTRAN
(média).
 Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório (leve).
 Transitar com ônibus articulado ou biarticulado com dimensões superiores aos
limites estabelecidos legalmente e não estar portando a Autorização Especial de
Trânsito (AET) regularmente expedida (leve).

9.6. Infrações com penalidade única


A seguir, veremos as infrações com penalidade única, qual seja: multa.

Autuação por fiscal de trânsito

9.6.1. Infrações gravíssimas – penalidade: multa


A cada infração gravíssima cometida são computados 7 (sete) pontos no prontuário do
condutor infrator. São elas:

 Dirigir o veículo com apenas uma das mãos, no caso de o condutor estar
segurando ou manuseando telefone celular.
 Confiar ou entregar a direção do veículo a pessoa que, mesmo habilitada, por
seu estado físico-psíquico, não esteja em condições de dirigi-lo com segurança.

245
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 Transitar pela contramão de direção em vias com sinalização de regulamentação


de sentido único de circulação.
 Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedores, de socorro de
incêndio e salvamento, de polícia, de operação e fiscalização de trânsito e às
ambulâncias, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por
dispositivos regulamentados de alarme sonoro e iluminação intermitente.
 Transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas,
ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista de
rolamento, acostamentos, marcas de canalização, gramados e jardins públicos
(multa: três vezes).
 Ultrapassar outro veículo pelo acostamento, em interseções e em passagens de
nível (multa: cinco vezes).
 Ultrapassar, pela direita, veículo de transporte coletivo ou de escolares, parado
para embarque ou desembarque de passageiros (salvo quando houver refúgio
de segurança para o pedestre).
 Ultrapassar (pela contramão) outro veículo nas curvas, nos aclives e declives
(sem visibilidade suficiente), nas faixas de pedestre, nas pontes, nos viadutos e
nos túneis (multa: cinco vezes. A multa será cobrada em dobro em caso de
reincidência no período de até 12 meses).
 Ultrapassar (pela contramão) veículo parado em fila junto a sinais luminosos,
porteiras, cancelas, cruzamentos ou qualquer outro impedimento à livre
circulação (multa: cinco vezes. A multa será cobrada em dobro em caso de
reincidência no período de até 12 meses).
 Ultrapassar (pela contramão) veículo onde houver marcação viária longitudinal
de divisão de fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou simples contínua
amarela (multa: cinco vezes. A multa será cobrada em dobro em caso de
reincidência no período de até 12 meses).
 Retornar em locais proibidos pela sinalização, nas curvas, nos aclives, nos
declives, nas pontes, nos viadutos e túneis.
 Retornar passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajardinamento ou
canteiros de divisões de pista de rolamento, refúgios e faixas de pedestres e de
veículos não motorizados.
 Retornar nas interseções, entrando na contramão de direção da via transversal;
 Retornar com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda que em locais
permitidos.
 Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória, exceto onde
houver sinalização que permita a livre conversão à direita.
 Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre circulação, à segurança de veículo
e pedestres, tanto no leito da via terrestre como na calçada, ou obstaculizar a
via indevidamente (multa, agravada em até cinco vezes, a critério da autoridade
de trânsito, conforme o risco à segurança. A penalidade será aplicada à pessoa
física ou jurídica responsável pela obstrução, devendo a autoridade com

246
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

circunscrição sobre a via providenciar a sinalização de emergência, às expensas


do responsável, ou, se possível, promover a desobstrução).
 Fazer falsa declaração de domicílio para fins de registro, licenciamento ou
habilitação.
 Deixar de parar o veículo antes de transpor linha férrea.
 Deixar de parar o veículo sempre que a respectiva marcha for interceptada por
agrupamento de pessoas, como préstitos, passeatas, desfiles e outros.
 Deixar de dar preferência de passagem a pedestre que se encontre na faixa a
ele destinada ou que não haja concluído a travessia, mesmo que ocorra sinal
verde para o veículo.
 Deixar de dar preferência de passagem a veículo não motorizado.
 Deixar de dar preferência de passagem a portadores de deficiência física,
crianças, idosos e gestantes.
 Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança
do trânsito quando se aproximar de passeatas, aglomerações, cortejos,
préstitos, desfiles, nas proximidades de escolas, hospitais, estações de
embarque e desembarque de passageiros, onde haja intensa movimentação de
pedestres ou ao ultrapassar ciclista.

9.6.2. Infrações graves – penalidade: multa


A cada infração grave cometida são computados 5 (cinco) pontos no prontuário do
condutor infrator. São elas:

 Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de sinistro (acidente) de trânsito


quando solicitado pela autoridade e seus agentes.
 Parar o veículo na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de
trânsito rápido e das demais vias dotadas de acostamento.
 Parar o veículo sobre ciclovia ou ciclofaixa.
 Transitar com o veículo na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de
circulação exclusiva para determinado tipo de veículo.
 Transitar pela contramão de direção em vias com duplo sentido de circulação
(exceto para ultrapassar outro veículo e apenas pelo tempo necessário,
respeitada a preferência do veículo que transitar em sentido contrário).
 Seguir veículo em serviço de urgência, estando este com prioridade de
passagem devidamente identificada por dispositivos regulamentares de alarme
sonoro e iluminação intermitente.
 Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu veículo e
os demais, bem como em relação ao bordo da pista.
 Transitar em marcha à ré (salvo na distância necessária a pequenas manobras
e de forma a não causar riscos à segurança).
 Desobedecer às ordens emanadas da autoridade competente de trânsito ou de
seus agentes.

247
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 Deixar de indicar com antecedência, mediante gesto regulamentar de braço ou


luz indicadora de direção do veículo, o início da marcha, a realização da manobra
de parar o veículo, a mudança de direção ou de faixa de circulação.
 Transpor, sem autorização, bloqueio viário com ou sem sinalização ou
dispositivos auxiliares, ou deixar de adentrar as áreas destinadas à pesagem de
veículos.
 Evadir-se da cobrança pelo uso de rodovias e vias urbanas para não efetuar o
seu pagamento, ou deixar de efetuá-lo na forma estabelecida.
 Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de sinal luminoso, cancela,
bloqueio viário parcial ou qualquer outro obstáculo, com exceção dos veículos
não motorizados.
 Deixar de parar o veículo no acostamento à direita, para aguardar a oportunidade
de cruzar a pista ou entrar à esquerda, onde não houver local apropriado para
operação de retorno.
 Executar operação de conversão à direita ou à esquerda em locais proibidos
pela sinalização.
 Deixar de parar o veículo sempre que a respectiva marcha for interceptada por
agrupamento de veículos como cortejos, formações militares e outros.
 Deixar de dar preferência de passagem a pedestre que houver iniciado a
travessia mesmo que não haja sinalização a ele destinada e a pedestre que
esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o veículo.
 Deixar de dar preferência de passagem, em interseção não sinalizada, a veículo
que estiver circulando por rodovia ou rotatória e a veículo que vier da direita.
 Deixar de dar preferência de passagem nas interseções com sinalização de
regulamentação de “Dê a Preferência”.
 Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, em mais de
20% (vinte por cento) até 50% (cinquenta por cento).
 Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança
do trânsito: nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado pelo agente da
autoridade de trânsito (mediante sinais sonoros ou gestos); ao aproximar-se da
guia da calçada (meio-fio) ou acostamento; ao aproximar-se de ou passar por
interseção não sinalizada; nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja
cercada; nos trechos em curva de pequeno raio; ao aproximar-se de locais
sinalizados com advertência de obras ou trabalhadores na pista; sob chuva,
neblina, cerração ou ventos fortes; quando houver má visibilidade; quando o
pavimento se apresentar escorregadio, defeituoso ou avariado; à aproximação
de animais na pista; em declive.
 Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os demais condutores e, à noite,
não manter acesas as luzes externas ou omitir-se quanto a providências
necessárias para tornar visível o local, quando tiver de remover o veículo da pista
de rolamento, permanecer no acostamento ou quando a carga for derramada
sobre a via e não puder ser retirada imediatamente.

248
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 Utilizar a via para depósito de mercadorias, materiais ou equipamentos, sem


autorização do órgão ou da entidade de trânsito com circunscrição sobre a via
(neste caso também haverá a medida administrativa de remoção da mercadoria
ou do material – a penalidade e a medida administrativa incidirão sobre a pessoa
física ou jurídica responsável).

9.6.3. Infrações médias – penalidade: multa


A cada infração média cometida são computados 4 (quatro) pontos no prontuário do
condutor infrator. São elas:

 Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou veículos, água ou


detritos.
 Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias.
 Deixar o condutor, envolvido em sinistro (acidente) sem vítima, de adotar
providências para remover o veículo do local, quando necessária tal medida para
assegurar a segurança e a fluidez do trânsito.
 Estacionar na contramão de direção.
 Parar o veículo em local e horário proibidos especificamente pela sinalização –
placa de “proibido parar”.
 Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança de sinal luminoso.
 Parar o veículo nas esquinas e a menos de 5 m (cinco metros) do bordo do
alinhamento da via transversal.
 Parar o veículo nos viadutos, nas pontes e nos túneis.
 Parar o veículo afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de 1 m (um metro).
 Parar o veículo na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de
veículos e pedestres.
 Parar o veículo na contramão de direção.
 Quando o veículo estiver em movimento, deixar de conservá-lo na faixa a ele
destinada pela sinalização de regulamentação (exceto em situações de
emergência) ou deixar de conservá-lo nas faixas da direita, os veículos lentos e
de maior porte.
 Transitar em locais e horários não permitidos pela regulamentação estabelecida
pela autoridade competente.
 Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou perturbando o trânsito.
 Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo para a faixa mais à esquerda
ou mais à direita, dentro da respectiva mão de direção, quando for manobrar
para um desses lados.
 Deixar de dar passagem pela esquerda, quando solicitado.
 Ultrapassar pela direita (salvo quando o veículo da frente estiver colocado na
faixa apropriada e der sinal de que vai entrar à esquerda).
 Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinquenta centímetros ao
passar ou ultrapassar bicicleta.

249
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar adequadamente posicionado para


ingresso na via e sem as precauções com a segurança de pedestres e de outros
veículos.
 Entrar ou sair de fila de veículos estacionados sem dar preferência de passagem
a pedestres e a outros veículos.
 Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, em até 20%
(vinte por cento).
 Transitar com o veículo em velocidade inferior à metade da velocidade máxima
estabelecida para a via, retardando ou obstruindo o trânsito (a menos que as
condições de tráfego e meteorológicas não o permitam), salvo se estiver na faixa
da direita.
 Deixar de retirar todo e qualquer objeto que tenha sido utilizado para sinalização
temporária da via.
 Conduzir veículo de carga, com falta de inscrição da tara, lotação e peso bruto.
 Conduzir veículo com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou com
lâmpadas queimadas.
 Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda, salvo em casos de
emergência.
 Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de posição, quando o veículo estiver
parado, para fins de embarque ou desembarque de passageiros e carga ou
descarga de mercadorias.
 Deixar de manter acesa a luz baixa (quando o veículo estiver em movimento):
 durante a noite;
 de dia no caso de veículo de transporte coletivo de passageiros em circulação
em faixas ou pistas a eles destinadas;
 de dia, no caso de motocicletas, motonetas e ciclomotores;
 de dia, em túneis e sob chuva, neblina ou cerração;
 de dia, em rodovias de pista simples situadas fora dos perímetros urbanos, no
caso de veículos desprovidos de luzes de rodagem diurna.
 Deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite, quando o veículo estiver em
movimento.
 Utilizar luzes baixa e alta de forma intermitente em desacordo com as normas
de trânsito.
 Utilizar o pisca-alerta em desacordo com as normas de trânsito.
 Dirigir o veículo com o braço do lado de fora.
 Dirigir o veículo transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda ou
entre os braços e as pernas.
 Dirigir o veículo com incapacidade física ou mental temporária que comprometa
a segurança do trânsito.
 Dirigir o veículo usando calçado que não se firme nos pés ou que comprometa
a utilização dos pedais.

250
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 Dirigir o veículo com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais
regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo ou acionar seus
equipamentos e acessórios.
 Dirigir o veículo utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem
sonora ou de telefone celular;
 Dirigir o veículo realizando a cobrança de tarifa com o veículo em movimento.
 Transitar com ônibus articulado ou biarticulado com dimensões superiores aos
limites estabelecidos legalmente e existir restrição de tráfego, referente ao local
e/ou horário, imposta pelo órgão com circunscrição sobre a via e não constante
na Autorização Especial de Trânsito – AET;
 Transitar com ciclomotores em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde
houver acostamento ou faixas de rolamento próprias.

9.6.4. Infrações leves – penalidade: multa


A cada infração leve cometida são computados 3 (três) pontos no prontuário do condutor
infrator. São elas:

 Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo nas pistas de rolamento de


estrada, via arterial, via coletora e via local.
 Ultrapassar veículo em movimento que integre cortejo, préstito, desfile e
formações militares, salvo com autorização da autoridade de trânsito ou de seus
agentes.
 Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias providas de iluminação pública.
 Dirigir sem atenção ou sem cuidados indispensáveis à segurança.
 Parar o veículo afastado da guia da calçada (meio-fio) de 50 cm (cinquenta
centímetros) a 1 m (um metro).
 Parar o veículo em desacordo com as posições estabelecidas pelas regras de
trânsito.
 Parar o veículo no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas, nos
refúgios, nos canteiros centrais e divisores de pista de rolamento e nas marcas
de canalização.
 Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de habilitação do
condutor.
 Transitar com o veículo na faixa ou pista da direita, regulamentada como de
circulação exclusiva para determinado tipo de veículo, exceto para acesso a
imóveis lindeiros ou conversões à direita.
 Usar buzina: em situação que não a de simples toque breve como advertência
ao pedestre ou a condutores de outros veículos; prolongada e sucessivamente
a qualquer pretexto; entre as 22 (vinte duas) e às 6h (seis horas); em locais e
horários proibidos pela sinalização; em desacordo com os padrões e frequências
estabelecidas pela lei.

251
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 Conduzir ou transportar passageiro em motocicleta, motoneta ou ciclomotor:


com capacete sem estar devidamente fixado à cabeça pelo conjunto formado
pela cinta jugular e engate, por debaixo do maxilar inferior; de tamanho
inadequado ou no caso de queixeira não abaixada ou travada.

9.7. Infrações cometidas por condutores de ciclos e por pedestres


Assim como ocorre com os demais condutores de veículos que desrespeitam as normas
de trânsito, logo após constatada (pela autoridade de trânsito ou por seus agentes) a
infração praticada pelo ciclista ou pelo pedestre será lavrado o Auto de Infração de
Trânsito (AIT), por anotação em documento próprio ou por registro em talão eletrônico.
A identificação do infrator será feita mediante abordagem.

No AIT deverá constar o nome completo, número e tipo de documento de identificação


e, quando possível, endereço, CPF e assinatura do infrator. Também deverá constar
(no AIT) o local da infração, data, hora, município, código da infração, tipificação,
número de identificação do agente de trânsito e sua assinatura (salvo no caso de talão
eletrônico).

Para maior identificação, no caso dos ciclistas, sempre que possível deverão ser
lançadas, no AIT, informações disponíveis da bicicleta: sua marca, modelo e número de
identificação.

Os procedimentos relacionados às notificações (de autuação e de penalidade), prazos,


defesas e recursos serão os mesmos aplicados aos demais condutores de veículos,
vistos anteriormente (Capítulo 11 – Processo Administrativo).

Vejamos, agora, as infrações e suas respectivas consequências:

Ciclistas
 Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circulação desta, ou
de forma agressiva.

Infração: média;
Penalidade: multa;
Medida Administrativa: remoção da bicicleta, mediante recibo, para o
pagamento da multa.
 Conduzir ciclos fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda;
sem segurar o guidom com ambas as mãos (salvo eventualmente para indicação
de manobras); transportando carga incompatível com suas especificações ou
em desacordo com o previsto na regulamentação dos mototaxistas; conduzindo
passageiro fora da garupa ou do assento especial a ele destinado; transitando
em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver acostamento ou faixas

252
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

de rolamento próprias; transportando crianças que não tenham, nas


circunstâncias, condições de cuidar de sua própria segurança.

Infração: média;
Penalidade: multa;

Infração por condutores de ciclos

Pedestres

 permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las onde for
permitido;
 cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes ou túneis, salvo onde exista
permissão;
 atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando houver
sinalização para esse fim;
 utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o trânsito, ou para a
prática de qualquer folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo em casos
especiais e com a devida licença da autoridade competente;
 andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou subterrânea;
 desobedecer à sinalização de trânsito específica.
Infração: leve;

Penalidade: multa, em 50% (cinquenta por cento) do valor da infração de natureza leve.

Infrações cometidas por pedestres

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

10. RESUMO
Você chegou ao final da disciplina de Legislação de Trânsito!

Durante o estudo deste conteúdo, você pôde relembrar quais os passos para a
aquisição da habilitação, as exigências de cada categoria para habilitar-se e, também,
quais são os documentos obrigatórios durante a condução – tanto do motorista quanto
do veículo.

Teve a oportunidade, ainda, de ampliar seus conhecimentos sobre os tipos de


sinalização de trânsito, os direitos e deveres de todo cidadão nas vias públicas e as
normas de circulação e conduta.

Além disso, este estudo proporcionou-lhe a compreensão do funcionamento dos


processos administrativos, dentre eles, o sistema de punições e as medidas
administrativas. Outro tema abordado, e de grande relevância para seu aprendizado, foi
o meio ambiente e o convívio social – que versou sobre a poluição ambiental, os tipos
de poluição e de poluentes e seus efeitos no ambiente, assim como sobre o exercício
da cidadania.

Esta disciplina teve como objetivo expor as normas de trânsito relacionadas à formação
do condutor e todas as infrações e os crimes de trânsito contidos no CTB relacionando-
os às responsabilidades civis e criminais do infrator. Explicar sobre as exigências para
categorias de habilitação em relação ao veículo conduzido, sobre os documentos
obrigatórios relacionados ao condutor e ao veículo e, também, sobre as questões
ambientais relacionadas à condução de veículos automotores: principais causas de
poluição ambiental, efeitos da poluição, o que fazer para reduzir os agentes poluidores
e demais formas de proteção e defesa do meio ambiente.

Agora, para dar continuidade aos seus estudos, você deverá ler os conteúdos
disponíveis no Material de Apoio, realizar os Exercícios de Fixação para avaliar sua
aquisição de conhecimentos.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

TÍTULO 2 - DIREÇÃO DEFENSIVA


1. INTRODUÇÃO
Este conteúdo visa conscientizar os condutores de veículos sobre a importância da
segurança global e pessoal, bem como capacitá-los, por meio da transmissão de
conhecimentos e atitudes corretas, a evitar sinistros (acidentes).

Direção defensiva

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

2. CONCEITO DE DIREÇÃO DEFENSIVA


A direção (condução) de um veículo pode se dar de forma defensiva (segura) ou
agressiva (ofensiva).

Direção Defensiva (Segura): é dirigir com atenção e cuidados a fim de não se envolver
em sinistros (acidentes) de trânsito, apesar das condições adversas e das atitudes
incorretas dos outros usuários das vias (motivo esse que leva à definição: “é dirigir para
si e para os demais”).

Olhar pelo retrovisor

É a forma de dirigir que permite ao condutor do veículo reconhecer antecipadamente as


situações de perigo e prever o que pode acontecer com ele e com seus acompanhantes,
com o seu veículo e com outros usuários.

Direção Agressiva (Ofensiva): é dirigir sem atenção e cuidados, desrespeitar as


normas de trânsito, colocando em risco a segurança do próprio condutor do veículo,
bem como dos demais usuários da via.

2.1. Tipos de direção defensiva: preventiva e corretiva

DIREÇÃO DEFENSIVA PREVENTIVA: maneira de conduzir o veículo em que o


condutor está sempre prevendo possibilidades de acontecer sinistros (acidentes).
Condutor preventivo é aquele que observa, prevê e decide.

Exemplos:

• reduzir a velocidade antes de uma curva (previsão: “posso perder o controle do


veículo”);

• parar o veículo quando se deparar com uma bola rolando na pista (previsão: “atrás de
uma bola há sempre uma criança”).

• etc.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Fundamentos:
- Conhecimento: das leis, das normas de trânsito, sobre o veículo, dos riscos e das
maneiras de defender-se contra os mesmos.

- Atenção: estar em estado de alerta a todo segundo e consciente sobre as


possibilidades de sinistros (acidentes).

- Previsão: ser hábil e preparar-se para uma possível eventualidade. “Prevenir é sentir
a manobra que será necessária”.

- Decisão: conhecer as alternativas nas situações de trânsito e ter habilidade e


inteligência para escolher a mais apropriada, a fim de evitar sinistros (acidentes).

- Habilidade: ter automatismos corretos na hora necessária.

GIF Direção defensiva preventiva

Métodos básicos da prevenção de sinistros (acidentes): Prever o perigo >


descobrir o que fazer > agir a tempo.

“CONDUZIR PREVENTIVAMENTE É ESTAR PREPARADO PARA REAGIR


CONTRA OS ERROS DOS OUTROS QUE PARTICIPAM DO TRÂNSITO”

Observações:
 Algumas empresas e entidades utilizam a conhecida norma “P.P.” (prever e
prevenir) quando fazem a instrução de seus condutores de veículos.
 A empresa que utiliza condutores contratados para operar a sua frota de veículos
é obrigada a fornecer curso de direção defensiva, primeiros socorros e outros
conforme normatização do CONTRAN.
 Existem 3 (três) tipos de atenção: FIXA – atenção em um só ponto. DISPERSIVA
– dirigir distraidamente. DIFUSA – atenção em todos os sentidos (frente,
retaguarda e lados).

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Atenção dispersiva

DIREÇÃO DEFENSIVA CORRETIVA: maneira de conduzir o veículo em que o condutor


tenta corrigir uma “situação de sinistro (acidente)” (não prevista antecipadamente ou
gerada por situações adversas). É se colocar em uma posição segura frente a uma
situação insegura. O condutor terá que reagir rápido em um momento de perigo.

Exemplos:
• em uma curva: deixar de reduzir adequadamente a velocidade, começar a perder o
controle do veículo, conseguir estabilizar a situação e fazer a curva sem ocorrer o
sinistro (acidente);
• conseguir parar o veículo após um pedestre, bêbado, pular na frente do mesmo;
• etc.
Fundamentos:
- Prática: tempo, relativamente considerável, de condução de veículo que leve à
habilidade e experiências.
- Experiência: vivência de situações no trânsito, o que permite melhorar as reações em
situações de risco.
- Reflexo: ato involuntário estimulado por uma situação de perigo; é necessário ter
automatismos corretos.

GIF Direção defensiva corretiva

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

“CONDUZIR CORRETIVAMENTE É UTILIZAR-SE DA MELHOR FORMA E EM


MENOR TEMPO PARA COLOCAR-SEEM UMA POSIÇÃO SEGURA FRENTE A
SITUAÇÕES DE RISCO”

2.2. Dirigir com segurança


Dirigir com segurança é estar atento a inúmeros fatores, tais como:

- condições das vias;

- dificuldades físicas e emocionais do próprio condutor;

- condições mecânicas do veículo;

- velocidade que está sendo utilizada no veículo;

- condições do tempo;

- movimento de veículos e pedestres.

- etc.

Dirigir com segurança

Atenção!
Para saber mais sobre as palavras e expressões utilizadas em direção defensiva acesse
o Material de Apoio da disciplina de Direção Defensiva.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

3. INTERFERÊNCIA DAS LEIS FÍSICAS NA CONDUÇÃO DO


VEÍCULO
(ADERÊNCIA, TRANSFERÊNCIA DE MASSA E FORÇA CENTRÍPETA)

Quando em movimento, um veículo é submetido às leis da física que, juntamente com


a atuação do condutor, irão determinar o seu comportamento. Portanto, essas leis não
devem ser menosprezadas pelo condutor – o que levaria à perda da dirigibilidade do
veículo.

3.1. Aderência
É a capacidade de atrito do pneu (do veículo) ao solo. O coeficiente de aderência varia
de acordo com:

a) a velocidade impressa no veículo

• aumentando a velocidade a aderência diminui;

• a relação entre aderência e velocidade é inversamente proporcional;

• a partir de 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora), para cada 25 km/h (vinte e cinco
quilômetros por hora) a mais, perde-se 0,1 de aderência.

b) o tipo de solo onde trafega o veículo

• em um asfalto mais áspero, por exemplo, o coeficiente de aderência é maior.

Asfalto áspero

c) o clima
• em casos de chuva o coeficiente de aderência da pista vai diminuir (daí a razão de
reduzir a velocidade);

• o mesmo acontece em casos de neblina, orvalho, cerração e neve (onde o coeficiente


de aderência é quase zero).

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Atenção à neblina

d) o pneu

• em relação ao pneu destacam-se o seu estado (profundidade de seus sulcos), sua


calibragem, sua temperatura e sua largura;

• a profundidade mínima permitida dos sulcos dos pneus é de 1,6mm (milímetros), pois
medidas inferiores a essa fazem com que o pneu não consiga escoar a água que se
encontra sobre a pista – o que pode levá-lo a aquaplanagem;

Pneu

• a calibragem do pneu é de suma importância para que o coeficiente de aderência seja


mantido. É importante que o condutor esteja atento ao manual do veículo para que
possa saber a quantidade de ar, para cada situação, que ele deverá colocar nos pneus
de seu veículo, a fim de manter uma boa aderência;

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Calibrando o pneu

• quando o pneu se encontra em uma temperatura mais alta (o que ocorre com a própria
circulação do mesmo pelas ruas ou pelo próprio clima mais quente) seu coeficiente de
aderência é maior (a borracha fica menos enrijecida e, por consequência, mais
aderente);

• pneus mais largos proporcionam mais aderência, pois quanto maior a área de contato
com a pista, maior será seu coeficiente de aderência.

e) o peso do veículo
• um veículo mais pesado detém um coeficiente de aderência maior em seus pneus;

• é importante fazer a devida distribuição de peso (passageiros e carga) no interior do


veículo. Isso proporciona elevação equilibrada do coeficiente de aderência de todos os
pneus.

Distribuição de peso

3.2. Transferência de massa


É quando, em aceleração, um veículo tem seu eixo traseiro mais carregado; e quando,
em deceleração, tem seu eixo dianteiro mais carregado. Portanto, a transferência de
massa depende da intensidade de aceleração ou deceleração.

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Relação entre aderência e transferência de massa:

• ao acelerar, o peso do veículo se concentra no eixo traseiro causando redução de


aderência no eixo (pneus) dianteiro;

• ao decelerar, o peso do veículo se concentra no eixo dianteiro causando redução de


aderência no eixo (pneus) traseiro.

Transferência de massa

3.3. Força centrípeta


Força que puxa o veículo para o centro da curva. Essa força varia de acordo com a
massa e velocidade do veículo e com o raio da curva.

Um clássico exemplo, para melhor compreensão:

Se amarrarmos um barbante em um carrinho (a pilha), que se move em linha reta, e o


colocarmos para funcionar (segurando na outra extremidade do barbante),
verificaremos que no momento em que o barbante se esticar o carrinho passará a se
movimentar em círculo – resultante de uma força de tração na linha.

Essa força, ao agir sobre o carrinho, o impede de prosseguir em linha reta na mesma
direção.

Em todos os pontos de sua trajetória circular acontece exatamente o mesmo: o carrinho


tende a seguir em linha reta, mas a força de tração impede que isso aconteça,
modificando continuamente a direção do movimento e produzindo a trajetória circular.

Se, em um dado instante, o barbante se arrebentar ou for cortado, o carrinho


imediatamente deixará a trajetória circular e prosseguirá em linha reta. Em outras
palavras, a partir do momento em que a força de tração deixar de atuar, o carrinho
automaticamente abandonará o movimento circular e sairá pela reta tangente à
circunferência. Essa força de tração no fio é chamada força centrípeta. A força
centrípeta atua sobre todo móvel que descreva uma trajetória curva, seja uma
circunferência ou qualquer outro tipo de curva. Essa força é responsável pelo fato de o
movimento não ser retilíneo e sim curvilíneo. A direção da força centrípeta passa pelo

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móvel e pelo centro da curva descrita por esse móvel. E o sentido da força centrípeta
aponta para o centro dessa curva.

Força centrípeta

Observação: Muitos afirmam que quando o barbante se arrebenta ou é cortado o


carrinho sai pela tangente devido a uma força que o puxa para fora da curva – força
centrífuga. Porém, a saída do carrinho se dá pela ausência da força de tração no fio, ou
seja, ausência da força centrípeta.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

4. CONDUZINDO EM CONDIÇÕES ADVERSAS


A seguir, veremos algumas técnicas de segurança para condução do veículo em
condições adversas de tempo, da via e do próprio trânsito.

4.1. Chuva
Nos primeiros 5 (cinco) minutos de chuva a pista fica mais escorregadia – com mais
possibilidade de derrapagem. Após 5 (cinco) minutos a pista fica mais limpa, pois a água
da chuva acaba lavando-a e removendo toda sujeira e resíduos que existiam sobre ela.
Após os primeiros minutos de chuva, o risco de derrapar diminui, porém, dependendo
do volume d’água e do escoamento da pista, o risco de aquaplanar é maior. Portanto, é
muito importante reduzir a velocidade em todo o período da chuva.

O condutor deve ligar, imediatamente, o limpador de para-brisa.

Durante o dia, o condutor deve ligar o farol do veículo.

É importante que o condutor mantenha uma abertura nos vidros do veículo


(aproximadamente dois dedos), para não embaçar.

O condutor também deve ligar, se houver, o desembaçador (dianteiro e traseiro) de


vidros.

Chuva e faróis dianteiros

4.2. Correntes aerodinâmicas


Quanto maior a velocidade, maior é a intensidade da pressão das correntes de vento.
Assim, um veículo em alta velocidade fica com a traseira praticamente “solta” (pela
interferência das correntes aerodinâmicas), o que o torna facilmente influenciável por
qualquer outra movimentação de ar que o atingir.

Imaginemos que um veículo em alta velocidade cruze com um veículo de grande porte
(que transita no sentido oposto). Os veículos de grande porte, com sua frente alta e
larga, provocam grande turbulência empurrando o ar para os lados. Essas ondas laterais

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

de ar, quando atingem a traseira do veículo menor (que vem no sentido oposto), mais
leve (em função das correntes aerodinâmicas – devido a alta velocidade), provocam
grandes oscilações no mesmo, o que leva o condutor a perder o controle da direção –
tornando-se causa de uma colisão misteriosa.

Esteja atento às placas de “vento lateral” – reduza a velocidade.

Correntes de vento

4.3. Neblina e fumaça


Reduza a velocidade do veículo e ligue o farol (mesmo durante o dia.

À noite utilize luz baixa (farol baixo).

Não pare na pista de rolamento – para não causar uma colisão com o veículo de trás.

Neblina e fumaça

4.4. Animais
O condutor deve estar atento à sinalização de advertência. Nas regiões de fazendas,
mata fechada e campos abertos a atenção deve ser maior.

À noite, o farol do veículo pode ofuscar a vista dos animais tornando seu comportamento
imprevisível – ao avistar um animal abaixe o farol do veículo.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Não dê golpes na direção para desviar de animais – isso provoca perda de estabilidade
no veículo e, consequentemente, perda do controle da direção.

Se for desviar, procure passar por trás do animal – ao assustarem-se, normalmente os


animais correm para frente.

Não buzine, pois a reação do animal pode ser diferente da que você está esperando.

Animal na pista

4.5. Passagem de nível


Em toda passagem de nível o condutor é obrigado a parar o veículo – “Pare, Olhe e
Escute”.

Para escutar melhor o barulho das locomotivas, abra os vidros do veículo e desligue o
som.

Passe por toda a passagem de nível engrenado de primeira marcha – não troque
marcha durante a transposição. Após ter certeza que dá para passar com segurança,
seja breve na transposição.

Cruzamento via férrea

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

5. CONDUZINDO EM SITUAÇÕES DE RISCO


Continuaremos, a seguir, com a exposição de algumas importantes técnicas para a
condução do veículo em situações de maior risco de sinistros (acidentes) de trânsito.
Vejamos:

5.1. Marcha à ré
A marcha à ré só pode ser utilizada para realizar pequenas manobras.

É considerada uma manobra de risco.

Durante a marcha à ré, olhe para trás (vire a cabeça para trás) – não use os retrovisores
(que devem ser utilizados quando o veículo estiver transitando para frente).

Marcha à ré

Cuidado com crianças pequenas, que podem estar atrás do veículo.

Antes de entrar no carro para fazer marcha à ré, é importante que o condutor dê uma
volta ao redor do veículo para ver o que se encontra próximo a ele (crianças brincam de
se esconder atrás dos carros).

Os condutores de veículos de grande porte devem contar com o auxílio de manobristas.

5.2. Aquaplanagem ou hidroplanagem


É a perda total de aderência devido a uma fina camada de água (película de água) que
se coloca entre o pneu e a pista – o pneu flutua sobre a água perdendo todo contato
com a pista.

Quanto menor a aderência do veículo maior será o risco de aquaplanar (relação


inversamente proporcional).

Portanto, para evitar aquaplanagem é necessário que o condutor utilize-se de meios


para manter uma boa aderência em seu veículo.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

GIF Exemplo de aquaplanagem

Causas da aquaplanagem:

- alta velocidade (embora comprovado que a partir de 50 km/h o veículo pode


aquaplanar);

- má distribuição de peso (pessoas, bagagem e mercadoria) no interior do veículo;

- pneu em más condições de uso (sulcos com profundidade inferior a 1,6 mm);

- pneu subcalibrado;

- asfalto mais liso;

- chuva mais forte;

- pista plana.

Aquaplanagem

Observações:

- Embora o pneu largo proporcione mais aderência, o risco de aquaplanar é maior. Uma
vez que sua área de contato com a pista é maior (do que a de um pneu mais fino), o
peso do veículo ficará mais distribuído (é como se o veículo fosse mais leve)
aumentando o risco de aquaplanar.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Medidas do pneu

- Aquaplanagem (perda total de aderência) não pode ser confundida com derrapagem
(perda parcial de aderência).

- No caso de barro, areia, sujeira e resíduos na pista o veículo poderá derrapar – perder
parcialmente a aderência.

- No início da chuva a pista fica mais escorregadia (possibilidade maior de derrapagem),


pois a água da chuva espalha toda a sujeira (resíduos) que se encontra sobre a pista e
o traçado limpo da pista seca, que se formou com o trânsito dos veículos, se desfaz.

COMO SENTIR QUE O VEÍCULO ESTÁ AQUAPLANANDO?

- a direção fica mais leve;

- o veículo não obedece aos comandos do condutor;

- ao olhar no retrovisor, o condutor não vê o rastro do pneu na pista.

Pneu sem rastro

PARA EVITAR AQUAPLANAGEM (DIREÇÃO DEFENSIVA PREVENTIVA)

- utilizar pneus em boas condições de uso;

- utilizar pneus recomendados pelo fabricante do veículo;

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

- sempre conferir a calibragem dos pneus (utilizar a recomendada pelo fabricante do


veículo);

- reduzir a velocidade, consideravelmente, na chuva;

- distribuir, proporcionalmente, o peso no interior do veículo;

- quando chover, atentar-se aos “espelhos d’água” (água acumulada) que se formam
sobre a pista, e passar devagar por eles.

PARA CONTROLAR O VEÍCULO AO AQUAPLANAR (DIREÇÃO DEFENSIVA


CORRETIVA)

Tirar o pé, imediatamente, do acelerador e do freio, manter na marcha em que se


encontra o veículo, não debrear, manter firmeza no volante e direcionar o veículo para
frente (em linha reta, embora, a princípio, ele possa não obedecer a este comando) –
não virar o volante para os lados.

Observação: Ao dirigir na chuva, observe, pelos retrovisores, se os pneus estão


deixando suas marcas (rastros) pela pista. Enquanto elas forem visíveis, de forma nítida,
significa que não há tanto problema.

Rastro na pista

5.3. Declive acentuado


O condutor deve estar atento à sinalização de advertência: “declive acentuado”. Antes
do declive, teste os freios do veículo.

Desça com o veículo engrenado – use “freio-motor”.

Não desça de ponto neutro e não fique com o pé na embreagem.

Desça devagar.

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Declive

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

6. ULTRAPASSAGENS
Dentre as maiores causas de sinistros (acidentes) de trânsito, na atualidade, estão as
manobras de ultrapassagem. Os sinistros (acidentes) ocorridos em razão de
ultrapassagens apresentam várias causas, dentre as quais podemos destacar as
seguintes:

 Imperícia para realizar a manobra


- o condutor não calcula adequadamente o espaço que ele necessita para
realizar a manobra;
- o condutor não tem experiência com a potência do motor do veículo que está
conduzindo e calcula mal o tempo que gastará para realizar a ultrapassagem;
- o condutor utiliza marchas inadequadas em seu veículo e acaba não dando
tempo para realizar a manobra;
- dentre outros atos de imperícia praticados pelo condutor do veículo que
acabam resultando em grave sinistro (acidente).

 Imprudência ao realizar a manobra


- o condutor desrespeita uma placa de regulamentação “proibido ultrapassar”;
- o condutor desrespeita as marcas (faixas) longitudinais que proíbem a
manobra;
- o condutor desrespeita as regras de trânsito que determinam os locais onde
(mesmo não havendo sinalização proibitiva) é proibido realizar ultrapassagens,
tais como: cruzamentos, curvas, locais de má visibilidade, pontes, declives
acentuados etc.

 Negligência (desleixo) ao realizar a manobra


- típica situação de “ultrapassagem forçada”, ou seja, mesmo sabendo que a
situação não é favorável para realizar a manobra (por falta de espaço, por
insuficiência de potência do motor do veículo, por falta de tempo por estar vindo
um veículo no sentido oposto etc.) o condutor realiza a ultrapassagem.

Ultrapassagem imprudente

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Neste momento, vale relembrar as normas de ultrapassagens previstas no Código de


Trânsito Brasileiro – que estabelece “o que deve ser observado antes de realizar a
manobra”, “como realizá-la com segurança” e até mesmo “o que fazer ao perceber que
alguém pretende lhe ultrapassar”. Vejamos:

 O condutor não poderá realizar uma ultrapassagem ao verificar:


- que existe uma sinalização proibitiva;
- que o condutor que vem atrás haja começado uma manobra para ultrapassá-
lo;
- que quem o precede na mesma faixa de trânsito haja indicado o propósito de
ultrapassar um terceiro;
- que a faixa de trânsito que vai tomar não está livre em uma extensão
suficiente para que sua manobra não o ponha em perigo ou obstrua o trânsito
que venha em sentido contrário.

Sinalização proibitiva

Ao realizar uma ultrapassagem o condutor deverá:


- inicialmente, indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz
indicadora de direção do veículo (ou por meio de gesto convencional de braço);
- em seguida, deverá afastar-se do veículo o qual ultrapassa, de tal forma que
deixe livre uma distância lateral de segurança;
- retomar, após a efetivação da manobra, à faixa de trânsito de origem,
acionando a luz indicadora de direção do veículo e adotando os cuidados
necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito do veículo que
ultrapassou.

 Ao perceber que o condutor que o segue tem o propósito de ultrapassá-lo,


deverá:
- se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se para a faixa da direita
e não aumentar a velocidade de seu veículo;
- se estiver circulando pela faixa da direita, manter-se nesta faixa e não aumentar
a velocidade de seu veículo.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Facilitando ultrapassagem

Com base no exposto até o momento, assim que se habilitar, seja prudente ao dirigir,
principalmente nas manobras perigosas tal como a manobra de ultrapassagem.
Lembre-se de que até os mais experientes se envolvem em sinistros (acidentes) de
trânsito. Portanto, siga as determinações da legislação de trânsito e tenha muita atenção
e cuidado ao realizar uma ultrapassagem.

GIF Como ultrapassar

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7. DERRAPAGEM
Vejamos agora algumas informações importantes sobre as derrapagens relacionadas
ao travamento de rodas do veículo. Vale lembrar que há também as derrapagens
relacionadas à “transferência de massa” (movimento sobresterçante), como veremos
adiante.

Freada brusca

O travamento de rodas acontece quando a roda para de girar devido a freadas bruscas,
momento em que começa uma derrapagem.

A roda trava quando o atrito do sistema de freio do veículo é superior ao atrito do pneu
com o solo.

No caso de travamento de rodas, a distância de frenagem será maior e o condutor


perderá a capacidade de direcionar o veículo (quando as rodas travadas forem as
dianteiras) – motivo pelo qual a derrapagem é tão perigosa.

7.1. Situações de risco


Quanto menor for a aderência do veículo (coeficiente de aderência dos pneus com o
solo) maior será o risco de ocorrer uma derrapagem.

Assim, todos os fatores que causam a redução da aderência são causas de aumento
do risco de ocorrer uma derrapagem.

Na chuva (pista molhada), por exemplo, a aderência diminui, logo, o risco de


derrapagem é maior.

7.2. Método preventivo e corretivo


Para evitar (método preventivo) o travamento de rodas e, consequentemente uma
derrapagem, o condutor não deve frear bruscamente seu veículo. Em casos de
necessidade, o freio deve ser utilizado de forma rápida e gradativamente (com o

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

aumento progressivo da força usada pelo condutor), para que não ocorra uma
derrapagem.

Ao perceber que a roda travou (com o barulho da derrapagem) o condutor deve aliviar
(não é tirar e nem “bombear”) a pressão sobre o pedal do freio do veículo (para que a
roda volte a girar) e mantê-lo em linha reta (não virar a direção).

7.3. Sistema de freio antiderrapagem


O sistema de freio antiderrapagem é mais conhecido como “sistema ABS de freios”.

O sistema de freio ABS (Anti-lock Brake System) evita o travamento de rodas durante o
processo de frenagem. Com isso, a distância de frenagem será menor e o condutor não
perderá a capacidade de direcionamento de seu veículo.

O ABS é um sistema composto por uma unidade de comando eletrônica, sensores de


velocidade das rodas e unidade hidráulica.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

8. ONDULAÇÕES E BURACOS
O estado de conservação das pistas interfere diretamente na segurança do trânsito.

Defeitos como “ondulações” podem causar graves sinistros (acidentes).

Via com ondulação

A qualidade dos serviços de terraplanagem e pavimentação das pistas, bem como o


trânsito de veículo com peso acima do máximo permitido são as principais causas de
ondulações que se formam com o tempo nas pistas de rolamento.

Ondulações mais acentuadas trazem grande risco de perda da dirigibilidade do veículo,


mesmo para quem se encontra em velocidade moderada.

Ao perceber (ver ou sentir) a existência de ondulações na pista o condutor deve reduzir


consideravelmente a velocidade de seu veículo. O condutor deve transitar devagar e
não realizar ultrapassagens nestes trechos.

Além das ondulações, os buracos também contribuem com o aumento do número de


sinistros (acidentes) de trânsito.

O condutor não deve dar golpe no volante para desviar de buracos.

Buracos cheios d’água podem esconder verdadeiras crateras que levam à perda da
dirigibilidade.

Se os pneus estiverem subcalibrados ou sobrecalibrados eles podem estourar ao passar


em um buraco – portanto, passe devagar.

Os buracos causam trancos na direção – o condutor deve reduzir a velocidade e manter


firmeza no volante ao percebê-los na pista.

Ao ficar sabendo que uma pista apresenta-se em más condições de trânsito o condutor
deve, se possível, buscar rotas alternativas para conclusão de seu trajeto.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Buraco com água

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

9. CRUZAMENTOS E CURVAS
Dentre os locais de maior risco de sinistros (acidentes) de trânsito destacam-se os
cruzamentos e curvas. A seguir, veremos algumas técnicas de direção defensiva que
visam evitar sinistros (acidentes) em referidos locais.

9.1. Cruzamentos
A maioria dos sinistros (acidentes), nas vias urbanas, acontece nos cruzamentos,
principalmente com as motocicletas – que por serem veículos menores são mais difíceis
de serem enxergados pelos demais condutores que transitam nas vias.

O cruzamento de vias é um local de alta periculosidade.

Nos cruzamentos, sempre haverá uma norma ou uma sinalização estabelecendo de


quem é a preferência entre dois ou mais veículos.

Cruzamentos

Então, porque acontecem sinistros (acidentes) nos cruzamentos?


Quando dois condutores de veículos se localizam num cruzamento, uma norma de
circulação ou uma sinalização de trânsito sempre determinará qual deles terá a
preferência sobre o outro. Porém, o sinistro (acidente) ocorre porque o condutor que
não tem a preferência (por imprudência) invade o cruzamento e o condutor que tem a
preferência (por excesso de confiança na norma ou na sinalização) não faz por onde
evitar o sinistros (acidentes). Portanto, a atitude imprudente de um condutor somada ao
excesso de confiança e à falta de prevenção de outro, resultam no sinistros (acidentes)
no cruzamento.

Assim, para reduzir os riscos de sinistros (acidentes) nos cruzamentos, algumas


medidas devem ser tomadas pelos condutores de veículos, tais como:

- não confiar em preferência;

- respeitar a sinalização e normas de preferência;

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Respeito à sinalização

- sempre reduzir a velocidade do veículo;

- aumentar a atenção;

- olhar primeiro para a esquerda, antes de entrar no cruzamento (pois o primeiro veículo
que poderá lhe atingir vem da esquerda);

- apoiar o pé sobre o freio, para que dê tempo de frear, se necessário;

- ter bom senso e ceder passagem aos condutores que desrespeitam as regras e a
sinalização;

- arrancar com cuidado quando o semáforo ficar verde e for o primeiro veículo da fila,
pois os condutores da outra via podem passar no semáforo que acabou de fechar para
eles;

- não passar no semáforo na cor amarela – a não ser que já esteja na zona do
cruzamento;

- ter atenção nos condutores de carroças, charretes e nos ciclistas, pois muitos deles
não respeitam a sinalização (principalmente os semáforos).

Nos cruzamentos, é necessário que os condutores também tenham muita atenção na


travessia de pedestres.

Travessia de pedestres

281
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A maioria das faixas de pedestres está nas esquinas, próximas dos cruzamentos. Desse
modo, além de toda a preocupação com os demais veículos, os condutores devem zelar
pela segurança absoluta dos pedestres, que, devido à localização das faixas de
segurança a eles destinadas, ficarão próximos deste local tão perigoso que é o
cruzamento de vias.

Redução da velocidade, aumento da atenção, respeito e bom senso são as regras


básicas para se evitar sinistros (acidentes) nos cruzamentos de vias.

9.2. Curvas
A seguir serão expostas algumas informações importantes para a compreensão do que
pode ocorrer com o veículo nas curvas, bem como algumas técnicas de segurança para
a realização delas.

9.2.1 Relação “transferência de massa” X “curvas”


Para compreender porque os veículos “saem das curvas” é necessário entender a
relação que existe entre “transferência de massa” (que vimos anteriormente) e as
“curvas”, como veremos agora.

9.2.1.1. Movimento subesterçante


Vimos que, ao acelerar, o peso do veículo se transfere para o eixo traseiro. Nesse caso,
haverá uma grande possibilidade dos pneus da frente se desgarrarem parcialmente da
pista (devido à perda de aderência) e o veículo, em uma curva, adotar um
comportamento subesterçante – “o veículo passa direto na curva”.

Subesterçamento ou movimento subesterçante: é a saída do veículo para o lado


de fora da curva (saída, lateralmente, do eixo dianteiro do veículo).

Como controlar um comportamento subesterçante?


Nesse caso, o condutor deve aliviar a pressão do pé sobre o pedal do acelerador e
aumentar gradativamente o giro da direção (volante) para recolocar o veículo na pista
de rolamento.

O condutor deve manter o veículo engrenado (na marcha que estiver) e manter firmeza
no volante.

Se a velocidade estiver muito alta, não basta aliviar o pé sobre o pedal do acelerador; é
necessário que o condutor pise levemente no pedal do freio (sem deixar a roda travar)
para carregar o eixo dianteiro (que está precisando de aderência).

282
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Movimento subesterçante

9.2.1.2. Movimento sobresterçante


Também vimos que, ao decelerar (frear), o peso do veículo se transfere para o eixo
dianteiro. Nesse caso, haverá uma grande possibilidade de os pneus de trás se
desgarrarem parcialmente da pista (devido à perda de aderência) e o veículo, em uma
curva, adotar um comportamento sobresterçante – “o veículo sai para o lado de dentro
da curva”.

Sobresterçamento ou movimento sobresterçante: é a saída do veículo para o lado


de dentro da curva.

Como controlar um comportamento sobresterçante?

Nesse caso, o condutor deve aliviar a pressão do pé sobre o pedal do freio, girar o
volante conforme a amplitude da derrapagem (para o mesmo lado que o veículo está
saindo) e acelerar dosadamente para carregar o eixo traseiro (que está precisando de
aderência). Quando o veículo estiver equilibrado, desacelerar suavemente.

O condutor deve manter o veículo engrenado (na marcha que estiver) e manter firmeza
no volante.

O condutor não deve pisar mais ainda no freio e nem virar (ainda mais, bruscamente)
para o sentido oposto à derrapagem do veículo.

Movimento sobresterçante

283
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observação: O acelerador e o freio não são utilizados apenas para aumentar ou


diminuir a velocidade; servem também como reequilibradores de peso, favorecendo o
controle do veículo, como exposto anteriormente.

9.2.2. Como realizar curvas com segurança


Para fazer curvas com segurança, o condutor deve:

 observar as placas de sinalização;


 reduzir a velocidade (e marcha, se necessário) com antecedência (o freio não
deve ser usado no momento da curva, mas sim antes de seu início);
 manter o veículo engrenado (não colocar ponto neutro e não pisar na
embreagem, durante a curva);
 manter firmeza no volante;
 entrar na curva mantendo a rotação do motor;
 virar até atingir o ponto de tangência (ponto da curva onde não será mais
necessário virar o volante – a quantidade esterçada será suficiente para o resto
da curva);
 desvirar gradativamente a direção, após o alinhamento do veículo (ao término
da curva).

Curva acentuada à direita

Ao dirigir é necessário muita atenção e cuidado, principalmente nos locais de maior


perigo, como nas curvas.

284
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

10. FRENAGEM NORMAL E DE EMERGÊNCIA


Umas das formas de dirigir com segurança é a utilização adequada do freio do veículo.
Neste momento, veremos algumas importantes informações sobre a imobilização dos
veículos.

10.1. Imobilização do veículo


Tempo de Reação (TR) ou Distância de Reação (DR): é aquele que transcorre desde
que o perigo é visto até que o condutor do veículo tome qualquer providência.

O tempo de reação varia de acordo com a habilidade, os reflexos, a atenção e as


condições físicas do condutor.

“Ao enxergar o perigo com antecedência o condutor diminuirá o tempo de reação – o


que possibilitará evitar o sinistro (acidente)”.

Tempo Médio de Reação (TMR) ou Distância Média de Reação (DMR): é o tempo


(distância) que os condutores, em estado normal, gastam para reagir. Varia entre ¾ de
segundo a 1 (um) segundo.

Alguns fatores diminuem a concentração e retardam o reflexo do condutor, tais como:

- consumo de bebidas alcoólicas;

- uso de drogas;

- uso de medicamentos que modificam o comportamento;

- ter participado, recentemente, de discussões fortes com familiares, no trabalho ou por


qualquer outro motivo;

- ficar muito tempo sem dormir, dormir pouco ou dormir mal;

- ingerir alimentos pesados, que provocam sonolência;

- usar o telefone celular ao dirigir;

- assistir televisão ao dirigir;

- ouvir som em volume excessivamente alto;

- transportar animais soltos e desacompanhados no interior do veículo;

- transportar, no interior do veículo, objetos que possam se deslocar durante o percurso;

- etc.

285
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observação: Velocidade de 80 km/h corresponde a 22,22 m/s. Considerando um


veículo a 80 km/h (22,22 m/s), se seu condutor gastar ¾ de segundo para reagir (ao ver
um obstáculo à sua frente, por exemplo), este veículo vai percorrer uma distância de,
aproximadamente, 16,65 metros – essa distância, percorrida sem que o condutor tenha
tomado qualquer providência (ele ainda não pisou no freio) é denominada Distância de
Reação (DR).

Tempo de Frenagem (TF) ou Distância de Frenagem (DF): é o tempo (distância) que


o veículo gasta para parar, depois de o condutor ter acionado o seu freio.

O tempo (distância) de frenagem varia de acordo com a aderência do veículo e as


condições de seu freio.

• freio não muito bom: aumenta o tempo (distância) de frenagem;

• aderência menor: aumenta o tempo (distância) de frenagem.

Observação: A uma velocidade de 80 km/h, numa pista seca, pneus em bom estado e
freio em boas condições de uso, um carro gasta uma distância de, aproximadamente,
50 metros para parar – depois que seu motorista pisou no freio. Essa distância é
denominada Distância de Frenagem (DF).

Tempo de Parada (TP) ou Distância de Parada (DP): é o tempo (distância) total que
o veículo gasta para parar – desde o momento em que o condutor avista o perigo até a
completa imobilização do mesmo. O tempo de parada se dá pela soma do tempo de
reação mais o tempo de frenagem. Assim temos: TP = TR + TF ou DP = DR + DF

Tempo de parada

Observação: Um veículo que percorre uma distância de reação (DR) de 16 metros e


uma distância de frenagem (DF) de 37 metros gastará uma distância total, para parar,
de 53 metros. Essa distância total é denominada Distância de Parada (DP). Assim
temos: DP = DR + DF

286
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

GIF Distância de reação

Para encurtar a distância de parada, esteja sempre atento:

- às informações no painel de instrumentos;

- aos espelhos retrovisores;

- à movimentação de outros veículos à frente, atrás e laterais;

- à movimentação dos pedestres, principalmente nas proximidades de cruzamentos;

- à posição das mãos no volante;

- à postura ao sentar-se no banco do veículo;

- às placas e demais sinais de trânsito.

GIF Distâncias para parada

10.2. Frenagem de emergência


Há momentos em que o condutor necessitará parar seu veículo em um menor espaço
possível (ex.: ao se deparar com uma criança que, de uma hora para outra, entra na
frente do veículo).

Algumas providências a serem utilizadas em uma frenagem de emergência:

- agir rapidamente quando precisar parar o veículo;

287
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

- passar o pé do acelerador para o freio o mais rápido possível;

- quando for parar, pisar primeiro no freio para depois debrear;

- manter o freio do veículo em boas condições de uso (conferir pastilhas e fluido de


freio);

- não deixar a roda travada, caso ocorra o travamento no momento da freada;

- sentar-se adequadamente no banco do veículo – de forma a alcançar devidamente os


pedais, quando necessitar;

- regular devidamente o banco do veículo – também para melhor utilização de seus


comandos;

- manter firmeza no volante e o veículo em linha reta ao frear.

Fluido de freio

288
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

11. COMO EVITAR SINISTROS (ACIDENTES) EM VEÍCULOS DE


DUAS OU MAIS RODAS
“Os sinistros (acidentes) não acontecem por acaso, por obra do destino ou por azar. Na
maioria dos sinistros (acidentes) o fator humano está presente, ou seja, cabe aos
condutores e aos pedestres uma boa dose de responsabilidade”.

Existem sinistros (acidentes) evitáveis e sinistros (acidentes) não evitáveis.

Sinistro (acidente) evitável é aquele que o condutor deixou de fazer tudo o que,
razoavelmente, poderia ter feito para evitá-lo. A maioria dos sinistros (acidentes),
atualmente, é causada por falha humana, ou seja, são sinistros (acidentes) evitáveis.

“Toda ocorrência trágica, quando previsível, é evitável.”

Sinistro (acidente) inevitável é aquele que acontece sem que algo pudesse ter sido feito
para evitá-lo (compreende a minoria).

Sinistro (acidente)

11.1. Causas de sinistros (acidentes) de trânsito


a) OS ATOS INSEGUROS – são atos praticados pelo condutor do veículo e que
podem resultar em um sinistro (acidente) de trânsito.

Espécies de Atos Inseguros:

• imperícia – falta de habilidade (ex.: não saber fazer controle de embreagem etc.);

• imprudência – falta de moderação, falta de cautela – prática de atos contrários às


normas de conduta e segurança (ex.: avançar sinal fechado, ultrapassar em local
proibido etc.);

• negligência – descuido, desleixo, desatenção – omissão quanto às normas de


conduta de segurança (ex.: dirigir em estado de embriaguez alcoólica, transitar com
veículo com pneus em péssimas condições de uso etc.).

289
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Ato inseguro

b) AS CONDIÇÕES ADVERSAS OU INSEGURAS – são diversos fatores que podem


provocar sinistros (acidentes) sem que haja culpa do condutor do veículo. São causas
de sinistros (acidentes) relacionadas às condições das vias, sinalização, tempo, luz,
veículo etc.

• buracos na pista;

• falta de sinalização de trânsito;

• falha mecânica no veículo – não causada por negligência do condutor;

• etc.

Semáforo coberto

Observações:
 Atualmente, cerca de 90 % (noventa por cento) dos sinistros (acidentes) ocorrem
por falha humana (atos inseguros).
 É possível reduzir, consideravelmente, o número de sinistros (acidentes) de
trânsito em nosso país. Para isso, é fundamental que o condutor conduza seu
veículo de forma defensiva, correta e responsável, utilizando sua inteligência e,
principalmente, bom senso.

As maiores causas de sinistros (acidentes) de trânsito atualmente são:

290
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

1º - falta de atenção;

2º - velocidade excessiva;

3º - não manter distância de seguimento;

4º - desobediência à sinalização;

5º - demais causas.

Causas de sinistros (acidentes)

11.2. Efeitos dos sinistros (acidentes)


a) danos materiais – prejuízo material, em geral.

Danos materiais

b) danos pessoais:

- ferimentos;

- incapacidade temporária;

- incapacidade permanente parcial;

- incapacidade permanente total;

- morte;

291
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

- dano moral;

- dano estético;

- etc.

Danos pessoais

“A gravidade do sinistro (acidente) não é previsível, portanto, previna-se.”

11.3. Automatismos
Automatismos são gestos (atos ou reações) efetuados de maneira não consciente pelos
condutores de veículo – o que muitos chamam de “vícios” (“manias”) na direção.

Automatismos Corretos – são aconselháveis, pois ajudam a evitar sinistros


(acidentes) de trânsito.

• olhar para os lados em todos os cruzamentos (até ao cruzar com via de mão única);

• ao parar, usar o freio antes de debrear;

• travar as portas do veículo;

• olhar para os retrovisores a cada 5 (cinco) segundos (muito importante);

• etc.

Automatismo correto

292
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Automatismos Incorretos – não são aconselháveis, pois podem provocar sinistros


(acidentes) de trânsito, sem contar que alguns automatismos incorretos são
considerados “infração de trânsito”.

• dirigir com o braço para fora da janela do carro;

• permanecer com a mão na alavanca de marcha;

• permanecer com o pé apoiado no pedal da embreagem;

• pegar por dentro do volante, ao virar para esquerda ou direita;

• “tirar leite” no volante ao virar para esquerda ou direita;

• tombar a cabeça para fazer curvas;

• etc.

Automatismo incorreto

11.4. Colisões
Existem vários tipos de colisões. Dentre elas, podemos destacar:

I – a colisão com o veículo da frente;

II – a colisão com o veículo de trás;

III – a colisão frente a frente;

IV – a colisão misteriosa;

V – a colisão nos cruzamentos;

V – a colisão nas ultrapassagens.

Veremos, a seguir, as características de cada uma delas e as principais formas de evitá-


las.

293
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

11.4.1. Colisão com o veículo da frente


É quando o condutor bate no veículo que segue à sua frente (batida na traseira de outro
veículo).

Colisão com veículo da frente

Para evitar:

a) manter distância do veículo (distância de seguimento);

Distância de seguimento

Observações:
 A distância de seguimento mínima recomendada é de 2 (dois) segundos, quando
na direção de um veículo de pequeno porte, e 4 (quatro) segundos, em casos de
chuva e quando na direção de um veículo de grande porte.
 Para “medir” a distância de 2 (dois) segundos o condutor deve marcar um ponto
de referência na lateral da pista (árvore, placa etc.) e assim que o veículo que
está à sua frente passar por este ponto ele deverá contar “51 (cinquenta e um),
52 (cinquenta e dois)”, somente ultrapassando seu ponto de referência após
completar essa contagem.
A utilização da contagem além de auxiliar o condutor a manter a distância de
segurança dos demais veículos, propicia a realização de manobras ou paradas
de emergência com menor probabilidade de colisões. Além disso, pode ser
aplicada em qualquer velocidade (permitida pela legislação) e desde que as
condições do carro, da via e climática estejam adequadas.

294
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

b) ter atenção nos sinais do veículo à frente (seta, luz de freio, luz de ré, pisca-alerta
etc.);

c) saber frear (não “atolar” o pé no pedal do freio, para a roda não travar);

d) manter o freio em boas condições de uso;

e) ter atenção difusa (principalmente no que está acontecendo bem à frente do veículo
que está na sua frente);

f) quando precisar parar, pisar primeiro no freio para depois debrear etc.

11.4.2. Colisão com o veículo de trás

É quando o condutor provoca um sinistro (acidente) com o veículo que transita atrás
dele.

Para evitar:

a) evitar freadas bruscas – pare suave e gradativamente, quando possível;

b) usar devidamente os retrovisores – a cada 5 (cinco) segundos;

c) sinalizar as intenções;

d) planejar o itinerário com antecedência – não resolver seu trajeto repentinamente;

e) parar sempre fora da pista de rolamento – não parar no meio da pista e nem em fila
dupla;

f) livrar-se dos condutores que transitam “colados” na traseira de seu veículo – quando
seguro, induza que lhe ultrapassem;

g) manter as luzes das lanternas traseiras (farolete, freio, seta, ré e pisca-alerta) em


perfeitas condições de funcionamento etc.

Possível colisão com veículo de trás

295
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

11.4.3. Colisão frente a frente (frontal)


É quando 2 (dois) veículos batem de frente. É a pior colisão – a força chega a ser 2
(duas) a 3 (três) vezes mais forte que as demais colisões. É a que mais causa mortes.

Para evitar:

a) sempre que possível, manter-se mais a direita de sua mão de direção – não “comer”
faixa central, que divide os sentidos da pista;

b) ultrapassar somente quando seguro das condições favoráveis (visibilidade, espaço,


tempo e sinalização permissiva);

c) ter atenção no trânsito dos veículos do sentido oposto;

d) atingir o ponto central dos cruzamentos em determinadas conversões à esquerda;

e) fechar bem as conversões à direita etc.

Colisão frontal

11.4.4. Colisão misteriosa


É aquela cuja causa é desconhecida. Geralmente envolve um só veículo e seu condutor,
quando consegue escapar, não sabe ou não quer explicar o motivo. Quase sempre esse
tipo de colisão resulta em morte imediata e violenta do condutor. Trata-se de uma
colisão provocada, provavelmente, pelas condições da pista, condições climáticas, pelo
veículo ou pelas condições físicas e mentais do condutor (curva muito fechada,
correntes aerodinâmicas, “solavanco” repentino na direção, buraco, uso de arrebite,
cansaço, sono etc.).

Para evitar:

a) dirigir somente em perfeitas condições físicas e mentais;

b) fazer inspeções, periodicamente, no veículo;

296
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

c) fazer manutenção preventiva periodicamente;

d) ter cuidado frente às condições adversas constatadas etc.

Colisão misteriosa

11.4.5. Colisão nos cruzamentos


Acontece por imprudência de uns e por excesso de confiança de outros. Nas vias
urbanas a maioria dos sinistros (acidentes) ocorre nos cruzamentos.

Para evitar:

a) não confiar em preferência;

b) respeitar a sinalização e regras de preferência;

c) reduzir a velocidade;

d) aumentar a atenção – olhar sempre para os 2 (dois) lados, primeiro para a esquerda;

e) apoiar o pé sobre o freio para que dê tempo de frear, se necessário;

f) ceder passagem aos imprudentes – “o condutor defensivo abre mão da preferência


em prol da segurança”;

g) quando o semáforo ficar verde e você for o primeiro da fila, aguardar 2 (dois)
segundos para arrancar – do contrário, outro veículo pode cruzar com o sinal já fechado
e colidir-se com o seu.

Colisão nos cruzamentos

297
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observação: A primeira metade do quarteirão é considerada zona de aceleração


(momento em que o condutor desenvolverá velocidade e passará as marchas
necessárias); a segunda metade do quarteirão é considerada zona de deceleração
(momento em que o condutor começa a reduzir a velocidade do veículo, pois está se
aproximando de um cruzamento).

11.4.6. Colisão nas ultrapassagens (colisão lateral)


Envolve 2 (dois) veículos – o que está ultrapassando e o que está sendo ultrapassado.

Para evitar (depende dos dois):

O que está ultrapassando deve:

a) certificar-se se há visibilidade, espaço e tempo suficientes para realizar a manobra,


com segurança;

b) manter uma distância lateral de segurança, do veículo que está sendo ultrapassado;

c) observar pelos retrovisores interno e externo (lado direito) se é possível retornar para
a direita sem interferir no trânsito do veículo que está sendo ultrapassado;

d) avisar ao condutor do veículo que está sendo ultrapassado sobre sua intenção de
retornar para a direita da pista.

O que está sendo ultrapassado deve:

a) facilitar a ultrapassagem;

b) não acelerar (manter-se na velocidade em que se encontra);

c) se necessário, reduzir a velocidade para facilitar o retorno do veículo que está


ultrapassando para a direita da pista;

d) manter-se à direita da pista – se necessário, deslocar-se para faixa da direita.

Colisão lateral

298
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

11.5. Evitando sinistros (acidentes)


De modo geral, para evitar acidentes o condutor deve comportar-se corretamente ao
dirigir – o que só é possível por meio do conhecimento:

- de suas próprias limitações;

- de sua capacitação;

- do funcionamento de seu veículo – com todos os seus dispositivos e equipamentos;

- do comportamento de seu veículo nas diversas situações de trânsito;

- das normas de trânsito e sinalização;

- das leis físicas que atuam sobre os corpos;

- das relações pessoais;

- dos possíveis erros e limitações das outras pessoas que utilizam as vias;

- das condições adversas no trânsito e respectiva maneira de proceder.

Conduzir veiculo

Vejamos, a seguir, alguns procedimentos e cuidados especiais para situações de perigo.

11.5.1. Maneira de sentar e dirigir


A postura correta ao dirigir evita desgaste físico e contribui para evitar situações de
perigo.

O condutor deve:

- dirigir com os braços e pernas ligeiramente dobrados para evitar tensões;

- apoiar bem o corpo no assento e encosto do banco, que deve estar posicionado em
um ângulo de aproximadamente 90 (noventa) graus;

299
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

- ajustar o encosto de cabeça de acordo com a altura dos ocupantes do veículo (o


encosto de cabeça deve ser posicionado na altura dos olhos);

- segurar o volante com as 2 (duas) mãos como se os ponteiros do relógio estivessem


nas posições 9 (nove) horas e 15 (quinze) minutos para enxergar melhor o painel e
acessar melhor os comandos do veículo;

- colocar o cinto de segurança de forma que ele se ajuste ao corpo;

- apoiar os calcanhares no assoalho do veículo e evitar apoiar os pés nos pedais quando
não estiver usando-os;

- utilizar calçados que fiquem bem fixos aos pés para acionar os pedais rapidamente e
com segurança;

- ficar em posição que permita enxergar bem as informações no painel e verificar sempre
o funcionamento dos sistemas importantes como, por exemplo, a temperatura do motor.

GIF Postura correta ao dirigir

11.5.2. Retrovisores
É fundamental a utilização dos retrovisores do veículo (pelo condutor) para evitar
sinistros (acidentes).

Atenção ao retrovisor

300
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

“Quanto mais o condutor enxergar o que acontece à sua volta enquanto dirige,
maior a possibilidade de evitar situações de perigo.”

O retrovisor interno deve ser ajustado de forma que o condutor tenha uma visão ampla
do vidro traseiro (bagagens e objetos não devem ser colocados onde a visão do
condutor, por meio do retrovisor, fique impedida ou comprometida).

Os retrovisores externos (direito e esquerdo) devem ser ajustados de forma que o


condutor enxergue o limite traseiro do veículo para reduzir a possibilidade de “pontos
cegos” ou sem alcance visual. Para eliminar os “pontos cegos”, antes de iniciar uma
manobra o condutor deve movimentar a cabeça ou o corpo para alcançar outros ângulos
de visão por meio dos espelhos externos ou da sua visão lateral.

Observação: O condutor também deve estar atento aos ruídos dos motores antes de
realizar qualquer manobra que implique deslocamento lateral.

11.5.3. Postura adequada ao conduzir a motocicleta


a) mantenha a cabeça em posição vertical, olhando para frente;
b) mantenha os braços e ombros relaxados, semi-inclinados de forma que os
cotovelos apontem para baixo;
c) mantenha as mãos em nível mais alto que os punhos;
d) sente-se próximo ao tanque (firme o tanque com as pernas) para maior
estabilidade e melhor dirigibilidade (o motociclista conseguirá virar o guidom sem
esforço dos ombros);
e) os pés devem estar paralelos ao chão.

11.5.3.1. Nas curvas


a) moto e condutor inclinados: técnica que dá maior estabilidade e segurança; é
utilizada nos casos de curvas abertas, velocidade mais baixa, pista seca e limpa.

Técnicas para curva

301
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

b) moto não inclinada e condutor inclinado: técnica que permite que o pneu da moto
mantenha maior área de contato com a pista evitando derrapagem. É utilizada
nos casos de chuva, pista suja (areia, resíduos etc.), pista de terra, curva fechada
e ao perceber que a velocidade é maior que a compatível para a curva.
c) moto inclinada e condutor não inclinado: técnica que dá maior capacidade de
direcionamento em menor tempo; é utilizada para manobras rápidas, como
desvio de buracos, pedras etc.

Observação: antes de desviar de obstáculos na pista, verifique os retrovisores.

302
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

12. ABORDAGEM TEÓRICA DA CONDUÇÃO DE


MOTOCICLETAS COM PASSAGEIRO E OU CARGAS
De fato, os veículos de 2 (duas) rodas apresentam algumas vantagens em relação aos
veículos de 4 (quatro) rodas, tais como: menor consumo de combustível, maior
facilidade de deslocamento e estacionamento, menor valor para aquisição etc.

Porém, a condução de veículos de 2 (duas) rodas requer extremo cuidado e atenção.

Nos sinistros (acidentes), os motociclistas geralmente sofrem graves lesões – pois seu
corpo não está envolvido por uma carroçaria de aço. As lesões mais comuns são
fraturas múltiplas, hemorragias, fratura na coluna e traumatismo craniano.

Observação: O capacete protege a parte externa da cabeça, ou seja, a caixa craniana.


Porém, dependendo do impacto que a cabeça do motociclista recebe, no momento do
sinistro (acidente), as suas partes internas podem se lesionar (podendo até se
deslocarem) causando, assim, um trauma cranioencefálico.
A seguir, serão expostas algumas determinações e recomendações relacionadas à
condução de motocicletas com passageiro e ou carga, o que requer extremo cuidado
por parte dos motociclistas.

12.1. Condução de motocicletas com passageiro


Antes de iniciarmos a exposição de algumas técnicas de segurança para o transporte
de passageiro, vale reforçar a regra básica prevista na legislação de trânsito que assim
estabelece: “os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão ser
transportados utilizando capacete de segurança, em carro lateral acoplado aos veículos
ou em assento suplementar atrás do condutor e usando vestuário de proteção, de
acordo com as especificações do CONTRAN.”

Capacete de segurança

303
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Posicionamento Corporal
O posicionamento corporal tanto do motociclista como de seu passageiro é fundamental
para a condução segura e eficiente da motocicleta.

Em relação à postura corporal do passageiro, o motociclista deverá orientá-lo a sentar-


se mais próximo a ele e segurar com firmeza nas alças metálicas traseiras/laterais
existentes em sua motocicleta. Essa postura corporal do passageiro fará com que haja
uma melhor distribuição de peso sobre a motocicleta (dando-lhe maior estabilidade),
possibilitará um melhor acompanhamento dos movimentos do motociclista
(principalmente nas curvas) e lhe trará mais segurança durante o transporte.

Posicionamento corporal do passageiro

O motociclista deve transmitir orientações de transporte ao seu passageiro. Ele jamais


deve achar que o passageiro é uma pessoa esclarecida quanto à postura adequada ao
ser transportado em motocicletas. Muitos sinistros (acidentes) acontecem porque as
pessoas nunca tiveram qualquer informação sobre os comportamentos adequados no
trânsito, tal como o comportamento adequado de um passageiro.

Embarque e desembarque

Dentre os cuidados que os motociclistas devem ter destaca-se a manutenção de sua


segurança, bem como a de seu passageiro no momento do embarque e desembarque.

O embarque e desembarque devem ocorrer em locais permitidos pela sinalização.


Locais de má visibilidade (curvas, lombadas etc.) e locais perigosos (pontes, túneis e
viadutos) jamais devem ser utilizados como pontos de parada – até porque são locais
onde, mesmo que não haja sinalização proibitiva, é proibido parar veículos.

304
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Proibido parar e estacionar

O embarque e desembarque do passageiro devem ser feitos sempre pelo lado da


calçada. À noite, enquanto o motociclista estiver realizando embarque ou desembarque
de passageiro, é necessário manter acesas as luzes de posição da motocicleta, para
que os demais usuários da via possam identificar a existência de um veículo em repouso
e com a movimentação de pessoas na lateral da pista.

Além disso, nas paradas para embarque e desembarque de passageiro, a motocicleta


deve ser mantida em posição paralela em relação à calçada e bem próximo a ela – para
se manter o mais afastada possível das faixas de circulação de veículos.

Antes de reduzir a velocidade do veículo para imobilizá-lo na realização de embarques


e desembarques, o motociclista deve certificar-se de que poderá fazê-lo sem risco e
inconvenientes para os demais condutores de veículos.

Verificar retrovisores

Passageiros com objetos


O bom equilíbrio e total controle de uma motocicleta também dependem da postura do
passageiro, como vimos anteriormente.

Sendo assim, o motociclista não deve transportar passageiro juntamente com sua
mercadoria (objeto), pois o transporte de qualquer mercadoria (objeto) por meio de uma
motocicleta deve ser feito por intermédio de “dispositivos de transporte de cargas”, como
veremos a seguir.

305
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Equipamento fechado

Portanto, o motociclista não deve transportar um passageiro juntamente com algum tipo
de objeto que possa interferir na segurança do transporte.

Passageiro com objeto

Cuidados especiais
Para finalizar nossa exposição sobre as técnicas de segurança, vejamos alguns
cuidados especiais no transporte de passageiro em motocicleta.

* arrancar com cuidado: antes de colocar a motocicleta em movimento o motociclista


deve verificar se o passageiro está bem acomodado, se está segurando com as duas
mãos firmemente nas alças metálicas traseiras/laterais da motocicleta e se está pronto
para ser transportado.

* controlar a velocidade do veículo: a velocidade adequada para o transporte confortável


de um passageiro é aquela que possibilita ao motociclista reagir de forma tranquila
diante de situações complicadas do trânsito. Assim, as condições do trânsito e
potenciais causas de acidentes identificadas pelo motociclista serão determinantes para
o controle da velocidade utilizada durante o transporte de um passageiro.

306
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Controle de velocidade

* praticar frenagens seguras e controladas: concentração e atenção no trânsito


possibilitam a previsão de situações de perigo nas vias públicas. Assim, a percepção
dos perigos existentes nas ruas possibilita uma frenagem confortável, ou seja, a
utilização do freio de forma suave e gradativa, a fim de neutralizar os efeitos da inércia
(com a redução da sensação de projeção do corpo do passageiro para frente reduzindo,
naturalmente, as possibilidades de assustá-lo ou apavorá-lo nas frenagens do
motociclistas) e evitar o travamento de rodas (e consequentes derrapagens) – fazendo
com que a utilização do freio nem seja percebida pelo passageiro.

* realizar manobras suaves: a realização de manobras suaves também é uma das


características de um transporte confortável e, consequentemente, seguro. O
motociclista não deve resolver fazer uma manobra de uma hora para outra – é
necessário prever os momentos e os locais onde serão realizadas. O planejamento do
trajeto de forma antecipada possibilita sinalizar adequadamente e se deslocar
previamente para a faixa de trânsito apropriada – o que contribui para evitar manobras
repentinas de efeitos indesejáveis, principalmente ao passageiro que, surpreendido,
será submetido, no mínimo, ao desconforto de se assustar com aquele momento de seu
transporte.

Sinalizar manobra

12.2. Condução de motocicletas com cargas


O equilíbrio e, consequentemente, o controle de uma motocicleta também estão
condicionados à maneira como se realiza o transporte de uma mercadoria.

307
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Para a manutenção da segurança dos motociclistas, bem como dos demais usuários
das vias, foi estabelecido, pelo CONTRAN, que para transportar mercadorias (objetos),
as motocicletas deverão apresentar “dispositivos de transporte de cargas”. Essa
determinação faz com que o transporte de mercadoria por motocicletas seja realizado
de forma segura, pois promove a seleção dos objetos (mercadorias) que poderão ser
transportados (com base na dimensão do próprio dispositivo onde a mercadoria será
colocada), além de evitar a má distribuição de peso, queda da mercadoria, perda de
estabilidade, dentre outros potenciais causadores de acidentes de trânsito.

Vale ressaltar que, os motociclistas que pretendem realizar o transporte “não


remunerado” de algum tipo de carga devem seguir as mesmas determinações
relacionadas aos “dispositivos de transporte” estabelecidas para o transporte
remunerado de carga.

12.2.1. Motofrete
As motocicletas e motonetas destinadas ao transporte remunerado de cargas
(motofrete) somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou
pela entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para
tanto:

I – registro como veículo da categoria de aluguel;


II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado no chassi do veículo,
destinado a proteger o motor e a perna do condutor em caso de tombamento;
III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas (na extremidade do guidom da
motocicleta, próximo à manopla, no mínimo em um dos lados);
IV – inspeção semestral, para verificação dos equipamentos obrigatórios e de
segurança.
É proibido o transporte de combustíveis, produtos inflamáveis ou tóxicos e de galões
por motofrete, com exceção do gás de cozinha e de galões contendo água mineral,
desde que com o auxílio de sidecar.

Veículo para motofrete

308
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Independente das exigências anteriores, aos Estados e aos Municípios compete aplicar
as exigências previstas em seus regulamentos para as atividades de motofrete, no
âmbito de suas circunscrições.

A instalação ou incorporação de dispositivos para transporte de cargas deve estar de


acordo com a regulamentação, cujas determinações veremos a seguir.

12.2.2. Dispositivos para o transporte de cargas


Nas motocicletas e motonetas poderão ser instalados dispositivos permanentes ou
removíveis para o transporte de carga. O dispositivos poderão ser do tipo fechado (baú)
ou aberto (grelha), alforjes, bolsas ou caixas laterais, desde que atendidas as
especificações do fabricante do veículo (no tocante à instalação e ao peso máximo
admissível) e não excedam as dimensões determinadas pela legislação de trânsito.

Vale lembrar que, para o transporte remunerado de cargas, as motocicletas e motonetas


deverão ser registradas na categoria “aluguel” e a espécie alterada para “carga”.

Transporte de carga

Os limites máximos dos dispositivos (equipamentos) destinados ao transporte de cargas


em motocicletas e motonetas são os seguintes:

 Equipamento fechado (baú)

Largura: 60 cm (sessenta centímetros), desde que não exceda a distância entre as


extremidades internas dos espelhos retrovisores.

Comprimento: não poderá exceder a extremidade traseira do veículo.

Altura: 70 cm (setenta centímetros) de sua base central, medida a partir do assento do


veículo.

 Equipamento aberto (grelha)

Largura: 60 cm (sessenta centímetros), desde que não exceda a distância entre as


extremidades internas dos espelhos retrovisores.

309
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Comprimento: não poderá exceder a extremidade traseira do veículo.

Altura: a carga acomodada no dispositivo não poderá exceder a 40 cm (quarenta


centímetros) de sua base central, medida a partir do assento do veículo.

Profissional motofretista

 Alforjes, bolsas ou caixas laterais

Largura: não poderá exceder as dimensões máximas dos veículos, medida entre
a extremidade do guidão ou alavancas de freio à embreagem, a que for maior,
conforme especificação do fabricante do veículo.

Comprimento: não poderá exceder a extremidade traseira do veículo.

Altura: não superior à altura do assento em seu limite superior.

Alforje

O equipamento do tipo fechado (baú) deve conter faixas retrorrefletivas de maneira a


favorecer a visualização do veículo durante sua utilização diurna e noturna.

No caso do equipamento aberto (grelha), as dimensões da carga a ser transportada não


podem extrapolar a largura e o comprimento da grelha.

310
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A posição dos dispositivos de transporte e a forma de fixação do objeto a ser


transportado não podem interferir na utilização, na montagem ou no funcionamento de
nenhum equipamento original do veículo.

Quando o dispositivo de transporte ocupar parcialmente o assento do veículo, não será


permitido o transporte de passageiro.

O condutor deverá permanecer visível aos condutores dos demais veículos em


circulação na via.

Os dispositivos de iluminação e sinalização, assim como a placa de identificação do


veículo, deverão manter-se visíveis e inalterados.

O condutor de motocicleta e motoneta utilizadas para transporte remunerado de cargas


deverá usar colete para favorecer a visualização durante sua utilização diurna e noturna.

Vestuário dos motocilistas

Nenhum objeto deve ser preso no guidom da motocicleta.

Objetos no guidom

O motociclista não deve deixar exceder a capacidade de carga da motocicleta.

A bagagem deve estar bem fixada e seu peso deve ser mantido próximo ao centro da
motocicleta.

311
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Os pneus devem ser calibrados de acordo com o peso colocado sobre a motocicleta
(verificar o manual do fabricante).

O transporte de cargas em sidecar ou semirreboques deve obedecer aos limites


estabelecidos pelos fabricantes ou importadores dos veículos homologados (pelo órgão
máximo executivo de trânsito da União), não podendo a carga exceder o limite de 40
cm (quarenta centímetros) de altura em relação à superfície superior do assento da
motocicleta ou motoneta. Vale salientar que é proibido o uso simultâneo de sidecar e
semirreboque nas motocicletas e motonetas.

12.2.3. Semirreboques
As motocicletas e motonetas dotadas de motor com mais de 120 cm³ (cento e vinte
centímetros cúbicos) de cilindrada poderão tracionar semirreboques especialmente
projetados para uso exclusivo desses veículos e devidamente homologados pelo órgão
máximo executivo de trânsito da União.

Motocicleta com semirreboque

Os semirreboques devem apresentar:

- Número de identificação veicular (VIN – gravado na estrutura do semirreboque).

- Ano de fabricação do veículo (gravado em 4 (quatro) dígitos).

- Plaqueta com os dados de identificação do fabricante, tara, lotação, PBT e dimensões


(altura, comprimento e largura).

- Equipamentos obrigatórios.

As dimensões do semirreboque, com ou sem carga, são as seguintes:


Largura máxima: 1,15 m (um metro e quinze centímetros).
Altura máxima: 90 cm (noventa centímetros).
Comprimento total máximo (incluindo a lança de acoplamento): 2,15 m (dois metros e
quinze centímetros).

312
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

13. CUIDADO COM OS DEMAIS USUÁRIOS DAS VIAS


Para a segurança do trânsito, os motoristas e motociclistas devem ter uma atenção
difusa e muito cuidado com os demais usuários das vias.

A seguir, veremos algumas importantes técnicas que visam aumentar a segurança do


próprio condutor do veículo, bem como de todos aqueles que transitam junto com ele
pelas vias públicas.

GIF Atenção com todos no trânsito

13.1. Ver e ser visto


Uma das maiores causas de sinistros (acidentes) de trânsito, na atualidade, é o fato de
o condutor não enxergar um determinado veículo ou pedestre que esteja transitando
pela via ou não ser enxergado ao transitar. Daí a importância de “ver e ser visto” pelos
demais usuários das vias públicas.

13.1.1. Ver
Não restam dúvidas que para conduzir um veículo o condutor deverá ter muita atenção
e cuidado – o condutor deve estar atento a tudo que acontece no trânsito.

Retrovisores

A regulagem adequada dos retrovisores é extremamente importante para auxiliar na


amplitude da visão do condutor.

Uso dos retrovisores

313
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

O condutor não pode “se esforçar” a ponto de ter que movimentar o corpo, para enxergar
os retrovisores do veículo. Portanto, deve regular os retrovisores de forma que ele possa
utilizá-los mexendo apenas com os olhos ou, no máximo, um pouco com a cabeça.

Os retrovisores externos devem ser regulados de forma que o condutor enxergue o que
está próximo às laterais do veículo – ele não foi feito para que o condutor enxergue parte
das laterais de seu próprio veículo. Portanto, é necessário regulá-los adequadamente.

Quando o veículo estiver transitando, a todo instante (ousamos a dizer: no máximo, a


cada 3 segundos), o condutor deverá verificar os retrovisores do veículo.

Nas manobras a verificação deverá ser feita com ainda mais frequência.

Para evitar sinistros (acidentes), é fundamental que o condutor do veículo utilize os


retrovisores.

“Quanto mais o condutor enxergar o que acontece à sua volta (enquanto dirige) maior a
possibilidade de evitar situações de perigo.”

Velocidade
Transitar com velocidade reduzida também é importante para que o condutor tenha uma
boa visão, pois quanto maior a velocidade utilizada menor será seu ângulo de visão (e
menor será a segurança).

Campo de visão

Uma ótima visão sobre tudo o que está ocorrendo na via é fundamental para não se
envolver em sinistros (acidentes).

A visão é responsável por 95% (noventa e cinco por cento) das informações necessárias
para a condução segura de um veículo.

Ponto cego ou ângulo morto dos veículos

314
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Ponto cego ou ângulo morto é o ponto (ou ângulo) em que o condutor de um veículo
(automóvel, caminhão, ônibus e carretas) não tem visão do que se encontra em suas
proximidades externas. Isso ocorre porque partes (colunas) da carroçaria do veículo
prejudicam a visão de seu condutor. Logicamente, quanto maior a carroçaria do veículo
maior ou mais pontos cegos enfrentará seu condutor.

Ponto cego do veículo

Um ponto será classificado como "cego" (à visão de um condutor de veículo)


dependendo do anteparo existente e da distância entre o objeto a ser observado e o
condutor do veículo que necessita observá-lo.

Sendo assim, o condutor do veículo deverá adotar comportamentos compensatórios à


perda de visão causada pelos pontos cegos do veículo, tais como:

 utilizar os retrovisores com maior frequência;

 transitar com velocidade reduzida;

 ao buscar visibilidade por meio das áreas envidraçadas do veículo, mexer com
o corpo para ampliar o ângulo de visão, buscando enxergar o que está encoberto
pela estrutura (colunas) do veículo;

 não colocar nenhum objeto obstruindo a área envidraçada e os retrovisores do


veículo;

 ao mudar de faixa, deslocar-se aos poucos (nunca virar bruscamente a direção)


– o que permite buscar visibilidade durante a manobra, além de possibilitar a
reação do condutor que não foi visualizado.

 realizar manobras com velocidade reduzida, utilizando constantemente os


retrovisores e virando gradativamente (nunca virar bruscamente) a direção do
veículo.

Observação: O condutor também deve estar atento aos ruídos dos motores, antes de
realizar qualquer manobra que implique deslocamento lateral.

315
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

13.1.2. Ser visto


“Ser visto”, pelos demais usuários da via, também é extremamente importante para
evitar sinistros (acidentes).

Providências para aumentar a segurança:

 Ao cruzar com outro veículo, à noite, em rodovias, utilizar luz baixa – para não
causar ofuscamento ao condutor do sentido oposto.

 Para identificação da posição e do sentido de direção do veículo, utilizar farol de


luz baixa durante o dia, em qualquer tipo de via pública.

 Durante o dia, sob chuva, neblina, cerração e nos túneis, manter acesos os faróis
do veículo, utilizando luz baixa.

 Utilizar o pisca-alerta em imobilizações ou situações de emergência.

 Quando o veículo estiver parado para fins de embarque ou desembarque de


passageiros, manter acesas, à noite, as luzes de posição do veículo.

“Ver e ser visto” é fundamental para evitar sinistros (acidentes) de trânsito.

13.2. Pedestres
O condutor de veículo deve respeitar os pedestres e sempre lembrar que, em
determinados momentos, ele também será um pedestre que transitará pelas vias
públicas e terá o mesmo direito de ser respeitado pelos condutores de veículos.

Uma das prioridades do Código de Trânsito Brasileiro foi exatamente “zelar pela
integridade física e vida dos pedestres”, haja vista o grande número de atropelamentos,
com vítimas fatais, que vem ocorrendo por todo país.

Por isso, no Código de Trânsito está prevista a seguinte regra: “em ordem decrescente,
os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os
motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres”.

Portanto, os condutores de veículos (obrigados a zelar pela segurança dos pedestres)


além de estarem atentos aos locais sinalizados por faixa de pedestre, devem:

» ter atenção e cuidado com os pedestres que transitam distraídos pelas vias públicas;

316
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Pedestre distraído

» ter atenção e cuidado com os pedestres que desrespeitam a sinalização de trânsito;

» ter paciência com os pedestres que abusam da prioridade que têm;

» reduzir a velocidade e aumentar a atenção ao aproximar-se de escolas, procissões,


portas de templos religiosos, praças e demais locais onde haja aglomeração de
pessoas;

» reduzir a velocidade e aumentar a atenção ao aproximar-se de um cruzamento de


vias;

» dirigir sempre atento ao movimento de pedestres nas vias públicas.

Também é necessário que o condutor tenha cuidado com as crianças próximas às


pistas, pois elas podem ter atitudes inesperadas e serem causas de atropelamentos.

Crianças brincando

A buzina do veículo não deve ser utilizada quando o condutor de veículo se depara com
um pedestre distraído na pista, pois ela pode assustá-lo fazendo com que ele tenha uma
reação inesperada.

O condutor deve verificar se o pedestre, que está prestes a atravessar, está lhe
enxergando – para isso o condutor deve olhar nos olhos do pedestre.

À noite, há pedestres que transitam de roupas escuras, dificultando para o condutor lhes
enxergar – o condutor deve transitar com mais atenção e em menor velocidade.

317
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Saiba que a noção de tempo, espaço e perigo que um condutor de veículo tem não é a
mesma que tem um pedestre. Portanto, não espere que o pedestre aja como você agiria
se fosse ele – preveja o pior, pratique a direção defensiva preventiva.

13.3. Condutores de veículos não automotores

Condutores de veículos não automotores

Os motoristas e motociclistas devem ter atenção e cuidado com o trânsito de veículos


não automotores.

É importante lembrar que a maioria dos condutores de bicicletas, carroças, charretes e


carrinhos de mão (produtos recicláveis, picolé, sorvete etc.) nunca tiveram a
oportunidade de conduzir um carro ou uma moto (e saber sobre as particularidades da
condução desses veículos) e que muitos nunca estudaram sobre normas de trânsito ou
participaram de um curso de direção defensiva (até porque, não é obrigatório para eles).

Portanto, os motoristas e motociclistas devem sempre lembrar disso, principalmente


quando se deparam com atitudes “sem noção” praticadas por eles (que, por falta de
oportunidade, realmente não têm conhecimento das consequências de alguns de seus
atos, no trânsito).

Prática de conduta perigosa

Desse modo, os motoristas e motociclistas devem respeitar as limitações desses


condutores de veículos, ter paciência e zelar pela segurança deles:

318
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

» não transitando próximo de referidos veículos;

» mantendo uma distância de segurança (aproximadamente um metro e meio) quando


for ultrapassá-los;

Ciclista

» tendo cuidado com as condutas repentinas praticadas por eles;

» não buzinando, pois podem assustá-los causando reação diferente da esperada;

» prevendo como podem se comportar nas vias públicas, considerando suas


limitações.

319
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

14. RESPEITO MÚTUO ENTRE CONDUTORES


Os conflitos de trânsito acontecem porque os pedestres, os passageiros e os diversos
condutores, cada qual com seu veículo, têm interesses e necessidades diferentes e
precisam dividir os mesmos espaços nas vias públicas.

GIF Comportamento essencial do condutor

Sendo assim, não há outra forma de se estabelecer uma convivência tranquila e pacífica
entre os usuários das vias públicas senão pelo exercício do respeito mútuo (respeito
entre as pessoas) e pela prática de um comportamento solidário no trânsito.

Respeito mútuo implica numa série de atos e procedimentos tais como:

- abrir mão do direito de preferência (em determinadas situações), em respeito às


limitações e erros praticados pelos demais usuários da via;

- prestar ajuda a uma vítima de sinistro (acidente) de trânsito, em respeito à necessidade


de socorro de seu semelhante;

- prestar informações aos que lhe solicitam, em respeito aos que estão perdidos nas
vias públicas;

- ser paciente, em respeito à imperícia e/ou à falta de noção sobre as normas de trânsito
apresentadas por alguns usuários das vias;

- ceder passagem a quem solicitar, em respeito aos que precisam se deslocar mais
rápido que você pelas vias;

- não se estressar por ter que esperar algum condutor realizar uma manobra na via
pública, em respeito às necessidades dos outros condutores de veículos;

- não se revoltar com a prática de condutas indevidas de outros condutores e pedestres,


em respeito às deficiências dos mesmos.

320
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Respeito a integridade pessoal

Respeitar:
 é preocupar-se e zelar pelo outro;
 é cuidar das relações estabelecidas no trânsito, independente de quais sejam
os demais usuários destas relações;
 é compreender que do outro lado existe um ser humano como nós, com seus
interesses e necessidades diversas;
 é procurar se colocar no lugar do outro para compreender suas atitudes e
necessidades;
 é ter bom senso nas relações interpessoais e conduzi-las com educação, ética
e solidariedade.
O respeito mútuo, assim como a educação e a solidariedade, com as demais pessoas
que transitam pelas vias públicas sempre serão fundamentais para que haja uma
convivência harmônica e pacífica no trânsito.

321
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

15. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA DO CONDUTOR


MOTOCICLISTA
Em relação à motocicleta, não restam dúvidas quanto a importância da utilização de
seus equipamentos. Além dos equipamentos obrigatórios, as motocicletas podem
apresentar outros equipamentos e dispositivos que auxiliam muito na prevenção de
sinistros (acidentes) ou na redução de suas consequências.

Equipamentos de segurança do motocilcista

Assim, por serem essenciais à manutenção da segurança do motociclista e do


passageiro, constantes inspeções devem ser realizadas nos equipamentos da
motocicleta – que devem estar em ótimas condições de funcionamento.

O uso dos equipamentos de segurança da motocicleta, do motociclista e do passageiro:

* reduz as chances de se envolver em sinistros (acidentes);

* reduz as lesões corporais em casos de sinistros (acidentes);

* preserva a vida das pessoas.

15.1. Capacete
Para conduzir veículos de 2 (duas) rodas nas vias públicas é obrigatório o uso de
capacete motociclístico pelo condutor e passageiro.

O capacete deve estar certificado por organismo acreditado pelo INMETRO (de acordo
com regulamento de avaliação da conformidade por ele aprovado). O capacete deve,
também, conter o selo de identificação da conformidade do INMETRO ou uma etiqueta
interna com a logomarca do INMETRO (a etiqueta também pode ser afixada no sistema
de retenção).

Vale lembrar que o capacete deve estar dentro do prazo de validade (geralmente 3
anos).

322
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Além disso, deve apresentar viseira ou, na ausência desta, óculos de proteção (aquele
que permite ao usuário a utilização simultânea de óculos corretivos ou de sol), em boas
condições de uso.

Capacetes certificados:

Capacetes certificados

É proibido o uso de óculos de sol, óculos corretivos ou de segurança do trabalho (EPI),


de forma singular, em substituição aos óculos de proteção.

Quando o veículo estiver em circulação, a viseira (ou óculos de proteção) deverá estar
posicionada de forma a dar proteção total aos olhos – deverá estar abaixada para
possibilitar a proteção total frontal dos olhos, considerando-se um plano horizontal,
permitindo-se, no caso dos capacetes com queixeira, uma pequena abertura para
garantir a circulação de ar.

Quando o veículo estiver imobilizado na via, independentemente do motivo, a viseira


poderá ser totalmente levantada, devendo ser imediatamente restabelecida a posição
frontal aos olhos quando o veículo for colocado em movimento.

No caso dos capacetes modulares, além da viseira, a queixeira deverá estar totalmente
abaixada e travada.

A viseira é fabricada nos padrões cristal, fumê light, fumê e metalizadas. Para o uso
noturno, somente a viseira cristal é permitida, as demais são para o uso exclusivo
diurno.

É proibida a aposição de película na viseira do capacete e nos óculos de proteção.

Escolha um capacete de cor clara e com os adesivos refletivos de segurança


(obrigatórios nas partes traseiras e laterais do capacete).

O capacete tem de estar devidamente afixado à cabeça do motociclista (e passageiro)


pelo conjunto formado pela cinta jugular e engate, por debaixo do seu maxilar inferior.

Os capacetes que não estão devidamente presos à cabeça dos motociclistas costumam
se soltar em casos de sinistros (acidentes) – o que leva a vítima a sofrer lesões mais
graves na cabeça.

323
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Capacete adequado

Cinta jugular e engate

15.2. Vestuário de proteção


Para maior proteção do corpo, o motociclista deve utilizar calçado fechado, luvas de
motociclismo e roupas de tecido grosso e resistente.

Vestuário para motociclista

Além de proteger, em casos de sinistros (acidentes), as luvas evitam o enrijecimento


das mãos em épocas de frio – o que compromete o uso das alavancas (manetes) de
freio e embreagem e o domínio do veículo. As luvas também dão mais firmeza no
comando, pois evitam que as mãos escorreguem nas manoplas.
As roupas de tecido grosso protegem o corpo em caso de quedas. Elas devem ser mais
justas e não podem dificultar os movimentos do motociclista.

324
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

16. ESTADO FÍSICO E MENTAL DO CONDUTOR,


CONSEQUÊNCIAS DA INGESTÃO E CONSUMO DE BEBIDA
ALCOÓLICA E SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

Cansaço ao dirigir

As condições físicas e mentais dos condutores interferem diretamente na segurança do


trânsito.

Pessoas estressadas tendem a se comportar de forma imprudente no trânsito.

O cansaço reduz a capacidade de reagir rapidamente, frente a uma situação de risco,


pois causa perda da concentração e dos reflexos.

Pessoas que dirigem com dores, em alguma parte do corpo, tendem a apresentar
ansiedade para chegar logo ao seu destino – o que leva a aumentar a velocidade do
veículo e a ignorar condutas de segurança.

Dirigir logo após passar por uma forte discussão (em casa, no trabalho ou em qualquer
outro lugar) não é recomendável, pois a pessoa, psicologicamente abalada, tende a se
comportar de forma agressiva no trânsito.

A pressa também é outro fator que interfere no comportamento dos condutores de


veículos que, para chegar mais rápido, infringem as normas de segurança no trânsito.

O uso de certos tipos de medicamentos (como os analgésicos e antialérgicos, por


exemplo) pode reduzir os reflexos e interferir na habilidade dos condutores de veículos,
pois pode causar sonolência.

325
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Uso de medicamentos

A ingestão de bebida alcoólica ou substâncias psicoativas altera a percepção, a


coordenação motora e a capacidade de autoavaliação.

Uso de bebida alcoólica

Desse modo, antes de conduzir o veículo, é extremamente importante que o condutor


realize uma autoavaliação honesta sobre seu estado físico e mental, a fim de certificar
se o ato de dirigir não lhe trará nenhum risco e nem colocará em risco a vida dos demais
usuários da via pública!

16.1. Ingestão e consumo de bebida alcóolica e substâncias


psicoativas (drogas)
Grande parte dos sinistros (acidentes) graves está relacionada com a ingestão de
bebida alcoólica e substâncias psicoativas (que causam dependência) pelos condutores
dos veículos.

O álcool e as substâncias psicoativas alteram o comportamento e a consciência das


pessoas, pois agem diretamente no sistema nervoso central alterando a função cerebral.
Pessoas que utilizam essas substâncias ao dirigir, geralmente apresentam atitudes
inconsequentes no trânsito.

Ao dirigir sob a influência de álcool ou substâncias psicoativas:

326
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

» o tempo de observação que o condutor gastará para avaliar situações do trânsito


(mesmo as mais comuns) será maior;

» o condutor perde a noção de perigo;

» o condutor fica impossibilitado de sair de uma situação de perigo ocorrida


repentinamente (pois ele perde a capacidade de agir com rapidez);

» o condutor apresenta falta de atenção ou atenção em um só ponto (o que reduzirá sua


capacidade de desviar a atenção para fatos relevantes que estejam ocorrendo em
outros pontos da via);

» o condutor perde a concentração e coordenação motora, fundamentais para dirigir


com segurança;

» a noção de espaço, tempo e distância (fundamental para um condutor de veículo)


torna-se imprecisa;

» o condutor se torna agressivo e transita com velocidade incompatível, realiza


manobras arriscadas, avança sinal vermelho dentre várias outras condutas
imprudentes.

Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que


determine dependência é infração gravíssima cuja penalidade será de multa (no valor
de R$1.915,40) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses.

Essas penalidades sequer se aproximam das consequências mais graves que podem
ocorrer quando se conduz um veículo sob a influência de álcool ou de qualquer outra
substância psicoativa, tal como a morte do condutor do veículo e de várias outras
pessoas inocentes.

GIF Se beber não dirija

327
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

16.2. Substâncias contra o sono (arrebite)


Há condutores de veículos que fazem uso de medicamentos e substâncias (guaraná em
pó, café etc.) para espantar o sono. Esse tipo de conduta não é segura! Pelo contrário,
traz um grande risco de sinistros (acidentes).

Após a ingestão desse tipo de medicamento ou substância, o condutor reduz apenas


por algumas horas o seu estado de sonolência. Porém, a necessidade de sono do
cérebro não para de aumentar de forma que, quando o efeito do medicamento (ou da
substância) passa, o condutor dorme de uma só vez – ele não chega nem a cochilar.

Alguns condutores de veículos relatam que “ao passar o efeito do medicamento


sentiram como se tivessem levado uma pancada na cabeça e logo adormeceram na
direção, se envolvendo em um sinistro (acidente)”.

Aos primeiros sinais de sono (esforço para manter os olhos abertos, cabeça pesada e
bocejos com frequência) procure um local seguro para descansar – até que você se
recupere.

Arrebite

328
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

17. SITUAÇÕES DE RISCO


Existem alguns locais e situações que expõem o condutor a um risco maior de se
envolver em sinistros (acidentes), em virtude de suas características. A seguir, veremos
algumas técnicas de segurança para a transposição destes locais.

17.1. Variações de luminosidade


Os condutores de veículos são submetidos às variações de luminosidade ao transitar
pelas vias públicas. Tanto na luminosidade natural quanto na luminosidade artificial
ocorrem variações que afetam diretamente o condutor do veículo, aumentando-lhe o
risco de se envolver em sinistro (acidente).

O mais relevante efeito relacionado às variações de luminosidade nas vias é o


“ofuscamento” (perda de visão) – que pode ser provocado pela luz do sol (amanhecer
ou entardecer), pelo uso do farol alto ou farol desregulado dos veículos que transitam
no sentido oposto ou que transitam atrás (cuja luminosidade é refletida nos olhos do
condutor por meio dos retrovisores de seu veículo), por placas luminosas ou iluminadas
por refletores localizados nas laterais das pistas, pela forte iluminação de túneis etc.

Ofuscamento

O ofuscamento é uma grande causa de sinistros (acidentes). O condutor do veículo


pode levar até 7 (sete) segundos para voltar a enxergar, quando ocorre ofuscamento de
sua visão. E para se ter uma ideia, numa velocidade de 80 km/h (oitenta quilômetros por
hora), 7 (sete) segundos corresponde a percorrer 154 m (cento e cinquenta e quatro
metros) com o veículo, sem ter visão do que está ocorrendo na via pública – um sinistro
(acidente), na certa, irá ocorrer.

Os condutores não devem olhar diretamente para o facho de luz do farol dos veículos
que transitam no sentido oposto (sua atenção/visão deve ser direcionada para a
margem direita da pista, devendo usar a faixa de acostamento ou a linha de bordo como
referência), não devem olhar diretamente para o sol e devem utilizar óculos escuros ao
amanhecer e ao entardecer.

329
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Além de tomar medidas para não sofrer ofuscamento, também é importante proceder
de forma a não provocar ofuscamento aos demais condutores de veículos. Assim, os
condutores devem usar luz baixa ao cruzar com outro veículo à noite numa rodovia,
utilizar luz baixa quando transitar atrás de um veículo, além de manter o farol do veículo
devidamente regulado.

Também merece ser destacada mais uma variação de luminosidade com seus
respectivos perigos aos condutores de veículos: a penumbra (também conhecida como
lusco-fusco). Penumbra é a ausência de luz que ocorre frequentemente na passagem
do final da tarde para o início da noite ou final da madrugada para o nascer do dia. Essa
ausência de luz também ocorre quando o céu está nublado ou se chove com
intensidade. Nestes casos, é extremamente importante que os condutores vejam e
sejam vistos pelos demais usuários das vias públicas – procedendo segundo as
orientações já expostas no item “ver e ser visto”.

17.2. Cabeceiras de pontes, viadutos e elevados


Os condutores devem estar atentos aos obstáculos existentes nas pistas. Dentre os
diversos obstáculos que podem ser encontrados nas vias destacam-se as obstruções
físicas existentes nas cabeceiras (inícios) de pontes, viadutos e elevados.

O início das pontes, viadutos e elevados geralmente apresentam algum tipo de


obstrução física, canteiros, paredões, muralhas, que trazem um enorme perigo aos
condutores de veículos, principalmente aos motociclistas, que ao se chocarem com
referidos obstáculos sofrerão graves lesões que podem levá-los à morte.

Ponte

Na maioria das vezes, referidos locais são previamente sinalizados por placas e
dispositivos de sinalização auxiliar. Mas o condutor não deve confiar na existência da
sinalização, pois pode acontecer dela estar encoberta pela vegetação ou ter sido
destruída por vândalos.

Portanto, nas proximidades de pontes, viadutos e elevados, cabe aos condutores reduzir
a velocidade e aumentar a atenção no trânsito – principalmente nos veículos que
transitam atrás, pois podem fechá-los e jogá-los sobre as obstruções físicas existentes

330
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

nas cabeceiras de referidos locais. Ao transitar por vias desconhecidas, os condutores


devem aumentar ainda mais a atenção e os cuidados com possíveis obstáculos.

17.3. Derramamentos (óleo, areia, brita etc.)


É muito comum a existência de objetos, sujeiras e resíduos (óleo, areia, brita etc.) nas
pistas.

No caso de óleo, areia ou brita nas pistas o condutor corre um enorme risco de sofrer
um sinistro (acidente) provocado por uma derrapagem. Os resíduos e sujeiras existentes
nas pistas reduzem a aderência dos pneus e provocam uma derrapagem. Os
motociclistas não devem utilizar o freio nessas situações, pois pode causar o travamento
de rodas devido à baixa aderência dos pneus com o solo – o que causará perda de
equilíbrio e, consequentemente, um sinistro (acidente).

Portanto, é necessário estar atento às diferenças de aspecto das pistas (que podem ser
sinal de óleo, resíduos ou sujeira sobre elas), bem como aos objetos e detritos nelas
existentes. A percepção de referidas situações possibilita a redução da velocidade com
antecedência e até mesmo uma mudança cuidadosa de trajetória.

Objetos na pista

Antes de desviar de um objeto, o condutor deve verificar, com o auxílio dos retrovisores,
o trânsito ao seu lado e atrás, para evitar colisões com outros veículos. Antes de desviar,
também é fundamental sinalizar (seta ou sinal de braço) essa intenção.

Verificar tráfego pelos retrovisores

331
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

18. RESUMO
Você finalizou mais uma etapa de seu curso ao concluir o estudo da disciplina de
Direção Defensiva!

Durante o estudo deste conteúdo, você teve a oportunidade de relembrar os tipos de


direção defensiva, assim como quais são as principais condições adversas ocasionadas
pelo condutor, pelo veículo ou mesmo pela má conservação da via e como deve
proceder em relação aos demais usuários.

Pôde, ainda, ampliar seus conhecimentos sobre as diversas situações de risco – que
podem acontecer em cruzamentos, curvas, passagens de nível, declives e
ultrapassagens – e os cuidados que deve ter durante a direção de um veículo automotor,
bem como com sua manutenção.

Além disso, compreendeu a importância da imobilização do veículo – abordando a


distância de reação, a frenagem, a derrapagem e a frenagem de emergência – a
principal causa dos sinistros (acidentes) e seus efeitos e, também, quais são os
principais equipamentos de segurança do condutor.

Esta disciplina teve como objetivo expor e relembrar o conceito e os elementos da


direção defensiva relacionando-os às situações atuais de trânsito, e a relação existente
entre o comportamento diante das normas gerais de circulação e conduta e os fatores
de risco e prevenção de sinistros (acidentes). Explicar os diferentes fatores e as
percepções de risco necessárias de acordo com o veículo conduzido, assim como a
importância das manutenções preventivas e corretivas, nos veículos, para a prevenção
de sinistros (acidentes) de trânsito.

Objetivou, ainda, informar as principais causas de sinistros (acidentes) de trânsito e


induzir a utilização dos equipamentos de segurança do veículo e dos equipamentos de
proteção individual.

Agora, para dar continuidade aos seus estudos, você deverá ler os conteúdos
disponíveis no Material de Apoio, realizar os Exercícios de Fixação para avaliar sua
aquisição de conhecimentos.

332
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

TÍTULO 3 - PRIMEIROS SOCORROS


1. INTRODUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS
No trânsito, todos estão sujeitos a sinistros (acidentes), que podem ocorrer em qualquer
dia, hora e lugar.

Mesmo que haja atendimento profissional especializado para casos de sinistros


(acidentes) de trânsito (como o RESGATE ou o SAMU – Serviço de Atendimento Móvel
de Urgência etc.), é muito importante que as pessoas (motoristas, passageiros,
pedestres, ciclistas, e demais usuários das vias públicas) tenham noções básicas sobre
primeiros socorros, pois quando ocorre um sinistro (acidente) os envolvidos e os que
transitam pelo local são as primeiras pessoas que se aproximam das vítimas.

Nos primeiros minutos, logo após um sinistro (acidente), a situação das vítimas pode
agravar caso não sejam realizados alguns procedimentos que, por serem básicos e
simples, podem ser feitos por qualquer pessoa que tenha noções de primeiros socorros.
O “atendimento imediato” é muito importante para as vítimas!

Este conjunto de procedimentos, realizados por socorristas leigos (amadores), que


visam manter a vítima viva até a chegada de socorro profissional é denominado Suporte
Básico de Vida – SBV.

Primeiros socorros são os primeiros cuidados que devem ser prestados à vítima, após
um sinistro (acidente), até a chegada de atendimento profissional (resgate ou hospital).

São providências iniciais, prestadas logo após o sinistros (acidentes), e temporárias


(prestadas até o socorro especializado chegar).

GIF Primeiros socorros

Os primeiros socorros servem para manter a vítima viva, aliviar seu sofrimento e não
deixar que a situação se agrave, até a chegada de atendimento profissional.

Os primeiros socorros não servem para substituir o atendimento médico, mas sim para
auxiliá-lo.

333
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

O socorrista nunca deve dar alta às vítimas – o que compete ao médico. Portanto,
mesmo quando a vítima melhorar, seja durante o socorro ou durante o transporte, o
socorrista deve encaminhá-la ao hospital – para receber atendimento médico.

Primeiros socorros

Qualidades de um bom socorrista

Para ser um socorrista, além de conhecimentos básicos sobre primeiros socorros (o que
fazer e o que não fazer com as vítimas), é necessário ser calmo, solidário, perseverante,
ter controle emocional, ser observador e ser improvisador (pois nem sempre haverá
material disponível para ser usado no atendimento).

Qualidades de um bom socorrista

Ter controle emocional é extremamente importante, pois além de possibilitar o raciocínio


e o controle da situação, evita que o socorrista deixe transparecer uma excessiva
preocupação com a vítima, por mais grave que seja seu estado (atitude que evita que a
vítima perceba que sua situação é grave prevenindo que ela entre em choque – “estado
de choque/emocional”). Portanto, em todo sinistro (acidente), uma das providências que
sempre deve ser tomada pelos socorristas é acalmar as vítimas (quando elas não
estiverem inconscientes).

334
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Kit de primeiros socorros

Ao prestar socorro, muitas vezes é necessário que o socorrista disponha de alguns


objetos, que poderão auxiliá-lo no socorro à vítima. É o que ocorre, por exemplo, nos
casos de fraturas, em que o socorrista poderá utilizar réguas de madeira, jornal dobrado,
revistas ou qualquer outro elemento rígido que sirva para imobilizar o membro fraturado,
antes do transporte da vítima para o hospital.

Assim, qualquer objeto poderá ter sua serventia no momento de um socorro, cabendo
ao socorrista, com sua criatividade e capacidade de improvisação, saber o que usar e
como usar, em benefício da vítima.

Importante lembrar que os equipamentos de proteção individual (tais como: luvas


cirúrgicas, máscara para realização de respiração boca a boca etc.) devem fazer parte
do kit de primeiros socorros, pois evitarão que o socorrista comprometa sua saúde e
vida ao prestar socorro.

Kit primeiros socorros

Atenção: no kit de primeiros socorros não entra nada de beber, cheirar, comer e
esfregar na pele.

335
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

2. PROCEDIMENTOS INICIAIS
Antes de aproximar-se de uma vítima para prestar-lhe socorro, o socorrista deve cuidar
primeiro da sua própria segurança, bem como de todos aqueles que estão com ele.
Assim, deve:
 estacionar o veículo em local seguro;
 deixar descer do veículo somente quem for ajudar, e tiver condições para isso;
 sinalizar o local do sinistro (acidente), nos 2 (dois) sentidos;
 verificar se a vítima encontra-se em local que ofereça risco de morte àqueles
que dela se aproximarem;
 desligar o cabo da bateria dos veículos envolvidos no sinistro (acidente),
principalmente em casos de capotamento – isso evita que os fios de eletricidade
do veículo, que por ventura se arrebentaram, soltem faíscas e provoquem
incêndio;
 verificar possível vazamento de combustível ou lubrificantes do veículo envolvido
no sinistro (acidente) – pois, nesse caso, é necessário jogar areia ou terra sobre
o combustível que estiver sobre a pista (para evitar incêndio) – afaste os
curiosos.
 colocar luvas cirúrgicas, máscara para realizar respiração boca a boca, dentre
outros Equipamentos de Proteção Individual (EPI), para não ter contato direto
com sangue, saliva e secreções da vítima;
 demais providências necessárias à manutenção da sua segurança.

Sinalização de segurança

336
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

3. SINALIZAÇÃO DO LOCAL DO SINISTRO (ACIDENTE)


A sinalização do local deve ser feita, obrigatoriamente, com o triângulo de
segurança (que deve ser colocado a 30 (trinta) metros da traseira do veículo) e
com o pisca-alerta.

Utilização do pisca-alerta

Além da sinalização obrigatória, é aconselhável aumentar a segurança e utilizar


sinalização complementar, como:
 ramos ou galhos, a serem colocados no canto das pistas;
 lanterna a pilha (a ser usada a noite) com o foco de luz direcionado aos veículos
que vão passar pelo local do sinistro (acidente);
 pessoas, posicionadas em locais seguros da pista, para acenar aos condutores
dos veículos, induzindo a redução da velocidade etc.

Sinalização complementar

337
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

3.1. Distância recomendada para o início da sinalização

Distância para
Velocidade Distância para início da
Tipo da via máxima permitida início da sinalização
(vias não sinalização (chuva, neblina,
sinalizadas) (pista seca) fumaça e noite)
Vias locais 30 km/h 30 passos longos 60 passos longos
Avenidas 60 km/h 60 passos longos 120 passos longos
Vias de fluxo
80 km/h 80 passos longos 160 passos longos
rápido
Rodovias 110 km/h 110 passos longos 220 passos longos

Observação: Quando você estiver contando os passos e encontrar uma curva: pare a
contagem, caminhe até o final da curva e então recomece a contar a partir do zero. Isso
também deve ser feito quando o sinistro (acidente) ocorrer no topo de uma elevação
que não dê visibilidade aos condutores que estão subindo.

338
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

4. ORDEM DE PROCEDIMENTOS
Em casos de sinistros (acidentes) é importante que o socorrista estabeleça uma ordem
de procedimentos, para que ele não se perca, e proceda de forma mais segura e eficaz.
Assim, o socorrista deve:

1º - colocar o veículo em local seguro;

2º - sinalizar o local;

3º - analisar o local e a situação das vítimas (ao ligar para o resgate, o socorrista será
submetido a algumas perguntas – daí a importância desta análise);

4º - chamar o resgate (193), SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - 192)


ou COBOM (Corpo de Bombeiros);

5º - prestar os primeiros socorros, até que o resgate chegue ou até o hospital.

O socorro deve ser dado primeiramente às crianças e aos adolescentes, independente


do estado em que se encontram. Dentre as demais vítimas, deve ser dada atenção
primeiramente aos que se encontram inconscientes, pois geralmente a situação dessas
vítimas é mais grave.

Acionar o resgate

É sempre correto, em qualquer socorro:


 afrouxar as roupas da vítima;
 manter o local, onde a vítima se encontra, arejado;
 afastar os curiosos de perto da vítima.

339
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Socorro à vítima

Observação: Para manter a oxigenação no cérebro, que se dá pela circulação de


sangue, o socorrista deve manter a cabeça da vítima em nível mais baixo que o corpo
– a menos que seu ferimento (ou lesão) seja na cabeça.

340
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

5. ACIONAMENTO DE RECURSOS: BOMBEIROS, AMBULÂNCIA,


CONCESSIONÁRIA DA VIA E OUTROS
Nos sinistros (acidentes), o atendimento profissional deve ser solicitado o mais rápido
possível, a fim de minimizar as consequências para as vítimas.

Atualmente, em muitas cidades existem equipes profissionais disponíveis para


atendimento de vítimas de sinistros (acidentes)!

E o que é melhor, trata-se de um serviço gratuito, realizado por profissionais altamente


capacitados, disponíveis a qualquer momento do dia, que pode ser solicitado por
qualquer pessoa, por meio de qualquer telefone (fixo, móvel, público etc.), e sem custo
pela ligação.

Quando há várias pessoas dispostas a ajudar num sinistro (acidente), é importante que
haja uma distribuição de tarefas, e que alguém se encarregue de solicitar o
comparecimento de profissionais especializados para o tratamento das vítimas ao local
do sinistro (acidente) (o que, inclusive, pode ser feito com o auxílio de motoristas que
estejam passando no local – na impossibilidade de se realizar uma ligação telefônica).

As equipes mais comuns, disponíveis à sociedade, são:

SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) - 192: para qualquer tipo de


emergência relacionada à saúde.

RESGATE - 193: para qualquer emergência em vias públicas ou emergências


relacionadas à saúde.

POLÍCIA MILITAR - 190: quando, na região, não houver serviços próprios de socorro
(SAMU e RESGATE).

GIF Telefones de Emergência

Os condutores de veículos devem estar atentos às placas ao longo das rodovias, que
divulgam números (geralmente: 0800) de telefones (Concessionária da Via, Serviço
Público Específico etc.) que também podem ser discados em casos de emergência.

341
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Assim que o condutor for informado (pelas placas) sobre referidos números, ele deve
anotá-los para não correr o risco de esquecê-los – o que acaba ocorrendo no momento
de desespero, causado por um sinistro (acidente).

Algumas rodovias apresentam, no acostamento, telefones para uso das pessoas, em


casos de emergência. Para facilitar o uso, a ligação geralmente se faz automaticamente
– com a simples retirada do fone do gancho.

O condutor deve se prevenir e se informar, antecipadamente, sobre qual serviço estará


à sua disposição, caso ocorra um sinistro (acidente) na via por onde vai transitar.

Observação: com o objetivo de orientar a equipe que vai socorrer (para que procedam
com mais agilidade e eficiência) ou fazer importantes recomendações para manutenção
da segurança do local do sinistro (acidente), a pessoa que atende uma ligação telefônica
solicitando socorro faz algumas perguntas para quem ligou – que, com paciência, deve
respondê-las. Geralmente são perguntas simples (do tipo: quantas vítimas
aproximadamente, há alguém inconsciente, tem vazamento de combustível, qual o local
do sinistro (acidente), há pessoas presas nas ferragens, quais os veículos envolvidos
etc.), mas de extrema utilidade e importância para equipe que vai socorrer.

342
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

6. VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES GERAIS DA VÍTIMA


Primeiramente é necessário fazer uma ANÁLISE SUBJETIVA – para que o socorrista
possa tirar as primeiras conclusões sobre o que pode ter realmente ocorrido com a
vítima.

Nessa análise, o socorrista deve:


• relacionar a vítima com o local do sinistro (acidente), para tentar concluir sobre o tipo
de lesão;
• ouvir testemunhas;
• avaliar histórico médico (diabetes, hipertensão, epilepsia etc.);
• ouvir a queixa principal da vítima (caso ela esteja consciente).

Observação: A análise subjetiva é feita de forma superficial e sem tocar no corpo da


vítima.

Atenção!
Para saber mais sobre a definição de algumas palavras e termos que serão utilizados
no decorrer do conteúdo acesse, no Material de Apoio, o item “Palavras e Expressões”.

Análise da vítima

Em seguida, o socorrista deve realizar análises (primária e secundária) diretamente no


corpo da vítima – por meio de exames visuais e palpáveis:

a) ANÁLISE PRIMÁRIA – são as primeiras observações que devem ser feitas pelo
socorrista, em um tempo máximo de 30 (trinta) segundos. Nessa análise o socorrista
deve verificar os sinais vitais da vítima, a fim de restabelecê-los ou mantê-los, para evitar
morte súbita. O socorrista deve:

 verificar se a vítima está consciente ou inconsciente;


 abrir suas vias respiratórias (vias aéreas);

343
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 ver, ouvir e sentir a respiração da vítima – a fim de constatar possível parada


respiratória;
 verificar pulsação (de preferência na artéria do pescoço – carótida), a fim de
constatar possível parada cardíaca;
 verificar se há lesões e sangramentos na cabeça – realizar exame visual nos
olhos, nariz, boca e ouvidos e exame palpável de todo o crânio.

“Em resumo, podemos dizer que análise primária é a verificação dos sinais vitais,
com o intuito de mantê-los ou restabelecê-los”.

Análise primária da vítima

b) ANÁLISE SECUNDÁRIA – consiste na observação posterior à análise primária, onde


o socorrista deve, em 60 (sessenta) segundos, verificar todo o corpo da vítima (tórax,
abdômen e membros), por meio de exame visual e palpável. O socorrista deve:

 avaliar tórax e abdômen da vítima – para constatação de fraturas e anomalias;


 verificar a bacia da vítima – por meio de exame palpável visando encontrar
alguma fratura;
 verificar membros inferiores – realizar exame visual e apalpar coxa, joelho
(posição da patela), canela e pé – retirar sapato e meia, com muito cuidado, para
verificar pulso no dorso do pé (artéria pediosa) e perfusão capilar.
 verificar membros superiores – realizar exame visual e apalpar clavícula, braço,
antebraço, punho e mão – verificar pulso no punho (artéria radial) e perfusão
capilar.

Análise membros inferiores

344
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

“Em resumo, podemos dizer que análise secundária é observar a vítima da cabeça
aos pés, apalpá-la buscando anomalias, comparar os 2 (dois) lados, verificar
deformidades e verificar movimentos e sensibilidade de seus membros”.

Observações:
 Só deve ser feita análise secundária se os sinais vitais estiverem normais;
 Se a vítima estiver consciente e lúcida, o socorrista pode fazer diretamente a análise
secundária (pois, neste caso, a consciência e a lucidez da vítima determinam a
normalidade de seus sinais vitais – ela está respirando e seu coração está batendo).

6.1. Situações e procedimentos


Sem dúvida, os primeiros socorros salvam a vida de muitas vítimas de sinistros
(acidentes) de trânsito. Para tanto, é necessário ter conhecimento sobre as técnicas que
deverão ser aplicadas em cada caso específico, como veremos a seguir.

6.1.1. Parada respiratória


Parada respiratória é a ausência de respiração.

Causas: afogamento, intoxicação, sinistros (acidentes) graves, soterramento, falta de


oxigênio, bloqueio das vias respiratórias etc.

Sintomas: inconsciência, palidez, cianose, pupilas dilatadas e paralisadas e ausência


de movimento respiratório (apneia).

Observação: para verificar a ausência de movimentos respiratórios o socorrista deve


observar: se o abdômen se mexe, quando a vítima for um homem; se o tórax se mexe,
quando a vítima for uma mulher.

O que fazer: respiração artificial (boca a boca).

Observação: há um objeto chamado Ambú que é utilizado para fazer respiração


artificial nas vítimas de parada respiratória.

Como fazer: deitar a vítima em uma superfície plana, afrouxar suas roupas, inclinar sua
cabeça para trás, retirar objetos móveis e alimentos de sua boca, verificar a posição de
sua língua, tampar o seu nariz e soprar fortemente em sua boca. Deixar a vítima expirar
e repetir o procedimento até chegar ao hospital ou até que ela se recupere. Devem ser
feitas, aproximadamente, 15 (quinze) insuflações (ventilações) por minuto.

345
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Respiração artificial Ambú

Observações:
a) em condições normais, a quantidade de respirações por minuto será:

 recém-nascido: de 40 a 60 vezes;
 crianças: de 20 a 26 vezes;
 adultos: de 16 a 20 vezes;
 idosos: de 14 a 18 vezes.

b) Taquipneia é quando a quantidade de respiração por minuto se encontra acima do


normal. Bradipneia é quando a quantidade de respiração por minuto se encontra abaixo
do normal.

Atenção:

A respiração artificial (boca a boca) não serve para ajudar a vítima a respirar.

Portanto, se a vítima estiver com “dificuldade” para respirar ou respirando “menos que
a quantidade normal” significa que ela está respirando e, nesse caso, o socorrista não
poderá fazer a respiração artificial – pois não houve Parada Respiratória.

Para “ajudá-la” a respirar, o socorrista deve:

- afrouxar roupas da vítima;

- arejar o local;

- retirar objetos móveis e alimentos da sua boca;

- inclinar, com cuidado, a sua cabeça para trás;

- retirar objetos pesados que estiverem sobre o seu tórax ou abdômen;

- virar a sua cabeça para o lado, se ela estiver apresentando secreções pela boca;

346
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

- dentre outras medidas – que não seja a respiração artificial, pois não houve uma
Parada Respiratória.

Secreção pela boca

6.1.2. Parada cardíaca ou parada cardiorrespiratória


A parada cardíaca (ausência de batimentos do coração) desencadeia a parada
respiratória, motivo pelo qual também pode ser chamada parada cardiorrespiratória (ou
parada cardiopulmonar).

Devido à falta de oxigenação no cérebro, se o socorro não for imediato a vítima pode
morrer em pouco tempo ou sofrer danos irreversíveis, caso venha a sobreviver.

De acordo com a Associação Americana do Coração, a chance de sobrevivência:

 cai 10% a cada minuto sem socorro;


 aumenta duas ou três vezes se as manobras de ressuscitação são feitas de
imediato.

Daí a importância do atendimento feito pelos socorristas leigos, pois geralmente são os
primeiros a se aproximarem das vítimas.

Causas: crise cardíaca, choque elétrico, choque emocional, intoxicação


(envenenamento), sinistros (acidentes) graves etc.

Parada cardíaca

347
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Sintomas: inconsciência, pele fria, cianose, palidez, ausência de pulsação e respiração,


pupilas dilatadas e paralisadas.

O que fazer: reanimação (ou ressuscitação) cardiorrespiratória (ou cardiopulmonar) –


RCR ou RCP – que consiste em fazer séries de massagem cardíaca até a chegada do
socorro profissional ou até que haja reação por parte da vítima.

Como fazer: primeiramente é necessário que a vítima esteja deitada (de costas) em
uma superfície plana e rígida. Imediatamente, o socorrista deve localizar a parte inferior
do centro do tórax da vítima (região entre os mamilos) e apoiar o calcanhar de uma das
mãos sobre este local. Em seguida, com os dedos entrelaçados (uma mão sobre a
outra), os braços estendidos e utilizando o peso de seu próprio corpo o socorrista deve
fazer séries de 100 (cem) flexões por minuto (5 compressões a cada 3 segundos).

Realizando RCP

Para realizar as flexões (compressões toráxicas) o socorrista deve:

 utilizar as 2 (duas) mãos, se a vítima for um adulto;


 utilizar uma das mãos, se a vítima for uma criança;
 utilizar 2 (dois) dedos (polpas digitais dos dedos indicador e médio) ou o
polegar, se a vítima for um bebê.

RCP em bebê

No momento das flexões o tórax da vítima deve afundar aproximadamente 5 cm (cinco


centímetros) quando ela for adulta ou criança e aproximadamente 4 cm (quatro
centímetros) quando for um bebê.

348
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

O procedimento de reanimação da vítima é bem exaustivo. Sendo assim, para a boa


qualidade do procedimento é aconselhável a troca de socorristas a cada dois minutos.

Observações:
a) De acordo com a Associação Americana do Coração, ao aproximar-se de uma vítima,
adolescente ou adulta, que acabou de sofrer uma parada cardiorrespiratória o socorrista
leigo não precisa realizar respirações boca a boca, pois no sangue dessas vítimas, que
entram em colapso de repente, ainda há oxigênio suficiente para manter seus órgãos
vitais saudáveis. O mais importante é realizar as massagens cardíacas, para a
circulação do sangue continuar no coração e no cérebro, até a chegada do socorro
profissional. Respirações boca a boca intercaladas com massagens cardíacas são
necessárias quando a vítima for um bebê, uma criança ou em casos de parada
cardiorrespiratória por tempo prolongado – onde o socorrista deverá realizar 2 (duas)
insuflações (respirações boca a boca) a cada 30 (trinta) compressões (massagens
cardíacas), até a chegada do socorro profissional ou até que haja reação por parte da
vítima.
b) em condições normais, a quantidade de batimentos cardíacos por minuto será:
 recém-nascido: de 130 a 140 vezes;
 crianças: de 100 a 115 vezes;
 adultos: de 70 a 80 vezes;
 idosos: de 60 a 70 vezes.

c) Taquicardia é quando o coração se encontra com batimentos a mais do que o normal


(batimento acelerado). Bradicardia é quando o coração se encontra com batimentos a
menos do que o normal.

6.1.3. Hemorragia
Perda contínua de sangue devido ao rompimento de vasos sanguíneos, veias, artérias
ou capilares (pequenos vasos).

Hemorragia

Observação: Quando uma artéria se rompe o sangue esguicha; quando uma veia se
rompe o sangue escorre.

349
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Sintomas: palidez, pele fria, sudorese, náuseas, vômito, tontura, sede, pulsação fraca
(difícil de palpar) e rápida, mucosa seca e descorada, coração disparado (taquicardia)
– a vítima pode perder a consciência (devido à isquemia cerebral).

Tipos:
Interna: que pode ser:
Estomacal: a vítima apresenta endurecimento e dor na barriga além de sangue vermelho
vivo e coagulado (como se fosse borra de café) saindo pela boca – sintoma chamado
de hematêmese.

Pulmonar: a vítima queixa dor ao respirar e apresenta expectoração de sangue por meio
de tosse (sangue vermelho rutilante e espumoso) – sintoma chamado de hemoptise.

Nasal: a vítima apresenta sangramento pelo nariz – sintoma chamado de epistaxe.

Externa: que pode ocorrer em qualquer parte do corpo.

O que fazer:
Interna:
As hemorragias internas são mais difíceis de serem contidas, pois o socorrista não tem
acesso ao ferimento.

Para amenizar a situação, o socorrista deve:

Pulmonar e Estomacal =>manter a vítima deitada (de preferência, com a cabeça ao


nível mais baixo que o coração), virar sua cabeça para o lado (para não sufocar com o
sangue) e colocar compressa de gelo sobre o local, para coagulação do sangue e para
vaso constrição. Não dê nada de beber (não dê água) e nem de comer à vítima.

Observação: para proteção da pele, antes de colocar a "compressa de gelo" forre o


local (no corpo da vítima) com um pano limpo.

Técnica para hemorragia interna

Nasal =>manter a vítima com a cabeça ao nível mais alto que o coração (sentada, de
preferência), comprimir suas narinas por aproximadamente 10 (dez) minutos e colocar

350
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

compressas de gelo sobre o nariz, nuca e testa (antes de colocar a "compressa de


gelo" forre o local com um pano limpo).

Técnica para hemorragia nasal

Externa:
Com o auxílio de uma compressa limpa, seca (para ajudar na coagulação) e fina (para
saber se a hemorragia realmente cessou), o socorrista deve fazer uma pressão direta
sobre o ferimento e elevar o membro ferido (colocando-o no nível mais alto que o
coração). Se não estancar, fazer uma compressão arterial (utilizando a própria mão) –
o socorrista deve pressionar acima do ferimento, na parte do membro onde haja apenas
um osso e em local onde haja pulsação (isso para reduzir o fluxo de sangue que chega
até o local ferido).

Hemorragia externa

Observação: Devido à grande possibilidade de complicações à vítima e da má


utilização por parte de alguns socorristas, ficou estabelecido que o torniquete (ou
garrote) não deve mais ser utilizado como procedimento em hemorragias externas.

6.1.4. Fratura
Rompimento (quebra) total ou parcial de um osso.

Sintomas: edema, perda de mobilidade, perda de sensibilidade, deformidades, forte dor


no local, hematomas, sensação de atrito no local.

Tipos:
Interna ou Fechada > rompimento do osso, sem perfuração da pele.

351
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Exposta ou Aberta > rompimento do osso, com perfuração da pele (geralmente é


acompanhada de hemorragia, tornando-a mais grave).

Fratura interna e exposta

O que fazer:
Interna: imobilizar o membro fraturado utilizando talas e transportar a vítima para o
hospital.

Fratura interna Tala inflável

Observações:
- nas fraturas internas, o socorrista deve usar o método “AI”: alinhar e imobilizar
(atenção: alinhar sim, ajeitar não). O alinhamento só poderá ser feito quando não houver
lesões nas articulações (juntas) do membro fraturado.

- somente nas fraturas internas o socorrista poderá utilizar tala inflável.

- o comprimento ideal de uma tala é aquele que excede as juntas do membro a ser
imobilizado.

Exposta: cuidar primeiro do sangramento (hemorragia), imobilizar o membro do jeito que


se encontra, cobrir o ferimento (pano, plástico, papel alumínio etc. – desde que bem
limpo) para evitar infecção e transportar a vítima para o hospital.

352
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observações:
- na fratura exposta o membro não deve ser alinhado;

- não pode ser utilizada tala inflável;

- para cuidar da hemorragia o socorrista não poderá pressionar sobre o local e nem
elevar o membro ferido. Portanto, só restará a alternativa de se fazer uma compressão
arterial – como foi explicado nas hemorragias externas.

As fraturas podem ser:


Completas: quando o osso quebra e se separa (podendo perfurar ou não a pele);

Fratura completa

Incompletas: quando o osso quebra e não se separa (como se tivesse trincado).

Fratura incompleta

6.1.5. Luxação e entorse


LUXAÇÃO: é o deslocamento de ossos de uma articulação (junta), com ou sem o
rompimento dos ligamentos.

ENTORSE: é a torção de ossos de uma articulação (junta), com ou sem rompimento


dos ligamentos.

353
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Os sintomas e os procedimentos, nas 2 (duas) lesões (luxação e entorse), serão os


mesmos de uma fratura interna, porém, como a lesão ocorreu na articulação, o membro
não pode ser alinhado – basta imobilizá-lo e transportar a vítima para o hospital.

Observação: Nestas lesões é muito comum as pessoas, que não tem conhecimento,
quererem puxar o membro ou tentar colocá-lo no lugar. Portanto, o socorrista não deve
permitir esse tipo de conduta, pois pode agravar a situação – chegando até a romper os
ligamentos.

Luxação e entorse

6.1.6. Fratura na coluna


Fratura na coluna é o rompimento de um osso (vértebra) da coluna vertebral.

A coluna vertebral, que serve de apoio para as outras partes do esqueleto, é formada
por 33 (trinta e três) ou 34 (trinta e quatro) vértebras que são ligadas por articulações e
divididas da seguinte forma:

Coluna cervical – vértebras que se localizam no pescoço;

Coluna torácica (ou dorsal) – vértebras que se localizam no tórax; servem para
inserção das costelas;

Coluna abdominal (ou lombar) – vértebras maiores, localizadas na região abdominal;


é esta região que suporta todo o peso do tronco, dos membros superiores, do pescoço
e da cabeça quando o ser humano se encontra em posição sentada ou em pé.

Coluna pélvica – vértebras que se localizam na região da cintura.

354
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Coluna vertebral

No interior da coluna vertebral encontra-se a medula espinhal que, por ser o


prolongamento do sistema nervoso central, é a responsável pelo comando de todos os
movimentos do corpo humano, da respiração (permitindo abrir e fechar o diafragma),
dos impulsos para urinar e evacuar, dentre outras funções relacionadas aos estímulos
nervosos – a medula transmite estímulos nervosos às demais partes do corpo.

Dependendo dos movimentos feitos com o corpo da vítima, que sofreu fratura na coluna,
o osso (da vértebra) quebrado acaba por romper a medula.

Por isso, toda lesão na coluna deve ser tratada com o máximo de cuidado possível, pois
a vítima pode ficar paraplégica ou tetraplégica, para o resto da vida, caso o socorro não
seja adequado. Pode até haver morte súbita por parada respiratória, quando a medula
cervical é atingida – quanto mais alta a lesão vertebral mais grave será para a vítima.

Sintomas: deformidades (que são sentidas apalpando a coluna), forte dor na coluna,
perda de mobilidade dos membros (que ocorre do local do rompimento para baixo – que
pode ser ou só nas pernas, quando a lesão for na coluna dorsal ou lombar, ou nos
braços e nas pernas, quando a lesão for na coluna cervical), perda de sensibilidade nos
membros e formigamento nas extremidades do corpo.

Observações:
• vítimas inconscientes devem ser tratadas como se tivessem fraturado a coluna – por
não ter como identificar esse tipo de lesão nos que estão inconscientes.

• a perda de movimentos apenas de um lado do corpo não é sintoma de fratura na


coluna. Nesta situação é bem provável que a vítima esteja sofrendo um derrame
cerebral.

O que fazer: imobilizar totalmente a vítima, principalmente o pescoço (colar cervical),


por ser uma região mais flexível, e transportá-la em uma superfície plana (maca – que

355
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

pode ser improvisada) ou com, no mínimo, 4 (quatro) socorristas (distribuídos da


seguinte forma: cabeça, tórax, abdômen e pernas).

O ideal, nos casos de fratura na coluna, é que o transporte seja feito por especialistas
(Resgate, COBOM, SAMU).

Resgate com superfície plana

Nem sempre o primeiro veículo que aparece poderá ser utilizado para o transporte da
vítima com lesão na coluna, pois o veículo mais adequado é aquele que tenha uma
superfície plana.

6.1.7. Fratura no crânio


Fratura no crânio é o rompimento de ossos na cabeça. Lesão na caixa craniana.

Sintomas: forte dor na cabeça, inchaço, deformidades, perda de mobilidade, palidez,


pode haver sangramento pelo nariz e ouvido.

O que fazer: imobilizar a cabeça da vítima e transportá-la mantendo sua cabeça ao


nível mais alto que o coração (elevar a cabeça da vítima, aproximadamente, 30 cm
(trinta centímetros) de altura para reduzir a pressão sanguínea e estancar o
sangramento que ocorre pelo nariz e ouvido).

Fratura no crânio

356
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

6.1.8. Traumatismo craniano (traumatismo cranioencefálico)


Deslocamento (abalo) de partes internas da cabeça (encéfalo, cerebelo, massa
encefálica etc.) devido a um forte impacto.

É a pior lesão corporal, pois a cada mil vítimas apenas uma se salva (sem sequelas).

Sintomas: inconsciência (na maioria das vezes), palidez, uma pupila dilatada e outra
contraída, vazamento de líquido (chamado líquor) de aparência rosa claro (um pouco
amarelado) pelo nariz e ouvido – se a vítima não perder completamente a consciência
ela manifestará enjoo, tontura e forte dor de cabeça.

O que fazer: proceder da mesma forma que se procede na fratura no crânio. O


socorrista deve suspeitar de lesão na coluna, pois, na maioria das vezes, as vítimas de
traumatismo cranioencefálico perdem a consciência.

6.1.9. Convulsões
Convulsões são contrações involuntárias da musculatura, com movimentos
desordenados e outras reações anormais como desvio dos olhos e tremores.

Ocorre devido a uma sobrecarga de estímulos nervosos no cérebro (descarga


bioenergética no cérebro).

Causas: preocupações excessivas, bebida alcoólica, estado de choque, tensão nervosa


excessiva, ansiedade em excesso, febre, drogas etc.

Sintomas: palidez, cianose, desvio dos olhos, inconsciência, salivação abundante (que
não é contagiosa), movimentos com todo o corpo, cabeça inclinada para trás.

O que fazer:
- preocupar-se, inicialmente, com a cabeça da vítima virando-a para trás e um pouco
para o lado (para a vítima não sufocar com a própria saliva);

- retirar do corpo da vítima objetos que possam machucá-la (relógio, pulseira etc.);

- retirar, de perto da vítima, objetos que possam machucá-la (jarra de vidro, peça de
louça etc.);

- não colocar (nem jogar) nada na boca e nariz da vítima;


- colocar uma compressa fria na testa da vítima;

- não prender seus movimentos (deixar a vítima mexer à vontade – isso faz com que a
crise passe mais rápido – o excesso de estímulos se dissipa com os movimentos.

- não colocar a mão na boca da vítima, pois ela pode morder os dedos do socorrista
com tamanha força que pode arrancar pedaços.

357
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Ao manter a cabeça da vítima um pouco inclinada para trás, suas vias aéreas estarão
livres e a língua não será capaz de impedir a entrada de ar.

Observação: um pequeno pedaço de pano pode ser colocado na lateral da boca da


vítima (entre seus dentes) caso ela esteja mordendo em sua própria língua.

Convulsão

6.1.10. Queimaduras
Queimaduras são lesões provocadas pelo calor, eletricidade, produtos químicos e
produtos radioativos.

Tipos:
Primeiro grau – é quando ocorre lesão da camada superficial da pele – a pele fica
avermelhada, não há formação de bolhas e a dor é suportável.

Queimadura de primeiro grau

Segundo grau – é quando ocorre lesão das camadas mais profundas da pele – formam-
se bolhas, a pele se desprende e a dor é insuportável.

Terceiro grau – é quando ocorre lesão de todas as camadas da pele, inclusive


músculos e tecidos mais profundos, podendo chegar ao osso – não há dor (destruição
dos tecidos nervosos).

358
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A gravidade da queimadura é determinada pela extensão da área atingida e não pelo


grau da queimadura. Assim, podemos ter:

Um pequeno queimado – quando atinge até 10% da massa corpórea.

Um grande queimado – quando atinge mais de 10% da massa corpórea.

Gravidade das queimaduras

O que fazer:
Primeiro Grau:
- retirar objetos do corpo da vítima (relógio, anel, aliança etc.) – como os objetos não se
prendem à pele (na queimadura de primeiro grau), eles podem ser retirados;

- colocar a região queimada submersa em água fria (para aliviar a dor, evitar a formação
de bolhas e evitar inchaço);

- não passar nenhum produto sobre o local;

- se a vítima estiver consciente e não houver lesões internas, ofereça-lhe água para
hidratá-la (única situação na qual deve se dar água à vítima: queimaduras).

Alívio para a dor

Segundo e terceiro graus:


- não retirar roupas e objetos grudados no corpo da vítima;

359
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

- não perfurar bolhas;

- não passar produtos sobre o local;

- colocar compressas frias sobre o local (para amenizar a dor e cessar a queimadura –
pois, com o excesso de temperatura, os tecidos continuam queimando);

- após resfriar, cobrir o local com um plástico, papel alumínio ou pano limpo (para evitar
infecção e hipotermia);

- se a vítima estiver consciente e se não houver lesões internas, dê-lhe água para
hidratá-la (única situação na qual deve se dar água à vítima: queimaduras);

- manter a cabeça da vítima no nível mais baixo que o corpo.

Cobrir a queimadura

Observação: Não se deve dar água às vítimas com lesão no abdômen e às vítimas
inconscientes. As compressas frias devem ser colocadas apenas sobre o local
queimado, para evitar hipotermia.
Queimadura por produto químico líquido: lavar com bastante água corrente e retirar
as roupas umedecidas com o produto químico. Se o produto atingir os olhos, o
procedimento também será lavar com bastante água (limpa) corrente ou soro fisiológico
e encaminhar a vítima para o hospital. Esse tipo de queimadura pode ocorrer quando
há o contato de partes do corpo com a solução ácida da bateria do veículo.

Queimadura por produto químico líquido

360
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

6.1.11. Ferimentos em geral


Ferimentos no tórax: os ferimentos no tórax (perfurações, por exemplo) podem atingir
o pulmão da vítima. Nesse caso poderá haver secreções pelo local. O socorrista deve
fazer um curativo oclusivo utilizando papel alumínio, plástico ou ataduras. O curativo
deve ser feito de forma a vedar todo o ferimento.

Ferimentos no tórax

Ferimentos no abdômen: o socorrista deve cobrir o ferimento para evitar infecção. Nos
casos de ferimentos no tórax e abdômen, o socorrista não deve fazer uma forte pressão
sobre o local – como ele faria se o ferimento fosse nos membros. A pressão é feita
levemente. Se houver vísceras (órgãos internos) expostas pelo ferimento o socorrista
não deve tocá-las (e nem tentar colocá-las para dentro do abdômen) e sim cobri-las com
pano úmido e limpo (pode ser usado plástico ou papel alumínio), para manter a umidade
das células e para evitar infecção, e enfaixar com leve pressão – para mantê-las do jeito
que estão.

Ferimentos no abdômen

Ferimento na cabeça: geralmente, por ser um local de grande circulação de sangue,


os ferimentos na cabeça apresentam um grande sangramento. Nesse caso, o socorrista
deve fazer uma leve pressão sobre o ferimento (utilizar um pano limpo e seco) e manter
a cabeça da vítima no nível mais alto que o coração (manter a vítima sentada, de
preferência).

361
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Ferimento na cabeça

Observação: “Bandagens na cabeça, tórax ou abdômen não devem ser apertadas”.

Ferimento nos olhos: pode ocorrer de algum objeto atingir o olho da vítima e ficar
encravado. Nesse caso, o socorrista não deve retirar o objeto encravado e, sim,
estabilizá-lo no local. Feito isso, deverá cobrir os 2 (dois) olhos da vítima e transportá-la
para o hospital.

Ferimento nos olhos

Objetos encravados: objetos que ficam presos no corpo da vítima. Neste caso, o
socorrista não deve retirar o objeto e sim imobilizá-lo no local em que se encontra.

Objeto encravado

362
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

6.1.12. Estado de choque


Estado de choque é o estado de depressão do funcionamento do organismo da vítima
devido a uma falha na circulação sanguínea (o coração e os vasos sanguíneos não
conseguem irrigar todos os tecidos do corpo, não lhes fornecendo, assim, oxigênio
suficiente). Pode ocorrer também por razões emocionais.

Causas: hemorragias (mais frequente das causas), fortes emoções, choque elétrico,
queimaduras, envenenamento, ataques cardíacos, exposição a temperatura muito alta
ou muito baixa, ferimentos graves (fratura exposta, traumatismos no tórax e no abdômen
etc.), picadas de animais peçonhentos, infecções, inflamações etc.

Tipos:
Choque hipovolêmico – causado por hemorragia ou desidratação (queimadura, diarreia,
vômito etc.).

Choque séptico – causado por infecções provocadas por bactérias ou vírus.

Choque anafilático – causado por reações alérgicas – intoxicações (envenenamento).

Choque cardíaco – causado pela dificuldade, que tem o coração, de bombear o sangue
– infarto, arritmia etc. (é possível que as fortes emoções causem alterações nos
batimentos cardíacos e, consequentemente, levem a vítima ao choque cardíaco).

Sintomas: pele fria e pegajosa // náuseas // suor na testa e palma da mão // vômitos //
palidez // cianose // ansiedade // respiração rápida e irregular // visão nublada // pulso
fraco e rápido // pupilas dilatadas // calafrio (tremores).

Observação: Em casos de estado de choque, a vítima ficará inconsciente ou


parcialmente inconsciente.

O que fazer:
- manter a vítima deitada com a cabeça ao nível mais baixo que o coração;

- afrouxar suas roupas;

- arejar o local onde a vítima se encontra;

- desobstruir suas vias aéreas;

- virar sua cabeça para o lado – para não sufocar (em casos de vômito);

- elevar suas pernas (incentivar o sangue a correr para a cabeça da vítima);

- solucionar a causa do choque (exemplo: se a causa do choque for uma hemorragia,


procurar estancá-la);

363
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

- agasalhar a vítima e transportá-la para o hospital.

Observação: durante o trajeto para o hospital o socorrista deve conferir,


constantemente, os sinais vitais da vítima (caso ela esteja inconsciente) ou conversar
com ela para acalmá-la (caso esteja parcialmente consciente).

Estado de choque

364
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

7. CUIDADOS COM A VÍTIMA – O QUE NÃO FAZER


Existem procedimentos que, de um modo geral, não devem ser adotados, pois podem
agravar a situação das vítimas.

Portanto, em qualquer situação, o socorrista:

Não deve dar-lhes nenhuma bebida.

Não deve dar-lhes nenhuma comida.

Não deve passar nenhum produto em nenhuma parte dos seus corpos.

Não deve oferecer-lhes nada para cheirar.

Não deve dar tapas nas vítimas inconscientes, para que voltem à consciência.

Não deve fazer-lhes torniquetes.

Não deve movimentá-las (a não ser nos casos de perigos imediatos às vítimas, como:
incêndio, quedas, atropelamentos, soterramento etc.).

Não deve retirar o capacete de um motociclista.

365
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

8. CUIDADOS ESPECIAIS COM A VÍTIMA MOTOCICLISTA


Ao se deparar com um motociclista que acabou de sofrer um sinistro (acidente), o
socorrista deve proceder da seguinte forma:

Não retirar-lhe o capacete (para não agravar as lesões que podem ter ocorrido em sua
coluna cervical ou em sua cabeça).

Verificar se o capacete está impedindo ou dificultando a respiração.

Abrir a viseira do capacete (sem movimentar a cabeça), para facilitar-lhe a respiração.

Estancar hemorragias externas (o que é muito comum ocorrer em casos de sinistros


(acidentes) com motociclistas).

Afastar o perigo de perto da vítima, para que ela possa ser mantida no local, após o
sinistro (acidente).

Não movimentar-lhe, pois as fraturas são muito comuns em vítimas motociclistas.

Sinistro (acidente) com motociclista

366
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

9. TRANSPORTE DE VÍTIMAS
Se possível, o transporte deve ser feito por especialista em primeiros socorros. Porém,
há situações em que o transporte deverá ser feito pelos próprios socorristas (por
exemplo: no município não há resgate e nem corpo de bombeiros, o resgate está
atendendo outro sinistro (acidente), há inúmeras vítimas e o resgate não consegue
transportar todas etc.).

Para que o socorrista transporte a vítima para o hospital é necessário que ele tenha
certeza:

- de que a vítima pode ser removida;

- de que está preparada para ser transportada (pernas e braços amarrados, pescoço
com colar cervical etc.).

- de que ele fará a remoção de forma correta;

- de que a situação da vítima não vai agravar com o transporte;

- de que o método de transporte que ele utilizará (de acordo com a situação e lesão
apresentada pela vítima) é o mais indicado (transporte pelo ombro, transporte por
método cadeirinha, transporte por 4 (quatro) socorristas, transporte por arrastamento
etc.).

Tipos de transporte de vítimas

Observações:
a) quando for necessária a remoção de uma vítima e houver, no local, 3 (três) ou 4
(quatro) socorristas voluntários, um deles deve cuidar exclusivamente da cabeça e da
coluna cervical (pescoço), um outro cuida do tronco e dos membros superiores e os
outros cuidam dos membros inferiores, como mostra a figura anterior. Antes do
transporte, a vítima deve ser totalmente imobilizada, principalmente o pescoço, com o
colar cervical.

367
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

b) quando a vítima encontrar-se em local de risco (por exemplo: próximo a um


vazamento de gasolina, com princípio de incêndio) o socorrista deverá arrastá-la para
longe do local de perigo. Este método de transporte (arrastamento) é utilizado somente
nestas situações. O socorrista puxa a vítima pelos ombros (pegando por baixo de suas
axilas) elevando o mínimo possível o seu tronco – para preservar a coluna. Porém, deve
sempre lembrar-se de que o ideal é afastar o perigo da vítima e não a vítima do perigo.

Vítima em situação de risco

368
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

10. RESUMO
Você chegou ao final da disciplina de Primeiros Socorros!

Durante o estudo deste conteúdo, você pôde recordar as noções básicas de primeiros
socorros e sua finalidade, a importância do socorrista para as vítimas de sinistro
(acidente), os materiais a serem utilizados na prestação do socorro inicial e, também,
as primeiras providências que deverão ser tomadas.

Teve a oportunidade, ainda, de ampliar seus conhecimentos sobre a prioridade no


atendimento às vítimas, que podem estar conscientes ou inconscientes, e o que não
deve ser feito.

Além disso, estudou sobre o cuidado com a vítima motociclista, as técnicas que toda
pessoa pode utilizar durante o atendimento, os tipos de hemorragias e o transporte das
vítimas.

Esta disciplina teve como objetivo explicar as primeiras providências a serem tomadas
em caso de sinistros (acidentes) de trânsito, como deve ser feita a sinalização do local
do sinistro (acidente), a maneira de avalizar as condições gerais de uma vítima de
sinistro (acidente). Expor acerca do acionamento de recursos, tais como: bombeiros,
resgate, polícia, ambulância, concessionária da via dentre outros.

Teve também o intuito de explicar os cuidados específicos com vítimas motociclistas.

Agora, para dar continuidade aos seus estudos, você deverá ler os conteúdos
disponíveis no Material de Apoio, realizar os Exercícios de Fixação para avaliar sua
aquisição de conhecimentos.

369
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

TÍTULO 4 – NOÇÕES DE PROTEÇÃO E RESPEITO AO


MEIO AMBIENTE E DE CONVÍVIO SOCIAL NO TRÂNSITO
1. MEIO AMBIENTE
“Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.”

Cultivo

Os termos “meio” e “ambiente” são equivalentes. Embora configure “pleonasmo”, a


expressão “meio ambiente” se tornou de utilização comum e de reconhecimento amplo
dentre os povos e as nações – para maior enfoque ao tema.

Meio ambiente também pode ser definido como a “interação do conjunto de elementos
naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em
todas as suas formas”.

O meio ambiente engloba o homem e a natureza, com todos os seus elementos. Trata-
se, pois, de um bem difuso, interdependente. Sendo assim, danos ao meio ambiente
implicam em danos à coletividade humana.

GIF Meio ambiente

“O ser humano pertence a um todo maior que é complexo, articulado e


interdependente”.

370
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A interdependência homem-natureza é perceptível, de forma incontroversa, pelo


simples fato de ser impossível a existência material do homem sem a existência da
natureza.

O homem pertence à natureza, originou-se dela e canaliza todos os seus recursos para
suas próprias funções e desenvolvimento, não lhe dando nada em troca. Ele é
dependente da natureza. Todos os seus recursos originam-se dela.

O ser humano não domina a natureza, por isso deve buscar caminhos para uma
convivência pacífica entre ela e sua produção, sob pena de extermínio da espécie
humana.

Alimentação saudável

Bem finito

A natureza é finita e pode ser degradada pela utilização perdulária de seus recursos
naturais.

371
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Exemplo de rio poluído 1 Exemplo de rio poluído 2

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Exemplo de rio poluído 3

A luta pela convivência harmônica com o meio ambiente não é somente


responsabilidade de alguns grupos preservacionistas, mas missão política, ética e
jurídica de todos os cidadãos que tenham consciência da destruição que o ser humano
está realizando, em nome da produtividade e do progresso.

Poluição do ar

372
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os


infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Apreensão de animais silvestres Queimada ilegal

Recursos ambientais: a atmosfera; as águas interiores, superficiais e subterrâneas; os


estuários (foz); o mar territorial; o solo; o subsolo; os elementos da biosfera; a fauna e
a flora.

Litosfera – conjunto dos sólidos da terra.


Atmosfera – o conjunto dos gases da terra.
Hidrosfera – conjunto das águas da terra.
Biosfera – conjunto dos seres vivos da terra e seus habitats.

Sistema terrestre

A Floresta Amazônica Brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-


Grossense e a Zona Costeira são considerados “Patrimônio Nacional”.

373
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Patrimônio nacional

1.1. Meio ambiente natural


Meio ambiente natural são aqueles que se formaram sem intervenção humana tais como
rios, lagoas, praias etc. Porém, apesar de terem sua dinâmica natural, esses ambientes,
em muitos casos, são influenciados pela ação humana.

Meio ambiente natural

1.2. Meio ambiente artificial


Meio ambiente artificial são aqueles que se formaram com a intervenção do homem tais
como praças, canteiros, hortas, cidades etc.

Meio ambiente artificial

374
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

2. POLUIÇÃO AMBIENTAL
Poluição ambiental é a alteração desfavorável do meio pelos subprodutos e resíduos
resultantes da atividade humana.

É qualquer modificação das características de um ambiente, prejudicando-o, tornando-


o impróprio às formas de vida que ele normalmente abriga.

Pode-se dizer, também, que poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante


de atividades que direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos.

Poluição ambiental

“As mudanças podem afetar o homem de forma direta ou indireta por intermédio de
sua água, seus alimentos, nas oportunidades de recreação e apreciação da natureza
etc.”.

2.1. Causas da poluição ambiental – poluentes


Poluentes são elementos causadores da poluição. Esses elementos modificam as
condições ambientais tornando-as prejudiciais aos seres vivos. A alteração
(modificação) adversa das características do meio ambiente é denominada Degradação
Ambiental. Portanto, pode-se dizer que os poluentes causam degradação ambiental.

Os veículos automotores e as indústrias são os principais emissores de poluentes.

375
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Veículos poluidores

Consequência da poluição ambiental: os processos industriais e os fenômenos da


concentração urbana deixam no meio ambiente grandes quantidades de resíduos que
o desequilibram sensivelmente, acarretando consequências prejudiciais como:

- agravos à saúde;

- prejuízos aos rios e aos mares;

- prejuízos à fauna e à flora;

- prejuízos ao solo.

Desequilíbrio ambiental

Degradação ambiental

376
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

GIF Consequências da degradação ambiental

2.2. Tipos de poluição


- poluição do ar;

- poluição térmica;

- poluição do solo;

- poluição sonora;

- poluição radioativa;

- poluição visual;

- poluição mental;

- poluição da água (rios, lagos etc.).

Poluição visual

377
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Poluição do solo

2.3. Quantidade de poluição


Pode-se medir a poluição pelos seus efeitos sobre o organismo humano e seres vivos
em geral – a maioria dos poluentes intoxicam os organismos.

A ação dos poluentes vai depender, principalmente, da concentração do poluente no


organismo e da sensibilidade deste (que varia de acordo com a idade, condições
intrínsecas, resistência etc.). Uma substância pode ser inofensiva em baixa
concentração como pode ser progressivamente tóxica e prejudicial em concentrações
mais altas. Assim como uma pequena quantidade de uma substância pode ser tóxica
para um e ser inócua para outro.

Ação dos poluentes

Quando uma substância tóxica entra no organismo, o fígado a metaboliza (transforma)


para que seus efeitos sejam reduzidos ou neutralizados, e os rins eliminam seus
resíduos. Porém, dependendo da quantidade e da concentração do poluente, a barreira
oferecida pelo fígado é transposta pela substância tóxica que cai na circulação
sanguínea podendo afetar qualquer órgão.

Sintomas de intoxicação aguda: mal-estar, náusea, vômitos, dificuldade para respirar,


ansiedade, falta de ar e taquicardia.

Partes mais atingidas: fígado, rins, vias respiratórias, pulmões e sistema nervoso.

378
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Sintomas de intoxicação

2.4. Classificação dos agentes poluentes ao meio ambiente


Os agentes poluentes ao meio ambiente podem ser:

Químicos (fumaça, poeira, neblina, gases, vapores, solventes).

Físicos (luz, radiação, calor, frio, ruído, vibração, pressão).

Biológicos (bactérias, micróbios, fungos etc.).

Poluente químico Poluente físico Poluente biológico

Biossegurança – é o conjunto de estudos e procedimentos que visam evitar ou


controlar os riscos provocados pelo uso de agentes químicos, físicos e biológicos
à biodiversidade.

2.5. Lixo lançado nas vias


O lixo jogado nas vias públicas urbanas ou nas margens das rodovias estimula a
proliferação de insetos e roedores, o que favorece a transmissão de doenças
contagiosas.

379
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Roedores

Outros materiais jogados no meio ambiente, como garrafas plásticas e latas, levam
muito tempo para ser absorvidas pela natureza. Logo, custa muito caro para a sociedade
manter limpos os espaços públicos e recuperar a natureza afetada.

Tempo de decomposição de objetos

Por isso:

- Mantenha sempre sacos de lixo dentro do veículo. Não jogue lixo na via pública, nos
terrenos baldios ou na vegetação à margem das rodovias.

- Entulhos devem ser transportados para locais próprios. Não jogue entulhos em vias e
em suas margens.

- Em caso de sinistro (acidente) com transporte de produtos perigosos (químicos,


inflamáveis, tóxicos), procure isolar a área e impedir que eles atinjam rios, mananciais
e a flora.

Atenção!
Para saber mais sobre os produtos perigosos acesse, no Material de Apoio, os itens
referentes a “Produtos Perigosos”.

- Faça a manutenção, conservação e limpeza do veículo em local próprio. Não derrame


óleo ou descarte materiais na via e nos espaços públicos.

380
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

- Ao observar situações que agridam a natureza, sujem os espaços públicos ou que


também possam causar riscos para o trânsito, solicite ou colabore na sua remoção ou
limpeza.

Conservação do espaço público

- O espaço público é de todos, faça a sua parte mantendo-o limpo e conservado.”

381
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

3. O VEÍCULO COMO AGENTE POLUIDOR DO MEIO AMBIENTE


Nota-se que os veículos têm poluído a atmosfera em quantidade maior do que deveriam.
Motivos: consumo de combustível de má qualidade (exemplo: excesso de enxofre), o
que impede uma combustão mais eficiente e com menos fuligem; falta de manutenção
(preventiva e/ou corretiva); motores de concepção mecânica antiquada, superada e com
poucos (ou nenhum) mecanismos de proteção ambiental, dentre outros.

Automóvel poluidor

3.1. Combustíveis X poluição

Tipos de combustíveis

Observação: Durante a produção do álcool é gerado Vinhaça (ou Vinhoto) que é


altamente tóxico, atualmente reciclado para a obtenção de adubos e outros produtos.

3.2. Chuva ácida


Os resíduos lançados na atmosfera (por indústrias, escapamentos de automóveis e
outros poluidores) contêm, dentre outros, gás sulfídrico (que se dilui facilmente em água)
e óxidos de enxofre.

Assim, a grande quantidade desses gases lançada na atmosfera entra em contato com
a água, presente no ar, se transforma em ácido (sulfúrico) que, juntamente com a chuva
(ou neve, neblina, sereno, orvalho), cai na terra – daí o nome “chuva ácida”.

382
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A chuva ácida é corrosiva (corrói prédios, monumentos, objetos de metal etc.) e


aumenta a acidez (pH) do solo e das águas (rios, lagos etc.) – dificultando a agricultura,
matando plantas e destruindo parte da vida no ambiente aquático.

A chuva ácida é considerada a principal precipitação atmosférica dos poluentes


industriais, embora também ocorra a precipitação na forma de depósitos secos –
cinzinas.

Chuva ácida

3.3. Efeito estufa


Consiste no superaquecimento das camadas inferiores da atmosfera devido a uma
maior absorção da radiação infravermelha. Isso se deve a um aumento de gases
poluentes (gás carbônico, óxidos de nitrogênio, gás metano, clorofluorcarbono) emitidos
pelos veículos e indústrias (que têm o poder de destruir a camada de ozônio).

Camada de Ozônio - camada de gás, da atmosfera, que protege as pessoas, os


animais, as plantas, o solo etc. contra os nocivos raios solares (raios ultravioletas –
radiação UV) – que podem causar câncer de pele, queimaduras, envelhecimento da
pele etc.

Fases do efeito estufa:


1 - Os raios solares atravessam a atmosfera e esquentam a superfície da Terra.

2 - A Terra resiste ao calor e emite radiações infravermelhas.

3 - Parte desta energia, irradiada da Terra, se perde no espaço.

4 - Porém, a maior parte desta energia, irradiada da Terra, fica embutida (gás de estufa)
e volta novamente à Terra esquentando o planeta.

383
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Exemplo efeito estufa

“O gás que mais contribui para o efeito estufa é o Dióxido de Carbono (Gás Carbônico)”.

Efeito estufa

3.4. Biocombustíveis
Trata-se de uma alternativa de combustível menos poluente. Os biocombustíveis fazem
parte da busca por alternativas de combustíveis menos poluentes e de fontes
renováveis, gerando grande interesse de pesquisas aprofundadas em vários países.

Origem: vegetais (sementes, plantas, frutos etc.) e material orgânico em geral.

No Brasil o biocombustível mais utilizado é o “etanol”.

384
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Etanol Biodiesel

Ciclo biogás

385
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

4. REGULAMENTAÇÃO DO CONAMA SOBRE POLUIÇÃO


AMBIENTAL CAUSADA PELOS VEÍCULOS
Neste item faremos uma breve exposição sobre os órgãos relacionados ao meio
ambiente, bem como sobre a regulamentação do Conselho Nacional do Meio Ambiente
no que diz respeito à poluição causada pelos veículos.

4.1. SISNAMA
O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) é o conjunto de órgãos e entidades
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como
as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da
qualidade ambiental.

O SISNAMA encontra-se estruturado da seguinte forma:

 Conselho de Governo (órgão superior): tem a função de assessorar o


Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes
governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais;
 Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA (órgão consultivo e
deliberativo): tem a função de assessorar, estudar e propor ao Conselho de
Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os
recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e
padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e
essencial à sadia qualidade de vida;
 Ministério do Meio Ambiente (órgão central): tem a missão de formular e
implementar políticas públicas ambientais nacionais de forma articulada e
pactuada com os atores públicos e a sociedade para o desenvolvimento
sustentável;
 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(Instituto Chico Mendes): têm a finalidade de executar e fazer executar
(“órgãos executores”) a política e as diretrizes governamentais fixadas para o
meio ambiente, de acordo com as respectivas competências;
 Órgãos Seccionais: órgãos ou entidades da Administração Pública Federal
direta e indireta, as fundações instituídas pelo Poder Público cujas atividades
estejam associadas às de proteção da qualidade ambiental ou àquelas de
disciplinamento do uso de recursos ambientais, bem como os órgãos e entidades
estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle
e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; e
 Órgãos Locais: órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e
fiscalização das atividades capazes de provocar a degradação ambiental, nas
suas respectivas jurisdições.

386
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Cuidados com meio ambiente

4.2. Regulamentação do CONAMA


O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) criou um programa objetivando a
redução de emissão de poluentes por veículos automotores: o PROCONVE (Programa
de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores).

Veículo em abastecimento

O PROCONVE visa:
- induzir o atendimento dos padrões de qualidade dos combustíveis e dos veículos;

- promover o desenvolvimento tecnológico nacional, visando redução da poluição;

- promover a melhoria das características técnicas dos combustíveis, para menor


poluição;

- promover programas de inspeção;

- promover a conscientização da população, acerca da poluição causada pelos veículos.

387
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

4.3. Bioética
Bioética é o ramo do saber ético que se ocupa da discussão e conservação de valores
morais de respeito à pessoa humana no campo das ciências da vida, visando não
permitir desastres ecológicos.

Trata-se, pois, de um estudo transdisciplinar entre medicina, biologia, filosofia e direito,


com o propósito de investigar as condições necessárias para uma administração
responsável da vida humana, animal e responsabilidade ambiental.

Pondera questões onde ainda não há consenso moral, tais como: clonagem, pesquisas
com células tronco, fertilização in vitro, aborto, eutanásia, transgênicos etc.

A Bioética é o fundamento dos princípios que regem a vida, principalmente nas ameaças
advindas das ciências biológicas.

Bioética

388
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

5. EMISSÃO DE GASES
A seguir, veremos os principais gases poluentes emitidos pelos veículos (bem como
pelas indústrias).

Monóxido de carbono – gás incolor, sem cheiro e sem gosto, resultante,


principalmente, da combustão incompleta dos combustíveis dos veículos. Reduz o
transporte de oxigênio pelo sangue (comprometendo os órgãos), provoca diminuição da
percepção, retardamento dos reflexos, sonolência, enxaqueca, afeta o sistema nervoso
central e o coração. Em grandes doses é letal – mata por asfixia (daí a importância da
ventilação em túneis, garagens e locais fechados onde haja veículos com motor ligado).

Dióxido de carbono – mais conhecido como gás carbônico. Gás produzido pela
combustão de produto orgânico (combustíveis dos carros, por exemplo) e pela
respiração dos seres vivos. Embora não seja tóxico, quando em excesso na atmosfera
se torna a grande causa do “efeito estufa”.

Dióxido de carbono

Dióxido de nitrogênio – resultante da combustão por veículos e indústrias. Gás que


produz irritações das vias respiratórias, olhos, nariz e garganta, reduz as funções
pulmonares e o aumento da susceptibilidade a infecções viróticas. Pode provocar
enfisema pulmonar.

Exame pulmonar

389
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Hidrocarbonetos – gás que contém hidrogênio e carbono. Podem ser cancerígenos


(benzeno). Causam: irritação nos olhos, nariz, pele e aparelho respiratório; tosse;
sonolência e doenças no sangue. Os hidrocarbonetos são produtos da queima
incompleta dos combustíveis (gasolina, álcool, diesel etc.).

Gás sulfídrico e óxidos de enxofre – gás com odor de ovos podres, solúvel em água
e etanol, muito venenoso. Combinam com a água existente no ar transformando-se em
ácido sulfúrico. É encontrado na acumulação de detritos orgânicos, estações de
tratamento de esgoto, indústrias de papéis etc. Já os óxidos de enxofre são emitidos na
queima de combustíveis fósseis. Têm potencial destrutivo quando em contato com
estruturas de concreto ou metálicas. Também são responsáveis pelo fenômeno
conhecido como “chuva ácida”.

Formação chuva ácida

Aldeídos – gás eliminado por veículos movidos a álcool. É prejudicial ao aparelho


respiratório, pois provoca tosse, bronquite, asma, dentre outras doenças
correlacionadas.

Clorofluorcarbono (CFC) – gás utilizado em ar-condicionado de veículos mais antigos.


Este gás, em casos de vazamento, evapora-se entrando em contato com a camada de
ozônio causando, assim, sua destruição (abrem-se buracos na camada de ozônio).
Atualmente tem-se utilizado no ar-condicionado dos veículos o HFC (hidrofluorcarbono)
que não destrói a camada de ozônio.

Observações:

a) os veículos automotores devem atender aos limites máximos de


emissões de gases e partículas estabelecidos pelo CONAMA;
b) os veículos automotores produzidos ou importados de quatro ou mais
rodas, com peso superior a 400 kg e velocidade máxima superior a 50
km/h, movidos a gasolina, devem ser dotados de sistema de controle de
emissão dos gases do cárter do motor.

390
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

6. EMISSÃO DE PARTICULAS (FUMAÇA)


Um dos maiores poluidores da atmosfera são os gases ou partículas emitidas quando o
carvão, o combustível ou o gás natural são queimados. Os gases emitidos pelos
veículos e indústrias vão alterando pouco a pouco a composição química atmosférica.
Essa alteração pode ser qualitativa ou quantitativa.

Será Qualitativa quando o gás emitido, pelas indústrias e pelos veículos, não fizer parte
da composição química da atmosfera.

Exemplo: gás sulfídrico liberado por determinadas indústrias.

Será Quantitativa quando o gás emitido, pelas indústrias e pelos veículos, fizer parte
da composição química da atmosfera.

Exemplo: gás carbônico liberado pelos veículos.

Composição do ar

6.1. Fuligem e outros componentes tóxicos


Fuligem é uma substância preta que advém da fumaça. São partículas minúsculas
emitidas pelos escapamentos dos veículos e resultantes da queima incompleta de
combustível (também chamadas de particulados inaláveis). Trata-se de partículas
microscópicas de carbono que absorvem compostos químicos potencialmente tóxicos
que, ao penetrarem profundamente nos pulmões (quando aspirados), agravam
bronquite e asma, além de possuir ação cancerígena. Os motores a diesel produzem,
consideravelmente, mais fuligem que os movidos a gasolina e a álcool. A fuligem é
composta de partículas líquidas e sólidas.

391
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Fumaça de veículo a diesel

392
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

7. EMISSÃO SONORA
Em relação à emissão sonora recomenda-se o nível de 40 dB (quarenta decibéis) para
o descanso e o sono – podendo variar entre 35(trinta e cinco) e 45 dB (quarenta e cinco
decibéis).

Ruído significa som alto e incômodo que pode causar estresse auditivo cujas
consequências são incômodo, fadiga e insônia.

Ruído acima de 80 dB (oitenta decibéis) afeta profundamente a saúde das pessoas –


mas os efeitos variam de acordo com o tempo ao qual as pessoas ficam expostas a ele.

Ruído acima de 100 dB (cem decibéis) afeta o ouvido de maneira irreversível.

Ruído de 120 dB (cento e vinte decibéis), ou mais, provoca dor e causa danos imediatos
e irreparáveis, tal como surdez.

Decibelímetro: aparelho que mede, em decibéis, a intensidade de ruído.

Decibelímetro

393
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Percepção humana de volume

Principais causas da poluição sonora:

• tráfego de veículos com descarga irregular e escapamento aberto;

• máquinas das indústrias;

• uso ilegal e/ou imoderado de buzinas estridentes e irregulares;

• alto-falantes emitindo som em volume não autorizado, especialmente em vésperas de


eleições;

• barulho de locomotivas e aviões.

Proibido buzinar

394
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Curiosidade:
A medida da intensidade do som é dada em decibéis cuja abreviatura é dB. A letra
B maiúscula foi estabelecida em homenagem a Alexander Graham Bell – Inventor
do telefone.

Consequências da poluição sonora (ruído):


Dor de cabeça, incômodo, distúrbios gástricos, fadiga, zumbidos e deficiência auditiva,
agitação, surdez nervosa irreversível, insônia, irritabilidade e tendência a
comportamento agressivo, dispersão etc.

Dor de ouvido

Procedimentos que contribuem para a redução da poluição atmosférica e poluição


sonora:

- fazer manutenção periódica do motor;

- realizar calibragem periódica dos pneus;

- não carregar excesso de peso nos veículos;

- trocar a marcha na rotação correta do motor;

- evitar redução constante de marcha, aceleração brusca e frenagens excessivas;

- desligar o motor em uma parada prolongada;

- não acelerar quando o veículo estiver parado no trânsito;

- manter o escapamento e o silenciador em boas condições;

- fazer manutenção periódica do equipamento destinado a reduzir poluentes –


catalisador.

395
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Manutenção do veículo

Observações:
a) os veículos são as principais fontes de poluição sonora dos centros urbanos;

b) a utilização, em qualquer veículo, de equipamento que produza som só será permitida


em nível de pressão sonora não superior a 80 dB (oitenta decibéis), medido a 7m (sete
metros) de distância do veículo. Essa regulamentação não envolve buzinas, alarmes,
sinalizador de marcha à ré, sirenes, barulho do motor, componentes obrigatórios do
próprio veículo e veículos prestadores de serviço de emissão sonora de publicidade.

396
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

8. POLUIÇÃO VISUAL
Pode-se constatar esse tipo de poluição por meio do excesso de fios, lixo, torres
(telefônicas), luzes, excesso de propagandas (anúncios, cartazes, outdoors, placas,
panfletos) dentre outras formas de comunicação visual utilizadas de maneira
descontrolada (principalmente nos grandes centros urbanos e vias de maior
movimento).

A poluição visual também pode ser consequência da escolha inadequada de cores para
determinados ambientes, haja vista a existência de várias cores que vão desde as
excitantes (vermelho) até as tranquilizantes (verde claro, azul claro etc.). Isso pode
proporcionar um desagradável efeito visual com consequente sensação involuntária de
desconforto – exemplo claro de poluição visual.

Consequências:

Diretas: estresse, desconforto visual, transtornos psicológicos, distração, incômodo,


mal-estar.

Indiretas: indução ao consumo (alcoolismo, obesidade, descontrole financeiro), lixo


(entupimento de bueiros, enchentes), resíduos, sinistros (acidentes) de trânsito
(distração), falta de paciência, comportamento agressivo.

Excesso de propagandas e anúncios

397
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

9. MANUTENÇÃO PREVENTIVA DO AUTOMÓVEL E DA


MOTOCICLETA PARA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Atualmente, com os avanços conseguidos pelas indústrias, os veículos brasileiros
apresentam equipamentos e dispositivos capazes de garantir o cumprimento das metas
do PROCONVE. Houve, pois, redução de 98% (noventa e oito por cento) na emissão
de monóxido de carbono.

Combustível com menor emissão de gases nocivos

Entretanto, para que os veículos sejam capazes de continuar emitindo uma quantidade
reduzida de poluição no meio ambiente é necessário que seus proprietários (e/ou
condutores) realizem manutenções preventivas periodicamente em seus veículos.

Portanto, visando a preservação do meio ambiente, uma manutenção preventiva


adequada deverá ser feita nos equipamentos e dispositivos do veículo, dentre os quais
destacam-se os seguintes:

CÂNISTER - recipiente acoplado ao tanque de combustível, contendo carvão ativado,


que absorve os vapores do combustível reduzindo, assim, as emissões de
hidrocarbonetos.

CATALISADOR - localizado junto ao escapamento, ele converte boa parte dos gases
tóxicos em gases inofensivos ao meio ambiente, anulando parcela considerável dos
efeitos nocivos à saúde.

SONDA LAMBDA (sensor de oxigênio) - é um dispositivo que envia um sinal elétrico à


injeção eletrônica do veículo indicando a presença de oxigênio nos gases de escape e
possibilitando o controle da quantidade de combustível a ser enviada para o motor,
proporcionando uma mistura ar X combustível eficiente e menos poluente.

398
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Localização do catalisador

Outras medidas a serem tomadas para diminuir a poluição causada pelos


veículos:

1. Paciência e colaboração quando da ação fiscalizadora, por parte dos órgãos


competentes;

2. Manutenção adequada e periódica dos motores visando melhorar o seu rendimento


e o seu desempenho e diminuir, principalmente, a emissão de material poluente por
meio da: regulagem da bomba injetora; limpeza ou substituição de bicos injetores;
inspeções periódicas no sistema de ignição e alimentação, regulagem do sistema de
válvulas; verificação do estado de conservação do tubo de escapamento.

Troca de fluido

399
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

10. O INDIVÍDUO, O GRUPO E A SOCIEDADE


Cada indivíduo (ser humano único) apresenta suas características físicas, biológicas e
comportamentais, que o difere dos demais membros da coletividade.

Nesse sentido é interessante mencionar que a composição biológica de cada ser


humano compreende os traços genéticos relativos à espécie (que formam sua
anatomia) e às especificidades familiares trazidas por meio das gerações.

Em relação à característica comportamental, cada indivíduo é resultado de sua relação


com o mundo: a forma como o interpreta, como interage com o meio, como se adapta
às situações cotidianas, como se sente. Desse processo resultam suas experiências
particulares que culminam na diversidade que torna cada ser único, caracterizando sua
individualidade.

Com base nessas diferenças individuais que se expressam pelas experiências, pela
cultura, pela formação e vivência de cada pessoa a personalidade é constituída. Devido
a esse conjunto de características é que cada indivíduo possui uma forma de olhar e
interpretar cada acontecimento, que difere de uma pessoa para outra.

Por esta razão, o convívio em sociedade, e também no trânsito, se constitui de forma


dinâmica, criativa e peculiar, uma vez que ela é formada por indivíduos pertencentes a
diversos grupos sociais.

Porém, é importante entender que todo indivíduo encontra-se inserido em um ou vários


grupos (na família, na escola, em seu bairro, em sua cidade, no lazer, no trabalho, na
religião, na política etc.) que, somados, constituem a sociedade.

Durante sua vida, o indivíduo participa de diversos grupos. Esses grupos são formados
por pessoas que pretendem atingir objetivos comuns e, por isso, relacionam-se
mutuamente. A concretização desses objetivos pode ser de médio ou longo prazo. É
por meio desses grupos que as relações sociais se expandem propiciando a construção
social. O primeiro grupo que a pessoa integra e que a prepara para os demais é o
familiar. Nele, por exemplo, é aprendida a língua, por meio da qual interagirá com os
outros integrantes da sociedade.

Desse modo, o indivíduo deve sempre refletir sobre seu comportamento frente à
diversidade de situações a que é submetido, diariamente, uma vez que suas atitudes
poderão influenciar, e até modificar, a vida e o comportamento dos demais integrantes
de seu(s) grupo(s).

400
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Evolução de padrões

A atitude de conduzir um veículo em alta velocidade (por exemplo) causará, no mínimo,


um repúdio por parte de vários integrantes do meio social de convivência desse
condutor. Isso por haver riscos não tolerados pela sociedade, tal como a condução de
um veículo de forma imprudente.

Sem dúvida, o simples fato de colocar um veículo em movimento na via pública traz um
risco às pessoas que nela transitam. Porém, a condução do veículo de forma adequada,
no cumprimento das normas de segurança, está incluída nas séries de riscos permitidos
e aceitáveis por todos os integrantes da sociedade. Assim, a sociedade, para sua
própria evolução, cria riscos permitidos e riscos não permitidos, cabendo a cada
indivíduo, em prol de uma convivência harmônica, entender que, embora livre para a
prática de qualquer conduta, está sempre à mercê de normas de convívio social (que
regulamentam a prática de condutas causadoras de riscos aceitáveis).

Normas de convívio social

Para formalizar “o quê” os diversos grupos sociais irão ou não tolerar, de cada um de
seus integrantes, são estabelecidas normas de convívio social – tais como as “regras
de circulação e conduta no trânsito” (contidas no Código de Trânsito Brasileiro).

O importante é que cada indivíduo, na busca de seus objetivos, se conscientize de que


é um ser dependente (direta ou indiretamente) dos demais integrantes da sociedade de
forma a compatibilizar seus procedimentos e condutas aos anseios do grupo social a
que pertence. “Mudar comportamentos para uma vida coletiva com qualidade e respeito

401
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

exige uma tomada de consciência das questões em jogo no convívio social, portanto,
na convivência no trânsito. É a escolha dos princípios e dos valores que irá levar a um
trânsito mais humano, harmonioso, mais seguro e mais justo”.

A educação, o respeito, a ponderação das ações, o equilíbrio no relacionamento


interpessoal (dentre outras) são as grandes marcas dos “novos tempos”.

Conviver em sociedade

Atravessar com segurança na faixa

402
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

11. DIFERENÇAS INDIVIDUAIS


“Todos são iguais perante a lei” – Constituição da República Federativa do Brasil.

Igualdade

Independentemente da raça, do sexo, da cor, da religião, da situação financeira etc.


todas as pessoas têm os mesmos direitos e devem ser tratadas de forma igual.

Contudo, é claro que existem diferenças entre as pessoas.

Infelizmente, grande parte da sociedade influencia na vida das pessoas determinando


os comportamentos corretos e incorretos (isso é certo... isso é errado!). E muitas
pessoas, para evitar sofrimentos (discriminações, rotulações, bullyng, perda de
amizade, perda de emprego etc.), acabam praticando atos contrários à sua própria
vontade – o que, em pleno século 21 já não deveria acontecer.

Mas como podemos evoluir?

Evolução

Respeito é tudo o que precisamos!


As pessoas não precisam ser iguais e apresentarem as mesmas preferências que temos
para merecerem nosso respeito e até mesmo nossa admiração. O que deve ser pautado
para qualificação do nosso apreço são as virtudes do ser humano – honestidade,
respeito, integridade, solidariedade, dentre outras que realmente são significativas à
vida social.

403
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

As diferenças individuais são irrelevantes quando estamos diante de um ser humano


igual a nós.

Respeitar as diferenças é o que importa e o que deve prevalecer nas relações sociais –
onde cada um, por mais diferente ou igual que seja, tem a sua importância e valor.

Sendo assim, em todos os momentos e lugares é necessário respeitar as diferenças


individuais. É necessário entender que as pessoas são diferentes em seus
comportamentos, em suas escolhas e em suas preferências.

Princípios

Não basta apenas cumprir as obrigações! Para conduzir um veículo é necessário ir


além. É preciso saber lidar com as diferenças e particularidades das pessoas – se
colocar no lugar de cada um que transita pelas vias públicas.

Respeito às diferenças

404
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

12. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL


O trânsito faz parte da vida de todas as pessoas. De uma forma ou de outra, toda pessoa
utiliza-o para atingir seus objetivos e interesses individuais.

Ora como pedestres, ora como passageiros, ora como condutores de veículos, cada um
necessitará conviver com outras pessoas (mesmo que por um pequeno tempo) nas vias
públicas, ao transitar.

E é fundamental que haja um bom convívio social entre os grupos de pessoas que se
utilizam das vias públicas para sua locomoção.

O resultado desse convívio harmônico da sociedade nas vias públicas é a possibilidade


de cada um atingir seus objetivos e concluir seu percurso de forma segura, tranquila e
pacífica.

Todos por um trânsito harmônico

E, por ser constituído de pessoas, alguns princípios são essenciais para possibilitar os
relacionamentos interpessoais no trânsito. Vejamos alguns:

- Princípio de dignidade da pessoa humana – princípio que sustenta os direitos


humanos e os valores a serem respeitados e preservados no convívio social. Tem por
base o respeito mútuo, a igualdade entre as pessoas e o repúdio às discriminações.

GIF Atendimento às diferenças

405
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

- Princípio da igualdade de direitos – respeitadas as diferenças entre as pessoas, o


princípio da igualdade visa garantir tratamento igual às pessoas iguais de forma a
possibilitar uma maior aproximação do conceito justiça.

“É a possibilidade de exercer a cidadania plenamente através da equidade, isto é, a


necessidade de considerar as diferenças das pessoas para garantir a igualdade,
fundamentando a solidariedade.”

Princípio de igualdade

- Princípio da participação – esse princípio possibilita a participação direta de cada um


dos integrantes da sociedade frente a problemas e constantes situações de risco no
trânsito. Cada integrante da sociedade tem a prerrogativa de exercer sua cidadania com
a solicitação de recursos para promoção de um trânsito mais seguro.

“É o princípio que fundamenta a mobilização das pessoas para organizarem-se em torno


dos problemas de trânsito e suas consequências para a sociedade.”

Necessidades individuais

- Princípio da corresponsabilidade pela vida social – trata-se, pois, da


corresponsabilidade pela paz, integridade física e vida, dentre os integrantes da
sociedade. Ao mesmo tempo em que é concedido, a cada cidadão, o direto de transitar
pelas vias públicas, é estabelecido o dever de preservar a segurança no trânsito.

406
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Todo cidadão é responsável pela paz social, integridade física de seu semelhante e pela
harmonia do trânsito – o que lhe será retribuído como recompensa.

Respeito

407
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

13. RESPEITO MÚTUO ENTRE CONDUTORES


A correria e o estresse do dia a dia fazem com que muitos motoristas deixem de lado o
respeito e a gentileza com os demais usuários da via.

Pensar no próximo, ser atencioso, ser educado, auxiliar as pessoas em suas


necessidades, respeitar a diversidade de opiniões, se colocar no lugar do outro, dentre
outras boas ações, são sinônimos de respeito e gentileza que, com certeza, são os
meios mais eficazes de termos um trânsito mais harmônico, com menos conflitos e
sinistros (acidentes).

O trânsito não precisa de mais leis, mas sim de respeito às leis já existentes e às
pessoas que transitam pelas vias públicas!

Gentileza no trânsito

Respeito e gentileza que se traduzem em:

 desejar bom dia às pessoas que encontrarmos nas vias públicas;


 ajudar os idosos e portadores de necessidades especiais a atravessarem uma
rua;
 auxiliar um deficiente visual em suas necessidades;
 aguardar, com paciência, a travessia de um pedestre que está sobre a faixa;
 não fechar um cruzamento;
 observar a sinalização de trânsito;
 abrir mão do direito de preferência em determinas situações;
 entender que todos estamos sujeitos a erros e aceitá-los com mais
naturalidade;
 desculpar-se ao errar;
 não gritar com as pessoas, mesmo quando tiver razão;
 não maltratar, zombar, criticar e/ou desfazer de nossos semelhantes;
 aguardar, com calma, o seu momento de transitar pela via;
 ter paciência com os idosos;
 ser tolerante com os condutores inexperientes;

408
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

 dentre outras nobres ações que melhoram consideravelmente a qualidade das


relações humanas.

Exercício de cidadania

Respeito é mais do que cumprir as obrigações impostas pelas normas de convívio


social. É agir com amor, bondade e generosidade!

409
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

14. O INDIVÍDUO COMO CIDADÃO


Cidadania é a qualidade ou o estado de cidadão. É exercer não só os deveres com o
Estado e a sociedade, mas também os direitos (dentre eles, os políticos) a todos
garantidos pelas normas jurídicas do país.

Desse modo, cidadania é o conjunto de deveres e direitos de um cidadão.

Cidadão é o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no


desempenho de seus deveres com este.

A nacionalidade é pressuposto da cidadania, pois é condição primordial para o exercício


dos direitos políticos.

Cidadania

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. O direito à vida, à
liberdade, à igualdade e à segurança são invioláveis.

A todos é livre a locomoção no território nacional, em tempo de paz, podendo qualquer


pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.

O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e das


entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito
das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito.

Trânsito seguro um direito de todos

Os órgãos e as entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem,


no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos

410
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de


programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro.

Os órgãos e as entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito


darão prioridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde
e do meio ambiente.

Por esta razão, se faz necessário conservar o ambiente em que se vive, assegurando
que ele seja saudável e seguro, proporcionando à população uma atmosfera harmônica
tanto na convivência com outras pessoas, como com o meio ambiente e também no
trânsito.

Contudo, muitos problemas são observados cotidianamente entre trânsito e meio


ambiente. Várias são as agressões causadas pelos integrantes em circulação pelas vias
públicas, sejam elas urbanas ou rurais, tais como: poluição (sendo essa atmosférica,
visual, sonora e de gases poluentes), agressão - provocada pelos produtos tóxicos
poluentes derramados nos sinistros (acidentes) -, incêndios devastadores (provocados
por bitucas de cigarros jogados nas vias e o uso indevido das áreas à beira das
estradas), poluição de rios e matas (ocasionada pelo objetos depositados pelos
condutores nas estradas e rodovias), enchentes em vias urbanas (devido ao lixo jogado
em bueiros ou perto de rios) e mortes de animais silvestres (causada pelo atropelamento
desses animais).

Para que essas ocorrências sejam diagnosticadas, especialmente nas áreas urbanas,
e identificadas medidas cabíveis para a solução desses problemas é necessário que
haja o desenvolvimento de terminologia específica relativa às questões ambientais
como a expressão “humanização no trânsito”. A utilização desses termos propicia que
os elementos que compõem o meio ambiente sejam observados e registrados.

GIF Defesa da vida

Além disso, todo cidadão ou entidade civil tem o direito de solicitar, por escrito, aos
órgãos ou às entidades do Sistema Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização e
implantação de equipamentos de segurança, bem como sugerir alterações em normas,
legislação e outros assuntos pertinentes ao Código de Trânsito Brasileiro, o que também
contribui com a identificação dos problemas no trânsito.

411
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Vale ressaltar que os órgãos ou as entidades pertencentes ao Sistema Nacional de


Trânsito têm o dever de analisar as solicitações e responder, por escrito, dentro de
prazos mínimos, sobre a possibilidade ou não de atendimento, esclarecendo ou
justificando a análise efetuada e, se pertinente, informando ao solicitante quando tal
evento ocorrerá.

As campanhas de trânsito devem esclarecer quais são as atribuições dos órgãos e das
entidades pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito e como proceder a tais
solicitações.

Exercício do direito do trânsito seguro

412
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

15. RESUMO
Você finalizou mais uma etapa de seu curso ao concluir o estudo da disciplina de Noções
de Proteção e Respeito ao Meio Ambiente e de Convívio Social no Trânsito.

No decorrer do estudo deste conteúdo, você pôde ampliar seus conhecimentos sobre
as causas, os tipos e as consequências da poluição ambiental. Além disso, estudou
sobre a poluição causada pelos veículos e pelas indústrias, onde teve a oportunidade
de saber sobre os principais gases poluentes emitidos por referidas fontes de poluição,
sobre o programa de controle de poluição do ar por veículos automotores
(PROCONVE), bem como sobre o que fazer para reduzir a poluição causada pelos
veículos automotores e pelas indústrias.

Ampliou, ainda, seus conhecimentos sobre chuva ácida, poluição sonora, poluição
visual e efeito estufa, onde teve a oportunidade de saber as causas, as consequências
e as medidas necessárias para preservação do meio ambiente.

Este conteúdo também lhe oportunizou saber quais os principais órgãos de proteção e
defesa do meio ambiente, conhecer os riscos e procedimentos para o transporte de
produtos perigosos, bem como aprender as noções básicas sobre extinção de
incêndios.

Além disso, abordou as formas de convívio social no trânsito, os princípios essenciais


da vida em grupo, bem como o resultado de uma convivência harmônica pelas vias
públicas.

Também foi estudado o exercício da cidadania, onde foram expostos alguns conceitos
assim como princípios constitucionais garantidos ao cidadão.

A relação entre o indivíduo (características físicas, biológicas e comportamentais) e a


sociedade (família, escola, bairro, cidade, lazer, trabalho, religião, política etc.) também
foi demonstrada no decorrer desta disciplina.

Esta disciplina teve como objetivo expor as principais causas e consequências da


poluição ambiental a fim de conscientizar o cidadão sobre a importância de preservar o
meio ambiente. Foram expostas várias medidas, simples e objetivas, que podem ser
praticadas por qualquer cidadão (não só por condutores de veículos) a fim de induzir
pequenas ações individuais para preservação dos rios, mares, fauna e flora.

Objetivou, ainda, expor a importância de um convívio social harmônico entre os grupos


de pessoas que se utilizam das vias públicas para locomoção. Expor sobre
determinados direitos legalmente estabelecidos, assim como as formas de exercer a
cidadania. Dentre os direitos, recebeu destaque o direito à vida, à liberdade, à igualdade
e à segurança – direitos fundamentais e invioláveis.

413
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A conscientização de que cada indivíduo é um ser dependente (direta ou indiretamente)


dos demais integrantes da sociedade e que seus procedimentos e condutas devem
compatibilizar aos anseios do grupo social a que pertence também foi objetivo desta
disciplina.

Agora, para dar continuidade aos seus estudos de Primeira Habilitação, você deverá ler
os conteúdos disponíveis no Material de Apoio, realizar os Exercícios de Fixação para
avaliar sua aquisição de conhecimentos.

414
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

TÍTULO 5 - NOÇÕES SOBRE FUNCIONAMENTO DO


VEÍCULO DE DUAS OU MAIS RODAS
1. CONHECENDO O FUNCIONAMENTO DO VEÍCULO
Mecânica é a ciência que estuda as leis do movimento e do equilíbrio.

Para melhor compreensão da mecânica de um veículo, é necessário dividi-la nos


seguintes grupos:

A) MOTOR – responsável pelo movimento do veículo.

B) TRANSMISSÃO – transmite a força do motor para as rodas.

Observação: A roda que recebe a força do motor é denominada “roda motriz”.

C) SUSPENSÃO – responsável pelo conforto (reduz trepidações) e estabilidade do


veículo.

D) DIREÇÃO – responsável pelo direcionamento do veículo.

E) RODAS, PNEUS E FREIO.

F) SISTEMA ELÉTRICO.

G) CARROÇARIA – lataria do veículo.

Observações:
• as carroçarias são feitas de aço galvanizado ou alumínio (em alguns veículos);

• a maioria dos carros modernos tem uma estrutura de carroçaria monobloco.

1.1. Motor
Motor é o aparelho capaz de transformar uma energia qualquer em energia mecânica.
Espécies de motores, de acordo com seu funcionamento:

- motor movido a ar;

- motor movido a água;

- motor elétrico;

- motor térmico;

- motor nuclear.

415
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observação: Os veículos que transitam nas vias públicas apresentam motores elétricos
ou motores térmicos.

Motor

Motor elétrico: é quando a energia mecânica que ele fornece provém de um circuito
elétrico (baterias ou cabos elétricos). Tem a grande vantagem de não poluir o meio
ambiente.

Motor elétrico

Motor térmico: é quando a energia mecânica que ele fornece provém de uma fonte
calorífica – transforma o calor desenvolvido pela combustão (queima) de combustíveis
(gasolina, óleo, carvão, gás, álcool, querosene, benzina etc.) em energia mecânica. É o
motor mais utilizado nos veículos.

Motor térmico

416
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

O motor térmico divide-se em:


a) motor térmico a vapor – a combustão ocorre, continuamente, em um local
nitidamente separado do motor (geralmente chamado de fornalha). Isso permite que
seja utilizado qualquer combustível (sólido ou líquido).

Observação: Os motores a vapor foram utilizados nos primeiros veículos automotores.

b) motor térmico de combustão interna (motores utilizados atualmente) – a


combustão ocorre dentro do motor, na parte superior de um local chamado cilindro. Para
a combustão é utilizada a mistura oxigênio X combustível.

Motor combustão interna

Observação: A parte superior do cilindro, onde ocorre a combustão, é denominada


câmara de combustão.

O motor térmico de combustão interna apresenta órgãos (peças) que não se


movimentam (órgãos fixos) e órgãos (peças) que se movimentam (órgãos móveis).

1.1.1. Órgãos fixos


(aqueles que não se movimentam)

A) BLOCO DO MOTOR OU BLOCO DE CILINDROS: parte mais pesada do motor,


fabricada, geralmente, em ferro fundido e que serve para alojar os cilindros e prender
grande parte dos órgãos anexos.

Tipos de bloco: o tipo de bloco varia de acordo com a posição dos cilindros. São eles:

I. em linha: cilindros assentados em linha e em posição vertical (mais usado nos


veículos atuais);

II. em V: cilindros dispostos em 2 (dois) planos que formam um “V”;

III. boxer: cilindros horizontalmente opostos;

417
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

IV. radial: cilindros em vários planos em forma de estrela (usados em aviões, veículos
de combate etc.).

B) CABEÇOTE OU TAMPÃO: parte superior do motor, parafusado no bloco. Em seu


interior encontramos a câmara de combustão (ou câmara de explosão) onde a mistura
ar X combustível é queimada. No cabeçote estão alojadas as válvulas e velas (ou bicos
injetores – se o veículo for movido a óleo diesel).

C) CÁRTER: parte inferior do motor. É onde se concentra o óleo lubrificante (no cárter
há um bujão que possibilita o total escoamento do óleo – no momento da troca, feita,
em geral, a cada 5.000 km (cinco mil quilômetros)).

D) CILINDROS OU CAMISAS: peças cilíndricas, de aço especial, com a parte interna


polida, onde a mistura (ar X combustível) é admitida, comprimida e queimada.

Os cilindros são prensados dentro do bloco do motor e servem para guiar os êmbolos
(pistões) em seus movimentos, sempre retilíneos, de vai e vem. A pequena parte
superior do cilindro se localiza no cabeçote do motor e é chamada de câmara de
combustão – local onde ocorre a combustão da mistura ar X combustível. O diâmetro
interno do cilindro e o curso (trajeto) do pistão definem a cilindrada do motor. Devido à
alta temperatura a que são submetidos, os cilindros devem ser refrigerados a ar ou a
água – daí a importância do sistema de refrigeração.

E) MANCAIS FIXOS: peças de aço parafusadas na parte inferior do bloco do motor,


servindo para prender a árvore de manivela (virabrequim). Também são conhecidos por
“casquilhos fixos”.

F) JUNTAS DE VEDAÇÃO: vedam as partes do motor. As juntas podem ser de amianto


(localizada entre o cabeçote e o bloco) e de cortiça (localizada entre o bloco e o cárter).

Juntas de vedação

Observação: vazamento de óleo do motor pode ter relação com defeitos nas juntas de
vedação.

418
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

1.1.2. Órgãos móveis


(aqueles que se movimentam dentro do bloco do motor)

A) ÊMBOLO OU PISTÃO: peça móvel, acoplada à biela, que se desloca no interior do


cilindro. A pressão (produzida pela inflamação da mistura ar X combustível) exercida na
cabeça do pistão faz com que ele se movimente linearmente no interior do cilindro.

O trajeto do êmbolo (pistão), no interior do cilindro, é denominado “curso do êmbolo” e


suas posições são: ponto morto superior (PMS) e ponto morto inferior (PMI). O êmbolo
apresenta menor diâmetro na parte superior para compensar a dilatação provocada pelo
calor das sucessivas explosões.

Observações:
 O êmbolo (ou pistão) possui 3 (três) ranhuras horizontais para receber os “anéis
de segmento” que servem para evitar a perda de compressão no interior do
cilindro e impedir a queima de óleo lubrificante – os anéis ajustam o pistão no
cilindro.

 Os anéis são:

- de compressão – veda a câmara de combustão para melhor aproveitamento da


energia gerada com a queima da mistura ar x combustível;

- raspador de óleo – raspa o óleo lubrificante do interior do cilindro;

- de lubrificação – lubrifica o interior do cilindro deixando, por ele, uma película


de óleo.

Êmbolo

B) BIELA: serve para prender o pistão na árvore de manivela (virabrequim).

A biela possibilita a transformação dos movimentos retilíneos do pistão em movimentos


de rotação contínua da árvore de manivela (virabrequim). A biela é acoplada à árvore
de manivela por meio dos mancais móveis.

419
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observação: O número de pistões e de bielas é proporcional ao número de cilindros,


ou seja, 4 (quatro) cilindros = 4 (quatro) pistões e 4 (quatro) bielas.

C) MANCAIS MÓVEIS: servem para acoplar a biela na árvore de manivela. Também


são conhecidos por “casquilhos móveis”.

D) PINO DO ÊMBOLO: serve para prender o pistão na biela.

E) ÁRVORE DE MANIVELA (VIRABREQUIM): é a peça vital de coordenação dos


tempos do motor e da captação do trabalho útil do motor. Tem, também, a função de
movimentar as peças dos órgãos de comando. O virabrequim fica preso ao bloco do
motor pelos mancais fixos. Na parte da frente do virabrequim há uma engrenagem de
movimentação da árvore de comando das válvulas e do comando do distribuidor (sem-
fim). Na parte detrás do virabrequim localiza-se o volante do motor.

F) VOLANTE DO MOTOR: peça circular, pesada, que auxilia no equilíbrio dos


movimentos do virabrequim. Do volante do motor sai o movimento para as rodas do
veículo (o conjunto de embreagem, que pertence ao sistema de transmissão, é acoplado
ao volante do motor).

“O movimento dos pistões (geralmente 4) gira o virabrequim que, por sua vez, gira
o volante do motor que, por sua vez, gira o disco de embreagem – que, juntamente
com as demais peças do sistema de transmissão, levam a força do motor para as
rodas”.

Volante de motor

Sabemos que os pistões se movimentam dentro dos cilindros – movimento do pistão é


o espaço que ele percorre do “ponto morto superior” ao “ponto morto inferior” (e vice-
versa). Como se dá esse movimento?

Consideremos um motor de 4 (quatro) cilindros (que é o mais comum); os 4 (quatro)


pistões estão presos à mesma manivela (virabrequim). Portanto, se um pistão se
movimenta, os outros se movimentarão.

420
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

O movimento de um pistão ocorre devido a uma explosão que acontece sobre ele (na
câmara de combustão) – que o pressiona e o faz se deslocar de uma extremidade do
cilindro para a outra. Porém, para que haja a explosão, a mistura ar X combustível
deverá entrar na câmara de combustão e ser comprimida – daí vem a necessidade
dos pistões se moverem simultaneamente, pois cada um estará em um determinado
tempo, realizando uma determinada função, quais sejam:motofrete

“admissão, compressão, combustão (explosão) e escapamento (escape).”

1.1.3. Tempos do motor


Em cada cilindro acontece um tempo do motor.

Tempos do motor

Admissão – a válvula de admissão se abre, a de escapamento permanece fechada, o


pistão desce e o gás entra na câmara de combustão (o virabrequim gira 180º - meia
volta).

Compressão – as válvulas permanecem fechadas, o pistão sobe e comprime o gás (o


virabrequim gira 180º - meia volta).

Explosão – as válvulas permanecem fechadas, a vela solta faísca, ocorre a explosão


(a mistura ar X combustível se inflama) e o pistão desce (o virabrequim gira 180º - meia
volta).

Escape (descarga) – a válvula de admissão permanece fechada, a de escapamento se


abre, o pistão sobe e o gás queimado sai da câmara de combustão (o virabrequim gira
180º - meia volta).

Sendo assim, sempre um dos cilindros estará no tempo de “combustão” e essa


combustão (que ocorre alternadamente em cada um dos cilindros) é que faz com que
os outros 3 (três) pistões se movimentem no cilindro (pois o virabrequim vai mexer) e
realizem os demais tempos do motor (admissão, compressão e escapamento).

Portanto:
• em cada cilindro ocorrem os 4 (quatro) tempos;

421
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

• nos 4 (quatro) cilindros ocorrem alternadamente e simultaneamente os 4 (quatro)


tempos, ou seja: enquanto um cilindro está no tempo de admissão, o outro está no
tempo de compressão, o outro está no tempo de combustão e o outro está no tempo de
escapamento.
Em cada cilindro há 1 (uma) vela e 2 (duas) válvulas (admissão e escapamento). Assim,
em um motor de 4 (quatro) cilindros há 4 (quatro) velas e 8 (oito) válvulas. Há motores
de 4 (quatro) cilindros que apresentam 4 (quatro) válvulas em cada cilindro (2 (duas) de
admissão e 2 (duas) de escapamento) – são os famosos motores de 16 (dezesseis)
válvulas.

No motor a gasolina e a álcool, a ignição se dá por centelha (faísca produzida pela vela)
e a formação da mistura ar X combustível se realiza de fora do cilindro – no carburador
ou na unidade de comando eletrônico (se o veículo for de injeção eletrônica). Esse motor
é conhecido por motor de ciclo Otto.

No motor a diesel a ignição se dá por meio da injeção, em alta pressão, de combustível


(óleo diesel) diretamente na câmara de combustão. Desse modo, a formação da mistura
ar X combustível ocorre dentro do cilindro. Esse motor é conhecido por motor de ciclo
Diesel.

Vimos que as válvulas (admissão e escapamento) devem abrir no momento correto: no


tempo de admissão (em que abre a válvula de admissão para a entrada da mistura
explosiva) e no tempo de escapamento (em que abre a válvula de escapamento para a
saída dos gases queimados).

As válvulas e todo o seu mecanismo de acionamento recebem o nome de “órgãos de


distribuição do motor” ou “órgãos de comando”.

1.1.4. Órgãos de comando


As peças que compõem os órgãos de comando são:

A) árvore ou eixo de comando de válvulas (árvore de ressaltos);

B) tuchos com hastes;

C) balancins;

D) válvulas.

422
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Órgãos de comando

Para cada válvula existe um ressalto no eixo de comando que, por meio dos tuchos,
hastes e balancins, abrirão e fecharão as válvulas no momento correto. Para que as
válvulas possam abrir e fechar no momento correto, o eixo de comando de válvulas é
sincronizado com o virabrequim (ambos ligados por uma correia – conhecida por
“correia dentada”). O eixo de comando de válvulas também é responsável pelo
movimento de todos os demais órgãos de comando:

- a bomba de óleo lubrificante;


- a bomba de combustível;
- o distribuidor.
Para que o motor possa funcionar são necessários 4 (quatro) sistemas: sistema de
alimentação, sistema de ignição, sistema de lubrificação e sistema de arrefecimento
(refrigeração).

1.2. Sistemas
A seguir, veremos os sistemas necessários para o funcionamento do veículo.
1.2.1. Sistema de alimentação
O sistema de alimentação conduz o combustível (que está no tanque) e o ar atmosférico
(oxigênio) até a parte superior do cilindro – câmara de combustão.

Peças:

Tanque de Combustível: armazena o combustível.

Tubulações: tubos de cobre que conduzem o combustível do tanque ao carburador (ou


unidade de comando eletrônico).

423
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Bomba de Combustível: dá pressão no combustível para que ele possa sair do tanque
e chegar ao carburador (ou unidade de comando eletrônico). Seu funcionamento é
mecânico.

Filtro de Ar: filtra (retém as impurezas) o ar que será misturado ao combustível.

Filtro de Combustível: filtra (retém as impurezas) o combustível que será misturado ao


ar.

Carburador: realiza a mistura explosiva: ar X combustível.

Tubo ou Coletor de Admissão: conduz o gás (mistura explosiva) do carburador até a


câmara de combustão.

Abastecimento

Observação: A octanagem do combustível representa o seu poder antidetonante, ou


seja, a capacidade da mistura gasosa resistir a elevadas pressões sem entrar em
combustão espontânea.
Funcionamento: a bomba suga o combustível que, por meio das tubulações, chega ao
carburador e se mistura com o ar, formando um gás. Por meio do coletor de admissão,
o gás sai do carburador e entra na câmara de combustão – onde explodirá.

Funcionamento do veículo

424
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observações:
 Injeção eletrônica: atualmente grande parte dos veículos, a gasolina e a álcool,
utilizam a injeção eletrônica de combustível, que é um sistema de alimentação
controlado por uma unidade de comando eletrônico. Este sistema calcula,
automaticamente, a quantidade de combustível necessária para o
funcionamento do motor. Isto permite o controle da mistura ar X combustível com
melhor performance na combustão, redução da emissão de gases poluentes,
facilidades nas partidas do motor e eliminação do afogador (no painel de
instrumentos) e do carburador.
 A mistura ideal para o motor funcionar perfeitamente bem é denominada mistura
ótima. Será ótima quando se encontrar na seguinte proporção:

- veículo a gasolina: 15/01 (quinze partículas de oxigênio para uma de gasolina);

- veículo a álcool: 09/01 (nove partículas de oxigênio por uma de álcool).

 Por meio do acelerador o condutor controla a quantidade de mistura (ar X


combustível) que será utilizada no interior da câmara de combustão – o que
determinará a intensidade das explosões. Portanto, podemos considerar que o
acelerador do veículo também faz parte do sistema de alimentação.
 Se a quantidade de ar for maior do que a indicada anteriormente, a mistura será
considerada pobre ou muito pobre. Se a quantidade de ar for menor do que a
indicada acima, a mistura será considerada rica ou muito rica. Esses tipos de
mistura impossibilitam o correto funcionamento do motor.
 A gasolina líquida não queima. Para queimar, é necessário que ela esteja sob
forma de vapor. Por isso, é necessário que o combustível seja otimizado, diluído
no comburente para ser dividido em minúsculas partículas – vaporizando-se e
queimando-se totalmente.
 Nos veículos a diesel o carburador é substituído pela bomba injetora – não há
produção de gás, pois o próprio combustível é injetado na câmara de combustão
(a mistura ar X combustível ocorre dentro da câmara de combustão).
 Atualmente, os veículos apresentam sistema de alimentação flex (flex fuel,
bicombustível, total flex – ou seja: opção de uso de álcool ou gasolina) e
multicombustível – opção de uso de 3 (três) ou mais tipos de combustível.

1.2.2. Sistema de ignição


O sistema de ignição produz faísca por meio da vela de ignição.

Peças:
1 - Bateria: acumulador de energia.

2 - Chave de Ignição: aciona todos os elementos que consomem energia.

425
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

3 - Bobina de Ignição: transforma a baixa voltagem da energia, que vem da bateria,


em alta voltagem.

4 - Distribuidor: nele está o rotor que distribui a alta voltagem da bobina para as velas
de ignição. Contém condensador (que aumenta a tensão da energia que vem da bobina)
e platinado (que abre e fecha o circuito).

5 - Velas de Ignição: montadas na parte superior do cilindro (câmara de combustão),


com a função de produzir centelha (faísca) de alta voltagem (cerca de 18000 a 25000
volts). Normalmente, os motores dos automóveis apresentam uma vela por cilindro.

6 - Fios de Alta Voltagem ou Cabos de Ignição: cabos que levam a alta voltagem do
distribuidor às velas.

Funcionamento:
Ao ligar a chave de ignição a energia passa da bateria para a bobina – que aumenta a
sua voltagem. Da bobina a energia, de alta voltagem, chega até o distribuidor que a
distribui, alternadamente, para as velas (para que possam soltar faísca e provocar
explosão dentro da câmara de combustão).

Observações:
a) ao ligar a chave de ignição, parte da energia vai para o motor de arranque (motor de
partida). Ao receber a energia, o motor de arranque gira o volante do motor (por meio
do contato em sua cremalheira) para dar o movimento inicial aos pistões. Isso porque é

426
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

necessário que um dos pistões desça sugando a mistura ar X combustível, de forma


que no momento em que as velas soltarem as primeiras faíscas haja gás no interior de
pelo menos uma das câmaras de combustão e ocorra a primeira explosão (e o motor
passe a funcionar sem a necessidade do motor de arranque).
b) quando o barulho do motor não está normal (dando a impressão que ele está
falhando) pode ter relação com o funcionamento inadequado de uma vela de ignição.

1.2.3. Sistema de lubrificação


O sistema de lubrificação evita o desgaste das peças do motor, pois reduz o atrito entre
elas.
Observações:
a) embora existam lubrificantes sólidos, líquidos e pastosos, o sistema de lubrificação
dos motores dos veículos que transitam nas vias públicas se utiliza de lubrificantes
líquidos – o óleo lubrificante (ou óleo do motor);

b) por reduzir o atrito entre as peças, o óleo lubrificante, consequentemente, auxilia na


refrigeração do motor.

Peças:
1 – Cárter: reservatório do óleo.

2 – Pescador do óleo: se encontra dentro do cárter e afixado na bomba de óleo. Serve


para sugar o óleo do cárter e enviá-lo para o motor – manda para a galeria superior
(cabeçote), que em seguida desce para o bloco.

3 – Bomba de óleo: mantém o óleo circulando pelo motor – em seus canais de


lubrificação.

4 – Válvula reguladora (interruptor do óleo): regula e indica a pressão do óleo no motor.

5 – Filtro de óleo: elimina as impurezas (resíduos de carvão e partículas metálicas) do


óleo. O filtro de óleo deve ser trocado junto com o óleo – em geral, a cada 5000 km
(cinco mil quilômetros).

6 – Canais de lubrificação: orifícios, existentes no cabeçote e bloco, que permitem que


o óleo circule pelo motor.

7 – Galeria superior: parte superior do motor (cabeçote) que recebe o óleo enviado
pela bomba de óleo.

427
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Funcionamento:
A bomba de óleo, por meio do pescador de óleo, suga o óleo que se encontra
armazenado no cárter. O óleo, sugado, passa pelo filtro de óleo e sobe até chegar à
galeria superior (cabeçote). Chegando à galeria superior, o óleo alcança os canais de
lubrificação e desce pelo bloco. Ao passar pelo bloco, o óleo lubrifica as peças internas
do motor e em seguida cai novamente no cárter – recomeçando todo o processo.

1.2.4. Sistema de arrefecimento ou refrigeração


O sistema de arrefecimento ou refrigeração evita o superaquecimento do motor, para
não fundir. Esse sistema mantém as peças do motor em uma temperatura relativamente
baixa: 75º a 80º C.

Tipos de refrigeração: a água e a ar.

1.2.4.1. Refrigeração a água


Peças:

Radiador: refrigera a água que vem quente do motor.

Reservatório de Compensação: mantém o nível de água no radiador. Atualmente,


existem fluidos anticorrosivos recomendados para serem colocados no reservatório de
compensação (misturando com a água), para maior conservação das peças do sistema
de refrigeração.

428
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observação: a verificação do nível de água do radiador (reservatório de compensação)


deve ser feita com o motor frio. Jamais verifique o nível de água com o motor quente,
pois a pressão da água aquecida pode causar queimaduras.

Bomba de Água: mantém a água circulando no sistema de arrefecimento.

Ventilador: é acionado (por sensores de temperatura) quando a pressão de vento que


o veículo recebe, em sua dianteira, não é suficiente para refrigerar a água que está no
radiador. Assim, o ventilador provoca a passagem de ar pelo radiador, esfriando a água.

Válvula Termostática: regula a temperatura ideal da água para um bom funcionamento


do motor.

Mangueiras: transporta a água do radiador para o motor e do motor para o radiador.

Câmara de Água ou Canais de Arrefecimento: orifícios existentes no cabeçote e no


bloco, que permitem que a água passe dentro do motor, para refrigerá-lo.

Funcionamento:

No interior do motor existem canais de arrefecimento, cheios de água. Quando o motor


começa a funcionar, a água, em seu interior, vai se esquentando. Essa água quente sai
do motor e, por meio de mangueiras, é conduzida até o radiador – que a refrigera. A
bomba de água é que a impulsiona para circulação no sistema.

Refrigeração a água

1.2.4.2. Refrigeração a ar
(por ser pouco eficiente, não está sendo mais utilizada nos automóveis nacionais)

Ventoinha – o sistema de refrigeração a ar apresenta essa única peça que tem a função
de produzir ar (a ventoinha). O ar que ela produz é direcionado diretamente para os
cilindros do motor.

Observação: Os motores radiais são refrigerados a ar.

429
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

1.2.5. Sistema de transmissão


O sistema de transmissão transmite a força do motor para as rodas do veículo.

Peças:

Embreagem: conecta e desconecta (por meio do disco de embreagem) o motor ao


sistema de transmissão. Permite unir o motor em rotação a uma transmissão parada. A
embreagem transmite progressivamente a potência do motor para a caixa de câmbio e,
por fim, às rodas do veículo.

Observação: Pisando no pedal da embreagem o disco de embreagem desencosta do


volante do motor; tirando o pé da embreagem o disco de embreagem encosta no volante
do motor. Portanto, para jogar a força do motor para as rodas é necessário que o
condutor do veículo solte o pedal da embreagem.

Sistema de transmissão

Caixa de Câmbio (caixa de transmissão, caixa de marcha): serve para aumentar e


diminuir a velocidade do veículo e possibilitar as manobras com utilização da marcha à
ré. A caixa de câmbio permite ao condutor ajustar, pela troca de marchas, a relação
entre a rotação do motor e a velocidade das rodas.

Alavanca de Câmbio: permite que o condutor troque de marcha.

Eixo Cardan ou Árvore de Transmissão: usado em veículos com tração traseira e


motor na frente. Serve para levar a força do motor, que está na frente do veículo, para
o diferencial, que se encontra atrás do veículo.

Diferencial: produz uma mudança, em ângulo reto, na direção da força, e direciona a


força até as rodas, por meio dos semieixos.

Servem também para compensar as diferenças de velocidade das rodas, nas curvas.

430
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Semieixo ou Semiárvore: conduz a força que sai do diferencial até as rodas.

Juntas Homocinéticas: servem para transmitir a força, que se encontra nos semieixos,
às rodas de forma constante, sem variações e vibrações.

TIPOS DE TRANSMISSÃO:

Mecânica – o condutor seleciona e faz a troca de todas as marchas, manualmente –


tem sistema de embreagem convencional.

Semiautomática – o condutor apenas seleciona as mudanças de marcha – não tem


sistema de embreagem convencional.

Automática – as marchas são selecionadas e trocadas automaticamente, de acordo


com a velocidade do veículo e com a utilização do acelerador – não tem sistema de
embreagem convencional (os veículos com câmbio automático não apresentam pedal
de embreagem).

1.2.6. Sistema de suspensão


O sistema de suspensão reduz as trepidações que resultam do contato das rodas com
o solo, além de proporcionar segurança, pois compreende todos os elementos que
participam da estabilidade e da firmeza do veículo.

Tipos:
• De eixo rígido – as rodas (direita e esquerda) são ligadas, transversalmente, por uma
peça rígida (eixo) que as tornam dependentes uma da outra.

• De eixos (ou rodas) independentes – cada roda é ligada ao chassi por sistema de
braços articulados, no sentido vertical. É mais segura, pois a passagem de uma das
rodas por um obstáculo, por ser independente das outras rodas, não causa desvio lateral
e o veículo permanece em sua trajetória.

• Pneumática – baseia-se na elasticidade dos gases comprimidos em uma câmara. Faz


com que a altura do veículo permaneça constante em relação ao solo.

Peças:
Eixo Dianteiro: principal peça da suspensão dianteira, onde serão agregadas as
demais peças.

Amortecedor: absorve os impactos e as vibrações causadas pelas irregularidades das


vias, além de manter o veículo o mais estável possível.

Molas (helicoidais): dão, ao veículo, suavidade de rodagem.

Braços Oscilantes: absorvem as irregularidades da via, em cada roda em separado.

431
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Estabilizador: diminui a tendência ao balanço do veículo e dá mais estabilidade.

Manga de eixo: ponta do eixo, aonde vai o cubo de freio e da roda.

Ponteiras (Pivô): ligam os braços oscilantes nas mangas de eixo.

Batentes: evitam atritos entre as peças do sistema de suspensão.

Eixo Traseiro: principal peça da suspensão traseira.

Rodas e Pneus.

Sistema de suspensão

1.2.7. Sistema de direção


O sistema de direção transmite os movimentos do volante para as rodas dianteiras,
direcionando o veículo. A direção é um dos mais importantes componentes de
segurança do veículo, um dos responsáveis pela dirigibilidade.

Peças:
Volante de Direção: direciona o veículo.

Árvore da Direção (Coluna da Direção): faz a ligação do volante à caixa de direção.

Caixa de Direção (Setor de Direção): recebe todo o comando do volante e o transfere


para as rodas, oferecendo, junto com o sistema de suspensão, alinhamento ao veículo
e absorção de impactos.

432
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Sistema de direção

Observação: Atualmente, inúmeros veículos são equipados com caixa de direção


hidráulica – o que torna o volante mais leve para virar, melhorando a dirigibilidade e o
conforto aos condutores. É necessário, neste caso, que o condutor esteja atento no nível
de óleo (no reservatório de óleo para direção hidráulica).
Barras da Direção: faz ligação da caixa de direção com as rodas, por meio das
ponteiras.

Estabilizador de Direção: dá maior estabilidade direcional ao veículo.

Rodas e Pneus.

Observação: Folgas no sistema de direção fazem o veículo “puxar” para os lados,


podendo levar o condutor a perder o seu controle.

1.2.8. Sistema elétrico


O sistema elétrico gera e armazena toda energia que será utilizada pelo veículo.

Peças:
Bateria: tem a função de armazenar a energia gerada pelo gerador (alternador) e
fornecê-la às peças e aos dispositivos que necessitarem.

Verificação de carga da bateria

433
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observação: alguns veículos apresentam baterias que necessitam manutenção – as


chamadas baterias não seladas (não lacradas). A manutenção dessas baterias consiste
na verificação do nível de sua solução (ácida) para que, se necessário, seja feito o
adicionamento de água (destilada) para auxiliar no seu funcionamento. Mais uma vez
destacamos a importância da leitura completa do “manual do proprietário do veículo”,
para obter todas as informações necessárias sobre o correto uso de todos os
componentes do veículo bem como de suas respectivas manutenções.

Gerador, Alternador ou Dínamo: transforma a energia mecânica em energia elétrica,


que será armazenada pela bateria.

Gerador

Regulador de Voltagem (Relé): controla a tensão elétrica do gerador (alternador).

Regulador de voltagem

Motor de Arranque: aciona o volante do motor proporcionando o movimento inicial do


motor.

Caixa de fusível: os fusíveis impedem a passagem de excesso de corrente elétrica,


impedindo assim que os componentes do sistema se queimem.

434
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Caixa de fusível

Observações:
 No sistema elétrico entram todas as demais peças envolvidas com energia, tais
como: distribuidor, velas, bobina, farol, setas, buzina, som, limpador de para-
brisa etc.
 No sistema elétrico está contido o sistema de iluminação do veículo que é
fundamental tanto para o condutor enxergar bem o seu trajeto como para ser
visto por todos os outros usuários da via – garantindo, assim, a segurança no
trânsito.

1.2.9. Sistema de escapamento


O sistema de escapamento reduz o nível de poluição do ar e sonora emitido pelos
veículos.

Peças: coletor de escapamento, tubo de descarga (escapamento), conversor catalítico


(catalisador), silenciador de ruído do motor.

Sistema de escapamento

435
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

1.2.10. Sistema de freio


O sistema de freio permite reduzir a velocidade e imobilizar o veículo. O sistema de
freio se desgasta com o uso do veículo e tem sua eficiência reduzida.

Peças:

Pedal de Freio: peça que aciona todo o sistema de freio.

Tirante: conduz a pressão da força utilizada pelo condutor, ao pisar no pedal de freio,
até o cilindro mestre.

Cilindro Mestre: converte a força aplicada ao pedal de freio em pressão hidráulica, que
é transmitida a todo o sistema, de maneira uniforme, por meio do fluido de freio.

Fluido de freio: óleo de freio.

Conduíte: conduz o fluido de freio para os cilindros auxiliares.

Cilindro Auxiliar: encontrado próximo às rodas; recebe o fluido de freio, aumenta sua
pressão e aciona as sapatas ou pinças, com as lonas ou pastilhas de freio.

Disco de Freio: recebe o atrito das pastilhas para imobilização ou parada do veículo.

Sapatas com Lonas de freio (freio a tambor): peças que acionam as rodas por meio
do tambor de freio.

Pinças com Pastilhas de freio (para freio a disco): peças que acionam as rodas por
meio do disco de freio.

Tambor e Disco: peças finais do sistema de freio que permitem a imobilização ou


redução da velocidade do veículo.

Sistema de freio

Observação: Freio a disco: a pressão hidráulica fecha as pinças que pressionam as


pastilhas no disco de freio. Freio a tambor: a pressão hidráulica abre os patins que
pressionam as lonas no tambor de freio.

436
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

1.3. Pneu
Para maior segurança e resistência, os pneus são compostos de vários componentes.
São eles:

Talões: cabos de aço, revestidos de cobre (para evitar oxidação), que servem para
manter o pneu fixado no aro da roda.

Carcaça: é a armadura do pneu, composta de lonas e fibras (cordonéis) de poliéster,


nylon ou aço. Serve para reter o ar (sob pressão) que suporta o peso total do veículo. A
carcaça determina o formato do pneu e a sua resistência às deformações.

Observação: As fibras podem estar dispostas em posição transversal (pneu radial), em


posição oblíqua (pneu diagonal) ou em posição paralela (pneu cinturado), em relação à
banda de rodagem do pneu.
Flancos: envolvimento da carcaça, que lhe fornece a rigidez necessária.

Cintas Estabilizadoras: feixe de cintas que são dimensionadas para suportar o peso
da carga, quando o pneu estiver em movimento.

Parede Lateral: parte da carcaça que vai da banda de rodagem aos talões.

Banda de Rodagem: parte de borracha que entra em contato com o solo.

Sulcos ou Frisos: desenhos ou texturas, da banda de rodagem, que possibilita a


tração, segurança e conforto, ao transitar. Os sulcos permitem que a banda de rodagem
se agarre firmemente à superfície da pista e drene a água e outros materiais nela
existentes.

Ombro: parte da banda de rodagem que serve como apoio do pneu nas curvas e
manobras.

Com o tempo, pela ação do oxigênio do ar atmosférico, os pneus se deterioraram e sua


borracha passa a não apresentar mais a resistência necessária à utilização. Por isso,
dentre os fabricantes de pneu, ficou estabelecido que o seu prazo de validade fosse de
5 (cinco) anos.

Para que o estepe também seja utilizado (pois, após 5 (cinco) anos ele vencerá, mesmo
estando aparentemente bom) e para que haja um desgaste por igual entre todos os
pneus do veículo, é importante que seja feito o rodízio.

437
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Componentes do pneu

438
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

2. EQUIPAMENTOS DE USO OBRIGATÓRIO DO VEÍCULO, SUA


UTILIZAÇÃO E CUIDADOS QUE SE DEVE TER COM ELES
Para circular em vias públicas, os veículos deverão estar dotados dos equipamentos
obrigatórios estabelecidos pela legislação de trânsito.
Vejamos as cores das luzes emitidas pelos dispositivos de iluminação dos veículos, bem
como os equipamentos obrigatórios a eles estabelecidos.

2.1. Cores das luzes emitidas pelos dispositivos de iluminação dos


veículos
 farol (luz alta e baixa): branca;
 lanterna de marcha à ré: branca;
 lanternas indicadoras de direção (dianteiras, traseiras e laterais): âmbar;
 lanterna intermitente de advertência: âmbar;
 lanterna de freio: vermelha;
 lanterna elevada de freio (3ª luz de freio): vermelha;
 dispositivo de sinalização de frenagem de emergência: âmbar ou vermelha;
 lanterna da placa traseira: branca;
 lanterna de posição: branca na dianteira e vermelha na traseira;
 lanterna de posição lateral: âmbar (salvo exceções regulamentadas pelo
CONTRAN);
 lanterna delimitadora: branca na dianteira e vermelha na traseira;
 luz de rodagem diurna: branca;
 retrorrefletor traseiro: vermelha;
 retrorrefletor dianteiro: idêntica à luz incidente;
 retrorrefletor lateral: âmbar (salvo exceções regulamentadas pelo CONTRAN);
 faixa/dispositivo/película retrorrefletiva: vermelha e branca.

2.2. Equipamentos obrigatórios - veículos automotores de 4 (quatro)


ou mais rodas (automóvel, camioneta, caminhonete, utilitário,
ônibus, micro-ônibus, caminhão e caminhão-trator)

01) para-choques, dianteiro e traseiro;

439
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Para-choques

Observação: o caminhão-trator é dispensado de para-choque traseiro

02) protetores das rodas traseiras para caminhões e caminhões-tratores;

Protetor roda do caminhão

03) espelhos retrovisores, interno e externos (em ambos os lados), ou dispositivo de


visão indireta;

Espelhos retrovisores

Observação: aos caminhões, caminhões-tratores, ônibus e micro-ônibus dotados de


retrovisores externos (esquerdo e direito), o uso de espelho retrovisor interno é
facultativo.

440
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

04) encosto de cabeça em todos os assentos;

Encosto de cabeça

Observações:

a) nos automóveis esportivos do tipo dois mais dois e nos modelos conversíveis é
facultativo o encosto de cabeça nos bancos traseiros;
b) ônibus e micro-ônibus são dispensados de encosto de cabeça.

05) limpador de para-brisa;

Limpadores

06) lavador de para-brisa;

Lavador de para-brisa

441
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

07) pala interna de proteção contra o sol (para-sol) para o condutor;

Para-sol

08) faróis principais dianteiros (luz alta e luz baixa);

Faróis luz alta e baixa

Observação: independente de suas finalidades, ficam limitados a instalação e o


funcionamento simultâneo de no máximo 8 (oito) faróis nos veículos.

09) lanternas de posição (dianteiras e traseiras);

Lanternas de posição traseiras

10) luz de rodagem diurna - DRL (vide “prazos para implantação – novos equipamentos
obrigatórios” no “Material de Apoio”);

442
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Farol de rodagem

11) lanternas de freio;

Lanterna de freio

Observação: os automóveis, camionetas, caminhonetes e veículos utilitários também


deverão possuir lanterna de freio elevada (3ª luz de freio).

12) lanternas indicadoras de direção (dianteiras e traseiras);

Lanterna indicadora de direção

13) indicador de direção lateral (vide “prazos para implantação – novos equipamentos
obrigatórios” no “Material de Apoio”);

443
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Indicador de direção lateral

14) lanterna de marcha à ré;

Lanterna de marcha à ré

15) retrorrefletores traseiros (não triangular);

Retrorrefletores traseiros

16) lanterna de iluminação da placa traseira;

444
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Lanterna de iluminação da placa traseira

17) velocímetro;

Exemplo de Velocímetro

Observação: o velocímetro não é obrigatório aos veículos dotados de registrador


instantâneo e inalterável de velocidade e tempo, integrado (cronotacógrafo).

18) buzina;

buzina

19) freios de estacionamento e de serviço, com comandos independentes;

445
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Freio de estacionamento Freio de serviço

Observação: o freio de estacionamento é popularmente conhecido por “freio de mão”.

20) pneus que ofereçam condições adequadas de segurança, conforme orientação do


seu fabricante;

Pneu em bom estado

Observação: os veículos de transporte coletivo de passageiros poderão ser dotados de


pneus extralargos.

21) lanternas intermitentes de advertência;

Sinalização luminosa de emergência

446
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

22) dispositivo de sinalização luminosa ou refletora de emergência, independente do


sistema de iluminação do veículo (triângulo de segurança);

Triângulo de segurança

23) registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo (cronotacógrafo);

Dispositivos registradores obrigatórios

Observações:
a) todo veículo escolar também deve possuir cronotacógrafo;
b) o cronotacógrafo não é obrigatório aos automóveis, camionetas, caminhonetes
e utilitários.
24) cinto de segurança para todos os ocupantes do veículo;

Cinto de segurança

447
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observação: o cinto de segurança não é obrigatório aos veículos de uso bélico e aos
veículos destinados ao transporte de passageiros, em percurso que seja permitido viajar
em pé.

25) dispositivo destinado ao controle de emissão de gases poluentes e de ruído do


motor, para os veículos dotados de motor a combustão;

Escapamento

26) roda sobressalente (estepe), compreendendo o aro e o pneu, com ou sem câmara
de ar, conforme o caso;

Pneu e aro

Observações:

 é proibida a circulação no território nacional de veículo automotor equipado com


rodas diferentes das originais ou opcionais de fábrica, que não cumpram as
exigências mínimas estabelecidas pelo CONTRAN;
 os veículos classificados na espécie misto, tipo utilitário, carroçaria jipe poderão
ter alterado o diâmetro externo do conjunto formado por roda e pneu, observadas
restrições impostas pelo fabricante e exigências fixadas pelo CONTRAN.

27) macaco, compatível com o peso e carga do veículo;

448
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Macaco

28) chave de roda;

Chave de roda

Observação: o pneu e aro sobressalente (estepe), o macaco e a chave de roda não


são obrigatórios:

* aos veículos equipados com pneus capazes de trafegar sem ar (ou equipados com
dispositivo automático de enchimento emergencial);

* aos ônibus e micro-ônibus que integram o sistema de transporte urbano de


passageiros (nos Municípios, regiões e microrregiões metropolitanas ou conglomerados
urbanos);

* aos caminhões dotados de características específicas para transporte de lixo e de


concreto;

* aos veículos de carroçaria blindada para transporte de valores.

29) chave de fenda ou outra ferramenta apropriada, caso necessário, para a remoção
de calotas;

449
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Chave de fenda

30) lanternas delimitadoras e lanternas laterais nos veículos de carga e de transporte


coletivo de passageiros, quando suas dimensões assim o exigirem;

Lanterna delimitadora

31) cinto de segurança para a árvore de transmissão em veículos de transporte coletivo


e carga;

Cinto de segurança para árvore de transmissão

32) sistema antitravamento das rodas – ABS;

450
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Sistema ABS

Observação: não é obrigatório ABS aos veículos de uso bélico e aos veículos de uso
exclusivo fora de estrada.

33) equipamento suplementar de retenção (airbag), na parte frontal, para o condutor e


o passageiro do assento dianteiro, nos veículos (fabricados a partir de janeiro de 2014)
com até oito lugares (fora o lugar do motorista) e nos veículos destinados ao transporte
de cargas e que tenham massa de até 3,5 t (três toneladas e meia);

Equipamento suplementar de retenção

Observação: não é obrigatório airbag aos veículos de uso bélico, aos veículos
especiais, aos veículos fora de estrada, aos veículos de fabricação artesanal e aos
veículos produzidos por fabricante de pequena série.

34) para-brisa.

Para-brisa

451
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observações:

a) para circulação nas vias públicas do território nacional é obrigatório o uso de


vidro de segurança laminado no para-brisa de todos os veículos;
b) o para-brisa não pode conter trincas e nem fraturas (de configuração circular) na
área crítica de visão do condutor e em uma faixa periférica de 2,5 centímetros
de largura das bordas externas. Caso ocorram, não podem ser recuperadas;

35) sistema de controle de estabilidade – ESC (vide “prazos para implantação – novos
equipamentos obrigatórios” no “Material de Apoio”);

Sistema de controle de estabilidade

36) dispositivo de aviso de não afivelamento do cinto de segurança para a posição de


assento do condutor do veículo (vide “prazos para implantação – novos equipamentos
obrigatórios” no “Material de Apoio”);

Dispositivo de aviso de não afivelamento do cinto de segurança

37) dispositivo de sinalização de frenagem de emergência (vide “prazos para


implantação – novos equipamentos obrigatórios” no “Material de Apoio”);

452
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Sinalização de frenagem de emergência

38) sistema antispray, para caminhonete, caminhão e caminhão-trator (vide “prazos


para implantação – novos equipamentos obrigatórios” no “Material de Apoio”);

Sistema antispray

39) dispositivo protetor de rodas, para automóvel, camioneta e utilitário (vide “prazos
para implantação – novos equipamentos obrigatórios” no “Material de Apoio”);

Protetor de rodas

40) protetor lateral, para caminhões;

453
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Protetor lateral

41) faixas/dispositivos/películas retrorrefletivas, para caminhões, ônibus, micro-ônibus


e motor-casa;

42) sistema de travamento do capuz (capô);

43) ancoragem de sistema de retenção infantil (Isofix/Latch), para automóveis,


camionetas e utilitários fabricados a partir de 30 de janeiro de 2020;

44) sistema de alerta ou monitoramento traseiro, para automóveis, camionetas,


caminhonetes e utilitários.

Observações gerais sobre os equipamentos obrigatórios:

a) O extintor de incêndio, com carga de pó ABC, é:

- obrigatório para: caminhão, caminhão-trator, micro-ônibus, ônibus, veículos


utilizados no transporte coletivo de passageiros e veículos destinados ao
transporte de produtos inflamáveis.
- facultativo (opção do proprietário) para: automóveis, utilitários, camionetas,
caminhonetes e triciclos de cabine fechada.

Extintor de incêndio

454
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

b) A identificação, localização e forma correta de utilização dos dispositivos de


iluminação e sinalização deverão constar no manual do veículo ou do equipamento;
c) É proibida a colocação de adesivos, pinturas, películas ou qualquer outro material
que não seja original do fabricante nos dispositivos dos sistemas de iluminação ou
sinalização de veículos;

d) A substituição de lâmpadas originais dos sistemas de iluminação ou sinalização de


veículos por outras de potência ou tecnologia diferentes, assim como a instalação de
novos dispositivos, somente pode ocorrer se o uso dessas lâmpadas estiver previsto em
manual ou literatura oficial do fabricante do veículo;
e) É vedada a instalação de dispositivo ou equipamento adicional luminoso não previsto
no sistema de sinalização e iluminação veicular estabelecido pelas normas de trânsito;
f) Os veículos de carga e de transporte coletivo de passageiros deverão possuir
retrorrefletor lateral (não triangular);
g) Os veículos de transporte coletivo de passageiros (ônibus e micro-ônibus) deverão
ser dotados de janelas e saídas de emergência, sistema de retenção da cadeira de
rodas e seu usuário, bem como dispositivo de proteção anti-intrusão traseira (para
veículo com motor dianteiro, PBT maior que 14 toneladas e cuja altura do para-choque
exceda a 550 mm em relação ao solo).

2.3. Equipamentos obrigatórios às motonetas, motocicletas, triciclos


e ciclomotores

01) espelhos retrovisores, de ambos os lados;

Espelhos retrovisores - moto

02) farol (luz alta e baixa);

455
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Farol dianteiro – moto

03) lanterna de posição traseira;

Lanterna traseira vermelha

04) lanterna de freio;

Funcionamento das luzes

456
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

05) lanterna de iluminação da placa;

Iluminação da placa traseira

06) lanterna indicadora de direção (dianteira e traseira);

Indicadores luminosos de mudança de direção

07) velocímetro;

Velocímetro moto

457
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

08) buzina;

Buzina - moto

09) pneus que ofereçam condições adequadas de segurança;

Pneu da moto em bom estado

10) dispositivo destinado ao controle de ruído do motor;

Escapamento – moto

11) retrorrefletor traseiro;

12) dispositivo protetor de escapamento.

458
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observações:
 A partir de 01/01/2016 o sistema antitravamento das rodas (ABS) ou sistema de
frenagem combinada das rodas (CBS) passou a ser equipamento obrigatório às
motocicletas, motonetas, triciclos e quadriciclos novos, nacionais ou importados.

Freio

 ABS (sistema antitravamento das rodas) é um sistema composto por uma


unidade de comando eletrônico e sensores de velocidade das rodas que tem por
finalidade evitar o seu travamento durante o processo de frenagem.
 CBS (sistema de frenagem combinada das rodas) é um sistema que distribui
proporcionalmente a força de frenagem para as rodas garantindo uma
desaceleração rápida e segura, independente dos sistemas serem dotados de
disco ou tambor.
 Motocicletas, motonetas, triciclos e quadriciclos com cilindrada igual ou superior
a 300cc (trezentas cilindradas) ou, no caso de elétricos, com potências igual ou
superior a 22 kW (vinte e dois quilowatts), devem ser fabricados ou importados
com sistema antitravamento (ABS) em todas as rodas. Faculta-se, para referidos
veículos, a utilização simultânea dos sistemas de antitravamento das rodas
(ABS) e de frenagem combinada das rodas (CBS).
 Motocicletas, motonetas, triciclos e quadriciclos com cilindrada inferior a 300cc
(trezentas cilindradas) ou, no caso de elétricos, com potências abaixo de 22 kW
(vinte e dois quilowatts), devem ser fabricados ou importados com sistema de
frenagem combinada das rodas (CBS) ou sistema antitravamento das rodas
(ABS).

Atenção!
Para saber mais sobre equipamentos obrigatórios aos demais veículos acesse, no
Material de Apoio, os itens referentes a “Equipamentos Obrigatórios”.

459
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

3. EQUIPAMENTOS, DISPOSITIVOS E SÍMBOLOS


Veremos, a seguir, sobre a classificação e as características de alguns equipamentos e
dispositivos bem como sobre os principais símbolos utilizados nos veículos.

3.1 Classificação
De acordo com o objetivo, os equipamentos e dispositivos do veículo podem ser
classificados da seguinte forma:

Equipamentos e Dispositivos de Segurança: cinto de segurança, encosto de cabeça,


extintor de incêndio, airbag etc.

Equipamentos e Dispositivos de Informação Visual: retrovisores, faróis, vidros, para-


brisa etc.

Equipamentos e Dispositivos de Comunicação (luminosa e sonora):

• luminosa: pisca-alerta, faroletes, luz de freio, luz de ré etc.

• sonora: buzina, campainha e sirene.

Equipamentos e dispositivos do veículo

3.2. Símbolos e comandos de uma motocicleta


Assim como os condutores de carros, os motociclistas devem ter total conhecimento
sobre o significado dos símbolos do painel de instrumentos, bem como de todos os
comandos a ele disponibilizados quando na condução, parada e estacionamento de sua
motocicleta, como por exemplo:

- a manete da embreagem é acionada com a mão esquerda;

460
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observação: A embreagem não deve apresentar uma folga superior a 2 cm (dois


centímetros).

- o freio dianteiro é acionado por meio da manete do lado direito;

Manete do freio

Observação: O freio não deve apresentar uma folga superior a 1 cm (um centímetro).

- a troca de marcha é feita com o pé esquerdo;

- o freio traseiro é acionado com o pé direito.

Observação: Para maior segurança, ao parar, o motociclista deverá apoiar-se por meio
do pé esquerdo (no chão), pois o pé direito deverá ser mantido no pedal de freio.

- dentre outros tantos comandos e seus respectivos meios de acionamento. Vejamos:

Componentes da motocicleta

461
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

3.3. Símbolos e comandos dos veículos de quatro ou mais rodas


Os condutores devem ter total conhecimento sobre o funcionamento, o significado dos
símbolos do painel de instrumentos, bem como de todos os comandos a ele
disponibilizados para condução, parada e estacionamento de seu veículo. Também é
importante saber sobre a função de cada uma das peças que, somadas, proporcionam
movimento, força, redução de velocidade, parada e estabilidade ao seu veículo. Esse
conhecimento é importante para evitar sinistros (acidentes) e para manutenção do
correto funcionamento do veículo, de forma a preservá-lo.

Pedais do carro

Vejamos, inicialmente, a simbologia dos comandos e dispositivos do veículo – que


normalmente é disposto ao condutor no “painel de instrumentos”.

462
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Observação: o velocímetro (indicador da velocidade do veículo), o odômetro (indicador


de distância percorrida), o manômetro (indicador da pressão do óleo lubrificante que
circula no motor), o amperímetro (ou luz da bateria – indicador da carga da bateria), o
termômetro (indicador da temperatura da água do sistema de arrefecimento do motor)
e o tacômetro (ou conta giro – indicador da quantidade de giros/rotações por minuto,
RPM, realizadas pelo virabrequim, no motor) transmitem importantes informações ao
condutor do veículo – motivo pelo qual estão localizados no painel de instrumentos.

3.4. Cinto de segurança


Não restam dúvidas de que o cinto de segurança reduz, consideravelmente, as
consequências de um sinistro (acidente).

Ele evita que as pessoas, em casos de sinistros (acidentes), não se choquem entre si
(dentro do veículo), não se choquem com as partes internas do veículo e nem sejam
arremessadas para fora dele.

É proibida a utilização de dispositivos no cinto de segurança que travem, afrouxem ou


modifiquem o seu funcionamento normal.

As crianças de colo jamais podem ser transportadas no colo – devem utilizar cadeirinhas
especiais.

Gestantes também devem utilizar o cinto de segurança – de preferência o cinto de 3


(três) pontos, devendo a parte horizontal do cinto passar por baixo da barriga (na cintura)
e a parte diagonal acima da barriga (não usar o cinto sobre a barriga).

A responsabilidade pelo não uso, por qualquer pessoa, do cinto de segurança é sempre
do condutor – infração grave.

Não passe o cinto de segurança sobre objetos como: óculos, canetas, lapiseiras etc.
(em uma colisão ou em uma freada brusca o objeto pode ferir gravemente aquele que
está utilizando o cinto sobre referidos objetos).

Tipos de cinto de segurança:

• cinto de 2 (dois) pontos

subabdominal

diagonal

• cinto de 3 (três) pontos

• cinto de 4 (quatro) pontos

463
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Tipos de cinto de segurança

3.5. Encosto de cabeça


Evita lesões na coluna cervical. O encosto evita o “efeito chicote” da cabeça e do
pescoço (o corpo do condutor vai para frente, no momento da batida do veículo com
outro que segue à frente, em seguida o corpo do condutor cai de volta sobre o banco e
sua cabeça bate no encosto – que evita que o pescoço se dobre para trás).

Encosto de cabeça

464
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

4. NOÇÕES DE MANUSEIO E USO DO EXTINTOR DE INCÊNDIO


Atualmente os veículos automotores apresentam extintores de incêndio contendo Pó
Químico ABC (que se trata de uma substância capaz de apagar incêndio das 3 (três)
classes – A, B e C.

Atenção!
Para saber mais sobre incêndio acesse, no Material de Apoio, os itens referentes a
“Incêndio”.

É extremamente importante estar atento à data de validade do extintor/cilindro (teste


hidrostático) – que vence em 5 (cinco) anos.

Utilização: o usuário deve destravar a válvula (puxando o lacre), manter o extintor em


pé, apontar o bico do extintor para a base do fogo, apertar o gatilho firmemente e
movimentar o jato do agente extintor para direita e esquerda, para atingir toda a base
do fogo.

Observações:
- não utilize o extintor na horizontal (deitado) e nem de cabeça para baixo;

- não se aproxime muito do fogo;

- durante a descarga do agente (saída do jato) não faça movimentos para baixo e para
cima;

- fique atento às danificações existentes no cilindro (amassados, ferrugens etc.), pois


podem comprometer o funcionamento do extintor;

- esteja atento à conformidade do extintor com o INMETRO;

- esteja atento se o ponteiro indicador da pressão está na faixa verde (pois, estando na
faixa vermelha significa necessidade de recarga ou troca).

Uso do extintor

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

5. RESPONSABILIDADE COM A MANUTENÇÃO DO VEÍCULO


Todo veículo deve ser mantido em boas condições de funcionamento, uso e segurança.

A responsabilidade pela manutenção do veículo não é apenas de seu proprietário, mas


de todos aqueles que o conduzem.

Com o passar do tempo, todos os componentes e sistemas do veículo se desgastam


com o uso.

O desgaste de um componente pode prejudicar o funcionamento de outros e


comprometer a segurança. Isso pode ser evitado observando a vida útil e a durabilidade,
definida pelos fabricantes, dos componentes e das peças (dentro de certas condições
de uso).

GIF Manutenções preventivas

Sendo assim, é necessário estar atento às informações contidas no “manual de uso e


manutenção” do veículo, fornecido pelo seu fabricante. Referido “manual” informa sobre
o “tempo de vida útil” dos componentes e peças do veículo – o que viabiliza uma
“manutenção programada”.

Logo, por meio da leitura do manual é possível:


 saber que uma determinada peça deve ser trocada antes dela estragar;
 evitar que o veículo “lhe deixe na mão em plena via pública”;
 economizar com guincho para rebocar o veículo para a oficina;
 evitar os riscos e perigos de ficar pelo meio do caminho porque o veículo
estragou, principalmente de madrugada;
 evitar sinistros (acidentes) por defeitos em dispositivos e peças, por ter “passado
da hora” de substituí-las.

Portanto, seguir as instruções do “manual de uso e manutenção” é o mínimo que se


espera de um condutor/proprietário responsável e comprometido com sua vida, bem
como com a vida dos demais usuários da via.

466
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Tipos de manutenção
Temos 2 (dois) tipos de manutenção veicular, quais sejam:
Manutenção Preventiva – aquela que “prevê” defeitos no veículo. A “revisão” é um tipo
de manutenção preventiva (deve ser feita de acordo com as recomendações do
fabricante do veículo – em geral a cada 10.000 km). Para manter o veículo em condições
seguras, é importante criar o hábito de fazer, periodicamente, a manutenção preventiva.
Ela é fundamental para minimizar o risco de sinistros (acidentes) de trânsito.

Manutenção Corretiva – é aquela que “corrige” defeitos no veículo (é levar o veículo


para consertar, uma vez que o defeito já ocorreu).

Existem oficinas mecânicas de manutenção preventiva, manutenção corretiva e


manutenção preventiva/corretiva.

Um veículo em boas condições de funcionamento e em bom estado de conservação


atenderá, fielmente, os comandos dados por seu condutor.

Manutenção veicular

5.1. Segurança veicular


Segurança veicular é o conjunto de dispositivos e de práticas que contribuem para a
prevenção de sinistro (acidente) de trânsito, bem como, no caso de sua ocorrência, para
redução de suas consequências.

A segurança veicular (segurança proporcionada pelo veículo) varia de acordo com o


conjunto de equipamentos e dispositivos existentes no veículo.

É classificada em:

Segurança Ativa: aquela que possibilita manter o controle do veículo (em qualquer
situação – rotineira ou emergencial) e facilita sua recuperação em situações críticas,
visando evitar sinistros (acidentes).

Exemplos de equipamentos e dispositivos de “segurança ativa”:

467
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

- sistema de freio mais sofisticado (ex.: ABS);

- terceira luz de freio;

- desembaçador de vidros;

- retrovisores;

- farol de neblina;

- etc.

Terceira luz de freio

Segurança Passiva: tem como objetivo reduzir as consequências de um sinistro


(acidente), aos ocupantes do veículo.

Exemplos de equipamentos e dispositivos de “segurança passiva”:

- cinto de segurança;

- encosto de cabeça;

- airbag;

- para-choque;

- etc.

Exemplos de segurança passiva

468
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

A cada ano, os veículos são melhorados graças à engenharia mecânica e à ergonomia


(conjunto de estudos que visam a organização metódica das relações entre o homem e
a máquina).

Assim, os veículos têm proporcionado cada vez mais conforto e segurança a seus
usuários, mas o principal item de segurança dos veículos continua sendo “a consciência”
de seus condutores.

469
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

6. ALTERNATIVAS DE SOLUÇÃO PARA EVENTUALIDADES


MAIS COMUNS
A seguir, veremos importantes dicas de solução para alguns simples defeitos que
podem ocorrer em determinados dispositivos e peças do veículo.

Bateria descarregada
Ao tentar ligar o motor pode ser que a bateria esteja descarregada. Quando a bateria
está descarregada, além do motor não ligar alguns dispositivos elétricos não funcionam
ou funcionam irregularmente (pela baixa frequência de energia que chega até eles).

Neste caso, o condutor pode ligar o motor com o auxílio de uma outra bateria (que tenha
capacidade igual ou um pouco mais alta que a bateria descarregada) e um cabo para
fazer a transmissão de energia.

A operação é feita ligando, com o cabo especial, o terminal (borne) positivo da bateria
boa ao terminal positivo da bateria descarregada. Em seguida, o mesmo procedimento
deve ser feito com o terminal (borne) negativo das 2 (duas) baterias.

Assim que os cabos (positivo e negativo) estiverem ligados o condutor deve dar a partida
no motor e ele irá funcionar. Logo que o motor funcionar, o condutor deverá retirar o
cabo negativo dos terminais (das duas baterias) e, em seguida, retirar o cabo positivo.

Se após algumas tentativas o motor não ligar o condutor não deverá ficar insistindo,
porque o problema provavelmente não será “bateria sem carga”.

Transmissão de energia

Pneu furado
Quando o pneu furar é necessário seguir algumas recomendações de segurança para
a realização da troca, como veremos a seguir:

Inicialmente, se possível, o condutor deverá imobilizar o veículo num local plano, firme
e, principalmente, seguro (fora da pista de rolamento).

470
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Em seguida, é necessário ligar as luzes de emergência, acionar o freio de


estacionamento do veículo e desligar o motor, mantendo-o engrenado em primeira
marcha ou marcha à ré.

Na sequência, o condutor deverá sinalizar o local por meio do triângulo de segurança.


Para aumentar ainda mais a segurança o condutor poderá utilizar objetos auxiliares para
sinalização (ramos, galhos, lanternas etc.).

Observação: se o veículo estiver em local inclinado é necessário calçar suas rodas com
um pedaço de madeira, por exemplo.

Feito todo o procedimento anterior, o condutor deverá iniciar o processo de substituição


da roda (pela roda sobressalente) da seguinte maneira:

a) dar um pequeno desaperto (com a “chave de roda”) nos parafusos da roda que
será substituída – cerca de uma volta;
b) abrir um pouco o macaco e colocá-lo no local indicado pelo fabricante do veículo,
próximo da roda a ser substituída;
c) girar a manivela do macaco para levantar o veículo de forma que a roda a ser
substituída desencoste (alguns centímetros) do chão;
d) retirar os parafusos e a roda que está com o pneu furado;
e) colocar a roda sobressalente e encaixar os parafusos, apertando-os
parcialmente;
f) girar a manivela do macaco para abaixar o veículo e, em seguida, retirá-lo;
g) apertar bem os parafusos (apertar os parafusos em “X”, ou seja, mudar de um
parafuso para o outro que está na diagonal, conforme ilustração a seguir);
h) guardar adequadamente o macaco, a chave de roda e a roda substituída;
i) retirar a sinalização do local (guardar o triângulo de segurança adequadamente);
j) lembrar de desligar a sinalização de alerta do veículo ao recolocá-lo em
movimento.

Apertar parafusos em X

471
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Lâmpada ou dispositivo elétrico que não funciona

Se porventura uma das lâmpadas do veículo não funcionar (ou um dispositivo elétrico
não ligar), antes de substituí-la, por achar que ela está queimada, o condutor deverá
verificar se o respectivo fusível não está queimado.

Sendo assim, com o auxílio do “manual do veículo” o condutor deverá verificar sobre a
localização da “central de fusíveis” e realizar a troca do fusível queimado.

Observação: geralmente o fabricante do veículo identifica os fusíveis que têm a mesma


“capacidade” com a mesma cor. A troca de um fusível deve ser feita por outro que tenha
a mesma capacidade (fusível da mesma cor).

Fusíveis

Caso o problema não seja no fusível, aí sim pode ser que a lâmpada esteja realmente
queimada. Neste caso, também com o auxílio do “manual do veículo”, o condutor deverá
providenciar a substituição por uma outra lâmpada que tenha as mesmas características
da que se queimou.

Observação: por questões de segurança, ao substituir uma lâmpada dos faróis, é


necessário verificar a sua regulagem.

472
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

7. CONDUÇÃO ECONÔMICA E INSPEÇÃO MECÂNICA


(PEQUENOS REPAROS)
Neste momento, veremos algumas técnicas que viabilizam conduzir o veículo com mais
economia de combustível e, consequentemente, menos poluição ambiental, bem como
alguns pequenos reparos que podem ser realizados pelos próprios condutores.

7.1. Condução econômica


A condução do veículo não só “pode” como “deve” ser feita de maneira econômica, uma
vez que trará benefícios para o condutor (que gastará menos) e para o meio ambiente
(que será menos poluído).

Dispositivos de proteção ambiental

Além de auxiliar na preservação do meio ambiente, o funcionamento adequado dos


dispositivos antipoluentes do veículo também promove o rendimento do veículo. Deste
modo, a manutenção adequada desses dispositivos faz parte de uma condução
ecologicamente correta, bem como econômica.

Manutenção do veículo

Como vimos, a manutenção adequada e periódica dos veículos proporciona a


melhoraria em seu rendimento e reduz consideravelmente a emissão de material
poluente.

Desse modo, é importante que o condutor/proprietário realize “manutenções” em seu


veículo, pois por meio de inspeções periódicas no sistema de ignição, alimentação,
regulagem do sistema de válvulas, estado de conservação do tubo de escapamento e
dispositivos (cânister, catalizador, sonda lambda) dentre outras medidas que visem a
condução econômica e, consequentemente, a redução da poluição ambiental.

Observação: os fabricantes de veículos geralmente fazem recomendações visando


uma “direção econômica” e, por conseguinte, a “preservação do meio ambiente”, que
podem ser encontradas no “manual de uso e manutenção do veículo”.

Manual do veículo

473
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Combustível de má qualidade

Vimos que o consumo de combustível de má qualidade impede uma combustão


eficiente e com menos fuligem, resultando, assim, uma maior poluição ambiental.

Além da possibilidade de causar danos, o consumo de combustível de má qualidade


interfere no rendimento e desempenho do motor do veículo, o que impede uma
condução econômica.

Desse modo, é necessário saber escolher bem os postos de abastecimento de


combustível e verificar a procedência do combustível com o qual trabalham.

Combustível de qualidade

7.2. Inspeção mecânica (pequenos reparos)


Alguns pequenos reparos podem ser realizados pelos próprios condutores dos veículos,
como os reparos que veremos a seguir.

Vale salientar que de acordo com as normas de trânsito realizar um pequeno reparo é
fazer ou deixar que se faça reparo em veículo nas pistas de rolamento.

Portanto, mesmo que sejam simples, os reparos nos veículos devem ser feitos fora das
pistas de rolamento.

Folga nos cabos e mangueiras

Em alguns casos pode ser que o motor não funcione porque algum cabo ou fio esteja
dando “mau contato”.

Sendo assim, quando o motor não quiser ligar (e sendo constatado que a bateria tem
carga – pois as lâmpadas estão acendendo e o motor de arranque está girando) é
importante que o condutor abra a sua tampa e verifique se há algum cabo ou mangueira
que esteja em mau contato ou desconectado de seu local de origem – o que poderá ser
resolvido por ele mesmo.

474
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Oxidação nos cabos da bateria

Os cabos (positivo e negativo) que se conectam na bateria podem apresentar oxidações


(crosta verde, conhecida por “zinabre”), fazendo com que a energia deixe de ser
transmitida aos componentes e dispositivos elétricos do veículo.

Oxidação

Ao perceber que se formaram oxidações nos cabos da bateria o condutor deve fazer a
sua limpeza utilizando uma solução de bicabornato de sódio (bicabornato diluído em
água), “laranjinha capeta” ou limão e uma escovinha para retirar toda a sujeira.

Após alguns instantes a sujeira (oxidação) vai se soltando. Em seguida, o condutor


deverá secar adequadamente os terminais e os cabos neles conectados para que,
secos e limpos, voltem a funcionar normalmente.

Esguincho entupido
Ao verificar que o jato de água do esguincho do lavador de para-brisa não quer sair o
condutor deve inicialmente verificar se tem água no reservatório.

Se o problema não for falta de água no reservatório pode ser que a causa seja o
entupimento do esguincho. Neste caso, o condutor poderá desentupi-los utilizando um
alfinete.

Limpeza do esguincho

475
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

8. VERIFICAÇÃO DIÁRIA DOS ITENS BÁSICOS – ÁGUA, ÓLEO,


CALIBRAGEM DOS PNEUS, DENTRE OUTROS
Todo condutor deve realizar uma verificação nos equipamentos obrigatórios,
dispositivos de segurança, de informação, de comunicação, óleo, água, funcionamento
de luzes e demais partes do veículo, antes de transitar com ele.

O veículo é uma máquina que interage diretamente com as pessoas – que estão dentro
e fora dele. Assim, falhas em seu funcionamento podem gerar graves consequências.

Desse modo, o condutor deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para reduzir os
riscos advindos do funcionamento do veículo – tal como inspeções periódicas.

A inspeção veicular é importante, pois, além de evitar sinistros (acidentes), evita


penalidades, medidas administrativas e danos ao veículo.

Inspeção veicular

Óleo (sistema de lubrificação)

Parte do óleo do motor (óleo lubrificante) é naturalmente consumido durante o uso do


veículo, além de ocorrer, com o tempo, perdas em sua propriedade de lubrificação
(viscosidade).

Assim, o condutor deve sempre inspecionar o nível de óleo lubrificante do motor do


veículo (e, se necessário, “completar” até o nível recomendado).

Uma verificação mais precisa do nível do óleo do motor deve ser feita com o veículo em
local plano e com o motor ainda aquecido (com cuidado para não ocorrer queimaduras)
– conforme recomenda os fabricantes de veículos.

O nível de óleo é verificado por meio da vareta/tampa e deve estar entre a marca do
nível superior (referência: MAX) e a marca do nível inferior (referência: MIN) existente
na vareta/tampa. Estando próximo ou abaixo da referência “MIN” é necessário completar
o nível por meio do “bocal de enchimento”. Ao completar o óleo, é necessário ter cuidado
para que o nível não ultrapasse a referência “MAX” – o que jamais deve acontecer.

476
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Verificação do nível do óleo

Em relação à “substituição” para que o óleo não perca sua propriedade de lubrificação
é necessário providenciar a “troca de óleo” (e do filtro) de acordo com as
recomendações (período, características etc.) do fabricante do veículo, contidas no seu
“manual de uso e manutenção”.

Água/líquido de arrefecimento (sistema de refrigeração)

A refrigeração do motor é fundamental para o seu adequado funcionamento e


conservação. Por isso, o condutor também deve sempre inspecionar o nível da
água/líquido do sistema de refrigeração do veículo.

A verificação do nível da água/líquido é feita por meio das marcas (referências: “MIN” e
“MAX”) existentes no respectivo “reservatório”.

Verificação do nível água/líquido

O nível da água/líquido, que deve ser verificado com o motor frio (antes de dar a partida),
não deve estar abaixo da referência “MIN”. Caso o nível esteja abaixo da referência
“MIN” é necessário completar pelo “bocal do reservatório”.

Atenção: para evitar queimaduras, nunca abra a tampa do reservatório quando o


motor estiver quente!

Água/líquido dos lavadores do para-brisa e do vidro traseiro

477
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Também é recomendado uma frequente inspeção no nível da água/líquido utilizado para


lavar o para-brisa e o vidro traseiro do veículo, principalmente antes de viajar, pois sua
visibilidade poderá ficar comprometida se os vidros do veículo estiverem sujos e você
não tiver como limpá-los – o que aumentará o risco de ocorrer um sinistro (acidente).
Logo, por questões de segurança, é necessário verificar frequentemente e completar,
quando necessário, o nível da água/líquido utilizada para lavar os vidros (dianteiro e
traseiro) do veículo.

Reservatório água lavadores do para-brisa

Pneus
Os pneus têm a função de impulsionar, frear e manter a dirigibilidade do veículo. Por
isso, controlar a pressão (calibragem) de cada pneu é muito importante para a
manutenção da segurança do veículo.
O controle da pressão dos pneus deve ser feito com os pneus frios, pois após o uso do
veículo, por um longo período, é normal a pressão aumentar.
Ainda em relação aos pneus é importante mencionar que eles podem estar
sobrecalibrados ou subcalibrados.
Os pneus sobrecalibrados (excesso de ar) perdem atrito na lateral de sua banda de
rodagem. Já os subcalibrados (murchos) perdem atrito no centro de sua banda de
rodagem, aumentam o consumo de combustível – além da subcalibragem provocar o
superaquecimento dos pneus, o que pode causar-lhes graves danos.

Variação da pressão nos pneus

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Ao calibrar os pneus o condutor deve seguir as recomendações (sobre a quantidade de


ar a ser colocada) do fabricante do veículo (contidas no manual do veículo).

Demais verificações
O condutor também deverá verificar:

- se a quantidade de combustível será suficiente para o percurso pretendido;

- o funcionamento de todas as lâmpadas (farol, luz de freio, setas etc.);

- o nível do fluido de freio;

- dentre outras recomendações estabelecidas pelo fabricante do veículo (contida no


manual).

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

9. CUIDADOS E REVISÕES NECESSÁRIAS ANTERIORES A


VIAGENS
A utilização das rodovias, para realização de viagens, requer um cuidado maior por parte
dos condutores de veículos, pois é o momento em que uma velocidade maior será
utilizada no veículo. Cuidados estes que devem se iniciar antes mesmo de começar a
viagem, com a realização de uma manutenção preventiva e de alguns procedimentos
no veículo, como veremos a seguir.

Pneus
Além do controle da pressão dos pneus, como vimos anteriormente, é necessário que
o condutor esteja atento a mais alguns itens relacionados a este importante
equipamento do veículo, tais como:

Profundidade dos sulcos: os pneus apresentam sulcos que servem para escoar a
água da pista e permitir uma perfeita aderência da banda de rodagem com o solo. A
profundidade mínima de segurança dos sulcos dos pneus é de 1,6 mm (milímetros).

Deformação da carcaça: o condutor deve estar atento à formação de bolhas ou cortes


nos pneus de seu veículo, pois estas deformações podem causar estouros do pneu
levando à perda da dirigibilidade do veículo.

Largura e altura dos pneus: é importante que o condutor utilize somente pneus
recomendados pelo fabricante do veículo, pois essas recomendações são baseadas em
estudos (engenharia mecânica) sobre as dimensões ideais dos pneus que deverão
equipar o veículo. O uso de pneus fora das dimensões recomendadas prejudica a
estabilidade do veículo e podem comprometer os componentes do sistema de
suspensão.

Pneus em bom estado

Observações:
a) Esteja atento às vibrações do volante, pois indicam possíveis problemas com o
balanceamento das rodas.

480
PRIMEIRA HABILITAÇÃO

b) Também esteja atento quando o veículo estiver puxando para um dos lados, pois
isso indica um possível problema com a calibragem ou com o alinhamento da
direção.
c) O balanceamento das rodas e o alinhamento da direção interferem na
estabilidade e na capacidade de frenagem do veículo, por isso é recomendável
verificar o alinhamento e o balanceamento para evitar sinistros (acidentes).

Balanceamento e Alinhamento
É importante que o condutor faça o balanceamento e o alinhamento das rodas de seu
veículo. O alinhamento e o balanceamento das rodas são fundamentais para a garantia
de uma maior vida útil dos pneus e a segurança dos passageiros e do condutor do
veículo.

O balanceamento (compensação feita para equilibrar o conjunto pneus e rodas, que


consiste na aplicação de contrapesos de chumbo na roda) evita vibrações (trepidações)
no volante, perda de estabilidade do veículo e desgaste irregular dos pneus. Portanto,
deve ser feito sempre que o pneu for desmontado da roda (para o conserto), na troca
do pneu por um novo, quando o volante apresentar vibrações, no caso de desgaste
irregular dos pneus e nas manutenções preventivas (a cada 10.000 km).

O alinhamento (correção dos ângulos na suspensão e direção – pivôs e terminais)


também proporciona maior estabilidade e dirigibilidade do veículo, além de evitar o
desgaste irregular e prematuro dos pneus. É aconselhável nos casos de troca dos
pneus, no seu desgaste irregular ou prematuro, quando o veículo estiver “puxando” para
um dos lados, ao realizar o rodízio dos pneus e nas revisões (a cada 10.000 km).

No alinhamento é verificada a “geometria da suspensão”, onde se averigua cambagem,


divergência e convergência das rodas.

Cambagem: inclinação da roda do veículo em relação ao plano horizontal do solo.


Quando a parte superior da roda estiver inclinada para fora a cambagem será
considerada positiva. Quando a parte superior da roda estiver inclinada para dentro a
cambagem será considerada negativa. A cambagem deve estar dentro dos valores
estabelecidos pelo fabricante do veículo, pois caso esteja fora dos valores originais
poderá ocorrer perda de estabilidade do veículo, desgaste irregular dos pneus, aumento
de consumo de combustível, perda da dirigibilidade, dentre outros problemas. A leitura
do “ângulo de camber” faz parte da geometria da suspensão, utilizada para o adequado
alinhamento da suspensão de um veículo.

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

Cambagem

Convergência: é quando a distância entre as partes da frente das rodas dianteiras (lado
esquerdo e lado direito) é menor do que a distância entre as partes detrás delas.
Olhando o veículo de frente, notamos que as rodas (lado direito e lado esquerdo) ficam
viradas para dentro.

Divergência: é quando a distância entre as partes da frente das rodas dianteiras (lado
esquerdo e lado direito) é maior do que a distância entre as partes detrás delas. Olhando
o veículo de frente, notamos que as rodas (lado direito e lado esquerdo) ficam viradas
para fora.

Exemplo de convergência e divergência

O ângulo de giro das rodas deve ser o especificado pelo fabricante, pois caso esteja
fora das recomendações os pneus podem se arrastar nas curvas, causando desgaste
irregular dos mesmos, perda de estabilidade e perda da dirigibilidade do veículo.

Palhetas do limpador de para-brisa

Periodicamente é importante realizar a limpeza (com produtos adequados) das palhetas


(borracha) do limpador de para-brisa do veículo para que a sujeira não impeça o
adequado trabalho que elas realizam no para-brisa.

Palhetas sujas perdem a função de manter o para-brisa limpo para que o condutor possa
ter uma boa visibilidade da via pública por onde transita.

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Além da limpeza, é necessário estar atento ao estado das palhetas, que podem
apresentar-se desgastadas ou danificadas. Realizar uma viagem com as palhetas do
limpador de para-brisa desgastadas ou danificadas constitui um enorme risco de
sinistros (acidentes), pois o condutor terá sua visibilidade comprometida em caso de
sujeira no para-brisa ou más condições atmosféricas. Neste caso é aconselhável
substituí-las.

É importante ressaltar que os fabricantes recomendam a substituição das palhetas


(refil/borracha) do limpador de para-brisa pelo menos uma vez ao ano,
independentemente do estado em que elas estejam.

Substituição das palhetas

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PRIMEIRA HABILITAÇÃO

10. RESUMO
Parabéns! Você chegou ao final do seu curso!

Durante o estudo desta última disciplina, você teve a oportunidade de saber sobre o
significado dos principais símbolos e comandos existentes nos veículos.

Também foi abordado o funcionamento do motor, onde foi demonstrado seus órgãos
fixos e móveis, os tempos do motor, os órgãos de comando e os sistemas vinculados
ao seu funcionamento (alimentação, ignição, lubrificação e refrigeração).

Além disso, foi abordado os sistemas necessários à movimentação e imobilização do


veículo (transmissão, suspensão, direção e freio), bem como um dos mais importantes
equipamentos de segurança dos veículos: os pneus.

Esta disciplina teve como objetivo transmitir informações sobre os principais


equipamentos, comandos e dispositivos existentes nos veículos automotores para que
eles possam ser conduzidos com maior segurança pelas vias públicas. Além de um
maior domínio na direção, o conhecimento sobre as peças, os sistemas e cada um dos
componentes dos veículos possibilita a utilização de todos os recursos neles
disponíveis, tanto para a prática da direção defensiva preventiva quanto para a direção
defensiva corretiva.

Agora, para finalizar seus estudos, você deverá ler os conteúdos disponíveis no Material
de Apoio, realizar os Exercícios de Fixação para avaliar sua aquisição de
conhecimentos.

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