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1 Microempresas
Conforme Ramos e Fonseca (1995, p.20 apud Nascimento, 2020, p.5) “registros
contam que já no século X a civilização chinesa que naquela época dominava a tecnologia, a
ciência e a cultura, começaram a desenvolver o comércio marítimo, que como podemos
perceber tratava-se de um estágio embrionário da Microempresa”.
Ramos e Fonseca (1995 apud Nascimento, 2020) consideram que com a crise do
petróleo ocorrida em 1973, as microempresas passaram a ser fundamentais para assegurar a
estabilidade da economia, tendo em vista que necessitavam de pequenas empresas, devido sua
flexibilidade e agilidade, além de possibilitarem maiores criações de empregos. Segundo
Nascimento (2020) foi desta forma que começou o desenvolvimento das microempresas que
vemos nos dias de hoje, ágeis, flexíveis e com meios de gestão atuais. As microempresas
antes tidas como apenas um meio de geração de emprego se tornam um fator crucial para o
desenvolvimento nacional.
Esta valorização foi garantida nos artigos 170 e 179 da Constituição Federal de 1988,
que estabelecem que tanto a União, quanto estados e municípios “devem dispensar tratamento
jurídico diferenciado a essas empresas e dispensá-las de obrigações administrativas,
tributárias e previdenciárias” (Souza, Machado, Oliveira, 2018 apud Garcez, et al., 2023, p.
42).
Segundo Garcez (et al., 2023, p.42) posteriormente, ocorreu maior seguridade para os
micro e pequenos empreendedores, ampliando a abertura e diversidade de organizações, o que
auxiliou na criação do Simples Federal (Lei 9.317, de 1996), que objetivava facilitar o
pagamento de tributos, do Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei
9.841, de 1999), determinando benefícios administrativos, trabalhistas e de crédito.
Art. 3º. Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se micro - empresas ou
empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa
individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da
lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no
Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas conforme
o caso, desde que:
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita Bruta igual ou
inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais).
De acordo com SEBRAE (2011) mais da metade dos empregos no país que envolve
ter carteira assinada são assegurados pelas micro e pequenas empresas, ou seja, são atribuídos
a eles ao menos dois terços da totalidade de ocupações que existem no âmbito privado da
economia.
As microempresas são parte essencial no nosso país, para Tomazette (2020) grande
parcelas das atividades empresariais brasileiras são reconhecidas como de pequeno e médio
porte, por conseguinte, é atribuído aos pequenos e médios empresários um papel relevante na
economia do Brasil, sendo capaz de assegurar que sem os mesmos a economia trava, mas
juntamente com as microempresas a tendência da economia é alavancar.
Para Melo (2010) as empresas de pequeno porte e microempresas possuem atuação em
todas as esferas sociais e estão difundidas em todas extensões brasileiras. Detendo desta
forma versatilidade e agilidade na prestação de serviços, com metas que são menos complexas
e com um regime com um menor número de burocracias. Sendo assim, é evidente que as
microempresas tem influencia e atuam de forma a auxiliar a sociedade em funções típicas do
Estado, essencialmente em regiões menos favorecidas.
2.2 Covid
Segundo Andrade (et al., 2020, p.2916) o novo coronavírus, a qual recebe o nome
científico de SARS-CoV-2 é uma família de vírus causadora de infecções respiratórias. Os
primeiros casos relacionados ao coronavírus em humanos datam de 1937, onde foram
identificados e isolados, porém apenas em 1965 o vírus foi intitulado coronavírus.
“Comumente, as infecções pelo SARS-CoV-2 causam sintomas respiratórios, febre, tosse,
falta de ar e dificuldades respiratórias, embora algumas pessoas infectadas tenham sido
declaradas assintomáticas”.
De acordo com Souza (et al., 2021) a contar do final de 2019, a humanidade luta
contra uma crise mediante manifestação de um novo vírus. Este vírus é uma mutação do então
preexistente coronavírus, denominado novo coronavírus (SARS-CoV- 2) e como citado
anteriormente é uma doença com manifestações de dominância respiratória.
“A doença é considerada uma zoonose, infecção naturalmente transmissível entre
animais vertebrados e seres humanos, onde os animais não doentes albergam e eliminam os
agentes etiológicos”. Ainda está sobre investigação a real origem do animal a qual a doença
teve origem, no entanto, se pressupõe baseado no sequenciamento genético do vírus, que
morcegos ou até o pangolim, mamíferos da “espécie Manis javanica”, sejam a provável
origem (Souza, et al., 2021, p.48).
Conforme Souza (et al., 2021, p.48) a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi
comunicada em 31 de dezembro de 2019, sobre casos de pneumonia de origem não conhecida
constatada na cidade de Wuhan, em uma província na China, mais tarde identificada como
uma doença contagiosa acarretada pelo novo coronavírus (COVID19).
O Brasil foi afetado pelo coronavírus, tendo sofrido grandes impactos tanto na saúde,
economia e infelizmente na perda de muitos brasileiros. Souza (et al., 2021, p.48) elucida que
“o Brasil, em 28 de setembro de 2020, atingiu 4.745.464 casos e 142.058 mortes”.
Para Macedo (et al., 2023) um dos estados que mais sofreram com a Pandemia foi o
Pará, isso se deve as diferenças demográficas, de infraestrutura em saúde e socioeconômicas.
Em relação à quantidade de casos, o ano de 2020 foi considerado o ano de maior incidência
de Covid19 no Pará, no entanto, o ano de 2021 foi o que teve o maior número de óbitos
relacionados à doença.
Ainda em consoante os autores Macedo (et al., 2023) pontuam que a Secretaria de
Estado de Saúde do Pará registrou até 23 de junho de 2023 a quantidade de 882.710 casos
comprovados e o total de 19.130 óbitos que ocorreram em decorrência da Covid19.
A pandemia que envolveu o Covid19 não impactou apenas a área da saúde, mas
também trouxe grandes consequências para o campo econômico. O sistema de saúde pública
em declínio, assim como o panorama econômico, que sofreu com o aumento do desemprego,
inflações e isso acarretou principalmente países que são emergentes como o Brasil.
No mês de março de 2020, foi determinado que o mundo passava por um status de
pandemia, várias medidas foram adotadas como forma de prevenção para que a infecção não
se disseminasse. Os estados e municípios decidiram fechar escolas e comércios que eram
considerados não essenciais, simultaneamente colaboradores receberam orientações para
continuar desenvolvimento suas funções laborais de casa. Houve um período em que foi
determinado que as atividades fossem totalmente fechadas, ocorrendo o lockdown ou
isolamento social, tendo sido considerada a ação mais efetiva para impedir a contaminação e
minimizar a curva de transmissão do vírus (Machado et al., 2022 apud Batista, Costa e
Amorim, 2024).
Queiroz (2023) cita algumas medidas que foram tomadas durante a pandemia para que
não fosse alastrada a transmissão do Covid19, tais como utilização de máscara, higienizar as
mãos, uso do álcool gel e evitar o contato físico, sendo a principal medida, o confinamento
dos indivíduos em casa.
Conforme informações do SEBRAE (2020, apud Garcez, et al., 2023, p. 46) referentes
até julho de 2020:
Das mais de 30% das empresas que mudaram a forma de funcionar, 41,93%
adotaram sistemas de venda e entrega apenas de forma online, 41,02% funcionavam
com horário reduzido, e apenas 6,6% mantiveram o funcionamento inalterado. Além
disso, houve mudança na localização dos negócios de microempreendedores, com
41% optando pelo funcionamento domiciliar, principalmente serviços de artesanato
(56%), alimentação (37%) e serviços empresariais (45%), o que está muito
associado a queda no faturamento e a dificuldade de manutenção dos aluguéis de
pontos comerciais.
Para Silva (et al., 2023) a pandemia relacionada ao Covid19 deixou marcas de danos
que não tem reparação, que tangem os aspectos políticos, sociais, econômicos e de saúde
publica, que foram amenizadas somente depois de vacinar a população. Ainda que esteja em
desenvolvimento o tratamento, a vacina e as precauções relacionadas à biossegurança, se
mantém tendo como base o diagnóstico e a vigilância epidemiológica.
Mediante aos fatos expostos, se compreende o impacto que o vírus do Covid19 deixou
na humanidade, principalmente por ser um vírus até então desconhecido pela grande massa,
que se alastrou rapidamente e que ainda assola a todos devido sua propagação e taxa de
mortalidade.
Nenhum país consegue estar preparado para um impacto financeiro dessa proporção, a
qual os governos necessitaram aumentar de maneira considerável seus gastos com saúde, além
de ser preciso ajudar as empresas e as pessoas financeiramente. Nesta perspectiva é relevante
ressaltar que as microempresas com o impacto econômico que sofreram na pandemia,
precisaram se inovar para permanecerem ativas no mercado e um dos fatores que auxiliaram
neste quesito foi o marketing digital, principalmente pela necessidade do distanciamento
social físico.
2.3 Marketing
Ainda em conformidade com Minuzzi e Larentis (2014) com o decorrer dos anos,
propriamente em 1950, as empresas passaram a notar que concentrar o foco apenas em vendas
a todo custo não era a melhor direção. Táticas agressivas de promoções e comercialização
sobrecarregam demais o custo do produto final e diminuem os rendimentos, no mais, esses
métodos nem sempre conseguiam fidelizar o consumidor, que em demasiada vezes não
retornava a usufruir dos produtos dos mesmos fabricantes.
A partir do cenário exposto se compreende que houve a procura de um meio para obter
mais conhecimento em relação ao mercado, identificando chances de negócios para os
produtos e serviços que os consumidores desejassem ou precisassem, coordenando os
recursos de uma forma que o produto ou serviço final seja entregue com bom rendimento
financeiro.
Para Shymoyama e Zela (2002) o marketing é uma via de mão dupla, entre mercado e
as empresas, em essas procuram no mercado informes em relação a desejos e necessidades,
obtendo em troca, a princípio, as informações. Posteriormente, as organizações passam a
ofertar ao mercado os produtos e serviços condizentes com as precisões e desejos dos
consumidores, tendo como resposta ganhos financeiros e consumidores satisfeitos.
Segundo Shymoyama e Zela (2002, p.8) “o marketing não cria necessidades, mas
apenas as identifica, para que possam ser satisfeitas, com soluções adequadas”. Na
perspectiva de Gonçalves (et al., 2012, p.63) a fundamentação do marketing se baseia em
“satisfazer necessidades e desejos dos consumidores e tem como função, analisar as
necessidades do cliente e assegurar o fluxo de informações necessárias, para adequar os
produtos e serviços da empresa às expectativas do comprador”.
Para entender a construção do Marketing no Brasil, Cobra (2002) explica que até os
anos de 1950 não existiam profissionais de marketing no país, comumente os trabalhadores
responsáveis por vendas eram componentes do departamento comercial das organizações.
O auto Oliveira (2004) relata que nessa época as organizações progrediam mais
porque as solicitações de produtos eram de baixo critério e passivas do que em relação a
técnicas de planejamento e adaptação ao mercado. Esta situação ficou basicamente inalterada
até a gestão de Juscelino Kubitschek, onde ocorreu a impulsão da industrialização. Porém, o
processo de industrialização gerou a ampliação da oferta de produtos, o que ao mesmo tempo
fez com que os profissionais do mercado se preocupassem com os clientes.
O marketing no Brasil não é mais visto como um tabu. As propagandas brasileiras são
consideradas umas das mais criativas do mundo, e o marketing criado no país, que se baseia
na realidade de um país em desenvolvimento acelerado, é modelo mundial e fonte que difunde
cultura e conhecimento mercadológico (Cobra, 2002).
Para Cruz e Silva (2014) o marketing tradicional havia nascido por meio de um
processo apenas funcional, com a venda e distribuição de produtos, com o passar dos anos e
com o aperfeiçoamento se originou o marketing de relacionamento, que procurou aprimorar o
relacionamento empresa e cliente. Depois desses avanços, surgiu o marketing digital, que teve
expansão com aumento do uso da internet no âmbito social. Frente a isso, na
contemporaneidade, muitas instituições usam essa ferramenta para atrais mais consumidores,
mas, se ressalta que para que uma empresa implante este marketing necessita seguir algumas
ações estratégicas, que permitam o aumento de informações em relação ao que está sendo
ofertado pela organização para os consumidores, por intermédio de publicidade nas mídias
sociais ou até mesmo e-mail marketing.
Segundo Torres (2009, p. 72-79, apud Cruz e Silva, 2014, p.4) destaca que o
marketing digital deve ser composto por sete ações estratégicas, sendo elas:
TAVARES, D. Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas já está em vigor. Lei Geral - Começa um novo
ciclo de desenvolvimento para os pequenos negócios. Revista SEBRAE. 20, janeiro/fevereiro de 2007,
pág. 20-39.
TOMAZETTE, Marlon. Teoria geral e direito societário v. 1. 11 ed. São Paulo. Saraiva Educação, 2020
MELO, Mayara Pontes. 2010. 72 fls. A gestão financeira em micro e pequenas empresas: um estudo
de aplicado à indústria de temperos Tina, no município de Cratéus – CE. Graduação (Ciências
Contábeis). Faculdade Lourenço Filho. FORTALEZA – CEARÁ. 2010. Disponível em
<http://www.flf.edu.br/revistaflf/monografias-contabeis/monografia-mayara-pontes-melo.pdf>.