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2.

1 Microempresas

Ao analisarmos o contexto histórico podemos observar que as microempresas estão


presentes na humanidade desde muitos séculos atrás, originando-se de modo bem primitivo.
Os registros indicam que a fase incipiente das microempresas ocorreu na civilização chinesa
no século X. A partir desse momento, as microempresas foram se desenvolvendo e obtiveram
um clímax com a Revolução Comercial acontecida aproximadamente na metade do século
XVII e subsequentemente com a revolução Industrial sucedida em meados do século XVIII
(Ramos e Fonseca, 1995 apud Nascimento, 2020).

Conforme Ramos e Fonseca (1995, p.20 apud Nascimento, 2020, p.5) “registros
contam que já no século X a civilização chinesa que naquela época dominava a tecnologia, a
ciência e a cultura, começaram a desenvolver o comércio marítimo, que como podemos
perceber tratava-se de um estágio embrionário da Microempresa”.

Ramos e Fonseca (1995 apud Nascimento, 2020) consideram que com a crise do
petróleo ocorrida em 1973, as microempresas passaram a ser fundamentais para assegurar a
estabilidade da economia, tendo em vista que necessitavam de pequenas empresas, devido sua
flexibilidade e agilidade, além de possibilitarem maiores criações de empregos. Segundo
Nascimento (2020) foi desta forma que começou o desenvolvimento das microempresas que
vemos nos dias de hoje, ágeis, flexíveis e com meios de gestão atuais. As microempresas
antes tidas como apenas um meio de geração de emprego se tornam um fator crucial para o
desenvolvimento nacional.

Na análise do panorama brasileiro, notamos que as micros e pequenas empresas


passaram a ser valorizadas no Brasil após a implementação da Constituição Federal de 1988,
mesmo assim foi considerada atrasada cerca de mais de 30 anos quando comparada as
maiores economias mundiais, que a datar da década de 50 ofertavam tratativas diferenciadas
aos fundamentais originadores de empregos (SEBRAE, 2018 apud Garcez, et al., 2023).

Esta valorização foi garantida nos artigos 170 e 179 da Constituição Federal de 1988,
que estabelecem que tanto a União, quanto estados e municípios “devem dispensar tratamento
jurídico diferenciado a essas empresas e dispensá-las de obrigações administrativas,
tributárias e previdenciárias” (Souza, Machado, Oliveira, 2018 apud Garcez, et al., 2023, p.
42).
Segundo Garcez (et al., 2023, p.42) posteriormente, ocorreu maior seguridade para os
micro e pequenos empreendedores, ampliando a abertura e diversidade de organizações, o que
auxiliou na criação do Simples Federal (Lei 9.317, de 1996), que objetivava facilitar o
pagamento de tributos, do Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei
9.841, de 1999), determinando benefícios administrativos, trabalhistas e de crédito.

No Brasil, a principal maneira de identificar as micros e pequenas empresas é pela


receita bruta anual. A lei complementar nº. 123 de 14 de dezembro de 2006 estabelece:

Art. 3º. Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se micro - empresas ou
empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa
individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da
lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no
Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas conforme
o caso, desde que:
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita Bruta igual ou
inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais).

De acordo com Tavares (2007), a partir da lei complementar 123/2006 ocorreu à


criação do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte ou Lei Geral,
que possui o intuito de regulamentar o que havia sido determinado no artigo 179 da
Constituição de 1988. A lei geral é vista como a primeira política publica de pública de esfera
nacional direcionada para os pequenos negócios brasileiros, possuindo atuação no cenário
federal, estadual, municipal e distrital. Os procedimentos para a criação da mesma tiveram a
cooperação do governo, parlamentares de base aliada e de oposição, além de mobilizar
empresários e organizações representativas de apoio a este segmento.

O estatuto nacional tem o objetivo de fomentar o desenvolvimento e concorrência dos


pequenos negócios com possibilidade de criação de novas vagas de trabalho, distribuição de
renda, inclusão social, fortificação da economia e diminuição da informalidade.

Para Rezende ( et al., 2022, p. 3) “uma microempresa é uma empresa de pequena


dimensão”. A maneira que se faz a caracterização de uma entidade ocorre pela quantidade de
colaboradores, no cada para que seja uma microempresa, o requisito é que se tenha até 19
funcionários na indústria e no comércio e serviços, esse número não pode ultrapassar a 9
funcionários.

Segundo Drucker (2003) geralmente em uma microempresa nem sempre há a divisão


de níveis de hierarquia. Os gestores usam uma boa parte do tempo em atividades operacionais
da empresa, e o tempo remanescente é destinado a atividades do empreendimento, tais como
compras, contabilidade, entre outros.

Como citado o faturamento de microempresas ocorre de maneira reduzida, sendo


enquadrada até R$ 360 mil. Segundo Rezende (et al., 2022) a forma do recolhimento de
tributos é simplificada quando correlacionada as empresas maiores. As microempresas
possuem enorme relevância no setor econômico de um país, principalmente por ser uma
opção para quem está em situação de desemprego.

As micros e pequenas empresas (MPEs) desempenham um papel significativo na


economia brasileira, contribuindo para a geração de empregos, estimulando a
inovação, promovendo o empreendedorismo e impulsionando o crescimento
econômico.Com cerca de 22 milhões de pequenos negócios, as micro e pequenas
empresas respondem por cerca de 99% de todas as empresas que existem no país,
com 55% dos empregos com carteira assinada e representando quase 30% do
Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) (SEBRAE, 2023).

O número de microempresas brasileiras é elevado, elas criam oportunidades de


emprego e fomentam o desenvolvimento econômico do país. São pequenos negócios, com
formatos diversos, considerando, a receita anual diferenciada, tendo uma parcela fundamental
na economia do Brasil (Mendonça, et al., 2017).

As pequenas e microempresas têm características particulares e distintas, ou seja, uma


considerável colaboração no desenvolvimento do produto nacional, no absorvimento de mão
de obra, na flexibilidade do local que se espalham de maneira invariável por todo território
brasileiro, operando em um papel essencial para o seu crescimento (Cher, 1990 apud
Mendonça, et. al. 2017).

De acordo com SEBRAE (2011) mais da metade dos empregos no país que envolve
ter carteira assinada são assegurados pelas micro e pequenas empresas, ou seja, são atribuídos
a eles ao menos dois terços da totalidade de ocupações que existem no âmbito privado da
economia.

As microempresas são parte essencial no nosso país, para Tomazette (2020) grande
parcelas das atividades empresariais brasileiras são reconhecidas como de pequeno e médio
porte, por conseguinte, é atribuído aos pequenos e médios empresários um papel relevante na
economia do Brasil, sendo capaz de assegurar que sem os mesmos a economia trava, mas
juntamente com as microempresas a tendência da economia é alavancar.
Para Melo (2010) as empresas de pequeno porte e microempresas possuem atuação em
todas as esferas sociais e estão difundidas em todas extensões brasileiras. Detendo desta
forma versatilidade e agilidade na prestação de serviços, com metas que são menos complexas
e com um regime com um menor número de burocracias. Sendo assim, é evidente que as
microempresas tem influencia e atuam de forma a auxiliar a sociedade em funções típicas do
Estado, essencialmente em regiões menos favorecidas.

Conforme o exposto até o momento, as microempresas possuem um grande papel no


desempenho econômico do Brasil e também no âmbito social, mediante a oportunidade de
novas vagas de emprego, além de recolher os tributos e estarem dentro de limites legais. As
microempresas representam uma parcela expressiva na economia do país, sem a qual
acarretariam vários prejuízos financeiros e impactariam até mesmo no resultado final do
produto interno bruto.

Percebe-se no tópico exposto que as microempresas são uma categoria de


empreendimentos que trazem vantagens para o empresário e para a economia, ademais, um
dos quesitos mais relevantes é a oportunidade de empregos.

2.2 Covid

Segundo Andrade (et al., 2020, p.2916) o novo coronavírus, a qual recebe o nome
científico de SARS-CoV-2 é uma família de vírus causadora de infecções respiratórias. Os
primeiros casos relacionados ao coronavírus em humanos datam de 1937, onde foram
identificados e isolados, porém apenas em 1965 o vírus foi intitulado coronavírus.
“Comumente, as infecções pelo SARS-CoV-2 causam sintomas respiratórios, febre, tosse,
falta de ar e dificuldades respiratórias, embora algumas pessoas infectadas tenham sido
declaradas assintomáticas”.

De acordo com Souza (et al., 2021) a contar do final de 2019, a humanidade luta
contra uma crise mediante manifestação de um novo vírus. Este vírus é uma mutação do então
preexistente coronavírus, denominado novo coronavírus (SARS-CoV- 2) e como citado
anteriormente é uma doença com manifestações de dominância respiratória.
“A doença é considerada uma zoonose, infecção naturalmente transmissível entre
animais vertebrados e seres humanos, onde os animais não doentes albergam e eliminam os
agentes etiológicos”. Ainda está sobre investigação a real origem do animal a qual a doença
teve origem, no entanto, se pressupõe baseado no sequenciamento genético do vírus, que
morcegos ou até o pangolim, mamíferos da “espécie Manis javanica”, sejam a provável
origem (Souza, et al., 2021, p.48).

Conforme Souza (et al., 2021, p.48) a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi
comunicada em 31 de dezembro de 2019, sobre casos de pneumonia de origem não conhecida
constatada na cidade de Wuhan, em uma província na China, mais tarde identificada como
uma doença contagiosa acarretada pelo novo coronavírus (COVID19).

O Brasil foi afetado pelo coronavírus, tendo sofrido grandes impactos tanto na saúde,
economia e infelizmente na perda de muitos brasileiros. Souza (et al., 2021, p.48) elucida que
“o Brasil, em 28 de setembro de 2020, atingiu 4.745.464 casos e 142.058 mortes”.

Para Macedo (et al., 2023) um dos estados que mais sofreram com a Pandemia foi o
Pará, isso se deve as diferenças demográficas, de infraestrutura em saúde e socioeconômicas.
Em relação à quantidade de casos, o ano de 2020 foi considerado o ano de maior incidência
de Covid19 no Pará, no entanto, o ano de 2021 foi o que teve o maior número de óbitos
relacionados à doença.

Ainda em consoante os autores Macedo (et al., 2023) pontuam que a Secretaria de
Estado de Saúde do Pará registrou até 23 de junho de 2023 a quantidade de 882.710 casos
comprovados e o total de 19.130 óbitos que ocorreram em decorrência da Covid19.

A pandemia que envolveu o Covid19 não impactou apenas a área da saúde, mas
também trouxe grandes consequências para o campo econômico. O sistema de saúde pública
em declínio, assim como o panorama econômico, que sofreu com o aumento do desemprego,
inflações e isso acarretou principalmente países que são emergentes como o Brasil.

No mês de março de 2020, foi determinado que o mundo passava por um status de
pandemia, várias medidas foram adotadas como forma de prevenção para que a infecção não
se disseminasse. Os estados e municípios decidiram fechar escolas e comércios que eram
considerados não essenciais, simultaneamente colaboradores receberam orientações para
continuar desenvolvimento suas funções laborais de casa. Houve um período em que foi
determinado que as atividades fossem totalmente fechadas, ocorrendo o lockdown ou
isolamento social, tendo sido considerada a ação mais efetiva para impedir a contaminação e
minimizar a curva de transmissão do vírus (Machado et al., 2022 apud Batista, Costa e
Amorim, 2024).

Queiroz (2023) cita algumas medidas que foram tomadas durante a pandemia para que
não fosse alastrada a transmissão do Covid19, tais como utilização de máscara, higienizar as
mãos, uso do álcool gel e evitar o contato físico, sendo a principal medida, o confinamento
dos indivíduos em casa.

De acordo com Batista, Costa e Amorim (2024) em decorrência do isolamento social


diversos negócios precisaram ser fechados por certo tempo, não tendo possibilidade de
venderem seus produtos ou prestarem serviço de maneira física, causando enormes
contratempos para grande parte das organizações, essencialmente as microempresas, que
precisaram se recriar para se ajustar ao novo cenário.

A implementação da distância social trouxe prejuízos negativos para os negócios.


Durante a pandemia os horários que as empresas podiam funcionar eram relacionados a suas
características, melhor dizendo, sua natureza essencial.

Conforme informações do SEBRAE (2020, apud Garcez, et al., 2023, p. 46) referentes
até julho de 2020:

Das mais de 30% das empresas que mudaram a forma de funcionar, 41,93%
adotaram sistemas de venda e entrega apenas de forma online, 41,02% funcionavam
com horário reduzido, e apenas 6,6% mantiveram o funcionamento inalterado. Além
disso, houve mudança na localização dos negócios de microempreendedores, com
41% optando pelo funcionamento domiciliar, principalmente serviços de artesanato
(56%), alimentação (37%) e serviços empresariais (45%), o que está muito
associado a queda no faturamento e a dificuldade de manutenção dos aluguéis de
pontos comerciais.

Para Silva (et al., 2023) a pandemia relacionada ao Covid19 deixou marcas de danos
que não tem reparação, que tangem os aspectos políticos, sociais, econômicos e de saúde
publica, que foram amenizadas somente depois de vacinar a população. Ainda que esteja em
desenvolvimento o tratamento, a vacina e as precauções relacionadas à biossegurança, se
mantém tendo como base o diagnóstico e a vigilância epidemiológica.

Mediante aos fatos expostos, se compreende o impacto que o vírus do Covid19 deixou
na humanidade, principalmente por ser um vírus até então desconhecido pela grande massa,
que se alastrou rapidamente e que ainda assola a todos devido sua propagação e taxa de
mortalidade.

As consequências da pandemia de Covid19 foram devastadoras, ao analisarmos o


cenário econômico, nos deparamos com grandes prejuízos, inúmeras empresas fechadas,
trabalhadores que perderam seus empregos, empresas com horários de funcionamento
restritos, quando considerados essenciais, ao contrário sem possibilidade de atendimento e
operação.

Nenhum país consegue estar preparado para um impacto financeiro dessa proporção, a
qual os governos necessitaram aumentar de maneira considerável seus gastos com saúde, além
de ser preciso ajudar as empresas e as pessoas financeiramente. Nesta perspectiva é relevante
ressaltar que as microempresas com o impacto econômico que sofreram na pandemia,
precisaram se inovar para permanecerem ativas no mercado e um dos fatores que auxiliaram
neste quesito foi o marketing digital, principalmente pela necessidade do distanciamento
social físico.

2.3 Marketing

O termo anglo-saxônico marketing advém do latim “mercare”, que caracterizava a


ação de comercializar produtos na Roma antiga. A tempo que, tudo que era produzido era
vendido, melhor dizendo, era comprado, não ocorria a necessidade de empenho aditivo de
vendas, sendo assim o marketing dispensável. No entanto, no século passado verificou-se a
relevância e necessidade do marketing, tão logo, foi criado nos Estados Unidos, país
considerado o coração do capitalismo (Cobra, 2002).

Conforme Minuzzi e Larentis (2014) a compreensão do marketing adveio de diversas


mudanças desde quando iniciou os estudos acerca desta temática, em seguida a Revolução
Industrial e a chegada da produção em massa. Na era da Revolução Industrial, as aflições do
marketing eram direcionadas a produzir mercadorias com as melhores qualidades prováveis,
isto porque, de acordo com Las Casas (2001, p.21 apud Minuzzi e Larentis, 2014, p.81) os
clientes se encontravam impacientes por mercadorias, a fabricação era praticamente artesanal.
Com a Revolução Industrial surgiram às pregressas indústrias organizadas utilizando a
administração cientifica de Taylor. A produção cresceu, contudo, a ideia dos gestores e a
disponibilidade de recursos eram quesitos decisivos no comércio.
A fabricação em série elaborada por Henry Ford passou a revelar um contratempo:
excesso de oferta. Consequentemente, o marketing começou a dar ênfase às vendas. Cobra
(1992, p.32 apud Minuzzi e Larentis, 2014, p.81) esclarece que: “após concentrar esforço na
otimização da produção e na distribuição, a partir de 1930, o processo de vendas começou a
ser observado como uma das fraquezas das atividades mercantis, e desde então a área de
vendas passou a receber grande atenção”.

Ainda em conformidade com Minuzzi e Larentis (2014) com o decorrer dos anos,
propriamente em 1950, as empresas passaram a notar que concentrar o foco apenas em vendas
a todo custo não era a melhor direção. Táticas agressivas de promoções e comercialização
sobrecarregam demais o custo do produto final e diminuem os rendimentos, no mais, esses
métodos nem sempre conseguiam fidelizar o consumidor, que em demasiada vezes não
retornava a usufruir dos produtos dos mesmos fabricantes.

Na concepção antiga de marketing, se buscava efetuar a venda, em uma visão mais


atualizada, a pretensão é construir uma relação com os consumidores, onde a venda é apenas o
início (Webster Jr., 1994 apud Minuzzi e Larentis, 2014).

A partir do cenário exposto se compreende que houve a procura de um meio para obter
mais conhecimento em relação ao mercado, identificando chances de negócios para os
produtos e serviços que os consumidores desejassem ou precisassem, coordenando os
recursos de uma forma que o produto ou serviço final seja entregue com bom rendimento
financeiro.

Antes de definir o que é marketing, precisamos compreender, em consonância com


Oliveira (2007) que se trata de um sistema complexo, sobretudo, que entende toda uma
organização e seus componentes, cheio de conceitos e ferramentas e capacidade de enxergar a
longo alcance as relações que envolvem uma instituição e seu mercado. É vantajoso tanto para
as organizações quanto para os indivíduos, que igualmente conseguem e devem utilizar as
estratégias de marketing para conseguir alcançar metas de cunho pessoal.

Partindo dessa premissa uma explicação simples para a definição de marketing


conforme Kotler (2000 apud Shimoyama e Zela, 2002, p.2) “um processo social por meio do
qual pessoas e grupos de pessoas obtém aquilo de que necessitam e desejam por meio da
criação, oferta e troca de produtos e serviços”.
Em uma definição na visão de Cobra (1992, p.33 apud Oliveira, 2007, p.22) marketing
é “o processo de planejamento e execução desde a concepção, apreçamento, promoção e
distribuição de ideias, mercadorias e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos
individuais e organizacionais”.

Para Shymoyama e Zela (2002) o marketing é uma via de mão dupla, entre mercado e
as empresas, em essas procuram no mercado informes em relação a desejos e necessidades,
obtendo em troca, a princípio, as informações. Posteriormente, as organizações passam a
ofertar ao mercado os produtos e serviços condizentes com as precisões e desejos dos
consumidores, tendo como resposta ganhos financeiros e consumidores satisfeitos.

Segundo Shymoyama e Zela (2002, p.8) “o marketing não cria necessidades, mas
apenas as identifica, para que possam ser satisfeitas, com soluções adequadas”. Na
perspectiva de Gonçalves (et al., 2012, p.63) a fundamentação do marketing se baseia em
“satisfazer necessidades e desejos dos consumidores e tem como função, analisar as
necessidades do cliente e assegurar o fluxo de informações necessárias, para adequar os
produtos e serviços da empresa às expectativas do comprador”.

As organizações voltadas para o marketing se norteiam pela seguinte maneira de agir e


pensar. Buscam se instruir do que seus consumidores querem e ofertam pontualmente o que
eles desejam. Realizam isso antes da concorrência e de maneira que os seus produtos tenham
diferencial e sejam atraentes para os clientes. Deste modo, ter clientes realizados, e tendo
consumidores satisfeitos, os mesmos são fidelizados (Shymoyama e Zela, 2002).

2.3.1 Marketing no Brasil

Para entender a construção do Marketing no Brasil, Cobra (2002) explica que até os
anos de 1950 não existiam profissionais de marketing no país, comumente os trabalhadores
responsáveis por vendas eram componentes do departamento comercial das organizações.

Conforme Cobra (2002) foi a Escola de Administração de Empresas de São Paulo, em


1954, que inseriu a conceituação de marketing, seguidamente sendo acompanhada pela
Universidade de Economia e Administração de São Paulo. No entanto, apenas depois de
esforços de escolas também pioneiras, como atualmente a Escola Superior de Propaganda e
Marketing, as funcionalidades de pesquisa de mercado e gestão de produto passou a ser
olhada com valor, recebendo status gerenciais nas empresas e não mais sendo vista como
apenas uma temática relevante nos currículos acadêmicos.

Quando se trata da perspectiva empresarial, Cobra (2002, p.29) pontua que:

Algumas multinacionais como Gessy, denominada, a partir da década de 1950,


Gessy-Lever, a Refinações de Milho Brasil, a Johnson & Johnson, a Kibon e
algumas outras começam a introduzir em seus organogramas a função de gerente de
produto. A expressão marketing já era de uso dessas empresas, mas o acesso aos
organogramas somente aconteceu a partir dos anos de 1960, mesmo assim, ainda
como função de staff. O todo poderoso do mercado ainda era o gerente comercial.

Segundo Costa e Vieira (2007) o conceito de marketing brasileiro estabeleceu seu


inicio baseado em uma vontade do governo e de organizações nacionais, que tinham interesse
essencialmente no conhecimento do ensino de administração, como componente fornecedor
da racionalização burocrática e da evolução tecnológica, procurando conhecimento e a
industrialização do Brasil, que a principio era de cunho principalmente agrícola, para alcançar
suas metas de evolução econômica e estruturação do domínio nacional.

O auto Oliveira (2004) relata que nessa época as organizações progrediam mais
porque as solicitações de produtos eram de baixo critério e passivas do que em relação a
técnicas de planejamento e adaptação ao mercado. Esta situação ficou basicamente inalterada
até a gestão de Juscelino Kubitschek, onde ocorreu a impulsão da industrialização. Porém, o
processo de industrialização gerou a ampliação da oferta de produtos, o que ao mesmo tempo
fez com que os profissionais do mercado se preocupassem com os clientes.

Na década de 70 o publico de consumo agia de modo mais consciente, momento onde


se iniciou a comparação de preços, se voltou mais atenção para a qualidade dos produtos e a
ter mais cautela ao que tangia o orçamento familiar. Nesta época, o objetivo do marketing
passou de serem as vendas e se direcionou as propagandas, que eram praticamente feitas por
mídias eletrônicas. “De forma complementar, as empresas começaram a definir seus públicos-
alvo por meio de estratégias de segmentação e como apoio de pesquisas de mercado”
(Oliveira, 2004, p.39).

O intuito era a compreensão que diversos tipos de consumidores tinham características


e gostos divergentes, logo, eles precisavam ser descobertos para posteriormente serem
atendidos. E o modo pela qual acontecia era através da comunicação da existência do produto,
através da publicidade. O autor Oliveira (2004) complementa que posteriormente na década
de 80 aconteceu a elevação de inflação, além da depreciação do salário, havendo a utilização
restringida dos recursos familiares, ocorrendo maior seletividade.

Em um ambiente de acirrada competitividade e escassez de recursos, o foco do


marketing deslocou-se então da propaganda para o produto. As empresas passaram
também a dar mais importância às preferências do consumidor. Com isso, ganharam
popularidade as pesquisas de mercado. O foco era determinar como o produto
poderia ser mais bem aceito. Os esforços das empresas se voltaram para a busca de
soluções de adaptabilidade e adequação ao uso (Oliveira, 2004).

Ainda em consoante com o autor, na década de 1990 a democracia foi consolidada e o


Brasil passou a dar abertura as suas fronteiras econômicas. Neste período se evidenciou a
integração das práticas de marketing, a modo de exemplificação, as agencias de publicidade
tiveram uma perda de mercado, o que antes para eles era confortável, pois era necessário
apenas uma boa peça de publicidade na televisão em escala nacional para atingir o cliente,
havia pouca valorização dos diferentes meios comunicacionais que se desenvolveram naquele
período, como o marketing direto, a Internet, entre outros (Oliveira, 2004).

Em referência aos anos 2000 até a atualidade, período da Sociedade Pós-Industrial, os


autores Santos (et al., 2009, p.97 apud Falcão, 2014, p.82) relatam que “a virada do milênio
assistiu à segmentação da televisão a cabo, à popularização da telefonia celular e à
democratização dos meios de comunicação”.

O marketing no Brasil não é mais visto como um tabu. As propagandas brasileiras são
consideradas umas das mais criativas do mundo, e o marketing criado no país, que se baseia
na realidade de um país em desenvolvimento acelerado, é modelo mundial e fonte que difunde
cultura e conhecimento mercadológico (Cobra, 2002).

Na atualidade se nota que diferentes empresas fazem uso do marketing como um


instrumento para atrair e reter consumidores. No entanto, frente a progressiva ascensão da
tecnologia e do continuo crescimento da internet, emergiu uma nova categoria de marketing,
em outras palavras, marketing digital, que torna possível a interação entre organização e
cliente ( Cruz e Silva, 2014).
Compreende-se ao pesquisar sobre a evolução do marketing no decorrer das décadas,
que inicialmente era apenas recorrido de modo funcional, ou seja, apenas aplicado na venda
de um produto ao consumidor, conforme a evolução e a concorrência entre organizações que é
cada vez maior foram notadas que apenas soluções técnicas não servem para fidelizar clientes,
atrair e captar novos consumidores e garantir uma posição no mercado.

Verificar quais demandas e serviços atenderão as expectativas e o que os clientes


necessitam é uma maneira muito útil no marketing e auxilia na sobrevivência de
organizações, além de garantir vantagem competitiva e maximizar a chance de alcançar o
sucesso.

2.3.2 Marketing Digital

O marketing pode ser entendido como uma maneira de comunicação entre a


organização e seus consumidores, existe diversas maneiras de se desenvolver a comunicação,
dentre elas, podemos citar o marketing digital, que é uma excelente ferramenta para alavancar
empresas, marcas e produtos por meio da internet e de toda mídia. Seu intuito é levar os
clientes a procurarem a empresa, não de modo oposto, como ocorria no marketing tradicional.

Para Cruz e Silva (2014) o marketing tradicional havia nascido por meio de um
processo apenas funcional, com a venda e distribuição de produtos, com o passar dos anos e
com o aperfeiçoamento se originou o marketing de relacionamento, que procurou aprimorar o
relacionamento empresa e cliente. Depois desses avanços, surgiu o marketing digital, que teve
expansão com aumento do uso da internet no âmbito social. Frente a isso, na
contemporaneidade, muitas instituições usam essa ferramenta para atrais mais consumidores,
mas, se ressalta que para que uma empresa implante este marketing necessita seguir algumas
ações estratégicas, que permitam o aumento de informações em relação ao que está sendo
ofertado pela organização para os consumidores, por intermédio de publicidade nas mídias
sociais ou até mesmo e-mail marketing.

Da mesma forma que ocorrem mudanças no marketing, também aconteceu com a


comunicação. Depois dos anos 2000 é possível notar que a tecnologia da informação adentrou
o mercado, transmudou os meios dos indivíduos interagirem e como decorrem os
relacionamentos com as organizações. A comunicação atualmente possui mais conectividade
e mobilidade, visto que possuímos fortes elementos que alicerçam a nova onda de tecnologia,
bem como, os computadores, celulares, internet acessível e móvel que revolucionaram a
acessibilidade (Gomes e Kury, 2013).

Segundo Kotler (2017) “a conectividade é possivelmente o mais importante agente de


mudança na história do marketing. Embora não possa mais ser considerada novidade, vem
mudando muitas facetas do mercado e não mostra sinais de desaceleração”.

Em relação à era do marketing digital Cobra (2002, p. 29) esclarece/;

A Internet e o comércio eletrônico que a acompanhou estão mudando os hábitos de


comunicação e consumo. Consome-se praticamente de tudo através do computador,
de serviços de turismo até compras de supermercado, roupas, eletroeletrônicos,
roupas, livros, discos, etc. É o eticket substituindo passagens aéreas e inúmeros
outros serviços, como vouchers de hotéis, ingresso para espetáculos musicais e
teatrais, etc.

Existem estratégias de marketing digital, que se encontram centradas no


comportamento do cliente, visto que, por meio dessas ações são determinadas as atribuições
que serão efetuadas, melhor dizendo, as ações táticas, e as ferramentas tecnológicas que serão
implementadas, ou as ações operacionais (Cruz e Silva, 2014).

Segundo Torres (2009, p. 72-79, apud Cruz e Silva, 2014, p.4) destaca que o
marketing digital deve ser composto por sete ações estratégicas, sendo elas:

Marketing de conteúdo: conteúdo publicado em um site, visando torná-lo visível na


internet e atraente ao consumidor.
Marketing nas mídias sociais: as mídias sociais são sites na internet construídos para
permitir a criação colaborativa de conteúdo, interação social e o compartilhamento
de informações em diferentes formatos;
Marketing viral: envio de uma mensagem na internet de uma pessoa a outra, visando
à transmissão de uma mensagem de marketing;
E-mail marketing: as empresas adaptaram a velha mala-direta ao e- mail formando
esse tipo de ação estratégica, procurando garantir que a mensagem de fato atinja o
consumidor;
Publicidade on-line: iniciou-se a partir de banners publicados em sites, atualmente
os banners ganharam animação, interação, som, vídeo e outros recursos.
Pesquisa on-line: a pesquisa é à base da atividade de marketing, sendo que a
pesquisa on-line pode ser apoiada por programas de computador, como os spiders.
Monitoramento: é a ação estratégica que integra os resultados de todas as outras
ações estratégicas, táticas e operacionais.
Segundo Cruz e Silva, (2014) não obstante a se utilizar as ações estratégicas no
processo do marketing digital, elas devem ser empregadas para acompanhar o processo de
8Ps, para que todo o método de implantação seja analisado permitindo que os clientes sejam
atraídos e fidelizados.
Além de ações estratégicas, o marketing digital possui a metodologia dos 8Ps, que Vaz
(2011 apud Cruz e Silva, 2014, p.4) descreve cada uma, como:

• 1º P, de pesquisa: envolve a questão de a empresa buscar fatos sobre seu


consumidor, como hábitos, preferências, etc;
• 2º P, de planejamento: nessa fase as informações levantadas com a pesquisa sobre
o consumidor, são usadas para a elaboração de estratégias de marketing, como por
exemplo, a criação de websites; • 3º P, de produção: envolve a execução das ações
elaboradas no planejamento;
• 4º P, de publicação: envolve o conteúdo que será disponibilizado pela empresa
para o consumidor no mercado;
• 5º P, de promoção: está relacionado à criação de campanhas, hotsites
promocionais, entre outros; • 6º P, de propagação: está relacionado ao trabalho
envolvendo redes sociais, fóruns, blogs que possibilitam a propagação do conteúdo
da empresa de consumidor para consumidor;
• 7º P, de personificação: envolve o relacionamento com o cliente, utilizando e-mail
e redes sociais para fidelizar o mesmo e consequentemente divulgar as promoções
da empresa;
• 8º P, de precisão: consiste na mensuração dos resultados obtidos através da
utilização do marketing digital pela empresa.

2.3.3 Marketing Digital como ferramenta de vendas

2.4 Covid19 microempresas e marketing digital

A pandemia da Covid-19 trouxe devastação para todo o mundo, além de problemas de


ordem sanitária, como o impacto direto sobre os sistemas de saúde, a preocupação com a
exposição da população considerada vulnerável, a velocidade e proporção de contaminação,
visualizaram-se também os problemas econômicos causados pelo vírus.
Referencia

TAVARES, D. Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas já está em vigor. Lei Geral - Começa um novo
ciclo de desenvolvimento para os pequenos negócios. Revista SEBRAE. 20, janeiro/fevereiro de 2007,
pág. 20-39.

DRUCKER, P. Práticas de Administração de Empresas. São Paulo: Pioneira, 2003.

TOMAZETTE, Marlon. Teoria geral e direito societário v. 1. 11 ed. São Paulo. Saraiva Educação, 2020

MELO, Mayara Pontes. 2010. 72 fls. A gestão financeira em micro e pequenas empresas: um estudo
de aplicado à indústria de temperos Tina, no município de Cratéus – CE. Graduação (Ciências
Contábeis). Faculdade Lourenço Filho. FORTALEZA – CEARÁ. 2010. Disponível em
<http://www.flf.edu.br/revistaflf/monografias-contabeis/monografia-mayara-pontes-melo.pdf>.

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