Você está na página 1de 33

-Capacitação em manejo ASIS-

Níveis de Autolesão, Formas de


ASIS e Trabalho com
adolescentes
Aula 4
Prof. Abraão L.

Instituto de formação Fateb


"Quando, através da análise, chegamos
aos conflitos mais profundos de onde
surgem o ódio e a ansiedade, também
encontramos lá o amor."

-Melanie Klein-
CONTINUANDO NOSSA CONSTRUÇÃO

Níveis de Autolesão, Formas de


ASIS e Trabalho com
adolescentes
AS DIFERENTES CLASSIFICAÇÕES DO FENÔMENO
ASIS, AS FORMAS DE AUTOMUTILAÇÃO E O TRABALHO
COM ADOLESCENTES
PROFESSOR ABRAÃO L.
Psicanalista, Mestre em Psicanálise e Educação,
Fitoterapeuta, Acadêmico Técnico Biblioteconomista
Formações em terapia Neurociêntifica, Analise
comportamental, especialização em Neuropsicanálise.
Professor de Psicanalise, atuante em clinica com
experiência em atendimento com crianças, adolescentes e
adultos.
idealizador do projeto Clinica AvivA online e AvivA
Educação Emocional.
"QUERIDO ALUNO, É UM PRAZER
CONSTRUIR E COLABORAR JUNTO
Palestrante, escritor, criador da oficina de desenvolvimento
COM VOCÊ!
DESEJO GRANDES CONSTRUÇÕES E
emocional na infância.
PRECIOSAS RESSIGNIFICAÇOES
SEMPRE!
CAPACITAÇÃO EM MANEJO -ASIS-

TRILHA DE CONTEÚDOS

5 PRÁTICAS DO A "FLOR" DA PELE, O


TRABALHO COM RELACIONAMENTO
ADOLESCENTES ADOLESCENTE COM O
OS NIVEIS DE AUTOLESÃO PRÓPRIOCORPO.
E OS NÚMEROS DA
PRÁTICA ENTRE ESTUDO DE UM CASO REAL.
ADOLESCENTES COLABORAÇÃO SOBRE O CASO

•BÔNUS DO DIA.
Esta apostila possui anexos de conteúdos e estudos delicados e fotos contendo conteúdo forte.
Não as entrengue ou repasse a adolescentes que praticam o fenômeno autolesivo, mesmo que
de forma informativa, todos os conteúdos desta apostila servem para estudo e base da formação
dos profissionais matriculados na capacitação.
As 5 práticas que
facilitam o trabalho
com adolescentes.
1
A escuta Ativa.
Escutar é na verdade mais que uma prática
uma Arte que precisa ser baseada em
Quatro pilares importantes:
Sensibilidade, Neutralidade,
Empatia, Confiabilidade.
2
Ludoterapia e Atividades terapêuticas
Escrita terapêutica, arteterapia, rodas de
conversa, circulos e oficinas de
compartilhamento.
3
A prática do acolhimento
Acolher é dizer nas entrelinhas que nós
temos um espaço dentro de nós para o
outro, um espaço de construção,
de influencia e de conforto.
4
O acompanhamento correto
Caminhar com o adolescente em seu
processo, é também proporcionar a
construção de autoconhecimento, auto
percepção e auto aceitação.
5
A educação Emocional
A perspectiva das questões internas dos
adolescentes esta em fase final de
constituição, este é um momento oportuno
para colaborar também na construção
emocional em processos de Psicoeducação
e Ressignificações.
Introdução
A Organização Mundial de Saúde (OMS) inclui a autolesão no contexto da violência

autoinfligida, correspondendo ao uso intencional de força física real ou de ameaça

contra si próprio (Organização Mundial de Saúde, 2014). Os tipos de violência

autoinfligida são: tentativas de suicídio, suicídio, autoflagelação, autopunição e

autolesão (Brasil, 2016). Uma vez que a vigilância dos comportamentos de autodano

tem sido cada vez mais priorizada em níveis nacionais e internacionais nos últimos anos,

a OMS lançou em 2016 o Practice manual for establishing and maintaining surveillance

systems for suicide attempts and self-harm (Manual de Boas Práticas para estabelecer

e manter sistemas de vigilância para tentativas de suicídio e autolesão) (Organização

Mundial de Saúde, 2016), corroborando com a importância atribuída ao tema

atualmente. Considera-se que o monitoramento da autolesão ajuda a identificar

aspectos de comportamentos que são relevantes para a prevenção do suicídio e para

tratamentos alternativos (Hawton K et al., 2015).


Apesar da constatação na literatura internacional da frequência de autolesão entre

adolescentes e do aumento nos últimos anos da prática desse comportamento

(Muehlenkamp, Claes, Havert, & Plener, 2012; Plener et al., 2016), existem poucas

pesquisas publicadas com amostra de público adolescente no Brasil.

O estudos desta aula foram feitos partir da aplicação da Escala de Comportamento de

Autolesão (ECA) elaborada por Lloyd-Richardson, Kelley, & Hope, (1997), traduzida e

adaptada para o Brasil por Scivoletto e Giusti (Giusti, 2013). A ECA examina as formas e

meios utilizados, frequência e razões do comportamento de autolesão. A escala investiga a

ocorrência de 11 tipos de autolesão, investiga também: a frequência; a necessidade de

intervenção; o tempo gasto entre pensar e se mutilar; a faixa etária de início da autolesão;

se há influência de drogas; se há a intenção suicida; a intensidade da dor sentida no ato da

autolesão e os aspectos motivadores (Giusti, 2013).


O fator de gravidade da ECA foi definido a partir do

agrupamento de tipos de autolesão, seguindo os critérios

definidos por Skegg (2005): grave (cortou ou fez vários


pequenos cortes na sua pele, queimou sua pele e/ou beliscou

ou cutucou áreas do seu corpo até sangrar intencionalmente);

moderada (bateu em você propositalmente, arrancou seus


cabelos, inseriu objetos embaixo de sua unha ou sob a pele,

e/ou fez uma tatuagem em você mesmo intencionalmente);

leve (mordeu você mesmo e/ou fez vários arranhões em sua


pele propositalmente). A ECA considera como critério para o

comportamento autolesivo a pessoa ter praticado a autolesão

pelo menos 1 ou 5 vezes no ano.


Certos estudos associam aqueles que sofrem de ideação suicida a um

maior consumo de álcool.

Desemprego

Doença crônica ou dor crônica

Morte de familiares ou amigos

Fim de um relacionamento ou rejeição por um interesse romântico

Grande mudança no padrão de vida (por exemplo, realocação no exterior)

Outros estudos descobriram que o uso de tabaco está correlacionado com

depressão e ideação suicida

Gravidez não planejada

Bullying, incluindo cyberbullying e bullying no local de trabalho


Infância: abuso físico, emocional e sexual[27]

Adolescência: abuso físico, emocional e sexual

Violência familiar

Instabilidade residencial infanti

Em um estudo com indivíduos que cometeram suicídio, 91% deles

provavelmente sofreram de uma ou mais doenças mentais. No entanto, apenas

35% desses indivíduos foram ou estavam sendo tratados de uma doença

mental.
Cavanagh, JO; Owens, DC; Johnstone, EC (1999). «Life events in suicide and undetermined death in south-east Scotland: a case-control study using the method of
»
psychological autopsy . Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology. 34 (12): 645–650. PMID 10703274. doi:10.1007/s001270050187
A "FLOR" da pele.
O corpo e A Percepção do
adolescente sobre Relacionar-se
O ser humano aclama para o outro a sua imagem física procurando,

ininterruptamente, a perfeição e aprimora-se de forma a apreender o seu

olhar. Nesta “Sociedade do Espectáculo” (Debord, cit. por Laender,


2012) o sujeito existe quando é notado pelo outro – em que o corpo é o

primeiro receptor dessa relação. Na sociedade de hoje, movida pelo

consumo, o corpo é uma coisa e perde a sua individualidade, já que o

consumo é utilizado como um impulsor para a obtenção de prazer,

levando a que as pessoas percam as suas características (Zizek, 2003), já

que o corpo torna-se passivo face às transformações – ao produzir e ao

consumir, distancia-se do outro, voltando-se para as sus próprias

necessidades (Sennett, cit. por Mendes, & Próchno, 2004).


Nesta voracidade, somos estimulados, pelo excesso e pela

obrigatoriedade do sentir, do experienciar. O indivíduo usa o

corpo para o sentir vivo, hipervalorizando o mesmo, envolvendoo

em experiências extremas como forma de se sentir vivo, tanto para

si como para quem o rodeia (Laender, 2012).


O Adolescente perde-se na e pela sua imagem e negligência as

permutas intersubjectivas com o outro. O indivíduo é invadido por

um imago exterior, que o aliena a si mesmo e que, aquando da

procura de aceitação, não é ativo.

A alienação dá-se pelo esmagamento do EU, quando este é


visto apenas como um objeto pelo outro, surgindo uma
angústia. Esta, será a base para o individuo se alistar ao
“quero parecer isso, só assim sou visto” posicionando-se
enquanto objeto neste espetáculo(relacionamentos e
sujeições angustiantes ou a permanência no próprio estado
de dor.)
A marca da Existência e A marca das dores.

MARCAS INTERNAS X MARCAS EXTERNAS.


Uma das formas de conseguir a singularidade e,
simultaneamente, de demarcar o lugar na sociedade
poderá ser através de marcas na pele. A pele passará a ser
um reservatório de afetos em que as marcas apropriam o
indivíduo da sua existência, distinguindo-o do outro e é por
ela que se responde ao meio envolvente, possibilitando a
conexão, entre o interno e o externo, iniciando o
delineamento das (nossas) fronteiras (Bárcia, & Sá, 2007).
Uma forma de expressão.
As tatuagens e os piercings são considerados, por alguns

teóricos, consequências da globalização em que, pela

modificação do corpo, se obtem prazer, para além do esperado.

Um indivíduo que tem uma tatuagem é olhado por outro e, desta

forma, existe. Pelo olhar do outro, a tatuagem é um significante

que trespassa o corpo. Uma primeira marca na pele, pelos

piercings ou pelas tatuagens, traduz um significado e um prazer.

Contudo, após a sua repetição, o significado perde-se mas a

compulsão mantêm-se já que as marcas o diferenciam dos

outros (Macedo, Gobbi., & Waschburger, 2004).


UMA EXPRESSÃO AFETIVO-EMOCIONAL DO SOFRIMENTO.
Contrariamente da tatuagem , na autolesão, o indivíduo sente e

percebe um possível julgamento, assim como um preconceito ou

mesmo hostilidade por parte do outro. Sucintamente, pode-se

inferir que a tatuagem compreende um componente

sociocultural e/ou religioso, já o comportamento de violência

autodirigida(ASIS) compreende uma componente afetivo-


emocional (Cordeiro, & Venâncio, cit. por Almeida, & Horta,
2010; Favazza, 2009).
AS CLASSIFICAÇÕES NA
LITERATURA
Automutilação (self-mutilation), auto-agressão deliberada (deliberate

self-harm), Autolesão episódica e repetitiva (episodic and repetitive self-

injury) auto-agressão (self-harm), corte (cutting) e parasuicídio

(parasuicide), autolesão repetida (repeated self-injury), auto-ferimento

(self wounding) ou comportamento auto-destrutivo (autodestructive

behavior) concetualizam o fenômeno de violência autodirigido de

diferentes formas.

Autoagressão e ideação inconsciente

Autolesão sem intenção suicida

Automutilação ASIS
Estudo de
caso
Espaço
colaborativo
CASO
envi REAL
ado
um A por
luno
Nome .
s fo
troc ram
ados
Estudo de mant p ara
caso inte er
grid
Espaço sigi ide e
colaborativo lo d
paci o
(cas ente
o ap
para enas
estu
do)
Paciente: Annacris
18 anos
Diagnostico Inicial de transtorno de ansiedade, depressão, alteração de humor,
compulsão alimentar e dependência emocional.
(Ja se cortou por diversas vezes e tentou suicidio por 3x.)
Tem fortes crises de choro e falta de autocontrole, se automedica com
clonazepam e amyntril

(o clonazepam Trata-se de um fármaco do grupo dos benzodiazepínicos. Esses


medicamentos são capazes de agir no SNC (Sistema Nervoso Central) e, assim,
possuem propriedades sedativas, relaxantes e anticonvulsivantes (combate as
convulsões)

(amyntril)A amitriptilina é um tipo de medicamento classificado como


antidepressivo tricíclico, O Amytril® contém cloridrato de amitriptilina, que é
um antidepressivo com propriedades ansiolíticas e sedativas (calmante).
Gatilhos que provocam a crise: Quando vê uma mulher com o corpo mais bonito
que ela, quando se sente rejeitada, quando menosprezam a sua dor, quando
não dão importância aos seus sentimentos.

Histórico: Foi abandonada pelo pai quando houve a separação entre ele e a mãe
Reclama por não ter sido cuidada pela mãe, ela trabalhava muito e a enchia de
presentes para compensar a falta da sua presença e carinho.
Culpa a mãe por não ter permitido que o pai se aproximasse.
Conheceu o pai aos 18 anos, e em uma conversa ele a disse que só tinha ela
para dar orgulho a ele, que ela tinha que te dar orgulho.

Foi o avô que fez o papel de pai e hoje ele esta muito doente, acamado com
alzheimer a 4 anos.
Ela sempre presenciou muitas brigas em casa, tem um tio esquizôfrenico que já
tentou matar o seu avô e ameaçava e xingava ela.
Hipótese diagnostica: É uma pessoa "sedenta" por quem a diga o quanto é boa,
especial, importante, bonita e inteligente.
Se sente abandonada e sente muita raiva pelas situações que já passou, e
retorna toda essa raiva para si mesma, se culpando, se punindo, se sabotando e
se cortando.
Através da escrita terapêutica a paciente se expressa muito bem, e temos
utilizado essa ferramenta. Ela não se recorda dos seus sonhos.

Algumas áreas a se trabalhar:

Vinculação perceptiva corporal


Relações interpessoais
Papeis parentais e suas representações
Construção do Ego(personalidade)
Constituição do superego(repressões e imposições)
"É exatamente dentro do Setting
Relacional humanizado, delicado e
acolhedor que conduzimos o adolescente
ao encontro consigo mesmo, assim
também como o entendimento do mesmo
sobre sua constituição e melhora na
qualidade de suas relações subjetivas e
interpessoais"

-Prof. Abraão L.-


"De todas as causas e consequências que
conheço, o amor é a única a qual estamos
predispostos a viver plenamente."

-Prof. Psican. Abraão L.-


Bônus de hoje!

O Workshop A chave do Autoconhcimento é um evento

totalmente online e Gratuito que proporcionará a você uma

imersão no processo dos 7 pilares do Autoconhecimento e

os 5 passos para a evolução de seu mundo interno, esse

Evento é pra VOCÊ que deseja iniciar de uma vez por

todas um processo eficaz de desenvolvimento pessoal.

No worshop teremos

🎁3 bônus imperdíveis para você.

📥Sorteio de um curso na plataforma AvivA Educação

🎖️Opção de certificado ao final caso o participante

deseje.(valor simbólico)

SEJA O PROTAGONISTA DE SUA HISTÓRIA🔥🚀

Mais informações entre em contato com o prof. Abraão L.


"Numa Psicanálise descobre-se que a vida adulta é
sempre menos adulta do que parece: ela é pilotada
por restos e rastros da infância."

-Contardo Calligaris-

Desejo Sempre
brilhantes
ressignificacões
Até a próxima!
Att. Prof. Abraão L.

Você também pode gostar