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-Capacitação em manejo ASIS-

Automutilação e Ideação Suicida


Aula 3

Prof. Abraão L.

Instituto de formação Fateb


"Quando você ajuda alguém, na verdade
está ajudando a si mesmo. De certa
maneira este processo funciona como um
espelho: tudo que fazes aos outros se
reflete em seus caminhos."

-Johnny De' Carli-


as 5 fases importantes
no processo de ajuda a
Adolescentes
1
Perceba o comportamento.
"o fenômeno autolesivo é sempre oculto com
a tentativa de repressão no comportamento,
normalmente construida por percepções do
próprio adolescentes."
2
Respeite as dores e ideias
"Se a dor do adolescente é percebida, ele
sente-se percebido"
3
NÃO crie um ambiente de ameaça
"se você não me falar o que está
acontecendo vou chamar seus pais"
4
A escuta sempre pode ser sua aliada
Ouvir vai muito além de tentar perceber
uma dor superficia, o efeito da escuta está
no espaço onde ao falar o adolecente
percebe sua voz e sua influência naquele
ambiente.
5
A fala e seu comportamento é sempre
perceptivel ao adolescente.
O adolescente precisa perceber que sua
fala e comportamento são congruente.
O falar nunca estará longe do se
comportar.
PROFESSOR ABRAÃO L.
Psicanalista, Mestre em Psicanálise e Educação,
Fitoterapeuta, Acadêmico Técnico Biblioteconomista
Formações em terapia Neurociêntifica, Analise
comportamental, especialização em Neuropsicanálise.
Professor de Psicanalise, atuante em clinica com
experiência em atendimento com crianças, adolescentes e
adultos.
idealizador do projeto Clinica AvivA online e AvivA
Educação Emocional.
"QUERIDO ALUNO, É UM PRAZER
CONSTRUIR E COLABORAR JUNTO
Palestrante, escritor, criador da oficina de desenvolvimento
COM VOCÊ!
DESEJO GRANDES CONSTRUÇÕES E
emocional na infância.
PRECIOSAS RESSIGNIFICAÇOES
SEMPRE!
CONTINUANDO NOSSA CONSTRUÇÃO

ASIS, Autolesão e
Automutilação
ENTENDENDO A AUTOLESÃO SEM INTENÇÃO SÚICIDA
COMPREENDENDO O PROCESSO DE AUTOMUTILAÇÃO
AUTOAGRESSÃO E SUAS MANIFESTAÇÕES
CAPACITAÇÃO EM MANEJO -ASIS-

TRILHA DE CONTEÚDOS
•IDEAÇÃO SUICIDA

A CONSTRUÇÃO •EFEITOS DA PRIVAÇÃO E


INCONSCIENTE DO CONFLITOS EMOCIONAIS
DESEJO SUICIDA. EM ADOLESCENTES

PSICANÁLISE E A •DICA DE LEITURA E VIDEO


ABORDAGEM AO SUICIDIO
•BÔNUS

Esta apostila possui anexos de conteúdos e estudos delicados e fotos contendo conteúdo forte.
Não as entrengue ou repasse a adolescentes que praticam o fenômeno autolesivo, mesmo que
de forma informativa, todos os conteúdos desta apostila servem para estudo e base da formação
dos profissionais matriculados na capacitação.
Introdução
A IDEAÇÃO SUICIDA

Ideação Suicida. Pensamentos suicidas ou ideação suicida referem-se a pensar ou

planejar o suicídio. Os pensamentos podem variar desde a criação de um plano

detalhado até uma consideração passageira. Não inclui o ato final de suicídio.

A maioria das pessoas que tem pensamentos suicidas não realiza tentativas de suicídio,

mas os pensamentos suicidas são considerados um fator de risco. Entre 2008 e 2009,

estima-se que 8,3 milhões de adultos com 18 anos ou mais nos Estados Unidos, ou 3,7%

da população adulta dos EUA, relataram ter pensamentos suicidas no ano anterior.

Estima-se que 2,2 milhões nos EUA relataram ter feito planos de suicídio em 2014.

Pensamentos suicidas também são comuns entre os adolescentes.


Alguns sintomas ou condições comórbidas podem incluir perda de peso não intencional,

desamparo, sensação de cansaço excessivo, baixa autoestima, presença consistente de

mania, fala excessiva, concentração em objetivos que anteriormente estavam "inativos",

sentimento de que a mente está acelerada.

O aparecimento de sintomas como esses com a incapacidade de se livrar ou lidar com seus

efeitos, uma possível forma de inflexibilidade psicológica, é uma característica possível

associada à ideação suicida.

Desesperança

Anedonia (perda de satisfação e interesse por atividades)

Insônia ou hipersonia

Perda ou excesso de apetite

Depressão

Ansiedade grave

Concentração prejudicada

Agitação psicomotora

Ataque de pânico

Solidão
Distúrbios psiquiátricos

Existem vários distúrbios psiquiátricos que parecem

estar comórbidos com a ideação suicida ou aumentam

consideravelmente o risco de ideação suicida.

A lista a seguir inclui os distúrbios que demonstraram

ser os preditores mais fortes de ideação suicida. Estes

não são os únicos distúrbios que podem aumentar o

risco de ideação suicida.


Transtorno de ansiedade

Transtornos do espectro autista

Transtorno depressivo maior

Distimia

Transtorno bipolar

Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade

Transtorno de estresse pós-traumático e transtorno de estresse pós-traumático

complexo

Transtorno de personalidade

Psicose (desconexão da realidade)

Paranoia

Esquizofrenia

Perturbação por uso de substâncias,distúrbio por uso de inalantes

Transtorno dismórfico corporal

Disforia de gênero

Desvio de conduta
Eventos de vida são fortes preditores de aumento do

risco de ideação suicida. Além disso, eventos da vida

também podem levar ou ser comórbidos com os

distúrbios psiquiátricos listados anteriormente e prever

a ideação suicida por tais meios.


Certos estudos associam aqueles que sofrem de ideação suicida a um

maior consumo de álcool.

Desemprego

Doença crônica ou dor crônica

Morte de familiares ou amigos

Fim de um relacionamento ou rejeição por um interesse romântico

Grande mudança no padrão de vida (por exemplo, realocação no exterior)

Outros estudos descobriram que o uso de tabaco está correlacionado com

depressão e ideação suicida

Gravidez não planejada

Bullying, incluindo cyberbullying e bullying no local de trabalho


Infância: abuso físico, emocional e sexual[27]

Adolescência: abuso físico, emocional e sexual

Violência familiar

Instabilidade residencial infanti

Em um estudo com indivíduos que cometeram suicídio, 91% deles

provavelmente sofreram de uma ou mais doenças mentais. No entanto, apenas

35% desses indivíduos foram ou estavam sendo tratados de uma doença

mental.
Cavanagh, JO; Owens, DC; Johnstone, EC (1999). «Life events in suicide and undetermined death in south-east Scotland: a case-control study using the method of
»
psychological autopsy . Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology. 34 (12): 645–650. PMID 10703274. doi:10.1007/s001270050187
A construção Inconsciente do
pensamento Suicida
Devido a sua complexidade, dependendo da cultura, religião,

ambiente em que o sujeito se encontra inserido, o suicídio pode

ser entendido de diversas maneiras, podendo ser um pecado, uma

condenação, uma atuação demoníaca no corpo da pessoa, uma

libertação do sofrimento, um silêncio absoluto ou sono intenso, ou

então unicamente a morte em si (IARROCHESKI e PERRELLI, 2020).

No entanto, quando refletimos acerca dos fatores envolvidos no

suicídio e como se manifestam, percebe-se que se trata de algo

muito mais amplo, podendo incluir atos, comportamentos, que

normalmente não são associados ao suicídio, mas que de alguma

maneira se relacionam a ele. (CASSORLA, 2017).


Freud (1901/1996) em sua obra “Sobre a psicopatologia da vida

cotidiana” já aponta ideias pertinentes sobre o suicídio. O coloca,

juntamente com as lesões auto infligidas, como condutas

sintomáticas, os quais podem ser considerados pelo sujeito como

uma saída, um meio de acabar com Anais do 19 º Encontro


Científico Cultural Interinstitucional – 2021 ISSN 1980-7406 os

conflitos psíquicos. Complementarmente Carvalho (2014) afirma

que o ato suicida é um método encontrado pelo sujeito para

resolver o seu sofrimento e sua dor de existir, sendo então,

segundo o autor, uma “carta na manga”, a qual o mesmo poderá

usufruir no instante em que a existência lhe seja insuportável.


O feito de matar a si mesmo ou a busca pela morte, segundo

Cassorla (2017), pode ocorrer na pessoa de modo consciente ou

inconsciente. Vale denotar que há em nós os instintos de vida, que

movem para a expansão da vida, e o de morte, em que demanda

fortemente um retorno ao ponto de inércia aos seres vivos. Neste

sentido, Freitas (2015) também complementa que o sujeito neste

ato não escolhe de fato morrer, pois ele está submerso em uma

angústia tão imensa, sendo sempre uma angústia de castração,

porém angústia de estar vivo. Sendo assim, a morte em si não lhe

vem como causa da angústia, mas sim como um método de

acabar com essa angústia.


Intenção suicida insconsciente
Freud (1901/1996) traz ainda sobre o suicídio a
autodestruição semi-intencional, a qual tem uma intenção
inconsciente. Este tem a habilidade de investigar uma
ameaça à vida e maquiá-la através de um acidente
inesperado. A predisposição a autodestruição aparece em
quantidade muito mais elevada de pessoas do que as que
cometem, porém mesmo nos casos em que ocorra o
suicídio, a tendência para o mesmo estaria já em um
extenso período presente, seja com um potencial pequeno
ou então através de uma propensão inconsciente.
Na intenção suicida inconsciente, pode-se notar que as
pessoas começam a executar alguns comportamentos
impulsivos que podem lhe ocasionar a morte, com alto risco,
comportamentos que não costumavam praticar. Bem como,
a intenção suicida, pode ser consciente ou inconsciente,
visto que todos os seres humanos possuem pulsão de vida e
de morte.
Disponivel no ebook
MANEJO ASIS PROF
autor ABRAÂO L vicios em cigarro,
Busca por atividades alcool,
que pôem sua comportamentos
integridade fisica, autonegligenciais
emocional e Atividades
automedicação Habitos
psicologica em risco uso de substancias
ilicitas.

INTENÇÃO SUICIDA
INCONSCIENTE
dependencia Autolesão
emocional, Automutilação
relacionamentos Autoagressão
abusivos ou Flagelação e
Relacionamentos corpo
dificuldades penitência
relacionais expressas comportamentos
e ciclicas. agressivos e de risco.
Manutenção desses
dificuldades
Disponivel no ebook
MANEJO ASIS PROF
autor ABRAÂO L
P. VIDA P. MORTE

MANEJO DA ANGUSTIA
Traumas
INTENÇÃO SUICIDA vivências
INCONSCIENTE relacionamentos
crises
perdas
conflitos
ausências

PROCESSO VIVÊNCIAL
CONSTRUÇÕES
INTERNAS E SUBJETIVAS
AUTOLESÃO E A CULTURA
O COMPORTAMENTO AUTOLESIVO ESTÁ NA CULTURA E SOCIEDADE DESDE OS PRIMÓRDIOS

O comportamento Autolesivo é predominante e marcante em

praticamente todas as culturas

Ritos de passagem em sociedades indigenas.(rito do guerreiro, ritual da

tucandeira.) (Sateré-Mawé, Brasil)

Autoflagelação em ritos religiosos em "autopunição por pecados"(Brasil)

Crucificação em massa autorizada(filipinas)

Modelagem dos pés em regiões orientais (pés de lotus, China)

Deformidades autorizadas e autoprovocadas na face.(África)

Alongamento do pescoço. (Mulheres girafas, Tailândia)

Thaipusam (Festival e ritual Hindu de penitencia e devoção, Málasia e

Cingapura)
SINTOMAS DA IDEAÇÃO SUICIDA
Falar sobre suicídio – por exemplo, fazer declarações como “Eu vou me matar”, “Eu

gostaria de estar morto” ou “Eu gostaria de não ter nascido”;

Conseguir meios de tirar sua própria vida, como comprar uma arma ou estocar

pílulas;

Retirar-se do contato social e preferir ficar sozinho;

Estar preocupado com a morte, morrer ou violência;

Sentir-se preso ou sem esperança em relação a uma situação;

Aumento do uso de álcool ou drogas;

Alterar a rotina normal, incluindo padrões de alimentação ou sono;

Fazer coisas arriscadas ou autodestrutivas, como usar drogas ou dirigir

imprudentemente;

Distribuir pertences ou colocar os negócios em ordem quando não há outra

explicação lógica para fazer isso;

Dizendo adeus às pessoas como se elas não fossem mais vistas;


Psicanálise e
a abordagem
ao suicídio
Observações Práticas

Há também, de acordo com Cassorla (2017), um outro possível


meio de se classificar o suicídio, além do consciente ou
inconsciente, neste caso seria: o suicídio total e parcial. O total,
como o próprio nome já define é o ato em si, quando ocorre de
fato o suicídio. Já no suicídio parcial, pode-se dizer que o sujeito
mata uma parte própria, sendo de modo consciente
(automutilações), ou inconsciente, que é o mais frequente (no
caso de doenças, órgãos em mal funcionamento ou sem
funcionar, impotência sexual, prejuízo em funções mentais onde
o sujeito não tem consciência de que seus potenciais podem ir
além e parte está bloqueada/suicidada).
PSICANÁLISE
“Luto e Melancolia” (1917/2016), Freud aponta que no luto o que perde o valor é o

mundo, enquanto no caso da melancolia, é o próprio Eu que se torna pobre e

vazio. Nesse caso, o Eu é apresentado como sem capacidades, indigno, e

desprezível, ele culpa e destrata a si mesmo, sempre na espera de ser rejeitado

e punido. O mesmo se sente perturbado diante dos outros, até mesmo a quem é

da família, por estarem conectados a um ser que está longe de si.

Nesse sentido, o suicídio vem como forma de lidar com a perda do objeto de

amor, sentimento de culpa, que em primeiro momento não se produz em uma

ocasião determinada, de maneira repentina e explosiva; mas aparece como

resultado de uma melancolia crônica, no curso da qual as ideias de suicídio

assediam constantemente a pessoa.

Destacamos então, que o suicídio se revela uma questão para o terreno da


melancolia, onde o sujeito renúncia à autopreservação e o apego à vida.
CONCLUSÃO
A falta de interesse pelo mundo afora, o estado de
desânimo, a sensação de incapacidade de amar, expressam
a auto recriminação e auto envilecimento, que irão culminar
em uma expectativa delirante frente a punição.
Voltando ao manejo com crianças e
adolescentes temos então

5 Efeitos da privação e conflito


emocional em adolescentes

Conteúdo exclusivo do E-book


Manual rápido manejo (ASIS)
Autor: Abraão L.
Conflito Perceptivo
Autopercepção
Percepção das relacões
Percepção Emocional e
intrasubjetiva
Conflito interSubjetivo

Dificuldade em relacionamentos
Conflito relacional parental ciclico
Ausência de referências
Conflito em relação ao corpo

Baixa autoestima
Não aceitação
Dificuldade com identificação
Sexualidade fragilizada ou conflituosa
Conflito Subjetivo
Produção de pensamentos e fantasias
constantes
Negação, fantasiação (mecanismos de
defesa ciclicos e rotineiros)
criação de um falso self(winni)
fragilizado(identidade subjetiva interna)
Conflito Psicossomático

Adoecimento e sintomas físicos


recorrentes sem explicação orgânica
saúde e equilibro orgânico fragilizado
"A constituição do adolescente é
formada por uma cadeia de
contribuintes subjetivos e
intersubjetivos, o nosso desafio neste
contexto é observar em uma perspectiva
cada vez mais sensível a dor por trás do
desejo seja em manter a vida ou tira-la "

-Prof. Abraão L.-


"A psicanálise contribui no processo de
entendimento do sujeito em sua vida
psiquica e interior, suas fantasias, medos,
construções e percepções, um modo
assertivo de observarmos a angustia por trás
do fenômeno autolesivo e a ideação suicida "

-Prof. Psican. Abraão L.-


Espaço Colaborativo de

Discussão
Dicas de leitura e video

Artigo:
Ideação suicida, tentativa de suicídio ou
"Você esta perdido no mundo como eu?"
suicídio em adolescentes: revisão
narrativa video youtube
autores:Soster,Silveira, Huppes,
Hildebrandt, Cabral, Costenaro
"Eu estava procurando fora de mim por força e
confiança, mas tudo vem de dentro. E estão lá o
tempo todo."
-Anna Freud-

Desejo Sempre
brilhantes
ressignificacões
Até a próxima!
Att. Prof. Abraão L.

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