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Origem
Um estudo genético realizado pela FAPESP revelou que os gaúchos brasileiros dos pampas
são descendentes de uma mistura de europeus e de índios, mas com algumas
peculiaridades. O estudo apontou que os ancestrais europeus dos gaúchos seriam
principalmente espanhóis, e não portugueses, como é mais comum em outras partes do
Brasil.[1]
Isso porque a região dos pampas foi, por muito tempo, disputada entre Portugal e Espanha e
só foi transferida da Espanha para Portugal em 1750. O estudo também revelou um alto grau
de ancestralidade indígena nos gaúchos pelo lado materno (52% de linhagens ameríndias),
maior do que a dos brasileiros em geral. O estudo também detectou 11% de linhagens
africanas pelo lado materno. Dessa forma, os gaúchos da Campanha são fruto sobretudo da
miscigenação entre homens ibéricos com mulheres indígenas e, em menor medida, com
africanas.[2]
A região dos pampas não sofreu influência das significativas imigrações açoriana, alemã,
italiana, polonesa, ucraniana e sueca que marcaram a paisagem étnica de outras regiões do
Rio Grande do Sul.[3] O antropólogo Darcy Ribeiro escreveu que os gaúchos dos pampas
"surgem da transfiguração étnica das populações mestiças de varões espanhóis e lusitanos
com mulheres guarani".[4] Em decorrência da miscigenação étnica, o português falado na
região dos pampas absorveu muitas expressões espanholas, indígenas e algumas africanas.
[5]
Etimologia
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]
Segundo Barbosa Lessa, em seu livro Rodeio dos Ventos, publicado pela Editora Mercado
Aberto, 2a edição, o primeiro registro da palavra se deu em 1787, quando o matemático
português Dr. José de Saldanha participava da comissão demarcadora de limites Brasil-
Uruguai. Em uma nota de rodapé do seu relatório de trabalho, o luso teria anotado a
expressão usada pelos da terra para referir-se àqueles índios cavaleiros.
História
O imperador Dom Pedro II em trajes gaúchos.
Em Rocha e toda a área da lagoa Mirim e Bagé (agora no Brasil), onde os gaúchos são
nascidos. Os gaúchos (fugidos) da fronteira Portugal - Espanha não eram guanchos, eles
eram gaúchos descrição de pessoas de hábitos nômades, ciganos, moradores em barracas
ou tendas, brancos pobres, de miscigenação moura, vinda da Espanha - fugidos que viraram
índios ou índios aculturados pelas Missões que não possuíam terras e vendiam sua força de
trabalho a criadores de gado nas regiões de ocorrência de campos naturais do vale da lagoa
Mirim, entre os quais o pampa, planície do vale do rio da Prata e com pequena ocorrência no
oeste do estado do Rio Grande do Sul, limitada, a oeste, pela cordilheira dos Andes.
O gentílico "gaúcho" foi aplicado aos habitantes da Província de São Pedro do Rio Grande do
Sul na época do Império Brasileiro, por motivos políticos, para identificá-los como
beligerantes até o final da Guerra dos Farrapos, sendo adotado posteriormente pelos
próprios habitantes por ocasião da pacificação de Caxias, quando incorporou muitos
soldados gaúchos ao Exército ao final do Confronto, sendo Manuel Luís Osório um gaúcho
que participou da Guerra do Paraguai e é patrono da arma de Cavalaria do Exército Brasileiro,
quando valores culturais tomaram outro significado patriótico, os cavaleiros mouros se
notabilizaram na Guerra ou Confronto com o Paraguai. Também importante para adoção
dessa cultura viva para representação do estado do Rio Grande do Sul é a influência do
nativismo argentino, que no final do século XIX expressa a construção de uma das maiores
culturas se não a maior do Brasil.
Música
O único ritmo riograndense é o bugio, criado pelo gaiteiro Wenceslau da Silva Gomes, o
Neneca Gomes, em 1928, na região de São Francisco de Assis. Inspirado no ronco dos
bugios, macacos que habitam as matas do Sul da América, o ritmo foi banido por algum
tempo por ser considerado obsceno, mas em tempos atuais é mantido em todo o estado,
onde hoje se realiza um festival "nativista" conhecido como "O Ronco do Bugio".
Vestimenta ou indumentária
Gaúcho da Argentina
Os gaúchos usam roupas de origem indígena (poncho, lenço colorado, pala, e chiripá),
europeia (camisa, chapéu, guaiaca e bota, assim como a indumentária feminina) e túrquica
(bombacha), além de outros instrumentos autóctones como o tirador, todas adaptadas ao
ambiente pampeano. Uma grande parcela da população gaúcha rural, assim como de
cidades de pequeno porte, mantém o uso das vestimentas tradicionais, pois são as mais
adaptadas à vida campeira. A bombacha é muito utilizada nas regiões da campanha, da
fronteira oeste e dos campos de cima da serra. Nas cidades maiores é possível perceber
alguns gaúchos pilchados, sendo estes em sua maioria integrantes de grupos
tradicionalistas ou independentistas/separatistas, ou simples mantenedores da cultura
passada por seus ancestrais. Os avios do chimarrão (apetrechos usados para a preparação
e consumo da erva-mate, na forma tradicional), assim como os utensílios de encilha
tradicionais para o cavalo (incluindo as esporas do cavaleiro), juntamente com as
vestimentas, perfazem a definição de pilcha em um sentido estrito. O chimarrão é
amplamente consumido pelos gaúchos em todas as estações do ano. Nos dias mais frios,
não raro, se vê uma variedade chamada "mate doce", onde se usa mel e cascas de
bergamota, geralmente, para temperar o mate. Os gaúchos que saem a morar em outros
estados do Brasil ou no exterior tendem a realçar seu "gauchismo", como forma de
autoidentificação.
O modo de falar do Rio Grande do Sul e algumas partes de Santa Catarina e Paraná
(especialmente o oeste destes estados), a exemplo do de outras partes do Brasil, possui
expressões próprias, diferenciadas da linguagem padrão brasileira. Muitas dessas
expressões são compartilhadas pelas populações dos países vizinhos da bacia do rio da
Prata - Argentina e Uruguai. É grande a influência do castelhano no sotaque e no léxico
gaúchos. Convencionou-se chamar o modo de falar do gaúcho de "dialeto gaúcho", ou
"dialeto guasca", na sua nomenclatura tradicional. Muito do falar hodierno do gaúcho deriva
de uma antiga língua crioula entre o castelhano e o português, com influência guarani,
charrúa e até algumas palavras em língua quéchua (como china e guampa), que é
exemplificada no filme Anahy de las Misiones, de 1998. Com a imposição do uso do
português, tal como ocorreu com o nheengatu, do Norte brasileiro, esta língua desapareceu.
As migrações mais recentes de italianos e alemães deixaram alguma influência em palavras
e expressões gaúchas como "cuca" - bolo tradicional, de origem germânica, de Kuchen (bolo
em alemão) - e "é vero" ("é verdade", de è vero em italiano). Existem diversos livros e
dicionários que colecionam palavras e expressões gaúchas. Recentemente, um projeto
chamado Tchepédia,[6] busca reunir estas expressões de forma colaborativa online.
O uso do gentílico "gaúcho" como sinônimo de sul-rio-grandense surgiu após o movimento
literário romântico e regionalista de fins do século XIX e início do século XX, quando as
raízes dos habitantes locais começaram a ser investigadas e valorizadas. No Uruguai e na
Argentina, se usa o termo "gaucho" como sinônimo de trabalhador rural, sendo esta
considerada a cultura nacional por excelência em ambos os países. Os estados de Santa
Catarina e Paraná, em especial, concentram uma grande quantidade de descendentes
recentes de gaúchos, em geral ligados à atividade rural, que procuram mantém as tradições
gaúchas através de Centros de Tradições Gaúchas, que mantêm certa influência sobre a
cultura de muitos destes lugares. Uma grande quantidade de gaúchos ultimamente tem
migrado para a região Sudeste do Brasil.
Na numismática
Galeria
Payador
Estátua Gaucho Oriental (Federico Escalada, 1935) presenteada pelo Uruguai para o povo do Rio
Grande do Sul.
Ver também
Referências
1. MARRERO, Andrea (2006). Estudo genético dos Gaúchos: Dinâmica populacional do Sul do
Brasil (http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/10934/000592555.pdf) (PDF)
(Tese de Doutorado). Porto Alegre: Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia
Molecular, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
2. ZORZETTO, Ricardo (Abril 2007). «O DNA dos Pampas: Além de espanhóis, índios guaranis
e charruas estão entre os ancestrais dos gaúchos» (http://revistapesquisa.fapesp.br/200
7/04/01/o-dna-dos-pampas/) . Revista Pesquisa FAPESP. 134 ed. Consultado em 13 de
fevereiro de 2018
4. RIBEIRO, Darcy (1995) [1995]. O Povo Brasileiro: A formação e o sentido do Brasil (http://w
ww.iphi.org.br/sites/filosofia_brasil/Darcy_Ribeiro_-_O_povo_Brasileiro-_a_forma%C3%A7%
C3%A3o_e_o_sentido_do_Brasil.pdf) (PDF) 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras.
480 páginas. ISBN 9788571644519. Formato PDF. Acervo digital do Portal IPHI.
Consultado em 13 de fevereiro de 2018
7. «Cédulas emitidas pelo Banco Central do Brasil - Padrão Monetário: Cruzeiro Real» (http://
www.bcb.gov.br/htms/museu-espacos/cedulas/CRR.asp?idpai=CEDMOEBR#CRreal500
000) . Museu de Valores do Banco Central do Brasil. Consultado em 12 de agosto de
2015
8. «Cédulas emitidas pelo Banco Central do Brasil - CRUZEIRO REAL - CR$ 5.000,00
(Gaúcho)» (http://www.bcb.gov.br/htms/museu-espacos/cedulas/crr/5mil.asp?idpai=CED
MOEBR) . Museu de Valores do Banco Central do Brasil. Consultado em 12 de agosto de
2015
Bibliografia
Terra, Mano. A influência do gaúcho na cultura de três países. Edição eletrônica. (http://inrcbage.files.
wordpress.com/2011/09/terra-v-vai.pdf) Artigo para a FAO.
Zeno e Rui Cardoso Nunes: Dicionário de Regionalismos do Rio Grande do Sul, de editado por Martins
Livreiro
Ligações externas
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