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ÍNDIOS – RIO GRANDE DO SUL

OS AMERÍNDIOS HISTÓRICOS

Os grupos indígenas jê, pampiano e guarani povoaram o Rio Grande do Sul


antes da ocupação européia. As expansões espanhola e portuguesa e história dos
indígenas articularam-se de maneiras diferentes. No oeste, missionários ergueram
reduções com o objetivo de transformar o território em terras de Espanha. Os
bandeirantes, em busca de mão-de-obra para a área do cultivo de cana de açúcar,
deixaram um rastro de sangue e de contágios de doenças européias e africanas entre os
nativos jês e guaranis. Na Campanha, aproveitaram o ameríndio como soldado e peão.
Na região do Planalto Brasileiro Meridional viviam os jês, divididos em
parcialidades denominadas guaianás, coroados, pinarés, ibijaras, caagua, gualachos e
botocudos. Os brancos denominaram esses índios de bugres. Essas parcialidades
habitavam em aldeias de 5 a 6 cabanas, com 20 a 25 famílias, dirigidas por um chefe
que praticava feitiçaria.. Um feiticeiro temido atuava em diversas aldeias, comunicando-
se com os espíritos e curando doenças.
Os jês organizavam-se em dois clãs exogâmicos: o clã da lua, que era de
guerreiros, e o clã do sol, formado por caçadores. O clã da lua dividia-se na metade
votoro e na metade canheru. O clã do sol era formado pelas metades aniqui e camé. O
pai escolhia o clã da criança a fim de manter o equilíbrio entre os clãs, necessário para o
ritual religioso.
A terra pertencia à comunidade, com o território de caça marcado.
Organizavam a caçada em grupo,, tendo o cuidado de matar apenas os machos e de
mudar o lugar de caça a cada dois anos. Os jês eliminavam quem entrasse armado em
seu território de caça. Por isto reagiram contra os colonos alemães e italianos que
matavam animais indiscriminadamente e por esporte.
O casal realizava a coleta de pinhão, transformando-o em farinha. A coleta de
mel era comunitária, cada homem recebia uma vasilha de outra família. No fim da tarde
os homens se reuniam junto da aldeia, entrando todos ao mesmo tempo e entregando o
mel à dona do pote.
Exímios cesteiros, os jês usavam diversas fibras vegetais, inclusive o caraguatá
para tecerem túnicas para as mulheres.
Praticavam a agricultura rudimentar. O homem preparava o terreno pela
coivara e a mulher plantava e colhia. Cultivavam o milho, a mandioca, a abóbora e a
batata doce.
Cuidavam da limpeza corporal e enfeitavam-se com penas, penteados
complicados, pinturas corporais. Furavam o lábio inferior para colocar o tembetá ou o
batoque,
O grupo realizava o controle social punindo o homem faltoso com a expulsão
temporária da choça comum ou designando-lhe tarefas femininas. A mulher faltosa era
entregue a outro homem como punição. A mulher jê até hoje é mais agressiva que o
homem, chegando a bater no marido, que não reage.
Os jês acreditavam em Maré, Deus criador e civilizador. Consideravam o sol e
a lua como protetores da colheita, da puberdade e da procriação. A alma do morto,
chamada de acupli, podia encostar-se em alguém, trazendo-lhe doenças e até a loucura.
Enterravam o morto emposição fetal num buraco, protegido por lajes de pedra ou ramos
de árvore, sem contato com a terra, junto com vasilha de água, cães e armas.
Andavam nus da cabeça aos pés, os homens traziam uma cinta larga, em volta
dos quadris, formada de crodões das fibras de tucum ou da urtiga brava.
Os coroados, fugindo dos brancos e dos seus inimigos botocudos, construíam
seus ranchos no alto dos morros, no meio de pinheirais. O chefe principal designava os

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lugares das aldeias que lhe eram subordinadas. Só o chefe principal tinha direito de
possuir várias mulheres, dispondo delas para troca de objetos, mas sempre ficando com
os filhos. Se o chefe principal brigasse com outro subordinado, iria perseguir os
dissidentes até o extermínio. Só restava ao grupo dissidente viver se escondendo e
correndo pelas matas.
Os jês foram destruídos pelas epidemias de origem européia e africana, bem
como pela ação dos bandeirantes e bugreiros nos séculos XVII e XVIII. Os bugreiros
profissionais que recebiam pagamento por índio morto, provocando o vazio
demográfico nas trilhas das tropas de gado.
Levas de indígenas, corridos pelos cafeicultores de São Paulo, chegaram ao
Rio Grande do Sul no século passado. Novamente foram destruídos pelos brancos, que
contrataram bugreiros e dividiram suas terras, entregando-as aos imigrantes europeus.
Em 1882, Telêmaco Morocines Borba reuniu os sobreviventes, dando-lhes o nome de
caingangues.

Os pampianos

As parcialidades dos charruas, minuanos, iards, guenoas, amboanes e chanás


viviam ao sul do rio Jacuí e nos atuais territórios do Uruguai e da Argentina. Falavam a
língua quíchua.
Armavam suas tendas ou toldos junto à margem de rio ou banhado porque era
caçador, pescador e recoletor sem conhecimento de cultivo. Não tinham aldeias fixas,
vagavam de um lugar para outro em busca de caça, levando consigo as mulheres e os
filhos. As mulheres iam a pé carregando tudo que pertencia à família. O homem seguia
a cavalo, perseguindo veado, ema, preás, lebres, tatu e aves aquáticas. Usavam
boleadeiras ou flechas como armas de caça. Pescavam com rede e com flechas.
Primitivamente os toldos eram cobertos de esteiras de junco, mas depois, em
contato com o gado, passaram a cobri-los com couro. A tolderia era uma reunião de
famílias extensas, sem se organizarem em aldeia com um chefia. Só em tempos de
guerra é que escolhiam temporariamente um chefe.
Praticavam a poligamia e quando a mulher envelhecia, tomavam uma mais
jovem. O adultério não existia, pois o marido não se importava com quem a china
(mulher) tivesse relações. Trocavam a mulher por qualquer objeto.
Os homens adornavam-se com tatuagem, pintura corporal e batoques. No
inverno enrolavam-se em peles de animais. Usavam como armas boleadeiras, lança e
fleha. Os homens vestiam o chiripá, um pano enrolado em torno dos quadris.
Acreditavam que toda a pessoa tem um espírito guia, que se revela após longo
jejum. Guardavam o luto por 10 dias, ma as mulheres cortavam as falanges dos dedos
da mão, em sinal de pesar.
A cultura dos pampianos sofreu modificações a partir do século XVII, quando
entraram em contato com os missionários, com o gado e com as frentes de povoamento.
Missionários jesuítas atravessaram o rio Uruguai tentando catequizar os
guaranis e as parcialidades pampianas, mas estas não aceitaram viver em reduções.
Franciscanos, dominicanos e mercedários, vindo de Buenos Aires, também tentaram
reduzir os pampianos. A primeira redução de charruas, em 1626, foi na ilha Vizcaíno,
na confluência do rio Negro com o Uruguai. Durou apenas dois anos. Na mesma época
aldeiaram os chanás na missão de San Antonio. A redução de Santa Maria dos Guenoas,
que seria mais um dos Sete Povos, também fracassou. A vida de caçador, a falta de
organização comunitária e de afinidades religiosas dificultaram o aldeamento em forma
de missão dos pampianos.

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O cavalo, introduzido em 1607 e o gado a partir de 1634, modificaram os


hábitos alimentares dos pampianos. Tornaram-se temíveis cavaleiros armados de longas
lanças ou com as boleadeiras.
Portugueses e espanhóis ocuparam as terras dos pampianos com fortalezas,
vilas e estâncias: Colônia do Santíssimo Sacramento (1680), Sete Povos (1682), San
Felipe de Montevidéu (1726), São Pedro do Rio grande (1737), centros de onde partiam
os changadores, patrulhas militares, desertores e povoadores de terras vizinhas. As
estâncias missioneiras, de espanhóis e de lusos expandiram-se na área dos pampianos,
que reagiram violentamente, atacando povoações espanholas de Santo Domingo
Soriano, San Salvador e Víboras, saqueando estâncias em busca de cavalo, erva mate e
fumo. Raptavam mulheres e crianças para servi-los.
Embora continuando com a caça tradicional, passou a alimentar-se de bovinos
e cavalares. Quando retornava ao rancho, ia logo se deitar e era a mulher que
desencilhava e lavava o cavalo, trazia a lenha e cozinhava a caça.
Empurrados em direção às cabeceiras do rio Negro e para a região entre o
Quaraí e o Quequai, os charruas se uniram aos minuanos no início do século XVIII. Em
1811 e 1820 os charruas e minuanos participaram como soldados das tropas de José
Gervasio Artigas. As constantes campanhas dos espanhóis contra as chamadas nações
bárbaras, denominada de “la guerra de los charruas”, destruíram a população indígena
da Banda Oriental do Uruguai. Os remanescentes refugiaram-se em 1832 do lado sul-
rio-grandense, incorporando-se às tropas de Bento Manoel Ribeiro ou como peões de
estâncias.
Os pampianos abrigavam em seus toldos os foragidos, os desertores e
contrabandistas de origem portuguesa ou espanhola, não se importando com suas chinas
(mulheres) que se uniam com eles, mesmo temporariamente. Estes costumes facilitaram
a formação do grupo social chamado de gaudério ou gaúcho.
Os pampianos legaram vários termos que ainda são usados no Rio Grande do
Sul: china, cancha, chiripá, poncho, guaxo, charque, chasque, mate, xiru, vincha,
guasca, inhapa, guaiaca, guampa, lechiguana, pampa e tambo.

Os guaranis

Os guaranis conquistaram o vale do rio Uruguai, subindo pelos afluentes. Do


vale do rio Ibicuí atingiram a depressão do rio Jacuí e seus afluentes. Dividiam-se nas
parcialidades nhandeva, mbyá (avá mbyá e cainguá) e cayová. O grupo mbyá habitava o
território que seria o Rio Grande do Sul. Na época de evangelização os missionários
jesuítas chamavam de Tapê (Tapes) a região entre os rios Jaguarí, Uruguai e Ibicuí. No
século XIX este topônimo deslocou-se para junto da Laguna dos Patos. Os chamados
índios Tapes eram guaranizados que habitavam a antiga região do Tapê.
Os guaranis caracterizavam-se pela nhande reko, o modo de ser, em relação ao
espaço geográfico chamado de teko hã, onde se vive, formado pela aldeia (tetami), casas
(coty), roças (cõ), caminhos (chapecõ) e mato (caá).
Viviam em aldeias (tetami), com várias casas (oga ou coty) dispostas em
círculo por ordem de clã e protegidas por uma paliçada de troncos. Cada casa de forma
alongada, com uma porta para os homens e outra para as mulheres, sem divisão interna,
abrigava os membros de um mesmo clã. Dormiam em rede, guardavam os objetos em
jiraus, sentavam em banquinhos ou em esteiras, guardavam líquidos e grãos em potes de
cerâmica ou em porongos. Numa ladeia viviam vários clãs.

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Os guaranis praticavam uma agricultura especializada em clareiras abertas com


a coivara. Usava várias clareiras em estágios diferentes de plantação, maturação e
colheita, deixando sempre uma com capoeira para o solo se recuperar.
O homem preparava a coivara e limpava o solo, a mulher plantava e semeava.
Embora trabalhassem em grupo, cada família tinha sua plantação. Cultivavam o milho,
mandioca, feijão, abóbora, batata doce, amendoim, fumo e algodão.
Coletavam a erva mate e frutos de plantas nativas. Pescavam com redes e
flechas. A caça era comunitária e o matador do animal repartia a carne entre os demais
participantes. Enquanto durava a caçada o pajé permanecia em transe, para proteger os
caçadores. Armavam-se de arco, flechas, lança, tacape e boleadeiras.
O nhanderu ou pajé era encarregado de transmitir o teko yma, o proceder
antigo, pois os mbyás executavam todos os atos do quotidiano com o ritualismo que
mantinha a ordem cósmica, como a pintura corporal, a poligamia, o couvade, a
saudação lacrimosa, a educação dos filhos, os sonhos proféticos, a antropofagia e o
puxirum ou mutirão.
Os homens se adornavam mais que as mulheres, tatuando e pintando o corpo,
usando colares, pulseiras de sementes, contas e plumas. Furavam o lábio inferior,
colocando um tembetá. A pintura corporal tinha significados simbólicos, sendo
característica de cada clã, metade de clã, sexo, idade e posição dentro do grupo.
A poligamia era usual apenas entre os chefes, que precisavam de mulheres que
trabalhassem para darem comida e objetos aos seus subordinados, mantendo assim a
chefia. Davam suas mulheres a outros homens em troca de objetos ou em penhor de
uma aliança. Esse costume facilitou a mestiçagem com os brancos.
O couvade ou choco era o ritual de proteção ao recém nascido. Quando a
mulher dava à luz, o homem não comia carne durante 15 dias, ficando de resguardo na
rede. A mulher tinha o filho sozinha, cortava-lhe o cordão umbilical, banhava o recém
nascido e depois entregava-o ao marido, que esperava na rede. Se ele pegasse a criança,
estaria reconhecendo-a como filho. A mulher ia logo se apossar da criança. Era também
uma maneira de selecionar as mulheres mais resistentes.
Quando chegava um hóspede na aldeia guarani, as mulheres praticavam a
saudação lacrimosa. O recém chegado sentava na rede enquanto as mulheres choravam
com grande alarido, depois enxugavam as lágrimas e davam boas vindas ao viajante.
O menino até os oito anos ficava junto com a mãe, depois ia para a casa dos
homens, quando passava a aprender com o pai a pescar e a caçar. A menina permanecia
junto à mãe até o matrimônio. Após a primeira menstruação tinha liberdade sexual,
desde que seus parentes fossem indenizados. Não batiam, não gritavam e nem
castigavam os filhos. Acreditavam que um banho frio pela manhã prolongava a vida.
Ao acordar, o guarani contava seus sonhos, em busca de uma interpretação,
pois acreditava que eles eram proféticos.
Praticavam a antropofagia ritual, comendo os prisioneiros de guerra que
lutavam sem se entregar. Os que se entregavam eram degolados e seus corpos
abandonados. O canibalismo, alimentação com carne humana, não escapando mulheres
e crianças, aparece em grupos isolados.
O puxirum ou mutirão era o trabalho em grupo para ajudar na construção de
uma roça ou de uma casa.
Algumas parcialidades guaranis enterravam seus mortos em igaçaba, grande
pote para guardar grãos que servia de urna funerária, acreditando que o anguera, a alma
do morto, poderia escolher três caminhos: reencarnar numa criança que nascia,
encostar-se em alguém ou então seguir para o paraíso de Monan, onde não faltariam
calor, caça e água.

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Criam que existia um paraíso na terra, o yvi-maray, a terra sem males. A terra
era imperfeita e novamente seria destruída pelo fogo e pelo dilúvio, salvando-se apenas
o yvi-maray. Os guaranis migravam constantemente em busca desta terra perfeita.
Sua teogonia compunha-se de Monan, o Deus criador e pai de Mafra-monan,
que os homens queimaram numa fogueira e de sua cabeça saiu o trovão (Tupã), que por
vingança queimou com o fogo o céu a terra imperfeita, salvando-se apenas Irin-majé é a
chuva, filho de Monan que fertiliza a terra.O duplo de Monan é Sumé, o civilizador que
ensinou a agricultura. Na segunda versão, Sumé é filho de Irin-majé.
De Sumé nasceram os gêmeos Temendonaré, que deu os nomes as coisas que
Monan criou fazendo com que elas passassem a ser, e Aricoute ciumento que mandou o
dilúvio. Temendonaré ensinou os homens a sobreviverem na grande enchente,
refugiados em cima de palmeiras.
Acreditavam no Curupira, ente fantástico com os pés para trás, que habitava as
matas e fazia os homens se perderem. O Caapora (caipora), pequeno e triste, trazia a
infelicidade para quem o visse. A Uiara (iara), ente feminino, atraía o índio para o
fundo do rio. O Yurupari (jurupari) era o espírito do mal, o demônio.
Os guaranis históricos desapareceram lentamente do Rio Grande do Sul, pelos
ataques dos bandeirantes, pela guerra guaranítica, pela escravidão imposta pelo governo
militar espanhol nas reduções depois da expulsão dos jesuítas, pelo recrutamento militar
e pela mestiçagem das mulheres com os homens brancos.
Os guaranis, existentes atualmente no Rio Grande do Sul, chegaram em fins do
século passado, corridos pelos cafeicultores e pelas frentes de colonização em Paraná e
Santa Catarina. Alguns grupos menores são oriundos do Paraguai.
Segundo o adelantado Alvar Nuñez Cabeza de Vaca, desde a fundação de
Assunção, no Paraguai, os guaranis forneceram alimentos e suas mulheres aos
espanhóis porque queriam aliados fortes para combater seus inimigos. Os guaranis eram
inimigos de outras parcialidades indígenas por causa de seu ritual antropofágico. O fato
de a economia dos guaranis ser principalmente agrícola facilitou aos padres
missionários reuni-los em reduções para a evangelização.
Na linguagem coloquial do Rio Grande do Sul há vários termos de origem
guarani: aguapé, araçá, araponga, aroeira, biboca, biriva, boçoroca, bocó, caboclo,
capão, capim, capivara, capoeira, chê, cutucar, cipó, cuia, goiaba, gravatá, guaraxaim,
guri, jacaré, jaguar, jararaca, jirau, joá, lambari, mambira, maricá, micuim, perereca,
perau, peteca, piá, pitanga, tapera, taquara, tatu, tiririca e urubu. Outra herança guarani é
o uso da erva mate (caá-iari) na forma de chimarrão (caá-iró). Se examinarmos os
mapas do Paraguai, Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul veremos que predominam
topônimos guaranis: Taquari, Jacuí, Itacolomi, Itapuã, Paraná, Jaguarí.

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