4 - O Bom Pastor Está Comigo

CLASSE DE JOVENS | ENCORAJAMENTO, INSTRUÇÃO E CONSELHO:
ALCANCE UMA VIDA CRISTÃ FELIZ COM OS ENSINOS DOS SALMOS
LIÇÃO 4 – O BOM PASTOR ESTÁ COMIGO
 Texto Principal: “O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará. Ainda que eu

andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás
comigo [...]” (Salmos 23:1,4).
 Resumo da Lição: O Senhor Deus supre todas as necessidades. Ele é o nosso pastor
e, por isso, tudo preenche.
 Texto Bíblico: Salmos 23:1-4
1- O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos,
guia-me mansamente a águas tranquilas. 3- Refrigera a minha alma; guia-me pelas
veredas da justiça por amor do seu nome. 4- Ainda que eu andasse pelo vale da
sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo, a tua vara e o teu
cajado me consolam.
{Veja os Objetivos, Interação e Orientação Pedagógica, na Lição, pág 25}.
1. Panorama do Salmo 23:

• 1.1 Confiança em Deus;
• 1.2 A Estrutura do Salmo 23: A Imagem do Pastor;
• 1.3 A Estrutura do Salmo 23: A Imagem do Anfitrião.
2. A Plena Confiança em Deus:

• 2.1 O Senhor Como Pastor (v.1);
• 2.2 O Senhor Que Trata a Alma (vv.2,3);
• 2.3 O Senhor Está Conosco.
3. A Plena Provisão de Deus:

• 3.1 A Importância dos Adversários Diante da Provisão de Deus (v.5);
• 3.2 Bondade e Misericórdia do Senhor (v.6);
• 3.3 Habitando na Casa do Senhor (v.6).
2
Este estudo é um complemento à lição e não serve para substituí-la. Analise com atenção todo o
conteúdo da revista de professores e, se possível, o livro de apoio, pois são extremamente relevantes.
O conteúdo da assinatura é individual e exclusivo para o assinante. O compartilhamento com terceiros
poderá acarretar o bloqueio do acesso à área restrita.
Introdução:
“Nesta lição, estudaremos o Salmo 23. Veremos que a palavra-chave dele é
confiança. Deus aparece nesse salmo como o pastor e o anfitrião do salmista”.
Thelma Bueno e Tiago Santos apresentam, nesta lição, o estudo do Salmo 23,
com o objetivo de conhecer a plena confiança em Deus e o desfrutar das suas bênçãos,
através da sua provisão.
Russell Champlim comenta que Jesus é o principal pastor, e todos os demais
pastores são subpastores, servos de Cristo.
O pastoreio espiritual deve incluir:
1. Um ensino sério;
2. O cuidado de si mesmo;
3. O cuidado com as ovelhas;
Jesus é chamado de o Grande Pastor (Hb 13.20);
Pedro o chamou-O de Pastor e Bíspo (1Pe 2.25);
Bons Pastores são imitadores de Cristo.
Warren Wierbse comenta que o termo traduzido por “Bom” significa
“intricadamente bom, belo e amável”. Descreve algo ideal, o exemplo a ser seguido.
Ele é o Bom Pastor, que deu a sua vida pelas suas ovelhas (Jo 10.2,11,14,16).
Jesus destacou quatro ministérios do bom pastor:
1. Ele dá a vida pelas ovelhas (Jo 10.11-13);
2. Ele conhece suas ovelhas (Jo 10.14,15);
3. Ele traz outras ovelhas para o rebanho (Jo 10.16);
4. O Bom Pastor retoma a sua vida (Jo 10.17-21).
João Calvino, em seu comentário sobre o Salmo 23, destaca que este Salmo não
se acha nem entrelaçado com orações, nem apresenta queixas de misérias com o
3
propósito de obter alívio. Contém simplesmente uma expressão de gratidão, à luz da

qual evidencia-se que foi composta quando Davi granjeou a posse pacífica do reino
e vivia em prosperidade e no usufruto de tudo quando pudesse desejar.
Portanto, para que não vivesse, no tempo de sua grande prosperidade, como os
homens mundanos, os quais, quando vivem afortunadamente, desobedecem ao
Senhor, Davi se deleita em Deus, o autor de todas as bênçãos de que desfrutava.
Davi não só reconhece o estado de tranquilidade no qual vivia, bem como a
isenção de toda e qualquer inconveniência e desventura, devido a benção de Deus
sobre a sua vida. E, neste Salmo, ele confia na providência, sabendo que a sua vida
será feliz, em uma declaração de adoração ao Senhor.
Conforme Matthew Henry, muitos dos Salmos de Davi estão cheios de
reclamações, mas o Salmo 23 está cheio de conforto e expressões de prazer na grande
bondade do Senhor e na sua dependência.
O Salmo 23 é um Salmo que tem sido contado pelos bons cristãos, e continuará
sendo contado enquanto o mundo existir, com muito prazer e satisfação.
No Salmo 23, podemos destacar algumas lições:
1. O salmista afirma ter uma relação com Deus como seu pastor;
2. Ele recorda a sua experiência das coisas boas que Deus fez por ele enquanto
seu pastor;
3. Ele deduz que ele não deveria querer bem algum e que ele não precisava temer
o mal;
4. Ele acredita que Deus nunca o deixaria ou abandonaria em caminho de
misericórdia, e, portanto, resolve que nunca irá abandonar o caminho do Senhor;
5. Com certeza, ele tem o seu olhar voltado para a providência divina, fez questão
de apresentar que a providência de Deus é prospera.
4
Matthew Henry chama o Salmo 23 de o Salmo do Pastor Divino, destacando três

premissas, nesse salmo, onde Davi tira três conclusões muito confiáveis e nos ensina
a fazer o mesmo.
1. Nós somos salvos pela esperança, e essa esperança não nos trará vergonha,
porque ela é muito bem fundada;
2. É obrigação dos cristãos encorajar a si mesmos no Senhor, seu Deus;
3. E nós somos aqui direcionados a tomar esse encorajamento tanto da relação
que Ele tem conosco quanto da experiência que nós temos da sua bondade, de acordo
com tal relação.
1. Panorama do Salmo 23:

“O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos,
guia-me mansamente a águas tranqüilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas
veredas da justiça, por amor do seu nome” (Salmos 23:1-3).
1.1 Confiança em Deus:

“De autoria de Davi, o Salmo 23 é um dos mais queridos e declamados salmos
na vida da Igreja. A expressão “o Senhor é o meu pastor e nada me faltará” está
nos lábios da maioria dos cristãos. Essa expressão traz consigo exatamente o tema
que domina todo o Salmo: a confiança em Deus. Por isso, muitos cristãos que
passam por momentos de estresse, ansiedade, angústia e depressão encontram, no
Salmo 23, consolo e descanso para a alma. Todo leitor atento percebe um ambiente
de oásis que brota das letras do Salmo. Toda alma cansada pode encontrar descanso
nessa porção da Palavra de Deus. Assim, veremos que o Salmo 23 traz duas
imagens: a do pastor (vv.1-4) e a do anfitrião (vv.5,6)”.
5
Thelma Bueno e Tiago Santos comentam que o Salmo 23 traz consigo a confiança
e a dependência em Deus.
Para o profeta Isaías, o pastor é uma pessoa que cuida das ovelhas afetuosamente
(Is 40.11). Sem o pastor, a ovelha estava sempre correndo sérios perigos, nos fazendo
lembrar dos perigos que enfrentamos sem Jesus (Nm 27.17; Mc 6.34).
A dependência da ovelha para com o pastor é um dos principais temas do Novo
Testamento. Jesus via as multidões como ovelhas exaustas e desorientadas, que
vagueavam sem uma liderança firme (Mt 9.36). Jesus comparou os crentes às
ovelhas, estava dando ênfase à necessidade que elas tinham o auxílio dele, e à sua
disposição em prover as suas necessidades (Jo 10.15).
Jesus é o verdadeiro Pastor da Igreja. Ele doou sua vida por sua igreja, por suas
ovelhas, por você. Nós somos as ovelhas de Cristo. Ele é o verdadeiro pastor e o Sol
da Justiça. Onde o Sol da Justiça brilha, não há espaço para o homem brilhar. Onde
o Sol da Justiça brilha, não há espaço para falsos pastores, a igreja é edificada, as
pessoas são restauradas porque Jesus é o verdadeiro pastor.
Elinaldo Renovato afirma que Jesus é o pastor dos pastores, com base em Hebreus
13:20. Jesus é o grande pastor das ovelhas. Ele é o dono do dom do “Pastor” e o dono
da Igreja. Nenhum pastor deve aceitar o “título de grande”, pois só Jesus merece. Ele
é grande em todos os aspectos.
Independente da sua popularidade na sua cidade, na sua igreja, nas redes sociais,
você precisa entender que o grande é o Cristo, nós somos apenas servos dEle. Ele é
o Grande porque:
- Ele é Deus;
- Ele comprou a igreja com seu sangue (Ap 1:5). Ele é o verdadeiro dono da igreja.
- Ele não passou a escritura da Igreja para ninguém. A Igreja pertence a Ele;
6
- Ele morreu, mas ressuscitou (Mt 28:6) e está presente no meio da sua igreja,
com os seus servos, enviando-os para a grande comissão, levantando os verdadeiros
pastores segundo o seu coração;
- Ele é aquele que chama seus servos para serem pastores.
Hernandes Dias Lopes comenta o seguinte: A vocação para o pastoreio é a mais
sublime de todas as vocações, é a suprema vocação, é melhor do que qualquer outro
chamado, pois é dada pelo próprio Deus através do Espírito Santo. É o Espírito Santo
que levanta verdadeiros pastores.
O que a Bíblia diz sobre Jesus como Pastor?
- Jesus é o bom Pastor porque Ele cuida de nós. Jesus, como Pastor, deu tudo para
nos salvar (Jo 10:11-13). Ele se entregou por nós;
- Davi afirma que o Senhor (Jesus) era o seu pastor (Sl 23:1);
- Nós éramos como ovelhas desgarradas, mas nos convertemos ao Pastor das
nossas almas (1 Pe 2:25). Ele te resgatou e te chamou para o aprisco dEle;
- Pedro afirma que muito em breve o Senhor vai se manifestar como o Supremo
Pastor (1 Pe 5:4). Jesus está voltando. O verdadeiro pastor está retornando para
buscar as suas ovelhas, que confiam em seu nome; para separar as verdadeiras
ovelhas dos bodes; para retirar o trigo do meio do joio; para levar você para uma
morada celestial.
1.2 A Estrutura do Salmo 23: a Imagem do Pastor:

“A imagem do pastor no Salmo revela as atividades de um pastor com suas
ovelhas no campo: ele as alimenta e as satisfaz; guia e orienta; recupera quando
machucadas; as protege diante do perigo; não as deixa sozinhas; cuida, dando-lhes
conforto (vv.1-4). No Novo Testamento encontramos nosso Senhor dizer que suas
ovelhas conhecem a sua voz, pois Ele é o Bom Pastor (Jo 10:27). As características
7
do Bom Pastor, mencionadas por Jesus, são as mesmas encontradas no Salmo 23 (Sl
23:1-4; cf. Jo 10:9,11,14). O nível profundo de relacionamento faz com que a ovelha
reconheça o seu pastor (Jo 10:16)”.
Thelma Bueno e Tiago Santos destacam que a imagem do pastor do Salmo 23,
revela a atividade de um pastor do campo dos dias bíblicos.
Warren Wierbse comenta que Jesus assume a identidade de o Bom Pastor, que
compra as ovelhas; elas lhe pertencem porque ele morreu por elas. São dEle, e Ele
cuida delas.
Ao longo de toda a Bíblia, o povo de Deus é comparado de modo muito
apropriado, a ovelhas. Ao contrário dos porcos e dos cães, as ovelhas são
consideradas animais puros (2Pe 2. 20-22).
As ovelhas de Cristo:
1. São indefesas (Sl 23);
2. Podem se perder (Lc 15.3-7);
3. São pacíficas e úteis para o pastor.
O evangelho de João usa o termo “conhecer” (Jo 10.14,15), significa muito mais
do que uma consciência intelectual. Esse conhecimento refere-se ao relacionamento
íntimo entre Deus e seu povo (Jo 17.3). No Oriente, os pastores conhecem as ovelhas
individualmente, portanto sabem qual é a melhor maneira de cuidar de cada uma
delas.
1. Jesus conhece o nosso nome (Jo 10.3);
2. Jesus conhece a nossa natureza;
3. Jesus conhece as nossas necessidades (Sl 23).
A medida em que o pastor cuida de suas ovelhas, elas passam a conhecê-lo cada
vez melhor. O Bom Pastor conhece as suas ovelhas, e elas sabem quem ele é.
8
Conhecem-no cada vez melhor ao ouvir a sua voz e ao experimentar o seu cuidado
diário. Ele ama “os seus” (Jo 13.1) e mostra esse amor pela maneira que cuida deles.
1.3 A Estrutura do Salmo 23: A Imagem do Anfitrião:

“A imagem do anfitrião revela a característica provedora de Deus (vv. 5,6). No
contexto do Salmo, Deus é apresentado como o que oferece um banquete aos seus
filhos diante dos que se tornaram adversários e trabalharam para prejudica-los. O
compositor sabia bem dessa realidade, pois ninguém como ele a experimentou por
meio de muitas conspirações no reinado de Israel (cf. 2Sm 2:1-32; 3:1-39, 13:1-39).
Assim, como bom anfitrião, o Senhor foi bondoso, misericordioso com o seu servo”.
(Ver Subsídio 1, na Lição, pag 27).
Thelma Bueno e Tiago Santos apontam que a imagem do anfitrião apresenta a

característica provedora do Senhor (Sl 23.5,6).
Warren Wierbse comenta que, alguns estudiosos acreditam que, no Salmos 23.5,
ocorre uma mudança de metáfora, passando do pastor de ovelhas para um anfitrião
e seus convidados, mas não é necessariamente, o caso.
A “mesa” não é, obrigatoriamente, um móvel usado por seres humanos, pois o
termo significa simplesmente “algo estendido, espalhado”. Lugares planos numa
região montanhosa podem ser chamados de “mesas”, e, por vezes, o pastor preparava
o seu rebanho num desses locais e deixava que as ovelhas se alimentassem e
descansassem ali antes de prosseguir para o aprisco (Sl 78.19).
Depois de cada dia de trabalho, o objetivo do pastor era levar o rebanho em
segurança de volta para o aprisco, onde as ovelhas cansadas poderiam repousar
protegidas durante a noite. Por vezes, o pastor colocava comida em cochos, pois as
ovelhas se deitavam e descansavam depois de comer. Enquanto as ovelhas dormiam,
9
eram protegidas por um muro de pedra que as cercava, e o próprio pastor se deitava
na porta (Jo 10.7,9).
Durante a noite, ladrões ou animais perigosos poderiam aproximar-se do aprisco,
mas não tinham como chegar nas ovelhas. O Senhor nem sempre remove o perigo
de nossa vida, mas nos ajuda a vencê-lo e não permite que o medo nos paralise. É
isso que significa ser mais que vencedor e ter paz, em meio aos perigos (Rm 8.31-
39).
Enquanto as ovelhas entravam no aprisco, o pastor examinava para se certificar
de que nenhuma havia se ferido ou adoecido, por ter ingerido alguma planta
venenosa. Se necessário, aplicava um unguento nas ovelhas feridas e, para as que
estavam sedentas, oferecia água num cálice grande com duas asas. Também colocava
óleo na cabeça e nos chifres das ovelhas para afastar moscas e outros insetos. As
ovelhas sabiam que estavam seguras e que podiam dormir tranquilas.
2. A Plena Confiança em Deus:

“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum,
porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam” (Salmos 23:4).
2.1 O Senhor Como Pastor (v.1):

“No Antigo Testamento, Deus é visto como o Pastor do seu povo (Gn 49:24).
Neste Salmo, à luz da experiência de Davi em apascentar as ovelhas, o salmista
recobra essa imagem de Deus como o seu pastor, dizendo que Ele o basta em tudo.
Deus é o supremo pastor do seu povo e, por ser assim, de nada sentiremos falta do
que necessitamos (cf. Fp 4:13). Ele nos supre, guarda e sara as feridas de nossas
almas. Diante do contexto atual, quem tem sido o seu bom pastor? A quem você tem
10
se dirigido para buscar auxílio? Você pode afirmar que, como bom pastor, Deus
o(a) preenche por completo”?
No hebraico, a palavra “pastor” correspondente é raah = aquele que cuida de

rebanhos. No Novo Testamento, a palavra “pastor”, no grego, correspondente é
poimen = pastor de Igreja (Ef 4.11). Onde o pastor aparece como alguém que Deus
deu a Igreja, como um dom ministerial.
Jesue é visto com o verdadeiro Pastor (Is 40.11; Ez 34.23; Jo 10.11-16). Jesus é
o pastor que cuida das ovelhas do seu Pai. A obra suprema que Ele consumou foi a
de morrer pelos pecados do mundo (Mt 1.21; Jo 1.29). Incluídas nessa obra
expiatória, figuram a sua morte, ressurreição e ascensão.
Não somente devia Ele morrer por nós, como também viver por nós. Não somente
devia ressuscitar por nós, como também ascender para interceder por nós diante de
Deus como o supremo pastor (Rm 8.34; 4.25; 5.10).
2.2 O Senhor Que Trata a Alma (vv.2,3):

“Esses dois versículos mostram como Deus preenche o interior do ser humano.
“Deitar em verdes pastos” e “guiar às águas tranquilas” remontam a ideia de
quietude da alma. Por isso, no versículo 3, o salmista diz: “Refrigera a minha
alma”. Assim, tratada e descansada, essa alma receberá instruções para andar em
retidão e justiça. Esse tratamento interior é tão necessário que o apóstolo Paulo fala
disso em suas cartas, dizendo que o nosso homem interior deve se renovar dia em
dia diante dos desafios exteriores (2Co 4:16; Ef 4:23,24). Assim, cada vez mais que
nos relacionamos com Cristo, temos a nossa vida interior renovada e, por isso,
podemos testemunhá-lo em quaisquer áreas da vida”.
11
William Coleman comenta que os pastores, que cuidavam de ovelhas, nem

sempre eram respeitados. É fato que alguns eram considerados a espinha dorsal da
nação, mas outros já os viam apenas como um punhado de homens sujos, sem muito
escrúpulo, pessoas simples e nômades. É a figura de um pastor simples e sujo que
Jesus toma para si.
Mathew Henrry comenta que o desempenho do cargo de um bom pastor é que ele
não precisava ter medo do mal. Ele vive o benefício da presença de Deus com seus
cuidados e bênçãos.
A principal missão do pastor é cuidar de ovelhas. As ovelhas dependiam do pastor
para achar pastagem, assim como a Igreja dependa da mensagem de Cristo.
Quando um cordeiro era atacado, o pastor cuidava para proteger, com a sua
própria vida. Ele era responsável em guiar as ovelhas ao aprisco, onde ele cuidava
da porta do aprisco com a sua própria vida.
O cuidado da alma aponta para a prática do cuidado pastoral. A prática do cuidado
pastoral também é conhecida como o cuidado da alma.
O aconselhamento pastoral se compreende na “relação face a face de duas
pessoas, na qual uma delas é ajudada a resolver dificuldades de ordem educacional,
profissional, vital e a utilizar melhor os seus recursos pessoais”.
Percebe-se, nesse conceito, algumas das características que definem o
aconselhamento, seja este realizado por uma Igreja local ou não: relacionamento,
ajuda, encorajamento.
Pode-se, portanto, conceber o cuidado pastoral como “atos de auxílio, feitos por
cristãos típicos, voltados para cura, amparo, orientação e reconciliação de pessoas
com problemas que surgem no contexto de significados e preocupações básicas”.
Essa prática sempre esteve presente entre o povo de Deus, porque o cuidado
mútuo, a preocupação com o pobre, o estrangeiro, aquele que sofre, fazem parte das
12
demandas de Deus a seu povo. No Pentateuco, reiteradas vezes se destaca a

necessidade de atentar para o cuidado do órfão, da viúva, do pobre e do desamparado.
Jesus, como pastor, ensinou a importância de cuidar de outros de uma forma
genuína. A Bíblia diz em Lucas 14:13-14: “Mas quando deres um banquete, convida
os pobres, os aleijados, os mancos e os cegos; e serás bem-aventurado; porque eles
não têm com que te retribuir; pois retribuído te será na ressurreição dos justos”.
Deus espera que nós cuidemos dos doentes e dos que sofrem. A Bíblia diz em
Gálatas 4:14: “E aquilo que na minha carne era revoltante para vós, não o
desprezastes nem o repelistes, antes me recebestes como a um anjo de Deus, mesmo
como a Cristo Jesus”.
Quando cuidamos dos outros é como se tivéssemos a cuidar do nosso Senhor. A
Bíblia diz em Mateus 25:40: “E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que,
sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim
o fizestes”.
2.3 O Senhor Está Conosco:

“Ser tratado pelo Senhor, ser tomado pela sua mão e descansar nEle não quer
dizer que não passaremos por situações de perigo. Não significa que não
atravessaremos momentos dolorosos. Entretanto, o salmista tem uma visão realista
da vida, sabe que o dia mal pode chegar a qualquer momento, mas também sabe que
o pastor não o deixará em falta: “Tu estás comigo” (v.4). Que declaração de
confiança! O pastor está na jornada da alma do salmista. Por isso, ele sabe que,
ainda que esse momento inseguro lhe cause lamentos, ele será consolado pelo pastor
(v.4). Nosso Senhor disse que no mundo teríamos aflições, mas não deixaríamos de
ter paz (Jo 16:33; cf. 14:27). Quem já experimentou o refrigério do Senhor em
momentos difíceis sabe o quanto Ele é bom e cuida de nós. Precisando desse
13
refrigério, permita que a letra, a beleza e a realidade espiritual desse Salmo inunde
a sua alma e, como ovelha do bom Pastor, encontre refúgio debaixo do seu cajado”.
(Ver Subsídio 2, na Lição, pág 28,29).
Segundo Telma Bueno e Thiago Santos, o refrigério do Senhor está presente em

momentos difíceis, quando nós precisamos de um refrigério espiritual, para nos dar
encorajamento em nossas aflições.
O Senhor conhece as suas ovelhas porque ele está com elas em todo o tempo.
Vamos conhecer melhor as ovelhas e procurar algumas características que se
encaixem com nossa vida cristã:
Em primeiro lugar, as ovelhas são animais bastante dóceis e obedientes, porém
muito ingênuas, e o pastor deve estar sempre prestando atenção a todas elas, pois é
muito comum elas se perderem do grupo por uma distração qualquer.
São animais medrosos, se não sentirem o cheiro, não verem nem ouvirem seu
pastor, ficam tão assustadas que correm sem rumo e aí pode acontecer de se perderem
ao sair do aprisco. É praticamente um dos únicos animais no mundo que não sabe se
defender de predadores, nem lutar por suas vidas sequer elas conseguem fazer.
A ovelha é um animal totalmente domesticável, tanto que ela apenas segue a seu
pastor, se outro a chamar ela não atenderá e, o mais interessante, ao contrário do
gado, que se grita atrás dele para que ele ande, no caso da ovelha, o pastor deve ir a
frente, chamando-a, mostrando o caminho que deve seguir.
O pastor usa duas ferramentas para disciplinar as ovelhas: o cajado e a vara. A
Vara é comprida e com um ponto de interrogação na ponta, e com ela o pastor livra
as ovelhas de ficarem presas a arbustos ou espinheiros. O cajado serve para que a
ovelha não vá aonde não lhe é permitido. Em uma briga ou quando está a ponto de
se desgarrar, o pastor lança o cajado sobre ela e a assusta.
14
3. A Plena Provisão de Deus:

“Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha
cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a
misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor
por longos dias” (Salmos 23:5,6).
3.1 A Impotência dos Adversários Diante da Provisão de Deus (v.5):

“Saindo da imagem do campo para a de uma casa, a expressão “preparas uma
mesa” traz a ideia de o anfitrião convidar o justo para uma refeição. Nela, os
inimigos do justo estarão presentes. Estudiosos dizem que aqui aparece uma imagem
da demonstração pública que um rei oriental fazia para honrar alguém na presença
de todos. Nesse sentido, os inimigos estariam presentes diante da honraria do rei.
Isso lembra um pouco o episódio de Mardoqueu em que Hamã, o inimigo dele, teve
de honrá-lo (Et 6:1-11). Então, o Salmo mostra Deus honrando o salmista, ungindo-
o com óleo – segundo os estudiosos, um óleo perfumoso que representava
hospitalidade e favor – e transbordando o cálice, que simboliza a grande
generosidade do anfitrião. Lembre-se de que Deus já tratou assim conosco. Muitos
pecadores, com vidas destruídas, já foram completamente restaurados por Deus e
servidos por Ele com graça, abundância de bênçãos espirituais e materiais sem
medidas. Podemos afirmar que milhares de pessoas que outrora foram vítimas de
palavras de morte, hoje contemplam uma realidade de bênçãos inimagináveis”.
Para Russell Champlim, o Senhor é visto com o gracioso hospedeiro em Salmos

23.5. A visão da mesa farta é uma possibilidade de mudança da figura, sendo
apresentada no Salmo 23.
15
O Salmista usa a metáfora de um hospedeiro para conferir a mais rica expressão

a esta cena calorosa, intima e plena, em seu relacionamento com Deus. Ele era um
convidado sob a proteção do divino hospedeiro.
No oriente próximo e Médio, um homem que fosse caçado por seus inimigos
precisava apenas entrar ou ao menos tocar a tenda daquele com quem buscassem
refúgio para estar seguro. Assim somos nós, ao desfrutar da hospitalidade de Deus.
Banquetes são símbolos de honrarias. Ser convidado para um banquete é um
privilégio para poucos. O Senhor nos convida à mesa onde uma plateia se alvoroça
ao redor sem nada poder fazer.
O inimigo da nossa alma intenta contra nós, com palavras de difamação e dardos
inflamados. Ao sermos fiéis a Deus temos inimigos, pois Jesus alertou dizendo que
o mundo nos odiaria, porque antes a Ele odiaram (João 15:18).
Ao nos assentarmos à mesa, não estamos em posição de combate; poderia ser uma
ameaça degustar um banquete com os inimigos em torno da mesa vociferando,
prontos para o ataque. Mas desfrutamos tranquilos, sem nada nos alcançar, porque
conosco nesse banquete está o Eterno, que nos honra diante de todos os presentes.
Ele derrama sobre nós a unção fresca numa medida maior do que podemos suportar,
por isso transbordamos.
3.2 Bondade e Misericórdia do Senhor (v.6):

“Aqui, como consequência de todo bem que o Senhor fez com o salmista, ele
chega à conclusão de que a sua vida será conduzida debaixo da bondade e
misericórdia de Deus. A cada dia, experimentamos a bondade e a misericórdia do
Senhor. Como o salmista tinha a convicção de que bondade e misericórdia seriam
realidade para todos os dias da vida dele, essa realidade também é a nossa até a
volta do Senhor Jesus (Mt 28:20; Lc 6:38)”.
16
O Russell Champlim comenta o verso 6 do Salmo 23, destacando a bondade e

misericórdia do Senhor. Em sua jornada para o lar eterno, os peregrinos não viajavam
sozinhos. São acompanhados pela bondade e misericórdia do Senhor, até habitarem
na casa do seu Deus.
Dentro do ambiente histórico, Davi estava falando de suas frequentes visitas ao
tabernáculo, onde ele se entregava em adoração e louvor a Deus.
Muitos, que utilizam as redes sociais, estão repletos de seguidores, mas nem ao
menos conhecem a maioria. São seguidores aleatórios que se avolumam e inflam o
ego daqueles que se sentem populares apenas por tê-los em seu feed.
A Palavra de Deus nos afirma que, quando temos o Senhor como nosso pastor,
além de desfrutar de todo cuidado, descanso e proteção, também agregamos
seguidores que nos acompanharão todos os dias de nossa vida. A bondade e a
misericórdia do Senhor se tornam seguidoras daqueles que amam a Deus e vivem de
acordo com Sua vontade.
Todos os dias somos tratados com bondade pelo Pai e, ainda que sejamos maus,
nossa maldade não altera Sua natureza perfeitamente boa. Ele nos abençoa porque é
bom, dá-nos habitação eterna em Sua casa porque Ele é bom. Da mesma forma, a
misericórdia do Senhor é dispensada sobre a nossa vida diariamente, e é por ela que
podemos nos achegar a um Deus tão puro, mesmo que sejamos falhos.
A prova disso é que em Lamentações 3:22 diz: “As misericórdias do SENHOR
são a causa de não sermos consumidos porque as suas misericórdias não têm fim…”
(ARA).
17
3.3 Habitando na Casa do Senhor (v.6):

“Portanto, o salmista esperava habitar na Casa do Senhor por longos dias, ou
“por dias sem fim” ou “todos os dias da minha vida” ou “para todo sempre”. Aqui
a ideia é de servir a Deus por toda a vida. Nesse contexto, não há como olhar para
trás depois de conhecer e experimentar o Senhor como pastor e anfitrião de nossas
vidas. Como cristãos, anelamos por estar com Cristo para todo o sempre (1Ts 4:17).
Por isso, devemos perseverar para nos acharmos fiéis na ocasião de sua vinda (Lc
18:8; 2Tm 4:8). Nesse caso, a melhor forma de fazer assim é estar em comunhão
com outros jovens e demais irmãos da igreja local, exercer a vocação com gratidão
ao que Deus fez em sua vida e manter-se fiel a Ele em tora reverência e santidade”.
(Ler Subsídio 3, na Lição, pag. 30)
O Russell Champlim destaca uma fiel tradução do texto de Salmos 23.6,

referindo-se à uma situação histórica da composição de “longos dias” para “todo
sempre” em seus tabernáculos.
O salmista, neste momento, chega ao ápice do cuidado do Senhor em sua vida.
Vejo claramente neste texto uma progressão de relacionamento ou de percepção
deste relacionamento como um recurso poético do salmista.
Davi iniciou sua descrição de seu relacionamento com o senhor como sendo uma
ovelha, de um maravilhoso pastor, que a alimenta e provê de recursos que acalentam
sua alma assustada. Ao mesmo tempo, está com ele nos momentos mais difíceis de
sua vida como no vale da sombra da morte.
No entanto, ele afirma que este Senhor não é apenas um pastor, mas um amigo,
que o convida para celebrar a mesa da vitória diante de seus inimigos! Ele afirma
que esta mesa honra o nome do Senhor, pois Ele o guia pelos caminhos de justiça,
por amor de seu nome que é Fiel!
18
Mas agora ele finaliza este salmo ampliando a intimidade de relacionamento,

onde ele se descreve não somente como uma ovelha ou amigo, mas como aquele que
mora na casa do Senhor e tem ela como sua habitação.
Conclusão: “Temos um pastor que cuida de nós. Temos um anfitrião que nos
agracia com um rico banquete espiritual. O dia a dia de nossas vidas nos impõe
desafios bem complexos. Por isso, devemos estar seguros no Pastor que não nos
falta, no anfitrião que é generoso para conosco. Temos muitas razões para, numa
ocasião de sombra e penumbra, declarar: “Tu estás comigo”. Sim, Deus está com
você. Ele sempre esteve. Que o Espírito Santo seja percebido em cada metro
quadrado em que habitarmos”!
Referências e Indicações de Leitura:

CALVINO, João. Salmos Volume 01- Série de Comentários Bíblicos – Editora
Fiel 1ºEdição em Português 2009.
OLIVEIRA, Marcelo. Lições Bíblicas – Jovens, 2º Trimestre de 2023:
Encorajamento, Instrução e Conselho: Alcance Uma Vida Cristã Feliz com os
Ensinos dos Salmos. CPAD, 2023.
OLIVEIRA, Marcelo. Livro de Apoio – Jovens, 2º Trimestre de 2023:
Encorajamento, Instrução e Conselho: Alcance Uma Vida Cristã Feliz com os
Ensinos dos Salmos. CPAD, 2023.
19

4 - O Bom Pastor Está Comigo

Enviado por

Dados do documento

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

4 - O Bom Pastor Está Comigo

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

CLASSE DE JOVENS | ENCORAJAMENTO, INSTRUÇÃO E CONSELHO:

ALCANCE UMA VIDA CRISTÃ FELIZ COM OS ENSINOS DOS SALMOS

LIÇÃO 4 – O BOM PASTOR ESTÁ COMIGO

 Texto Principal: “O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará. Ainda que eu

1. Panorama do Salmo 23:

2. A Plena Confiança em Deus:

3. A Plena Provisão de Deus:

propósito de obter alívio. Contém simplesmente uma expressão de gratidão, à luz da

Matthew Henry chama o Salmo 23 de o Salmo do Pastor Divino, destacando três

1. Panorama do Salmo 23:

1.1 Confiança em Deus:

1.2 A Estrutura do Salmo 23: a Imagem do Pastor:

1.3 A Estrutura do Salmo 23: A Imagem do Anfitrião:

Thelma Bueno e Tiago Santos apontam que a imagem do anfitrião apresenta a

2. A Plena Confiança em Deus:

2.1 O Senhor Como Pastor (v.1):

No hebraico, a palavra “pastor” correspondente é raah = aquele que cuida de

2.2 O Senhor Que Trata a Alma (vv.2,3):

William Coleman comenta que os pastores, que cuidavam de ovelhas, nem

demandas de Deus a seu povo. No Pentateuco, reiteradas vezes se destaca a

2.3 O Senhor Está Conosco:

Segundo Telma Bueno e Thiago Santos, o refrigério do Senhor está presente em

3. A Plena Provisão de Deus:

3.1 A Impotência dos Adversários Diante da Provisão de Deus (v.5):

Para Russell Champlim, o Senhor é visto com o gracioso hospedeiro em Salmos

O Salmista usa a metáfora de um hospedeiro para conferir a mais rica expressão

3.2 Bondade e Misericórdia do Senhor (v.6):

O Russell Champlim comenta o verso 6 do Salmo 23, destacando a bondade e

3.3 Habitando na Casa do Senhor (v.6):

O Russell Champlim destaca uma fiel tradução do texto de Salmos 23.6,

Mas agora ele finaliza este salmo ampliando a intimidade de relacionamento,

Referências e Indicações de Leitura:

Você também pode gostar