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Aldair Rodrigues
- A nálisedapolissemiaminaeossentidosqueotermoadquiriunazonamineradorada
América Portuguesa.
- Nomenclatura mais específica vinculada aos povos oriundos da África Ocidental.
- Dependendo do contexto e do momento da vida de uma pessoa, anaçãoqueestava
associada poderia designar topônimos das macro-áreas da organização do tráfico,
portos de embarque, reinos e impérios, micro filiações políticas, classificações
linguísticas de diversos níveis, etnônimos que designavam identidades mais
específicas e auto adscrição.
- Essa polissemia era constituída em meio a uma ampla cadeia afro-atlântica de
produção de conhecimento articulada por ladinos, intérpretes, marinheiros,
missionários,agentescomerciaisestabelecidosnasfeitorias,traficantes,proprietáriose
pelos próprios africanos, cuja ação histórica interferia na construçãodossentidosda
taxonomia sobre suas origens.
- Nãosetratavadeumprocessounilateraletampoucoasnaçõespossuíamsignificados
primordiais que linearmente remontavam à África.
Para além dos povos gbe: Cabo Verde, Nagô, Caravali, Chambá etc.
- A ampla diversidade geográfica e geopolítica que poderia estar associada ao termo
mina vai muito além dos grupos gbe descritos acima, embora eles constituíssem a
maioria absoluta da população afro-ocidental que vivia em Minas Gerais.
- DiferentementedaBahia,ondeaspessoasdenaçãonagôeramclassificadasdeforma
separadadosgbe-falantes(naçãojeje),emMinasGeraisossubgruposiorubáseram
associados ora à nação mina (mina nagô), ora formavam uma nação autônoma (nagô).
- Embora seja possível determinar suas localizações geográficas de forma precisa, os
nagôstrazidosparaoBrasilaolongodoSetecentosseriamgruposétnicosqueviviam
naparteocidentaldosterritóriosiorubás,queconstituíamumaamplaregiãoasudoeste
de Ile Ife e ao nordeste do Daomé.
- Os iorubás enviados daBahiaparaasprovínciasdosudestebrasileirocomoparteda
política repressiva à Revolta dos Malês de 1835,nosquadrosdoaumentodotráfico
interprovincial, tenderiam asercategorizadoscomominas,principalmentenoRiode
Janeiro e Rio Grande do Sul.
- Chambás (tchambás) e Cabo Verde com poucas informações a respeito de seu
contexto de escravização e deslocamentoatéointeriorbrasileiro,assimcomooutros
presentes grupos e povos.
- Infelizmente,nãofoiencontradosubsídiosparadecifrarasorigensdeoutrospequenos
grupos que aparecem com pouca frequência na documentação e, por vezes, são
atreladosaosminas,oqueconfiguracadavezmaisosilenciamentoeapagamentode
identidades.
referência por origens africanas na mineração e a preponderância dos povosgbeem
P
Minas Gerais
- Polissemiamina:essetermocomoumdescritorgenéricoreferenteàclassificaçãodos
africanospormacro-área,ouseja,MinaeramaspessoastrazidasdaÁfricaOcidental,
quando o critério classificatório fosse o contraste com a origem da África
Centro-ocidental.Assim,otermoabrangeumaamplavariedadedepovosqueviviam
na vasta zona que ia da Sengâmbia até o golfo de Biafra.
- Após investigação de fontes, descobriu-se que suas origens específicas, em
esmagadoramaioria,eramgruposdaBaíadoBenim.Dentreeles,estavamosnagôse,
sobretudo, povos falantes de gbe (fons, ladanos, couranos, cobus e savalous),
escravizados no contexto conflituoso da construção e afirmação da hegemonia
daomeana na região durante as primeiras décadas do século XVIII.
- Classificadoscomomelhoresemaishábeisparaasminasdeouro.Quantoaospreços,
advertia que “se compram estes por dobrado dinheiro que os de Angola por serem
inúteis para tirar ouro”
- Predileção brasileira pela nação courá, por serem “melhores nos trabalhos das minas”.
- Depoisdemeadosdacentúria,houveumagrandemudançademográficanapopulação
africana das regiões centrais da capitania, os centro-ocidentais passaram a ser a
maioria em vários arraiais.
- Busca pela historicização desses sujeitos.