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RESOLUÇÃO N1000, DE 11 DE MAIO DE 2012

Dispõe sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais e da outras providencias

CFMV - atribuições conferidas pelo art 16.


Considerando que a eutanásia é procedimento clínico e é privativa do médico veterinário;
Considerando que a responsabilidade do CFMV em regulamentar, disciplinar e fiscalizar o exercício da Medicina
Veterinária;
Considerando a alta preocupação da sociedade quanto a eutanásia;
Considerando as diversas espécies envolvidas nos procedimentos e os diversos métodos aplicados;
Considerando que a eutanásia é necessária e empregada de forma científica e deve seguir processos éticos;
Considerando que os animais submetidos ao método devem atender aos princípios de bem estar animal.

RESOLVE:
Art 1 - Instituir normas reguladoras de procedimentos relativos à eutanásia em animais.
Art 2 - Para os fins desta resolução, eutanásia é indução da cessação da vida animal, por meio de métodos
cientificamente comprovados dentro dos princípios éticos.

CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS


Art 3 - Eutanasia pode ser indicada nas situações em que:
I - Bem estar animal comprometido de forma irreversível, eliminando a dor que não é controlada por analgésico
II - Animal ameaça a saude pública
III - Animal trás risco a fauna nativa/meio ambiente
IV - Animal que for objeto de atividade científica
V - Tratamento apresentar custo incompatível com o destino do animal ou com recurso financeiro do tutor
Art 4 - Princípios basicos norteados dos métodos de eutanásia:
I - Elevado grau de respeito ao animal
II - Ausência ou redução máxima de desconforto e dor
III - Busca de inconsciência seguida de morte
IV - Ausência ou redução de medo e ansiedade
VI - Ausência ou mínimo impacto ambiental
VII - Ausência ou redução máxima de risco aos presentes durante o procedimentos
VIII - Ausência ou redução máxima de impactos emocional negativo no operador/observador
Art 5 - Obrigatório a presença do médico veterinário na execução/supervisão da eutanásia
Art 6 - O médico responsável pela execução/supervisão devera:
I - Possuir prontuário com métodos e técnicas empregados e deixar disponível para o órgão competente
II - Garantir o estrito respeito ao previsto Art 4
III - Ser responsável pelo uso das drogas usada
IV - Conhecer e evitar riscos do método escolhido para eutanásia
V - Promover rodízio profissional quando se tem alta rotina de eutanásia para evitar desgaste emocional
VI - Quando estiver supervisionando, garantir que a eutanásia seja executada por indivíduo treinado e habilitado
VII - Esclarecer ao tutor sobre o ato da eutanásia
VIII - Solicitar autorização por escrito do tutor para realizar procedimento
Art 7 - A eutanásia deve ser feita num local tranquilo e respeitando o comportamento do animal em questão
Art 8 - Quando a compra de fármacos, saude ocupacional e eliminação de despojos, a eutanásia deve seguir à
legislação vigente
Art 9 - Os animais submetidos a eutanásia por métodos químicos não devem ser consumo, salvos em situações
prevista na legislação específica

CAPÍTULO II DOS PROCEDIMENTOS


Art 10 - A escolha do método depende da espécie, idade, estado fisiológico, meios disponíveis para contenção,
capacidade do executor, numero de animais ou do protocolo de estudo, devendo ainda o método ser:
I - Compatível com os fins desejados
II - Seguro para quem executa
III - Realizar com confiabilidade e comprovando a morte e emitindo declaração de óbito pelo Med Vet
Art 11 - Quando for necessário a eutanásia de grande número de animais, a prática deverá ser adaptada a esta
condição
Art 12 - Quando a eutanásia for em ovo embrionado, deve se seguir o previsto do anexo I desta resolução
Art 13 - Eutanásia em animais geneticamente modificados devera seguir o previsto do ANEXO 1 desta resolução

CAPÍTULO III DOS MÉTODOS ACEITÁVEIS


§ 1 - Métodos aceitáveis são aqueles que produz morte humanitária
§ 2 - Métodos aceitos sob restrição são aqueles que, ou por possuir maior potencial de erro, ou apresentar problemas de
segurança ou por qualquer motivo não produza uma morte humanitária. Tais métodos devem ser empregados
somente diante da total impossibilidade do uso dos métodos aceitáveis constantes do anexo I

Art 15 - São considerados métodos inaceitáveis


I - Embolia gasosa
II - Traumatismo craniano
III - Incineração in vivo
IV - Hidrato de cloral para pequenos animais
V - Clorofórmio ou éter sulfúrico
VI - Descompressão
VII - Afogamento
VIII - Exsanguinação sem inconsciência prévia
IX - Imersão em formol ou qualquer substância fixadora
X - Uso isolado de bloqueador neuromuscular (cloreto de potássio)
XI - Qualquer tipo de substância toxica, natural ou sintética que pode causar sofrimento
XII - Eletrocussão sem insensibilização ou anestesia prévia
XIII - Qualquer métodos sem embasamentos científicos

Parágrafo Único: a utilização dos métodos deste artigo constitui - se em infrações ética, e os casos omissos devem ser
tratados como previsto no art 14

Art 16 - A não observância das regras definidas sujeitara ao med vet a responder processo ético profissional

ANEXO 1
Cães e Gatos
Aceitáveis: Barbitúricos ou outros injetáveis, anestésicos inalatorios seguido de outro para assegurar a morte,
anestesia geral previa e depois o cloreto de potássio.
Aceitos sob restrição: N2/argonico: eletrocussão com anestesia previa, T61, CO2, aplicação intratecal d anestesia
local com anestesia geral prévia

Equinos
Aceitáveis: Barbitúrico ou outros anestésicos gerais injetáveis associados ou não a guaifenesina, anestesia geral
previa seguida por cloreto de potássio
Aceitável sob Restrição: Hidrato Cloral, arma de fogo, eletrocussão com anestesia geral, pistola de ar comprimido
seguida por exsanguinação, aplicação intratecal de anestésico local com anestesia geral previa.

Ruminantes
Aceitáveis: Barbitúricos ou outros anestésicos gerais injetáveis associados ou não a guaifenesina, anestesia geral
previa seguida por cloreto de potássio, pistola de ar comprimido seguido de exsanguinação.
Aceitável sob restrição: Hidrato Cloral, arma de fogo, eletrocussão com anestesia prévia, aplicação intratecal de
anestésico local de anestesia geral prévia.
Suinos
Aceitável: Barbitúricos ou outros anestésicos gerais injetáveis, CO2, anestesia geral previa seguida de cloreto de potássio, overdose
de anestésico inalatorio, seguida de outro procedimento que assegure a morte
Aceitável sob Restrição: Hidrato Cloral, arma de fogo, eletrocussão com anestesia geral prévia, insensibilização elétrica seguida por
exsanguinação, pistola de ar comprimida seguida de exsanguinação

Animais de Laboratório
Roedores e outros pequenos mamíferos
Aceitável: Barbitúricos ou outros gerais injetáveis, inalatorio seguido de outro procedimento para assegurar a morte, cloreto de
potássio com anestesia previa.
Aceitável sob Restrição: N2/argônio; deslocamento cervical (animais <200g), decapitação (animais <200g), T61, CO2

Coelhos
Aceitável: Barbitúricos ou outros gerais injetáveis, inalatorio seguido de outro procedimento para assegurar a morte, cloreto de
potássio com anestesia previa.
Aceitável sob Restrição: N2/argônico, deslocamento cervical (<1kg), pistola de ar comprimido, T61; CO2

Primatas Não Humanos


Aceitável: Barbitúricos ou outros gerais injetáveis, inalatorio seguido de outro procedimento para assegurar a morte.
Aceitável sob Restrição: T61, CO2

Aves
Aceitável: Barbitúricos ou outros gerais injetáveis, inalatorio seguido de outro procedimento para assegurar a morte.
Aceitável sob restrição: N2/argônico, deslocamento cervical, decapitação, CO2

Peixes
Aceitável: Barbitúricos ou outros gerais injetáveis, inalatorio seguido de outro procedimento para assegurar a morte, CO2, tricaina
metano sulfonato, hidrocloreto de benzocaina, 2 - fenoxietanol
Aceitável sob restrição: Decapitação, secção da medula espinhal

Animais Silvestres
Mamíferos Terrestres
Aceitável: Barbitúricos ou outros anestésicos gerais, inalatorio seguido de algo que assegure a morte
Aceitável sob restrição: N2/argônio, arma de fogo, pistola de ar comprimido, etorfina, carfentanil

Mamíferos Aquáticos
Aceitável: Barbitúrico ou outros gerais, cloridrato de T61, exsanguinação com anestesia prévia
Aceitável sob restrição: Arma de fogo (< 4 metros), arpão (<4 metros), etorfina, carfentanil

Anfíbios
Aceitável: Barbitúricos ou outros anestésicos gerais, inalatorio seguido de algo que assegure a morte, metano sulfonato de
tricaina, hipocloreto de benzocina
Aceitável sob restrição: Decapitação, CO2, secção da medula após anestesia

Répteis
Aceitável: Barbitúricos ou outros anestésicos gerais, inalatorio seguido de algo que assegure a morte
Aceitável sob restrição: Pistola de ar comprimido, arma de fogo, decapitação, secção da medula espinhal após anestesia geral, CO2

Ovos embrionados
Aceitável: Acima de 15 dias maceração, decapitação ou CO2 seguido congelamento por imersão em N2, liquido ou congelador
proprio.
Em todos os casos para todas as espécies os barbitúricos ou outros injetáveis gerais devem:
Ser precedidos de MPA
Administrada por IV, e só pôr inviabilidade dessa por via intraperitoneal, em dose suficiente para produzir ausencia de reflexo
corneal. Após a ausência desse reflexo se pode fazer cloreto de potássio, também por via IV

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