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Patologia Estrutural

Drª Patrícia de Freitas Salla


 UNIDADE XVI -EUTANÁSIA
16.1 Conceitos relacionados à eutanásia 16.2 Terminologia usada para a morte 16.3 Critérios a serem
preenchidos por um agente eutanásico 16.4 Agentes que podem ser usados na eutanásia 16.5 Agentes
que não devem ser usados na eutanásia
 UNIDADE XVII - POSIÇÃO E PREPARO DE ANIMAIS PARA NECROPSIA
17.1 Equínos 17.2 Bovinos 17.3 Ovinos 17.4 Suínos 17.5 Caninos 17.6 Felinos
 UNIDADE XVIII - TÉCNICA DE COLHEITA DE MATERIAL PARA EXAME
18.1 Coleta de material para exame histopatológico 18.2 Coleta de material para exame bacteriológico
18.3 Coleta de material para exame virológico 18.4 Coleta de material para exame toxicológico 18.5 Coleta
de material nas intoxicações por plantas 18.6 Coleta de material nas intoxicações por substâncias químicas
 UNIDADE XIX - ACONDICIONAMENTO DO MATERIAL PARA EXAME
19.1Conservação de peças anatômicas 19.2 Formas de acondicionamento do material para exame 19.3
Substâncias conservadoras
 UNIDADE XX - ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS
20.1 Elaboração do laudo de necropsia 20.2 Requisição de exames laboratoriais
EUTANÁSIA

https://www.ufmg.br/bioetica/ceua/wp-content/uploads/2016/06/eutanasia_concea.pdf
• Eutanásia é a indução da cessação da vida do animal - método tecnicamente
aceitável e cientificamente comprovado - observando os princípios éticos
definidos pelo CFMV’, segundo Art. 2º- RESOLUÇÃO Nº 1000, DE 11 DE MAIO DE
2012”.
• É procedimento clínico de responsabilidade privativa do médico veterinário,
conferido pela Lei federal nº 5.517, de 23 de outubro de 1968 (CAP II; Art. 5°; “a”).
• Lei federal: “eutanásia nos casos de males, doenças graves ou enfermidades
infectocontagiosas incuráveis que coloquem em risco a saúde humana e a de
outros animais.” (Art. 2°).
• RES. 1.000 do CFMV: Art. 3º “A eutanásia pode ser indicada nas situações em que:
(I) – o bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um
meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser
controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos; (II) –
o animal constituir ameaça à saúde pública”, entre outros motivos”
Lei federal: “A eutanásia será justificada por laudo do responsável técnico
pelos órgãos e estabelecimentos referidos no caput deste artigo, precedido,
quando for o caso, de exame laboratorial”, (no Art. 2º -§1º).
“As entidades de proteção animal devem ter acesso irrestrito à
documentação que comprove a legalidade da eutanásia”, (Art. 3º).
RES. 1000 do CFMV: Art. 6º: “O médico-veterinário responsável pela
supervisão e/ou execução da eutanásia deverá: (I) – possuir prontuário com
os métodos e técnicas empregados, mantendo estas informações
disponíveis para fiscalização pelos órgãos competentes”, entre outras
diretrizes.
“nova lei federal - amplia o acesso à documentação que comprove a
legalidade da eutanásia de modo irrestrito abrangendo, além dos órgãos
competentes também às entidades de proteção animal”.
Resolução 1.000 do CFMV - É procedimento
restrito aos médicos veterinários que respondem
unicamente ao seu código de ética profissional
regido pelo CFMV - Legislação federal da década de
60 – “o exercício privativo dos médicos-veterinários,
sendo eutanásia inclusa nas atividades clinicas” -
Lei federal nº 5.517, de 23 de outubro de 1968 (CAP
II; Art. 5°; “a”), não submissos a outras entidades
(para práticas de eutanásia, que, por ventura,
violem as diretrizes do CFMV)
Critérios para eutanásia
mínimo de dor(nociocepção consciente) ou sofrimento
adequação da técnica
Resolução Normativa nº 6, de 10 de julho de 2012, “os
procedimentos de eutanásia devem ser supervisionados,
mesmo que não de forma presencial, pelo Responsável
Técnico pela instalação animal, que deve ter o título de
Médico Veterinário com registro ativo no Conselho Regional
de Medicina Veterinária, da Unidade Federativa em que o
estabelecimento esteja localizado”.
Critérios adotados para indicação de eutanásia
animais gravemente feridos - com impossibilidade de tratamento
animais com doenças terminais em intenso sofrimento
animais idosos na falta de recursos para atender às suas
necessidades
abate humanitário de animais para consumo alimentar
animais submetidos a atividades de ensino ou de pesquisa
científica
indução da morte devido a atividades de ensino ou de pesquisa
científica - método empregado deve ser o mesmo utilizado para
eutanásia - indolor, rápida e sem sofrimento mental
Reconhecimento da dor - técnicos e profissionais experientes com a
espécie
Expressão facial e posturas corporais - indicam vários estados
emocionais
Respostas comportamentais e fisiológicas frente à estímulo nocivo:

 Vocalização  Defecação
 Ato de se debater  Secreção de glândulas adanais
 Tentativas de escapar  Dilatação da pupila (midríase)
 Agressão  Aumento da frequência cardíaca (taquicardia) e respiratória
(taquipnéia)
 Salivação
 Sudorese, tremores, espasmos e contrações musculares
 Micção  Ruminantes = timpanismo

Medo = paralisia em: coelhos, ovinos e aves ≠ perda da consciência


Vocalização, alteração de comportamento e a liberação de odores ou feromônios =
estresse ansiedade e apreensão em outros animais - ausência de outros animais no
ambiente para eutanasia
Câmaras de inalação = limpas após a morte de cada animal ou grupo de animais
 assegurando que os demais não se exponham a resíduos que desencadeiem sinais olfatórios de alarme
Escolha dos métodos de eutanásia
Compatibilidade do método com a espécie, idade e estado de
saúde
Confiável, irreversível e compatível com as necessidades
Sistemas automatizados para fornecimento de agentes
inalatórios - morte simultânea de um grande número de animais
= roedores
Fetos e formas larvais - espécie e o tempo de gestação
Morte da gestante = óbito dos fetos – + resistentes à hipóxia >
sobrevida
Fetos que sobreviveram = deslocamento cervical (camundongos)
Fetos com idade maior que dois terços da gestação e neonatos = métodos de
eutanásia que o os congêneres adultos da mesma espécie
Diretrizes para eutanásia
 tratar o animal com o máximo de respeito
 considerar o manejo pré-eutanásia baseado nas características comportamentais de cada espécie, para minimizar
o risco de ansiedade, dor ou lesões, antes da perda da consciência
 prover a morte sem dor e sofrimento físico e mental
 produzir imediata perda da consciência, seguido de parada respiratória e cardíaca e perda da função cerebral
 ser apropriado para a espécie, idade e estado de saúde do animal
 confirmar a morte após a eutanásia e antes do descarte do cadáver
 envolver pessoas qualificadas e competentes para realizar o método de forma efetiva e humanitária, reconhecer a
dor e o sofrimento nas espécies em que atua, reconhecer e confirmar a inconsciência e morte do animal
 levar em consideração o impacto psicológico do pessoal envolvido, mas a prioridade é sempre o bem-estar do
animal
 ser aprovado pela CEUA da instituição
 basear-se na consulta de profissional(is) com experiência na área e nos grupos taxonômicos em questão, para
selecionar o melhor método de eutanásia; ou no caso de instalações animais, de acordo com a Resolução
Normativa no 6, de 10 de julho de 2012, os procedimentos de eutanásia devem ser supervisionados pelo
Responsável Técnico da instalação animal da instituição
 quando do uso de anestésicos inalatórios, garantir a manutenção e calibração regulares dos equipamentos
 realizar um rodízio entre profissionais treinados para este fim para assegurar que o procedimento seja realizado
de forma eficiente e humanitária
Mecanismos de ação dos métodos de eutanásia
hipóxia direta ou indireta
 devem causar inconsciência antes da perda da atividade motora ≠ agentes que induzem paralisia muscular
sem a perda da consciência (bloqueadores musculares depressão neuronal)
depressão neuronal
 agentes que deprimem os neurônios cerebrais causam inconsciência seguida de morte
 podem causar uma fase inicial de excitação ou delírio = ocorrem vocalização e contrações musculares, seguido de inconsciência,
depressão respiratória e parada cardíaca por hipoxemia

interrupção da atividade cerebral e destruição de neurônios vitais


 podem ser causadas por concussão (trauma craniano), destruição direta do cérebro ou despolarização
elétrica dos neurônios = induz rápida inconsciência = morte ocorre por destruição dos centros que
controlam as atividades respiratória e cardíaca
 uso de métodos adicionais ou complementares = a exsanguinação - completar a eutanásia
 Pode ocorrer atividade muscular exacerbada após a inconsciência - apesar do aspecto desagradável para o
observador, o animal não apresenta sofrimento
Métodos de eutanásia
garantir a perda da consciência de forma rápida, irreversível e
desprovida de experiência emocional ou física desagradável, ou seja,
o animal não deve apresentar dor, estresse, apreensão ou ansiedade
independente do método de eleição, a inconsciência deve anteceder
a parada cardiorrespiratória, seguida da perda da função cerebral

 inaceitáveis nos métodos de eutanásia:


 Métodos cruentos, uso de vácuo, uso
isolado de miorrelaxantes e animal
consciente antes da parada cardíaca e
respiratória
Métodos de eutanásia podem ser divididos em físicos
ou químicos:
Químicos:
agentes injetáveis ou inalatórios
anestésicos gerais injetáveis ou inalatórios
Físicos:
deslocamento cervical ou decapitação
Químicos:
bloqueadores neuromusculares e/ou cloreto de potássio = causam apneia e
assistolia, respectivamente
 devem ser utilizados em animais com a confirmação da inconsciência
barbitúricos - tiopental e pentobarbital - via intraperitoneal (irritação ou dor)
para evitar aplicar anestésico local sem ação vasoconstritora, via intraperitoneal - 10
minutos antes da aplicação do barbitúrico
Anestésicos = jejum prévio - evita regurgitação e aspiração do conteúdo gástrico
 jejum não se aplica a roedores
Desvantagens - respiração agônica em animais já inconscientes -permanência do
fármaco no cadáver pode causar sedação nos animais que consomem a carcaça
Recomendações: método mais indicado para mamíferos em geral - na
impossibilidade de EV - administrar via intraperitoneal +lidocaína (10 mg/mL) ou
outro anestésico local.
 Aves -via intracelomática não é utilizada na rotina devido à presença dos sacos aéreos, o que a torna esta
via restrita a aves maiores
Recomendável: todas as espécies
Químicos
Inalatórios
o monóxido de carbono, o nitrogênio, o argônio, o CO2
 nitrogênio e argônio - em casos excepcionais - apenas para aves
 monóxido de carbono = PROIBIDO para qualquer espécie
 CO2 - efeito analgésico e anestésico geral em altas concentrações - não é um método
humanitário para nenhuma espécie
anestésicos inalatórios:
halotano, o isofluorano e o sevofluorano
 Recomendável:
 classes Amphibia e Reptilia, das espécies que não retêm a respiração, seguido
de outro método de eutanásia;
 Osteichthyes (peixes ósseos) e Chondrichthyes (peixes cartilaginosos), seguido
de outro método de eutanásia;
 classes Aves e Mammalia que não retêm a respiração
Métodos recomendáveis causam pouco ou nenhum sofrimento e causam
a morte de forma humanitária quando usados de forma isolada.
Métodos aceitos com restrição não atendem todos os critérios ideais,
requerem habilidade e técnica, podem apresentar considerações
ocupacionais de saúde e segurança ou podem não apresentar
documentação científica conclusiva
apenas podem ser aceitos pela CEUA, se: plenamente justificados para o objetivo
científico, ou seja, forem insubstituíveis por outros métodos que comprometam
os resultados experimentais, o responsável apresentar comprovada habilidade e
qualificação para o emprego do método e se for considerado o devido cuidado à
saúde e à segurança ocupacionais.
Métodos inaceitáveis não se enquadram nos critérios ideais, não são
humanitários ou apresentam outros problemas significativos associados
ao seu uso.
 UNIDADE XVII - POSIÇÃO E PREPARO DE ANIMAIS PARA NECROPSIA
17.1 Equinos
17.2 Bovinos
17.3 Ovinos
17.4 Suínos
17.5 Caninos
17.6 Felinos

UNIDADE XVIII - TÉCNICA DE COLHEITA DE MATERIAL PARA EXAME


18.1 Coleta de material para exame histopatológico
18.2 Coleta de material para exame bacteriológico
18.3 Coleta de material para exame virológico
18.4 Coleta de material para exame toxicológico
18.5 Coleta de material nas intoxicações por plantas
18.6 Coleta de material nas intoxicações por substâncias químicas

UNIDADE XIX - ACONDICIONAMENTO DO MATERIAL PARA EXAME


19.1Conservação de peças anatômicas
19.2 Formas de acondicionamento do material para exame
19.3 Substâncias conservadoras
Técnica de necropsia
• 1º exame externo
• Identificação
• Pelame
• Pele
• Cavidades naturais
• 2º Posicionamento
faca magarefe

3º Exame interno

Desarticulação dos
membros
anteriores e
posteriores
Incisão em “V” invertido

Desarticulação e retirada do
púbis

https://pt.slideshare.net/MarianaArajo57/necropsia-em-bovinosmariana-arajo-71354607
Separação do Monobloco em Conjuntos
faca de órgãos, tesouras e pinças
1. Aorta
1. pequena abertura na porção cranial da aorta, seguindo até a ramificação das renais. Retirar a aorta após a abertura;
2. Língua, orofaringe, terço proximal de traquéia e esôfago
1. seccionar a traquéia e o esôfago logo abaixo da tireóide;
3. Separar o esôfago, passando-o para a cavidade abdominal através do hilo diafragmático;
4. Traquéia, pulmão e coração
1. remover o conjunto torácico cortando a veia cava e os ligamentos que unem pulmão/diafragma;
5. Virar o monobloco na posição dorso-ventral;
6. Baço e omento
1. retirar baço e omento junto a curvatura maior do estômago, contornando o pâncreas;
7. Intestinos
1. realizar dupla ligadura com barbante no duodeno após o pâncreas e no reto. Seccionar o pedículo mesentérico liberando o
conjunto intestinos;
8. Geniturinário
1. localizar as adrenais e seccionar os tecidos acima delas, separando o conjunto geniturinário do fígado, estômago, pâncreas e
diafragma, que devem permanecer juntos, formando um único conjunto a ser separado após a manobra de Virchow.
Exame dos órgãos
• 1º CABEÇA
2º Língua
3º Tórax
- Traquéia
- abrir toda a extensão na porção membranosa com o auxílio da tesoura. Seguir a abertura
até os principais ramos bronquiais de cada lobo pulmonar
- Pulmão
- realizar cortes transversais em toda a extensão dos lobos pulmonares e examinar a
superfície de corte
- Coração
- abertura do saco pericárdio e exposição do coração
4º Abdomen
- Baço - Separar o baço do omento e realizar incisão esplênica longitudinal completa,
examinando a superfície de corte
- Manobra de Virchow: Deve ser realizada antes da separação do estômago e fígado.
Abrir a porção proximal do duodeno na região antimesentérica até o piloro, pressionar
levemente a vesícula biliar até o extravasamento de bile pelo esfíncter de Oddi. Separar
fígado e diafragma do estômago e pâncreas.
- Fígado - cortes transversais em toda a extensão hepática e exame da superfície de corte.
Abrir a vesícula biliar com o auxílio de pinça e tesoura - examinar conteúdo e mucosa
- Estômago - seguir a abertura do piloro até a cárdia pela curvatura maior do estômago,
com o auxílio da tesoura e examinar o conteúdo e a mucosa estomacal
- Esôfago - abrir em todo o seu comprimento como uma extensão da abertura estomacal.
- Pâncreas - Realizar cortes transversais e examinar a superfície de corte.
- Intestinos - devem ser posicionados em forma de “zig-zag” em três curvas de intestino
delgado (duodeno, jejuno e íleo) e, em seguida, o intestino grosso. Abrir os intestinos
junto a porção mesentérica em toda a sua extensão com o auxílio do enterótomo.
Examinar o conteúdo e as mucosas intestinais.
5º Genito urinário
- Rins: fixando o órgão com a esponja, realizar um corte sagital em
ambos os rins, retirando suas respectivas cápsulas com o auxílio da
pinça. Examinar a superfície de corte.
- Adrenais: corte longitudinal e exame da superfície de corte.
- Bexiga: Suspender e apoiar a bexiga com o auxílio da pinça, realizar
abertura junto à cicatriz do úraco e seguir a abertura da uretra, vulva
ou pênis.
https://pt.slideshare.net/MarianaArajo57/necropsia-em-bovinosmariana-arajo-71354607
Colheita de material
• HISTOPATOLÓGICO
• logo após a morte do animal = autólise dos tecidos = até 12 horas após a
morte (EXCETO EM enfermidades que aceleram o processo autolíco –
clostridioses)
• doenças que aceleram o fenômeno de autólise, a colheita deve ser realizada, no
máximo seis horas após a morte do animal
• colheita in vivo - biopsia e imediatamente fixadas em formol tamponado
a 10%
• material pode ser imediatamente remetido ao laboratório ou aguardar a
ocasião oportuna - fixados em formol são preservados ad eternum
• Fixador de eleição para colheita de material para exame histopatológico:
• formol tamponado a 10%
Preparo do formol tamponado
• Formol fórmula comercial (37,5 a 40%) 100 ml
• Água destilada 900 ml
• Fosfato de sódio monobásico 4 gramas
• Fosfato de sódio dibásico 6,5 gramas
• Acertar pH em 7,0
Nunca enviar material para exame histopatológico sob refrigeração ou
congelado.
Material fixado em formol deve ser encaminhado em temperatura ambiente,
nunca sob refrigeração
• LESÕES FOCAIS • LESÕES DIFUSAS
escolher uma área que represente o todo

Colheita de lesão focal


Pulmão
Escolher área de lesão (à direita e acima dentro da área pontilhada) x não lesão (à esquerda e abaixo dentro da
área pontilhada).
Representatividade
amostras muito pequenas podem não ser adequadas
amostras grandes podem não fixar adequadamente e sofrer autólise
Ideal - seguir medidas propostas!
Tamanho
fragmentos de até 4cm3
Colheita de material
Evitar áreas de necrose (x)
Escolher áreas intermediárias de lesão e tecido normal (área pontilhada), gerando
referencial do órgão
ATENÇÃO
• Proporção amostra x fixador
• fixador em quantidade de 20 vezes o tamanho da amostra
• Identificação do material
• fixada na parte exterior do frasco
• resenha do animal
• Especificação do material - tecidos colhidos
• Frasco
• tamanho que suporte a proporção fixador/amostra sugerida (20x1).
• boca larga - para retirar o material adequadamente
• tampa de boa vedação - evita vazamentos e evaporação
• Amostras de animais diferentes ou múltiplas amostras de um mesmo
tecido
• encaminhadas em frascos separados
• identificação de órgãos ou fragmentos múltiplos - frascos separados e devidamente
identificados e indicar o local anatômico da colheita no respectivo frasco
• Tempo de fixação
• tamanho da amostra, o tempo de fixação varia de 6 a 48 horas
• biopsia - fixação completa em seis horas
• Amostras maiores - até 4cm3 - fixadas em 48 horas
• Trocas de formol
• amostra com grande quantidade de sangue - baço e fígado - troca do formol após 24
horas de fixação
• se houver necessidade - nova troca após 48 horas
• Órgãos encapsulados
• seccionados para que ocorra a penetração do fixador - testículos, próstata, rins
• Viabilidade tecidual
• tecidos apresentam diferentes tempos de viabilidade - ou entram
em autólise imediatamente após o óbito, ou apresentam
viabilidade maior
• Adrenal - tecido extremamente susceptível ao processo de autólise
• Órgãos com grande capacidade de reserva sanguínea - fígado e
baço - autolisam com facilidade
• Álcool 70º
• após 48 horas no formol tamponado a 10%, o material pode ser
transferido e mantido em álcool 70º - após este período pode ser
mantido no álcool 70º - para submeter à exame imunoistoquímico
• FIXAÇÃO DE MUCOSAS
• Mucosas
• esôfago, estômago, intestinos e bexiga
• fixadas distendidas sobre base reta e colocadas em contato com o fixador - evitar
dobras após a fixação em formol tamponado a 10%
• FIXAÇÃO DE TECIDO ÓSSEO
• semelhante aos tecidos compactos
• colher segmento no tamanho proposto e fixar em formol tamponado a 10%
• Exame histopatológico
• Este exame informa ao clínico a natureza, a gravidade, a extensão, a
evolução e a intensidade das lesões, além de sugerir ou até mesmo
indicar a causa da afecção (preferencialmente).
• Rotina de colheita e remessa
• seccionar três fragmentos (região central, periferia e vizinhança) em fatias de
0,5 a 1cm de espessura das áreas mais lesadas, movimentando a faca sempre
em um mesmo sentido (nunca em vaivém)
• colheita deve ser feita durante a necropsia
• basta um retardamento de 3 horas para inviabilizar o exame - intestino
• acondicionar em frascos de boca larga, com uma camada de algodão no fundo,
dez a vinte vezes o volume dos fragmentos em fixador, e outra camada de
algodão por cima, se o tecido flutuar no fixador (pulmão, medula óssea, etc.).
• Rotular o frasco com letra legível (nome do remetente, procedência, espécie
animal e suspeita) e anexar cópia do laudo anatomopatológico em envelope
plástico
• Exame microbiológico e imunológico
• Rotina de colheita e remessa
• Swabs ou zaragatoas previamente esterilizadas, expostas aos exsudatos ou
secreções suspeitas (exsudato nasal, bronquial, ocular, auricular, uterino,
vulvovaginal), pus de abscessos e supurações
• Fragmentos de vísceras e órgãos afetados macroscopicamente ou relacionados à
sintomatologia podem ser colhidos, utilizando-se facas, pinças e frascos
esterilizados
• Abscessos podem ser remetidos intactos.
• Sangue pode ser puncionado diretamente do coração, antes da abertura do
mesmo, com agulha e seringa esterilizadas (sem anticoagulante para
bacteriologia, heparinizado para virologia – 1mg ou 100UI/10 ml)
• Dessorado, serve para provas sorológicas
• Osso metacarpiano ou metatarsiano - “canela” – descarnado e desarticulado do animal
recém-morto, acondicionado em saco plástico e gelo ou em pacotes com cal, sal ou
cinza
• osso não deve estar quebrado nem serrado - exposição da medula = contaminações secundárias
• Feto abortado - remetê-lo congelado junto à placenta.
• Fetos mumificados enviados em formol
• Histopatologia do miocárdio = diagnósticos de casos de circovirose
• Urina – cateterismo
• suspeita de leptospirose = alcalinizar a urina com bicarbonato de sódio = preservação das
leptospiras
• Fezes - diretamente do reto ou imediatamente após a defecação, com uma espátula,
obtendo-se a porção central
• casos específicos de enterotoxemia - por certas cepas de E. coli com fatores de aderência -
salmonelose ou suspeita de viroses
• casos de colibacilose - a simples evidência de culturas positivas para E. coli, nada significa =
habitante normal do intestino
• Conservadores mais utilizáveis são
• gelo
• gelo seco ou neve carbônica
• líquidos conservadores
• Bedson, Vallée, Stuart
• Kauffmann para fezes, Teague & Clurman para fezes
• Processamento laboratorial
• bacterioscopia
• coloração de Gram
• inoculação em meios de cultura
• caldo simples, Tarozzi, ou meios específicos
• Inoculação em ovos embrionados, em cobaios e em cultura de tecidos
• virologia
• Testes sorológicos
• PCR
Exame de patologia clínica
• hemograma, parasitológico de fezes, rotina de urina, raspado de pele, bioquímica do
sangue
• Hemograma
• seringa e agulha esterilizadas e secas - evita hemólise - puncionando diretamente o coração ou veia
periférica (jugular)
• Depositar lentamente o sangue em tubos ou frascos esterilizados e secos, com anticoagulante
(EDTA, 1mg/ml) e homogeneizar
• Parasitológico de fezes
• diretamente do reto ou da porção superior de evacuações normais e recentes
• Fechar bem o frasco, enviar em gelo, ou com gotas de formol a 10% ou ortodiclorobenzeno (para
diminuir a eclosão dos ovos), ou ainda no conservador MIF.
• Pode-se também enviar as fezes a fresco, apenas conservadas em gelo (refrigerada)
• Urina
• por cateterismo ou na micção espontânea
• Raspado de pele
• gilete ou lâmina de bisturi - raspar profundamente até sangrarem as
bordas das lesões cutâneas mais recentes e não tratadas
• Colher crostas, pelos, pus, sangue e secreções - colocar em uma
lâmina limpa; cobrir com outra lâmina, fixando com duas tirinhas de
esparadrapo. Identificar e remeter ao laboratório
• Bioquímica do sangue
• PPT, albumina, globulinas, fibrinogênio, uréia, glicose, cálcio e fósforo
• colher sangue suficiente para obter pelo menos 2ml de soro isento de
hemólise
• Jejum de 12 horas antes da colheita
Exame toxicológico e botânico
• intoxicação com substâncias químicas - colher e enviar pra laboratório de toxicologia
- em frascos limpos, de boca larga com tampas de vidro ou plástico, lacrados sob a
visão da testemunha se existe envolvimento judicial, o seguinte material (em gel):
• Estômago, fechado com ligaduras à altura da cárdia e do piloro
• Intestino delgado e grosso, devidamente ligados;
• Fígado (1.000g); baço (200g); coração e vasos da base (250g); pulmões (250g); rins
(250g); cérebro e medula (1.200g); músculos (1.000g) e sangue com anticoagulante
(200ml); uma vértebra
• Bexiga, devidamente ligada na uretra proximal e ureteres
• fragmentos dos citados órgãos em formol tamponado neutro a 10% para exame
histopatológico
• Casos de abortamento/mumificação
• Identificar e isolar as fêmeas que abortaram
• Recolher - cuidado e assepsia - o(s) feto(s) abortado(s) e respectiva(s)
placenta(s) e colocar em refrigerador a 4ºC (nunca em congelador)
• Identificar o estágio da gestação em que o aborto ocorreu

https://acervo.uniarp.edu.br/wp-content/uploads/livros/Necropsia-e-remessa-de-material-para-laboratorio-em-suinocultura-3.pdf
Conservação do Material a ser Remetido
• Destinado à histopatologia
• inibir ou interromper a autólise, enrijecer o tecido protegendo-o para o
processamento posterior, tornar difusíveis substancias insolúveis, preservar os
componentes tissulares e celulares, melhora a coloração e diferenciação =
“fixadores histológicos”.
• As fórmulas dos mais utilizados:
• Formol tamponado neutro a 10% - fixação em doze a vinte e quatro horas
• Formol salino a 10% - fixador substituto para campo
• Bouin - fixação em quatro a doze horas; requer lavagem em álcool 70% por quatro a seis horas
- Após a fixação, conservar em álcool 70% – fixador ideal para glândulas, testículos, pele e para
a “pesquisa” de corpúsculos de inclusão celulares
• Zenker - fixação em seis a vinte e quatro horas - Lavar em água corrente por doze a vinte e
quatro horas, após a fixação, e conservar em álcool a 80% - fixar medula óssea, baço,
linfonodos, hipófise e pâncreas
• Carnoy - mais rápido e penetrante - requerer três horas
• Destinado à microbiologia
• refrigeração (0 a 4ºC)
• soluções conservadoras
• fórmulas mais utilizadas:
• Líquido de Bedson - ajustar o pH a 7,5, utilizando-se os fosfatos
(bibásico aumenta o pH)
• Líquido de Vallée - distribuir em frascos escuros esterilizados, de
maneira a ocupar 2/3 do frasco. Manter protegidos da luz solar.
Podem-se esterilizar as soluções em banho-maria por 40 minutos
• Solução preservativa de Teague & Clurman - para bacteriologia fecal
• Solução preservativa de Kauffmann - para bacteriologia fecal
Outros exames
• Soros - envio em gelo ou acrescentar uma parte de solução aquosa de
mertiolato a 1:1.000 ou de fenol a 5% para cada nove partes de soro
destinado a exames imunológicos, nunca para exames bioquímicos
• Evitar coagulação sanguínea nos exames hematológicos =
anticoagulantes.
• para cada 10ml de sangue são: 0,1ml de solução a 10% da EDTA, secado em
estufa a 60ºC; 1 a 2mg de heparina; 2ml de solução a 3% de oxalato de sódio
• Preservação de protozoários, larvas e ovos de helmintos nas fezes - gelo
por 24 a 48 horas; ou formol a 10% - pode alterar a morfologia dos
protozoários e larvas, na proporção de uma parte do conservador para
quatro de fezes; ortodiclorobenzeno; ou ainda o MIF (mertiolato, iodo,
formol), que conserva os cistos dos protozoários e ovos de helmintos
por meses
LAUDO
• Identificação do cadáver
• Espécie, raça, sexo, idade, pelagem, peso, ou número;
• Procedência, proprietário, remetente, endereço completo
(inclusive telefone, email, etc.);
• Data e hora provável da morte, data da necropsia;
• Histórico clínico ou anamnese (início dos sintomas, tipo dos sintomas,
evolução, número de animais afetados, número de animais ainda sadios,
idade e raça mais afetada, características dos animais doentes,
tratamentos utilizados, etc.);
• Diagnóstico provável;
• Tratamentos eventuais, exposição dos animais a drogas
ambientais, etc.
• Relato dos achados post mortem:
• Alterações post mortem: algor mortis, livor mortis, rigor mortis,
coagulação do sangue, embebição pela hemoglobina, embebição pela
bile, pseudo-melanose, enfisema tecidual, timpanismo post mortem,
deslocamento, torção e ruptura de vísceras
• Exame geral da carcaça
• Cavidade oral, faringe, cavidade nasal, laringe e traquéia
• Cavidade torácica: observar pleura, pulmões, traquéia, brônquios,
tireóide e paratireóide, timo, linfonodos bronquiais e mediastínicos,
pericárdio, coração, vasos sangüíneos, esôfago e diafragma
• Cavidade abdominal:
• Sistema urinário
• Sistema genital
• Sistema nervoso e órgãos dos sentidos
• Material enviado para exame laboratorial
• Exame histopatológico: fragmentos de _______________ em
__________ (tipo de fixador), enviados ao laboratório
________________;
• Exame microbiológico: fragmentos de _______________ e swabs de
_______________ em _______________ (tipo do conservador),
enviados ao laboratório _______________;
• Exame parasitológico: fezes e parasitos em _______________ (tipo de
conservador), enviados ao laboratório _______________;
• Exame sorológico: frascos de soro em gelo, enviados ao laboratório
_______________;
• Exame toxicológico: material botânico, conteúdo visceral e gástrico;, etc.,
em gelo para o laboratório _______________.
• Resumo dos achados =DESCREVER em
sequência de prioridades:
• Anatomia patológica - lesões macroscópicas mais graves primeiro,
eliminar as de menor importância;
• Histopatologia;
• Microbiologia;
• Parasitologia;
• Sorologia;
• Toxicologia.
• Discussão
• correlacionar as lesões entre si e com os achados
laboratoriais
• Conclusão
• o quadro clínico e anatomopatológico é sugestivo de
_______________.
• Local, data, Assinatura/CRMV
____________________________________________
TAREFA PARA SER ENTREGUE NO MOMENTO DA
2ª BIMESTRAL – VALE 1 QUESTÃO DA PROVA!
ELABORAR UM MODELO DE LAUDO DE NECRÓPSIA
Não pode ser plágio – nem da internet nem de colegas
Entregar impresso
Somente será aceito a entrega física no momento da avaliação (2ª bimestral)
O trabalho é individual
É somente o modelo – não pode ser preenchido
SERÁ AVALIADO QUANTO A ORIGINALIDADE, CONFORMIDADE TÉCNICA,
DISPOSIÇÃO DO TEXTO NO LAUDO (NORMAS DA ABNT), EMPREGO DE
TERMOS TÉCNICOS COERENTES, CLAREZA E ORGANIZAÇÃO!

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