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https://www.youtube.com/watch?v=qIy9aQ_OQ_Q
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Transcrição: Intervenção da Presidente do Conselho Diretivo da ANQEP
Filipa Henriques de Jesus
(35:27 – 56:50)
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O Catálogo integra referenciais únicos no que no que se refere à componente
tecnológica das qualificações, o que difere é a componente escolar que em função das
várias modalidades destinadas a jovens e a adultos tem diferentes conteúdos e
diferentes cargas horárias. É por esta razão que um jovem demora cerca de 3 anos a
concluir uma qualificação num curso profissional e um adulto necessita apenas de
cerca de 1 ano e meio para concluir a mesma qualificação através, por exemplo, da
modalidade EFA.
A criação do Catálogo trouxe ao SNQ a possibilidade de distinguir o resultado
que é a qualificação das várias vias de se chegar a esse resultado, que podem ser vias
formativas, processos de reconhecimento validação e certificação de competências
(RVCC) ou mesmo processos de reconhecimento de títulos estrangeiros.
O output é sempre o mesmo e é sempre reconhecido no âmbito do QNQ. Esta
caraterística possibilita a capitalização das Unidades de Competência e, portanto, a
flexibilidade entre as modalidades do sistema. Por exemplo, um jovem que tenha
iniciado um percurso no Sistema de Aprendizagem e não o tenha concluído pode na
idade adulta terminar a sua qualificação num EFA ou Formações Modulares (FM) sem
ter de começar do zero todas as unidades de competência. Uma vez certificadas,
capitalizam para obtenção de uma qualificação.
Estes são os princípios que, do nosso ponto de vista, se mantém totalmente
atuais e que justifica que continuemos a apostar no Catálogo, quanto a um
instrumento de regulação das modalidades de dupla certificação em Portugal.
Este esforço deste instrumento, através da atualização em curso, e que hoje
assinalamos, não esgota o trabalho que se tem vindo a realizar no âmbito da melhoria
do SNQ. Na verdade, há um conjunto de medidas de política pública recente que são
complementares à revisão do Catálogo.
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Comecemos, então, com as alterações legislativas em todas as modalidades do
sistema destinadas à população adulta.
O RVCC, que passou a ter uma portaria própria, até então não tinha.
Os Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA), as FM, os Cursos de
Especialização Tecnológica, os Cursos de Aprendizagem e a nova legislação relativa ao
funcionamento dos Centros Qualifica. As portarias que regulam estas diferentes
modalidades foram publicadas todas em 2022, com alguns dias de diferença e
respondem aos mesmos desafios.
Lançados sobretudo na sequência do acordo de formação profissional e
qualificação, assinado em 2021, entre o governo e os parceiros sociais. Mas elas
respondem também às novas exigências decorrentes dos investimentos na área de
educação e formação de adultos previstas no plano de recuperação e resiliência.
O Acelerador Qualifica e os Projetos Locais para motores de qualificação. Vou
realçar apenas alguns dos princípios que orientaram estas alterações introduzidas.
Os princípios que estão alinhados com as opções tomadas em matéria de
renovação do Catálogo, como veremos mais à frente.
Por um lado, a autonomização da modalidade Cursos de Especialização
Tecnológica, que era como sabem a única modalidade que conferia este nível de
qualificação. Atendendo à necessidade de reforço das qualificações intermédias
especializadas em Portugal, optou-se por possibilitar o acesso ao nível 5 através de
outras modalidades como as FM, os Cursos de Aprendizagem ou os processos de
RVCC.
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obtenção de uma qualificação. É outra das recentes medidas de política pública que
gostava de salientar.
A frequência e certificação destes percursos, que tem em média 350 horas,
permite realizar formação contínua de atualização ou profissional tão importante para
as empresas e para os trabalhadores e dar uma resposta mais rápida a essas
necessidades fundamental.
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Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ)
É um instrumento dinâmico, de gestão estratégica das qualificações de
dupla certificação, de nível não superior – Níveis 2, 4, 5 do Quadro
Nacional de Qualificações (QNQ), reconhecido a nível europeu de
internacional.
Regula as modalidades de dupla certificação do Sistema Nacional de
Qualificações (SNQ), destinadas a jovens e a adultos.
Promove a eficácia do financiamento público, nacional e europeu, à
formação (acesso a FSE).
Garante uma oferta de formação pública, gratuita e formal.
Integra referenciais únicos no que se refere à componente tecnológica
das qualificações.
Distingue o resultado – a Qualificação – das vias de chegar a esse
resultado – formação, RVCC e reconhecimento de títulos estrangeiros.
Permite a capitalização das Unidades de Competência e a flexibilidade
entre modalidades.
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Foi também, a elaboração de uma nova metodologia de concessão de
qualificações baseada em resultados de aprendizagem e não em conteúdos
formativos. O referencial de competências passa a ser o elemento nuclear de
estruturação das qualificações na sua componente tecnológica. O desenho dos
instrumentos de RVCC e também dos referenciais de formação tem sempre como
base referencial de competências, do nosso ponto de vista, esta alteração que permite
ultrapassar a crítica mais vezes feita ao Catálogo que é o da sua rigidez e excessiva
carga horária das unidades de formação que o integram. As unidades de competência
não têm carga horária associada.
Esta nova metodologia representa uma mudança de paradigma no sistema de
educação e formação e está fortemente alinhada com as recomendações europeias
nesta matéria. O novo referencial de competências-chave para a educação e
formação de adultos de nível básico é o primeiro referencial já totalmente alinhado
com esta nova metodologia de concessão de qualificações. Este referencial foi
profundamente revisto pela ANQEP. O anterior era de 2001 e tem hoje competências
mais atuais e adaptadas às necessidades do mercado de trabalho e da cidadania,
sendo também mais inclusivo na medida em que permite a aplicação a adultos com
muito baixas qualificações e baixos níveis de literacia.
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desatualizadas e obsoletas. Por exemplo, na área das Indústrias Gráficas ou dos
Serviços às Empresas. Mas, tem também outras totalmente renovadas e com
conteúdos que respondem às necessidades do mercado de trabalho. E também, às
mais atuais evoluções científicas e técnicas as áreas da Proteção Civil do Turismo, do
Digital ou da Refrigeração e Climatização, são exemplificativas de um trabalho muito
produtivo que a ANQEP tem vindo a realizar com empresas, associações, operadores
de educação e formação, instituições de ensino superior e também organismos
públicos setoriais.
No desenho destas novas qualificações e percursos:
Atualmente, são 392 as qualificações que integram o Catálogo. 110, de nível 2,
231, de nível 4 e apenas 51, de nível 5.
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392 Qualificações.
45 Áreas de Educação de Formação.
4069 Unidades de Competência (UC).
8670 Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD) (25h e 50h).
41 Percursos de Curta e Média Duração.
Os Percursos de Curta e Média Duração cobrem diversas áreas.
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Percursos de Curta e Média Duração no CNQ
Maquinista Ferroviário
Possibilita a obtenção e renovação da carta de maquinista de locomotivas e
comboios do sistema ferroviário.
Carga horária: 625h.
Certificação autónoma.
Motorista de Táxi
Possibilita a obtenção e a renovação do certificado de Motorista de Táxi.
Carga horária (média): 125h.
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Certificação autónoma.
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Com base nestes princípios e objetivos, a ANQEP agregou as 45 áreas de
educação e formação existentes em 22 lotes setoriais e lançou um Concurso Público
Internacional. Este concurso foi muito participado. Foram apresentadas propostas por
parte de entidades com um elevado domínio setorial, aliado em muitos à experiência
de aplicação prática de formação do Catálogo e também a modalidades do SNQ.
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Lotes
22 setores de atividades/Lotes
Valor do Concurso
1.683.943.00 euros
Financiamento POCH
POCH-04-5267-FSE-000557
Propostas Apresentadas
52 propostas
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LOTE 1 – Informática, Eletrónica e Telecomunicações
Consórcio Quatermaire Portugal/INESC TEC
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Consórcio Mundiserviços, Lda (Mundo Consulting)/APEMETA/AFPPM/EPRM
LOTE 13 – Moda
Consórcio CITEVE/CFPIC/Modatex/CTIC/CTCP/Escola das Virtudes
LOTE 14 – Saúde
Consórcio QualificarFuturo
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LOTE 18 – Cultura, Património e …
(vídeo tapa a informação)
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Capacitação das equipas das entidades contratadas
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8 sessões
202 participantes
606 volume de formação (horas)
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- Agroalimentar
- Artesanato e Ourivesaria
- Comércio e Marketing
- Defesa e Segurança
- Economia do Mar
- Energia e Ambiente
- Indústrias Químicas, Cerâmica, Vidro e Outras
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- Metalurgia e Metalomecânica
- Moda
- Serviços às Empresas
- Serviços Pessoais
- Transportes e Logística
- Turismo
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Otimismo em relação ao futuro do Catálogo e à sua capacidade para
responder à falta de mão-de-obra qualificada, estimulando a procura de formação e
reforçando a confiança das empresas neste instrumento.
Agradecimentos às equipas da ANQEP. Particularmente, ao Departamento do
Catálogo Nacional de Qualificações e à área da Administração Geral e Financeira que
souberam responder à enorme exigência técnica implicada em todo este processo.
À Sandra Lameira Diretora do Departamento do Catálogo Nacional de
Qualificações. Gostava de deixar uma palavra especial de reconhecimento pelo seu
empenho, conhecimento técnico, domínio metodológico e particular habilidade para
fazer convergir diferentes vontades e sensibilidades.
Agradeço, por último, a todos os responsáveis e equipas das entidades que
connosco estão a desenvolver. Este trabalho, o sucesso do futuro do catálogo
depende do que, em conjunto, consigamos fazer, mas, também da recetividade e da
forma como operadores de formação e empresas se apropriem deste novo Catálogo,
na melhoria das qualificações intermédias em Portugal.
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