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O vídeo desta sessão disponível no canal Youtube da ANQEP:

https://www.youtube.com/watch?v=qIy9aQ_OQ_Q

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Transcrição: Intervenção da Presidente do Conselho Diretivo da ANQEP
Filipa Henriques de Jesus
(35:27 – 56:50)

Boa tarde a todos!


Cumprimentar os representantes das entidades que se encontram a trabalhar
com a ANQEP na atualização do Catálogo e que aqui estão presentes.
Cumprimento também os elementos do Conselho geral da ANQEP e os
representantes dos 18 conselhos setoriais para a qualificação que aqui estão.
Também os senhores representantes das Comunidades Intermunicipais Áreas
Metropolitanas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
E por fim, os dirigentes e representantes dos organismos públicos que estão
aqui hoje e queria também aproveitar para agradecer à DGEstE (Direção—Geral dos
Estabelecimentos Escolares) a colaboração na organização de todo este evento.

Antes de entrar no tema da renovação do Catálogo, eu gostaria de realçar


algumas das principais características deste instrumento que me parecem cruciais e
que justifica que continuemos a atribuir-lhe a centralidade que tem e que queremos
reforçar no Sistema Nacional de Qualificações (SNQ).
O Catálogo foi criado, como já disse o senhor secretário de estado, em 2007, e
passados 16 anos, os princípios que estiveram na base da sua criação mantém-se
perfeitamente atuais e ajustados às necessidades do nosso país.
Ora quais são então esses princípios? O tal que concentra todas as qualificações
de dupla certificação de nível 2, 4 e 5 do Quadro Nacional de Qualificações (QNQ),
reconhecido a nível europeu e internacional. Que desempenha um papel central na
concretização dos objetivos do SNQ, na medida em que permite regular as
modalidades de dupla certificação destinadas a jovens e a adultos.
Outro fator distintivo do Catálogo, ainda que de ordem mais instrumental, é
possibilitar o acesso a financiamento comunitário. Isto significa que os operadores de
educação e formação que mobilizam as Unidades de Competência que o integram
podem aceder a financiamento, garantindo-se assim uma oferta de formação que é
pública, gratuita e formal, ou seja, atribui às pessoas certificação reconhecida pelo
sistema educativo e formativo português.

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O Catálogo integra referenciais únicos no que no que se refere à componente
tecnológica das qualificações, o que difere é a componente escolar que em função das
várias modalidades destinadas a jovens e a adultos tem diferentes conteúdos e
diferentes cargas horárias. É por esta razão que um jovem demora cerca de 3 anos a
concluir uma qualificação num curso profissional e um adulto necessita apenas de
cerca de 1 ano e meio para concluir a mesma qualificação através, por exemplo, da
modalidade EFA.
A criação do Catálogo trouxe ao SNQ a possibilidade de distinguir o resultado
que é a qualificação das várias vias de se chegar a esse resultado, que podem ser vias
formativas, processos de reconhecimento validação e certificação de competências
(RVCC) ou mesmo processos de reconhecimento de títulos estrangeiros.
O output é sempre o mesmo e é sempre reconhecido no âmbito do QNQ. Esta
caraterística possibilita a capitalização das Unidades de Competência e, portanto, a
flexibilidade entre as modalidades do sistema. Por exemplo, um jovem que tenha
iniciado um percurso no Sistema de Aprendizagem e não o tenha concluído pode na
idade adulta terminar a sua qualificação num EFA ou Formações Modulares (FM) sem
ter de começar do zero todas as unidades de competência. Uma vez certificadas,
capitalizam para obtenção de uma qualificação.
Estes são os princípios que, do nosso ponto de vista, se mantém totalmente
atuais e que justifica que continuemos a apostar no Catálogo, quanto a um
instrumento de regulação das modalidades de dupla certificação em Portugal.
Este esforço deste instrumento, através da atualização em curso, e que hoje
assinalamos, não esgota o trabalho que se tem vindo a realizar no âmbito da melhoria
do SNQ. Na verdade, há um conjunto de medidas de política pública recente que são
complementares à revisão do Catálogo.

Gostaria a este respeito de destacar quatro dessas medidas:

1. As alterações legislativas nas modalidades destinadas a adultos.


2. A criação de Percursos de Curta e Média Duração.
3. A elaboração de uma nova metodologia de conceção de qualificações.
4. Novo referencial de competências-chave para o ensino básico.

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Comecemos, então, com as alterações legislativas em todas as modalidades do
sistema destinadas à população adulta.
O RVCC, que passou a ter uma portaria própria, até então não tinha.
Os Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA), as FM, os Cursos de
Especialização Tecnológica, os Cursos de Aprendizagem e a nova legislação relativa ao
funcionamento dos Centros Qualifica. As portarias que regulam estas diferentes
modalidades foram publicadas todas em 2022, com alguns dias de diferença e
respondem aos mesmos desafios.
Lançados sobretudo na sequência do acordo de formação profissional e
qualificação, assinado em 2021, entre o governo e os parceiros sociais. Mas elas
respondem também às novas exigências decorrentes dos investimentos na área de
educação e formação de adultos previstas no plano de recuperação e resiliência.
O Acelerador Qualifica e os Projetos Locais para motores de qualificação. Vou
realçar apenas alguns dos princípios que orientaram estas alterações introduzidas.
Os princípios que estão alinhados com as opções tomadas em matéria de
renovação do Catálogo, como veremos mais à frente.
Por um lado, a autonomização da modalidade Cursos de Especialização
Tecnológica, que era como sabem a única modalidade que conferia este nível de
qualificação. Atendendo à necessidade de reforço das qualificações intermédias
especializadas em Portugal, optou-se por possibilitar o acesso ao nível 5 através de
outras modalidades como as FM, os Cursos de Aprendizagem ou os processos de
RVCC.

Por outro lado, flexibilizamos essas diferentes modalidades e a possibilidade de


combiná-las em função dos percursos escolares e profissionais de cada pessoa, de
modo a promover a conclusão de percursos que tenham ficado incompletos.
Por fim, conferimos mais autonomia às equipas dos Centros Qualifica e das
entidades formadoras, responsabilizando pelas opções tomadas em matéria de
encaminhamento de acompanhamento e de certificação dos adultos.
A criação de percursos formativos de Curta e Média Duração em áreas
específicas, com certificação autónoma e possibilidade de capitalização para a

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obtenção de uma qualificação. É outra das recentes medidas de política pública que
gostava de salientar.
A frequência e certificação destes percursos, que tem em média 350 horas,
permite realizar formação contínua de atualização ou profissional tão importante para
as empresas e para os trabalhadores e dar uma resposta mais rápida a essas
necessidades fundamental.

Slide
Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ)
 É um instrumento dinâmico, de gestão estratégica das qualificações de
dupla certificação, de nível não superior – Níveis 2, 4, 5 do Quadro
Nacional de Qualificações (QNQ), reconhecido a nível europeu de
internacional.
 Regula as modalidades de dupla certificação do Sistema Nacional de
Qualificações (SNQ), destinadas a jovens e a adultos.
 Promove a eficácia do financiamento público, nacional e europeu, à
formação (acesso a FSE).
 Garante uma oferta de formação pública, gratuita e formal.
 Integra referenciais únicos no que se refere à componente tecnológica
das qualificações.
 Distingue o resultado – a Qualificação – das vias de chegar a esse
resultado – formação, RVCC e reconhecimento de títulos estrangeiros.
 Permite a capitalização das Unidades de Competência e a flexibilidade
entre modalidades.

Novo Referencial de Competências-Chave para a Educação e Formação de


Adultos – nível básico
 O primeiro totalmente alinhado com a nova metodologia (UC).
 Com competências mais atuais, mais inclusivo
 Responde a adultos com níveis de literacia muito baixos.

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Foi também, a elaboração de uma nova metodologia de concessão de
qualificações baseada em resultados de aprendizagem e não em conteúdos
formativos. O referencial de competências passa a ser o elemento nuclear de
estruturação das qualificações na sua componente tecnológica. O desenho dos
instrumentos de RVCC e também dos referenciais de formação tem sempre como
base referencial de competências, do nosso ponto de vista, esta alteração que permite
ultrapassar a crítica mais vezes feita ao Catálogo que é o da sua rigidez e excessiva
carga horária das unidades de formação que o integram. As unidades de competência
não têm carga horária associada.
Esta nova metodologia representa uma mudança de paradigma no sistema de
educação e formação e está fortemente alinhada com as recomendações europeias
nesta matéria. O novo referencial de competências-chave para a educação e
formação de adultos de nível básico é o primeiro referencial já totalmente alinhado
com esta nova metodologia de concessão de qualificações. Este referencial foi
profundamente revisto pela ANQEP. O anterior era de 2001 e tem hoje competências
mais atuais e adaptadas às necessidades do mercado de trabalho e da cidadania,
sendo também mais inclusivo na medida em que permite a aplicação a adultos com
muito baixas qualificações e baixos níveis de literacia.

Renovação do Catálogo Nacional de Qualificações – Opções Estratégicas

Passemos então agora à renovação do Catálogo e às opções estratégicas que


norteiam este processo.
Como já referi, o Catálogo foi criado em 2007 e pela primeira vez está a sofrer
uma renovação profunda. Isto não significa que o Catálogo de 2007 seja o mesmo de
hoje. Ao longo destes 16 anos foram sendo criadas novas qualificações, foram sendo
modificadas, outras excluídas (as que deixaram de ser relevantes).
O impulso para estas alterações deveu-se sobretudo à iniciativa de algumas
entidades e setores que com a ANQEP foram trabalhando neste processo de
atualização, sem que, no entanto, tenha existido até agora uma orientação estratégica
ou uma visão de conjunto que orientasse estas alterações. Assim se explica que o
Catálogo de hoje seja muito desigual. Tem um conjunto de qualificações

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desatualizadas e obsoletas. Por exemplo, na área das Indústrias Gráficas ou dos
Serviços às Empresas. Mas, tem também outras totalmente renovadas e com
conteúdos que respondem às necessidades do mercado de trabalho. E também, às
mais atuais evoluções científicas e técnicas as áreas da Proteção Civil do Turismo, do
Digital ou da Refrigeração e Climatização, são exemplificativas de um trabalho muito
produtivo que a ANQEP tem vindo a realizar com empresas, associações, operadores
de educação e formação, instituições de ensino superior e também organismos
públicos setoriais.
No desenho destas novas qualificações e percursos:
Atualmente, são 392 as qualificações que integram o Catálogo. 110, de nível 2,
231, de nível 4 e apenas 51, de nível 5.

Níveis QNQ/ QEQ Nº de Qualificações CNQ


2 110
4 231
5 51

As qualificações integram 45 áreas de educação e formação, 469 unidades de


competência, 8670 unidades de formação de curta duração e 41 percursos de curta
média duração.

(Slide)

O atual Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ)

 392 Qualificações.
 45 Áreas de Educação de Formação.
 4069 Unidades de Competência (UC).
 8670 Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD) (25h e 50h).
 41 Percursos de Curta e Média Duração.
Os Percursos de Curta e Média Duração cobrem diversas áreas.

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Percursos de Curta e Média Duração no CNQ

Programa Jovem + Digital


 Áreas: Cibersegurança, Análise de Dados, Programação, Gestão de Redes
Sociais, etc.
 Carga horária (média): 350h.
 Certificação autónoma.

Português Língua de Acolhimento


 Cidadãos com idade superior a 16 anos, cuja língua materna não é a língua
portuguesa.
 Carga horária (média): 75h.
 Certificação autónoma.

Programa Certificado de Competências Digitais


 RVCC ou certificação na área de competências digitais.
 Nível de proficiência digital: básico/intermédio/avançado.
 Carga horária: 100h/150h/200h.

“Programa Valorizar Social”


 Áreas: Gestão e Finanças, Liderança, Inovação.
 Carga horária (média): 350h.
 Certificação autónoma.

Programa “Qualificação para a Internacionalização”


 Área: Internacionalização e Comércio Internacional.
 Carga horária (média): 350h.
 Certificação autónoma.

Maquinista Ferroviário
 Possibilita a obtenção e renovação da carta de maquinista de locomotivas e
comboios do sistema ferroviário.
 Carga horária: 625h.
 Certificação autónoma.

Programa & Trabalhos & Competências Verdes/Green Skills & Jobs


 Áreas: Hidrogénio e energias renováveis.
 Carga horária (média): 350h
 Certificação autónoma.

Motorista de Táxi
 Possibilita a obtenção e a renovação do certificado de Motorista de Táxi.
 Carga horária (média): 125h.

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 Certificação autónoma.

Vendas e Serviços – Contact Center


 Área: Comércio
 Carga horária: 350h
 Certificação autónoma.

Vou só dar alguns exemplos: o maquinista ferroviário, o motorista de táxi que é


um percurso recente, trabalhado com o Instituto de Mobilidade e Transportes e que
responde a uma necessidade identificada pela Federação Portuguesa do táxi.
A área digital, com um conjunto de 19 percursos. Dezasseis mais especializados
e três destinados a elevar os níveis de proficiência digital das pessoas com mais baixa
literacia. Ou a área do hidrogénio e das energias renováveis, percursos criados ao
abrigo do Programa Trabalhos e Competências Verdes.

Feito o retrato do Catálogo atual, vou agora passar à apresentação dos


objetivos e dos princípios inerentes à utilização deste instrumento.
Por um lado, atualizar, introduzir e excluir as qualificações de forma a
responder às necessidades das empresas e dos trabalhadores é um objetivo macro
pretendemos.
Também, reduzir o número de qualificações, excluindo as que deixem de ser
relevantes e agregando as que se mostrem semelhantes numa lógica de banda larga.
Organizar as qualificações, sempre que possível, por fileiras de mobilidade
entre níveis, de forma a promover a progressão e a capitalização das unidades de
competência.
Aumentar o número de qualificações de nível 5 e diminuir as de nível 2,
substituindo-as quando se revele oportuno por percursos de curta e média duração.
Criar condições para que todas as qualificações do Catálogo que possam ser
mobilizadas em RVCC.
Criar novos Percursos de Curta e Média Duração em áreas consideradas
necessárias.
E por fim, garantir a cobertura dos setores de atividade económica,
antecipando as necessidades de competências e qualificações setoriais e profissionais.

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Com base nestes princípios e objetivos, a ANQEP agregou as 45 áreas de
educação e formação existentes em 22 lotes setoriais e lançou um Concurso Público
Internacional. Este concurso foi muito participado. Foram apresentadas propostas por
parte de entidades com um elevado domínio setorial, aliado em muitos à experiência
de aplicação prática de formação do Catálogo e também a modalidades do SNQ.

(Slide)

Concurso Público Internacional para Atualização do CNQ

Lotes
22 setores de atividades/Lotes
Valor do Concurso
1.683.943.00 euros
Financiamento POCH
POCH-04-5267-FSE-000557
Propostas Apresentadas
52 propostas

O valor do concurso é de cerca de 1.700000 €. Sendo que a cada lote


correspondem diferentes montantes calculados, em função do número de
qualificações que integram cada lote o concurso. É financiado pelo Fundo Social
Europeu através de uma candidatura submetida pela NC.
Então POCH, em setembro de 2022, e depois de um longo processo
administrativo foi finalmente possível obter os vistos do Tribunal de Contas, assinar os
contratos com as entidades vencedoras e dar início aos trabalhos dos 22 lotes
colocados a concurso. Apenas o das Indústrias Químicas, que é o lote 19 não obteve
qualquer proposta de adjudicação e por isso ficou vazio.
Neste slide estão identificados os lotes e a designação das entidades ou dos
consórcios e que estão a desenvolver os trabalhos em cada lote.

(Slide)
LOTE 1 – Informática, Eletrónica e Telecomunicações
Consórcio Quatermaire Portugal/INESC TEC

LOTE 2 – Energia e Ambiente

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Consórcio Mundiserviços, Lda (Mundo Consulting)/APEMETA/AFPPM/EPRM

LOTE 3 – Serviços às Empresas


Consórcio QualificarFuturo

LOTE 4 – Turismo e Lazer


Consórcio QualificarFuturo

LOTE 5 – Construção Civil e Urbanismo


Consórcio CICCOPN/CENFIC

LOTE 6 – Agricultura e Sivicultura


Consórcio QualificarFuturo

LOTE 7 – Indústrias Alimentares


Consórcio Mundiserviços, Lda
(Mundi Consulting AUF/ANCIPA/AFPDM

LOTE 8 – Economia do Mar


Consórcio Quatermaire Portugal/Fórum Oceano/Formar

LOTE 9 – Metalurgia e Metalomecânica


CENFM – Centro de Formação Profissional da Indústria, Metalúrgica e Metalomecânica

LOTE 10 – Serviços Pessoais


Consórcio QualificarFuturo

LOTE 11 – Transportes – Construção e Reparação


Fernave, SA

LOTE 12 – Serviços de Transportes e Logística


Quatermaire Portugal

LOTE 13 – Moda
Consórcio CITEVE/CFPIC/Modatex/CTIC/CTCP/Escola das Virtudes

LOTE 14 – Saúde
Consórcio QualificarFuturo

LOTE 15 – Serviços à Comunidade


Consórcio QualificarFuturo

LOTE 16 – Defesa e Segurança


Consórcio Quatermaire Portugal/Escola Nacional de Bombeiros

LOTE 17 – Comércio e Marketing


Consórcio QualificarFuturo

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LOTE 18 – Cultura, Património e …
(vídeo tapa a informação)

Foram definidas 4 fases:

Fase 1 Elaboração do diagnóstico Relatório com diagnóstico setorial


Concluída setorial mais proposta de e mapeamento de qualificações
qualificações
Fase 2 Conceção do referencial de Referenciais de competências
Em curso competências de cada
qualificação
Fase 3 Conceção do referencial de Referenciais de formação
Em curso formação de cada qualificação
Fase 4 Conceção dos instrumentos de Instrumentos de avaliação de
Em curso avaliação associados ao competências em RVCC
referencial de competências profissional

Uma 1ª fase já se encontra concluída que foi a da elaboração dos estudos de


diagnóstico setorial e de mapeamento das qualificações e percursos.
Uma 2ª fase que corresponde âmago de todo o trabalho de renovação do
Catálogo e que é o da conceção dos referenciais de competência.
A fase de elaboração dos referenciais de Formação que decorre da anterior.
E por fim, a fase de conceção dos instrumentos de avaliação para o processo de
RVCC profissional que como vimos também decorre da fase 2, ou seja, dos referenciais
de competência. Para que os diferentes atores implicados na atualização do Catálogo
se apropriassem da metodologia de conceção e também dos princípios e dos objetivos
definidos foram dinamizadas várias sessões técnicas e metodológicas por parte da
ANQEP, num total de 8 sessões, 202 participantes e 606 horas de formação.

(Slide)
Capacitação das equipas das entidades contratadas

Capacitar para a conceção dos Referenciais de Competência, com base na nova


metodologia criada pela ANQEP.

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 8 sessões
 202 participantes
 606 volume de formação (horas)

Após a conclusão da 1ª fase e da validação por parte da ANQEP dos 21


relatórios de diagnóstico de necessidades e respetivo mapeamento de qualificações
foram realizadas reuniões com os 18 conselhos setoriais para a qualificação que
existem, atualmente, em Portugal. Estas reuniões tiveram como objetivo apresentar a
cada conselho o resultado do trabalho realizado na fase 1 e ouvi-los quanto à
pertinência das qualificações propostas. A auscultação destas estruturas terá
novamente lugar aquando da conclusão dos referenciais de competência, no final da
fase 2.

(Slide)

Mobilização dos 18 CSQ para a atualização do CNQ

Conselhos Sectoriais para a Qualificação (CSQ)

- Agroalimentar

- Artesanato e Ourivesaria

- Comércio e Marketing

- Construção Civil e Urbanismo

- Cultura, Património e Produção de Conteúdos

- Defesa e Segurança

- Economia do Mar

- Energia e Ambiente
- Indústrias Químicas, Cerâmica, Vidro e Outras

- Informática, Eletrónica e Telecomunicações

- Madeiras, Mobiliário e Cortiça

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- Metalurgia e Metalomecânica

- Moda

- Saúde e Serviços à Comunidade

- Serviços às Empresas

- Serviços Pessoais

- Transportes e Logística

- Turismo

A partir destes 21 relatórios e do mapeamento das novas qualificações e


percursos constatamos que, genericamente, os objetivos e princípios que orientaram o
processo de revisão do Catálogo estão a ser cumpridos.
O número de qualificações passa de 392 para 294. O que significa uma redução
de 97, as qualificações de nível 2 sofrem um forte decréscimo das atuais 110 para
apenas 38, menos de metade. Por contraposição às de nível 5 que duplicam, ou seja,
passam de 48 para 92. Estes dados, particularmente os respeitantes aos níveis 5,
contribuem para colocar o Catálogo no novo patamar de resposta às necessidades de
qualificações intermédias altamente especializadas que o nosso país tem.
Também nas propostas relativas aos Percursos de Curta e Média Duração se
observa uma tendência alinhada com os princípios anunciados, uma vez que passam
dos atuais 41 para 60 percursos.

Níveis de qualificação do Qualificações existentes Qualificações propostas


QNQ no CNQ para o novo CNQ
Nível 2 110 38
Nível 4 234 164
Nível 5 48 92
Total 392 294

PCMD no CNQ PCMD propostos


41 60

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(Slide)

Principais desafios da atualização do CNQ

 Alteração dos modelos de organização da formação


 Ajustamento dos mecanismos de financiamento comunitário
 Adaptação dos sistemas informáticos de suporte de registo e
certificação da formação (SIGO)
 Capacitação de formadores e professores para práticas de formação
centrados em competências

O novo Catálogo ou o Catálogo do futuro e sobretudo a mudança de


paradigma associada à sua organização em unidades de competência coloca desafios
com implicações em diversas dimensões do SNQ.
Por um lado, ao nível dos modelos de organização da formação em Portugal
baseados em cargas horárias e em metodologias expositivas alicerçadas em conteúdos
formativos que integram as diversas unidades de formação de curta duração.
Por outro lado, nos próprios mecanismos de financiamento comunitário
sustentados também eles em custos medidos em função da hora de formação.
As qualificações do futuro permitem aferir conhecimentos, aptidões e atitudes
como resultado da aprendizagem adquirida independentemente da sua duração. A
certificação está indexada à competência e demonstrada e não ao processo através
do qual foi possível desenvolver essa competência.
Por outro lado, ao nível da adaptação dos sistemas informáticos de suporte,
concretamente ao Sistema SIGO, através do qual todas as entidades que integram o
SNQ registam e certificam a formação em Portugal.
Por último, ao nível da capacitação técnica dos formadores e dos professores
para lidar com a operacionalização de referenciais de competência que requerem uma
alteração de práticas pedagógicas e metodologias de trabalho.

Gostava de terminar, deixando uma mensagem de otimismo e também alguns


agradecimentos.

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Otimismo em relação ao futuro do Catálogo e à sua capacidade para
responder à falta de mão-de-obra qualificada, estimulando a procura de formação e
reforçando a confiança das empresas neste instrumento.
Agradecimentos às equipas da ANQEP. Particularmente, ao Departamento do
Catálogo Nacional de Qualificações e à área da Administração Geral e Financeira que
souberam responder à enorme exigência técnica implicada em todo este processo.
À Sandra Lameira Diretora do Departamento do Catálogo Nacional de
Qualificações. Gostava de deixar uma palavra especial de reconhecimento pelo seu
empenho, conhecimento técnico, domínio metodológico e particular habilidade para
fazer convergir diferentes vontades e sensibilidades.
Agradeço, por último, a todos os responsáveis e equipas das entidades que
connosco estão a desenvolver. Este trabalho, o sucesso do futuro do catálogo
depende do que, em conjunto, consigamos fazer, mas, também da recetividade e da
forma como operadores de formação e empresas se apropriem deste novo Catálogo,
na melhoria das qualificações intermédias em Portugal.

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