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v.1, n. 2, p. 84-95.

Novembro/2020

Esquiva Experiencial e Processo de Aceitação num Caso de Luto Materno


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Sheila Alves dos Santos ¹
Ana Carolina Aquino de Sousa ²
Ueliton dos Santos Gomes 3

Resumo
O objetivo deste artigo foi realizar um estudo de caso a fim de identificar processo de esquiva experiencial e
promover o processo de aceitação num caso de luto materno. Fundamentado na Terapia de Aceitação e
Compromisso (dito em inglês, ACT), em que Steven Hayes propôs um modelo unificado de mudança de
comportamento chamado de flexibilidade psicológica, visando uma vida mais significativa. A esquiva
experiencial é um processo de inflexibilidade psicológica, em que o indivíduo prolonga seu sofrimento,
reduzindo seu repertório comportamental. Os resultados analisados até o momento, demonstraram que houve
comportamento de melhora na evitação dos eventos aversivos encobertos, relacionados ao luto materno e
ocorrendo a promoção do processo de aceitação.

Palavras-chave: Luto; Luto Materno; Terapia de Aceitação e Compromisso; Esquiva Experiência e


Aceitação.

Abstract
The purpose of this article was to conduct a case study in order to investigate and intervene in the process of
experiential avoidance and promote the acceptance process in the case of maternal mourning. Based on
Acceptance and Commitment Therapy (ACT), in which Steven Hayes proposed a unified model of behavior
change called Psychological Flexibility, aiming at a more meaningful life. Experiential avoidance is a process
of Psychological Inflexibility, in which the individual prolongs his suffering, reducing his behavioral
repertoire. The results analyzed so far have shown that there was an improved behavior in the precaution of
hidden aversive events, related to maternal grief and promoting the acceptance process.

Keywords: Mourning; Maternal Mourning; Acceptance and Commitment Therapy; Avoid Experience and
Acceptance.

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1
Graduanda do curso de Psicologia do Centro Universitário Alves Faria (UNIALFA). E-mail: sheilalvesantos@gmail.com
2
Doutoranda em Psicologia pela Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales (UCES). Mestra em Psicologia pela PUC-GO.
Especialista em Terapia Comportamental pela PUC GO. Professora do Centro Universitário Alves Faria (UNIALFA). E-mail:
aquinopsy@gmail.com
3
Graduado e Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Professor do Centro Universitário
Alves Faria (UNIALFA). E-mail: usgomes@gmail.com

A Terapia Comportamental inaugura validado empiricamente de forma objetiva e


uma nova psicologia clínica, ao romper com a racional (Alvares, 2006).
fragilidade cientifica das práticas psicológicas Os primeiros esforços da chamada
dominante da época, fundando uma terapia terapia comportamental de primeira geração,
voltada aos estudos do comportamento busca realizar mudanças nos estudos que
humano, com embasamento cientifico estavam relacionados aos princípios
comportamentais que tinham como alvo

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aspectos clinicamente relevantes, enquanto ambiente em que ocorre e com a história de


que os aspectos importantes da segunda aprendizagem dessa ação (Saban, 2015).
geração, foi preservar a objetividade e o foco É nesse ambiente que reagimos de
técnico presente na primeira geração, ao forma efetiva ao mundo e grande parte dos
mesmo tempo em que tentou valorizar o ser nossos estímulos são manifestados através de
humano racional (Hayes, 2004). comportamentos verbais como: pensamentos,
Surgem então, dentro da tradição da memórias e sentimentos que podem, em dada
terapia comportamental, as terapias de terceira circunstância, serem evocados por vários
geração que tem Steven Hayes (2004) como estímulos ambientais relacionados a eventos
seu principal difusor da ideia de evolução da aversivos e é na tentativa de controlar tais
terapia comportamental em três gerações eventos julgados negativos que encontramos a
sucessivas. O conjunto de terapias origem de diversos problemas
comportamentais de terceira geração emergem psicopatológicos como por exemplo os
nos anos de 1990 e incluem algumas inovações comportamentos de fuga e esquiva. Assim,
terapêuticas como a Terapia Comportamental quanto mais a pessoa evita pensamentos,
Dialética (Linehan, 1993), Terapia Cognitiva memórias e sentimentos que lhes levam ao
Baseada em Mindfulness (Segai, Williams, sofrimento, maior será a restrição de repertório
&Teasdale, 2002), Psicoterapia Analítico- - e reduzidas às possibilidades de ação, diante do
Funcional (Kohlenberg & Tsai, 1991), Terapia processo de mudança, isto é, a inflexibilidade
Comportamental Integrativa de Casais psicológica (Sabam, 2015).
(Jacobsen & Christensen, 2002), e Terapia de Sendo assim, a ACT propõe um
Aceitação e Compromisso (Hayes, Strosahl, & modelo unificado de mudança de
Wilson, 1999), dentre outras (Oliveira, 2015). comportamento, a flexibilidade psicológica
A terceira geração, possui um grande como principal objetivo na aceitação dos
enfoque comportamental, no que tange aos eventos encobertos aversivos vivenciados
aspectos filosóficos, possui caráter contextual, pelas pessoas em sofrimento e ao
por exemplo, o contextualismo funcional, direcionamento para ações rumo a uma vida
embasamento filosófico no campo de estudos com mais significado.
a Terapia de Aceitação de Compromisso, O processo terapêutico é apresentado
Acceptance and Commitment Therapy (ACT), na Figura 1 nos modelos do hexágono de
criada por Steven C. Hayes e colaboradores no flexibilidade psicológica, composto por seis
ano de 1987, (Saban, 2015). processos psicológicos normais e os seis
Dessa forma, o contextualismo processos inversos que favorecem a
funcional é a base filosófica na qual se sustenta inflexibilidade psicológica ou processos
a ACT que defende a importância do foco nas psicopatológicos.
diversas variáveis que podem prever e Figura 1. Modelo unificado do funcionamento
modificar comportamentos de uma pessoa em humano.
um dado contexto, de forma atual, histórica e As fases dos processos acima citadas
nunca visto isoladamente (Barbosa & Murta, não são fixas e nem seguem a ordem indicada,
2014).
Trata-se de uma visão de mundo que
busca entender o comportamento humano,
seus significados e função nas situações em
que ele ocorre e em sua história de
aprendizagem, ou seja, na perspectiva do
contextualismo funcional, a ação humana é
considerada como um todo junto com o

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são um conjunto de princípios integrados indivíduo ao sofrimento e a esquiva


usados para explicar os comportamentos experiencial (Barbosa & Murta, 2014). A ACT
psicopatológicos e normais dos seres humano. estimula a desfusão cognitiva desses
Para melhor compreensão seguem descrições pensamentos promovendo o desenvolvimento
de ambos os processos. da noção do eu como contexto em que o
Esquiva experiencial/Aceitação. Na indivíduo vivencia suas experiências no aqui e
esquiva experiencial o indivíduo evita lidar agora de forma consciente e segura.
com seus eventos internos aversivos como Disrupção de valores/Valores bem
pensamentos, sentimentos e emoções definidos. Os valores podem se tornar
indesejáveis, o que reduz a variabilidade disfuncionais quando indefinidos pelos
comportamental e leva há comportamentos indivíduos, isto é, quando estes não conseguem
disfuncionais (Barbosa & Murta, 2015). colocar em pratica momentos e experiências
Entretanto, a aceitação implica no que são importantes para eles (Saban, 2008).
envolvimento do indivíduo em lidar com seus Nesse processo, a ACT auxilia os indivíduos a
eventos privados como eles os são, sem a definirem quais são seus valores, escolhidos
tentativa de controle e evitação dos mesmos. livremente rumo a uma vida com sentido.
Para (Hayes et al., 2008) a aceitação é a maior Inercia e impulsividade/Ação
mudança funcional possível e não significa comprometida. Busca-se nesse processo,
passividade ou resignação. promover mudanças comportamentais de
Fusão cognitiva/Desfusão. Na fusão acordo com os valores dos indivíduos que
cognitiva os pensamentos, sentimentos e muitas vezes deixam de ser vivenciados por
emoções são considerados pelo indivíduo medo de enfrentar eventos internos aversivos
literalmente como eventos reais. O contexto e se tornando ameaça a uma vida de sentido. O
a experiência são ignorados, e o pensamento se indivíduo é auxiliado pelo terapeuta a assumir
torna principal fonte de regulação do o compromisso nessa mudança,
comportamento. Já, no processo de desfusão responsabilizando-se por seus atos e
busca-se reduzir o controle sobre os eventos construindo metas concretas de curto, médio e
internos e aumentar o contato com a longo prazo (Barbosa & Murta, 2014).
experiência presente (Barbosa & Murta, 2015) Intervenções ACT vem demonstrando
Passado ou futuro/Momento ser uma eficiente modalidade terapêutica para
presente. Nesse processo de inflexibilidade lidar com o sofrimento psicológico como nos
psicológica, o indivíduo está rigidamente em casos de queixas de ansiedade, depressão,
constante preocupação com os acontecimentos psicose, abuso de substancias, transtorno
vividos no passado ou imaginando os obsessivo-compulsivo, transtornos
problemas que viram, mantendo-se distante do alimentares, dores crônicas, tricotilomania,
aqui e agora (Barbosa & Murta, 2015). Para se auto-escoriações na pele entre outros,
comportar de forma mais flexível, a ACT auxiliando o paciente que ao verbalizar sua dor
propõe exercícios de atenção plena utilizando no contexto clínico, passa a compreender
técnicas de mindfulness, em que o indivíduo melhor seus eventos privados, possibilitando
entra em contato com seu momento presente maior aceitação e exposição destes às
(Vandenberghe & Sousa, 2006) contingências (Hayes et al., 2008).
Self como conteúdo/Self como As demandas às reações de sofrimento
contexto. No self como conteúdo, estão vivenciado pelo luto, também podem ser
integrados os diversos conceitos fundamentais trabalhadas segundo a perspectiva da ACT,
que o indivíduo tem de si. Esse tipo de auto considerando que muitas pessoas evitam tais
definição e o apego a esses pensamentos é um eventos aversivos, para se livrarem de
exemplo de fusão cognitiva levando o sentimentos, pensamentos e memórias

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negativas, o que tende à longo prazo, aumentar terminal, em uma entrevista para National
a frequência prejudicial desses eventos em sua Public Radio, em 1990 diz:
vida (Saban, 2015). (…) E quando me contaram que eu
A terapia ACT, é uma importante tinha isso (leucemia) e iria morrer em
ferramenta que auxilia no atendimento a poucos meses, eu não tive nenhum tipo
clientes enlutados e possibilita o desenvolver de emoção. Nem um pouco de pânico,
de repertórios clínicos de flexibilidade medo ou ansiedade. Nada. A única
psicológica, sendo umas das fundamentais a coisa que me emocionou, de verdade,
aceitação, isto é, ter uma atitude de não se meus olhos se encheram de água
esquivar ou fugir das situações aversivas quando pensei isso, é que eu teria que
mantendo-se no momento presente (Saban contar à minha esposa e filhas sobre
2008). isso, sabe, quando você morre você
Sabe-se que a morte é a única certeza machuca as pessoas, elas te amam. E
que uma pessoa pode ter em sua existência. você não pode evitar. Você tem que
Muitos ainda preferem evitar o assunto por se fazer isso. E isso me incomodava (apud
tratar de um evento, que mesmo sendo Ridanos Protectors, 2014).
considerado natural em nossas vidas, gera
naqueles que ficam, uma profunda reação de Para melhor compreensão do processo
dor e sofrimento o que chamamos de luto de adaptação ao luto, Kubler-Ross (2017), o
(Oliveira, 2014). divide em cinco fases: negação, raiva,
Desde o momento em que nascemos, barganha, depressão e aceitação. A fase inicial
daí ao longo de nossas vidas passamos a do luto é a negação, a pessoa pode emitir
conviver com a morte. É uma experiência comportamentos como se a pessoa estivesse
angustiante e dolorosa, principalmente quando presente (fazer a comida preferida do filho, por
perdemos um ente querido e precisamos exemplo) sempre negando a perda. A segunda
enfrentar essa dor em nossas vidas (Kubler- fase é a raiva, o enlutado procura culpar
Ross, 2017). alguém pela sua perda, surgindo sentimentos
Como não somos preparados para lidar de agressividade, revolta e impotência sobre a
com a morte, somos tomados por sentimentos realidade.
e emoções fortes que nos levam a fuga e a A terceira fase do luto, a barganha, a
negação da nossa finitude e da finitude das pessoa faz pactos e promessas, negocia com
pessoas que amamos, como forma de nos suas crenças religiosas e suas práticas culturais
autoproteger contra essa realidade inevitável de manutenção da fé à procura de “ajuda
(Kovacs, 2005). O luto passa a ser uma espiritual”, um milagre. A quarta fase é a da
resposta adaptativa à perda de uma pessoa depressão, em que o indivíduo percebe que
querida, é um processo que será vivenciado de todas as tentativas não vão mudar o contexto
forma única, individual e de acordo com a de sua perda, gerando tristeza, isolamento,
história de vida da pessoa enlutada. choro, questionamentos de sua fé. A quinta e
Segundo Hoshino (2006), o luto é um última fase é a aceitação. Quando falamos em
processo natural e esperado diante da morte, aceitar a perda, não falamos que a pessoa que
causa relevante sofrimento emocional, pois partiu tenha que ser esquecida e que o
deixamos de ter algo ou alguém no nosso sofrimento tenha acabado, mas é um período
contexto de vida e nos ambientes que criamos que a pessoa reconhece que é preciso aceitar e
vínculos afetivos. enfrentar esse momento difícil, permitindo ao
Nascimento (2015), cita que Skinner enlutado viver sua dor e adaptar-se com a
quando foi comunicado de sua condição ausência do ente querido.

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O tema ‘luto’ é complexo e cheio de conteúdo do estudo a partir de relatos de


mitos e pode se tornar ainda mais desafiador experiências.
quando falamos do luto materno, realidade esta
Participante
que rompe com a “naturalidade” da vida.
Parkes (2009) afirma que a morte de um filho O estudo de caso foi realizado com a
é o luto mais duradouro e que causa maior paciente Lídia (nome fictício), sexo feminino,
sofrimento nas pessoas. Vivenciar o luto 48 anos, brasileira, casada, do lar, ensino
materno é uma experiência viva em que a médio, residente na cidade de Goiânia, Estado
enlutada entra em contato com as de Goiás. A paciente procurou a clínica-escola
contingências da sua perda, ou seja, enfrenta as de uma instituição de ensino superior, com
várias reações aversivas e certeza da queixa inicial a perda recente do seu filho mais
irreversível perda de reforçadores positivos no velho, na época com 27 anos.
processo de luto. Instrumentos e materiais
A mãe diante da perda do filho vivencia
significativas emoções, lembranças, sensações Durante as sessões foram usadas,
físicas, sentimentos e pensamentos aversivos caneta esferográfica, prancheta com papel, e
apresentando recorrentes respostas de esquiva aparelho celular para gravar as sessões. Como
experiencial no processo de luto, gerando, estratégicas terapêuticas, foram propostas:
como consequência, grandes dificuldades na escuta atenta, não punitiva e de qualidade,
elaboração e adaptação desse processo (Torres, aplicação de “roteiro para a primeira sessão”,
2018). criação do “diário de terapia”, escrita da “carta
Segundo Prudêncio (2015), a ACT ao filho morto”, psicoeducação, metáfora (do
auxilia o paciente a entrar em contato com seus bolo de chocolate), exercícios de mindfulness,
eventos aversivos em situações difíceis, como construção da Escala de Classificação de
no caso do luto materno e a discriminar as Valores (Hayes; Strosahl; Wilson,1999) e
respostas de esquiva experiencial no contexto utilização do Diário das vivências cotidianas
terapêutico diante da exposição a estes (Hayes; Strosahl; Wilson,1999). O plano de
eventos. trabalho com a cliente foi baseado no
Importante se faz criar um ambiente arcabouço teórico, filosófico e técnico da
terapêutico propicio e acolhedor nesse Terapia de Aceitação de Compromisso,
contexto de sofrimento, oportunizando Acceptance and Commitment Therapy (ACT).
interação autêntica entre paciente e estagiária- Procedimentos
terapeuta durante as sessões de terapia (Braga
& Vandenberghe, 2006). Foram realizadas com a paciente Lídia
Portanto, o objetivo deste artigo é (nome fictício), 10 sessões de terapia uma vez
identificar o repertório comportamental de por semana com duração de 50 minutos cada,
esquiva experiencial e o processo de aceitação entre os períodos de 19/09/2019 a 12/03/2020.
num caso de luto materno a partir das Iniciamos com as devidas apresentações
intervenções da ACT, considerando ser este pessoais, acolhimento da queixa da paciente
um tema relevante à pesquisa e em outras oportunizando assim a criação do vínculo
intervenções clínicas. terapêutico. Durante este período foi possível
colher dados e informações sobre o cotidiano
Método da paciente, bem como seu histórico familiar
O presente artigo trata-se de um estudo sócio cultural.
de caso, fundamentado em uma pesquisa de Primeira sessão: Foi realizado
caráter qualitativo, sustentada por um primeiro encontro com paciente que havia
referencial teórico que direciona as questões e retornado à clínica, foram feitas as

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apresentações e devidos esclarecimentos sobre Sexta sessão: foi realizada


a continuação na terapia, o contrato terapêutico psicoeducação sobre o significado de valor e a
foi renovado e feitos os ajustes de dia e horário aplicação da Tabela de Valores (Saban, 2015)
das sessões semanais. Em seguida acolhimento com a paciente no intuito de verificar se esta
da queixa trazida pela paciente, uso de “roteiro reconhecia seus valores nas diversas áreas de
para a primeira sessão” e escuta qualificada sua vida. Foram apresentados nesta tabela,
dos motivos que a levaram a procura o NEP. descrições de como desejaria ser, importância
Foi proposto como tarefa de casa que durante de vida, sucesso que vem tendo, prioridades,
a semana a paciente registrasse sentimentos, objetivos, ações e barreiras nas conquistas de
pensamentos e emoções relacionadas à sua seus valores. Ao final realizou-se discussão de
perda. cada valor e sua enumeração de acordo com o
Segunda sessão: a paciente trouxe grau de importância para a paciente.
tarefa de casa que foi lida pela estagiária- Sétima sessão: iniciamos a sessão
terapeuta, onde registrou seus sentimentos e as retomando discussão sobre a Tabela de
emoções que mais lhes causavam sofrimento e Valores construída na sessão anterior com a
dor durante a semana. Foi realizada paciente que teve oportunidade de refletir
psicoeducação sobre o processo de luto bem sobre seu distanciamento e falta de
como identificar as expectativas da paciente reconhecimentos de valores importantes em
em relação à terapia. Foi solicitado que criasse sua vida. Foi pedido ainda nessa sessão que
o “diário de terapia” e continuasse registrando Lídia listasse no “diário de terapia” atividades
seus pensamentos, sentimentos e emoções que gostaria de realizar durante o período de
diariamente. férias.
Terceira sessão: a paciente trouxe o Oitava sessão: nesta sessão iniciamos
“diário de terapia” e foram discutidos alguns com escuta atenta e não punitiva das
dos pontos por ela registrados. impressões da paciente em relação ao processo
Compreendendo que se tratavam de terapêutico até o presente momento, bem como
sentimentos e emoções bastante dolorosas para as expectativas para a continuidade das sessões
Lídia, foi solicitada pela estagiária-terapeuta após as férias de fim de ano. A paciente trouxe
como tarefa de casa que a paciente escrevesse tarefa de casa solicitada na semana anterior, o
uma “carta ao filho morto”, e levasse na “Plano de férias”, contendo propostas de
próxima sessão, expressando nesta, todos os atividades que Lídia gostaria de realizar no
sentimentos, pensamentos e emoções que período em que não viesse à terapia. Foram
estava sentindo naquele momento. feitos esclarecimentos sobre a importância de
Quarta sessão: Nesta sessão Lídia se dedicar e estar presente em cada momento
trouxe a tarefa solicitada na sessão passada (mindfulness) escolhido para cada atividade.
“carta ao filho morto” lida pela própria Nona sessão: a paciente retornou após
paciente. Ao final da sessão a estagiária- as férias de fim de ano e nessa sessão foi
terapeuta validou sua coragem e confiança na realizado acolhimento e discussões sobre as
relação terapêutica. atividades realizadas, as dificuldades e
Quinta sessão: paciente compareceu mudanças nesse período. Foi solicitado à
bastante abatida e choro intenso. Devido a sua paciente que avaliasse seu processo
condição emocional realizou-se escuta terapêutico até aquele momento, listando quais
qualificada e aplicação de exercício guiada de as expectativas de continuidade.
mindfulness (atenção plena) para acolhimento Décima sessão: Devido à demanda
das emoções presentes e regulação de sua trazida pela paciente nessa sessão em se
respiração. reorganizar com as tarefas diárias e realizar
novas atividades, foi criada com Lídia o “Meu

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planejamento semanal”, adaptado do modelo verificou-se que paciente tentava intensamente


“Diário das vivências cotidianas”, tabela que a controlar seus pensamentos, sentimentos e
ajudaria nesse processo. emoções.
Finalizamos o processo terapêutico Por causa desse acontecimento (morte
com a paciente em dez sessões. do filho), paciente não sentia mais vontade de
cuidar dos afazeres domésticos e dos cuidados
Resultados
pessoais, queixando com frequência que, para
Lídia (nome fictício) 48 anos, do lar, evitar os conflitos familiares mantinha-se
natural de Goiânia, mora com seu esposo, aparentemente “forte”, pois segundo seus
filha, nora e três netos. Foi encaminhada para relatos não poderia demonstrar sua
a clínica escola devido à perda de seu filho vulnerabilidade, entendendo que dessa forma
mais velho, na época com 27 anos que fora estaria ajudando os familiares a enfrentar a
assassinado e por apresentar profundo perda do ente querido.
sofrimento diante do processo de luto pela sua Demonstrava muita preocupação com
perda. Durante o processo terapêutico foram o futuro de seus familiares principalmente com
recolhidos dados e informações sobre a a filha e os netos, Lídia contou que nessa época
história de vida da paciente. a nora e os netos moravam com ela na mesma
No primeiro contato, a paciente casa e que estavam em constantes
apresentou-se muito desanimada e triste. desentendimentos principalmente em relação à
Relatou nesta sessão, todo sofrimento educação dos netos situação que a deixava
vivenciado no dia da morte do filho muito sobrecarregada, manifestando assim, a
assassinado. O ocorrido foi dentro de sua casa, vontade de “fugir’ daquela realidade.
na presença de sua família de forma Ao trabalhar com Lídia o
extremamente violenta. Lídia não estava processo de luto, a paciente demonstrou
presente no momento e relata que sentiu muita profunda tristeza, desmotivação e falta de ver
culpa por não defendido o filho. sentido na vida. Na atividade “carta ao filho
A paciente relatou que o filho desde morto”, a paciente pôde fazer a experiência de
pequeno lhe dava muito trabalho em casa e na registrar sua dor e comunicar os sentimentos e
escola por motivos de “indisciplina” e segundo emoções que a sua ausência do filho lhe
ela “um menino muito inquieto e impulsivo”, causava naquele momento.
diagnosticado uma certa vez, por um médico Leu sua carta acompanhada por um
neurologista na infância, com transtorno do sofrimento imensurável e choro intenso. Na
sono. Logo na adolescência abandonou a ocasião, sentiu grande necessidade de
escola e passou a fazer uso de bebidas comunicar ao filho sobre como estavam os
alcoólicas e diversos tipos de drogas. O filho outros familiares, dando notícia de cada um
casou-se ainda jovem e teve três filhos, no deles. A estagiária-terapeuta realizou
entanto, todos viviam sob os cuidados audiência atenta, validou seus sentimentos e
financeiros de Lídia e seu esposo. Aos 27 anos, suas emoções, agradecendo a coragem e
foi assassino dentro de sua casa, crime confiança na relação terapêutica.
motivado por rixas relacionadas ao tráfico de Observou-se que o repertório de
drogas e outros crimes. respostas de esquiva experiencial relacionados
Desde os primeiros relatos foi aos eventos aversivos vivenciados no luto da
observado que a paciente evitando entrar em paciente estavam elevados devido ao grau de
contato como os eventos dolorosos vivenciado sofrimento e tristeza apresentados até o
com a morte do filho. A religião aparece no momento nas sessões terapêuticas. Lídia
contexto terapêutico como importante suporte tentava manter-se distante das contingências
no processo de aceitação do luto, no entanto aversivas em relação à morte do filho, o que só

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piorava seu quadro de inflexibilidade o sofrimento da paciente enlutada, comporta-


psicológica. se de forma a promover o engajamento
Segue abaixo na tabela 2, quadro que terapêutico durante as sessões e propor
identifica que paciente emitiu comportamentos estratégias reforçadoras durante processo
de esquiva experiencial que são verbalizados à terapêutico.
estagiária-terapeuta. Esta, ao validar e acolher

Tabela 2: Quadro de esquiva experiencial identificado e posturas terapêuticas


Comportamentos de esquiva experiencial e posturas da estagiária-terapeuta
Comportamentos emitidos pela paciente Posturas da estagiária-terapeuta

Estagiária-terapeuta diz a paciente que está


“a morte do meu filho foi a melhor coisa que em local apropriado para falar sobre seu
Deus havia feito pra ele...” sofrimento e suas dores.

Reforçar a importância de estar em contato


“não podia demonstrar minha fraqueza diante com seus sentimentos, pensamentos e
da família, precisava ser forte e não perder o emoções. Utilização de metáfora do bolo de
controle” chocolate.

Estagiária-terapeuta utiliza psicoeducação


“queria fugir daquela vida, pois a única pessoa sobre o luto e esquiva experiencial.
que ela podia contar era com o filho” Utilização de exercícios de relaxamento
mindfulness.

Reforçar a confiança e a coragem da paciente


“tá tudo difícil aqui sem meu filho, a vida de falar sobre eventos tão difíceis e
perdeu a cor, o sentido, não consigo mais dolorosos.
sonhar, só um enorme vazio e muita dor” Estagiária-terapeuta reforça a disposição e
dedicação da paciente na terapia.

Nas sessões seguintes, Lídia diz se Neste momento, a prática


sentir mais “aliviada”, pois tinha tido a psicoterapêutica de mindfulness foi de grande
oportunidade durante a semana de refletir importância na vivência feita pela paciente,
sobre a experiência de escrever a “carta para pois à aproximou de suas emoções no presente
o meu menino”, como disse a paciente, relatou momento em que elas ocorriam, e que a faziam
que havia conseguido falar do filho durante um anteriormente esquivar-se diante de um
momento familiar onde estavam a filha, o enfrentamento doloroso (como colocar por
esposo, a nora e os netos, e nessa ocasião todos exemplo, o retrato do filho na parede da sala
falaram da saudade do ente querido, novamente). Ainda nesta sessão, Lídia mostra
manifestando o desejo de voltar um retrato do para a estagiária-terapeuta algumas fotos do
filho para a sala. filho que estavam em seu aparelho celular,
demonstrando confiança na relação

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terapêutica, o que causou grande emoção em retorno de exercício físico (caminhada) e a


ambas. possibilidade de iniciar a produção de salgados
Nas sessões seguintes, sexta e sétima, para venda. Todas as iniciativas foram
percebeu-se que a paciente tinha grandes reforçadas positivamente pela estagiária-
dificuldades em identificar quais eram seus terapeuta no intuito auxiliar a paciente a se
valores desejados de vida, com a ajuda de comprometer com as mudanças que se
psicoeducação sobre o que são valores e a apresentavam.
aplicação da Tabela de Valores (Saban, 2015), Na décima e última sessão, nota-se que
permitiu que a paciente identificasse os valores Lídia apresentava maior disposição física,
que estão envolvidos nas diversas áreas de sua estava bastante falante e mais consciente do
vida. seu contexto atual, mesmo verbalizando que a
Paciente demonstrou interesse em morte do filho era um evento comparado a uma
realizar a atividade, preenchendo a Tabela de “montanha russa”, ou seja, com dias bons e
Valores junto com estagiária-terapeuta, outros ruins, altos e baixos. Ainda mantinha a
verbalizou em cada etapa suas impressões em confiança de que o filho estava “em bom lugar
relação aos resultados. Esta atividade levou com Deus” e que cada um dos seus familiares
Lídia a refletir sobre a fragilidade de suas precisava entender que mesmo com todo
relações afetivas (principalmente no sofrimento e saudade era preciso dar
casamento), o descaso com sua saúde e a continuidade e novos sentidos na vida sem o
frustração em ser dependente financeira do filho falecido.
marido. Ao final da atividade, reconheceu que Demonstrou que gostaria de pensar
os resultados refletiam com precisão seu mais em si, desenvolver alguma de suas
contexto naquele momento e entendeu quais habilidades culinárias para ganhar seu próprio
eram seus valores, ou boa parte deles e quais dinheiro, se “arrumar”, (ir ao salão de beleza),
as prioridades escolhidas para iniciar o ser mais dedicada às suas atividades religiosas,
processo de mudanças fundamentais em sua ter coragem de dizer “não” para as situações
vida. que a deixavam sobrecarregas, o que para
Em relação a seu comportamento de Lídia seriam ações que a faria uma pessoa mais
esquiva experiencial, a paciente demonstrava feliz e útil.
nas últimas sessões, maior exposição aos Para tais ação, foi construída com a
eventos aversivos relacionados à morte do paciente o que chamou de “Meu planejamento
filho, comportando-se de forma mais assertiva semanal”, pois se queixava de passar todo o dia
na resolução dos conflitos familiares e envolvido com apenas as atividades
demonstrando bom engajamento no processo domésticas e cuidado com os netos. Nessa
de aceitação do luto. Ao aproximarmos das organização, Lídia pode dividir as atividades
férias de final de ano, listamos o que diárias que já realizava com as novas
chamamos de “Planejamento de Férias”, mencionadas anteriormente, visualizando
atividades que Lídia gostaria de realizar no assim, a possibilidades de mudanças rumo a
período em que não estaríamos em terapia. uma vida mais significativa e prazerosa.
Demonstrou-se animada e disposta a tentar Esta seria a última sessão realizada com
realizar o que havia planejado. Lídia. O atendimento da paciente foi finalizado
Retomamos as sessões depois de um em 10 sessões, no entanto, mesmo com o curto
longo período de férias, a paciente relatou que prazo de tempo em terapia, pode-se perceber
durante esse período muitas coisas haviam melhoras no repertório de comportamentos de
acontecido no cotidiano da família, como esquiva experiencial da paciente, bem como
realização de passeios com os netos em um melhora no processo de aceitação do luto
parque aquático, disposição em visitar amigos, materno.

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Discussão Aceitação e Compromisso, estão nos


comportamentos de esquiva experiencial e
Diante dos estudos realizados neste
podem ser observados nas sessões
artigo, confirmou-se que houve melhora no
terapêuticas, ou seja, quanto mais Lídia se
comportamento de esquiva experiencial e na
esquivava do que sentia e pensava, mais se
promoção da melhora no processo de aceitação
aproximava dos efeitos desagradáveis,
do luto materno de Lídia durante o processo
evitando o enfrentamento do problema
terapêutico à partir das intervenções da Terapia
original, o que restringia seu repertório
de Aceitação e Compromisso – ACT.
comportamental e limitava as ações
Observou-se que a paciente
valorativas que dão sentido à vida
demonstrou significativo engajamento no
(Saban,2015).
processo terapêutico desde o início das
O auxílio de outras estratégias
sessões, foi acolhida pela estagiária-terapeuta
terapêuticas como registros de vivências
em seu sofrimento com escuta atenta e não
diárias em “diário de terapia”, exercícios de
punitiva, recebendo da mesma, reforçamentos
meditação e metáfora, foi importante no
positivos e validação em seus comportamentos
direcionamento das ações terapêuticas da
relacionados à sua queixa (luto materno).
estagiária-terapeuta que procurou manter a
Essas estratégicas terapêuticas
paciente em contato com suas contingências,
oportunizaram importante vínculo de
vivenciar os eventos desagradáveis
confiança e respeito entre paciente e estagiária-
relacionadas ao luto e reorganizar sua vida de
terapeuta, pois a relação que se estabeleceu
forma saudável. (Oliveira, 2014)
entre ambas, favoreceu espaço reforçador para
Foram analisadas nas sessões finais,
que a paciente pudesse expressar de forma
dificuldades que paciente tinha em entender e
genuína seus pensamentos, sentimentos e
identificar seus valores de vida desejados e a
emoções (Braga & Vandenberghe, 2006).
clareza de objetivar coerentemente sua história
No início dessas intervenções, Lídia
de vida. Lídia foi esclarecida sobre o que é
apresentava grande dificuldade em enfrentar
valor (psicoeducação), e para auxiliar no
seus dolorosos e aversivos eventos
processo pelo qual a paciente pudesse
relacionados ao luto, gerando comportamentos
identificar os seus próprios valores, nas
de esquiva experiencial e reduzido repertório
diversas áreas de sua vida, foi usada tabela de
comportamental no processo de aceitação.
valores. Notou-se pela estagiaria-terapeuta que
Privilegiou-se nessa etapa de intervenção, a
paciente demonstrou bom entendimento do
utilização de psicoeducação e mindfulness
que vem a ser valores (Saban, 2015) e perceber
(atenção plena), o que propiciou à paciente
observar seus comportamentos de esquiva e quais áreas necessitavam de atenção da
paciente.
não aceitação do luto, sem julgamentos,
Com base nos resultados obtidos neste
mantendo-se no momento presente.
estudo, a Terapia de Aceitação e Compromisso
A paciente pôde perceber que mesmo
(ACT), demonstrou ser uma proposta
diante do seu contexto atual de perda, aceitar
terapêutica em que, demandas como o luto
esse evento de grande sofrimento na vida de
podem ser trabalhadas, cujos objetivos de
uma pessoa, possibilitou mudar importantes
desenvolver repertórios comportamentais de
padrões de esquiva e melhora no seu
flexibilidade psicológica auxiliou a paciente a
processamento da dor gerada pelo luto
lidar com as tentativas de controlar
(Nascimento, 2015).
pensamentos, sentimentos e emoções
De acordo com Saban, 2015, o
desagradáveis que lhe causavam sofrimento de
modelo de psicopatologia ou inflexibilidade
uma forma menos aversiva, mantendo-se mais
psicológica apresentado pela ACT, Terapia de

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consciente e em contato com seu momento Braga, G. L. B., Vandenberghe, L.


presente (Saban, 2015). (2006). Abrangência e função da
Os atendimentos com a paciente foram relação terapêutica na terapia
encerrados, pois todas as atividades comportamental. Estudos de
acadêmicas do NEP foram suspensas devido a Psicologia (Campinas), 307-314.
atual condição mundial de Pandemia causada Kovacs, M. J. (2005). Educação para a
pela contaminação do Coronavírus (Covid 19), morte. Psicologia: ciência e
seguindo orientações da OMS- Organização
profissão, 25(3), 484-497.
Mundial de Saúde para que todos mantenham-
se em isolamento social. Kübler-Ross, E. (2017). Sobre a morte e
Embora considerando que houveram o morrer: o que os doentes tem para
significativas melhoras no repertório ensinar a médicos, enfermeiras,
comportamental de esquiva experiencial e no religiosos e aos seus próprios
processo de aceitação do luto materno de parentes. Tradução Paulo Meneses.
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positivamente de forma gradual durante no and Dying.
processo terapêutico, muitos desses processos Hayes, S., Pistorello, J., & Biglan, A.
ainda necessitam de continuidade e (2008). Terapia de Aceitação e
acompanhamento em futuras sessões de Compromisso: modelo, dados e
terapia. extensão para a prevenção do
Por fim, cabe ressaltar que a ACT é suicídio. Revista Brasileira De
uma importante e relevante ferramenta clinica Terapia Comportamental E
no processo de intervenção e estudos dentro Cognitiva, 10(1), 81-104.
das terapias comportamentais de terceira
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contribuição no atendimento à demanda de biológica do luto. In: Hélio José
esquiva experiencial e o processo de aceitação Guilhardi; Noreen Campbell de
no caso de luto materno apresentado neste Aguirre. (Org.) Sobre
artigo. Sugere-se que sejam realizados futuros Comportamento e Cognição: 17,
estudos que contribuam não apenas no 313-326.
enriquecimento dos processos de intervenções Nascimento, et al. (2015). Luto: uma
terapêuticas, mais que possibilite a perspectiva da terapia analítico
comunidade academia de psicologia comportamental. Psicologia
aproximar-se mais desse tema tão complexo Argumento, 33(83), 446-458.
como o luto.
Oliveira, D. R. (2014). Terapia do Luto:
Referências contribuições e reflexões sob a
Alvarez, M. (2006). La terapia de perspectiva da Análise do
conducta de tercera generación. Comportamento. São Paulo.
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Barbosa. L. M & Murta, S. G. (2014). raízes do luto e suas complicações.
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Terapia Comportamental e Social por meio da Terapia de
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formulação de caso em análise do Santos, P. L., Gouveia, J. P., & Oliveira,


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