Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DOURADOS – MS
2024
1
Eduardo Antônio Rodrigues André
DOURADOS – MS
2024
2
SUMÁRIO
Introdução...............................................................................................................................04
1 - Justificativa........................................................................................................................04
2 – Objetivo.............................................................................................................................09
3 – Metodologia......................................................................................................................09
4 - Cronograma......................................................................................................................11
5 – Bibliografia........................................................................................................................11
3
INTRODUÇÃO
Este projeto tem como objetivo realizar um estudo a partir da realidade de pessoas com
deficiência física e examinar como elas acessam os serviços de saúde, tanto públicos quanto
privados. A análise a partir dessa abordagem visa apresentar a equidade, ou a falta dela, no
acesso à saúde. Busca-se, dessa forma, abordar dois ou mais aspectos da mesma situação,
correlacionados a partir da perspectiva das pessoas com deficiência física. O projeto procura
abranger de maneira qualitativa diferentes análises estruturais em diferentes perspectivas,
todas pertencentes ao mesmo grupo.
1
A pessoa com deficiência, segundo a (Lei N° 13.146) é aquela que tem impedimentos
a longo prazo que possam impossibilitar a participação absoluta e concreta em seu espaço de
vivencia em igualdade de condições. Esses impedimentos podem ser de natureza intelectual
ou física.
Para Minayo (2010), a saúde se torna um bem social, a partir de um direito universal
que está diretamente ligado a qualidade, equidade e proteção à vida, sendo assim, adequada
para amparar políticas públicas e sociais universais, assim sendo preparado para prevalecer
em meio às desigualdades. Portanto, a saúde deve ser compreendida de maneira
multidimensional, como um fenômeno materializado no espaço.
1
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
4
Sendo apresentado assim, como posto em Leis universais de direito a saúde, o papel
de equidade e acessibilidade não é perceptível. “a vivência real da exclusão é constituída por
uma multiplicidade de dolorosas experiências cotidiana de privações, de limitações, de
anulações e, também, de inclusões enganadoras” (MARTINS, p. 21, 2002), visamos amparar
situações excludente perante pessoas com deficiência física. De acordo com o Relatório
Mundial sobre a Deficiência (SEDPcD, 2012), pessoas com deficiência passam por situações
excludentes na sociedade, tendo em vista níveis maiores de pobreza, menores níveis de
educação, baixa taxa de empregabilidade e o acesso extremamente desigual a os serviços de
saúde.
5
2
Vemos então que a situação de equidade é posto à prova já que a Notícia do Agência
Brasil de 2017: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-08/apenas-1-
dos-brasileiros-com-deficiencia-esta-no-mercado-de , indica que apenas 1% do brasileiros
com deficiência estão no mercado de trabalho, o que se torna um agravante, pois 24% dos
brasileiros (45 milhões de pessoas) possuem algum tipo de deficiência, perante o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da obrigatoriedade já citada, quando
olhamos esses corpos no espaço, analisamos uma situação de exclusão social, tendo em vista
ao não amparo do Estado por meio de vagas de empregabilidade, o que gera níveis maiores de
pobreza já dialogado acima e o processo de exclusão
De qualquer maneira, o Estado como supervisor de leis e saúde, deve ser posto em
cheque, perante a análise do projeto. Desvencilhar Estado e acessibilidade é improvável
quando dialogamos com deficientes físicos. Podemos assim analisar a exclusão como parte do
2
Notícia do Agência Brasil de 2017: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-08/
apenas-1-dos-brasileiros-com-deficiencia-esta-no-mercado-de
6
mecanismo. Assim, o 3Art. 18: “Incluem-se na assistência integral à saúde e reabilitação da
pessoa portadora de deficiência a concessão de órteses, próteses, bolsas coletoras e
materiais auxiliares, dado que tais equipamentos complementam o atendimento, aumentando
as possibilidades de independência e inclusão da pessoa portadora de deficiência.”
(BRASIL, 2000), faz com que as políticas públicas/leis sejam postas a prova, no qual o
deficiente físico é o principal prejudicado nesse processo.
Portanto, por meio de leis como políticas públicas seja na acessibilidade da saúde
trabalho e mobilidade, a exclusão é de forma vista do abismo por conta repassar direitos que
são básicos, mas atuam para aumentar a desigualdade de maneira que legitimam a exclusão
por conta de serem falhos, dessa maneira o indivíduo como PCD, não utiliza de direitos
garantidos por lei, há assim, apenas uma migalha do que é pressuposto garantido. De qualquer
maneira, o Estado é o principal (re)produtor da exclusão social, pois viabiliza a invisibilidade
desse grupo.
3
Estatuto da Pessoa com Deficiência. Lei nº. 13.146, de 6 de Julho de 2015. 2015. Disponível em:
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/513623/001042393.pdf
7
direitos éticos como a acessibilidade à saúde básica. Dessa maneira, a exclusão cria facetas
perversas a esse grupo historicamente excluído.
4
Assim, “a falta de acesso dificulta a participação da pessoa com deficiência e,
consequentemente, reduz a sua condição de cidadania, limitando a possibilidade de uma
maior convivência social” (MELLAZZO, GUIMARÃES p. 206, 2010) a participação social,
enfrenta diversos desafios para se estabelecer. O acesso a serviços é impedido por barreiras
não apenas físicas, mas também sociais para PCDs. Esse grupo, por sua vez é isolado pela
exclusão e se isolam pela falta de acesso gerida pelo Estado, ocorrendo uma reprodução de
processos excludentes no espaço. Dessa forma, o PCDs é visto como diferente, sendo limitado
a sobrevivência mínima por parte do corpo, se cresce o estigma de desnecessário, acirrando a
discriminação social e perdendo o apelo institucional.
Devemos aqui, analisar o outro lado desse mesmo grupo, no qual abrange a Pessoas
com Deficiência que detém de algum plano privado de saúde, já que o art. 514, da Lei Federal
nº 9.656/98 de 03 de junho de 1998, não pode haver impedimento de participação nos planos
ou seguros privados de assistência à saúde aos portadores de deficiência. Dessa forma, a
pesquisa irá buscar este segundo ponto qualitativamente e empiricamente com entrevistas, não
só com este indivíduo, mas também com a pessoa em situação de exclusão e como as duas
acessam os respectivos meios de saúde, seja pública ou privada.
4
ANDRÉ, E A R. EXCLUSÃO SOCIAL: PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FISÍCA E ACESSIBILIDADE AOS SERVIÇOS DE
SAÚDE (SUS) EM PMCMV. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Geografia) - Universidade
Federal da Grande Dourados. Orientador: Alexandre Bergamin Vieira. Aluno: Eduardo Antônio Rodrigues André
5
Art. 14, da Lei Federal nº 9.656/98 de 03 de junho de 1998 https://www.into.saude.gov.br/direitos-da-
pessoa-com-deficiencia/306-o-direito-a-saude#:~:text=32%20%2D%20O%20portador%20de%20defici
%C3%AAncia,sa%C3%BAde%20aos%20portadores%20de%20defici%C3%AAncia
8
OBJETIVOS
Geral:
Analisar como indivíduos, incluindo pessoas com deficiência (PCDs), de diferentes posições
sociais utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS) e planos privados, buscando compreender
as disparidades no acesso à saúde.
Objetivos Específicos:
c) Analisar leis e políticas de saúde, identificando como impactam as decisões dos indivíduos,
especialmente das pessoas com deficiência, na utilização do SUS ou plano privado.
METODOLOGIA
9
inclusive pessoas com deficiência física, estando no mesmo grupo, acessam serviços de saúde
distintos.
A entrevista será conduzida de maneira mais intrínseca e qualitativa. O objetivo será
vivenciar não apenas um dia, mas várias experiências junto com a pessoa com deficiência,
desde o início do seu dia até o trajeto até a unidade de saúde. Serão abordadas questões
relacionadas a medicamentos, atendimento, filas, questões burocráticas e, por fim,
compreender a real vivência da pessoa com deficiência física em diferentes contextos na área
da saúde, de maneira a evidenciar a perspectiva do indivíduo a ser apresentada.
Após toda a análise teórica, documental e empírica, será redigido o texto final,
estabelecendo um diálogo entre os contextos apresentados durante a pesquisa.
Apontamento da metodologia por tópicos:
1. Levantamento bibliográfico
2. Análise teórica
3. Levantamento de leis e estatutos
4. Análise da acessibilidade no contexto público e privado
5. Trabalho de campo com as entrevistas
6. Diálogo entre teórico e empírico
7. Apresentação do texto final
Cronograma
Atividades semestrais 1º 2º 1º 2º
Disciplinas de Pós-Graduação
Atividades de Formação
Complementar
Participação em evento
Estágio de Docência
10
Levantamento Bibliográfico
Trabalho de campo com realização de
entrevista e observação participante.
Tratamento Analítico dos Dados
Elaboração cartográfica
Ajustes referentes às contribuições da
banca
Defesa da Tese
Referências bibliográficas
ALVES, Natália Cristina Alves, Leonice Seolin Dias, Vítor Ribeiro Filho ; colaboradoras: Eliane
Ferrari Chagas, Carolina Russo Simon Pessoas com deficiência: uma abordagem geográfica - Tupã :
ANAP, 2021
ALIEVI, Alan Alves; PINESE, José Paulo. A geografia da saúde no Brasil: precedentes históricos e
contribuições teóricas. In: ENCUENTRO DE GEÓGRAFOS DE AMÉRICA LATINA, 14., 2013,
Lima. Reencuentro de saberes territoriales latinoamericanos: anais. Lima: Biblioteca Nacional de Peru,
2013. p. 1-17.
BUTLER, Ruth; PARR, Hester. Mind and body spaces. London: Routledge, 1999. 320 p.
Estatuto da Pessoa com Deficiência. Lei nº. 13.146, de 6 de Julho de 2015. 2015. Disponível em:
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/513623/001042393.pdf.
MINAYO, Maria Cecilia de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12.
ed. São Paulo: Hucitec, 2010. 407 p
MARTINS, José de Souza. Reflexão crítica sobre o tema da "exclusão social". In:__. A sociedade
vista do abismo: novos estudos sobre exclusão, pobreza e classes sociais. 3. ed. Petrópolis: Editora
Vozes, 2008. cap 1. 228 p. ISBN: 9788532627196
11
MELAZZO, GUIMARÃES. Exclusão social em cidades brasileiras: um desafio para as políticas
públicas. (orgs.). — São Paulo: Ed. UNESP, 2010
O SUS de A-Z. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. 3 ed.
Brasília – DF: 2009
SEDPcD-Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Relatório mundial sobre a deficiência.
São Paulo, 2012. 334 p.
VALENTINE, Gil. The body. In: ______. Social geographies: space and society. England: Pearson
Education, 2001. p. 15-62
12