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INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

CIDADANIA

HERICK GLAUBER REIS MEDEIROS

PERSONAGENS POLÍTICOS DO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO

IPATINGA/MG
14/07/2023

1
HÉRICK GLAUBER REIS MEDEIROS

CIDADANIA

Trabalho apresentado à disciplina


Cidadania do curso Livre em Teologia,
Instituto Teológico Quadrangular,
como requisito parcial para conclusão
da disciplina.

IPATINGA 2023

2
Sumário
PERSONAGENS POLÍCOS DO ANTIGO TESTAMENTO...................................................4
A HISTÓRIA DE JOSÉ, GOVERNADOR DO EGITO............................................................4
Quem foi José do Egito?.........................................................................................................4
A história de José, o filho predileto........................................................................................4
Os primeiros sonhos de José...................................................................................................4
José foi vendido pelos seus irmãos.........................................................................................5
José na casa de Potifar............................................................................................................5
José foi preso no Egito e interpretou sonhos na prisão...........................................................5
José interpretou o sonho de Faraó...........................................................................................6
José, o governador do Egito....................................................................................................6
José do Egito reencontra seus irmãos e seu pai......................................................................6
A morte de José.......................................................................................................................7
QUEM FOI O REI AMAZIAS NA BÍBLIA?............................................................................7
O reinado de Amazias.............................................................................................................8
A vitória e o fracasso de Amazias...........................................................................................8
A morte de Amazias................................................................................................................8
Outros Amazias na Bíblia.......................................................................................................9
PERSONAGENS POLÍCOS DO NOVO TESTAMENTO.......................................................9
HISTÓRIA DE ZAQUEU NA BÍBLIA: QUEM FOI ZAQUEU O PUBLICANO?.................9
Quem foi Zaqueu, o publicano?..............................................................................................9
O encontro de Jesus com Zaqueu..........................................................................................10
Jesus na casa de Zaqueu........................................................................................................11
A transformação de Zaqueu..................................................................................................11
QUEM FOI O REI AGRIPA NA BÍBLIA? BIOGRAFIAS DE HERODES AGRIPA...........12
Herodes Agripa I...................................................................................................................12
Agripa I e a perseguição aos cristãos....................................................................................13
A morte de Herodes Agripa I................................................................................................13
Herodes Agripa II.................................................................................................................14

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PERSONAGENS POLÍCOS DO ANTIGO TESTAMENTO
A HISTÓRIA DE JOSÉ, GOVERNADOR DO EGITO
A história de José do Egito, como assim ficou conhecido o filho de Jacó, com certeza é
uma das mais notáveis dentre as histórias dos personagens bíblicos. A biografia de José
desperta muita curiosidade entre as pessoas.

Quem foi José do Egito?


José foi o décimo primeiro filho de Jacó, e o primeiro com sua esposa que mais
amava, Raquel. O capítulo 30 do livro de Gênesis descreve toda disputa entre Raquel e Lia, as
duas esposas de Jacó. Raquel era estéril, e sofria por não poder dar filhos de seu ventre a Jacó.
Porém, o texto bíblico diz que Deus lembrou-se de Raquel e a tornou fértil. Então ela deu à
luz a José e depois a Benjamim (Gênesis 30:22,23).
O nome “José” vem do hebraico Yosep e significa “que Ele (Deus) acrescente
(filhos)”, ou “possa Ele acrescentar”. Tal significado fica esclarecido em Gênesis 30:24.
Popularmente, José, filho de Jacó, ficou conhecido como “José do Egito”. É claro que essa
designação se dá por conta do modo com que Deus o exaltou entre os egípcios.
José nasceu em Padã-Harã, seis anos antes de Jacó retornar à Canaã. Nessa época o
patriarca tinha cerca de 90 anos de idade. O período histórico mais provável em que José
viveu talvez seja a era dos Faraós Hicsos, entre 1720 a 1570 a.C.

A história de José, o filho predileto


José era o filho preferido de Jacó, pois além de ser seu filho da velhice, também era o
filho de Raquel. José ganhou uma túnica especial de Jacó (Gênesis 37:3), o que demonstrava
sua predileção. Outro fato que exemplifica essa condição de filho preferido, é o episódio do
reencontro entre Jacó e Esaú. Naquela ocasião José e Raquel foram colocados no lugar mais
seguro da comitiva.
Alguns argumentam que a túnica que Jacó lhe deu de presente talvez fosse um sinal de
que o pai pretendia fazer de José seu principal herdeiro. Porém, não há base realmente sólida
par considerar essa hipótese como certa.

Os primeiros sonhos de José


Os irmãos de José nitidamente tinham certa inveja e descontentamento em relação a
ele (Gênesis 37:4). Mas foi depois dos dois sonhos que José teve que a situação ficou ainda
mais complicada (Gênesis 37:11).

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Nesses dois sonhos, a família de José se curvava diante dele (Gênesis 37:6-9). Esses
sonhos se cumpriram quando seus irmãos foram até o Egito para poder comprar trigo devido à
fome que assolava a região (Gênesis 42:9). Na ocasião José já era o governador do Egito.

José foi vendido pelos seus irmãos


Certo dia, José foi enviado por seu pai para encontrar seus irmãos e verificar como
estava o rebanho. Porém, motivados pelo ciúme, os irmãos de José planejavam matá-lo, mas
foram impedidos pelo irmão mais velho, Rúben (Gênesis 37:22).
Então eles o lançaram em uma cova, e ao passar pelo local uma caravana de
ismaelitas-midianitas, tiveram a ideia de vendê-lo. Por fim, quando a caravana chegou ao
Egito, José foi vendido pelos midianitas à Potifar, que era oficial de Faraó.

José na casa de Potifar


José começou a prosperar na casa de Potifar, até que foi promovido à supervisor da
casa (Gênesis 39:4). A esposa de Potifar começou a se interessar por José e tentou seduzi-lo
(Gênesis 39:10). Porém José era temente a Deus, e rejeitou a mulher.
Na última tentativa de sedução, a mulher de Potifar conseguiu ficar com a roupa de
José nas mãos. Então ela aproveitou para sua isso como ferramenta de acusação contra José.
O marido acreditou na acusação feita pela esposa e mandou José para a prisão.

José foi preso no Egito e interpretou sonhos na prisão


A prisão que José estava no Egito era para presos políticos. Mesmo em um local
hostil, José foi abençoado por Deus e logo ocupou uma posição de destaque entre os
presidiários. Na prisão ele conheceu dois funcionários da corte de Faraó: o padeiro e o
copeiro.
Ambos sonharam em uma mesma noite, e coube a José interpretar tais sonhos. Vale
ressaltar que os sonhos na cultura oriental da época eram considerados presságios, e
encarados com muita seriedade e importância na vida das pessoas.
O copeiro sonhou com uma videira de três ramos, que brotou, floresceu e deu uvas, as
quais ele espremeu na taça de Faraó e entregou a ele. Esse sonho significava que dentro de
três dias o copeiro seria tirado da prisão, e retornaria a posição original que lhe pertencia.
Após interpretar o sonho, José pediu para que o copeiro se lembra-se dele quando estivesse
com Faraó, para que ele pudesse ser libertado daquela prisão.
O padeiro, por sua vez, sonhou que sobre sua cabeça havia três cestos. No cesto de
cima havia vários tipos de pães e doces que Faraó gostava, porém vinham aves e comiam da
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cesta que estava sobre sua cabeça. A interpretação desse sonho era que em três dias Faraó
tiraria a cabeça do padeiro, pendurá-lo-ia em uma árvore e as aves comeriam a carne dele.

José interpretou o sonho de Faraó


Passando cerca de dois anos da interpretação dos sonhos na prisão, Faraó acabou
sonhando. Nenhum de seus magos e conselheiros pôde lhe dar a interpretação. Foi aí que o
copeiro se lembrou de José e falou dele para Faraó, que mandou chama-lo no palácio.
Faraó contou a José os sonhos que havia tido. No primeiro sonho, Faraó estava à beira
do rio Nilo, e viu sair sete vacas gordas que começaram a pastar. Logo depois vieram sete
vacas magras que comeram as vacas gordas. Mesmo após terem comido as vagas gordas, elas
continuaram magras.
No segundo sonho, Faraó viu sete espigas de cereal que estavam boas e cresciam no
mesmo pé. Depois ele viu brotar sete espigas secas e ruins que engoliram as sete espigas boas.
José então disse a Faraó que ambos os sonhos na verdade eram apenas um. Esse
sonho correspondia ao que Deus iria fazer. Haveria sobre a terra do Egito sete anos de muita
fartura, mas depois haveria sete anos de fome tão severa que fariam com que se esquecessem
dos tempos de fartura.

José, o governador do Egito


Além de dar a José a interpretação do sonho, Deus também lhe concedeu sabedoria
para que ele apresentasse um plano para Faraó, a fim de que o Egito conseguisse superar os
sete anos de crise. Faraó então colocou José como segundo homem do Egito, abaixo apenas
dele (Gênesis 41:41).
A função ocupada por José era chamada no Oriente Antigo de Vizir. Tratava-se do
principal cargo administrativo que envolvia diversas funções, como por exemplo, ser
encarregado do tesouro, da justiça e da execução e supervisão dos decretos reais.
Após ser colocado no cargo de governador do Egito, José recebeu o nome egípcio de
Zafenate-Panéia (Gênesis 41:45), e se casou com Azenate, filha de um sacerdote de Om. José
e Azenate tiveram dois filhos: Manassés e Efraim. Mais tarde, os dois filhos de José
representariam o pai entre os filhos de Jacó, na distribuição das tribos de Israel.

José do Egito reencontra seus irmãos e seu pai


Com a fome que assolava a terra, crescia a fama de que o Egito tinha mantimento. Isso
fez com que os irmãos de José fossem até lá em busca de socorro. Em um primeiro instante,
apenas José os reconheceu (Gênesis 42:7,8). Mais tarde, porém, após alguns testes por parte
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de José (Gênesis 43:18), o governador do Egito revelou sua verdadeira identidade aos seus
irmãos. Aquele foi um encontro carregado de emoção (Gênesis 45).
Após a revelação de sua identidade, José tratou de trazer seu pai e toda sua família
para o Egito. Faraó também apoiou a sua decisão (Gênesis 47). Mais tarde, quando seu pai
morreu, José cuidou dos preparativos para o sepultamento. Ele mandou que Jacó fosse
embalsamado segundo o costume egípcio, e o sepultou em Canaã conforme era seu desejo
(Gênesis 50).

A morte de José
Depois de sua longa história, José entendeu que tudo havia sido um plano de Deus, e
que através de sua vida Israel foi preservado (Gênesis 45:7; 50:20). José então viveu o resto
dos seus dias no Egito. Ele alcançou a terceira geração dos filhos de Efraim, e morreu com
110 anos de idade.
Antes de morrer, José relembrou a promessa que Deus havia feito aos seus pais
(Abraão, Isaque e Jacó) de que seu povo herdaria a terra prometida. Então ele pediu para que
quando Deus tirasse os israelitas dali, que seus restos mortais também fossem levado por eles.
Assim, José morreu confiante na promessa do Senhor. Mais tarde, Moisés lembrou do desejo
de José e tirou seus ossos do Egito, conforme registrado no livro de Êxodo (13:19). José foi
sepultado em Siquém, em um pedaço de terra que seu pai, Jacó, havia comprado (Josué
24:32).

QUEM FOI O REI AMAZIAS NA BÍBLIA?


Amazias foi o nono rei de Judá que sucedeu seu pai, o rei Joás. O nome Amazias
significa “força de Yahweh”. A mãe de Amazias se chamava Jeoadã, e tudo o que se sabe
sobre ela é que a cidade de Jerusalém era o seu local de origem.
Amazias foi casado com Jecolias, uma mulher de Jerusalém. Juntos, eles foram pais de
Azarias, que ficou conhecido na história bíblica especialmente pelo nome Uzias. Para quem
não sabe, na época em que Amazias viveu, as tribos de Israel estavam divididas em dois
reinos: o reino de Israel, no Norte, e o reino de Judá, no Sul. A capital do reino de Israel era
Samaria, e a capital do reino de Judá era Jerusalém. Amazias pertencia ao reino de Judá.
Esse detalhe a respeito do reino dividido é importante para compreender corretamente
a história de Amazias. Isso porque, durante o seu reinado, houve um confronto entre Israel e
Judá. E o fato de o texto bíblico registrar os israelitas invadindo Jerusalém, pode causar
estranheza em quem não conhece esse contexto.

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O reinado de Amazias
Amazias começou a reinar em Judá quando tinha 25 anos de idade (2 Reis 14:1,2).
Isso aconteceu após seu pai, o rei Joás, ter sido vítima de uma conspiração de seus servos que
tirou sua vida. Portanto, ele assumiu o trono em meio a circunstâncias muito adversas, mas,
quando Amazias teve o seu reinado estabelecido, ele tratou de matar todos os envolvidos na
conspiração contra o seu pai (2 Reis 14:5,6). Amazias poupou somente os filhos dos
conspiradores, porque a Lei Mosaica proibia punir os filhos pelos pecados de seus pais (cf.
Deuteronômio 24:16).
O rei Amazias governou Judá durante 29 anos. O seu reinado pode ser classificado
como relativamente bom. Isso porque a Bíblia diz que Amazias fez o que era certo aos olhos
do Senhor, mas não tão fielmente quanto o rei Davi (2 Reis 14:3).
Na verdade, o reinado de Amazias foi semelhante ao de seu pai, Joás. Ambos
seguiram as obrigações da Aliança, mas falharam no mesmo ponto: Joás e Amazias não
conseguiram acabar com a adoração nos santuários altos, onde o povo ainda oferecia
sacrifícios e queimava incenso (2 Reis 14:4). Esses santuários altos tinham sido
reaproveitados quando os israelitas conquistaram Canaã. Porém, em desobediência ao Senhor,
eles continuaram adorando nesses santuários, mesmo após o Templo em Jerusalém ter sido
construído (cf. 1 Reis 3:2).

A vitória e o fracasso de Amazias


Um grande feito de Amazias durante o seu reinado, foi sua vitória contra os edomitas.
Ele feriu dez mil edomitas no vale do Sal, e conquistou a cidade de Selá, que passou a ser
chamada de Jocteel (2 Reis 14:7).
Mas Amazias cometeu um erro grave. Parece que ele deixou a soberba crescer em seu
coração após ter derrotado os edomitas, e resolveu desafiar o reino de Israel. O rei de Israel,
Jeoás, tentou alertar Amazias do seu erro, mas ele não aceitou e entrou numa batalha contra
Israel. Porém, o Reino do Norte era mais poderoso que o Reino do Sul, e Amazias foi
derrotado. Consequentemente, Jerusalém foi invadida, o Templo foi saqueado e reféns foram
capturados. O próprio Amazias foi levado preso para a capital do reino de Israel (2 Reis 14:8-
14).
Alguns estudiosos acreditam que Amazias permaneceu em Samaria até a morte de
Jeoás. Seja como for, é certo que essa foi uma aventura imprudente de Amazias, que resultou
na perda da autonomia de seu reinado, e na submissão do povo de Judá a Israel.

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A morte de Amazias
A Bíblia diz que Amazias viveu por mais 15 anos após a morte de Jeoás (2 Reis
14:17). Porém, no declínio de seu respeito em Judá, Amazias foi vítima de uma conspiração
na corte, assim como havia acontecido com seu pai. Por causa disso, Amazias foi forçado a
fugir de Jerusalém para Laquis, que era uma importante cidade de Judá localizada
aproximadamente a 24 quilômetros de Hebrom.
Mesmo assim, os conspiradores o encontraram em Laquis e o mataram ali. O seu
corpo foi levado sobre cavalos a Jerusalém, e sepultaram junto de seus pais. Então, o texto
bíblico informa que seu filho, Azarias (Uzias), foi proclamado rei pelos habitantes de Judá.
Inclusive, o rei Uzias foi o governante mais próspero desde os dias do rei Salomão (2 Reis
14:18-22). Todos esses eventos são registrados na história do Antigo Testamento e
demonstram a turbulência e as lutas que aconteceram durante o tempo dos reis de Israel e
Judá.

Outros Amazias na Bíblia


O nome Amazias é atribuído na Bíblia a outros três personagens do Antigo
Testamento, além do rei de Judá. O primeiro livro de Crônicas, menciona dois homens com
esse nome: um líder da tribo de Simeão, e um levita, filho de Merari, que foi um dos cantores
que serviram no Tabernáculo (1 Crônicas 4:34; 6:45).
Já o outro Amazias mencionado na Bíblia, era um sacerdote de Betel. Esse Amazias
ficou conhecido por ter feito oposição ao ministério do profeta Amós durante o reinado de
Jeroboão II (Amós 7:10-17).

PERSONAGENS POLÍCOS DO NOVO TESTAMENTO


HISTÓRIA DE ZAQUEU NA BÍBLIA: QUEM FOI ZAQUEU O PUBLICANO?
Zaqueu foi um chefe dos publicanos em Jericó que se tornou seguidor de Jesus. A
história de Zaqueu na Bíblia está registrada em Lucas 19:1-10, e destaca seu arrependimento
genuíno. Além disso, esse relato bíblico mostra como o Senhor Jesus se misturava com as
pessoas desprezadas pela sociedade religiosa da época.
Nada se sabe sobre quem foi Zaqueu além do que é dito sobre ele no Evangelho de
Lucas. Alguns estudiosos dizem que seu nome parece ser uma forma contraída de Zacarias,
que significa algo como “aquele de quem Yahweh se lembra”. Outros, no entanto, sugerem
que o nome Zaqueu significa “aquele que é justo”.

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Quem foi Zaqueu, o publicano?
Zaqueu morava e trabalhava no distrito de Jericó. Importantes rotas comerciais
passavam naquela região, que também contava com um palácio herodiano. Aliás, Herodes o
Grande e seu filho Arquelau, realizaram obras significativas naquela região.
Segundo Flávio Josefo, Jericó também possuía um importante polo de produção de
palmeiras e bosques de bálsamo. O unguento derivado do bálsamo de Jericó era muito
desejado na época. Tudo isso significa que aquela área era uma fonte de impostos muito
significativa. Jericó era uma das três principais coletorias de impostos da Palestina, e Zaqueu
era um dos principais responsáveis por essa arrecadação.
Como foi dito, a Bíblia diz que ele era um “chefe dos publicanos”. Essa designação
traduz o grego architelones indica que ele era um subcontratante de outros coletores. Portanto,
Zaqueu tinha sob sua supervisão alguns coletores responsáveis por arrecadar os impostos
indiretos para o governo romano. Isso significa que Zaqueu era um homem importante, uma
pessoa proeminente em sua região. Por isso o texto bíblico completa a informação dizendo
que ele era um homem rico. Saiba mais sobre quem eram os publicanos.

O encontro de Jesus com Zaqueu


Zaqueu aparece na narrativa bíblica como alguém que estava muito desejoso de se
encontrar com o Senhor Jesus. Quando ele ficou sabendo que Jesus estava passando por sua
cidade, ele procurou vê-lo a qualquer custo.
Mas o problema é que Zaqueu era de baixa estatura, e por causa da multidão ele não
conseguia ver o Mestre. Então, sem se importar com sua posição social, ele subiu em uma
figueira sicômoro para ver Jesus passar.
Quando Jesus se aproximou de onde Zaqueu estava, logo lhe disse: “Zaqueu, desça
depressa, porque hoje eu vou ficar em sua casa” (Lucas 19:5). A Bíblia diz que Zaqueu
desceu depressa e recebeu Jesus prazerosamente.
É interessante notar que apesar da ansiedade de Zaqueu em querer ver Jesus, ele
parece ter ficado surpreendido pelo fato de a iniciativa do contato entre eles ter partido do
próprio Senhor, e não dele. Isso significa que Zaqueu desejava vê-lo, mas era Jesus quem
estava buscando por ele. Além disso, Jesus não pediu permissão a Zaqueu para pousar em sua
casa. Ele também não propôs uma possibilidade de encontro. Literalmente o Senhor
simplesmente disse: “hoje eu vou ficar em sua casa”.
Diante da atitude de Jesus, todo o povo começou a reclamar. Eles ficaram indignados
porque Jesus havia dito que visitaria a casa de Zaqueu. Os judeus odiavam os publicanos. Eles
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consideravam os coletores de impostos como ladrões, extorquidores e traidores. Mas Jesus
havia prometido pousar justamente na casa do principal desses coletores. Jesus estava
buscando um dos homens mais detestados daquela cidade!

Jesus na casa de Zaqueu


No encontro com Jesus, Zaqueu demonstrou realmente a natureza de seu genuíno
arrependimento. Esse arrependimento não ficou apenas na teoria, ou se limitou a palavras
vazias. Ele revelou esse arrependimento na prática ao declarar estar doando, naquela mesma
hora, metade de suas possessões aos pobres. Ele não estava tentando obter a salvação através
de boas obras, mas estava entregando diante de Jesus simplesmente sua oferta de ação de
graças.
Mas Zaqueu não parou nesse ponto. Ele se comprometeu a devolver quadruplicada
qualquer quantia que tivesse defraudado de alguém. Normalmente a Lei Mosaica exigia que
numa restituição fosse acrescentado um quinto do valor a ser restituído como um tipo de juros
(Levítico 6:1-5; Números 5:7). Zaqueu, no entanto, decidiu fazer ainda mais do que isso. Ele
não ofereceu um quinto de acréscimo em sua restituição, mas quatro vezes mais.
Considerando o fato de ele ter doado metade de suas posses aos pobres, e declarado na
presença de todos uma restituição tão generosa, parece claro que Zaqueu tinha sido desonesto
ao longo de sua vida. Direta ou indiretamente, o chefe dos cobradores de impostos havia
permitido uma cobrança excessiva.
Muitas pessoas se esforçam para tentar provar que Zaqueu não teria sido um
extorquidor, como se Cristo não pudesse, jamais, ter olhado para um corrupto. Todavia, todo
o contexto da história de Zaqueu aponta para outra direção. Naquele dia Jesus mostrou
compaixão para com alguém que certamente não merecia. Sim, Jesus entrou numa casa que
ninguém mais dentre o povo gostaria de entrar.

A transformação de Zaqueu
Zaqueu pôde ouvir de Jesus as doces palavras: “Hoje a salvação entrou nesta casa,
porque até este homem é um filho de Abraão” (Lucas 19:9). Jesus não disse que um mero
conforto, uma alegria superficial ou uma prosperidade terrena e passageira havia entrado na
casa de Zaqueu. Ele foi claro ao dizer que a salvação, não menos que isto, havia entrado em
sua casa. Zaqueu e as demais pessoas daquele lar estavam diante da maior bênção que
poderiam receber.

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Consequentemente Jesus declarou que Zaqueu era filho de Abraão. Obviamente o
objetivo de Jesus não era dizer que o publicano Zaqueu era um descendente físico do
grande patriarca Abraão. Mas ao dizer que ele também era um filho de Abraão, Jesus estava
se referindo ao sentido espiritual. Naquele dia Zaqueu estava se juntando pela fé no Filho de
Deus à verdadeira descendência de Abraão (cf. Gálatas 3:9,29).
A história de Zaqueu termina com a confirmação por parte de Jesus que de fato havia
sido Ele quem encontrou o chefe dos publicanos, e não o contrário. Ele disse: “Porque o
Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lucas 19:10). Jesus buscou,
encontrou e salvou Zaqueu. O Bom Pastor havia encontrado uma de suas ovelhas perdidas
(Lucas 15:1-7). Poucos dias depois, Aquele a quem Zaqueu recebeu em sua casa, derramaria
seu sangue e entregaria sua vida também em seu favor.

QUEM FOI O REI AGRIPA NA BÍBLIA? BIOGRAFIAS DE HERODES AGRIPA


Quando se fala em que foi o rei Agripa na Bíblia é preciso saber que dois reis são
mencionados no Novo Testamento com esse nome. Ambos pertenciam à dinastia herodiana.
Por isso são chamados de Herodes Agripa I e Herodes Agripa II.
Tanto Agripa I quando Agripa II são citados exclusivamente pelo escritor do livro de
Atos dos Apóstolos. Por esse motivo é comum que algumas pessoas confundam um com o
outro. A seguir conheceremos a biografia de cada um deles.

Herodes Agripa I
Herodes Agripa I foi neto do rei Herodes o Grande por parte de seu casamento com
Mariamne, a princesa hasmoneana. Ele era filho de Aristóbulo, executado em 6 d.C. a mando
do próprio pai.
Agripa recebeu esse nome em homenagem ao ministro do imperador romano Augusto.
Ele foi criado em Roma, e frequentava os círculos da família real do império. Parece que
Agripa acabou se envolvendo em problemas financeiros que lhe forçaram a sair de Roma por
volta de 23 d.C.
Acredita-se que durante algum tempo ele foi acolhido em Tiberíades por Herodes
Antipas, seu meio tio, casado com sua irmã, Herodias. Mas tempos depois Agripa se
desentendeu com Antipas, e mais uma vez retornou a Roma.
Agripa I era amigo de Gaio, que veio a se tornar o imperador Calígula. Durante o
governo de Tibério, ele acabou preso por expressar de forma descuidada o seu desejo de que
Gaio, seu amigo, se tornasse logo o novo imperador.

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Gaio finalmente ascendeu ao trono após a morte de Tibério e foi generoso com seu
amigo Agripa I. Após libertá-lo da prisão, ele lhe concedeu a tetrarquia que era administrada
por Herodes Filipe, o tetrarca, que morreu em aproximadamente 34 d.C. Filipe também era
seu meio tio.
Depois, quando Herodes Antipas foi deposto em 39 d.C., Agripa assumiu o seu
território. Então além de governar sobre a tetrarquia a nordeste da Palestina, a Galileia e a
Pereia foram adicionadas ao seu reino. Nessa altura Agripa já ostentava o título de rei.
Quando Claudio se tornou o novo imperador de Roma, os territórios de Agripa foram
ainda mais ampliados. Ele recebeu o domínio sobre a Judeia e a Samaria. Isso significa que
ele governava sobre um reino de extensão praticamente equivalente ao reino de Herodes o
Grande, seu avô. Todo esse poder justificava sua designação como “rei Herodes”.

Agripa I e a perseguição aos cristãos


É nesse contexto que Herodes Agripa I aparece no livro de Atos dos Apóstolos.
Quando assumiu a Judeia, ele se esforçou para conquistar a simpatia dos judeus. A seu favor
ele tinha o fato de ser um descendente dos hasmoneus, por parte de mãe.
Para os judeus, os hasmoneus é quem tinham direito ao trono, enquanto os herodianos
eram impostores. Mas diferentemente dos outros Herodes, Agripa I também tinha o sangue da
antiga dinastia iniciada com a Revolta dos Macabeus.
Por tudo isso ele aparentava ser comprometido com os costumes judaicos. Acredita-se
que foi ele quem chegou a interceder para que o imperador romano não colocasse uma estátua
sua em Jerusalém com propósito de receber honras divinas.
Em Atos 12 lemos sobre a forma com que ele perseguiu a Igreja Primitiva. Essa
perseguição foi viabilizada, principalmente, por causa do apoio que ele contava por parte dos
judeus. Foi durante o reinado de Herodes Agripa que ocorreu o primeiro martírio dentro do
colégio apostólico.
Agripa mandou matar à espada o apóstolo Tiago, irmão de João. Ele também mandou
prender o apóstolo Pedro, que mais tarde foi libertado da prisão de forma sobrenatural pelo
anjo do Senhor. Quando Herodes descobriu sobre a fuga de Pedro, acabou punindo os guardas
responsáveis por guardá-lo (Atos 12:1-19). Nos dias de Herodes Agripa os cristãos foram
maltratados, mas eles perseveraram em oração e o Evangelho crescia e se multiplicava.

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A morte de Herodes Agripa I
O relato da morte de Herodes Agripa I é um dos mais conhecidos entre os cristãos. A
Bíblia diz que em certo dia ele estava vestido de vestes reais assentado em seu trono enquanto
falava ao povo. Então seus súditos começaram a clamar: “É voz de um deus, e não de
homem” (Atos 12:22).
Segundo o texto bíblico, o anjo do Senhor o feriu, por ele não haver dado glória a
Deus. Isso significa que ele aceitou para si uma honra que não lhe pertencia, dando mostras de
seu orgulho. A Bíblia diz que por fim ele expirou comido de bichos (Atos 12:23).
O historiador Judeu Flávio Josefo registra esse acontecimento dizendo que Herodes
Agripa sentiu subitamente fortes dores abdominais. Essas dores acabaram por se tornar
insuportáveis. O rei morreu esgotado depois de cinco dias de terrível sofrimento. Sua morte é
datada em 44 d.C. Ele era pai de Agripa II, de Berenice (mencionada em Atos 25:13) e
Drusila (esposa do procurador Félix em Atos 24:24).

Herodes Agripa II
Herodes Agripa II era filho de Herodes Agripa I. Na ocasião da morte de seu pai, ele
foi considerado muito jovem para assumir o reino. Então o imperador romano instituiu um
representante seu para governar os judeus.
Entretanto, tempos depois ele recebeu de Claudio a oportunidade de governar.
Primeiro Agripa II assumiu o governo de regiões menores. Mais tarde ele foi sendo
introduzido por Cláudio nos assuntos judaicos e acabou recebendo territórios ao norte e
nordeste da Palestina.
Posteriormente, já no governo de Nero, ele teve seu domínio expandido. Foram
anexados ao seu reino, territórios próximos ao mar da Galileia e na região sul de Peréia. Ele
fez de Cesareia de Filipe sua capital, mas mudou o nome da cidade para Neronias, em
homenagem a Nero.
Agripa II possuía importantes amizades entre os pagãos gregos, enquanto tentava
manter bons relacionamentos com os judeus, dando importância aos rituais judaicos. Este é o
rei Agripa diante de quem Paulo de Tarso fez a sua defesa no livro de Atos dos Apóstolos
(Atos 25:13-26:32).
Depois de entrevistar o apóstolo, o rei Agripa II disse que Paulo estava tentando
persuadi-lo a ser cristão (Atos 26:28). Por fim o rei Agripa admitiu que não havia motivos
para o apóstolo Paulo ser mantido preso. Mas como Paulo tinha apelado para César, ele não

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poderia ser solto antes de ser julgado em Roma. Tudo isso fazia parte dos propósitos de Deus
para a expansão do Evangelho.
Quando o sentimento nacionalista cresceu entre os judeus, Agripa se esforçou na
tentativa de refrear uma revolta contra Roma. Porém ele não foi capaz de acalmar os ânimos,
e a revolta foi inevitável, culminando na queda de Jerusalém em 70 d.C.
Agripa se manteve fiel a Roma, e seus exércitos lutaram ao lado dos romanos. Ele
também contribuiu com a obra de Flávio Josefo enviando-lhe relatos sobre o conflito. Não há
informações detalhadas sobre o fim de sua vida, mas acredita-se que ele viveu até final do
primeiro século. Ele foi o último representante da dinastia de Herodes.

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