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Nome: Patrick Rocha de Oliveira

Questão 2:
A Teoria Geral de Keynes é revolucionária por trazer diversas
perspectivas novas para a ciência econômica no corpo de sua tese que
incorporavam as ideias macroeconômicas de economia não-regulável,
moeda como reserva de valor e intervenção estatal na economia.
Um dos pontos revolucionários da TG é a negação da Lei de Say,
invertendo os o conceito de que a oferta que gera a demanda. Para
Keynes, ocorre o contrário, a demanda que vai gerar a oferta. Com isso,
inverteu também a ideia de que o a poupança é a causa do
investimento. E a visão de inflação é de que os processos inflacionários
ocorrem por excesso de demanda. Portanto, a poupança causa
recessão.
A teoria tem caráter geral porque ela se ocupa de todos os níveis
de emprego e não apenas do pleno emprego, como era o caso da
análise econômica clássica. Buscando explicar o que determina o
volume de emprego num dado momento (pleno emprego, grande
desemprego amplo ou algum nível intermediário) e argumento que o
desemprego não é inevitável e nem voluntário, e além disso, que
poderia ser evitado com intervenção estatal para criar novos postos de
emprego.
Keynes vai dar uma maior importância para a moeda que passa a
ser considerada como de grande importância na determinação do
emprego e da produção. O dinheiro, na visão de Keynes, tem as
seguintes funções: meio de troca, unidade de conta e também reserva
de valor, sendo o dinheiro o ativo mais líquido da economia. Por ser o
ativo mais líquido, os agentes econômicos vão preferir entesourar
moeda em tempos de crise, para se proteger da incerteza do futuro,
gozando da segurança não presente em investimentos.
A visão de juros deixa de ser a compensação por entesourar no
presente, para ser a recompensa por abandonar a riqueza na forma
líquida. Quanto maior a preferência pela liquidez, maior será a taxa de
juros. E quando a taxa de juros se eleva, reduz o investimento,
reduzindo novos negócios e aumentando o desemprego. Ou seja, o
aumento da taxa de juros tende a reduzir a demanda efetiva.
Investimento é o fator determinante mais importante do emprego.
Elevado nível de emprego depende de elevado nível de investimento,
então o desemprego é resultado de investimento insuficiente. Sendo
investimento a variável dinâmica da economia e a taxa de juros governa
as decisões de investimento. O investimento depende da eficiência
marginal do capital e da incerteza que é incorporada na taxa de juros (I
= f(Emgk, i). Se Emgk é maior que a taxa de juros, o investimento
aumenta. No caso de Emgk menor que a taxa de juros, o investimento
diminui.
A irracionalidade causa a instabilidade e a base para tomadas de
decisões futuras é precária. Na teoria clássica racionalista não há
crises, dinheiro não importa como elo entre o passado, presente e
futuro. Keynes faz a diferente de risco e incerteza. Sendo o risco uma
probabilidade mensurável e a incerteza uma situação expressa por
valores indetermináveis e não quantificáveis, ou seja, numericamente
imensurável.
Para a TG, o sistema capitalista não tende ao equilíbrio e as crises
são cíclicas e inerentes ao sistema. Então faz-se necessário o estado
como instrumento de estabilização e fomentação da economia. O
estado deve complementar a economia privada. Essa é uma ideia
completamente diferente da clássica que acreditava que a economia
tende ao equilíbrio e que o estado não deveria intervir. Ideia também
conhecido como laissez faire.

Questão 4:
A Teoria Monetária Moderna é uma interpretação diferente da
interpretação neoclássica sobre a moeda estatal, sendo uma teoria
econômica heterodoxa. A teoria tem origem na década de 1990 em
grupos de discussão pós-keynesianos. Sua obra unificado inicial é a
Soft Currency (1996) de Warren Mosler. Mesmo tendo nascido em
grupos pós-keynesianos, a teoria gera muitas divergências na escola de
pensamento. Sua primeira ocorrência ocorreu em Bretton Woods em
1996.
A teoria teve contribuições na unificação monetária europeia, crise de
2008, crise da zona do euro, estagnação pós 2008 e mudanças
climáticas.
O ponto central da MMT é que que a expansão da base monetária
não causa necessariamente inflação, desde que o produto real da
economia esteja abaixo do seu produto potencial. O dinheiro novo que
entra na economia faz com que aumente o produto real, diminuindo o
hiato do produto. A inflação pela expansão da base monetária ocorre
apenas se o produto real for igual ao produto potencial. Nesse caso, a
expansão da base monetária aumentaria a demanda e geraria uma
inflação causada por excesso de demanda. Um outro limite para
impressão de moeda é o quanto os agentes econômicos estão
dispostos a aceita-la.
Outro ponto de vista é de que o estado não se financia com tributo,
pois o pagamento de tributo é apenas o retorno para o estado de um
dinheiro que já foi lançado na economia pelo estado.
Sendo de uma visão cartalista da moeda, o estado é inseparável da
origem da moeda, a MMT tem uma visão histórica que a unidade de
conta é o centro da natureza e origem da moeda, as demais funções da
moeda derivam da unidade de conta.
A criação da moeda pelo estado vem de dois passos: o primeiro é a
criação de uma unidade de medida das relações socias e o segundo é
uma obrigação dos agentes com o estado, obrigação essa que é
medida na unidade moeda do estado. As funções da moeda de valor e
troca derivam do gene estatal. A moeda é um passivo do estado e um
ativo do setor privado, então a moeda é sempre dívida do estado.
A MMT difere dos pós-keynesianos na origem da moeda e na lógica
de aceitação dela, nas ausências de restrições para financeiras à
política fiscal. Os pós-keynesianos também são contrários à ideia da
política monetária ser usada para manter a taxa de juros propicia ao
investimento e a estabilidade financeira, além das conclusões para os
países que não emitem moedas conversíveis em cenário internacional e
ocupam posições desfavoráveis nesse.

Questão 5:
A economia ortodoxa e heterodoxa diverge em diversos aspectos,
sendo antagônicas.
Enquanto os ortodoxos utilizam o instrumentalismo, a teoria é uma
ferramenta e não precisa expressar o real, apenas melhorar a
previsibilidade dos modelos. Os heterodoxos utilizam o realismo, sendo
necessário que a teoria tenha uma conexão com a realidade para poder
formar um instrumento de análise.
A ortodoxia parte do individualismo metodológico em que o indivíduo
parte indivisível e exógena da natureza social, sendo imutável. O
coletivo é a soma dos indivíduos. E a heterodoxia parte do organicismo
em que os agentes são seres sociais que moldam a sociedade e são
formados por ela. As instituições, cultura, ambiente e classe importam
para os heterodoxos. A soma dos indivíduos não é igual ao todo.
Para a teoria ortodoxa, o indivíduo possui racionalidade absoluta,
possui o conhecimento e a capacidade de usar a informação da melhor
forma possível. Ou também Racionalidade substantiva, em que a
assimetria de informação e impossibilidade a realização absoluta da
racionalidade. Já a heterodoxia trabalha com a racionalidade limitada,
os agentes econômicos possuem limitações como falta de informação,
tempo e cognição, e por suas limitações, os agentes se fundamentam
em hábitos e formam expectativas para um futuro incerto.
O foco analítico da ortodoxia está na escassez que molda o
comportamento, como os preços. Os recursos são escassos e a
economia é a ciência da alocação mais eficiente desses recursos. O
foco perspectivo está na troca e não no processo de produção. A
oposição heterodoxa foca sua análise na produção ao invés da troca,
sendo a geração e aumento da riqueza e da produção para as
necessidades de recursos. Se focando no excedente, nas causas do
crescimento e do progresso técnico, tendo uma fronteira produtiva
flexível.
Os ortodoxos defendem uma ciência pura, sem ideologia, acreditando
que as forças econômicas de mercado levaram a economia ao equilíbrio
e a maximização do bem estar-social. A assimetria de informação causa
anomalias, necessitando de intervenção pontuais de curto prazo para
recolocar a economia em equilíbrio. Na visão heterodoxa, o mercado
tende a oligopolização e monopolização e por isso é necessário a
intervenção do estado para promover estabilidade, crescimento e
dinâmica de poder.

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