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e Sociais Aplicadas
PARCERIA:
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FICHA TÉCNICA
Convidados do seminário de
aprofundamento temático
DILSON GOMES NASCIMENTO - SEDUC AMAZONAS
MAICKSON SERRÃO - SEDUC AMAZONAS
TATIANA SCHOR
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COMUNICAÇÃO E DESIGN
Coordenadora de Comunicação
ANGELA MARIS DO NASCIMENTO
Plataforma digital
PORVIR (Produção executiva)
SINTRÓPIKA (Design e desenvolvimento)
PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Coordenação
PABLO DE OLIVEIRA DE MATTOS Apoio à concepção - Técnicos e educadores
de redes de ensino
Concepção e redação EDILENE NASCIMENTO BARBOSA - SEED AMAPÁ
ANDRÉ SEKKEL CERQUEIRA ITALO BRUNO PAIVA GONÇALVES - SEDUC TOCANTINS
CAROLINE BÁRBARA MARTA CLEMENTINA SILVA DE MELO - SEED RORAIMA
KATRINE KATIUSSE DE ANDRADE SHEYLA REGINA JAFRA CORDEIRO - SEDUC AMAZONAS
SYNTIA ALVES
Especialista temático
Leitura crítica GEORGIA JORDÃO
REGINA TUNES
JOSILDO SEVERINO DE OLIVEIRA - SEDUC AMAZONAS Produção de infográfico
CLAUDEMES VIEIRA SOUSA - SEED RORAIMA CAMILA TRIBESS
GUARACI ASSIS PASTANA - SEED AMAPÁ
LUZINÉIA GUIMARÃES ALENCAR - SEDUC MATO GROSSO Edição de texto e revisão ortográfica
ANA ELISA FARIA DO AMARAL
Edição pedagógica DIOGO DA COSTA RUFATTO
CAMILA TRIBESS JAQUELINE COUTO KANASHIRO
CAROLINA MIRANDA LUCAS TADEU DE OLIVEIRA
MARCIA GLENADEL GNANNI
Apoio à concepção - Jovens amazônicas MARIANE GENARO
ELCIANE VALENTE DE MENESES DE ALMEIDA
MARTA RAYANE DA SILVA GOMES Diagramação
NATÁLIA XAVIER
RENAN DA SILVA ARAÚJO
VICTOR SOARES
WELLINGTON TADEU
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SUMÁRIO
Desmatamentos e conservação na região Amazônica
Ementa do módulo.................................................................................................................................................................................. 11
Infográfico................................................................................................................................................................................................. 14
Etapa 1: Descobrindo a Pan-Amazônia e seus conflitos socioterritoriais.......................................................................... 16
Etapa 2: Analisando os conflitos pan-amazônicos.................................................................................................................... 21
Etapa 3: Fórum pan-amazônico....................................................................................................................................................... 25
Referências............................................................................................................................................................................................... 30
Ementa do módulo................................................................................................................................................................................ 32
Infográfico................................................................................................................................................................................................ 36
Etapa 1: Debatendo a ocupação territorial a partir do conhecimento tradicional e indígena ............................ 38
Etapa 2: Amazônia legal e suas rodovias..................................................................................................................................... 48
Etapa 3: Sinop e Medicilândia: entre a soja e o cacau............................................................................................................. 52
Etapa 4: Redes agroecológicas........................................................................................................................................................ 56
Material do estudante..........................................................................................................................................................................60
Referências................................................................................................................................................................................................74
Ementa do módulo................................................................................................................................................................................ 78
Infográfico................................................................................................................................................................................................ 82
Etapa 1: Dados dos desmatamentos.............................................................................................................................................. 84
Etapa 2: Características dos desmatamentos............................................................................................................................. 88
Etapa 3: Desmatamentos e produção econômica.................................................................................................................... 93
Etapa 4: Bioeconomia: perspectivas de um outro modelo de desenvolvimento.........................................................................98
Referências............................................................................................................................................................................................. 103
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CIÊNCIAS HUMANAS
E SOCIAIS APLICADAS
Desmatamentos e conservação
na região Amazônica
EMENTA DA UNIDADE CURRICULAR
Tema
Biodiversidades e sociodiversidades da Amazônia
Área do conhecimento
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Perfil docente
Docentes da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Resumo
Com base nos diversos espaços urbanos, esta unidade curricular aborda os impactos
econômicos e socioambientais do desflorestamento da região amazônica. Consideran-
do as estratégias dos principais atores sociais e econômicos presentes nas novas áreas
de fronteira amazônicas, o percurso convida os estudantes a compreender e analisar a
racionalidade desses atores e suas motivações – individuais e de grupo – nas relações
com a natureza (uso, exploração, produção, conservação). A partir de um olhar transna-
cional e complexo, as transformações socioambientais analisadas evidenciam as cone-
xões entre as dinâmicas do meio urbano e a questão ambiental. Além disso, a partir dos
recursos das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, os estudantes têm a oportunidade
de projetar atitudes cidadãs em relação à problemática dos desmatamentos nas regiões
amazônicas.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
DESMATAMENTOS E CONSERVAÇÃO NA REGIÃO AMAZÔNICA
Objetivos de aprendizagem
• Analisar e caracterizar os desmatamentos nas diversas áreas de fronteiras da re-
gião amazônica com base nos dados estatísticos (indicadores, gráficos, tabelas)
e de representações cartográficas de diversos tipos (mapas temáticos, anamor-
foses, entre outros).
• Examinar criticamente os impactos socioambientais do desmatamento no espa-
ço urbano da região, tendo em vista a interação entre os diversos atores sociais,
bem como as dinâmicas locais e globais.
• Compilar, sistematizar e refletir sobre as diversas experiências de interação e
conservação dos povos tradicionais e a floresta, a fim de que os estudantes re-
únam ferramentas que os auxiliem na concretização de projetos pessoais – em
âmbito local, regional, nacional e/ou global –, considerando os desafios relacio-
nados ao racismo ambiental, os impactos socioambientais, os direitos humanos e
a promoção da cidadania.
EIXOS ESTRUTURANTES
Empreendedorismo
Investigação científica
Processos criativos
(EMIFCHSA05) Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos para resolver problemas reais
relacionados a temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural,
em âmbito local, regional, nacional e/ou global.
(EMIFCHSA06) Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais rela-
cionados a temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em
âmbito local, regional, nacional e/ou global.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
DESMATAMENTOS E CONSERVAÇÃO NA REGIÃO AMAZÔNICA
Objetos de conhecimento
Pan-Amazônia; fronteira agrícola; desmatamento; bioeconomia; racismo ambiental;
povos tradicionais; redes urbanas amazônicas.
MÓDULOS
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
DESMATAMENTOS E CONSERVAÇÃO NA REGIÃO AMAZÔNICA
Avaliação
O processo de avaliação é contínuo e processual ao longo das atividades de cada mó-
dulo, com observação e registro sobre as dimensões da aprendizagem: se os estudan-
tes caracterizam satisfatoriamente a região da Pan-Amazônia e refletem sobre desafios
e possibilidades relacionados aos conflitos socioterritoriais; se os estudantes analisam
criticamente o avanço da fronteira agrícola na região amazônica; se argumentam de
maneira fundamentada em dados a respeito do consumo sustentável; se os estudantes
caracterizam e analisam criticamente o processo de formação urbana e econômica da
região amazônica e os impactos dos desmatamentos; se os estudantes elaboram solu-
ções de longo prazo para o desenvolvimento sustentável da região; se os estudantes
estabelecem relação entre as formas pelas quais os povos amazônidas vêm lutando
pela conservação da região; se os estudantes compreendem o conceito de racismo am-
biental e seus aspectos estruturais.
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MÓDULO
PAN-AMAZÔNIA E SEUS
CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
CIÊNCIAS HUMANAS
E SOCIAIS APLICADAS
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
Resumo
Este módulo convida os estudantes a caracterizar e refletir sobre a região pan-amazô-
nica, suas redes urbanas, a diversidade e os nexos culturais, políticos, econômicos, his-
tóricos e, com base em dados e mapas, analisar os conflitos socioterritoriais na região
de fronteira da Amazônia internacional. Realizam pesquisa e análise das perspectivas
geopolíticas, conflitos de soberania, tendo em vista os impactos socioambientais da de-
gradação ambiental na região. Nesse sentido, como proposta de engajamento pessoal
no tema, os estudantes criam um fórum global de cooperação internacional de soluções
para a região, a partir de conhecimentos e recursos relacionados às Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas.
Expectativas de aprendizagem
• Caracterizar, comparar e sistematizar os conflitos socioterritoriais nas fronteiras da
Pan-Amazônia seguindo diferentes fontes e narrativas, expressas em diversas lin-
guagens, estabelecendo, assim, conexões com a complexidade das redes urbanas
da região.
• Analisar os impactos socioambientais da degradação ambiental a partir de situa-
ções-problema que envolvam conflitos de soberania e perspectivas geopolíticas re-
gionais, argumentando criticamente a respeito dessas questões.
• Identificar, caracterizar, sintetizar os desafios regionais relacionados aos conflitos
socioterritoriais e à degradação ambiental, a fim de projetar intervenções de coope-
ração internacional, selecionando e mobilizando intencionalmente conhecimentos e
recursos relacionados às Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
CG 1, CG 2, CG 7 e CG 10
EIXOS ESTRUTURANTES
Empreendedorismo
Investigação científica
Processos criativos
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Pan-Amazônia; fronteira agrícola; desmatamento; bioeconomia; racismo ambiental; po-
vos tradicionais; redes urbanas amazônicas.
(EM13CHS605) Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos, recorrendo às noções de justiça,
igualdade e fraternidade, identificar os progressos e entraves à concretização desses direitos nas diversas
sociedades contemporâneas e promover ações concretas diante da desigualdade e das violações desses
direitos em diferentes espaços de vivência, respeitando a identidade de cada grupo e de cada indivíduo.
(EMIFCHSA05) Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos para resolver problemas reais
relacionados a temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural,
em âmbito local, regional, nacional e/ou global.
(EMIFCHSA06) Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais rela-
cionados a temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em
âmbito local, regional, nacional e/ou global.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
Avaliação
A avaliação das etapas do módulo se dará de forma processual a partir dos instrumen-
tos: relatório com os principais aspectos sociopolíticos dos conflitos socioterritoriais da
região pan-amazônica, documento que servirá de base para as apresentações no fórum
global. O processo de organização do fórum, bem como o envolvimento e o engajamen-
to dos estudantes nos grupos de trabalho e a autoavaliação dos jovens, poderão servir à
avaliação docente.
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CIÊNCIAS HUMANAS
E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
DIREITOS CONFLITOS
HUMANOS SOCIOTERRITORIAIS
Discussões sobre
Pan-Amazônia
envolvem…
NOÇÃO DE
AMAZÔNIA
INTERNACIONAL
E por quê?
NOÇÃO DE AMAZÔNIA
INTERNACIONAL
Permite abordar questões geopolíticas
relacionadas aos países que possuem a
Floresta Amazônica em seu território.
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
a a a
1 ETAPA
Causas e consequências de
3 ETAPA
Organização de fórum,
fronteiras e diversidades conflitos socioterritoriais, com propostas de solução para
socioambientais. pesquisa histórica. conflitos socioterritoriais e
direitos humanos.
REALIZAÇÃO:
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
ACONTECE NA ETAPA
Interpretação e análise a partir de dados, mapas e representações da
região pan-amazônica, suas fronteiras e seus conflitos, sob a perspec-
tiva da garantia dos direitos humanos
Mapa mental sobre as principais formas de regionalização: uso e ocu-
pação humana, distribuição de recursos naturais e territorialidades
Texto dissertativo a respeito dos conflitos socioterritoriais que ocor-
rem na Pan-Amazônia, tendo em vista semelhanças, diferenças e as-
pectos históricos
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
PONTO DE PARTIDA
Saiba mais
Amazônia Legal
Regionalização instituída pela Lei 1.806/1953, durante o governo Vargas – também
conhecida como Amazônia Brasileira. A região foi definida sob a lógica do desenvol-
vimentismo brasileiro do pós-guerra. Na ocasião, a legislação permitiu que os estados
do Mato Grosso, do Tocantins (na época Goiás) e metade do Maranhão (até o meri-
diano 44º) fossem incorporados à região. “Com relação ao termo Amazônia Legal,
diz respeito a uma região de planejamento. É uma decisão do governo brasileiro, por
uma questão estratégica de planejamento, de proposta de desenvolvimento regional,
estabelecer legalmente uma delimitação da Amazônia, que abranja os estados da re-
gião Norte e o estado do Maranhão. Ou seja, trata-se de uma estratégia de gestão,
quando se destina recursos para o desenvolvimento dessa região legalmente defini-
da”, explica o docente de geografia na Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
Isaque Sousa. “Além das questões naturais, têm as questões políticas. E fazer parte da
Amazônia Legal é ter acesso a recursos”, acrescenta Sousa.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
Fonte: Entenda a diferença entre Amazônia Legal, Internacional e Região Norte | Por-
tal Amazônia1.
Saiba mais
Amazônia Internacional ou Pan-Amazônia
O aspecto internacional diz respeito à relação entre os diferentes países que com-
põem a região. A particularidade dessa localidade é englobar diferentes países. São
eles: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e
Suriname. A região possui 7 milhões de quilômetros quadrados da América do Sul,
e mais de 60% dessa área está no Brasil. “Na Amazônia, em termos de biogeografia,
temos cerrados, campos, terra firme, alagados, cidades, metrópoles, vilas, pequenas
comunidades e nove idiomas”, informa Isaque Sousa. Há, inclusive, um movimento que
denomina a região de Pan-Amazônia, que corresponde aos mesmos países da Ama-
zônia Internacional.
2
DESENVOLVIMENTO
3. Neste momento, você deve contextualizar a Declaração Universal dos Direitos Hu-
manos, documento da Organização das Nações Unidas (ONU), abordando as viola-
ções dos direitos humanos na região, a partir dos mapas dos conflitos socioterritoriais
na Pan-Amazônia, encontrados nas páginas 20, 22 e 26 do Atlas de Conflitos Socioter-
ritoriais Pan-Amazônico | Fórum Social Pan-Amazônico | Comissão Pastoral da Terra.
Em seguida, informe à turma que este é o problema a ser enfrentado neste percurso
de aprendizagem baseada em problemas: os conflitos socioterritoriais na Pan-Ama-
zônia. Os mapas podem ser analisados e debatidos em duplas, seguindo a estratégia
de aprendizagem colaborativa. Espera-se que os estudantes possam refletir sobre a
presença de conflitos socioterritoriais na região, suas semelhanças e diferenças, cau-
sas e violações dos direitos humanos, a partir dos dados presentes nos mapas. Na
sequência, uma definição do conceito de região pode ser apresentada aos estudantes,
para que eles estabeleçam relações entre o que foi debatido a respeito dos mapas so-
bre os conflitos e a região pan-amazônica. Ao refletir acerca desse conceito, os jovens
também poderão ampliar a compreensão a respeito das formas de regionalização.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
Por ora, solicite aos estudantes que elaborem, individualmente, mapas mentais sinte-
tizando de que forma o conceito de região auxilia na compreensão e na classificação
dos conflitos socioterritoriais selecionados. Essas produções poderão ser revisitadas
durante o percurso.
Saiba mais
O conceito de região
É uma área ou um espaço que foi dividido obedecendo a um critério específico. Trata-
-se de uma elaboração racional humana para melhor compreender uma determinada
área ou um aspecto dela. Assim, as regiões podem ser criadas para realizar estudos
sobre as características gerais de um território (as regiões brasileiras, por exemplo)
ou para entender determinados aspectos do espaço (as regiões geoeconômicas do
Brasil, para compreender a economia brasileira). Eu posso criar minha própria região
para a divisão de uma área a partir de suas práticas culturais ou por suas diferentes
paisagens naturais, entre outros critérios (GUITARRARA, 2023).
Diálogos Amazônicos
Violações dos direitos humanos na Pan-Amazônia
Os principais conflitos socioterritoriais na região pan-amazônica resultam em diversas
violações dos direitos humanos. Esses casos foram debatidos na terceira edição da
Escola de Direitos Humanos, que ocorreu em julho de 2022, por iniciativa do Núcleo
de Direitos Humanos da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam). Na Bolívia, há casos
de invasão de territórios indígenas por grandes e pequenas empresas extrativistas.
No Equador, o derramamento de petróleo cru no rio Coca causa uma série de pro-
blemas à população local. Na Colômbia, o desmatamento na Amazônia colombiana
afeta o bem-estar das comunidades. No Brasil, há os casos das lutas pela manutenção
dos territórios quilombolas em Rondônia; no assentamento Jatobá, em Roraima; e os
conflitos nas aldeias Maraguá, em Nova Olinda do Norte, no Amazonas. No Peru, por
exemplo, há o projeto de uma hidrovia que impactará a comunidade indígena Kocama
e a luta pelo território da comunidade de Puerto Novo. Na Venezuela, ocorrem dispu-
tas pelo controle territorial, ameaças do garimpo e extração de madeira ilegal nos ter-
ritórios indígenas. Na Tríplice Fronteira, há casos de exploração e o tráfico sexual de
crianças e adolescentes, um problema que também tem sido observado nas regiões
do Peru, da Colômbia e do Brasil.
Fonte: texto adaptado da notícia III Escola de Direitos Humanos reúne líderes da Pan-
-Amazônia e chama atenção para a defesa de seus direitos | REPAM | Conselho Indi-
genista Missionário (CIMI).
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
SISTEMATIZAÇÃO
Avaliação em processo
A etapa permite que o processo avaliativo seja realizado de forma processual. No Pon-
to de partida, é possível considerar uma avaliação diagnóstica a respeito dos conheci-
mentos prévios dos estudantes a respeito das regiões amazônicas e a capacidade da
turma em levantar hipóteses sobre o processo de regionalização das regiões amazô-
nicas. No item Desenvolvimento, você poderá avaliar as relações estabelecidas entre
o conceito de região com as informações coletadas a partir dos mapas e com as refle-
xões dos debates. Os mapas mentais podem ser instrumentos de avaliação individual,
considerando o poder de síntese e sistematização dos estudantes do que foi construí-
do até o momento. A Sistematização, por meio dos textos dissertativos, também pode
se traduzir em uma estratégia potente, sobretudo se considerada a possibilidade de
realizar devolutivas, estimulando, assim, a autoavaliação dos estudantes. Para a am-
pliação de conhecimentos e de repertório sobre práticas avaliativas, recomendamos a
realização da Trilha de Aprendizagem do componente O lugar da avaliação | Instituto
iungo, Instituto Reúna | Itaú Educação e Trabalho | Programa Nosso Ensino Médio.
8.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
ETAPA 2: ANALISANDO OS
CONFLITOS PAN-AMAZÔNICOS
CARGA HORÁRIA MÉDIA SUGERIDA: 6H
ACONTECE NA ETAPA
Grupos de trabalho analisam casos de conflitos nos países amazônicos
(Brasil, Colômbia, Peru e Bolívia) que envolvam disputas políticas, ter-
ritoriais e a violação de direitos humanos
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
material privilegiado para sua curadoria e seu planejamento. Nele, você encontrará
exemplos de conflitos em quatro países da Pan-Amazônia, com dados, fotos e relatos.
A seguir, questione os estudantes: “Vocês conseguem apontar semelhanças e diferen-
ças entre os conflitos apresentados?”; “Conhecem outros conflitos na região?”. Retome
os debates realizados na etapa anterior para ampliar reflexões sobre o assunto. Esse
momento tem por objetivo sensibilizar os estudantes na busca por mais informações
a respeito de conflitos que ocorrem na Pan-Amazônia, avançando na aprendizagem
baseada em problemas, para o momento de investigação e aprofundamento sobre o
contratempo. Portanto, é importante que você exerça sua presença pedagógica, a fim
de construir junto aos estudantes boas questões e hipóteses a respeito do tema.
Diálogos Amazônicos
Conflitos socioterritoriais na Pan-Amazônia
O Atlas dos conflitos socioterritoriais da Pan-Amazônia registra 1.308 conflitos ativos
– ou seja, com desdobramentos – no cenário dos anos 2017 e 2018, muitos dos quais
seguem constantes. A pesquisa considera números qualificados estado por estado,
departamento por departamento, nos quatro países. Ao todo, as lutas socioterritoriais
envolveram 167.559 famílias amazônicas. O Brasil compreende 60% da área territorial
da Pan-Amazônia e encabeça a lista do maior número de conflitos, 995 do total, segui-
do por 227 conflitos, na Colômbia; 69, no Peru; e 17, na Bolívia. No recorte 2017-2018,
apenas no Brasil foram 131.309 famílias atingidas por esses conflitos, seguidas de Peru,
com numerosos conflitos coletivos, envolvendo 27.279 famílias, enquanto Colômbia
documentou 7.040 famílias e Bolívia, 1.931. Diversos sujeitos sociais resistiram, junto
aos seus territórios, ao avanço de frentes colonizadoras, extrativistas e de grilagem de
terras. Esses sujeitos foram agrupados em quatro grandes grupos: Indígenas; diversi-
dade de Comunidades Tradicionais – como ribeirinhos e seringueiros –; Quilombolas;
e os Colonos e Pequenos Agricultores (chamados interculturales em Bolívia e Peru),
compostos por colonos. No Brasil, mais de 42% dos conflitos na Pan-Amazônia envol-
veram pequenos agricultores – frentes de migração e de colonização –, enganados
pelas promessas de terra fácil; em seguida, estão os indígenas (17%); as Comunidades
Tradicionais (29%); e os Quilombolas (11%). Assim, no Brasil, os grupos de Indígenas,
Comunidades Tradicionais e Quilombolas representam mais da metade dos conflitos
(528). Na Bolívia, os indígenas e campesinos (como são denominadas as comunidades
tradicionais), representam a totalidade dos grupos envolvidos. No Peru, a maioria dos
conflitos registrados (78%) envolvem povos indígenas, enquanto na Colômbia, os con-
flitos que abarcam os indígenas correspondem a um terço do total no país. Os confli-
tos que englobam quilombolas na Amazônia foram registrados quase todos no Brasil.
Também é possível acessar uma reportagem sobre o atlas: Atlas Pan-Amazônico apre-
senta dados dos conflitos na Amazônia entre 2017 e 2018 | Jornal do Amapá 1ª edição
| Globoplay.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
2. Na sequência, pactue com os estudantes a leitura do texto “A luta pela terra e pelo
território na Amazônia”, disponibilizado no Atlas de Conflitos Socioterritoriais Pan-
-Amazônico| Fórum Social Pan-Amazônico | Comissão Pastoral da Terra. (pp. 10-14). O
texto poderá ser utilizado sob a estratégia da sala de aula invertida (ver mais detalhes
na Caixa de Metodologias e Estratégias). Os estudantes podem sistematizar a leitura
e a análise com as questões:
Na socialização, sob a sua mediação, mobilize a turma, para que os estudantes organi-
zem um quadro no qual agreguem novas informações. Esse quadro será utilizado pos-
teriormente como base para os grupos de trabalho sobre os conflitos socioterritoriais.
Dessa forma, os estudantes poderão entrar em contato com uma produção científica,
a fim de introduzi-los ao tema, interpretar e sistematizar informações.
2
DESENVOLVIMENTO
3. Informe à turma a respeito de uma pesquisa (ver mais detalhes na Caixa de Meto-
dologias e Estratégias) que será realizada. A dinâmica sugerida para a pesquisa é um
estudo em grupos dos casos de conflitos socioterritoriais no Brasil, na Colômbia, no
Peru e na Bolívia, apresentados no atlas analisado anteriormente. Essa pesquisa pode-
rá ser organizada da seguinte forma:
• A mobilização para essa pesquisa começou no Ponto de partida, com início na recu-
peração das produções e das reflexões dos estudantes e por meio da leitura do texto
de abertura do Atlas de Conflitos Socioterritoriais.
• O planejamento da pesquisa é parte fundamental do processo. Vale a pena aproveitar
esse momento para trabalhar com os estudantes o passo a passo de uma pesquisa,
fazendo com que se planejem no sentido de definir: a) Como os grupos vão se organi-
zar?; b) Quais serão os conflitos e os países analisados?; e c) Qual a data de apresenta-
ção da pesquisa (planejamento reverso, ou seja, pensando na data final de apresenta-
ção do trabalho e organizando tudo o que precisa ser feito até lá)? Considere realizar,
nesse momento, uma discussão sobre o processo de avaliação que será realizado e
acolha sugestões dos estudantes, criando um processo participativo para isso.
• A execução da pesquisa será feita pelos grupos, a partir da análise dos casos apre-
sentados no atlas. O quadro elaborado no Ponto de partida poderá ser utilizado como
base para a consulta. Os grupos deverão analisar as seções de cada conflito e país
apresentados no Atlas de Conflitos Socioterritoriais Pan-Amazônico e: a) sintetizar
cada caso; b) sistematizar o número dos conflitos, as causas e os sujeitos envolvidos;
e c) avaliar criticamente os impactos e as violações dos direitos humanos relacionados
a esses conflitos. Dessa maneira, as questões presentes no quadro serão preenchidas
com novas informações. Organize os grupos de maneira a garantir que os integrantes
tenham papéis e responsabilidades definidos e pactuados.
• A sistematização das aprendizagens ocorre na sequência.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
SISTEMATIZAÇÃO
Avaliação em processo
A etapa permite que a avaliação seja realizada de forma processual. No Ponto de par-
tida, é possível considerar uma avaliação diagnóstica acerca dos conhecimentos pré-
vios dos estudantes a respeito dos conflitos socioterritoriais da Pan-Amazônia. Consi-
dere avaliar o engajamento e o poder de síntese e sistematização dos estudantes, por
meio do exercício realizado a partir da estratégia da sala de aula invertida. Na seção
Desenvolvimento, é possível avaliar o engajamento e a interação dos estudantes em
grupos de trabalho. A sistematização do conhecimento permitirá a você, docente,
avaliar os infográficos, bem como possibilitar que a turma realize autoavaliações a
partir do debate sobre essas produções. Considere a capacidade de os estudantes es-
tabelecerem relações entre os conflitos e as violações dos direitos humanos enquanto
um aspecto a ser avaliado.
8.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
ACONTECE NA ETAPA
Fórum organizado pelos estudantes, com o objetivo de apontar saídas
e processos transnacionais de cooperação para a região pan-amazôni-
ca, a partir dos conflitos estudados anteriormente
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
ter um grupo organizador, que vai mediar as mesas e propor questões aos grupos/
delegações. Essa turma deverá realizar uma síntese de, ao menos, dois exemplos
de fóruns internacionais, sistematizando regras, processos, etapas e encaminha-
mentos. Essa síntese deverá ser apresentada aos demais grupos e pactuada, antes
da culminância, a fim de que todas as equipes se reconheçam na participação da
simulação do fórum e definam seus ritos e suas regras. Outra sugestão é ter um
grupo responsável pela cobertura jornalística do evento e pela avaliação do de-
sempenho dos demais grupos, fazendo entrevistas e reportagens sobre o que é
discutido e, assim, elaborando sínteses das participações. Essa turma deverá focar
a construção de um instrumento para que haja avaliação e autoavaliação entre os
grupos, com tópicos prioritários a serem cobertos durante a simulação. Solicite
que essa equipe compartilhe os tópicos com os demais, antes da culminância, e
pactue sua validade. Considere realizar nesse momento uma discussão sobre o
processo de avaliação que será realizado e acolha sugestões dos estudantes, crian-
do um processo participativo para isso.
• Execução: o fórum é realizado, as delegações apresentam seus casos e as soluções
propostas, debates são realizados entre as delegações sob a mediação do grupo
organizador. A equipe com a função jornalística realiza a cobertura do evento a
partir do que foi pactuado, garantindo os registros escritos e visuais.
• Sistematização: apropriação de resultados com base nos tópicos avaliativos pac-
tuados e socialização coletiva a respeito do fórum.
Diálogos Amazônicos
Carta de Belém à realização do X Fórum Social Pan-Amazônico 2022
(...) Tudo isso nos leva a ponderar que a Amazônia brasileira é o território mais indicado para
sediar o X Fospa, e, entre as cidades amazônicas, a que reúne todas as condições, no mo-
mento, para ser a sede de um evento de tamanha magnitude é Belém, do Pará. O momento
para o Fospa é histórico, esse evento-processo começou sua trajetória aqui, neste territó-
rio…é hora de voltar para casa. (...) Parte da constelação do Fórum Social Mundial, o Fospa
resistiu durante este duro inverno, conseguindo realizar nove edições, sempre sediadas em
cidades amazônicas, do Brasil, da Venezuela, da Bolívia, do Peru e da Colômbia. Em 2022, o
Fospa realizará sua décima edição e nós defendemos que, estrategicamente buscando o for-
talecimento das lutas dos povos e ampliando a luta contra o avanço neoliberal e conservador
na região, sua realização seja em Belém, do Pará, na Amazônia brasileira. Sigamos tecendo
o esperançar nas Amazônias.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
Para conhecer um pouco mais do evento, sua programação e afins, acesse: Belém se
prepara para sediar o X Fórum Social Pan-Amazônico | Agência Belém.
SISTEMATIZAÇÃO
7. Você poderá organizar, junto à turma, meios de divulgar o fórum apresentado pelos
grupos: cartazes pela escola, criação de uma conta em redes sociais etc. O ideal é que
a simulação do evento seja apresentada para a comunidade, e, além da apresentação,
sugerimos que a atividade resulte em um relatório escrito pelos estudantes e que o
documento seja encaminhado à organização do Fórum Social Pan-Amazônico.
Avaliação em processo
A avaliação das etapas do módulo se dará de forma processual a partir dos seguintes
instrumentos: relatório a respeito dos principais aspectos sociopolíticos dos conflitos
socioterritoriais da região pan-amazônica, que servirá de base para as apresentações
no fórum global. O processo de organização do evento, bem como o envolvimento e o
engajamento dos estudantes nos grupos de trabalho, além da autoavaliação, poderão
servir à avaliação docente. Apoie os estudantes na construção dos tópicos avaliativos
do desempenho da turma no fórum. O momento da apropriação de resultados é uma
oportunidade potente. Entenda o momento tal qual a ação de olhar o retrovisor de um
veículo, considerando o percurso como um todo.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
Saiba mais
Para aprofundar os saberes sobre os princípios da área do conhecimento no contexto
do Ensino Médio, sugerimos que você realize a Trilha de Aprendizagem do compo-
nente Ciências Humanas e Sociais Aplicadas | Instituto iungo, Instituto Reúna e Itaú
Educação e Trabalho | Programa Nosso Ensino Médio.
8.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - PAN-AMAZÔNIA E SEUS CONFLITOS SOCIOTERRITORIAIS
REFERÊNCIAS
COMISSÃO PASTORAL DA TERRA. Atlas de Conflitos Socioterritoriais Pan-Amazônico.
Goiânia: CPT (org.), 2020. Disponível em: https://www.forosocialpanamazonico.com/
wp-content/uploads/2020/09/PT_Atlas_de_Conflitos_Socioterritoriais_Pan-Amazo-
nico.pdf. Acesso em: 23 fev. 2023.
REPAM, Rede Eclesial Pan-Amazônica. III Escola de Direitos Humanos reúne líderes da
Pan-Amazônia e chama atenção para a defesa de seus direitos. Portal Conselho Indíge-
na Missionário, 18 de julho de 2022. Disponível em: https://cimi.org.br/2022/07/iii-esco-
la-de-direitos-humanos-reune-lideres-da-pan-amazonia-e-chama-atencao-para-a-de-
fesa-de-seus-direitos/. Acesso em: 23 fev. 2023.
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MÓDULO
AMAZÔNIA PARA ALÉM
DOS RIOS E FLORESTAS
CIÊNCIAS HUMANAS
E SOCIAIS APLICADAS
itinerariosamazonicos.org.br
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
Resumo
Neste módulo, os estudantes refletirão sobre os processos de ocupação histórica e a ur-
banização da Amazônia, além da caracterização de algumas cidades importantes na hie-
rarquia urbana da região. Os jovens terão a oportunidade de analisar as redes urbanas da
região amazônica, seus atores e sua relação com o desmatamento nos últimos anos. Com
base em dados e informações sobre o uso da terra, os estudantes investigarão e refletirão
sobre situações-problema relacionadas ao avanço da fronteira agrícola na região e aspec-
tos da agroecologia. Com especial atenção ao consumo de alimentos e à insegurança ali-
mentar, os estudantes terão a oportunidade de apresentar infográficos que representem
as redes de produção agroecológica da região amazônica. Dessa forma, espera-se que os
estudantes tenham contato e desenvolvam atitudes cidadãs e sustentáveis.
Expectativas de aprendizagem
• Argumentar criticamente sobre o processo de ocupação territorial e urbanização da
região amazônica, com base em conhecimentos e recursos das Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas, avaliando a participação e o impacto dos diversos atores da região
amazônica, em especial das populações e comunidades tradicionais e indígenas no
combate aos desmatamentos.
• Compreender e problematizar a relação entre o uso da terra, no âmbito dos povos e
das comunidades tradicionais e indígenas, e o avanço da fronteira agrícola na região,
a partir de situações-problema, avaliando saídas e soluções sustentáveis.
• Desenvolver um infográfico que sistematize aspectos sobre a rede de produção agro-
ecológica da região com base em conhecimentos e recursos das Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas, selecionados intencionalmente, permitindo que os jovens se tor-
nem agentes de informação e promoção de um consumo de alimentos sustentáveis.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
CG 1, CG 2, CG 7 e CG 10
EIXOS ESTRUTURANTES
Empreendedorismo
Investigação científica
Processos criativos
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Urbanização na região amazônica; desmatamentos; atores sociais da região amazônica;
fronteira agrícola; agroecologia; consumo sustentável de alimentos.
(EMIFCHSA05) Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos para resolver problemas reais
relacionados a temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural,
em âmbito local, regional, nacional e/ou global.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
Avaliação
A avaliação das etapas do módulo se dará de forma processual, com base nas produções
vinculadas ao infográfico: considerando o infográfico um instrumento sintético de infor-
mação e articulação de conceitos e palavras-chave, os estudantes poderão ser avaliados
a respeito dessas habilidades. Ao longo do processo, produtos que expressem precisão
de conceitos (agroecologia, Amazônia Legal, fronteira agrícola), capacidade de articular
ideias e processos (ocupação, colonização, desmatamentos e conservação da floresta
etc.) poderão ser levados em consideração. Tendo em vista a comunicação dos resulta-
dos, algumas rubricas poderão ser criadas para a autoavaliação dos infográficos pelos
próprios estudantes.
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CIÊNCIAS HUMANAS
E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
REDES
AGROECOLÓGICAS
FORMAÇÃO DE
FRONTEIRAS
A história
da ocupação
territorial
CONHECIMENTOS
da Amazônia
INDÍGENAS E
TRADICIONAIS envolve… MODELOS DE
DESENVOLVIMENTO
E por quê?
Processo de ocupação do
2 ETAPA
Construção de rodovias na
território amazônico na região amazônica, projetos de
perspectiva de povos e urbanização e impactos
comunidades tradicionais e socioambientais.
indígenas.
a a
3 ETAPA
Amazônia
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
Levantamento de informações,
análise de situações-problema e
construção de argumentos sobre O módulo aprofunda o contexto de formação das
ocupação territorial, comparando fronteiras amazônicas, levando em conta a atuação
fontes e pontos de vista. de povos tradicionais e indígenas da região.
Também, traz estudos de caso sobre a BR-163 e a
PROCESSOS CRIATIVOS
Transamazônica, bem como pesquisas sobre o
Comunicação de aprendizados por processo de urbanização das cidades de Sinop (MT)
meio de materiais que demandam
+ recursos criativos para análise e
e Medicilândia (PA). Propicia, ainda, reflexões sobre
formas sustentáveis de ocupação territorial e de
proposição de soluções éticas para produção de alimentos.
problemas reais.
EMPREENDEDORISMO
Elaboração de produto para
divulgação de boas práticas
agrícolas, considerando aspectos
socioambientais e respeito aos
direitos humanos.
REALIZAÇÃO:
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
ACONTECE NA ETAPA
Verbetes sobre aspectos do processo histórico de ocupação e urba-
nização da Amazônia, a partir de perspectivas e debates mobilizados
por intelectuais dos povos e das comunidades tradicionais e indígenas
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
Fique de olho
Este módulo dialoga com os módulos “Biodiversidade e produção de alimentos” e
“Desenvolvimento da Amazônia e ações legais de conservação da biodiversidade”, da
área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Caso em sua escola esses módulos
já tenham sido desenvolvidos junto aos estudantes ou estejam sendo trabalhados
simultaneamente, converse com seus colegas docentes da área, a fim de estabelecer
interações entre as práticas pedagógicas e as aprendizagens. Os dois módulos men-
cionados, ainda que independentes, integram a unidade curricular “Bioeconomia em
contextos socioambientais amazônicos”. Você pode acessar a unidade completa em:
www.itinerariosamazonicos.org.br.
PONTO DE PARTIDA
Diálogos Amazônicos
Povos indígenas e originários
Uma nova lei, aprovada em julho de 2022, a partir de uma proposta da ex-deputada
federal Joenia Wapichana (Rede-RR), hoje presidente da Funai, denomina o 19 de abril
como Dia dos Povos Indígenas, em substituição ao Dia do Índio. Mas por que isso é im-
portante? Segundo o escritor indígena, doutor em educação pela Universidade de São
Paulo (USP) e pós-doutor em linguística pela Universidade Federal de São Carlos Da-
niel Munduruku, “a palavra ‘indígena’ diz muito mais a nosso respeito do que a palavra
‘índio’. Indígena quer dizer originário, aquele que está ali antes dos outros”, afirmou
ao portal G1. De acordo com a professora e doutora em história social pela USP Márcia
Mura, para a mesma reportagem sobre o tema, a mudança é necessária para refletir as
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MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
ideias e as lutas das diversas sociedades indígenas. “Índio é um termo genérico, que
não considera as especificidades que existem entre os povos indígenas, como as espe-
cificidades linguísticas, culturais e mesmo a especificidade de tempo de contato com
a sociedade não indígena”, explica. Indígena é uma palavra que significa “natural do
lugar em que vive”. O termo exprime que cada povo, de onde quer que seja, é único.
“O que o movimento indígena reivindica é que esse termo [índio], que é colonizador,
que reproduz um pejorativo que remete à ideia eurocêntrica de que somos atrasados,
de que somos todos iguais, no sentido de que as diferenças linguísticas e culturais são
desconsideradas, seja substituído por como nos autodenominamos”.
DESENVOLVIMENTO
1
Todos os links indicados neste material foram acessados em fevereiro de 2023.
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MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
Fonte: BANIWA, Denilson. Tudo é gente. Behance, 2020. Disponível em: https://www.
behance.net/gallery/110533365/tudo-gente. Acesso em: 23 fev. 2023.
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MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
Tudo é gente. Denilson Baniwa. Acrílica sobre impressão fotográfica, tamanho 32 x 24 cm, dez. 2020.
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MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
Saiba mais
Atualmente, existem algumas pesquisas arqueológicas que procuram entender como
se deu a ocupação do território que chamamos de Brasil antes da chegada dos portu-
gueses. Como as fontes são escassas e, em grande parte, fracionadas – fragmentos de
cerâmica ou mesmo vestígios de fogueiras –, exige uma pesquisa muito especializada.
Atualmente, no Brasil, alguns pesquisadores se destacam nesse campo. Recomenda-
mos algumas obras sobre o assunto:
• NEVES, Eduardo Góes. Sob os tempos do equinócio: oito mil anos de história na
Amazônia Central. São Paulo: Ubu Editora, 2022.
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MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
Trata-se de um dos mais recentes estudos sobre o tema. O autor escreve para um pú-
blico amplo e não necessariamente acadêmico. Portanto, há uma parte introdutória
sobre o trabalho do arqueólogo, que pode ser muito bem explorada em sala de aula.
Na segunda parte, o autor trata mais especificamente de sua pesquisa e das conclu-
sões às quais chegou a partir da análise de fontes nada convencionais, o que torna a
leitura instigante.
• KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
Livro mais recente do filósofo indígena Ailton Krenak, no qual ele procura, como o
título já indica, retomar a importância do conhecimento ancestral para qualquer con-
cepção de futuro. O mais interessante talvez seja o diálogo que o autor consegue es-
tabelecer entre a filosofia ocidental, de matriz greco-latina, e a filosofia indígena, para
mostrar que os antigos são o pressuposto básico para qualquer concepção de futuro
que se possa ter.
• KRENAK, Ailton; CAMPOS, Yussef Daibert Salomão de. Lugares de origem. São
Paulo, SP: Editora Jandaíra, 2021.
A publicação apresenta um diálogo entre o filósofo Ailton Krenak e o professor e dou-
tor em história Yussef Daibert. Entre tantos assuntos, o que mais chama a atenção é o
tema da moradia dos povos indígenas. Os dois autores fazem uma profunda reflexão
sobre o lugar e, mais especificamente, o lugar de origem e como esse lugar era habi-
tado e ocupado. A conversa, então, toma um rumo sobre a arquitetura indígena.
• FAUSTO, Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2000. (Desco-
brindo o Brasil).
Livro clássico de Carlos Fausto, que procura fornecer ao leitor não especializado um
panorama sobre o estilo de vida dos povos indígenas antes da existência do conjunto
territorial que chamamos atualmente de Brasil. O autor procura explicar como se dava
a relação dos indígenas com as vegetações e os seres não humanos, que muitas vezes
eram vistos no mesmo nível hierárquico dos humanos. Talvez seja o melhor texto para
se começar os estudos sobre a cosmovisão indígena.
6. Outro aspecto que pode ser abordado para o aprofundamento do tema é a narrati-
va quilombola a respeito de sua formação, cultura e relação com a floresta. Para isso,
leia a reportagem Índios e quilombolas da Amazônia contam suas histórias no novo
Google Earth | Amazônia Real. O conteúdo traz uma série de vídeos e textos que po-
dem apoiar o seu planejamento, docente. A plataforma Google Earth, inclusive, possui
um mapeamento dos quilombos da região amazônica em 3-D que, caso seja possível
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
de ser exibido, é uma ferramenta impactante. Há, ainda, o vídeo Eu Sou Alimento - Dos
Quilombos para o Mundo | Google Brasil | YouTube. Ele fornece uma série de narrati-
vas de lideranças quilombolas a respeito do início da ocupação, das rotas, das estra-
tégias de fuga e da coalizão com os indígenas na interação com a floresta, além da
produção de alimentos de forma ancestral dessas populações. Esses aspectos podem
ser trabalhados com os estudantes, a fim de que os inspirem e sirvam de tema para
suas produções na Sistematização.
A partir dessa divisão, cada grupo definirá palavras, conceitos e/ou categorias a partir
das quais serão elaborados os verbetes relacionados a esses grandes temas:
• Arqueologia na Amazônia e primeiros povoamentos.
• História e cronologia indígenas.
• Quilombolas e a ocupação da floresta.
Saiba mais
Quilombolas da Amazônia
A Amazônia brasileira também é a casa de muitos quilombolas, descendentes de afri-
canos escravizados. No Pará, fugindo da escravidão, eles estabeleceram suas comu-
nidades e lutaram pelos seus direitos territoriais. Pessoas negras, de origem africana,
escravizadas foram levadas para a região do Maranhão e do Pará, para trabalharem na
produção agrícola, em meados do século 18. Perto de Oriximiná (no estado do Pará),
muitas fazendas utilizaram mão de obra desses negros que foram escravizados. Quan-
do fugiam dessa condição, os negros entravam nas florestas e subiam o curso dos rios.
Ali eles formavam os quilombos. Quilombo é uma palavra originária do continente afri-
cano, podendo ser originária do quimbundo (ki lombo), do umbundo (ochilombo) ou
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MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
Também é possível acessar outras narrativas a respeito dos quilombolas da região ama-
zônica em Eles venciam matas, pedra e água | Giovanna Consentini e André D’Elia |
Uniamazônia.
Diálogos Amazônicos
A ARQMO e as Associações Quilombolas
Para serem reconhecidos como donos de suas terras, os quilombolas precisam criar
uma associação. É essa associação que recebe o título coletivo. Atualmente, a Asso-
ciação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná
(ARQMO) reúne sete dessas associações. Cinco delas já têm seu território titulado:
ACORQAT (Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos da Área
Trombetas); ACRQBV (Associação da Comunidade Remanescente de Quilombo Boa
Vista); ACRQAF (Associação da Comunidade Remanescente de Quilombo Água Fria);
ACORQE (Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos da Área Ere-
pecuru) e parte da área da Associação MÃE DOMINGAS Território Alto Trombetas I.
As associações ACRQAT (Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombo
do Alto Trombetas II do Município de Oriximiná) e ACORQA (Associação da Comuni-
dade Remanescente de Quilombo Ariramba); além do restante do território reivindi-
cado pela Associação Mãe Domingas, ainda estão no processo de titulação. No vídeo
Antonio Bispo - Falando sobre Quilombolas | Acarte Limeira | YouTube, é possível
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
SISTEMATIZAÇÃO
Avaliação em processo
Nesta etapa, é possível promover a avaliação de forma processual, sobretudo a partir dos seguin-
tes instrumentos: anotações no caderno, quadro-síntese e verbetes. Esses são produtos que po-
dem ser acessados como forma de avaliar o desempenho dos estudantes ao longo do processo.
Considere acompanhar a construção desses verbetes ao longo da situação de aprendizagem,
na escolha das palavras, na delimitação do que será abordado no verbete com base no que foi
construído ao longo do percurso e no poder de síntese dos estudantes. Pondere, também, dar a
possibilidade de os estudantes reconhecerem seus avanços e seus desafios entre as anotações
da primeira chuva de ideias e a versão final do verbete, por meio da autoavaliação. Para a amplia-
ção de conhecimentos e de repertório sobre práticas avaliativas, recomendamos a realização da
Trilha de Aprendizagem do componente O lugar da avaliação | Instituto iungo, Instituto Reúna,
Itaú, Educação e Trabalho | Programa Nosso Ensino Médio.
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MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
ACONTECE NA ETAPA
Texto-síntese com análise dos impactos socioambientais decorrentes
da abertura de rodovias (BR-163 e Transamazônica)
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
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2. Para subsidiar a mediação com a sua turma, propomos a leitura da matéria Estradas já
impactam 41% da floresta amazônica, revela estudo do Imazon | Cristiane Prizibisczki |
O Eco. O texto trata do quanto a construção de rodovias impactam o bioma amazônico,
além de trazer dados relacionados às áreas destinadas para a construção das estradas.
A reportagem também enfatiza a importância de monitorar a construção de rodovias,
visto que é uma ação decisiva para identificar ameaças à Amazônia, aos indígenas e
aos povos tradicionais que habitam a região. Outra possibilidade é a leitura de Terras
indígenas e quilombos conservam e recuperam áreas devastadas da Amazônia | Sidney
Rodrigues Coutinho | Conexão UFRJ. O texto aborda como os diferentes regimes de go-
vernança em comunidades indígenas e de povos tradicionais promovem a conservação
da vegetação nativa.
DESENVOLVIMENTO
Estação 1:
• Quais as razões históricas para a construção de rodovias no território amazônico?
• Do ponto de vista geopolítico, qual o impacto dessas rodovias?
Estação 2 e Estação 3:
• Quais os principais aspectos trazidos pelo texto?
4. Após a leitura do texto e as anotações feitas pelos grupos, nas três estações, apre-
sente para a turma os seguintes mapas das rodovias da Amazônia:
Solicite aos estudantes que reflitam sobre a relação entre as rodovias, a produção agro-
pecuária e a conservação ambiental. Considere retomar o debate realizado na chuva
de ideias do Ponto de partida e promover a autoavaliação de cada um em relação às
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MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
5. Para avançar na análise dos impactos ambientais e sociais da presença das rodovias,
sugerimos trabalhar com o documento Relatório de Impacto Ambiental - Pavimentação
BR-163 e BR-230 | Ecoplan Engenharia | Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(INPA). A partir desse texto, é possível conduzir um levantamento de dados e reflexões
com os estudantes a respeito dos impactos socioambientais e econômicos das obras
de pavimentação de trechos dessas rodovias. Uma das opções é o trabalho de listagem
de dados em duplas ou trios, estimulando a aprendizagem colaborativa a partir de al-
gumas seções do documento. Solicite que os estudantes elaborem textos-sínteses de
alguns dos temas presentes em seções do documento, tais como:
Saiba mais
Considere utilizar trechos do texto a seguir como apoio para a mediação e a produção
dos mapas mentais.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
conta os paradoxos amazônicos. Uma boa saída são as Tecnologias Sociais, que contam
com a participação das populações locais na resolução de problemas. Dessa forma, os
projetos são adequados especificamente a cada localidade atendida.
SISTEMATIZAÇÃO
Avaliação em processo
A etapa permite que a avaliação seja realizada de forma processual. No Ponto de partida,
é possível avaliar a capacidade de interpretação de mapas dos estudantes, bem como os
conhecimentos prévios relacionados às regiões amazônicas. Diante da estratégia de rotação
por estações, os estudantes poderão ser avaliados a partir da leitura e da interpretação dos
textos e dos mapas, assim como a participação e o engajamento nos debates e na aprendi-
zagem coletiva. No trabalho de levantamento de dados, os jovens poderão ser avaliados em
relação ao poder de síntese e sistematização de informações. Nesse sentido, a elaboração
de mapas mentais deve possibilitar que os estudantes aprimorem suas habilidades referen-
tes à investigação e à pesquisa científica.
8.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
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ACONTECE NA ETAPA
Análise dos casos das cidades de Sinop (MT) e Medicilândia (PA), a fim
de estabelecer comparações e reflexões a respeito dos processos de
urbanização e a relação com a produção agrícola
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
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DESENVOLVIMENTO
Divida a turma em dois grupos, sendo que uma equipe deverá ler o texto a respeito
de Sinop e a outra o texto sobre Medicilândia. Ambas devem realizar anotações das
conclusões do grupo sobre o texto em questão. Conduza a atividade de forma que os
estudantes reflitam sobre as semelhanças e diferenças entre as duas cidades. Estimule
as equipes a observar os seguintes pontos:
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Saiba mais
SINOP (MT) E MEDICILÂNDIA (PA)
As cidades de Sinop (MT) e Medicilândia (PA) são casos interessantes para se abordar
os paradoxos da produção agrícola e as tensões entre a exportação de commodities e
a produção de alimentos para o mercado interno. Por isso, sugerimos como material de
apoio para o seu planejamento o conteúdo Podcast explica ocupação da Amazônia e
como Sinop se tornou capital da soja | Felipe Betim | Olhar Agro & Negócios. Outra ideia
é a leitura do texto sobre a bioeconomia no Pará e a cidade de Medicilândia Bioecono-
mia da sociobiodiversidade no estado do Pará| Francisco de Assis Costa et al. | Banco
Interamericano de Desenvolvimento, no qual é possível ampliar informações a respeito
das possibilidades de construção de redes agroecológicas e beneficiamento de pro-
dutos amazônicos, gerando renda para as comunidades tradicionais e extrativistas. No
texto Sistemas de cultivo, comercialização e entraves no Município de Medicilândia,
Pará | Andressa Julia Santos Vasconcelos et al. | Cadernos de Agroecologia, é possível
acessar informações e dados a respeito da produção agroecológica na cidade de Me-
dicilândia. Sobre as desigualdades sociais geradas a partir do modelo de produção de
Sinop, o texto Fome na abundância – PIB per capita elevado contrasta com pobreza em
ricas regiões do agronegócio em Mato Grosso | João Peres e Tatiana Merlino | Tab UOL.
Ainda em Sinop, é possível entrar em contato com um histórico da ocupação e da ur-
banização, bem como dos processos de violência relacionados à cidade no texto Sinop,
onde a Amazônia virou asfalto e soja | Mauricio Torres e Sue Branford | Outras Palavras.
SISTEMATIZAÇÃO
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
Avaliação em processo
A avaliação da etapa do módulo se dará de forma processual, a partir das produções vincu-
ladas ao quadro-síntese: no Ponto de partida, considere realizar uma avaliação diagnóstica
diante do posicionamento dos estudantes após a exibição da imagem/vídeo e, depois, da
leitura do texto. Possibilite que os estudantes reconheçam seus avanços e desafios diante
deste percurso. No Desenvolvimento, diante da leitura dos textos, coletivamente, verifique
se os jovens alcançaram satisfatoriamente a síntese dos textos, a organização dos argumen-
tos para o debate e a comparação entre as cidades e seus modelos de produção. Na elabo-
ração do quadro-síntese, considere a capacidade de sistematização dos estudantes diante
dos conhecimentos e das informações acumuladas ao longo da etapa.8.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
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Compreensão do debate a respeito da agroecologia e sobre a inseguran-
ça alimentar
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
2. Proponha aos estudantes que organizem as respostas acerca das questões nortea-
doras e pesquisem sobre as informações discutidas em sala de aula. A pesquisa deve
ser exploratória, em sites, materiais didáticos, vídeos, reportagens, artigos ou em fer-
ramentas de consulta que sejam acessíveis aos estudantes. Oriente a turma a buscar
informações que ampliem o debate proposto com base nas questões norteadoras, es-
tabelecendo relações com os modelos de tecnologias agrícolas, com a importância da
atuação dos agricultores na conservação do meio ambiente e dos biomas amazônicos
e, principalmente, em como o plantio de alimentos pode combater a insegurança ali-
mentar na região. Considere mediar o momento a partir da retomada de aspectos deba-
tidos e construídos na etapa anterior, de maneira que se estabeleça a comparação entre
a produção de commodities e a produção agroecológica. O registro desse momento
pode ser feito em um quadro colaborativo em sala, de forma que os estudantes aces-
sem também as informações trazidas pelos colegas.
Saiba mais
Redes agroecológicas
A agroecologia é uma forma de agricultura sustentável produzida a partir de conheci-
mentos ancestrais e científicos sobre a terra, o meio ambiente e os territórios. Baseada
na chamada revolução verde, a agroecologia consiste em pensar a produção de alimen-
tos levando em conta as questões políticas, sociais, econômicas, culturais, energéticas
e, sobretudo, a agricultura familiar. Sobre as redes agroecológicas e a agroecologia,
você pode consultar o texto Contra a fome, a agroecologia | André Antunes | Escola
Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio – FIOCRUZ. Também é possível consultar o in-
fográfico interativo presente no artigo Como funciona uma agrofloresta na Amazônia |
Letícia Klein | National Geographic.
DESENVOLVIMENTO
3. Divida a turma em estações (grupos) para mediar a leitura de textos que vão auxiliar
os estudantes a compreender melhor o tema e para que seja possível mediar o debate
sobre as questões que foram discutidas no Ponto de partida. A partir do método rota-
ção por estações (ver mais detalhes na Caixa de Metodologias e Estratégias), os grupos
rodam em sala de aula entre as estações, e, em cada uma delas, terão acesso a um texto
de apoio (ver trechos selecionados no Material do estudante: Etapa 4 – Situação 1 – Ati-
vidade 1), que deverá ser lido, analisado e sintetizado nas estações para, posteriormen-
te, ser debatido com a mediação docente, em sala de aula.
5.
• Estação 1: Como funciona uma agrofloresta na Amazônia | Letícia Klein | National
Geographic.
• Estação 2: Agricultura familiar garante alimentação de estudantes em município do
Amazonas | FNDE.
• Estação 3: Sistema agrícola tradicional do Rio Negro | IPHAN.
4. Os grupos deverão ler os textos indicados no Material do estudante e elaborar mapas concei-
tuais sobre as ideias principais, levando em consideração os conhecimentos prévios levantados
no Ponto de partida. Peça aos estudantes que a leitura dos textos siga o seguinte roteiro:
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MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
SISTEMATIZAÇÃO
• O formato do infográfico.
• Quais informações terão destaque.
• Quais informações complementarão os dados de destaque.
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MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
Avaliação em processo
A avaliação das etapas do módulo se dará de forma processual a partir das produções vin-
culadas ao infográfico: considerando o infográfico um instrumento sintético de informação
e articulação de conceitos e palavras-chave, os estudantes poderão ser avaliados a respeito
dessas habilidades. Ao longo do processo, produtos que expressem precisão de conceitos
(agroecologia, Amazônia Legal, fronteira agrícola) e capacidade de articular ideias e pro-
cessos (ocupação, colonização, desmatamentos e conservação da floresta etc.) poderão ser
levados em consideração. Com a comunicação dos resultados, algumas rubricas poderão
ser criadas para a autoavaliação dos infográficos pelos próprios estudantes. Para saber mais
sobre a construção e o uso de rubricas avaliativas, sugerimos o texto Aprenda a usar a ava-
liação por rubricas com as suas turmas | Unisinos.
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MATERIAL DO ESTUDANTE
Fonte: BANIWA, Denilson. Tudo é gente. Behance, 2020. Disponível em: https://www.
behance.net/gallery/110533365/tudo-gente. Acesso em: 23 fev. 2023
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Tudo é gente. Denilson Baniwa. Acrílica sobre impressão fotográfica, tamanho 32 x 24 cm, dez. 2020.
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Estação 1:
AS RODOVIAS NA AMAZÔNIA: UMA DISCUSSÃO GEOPOLÍTICA
A construção das rodovias nos territórios constitui uma ação que atende a uma diver-
sidade de interesses, e, quando materializada, as vias são capazes de condicionar pro-
cessos espaciais com diversas formas, funções, conteúdos e estruturas que passam a
ser inseridos conforme a própria atuação de atores, como o Estado e as corporações,
os quais são capazes de materializar grandes infraestruturas e mobilizar deslocamentos
de informação, cargas, pessoas e capital.
(...) Nas décadas de 1960 e 1970, mais precisamente entre 1968 até 1977, o governo
brasileiro destinou somas enormes de recursos para a construção de rodovias e para
os projetos de ocupação como a colonização, projetos industriais e agropecuários que
foram paulatinamente implantados ao longo dos eixos rodoviários como a Transamazô-
nica, Porto Velho-Cuiabá e Cuiabá-Santarém, e tiveram uma fração territorial composta
de 100 km de todas as margens das grandes rodovias em terras para uso federal, com
o propósito de implantação de projetos de colonização, agropecuários e de mineração.
Os principais eixos construídos entre as décadas de 1960 e 1970, que atravessaram uma
parte da Amazônia, tinham como objetivo a integração nacional e a segurança das fron-
teiras, no entanto, os eixos acabam tendo outros objetivos alcançados e que não se des-
toam da geopolítica, mas incorporam-se dentro de uma geoeconomia.
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Estação 2:
RODOVIA BR-230: UMA LIGAÇÃO PRECÁRIA
Estação 3:
RODOVIA BR-163: O NOVO E PRINCIPAL CORREDOR DE EXPORTAÇÃO
DE COMMODITIES
Depois de três décadas com mais de 900 km sem pavimentação, o governo federal,
desde a década de 1990, buscou viabilizar a conclusão dessa rodovia com o objetivo
de reduzir custos logísticos para os produtores de grãos do norte do Mato Grosso. A
pavimentação da rodovia passa a ter efetividade a partir de 2009, e só em 2014 passou
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Após ter deixado o mapa da fome da ONU em 2014, o Brasil tem convivido com
um cenário de crescente insegurança alimentar. Nos últimos meses do ano pas-
sado, 19 milhões de brasileiros passaram fome, e mais da metade dos domicílios
no país enfrentou algum grau de insegurança alimentar. Os dados são de um
estudo nacional realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Se-
gurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).
O problema tem diversas justificativas, como a inflação que afeta gêneros ali-
mentícios básicos desde o ano passado, o alto índice de desemprego no país e
a defasagem do Bolsa Família. Chama a atenção, entretanto, que o crescimento
da fome no Brasil coincida com um pico na exportação de gêneros alimentícios.
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várias dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais, uma das mais estruturais
e antigas é o acesso à terra. Sem nunca ter passado por uma reforma agrária, o
Brasil tem 45% de sua superfície agrícola concentrada em 1% dos estabelecimen-
tos rurais, de acordo com a organização internacional Oxfam.
As mudanças são criticadas pelo geógrafo Ricardo Gilson, professor da Unir, que
enxerga um desvio de finalidade na atuação do Instituto Nacional de Coloniza-
ção e Reforma Agrária (Incra) nesse processo. (...) “No âmbito do Ministério da
Agricultura, comandado pelo agronegócio, o Incra apoia o PL da Grilagem, que
o enfraquece, e se resume a uma instituição cartorial para legitimar e ampliar a
grilagem. Há um esvaziamento total de suas finalidades e a perda da perspectiva
de reforma agrária e função social da terra”, afirma.
SINOP (MT)
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MEDICILÂNDIA (PA)
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MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
Fonte: CARDOSO, Ana Cláudia D.; LIMA, José Júlio F. A influência do governo
federal sobre cidades na Amazônia: os casos de Marabá e Medicilândia. Novos
Cadernos (NAEA), v. 12, n.1, p.161-192, 2009. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/
index.php/ncn/article/view/285. Acesso em: 23 fev. 2023.
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Estação 1:
COMO FUNCIONA UMA AGROFLORESTA NA AMAZÔNIA
A história começa com o fungo Fusarium solani f. sp. piperis, que devastou os
monocultivos de pimenta-do-reino, uma das principais culturas agrícolas manti-
das pelos japoneses no Brasil. Identificado pela primeira vez em 1957, o fungo se
espalhou durante os anos seguintes e devastou grandes plantações de pimenta.
“Por causa desse problema, os japoneses sentiram a necessidade de diversificar
a produção, muito inspirados nos seus quintais e na própria mata”, conta Os-
valdo Kato, pesquisador da Embrapa especializado em sistemas agroflorestais,
nascido na paraense Tomé-Açu, o primeiro município a receber os imigrantes
japoneses no início do século 20.
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Fonte: KLEIN, Letícia. Como funciona uma agrofloresta na Amazônia. National Geo-
graphic, [s. l., 2022]. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-am-
biente/amazonia/infografico-como-funciona-agrofloresta. Acesso em: 23 fev. 2023.
Estação 2:
AGRICULTURA FAMILIAR GARANTE ALIMENTAÇÃO DE ESTUDANTES
EM MUNICÍPIO DO AMAZONAS
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esse trabalho. Fico feliz por saber que meus netos e todas as crianças da região
se alimentam com a comida do dia a dia deles em casa”, diz a agricultora. (...)
Distribuição de kits de alimentos, mesmo nesse período em que as aulas estão
suspensas por conta da pandemia de covid-19, os estudantes não estão sendo
prejudicados, e, consequentemente, as atividades da agricultura familiar estão
sendo mantidas. No início de abril, o governo federal sancionou uma lei que per-
mite a manutenção da política e autoriza a distribuição dos alimentos aos estu-
dantes com aulas suspensas. Em seguida, o FNDE publicou as regras sobre essa
distribuição em uma resolução, que traz ainda orientações sobre as compras da
agricultura familiar.
Estação 3:
SISTEMA AGRÍCOLA TRADICIONAL DO RIO NEGRO
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Fonte: SIMAS, Diego.; BARBOSA, Yêda. Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro. Dos-
siê Iphan. Brasília, DF: IPHAN, 2019. 190 p. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/
publicacao/dossie_19__sistema_agricola__web___12jul19.pdf . Acesso em: 19 abr. 2023.
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produtos e doar para as pessoas que estavam na cidade”, explica. Edjane afir-
ma que esse movimento tem colaborado para que muitas famílias não passem
fome dentro do estado. “Se não fosse os agricultores ‘ficarem na roça’ na pan-
demia, o estado e muitos municípios estariam em uma calamidade pública ainda
maior”, aponta. “Já temos um percentual de 40 milhões de famílias que estão na
linha da pobreza [no Brasil]. Esse valor teria aumentado sem a campanha.”
A ferramenta, que foi emplacada em 2018 pela rede – e foi o primeiro sistema
participativo de garantia da região Norte –, permite que agricultores familiares
da localidade consigam certificar o Café Apuí Agroecológico e, com isso, aces-
sar os programas de merenda municipal, o PNAE e o Programa de Aquisição
de Alimentos (PAA). Nessa modalidade, os itens orgânicos são remunerados
até 30% a mais. (...) Segundo a coordenadora, a certificação participativa sur-
ge para fortalecer quem sempre produziu comida de verdade e sem veneno e
quem está nos territórios fazendo a defesa desses modelos de produção por
meio dos seus modos de vida tradicionais, defendendo a floresta em pé. Ela sa-
lienta ainda que o selo participativo é uma ferramenta múltipla: não só coloca
as famílias tradicionais no mercado como também aglutina socialmente e faz
com que um grupo se estruture, se formalize, e com isso atinja outras políticas
públicas. “O selo orgânico não é a cereja do bolo, e sim o meio dele”, ressalta.
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REFERÊNCIAS
AGUILERA, Juliana. Na Amazônia, Pancs e produção agroecológica são contrapontos
rentáveis ao agronegócio. Modefica, [s. l., 2021]. Disponível em: https://www.modefica.
com.br/pancs-agroecologia-amazonia/. Acesso em: 23 fev. 2023.
BETIM, Felipe. Podcast explica a ocupação da Amazônia e como Sinop se tornou ca-
pital da soja, 21 set 2022. Disponível em: https://www.agroolhar.com.br/noticias/exibir.
asp?id=28472¬icia=podcast-explica-ocupacao-da-amazonia-e-como-sinop-se-tor-
nou-capital-da-soja&edicao=2. Acesso em: 23 fev. 2023.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
CAMINHA, Pero Vaz de; HUE, Sheila. Carta do achamento do Brasil. Edição comentada.
Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2021.
CARDOSO, Ana Cláudia D.; LIMA, José Júlio F. A influência do governo federal sobre
cidades na Amazônia: os casos de Marabá e Medicilândia. Novos Cadernos (NAEA), v.
12, n.1, p.161-192, 2009. Disponívelem: https://periodicos.ufpa.br/index.php/ncn/article/
view/285. Acesso em: 23 fev. 2023.
FARIAS, Elaíze. Índios e quilombolas da Amazônia contam suas histórias no novo Goo-
gle Earth, 25 jul 2017. Disponível em: https://amazoniareal.com.br/indios-e-quilombolas-
-da-amazonia-contam-suas-historias-no-novo-google-earth/. Acesso em: 23 fev. 2023.
FAUSTO, Carlos. Donos demais: maestria e domínio na Amazônia. Mana, v. 14, p. 329–
366, 2008.
KRENAK, Ailton. A vida não é útil. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2020.
KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. 2. ed. São Paulo: Companhia das
Letras, 2020.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - AMAZÔNIA PARA ALÉM DOS RIOS E FLORESTAS
LIMULJA, Hanna. O desejo dos outros: uma etnografia dos sonhos Yanomami. São
Paulo, SP: Ubu Editora, 2022.
NEVES, Eduardo Góes. Sob os tempos do equinócio: oito mil anos de história na Ama-
zônia Central. São Paulo: Ubu Editora, 2022.
SANTOS, Emily. Índio ou indígena? Entenda a diferença entre os dois termos. Dispo-
nível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2022/04/19/indio-ou-indigena-enten-
da-a-diferenca-entre-os-dois-termos.ghtml. Acesso em: 23 fev. 2023.
SIMAS, Diego.; BARBOSA, Yêda. Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro. Dossiê Iphan.
Brasília, DF: IPHAN, 2019. 190 p. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publi-
cacao/dossie_19__sistema_agricola__web___12jul19.pdf . Acesso em: 19 abr. 2023.
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MÓDULO
DESMATAMENTOS E
ECONOMIA AMAZÔNICA
CIÊNCIAS HUMANAS
E SOCIAIS APLICADAS
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
DESMATAMENTOS E ECONOMIA
AMAZÔNICA
EMENTA DO MÓDULO
Resumo
Neste módulo, os estudantes refletem sobre a relação entre as recentes queimadas na
região amazônica e os impactos econômicos, sociais e políticos disso. Com base em de-
bates acerca de algumas dimensões de bioeconomia, os estudantes analisam as pers-
pectivas econômicas para a região amazônica, focando as preocupações com o avanço
das variadas formas de desmatamento ocorridas nos últimos anos e com a valorização
dos recursos naturais do bioma amazônico. Na perspectiva de projeção cidadã sobre o
tema, os estudantes têm a oportunidade de elaborar, em conjunto, propostas de novos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para a região.
Expectativas de aprendizagem
• Compreender, caracterizar e analisar diferentes formas de desmatamento, estabele-
cendo relações entre a degradação ambiental e as perspectivas econômicas para a
região, tendo em vista as preocupações com a valorização dos recursos naturais do
bioma amazônico.
• Selecionar e mobilizar, intencionalmente, conhecimentos e recursos das Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas, a fim de elaborar hipóteses a respeito dos desafios do
desenvolvimento sustentável da região, empreendendo projetos de alcance global
por meio de novos ODS.
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
CG 1, CG 2, CG 7 e CG 10
EIXOS ESTRUTURANTES
Empreendedorismo
Investigação científica
Processos criativos
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Degradação ambiental; formação econômica da região amazônica; formação urbana da
região amazônica; bioeconomia; desenvolvimento; sustentabilidade.
(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos polí-
ticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados
e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos
históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
(EMIFCHSA05) Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos para resolver problemas reais
relacionados a temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural,
em âmbito local, regional, nacional e/ou global.
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
Avaliação
A avaliação das etapas do módulo se dará de forma processual e formativa. Ao analisar
os dados sobre os desmatamentos, bem como a capacidade de caracterizar os dife-
rentes tipos de degradação, os estudantes podem ser avaliados considerando as habi-
lidades da área. Com base na estratégia da sala de aula invertida, os estudantes devem
elaborar hipóteses e apresentar reflexões sistematizadas a partir de comandos prévios.
Assim, essa estratégia também se apresenta enquanto possibilidade de avaliar os estu-
dantes dentro das habilidades das áreas do conhecimento. Na elaboração dos ODS, os
jovens podem ser avaliados coletivamente, em grupo, ou em duplas, tendo em vista a
relevância e a coerência dos objetivos apresentados nos debates do módulo.
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CIÊNCIAS HUMANAS
E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
SUSTENTABILIDADE
BIOECONOMIA
Outros
modelos de
desenvolvimento
OBJETIVOS DE
DESENVOLVIMENTO
envolvem… COMBATE AO
SUSTENTÁVEL DESMATAMENTO
E por quê?
SUSTENTABILIDADE BIOECONOMIA
Demanda práticas, políticas e valores Propõe que os pilares produtivos
estruturados no equilíbrio entre os derivem de recursos biológicos
âmbitos ambiental, social e econômico. renováveis, em diálogo com avanços
biotecnológicos.
Dados recentes do
2 ETAPA
Tipos de desmatamento na
desmatamento na região região amazônica e seus
amazônica e relações com impactos socioeconômicos.
aspectos dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável.
a a
3 ETAPA
Impactos da produção
4 ETAPA
Conceito de bioeconomia e
agropecuária voltada à novo acordo verde; Objetivos
exportação; produção de Desenvolvimento
agrícola de base familiar e Sustentável para a Amazônia.
agronegócio comercial.
Amazônia
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
Pesquisa e análise de dados
sobre processos de desmata-
mento, queimadas e incêndios, O módulo possibilita o contato com questões
com produção de representação contemporâneas sobre desmatamento, queimadas e
cartográfica. incêndios na região amazônica. Ao mesmo tempo,
impulsiona investigações sobre propostas de
PROCESSOS CRIATIVOS
conservação e desenvolvimento sustentável. Há
Criação de ODS contextualizados referências a acordos e outros materiais relaciona-
à região amazônica, enfatizando
+ soluções éticas e criativas para
dos aos temas do desmatamento, do desenvolvi-
mento e da economia amazônica.
problemas reais e processos da
área do conhecimento.
EMPREENDEDORISMO
Mobilização de conhecimentos
para elaborar ODS, considerando
impactos socioambientais,
respeito aos direitos humanos e
promoção da cidadania.
REALIZAÇÃO:
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ACONTECE NA ETAPA
Debate com base na análise dos dados recentes do desmatamento
e na reflexão sobre eles, com posterior cotejo desses dados com os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Or-
ganização das Nações Unidas (ONU).
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
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DESENVOLVIMENTO
Saiba mais
O que são os ODS e a Agenda 2030
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram definidos em 2015 pela Assembleia
Geral das Nações Unidas com o intuito de se tornarem metas mundiais de bem-estar
social coletivo, partindo de dimensões sociais, ambientais, econômicas e institucionais.
Defende-se, assim, que é urgente conduzir o mundo para um caminho de sustentabili-
dade e com medidas transformadoras para que todos os grupos e indivíduos tenham
qualidade de vida. Na Agenda 2030, as prioridades são a erradicação da pobreza e
da insegurança alimentar, a agricultura familiar, a manutenção das áreas da saúde, da
educação, da igualdade de gênero e das mudanças climáticas. Essas áreas temáticas
compõem o núcleo de medidas a serem aplicadas pelos 193 países-membros da Orga-
nização das Nações Unidas (IDIS, 2023).
Saiba mais
Desenvolvimento sustentável
O desenvolvimento sustentável consiste na ação capaz de garantir que as necessidades
das gerações atuais e futuras sejam supridas, mas respeitando o meio ambiente e suas
limitações, na medida em que não se esgotam os recursos para o futuro. Essa é uma
definição construída pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
com o intuito de conciliar dois fatores: o desenvolvimento econômico e a conservação
do meio ambiente.
1
Todos os links indicados neste material foram acessados em março de 2023.
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
SISTEMATIZAÇÃO
7. Para que os estudantes possam sistematizar o debate elaborado ao longo das aulas,
peça que construam um quadro-síntese no caderno, inserindo as informações que foram
organizadas e registradas após as conversas. Ao desenvolverem o quadro, os estudantes
deverão classificar as informações com o intuito de compreender a função dos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável e os desafios impostos pelo desmatamento na Amazônia
para que esse cumprimento se realize. Para tanto, a sugestão é que o quadro esteja dividido
em colunas que respondam às indagações a seguir:
Avaliação em processo
A avaliação das etapas do módulo se dará de forma processual com base nas produções
vinculadas ao quadro-síntese: considerando o quadro um instrumento sintético de infor-
mação e articulação de conceitos e palavras-chave, os estudantes poderão ser avaliados a
respeito dessas habilidades. Ao longo do processo, produtos que expressem precisão de
conceitos (desmatamento, desenvolvimento sustentável), capacidade de articular ideias e
processos (Agenda 2030, monitoramento do desmatamento, ODS) poderão ser levados
em consideração. Tendo em vista a comunicação dos resultados, algumas rubricas poderão
ser criadas para a autoavaliação dos infográficos pelos próprios estudantes. Para saber mais
sobre a construção e o uso de rubricas avaliativas, sugerimos a leitura do texto: Aprenda a
usar a avaliação por rubricas com as suas turmas | Unisinos.
8.
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ACONTECE NA ETAPA
Análise dos diferentes tipos de desmatamento ocorridos na região e reflexão
sobre eles, com base em dados, informações e representações cartográficas.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
Saiba mais
Queimadas e incêndios
Queimada não é sinônimo de incêndio. A queimada é uma tecnologia agrícola, praticada há milhares de
anos pelos indígenas brasileiros (coivara), incorporada na prática agrícola dos povoadores portugueses
do século 16 e também pelos agricultores italianos, alemães, poloneses, japoneses etc. que migraram
para o Brasil, a partir do final do século 19 e início do 20 (MIRANDA, 2003). O uso do fogo é uma prática
generalizada na agricultura brasileira. Ao contrário dos incêndios, as queimadas agrícolas atingem pe-
quenas áreas, têm hora para começar e acabar, e são controladas pelos agricultores. Eles utilizam o fogo
como uma tecnologia agrícola em diversos momentos nos sistemas de produção, desde o preparo das
terras até a pré e a pós-colheita. Seus danos ambientais são limitados e têm um caráter mais crônico do
que agudo (EMBRAPA, 2000 apud MIRANDA; MORAES; OSHIRO, 2006, p. 2).
Os incêndios são eventos indesejáveis e bastante raros se comparados à ocorrência das queimadas.
Nesses casos, o fogo fica fora de controle. Ninguém se responsabiliza. De origem acidental ou criminosa,
eles podem atingir grandes áreas, causando prejuízos ao patrimônio público e privado, além de graves
danos ambientais. Uma queimada, ao escapar do controle do agricultor, pode transformar-se em incên-
dio. Isso é mais comum em anos de seca, como durante os episódios do El Niño na Amazônia brasileira.
[…]
No vasto domínio das diversas agriculturas existentes na Amazônia, o fogo pode estar associado ao des-
matamento, à renovação de pastagens, ao manejo de capoeiras, à eliminação de resíduos agrícolas, ao
controle de pragas, à colheita da cana-de-açúcar e do algodão etc. Trata-se de um fenômeno complexo,
cuja compreensão da dinâmica espacial e temporal exige estudos específicos, espaciais e multitempo-
rais (MIRANDA; MORAES; OSHIRO, 2006, p. 2).
No podcast Tempo Quente: [Episódio 04] Amazônia sitiada | Rádio Novelo | YouTube,
é possível ouvir uma excelente cronologia da ocupação da Amazônia brasileira e, por
meio de uma série de entrevistas realizadas pela jornalista Giovana Girardi com atores
locais, compreender o processo que está por trás dos diversos tipos de desmatamento
na região e a transformação do solo amazônico.
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DESENVOLVIMENTO
Diálogos Amazônicos
Desmatamentos: motor da ocupação da Amazônia
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
Saiba mais
INPE e o monitoramento das queimadas na Amazônia
Para o monitoramento das queimadas, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) utiliza o Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo
Real, mais conhecido como DETER. No site institucional, o serviço é descrito como:
São eles:
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
SISTEMATIZAÇÃO
Avaliação em processo
A avaliação das etapas do módulo se dará de forma processual por meio das produções
vinculadas à representação espacial dos desmatamentos, considerando a representação
cartográfica um instrumento de síntese e sistematização de dados e informações. Ao longo
do processo, a compreensão das características dos desmatamentos, suas especificidades e
ocorrências na região poderão ser levadas em consideração. Tendo em vista a sistematiza-
ção dos resultados, algumas rubricas poderão ser criadas para a autoavaliação dos mapas
desenvolvidos pelos próprios estudantes. Para saber mais sobre a construção e o uso de
rubricas avaliativas, sugerimos o texto Aprenda a usar a avaliação por rubricas com as suas
turmas | Unisinos.
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
ETAPA 3: DESMATAMENTOS E
PRODUÇÃO ECONÔMICA
CARGA HORÁRIA MÉDIA SUGERIDA: 5H
ACONTECE NA ETAPA
Análise de dados e reflexão a respeito dos impactos econômicos dos
desmatamentos nas exportações de commodities, a fim de avaliar critica-
mente a relação entre diferentes modelos de produção agrícola e agrope-
cuária e a regulação climática.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
soja? As técnicas agrícolas locais, as pequenas ‘roças’, que realizam queimadas a fim de
renovar o plantio da terra, têm a mesma responsabilidade nas taxas de desmatamento
que a criação de gado?”. O objetivo é que, por meio desse debate inicial, seja possível,
de um lado, problematizar a produção agrícola e o desmatamento e, de outro, qualificar
os tipos de produção e o impacto gerado no desmatamento da floresta.
Saiba mais
O que são commodities?
O termo commodities significa mercadorias e se relaciona às matérias-primas produzidas
em larga escala e de grande importância para a econômica mundial. “As commodities
apresentam grande capacidade de comercialização e armazenagem, visto que são am-
plamente utilizadas como matérias-primas para a produção de diversos bens industria-
lizados.” (MUNDO EDUCAÇÃO, 2023, [n. p.]). Os alimentos perecíveis não entram nessa
categoria, por não poderem ser estocados por muito tempo. Existem commodities de
diversos setores, como o alimentício e o do agronegócio (exemplos: soja, café e milho),
ambientais (água e madeira) e minerais (petróleo, ouro e gás natural). As commodities
têm muito valor comercial, pois são negociadas nos mercados internacionais (MUNDO
EDUCAÇÃO, 2023, [n. p.]).
DESENVOLVIMENTO
Saiba mais
Agronegócio e mudanças climáticas
O acelerado ritmo de desmatamento da vegetação nativa da Amazônia deve gerar mu-
danças climáticas que impactarão o agronegócio no Brasil, afetando especialmente
o regime de distribuição das chuvas. Atualmente, apenas 10% das lavouras brasileiras
são irrigadas. Além disso, com o desmatamento e o aumento das temperaturas, serão
afetados umidade, qualidade do solo, polinizadores, pragas. A projeção é de que haja
perdas significativas na produtividade causadas por desmatamento e mudanças climá-
ticas para os próximos 30 anos, mas as perdas já podem ser observadas atualmente.
Segundo o relatório da Associação dos Produtores de Soja, em 2019 houve a perda de
mais de 16 milhões de toneladas na safra devido à seca que atingiu as principais regiões
produtoras desde dezembro (MORI, 2019, [n. p.]).
Outro aspecto central nesse debate é o impacto dos gases de efeito estufa emitidos a
partir da agropecuária na regulação climática. O texto 5 perguntas e respostas sobre as
emissões de gases de efeito estufa da agropecuária | Aleksandra Arcipowska et al. | WRI
Brasil é um suporte potente para trabalhar esse aspecto com a turma.
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
Saiba mais
Insegurança alimentar no Brasil
O Brasil, que havia saído do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU)
em 2014, voltou a fazer parte dos países que apresentam um alto número de pessoas
em insegurança alimentar, seja em grau leve, moderado ou grave. Em grande parte, a
situação foi agravada pela pandemia de covid-19, que afetou o mundo a partir de 2020,
impactando na produção de alimentos e levando à desvalorização da moeda brasileira
no cenário internacional. Outro fator relevante são os conflitos entre países como Ucrâ-
nia e Rússia. Porém, o aumento da fome no Brasil também se relaciona com a posição
do país como fornecedor internacional de alimentos. Em 2021, enquanto o Brasil alcan-
çava uma produção capaz de alimentar 1,6 bilhão de pessoas, número sete vezes maior
que sua população, 15% dos brasileiros passam fome (NOGUEIRA, 2022, [n. p.]).
4. Organize a turma em dois grupos. A proposta é realizar, ao final da etapa, uma roda
de conversa a respeito dos modelos de produção predominantes na região da Amazô-
nia Legal (o agronegócio comercial e a agricultura familiar ou a agroecologia), a ques-
tão climática e os desmatamentos. Um dos grupos vai ler o texto Agricultura familiar
próspera e sustentável pode reduzir o desmatamento | Vandré Fonseca | O Eco, a res-
peito dos projetos de agricultura familiar e as perspectivas relacionadas à conservação
da floresta. Já a outra equipe ficará responsável pela análise dos seguintes materiais
sobre a relação entre desmatamento e exportação de commodities, todos disponíveis
na matéria Explorando conexões entre o aumento da exportação de commodities para
a China e o desmatamento na Amazônia | Plataforma Cipó.
Saiba mais
Agronegócio X agricultura familiar: modelos produtivos e desmatamento
A falta de oportunidades que viabilizem um novo modelo produtivo para a região voltado
para a intensificação da produtividade e rentabilidade justifica este cenário, caracterizado pela
constante necessidade de abertura de novas áreas de florestas para o estabelecimento de
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
pastagens e culturas anuais, as quais são abandonadas após cinco a oito anos, e onde o fogo
entra como principal ferramenta de manejo.
De forma a apoiar iniciativas que promovam uma mudança efetiva no modelo de desenvol-
vimento rural na região, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) vem, desde
2001, em parceria com a Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP) e lideranças rurais da
região da Transamazônica, colaborando tecnicamente para a elaboração e a implementação
de projetos focados na promoção da redução do desmatamento na região, adoção de alterna-
tivas produtivas sustentáveis e melhoria na qualidade socioambiental.
SISTEMATIZAÇÃO
5. Para a sistematização, os estudantes devem realizar uma roda de conversa com o ob-
jetivo de debater a relação dos modelos de produção agrícola e agropecuária presentes
na Amazônia Legal e os impactos no meio ambiente. De posse das anotações realizadas
no exercício de leitura, organize a roda de conversa de forma que cada grupo tenha o
mesmo tempo para apresentar suas conclusões. Na sequência, cada equipe deve elabo-
rar questões referentes ao modelo de produção abordado pelo outro time.
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Avaliação em processo
A avaliação das etapas do módulo se dará de forma processual com base nas produções
vinculadas à organização da roda de conversa: considerando a análise de dados e as infor-
mações em mapas, tabelas e textos, os estudantes podem ser avaliados tanto pelo enga-
jamento e pela participação nas estratégias coletivas de aprendizagem, como pelas habili-
dades de síntese, argumentação crítica, sistematização e organização de conhecimentos e
ideias. Tendo em vista a mobilização de conceitos-chave a respeito de diferentes modelos
de produção agrícola, a turma deve apresentar clareza na distinção dos modelos de pro-
dução agropecuária e nos modelos de produção de base agroecológica, tendo em vista
seus impactos no meio ambiente. Para ampliação de conhecimentos e de repertório sobre
práticas avaliativas, recomendamos a realização da Trilha de Aprendizagem do componente
O lugar da avaliação | Instituto iungo, Instituto Reúna e Itaú Educação e Trabalho | Nosso
Ensino Médio.
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
ACONTECE NA ETAPA
Compreensão e reflexão sobre o conceito de bioeconomia e suas
perspectivas.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
2. Peça aos estudantes que apontem as premissas para aquilo que acreditam ser um mo-
delo de produção sustentável para a região amazônica. Anote as principais contribuições
de forma que esse registro possa ser acessado ao longo da etapa.
• ‘Bife de ouro’, o mau exemplo de Ronaldo para o mundo | Eliane Brum e Jonathan
Watts | Sumaúma.
• Terras Indígenas protegem a floresta | Tiago Moreira dos Santos | Terras Indígenas no
Brasil e Instituto Socioambiental.
• O saldo da COP26 na visão do Arapyaú | Arapyaú.
Após a leitura, os estudantes devem escrever um pequeno texto que avalie as possibilida-
des de se ter desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
Saiba mais
Política e natureza
Bruno Latour propõe, em Políticas da natureza: como associar as ciências à democra-
cia (Editora Unesp, 2019), uma concepção na qual política e natureza estão imbricadas.
Como o antropólogo e filósofo francês afirma, desde que o termo política surgiu, ele está
relacionado com a natureza. O que ocorreu, ao longo do tempo, foi uma separação en-
tre questões da natureza e políticas. Isso, porém, fez a humanidade chegar ao ponto no
qual nos encontramos atualmente: à beira do abismo ambiental. Latour, então, propõe a
aplicação de uma ecologia política, que procura colocar a natureza no centro das preo-
cupações da humanidade.
Luiz Marques, em Capitalismo e colapso ambiental (Editora Unicamp, 2018), aponta a in-
compatibilidade entre a natureza e um sistema econômico que preza o crescimento cada
vez mais rápido e um ritmo cada vez mais acelerado de produção e consumo. Suas refle-
xões ajudam a (re)pensar a relação entre capitalismo e conservação ambiental, tocando
em pontos sensíveis a Latour.
DESENVOLVIMENTO
4. Com base nos textos e nas questões propostas aos grupos na sala de aula invertida,
organize uma aula dialogada a respeito da relação entre política e natureza. Estimule os
grupos a interagir considerando os pontos centrais de cada texto e de suas conclusões.
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
Saiba mais
Em um país megabiodiverso como o Brasil, dono da maior biodiversidade de flora e fauna do pla-
neta – com mais de 100 mil espécies animais e cerca de 45 mil vegetais conhecidas – é premente
investir em um modelo econômico baseado no uso sustentável de recursos naturais. Quando bem
caracterizados e racionalmente explorados, esses recursos podem contribuir de forma efetiva para
alavancar a bioeconomia nacional (EMBRAPA, [201-?, n. p.]).
Para apoiar sua mediação com a turma a respeito da bioeconomia, é possível explorar os
sites de algumas empresas, como a Natura ou o Itaú, organizações que se colocam como
sustentáveis e exploram o conceito de bioeconomia em seu programa de produção indus-
trial. Assim, é possível reunir elementos para discutir a coexistência entre produção industrial
e conservação ambiental. Tendo em vista as problematizações colocadas por Ailton Krenak
em entrevista ao podcast O Tempo Virou, no episódio #50 Adiando o Fim – com Ailton Kre-
nak | Giovann Nader | YouTube, a turma pode desenvolver essa análise crítica.
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
que façam a análise das propostas apresentadas. Repare que o documento divide as
ações em cinco eixos temáticos e procure mobilizar os estudantes a entender qual é
o campo de atuação de cada um desses eixos. Mediante a consulta ao texto, a turma
pode responder: “Quais são suas principais propostas? Quais são os grupos sociais e
políticos que endossam as propostas? Há governos que têm adotado as ideias do green
new deal? Como isso acontece?”. Com base nas conclusões da leitura e das reflexões
anteriores, os estudantes terão reunido recursos e conhecimentos que lhes permitirão
avançar na construção dos novos ODS.
7. Com a elaboração do glossário ou temário, os estudantes têm uma base para pensar
nos novos ODS. Espera-se que cada grupo já tenha uma ideia, mesmo que ainda super-
ficial, da sua proposta. Sugerimos que essas propostas sejam debatidas nas aulas, com
sua mediação, por todos os grupos, para que os temas não se repitam. Recomendamos
que parte do trabalho seja feita na escola, durante as aulas, e parte fora do horário leti-
vo. Estimule os estudantes a buscar informações em outros lugares, como bibliotecas e
centros culturais da região.
SISTEMATIZAÇÃO
8. Cada grupo elabora um documento (pode ser on-line, se houver a possibilidade) com os
novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Cada ODS deve ter um número, um título
e algumas linhas que expliquem sua atuação política e ambiental, como o modelo dos ODS
da ONU. Pode ser feito um painel com esses novos ODS que seja exposto na sala de aula ou
em um lugar adequado da escola, para que toda a comunidade possa ver.
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Avaliação em processo
A avaliação das etapas do módulo se dará de forma processual e formativa. Por meio da
análise de dados sobre os desmatamentos, bem como da capacidade de caracterizar seus
diferentes tipos, os estudantes podem ser avaliados dentro das habilidades da área. Usando
a estratégia de sala de aula invertida, os estudantes devem elaborar hipóteses e apresentar
reflexões sistematizadas com base em comandos prévios. Nesse sentido, essa estratégia
também se apresenta como possibilidade de avaliar os estudantes pelo engajamento, mas
também dentro das habilidades da área do conhecimento. Na elaboração dos ODS, os es-
tudantes podem ser avaliados coletivamente, em grupo ou em duplas, considerando a rele-
vância e coerência dos objetivos apresentados nos debates do módulo. Considere o poder
de síntese e a relevância das propostas diante dos debates construídos ao longo da etapa.
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REFERÊNCIAS
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EMBRAPA. Bioeconomia. Portal Embrapa, [s. l., 201-?]. Disponível em: https://www.em-
brapa.br/tema-bioeconomia/sobre-o-tema. Acesso em: 16 mar. 2023.
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to e sustentável. Portal GND-Brasil, [s. l.], 2021. Disponível em: https://www.gnd-brasil.
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-com-impacto-social/?gclid=Cj0KCQiAtbqdBhDvARIsAGYnXBMMQP3uSlvDfjbQvcRn0o-
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IMAFLORA. Extração ilegal de madeira na Amazônia tem análise restrita por insufici-
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www.imaflora.org/noticia/extracao-ilegal-de-madeira-na-amazonia-tem-analise-restri-
ta-por-insuficiencia-de-dados-publicos. Acesso em: 16 mar. 2023.
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
INPE. Coordenação-Geral de Observação da Terra. DETER. Portal INPE, [S. l., 201-?].
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LIMA, Renato S.; BUENO, Samira; MARQUES, David. Sangue na floresta. piauí, [s. l.], 3
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MIRANDA, Evaristo E.; MORAES, Adriana V. C.; OSHIRO, Osvaldo T. Queimadas na Ama-
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MORI, Letícia. Por que o futuro do agronegócio depende da preservação do meio am-
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MÓDULO - DESMATAMENTOS E ECONOMIA AMAZÔNICA
MUNDO EDUCAÇÃO. Commodities. Portal Mundo Educação, [s. l., 2023]. Disponível em:
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PRAZERES, Leandro. Projeto de lei do governo regulamenta garimpo nas reservas indíge-
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WWF. Da teoria à prática. Portal WWF, [s. l., 201-?]. Disponível em: https://www.wwf.
org.br/participe/porque_participar/sustentabilidade/. Acesso em: 8 mar. 2023.
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MÓDULO
POVOS AMAZÔNIDAS: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS E
DIFERENTES PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
CIÊNCIAS HUMANAS
E SOCIAIS APLICADAS
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
Resumo
Neste módulo, os estudantes realizam a compilação e a sistematização de experiências
de povos e comunidades tradicionais e indígenas de interação com a floresta e de pers-
pectivas para conservá-la, levando em conta aspectos ligados a modos de vida e dife-
rentes tecnologias ambientais (cosmogonias dos povos tradicionais, manejos da floresta,
técnicas agrícolas, extrativismo, pesca etc.). No processo de sistematização, aproximan-
do-se do conceito de racismo ambiental, eles são instigados a analisar e a refletir sobre
os desafios enfrentados por esses grupos em diferentes contextos da região amazônica
(urbano, ribeirinho, quilombola, indígena, rural). Com a estratégia da sala de aula inverti-
da, os estudantes pesquisam sobre as perspectivas de representação dos povos e comu-
nidades tradicionais no contexto amazônico e o papel das juventudes amazônidas, em
diálogo com esses grupos e as tecnologias ambientais no combate ao desmatamento e
ao racismo ambiental. A partir daí, eles vão projetar a criação de um coletivo de jovens,
na escola ou no entorno, que atue em prol dos direitos humanos, da sustentabilidade e
por uma sociedade mais justa. Ao final do módulo, elaboram episódios de podcast ou
outras formas de divulgação para esse coletivo. Com isso, espera-se que os estudantes
reúnam ferramentas para a concretização de projetos pessoais, em âmbito local, regio-
nal, nacional e/ou global, considerando os desafios relacionados ao racismo ambiental,
os impactos socioambientais, os direitos humanos e a promoção da cidadania.
Expectativas de aprendizagem
• Caracterizar as tecnologias ambientais dos povos e das comunidades tradicionais
e indígenas e refletir sobre elas, compilando e sistematizando experiências desses
grupos na interação com o meio ambiente e na produção de tecnologias ambientais.
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MÓDULO - POVOS AMAZÔNIDAS: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS
E DIFERENTES PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
CG 2, CG 7 e CG 10
EIXOS ESTRUTURANTES
Empreendedorismo
Investigação científica
Processos criativos
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Tecnologias ambientais dos povos e das comunidades tradicionais e indígenas; racismo
ambiental; representação dos povos e das comunidades tradicionais e indígenas e juven-
tudes amazônidas; desmatamento.
(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e tec-
nologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhe-
cimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
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MÓDULO - POVOS AMAZÔNIDAS: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS
E DIFERENTES PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
(EMIFCHSA06) Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais rela-
cionados a temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em
âmbito local, regional, nacional e/ou global.
Etapa 2: Representação dos povos e comunidades tradicionais e indígenas e as lutas das juventudes
Carga horária média sugerida: 6 horas
Nas atividades desta etapa, os estudantes:
• Analisam historicamente as formas de representação dos povos e das comunidades tradicionais e indígenas.
• Pesquisam, usando a estratégia da sala de aula invertida, as recentes mobilizações e os protagonismos des-
ses grupos na luta por representação, pela conservação da floresta e pelos direitos humanos.
• Realizam exercício de criação de coletivos de jovens (considerando ações como a elaboração de mani-
festos, pautas e agendas de atuação em prol das questões socioambientais), tendo em vista a promoção
dos direitos humanos e da sustentabilidade.
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MÓDULO - POVOS AMAZÔNIDAS: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS
E DIFERENTES PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
Avaliação
A avaliação das etapas do módulo se dará de forma processual: após a compreensão e
a reflexão sobre o conceito de racismo ambiental, os estudantes poderão ser avaliados
com base nas habilidades da área. Poderá ser analisada a capacidade de propor hipóte-
ses por meio de pesquisas e de elaborar argumentos cruzando dados e processos políti-
cos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos. Levando em conside-
ração a atuação conjunta dos estudantes na criação de coletivos de jovens, a coerência e
relevância das pautas e linhas de atuação desses grupos poderão ser avaliadas e também
servirão para a autoavaliação dos estudantes. O processo de criação e produção do po-
dcast ou outras formas de divulgação dos coletivos poderá servir de avaliação, tendo em
vista o envolvimento e engajamento dos estudantes nos grupos de trabalho e a coerência
com os temas debatidos.
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CIÊNCIAS HUMANAS
E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - POVOS AMAZÔNIDAS: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS E
DIFERENTES PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
LIDERANÇAS COLETIVOS
LOCAIS JUVENIS
Vozes
amazônidas
envolvem…
DESENVOLVIMENTO PARTICIPAÇÃO
SUSTENTÁVEL FEMININA
E por quê?
a a a
1 ETAPA
Formas de representação
3 ETAPA
REALIZAÇÃO:
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MÓDULO - POVOS AMAZÔNIDAS: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS E DIFERENTES PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
ACONTECE NA ETAPA
Reflexão e debate sobre o conceito de racismo ambiental.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
2. Para a sensibilização inicial, realize uma breve tempestade de ideias, mediada com as
seguintes questões: “Quem mais sofre com eventos climáticos extremos e com crimes
ambientais? Todos sofrem igualmente?”. Promova um debate inicial com a turma, incen-
tivando a participação e o levantamento de hipóteses a respeito das questões. Considere
anotar as principais contribuições, a fim de que sejam revisitadas ao longo do processo.
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MÓDULO - POVOS AMAZÔNIDAS: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS E DIFERENTES PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
Saiba mais
O que é racismo ambiental?
Racismo ambiental é um termo utilizado para se referir ao processo de discriminação
que populações que vivem em áreas marginalizadas ou compostas de minorias étnicas
sofrem por meio da degradação ambiental. A expressão denuncia que a distribuição
dos impactos ambientais não se dá de forma igual entre a população, sendo a parcela
marginalizada e historicamente invisibilizada a mais afetada pela poluição e a degra-
dação ambiental. A história do termo está intrinsecamente ligada ao movimento dos
direitos civis americanos, que ocorreram entre as décadas de 1950 e 1960. Atualmente,
a falta de investimento em regiões sem saneamento básico, o despejo de resíduos no-
civos à saúde em regiões de vulnerabilidade social, a grilagem e a exploração de ter-
ras pertencentes a povos locais são exemplos da manifestação do racismo ambiental
(FUENTES, 2021, [n. p.]).
DESENVOLVIMENTO
• Grupo 1: O que é racismo ambiental? Quando o termo foi criado, o que ele buscou explicar?
• Grupo 2: O que é justiça climática? Qual é o contexto da criação do termo?
• Grupo 3: O que é injustiça climática? Quais são os exemplos apresentados?
Saiba mais
Como o racismo ambiental ocorre na Amazônia?
[…]
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MÓDULO - POVOS AMAZÔNIDAS: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS E DIFERENTES PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
Temos notórios exemplos, como: Belo Monte, Tucuruí, a Transamazônica, a extração de bauxita
em Oriximiná, garimpo ilegal, dentre outros, aqui no Pará. Irei me deter à extração de bauxita.
Essa extração existe há cerca de quatro décadas, mas a mineração ocorre no interior de uma
Unidade de Conservação, onde vivem comunidades quilombolas e ribeirinhas. De acordo com
a Comissão Pró-Índio, a floresta está em disputa, haja vista que a exploração mineral em Ori-
ximiná impulsiona a destruição de florestas que, até então, eram fonte de alimento e renda de
diversas famílias quilombolas e ribeirinhas (QUEIROZ, 2022, [n. p.]).
Diálogos Amazônicos
Neste artigo, é possível acessar dados e informações de pesquisa a respeito de eventos
extremos, como a cheia em Manaus no ano de 2022, que acentuam desigualdades es-
truturais: Na Amazônia urbana, pessoas negras e indígenas serão principais vítimas de
mudanças climáticas | Murilo Pajolla | Brasil de Fato1.
Saiba mais
Os mais vulneráveis
A tragédia provocada pela covid-19 na Região Norte aumenta de tamanho quando o foco da
análise se volta para os indígenas e as comunidades ribeirinhas. O inquérito sorológico EPICO-
VID-19 BR, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), mostrou que, desde o início da pande-
mia, indígenas tinham 80% mais risco de serem infectados pelo SARS-CoV-2 em comparação
com brancos que moram na mesma cidade.
Fora das cidades o impacto da doença também foi brutal. Um estudo publicado na revista
Frontiers in Psychiatry por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que
as taxas de incidência e mortalidade na população indígena foram, respectivamente, 136% e
110% mais altas que a média nacional.
Em termos de mortalidade, entre os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) mais crí-
ticos estavam Alto Rio Solimões, Cuiabá, Xavante, Vilhena e Kaiapó do Pará. A análise dos
dados revelou ainda uma relação direta entre a incidência de casos de covid-19 em indígenas
e desmatamento, grilagem e mineração.
1
Todos os links presentes neste material foram acessados em março de 2023.
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Dados de agosto do Ministério da Saúde apontam que alguns DSEIs estão abaixo de 50% da
cobertura vacinal completa. Os distritos mais críticos são: Kaiapó-PA (32,4%), rio Tapajós-PA
(38%), Alto Rio Juruá-AC (39,7%), Kaiapó-MT (42%) e Araguaia-MT (49,7%).
“São áreas que passam por diversos conflitos territoriais, seja por garimpo ou agricultura. Isso
tudo somado às fake news e às dificuldades logísticas fazem com que os números não tenham
evoluído como o desejado”, relatou Luiz Penha [mestre em Saúde Pública, integrante do povo
Tukano e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB)] (ZIE-
GLER, 2021, [n. p.]).
5. Com base nas leituras e nas reflexões construídas até o momento, elabore com os
estudantes uma nuvem de palavras correlatas aos assuntos e conceitos trabalhados até
aqui. Conduza esse momento de forma que a turma estabeleça relações entre o concei-
to de racismo ambiental e situações de sua região. Garantir um repertório de temas e
aspectos do entorno desses jovens potencializará a atividade da seção Sistematização.
SISTEMATIZAÇÃO
6. Tendo em vista as palavras e os temas destacados no exercício anterior, solicite aos estu-
dantes que, em duplas, sistematizem as discussões realizadas na etapa por meio de uma ex-
pressão artística (poemas, cordel, batalha de rap e slam, músicas, esquetes teatrais ou outra
com que os jovens se identifiquem). Incentive a criatividade e o engajamento da turma e, se
possível, busque atuar de maneira integrada ao docente da área de Linguagens. Encoraje os
estudantes a apresentarem suas produções à comunidade escolar como forma de ampliar o
debate sobre o racismo ambiental.
Avaliação em processo
Utilize a pesquisa, a análise de dados, o debate e a produção artística para acompanhar o
desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes de forma processual.
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ACONTECE NA ETAPA
Análise histórica das formas de representação dos povos tradicionais
e indígenas.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
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zônia. Para tanto, comece o debate levantando quais são os conhecimentos prévios da
turma sobre lideranças indígenas e quilombolas e suas trajetórias na região. A sugestão
é que você, docente, faça uma consulta prévia aos materiais A Amazônia também é
negra | Joana Oliveira | El País e Conheça quatro das principais lideranças indígenas da
Amazônia | Portal Amazônia para embasar o debate em sala de aula e nortear as dis-
cussões, com base nas perguntas disparadoras de reflexão:
Diálogos Amazônicos
[...]
Uma das estratégias adotadas pelos quilombolas para proteger seu território é criar uma espé-
cie de “cerca viva” nos limites das comunidades. “Muita gente migrou para a cidade, em busca
de melhores condições de vida, mas acabaram trabalhando na construção civil ou em traba-
lhos domésticos e agora está voltando. O que estamos fazendo é alocá-los nas imediações dos
limites da terra, para serem os olhos vivos da nossa comunidade e, assim, manter o território
sem invasões”, explica Tatiane (OLIVEIRA, 2019, [n. p.]).
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DESENVOLVIMENTO
3. Organize uma aula dialogada a respeito das lutas amazônidas. Consulte as informa-
ções dos boxes Saiba mais a seguir e Diálogos amazônicos anterior e considere orga-
nizar a leitura dessas informações em duplas. Por meio da aprendizagem entre pares,
peça às duplas que apresentem as principais informações a respeito dos últimos 30
anos dessas lutas. Na sequência, os estudantes devem realizar um levantamento de in-
formações usando relatos orais, escritos ou fotográficos e, se tiverem acesso à internet,
pesquisar vídeos e podcasts sobre lideranças e/ou coletivos amazônidas, a fim de que
tenham a oportunidade de iniciar a sistematização de casos e lideranças através do
tempo. Um encaminhamento importante acerca desse aspecto é refletir sobre a atual
ampliação da representação do ponto de vista do gênero. Se inicialmente a luta era cen-
trada em lideranças masculinas, nos últimos anos vêm ganhando destaque lideranças
femininas e jovens. Para nortear a condução da pesquisa solicitada aos estudantes e a
mediação desses debates, você pode consultar previamente os seguintes textos:
• Mulheres da Amazônia: 5 lideranças que você precisa conhecer | Francisco Costa | Mídia Ninja.
• Jovens Vozes da Amazônia para o Planeta | ReLLAC-Jovens | Para o clima.
• Jovens lideranças indígenas em defesa da Amazônia | Txai Suruí e Bitaté Uru-eu-wa-
u-wau | Le Monde Diplomatique Brasil.
5. Divida a turma em grupos e peça aos estudantes que simulem a criação de um cole-
tivo de jovens em prol da defesa da Amazônia. O material Jovens vozes da Amazônia
para o planeta | ReLLAC-Jovens | Para o clima pode auxiliar na curadoria e na elabo-
ração desses coletivos. Nele, é possível que os estudantes entrem em contato com um
exemplo de manifesto e diversos temas e tópicos reivindicados por jovens amazônidas.
Solicite que a turma a) crie um nome para esse coletivo; b) defina seu escopo de atua-
ção e; c) elabore uma carta-manifesto com as reivindicações (políticas, sociais, econô-
micas, culturais) desse coletivo. Essa simulação pode ser inspirada em algum coletivo
ou liderança conhecidos do grupo. Exerça sua presença pedagógica e apoie-os nessa
escolha e curadoria.
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Saiba mais
Enquanto os direitos dos índios à posse de suas terras foram garantidos em todas as Constituições
brasileiras desde a de 1934, foi apenas na Constituição de 1988 que os quilombolas tiveram direitos
reconhecidos. A inclusão deste preceito constitucional repara uma injustiça histórica cometida pela
sociedade escravocrata brasileira contra o povo negro. Uma reparação que se concretiza através
do reconhecimento dos direitos das comunidades de descendentes dos antigos escravos possibili-
tando-lhes, finalmente, o acesso à propriedade de suas terras.
SISTEMATIZAÇÃO
Saiba mais
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Os principais nomes dessa época são: Mário Juruna, Álvaro Tucano, Ângelo Kretã, Marçal de Souza,
Raoni Mentuktire e Domingos Veríssimo Terena. Mário Juruna ficou famoso por andar em gabine-
tes da Fundação Nacional do Índio (Funai), lutando pela demarcação das terras indígenas, sempre
com um gravador para registrar tudo o que os não-índios diziam. Ele queria provar que as autorida-
des, na maioria das vezes, não cumpriam com o que prometiam. Juruna foi eleito deputado federal
em 1983, primeiro deputado índio no país.
[...]
A pesquisa aponta que o movimento sofreu uma divisão após as manifestações durante a
festa de 500 anos de descobrimento do Brasil, quando índios entraram em confronto com
o Exército. Depois desse episódio, as comunidades passaram a lutar por suas reivindicações
específicas, e não mais como um movimento unificado.
Nós, povos indígenas, historicamente silenciados, denunciamos nas redes sociais com nossas câ-
meras e celulares a realidade dos territórios no Brasil. Por meio da juventude indígena, estamos
recontando a verdadeira história do nosso país, valorizando nossa ancestralidade, denunciando a
invasão, as queimadas, a mineração ilegal, o roubo de madeira, a destruição da floresta e mostran-
do toda nossa riqueza cultural decolonizando mentes. Ensinando o real significado de ser indígena.
Compartilhando nossa sabedoria através do audiovisual e acabando com essa ideia de que indíge-
na não pode ter celular.
Nos últimos anos, jovens indígenas de diversos povos elevaram suas vozes em defesa da flo-
resta, unindo sua força com jovens de todo o mundo que se organizam na luta contra as mu-
danças climáticas (SURUI; URU-EU-WAU-WAU, 2022, [n. p.]).
Avaliação em processo
Para garantir a avaliação de forma processual, na seção Ponto de partida, as respostas às ques-
tões disparadoras, bem como a produção de um quadro coletivo com os conhecimentos que
os estudantes têm de lideranças amazônicas, podem compor um primeiro olhar diagnóstico. O
trabalho em grupo de pesquisa e a organização de informações, além da posterior simulação dos
coletivos de jovens, também são fatores para a avaliação de diversas competências, como pensa-
mento crítico e científico, colaboração e argumentação. Na escrita da carta-manifesto, você pode
analisar o quanto os estudantes têm capacidade de síntese de seus argumentos, assim como
avaliar a forma como mobilizam os conceitos e as habilidades da área para realizar essa atividade.
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ACONTECE NA ETAPA
Reflexão e debate sobre os saberes dos povos tradicionais e indígenas
diante dos desafios contemporâneos.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
1. O objetivo deste momento é fazer com que os estudantes ampliem o olhar sobre os
saberes ancestrais e os desafios contemporâneos dos povos amazônidas. Solicite que
a turma leia o texto Ciência e saberes tradicionais por uma Amazônia soberana e sus-
tentável | Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) (ver no Material do
estudante, referente a esta etapa). Essa leitura pode ser feita em duplas ou grupos, a
fim de que os estudantes debatam entre si os principais pontos do texto antes de socia-
lizá-los. Organize uma roda de conversa a respeito das conclusões, com o objetivo de
fazê-los refletir sobre as relações entre esses saberes e as lutas dos povos amazônidas
em prol dos direitos humanos e da conservação da floresta. Recupere os debates das
etapas anteriores e os aspectos abordados nas cartas-manifesto e nos coletivos criados.
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2. O objetivo deste momento inicial é dar subsídios e ampliar os olhares dos estudantes,
que devem produzir podcasts apresentando os coletivos criados na etapa anterior. Es-
pera-se que a turma estabeleça relações entre as lutas contemporâneas com os saberes
ancestrais amazônidas. Considere algumas questões norteadoras:
Saiba mais
[...]
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DESENVOLVIMENTO
3. Proponha que a turma seja dividida em grupos. Cada um deles deve produzir um
episódio de podcast, cujo tema será a apresentação e a contextualização do coletivo
criado na etapa anterior. De maneira que os grupos desenvolvam o conteúdo dos rotei-
ros, estimule-os a buscar temas correlatos e transversais aos coletivos e desafios apre-
sentados na etapa anterior. No site jornalístico Sumaúma ou no portal da Coordenação
Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), há
bastante material para explorar temas correlatos aos povos indígenas ou quilombolas.
O texto Ribeirinhos da Amazônia: modo de vida e relação com a natureza | Cássio Ro-
gério Graças dos Santos, Mayany Soares Salgado e Márcia Aparecida da Silva Pimentel
| Uniara também pode apoiar essa mediação por meio de relatos colhidos em comuni-
dades ribeirinhas, em campo, pela equipe de pesquisa. A ideia é que cada grupo foque
em um tema/grupo social e o desenvolva, de forma que gere um episódio do podcast
que articule o impacto do racismo ambiental nos desafios contemporâneos e as lutas
amazônidas. Se não for possível elaborar um podcast, os estudantes podem trabalhar
com a captação de áudio simples (usando um celular ou outro equipamento de grava-
ção de áudio), sem a necessidade de edição. No site da Secretaria de Educação, Cultura
e Esportes do Estado do Acre, há disponível uma Oficina sobre Podcast | Escola Digital
| SEE-Acre. A seguir, listamos alguns passos para criar um podcast:
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O Brasil é o segundo país que mais consome podcasts do mundo e, segundo o Ibope, cerca de
40% da população de internet do país já ouviu algum podcast. Esse número equivale a cerca de
50 milhões de brasileiros.
[...]
Basicamente, é um programa de rádio que pode ser ouvido pela internet a qualquer hora, por
meio do celular ou do computador. Com temas e duração variadas, o ouvinte pode acessar con-
teúdos em áudio para se informar, para estudar ou para passar o tempo (COSTA, 2021, [n. p.]).
Também recomendamos que sejam apresentados alguns podcasts aos estudantes. Lista-
mos, a seguir, algumas sugestões que tratam de temas da região amazônica que podem
ser acessados em diversas plataformas:
SISTEMATIZAÇÃO
6. O podcast pode ser disponibilizado para toda a escola e a comunidade ou ficar disponível
em alguma plataforma digital. Sugerimos que os estudantes escutem todos os episódios e,
ao final, organizem uma discussão sobre os temas abordados. Essa roda de conversa pode
contribuir para organizar um evento de lançamento do podcast.
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7. Uma vez que os episódios fiquem prontos, é interessante promover uma atividade de
lançamento na escola, com debate entre os autores e a comunidade escolar.
Avaliação em processo
A avaliação se dará de forma processual. Na roda de conversa inicial, é possível aces-
sar o que a turma construiu ao longo do módulo. Considere essa roda de conversa do
Ponto de partida como um momento privilegiado de avaliação diagnóstica. A pro-
dução do podcast deve gerar engajamento e divisão de tarefas entre os integrantes:
equipe de pesquisa, narradores/entrevistadores, redatores etc. Os roteiros podem ser
compartilhados entre os grupos a fim de aprimorarem seus percursos. Considere as
escolhas e os temas dos podcasts e sua relação com o conceito de racismo ambiental
e a coerência com o coletivo criado. Para ampliação de conhecimentos e de repertório
sobre práticas avaliativas, recomendamos a realização da Trilha de Aprendizagem do
componente O lugar da avaliação | Instituto iungo, Instituto Reúna e Itaú Educação e
Trabalho | Nosso Ensino Médio.
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MATERIAL DO ESTUDANTE
É preciso instituir um outro cenário que seja favorável ao diálogo da ciência com as sociedades
amazônicas. A Amazônia é um campo privilegiado para o desenvolvimento científico em todas
as áreas de conhecimento. E deveria ser priorizada como laboratório de inovação, de interdisci-
plinaridade e sustentabilidade. A região tem potencial para ser um território totalmente orien-
tado pelo conhecimento científico e pela interação empática com saberes e práticas milenares
de relação do ser humano com a natureza. Aquisições essenciais de cidadania, democracia,
cooperação internacional e inovação podem ter surpreendentes resultados se experimentados
por todos os esforços científicos nacionais na Amazônia brasileira e continental (Pan-Amazô-
nia) e em todos os campos do conhecimento, a partir de focos de prioridades locais.
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REFERÊNCIAS
BICALHO, Poliene Soares dos Santos. Protagonismo indígena no Brasil: movimento,
cidadania e direitos (1970-2009). 2010. 464 f., il. Tese (Doutorado em História) – Univer-
sidade de Brasília, Brasília, 2010.
COSTA, Larissa. O que é um podcast? Para que serve? Conheça algumas sugestões de
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www.brasildefatomg.com.br/2021/02/10/o-que-e-um-podcast-para-que-serve-conheca-al-
gumas-sugestoes-de-programas. Acesso em: 8 mar. 2023.
FUENTES, Patrick. Racismo ambiental é uma realidade que atinge populações vulnera-
bilizadas. Jornal da USP, [São Paulo], 9 dez. 2021. Disponível em: https://jornal.usp.br/
atualidades/racismo-ambiental-e-uma-realidade-que-atinge-populacoes-vulnerabilizadas/.
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OLIVEIRA, Joana. A Amazônia também é negra. El País Brasil, Terra do Meio, Amazônia, 20 nov.
2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/19/politica/1574164761_425337.
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PIRES, Thula R.; GUIMARÃES, Virginia T. Injustiça ambiental e racismo ambiental: a marca da
estratificação sócio-racial nas zonas de sacrifício do Estado do Rio de Janeiro. Yale Law School.
Projeto de Pesquisa. 2014-2016. Disponível em: https://www.law.yale.edu/sites/default/files/area/
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RELLAC-J. Manifesto jovens vozes da Amazônia para o planeta. [S. l.]: ReLLAC-J; WWF,
2021. Disponível em: https://paraoclima.org.br/img/boletim/nov/manifesto-JVAP-PT.pdf.
Acesso em: 8 mar. 2023.
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