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A capa deste caderno pedagógico está em produção pela ASSCOM com prazo de entrega
para o dia 14/11/2023
Manaus – AM
2024
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO E DESPORTO ESCOLAR
FICHA TÉCNICA
Capa
Adriel Medeiros de Araujo
FICHA TÉCNICA
Coordenação Instituto Reúna
REALIZAÇÃO DANIEL CORDEIRO
Jovens amazônicos
Concepção e redação
BRUNA LIMA - RIO BRANCO | ACRE
GILBERTO STAM
INGRID MARIA AVIZ DE ARAÚJO - ANANINDEUA | PARÁ
JEFFERSON SODRÉ MENEZES
KARINA PENHA - SÃO JOSÉ DE RIBAMAR | MARANHÃO
KÁTIA HENRIQUE
ODENILZE RAMOS - CARÃO, BAIXO RIO NEGRO | AMAZONAS
OREME IKPENG - XINGU | MATO GROSSO
Leitura crítica
PEDRO ALACE - AGROVILA ITAQUI, CASTANHAL/PARÁ
ANA LÚCIA RAMOS AURICCHIO
DAYANE OLIVEIRA RODRIGUES - SEED RORAIMA
Especialistas em educação
ERONILDO CORNÉLIO DE CASTRO - SEED RORAIMA
ANA LUÍSA GONÇALVES
MANOEL FEITOSA JEFFREYS - SEDUC AMAZONAS
FERNANDA SAEME
VANESSA COSTA TRINDADE
NÁDIA CARDOSO
PAULO CUNHA
Edição pedagógica
THIAGO HENRIQUE
CAROLINA MIRANDA
VANESSA COSTA TRINDADE
Mobilização de jovens
RICARDO PENIDO
Apoio à concepção - Jovens amazônicos
DAVI LIMA MELO
Mapeamento de tecnologias educacionais
GUILHERME LIMA FREITAS
PORVIR
Ementa .......................................................................................................................... 05
Referências ................................................................................................................... 24
EMENTA
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(EM13CNT206) Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversidade,
considerando parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e
das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planeta.
(EM13CNT304) Analisar e debater situações controversas sobre a aplicação de conhecimentos
da área de Ciências da Natureza (tais como tecnologias do DNA, tratamentos com células-
tronco, neurotecnologias, produção de tecnologias de defesa, estratégias de controle de
pragas, entre outros), com base em argumentos consistentes, legais, éticos e responsáveis,
distinguindo diferentes pontos de vista.
(EM13CNT310) Investigar e analisar os efeitos de programas de infraestrutura e demais
serviços básicos (saneamento, energia elétrica, transporte, telecomunicações, cobertura
vacinal, atendimento primário à saúde e produção de alimentos, entre outros) e identificar
necessidades locais e/ou regionais em relação a esses serviços, a fim de avaliar e/ou promover
ações que contribuam para a melhoria na qualidade de vida e nas condições de saúde da
população.
Habilidades dos eixos estruturantes
(EMIFCNT01) Investigar e analisar situações-problema e variáveis que interferem na dinâmica
de fenômenos da natureza e/ou de processos tecnológicos, considerando dados e
informações disponíveis em diferentes mídias, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos
digitais.
(EMIFCNT02) Levantar e testar hipóteses sobre variáveis que interferem na dinâmica de
fenômenos da natureza e/ou de processos tecnológicos, com ou sem o uso de dispositivos e
aplicativos digitais, utilizando procedimentos e linguagens adequados à investigação científica.
(EMIFCNT03) Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica,
exploratória, de campo, experimental etc.) em fontes confiáveis, informações sobre a dinâmica
dos fenômenos da natureza e/ou de processos tecnológicos, identificando os diversos pontos
de vista e posicionando-se mediante argumentação, com o cuidado de citar as fontes dos
recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar conclusões com o uso de diferentes
mídias.
(EMIFCNT04) Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e
reflexão crítica sobre a dinâmica dos fenômenos naturais e/ou de processos tecnológicos, com
ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade
virtual, entre outros).
(EMIFCNT10) Avaliar como oportunidades, conhecimentos e recursos relacionados às Ciências
da Natureza podem ser utilizados na concretização de projetos pessoais ou produtivos,
considerando as diversas tecnologias disponíveis e os impactos socioambientais.
Foco das etapas
Etapa 1: Alimentação e saúde
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● Mapeiam, por meio de um processo investigativo, a diversidade de práticas agrícolas no
contexto da Amazônia, incluindo aquelas oriundas de comunidades e povos tradicionais,
e seus impactos no ambiente e na saúde humana.
● Compreendem o impacto da redução da variedade de espécies utilizadas na alimentação
humana em decorrência da introdução de espécies exóticas.
● Discutem a segurança e a soberania alimentar e reconhecem os desafios para a adoção
de hábitos alimentares saudáveis, além de propor recomendações sobre a escolha de
alimentos e estratégias para a promoção da saúde no cenário local.
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desenvolver a habilidade de seleção de informações de fontes confiáveis e a capacidade de
elaborar ferramentas de comunicação com a utilização de diferentes linguagens.
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UNIDADE TEMÁTICA 1: ALIMENTAÇÃO E SAÚDE
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
CARGA HORÁRIA MÉDIA SUGERIDA: 8 horas
Esta situação de aprendizagem convida os estudantes a refletir sobre os impactos da agricultura
nos serviços ecossistêmicos na Amazônia Legal. Para isso, eles investigam as características dos
diferentes sistemas produtivos e seus impactos sobre o ambiente. Analisam, dessa forma, os
distintos modos de produção e consumo de alimentos. Em atividades de levantamento de
conhecimentos prévios, entrevistas, estudos de campo, diálogos entre pares e construção de painel
de aprendizagens, os estudantes investigam e mapeiam práticas de produção de alimentos
predominantes na Amazônia Legal. Ao longo da unidade, eles são convidados a investigar diferentes
processos de produção de alimento, bem como seus impactos sociais, ambientais e na saúde das
populações.
PONTO DE PARTIDA
1. Apresente o percurso de aprendizagens que será vivenciado pela turma nesta unidade. O
infográfico pode apoiar esse momento de mediação. Na sequência, convide os estudantes a refletir
coletivamente sobre os impactos da agricultura intensiva e extensiva na Amazônia. Para promover
a ancoragem e o levantamento de conhecimentos prévios, você pode exibir o vídeo Episódio 1:
“Você sabe de onde vem sua comida?" | Greenpeace Brasil | YouTube1. Na impossibilidade de exibi-
lo, as seguintes perguntas podem colaborar para a problematização da temática e o levantamento
das ideias dos estudantes:
● Quais são os impactos da agricultura nos serviços ecossistêmicos na Amazônia Legal? Como
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Todos os links indicados neste material foram acessados em fevereiro de 2023.
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a ciência e as tecnologias podem colaborar nesse processo?
● Quais são as principais características dos sistemas de produção de alimento? Como eles
impactam a erosão do solo?
● Vocês reconhecem em seus contextos práticas de produção de alimentos caracterizadas
como tradicionais?
● Como os saberes e a cultura de populações amazônicas contribuem para essas práticas?
2. Realize uma exposição dialogada sobre a temática e sugira a construção de um glossário para fins
de registro de aprendizagens e de conceitos fundamentais, como patrimônio socioambiental,
serviços ecossistêmicos, agricultura intensiva e extensiva, sistemas agrícolas tradicionais etc. No
boxe Saiba mais, há uma indicação da Embrapa que apresenta alguns sistemas e tecnologias
agrícolas adotados no Brasil, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que é uma
estratégia de produção conhecida por unir diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e
florestais em uma mesma área. Além de gerar benefícios ambientais e econômicos, permite a
recuperação de pastagens degradadas e a diversificação da produção.
SAIBA MAIS
Os sistemas agrícolas tradicionais (SATs) são processos de produção dinâmicos caracterizados pela
interação entre elementos culturais, ecológicos, históricos e socioeconômicos. Eles possibilitam
diferentes arranjos e técnicas produtivas que, em seu conjunto, se mostram resilientes e
sustentáveis. Trata-se de atividades produtivas (agricultura, pesca, extrativismo, beneficiamento
artesanal, manejo florestal, criação de animais etc.) que ocorrem segundo determinadas lógicas,
elaboradas conforme o manejo adaptativo dos recursos naturais, as experiências acumuladas ao
longo de gerações e a interação de conhecimento tradicionais e científicos. Leia mais em Sistemas
agrícolas tradicionais – SATs | Ministério de Agricultura e Pecuária.
Veja também:
● Impactos da agricultura: do surgimento da agricultura ao agronegócio | Maria Luiza
Salatino | E-disciplinas-USP: material de apoio que discute os principais elementos que
caracterizam a agricultura intensiva e extensiva e os seus impactos nos ambientes
naturais.
● Intensificação e sustentabilidade dos sistemas de produção agrícolas | Portal Embrapa:
material produzido pela Embrapa que apresenta e conceitua uma série de sistemas e
tecnologias sustentáveis amplamente adotados, à luz dos princípios da agricultura
sustentável, que garantem qualidade ambiental e preservam os recursos naturais.
● “Cadeia produtiva da mandioca no Pará" | Amazônia+ | YouTube: vídeo que aborda a
cadeia produtiva da mandioca, base da alimentação de milhões de pessoas no mundo,
eleita pela Organização das Nações Unidas como o alimento do século 21.
● Ouro líquido: produção de dendê explora populações negras e indígenas no Brasil |
Rebeca Borges | Metrópoles: reportagem que aborda como a produção de dendê do
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Pará à Bahia explora populações negras e indígenas no Brasil e produz danos
socioambientais.
● “Bioeconomia na cozinha" | Spotify: podcast que fomenta o debate sobre a participação
de distintos atores que integram a bioeconomia, como indígenas, ribeirinhos,
agricultores familiares, associações e cooperativas de base comunitária e
empreendedores de inovação.
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● Avaliação: as rotinas de pensamento | Lilian Bacich.
DESENVOLVIMENTO
4. Para sensibilizar os estudantes, selecione algumas imagens sobre as práticas agrícolas da região
e utilize a estratégia “vejo, penso e pergunto”. Em pequenos grupos ou individualmente, peça a eles
que respondam: “O que vocês veem? O que pensam sobre isso que veem? Qual é sua interpretação?
O que vocês perguntam a respeito do que veem e pensam? Têm dúvidas ou curiosidades?”. Essa
estratégia é interessante para introduzir e explorar ideias iniciais sobre um tema, fazer perguntas
instigantes e registrar conhecimentos ou hipóteses prévias.
5. Após uma partilha coletiva, organize a turma para a proposta desse momento: a realização de um
trabalho de campo e coleta de dados por meio de entrevistas sobre a produção de alimentos (de
origem vegetal e também de pescados) no contexto da Amazônia Legal e seus impactos ambientais,
com trabalhadores envolvidos nos sistemas de produção de alimentos e familiares. Também podem
ser feitas consultas em fontes confiáveis e visitas de campo a feiras, mercados e centros de
abastecimento, se possível. Pretende-se, com isso, aproximar os jovens de suas realidades e
possibilitar que entrem em contato com o trabalho das pessoas que atuam na cadeia produtiva de
alimentos. Ao entrevistar trabalhadores, eles podem reconhecer atividades econômicas, valorizar a
diversidade de saberes e vivências culturais, bem como refletir sobre as relações da atividade com
o meio ambiente e com a biodiversidade da Amazônia.
6. Explique que a pesquisa deve ser conduzida em pequenos grupos e, após a análise, as
informações podem ser compartilhadas em um mural colaborativo. Ressalte que é necessário citar
as fontes dos dados. Apoie os estudantes no desenvolvimento do questionário, a fim de assegurar
a coleta de informações que estejam em consonância com o foco da pesquisa, ajudando-os, dessa
forma, no desenvolvimento de habilidades ligadas ao letramento científico. Essa estratégia fomenta
o desenvolvimento da curiosidade intelectual, da reflexão e da análise crítica, além da capacidade
de resolver problemas e argumentar com base em dados e informações, posicionando-se de forma
crítica, ética e responsável. Para apoiar esta etapa, sugerimos o seguinte material: Aula de campo
como mecanismo facilitador do ensino-aprendizagem sobre os ecossistemas recifais em Alagoas |
Alana de Oliveira e Monica Correia | Alexandria.
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● A agricultura na Amazônia é produtiva e auxilia as comunidades locais | CropLife Brasil.
● Na Amazônia, práticas agrícolas indígenas interligam cosmologia e conservação | Luiz Felipe
Silva e Fellipe Abreu | National Geographic.
● Comunidades ribeirinhas amazônicas: modos de vida e uso dos recursos naturais | Piatam |
Ufam.
● Os saberes e práticas de pescadores na Amazônia são foco de pesquisa do Instituto
Mamirauá | Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
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resolução de problemas, à tomada de decisão, à capacidade de argumentação e ao trabalho
efetivo em equipe. Diante disso, com criatividade e criticidade, identificam, selecionam,
processam e analisam, individual e coletivamente, dados que tratam de trajetórias de vida e
mundo do trabalho. A atividade também favorece o desenvolvimento de habilidades do eixo
Empreendedorismo, como a EMIFCNT10, uma vez que o estudo de contextos locais ou regionais
e a busca coletiva por soluções que visem ao bem comum podem se configurar como
oportunidades para a concretização de projetos pessoais ou produtivos.
SISTEMATIZAÇÃO
AVALIAÇÃO EM PROCESSO
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
CARGA HORÁRIA MÉDIA SUGERIDA: 7 horas
Nesta situação de aprendizagem, os estudantes ampliam seus estudos sobre a relação entre saúde,
alimentação e tradições culturais, temas que permeiam o cotidiano das populações. Por meio de
uma abordagem investigativa, os estudantes são convidados a compreender o impacto da redução
da variedade de espécies utilizadas na alimentação humana, em decorrência da introdução de
espécies exóticas e das mudanças dos hábitos alimentares promovidas pela revolução verde. Eles
também são incentivados a analisar dados e evidências e a posicionarem-se de forma ética, crítica
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e responsável, incorporando valores para uma formação cidadã. Por meio de um world café,
discutem o conceito de soberania alimentar, debatem sobre os principais desafios para alcançar
esse princípio e propõem recomendações sobre a escolha de alimentos e estratégias para a
promoção da saúde.
PONTO DE PARTIDA
A metodologia ativa think, pair, share é uma estratégia de aprendizagem cooperativa em que os
estudantes têm um tempo para pensar e para compartilhar entre pares e com um grupo maior.
Essa ferramenta possibilita a aprendizagem entre pares e o engajamento dos estudantes. Nesse
contexto, o docente assume a posição de mediador e conduz uma situação-problema que pode
ser acrescida de vários recursos, tais como imagens, vídeos, charges ou perguntas norteadoras.
A cartilha Metodologia ativa think, pair, share (TPS): estratégias para o ensino e aprendizagem no
Ensino Fundamental I | Angelina dos Reis e Maria Auxiliadora Barreto reúne informações sobre a
estratégia e como utilizá-la em sala de aula.
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2. A fim de dar mais um passo no conhecimento iniciado na atividade think, pair, share, proponha
uma leitura compartilhada do material Espécies exóticas: uso econômico, controle e redução de
impactos | Débora Marques et al. | Embrapa e, durante a leitura, instigue os estudantes a
refletirem sobre o impacto da redução da variedade de espécies utilizadas na alimentação humana,
em decorrência da introdução de espécies exóticas. De acordo com o texto, espécies exóticas são
aquelas que estão fora de seu local de origem e podem ser introduzidas em um novo ambiente de
forma intencional ou não. Algumas dessas espécies podem acarretar fortes desequilíbrios
ambientais, portanto, tornam-se necessários medidas e mecanismos de controle dessas espécies.
Após lerem o texto, peça aos estudantes para organizarem as informações obtidas no diário de
bordo, respondendo à seguinte questão: “De que maneira o uso de diferentes plantas (nativas ou
exóticas) pode afetar a saúde e a qualidade de vida das pessoas?”. Nesse momento, os estudantes
ainda terão poucas informações para ter uma resposta muito elaborada, por isso, essa questão
será retomada no final desta situação de aprendizagem.
DESENVOLVIMENTO
3. Converse com os estudantes sobre o fato de o bem-estar físico e mental ser fruto, entre outros
fatores, de uma boa alimentação, visto que as condições favoráveis para o crescimento e
desenvolvimento de um indivíduo dependem da sua nutrição. Esse diálogo mobiliza o conhecimento
construído durante os anos finais do Ensino Fundamental e fomenta o desenvolvimento da
competência geral 8 da BNCC, que se refere ao autoconhecimento e ao autocuidado. É importante
que os estudantes compreendam que a alimentação não diz respeito apenas à ingestão de
nutrientes, mas também à natureza dos alimentos que fornecem esses nutrientes, ao modo como
são combinados e preparados entre si e às dimensões culturais e sociais das práticas alimentares.
Historicamente, os alimentos são classificados segundo o tipo de nutriente predominante, contudo
as novas diretrizes mundiais trazem outra perspectiva, conforme mostra o boxe Saiba mais.
SAIBA MAIS
A reportagem A classificação NOVA | Nupens USP aborda a nova categorização dos alimentos
segundo sua finalidade e extensão de seu processamento. Essa teoria aponta que a extensão e o
propósito do processamento de alimentos são preponderantes na presença de nutrientes e no
potencial de influenciar o risco de obesidade e outras doenças crônicas relacionadas à
alimentação.
4. Diante dessa nova perspectiva na alimentação, peça aos estudantes que realizem uma atividade
de investigação na qual devem analisar frases recorrentes do senso comum, divulgadas em redes
sociais e na mídia em geral e que abordem a relação entre alimentação e saúde, por exemplo: “É
preciso comer várias vezes ao longo do dia”; “Consumo de carboidratos e alimentos gordurosos é
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prejudicial à saúde”; “Leite é um alimento necessário para o fortalecimento dos ossos”. Em seguida,
os estudantes devem selecionar e sistematizar, com base em estudos e pesquisas, argumentos
sobre as frases investigadas, posicionando-se de forma crítica e reconhecendo-as como “fato ou
fake”. Esse momento pode ser finalizado com uma plenária coletiva ou, caso disponha de tecnologia,
as frases podem ser publicadas em um mural digital, como Jamboard, juntamente com as evidências
levantadas pelo grupo.
6. Peça aos estudantes que façam um levantamento de informações sobre o conceito de segurança
alimentar e nutricional (SAN) e, também, do conceito de insegurança alimentar. Em seguida,
proponha um world café para debater os principais desafios para alcançar esse princípio.
O world café é uma metodologia ativa que visa estimular o diálogo e o trabalho colaborativo. No
material A dinâmica do world café | André Benito et al., você encontrará as diretrizes do jogo e as
regras, bem como referências para ampliar seu repertório sobre essa estratégia. Você pode atuar
como mediador e trazer questões norteadoras para o debate. A ideia é que os estudantes
reconheçam obstáculos para a adoção de hábitos alimentares saudáveis e proponham
recomendações para a escolha de alimentos e estratégias que promovam a saúde. Além disso, em
uma das mesas, você pode colocar em questão a relação entre a produção e o consumo de
alimentos. Ao longo das mesas da dinâmica, os estudantes fazem registros das discussões, que
podem ser retomados em uma plenária final, com sua mediação e seus alinhamentos sobre os
temas em questão.
SISTEMATIZAÇÃO
● De que maneira o uso de diferentes plantas (nativas ou exóticas) pode afetar a saúde e a
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qualidade de vida das pessoas?
● Qual é a relação entre a produção e o consumo de alimentos?
● Qual é a relação entre hábitos alimentares e a saúde coletiva e individual?
AVALIAÇÃO EM PROCESSO
Ao final desta etapa, para fomentar a autoavaliação, convide os estudantes a responder a três
perguntas: “Como as ideias e as informações vistas durante esta etapa se conectam com o que
você já sabia? De que forma esses novos conhecimentos ampliaram seus pensamentos, seus
valores e suas ideias? Quais dúvidas você ainda tem sobre os temas abordados ou as realidades
pesquisadas?”. Essas perguntas permitem aos estudantes avaliarem seu desempenho no
processo. Na ocasião, peça, ainda, que revisitem as respostas dos “três porquês” previstas na
primeira situação de aprendizagem, avaliando o que mudariam, nesse momento, como resposta.
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UNIDADE TEMÁTICA 2: QUALIDADE DE VIDA E PREVENÇÃO E
PROMOÇÃO DA SAÚDE
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
CARGA HORÁRIA MÉDIA SUGERIDA: 5 horas
Esta situação de aprendizagem convida os estudantes a investigar a relação entre ações humanas e
saúde ambiental, analisando fatores determinantes que promovam danos à saúde individual e
coletiva, como os riscos da exposição a agrotóxicos e os malefícios decorrentes do consumo
indiscriminado de plantas medicinais. Por meio de uma abordagem investigativa, os estudantes
analisam a relação entre a produção de alimentos e o uso massivo de agrotóxicos, questionam os
conflitos de interesse no enfrentamento do uso de substâncias com alto grau de toxicidade na
produção de alimentos para consumo humano e compreendem como a transição agroecológica
pode contribuir para a promoção da soberania e da segurança alimentar, a justiça social e a
preservação ambiental. Propõe-se que os estudantes identifiquem medidas de prevenção e
promoção à saúde por meio da construção de materiais educomunicativos voltados à melhoria da
qualidade de vida da comunidade, uma das metas (ODS 2) previstas na Agenda 2030.
PONTO DE PARTIDA
1. Inicie esta etapa com uma tempestade de ideias sobre o que os estudantes têm de concepção de
saúde. Algumas perguntas podem apoiar a etapa: “O que vocês entendem como saúde? Saúde pode
ser definida como ausência de doença?”.
2. Peça aos estudantes que façam uma leitura compartilhada de trechos da Carta de Ottawa e
registrem no diário de bordo pontos importantes sobre a leitura. Essa carta é o resultado da
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Primeira Conferência Internacional sobre a Promoção da Saúde, que aconteceu em Ottawa, Canadá,
cujo objetivo foi estabelecer parâmetros para se atingir saúde para todos.
SAIBA MAIS
3. Oriente os estudantes a produzirem uma síntese das mudanças conceituais que aconteceram ao
longo dos anos acerca do que se entende como saúde. Essa atividade tem como objetivo
desmistificar a concepção única de que saúde seja ausência de doença e mapear práticas que
estejam associadas à prevenção e à promoção da saúde, como o cuidado com a alimentação, o uso
de plantas medicinais e outras práticas integrativas e complementares. Nesse momento, sua
mediação será importante para que os estudantes compreendam que a equidade, a universalidade
e a integralidade são princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS) e, também,
reconheçam a necessidade do acesso à atenção integral à saúde. Para que eles ampliem o
conhecimento de outras abordagens de prevenção, promoção e possibilidades terapêuticas, podem
acessar a cartilha Práticas integrativas e complementares em saúde | Liga de Educação em Saúde
(FURG). Mencione que, em 2016, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF)
completou dez anos, cujo objetivo é garantir à população brasileira o acesso seguro a plantas
medicinais e fitoterápicos e seu uso racional, a fim de promover o uso sustentável da biodiversidade,
bem como o desenvolvimento da bioeconomia, da cadeia produtiva e da indústria nacional.
4. Para finalizar esse momento, peça aos estudantes que sistematizem o que aprenderam sobre o
conceito de saúde. Para isso, devem selecionar e conectar as principais ideias do que aprenderam
e elaborar uma representação gráfica (mapas mentais, conceituais etc.). Os mapas conceituais são
recursos bem indicados, pois permitem estabelecer relações entre os conteúdos, oportunizando
novos ciclos de aprendizagem, a autonomia do estudante e seu protagonismo.
DESENVOLVIMENTO
5. Faça uma leitura compartilhada da reportagem O uso de plantas medicinais é uma tradição que
requer cuidados, diz especialista | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas
(Fapeam).
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levantamento de dados sobre o consumo de plantas medicinais. As perguntas a seguir podem
ajudar na condução: “Quais são as principais plantas medicinais consumidas em sua casa ou região?
Como as comunidades tradicionais empregam as plantas na promoção da saúde e na prevenção de
doenças?”. É importante que os estudantes registrem os nomes populares e científicos das espécies
analisadas, se são exóticas ou nativas, as indicações de uso, as substâncias encontradas e os efeitos
adversos decorrentes do consumo e possíveis interações com medicamentos tradicionais. A turma
pode produzir um catálogo físico ou virtual das espécies investigadas. Por meio do uso de conceitos
e habilidades da investigação, essa atividade incentiva os estudantes a compreender o contexto local
e a propor intervenções que o considerem e contribuam para o enfrentamento de problemas
cotidianos, como o uso indiscriminado de plantas medicinais e os danos à saúde, tendo objetivo de
melhorar a qualidade de vida da comunidade.
7. Os alimentos constituem outro fator importante para a saúde e a qualidade de vida das pessoas
e das populações. Por isso, desafie os estudantes a estabelecerem essa relação com a exibição do
vídeo Comida que alimenta | Centro Sabiá | YouTube, que discute a importância das feiras
agroecológicas dos sistemas agroflorestais e como os alimentos oriundos desses sistemas
contribuem para o desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar e nutricional. Proponha
uma conversa sobre o tema e destaque que a agricultura familiar apresenta como vantagens a
disponibilidade de terra e trabalho e a preservação de conhecimentos tradicionais decorrentes da
experiência acumulada com a biodiversidade. Destaque que as práticas agroecológicas voltadas ao
atendimento dos pequenos mercados, incluindo o de alimentos e de plantas medicinais e
fitoterápicos, desempenham um papel importante na economia local e regional.
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● Painéis: saúde, ambiente e sustentabilidade.
● Os impactos dos agrotóxicos na saúde | Dossiê Abrasco.
Este último reúne informações sobre os agrotóxicos, as lutas pela redução desses produtos e a
busca pela superação do modelo de agricultura químico-dependente predominante no
agronegócio.
SISTEMATIZAÇÃO
9. Proponha aos estudantes a produção de campanha, a ser veiculada via rádio local ou por uma
série de podcasts, sobre os perigos da automedicação, do uso indiscriminado de medicamentos
e/ou plantas medicinais, do consumo e da exposição a agrotóxicos e de como uma bioeconomia
sustentável relacionada à produção de alimentos e plantas medicinais pode contribuir com a
prevenção e promoção à saúde.
O material é inspirado no projeto Rádio Web Saúde, que informa, de maneira dinâmica, os principais
assuntos relacionados à saúde, com o intuito de conscientizar e alertar o público sobre prevenção e
tratamento de doenças. A proposta é registrar experiências por meio de entrevistas em formatos
de diálogos com estudantes, docentes, profissionais da saúde e representantes de movimentos
sociais.
A intencionalidade desse momento é utilizar a comunicação nas mídias sociais como estratégia, para
diminuir as disparidades do acesso ao SUS e às informações sobre saúde, a fim de incluir
socialmente os cidadãos de forma acessível e democrática e promover a saúde e a prevenção de
doenças no país. O glossário Saúde de A a Z | Ministério da Saúde reúne os principais temas, ações
e políticas públicas do Ministério da Saúde na prevenção de doenças e promoção da saúde no Brasil.
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O documento também reúne informações como sintomas, diagnósticos, exames, tratamentos e
campanhas de vacinação.
AVALIAÇÃO EM PROCESSO
As sistematizações desse momento são instrumentos avaliativos de natureza formativa e
processual. Ademais, indicamos que sejam promovidos momentos dedicados para a autoavaliação
e o registro de percepções, com caráter reflexivo, sempre acompanhados de devolutivas do
docente durante todo o percurso.
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REFERÊNCIAS
ANDRADE, Julia P. (org). Aprendizagens visíveis: experiências teórico-práticas em sala de aula. São
Paulo: Panda Educação, 2021.
BRASIL. Ministério da Agricultura e Pecuária. Sistemas Agrícolas Tradicionais – SATs. Brasília, DF:
Mapa, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/agricultura-
familiar/sipam/sistemas-agricolas-tradicionais-sats-de-relevancia-nacional. Acesso em: 25 fev.
2023.
24
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Política nacional de atenção à saúde
dos povos indígenas. Brasília, DF: Funasa, 2002. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_saude_indigena.pdf. Acesso em: 25 fev. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de saúde integral das populações do campo e da
floresta. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_populacoes_campo.pdf.
Acesso em: 25 fev. 2023.
CONHEÇA alguns alimentos da região Amazônica e seus benefícios para a saúde. Portal Amazônia,
19 jul. 2021. Disponível em: https://portalamazonia.com/noticias/saude/conheca-alguns-alimentos-
da-regiao-amazonica-e-seus-beneficios-para-a-saude. Acesso em: 25 fev. 2023.
COSTA, Camilla. Amazônia: o que ameaça a floresta em cada um de seus 9 países? BBC News Brasil,
fev. 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51377232. Acesso em: 25 fev.
2023.
EPISÓDIO 1: Você sabe de onde vem a sua comida? Produção: Greenpeace Brasil, [s. l.], 2021. 1
vídeo (10 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AELP19ocg38. Acesso em: 25
fev. 2023.
GAROFALO, Débora. Educomunicação: o que é e como usar na sua aula. Nova Escola, 13 ago. 2019.
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/18177/educomunicacao-o-que-e-e-como-usar-
na-sua-aula. Acesso em: 25 fev. 2023.
MARQUES, Débora et al. Espécies exóticas: uso econômico, controle e redução de impactos.
Embrapa, 2018. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-
/publicacao/1097791/especies-exoticas-uso-economico-controle-e-reducao-de-impactos. Acesso
em: 25 fev. 2023.
O SISTEMA alimentar e sua complexidade. Sustentarea, São Paulo, abr. 2022. Disponível em:
https://www.fsp.usp.br/sustentarea/2022/04/27/elementor-11717/. Acesso em: 25 fev. 2023.
25
Acesso em: 25 fev. 2023.
SANTOS, Jaldo S. Homeopatia e fitoterapia: por que? Pharmacia Brasileira, Brasília, n. 81, abr./maio
2011. Disponível em:
https://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/131/003_opiniAo_do_presidente.pdf. Acesso em:
25 fev. 2023.
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