Os filhos na visão sistêmica
Revista Saúde & Estilo
CAUSA E EFEITO
Nem todos que vivem uma experiência na
Terra serão, necessariamente, pais ou mães, mas
todos nós que aqui estamos somos lhos. A par-
tir desse papel lhe convido a estudar como a tera-
pia sistêmica enxerga os lhos, pois a forma que
nos relacionamos com nossos pais é a forma com
a qual nos colocamos no mundo, reetindo - e
até denindo - nosso movimento na vida.
Esse relacionamento inicia-se muito antes do
nascimento: a percepção inconsciente de uma
criança acontece desde o momento da concep-
ção. “No útero materno, a criança é especialmen-
te sensível aos sentimentos de aceitação ou rejei-
ção de seus pais, se entende como pessoa com-
pleta e distinta deles e já vivencia suas primeiras
experiências de alegria e dor em relação a eles e
ao ambiente” (1).
Após o nascimento, a mãe é a nossa ligação
com a vida. Através dela que chegamos ao nosso
primeiro alimento, o leite, e que vivenciamos nos-
so primeiro sucesso: nos alimentar e nos manter
vivos. Depois disso, esse movimento ativo de ir
atrás daquilo que precisamos para sobreviver -
em diferentes níveis e contextos - é o que deter-
mina o nosso sucesso na vida.
O pai, por sua vez, é amplitude e expansão. É
nele que nos agarramos para ir além, quem nos
permite ir para o mundo. Ele cuida, sem super-
proteger, e deixa que o erro apareça para que a
lição seja aprendida.
Edição 45 Dez 2018 jan e fev 2019 - Página 40
Ainda que a eles tenha sido reservado o papel
tão importante de gerar a nossa vida, é preciso
reconhecer que nossa mãe e nosso pai também
são apenas uma mulher e um homem comuns.
Nós, lhos, esquecemos disso com bastante faci-
lidade e ultrapassamos os limites deles. Até cerca
dos 10 anos, nos comportamos bem como lhos,
até porque seria impossível continuar sobrevi-
vendo sem os cuidados de nossos pais. Quando
chega a adolescência - e ela tem chegado cada
vez mais cedo para as novas gerações - entramos
em um movimento de buscar nossa individuali-
dade. É como se isso zesse com que nos perdês-
semos pelo caminho e acreditamos que não pre-
cisamos mais deles, que somos maiores que eles,
que nossas soluções são melhores que a deles,
julgando e criticando seus comportamentos e ati-
tudes.
Campo Grande-MS:
Ana Paula (67) 99209-1361
Neste momento, acontece a quebra do que
Bert Hellinger, descobridor das Constelações
Sistêmicas, chama de Lei de Hierarquia. “Quem
entrou primeiro em um sistema tem autoridade
sobre quem entrou depois”, diz a Lei (2). Esse
deslocamento do nosso lugar dentro da família
gera muito sofrimento: não aceitar nossa mãe
ou nosso pai como eles são é não aceitar a nós
mesmos, é brigar com a realidade e este é um ca-
minho de diculdades. Quem ca na acusação
de seus pais sai pelo mundo negando seu afeto e
desejando outros pais.
No entanto, somente com estes pais é que a
nossa vida é possível. Os papéis foram denidos
no vínculo gerado no momento da concepção e
não há outros que possam ocupá-los. Para cada
lho, há somente um pai e uma mãe. Se fosse
outro pai ou outra mãe, seria também outro -
lho.
Quando Bert Hellinger diz que a “vida é algo
que os pais receberam e passaram para seus -
lhos. (...) É a bênção dentro do grande movi-
mento da vida, que vem de bem longe e segue
uindo através dos pais” (3), ele diz que a quali-
dade da nossa relação com nossos pais reete a
qualidade da nossa relação com as histórias de
nossos antepassados, das gerações que vieram
antes de nós, é onde reside a nossa maior força.
I N S T
S I S T
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Yara (65) 98112-3020
Mas como ter uma relação harmoniosa com
nossos pais depois de tantos problemas e di-
culdades? Eis um bom caminho: enxergar em
nossos pais a sua própria humanidade, vê-los
como as crianças que foram, olhar para além de
nossas exigências e encontrá-los como pessoas
comuns que zeram o que foi possível com aqui-
lo que tinham com o mundo que se apresentava
para eles.
Normalmente, esse entendimento só acon-
tece quando já estamos adultos; o amadureci-
mento nos faz aceitar o que temos, em vez de
ocupar nosso relacionamento com nossos pais
com aquilo que desejaríamos ter.
O amadurecimento nos permite entender
também que nossos pais não esperam nada de
nós além de sermos seus lhos e sejamos plenos
e felizes para a vida e possa seguir adiante atra-
vés de nós.
Pais se realizam ao ver seus lhos realizados
e o nosso agradecimento aos nossos pais passa
pela nossa vida. Ao agarrar a vida que eles nos
deram e torná-la boa e próspera, deixamos claro
o quanto respeitamos aquilo que eles nos de-
ram, e por consequência, o quanto os valoriza-
mos por nos ter passado o dom da vida.
Referências Bibliográficas:
1. As Chaves do Inconsciente, Renate Jost de Moraes
2. Ordens do Amor, Bert Hellinger.
3. A fonte não precisa perguntar pelo caminho, Bert Hellinguer
Denisval Pereira Dra. Daliana Santos
Instituto Vidhas
Denisval é formado em Psicologia Clínica, É médica pediatra, especialista em
com Mestrado em Psicologia da Saúde, Nutrologia pela Escola Paulista de
Hipnoterapeuta e Logoterapeuta. Medicina. Especialista em
Facilitador, palestrante e ministrante de Nutriendocrinologia com o Dr. Lair
workshops e cursos de formação em Ribeiro. Possui formação pessoal
Constelação Familiar pelo Instituto em Constelação Sistêmica Familiar.
Vidhas, onde é também Diretor. Fez Participou de Workshops e
Treinamento e Aprofundamento em Treinamentos com Bert Hellinger em
Constelações Familiares pelo IBHBC e na Guadalajara, Alemanha e São
Escola Hellinger Sciencia em SP, Paulo. Participou do Cosmic Power I
Alemanha e México. É presidente do e II na Alemanha com Sophie
Instituto Milton H. Erickson de Campo Hellinger. Diretora do Instituto Milton
Grande e região de Mato Grosso do Sul.. Erickson Campo Grande/MS.
I T U T O
Instituto para o
Desenvolvimento Humano
Andrade Santos
Ê M I C A S
Instituto Vidhas Sistêmicas
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Damaris (66) 98149-8629 Damaris (66) 98149-8629 Aline (34) 99977-8731 Cássia +1(914)4628510 Shirley (62) 99841-9787
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