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MINHA ESTRELA

Por: Samuel Soares

Sinopse: Em meio às ruas encantadoras de Paris, Henry, um jovem estudante de nove


anos, brilha como líder de sua classe no terceiro ano do ensino fundamental. Quando Stella,
uma nova estudante, chega à escola, Henry assume o papel de anfitrião para apresentá-la
a todos. O que surpreende a todos é que Stella é paraplégica. No entanto, para o
determinado Henry, a deficiência não importa. Com um coração aberto e cheio de
compaixão, ele acolhe Stella em sua turma, mostrando que a verdadeira amizade não
conhece barreiras. Juntos, eles embarcam em uma jornada emocionante, desafiando
estereótipos e descobrindo o poder da inclusão e da aceitação em uma cidade tão
deslumbrante como Paris.

CAPÍTULO 1: RAIO DE SOL

Em Paris, ao raiar do dia, um jovem de nove anos, trajando seu impecável uniforme
escolar, penteando os cabelos no banheiro com entusiasmo. Após um final de semana
repleto de momentos especiais ao lado de seus pais, ele se prepara animado para voltar às
aulas, ansioso por novas aventuras e aprendizados.

— Mal posso esperar para voltar à escola! — O garoto de cabelos negros exclamou,
admirando-se no espelho para garantir que estava impecável. Com um rápido movimento,
verificou sua mochila e abriu-a com agilidade, buscando seu caderno com olhos
arregalados. — Perfeito, todas as atividades estão concluídas. — O garoto de cabelos
negros suspirou aliviado, guardando seu material com cuidado.

De repente, um homem elegantemente vestido em um terno impecável e uma mulher com


um deslumbrante vestido amarelo surgiram, caminhando de mãos dadas com uma
aparência impecável.

— Filho, está pronto para ir à escola? — perguntou o pai, olhando para Henry com
expectativa. — Ou você ainda não tomou café?
— Bom dia mãe, bom dia pai. Estou levando lanche para comer na escola, então está tudo
tranquilo. — respondeu Henry, colocando sua lancheira dentro da mochila.

— Bom dia querido. Você também verificou se tem alguma atividade para fazer? — indagou
a mulher de cabelos castanhos, soltando as mãos do marido para abraçar seu filho.

— Sim, está tudo sob controle. Já conferi tudo. Quem vai me levar hoje? — perguntou
Henry, olhando com carinho para seus pais.

— Eu te levei várias vezes esta semana, hoje quem vai te levar é sua mãe, não é Emma?
— disse o pai com um olhar brincalhão para sua esposa.

— Ah, é verdade. Eu passei muito tempo escrevendo meus romances e acabei me


esquecendo de te dar mais atenção, é claro que eu o levo sem problemas. — respondeu
ela, colocando a mão na testa. — Vamos, Henry. Tchau, querido. Tenha um excelente dia de
trabalho hoje. — Ela deu um selinho em seu marido, enquanto Henry fazia uma careta ao
ver aquela cena.

— Tchau para vocês dois. — Benjamin acenou para os dois, que já estavam saindo de
casa, enquanto ele seguia para a cozinha para tomar seu café da manhã.

Então, Emma e Henry dirigiram-se ao carro. O garotinho acomodou-se no banco da frente


ao lado de sua mãe, enquanto ela se sentava ao volante. Com cuidado, ambos colocaram
os cintos de segurança e Emma colocou a mochila de Henry em seu colo.

— Tudo pronto? — Emma perguntou, já com o carro ligado e pronta para partir.

— Vamos com tudo! — O garoto de olhos azuis assentiu, colocando uma música eletrizante
no player de música do carro.

Durante o trajeto, o garotinho fez algumas perguntas para sua mãe sobre seu trabalho
como escritora. Ele ficava curioso quando ela passava quase o dia todo trancada em um
quarto frio, escrevendo algo, e chegava em casa tarde, enquanto seu pai cuidava dele. Ele
estranhava como ela só tinha tempo livre nos fins de semana para passar com a família.

Eles costumavam fazer piqueniques perto da Torre Eiffel, desfrutando da bela vista do
horizonte. Às vezes, os pais de Henry ficavam em um clima romântico, o que deixava o
garoto um pouco desconfortável e com vontade de enjoo. Mas ele sabia que Paris sempre
foi uma cidade bonita, conhecida por aquecer o coração dos casais.
— Mãe, por que você passa tanto tempo no seu escritório? — Seu filho perguntou,
observando a vista da cidade pela janela do carro.

— É porque sou escritora, querido. Eu escrevo muitas coisas. Amo expressar meus
sentimentos através dos livros. — Sua mãe respondeu, enquanto olhava os sinais de
trânsito que estavam vermelhos.

— E você ganha dinheiro com isso? — Ele perguntou, bufando um pouco, pois não era
muito fã da profissão da mãe.

— Sim, claro. Meus livros são publicados e, dependendo da recepção, ganho algo com
eles. E falando sobre você, o que você quer ser no futuro? — A mulher perguntou, enquanto
o sinal de trânsito voltava para o verde.

— Não sei... Ainda não decidi. Só sei que quando eu for adulto, quero ter um trabalho que
não tome muito do meu tempo para poder dar mais atenção à minha família. — Ele
respondeu à mãe, esperando que ela percebesse que priorizava o trabalho em detrimento
da família, mas ela já tinha percebido isso há algum tempo e estava disposta a mudar.

— Ah, entendi... Você está falando assim porque eu não fico muito em casa, não é? —
Emma riu. — Mas não se preocupe. A partir de hoje, as coisas vão mudar. — Ela piscou
para Henry, que sorriu. — Aliás, ouvi dizer que meu garotinho é um excelente aluno.

— Faço apenas o que é esperado de mim. — O garoto avistou sua escola e começou a
arrumar sua mochila.

— E você é tão fofo, cuidado para não roubar o coração de alguém por aí. — Ela brincou
com ele, deixando-o com as bochechas coradas.

— Ainda sou jovem, mãe! — Henry repreendeu sua mãe, mas ela rapidamente mudou de
assunto ao anunciar que haviam chegado ao destino.

— Chegamos! — Ela exclamou, tentando desviar a conversa, enquanto estacionava o carro


em frente ao portão da escola. — Quer que eu te deixe na sala?

— Não, eu vou sozinho. Obrigado, mãe. Tenha um bom dia de trabalho. — Ele soltou o
cinto de segurança e abraçou sua mãe antes de sair do carro.

— Boa aula, querido! Te vejo mais tarde. — Ela acenou com positividade.

— Ok, e não esqueça de ficar mais em casa. — Ele acenou e correu para a sua sala.

O garotinho entrou na escola, cumprimentando alguns funcionários pelo caminho


enquanto caminhava até sua sala.
— Bom dia, pessoal! — Henry entrou na sala, cumprimentando a todos com um sorriso no
rosto. Ele se aproximou de seus amigos, Alice e Luigi. — E aí, como estão hoje?

O pequeno colocou sua mochila ao lado das de seus amigos e se aproximou deles com
um sorriso animado.

— Fala aí, Henry. Como foi seu fim de semana? — Luigi perguntou, com a mão na nuca.

— Ah, foi tranquilo como sempre. Passei algum tempo com meus pais, exploramos alguns
lugares da cidade, visitei o museu e aproveitei para ler alguns livros. E vocês?

— Adoro passear com a família. Por falar em museu, que tal irmos lá depois da aula de
matemática? Assim, nós três podemos aproveitar juntos. — Alice propôs animada.

— Oh, isso seria ótimo! Tenho a sensação de que hoje será um dia incrível. E... — Henry
começou a falar, mas foi interrompido quando a professora Madeleine entrou na sala,
cumprimentando todos. Os estudantes rapidamente voltaram para suas carteiras.

— Bom dia, alunos. — A professora saudou alegremente.

— Bom dia, professora. — Todos os alunos responderam em uníssono.

— Espero que estejam todos bem hoje, porque tenho uma novidade. Temos uma nova
colega na turma, por favor, recebam-na calorosamente. — A professora sorriu enquanto
uma garota de cabelos loiros platinados em uma cadeira de rodas entrou na sala. Ela
parecia envergonhada, permanecendo em pé à frente da classe inteira.

Ela estava vestindo uma roupa cor-de-rosa, pois era nova na escola e ainda não tinha o
uniforme. Seus pés estavam calçados com sapatos fechados.

— “Uma garota paraplégica? Na nossa classe? Deve ter enfrentado muitos desafios...” —
Henry pensou, observando discretamente a nova colega. A garota notou o olhar de Henry e,
momentaneamente desconfortável, desviou o olhar, incerta sobre como interpretar aquela
expressão.

— Pessoal, gostaria de apresentar a Stella. Ela passará a fazer parte desta turma a partir
de agora. Stella teve uma infância desafiadora, então peço a todos que sejam gentis com
ela. — A professora anunciou ao lado da garota loira, transmitindo conforto ao acariciar
seus cabelos.

— Sim, professora. — Todos os alunos responderam em uníssono, demonstrando seu


consentimento.
— Fico feliz em saber disso. Ei, Stella, gostaria de conhecer a escola? — Ela perguntou,
agachando-se para ficar na mesma altura que a garota.

— A-Ah... seria interessante... — Stella concordou timidamente, sentindo um pouco de


nervosismo, mas também esperança de se dar bem com todos.

— Tudo bem então. Sr. Henry, levante-se e venha aqui. — A professora se levantou e
chamou pelo líder de classe, mas ele estava completamente distraído em seus
pensamentos. — Está me ouvindo?

— Ei, a professora está te chamando. — Luigi cutucou seu amigo, fazendo-o retornar ao
mundo real.

— Uh? Eu? — Henry perguntou confuso, ainda perdido em seus pensamentos. — Ah, tá
legal.

O pequeno se aproximou lentamente da garota, percebendo o quanto ela estava assustada.


Ele queria ser cuidadoso com suas palavras, evitando dizer algo que pudesse fazê-la
chorar.

— Stella, este aqui é Henry, o líder de classe. Ele ficará responsável por te mostrar a escola
e te explicar melhor como funciona o nosso regime interno. Henry é um aluno muito
bondoso e estudioso... Tenho certeza de que vocês serão ótimos colegas. Então, tudo bem,
Stella? — Madeleine começa a perguntar, mas a garota estava observando o garoto
positivamente, ela já estava mais segura.

— Oh, sim, claro. Encantada em te conhecer. — Ela fez uma breve reverência e já sentia
afinidade com o garoto.

— É um prazer te conhecer, e não se preocupe, nossa turma é bem amigável. — Ele


caminha por trás da cadeira de rodas, pronto para empurrá-la. — Preparada para o nosso
tour?

— Sim, estou encantada. — Ela assentiu com um sorriso sereno.

Conforme o garoto explicava as coisas da escola, Stella começava a se sentir mais


confortável e menos frustrada. Henry era cuidadoso em suas palavras, evitando qualquer
coisa que pudesse machucá-la emocionalmente. Ele fazia questão de transmitir as
informações de forma gentil e empática, garantindo que ela se sentisse acolhida e
compreendida. A cada detalhe compartilhado, o semblante de Stella se iluminava,
mostrando que a confiança entre eles estava crescendo.
— Stella, aqui é a cantina da escola. Diferentemente de outras escolas de Paris, esta é bem
espaçosa. — Henry mostrou o local, e os dois cumprimentaram algumas merendeiras que
estavam presentes lá.

— Hm… legal. O que as merendeiras costumam preparar para vocês? — Stella perguntou
observando outros funcionários limpando o chão.

— O básico: arroz, feijão, carne, verdura e um suquinho. Mas às vezes eu trago algo de
casa. — Henry respondeu enquanto procurava por sua mochila. — Ah, se minha mochila
estivesse aqui, eu poderia te mostrar minha lancheira de ursinho.

— Oh, entendi… eu sempre tenho que tomar uma medicação antes de comer. Meu
organismo é um pouco frágil. — Stella explicou enquanto mostrava algumas medicações
dentro de sua mochila. — Eu esqueci minha lancheira em casa, ela é de unicórnio.

— Dá para perceber só de olhar… você deveria sair um pouco mais de casa e tomar um
solzinho. Se não me engano, o sol proporciona vitamina D. — Henry respondeu olhando
para a pele da garota com um olhar preocupado.

— Tem razão, vou ver melhor isso. Minha mãe é muito superprotetora comigo, então na
maioria das vezes ela acaba me pressionando para ficar em casa. — Stella respondeu
tristemente enquanto se recordava das manias de sua mãe.

— Ué? Por quê? Você deveria tomar um ar e fazer amigos, brincar. — Henry começou a
questionar indignado. Ela não poderia se esconder do mundo. Ela tinha que ser feliz,
independentemente de seu estado físico.

— Quem brincaria com uma garota que não pode andar…? — Stella falou tristemente
enquanto olhava para suas pernas dormentes.

— Ah, desculpe… minha intenção não era te deixar triste. — Henry percebeu que o que
havia dito a deixou desconfortável, então pediu desculpas para evitar desentendimentos.

— Não se preocupe. E então, qual vai ser o próximo lugar que vai mostrar? — Stella
perguntou enquanto olhava para uma janela ao lado.

— Hm… você já conheceu a sala da direção? — Henry perguntou com a mão no queixo.

— Já. — Stella respondeu dando uma risada.

— O laboratório de Ciências? — Ele tentou pensar em um lugar interessante para


apresentar.

— Hihihi, já. A diretora me mostrou algumas coisas, mas ela estava ocupada. — Stella
respondeu, achando as falas do garoto muito divertidas.
— Poxa, assim fica complicado. — Henry começou a rir enquanto coçava a nuca, voltando
ao seu mundo de pensamentos. — E o Parquinho? — Esta pergunta despertou a
curiosidade da menina.

— Aqui tem um parquinho? Nossa! Me mostre. — Stella começou a mexer o corpo várias
vezes, empolgada para ir até o tal parquinho.

— Pra já! Este é o melhor lugar da escola. — Ele correu para empurrar a cadeira de rodas.

— Ei, calma. — Stella deu uma risada, achando engraçada a pressa do garoto.

Os dois chegaram ao parquinho e Henry começou a mostrar à garotinha os diversos


brinquedos disponíveis. Ele apontava para cada um deles, descrevendo suas
características e possibilidades de diversão. Stella observava atentamente, com os olhos
brilhando de entusiasmo. Henry também se certificava de mostrar as opções acessíveis
para ela, garantindo que pudesse desfrutar da experiência plenamente.

Juntos, eles exploram o parque, experimentando os balanços, escorregadores e outros


brinquedos, criando momentos de alegria e diversão.

— Olha, temos um pula-pula, um escorregador, um balanço, gira-gira, casinhas e só. — Ele


apresentou o parquinho para a garota, detalhe por detalhe. — Quer brincar no balanço?

— Eu adorei o parquinho! — Stella exclamou sorridente. — Sim, eu adoraria, mas… como?


— Ela perguntou, pois não poderia se levantar.

— Eu resolvo isso. — Ele a pega em seus braços com cuidado e a coloca no balanço. —
Prontinho, agora segure nas cordas que eu vou te balançar.

— Obrigada! Está bem. — O garoto começa a empurrá-la devagar, e algumas pessoas que
passavam por perto conseguiram ver o gesto e acharam muito fofo.

— Vamos bater um papinho rápido. Me fala aí, sua escola antiga não era legal? — Ele
perguntou sorridente enquanto a empurrava no balanço.

— Não, não era. Eu sofri muito bullying por ser paraplégica, então fui transferida para essa.
Até agora estou gostando da escola. O regimento é bem favorável e as pessoas são muito
bondosas. — Stella explicou olhando para as nuvens, começando a ficar mais confiante de
que não sofreria mais bullying.

— Hm… não se preocupe. Não toleramos bullying por aqui, pelo menos eu nunca cheguei a
ver direito. O que você estiver precisando, pode contar comigo ou com a gestão. Mas…
como somos da mesma turma, estou disponível se precisar de alguma coisa. — O garoto
falou de uma forma sutil, passando conforto e segurança para a garota. — Não se
preocupe, consigo ver nesses seus olhos que as coisas podem não ter sido boas para você
ultimamente, mas garanto que isso vai mudar.
— Poxa, muito obrigada mesmo. — Ela colocou uma mão no meio do peito, não
entendendo a grande gentileza daquele garoto. Ninguém nunca havia sido tão gentil com
ela desse jeito.

— Diz aí, como você começou a usar cadeira de rodas. — Ele perguntou curioso, olhando
para sua cadeira de rodas que estava ao lado.

— Eu sofri um acidente há alguns anos e acabei ficando paraplégica. — A loira falou sem
demonstrar nenhuma expressão em sua face. Ela não se importava se alguém perguntasse
essas coisas.

— Ah, entendo… me desculpe perguntar sobre isso, minha intenção não era te deixar triste
ou algo do tipo. — Henry ficou com os olhos arregalados se a pergunta a incomodou.

— Não tem problema, não faz mal perguntar. Percebi que você costuma pedir muitas
desculpas, não se preocupe. E quanto aos seus pais, o que eles costumam fazer? — A
menina perguntou, voltando a sorrir.

— Meu pai é professor de filosofia em um colégio da cidade. E minha mãe é uma escritora
conhecida aqui em Paris. — Ele parou de empurrar o balanço com cuidado.

— Que? Sua mãe é uma escritora? Que bacana. Meu sonho é me tornar uma escritora
também. — A loira ficou pasma com o comentário do garoto.

— Que interessante. Você já escreveu algo? — Ele se sentou em um banquinho sorridente,


não parava de olhar para aquela carinha fofa.

— Bem, eu tenho algumas coisas escritas. Gosto de escrever romances. Me deixe


conhecer sua mãe algum dia. — Ela implorou.

— Com certeza. Ei, vamos voltar para a sala. Não podemos perder a aula de matemática.
— O garoto de cabelo preto escutou o sinal tocar. — Acredite, você não vai querer perder a
aula de matemática.

— Ah, tudo bem então. — Ela assentiu.

O garoto gentilmente a ajudou a se sentar em sua cadeira de rodas, garantindo que ela
estivesse confortável e segura. Ele demonstrou cuidado e delicadeza em cada movimento,
certificando-se de não causar nenhum desconforto enquanto a acomodava.

— Prontinho. Você também é bem pesadinha, anda comendo muito? — Ele brincou,
provocando um sorriso nos lábios de ambos. — Quer que eu empurre a cadeira?

— Não, está tudo bem. Já estou começando a me familiarizar com o lugar. Acho que
consigo ir sozinha. — Ela respondeu, movendo-se devagar ao lado do garoto.
Os dois chegaram pontualmente para a aula de matemática, encontrando a professora
com um sorriso acolhedor no rosto. Ela estava visivelmente contente em ver a garotinha se
sentindo mais à vontade na escola.

— Alunos, vamos fazer uma atividade em duplas hoje. Vocês precisam resolver todas as
equações do papel que estou entregando e me entregar até o final da aula. Essa atividade
valerá pontos para a nota, então caprichem. — A professora distribuiu um papel para cada
aluno enquanto eles começavam a formar suas duplas.

Henry tentou fazer dupla com Luigi, mas percebeu que ele já estava em uma dupla com
Alice. Enquanto pensava em quem poderia ser sua parceira, sentiu leves toques em suas
costas.

— Uh? — Ele se virou e viu que era Stella com seu sorriso sereno.

— Quer ser minha dupla? — Ela perguntou, segurando a atividade nas mãos. — Não sou
muito boa em matemática, mas acredito que posso melhorar. E você é o único amigo que fiz
até agora.

— Claro, será um prazer ser sua dupla. Vamos trabalhar juntos e tenho certeza de que
faremos um bom trabalho. — Ele pegou uma carteira para se acomodar ao lado da garota.

Na atividade, havia um total de 10 questões. Henry respondeu com tranquilidade às cinco


primeiras, deixando as outras cinco para a garota.

Stella demonstrou ter alguma dificuldade em algumas questões de divisão, então Henry
decidiu ajudá-la. Ele explicou pacientemente os passos necessários para resolver cada
problema, oferecendo dicas e orientações ao longo do processo. A garota, por sua vez,
prestava atenção e fazia o seu melhor para compreender e aplicar as instruções dadas pelo
colega. Juntos, eles trabalharam em equipe para completar as últimas questões da
atividade.

— Algum problema, Stella? — O garoto perguntou, aproximando-se ainda mais da garota.

— A-Ah... Eu não sou boa com divisões. Essas últimas três questões são sobre divisões.
Pode me ajudar? — A garota falou, suas mãos tremendo enquanto olhava para os números
confusos.

— Claro. Para realizar uma divisão, existem três passos. Primeiro, organize a operação
identificando o dividendo e o divisor. Segundo, encontre um número que, quando
multiplicado pelo divisor, seja igual ou próximo ao dividendo. Terceiro, caso o número seja
menor que o dividendo, subtraia um pelo outro e continue a divisão com o resto até que não
haja mais números para continuar a divisão. — Ele orientou a garota com paciência,
explicando cada etapa detalhadamente.

— Agora eu entendi, obrigada! — Após essa explicação, ela conseguiu resolver as últimas
equações com tranquilidade.

— "Ela aprende rápido..." — O garoto pensou positivamente. — "Terá um ótimo futuro..."

— Pronto, professora. Eu e o Henry terminamos. — Ela levantou a atividade,


surpreendendo a todos na sala.

— Uau! Que rápidos. Eu vou passar para recolher logo, logo. Fico feliz de que você já
esteja se adaptando à escola.

— Sim, estou gostando muito. Já fiz muitos amigos. — Ela disse, levantando suas
mãozinhas animadamente. Enquanto isso, Henry sorria ao ver que Stella estava se
adaptando sem problemas.

Após a aula de Matemática, os alunos do terceiro ano seguiram caminhando em direção


ao museu de Paris. O professor de arte havia prometido levá-los ao museu para conhecer
algumas obras.

Henry ofereceu-se para empurrar a cadeira de rodas de Stella, preocupado em garantir que
ela não se cansasse durante o percurso. Caminharam juntos, conversando animadamente
enquanto admiravam as ruas da cidade até chegarem ao destino.

— Você é um verdadeiro cavalheiro. — Ela falou com um sorriso encantador nos lábios.

— Apenas tentando ser gentil. — Ele respondeu modestamente, retribuindo o sorriso.

— Gostei de ver, Henry. Você está sendo muito atencioso com Stella. É bonito ver como
você a acolhe bem. — Alice comentou, com um sorriso divertido no rosto ao observar a
interação dos dois.

— Obrigado, Alice. Estou apenas tentando ser gentil e fazer com que Stella se sinta
bem-vinda. Ela é uma ótima amiga. — Henry respondeu, satisfeito com o elogio de Alice.

— Pessoal, olhem… é tão lindo… — Luigi comentou ao se aproximar do museu.

— Realmente, é uma vista incrível. — Stella admirou o museu com os olhos brilhantes.

— O museu parece imponente. Mal posso esperar para ver as obras de arte lá dentro. —
Henry expressou sua empolgação.
— Vamos aproveitar ao máximo essa visita. Tenho certeza de que será uma experiência
enriquecedora. — Alice manifestou sua animação.

— Com certeza, vamos nos surpreender com as belezas que encontraremos lá dentro. —
Luigi completou, olhando ansiosamente para as portas do museu.

Quando adentraram o museu, ficaram imediatamente surpreendidos pela vasta variedade


de exposições. Haviam diversas amostras de animais extintos, pinturas famosas e até
mesmo objetos pessoais históricos.

Stella e Henry se encontraram diante de um imponente fóssil de mamute, observando-o


com fascínio.

— Este mamute é incrível, sabe como eles foram extintos? — Ele começou a olhar ao redor
do fóssil.

— Bem… os mamutes foram caçados até a morte séculos após seu primeiro contato com
os humanos, ou eles não foram capazes de se adaptar com rapidez suficiente à mudança
climática no fim da Era do Gelo. — Ela respondeu, colocando uma mão no queixo enquanto
refletia.

— "Eu sabia, ela é uma nerd como eu... ela é incrível". — Henry pensou, totalmente
impressionado. — Você é bem esperta.

— Obrigada, você também não é nada mal. Seria um ótimo professor de Matemática. — Ela
falou enquanto mexia seus cabelos.

— Eu amo ciências exatas, vou pensar melhor. — Ele estendeu a mão para Stella,
parecendo um saquinho. — Ei, bate aqui.

— Ah... — Ela olhou para o punho de Henry com ternura. — Hihihi, soquinho!

Após alguns minutos explorando o museu, os alunos retornaram à escola, onde o


professor de artes, Pierre, entregou uma nova atividade para ser feita em casa.

— Pessoal, antes da aula acabar, gostaria de fazer um anúncio. Quero que cada um de
vocês faça um resumo sobre o que acharam mais interessante no museu e entregue para
mim amanhã. É uma forma de compartilharmos nossas impressões e enriquecermos
nossos conhecimentos. — O professor de artes informou aos alunos antes que o sinal
tocasse.
Todos os alunos saíram de suas salas de aula animados. Henry foi direto procurar sua
mãe, que o esperava dentro de um carro. Ele segurava firmemente seu livro nas mãos, sem
querer largá-lo.

— Mãe… mãe? Estou aqui! — Henry cutucou Emma, tentando chamar sua atenção.

— Ah, oi Henry! Desculpe, estava completamente distraída. Como foi seu dia de aula? —
Emma perguntou, frustrada por estar tão distraída.

— Foi bem legal, na verdade. Conheci uma nova colega na minha turma, a Stella. Ela é
muito legal e quer ser uma escritora, assim como você. Será que posso convidá-la para ir à
nossa casa algum dia? — Henry perguntou com um sorriso sonhador.

— Que fofo! Claro, meu querido! Adoraria conhecê-la e dar algumas dicas para ela. É ótimo
ver que ela tem interesse na escrita também. — Emma falou animada.

— Ah, ela… — Antes que Henry pudesse continuar, Stella chamou seu nome de longe,
junto com sua mãe, Samantha.

— Tchau, Henry! Até amanhã e obrigada pela recepção. — Stella se afastou, mas antes de
ir, enviou um beijinho angelical para Henry, fazendo seu coração acelerar pela primeira vez.

Emma achou o gesto de Stella muito fofo e percebeu que despertou a curiosidade de Henry.

— Hm… então essa é a Stella? Ela é tão adorável, parece uma bonequinha. — Emma
colocou a mão no peito. — Por que você está tremendo?

— Ela se chama Stella, mãe. E… para com isso, não estou tremendo. Vamos para casa. —
Henry exigiu, com o rosto corado.

— Hihihi, tudo bem. Vamos para casa. — Emma concordou, divertida com a reação de seu
filho.

Então os dois voltaram para casa. Durante o jantar, Benjamin, pai de Henry, fez algumas
perguntas sobre o dia do filho.

— Como foi seu dia na escola, campeão? — Benjamin perguntou, ajustando seus óculos.

— Foi... legal. Fomos a um museu e tiramos várias fotos. Logo vou terminar meu dever de
casa. — Henry respondeu.

— E... mais alguma novidade para contar, querido? — sua mãe soltou uma risadinha,
esperando que ele mencionasse Stella.
— Mãe... tá bom. Uma garota paraplégica entrou na minha turma, e eu a acolhi. Ela é...
bonitinha, e tem o mesmo sonho da mamãe. Estou pensando em convidá-la para vir aqui
um dia. — Henry começou a se lembrar do encontro com Stella.

— Que bonito, filho. Você é um exemplo e respeita as diferenças. — Benjamin sorriu, mas
soltou uma risada ao ver Paçoca, o cachorro da família, roubando o bolo de carne de Henry.

— Ei! O que é isso, Paçoca? — Henry ficou assustado ao ver seu cachorro roubando seu
bolo de carne, mas todos acabaram rindo da situação.

— Auau! — Paçoca começou a lamber Henry.

— Também te amo Paçoca, hihihi. — Henry sorriu.

Depois do jantar, Henry fez sua atividade, tomou um banho e foi direto para sua cama. Seus
pais lhe deram beijos de boa noite e, ao saírem do quarto, Henry olhou para o lado da
janela e murmurou:

— Sem dúvidas... Stella é uma estrela. — Ele sorriu enquanto adormecia em seu mundo de
fantasia.

CAPÍTULO 2: ADRENALINA

No dia seguinte, Henry chegou novamente em sua turma e cumprimentou a todos e foi
sentar-se ao lado de seus amigos Luigi e Alice.

Henry notou que Stella estava no canto mais distante da sala, imersa em seu resumo da
aula de artes. Ele estranhou a situação, pois tinha a impressão de que ela já havia
concluído o trabalho no dia anterior.

— Bom dia pessoal! Parece que a Stella ainda não terminou o resumo da aula de artes. —
Henry comentou enquanto colocava sua mochila ao lado da de seus amigos.

— Talvez ela estivesse ocupada? Por que não vai dar um bom dia a ela? — sugeriu Luigi,
incentivando Henry a se aproximar da garota.

— Não sei... Acho que ela está concentrada. Não quero atrapalhá-la. — respondeu Henry,
hesitante.
— E então, Henry. Podemos ir à sua casa hoje? — pediu Alice, com um olhar suplicante. —
Você prometeu que poderíamos visitá-lo.

— Claro. Vou aproveitar e convidar a Stella também. Minha mãe é escritora e talvez possa
dar alguns conselhos a ela. — respondeu Henry, animado. Um sorriso se formou em seu
rosto.

— Eba! — comemoraram Alice e Luigi, empolgados com a ideia.

De repente, o Professor de Artes Pierre adentra a sala com seu sorriso característico,
cumprimentando a todos com sua habitual alegria.

— Bom dia a todos! Como estão hoje? — Pierre cumprimentou os alunos, sua voz soando
animada e contagiante.

— Bem, professor! — responderam os alunos em uníssono, expressando entusiasmo em


suas vozes.

— Que ótimo. Cadê os resumos? Coloquem todos em minha mesa, por favor. — Pierre
solicitou, enquanto se dirigia à sua mesa para organizar a próxima atividade no quadro. Sua
postura era enérgica e comprometida com o ensino, transmitindo entusiasmo aos
estudantes.

Os alunos então começam a entregar seus resumos, Stella sem querer deixa o seu cair
no chão e pede para que Henry pegue.

— Ah... Henry, poderia pegar para mim? — Stella pediu enquanto Henry colocava seu
próprio resumo na mesa do professor.

— Claro. — Henry respondeu, se aproximando do resumo de Stella. No entanto, ao pegar o


papel, ele deu um grito assustado, fazendo o professor Pierre se assustar também. — O
que!? Seu resumo tem quatro folhas?

— Há algo errado? — Stella perguntou, preocupada com a reação de Henry e do professor.

— Carambolas... que susto. — Pierre colocou uma mão no peito, ainda surpreso. —
Desculpe, foi apenas o susto.
— Desculpa aí, professor. Mas nossa, quatro folhas... agora entendi por que você gosta
tanto de escrever, e entendi também por que você ainda estava trabalhando no resumo na
sala. — Henry coçou a cabeça e colocou o resumo de Stella na mesa do professor.

— Gosto de fazer pesquisas detalhadas, sinto muito se assustei vocês. — Stella fez uma
reverência educada e voltou a se acomodar em sua cadeira de rodas, na sua mesa.

— Não há problema, tudo bem. Desculpe pela reação exagerada. Podemos continuar com
a aula agora, alunos. Vamos falar sobre Vanguarda! — Pierre retomou o controle da
situação, começando a explicar o tema aos alunos.

Após a aula de artes, era a vez da aula de educação física. Os alunos se dirigiram ao
vestiário para trocar de roupa e se preparar para a atividade. Henry foi ao vestiário
acompanhado por seu amigo Luigi para colocarem suas vestimentas adequadas. Enquanto
isso, Stella permaneceu ao lado do professor, sentindo-se um pouco entristecida por não
poder participar da atividade física. Ela decidiu se afastar um pouco dos outros alunos e
ficar apenas observando a aula. Além dos alunos de sua turma, havia também alguns
estudantes do quinto ano que estavam assistindo à aula.

— Aí, aí... eu já estou ficando exausto. — Victor disse, ofegante, enquanto suspirava
cansado.

— Cuidado! — Luigi alertou, tentando frear, mas acabou colidindo com Victor e caindo em
cima dele.

— Aí... Mais uma costela quebrada... — Victor suspirou, demonstrando uma mistura de dor
e desânimo.

O incidente fez com que os outros alunos não conseguissem conter o riso diante da
situação inusitada. As gargalhadas ecoaram pela quadra de educação física, enquanto
Victor permanecia no chão, recuperando-se do impacto. Luigi, envergonhado, ajudou-o a se
levantar.

— Desculpe, Victor! Não foi minha intenção. Eu perdi o controle... — Luigi se desculpou,
sentindo-se culpado pela lesão de seu colega.

— Tudo bem, Luigi. Acho que preciso tomar mais cuidado também. Essa é a segunda vez
que isso acontece... — Victor respondeu, tentando amenizar a situação e aceitando a
responsabilidade parcial pela colisão.

Os outros alunos pararam de rir e mostraram preocupação com a lesão de Victor. O


professor de educação física se aproximou para verificar a situação.

— Victor, vamos levá-lo à enfermaria. Luigi, tome mais cuidado durante a atividade.
Acidentes acontecem, mas devemos sempre estar atentos à segurança de todos. — O
professor instruiu, demonstrando preocupação com a saúde e bem-estar de seus alunos.
Enquanto Victor era auxiliado a se levantar e encaminhado à enfermaria, a aula de
educação física continuou, agora com os alunos mais atentos e conscientes dos riscos
envolvidos nas atividades físicas.

Henry e Alice estavam correndo lado a lado na pista de corrida da aula de educação física.
Alice mostrava-se extremamente ágil e veloz, deixando Henry para trás.

— Nossa, você é muito rápida, Alice! Eu não consigo te acompanhar. — Henry disse,
parando de correr e suspirando de cansaço.

Alice soltou uma risada animada diante da situação.

— Haha! Eu sou a melhor, Henry. Mas não se preocupe, eu admiro sua persistência. Vamos
dar uma pausa e recuperar o fôlego, tá bem? — Alice sugeriu, diminuindo o ritmo e
aproximando-se de Henry.

Henry, ofegante, concordou com a ideia, sentindo o suor escorrer pelo rosto. Ele apoiou as
mãos nos joelhos e respirou fundo, tentando recuperar o fôlego.

— Uau, você é incrível, Alice. Eu nunca vi alguém correr tão rápido. Como você faz isso? —
Henry perguntou, admirando a habilidade atlética de sua amiga.

Alice sorriu, apreciando o elogio de Henry.

— Bem, eu sempre pratiquei esportes e gosto de me desafiar. Além disso, tenho uma boa
resistência física. Mas, sabe, cada um tem suas próprias habilidades e talentos. Você pode
ser ótimo em outras áreas, Henry. Não se compare tanto, o importante é se divertir e dar o
seu melhor. — Alice respondeu, oferecendo palavras de incentivo e sabedoria.

Henry olhou para Alice com admiração, percebendo a sabedoria em suas palavras.

— Você está certa, Alice. Eu vou me esforçar e encontrar minha própria forma de brilhar.
Obrigado por me lembrar disso. Vamos continuar a corrida? Eu quero me desafiar
novamente. — Henry afirmou, determinado a superar seus limites.

Alice assentiu, com um sorriso encorajador.

— Claro, Henry! Estou aqui para te apoiar. Vamos lá, juntos vamos conquistar o nosso
melhor tempo.

Com renovada motivação, Henry e Alice retomaram a corrida.


Alguns alunos do quinto ano começaram a notar que Stella, devido à sua condição, não
poderia participar da atividade de corrida. Aproveitando a situação, eles começaram a
zombar dela, uma vez que Stella estava distante e próxima à arquibancada.

— Ei, olhem só, a coitada não pode correr! — Dominique, uma das alunas, começou a rir da
situação.

— Ei, não diga isso... podemos ser alvo disso também.

— Ué? Eu só estou falando a verdade. — Dominique justificou, sem se importar com o


impacto de suas palavras.

A respiração de Stella começou a ficar mais rápida, e ela cobriu o rosto com as mãos,
começando a lacrimejar baixinho. Porém, uma voz suave a alcançou.

— Ei, abra os olhos... O que houve? — Henry, um pouco suado, aproximou-se de Stella
com preocupação. Ela tirou as mãos do rosto, revelando seus olhos marejados.

— Faça eles pararem... Essas palavras me machucam... Dói... Dói muito... — Stella
desabafou, abraçando Henry com toda a força que tinha.

— Quem são eles? — Henry olhou ao redor e notou os alunos do quinto ano olhando para
eles de maneira estranha.

— Você é amigo dessa garota? — Amélie, uma das alunas, demonstrou nojo. — Você é o
Henry Dupont, sua família é bem conhecida... Por que você é amigo dela?

— Eu tenho empatia no meu coração. Gente, vamos parar com isso... Bullying não é legal.
Vou reportar isso à direção! — Henry expressou sua raiva.

Dominique e Amélie ajoelharam-se, pedindo para que ele não fizesse isso, numa cena um
tanto quanto engraçada.

— Se pedirem desculpas a Stella, posso reconsiderar... E prometam também que não vão
mais praticar bullying. — Henry exigiu. — Conheço vocês duas e sei que são as queridinhas
da diretora.

— Tá... Desculpas, Stella... Fomos tolas e prometemos não fazer mais isso. Nos perdoa? —
As duas falaram em uníssono, com uma expressão de aborrecimento.

— Snif... Sim, eu as perdoo. — Stella respondeu soluçando, mas com um sorriso sincero.

— Hehehe, agora apertem as mãos. — Henry solicitou novamente, e todos concordaram.

Após resolverem o mal entendido, Henry e Stella encontraram uma maneira especial de
aproveitar o tempo juntos. Henry assumiu o papel de empurrar a cadeira de rodas de Stella
em alta velocidade pela quadra, proporcionando uma sensação de adrenalina e diversão
para ambos. Os colegas de classe observavam a cena com admiração e achavam a
interação entre eles incrivelmente fofa e motivadora.

Tá sentindo a adrenalina? Woohoo! — Brincou Henry enquanto impulsionava a cadeira de


rodas com entusiasmo.Stella, mesmo sem poder se movimentar, levantou as mãos e
expressou sua alegria.

— É muito bom! — Exclamou ela, sentindo a emoção da velocidade e a amizade que


compartilhava com Henry.

Após o término das aulas, Henry convida Luigi, Alice e Stella para irem juntos até sua
casa. O grupo segue caminhando, aproveitando o trajeto para conversar e fazer
brincadeiras bobas. Alice assume a responsabilidade de empurrar a cadeira de rodas de
Stella ao longo do caminho. Finalmente, eles chegam a uma bela casa.

— Essa é a sua casa, Henry? — Stella fica boquiaberta com a imponência do lugar.

— Parece um paraíso! — Luigi expressa sua surpresa com a mesma expressão no rosto.

—Vamos entrando logo, estou com sede! — Alice faz uma exigência animada.

— E eu quero café! — Stella fala sem pensar duas vezes, deixando escapar seu instinto de
escritora. Todos riem em resposta.

—Hahaha, tudo bem. Temos café sim. Vamos lá! — Henry abre o portão, mas de repente
uma criatura de quatro patas corre com empolgação e acaba derrubando-o no chão.

— Aiaiai, Paçoca, cuidado! — Exclama Henry, recuperando-se do incidente.

Os amigos de Henry acharam adorável o gesto de seu cão Paçoca ao recebê-los. Paçoca
era um Golden Retriever animado e cheio de energia.

— Gente, esse é o Paçoca. Ele é bem enérgico, sinto muito por isso hehe. — Henry
explicou enquanto se levantava do gramado.

— Au, au! — Paçoca latiu como uma forma de dizer olá.

— Awn, ele é tão fofo. — Stella acariciou a cabeça de Paçoca, que retribuiu lambendo suas
mãos.
— Ele é um ótimo companheiro, mas às vezes pode ser um pouco desobediente. — Henry
comentou enquanto Paçoca exibia um sorriso travesso.

Depois de brincarem um pouco com Paçoca, todos entraram na casa. Henry apresentou os
diferentes cômodos aos seus amigos e Emma, sua mãe, os recebeu calorosamente.

— Sejam bem-vindos! Vejam só... Alice, Luigi... e a nova integrante, Stella, certo? — Emma
se aproximou segurando um livro.

— Olá, senhora Dupont. Como vai? É um prazer revê-la! — Alice fez uma reverência
educada.

— Olá! Querem beber alguma cois… — Antes mesmo de Emma terminar a frase, Stella, por
instinto, expressou seu desejo por café.

—CAFÉ! — Stella exclamou sem pensar, causando um susto em Henry, que pulou nos
braços de Luigi, enquanto Emma se escondeu atrás do sofá. — Oh… perdão.

— Eita... claro. Henry, vá com Luigi e Alice para cima. Eu e Stella vamos ter um papo de
escritora para escritora. — Emma propôs, tentando se recompor.

— Claro, vamos deixar as escritoras aí, e vamos jogar um videogame! — Henry mostrou
entusiasmo e correu para cima com Luigi e Alice.

Emma e Stella se encontram no escritório, desfrutando de uma xícara de café enquanto


folheiam um bom romance. Stella não conseguia parar de olhar para o livro com uma
expressão de pura felicidade.

— Hm... você gosta de ler, não é? Seus olhinhos brilhantes são tão adoráveis. — Emma
falou de forma calorosa. — Dá vontade de apertar você.

— Obrigada! E eu amo ler! Sempre tive contato com livros. Tenho uma enorme biblioteca
em casa. Os livros nos proporcionam inspiração e felicidade. E como você soube que eu
quero ser escritora? — Stella perguntou curiosa.

— Henry me contou. Eu escrevo apenas romances, acho fascinante abordar desde


relacionamentos simples até os mais complexos. — Respondeu Emma.

— Whoa! Eu também! Tenho várias coisas escritas no meu computador. Quem sabe em
outra ocasião eu possa mostrar para você? — Ela sugeriu com entusiasmo.
— Claro! Acredito que podemos nos tornar melhores amigas. — Disse Emma dando uma
risadinha serena.

— Sim! Você é muito legal. E poderia me dar algum conselho? — Stella perguntou, dando
um gole em seu café.

— Bem, não sou boa em aconselhar, mas o que eu posso dizer é, seja persistente. Tudo é
possível. Não desista e permita que sua imaginação floresça sempre. — Emma aconselhou
a pequena

— Vou fazer isso! — Respondeu Stella com um sorriso caloroso.

— Estou escrevendo um romance chamado 'Somos Duas Somas'. Gostaria de dar uma
olhada? Quem sabe você possa me ajudar com idéias. — Sugeriu Emma, na esperança de
terminar seu capítulo ainda hoje e entregar para o seu editor.

— Sim, sim! Vamos lá! — Stella respondeu, começando a se remexer na cadeira de rodas,
ansiosa por ver o trabalho de Emma.

Enquanto Stella e Emma estavam imersas na escrita e na leitura, Henry, Luigi e Alice
estavam se divertindo com um jogo de ritmo. Eles riam e se divertiam bastante, mas então
Luigi decide fazer uma brincadeira para impedir que Henry faça pontos.

— Ei, assim não vale, hahaha. — Henry começa a rir.

— É tudo ou nada, eu danço melhor. — Luigi comemora ao ver sua pontuação subir.

— Parem com essas brincadeiras, estou me desconcentrando. — resmunga Alice.

— Relaxem, é só um joguinho. — Henry os acalma enquanto desliga o videogame e se


senta em uma cadeira. — Acho que nos divertimos demais... É melhor vocês irem para
casa. Meu pai deve estar chegando em breve. — diz ele, olhando o sol através da janela.

— Tens razão... Será que Stella e Emma já viraram melhores amigas? — Luigi começa a
pensar.

— Hmph... Aposto que já estão inseparáveis. Vamos descer. — diz Henry, caminhando em
direção à porta do quarto.

Chegando na sala de estar, Stella e Emma estavam sentadas juntas, cochichando e rindo
baixinho uma para a outra.
— Olha só, não falei? Viraram amiguinhas rapidinho. — Diz Henry, começando a rir.

— Stella é incrível, ela me ajudou a terminar um capítulo. Conversamos sobre várias coisas.
— diz Emma, enquanto brinca com os cachinhos de Stella.

— Sim! Foi um momento incrível! — Concorda Stella, colocando a mão no peito.

— Que interessante... Mas acho que já está na hora de vocês irem para casa. — Henry
falou preocupado, pois estava começando a entardecer.

— Eu moro perto da casa da Stella, posso levá-la. — sugere Alice com um sorriso.

— Ótimo. E eu levo o Luigi de carro. — oferece Emma.

— Finalmente, não vou precisar ir a pé! — comemora Luigi.

— Certo, vamos lá. Foi um prazer conhecer você pessoalmente, Stella. — diz Emma,
piscando para seu filho Henry.

— Mãe, não começa… — Henry começa a ficar envergonhado.

— Relaxa, vamos logo pessoal. Vou te levar rapidinho, Luigi. Benjamin vai ficar feliz em
vê-los, mas infelizmente vocês têm que ir. — Diz Emma, abrindo a porta para os três,
enquanto Henry se dirige para o seu quarto.

— Tchau, Henry! — Stella manda outro beijinho angelical com as mãos antes que ele possa
subir as escadas.

— Até amanhã! — ele acena em resposta.

Após Emma levar Luigi para sua casa e Alice acompanhar Stella, a família de Stella se
reuniu para o jantar em um clima acolhedor e alegre. A mesa estava repleta de pratos
deliciosos e cheirosos, enquanto todos compartilhavam suas experiências do dia.

— Minha filhinha está tão feliz hoje. Será que se divertiu com seus novos amigos? —
Perguntou Samantha, a mãe de Stella, com um olhar carinhoso enquanto observava sua
filha tomar a sopa.

— Sim, me diverti muito! Estou tão feliz por estar me dando bem na nova escola. E estou
ainda mais motivada para escrever. — Respondeu Stella, saboreando cada colherada da
sopa quente.
Foi a vez de Nathan, pai de Stella, entrar na conversa.

— Nos contaram que o filho da Emma está te ajudando muito. É verdade? — Nathan
pergunta curioso, ele conhece os Dupont há um bom tempo.

— Sim, ele é um ótimo amigo. Conheci muitas outras pessoas também. Estou me
adaptando e... me sinto realmente feliz! — Exclamou Stella, deixando uma lágrima de
felicidade escapar de seus olhos.

Após o jantar, Samantha ajudou Stella a tomar um banho relaxante, cuidando dela com todo
o amor e carinho. Em seguida, ela a colocou suavemente em sua cama, depositando um
beijo de boa noite em sua testa. Stella sorriu, colocando uma mão no peito antes de fechar
os olhos para dormir.

—Henry... você é como uma estrela cadente. — disse a loira com um riso suave antes de
adormecer profundamente.

CAPÍTULO 3: AMIGO LEAL

Enquanto os primeiros raios de sol se infiltravam pelas frestas das cortinas do quarto de
Henry, ele despertava de seu sono profundo. Ele se espreguiçou preguiçosamente sob os
lençóis macios, tentando prolongar aquele momento aconchegante antes de enfrentar mais
um dia agitado na escola.

Com um bocejo sonoro, Henry abriu os olhos e sorriu ao se deparar com o sol radiante do
lado de fora da janela. Aos poucos, ele se levantou da cama, sentindo o chão frio sob seus
pés descalços. Ainda meio sonolento, ele arrastou-se até o banheiro, onde lavou o rosto
com água fresca, tentando despertar completamente seus sentidos.

De volta ao quarto, Henry escolheu cuidadosamente sua roupa para o dia, optando por algo
confortável e casual. Ele vestiu suas calças jeans favoritas e uma camiseta com uma
estampa divertida, expressando sua personalidade única. Ao se olhar no espelho, ele
ajeitou seu cabelo bagunçado com os dedos, dando a si mesmo um visual descontraído,
mas arrumado.

Descendo as escadas, Henry seguiu o aroma delicioso do café fresco que se espalhava
pela cozinha. Seus pais já estavam sentados à mesa, desfrutando de uma refeição tranquila
antes de enfrentar seus próprios afazeres do dia.
— Bom dia, mamãe. Bom dia, papai — cumprimentou Henry, esfregando os olhos para se
livrar dos resquícios do sono.

Seu pai, com um sorriso amável, respondeu:

— Bom dia, filho. Como foi sua noite?

— Foi interessante, pai. — Henry responde-o calmamente.

Henry bocejou novamente antes de se sentar à mesa, sentindo o calor acolhedor da xícara
de café que sua mãe havia preparado especialmente para ele. Enquanto tomava o primeiro
gole, ele compartilhou brevemente os planos para o dia na escola, enquanto seus pais
ouviam atentamente, oferecendo palavras de encorajamento e apoio.

— Espero que você tenha um dia incrível, meu querido. Aproveite as aulas e divirta-se com
seus amigos — disse sua mãe, Emma, com um brilho de orgulho em seus olhos.

— Com certeza, filho. Aproveite cada momento e lembre-se de que estamos sempre aqui
para você — acrescentou seu pai, Benjamin, com um sorriso caloroso. — Inclusive…Hoje é
sexta-feira, e tenho um plano incrível para o nosso fim de semana. Vamos pescar! —
Benjamin, o pai de Henry, anunciou animado, com um brilho nos olhos ao antecipar os
momentos de diversão que viriam.

Henry sorriu amplamente, contagiado pela empolgação de seu pai. Era raro ter tanto tempo
livre juntos, especialmente para uma atividade ao ar livre como a pesca.

— Estou empolgada! Vai ser muito divertido. — Emma, a mãe de Henry, disse com
entusiasmo, interrompendo brevemente sua rotina de escritora para priorizar momentos de
qualidade em família. Ela percebeu que era importante dedicar tempo aos seus entes
queridos e construir memórias duradouras.

Henry, animado com a ideia da pescaria, compartilhou seus pensamentos com seus pais:

— Puxa, vai ser muito legal! Vou levar minha câmera fotográfica para registrar todos os
momentos especiais que vamos ter. Afinal, momentos como esses merecem ser
eternizados — refletiu ele, imaginando as imagens que capturaria e os sorrisos que
encheriam o álbum de recordações.
Enquanto Henry falava, seus pais concordavam com um sorriso, sabendo o quanto aqueles
momentos compartilhados seriam valiosos.

— Au, au! — Paçoca, o fiel companheiro de quatro patas da família, latiu empolgadamente,
tentando chamar a atenção de Henry. Ele sabia que aventuras estavam por vir e estava
ansioso para participar delas.

O ambiente estava repleto de animação e expectativa. Todos estavam ansiosos para o fim
de semana chegar, sabendo que seriam momentos de união, risadas e descobertas,
enquanto exploravam a natureza e aproveitavam o prazer simples de estar juntos como
uma família amorosa.

Henry terminou seu café da manhã com uma sensação reconfortante de amor e apoio,
abraçando seus pais antes de sair pela porta. Enquanto caminhava em direção à escola, ele
sentia o frescor da brisa matinal em seu rosto, o sol tocando suavemente sua pele. Ele
estava pronto para enfrentar um novo dia repleto de aprendizado, amizade e aventuras,
sabendo que, independentemente dos desafios que encontrasse, seus pais estariam lá para
apoiá-lo e incentivá-lo em cada passo do caminho.

O jovem Henry chegou à escola com um sorriso estampado no rosto, irradiando animação.
Era mais um dia de aula, e a primeira disciplina seria Língua Portuguesa. No entanto, algo
inesperado estava prestes a acontecer. A professora Madeleine anunciou que o tema em
destaque seria o famoso romance "Romeu e Julieta", de William Shakespeare.

— Alunos, vocês já ouviram falar de Romeu e Julieta? — perguntou Madeleine, esperando


ansiosamente por alguma resposta.

— Na internet. É uma peça de teatro, mas também é uma obra literária — respondeu
Gaspard, um dos alunos, mostrando seu esforço em contribuir para a discussão.

— Correto. Mas... falando da obra como um todo, sobre o que ela trata? — Madeleine
incentivou a participação dos estudantes.

— "Romeu e Julieta" é uma tragédia escrita pelo famoso autor inglês William Shakespeare
(1564-1616), no final do século XVI. A peça narra a história de amor proibido entre Romeu e
Julieta — explicou Louis, uma aluna, com naturalidade, impressionando a todos com seu
conhecimento.
— Uau... — Henry murmurou baixinho, surpreso com as informações compartilhadas.

— Perfeito. Eu trouxe um trecho de uma cena. Quem gostaria de atuar? — Madeleine


perguntou, mas a turma permaneceu em silêncio, hesitante.

— E aí? O gato comeu a língua de vocês? Merci, vamos lá... — Madeleine implorava por
voluntários, esperando que alguém se manifestasse.

— Professora... — Luigi levantou a mão, chamando a atenção de todos na sala.

— Perfeito, Luigi! Que disposição incrível. Você será o Romeu — Madeleine ficou
empolgada com a resposta do aluno.

— Ah... eu só estava pedindo para beber água. — Luigi levantou a mão, frustrado com o
mal-entendido.

Uma explosão de risadas tomou conta da sala, enquanto Madeleine exibia uma expressão
de decepção em seu rosto, mas logo se juntava à diversão soltando uma risada.

— Se deu mal, hein? — Henry riu de seu amigo, aproveitando a situação descontraída.

— E você, Henry, será a Julieta! — Madeleine anunciou, exigindo a participação do rapaz.

— O quê? Ah, não... — Henry bateu na própria testa, desapontado com a notícia.

— Pega essa, Henry! — Alice começou a rir compulsivamente dos dois, desfrutando do
momento hilário.

— Vocês dois, venham aqui! Peguem suas cenas e comecem a atuar. — Madeleine viu
Luigi e Henry se aproximarem da frente da sala, ambos envergonhados. Luigi respirou
fundo e começou a incorporar o personagem de Romeu, enquanto Henry, mesmo relutante,
tentava dar voz a uma Julieta convincente. A sala se encheu de risos e diversão, à medida
que os dois amigos se aventuravam na pele dos personagens icônicos.

— Que vergonha... — Henry começou a sentir-se frustrado, mas logo um sorriso se formou
em seu rosto quando ele notou Stella, sua nova amiga, rindo alegremente do fundo da sala.
Ele retribuiu o sorriso e voltou para seu lugar.

— Obrigada aos dois! Vamos aplaudir! — Madeleine pediu, e todos bateram palmas
entusiasticamente. — Então, pessoal, o motivo desta aula é que a Direção propôs uma
apresentação de uma peça na próxima semana. Outras turmas vão apresentar outras
coisas, mas a nossa ficará com "Romeu e Julieta". Até o final do intervalo, as inscrições
estarão abertas para quem quiser participar.

Todos os alunos ficaram animados com a proposta da peça e começaram a discutir


entusiasmados durante o intervalo. Várias alunas, inclusive a ruiva Alice, se inscreveram
para o papel de Julieta, enquanto Luigi estava determinado a interpretar Romeu. A
expectativa e a empolgação tomaram conta da turma, que mal podia esperar para iniciar os
ensaios e trazer a clássica história de Shakespeare à vida.

Henry estava sentado em um cantinho tranquilo do pátio da escola, desfrutando de um


delicioso almoço preparado com carinho por sua mãe. A lancheira estava repleta de
iguarias apetitosas que faziam seu paladar dançar de alegria a cada mordida. Enquanto
saboreava seu sanduíche preferido, ele aguardava ansiosamente a chegada de seus
amigos para compartilhar as novidades do dia.

De repente, Alice se aproximou, iluminando o ambiente com sua energia radiante. Seu
sorriso contagiante era capaz de iluminar até mesmo o dia mais nublado.

— Fizemos a inscrição! E aí, Henry? Vai se inscrever também? — ela perguntou


empolgada, acomodando-se ao lado dele.

Henry deu um gole no suco refrescante, sentindo a doçura se espalhar por sua boca e
refrescar sua garganta.

— Ainda não decidi. Acho que ainda há tempo para me inscrever. Quero ponderar um
pouco mais antes de tomar essa decisão. — Ele respondeu com tranquilidade, deixando
claro que estava levando o assunto a sério e considerando todas as possibilidades.

Alice franziu o cenho, percebendo algo diferente no comportamento de Henry.

— Que estranho... você não está falando muito com a Stella hoje. Algum problema? — Ela
perguntou com curiosidade genuína, preocupada com a amizade entre eles.

Henry soltou um suspiro, desviando o olhar por um momento antes de responder.

— Como assim? Stella é minha amiga, mas também é importante que cada um de nós
tenha suas próprias experiências e aproveite a companhia de diferentes amigos. A
diversidade de amizades torna a vida mais interessante. — Ele explicou, tentando transmitir
que sua amizade com Stella era equilibrada e saudável.

Luigi, que havia se juntado ao grupo, não perdeu a oportunidade de fazer uma brincadeira,
como de costume.

— Ei, ei, não se esquente. É que você trata a Stella de maneira diferente, Henry. Vocês são
tão fofos juntos! Você sempre é tão atencioso e prestativo com ela. Quase um príncipe
encantado. — Luigi provocou, lançando um olhar divertido para os dois amigos.

Henry corou levemente, surpreso com a observação de Luigi.

— Do que você está falando? Eu trato a Stella da mesma maneira que trato todos os meus
amigos. Somos apenas bons amigos, nada mais. — Ele respondeu um tanto
desconcertado, tentando esconder a timidez que se apoderava de seus pensamentos.
Alice interveio, percebendo a desconfortável situação em que Henry se encontrava.

— Relaxa, Luigi, estamos apenas brincando. Mas é verdade que vocês têm uma conexão
especial. Henry é sempre tão gentil com ela, o que é adorável. Porém, Stella tem estado um
pouco isolada ultimamente, então talvez seja legal se você for falar com ela. — Alice
sugeriu, enquanto observava Stella concentrada em suas anotações, com seu uniforme
escolar impecável e um l

indo chapeuzinho que destacava sua personalidade única.

Henry ponderou por um instante, sentindo-se dividido entre seus próprios sentimentos e a
preocupação com Stella.

— Tudo bem, eu vou falar com ela. Mas, por favor, parem de mencionar o nome dela o
tempo todo. — Ele pediu, levantando-se com determinação e caminhando em direção a
Stella.

Enquanto Henry se aproximava de Stella, sua coragem parecia vacilar um pouco. Ele não
estava tão animado como antes, pois as brincadeiras recentes dos amigos ainda ecoavam
em sua mente. No entanto, ele sabia que era importante deixar de lado as inseguranças e
se concentrar em apoiar sua amiga.

— Oi, Stella! O que estás a fazer sozinha? — Henry perguntou com um sorriso gentil,
aproximando-se dela.

Stella ergueu os olhos de seus escritos, revelando uma expressão suave e serena.

— Estou escrevendo. Tenho me empenhado bastante ultimamente, buscando melhorar


minha caligrafia. Sua mãe me deu algumas dicas valiosas e estou colocando-as em prática.
— Ela respondeu, voltando a se concentrar na caneta e no papel.

Henry assentiu, incentivando-a com um aceno de cabeça.

— Isso mesmo, Stella! Se escrever é o seu sonho, não pare, persista e seja forte. Acredito
no seu talento e no seu potencial. — Ele a motivou, transmitindo confiança através de suas
palavras.

Stella sorriu, sentindo-se tocada pelo apoio de Henry.

— Obrigada, Henry. Você é tão fofo e atencioso comigo. Agradeço de coração por todo o
incentivo que você me dá. — Ela retribuiu o elogio, seus olhos brilhando com gratidão.

Henry sorriu humildemente, humilde com o elogio.

— Apenas tento ser gentil e apoiar meus amigos. E então, você vai se inscrever na peça?
— Ele começou a debater sobre a peça, desejando que Stella não ficasse sozinha e
pudesse aproveitar a experiência também.
Stella parou de escrever por um momento, suspirando suavemente.

— Hm... estou um pouco receosa. — Ela admitiu, seus cachinhos balançando tristemente
enquanto ela pensava.

Curioso, Henry inclinou-se um pouco mais perto, demonstrando interesse genuíno.

— Por que você está receosa, Stella? Pode me contar.

Stella abaixou os olhos, brincando com seus cachinhos loiros enquanto falava.

— Bom... eu sou paraplégica, Henry. Como eu iria contracenar em uma peça? Será que
isso é possível?

Henry sentou-se ao lado de Stella, demonstrando empatia.

— Ah, Stella... você sabe que a nossa peça não será uma reprodução fiel do original, não
é? Nós podemos fazer adaptações e improvisar para que você possa contracenar sem
problemas. A turma é unida, tenho certeza de que todos encontrarão uma maneira de incluir
você e valorizar sua participação. Não se desanime, você tem muito talento

e brilho para compartilhar no palco. — Ele encorajou, desejando que Stella pudesse ver
além de suas limitações físicas.

Stella levantou os olhos novamente, um sorriso tímido surgindo em seu rosto.

— Obrigada pelo incentivo, Henry. Suas palavras são muito significativas para mim. Vou
pensar melhor sobre isso.

Henry se levantou, estendendo a mão para ajudar Stella a se levantar também.

— Além disso, mesmo que você não consiga um papel de atuação, saiba que pode
contribuir nos bastidores de várias maneiras. Só de tentar, você já é uma vencedora. E
lembre-se, Stella, não importa o que aconteça, você sempre terá o meu apoio. Agora eu
preciso me inscrever. Nos vemos mais tarde, tudo bem?

Stella apertou a mão de Henry, sentindo-se tocada por suas palavras e pelo apoio
incondicional.

— São palavras lindas, Henry. Vou criar um personagem baseado em você na minha
história. Você é uma inspiração para mim. Até mais! — Ela se despediu, acenando com as
mãos enquanto observava Henry se afastar, encantada com a pessoa incrível que ele era.

Henry acenou de volta, um sorriso radiante no rosto.

— Até logo, Stella! Estou ansioso para ver sua história e me inspirar ainda mais. Você
também é uma amiga maravilhosa.
Depois do intervalo, as aulas continuaram. Henry fez sua inscrição para um papel qualquer,
mesmo que não desse muita importância para o papel em si. Para ele, o mais importante
era contribuir de alguma forma e ser parte daquela experiência enriquecedora.

Após as aulas, Henry decidiu aproveitar o dia e caminhar para casa, desfrutando do ar
fresco e da paisagem de Paris. Enquanto seguia seu caminho, ele notou uma senhora idosa
tentando atravessar a rua com dificuldade, carregando uma cesta cheia de flores de
diferentes tipos.

Sem hesitar, Henry se aproximou da senhora com gentileza e ofereceu sua ajuda.

— Posso ajudá-la? Parece que está carregando muitas coisas e está difícil para você
atravessar com segurança. — Henry se ofereceu preocupado, estendendo a mão.

A senhora, chamada Margareth, olhou para ele com gratidão e depositou a cesta de flores
em seus braços.

— Ah, que gentileza da sua parte querer me ajudar. Sou Margareth. E você, como se
chama? — Ela disse com um sorriso caloroso.

— Me chamo Henry. É um prazer conhecê-la, Margareth. — Henry respondeu, caminhando


ao lado dela com cuidado.

Enquanto caminhavam, Henry e Margareth conversaram sobre diversos assuntos da vida.


Henry estava encantado com a conversa produtiva e enriquecedora. Após um curto trajeto,
eles chegaram à floricultura de Margareth.

— Muito obrigado, meu garoto. Pessoas como você fazem toda a diferença neste mundo.
— Margareth agradeceu, apertando carinhosamente as bochechas de Henry.

— De nada. Fico feliz em poder ajudar. — Henry agradeceu com um tímido sorriso.

Como forma de agradecimento, Margareth presenteou Henry com um belo girassol,


percebendo o brilho de surpresa nos olhos do menino.

— Que legal! Eu adoro girassóis! Isso animou ainda mais o meu dia. — Henry exclamou,
tocando suavemente nas pétalas vibrantes do girassol.

— Fico feliz em saber disso. Mais uma vez, muito obrigada. Agora, vá para casa com
cuidado. — Margareth despediu-se com um sorriso, enquanto observava Henry caminhar
felizmente.

Henry chegou em casa radiante e compartilhou com seus pais a história do encontro com
Margareth e como ajudou a senhora a carregar as cestas. Ele também mostrou o girassol
que recebeu como presente.
Emma pegou o girassol e colocou-o delicadamente em um lindo vaso, enquanto Benjamin
sugeriu que eles tivessem um fim de semana especial juntos.

— Que lindo, filho! Vou colocá-lo em um vaso para que possamos apreciar sua beleza. E
não se esqueça, este fim de semana é só nosso. Vamos fazer algo especial. — Emma
afirmou, animada.

— Eu sei, estou empolgado! Vamos aproveitar juntos. — Henry respondeu, enquanto


saboreava um prato de espaguete preparado por sua mãe.

— Eu vou preparar algumas coisas para um piquenique no gramado. A pesca fica com
vocês. — Emma acrescentou, dando uma piscadela.

— Tudo bem, mãe. Vamos nos divertir muito. — Henry concordou animadamente.

Paçoca, o Golden Retri

ever da família, também estava animado, abanando o rabo e latindo de felicidade. Ele
adorava esses momentos em família e sabia que seria um momento especial.

No dia seguinte, Henry estava se preparando para o dia de pesca. Ele pegou sua câmera
fotográfica e verificou se tudo estava pronto. Assim que estavam prontos, Henry e Paçoca
entraram no carro de Benjamin.

— Pisa fundo, pai! Estou super animado! — Henry pediu, cheio de eletricidade.

— Auau! — Paçoca latiu alegremente, ansioso para a diversão que os aguardava.

— Você é quem manda! — Benjamin respondeu, rindo, e dirigiram até o parque escolhido
para a pescaria.

Chegando ao parque, Henry, Benjamin e Paçoca montaram suas varas de pescar e se


prepararam para um dia divertido à beira do lago. Enquanto eles se concentravam em suas
atividades, Emma preparava um delicioso lanche no gramado. Após algum tempo, eles
decidiram fazer uma pausa.

Enquanto Benjamin e Emma conversavam e trocavam carinhos, Henry e Paçoca brincavam


animadamente perto da água. No entanto, sem querer, Henry escorregou e caiu no lago.
Sem saber nadar, ele começou a se afogar, e Paçoca, percebendo o perigo, ficou
imediatamente preocupado e começou a latir alto para chamar a atenção de Benjamin e
Emma, que estavam um pouco distantes.

— Paçoca, eu... não vou... conseguir... — Henry lutava para manter a cabeça acima da
água, sua visão ficando turva. A última coisa que ele viu foi Paçoca pulando corajosamente
na água para salvá-lo.

Paçoca nadou rapidamente até Henry e o segurou com a boca, levando-o de volta à
margem. O cachorro estava assustado ao ver seu amado dono naquela situação.
Desesperado para chamar a atenção dos pais de Henry, Paçoca correu em direção a
Benjamin e Emma, latindo incessantemente.

— Au, au, au! — Paçoca latia repetidamente, fazendo o possível para chamar a atenção de
Benjamin e Emma.

Surpresos com a aparição repentina de Paçoca, Benjamin e Emma perceberam que algo
estava errado. Eles imediatamente seguiram Paçoca até o local onde Henry estava.

— Paçoca, o que aconteceu? Algo de errado? — Benjamin perguntou, preocupado, ao se


aproximar rapidamente.

— Oh, meu Deus... Henry! — Emma exclamou, horrorizada, ao ver seu filho deitado ali. Ela
correu até ele enquanto Paçoca os observava, preocupado.

Emma ficou paralisada ao ver Henry naquela condição, mas estava grata por Paçoca ter
ajudado e chamado sua atenção.

— Meu querido, fale algo! Não, não... — Emma começou a chorar, abraçando Henry com
força.

Benjamin agiu rapidamente e começou a fazer massagem cardíaca em Henry, até que o
garoto começasse a cuspir

água e recobrar a consciência.

— Henry! Graças a Deus! — Emma exclamou, aliviada, enquanto abraçava seu filho com
ainda mais força. — O que aconteceu?

— Eu... não sei... estava brincando com o Paçoca, quando escorreguei no barco e caí na
água. Sorte que o Paçoca estava lá para me ajudar. — Henry explicou, olhando para seu
fiel cão, que estava olhando tristemente de longe.

— Estamos tão aliviados que vocês estejam bem. Fui tão descuidada, me desculpe, meu
amor. — Emma disse, com lágrimas nos olhos.

— Hm... quero ir para casa, quero dormir. — Henry respondeu com a voz trêmula, ainda
abalado pelo ocorrido.

— Claro, vamos agora, Henry! Vamos cuidar de você. — Benjamin disse, enquanto
começava a arrumar as coisas para voltarem para casa.

Todos voltaram para casa, com Benjamin e Emma colocando Henry para dormir e dando a
ele um medicamento para garantir que ele não ficasse doente após o susto. Depois de
saírem do quarto, Paçoca entrou escondido.

— Hm... Paçoca? — Henry murmurou deitado, sonolento.


Ao ouvir seu nome, Paçoca pulou na cama e lambeu a mão de seu dono, expressando seu
amor e alívio por tê-lo em segurança.

— Auau! — Paçoca latiu suavemente, como se quisesse dizer: "Eu te amo, meu amigo. Eu
estarei sempre aqui para protegê-lo". Henry, comovido pelas ações heroicas de Paçoca,
adormeceu com um sorriso no rosto.

Paçoca se acomodou na cama ao lado de Henry, determinado a protegê-lo de todos os


males e a ser o melhor amigo leal que sempre foi.

CAPÍTULO 4: PÉTALAS

Após aquele susto onde Henry se afogava, ele despertou com várias lambidas afetuosas no
rosto de seu leal cãozinho, Paçoca.

— Au, au! — Paçoca estava determinado a acordar seu dono o mais rápido possível,
ansioso para desfrutar de um domingo repleto de segurança e tranquilidade.

— Pare de me lamber, já acordei, obrigado. — Henry disse, enquanto afastava gentilmente


o focinho de Paçoca de seu rosto. — Ah, é domingo... O que podemos fazer hoje?

— Au, au! — Paçoca entregou uma coleira e uma bolinha nas mãos de seu dono, como se
estivesse pedindo para brincar. — Au, au!

— Quer brincar, é? Sem problemas. — Henry sorriu e acariciou Paçoca. — Primeiro,


deixe-me tomar meu café da manhã e depois iremos ao parque. — O garotinho de olhos
azuis falou, e seu cãozinho assentiu com animação.

Henry levantou-se da cama e vestiu-se com uma roupa confortável para o dia ensolarado.
Ao chegar na cozinha, ele preparou uma deliciosa xícara de café quente e um pãozinho
fresco. Paçoca esperava pacientemente ao lado, observando cada movimento de seu dono
com olhinhos brilhantes de alegria.

Sentado à mesa, Henry saboreou o café enquanto Paçoca descansava alegremente aos
seus pés. A atmosfera era de pura harmonia e cumplicidade entre o garotinho e seu fiel
companheiro.

Henry desceu as escadas com passos firmes, seu olhar transmitindo um renovado senso
de confiança. Benjamin e Emma, seus pais amorosos, estavam esperando por ele na
cozinha. Observaram-no atentamente, cientes de que o incidente de quase afogamento
ainda pairava em suas mentes. No entanto, a melhora visível no semblante do pequeno
trouxe um alívio silencioso ao ambiente.

Emma, com seu coração materno transbordando de gratidão, havia preparado uma
generosa porção de comida para Paçoca, o fiel companheiro peludo que havia se mostrado
um herói naquele fatídico momento. Era a maneira dela de agradecer ao leal cãozinho por
sua pronta ação em salvar a vida de Henry.

— Mãe, pai, podem ficar tranquilos. Estou me sentindo bem e pronto para enfrentar o dia.
Vou tomar meu café da manhã e, em seguida, levar Paçoca para um passeio. Também
combinei de encontrar alguns amigos. — Henry disse, expressando sua determinação com
um sorriso sincero nos lábios.

Benjamin e Emma trocaram olhares cheios de orgulho e amor pelo filho. Sabiam que,
apesar da apreensão natural que experimentaram, era importante permitir que Henry
retomasse sua rotina e aproveitasse as alegrias que a vida tinha a oferecer. Eles estavam
cientes de que Paçoca era mais do que um simples cão de estimação para o garoto; era um
confidente e companheiro inseparável, capaz de trazer conforto e diversão mesmo nos
momentos mais desafiadores.

— Henry, querido, estamos felizes por vê-lo recuperado e pronto para enfrentar o dia.
Aproveite seu café da manhã e divirta-se no passeio com Paçoca. E lembre-se, sempre
estamos aqui para você, meu querido. — Emma abraçou Henry suavemente, transmitindo
seu amor materno.

Benjamin se aproximou, colocando uma mão carinhosa no ombro de Henry.

— Você nos enche de orgulho, filho. Aproveite seu tempo com Paçoca e seus amigos.
Lembre-se de ser cuidadoso e responsável. Estaremos aqui quando você voltar. —
Benjamin sorriu, transmitindo palavras de encorajamento e segurança ao seu filho.

Henry sentiu-se envolvido pelo amor e apoio de seus pais. Era reconfortante saber que,
mesmo após o susto, eles continuavam ao seu lado, incentivando-o a seguir em frente e
desfrutar da vida. Ele retribuiu o abraço de sua mãe e apertou a mão de seu pai com
ternura.

Com a determinação renovada e o coração cheio de gratidão, Henry sabia que estava
pronto para enfrentar o dia com Paçoca ao seu lado. Juntos, eles embarcariam em uma
aventura repleta de alegria, amizade e memórias preciosas.

Após saborear o delicioso café da manhã preparado por sua mãe, Henry prendeu a coleira
ao redor do pescoço de Paçoca com cuidado, garantindo que estivesse bem ajustada. O
cãozinho pulou animadamente, expressando sua empolgação com um rabo que parecia
não parar de abanar. Henry sorriu, contagiado pela energia contagiante de seu fiel amigo, e
juntos partiram rumo ao parque mais próximo.
Enquanto caminhavam, o sol irradiava seu calor reconfortante, pintando o céu de um azul
intenso. Uma brisa suave acariciava seus rostos, trazendo consigo um frescor revigorante.
O parque estava repleto de vida, com famílias reunidas, crianças brincando
despreocupadamente e cachorros correndo alegremente pela grama verde.

Henry pegou a bolinha verde e lançou-a com entusiasmo no gramado, observando Paçoca
correr em disparada para buscá-la. O cãozinho, movido pela pura alegria de brincar, pegou
a bolinha no ar e voltou correndo em direção a Henry, ansioso pelo próximo lançamento. Os
dois se divertiam em meio a risadas e latidos, criando memórias preciosas que ficariam
gravadas em seus corações.

Enquanto observava Paçoca correr com entusiasmo, Henry não pôde deixar de refletir
sobre o incrível vínculo que compartilhavam. Paçoca não era apenas um animal de
estimação para ele, mas sim um verdadeiro companheiro, um confidente leal que sempre
estava ao seu lado. O garotinho sentia-se abençoado por ter a presença de Paçoca em sua
vida, alguém que o compreendia mesmo sem palavras e que trazia um sorriso genuíno ao
seu rosto.

Em meio à brincadeira, Henry avistou Alice e Luigi, seus melhores amigos, se aproximando
com sorrisos contagiante em seus rostos.

— E aí, Henry? Como você está se sentindo hoje? Por acaso viu meu e-mail? — Luigi
perguntou curioso, demonstrando seu interesse genuíno pelo bem-estar do amigo.

— Sim, Luigi! Estou me sentindo muito melhor. E tudo graças a esse carinha aqui. — Henry
acariciou o focinho de Paçoca, deixando transparecer a gratidão em seus olhos.

— Ficamos aliviados ao saber disso, meu amigo. Ah, e eu fui até a casa da professora
Madeleine e descobri quem ficou com Romeu e Julieta. — Alice revelou com um tom de
entusiasmo, deixando uma pitada de mistério no ar.

— O quê? Sério? Me conta tudo! — Henry se mostrou animado e curioso ao mesmo tempo.

— Bem, Henry, tenho uma ótima notícia para você. Eu fiquei com a Julieta, e adivinhe só
quem ficou com o Romeu? Você! — Alice anunciou com uma empolgação contagiante, mal
conseguindo conter seu sorriso.

Henry ficou atônito por um momento, processando a notícia inesperada. Seus olhos se
iluminaram e um sorriso enorme tomou conta de seu rosto.

— Uau, isso é incrível! Parabéns para nós, Alice. E sinto muito, Luigi. Eu não tive intenção
de tirar o papel de Romeu de ninguém, juro. — Henry tentou expressar seus sentimentos
genuínos em relação à situação.

— Não se preocupe, Henry. Eu estou feliz por vocês dois. E tenho certeza de que farão um
ótimo trabalho. — Luigi demonstrou sua sinceridade ao transmitir seus sentimentos com um
sorriso amigável.
Enquanto conversavam, o nome de Stella foi mencionado e uma onda de desconforto
percorreu Henry. Ele tentou explicar a seus amigos que ele e Stella eram apenas amigos e
que, no momento, não sentia a necessidade de se envolver romanticamente. Afinal, ele
ainda era jovem e acreditava que era importante aproveitar a infância, brincar, estudar e
crescer como indivíduo antes de se aventurar em relacionamentos sérios.

Alice e Luigi, no entanto, insistiram para que Henry fosse mais aberto a novas experiências
e incentivaram-no a visitar a casa de Stella. Eles acreditavam que Henry deveria explorar
novas amizades e sair da sua zona de conforto. Compartilhando risadas e trocando olhares
cúmplices, os amigos se divertiam com as possibilidades futuras.

— Tudo bem, vou considerar a ideia de visitar a casa de Stella, mas não agora. Hoje quero
aproveitar o domingo de outra forma. E vocês dois também estão sempre juntos, quase
grudados. Quem sabe o que o futuro reserva para vocês? — Henry provocou, sugerindo
uma possível conexão romântica entre Alice e Luigi.

Alice e Luigi trocaram olhares surpresos e, ao mesmo tempo, envergonhados, antes de


repreender Henry com um tom de voz brincalhão.

— Ah, para com isso, Henry! Somos apenas bons amigos. Agora, vamos voltar a nos
divertir com Paçoca. Afinal, temos um dia inteiro pela frente. — Alice disse, rindo e
balançando a cabeça.

Henry sorriu, feliz por ter amigos tão especiais ao seu lado. Juntos, eles continuaram a
desfrutar da companhia uns dos outros, compartilhando risadas, brincadeiras e sonhos. O
sol brilhante testemunhava a cumplicidade e a amizade que uniam aqueles três corações.

Após horas de diversão no parque, Henry, Luigi e Alice decidiram dar uma pausa e
aproveitar um merecido sorvete gelado para refrescar-se do calor do dia. Sentaram-se em
um banco próximo à sorveteria, saboreando seus sabores favoritos e compartilhando
risadas enquanto Paçoca se sentava ao lado deles, esperando ansiosamente por um pouco
de atenção e possivelmente um pouco de sorvete também.

— Hum, esse sorvete de chocolate é simplesmente divino! — exclamou Alice, saboreando


uma colherada do doce derretido em sua boca. — Vocês deveriam experimentar!

Henry e Luigi riram, concordando com entusiasmo enquanto provavam seus próprios
sabores. O gelado derretia-se em suas línguas, enchendo suas bocas de uma explosão de
sabores doces e refrescantes.

— Realmente, Alice, você sempre sabe escolher as melhores opções. — Luigi piscou para
ela, criando um clima de cumplicidade entre os amigos.

Henry observava a interação entre os dois com um sorriso bobo no rosto, sentindo-se grato
por ter amigos tão divertidos e carinhosos. Ele aproveitou o momento para acariciar Paçoca,
que olhava com olhinhos brilhantes, implorando por uma lambida do sorvete.
Após saborear o último pedaço de sorvete e dar um tempo para que seus estômagos se
acalmassem, o grupo decidiu que era hora de se despedir e voltar para suas respectivas
casas.

— Bem, pessoal, foi um dia incrível! Obrigado por terem feito parte desse momento especial
comigo e com Paçoca. — Henry expressou sua gratidão, sentindo-se verdadeiramente
abençoado por ter amigos tão maravilhosos.

— O prazer foi nosso, Henry. Você sabe que sempre estaremos aqui para apoiá-lo e
compartilhar momentos divertidos juntos. — Luigi colocou a mão no ombro de Henry,
transmitindo seu apoio incondicional.

Alice, por sua vez, abraçou Henry com carinho e sussurrou em seu ouvido:

— Você é um garoto especial, Henry. Nunca se esqueça disso. E, quem sabe, talvez o
destino reserve surpresas incríveis para você e Stella. Mantenha-se aberto às
possibilidades.

Henry sorriu, agradecido pelas palavras reconfortantes de seus amigos. Ele sabia que,
independentemente de quaisquer surpresas que o futuro reservasse, ele estava rodeado
por pessoas que se importavam com ele e que estariam lá para ele em todos os momentos.

Com um último aceno, Henry, Luigi e Alice se despediram e seguiram seus caminhos,
levando consigo a alegria e a cumplicidade compartilhada naquele dia especial. Paçoca
caminhou ao lado de Henry, olhando para trás de vez em quando, como se quisesse ter
certeza de que seus amigos ainda estavam por perto.

Enquanto voltavam para casa, Henry sentiu-se grato por tudo o que aquele dia havia lhe
proporcionado: momentos de diversão, amizade e reflexão. Ele tinha certeza de que aquele
domingo ficaria marcado em sua memória para sempre, como um dia cheio de risadas,
sorrisos e uma conexão especial com Paçoca e seus amigos queridos.

Henry chegou em casa, trazendo consigo a sensação reconfortante de um dia cheio de


diversão e amizade. Benjamin e Emma, seus pais, estavam esperando por ele com um
sorriso no rosto e os braços abertos. Eles o envolveram em um abraço caloroso,
expressando seu alívio por vê-lo em segurança.

— Meu querido Henry, como foi o seu dia? Estamos tão felizes que você está bem! — disse
Emma, enquanto acariciava gentilmente os cabelos do filho.

— Foi incrível, mãe! Eu e Paçoca brincamos muito no parque e depois encontrei Alice e
Luigi. Tomamos sorvete juntos e rimos muito. — Henry compartilhou, com um brilho nos
olhos, a emoção do dia vivido.

Benjamin, com um sorriso orgulhoso, acrescentou: — Parece que você teve um dia
maravilhoso, filho. Agora, que tal terminarmos a noite assistindo a um filme juntos?
Henry concordou animadamente, sentindo-se amado e protegido pela presença de seus
pais. Os três se acomodaram no sofá, cobertos por uma manta aconchegante, e
escolheram um filme para assistir juntos. A sala foi preenchida por risadas e suspiros de
emoção enquanto a história se desenrolava na tela.

Após o filme, Henry seguiu sua rotina noturna, escovando os dentes e se preparando para ir
dormir. Ele agradeceu a Paçoca por ser um companheiro leal e depositou um beijo
carinhoso em sua cabeça antes de se deitar na cama. O garotinho adormeceu com a
sensação de segurança e amor que envolvia sua família.

No dia seguinte, na escola, a professora Madeleine reuniu todos os alunos para uma
importante informação. Ela anunciou os papéis que cada um desempenharia na peça de
teatro Romeu e Julieta, que seria encenada em breve. Alice já havia compartilhado em
segredo com Henry os papéis que eles haviam sido escolhidos: ele seria Romeu e ela,
Julieta.

A notícia deixou Henry emocionado e um pouco nervoso. Ele nunca tinha atuado antes,
mas sentiu uma mistura de empolgação e determinação ao pensar na oportunidade de se
expressar no palco.

Com o auxílio de Stella, que estava envolvida nos bastidores da produção, os alunos
começaram a montar o cenário e ensaiar suas falas. Henry mergulhou de cabeça na
preparação, dedicando-se a aprender o texto e explorar as nuances de seu personagem. A
cada ensaio, ele se sentia mais confiante e conectado com a história de amor trágico de
Romeu e Julieta.

Os dias passaram voando, com os alunos se dedicando aos ensaios e aos detalhes
técnicos da peça. O entusiasmo no ar era palpável, e a escola estava envolta em uma
atmosfera mágica e vibrante.

Após um intenso período de ensaios, a professora Madeleine decidiu liberar os alunos mais
cedo naquele dia. Henry estava exausto, mas a emoção de participar da peça mantinha sua
energia viva. Enquanto arrumava suas coisas, ele sentiu um toque suave em seu ombro.
Era Stella, a paraplégica corajosa e talentosa que tinha conquistado a admiração de todos.

— Henry, eu estava pensando... Você gostaria de almoçar na minha casa hoje? Meus pais
ficariam felizes em conhecê-lo. — Stella convidou, com um sorriso tímido.

Henry ficou surpreso com o convite, mas sentiu uma curiosidade genuína e um desejo de
conhecer melhor Stella. Ele aceitou o convite com entusiasmo e gratidão, percebendo que
essa seria uma oportunidade de fortalecer ainda mais os laços de amizade e colaboração
entre eles.

— Claro, Stella! Será um prazer almoçar com você e conversar sobre a peça. Estou ansioso
para conhecer sua casa e sua família. Vamos aproveitar esse momento especial antes do
espetáculo de amanhã. — Henry respondeu, com um sorriso sincero.
Enquanto se dirigiam para a casa de Stella, Henry sentiu uma mistura de emoções. Ele
estava animado com a perspectiva de conhecer um novo ambiente e fortalecer sua amizade
com Stella. Ao mesmo tempo, o nervosismo se misturava à expectativa de como aquele
encontro poderia influenciar sua jornada na peça e na vida.

Juntos, Henry e Stella caminharam lado a lado, compartilhando conversas e risadas.

Chegando na casa de Stella, Henry foi recebido calorosamente por Samantha, mãe de
Stella, e por seu pai, Nathan. Eles abriram as portas de sua casa com sorrisos amigáveis,
demonstrando o quanto estavam felizes em receber Henry como convidado. Henry se
sentiu imediatamente à vontade com a família de Stella.

Enquanto todos se sentavam à mesa para o almoço, uma atmosfera acolhedora preenchia
o ambiente. Benjamin e Emma já conheciam Nathan, o pai de Stella, e relembraram
histórias engraçadas e momentos compartilhados. A conversa fluiu naturalmente, com
risadas e sorrisos que ressaltam a conexão entre as famílias.

Durante a refeição, Samantha elogiou Henry por ser um amigo leal e carinhoso com Stella.
Ela expressou sua gratidão por ter alguém tão especial como Henry em sua vida. Henry
sentiu-se emocionado e grato pela oportunidade de fazer parte da história de Stella,
ajudando-a a superar desafios e descobrir novas perspectivas.

Após o almoço, Stella conduziu Henry pelo seu lar, mostrando seu quarto aconchegante,
decorado com suas cores e objetos favoritos. Ele admirou a coleção de livros
cuidadosamente organizados em sua estante e ficou impressionado com o amor que Stella
tinha pela leitura. Era um lugar acolhedor onde ela encontrava inspiração e refúgio.

Em seguida, Stella conduziu Henry a uma parte especial de seu quarto, onde ela tinha um
espaço dedicado à escrita. Era uma pequena mesa rodeada por quadros com frases
inspiradoras e fotografias que contavam histórias silenciosas. Henry sentiu uma profunda
admiração pela paixão de Stella pela escrita e pela forma como ela expressava sua
criatividade.

Com gentileza e sinceridade, Henry compartilhou com Stella as falas que tinha ensaiado
para o papel de Romeu. Ele se esforçou para transmitir as emoções e a intensidade do
personagem. Stella observou atentamente, avaliando cada detalhe e oferecendo feedback
construtivo. Sua habilidade de percepção ajudou Henry a aprimorar sua interpretação e se
conectar ainda mais com o papel.

O tempo passou rapidamente enquanto os dois amigos compartilhavam seus talentos e


sonhos. No final da visita, Henry se despediu com um abraço carinhoso, agradecendo a
Stella e a sua família pela acolhida e pela oportunidade de estarem juntos. Ambos sentiram
a expectativa e a emoção crescerem para a apresentação de Romeu e Julieta no dia
seguinte.
Com o coração cheio de gratidão e confiança, Henry voltou para casa, levando consigo as
palavras de encorajamento e o apoio incondicional de Stella e sua família. Aquele encontro
significativo fortaleceu ainda mais a amizade entre eles e trouxe uma sensação de
empolgação e determinação para a tão esperada apresentação. Ambos estavam prontos
para brilhar no palco e compartilhar com o mundo a magia da história de Romeu e Julieta.

CAPÍTULO 5: END

O dia da tão aguardada apresentação finalmente havia chegado. Após inúmeros ensaios e
semanas de preparação, os alunos do terceiro ano estavam nervosos e ansiosos para
mostrar seu talento no palco. A sala de teatro estava repleta de expectativa, com diversos
pais e familiares presentes para prestigiar o evento.

Enquanto Henry aguardava na sala de figurinos, sua amiga Alice ainda não havia chegado,
deixando-o cada vez mais tenso. A ansiedade crescia à medida que o tempo passava.

De repente, a professora Madeleine se aproximou de Henry com uma expressão


preocupada. Ela trazia uma notícia desanimadora.

— Henry, infelizmente a Alice não pôde comparecer hoje. Ela está com dor de barriga e não
poderá fazer o papel de Julieta. Precisamos encontrar uma substituta o mais rápido
possível.

Henry ficou frustrado e apreensivo com a notícia repentina. As coisas pareciam desmoronar
diante de seus olhos.

— E agora, o que faremos? — questionou ele, desanimado.

Madeleine sugeriu algumas alternativas, inclusive a ideia de maquiar o Luigi para interpretar
Julieta, porém, Henry descartou essa possibilidade imediatamente.

— Não, definitivamente não. Não funcionaria. Precisamos pensar em outra solução. —


respondeu Henry, com determinação.

Foi então que uma ideia surgiu em sua mente. Ele se lembrou da diretora da peça, Stella, e
de como ela conhecia profundamente o roteiro e tinha sido uma grande colaboradora
durante os ensaios.

— Já sei! Stella pode ser Julieta! Ela conhece todas as falas e foi fundamental na produção
da peça. Ela seria perfeita! — exclamou Henry, entusiasmado.

No entanto, havia um desafio adicional: Stella, devido à sua condição de paraplegia,


precisaria de adaptações especiais para participar da peça.
Madeleine expressou sua preocupação, olhando para Stella em sua cadeira de rodas. Mas
Henry estava determinado a incluí-la.

— Não importa! Nós improvisaremos. Stella! — chamou Henry, levantando a voz para atrair
a atenção da loira.

Stella virou-se, surpresa, ao ouvir seu nome sendo chamado.

— Henry, você precisa subir ao palco agora mesmo. — alertou Stella, preocupada.

— Você precisa interpretar Julieta. Alice não pode comparecer, e você é a única que sabe
todas as falas. Você nos ajudou tanto durante os ensaios. Madeleine vai te auxiliar com o
figurino. Você topa? — suplicou Henry.

Stella hesitou por um momento, mexendo em um de seus cachinhos dourados. No entanto,


o apelo emocionado de Henry e o espírito de união da turma falaram mais alto.

— Tudo bem, eu topo. Vamos fazer isso juntos. Somos uma equipe unida e não podemos
deixar um ao outro na mão. Sei que não será uma representação perfeita, mas farei o meu
melhor. — respondeu Stella, com um sorriso corajoso nos lábios.

Luigi então pediu um pouco mais de tempo aos pais, enquanto

Stella se preparava rapidamente para entrar em cena.

No palco, Luigi tranquilizou o público, explicando a ausência da aluna originalmente


escalada e apresentando a nova Julieta improvisada.

Após alguns minutos de expectativa, a peça finalmente começou. A adaptação improvisada


permitia que Stella pudesse contracenar mesmo com a cadeira de rodas, surpreendendo a
todos com sua determinação e talento.

A plateia estava encantada e emocionada com a apresentação, que além de cumprir seu
propósito de entreter, também provocava risadas e sorrisos genuínos.

Conforme a peça avançava, o clima era de alegria e envolvimento. E finalmente, chegaram


às últimas falas de Julieta.

Stella, interpretando a personagem com muito empenho, disse as palavras finais de Julieta
com emoção:

— "Ouço barulho. Preciso andar depressa. Oh! Seja bem-vindo, punhal!" — disse ela,
segurando o punhal fictício. — "Tua bainha é aqui. Repousa aí bem quieto e deixa-me
morrer. Morri!"

Stella então se jogou de forma engraçada da cadeira de rodas sobre o corpo de Henry, que
soltou um grito de surpresa e dor.
— Ai! — exclamou Henry, demonstrando o impacto da queda improvisada. — Já se foi uma
coluna…

Stella ficou um pouco envergonhada pelo acidente e pediu desculpas, mas a plateia não
pôde conter as gargalhadas diante da cena inusitada.

Com o desfecho engraçado, a peça finalmente chegou ao fim. O público aplaudiu


entusiasticamente, mostrando sua apreciação pelo esforço e pela criatividade dos alunos.

E assim, aquele dia de apresentação, repleto de surpresas e superações, ficaria marcado


na memória de todos como um momento de união, amizade e alegria compartilhada.

Após a emocionante apresentação, Henry sentia uma alegria contagiante pela atuação
brilhante de Stella. Ele decidiu comemorar esse momento especial convidando-a para um
passeio pelas encantadoras ruas de Paris, acompanhado por seu leal companheiro, o
cãozinho Paçoca, que exibia uma adorável gravatinha.

Enquanto caminhavam pelas ruas movimentadas, Henry se viu encantado pela alegria que
irradiava de Stella. Ele pensou em presenteá-la com algo que a fizesse sorrir ainda mais.

— Acho que vou comprar um brinquedinho para ela... Ela adora unicórnios. Será que vai
gostar desse bichinho de pelúcia? — indagou Henry, sussurrando para Paçoca, que
abanava o rabo em concordância, exibindo um sorriso canino.

— Seja o que Deus quiser... — murmurou Henry, ao finalizar a compra do brinquedo.


Aproveitando a ocasião, ele decidiu passar em uma floricultura para adquirir uma orquídea.

Após adquirir a exuberante flor, Henry e Paçoca encontraram Stella em frente a um chafariz,
onde passarinhos divertiam-se tomando um refrescante banho. Ela exibia um sorriso
radiante, pois a peça havia sido um sucesso.

— Henry! Paçoca! — cumprimentou Stella com entusiasmo. — Muito obrigada pelo convite.

— O prazer é todo nosso... Ah, isso é para você. Sei que gosta de unicórnios. — disse
Henry, entregando o brinquedo. — E isso é para enfeitar seu cabelo... — gentilmente, ele
colocou a flor entre os cachos dourados de Stella. — Perfeito!

Stella recebeu os presentes com gratidão e um brilho de felicidade em seu olhar.

— Ah, muito obrigada! Que gentileza da sua parte. E então, o que faremos hoje? —
perguntou Stella, olhando para Henry com um sorriso cativante.

— Haverá algumas apresentações no parque, com mímicos... Depois, podemos fazer um


lanche e passear pela Torre Eiffel. — explicou Henry, detalhando os planos.
— Seria adorável! E você, Paçoca? O que acha disso? — perguntou Stella, soltando uma
gostosa gargalhada.

— Au! — respondeu Paçoca, animado, mostrando que seu dono era um mestre na
organização dos passeios.

— Vamos decidir na hora, então! — sugeriu Henry, enquanto começava a empurrar a


cadeira de rodas de Stella. Paçoca observava com ternura, determinado a proteger e
acompanhar aqueles dois amigos inseparáveis.

Ao longo da tarde, o trio desfrutou de muitas atividades. Passearam pela majestosa Torre
Eiffel, saborearam sorvetes deliciosos e se encantaram com uma bela apresentação de
mímicos.

Após tantas experiências agradáveis, Stella expressou seu contentamento a Henry:

— Ah, Henry! Eu adorei esse passeio! Sinto

-me como uma pessoa completamente diferente.

Henry sorriu, sabendo que esse era o objetivo do passeio.

— Eu disse que você precisava de uma dose de vitamina D. Saia mais de casa, aproveite a
brisa do vento, permita-se sentir serenidade. — brincou Henry, apreciando o riso
contagiante de Stella.

— Que palavras poéticas, Henry! E infelizmente não tive tempo de comprar nada para você.
Você apareceu com a orquídea e o unicórnio, fiquei até envergonhada. — confessou Stella,
olhando carinhosamente para os presentes que segurava.

— Não se preocupe, está tudo bem. E acho que já é hora de voltarmos para casa. — Henry
olhou para o pôr do sol, antecipando o fim desse dia especial.

— Você tem razão. Eu posso ir sozinha. Moro bem perto daqui. — afirmou Stella, tentando
convencer Henry.

— Ah, não tem problema, eu te acompanho. — Henry começou a falar, mas antes de
terminar a frase, Stella surpreendeu-o com um beijinho carinhoso na bochecha,
afastando-se em sua cadeira de rodas.

— Até mais, Henry! Paçoca! — despediu-se Stella com um aceno, enquanto caminhava
com sua cadeira de rodas.

Henry tocou a bochecha, sentindo uma doce sensação em seu rosto.

— Nossa... — sussurrou ele, com uma expressão de surpresa e encantamento. — Acho


que estou... gelado? Calma, Henry. Mantenha o controle. Sua querida amiga deu-lhe um
beijinho na bochecha e você está todo agitado agora... Melhor deixar isso de lado. Não
quero ficar pensando em romance agora.

Paçoca olhou para Henry, confuso com a reação do amigo.

— Au-au? — latiu Paçoca, como se estivesse tentando entender o que estava acontecendo.

— É melhor voltarmos, Paçoca. — afirmou Henry, puxando a coleira do cãozinho e


seguindo o caminho de casa.

Quando Henry chegou em casa, já era noite. Emma estava ocupada lavando roupas,
enquanto Benjamin estava descansando, adormecido. Henry sentou-se no gramado do
quintal, perdido em seus pensamentos, enquanto Paçoca o observava de longe.

— Hm... acho melhor me afastar de Stella. Dá para perceber que ela gosta de mim... mas
somos muito jovens. E eu quero aproveitar a vida e jogar muitos videogames antes de ter
alguém. — Henry refletiu, pensativo. — Só sei que nada sei... hm... poético.

Enquanto Henry mergulhava em suas reflexões, Paçoca notou algo se movendo pela
grama... algo estranho. Era uma cobra, prestes a atacar Henry.

— Auau! — Paçoca correu e afastou a cobra com um empurrão. — Grr...!

— Paçoca? O que está acontecendo? U-uma cobra?" — Henry se assustou.

Paçoca começou a lutar contra a cobra, que tentava sufocá-lo, enquanto ele dava mordidas
no réptil.

— Grr! Auau!" Paçoca conseguiu conter a cobra, mas estava exausto e ficou parado.

— Ei, não mexa com meu melhor amigo!" Henry pegou um pedaço de madeira e tentou
acertar a cobra. No entanto, ela foi mais rápida e esquivou-se, correndo em direção a
Henry. "Epa! Mamãe! Papai! Droga... já era.

Antes que a cobra pudesse atacar Henry definitivamente, Paçoca recuperou sua força e
coragem, lutando destemidamente contra a cobra e finalmente vencendo.

— Boa, garoto! Você é incrível!" Henry correu para comemorar a vitória. Emma e Benjamin
correram para ver o que havia acontecido. — Mãe, pai, Paçoca derrotou uma cobra!

— Uma cobra? Vocês estão bem? Venham para dentro agora! — Emma exigiu,
preocupada.

— Já estou indo! Vem, Paçoca. — Henry começou a correr para dentro de casa, mas seu
fiel amigo canino permaneceu imóvel. —Paçoca? O que há de errado? Vamos.
— Au… — Paçoca caminhou devagar, enquanto Emma e Benjamin se aproximavam dele.
— Auau… — Paçoca revelou uma picada que estava começando a piorar, até desmaiar.

—PAÇOCA!" Henry correu para ajudar seu amigo. "Mãe, pai, precisamos levá-lo ao
veterinário imediatamente!"

— Certo, aguente firme, Paçoca! — Benjamin tentou acalmar a situação.

— Calma, filho, ele vai ficar bem. — Emma tentou confortar Henry, que chorava
compulsivamente.

Então, eles levaram Paçoca ao veterinário. Ele havia sido picado por uma cobra venenosa e
seu tratamento era urgente. Benjamin e Emma acompanhavam tudo enquanto Henry
permanecia sentado em um banco, aguardando por notícias.

— Você vai ficar bem, amigo… — Henry suplicou, com lágrimas nos olhos.

Horas se passaram e Benjamin e Emma, com expressões tristes, pediram a Henry para
entrar sozinho na sala e ter uma última conversa com seu melhor amigo.

— Oh, amigo… — Henry começou a chorar novamente. "Eu fui descuidado, me desculpe...
me perdoe, por favor. Eu não queria que isso acontecesse."

— Au..."Paçoca queria dizer: "Não se preocupe, acontece... onde quer que esteja, eu te
amo." — Ele colocou o focinho no colo de Henry.

— Eu te amo muito, lembro-me quando te ganhei no Natal. Você era tão pequeno e
bagunceiro... eu mal consigo te olhar assim. Por que pediram para eu falar com você? —
Henry perguntou enquanto acariciava seu cão.

— Auau..." Paçoca começou a derramar lágrimas, querendo dizer: "Acho que minha hora
está chegando. Fico feliz por ter cumprido minha missão como seu melhor amigo,
protegê-lo sempre foi minha responsabilidade... eu te amo." —Seus olhos começaram a se
fechar lentamente.

— Espera... não... Paçoca... não vá! MAMÃE! — Henry começou a chorar mais alto,
chamando a atenção dos médicos.

— Sinto muito, filho. O veneno se espalhou rapidamente, não podíamos fazer nada."
Benjamin explicou, com tristeza.

— Meu melhor amigo se tornou uma estrelinha... Eu quero tê-lo de volta. — Henry soluçou.

— Sinto muito… — Emma também começou a chorar ao lado de seu filho.


Após dias de intensa tristeza, Henry não conseguia superar a dolorosa perda de seu fiel
companheiro, Paçoca. Seu quarto se transformara em um verdadeiro santuário de
lembranças, decorado com fotografias que capturavam os momentos felizes que
compartilharam juntos. Ele guardava os brinquedos de Paçoca em uma gaveta, incapaz de
se separar dos objetos que eram símbolos tangíveis da alegria que o cão trouxera à sua
vida. A cada dia, lágrimas silenciosas molhavam seu rosto, testemunhas de sua saudade
profunda e inconsolável.

Alice, Luigi e Stella, amigos próximos de Henry, compartilhavam do seu pesar e


lamentavam sinceramente a partida de Paçoca. Eles compreendiam o quanto aquele
pequeno ser de quatro patas significava para Henry, sendo testemunhas dos laços
indissolúveis de amizade e amor que haviam sido forjados entre os dois. Juntos, eles
tentavam ser um apoio incondicional para Henry, oferecendo o ombro amigo,
compartilhando histórias engraçadas e relembrando as divertidas travessuras
protagonizadas por Paçoca. Porém, por mais que tentassem, sabiam que a dor da perda
era algo que apenas o tempo poderia amenizar.

À medida que o tempo passava, a saudade intensa de Paçoca gradualmente se


transformava em doces lembranças. Henry, ainda que marcado pela tristeza, encontrava
forças para seguir adiante, tornando-se uma pessoa mais introspectiva e reservada. A
experiência de perder seu amado amigo de infância o fez amadurecer precocemente e
encarar a vida com uma nova perspectiva. Ele desenvolveu uma responsabilidade
admirável, concentrando-se em seus estudos e se dedicando aos seus sonhos e metas.

Os anos voaram e, finalmente, chegou o momento em que Henry concluiu o ensino médio.
Foi nesse período que um novo capítulo se desenhou em sua história. Henry e Stella, sua
melhor amiga de longa data, começaram a perceber que o vínculo que os unia ia além da
amizade. Em meio às memórias de Paçoca, eles encontraram conforto e apoio mútuo, e
assim, um amor profundo começou a florescer.

Enquanto Henry decidiu seguir uma carreira na área de contabilidade, se formando e


tornando-se um professor de Matemática respeitado, Stella seguiu sua paixão pelas
palavras, formando-se em letras e se tornando uma escritora renomada em Paris. Juntos,
eles embarcaram em uma jornada cheia de desafios, compartilhando suas vidas e sonhos.
O amor que unia Henry e Stella os guiou por caminhos inesperados, e eles celebraram o
casamento como uma promessa de amor eterno.

A vida do casal continuou a se desenrolar com bênçãos adicionais. Eles foram abençoados
com a chegada de dois filhos adoráveis: Sophie, uma garotinha encantadora com cabelos
cacheados e um sorriso contagiante, e Bruno, um garotinho travesso e curioso, sempre
pronto para uma nova aventura. A família que Henry e Stella construíram era uma
verdadeira fusão de amor, alegria e aprendizado mútuo. Juntos, eles enfrentavam os
desafios da vida, sempre lembrando com carinho do pequeno herói de quatro patas que
havia deixado uma marca indelével em seus corações.

Nas noites tranquilas, quando o silêncio da casa envolvia a família, eles compartilhavam
histórias sobre Paçoca, ensinando aos filhos o valor da amizade, lealdade e do amor
incondicional que um animal de estimação pode trazer. A memória de Paçoca, o cãozinho
destemido que lhes ensinou tanto, permanecia viva e presente em suas vidas, inspirando-os
a abraçar cada momento, a valorizar os laços familiares e a cultivar a compaixão por todas
as criaturas deste mundo.

E assim, a história de Henry, Stella, Sophie, Bruno e Paçoca continuava a ser escrita,
repleta de amor, superação e alegrias compartilhadas. Cada página era um testemunho do
poder do amor e do impacto duradouro que um verdadeiro amigo pode deixar em nossas
vidas.

QUEBRA DE TEMPO (16 YEARS):

Era véspera de Natal e a casa de Henry estava repleta de alegria e expectativa. A família se
reunia em volta da lareira, onde as chamas crepitavam suavemente, emanando um calor
reconfortante que envolvia a todos.

Enquanto os presentes se acumulavam sob a árvore de Natal decorada com luzes


cintilantes, Henry e sua família compartilhavam sorrisos e risadas. Sophie, uma garotinha
encantadora com seus cachos dourados, e Bruno, um menino curioso e cheio de energia,
estavam ansiosos para abrir os presentes.

— Papai, o que será que tem nessa caixa? Será que é um carrinho de controle remoto? —
Bruno perguntou curiosamente, seus olhinhos brilhando de antecipação.

— Por que não abre logo, querido? Estou ansiosa para ver a sua reação! — Stella
incentivou, enquanto ajudava Sophie a desembrulhar outro presente com cuidado.

Bruno, empolgado, arrancou o papel de presente e seus olhos se iluminaram ao revelar um


robô incrível.

— Uau! Que maneiro! Valeu, mãe! — exclamou Bruno, abraçando a mãe com entusiasmo.

— Hihihi, de nada, meu amor. Ver você feliz é o melhor presente para mim — respondeu
Stella, seus olhos brilhando de ternura enquanto observava seus preciosos tesouros se
divertindo.

Enquanto isso, Sophie, a irmã mais velha e cheia de sabedoria, não perdeu tempo em
chamar a atenção de seu pai.

— Pai, o senhor tá só parado aí? Vem ficar com a gente! Tem um presente para você
também! — exigiu Sophie, com seu jeito encantador.

— É verdade, meu amor. Vem cá, amor, há um presente especial reservado para você
também — acrescentou Stella, sorrindo com carinho para Henry.
Henry, um homem gentil e dedicado, estava imerso em seu mundo particular naquele
momento. Ele se afastou do notebook que estava usando e dirigiu seu olhar à caixa branca,
adornada com um laço vermelho.

— O que é isso? — Henry perguntou, demonstrando confusão ao ver a caixa.

— É um presente, meu querido. Abra e veja por si mesmo — respondeu Stella, com um
sorriso sereno nos lábios.

Henry, ainda curioso, examinou a caixa com mais atenção, sentindo uma mistura de
emoções e expectativas pulsarem em seu peito. A sensação de surpresa e antecipação
tomou conta dele enquanto suas mãos desfaziam o laço vermelho e abriam
cuidadosamente a caixa.

— Será que é um videogame novo? — Bruno especulou, fazendo uma suposição animada.

Enquanto Henry desvendava o mistério, algo extraordinário aconteceu. A caixa começou a


se mexer sozinha, como se escondesse uma surpresa inesperada. De repente, um pequeno
filhote de Golden Retriever emergiu, cheio de energia e amor. Era um cachorrinho que se
assemelhava surpreendentemente

ao amado Paçoca, o cão que havia partido há tanto tempo.

— O-o que?... — Henry ficou atônito ao ver o filhote sair da caixa, mas logo foi tomado pela
emoção. O coração acelerado, ele se ajoelhou e o filhote correu em sua direção,
lambendo-o com entusiasmo. — P-Paçoca? — Henry mal podia acreditar no que via, as
lembranças de seu querido amigo ressurgindo com força.

— Auau! — o filhote balançou o rabo com alegria enquanto se aninhava no colo de Henry,
como se reconhecesse seu novo lar.

— Que maneiro, mamãe! — Sophie e Bruno se aproximaram, maravilhados com o novo


membro da família. Eles logo se renderam ao encanto da pequena criaturinha peluda.

— Puxa... que lindo... por que comprou? — Henry perguntou, ainda emocionado, olhando
para Stella com gratidão e curiosidade.

— Porque esta casa precisa de um serzinho especial para proteger essas crianças e
transmitir alegria. Alguém que possa preencher nossas vidas com amor incondicional, assim
como Paçoca fez por tanto tempo — explicou Stella, seus olhos irradiando compreensão e
carinho.

— Você tem toda a razão, meu amor. Precisamos dar um nome a ele — concordou Henry,
olhando para o cachorrinho travesso que estava tentando rasgar sua gravata.

— Papai, dá o nome de Paçoquinha! — sugeriu Sophie, sorrindo ao lembrar-se do


companheiro de seu pai.
Henry não pôde conter uma lágrima de felicidade que escapou de seus olhos. Ele
concordou, emocionado:

— Claro... Paçoquinha, seja bem-vindo à nossa família. — Ele ergueu o filhote para o alto,
sentindo um calor reconfortante envolver seu coração.

— Auau! — Paçoquinha abanou o rabo com entusiasmo, sentindo-se acolhido e amado.

Enquanto todos se divertiam com a presença do novo membro da família, Henry foi até um
canto da sala e retornou com uma pilha de presentes adicionais.

— Agora é hora do meu presente para vocês. Comprei coisas legais, tenho certeza de que
vão gostar — anunciou Henry, seu sorriso radiante mostrando o quanto ele estava feliz em
compartilhar esse momento especial com sua amada esposa e filhos.

E assim, envolvidos pela magia do Natal, eles continuaram a desfrutar da companhia um do


outro, sabendo que o verdadeiro presente era o amor e a conexão que compartilhavam. O
coração de Henry transbordava de gratidão, enquanto Paçoca no reino espiritual observava
a cena com seus olhos brilhantes.

— Auau! — Paçoca latiu suavemente, como se quisesse dizer: "Sempre estarei aqui,
espalhando alegria e amor".

E assim, com Paçoquinha se tornando um membro adorado da família, Henry e Stella


continuaram a cuidar e amar seus filhos, compartilhando momentos preciosos e criando
memórias inesquecíveis. A casa estava repleta de risadas, brincadeiras e amor, pois eles
sabiam que juntos poderiam superar qualquer tristeza e enfrentar qualquer desafio que a
vida lhes trouxesse.

FIN

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