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O sudoeste paranaense e a Doutrina de Segurança Nacional:

a geopolítica em tempos de ditadura


JONATHAN MARCEL SCHOLZ*

Resumo
Em decorrência das rememorações dos 50 anos do golpe civil-militar e da
implantação da ditadura militar no Brasil em abril de 1964, propõe-se para o
presente artigo uma análise sobre as relações geopolíticas que o regime
manteve para com o sudoeste do Paraná. Por meio da investigação de um
documento produzido pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de
Guerra (ADESG), intitulado “O sudoeste paranaense e a Segurança Nacional”,
para um ciclo de estudos realizados em 1970 na cidade de Curitiba, procurar-
se-á problematizar tal documento à luz dos históricos problemas referentes à
posse da terra no sudoeste do Paraná. Com autoria de Affonso Jorge Von
Trompowsky (Coronel R-1 de Artilharia e chefe de Distrito de Terras do
Paraná e Santa Catarina (DFZ-01/IBRA), a pequena cartilha mostra, de
antemão, a importância atribuída pelos militares ao espaço sudoestino.
Palavras-chave: Sudoeste paranaense; ditadura militar; geopolítica.

Abstract
As a result of the 50 years reminding from the civil-military coup and the
Brazil´s ditatorship implantation in april 1964, aimed in the present article an
analisys about the geopoliticals relationship wich the regime kept for the
Parana´s south-west. By the investigation of a document made by graduates
association from the War upper school (ADESG), entitled "the paraná´s south
west and the national security", to a period of studies realized in 1970 in
Curitiba, sought to problematize its document guided by the historical
problems related to the possession of the south west paraná´s lands. Authored
by Affonso Jorge Von Trompowsky (R-1 Colonel and Chief of Artillery
District Land of Paraná and Santa Catarina (DFZ-01/IBRA), the small primer
shows in advance the importance given by the military to the sudoestino space.
Key words: Parana´s south-west; military dictatorship; geopolitical.

*
JONATHAN MARCEL SCHOLZ é Mestre em História pela Universidade Estadual de
Maringá (UEM)
78
Introdução principalmente, a sociedade em sua
amplitude.
O ano de 2014 é um ano emblemático
para a história do Brasil. Decorridos 50 A sociedade civil, de um modo geral,
anos do golpe civil-militar1 que instalou deve estar inserida na pauta da
uma ditadura de iguais características discussão porque, primeiro, ela foi
no país, agora é um dos momentos sujeito e ator do período. E, segundo,
oportunos para rememorar e refletir porque a questão da ditadura militar no
sobre tal período. É um instante Brasil envolve uma intensa batalha de
convidativo para fazer um balanço da memória. Em outras palavras,
nossa história recente. Entretanto, esse compreende-se que das diversas visões
momento de reflexão não pode e não e ramificações sobre o fato, há por um
deve ser restrito às universidades e lado, uma interpretação de que o regime
escolas, e, sim, deve envolver, foi, de fato, uma ditadura, e, que com
base na expedição dos Atos
Institucionais, perseguiu e torturou
1
A expressão golpe “civil-militar” vem sendo opositores políticos, censurou meios de
adotada por vários especialistas na temática. comunicação, suspendeu eleições
Porém, não é um ponto consensual.
79
presidenciais, dentre outras práticas No entanto, não existindo neutralidade
autoritárias.2 Por outro prisma, há a possível, observou-se claramente que
variante de um discurso que afirma que alguns meios de comunicação se
os militares fizeram uma “revolução” e mostraram mais preocupados com o
não um “golpe” visando proteger o legado obscuro que a ditadura deixou
Brasil do comunismo. Além disso, um para a sociedade brasileira, notando os
viés deste discurso aponta que o regime retrocessos democráticos e atentos com
militar não teria sido tão autoritário, as atuais investigações empreendidas
pelo contrário, foi uma “ditabranda” - pela Comissão Nacional da Verdade,
que não durou na prática 21 anos - e que por exemplo. Já outros meios se
se destacou por um significativo mostraram mais desconfortáveis com a
desenvolvimento econômico do país, pauta, que, apesar de emblemática e
através de um “milagre econômico” mobilizar a sociedade civil (inclusive,
ocorrido durante a década de 1970.3 com passeatas e eventos pró e contra
golpe), noticiaram breves notas a
Em todo caso, para além dessa polêmica
respeito. E, ainda, alguns veículos de
histórica (que envolve uma grande
comunicação chegaram a negligenciar o
heterogeneidade de visões), nas últimas
assunto no dia 31 de março. Portanto,
semanas, a mídia, de um modo geral,
verifica-se que a presença ou a exclusão
vem dando atenção e cobertura para o
da notícia é sempre intencional.
quinquênio do evento. Fazendo
Privilegiam-se certos conteúdos em
reportagens, documentários, entrevistas
detrimento de outros. E assim vai se
(com pessoas envolvidas) e matérias
configurando uma perspectiva de nossa
sobre o golpe e o regime instaurado
batalha pela memória da ditadura
subsequentemente, os jornais
militar.
(impressos ou televisivos), as revistas e
sites de notícias procuraram relembrar o
fatídico dia de 31 de março de 1964.
Os militares e a questão de terras no
sudoeste paranaense
2
Para manter a discussão no campo da história e
No campo dos estudos históricos, as
das ciências humanas, poderíamos lembrar-nos investigações sobre o golpe militar e seu
de uma corrente interpretativa comprometida, enredo de consequências e
em grande medida, com tais perspectivas. problemáticas, como, por exemplo, a
Dentre vários nomes, sugere-se, progressiva implementação e a atuação
preliminarmente, as obras “Estado e Oposição
no Brasil (1964-1984)” de Maria Helena
do regime, a repressão e a censura, o
Moreira Alves; “1964: A conquista do Estado envolvimento estadunidense no caso, ou
(ação política, poder e Golpe de Classe)” de ainda, a participação e o financiamento
René Armand Dreifuss; o volume 4 de “O de empresários no projeto militar é
Brasil Republicano: O tempo da ditadura”, de muito bem estudado nas ciências
organização de Jorge Ferreira e Lucilia de
Almeida Neves Delgado, “Além do golpe:
humanas. Aliás, existe uma ótima
versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura literatura para as temáticas destacadas.
militar” e “Como eles agiam: os subterrâneos Porém, boa parte dos estudos, concentra
da Ditadura Militar – espionagem e polícia as análises na esfera macro, pensando a
política” de Carlos Fico. ditadura e suas implicações num
3
No editorial de 17 de fevereiro de 2009 (p. 02)
do jornal Folha de São Paulo usou-se o termo
espectro nacional. Ou seja, prioriza-se a
“ditabranda” para amenizar e suavizar, digamos interpretação analítica de como o
assim, o regime militar brasileiro. regime atuou no contexto das capitais e
80
dos grandes centros urbanos. Em suma, (Coronel R-1 de Artilharia e chefe de
focam-se os aspectos de grande Distrito de Terras do Paraná e Santa
amplitude e repercussão sociopolítica.4 Catarina (DFZ-01/IBRA). Nesse
sentido, de início, perguntamo-nos:
No entanto, a questão é que o regime
Qual era o interesse dos militares em
militar não esqueceu o interior
estudar e investigar o sudoeste do
brasileiro.5 Pelo contrário, os “rincões”
Paraná? O que essa região, afastada dos
da nação também eram uma
grandes centros urbanos, tinha de tão
preocupação para a caserna,
importante para chamar a atenção do
principalmente porque “O período que
regime militar?
antecedeu ao golpe de 1964 foi marcado
por uma forte e extensa mobilização no Primeiramente, fazendo uma breve
campo, ocupando a reforma agrária o cronologia do sudoeste paranaense, é
centro do debate político” importante dizer que a região citada é
(GRYNSZPAN, 2013, p. 319). Por isso, uma área que tardiamente foi
apesar das dificuldades de monitorar a colonizada pelo Estado. Para se ter uma
vastidão de todo o território nacional, os ideia, no início do século XX, o
militares receavam que as regiões sudoeste paranaense contava com
afastadas dos grandes polos urbanos aproximadamente três mil habitantes.
pudessem atrair os “subversivos” do Essa densidade demográfica se
regime. Com isso, não era vantajoso caracterizava, para além de grupos
para os militares, em hipótese nenhuma, indígenas que se espalhavam
que os revolucionários influenciassem heterogeneamente pelo território, por
os agricultores e os camponeses a se indivíduos que não haviam nascido na
rebelar ou contestar a ordem vigente. região. Eram principalmente “caboclos”
e agregados das fazendas de gado dos
Prova disso, foi a realização de um ciclo
de estudos em Curitiba, durante o ano campos de Palmas; refugiados da guerra
de 1970, patrocinado pela Associação do Contestado e ainda, em número
dos Diplomados da Escola Superior de pequeno, colonos oriundos do Rio
Guerra (ADESG)6, que discutia o Grande do Sul. (ABROMOVAY apud
sudoeste paranaense. Para os debates, PEGORARO, 2008, p. 46). Wachowicz
uma espécie de cartilha, com 31 (1987, p. 58) completa esse quadro
páginas, foi escrita e organizada por dizendo que de 1900 a 1920 a
Affonso Jorge Von Trompowsky população sudoestina dobrou, passando
de 3.000 para 6.000 pessoas. Esse
acréscimo populacional se devia, em
4
Porém, não quer se sustentar que não existam grande parcela, à chegada de peões e
estudos sobre a ditadura militar em regiões agricultores da região de Guarapuava e
periféricas. Existem sim e em quantidade dos Campos Gerais; de argentinos e
razoável, inclusive, sobre a repressão no campo
durante o regime militar.
paraguaios à procura de erva-mate e até
5
A obra “Retrato da repressão política no de foragidos da justiça paranaense,
campo, Brasil 1962-1985: camponeses catarinense, sul-rio-grandense e
torturados, mortos e desaparecidos”, de autoria argentina.
de Ana Carneiro e Marta Cioccari e lançado em
2010, traz à tona esta perspectiva. Porém, apesar desse descaso estatal que
6
Vale lembrar que a ADESG era a marcou o início da colonização
representação institucional da ESG (Escola sudoestina, Trompowsky (1970, p. 5)
Superior de Guerra) em nível estadual afirma na introdução da cartilha que o
(BORGES, 2013, p. 36).
81
sudoeste do Paraná “[...] interessa interpretações e desdobramentos
sobremaneira às autoridade federais e jurídicos, o então presidente
estaduais”. Segundo o coronel de estadunidense Grover Cleveland
artilharia, o interesse principal se mediou o caso e deu parecer favorável
justificava pela problemática da questão ao Brasil, o chamado Uti Possidetis,
de terras: entendendo que, desde as primeiras
Trata-se do problema de terras no décadas do século XVIII, uma frente
sudoeste paranaense, que já no pastoril, vinda dos campos de Palmas,
passado, como veremos em se estabeleceu nessas áreas de divisa. A
capítulos seguintes, gerou graves forma de retribuição brasileira pela
perturbações da ordem pública, decisão, inusitadamente foi batizar um
naquele rincão, formado pelos rios dos seus municípios sudoestinos
Iguaçu e Paraná. A posteriormente com o nome de
interdependência aqui enfatizada, “Clevelândia” (WACHOWICZ, 1987).
entre o ‘Desenvolvimento’ e a
‘Segurança’ justificam a inclusão No entanto, para Trompowsky, um dos
do tema no elenco de conferências eventos-chave da colonização
para êste Ciclo de Estudos sudoestina e que merece uma atenção
(TRAMPOWSKY, 1970, p. 5). especial é a guerra do Contestado.
Nesse sentido, o problema de terras ao Destinando duas páginas e meia da
qual Trompowsky se refere, diz respeito cartilha somente para falar do conflito,
a eventos que marcaram diretamente o o autor traça uma cronologia do
processo colonizatório do sudoeste do fenômeno (privilegiando as memórias
Paraná. Para isso, deve-se lembrar de dos comandantes militares que
que a questão territorial é, digamos, o participaram) e classifica o Contestado
fio-condutor da história da região como “guerra dos fanáticos”.
sudoeste. Isto porque se entende que a Para ele, o Contestado é “[...] um
sua colonização foi sendo exemplo histórico da guerra das
permanentemente empreendida em guerrilhas em nossa terra, e que tantos
torno da luta pela terra e pelas fronteiras ensinamentos pode proporcionar, pela
(SCHOLZ, 2014). atualidade que adquiriu êste tipo de
Para explicar melhor, é coerente operações, no contexto da Guerra
recordar que em fins do século XIX, por Revolucionária” (TROMPOWSKY,
exemplo, a faixa territorial que hoje se 1970, p. 7). Em outras palavras, o
refere ao sudoeste paranaense e ao oeste coronel queria dizer que o sudoeste
catarinense fizeram parte de um paranaense deveria ser monitorado de
imbróglio diplomático entre Brasil e perto porque no Contestado (1912-
Argentina, chamado a Questão de 1916), que deixou momentaneamente
Palmas. De modo geral, a partir da instável as delimitações territoriais entre
interpretação dessas fronteiras (que se Paraná (sudoeste/sul) e Santa Catarina
remetia aos tratados luso-castelhanos de (oeste), a atuação de “guerrilhas”
Madrid (1750) e Santo Ildefonso poderia ser uma reminiscência que
(1777)) o governo argentino se influenciaria as novas guerrilhas
considerava detentor destes territórios, comunistas no pós-64. Além disso,
já que, também, vários de seus cidadãos aprendendo como os bandos armados
desenvolviam atividades extrativas agiram no panorama da “guerra
nessa área. Porém, após muitas sertaneja”, os militares entenderiam
82
mais facilmente os modos de ação das A partir de 1943 foram criados
atuais guerrilhas. territórios federais em todo o país,
sendo um deles o do Iguaçu, que,
Seguindo a trajetória dos conflitos por curto período de tempo,
territoriais no sudoeste paranaense é abrangeu territórios dos atuais
interessante observar, ainda, que a domínios do Paraná e de Santa
homologação das divisas (resultantes da Catarina. O decreto-lei n° 5812, de
guerra do Contestado), não foi bem 13 de setembro de 1943, foi o
recebida pelas elites paranaenses da mecanismo legal responsável por
região disputada. Agora em jurisdição desmembrar o Paraná e Santa
catarinense, temia-se uma retaliação do Catarina para dar origem ao Iguaçu.
governo de Santa Catarina para com A intenção original dos territórios
aquela região, antes paranaense. As federais era povoar e colonizar o mais
elites paranaenses do Contestado rápido possível essas áreas de fronteira
acreditavam que todo o desfecho internacional, em grande medida,
político e jurídico criado em torno das abandonadas pelo Estado e usurpadas
divisas estaduais comprometeria o pelos países vizinhos. Assim, ligado
futuro daquele espaço. Por isso surgiu a intimamente ao projeto nacionalista e
ideia, protocolada na Assembleia expansionista de Getúlio Vargas, o
Legislativa do Paraná, de criar um Território Federal do Iguaçu englobava
estado independente nessa área: O as áreas territoriais do sudoeste e oeste
Estado das Missões. Porém, tal ideia paranaense. Ou seja, novamente o
não agradava o governo federal, o sudoeste estava imbricado em disputas e
Paraná e muito menos Santa Catarina, projetos territoriais e não conseguia se
que poderia ser reduzido a uma mera firmar enquanto uma região geopolítica
faixa litorânea. Com isso, através das autônoma e definida dentro do Paraná.
negociações interpeladas pelo
Não muito tempo depois, mais
presidente Wenceslau Braz, definiu-se
especificamente em 1957, a propalada
finalmente as divisas entre Paraná e
Revolta dos posseiros deflagrou, em
Santa Catarina. Estabeleceu-se que por
última escala, os problemas envolvendo
volta de 20.000 km² ficaria para o
a posse da terra no sudoeste do Paraná.
primeiro e 28.000 km² para o segundo.
E tratando sobre a revolta no sétimo
Passado esses embates, esperava-se que subcapítulo da cartilha, “Agitações
os litígios territoriais no sudoeste do rurais recentes”, Trompowsky (1970, p.
Paraná cessassem. Mas não foi isso que 23) afirma: “Em 1957 graves
aconteceu. As décadas de 1920-1930 ocorrências tiveram lugar com um
reacenderam na intelectualidade levante de posseiros”.
nacional uma (velha) discussão sobre a
Num panorama amplo, a questão central
redivisão administrativa do território
era de que certas companhias
brasileiro. Nessa eterna briga com as
imobiliárias de capital privado (CITLA,
“linhas” e os mapas, entendeu-se que o
APUCARANA e COMERCIAL), sendo
país deveria criar territórios federais em
intimamente ligadas ao governo de
regiões de fronteira. E assim, por fazer
Moises Lupion, começaram a trabalhar
divisa com a Argentina, o sudoeste era
no sudoeste e se pronunciar enquanto
contemplado mais uma vez. Priori
donas legais daquelas terras. Enquanto
(2012, p. 60) afirma que:
isso, elas exigiam que os colonos

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regularizassem a situação de suas desemparados e sem a documentação
posses perante a compra ou a venda das legal de suas terras até 1962, quando o
mesmas. O problema é que grande parte então presidente João Goulart esteve in
dos colonos já havia pagado a sua terra loco para acalmar os ânimos inflamados
para os posseiros anteriores. Por outro e organizar e estabelecer as diretrizes
lado, os colonos fixados pela CANGO políticas em relação às terras do
(Colônia Agrícola Nacional General sudoeste do Paraná.7 Em todo caso, esse
Osório) não se negavam a pagar, desde cenário demonstrava a amplitude que a
que a escritura da terra fosse legal e a temática territorial assumia no sudoeste
mesma fosse cobrada a um preço justo do Paraná.8
(WACHOWICZ, 1987, p. 169). Nesse Destarte, os problemas territoriais ainda
quadro, as companhias começaram não estavam completamente resolvidos,
utilizar grupos de “jagunços” armados como bem lembra Wachowicz (1987, p.
para pressionar e exigir o pagamento 125): “O levante dos posseiros, em
dos colonos através da violência e 1957, veio possibilitar a restauração da
coerção física. ideia separatista”. O descaso e a
Sobre isso, Trompowsky (1970, p. 24) morosidade com que o sudoeste
argumenta: paranaense e oeste catarinense sofreram
Os distúrbios de agosto de 1957 historicamente do Estado brasileiro,
poderiam ser assim resumidos: aliado às reminiscências do Território
Centenas de colonos estão Federal do Iguaçu e do Estado das
escondidos nas matas a fim de Missões, impulsionava novamente, a
escapar à ação dos jagunços a partir da década de 1960, a criação de
serviço de Cias. Colonizadoras. um movimento liderado por políticos e
Muitos colonos, porém, cansados profissionais liberais que visava a
dos vexames e, não mais confiando autonomia política das referidas regiões,
na ação das autoridades estaduais, o Estado do Iguaçu. Desse modo, com a
estavam dispostos a reagir e constituição da Comissão Executiva Pró
enfrentá-los.
Criação do Estado do Iguaçu (CODEI)
Ainda assim, apoiados pelos políticos em 1962, tal ideia ganhava brevemente
regionais da UDN e PTB e de outros repercussão. Contudo, o projeto
profissionais liberais, os colonos esbarrava em uma série de problemas.
resistiam à cobrança impostas pelas O primeiro percalço foi jurídico. Pelo
companhias. Porém, sem o aval dos art. 2° da Constituição de 1946, a
meios legais (autoridades policiais e criação de novas unidades federativas
políticas) para a resolução da questão,
os colonos resolveram “fazer justiça
7
com as próprias mãos”. O confronto A criação do Grupo Executivo para as Terras
armado com os jagunços e, sobretudo, a do Sudoeste do Paraná (GETSOP) foi
fundamental nesse enredo.
queima dos escritórios das companhias 8
Sobre a revolta dos posseiros no sudoeste
(espalhando os arquivos e documentos paranaense indica-se a dissertação de mestrado,
pelas ruas) se configurou como um ato defendida em 2009 na UEM, “Ontem, luta pela
simbólico muito forte dessa revolta. O terra; hoje, monumento histórico. A revolta dos
problema é que, após as decisões posseiros no Sudoeste do Paraná em suas
variadas versões” de Silvia Maria Amâncio e
políticas e jurídicas serem favoráveis “Dizeres em confronto: A Revolta dos Posseiros
aos colonos, os mesmos ficaram de 1957 na Imprensa Paranaense” de Evelyn
Pegoraro.
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dependia da aprovação de plebiscito segurança interna e descobrir todos os
pelas Assembleias Legislativas. Isto é, aspectos da vida social, econômica e
dificilmente as assembleias do Paraná e política”. Logo, problematizando tais
de Santa Catarina acatariam um pedido noções e expandindo as ideias de
de plebiscito que visasse desmembrar os “reforma agrária”, “conceitos
próprios estados. O segundo problema é doutrinários”, “fatores adversos” e
que, mesmo com a Constituição Federal “estabilidade para o desenvolvimento”,
de 1967 delegando ao Congresso a o coronel procura difundir um relato de
sanção de novas unidades federativas e experiência à frente da chefia do
não mais as Assembleias Legislativas, o Distrito de Terras Paraná-Santa
projeto de Estado do Iguaçu esbarrava Catarina.
no apoio popular. Quem levava a ideia
Nesse sentido, evocando as dificuldades
adiante eram políticos e profissionais
práticas do Instituto Brasileiro de
liberais urbanos, advogados, contadores,
Reforma Agrária (IBRA), como, por
engenheiros e jornalistas,
exemplo, as constantes resistências dos
principalmente do centro urbano de
agricultores ao instituto, Trompowsky
Pato Branco, e não a população rural, a
(1970, p. 17), em tom de desabafo,
qual era a maior parcela dos habitantes
afirma: “Acreditem, meus senhores, o
do pretendido estado. Mesmo com
problema da regularização de terras no
intensa propaganda jornalística,
SO é dificílimo e requer medidas
inclusive sul-rio-grandense apoiando a
adequadas e rápidas para a sua
causa, a própria classe política dos
solução”.
municípios não queria se comprometer
com tal investida. Assim, somados tais Dessa forma, é pertinente notar que a
itens à instituição do Ato Institucional carência de regularização das terras
n° 5, o projeto de Estado do Iguaçu afetava diretamente o desenvolvimento
implodia rapidamente. da pretendida reforma agrária. Por isso,
para Trompowsky (1970 p. 13), a
missão do IBRA era, no momento, “[...]
Um relato de experiência do coronel ‘consertar’ uma situação irregular de
Trompowsky povoamento existente [...]”. Assim
sendo, neste trabalho de reparo,
A partir do cenário geral das questões
priorizava-se a regularização das
territoriais que marcaram o processo
questões possessórias, a racionalização
histórico do sudoeste, Trampowsky vai
da agricultura e a medição dos lotes
elaborar o seu plano de estudos visando
rurais.
sempre a estabilidade, a segurança e o
desenvolvimento da referida região. Quanto às propostas para a reforma
Aspectos estes que estão intimamente agrária, vale refletir, brevemente, sobre
ligados à implantação da Doutrina de uma contradição intrínseca do discurso
Segurança Nacional no Brasil, e que militar. Trompowsky afirma: “Tão
são, inclusive, conceitos-chave do explorada no govêrno anterior à
sistema forjado pelos militares. revolução de 1964, usada como
Segundo Borges (2013, p. 34) “De elemento de agitação dos meios rurais
acordo com os postulados da Doutrina, brasileiros, encontrou a REFORMA
para o exercício da política, os militares AGRÁRIA (sic) sua estruturação
devem ser conduzidos a adquirir democrática no ‘Estatuto da Terra’[...]”
conhecimentos sobre matéria de (TROMPOWSKY, 1970, p. 13). Quer
85
dizer, além de o militar declarar do regime, Trompowsky (1970, p. 20)
categoricamente que o governo anterior, destacava os “Reflexos danosos que
ou seja, o governo de João Goulart, ainda perduram na mente dos caboclos,
usava a reforma agrária para tumultuar da propaganda subversiva de que foram
os meios rurais, ele também afirma que alvo na questão agrária, pelo govêrno
a reforma agrária tem sua elaboração anterior à revolução de 31 de Março de
‘democrática’ no estatuto da terra. 1964, cujo único intento era agitar,
Entretanto, deve-se notar, de antemão, subverter a ordem e comunizar o
que apesar da importância normativa do Brasil”. Em outras palavras, o regime
Estatuto, ambos os projetos precisaria, para o coronel, estar atento
compartilhavam muitos interesses para a possível influência subversiva
sóciopolíticos em sua estruturação. De nos campos do sudoeste do Paraná. Esse
acordo com Bruno (1995, p. 10): “Por seria um obstáculo para o sucesso do
certo o Estatuto contém importantes trabalho do IBRA, já que a propaganda
elementos de continuidade com relação de Jango, dita comunista, ainda ecoava
ao período anterior à sua formulação e nas mentes camponesas. Da mesma
aprovação, pelo governo militar”. maneira, a proximidade da região com a
Mesmo assim, Trompowsky (1970, p. fronteira internacional facilitaria, além
13) assegurava que o IBRA combatia o do contato com agentes do comunismo
latifúndio improdutivo como o internacional e subversivos brasileiros
minifúndio incapaz de uma produção asilados nos países vizinhos, a fuga dos
comercial. Questões que, na prática, agitadores pelo meio rural
sabe-se que não foram plenamente (TROMPOWSKY, 1970, p. 20).
empreendidas. Sobre tais relações, Nesse horizonte, são dignas de nota,
Bruno (1995, p. 29) afirma: igualmente, as defasagens mencionadas
O Estatuto por exemplo, definiu acerca da estrutura político-
latifúndio com base na administrativa do Estado. Para
improdutividade e na dimensão, é Trompowsky (1970) a morosidade da
certo, mas desencarnou do conceito justiça para resolver ações e embargos
os atributos outorgados pelo sobre a legitimidade de títulos
movimento camponês: o latifúndio expedidos pelo Estado (ou outras
como expressão da violência e da questões territoriais pendentes de
sujeição. A lei estabeleceu a solução), os atos arbitrários de certos
propriedade familiar como base da juízes, a falta de policiamento, as
reforma agrária, é verdade, mas criações de municípios sem as
delegou à grande empresa rural a
condições administrativas mínimas
função condutora da modernização
e único exemplo eficaz do uso indispensáveis, ou ainda, a falta de vias
racional da terra. de transporte e comunicação, eram
elementos que, ao impossibilitar
Em todo caso, além dos problemas com progressivamente as resoluções estatais,
a concretização da reforma agrária, o se tornavam muito desfavoráveis à
coronel entendia que existiriam “fatores própria ação do distrito de terras
adversos” que travariam a resolução dos Paraná-Santa Catarina.
problemas territoriais no sudoeste
paranaense. Listando doze itens e dando Posteriormente, aliado a tais fatores
uma atenção especial as problemáticas desfavoráveis, o autor recorda das
que envolvem os possíveis subversivos “agitações rurais recentes” no Paraná.
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Servindo de alerta para o governo formula 12 observações que, sendo
militar, Trompowsky (1970, p. 26) ao trilhadas e obedecidas com rigor,
analisar os problemas ocorridos na trariam a segurança e o progresso para o
região de Jaguapitã (norte do estado), sudoeste do estado. Dentre elas, a
em 1947, as emblemáticas revoltas de primeira observação é crucial. Diz ela:
Porecatu, em fins de 1950, e a revolta “Uma campanha de esclarecimento
dos posseiros (sudoeste do estado) em (grifos do autor) dos posseiros,
1957, o caso “Jefferson Cardim” e, por mostrando-lhes os objetivos sadios dos
fim, a guerrilha de Registro,9 acredita que se empenha em implantar uma
que tais fenômenos “[...] vem reforma agrária (grifos do autor) em
comprovar a existência no Paraná, de moldes compatíveis com a democracia;
um clima propício à simbiose de fatôres um dos nossos objetivos Nacionais
adversos em antagonismos, não só Permanentes (contra-propaganda)”
devido às características topográficas (TROMPOWSKY, 1970, p. 27). Quer
como também aos desajustes existentes dizer, a estabilidade e o futuro da região
ainda nas questões de propriedade de passam por uma, digamos,
terra”. Ou seja, isso significa que, para o “conscientização” dos posseiros. Desse
coronel, tais turbulências modo, entende-se que a campanha, dita
socioterritoriais evidenciavam, que o de esclarecimento, nada mais é que, um
Paraná, de modo geral, e o sudoeste, compromisso ideológico do regime.
especialmente, eram espaços instáveis Além disso, procura-se convencer o
(inclusive, devido as regiões de agricultor, a todo custo, que os militares
fronteiras internacionais) e com iriam desenvolver uma reforma agrária
históricos de problemas dignos de plena que resolvesse os problemas do
atenção pela parte militar. Todo o campo.
cuidado era necessário.
Em todo caso, vale ressaltar que tais
A seguir, ligada a esta argumentação, observações de “segurança” estão
Trompowsky se dedica ao subcapítulo intimamente ligadas com os ditos
que nomeia como “estabilidade para o “fatores adversos”. Isto é, os protocolos
desenvolvimento”. O interessante é que, de segurança se constroem em razão de
amparado nas diretrizes da Doutrina de componentes desvantajosos que
Segurança Nacional10, o coronel preocupam o regime. Nesse sentido,
reafirmando os entraves administrativos
9
Sobre estes dois últimos fatos, menos
e jurídicos da questão territorial
conhecidos, é válido comentar que, segundo sudoestina e os problemas estruturais da
Trompowsky (1970, p. 25-26), Jefferson região, Trompowsky (1970, p. 28)
Cardim era um ex-coronel do exército, expulso destacava, por fim, o papel fundamental
da corporação por um dos Atos Institucionais e do rádio nesta formalidade de
que cometeu vários atos de violência contra
pequenos destacamentos militares no Rio
segurança, para alcançar as mais
Grande do Sul. Fugiu para o sudoeste longínquas áreas agrícolas do país e as
paranaense. Já a guerrilha de Registro ocorreu integrar regionalmente.
na região de mesma denominação em 1970, ou
seja, durante o ano de realização do ciclo de
estudos sobre a região sudoeste.
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As diretrizes da Doutrina são responsáveis,
inclusive, pela elaboração dos chamados
“conceitos doutrinários”. São eles: os “fatores que respondem, em grande medida, pelo
adversos”, os “antagonismos”, as “pressões”, arcabouço teórico do regime.
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Com isso, em sua conclusão, Considerações finais
Trompowsky finalmente (1970, p. 29) O golpe civil-militar e a subsequente
declara: instauração da ditadura são dois temas-
Esperamos ter alcançado nosso chave da história recente do Brasil. São
desidrato, que era chamar a atenção processos históricos que sempre (ou
para um problema, que reputamos quase sempre) estão na pauta de
grave, caso as medidas corretivas investigações dos historiadores
adequadas não sejam adotadas, pelo
brasileiros. Além disso, ganharam ainda
perigo latente representado pela
instabilidade do agricultor, naquele
mais notoriedade nas últimas semanas
esplêndido celeiro que é o sudoeste devido à rememoração de 50 anos dos
paranaense. eventos destacados.
Desse modo, fica evidente que há, de Trazendo à tona uma série de
fato, uma preocupação do coronel controvérsias e questionamentos, a
Trompowsky com o tema. Por isso a rememoração do golpe e da própria
necessidade, para ele, da realização do atuação do regime militar, como um
ciclo de estudos. Além disso, ao admitir todo, ensejou, em última instância, uma
também a importância da região batalha pela memória dos anos 1964-
destacada enquanto “esplêndido 1985. Ou seja, isso significa que não há
celeiro”, reiterava-se, indiretamente, o um consenso na sociedade brasileira
reforço no monitoramento do sudoeste sobre o período. Os grandes meios de
paranaense. As possíveis agitações no comunicação de massa, por exemplo,
meio rural, influenciadas pelos como um dos “termômetros” sociais,
comunistas, não poderiam abrir vem demonstrando uma profunda
precedentes para uma quebra na ambiguidade sobre a temática, ora, com
produção agrícola do país. algumas mídias condenando e, em outro
momento, com certos veículos de
Por fim, deixando algumas perguntas comunicação anistiando os militares.
em aberto, o autor não deixa de esboçar
algumas críticas à burocracia Porquanto, como o assunto não está
governamental. Para ele, enquanto plenamente finalizado, muitas questões
diretor do distrito de Terras Paraná- carecem, ainda, da investigação mais
Santa Catarina, o órgão necessitaria de minuciosa dos historiadores, inclusive,
uma maior autonomia para encaminhar sobre a atuação da caserna no interior
as resoluções territoriais da região brasileiro. O presente artigo teve esse
sudoeste. Como também, o recém- desafio pela frente, demonstrando, na
criado INCRA não poderia confinar os medida do possível, a preocupação dos
seus trabalhos apenas nos escritórios da militares com o sudoeste paranaense,
instituição. Ele precisaria ser atuante em através da análise de uma cartilha,
sua prática, já que “É no meio rural que confeccionada pela Associação dos
se pode sentir o problema em tôda a sua Diplomados da Escola Superior de
plenitude e aplicar os meios disponíveis Guerra (ADESG) para um ciclo de
com objetividade e presteza” estudos na delegacia do Paraná, sediada
(TROMPOWSKY, 1970, p. 29). em Curitiba, no ano de 1970, intitulada
“O sudoeste paranaense e a segurança
nacional”. Com autoria do coronel R-1
de artilharia Affonso Jorge Von

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Trampowsky11, diretor à época do encontradas nos municípios recém-
distrito de Terras Paraná - Santa emancipados (falta de estradas e meios
Catarina, o escrito é, em última análise, de comunicação principalmente) com os
uma evidência documental que atesta o valores de segurança interna e combate
interesse e a precaução que os militares aos comunistas baseados em conceitos
tiveram com uma região periférica do doutrinários.
país, o sudoeste paranaense. Por fim, é notável observar que,
Assim, atento à problemática e histórica sustentado pelo binômio
questão de terras na região, “desenvolvimento e segurança”,
Trompowsky destacava, de modo geral, Trompowsky defende enfaticamente a
que “fatores adversos” deveriam ser reforma agrária aos moldes
controlados e vigiados para que o ‘democráticos’ do regime militar. Dessa
sudoeste não perdesse sua vocação de maneira, apesar de procurar a refutação
“esplêndido celeiro”. Isto é, seu das teses de reforma agrária dos
potencial agrícola não poderia ser sistemas que ele nomeia enquanto
desperdiçado por agitações rurais “socialistas-totalitários” (1970, p. 30), o
influenciadas por subversivos do coronel é crítico, na medida do possível,
regime. Para isso, o coronel segue um com a burocracia administrativa do
programa, digno de manual, mostrando governo militar, que impede e trava
aos participantes do ciclo de estudos naquele momento, a plena resolução dos
desde a trajetória histórica da região, problemas agrários do sudoeste
sua colonização e seus confrontos pela paranaense. A falta de autonomia dos
terra, até os métodos adequados (leia-se órgãos responsáveis pelas problemáticas
estratégicos) para manter a estabilidade territoriais, como o distrito de terras
e a segurança do referido espaço. Paraná -Santa Catarina, era condição
delimitadora do trabalho para
Com isso, construindo um relato de
Trompowsky.
experiência à frente das atividades do
distrito de terras de fronteiras entre Portanto, como conclusão, verifica-se
Paraná – Santa Catarina, o coronel que, através de um chamado “ciclo de
procurar aliar a sua prática aos ideais da estudos” (que mais parece uma missão
Doutrina de Segurança Nacional. Desse de guerra), a caserna esteve atenta e
modo, sobre a manutenção da monitorou de perto os problemas
estabilidade e da segurança no sudoeste territoriais e agrários do sudoeste do
paranaense, Trompowsky combina os Paraná. Ou seja, tal contexto é mais
esforços vivenciados in loco, como, por uma evidência de que os militares não
exemplo, a relação dificultosa com os se preocupavam somente com as
agricultores na tentativa de capitais e os grandes centros urbanos.
regularização das posses territoriais, ou Mesmo com outra dinâmica de atuação,
ainda, as dificuldades infraestruturais o interior e as pequenas cidades estavam
sendo controladas estrategicamente pela
11 estrutura militar. Com isso, responde-se,
Nas páginas iniciais do documento é
apresentado o currículo do coronel, revelando parcialmente, aos desavisados que
sua formação (inclusive, com cursos realizados insistem em dizer que nas pequenas
na Anti-Aircraft Artillery School (USA)), cidades interioranas não houve ditadura.
atividades e trabalhos desenvolvidos dentro das Podia-se sentir e vivenciar a ditadura,
Forças Armadas. Possuía também digamos assim, de outra maneira, mas
condecorações militares.
89
nem por isso ela deixou de ser DELGADO, L. A. N. (Org.). O Brasil
implacável. Consequentemente, o Republicano. O tempo da ditadura: regime
militar e movimentos sociais em fins do século
histórico de agitações rurais e de XX. 1. ed. Rio de Janeiro: Civilização
descontentamentos no campo no Brasil Brasileira, 2003, v. 4, p. 315-348.
eram significativos a ponto de gerarem
PEGORARO, E. Dizeres em confronto: A
muita desconfiança e apreensão nos Revolta dos Posseiros de 1957 na Imprensa
quartéis. Paranaense. Guarapuava: Unicentro, 2008.
PRIORI, A. et al. História do Paraná: séculos
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século XX. 1. ed. Rio de Janeiro: Civilização TROMPOWSKY, A. J. V. O sudoeste
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http://r1.ufrrj.br/esa/V2/ojs/index.php/esa/article
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Recebido em 2014-04-23
GRYNSZPAN, M. A questão agrária no Brasil
Publicado em 2014-09-12
pós-1964 e o MST. In: FERREIRA, J;

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