Você está na página 1de 1

13/04/2024, 16:42 35.

pdf

Página 1 de 6

Quim. Nova, Vol. 33, No. 8, 1821-1826, 2010

CONTROVÉRSIAS SOBRE A PROTEÇÃO PATENTÁRIA DE SE


QUÍMICOS CONHECIDOS

Maria Lucia Abranches da Silva*


Escola de Química,Universidade Federeal do Rio de janeiro 2194
Adriana Campos Moreira Britto
Fundação Oswaldo Cruz, Av. Brasil, 4365 21040-360, Rio de Jan
Adelaide Maria de Souza Antunes
Coordenação de Ensino e Pesquisa em Propriedade Industrial, D
Industrial,
Praça Mará, 7, 20081-240, Rio de Janeiro – RJ, Brasil

Recebido em 17/6/09; aceito em 23/3/10; publicado na web em 2

CONTROVERSIES ON THE PATENT PROTECTION


COMPOUNDS.
The present work provides an overview of patent pro
in Brazil
other and
countries, through the approach of the main co
aspectsof
legality related to the granted by the patent, the ge
the protection
concepts
and and the
economic politic
factors involved. This work also introdu
agencies
the involved
procedure in
for granting patent in the pharmaceutic
ANVISA.
Keywords: second medical use; patent; new therapeu
applications.

INTRODUÇÃO

A questão da propriedade industrial no setor farmacêutico é pon-


tuada por discussões polêmicas e controversas, principalmente n
países em desenvolvimento, em que as diferentes visões sobre o
tema
fomentam tais discussões. De um lado da questão estão as
empresas
farmacêuticas que alegam que somente através da proteção
patentária
é possível garantir o retorno dos vultosos investimentos realizado
em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e testes clínicos,
viabilizando
assim a inovação tecnológica. Por outro lado, um dos argumento
utilizados para criticar a proteção por patentes é que esta aumen
o
preço dos medicamentos, devido ao monopólio temporário confe
do, afetando diretamente o acesso da população aos
medicamentos.
Neste cenário, surge a discussão em torno da patenteabilida
de novas aplicações terapêuticas de compostos ou medicamento
já conhecidos, denominadas patentes de “segundo uso médico”.
Provavelmente mais polêmica que a questão das patentes farma
cêuticas em si, a proteção patentetária de segundo uso médico é
fortemente criticada. Há quem considere a matéria objeto da pa-
tente de segundo uso médico - a nova aplicação terapêutica - um
mera descoberta de uma propriedade intrínseca do composto ou
medicamento, e não uma invenção, e, portanto, não seria paten-
teável.1Consequentemente, a patente de segundo uso médico é
muitas vezes vista como uma estratégia das empresas farmacêu
ticas para prolongar a extensão da proteção de um medicamento
já conhecido (evergreening), impedindo a entrada de genéricos
no mercado e encarecendo os custos dos sistemas de saúde na
compra de medicamentos.2
As opiniões contrárias ao patenteamento do segundo uso
sãomédico
refletidas nas legislações de patentes de alguns países em
de- senvolvimento, como os países do Pacto Andino3
que incluíram em
suas legislações exclusão expressa ao patenteamento desta
matéria. algumas entidades governamentais e não-
Ademais,
governamentais
ligadas, principalmente, às questões de acesso à saúde e direito

*e-mail:
i l @i i b
https://drive.google.com/viewerng/viewer?embedded=true&url=http://www.scielo.br/pdf/qn/v33n8/35.pdf 1/1

Você também pode gostar