O documento discute:
1) A importância do INPI e das patentes para proteger investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos;
2) Os atrasos burocráticos no INPI, levando empresas a registarem patentes nos EUA;
3) A decisão do INPI de aprovar automaticamente pedidos atrasados, gerando insegurança jurídica.
O documento discute:
1) A importância do INPI e das patentes para proteger investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos;
2) Os atrasos burocráticos no INPI, levando empresas a registarem patentes nos EUA;
3) A decisão do INPI de aprovar automaticamente pedidos atrasados, gerando insegurança jurídica.
O documento discute:
1) A importância do INPI e das patentes para proteger investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos;
2) Os atrasos burocráticos no INPI, levando empresas a registarem patentes nos EUA;
3) A decisão do INPI de aprovar automaticamente pedidos atrasados, gerando insegurança jurídica.
SUBUNIDADE V – P7 Comentar sobre a importância do INPI e da
Comentar sobre a importância dos excipientes na produção de patentes;
produção de medicamentos; INPI A pesquisa e o desenvolvimento para elaboração de novos Comentar sobre as principais tecnologias utilizadas produtos (no sentido mais abrangente) requerem, na maioria na caracterização dos ativos e formulação; das vezes, grandes investimentos. Proteger esse produto SISTEMAS VETORIZADOS através de uma patente significa prevenir-se de que A vetorização de substâncias ativas sob a forma de competidores copiem e vendam esse produto a um preço microcápsulas, microesferas e lipossomas representam uma mais baixo, uma vez que eles não foram onerados com os das contribuições mais importantes do desenvolvimento custos da pesquisa e desenvolvimento do produto. A galênico à terapia. A vetorização é uma operação que visa proteção conferida pela patente é, portanto, um valioso e modular e, se possível, direcionar totalmente a distribuição imprescindível instrumento para que a invenção e a criação de uma substância, associando-a a um sistema apropriado, industrializável se torne um investimento rentável. denominado vetor. Os sistemas utilizados são de natureza Patente é um título de propriedade temporária sobre uma variável e mais ou menos sofisticados, mas, o principio geral invenção ou modelo de utilidade, outorgados pelo Estado da vetorização é sempre o mesmo. Consiste em permitir que aos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou a distribuição seja a mais independente possível das jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Em propriedades da substancia em si e submetê-la às contrapartida, o inventor se obriga a revelar detalhadamente propriedades deum vetor apropriado, escolhido em função todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente. do objetivo visado. Os vetores podem ser divididos em três Durante o prazo de vigência da patente, o titular tem o grupos principais: direito de excluir terceiros, sem sua prévia autorização, de VETORES DE PRIMEIRA GERAÇÃO: São sistemas atos relativos à matéria protegida, tais como fabricação, caracterizados por liberarem uma substância ativa no seio do comercialização, importação, uso, venda, etc. alvo visado. É necessário, neste caso, empregar um modo de Diante da burocracia do Instituto Nacional de Propriedade administração especial. A este grupo pertencem as Industrial (INPI), que demora em média cerca de 11 anos microesferas e microcápsulas para quimioembolização. para registrar uma patente, muitas empresas brasileiras estão VETORES DE SEGUNDA GERAÇÃO: São vetores optando por registrá-las nos Estados Unidos, onde o propriamente ditos, capazes, sem necessitar de um modo de processo leva apenas 3 anos. Há mais de 230 mil pedidos na administração especial, de transportar a substância ativa até lista de espera do INPI, que só recentemente passou a aceitar o alvo visado. A este grupo pertencem certos vetores a documentação por meios eletrônicos. Até janeiro de 2017, coloidais, denominados de passivos, tais como lipossomas, os pedidos de patente – que envolvem centenas de páginas – nanocápsulas e nanoesferas. Pertencem igualmente a este tinham de ser enviados em papel, pelo correio. grupo certos vetores coloidais chamados de ativos, tais A insegurança jurídica criada para as universidades e como lipossomas termo ou pH-sensíveis e nanoesferas empresas pelo excesso de burocracia do Ministério da magnéticas. Indústria, Comércio Exterior e Serviços, ao qual o INPI está VETORES DE TERCEIRA GERAÇÃO: São capazes vinculado, é um dos lados do problema. O outro diz respeito de reconhecer o alvo visado. A este grupo pertencem, entre à vida útil das tecnologias desenvolvidas ou utilizadas no outros, os anticorpos monoclonais e certos vetores coloidais País e que são decisivas para que a economia brasileira dirigidos por anticorpos monoclonais. ganhe competitividade no comércio mundial, para voltar a crescer. A tramitação do processo de registro de uma patente é tão morosa que, em alguns casos – como na área de telecomunicações –, a inovação tecnológica já está obsoleta quando o processo é finalmente concluído. Dos mais de 230 mil pedidos que aguardam registro no INPI, muitos foram protocolados há mais de dez anos e dificilmente sua aprovação terá ainda alguma serventia ou sentido econômico, uma vez que o tempo corroeu o benefício que a invenção ou descoberta tecnológica poderia proporcionar. Há dois anos, por exemplo, os órgãos responsáveis pela avaliação técnica de pedidos de patente examinaram um limpador de cabeçote de videocassete – equipamento em desuso desde 2000. Como a agilidade no registro de patentes é um requisito básico para o estímulo à inovação de processos e produtos, o governo – pressionado por universidades e empresas – prometeu há alguns meses investir na informatização dos serviços de análise dos pedidos de patentes protocolados na década de 2010, para reduzir o tempo médio de espera para cinco anos. O objetivo, contudo, não foi atingido, apesar de Comentar sobre a área Pesquisa & Desenvolvimento alguns técnicos terem sido contratados para integrar o na indústria e universidade, relacionando o papel do quadro de pesquisadores encarregados de analisar os farmacêutico neste setor. processos. P&D Para tentar acabar de uma vez por todas com a fila de A inovação na indústria farmacêutica possui características espera, o INPI tomou então a decisão de aprovar específicas e diferenciadas dos demais setores industriais. A automaticamente – ou seja, sem o devido exame técnico e P&D tem um peso específico na lucratividade do setor e são jurídico – todos os registros que aguardam patente, com os medicamentos inovadores que trazem, de fato, novos exceção dos farmacêuticos. Segundo a direção do órgão, as mercados e lucros extraordinários. Assim, inovar constitui o empresas que se sentirem lesadas terão de procurar a Justiça principal fator de sobrevivência para as empresas industriais ou impetrar pedido de nulidade em até 90 dias. A iniciativa que operam no mercado. Os vencedores no mercado global causou espanto nos meios jurídicos, na comunidade têm sido as firmas que têm demonstrado ter uma resposta científica e na iniciativa privada. Isso porque, ao jogar a imediata, rápida e flexível em inovação de produtos, junto responsabilidade para os tribunais, que também são muito com a capacidade gerencial para efetivamente coordenar e lentos, o INPI consagrou sua inépcia e fez letra morta da Lei reposicionar suas competências internas e externas. de Propriedade Intelectual, ampliando a insegurança jurídica A inovação mais importante no setor farmacêutico ocorre no no setor de patentes. desenvolvimento do produto, para o qual há uma busca permanente por aumento de eficácia, segurança de uso e redução dos efeitos colaterais. Esse processo sobrevém pela mudança das características do fármaco, para torná-lo mais eficaz e para que provoque menos efeitos adversos ou colaterais; e por mudanças na composição dos outros componentes da formulação, para potencializar a ação do fármaco, tais como alterar a velocidade de sua liberação no organismo. A cadeia produtiva da indústria farmacêutica envolve fornecedores/supridores, prestadores de serviços externos, atacadistas, varejistas, além de exigir a concorrência de especialistas (técnicos em computação, pesquisadores, médicos, biólogos, químicos, bioquímicos, engenheiros, físicos, entre outros); e domínio de mecanismos de propriedade intelectual, registro e certificação, acordos e parcerias estratégicas. Cada vez mais, a multidisciplinaridade e a intercambialidade estão presentes no processo de inovação e produção armacêutica. As estratégias de investimentos em P&D praticadas pelas empresas multinacionais priorizam a obtenção de princípios ativos (fármacos) ao invés dos produtos finais (medicamentos), pois é o monopólio da tecnologia de fabricação do fármaco que traz lucros extraordinários às empresas, na medida em que esse componente representa 70 a 80% do preço final do medicamento. Nos países em desenvolvimento, há uma clara separação entre a indústria de base (farmoquímica) e a farmacêutica. A estratégia principal das empresas multinacionais é utilizar o poder de mercado para fixar e manter, de forma consistente, e durante o maior tempo possível, os preços acima dos níveis competitivos. Este poder decorre das excepcionais vantagens competitivas (tanto absolutas, quanto relativas) que as empresas líderes obtêm em relação aos seus competidores. Entre as vantagens absolutas que elas detêm estão a capacidade de efetuar elevados gastos em P&D, o know-how, as patentes e a integração vertical com o segmento farmoquímico. Entre as vantagens relativas, estão as marcas e o marketing junto aos médicos e farmacêuticos. No Brasil, durante o período em que as patentes farmacêuticas não eram reconhecidas, proliferaram no Brasil os similares, medicamentos geralmente fornecidos por empresas nacionais que propõem a mesma ação da droga original por preço inferior. A aprovação da Lei de Propriedade Intelectual, em 1996, e da Lei do Medicamento Genérico, em 1999, teria dificultado as estratégias anteriores das empresas farmacêuticas nacionais, fortemente assentadas em fixação de marcas, controle de canais de distribuição e amplas equipes de promotores de vendas. A estratégia que dera a essas empresas certo posicionamento de mercado era insuficiente para garantir competitividade no mercado de genéricos, produtos comercializados fundamentalmente com base no nome do princípio ativo. No novo contexto institucional, de um lado, tornou-se impossível simplesmente copiar produtos com patentes vigentes e, de outro, a fabricação de produtos equivalentes a medicamentos de referência com patentes expiradas (genéricos) passou a sujeitar-se a uma regulamentação rigorosa. Tendo dificultado a estratégia anterior, o novo marco regulatório teria induzido as empresas locais a reforçarem suas capacidades tecnológicas e intensificarem o esforço de P&D no país. Existem várias evidências dispersas dessa intensificação do esforço tecnológico. No caso do laboratório Aché, o exemplo mais emblemático é o desenvolvimento do Acheflan, um anti-inflamatório fitoterápico. Criado a partir da cordia verbenácea (erva baleeira), tornou-se conhecido por ter sido o primeiro medicamento desenvolvido com tecnologia 100% nacional. Começou a ser comercializado em junho de 2005. Um aspecto importante em relação à implementação de inovações são as relações de cooperação com outras organizações. De acordo com a Pintec, no caso das empresas farmacêuticas que desenvolveram inovações em parceria, dentre as relações consideradas de alta importância, destacam-se as com fornecedores (53%), consultorias (35%) e universidades e institutos de pesquisa (34%). No entanto, a relação universidade-empresa ainda apresenta gargalos. Uma crítica recorrente entre empresas entrevistadas é que muitos dos projetos das universidades não visam o consumidor final, o que impede a sociedade de se beneficiar das descobertas da academia. Na visão das empresas, um dos obstáculos ao desenvolvimento dessas relações é a prioridade absoluta conferida nas universidades à publicação científica, o que teria implicações adversas para os pedidos de patentes e a apropriabilidade de inovações tecnológicas derivadas do conhecimento científico. OBS.: A introdução de um novo excipiente para melhorar a absorção do medicamento pelo organismo agrega valor ao produto.