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PELVE E PERÍNEO

Facilitada
anatomia
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SUMÁRIO
1. Introdução .....................................................................3
2. Cíngulo do Membro Inferior ...................................3
3. Cavidade Pélvica ........................................................6
4. Paredes e Assoalho da Cavidade Pélvica ........6 5
. Artérias da Pelve ......................................................11
6. Veias da Pelve ...........................................................15
7. Drenagem Linfática da Pelve ..............................18
8. Inervação da Pelve ..................................................20
9. Períneo .........................................................................20
10. Trígono Anal ............................................................22
11. Trígono Urogenital ................................................23
12. Artérias do Períneo ..............................................29
13. Veias do Períneo ....................................................32
14. Drenagem Linfática do Períneo .......................33
15. Inervação do Períneo ...........................................35
Referências Bibliograficas .........................................39
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PELVE E PERÍNEO 3

1. INTRODUÇÃO une a coluna vertebral aos dois fêmu-


res. As principais funções do cíngulo do
Anatomicamente, a pelve é a parte do membro inferior são:
corpo circundada pelo cíngulo do
membro inferior (pelve óssea), parte do • Sustentar o peso da parte superior
esqueleto apendicular do mem- bro do corpo nas posições sentada e
inferior. É subdividida em pelves maior e ortostática;
menor. A pelve maior é cir- cundada
• Transferir o peso do esqueleto
pela parte superior do cín- gulo do
axial para o esqueleto apendicular
membro inferior, e é ocupada pelas
inferior para ficar de pé e caminhar;
vísceras abdominais inferiores. A pelve
menor é circundada pela par- te inferior • Proporcionar fixação aos fortes
do cíngulo do membro infe- rior, que músculos da locomoção e postura,
forma a estrutura óssea dos bem como àqueles da parede ab-
compartimentos da cavidade pélvica e dominal, resistindo às forças gera-
do períneo no tronco, separados pelo das por suas ações;
diafragma da pelve. A parte ex- terna da
pelve é coberta ou envolvida pela • Conter e proteger as vísceras pél-
parede abdominal anterolateral inferior vicas e as vísceras abdominais in-
anteriormente, a região glútea do feriores e, ao mesmo tempo, per-
membro inferior posterolateral- mente, mitir a passagem de suas partes
e o períneo inferiormente. terminais via períneo;

O termo períneo refere-se tanto à • Proporcionar sustentação para


área da superfície do tronco entre as as vísceras abdominopélvicas e o
coxas e as nádegas, que se estende útero grávido;
do cóccix até o púbis, quanto ao com- • Proporcionar fixação para os cor-
partimento de pequena profundidade pos eréteis dos órgãos genitais
situado profundamente a essa área, externos;
mas inferior ao diafragma da pelve. O
períneo inclui o ânus e os órgãos ge- • Proporcionar fixação para os mús-
nitais externos: o pênis e o escroto no culos e membranas que auxiliam
homem e o pudendo feminino. as funções citadas anteriormen-
te, formando o assoalho pélvico e
preenchendo espaços existentes
nele ou ao seu redor;
2. CÍNGULO DO MEMBRO
INFERIOR
O cíngulo do membro inferior é um No indivíduo maduro, o cíngulo do
anel ósseo, em forma de bacia, que membro inferior é formado por três
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ossos: a) Ossos do quadril direito • Limitada pelas asas do ílio postero-


e esquerdo: ossos grandes, de for- lateralmente e a face anterossupe- rior
mato irregular, sendo cada um deles da vértebra S I posteriormente;
formado pela fusão de três ossos, ílio,
• Ocupada por vísceras abdominais.
ísquio e púbis; b) Sacro: formado pela
fusão de cinco vértebras sacrais, ori-
ginalmente separadas (Fig. 1). A pelve menor (pelve verdadeira) é a
A pelve é dividida em pelves maior parte da pelve:
(falsa) e menor (verdadeira) pelo pla- • Situada entre as aberturas supe-
no oblíquo da abertura superior da
rior e inferior da pelve;
pelve.
• Limitada pelas faces pélvicas dos
A abertura inferior da pelve é limitada
ossos do quadril, sacro e cóccix;
por (Fig. 2):
• Que inclui a cavidade pélvica ver-
• Arco púbico anteriormente;
dadeira e as partes profundas do
• Túberes isquiáticos lateralmente; períneo, especificamente as fossas
• Margem inferior do ligamento sa- isquioanais;
crotuberal posterolateralmente; • Que tem maior importância obsté-
• Extremidade do cóccix trica e ginecológica.
posteriormente.

A pelve maior (pelve falsa) é a parte da


pelve:
• Superior à abertura superior da SAIBA MAIS! Em medicina forense, a
pelve; identificação de restos ósseos huma-
nos geralmente inclui a determinação do
sexo. Um importante foco de atenção é
o cíngulo do membro inferior porque, em
geral, as diferenças sexuais são clara-
mente visíveis. Até mesmo fragmentos
do cíngulo do membro inferior são úteis
na determinação do sexo.
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Sacro
Ílio

Ísquio
Púbis
Figura 1. Cíngulo do Membro Inferior, abertura superior. Vista anterior. Fonte: NETTER, Frank H.

Sínfise púbica

Túber isquiático

Espinha isquiática

Ápice do cóccix

Figura 2. Cíngulo do membro inferior, abertura inferior. Vista inferior. Fonte: NETTER, Frank H.
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MAPA MENTAL – CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR

Ísquio

Ílio Púbis
CÍNGULO
DO MEMBRO
INFERIOR
Pelve Maior Sacro

Pelve Menor

3. CAVIDADE PÉLVICA formando um assoalho pélvico. A ca-


vidade pélvica é limitada posterior-
A cavidade pélvica é o espaço limita- do mente pelo cóccix e a parte inferior do
perifericamente pelas paredes e sacro, e a parte superior do sacro
assoalho ósseos, ligamentares e mus- forma um teto sobre a metade poste-
culares da pelve. É a parte inferopos- rior da cavidade. Os corpos dos púbis, e
terior da cavidade abdominopélvica, a sínfise púbica que os une, formam
sendo contínua com a cavidade ab- uma parede anteroinferior cuja pro-
dominal na abertura superior da pel- ve. fundidade é muito menor (mais curta) do
Contém as partes terminais dos que a parede póstero-superior e o teto
ureteres, bexiga urinária, reto, órgãos formados pelo sacro e cóccix.
genitais pélvicos, vasos sanguíneos,
linfáticos e nervos. Além dessas vís-
ceras pélvicas, contém ainda partes de 4. PAREDES E ASSOALHO DA
vísceras abdominais, tais como: alças de CAVIDADE PÉLVICA
intestino delgado (principal- mente íleo)
e, muitas vezes, intestino grosso A cavidade pélvica tem uma parede
(apêndice vermiforme e colo transverso anteroinferior, duas paredes laterais,
e/ou sigmoide). uma parede posterior e um assoalho.
A cavidade pélvica é limitada infe-
riormente pelo diafragma da pelve Parede Anteroinferior da Pelve
músculo-fascial, que está suspenso
acima da abertura inferior da pelve, A parede anteroinferior da pelve é
formada principalmente pelos corpos
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e ramos dos púbis e pela sínfise púbi- Os músculos isquiococcígeos origi-


ca. Participa na sustentação do peso da nam-se nas faces laterais da parte
bexiga urinária. inferior do sacro e cóccix, suas fibras
carnosas situam-se sobre a face pro-
funda do ligamento sacroespinal e se
Paredes Laterais da Pelve fixam a ela. O músculo levantador do
As paredes laterais da pelve são for- ânus é a parte maior e mais impor-
madas pelos ossos do quadril direito tante do assoalho pélvico. Está fixado
e esquerdo, e cada um deles tem um aos corpos dos púbis anteriormente, às
forame obturado fechado por uma espinhas isquiáticas posteriormen- te, e
membrana obturadora. As fixações a um espessamento na fáscia
carnosas dos músculos obturadores obturatória, o arco tendíneo do mús-
internos cobrem e, assim, protegem, culo levantador do ânus, entre os dois
a maior parte das paredes laterais da pontos ósseos de cada lado. Assim, o
pelve. diafragma da pelve estende-se en- tre
as paredes anterior, lateral e pos- terior
da pelve menor, conferindo-lhe a
Parede Posterior da Pelve aparência de uma rede suspensa por
essas fixações, fechando grande parte
Na posição anatômica, a parede pos- do anel do cíngulo do membro inferior.
terior da pelve consiste em uma pare- Uma abertura anterior entre as margens
de e um teto ósseos na linha mediana, mediais dos músculos le- vantadores do
formados pelo sacro e cóccix, e nas ânus de cada lado — o hiato urogenital
paredes posterolaterais musculoliga- — dá passagem à uretra e, nas
mentares, formadas pelos ligamentos mulheres, à vagina.
associados às articulações sacroilía-
O músculo levantador do ânus tem
cas e músculos piriformes.
três partes, em geral mal demarca-
das, mas denominadas de acordo
Assoalho Pélvico com as fixações e o trajeto das fibras
(Figs. 3 e 4):
O assoalho pélvico é formado pelo
diafragma da pelve, que consiste nos • Puborretal: a parte medial, mais
músculos isquiococcígeo e levantador estreita e mais espessa do múscu-
do ânus e nas fáscias que recobrem lo levantador do ânus, que consis-
as faces superior e inferior desses te em fibras musculares contínuas
músculos (Figs. 3 e 4). O diafragma entre as faces posteriores dos cor-
da pelve situa-se na pelve menor, se- pos dos púbis direito e esquerdo.
parando a cavidade pélvica do perí- Forma uma alça muscular em for-
neo, ao qual serve como teto. mato de U (alça puborretal) que
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passa posteriormente à junção musculares mais curtas do múscu-


anorretal (Figura 3.12) e delimita lo pubococcígeo que se estendem
o hiato urogenital. Essa parte tem um medialmente e se fundem à fáscia
papel importante na manuten- ao redor de estruturas na linha me-
ção da continência fecal; diana são denominadas de acordo com
a estrutura próxima de seu término:
• Pubococcígeo: a parte intermediá-
pubovaginal (mulheres), puboprostático
ria mais larga, porém menos espes- (homens), pubope-
sa, do músculo levantador do ânus, rineal e puboanal;
com origem lateral ao músculo pu-
borretal, a partir da face posterior • Iliococcígeo: a parte posterolateral
do corpo do púbis e arco tendíneo do músculo levantador do ânus,
anterior. Segue posteriormente em que se origina na parte posterior
um plano quase horizontal; suas do arco tendíneo e na espinha is-
fibras laterais fixam-se ao cóccix quiática. É fina, em geral pouco
e suas fibras mediais fundem-se desenvolvida (parecendo mais
às do músculo contralateral para aponeurótica do que muscular) e
formar uma rafe fibrosa ou lâmina também se funde ao corpo ano-
tendínea, parte do corpo anococcí- coccígeo posteriormente.
geo entre o ânus e o cóccix. Alças

Sínfise púbica

Uretra

Músculos puborretal e pubococcígeo


Vagina (partes do m. levantador do ânus)

Reto
Arco tendíneo do músculo
levantador do ânus

Espinha isquiática
Músculo iliococcígeo (parte do m.
levantador do ânus)

Músculo piriforme

Músculo isquiococcígeo

Figura 3. Diafragma da pelve feminina. Vista superior. Fonte: NETTER, Frank H.


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Músculo puborretal(parte do m.
levantador do ânus)
Uretra

Vagina Músculo pubococcígeo(parte do m.


levantador do ânus)

Reto
Músculo obturador interno

Músculo iliococcígeo (parte do m.


levantador do ânus)

Músculo piriforme
(seccionado)

Figura 4. Diafragma da pelve feminina. Vista inferior. Fonte: NETTER, Frank H.

O músculo levantador do ânus for- ma talvez também para contribuir para o


um assoalho dinâmico para sus- tentar aumento da pressão (para ajudar a
as vísceras abdominopélvicas. Na maior expulsão).
parte do tempo, mantém contração A contração tônica do M. levantador
tônica para sustentar as vísceras do ânus causa o encurvamento an-
abdominopélvicas e ajudar a manter a terior do canal anal. A contração ati-
continência urinária e fe- cal. Há va da porção puborretal (voluntária)
contração ativa desse múscu- lo em é importante para a manutenção da
situações como expiração for- çada,
continência fecal imediatamente após
tosse, espirro, vômito e fixação do
o enchimento do reto ou durante a
tronco durante fortes movimentos dos
peristalse, quando o reto está cheio e
membros superiores (p. ex., ao levantar
o músculo esfincteriano involuntário é
objetos pesados), basica- mente para
inibido (relaxado). O músculo levanta-
aumentar a sustentação das vísceras
dor do ânus tem de relaxar para per-
durante períodos de au- mento da
mitir a micção e a defecação.
pressão intra-abdominal e
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SAIBA MAIS!
Durante o parto, o assoalho pélvico sustenta a cabeça fetal enquanto o colo do útero se dilata
para permitir a saída do feto. Pode haver lesão do períneo, do músculo levantador do ânus e
dos ligamentos da fáscia da pelve durante o parto. Os músculos pubococcígeo e puborretal,
as partes principais e mediais do músculo levantador do ânus, são os que se rompem com
maior frequência. O enfraquecimento destas estruturas pode ocasionar incontinência urinária
de esforço.
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MAPA MENTAL – ASSOALHO PÉLVICO

ASSOALHO
PÉLVICO

Diafragma da Pelve

Isquiococcígeo Levantador do ânus

Puborretal

Pubococcígeo

Iliococcígeo

5. ARTÉRIAS DA PELVE e vísceras da pelve, para o períneo e


para a região glútea.
Artérias Ilíacas Comuns
A aorta abdominal bifurca-se nas
artérias ilíacas comuns direita e es- Artérias Ilíacas Internas
querda, anterolateralmente ao lado Cada artéria ilíaca interna, com apro-
esquerdo do corpo da quarta vérte- ximadamente 4 cm de comprimento,
bra lombar (Fig. 5). Essas artérias di- inicia-se na bifurcação da artéria ilía-
vergem à medida que descem e se ca comum, no nível do disco interver-
dividem no nível das articulações sa- tebral lombossacral e anteriormente
croilíacas em artérias ilíacas externas à articulação sacroilíaca (Fig. 5). Ela
e internas. A artéria ilíaca externa é a desce posteriormente à margem su-
principal artéria para o membro infe- perior do forame ciático maior, onde
rior. A artéria ilíaca interna fornece o divide-se em um tronco anterior, que
principal suprimento para as paredes se estende na mesma linha em dire-
ção à espinha isquiática, e um tronco
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posterior, que passa de volta para o ilíaca comum, até um ponto a meio
forame ciático maior (Fig. 6). Os ra- caminho entre a espinha ilíaca ante-
mos do tronco posterior da artéria ilí- rossuperior e a sínfise púbica (Fig.
aca interna são as artérias iliolombar, 5), e entra na coxa posteriormente ao
sacrais laterais e glútea superior. Os li- gamento inguinal para se tornar a
ramos do tronco anterior da artéria ar- téria femoral.
ilíaca interna são as artérias vesicais Elas são principalmente artérias para
superior e inferior, retal média, vagi- o membro inferior, e como tal apre-
nal, obturatória, uterina, pudenda in- sentam poucos ramos na pelve. À ex-
terna e glútea inferior (Fig. 6). ceção de vasos muito pequenos para
o músculo psoas maior e para linfono-
dos da vizinhança, a artéria não tem
Artérias Ilíacas Externas
ramos até que ela origine a artéria
As artérias ilíacas externas são de ca- circunflexa ilíaca profunda e a artéria
libre maior que as artérias ilíacas inter- epigástrica inferior, as quais surgem
nas. Cada artéria desce lateralmente próximo ao ponto no qual ela passa
ao longo da borda medial do múscu- sob o ligamento inguinal (Fig. 5).
lo psoas maior, a partir da bifurcação

Artéria e veia ováricas

Aorta abdominal
Músculo psoas maior

Artéria ilíaca comum

Vasos sacrais medianos

Artéria ilíaca interna

Artéria ilíaca externa

Artéria e veia epigástricas inferiores

Figura 5. Artérias e veias da pelve feminina. Vista anterior. Fonte: NETTER, Frank H.
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Aorta abdominal

Artéria ilíaca comum direita (seccionada)

Artéria ilíaca comum esquerda

Artéria ilíaca interna

Divisão posterior
Artéria iliolombar
Divisão anterior

Artérias sacrais laterais

Artéria ilíaca externa


Artéria glútea superior
Artéria obturatória

Artéria uterina

Artéria glútea inferior Artéria vaginal

Artérias vesicais superiores


Artéria pudenda interna

Artéria vesical inferior

Artéria retal média

Figura 6. Artérias e veias da pelve feminina. Vista sagital mediana. Fonte: NETTER, Frank H.
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MAPA MENTAL – ARTÉRIAS DA PELVE

ARTÉRIAS DA
PELVE

Artérias Ilíacas Comuns

Artérias Ilíacas Internas Artérias Ilíacas Externas

A. Circunflexa
ilíaca profunda
Tronco anterior Tronco posterior

A. Epigástrica inferior
A. vaginal A. iliolombar

A. obturatória Aa. Sacrais laterais

A. Pudenda interna A. Glútea superior

Aa. Vesicais superior


e inferior

A. Glútea inferior

A. uterina

A. Retal média
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6. VEIAS DA PELVE do forame ciático maior. Ela não apre-


senta os troncos e ramos previsíveis da
A pelve verdadeira contém um gran- de artéria ilíaca interna correspon- dente,
número de veias que drenam as mas suas tributárias drenam os mesmos
paredes pélvicas e a maioria das vís- territórios. Ela ascende
ceras contidas no interior da pelve, e posteromedialmente à artéria ilíaca
que carreiam sangue venoso a partir da interna para se unir à veia ilíaca ex-
região glútea, do quadril e da coxa. As terna, formando a veia ilíaca comum na
veias ilíacas externas, que se lo- calizam margem pélvica, anterior à parte inferior
próximas à borda da pelve, realizam a da articulação sacroilíaca ip- silateral
drenagem venosa a partir da maior (Fig. 8). Suas tributárias são as veias
parte do membro inferior. Existe uma glúteas, pudenda interna e obturatória,
variação considerável na drenagem que se originam fora da pelve; as veias
venosa da pelve: embo- ra as veias sacrais laterais, que seguem a partir da
principais frequentemen- te sigam suas superfície anterior do sacro; e as veias
equivalentes arteriais nomeadas, as retal média, vesi- cal, uterina e vaginal,
pequenas tributá- rias exibem muita que se originam nos plexos venosos das
variação entre os indivíduos. vísceras pél- vicas (Fig. 8).

Veias Ilíacas Comuns


Veia Ilíaca Externa
A veia ilíaca comum é formada pela
A veia ilíaca externa é a continuação
união das veias ilíacas externa e inter-
proximal da veia femoral. Ela se inicia
na, anteriores às articulações sacroilí-
profundamente ao ligamento inguinal,
acas. Ela ascende obliquamente para
ascende ao longo da margem pélvica
terminar do lado direito da quinta vér-
e termina anteriormente à articulação
tebra lombar e une-se em um ângulo
sacroilíaca através da junção com a
agudo ao vaso contralateral para for-
veia ilíaca interna ipsilateral para for-
mar a veia cava inferior (Fig. 7).
mar a veia ilíaca comum (Fig. 7). Suas
tributárias são as veias epigástrica
Veia Ilíaca Interna inferior, circunflexa ilíaca profunda e
púbica (Fig. 8).
A veia ilíaca interna é formada pela
convergência de várias veias acima
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Veia cava inferior

Veia ilíaca comum

Veia ilíaca interna

Veia ilíaca externa

Veia epigástrica inferior

Veia femoral

Figura 7. Artérias e veias da pelve musculina. Vista anterior. Fonte: NETTER, Frank H.
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Veia cava inferior

Veia ilíaca interna

Veias ilíacas comuns


Veia obturatória direita

Veia ilíaca externa


Veia glútea superior
Vasos circunflexos
ilíacos profundos
Veia sacral lateral

Veia glútea inferior

Veia retal média

Veia pudenda interna

Figura 8. Artérias e veias da pelve masculina. Vista sagital mediana. Fonte: NETTER, Frank H.

VEIAS DA PELVE

VEIAS DA
PELVE

V. Obturatória V. Epigástrica inferior

Veias Ilíacas Veias Ilíacas


V. Pudenda interna V. Púbica
Internas Externas

V. Circunflexa
Vv. Glúteas
ilíaca profunda
Veias Ilíacas Comuns
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PELVE E PERÍNEO 18

7. DRENAGEM LINFÁTICA DA anteriormente aos vasos ilíacos ex-


PELVE ternos (Fig. 9). Os linfonodos mediais
são considerados os principais ca- nais
Os linfonodos na pelve estão agrupa- de drenagem e coletam a linfa advinda
dos ao redor dos vasos ilíacos comuns, do membro inferior através dos
externos e internos, e são denomina- linfonodos inguinais, das cama- das
dos de acordo com esta relação. profundas da parede abdominal
infraumbilical, da região adutora da coxa,
Linfonodos Ilíacos Comuns da glande do pênis ou do clitóris, da
uretra membranosa, da próstata, do
Os linfonodos ilíacos comuns rece- fundo da bexiga, do cérvix uterino e da
bem toda a drenagem linfática do parte superior da vagina. Seus vasos
membro inferior porque eles drenam linfáticos eferentes passam para os
os linfonodos ilíacos tanto internos linfonodos ilíacos comuns.
como externos. Eles normalmente lo-
calizam-se em cadeias medial, late-
ral e anterior ao redor da artéria ilíaca Linfonodos Ilíacos Internos
comum, com a cadeia lateral sendo a
Os linfonodos ilíacos internos circun-
principal rota: um ou dois localizam-
dam os ramos dos vasos ilíacos inter-
-se inferiormente à bifurcação aórti-
nos (Fig. 9). Eles recebem vasos lin-
ca e anteriormente à quinta vértebra
fáticos aferentes advindos da maior
lombar ou ao promontório do sacro
parte das vísceras pélvicas (com a
(Fig. 9). Os linfonodos ilíacos comuns
exceção das gônadas e da maior par-
se conectam aos linfonodos aórticos
te do reto), das partes profundas do
laterais.
períneo e dos músculos glúteos e fe-
morais posteriores, e drenam para os
Linfonodos Ilíacos Externos linfonodos ilíacos comuns.

Os linfonodos ilíacos externos usu-


almente formam três subgrupos
que se localizam lateral, medial e
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Linfonodos lombares aórticos laterais


Linfonodos lombares cavais laterais e
pré-cavais

Linfonodos ilíacos comuns

Linfonodos ilíacos internos

Linfonodo ilíaco externo lateral

Linfonodos ilíacos externos mediais

Linfonodos inguinais superficiais Linfonodos inguinais profundos

Figura 9. Linfonodos e vasos linfáticos da pelve feminina. Vista anterior. Fonte: NETTER, Frank H.

MAPA MENTAL – DRENAGEM LINFÁTICA DA PELVE

DRENAGEM
LINFÁTICA DA
PELVE

Laterais
Linfonodos Linfonodos Ilíacos
Ilíacos Internos Externos
Mediais

Veias Ilíacas Comuns


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PELVE E PERÍNEO 20

8. INERVAÇÃO DA PELVE Coletivamente, esses nervos car- reiam


a inervação somática e autôno- ma para
A pelve contém o tronco nervoso a maioria dos órgãos visce- rais
lombossacral, os plexos sacral e coc- pélvicos, para o assoalho pélvico e
cígeo e as partes pélvicas dos sis- períneo, para a região glútea e para o
temas simpático e parassimpático. membro inferior.

MAPA MENTAL – INERVAÇÃO DA PELVE

INERVAÇÃO
DA PELVE

Plexo sacral Tronco lombossacral Plexo coccígeo

9. PERÍNEO cóccix, anterolateralmente pelos ra- mos


isquiopúbicos e pelas tuberosida- des
O períneo é uma região de formato isquiáticas, e posterolateralmente pelos
losangular que se localiza abaixo do ligamentos sacrotuberais. O li- mite
assoalho pélvico, entre as faces profundo do períneo é a superfí- cie
inter- nas das coxas e anterior ao inferior do diafragma pélvico e seu limite
sacro e ao cóccix. Ele é usualmente superficial é a pele, que é con- tínua
descrito a partir da posição de um com a que se encontra sobre a face
indivíduo em decúbito dorsal, com as medial das coxas e a parede ab- dominal
articulações coxofemorais em inferior. Uma linha arbitrária que une as
abdução e flexão parcial. A projeção tuberosidades isquiáticas (a linha
superficial do perí- neo e a forma da interisquiática) divide o perí- neo em um
pele que o cobre va- riam trígono urogenital anterior e um trígono
consideravelmente, dependen- do da anal posterior. O trígono urogenital
posição das coxas, enquanto os masculino contém o bulbo do pênis e
tecidos profundos em si ocupam suas inserções (Fig. 10), e o trígono
posições relativamente fixas. urogenital feminino contém o monte do
O períneo é delimitado anteriormen- púbis, os lábios maiores, os lábios
te pela sínfise púbica e seu ligamento menores, o clitóris e os orifí- cios
arqueado, posteriormente pelo osso vaginal e uretral (vulva) (Fig. 11).
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PELVE E PERÍNEO 21

Sínfise púbica

Trígono urogenital

Túber isquiático

Trígono anal

Ápice do cóccix

Figura 10. Períneo masculino: topografia de superfície. Fonte: NETTER, Frank H.

Monte do púbis

Prepúcio do clitóris

Glande do clitóris
Lábio maior

Óstio externo da uretra


Lábio menor
Óstio da vagina

Rafe do períneo (cobrindo o


corpo do períneo)

Ânus

Figura 11. Períneo e órgãos genitais femininos externos. Fonte: NETTER, Frank H.
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PELVE E PERÍNEO 22

10. TRÍGONO ANAL levantador do ânus. O limite externo da


fossa é formado anterolateralmen- te
A estrutura do trígono anal é similar pela fáscia profunda sobre o mús-
em homens e mulheres, com a prin- culo obturador interno profundamen-
cipal diferença refletida na dimensão te e pelo periósteo das tuberosidades
transversal mais larga em mulheres isquiáticas mais superficialmente.
como resultado do tamanho maior da Posterolateralmente, o limite externo é
abertura inferior da pelve. Contém o formado pela borda inferior do mús-
canal anal e seus esfíncteres, e a fos- culo glúteo máximo e pelo ligamento
sa isquioanal com seus nervos e va- sacrotuberal. Anteriormente, o limite
sos contidos, e é revestido pelas fás- superficial da fossa é formado pela
cias superficial e profunda. face posterior dos músculos perineais
transversos e pela loja perineal pro-
funda. Os vasos pudendos internos e
Fossa Isquioanal
os nervos acompanhantes se locali-
A fossa isquioanal é uma região de zam na parede lateral da fossa isquio-
formato aproximadamente de ferra- anal, envolvidos na fáscia que forma o
dura que preenche a maior parte do canal pudendo. Os vasos e nervos re-
trígono anal: embora frequentemente tais inferiores cruzam a fossa a partir
referida como um espaço, ela é pre- do canal pudendo e frequentemente se
enchida com tecido adiposo frouxo ramificam em seu interior.
permeado por nervos e vasos san-
guíneos (Fig. 12).
Os “braços” da ferradura são trian-
gulares em corte transversal porque SE LIGA! A fossa isquioanal é um im-
o músculo levantador do ânus se in- portante plano cirúrgico durante ressec-
clina para baixo, em direção à junção ções do canal anal e da junção anorretal
por causa de tumores malignos. Ela for-
anorretal. O canal anal e seus esfínc- nece um plano de dissecção fácil e rela-
teres localizam-se no centro da fer- tivamente sem sangue que inclui todas as
radura (Fig. 12). Acima deles, o limite estruturas musculares do canal anal e
leva à superfície inferior do músculo
medial profundo da fossa é formado
levantador do ânus, através do qual a
pela fáscia profunda sobre o músculo dissecção é realizada.
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PELVE E PERÍNEO 23

Músculo obturador interno e


fáscia obturatória

Canal do pudendo

Túber isquiático

Parte superficial (perianal) do Músculo esfíncter Músculo levantador do ânus e fáscias


corpo adiposo da fossa isquioanal externo do ânus superior e inferior do diafragma da pelve

Figura 12. Fossa isquioanal. Fonte: NETTER, Frank H.

Esfíncter Anal Externo perineal e posteriormente ao cóccix


através do ligamento anococcígeo.
O esfíncter anal externo é um tubo
oval de músculo estriado que circunda
a parte inferior do canal anal (Fig. 12). 11. TRÍGONO UROGENITAL
As fibras mais superiores (mais pro-
fundas) se fundem com as fibras mais O trígono urogenital está dividido em
inferiores do músculo puborretal. An- duas partes por uma forte membrana
teriormente, algumas dessas fibras perineal: o espaço perineal profundo
superiores decussam para dentro dos localiza-se acima da membrana, e o
espaço perineal superficial localiza- -se
músculos transversos superficiais do
abaixo desta (Fig. 13). O trígono
períneo. Posteriormente, algumas fi-
urogenital feminino inclui músculos,
bras estão inseridas na rafe anococ-
fáscias e espaços de modo similar
cígea. A maioria das fibras médias do
àqueles no homem. Existem algumas
esfíncter anal externo circunda a par-
diferenças no tamanho e na disposi-
te inferior do esfíncter interno e es-
ção, causadas pela presença da vagi- na
tão inseridas anteriormente ao corpo
e da genitália externa feminina.
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PELVE E PERÍNEO 24

Espaço Perineal Profundo mulheres superficialmente ao múscu- lo


compressor da uretra e ao esfíncter
É delimitado profundamente pela fás-
uretrovaginal (Fig. 13). Esses múscu- los
cia endopélvica do assoalho pélvico e
não formam uma verdadeira lâmi- na
superficialmente pela membrana do
diafragmática como tal, pois fibras de
períneo. Entre essas duas camadas
várias partes estendem-se através das
fasciais, localiza-se o músculo trans-
saídas viscerais no assoalho pél- vico
verso profundo do períneo superfi-
para dentro dos limites inferiores da
cialmente ao mecanismo do esfíncter cavidade pélvica.
uretral e ao músculo pubouretral, e em

Músculos esfíncter externo da


uretra e esfíncter uretrovaginal

Membrana do períneo

Músculo transverso profundo do períneo

Espaço superficial do períneo

Tela subcutânea do períneo Corpo perineal

Figura 13. Períneo feminino. Secção sagital. Fonte: NETTER, Frank H.


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PELVE E PERÍNEO 25

Músculos Transversos Profundos do Músculo Compressor da Uretra


Períneo
O músculo compressor da uretra exis-
Os músculos transversos profundos te em mulheres e se origina a par-
do períneo formam uma lâmina in- tir dos ramos isquiopúbicos de cada
completa de músculo através da loja lado por um pequeno tendão. As fi-
perineal profunda a partir das faces bras passam anteriormente para en-
mediais dos ramos isquiopúbicos contrar seus pares contralaterais em
(Fig. 14). Posteriormente, a lâmina uma faixa achatada que se localiza
encontra-se inserida ao corpo peri- anteriormente à uretra, abaixo do es-
neal, onde suas fibras decussam com fíncter da uretra (Fig. 14). Um número
aquelas do lado oposto. Anteriormen- variável de fibras da mesma origem
te, os músculos são deficientes e as se espalha medialmente para alcan-
estruturas viscerais passam através çar as paredes inferiores da vagina, e
da fáscia endopélvica e da membrana pode raramente alcançar mais poste-
perineal. Algumas fibras passam para riormente, até o corpo perineal.
a parte profunda do esfíncter anal
externo posteriormente e para o es-
fíncter da uretra anteriormente. Junta- Esfíncter Uretrovaginal
mente com os músculos transversos O esfíncter uretrovaginal existe nas
profundos do períneo, os músculos mulheres e se origina a partir do corpo
atuam para firmar o corpo perineal no perineal. As fibras seguem para a fren-
plano mediano e podem ajudar a sus- te a cada lado da vagina e da uretra,
tentar os canais viscerais que passam até encontrar seus pares contralate-
através deles. Eles são supridos pelos rais em uma faixa achatada, anterior-
ramos perineais dos vasos e nervos mente à uretra, e abaixo do músculo
pudendos. compressor da uretra (Fig. 14).
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PELVE E PERÍNEO 26

Uretra

Esfíncter externo da uretra


Ramo isquiopúbico

Músculo compressor da uretra

Esfíncter uretrovaginal

Vagina

Membrana do períneo
Músculo transverso profundo do períneo

Figura 14. Períneo feminino. Dissecação profunda. Fonte: NETTER, Frank H.

Espaço Perineal Superficial na linha mediana, na junção entre os tri-


ângulos anal e urogenital (Figs. 13 e 15).
O espaço perineal superficial localiza-
Ele está inserido a muitas estruturas nos
-se profundamente à membrana peri-
espaços urogenitais tanto profundos
neal e está limitada superficialmente
como superficiais. Posteriormente, ele
pela fáscia perineal profunda. Ela con-
se funde com fibras advindas da parte
tém os corpos cavernosos e o corpo
média do esfíncter anal externo e da
esponjoso do pênis, os músculos is-
co- bertura longitudinal conjunta.
quiocavernoso, bulboesponjoso e os Superior- mente, ele é contínuo com o
transversos superficiais do períneo, e septo re- toprostático ou retovaginal,
ramos dos vasos e nervos pudendos que incluem fibras do músculo
(Fig. 15). Na mulher, ela é atravessada levantador do ânus (puborretal ou
pela uretra e pela vagina, e contém o pubovaginal). Anterior- mente, ele recebe
clitóris. No homem, ela contém a uretra uma contribuição dos músculos
à medida que segue na raiz do pênis. transversos profundos do períneo, dos
transversos superficiais do períneo e do
bulboesponjoso.
Corpo Perineal
Em homens, é contínuo com a rafe
O corpo perineal é um agregado mal
peri-
de-
neal na pele do escroto. Em mulheres, o
finido de tecido fibromuscular localizado
corpo perineal localiza-se diretamente
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PELVE E PERÍNEO 27

posterior à comissura posterior dos lá- fibras intermediárias circunda o bul- bo


bios maiores – está também aderido a do pênis e o corpo esponjoso ad-
ela – e ao introito da vagina. jacente, e se insere em uma aponeu-
rose nas superfícies dorsais. As fibras
anteriores se espalham por sobre as
Músculos Transversos Superficiais do laterais dos corpos cavernosos e ter-
Períneo minam parcialmente neles, anterior-
Os músculos transversos superficiais mente ao músculo isquiocavernoso, e
do períneo são estreitas faixas de mús- parcialmente em uma expansão ten-
culo que seguem mais ou menos trans- dinosa que cobre os vasos dorsais do
pênis (Fig. 16). Na mulher, o músculo
versalmente através do espaço peri-
bulboesponjoso também se insere ao
neal superficial, anteriormente ao ânus
corpo perineal, mas o músculo a cada
(Fig. 15). Os músculos são ocasional-
lado está separado e cobre as partes
mente pequenos e raramente ausen-
superficiais dos bulbos do vestíbulo e
tes. A cada lado, os músculos estão
das glândulas vestibulares maiores (Fig.
inseridos às faces medial e anterior da
15). As fibras seguem anterior- mente a
tuberosidade isquiática. Medialmente,
cada lado da vagina para se inserir aos
as fibras seguem principalmente para
corpos cavernosos do clitó- ris, e
dentro do corpo perineal, embora al- algumas poucas fibras atraves- sam o
gumas possam também passar para o dorso do corpo do clitóris.
músculo bulboesponjoso ipsilateral ou
para o esfíncter anal externo.
Músculo Isquiocavernoso
Músculo Bulboesponjoso No homem, o músculo isquiocaverno-
O músculo bulboesponjoso difere en- so cobre cada ramo do pênis (Fig. 16).
tre os sexos. No homem, ele se loca- Ele se origina de fibras tendinosas e
liza na linha mediana, anteriormen- musculares à face medial da tuberosi-
te ao corpo perineal. Ele consiste em dade isquiática atrás e ao ramo do ís-
duas partes simétricas unidas por uma quio a ambos os lados do ramo. Essas
rafe fibrosa mediana. As fibras se in- fibras terminam em uma aponeurose
serem ao corpo perineal, no qual elas que está inserida aos lados e sob a su-
decussam, aos músculos transversos perfície do ramo do pênis. Na mulher,
superficiais do períneo e ao esfíncter o músculo isquiocavernoso está rela-
anal externo; elas divergem como os cionado aos pequenos ramos do cli-
lados de uma pena a partir da rafe me- tóris, e tem uma origem muito menor
diana. Uma camada delgada de fibras do ramo isquiopúbico (Fig. 15); apesar
posteriores se une à porção posterior disto, este é similar ao músculo corres-
da membrana perineal. A maioria das pondente no homem.
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PELVE E PERÍNEO 28

Clitóris Músculo isquiocavernoso

Bulbo do vestíbulo

Músculo bulboesponjoso
Membrana do períneo

Músculo transverso
superficial do períneo

Membrana do períneo Corpo do períneo Glândula vestibular maior

Figura 15. Períneo feminino. Dissecação profunda. Fonte: NETTER, Frank H.

Tela subcutânea do períneo (removida


parcialmente para expor o espaço
superficial do períneo)

Músculo isquiocavernoso
Músculo bulboesponjoso cobrindo o ramo do pênis

Membrana do períneo Fáscia superficial do períneo cobrindo os


músculos do espaço superficial do períneo

Túber isquiático
Músculo transverso superficial do períneo

Figura 16. Períneo masculino. Dissecação profunda. Fonte: NETTER, Frank H.


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PELVE E PERÍNEO 29

MAPA MENTAL - PERÍNEO

Mm. Transversos
profundo do períneo

Espaço perineal profundo M. Compressor da uretra

Esfíncter uretrovaginal

Trígono urogenital Mm. Transversos


superficiais do períneo

M. bulboesponjoso
PERÍNEO Espaço perineal superficial

M. isquiocavernoso

Esfíncter anal externo

Trígono anal Corpo perineal

Fossa isquioanal

12. ARTÉRIAS DO inferior do púbis, e termina por trás do


PERÍNEO ligamento púbico inferior.
Artéria Pudenda Interna (no períneo) No homem, a artéria pudenda inter-
na distal à artéria perineal fornece
A artéria pudenda interna entra no um ramo para o bulbo do pênis an-
períneo ao redor da face posterior da tes que ele se divida nas artérias pro-
espinha isquiática e segue sobre a funda (cavernosa) e dorsal do pênis
parede lateral da fossa isquioanal no (Fig. 18). Devido à sua distribuição, a
canal pudendo (canal de Alcock) com artéria pudenda interna distal a seu
as veias pudendas internas e o ner- segmento perineal tem sido chama-
vo pudendo (Fig. 17). À medida que da de artéria do pênis. A artéria para
a artéria se aproxima da margem do o bulbo supre o corpo esponjoso e a
ramo do ísquio, ela prossegue acima artéria profunda para o pênis supre o
ou abaixo da membrana perineal, ao corpo cavernoso de cada lado. A ar-
longo da margem medial do ramo téria dorsal segue sobre a face dorsal
do pênis e fornece ramos circunflexos
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PELVE E PERÍNEO 30

para os corpos cavernosos e para o Artéria Perineal


corpo esponjoso que terminam em
A artéria perineal é um ramo da artéria
anastomoses no sulco coronal e su-
pudenda interna próximo à extremi-
prem a glande do pênis e sua pele so-
dade anterior do canal do pudendo e
brejacente. Na mulher, a artéria para o
segue através da membrana perineal
bulbo é distribuída para o tecido erétil
(Fig. 17). No homem, ela se aproxima
do bulbo do vestíbulo e para a vagina.
da bolsa escrotal no espaço perine-
A artéria profunda do clitóris é mui- to
al superficial, entre os músculos bul-
menor e supre os corpos caverno-
boesponjoso e isquiocavernoso (Fig.
sos do clitóris; a artéria dorsal supre a
glande e o prepúcio do clitóris. 18). Ela supre os músculos transver-
sos do períneo, o corpo perineal e a
inserção posterior do bulbo do pênis.
Artéria Retal Inferior As artérias escrotais posteriores são
usualmente ramos terminais da arté-
A artéria retal inferior (Fig. 17) se ori- ria perineal, mas também podem se
gina logo após a artéria pudenda in- originar a partir de seu ramo transver-
terna entrar no canal sobre a parede so. Elas estão distribuídas para a pele
lateral da fossa isquioanal e segue escrotal e para o músculo dartos no
anteromedialmente através do tecido homem, e suprem os músculos pe-
adiposo da fossa isquioanal até al- rineais. Na mulher, a artéria perineal
cançar a porção profunda do esfíncter segue um trajeto quase idêntico ao
anal externo. Ela frequentemente se da artéria no homem e origina ramos
ramifica antes de atingir o esfíncter. similares; as artérias escrotais poste-
riores são substituídas pelas artérias
labiais posteriores.

SE LIGA! Durante dissecções do canal


anal, particularmente durante excisões
perineais da região anorretal, os vasos
retais inferiores são encontrados na fos-
sa isquioanal e devem ser protegidos
antes da divisão, ou eles tendem a retrair
lateralmente para o canal, onde podem
causar um problemático sangramento.
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PELVE E PERÍNEO 31

Artéria dorsal do clitóris

Artéria profunda do clitóris

Artéria do bulbo do vestíbulo

Artéria pudenda interna

Artéria perineal Artéria pudenda interna no


canal do pudendo

Artéria retal inferior

Artéria perineal

Figura 17. Artérias do períneo feminino. Fonte: NETTER, Frank H.

Artéria profunda do pênis

Veia dorsal profunda do pênis

Artéria dorsal do pênis

Artéria pudenda interna

Artéria perineal (seccionada)

Vasos pudendos internos no


canal do pudendo

Figura 18. Artérias e veias do períneo masculino. Fonte: NETTER, Frank H.


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PELVE E PERÍNEO 32

MAPA MENTAL – ARTÉRIAS DO PERÍNEO

A. Dorsal do clitóris

Ramo para o
bulbo do vestíbulo

A. Profunda do clitóris
A. Pudenda interna
A. Dorsal do pênis
Ramo para o
bulbo do pênis

ARTÉRIAS DO A. Profunda do pênis


PERÍNEO
Aa. Escrotais
posteriores
A. Perineal
A. Retal inferior
Aa. labiais posteriores

13. VEIAS DO PERÍNEO interna. As tributárias perineais re-


Veias Pudendas Internas cebem veias do bulbo do pênis e do
escroto (em homens) ou do clitóris e
As veias pudendas internas são veias dos grandes lábios (nas mulheres), e as
acompanhantes da artéria pudenda veias retais inferiores se unem em
interna (Fig. 18) e se unem como um direção à extremidade posterior do
vaso único que termina na veia ilíaca canal do pudendo.
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PELVE E PERÍNEO 33

MAPA MENTAL – VEIAS DO PERÍNEO

VEIAS DA
PERÍNEO

Veias do Veias retais Veias dos


Veias do escroto Veias do clitóris
bulbo do pênis inferiores grandes lábios

Veias pudendas
internas

Veias Ilíacas
Internas

14. DRENAGEM LINFÁTICA DO derivados da pele perineal para os


PERÍNEO linfonodos inguinais superficiais, e daí
para os linfonodos inguinais profun-
Os vasos linfáticos derivados da pele dos. A glande, os corpos cavernosos e
do pênis e da bolsa escrotal (no ho- o corpo esponjoso do pênis ou do
mem) ou da pele do clitóris e dos clitóris têm sua linfa drenada direta-
grandes lábios (na mulher) drenam mente para os linfonodos inguinais
juntamente com vasos linfáticos profundos (Fig.19).
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PELVE E PERÍNEO 34

Linfonodos inguinais superficiais


Linfonodos inguinais profundos

Figura 19. Vasos linfáticos e linfonodos do períneo feminino. Fonte: NETTER, Frank H.
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PELVE E PERÍNEO 35

MAPA MENTAL – DRENAGEM LINFÁTICA DO PERÍNEO

Drenagem
Linfática do
Períneo

Vasos linfáticos da pele Vasos linfáticos Vasos linfáticos do


do pênis e do escroto da pele perineal clitóris e dos grandes lábios

Linfonodos inguinais
superficiais

Linfonodos inguinais
profundos

Vasos linfáticos glande,


dos corpos cavernosos e
do corpo esponjoso do
pênis ou do clitóris

15. INERVAÇÃO DO aos nervos dorsais do pênis ou do


PERÍNEO clitóris.
Nervo Pudendo
O nervo pudendo (Fig. 20) dá origem
aos nervos retal inferior e perineal e

SAIBA MAIS!
O nervo pudendo ocupa uma posição constante sobre a espinha isquiática e é facilmente encon-
trado. Ele pode ser “bloqueado” por infiltração com um anestésico local aplicado através de uma
agulha passada pela parede lateral da vagina de modo a entorpecer as peles perineal e anal.
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PELVE E PERÍNEO 36

Nervo Retal Inferior fornecem fibras sensoriais para a pele


da parte inferior da vulva.
O nervo retal inferior segue através
da parede medial do canal do puden- Os ramos musculares se originam di-
do com os vasos retais inferiores (Fig. retamente a partir do nervo pudendo
20). Ele atravessa a fossa isquioa- para suprir os músculos transversos
nal para suprir o esfíncter externo do superficiais do períneo, bulboespon-
ânus, o revestimento da parte inferior joso, isquiocavernoso, transversais
do canal anal e a pele imediatamente profundos do períneo, esfíncter da
em torno do ânus. uretra, e as partes anteriores do es-
fíncter externo do ânus e do músculo
levantador do ânus. Em homens, um
Nervo Perineal nervo para o bulbo da uretra sai do
O nervo perineal é o ramo terminal nervo para o músculo bulboesponjo-
maior e inferior do nervo pudendo no so, perfura este músculo para suprir
canal pudendo (Fig. 20). Ele segue o corpo esponjoso do pênis e termina
para a frente abaixo da artéria puden- na mucosa uretral.
da interna e acompanha a artéria peri-
neal, dividindo-se em ramos escrotais
Nervo Dorsal do Pênis ou do Clitóris
ou labiais posteriores e musculares.
Os nervos escrotais ou labiais poste- O nervo dorsal do pênis (Fig. 20) ou do
riores são usualmente duplos e apre- clitóris segue anteriormente acima da
sentam ramos mediais e laterais que artéria pudenda interna ao longo do
seguem por sobre a membrana peri- ramo isquiopúbico abaixo da mem-
neal e passam para adiante na par- brana perineal. Ele supre o corpo ca-
te lateral do triângulo urogenital com vernoso e acompanha a artéria dorsal
os ramos escrotal ou labial da artéria do pênis ou do clitóris entre as cama-
perineal. Eles suprem a pele da bol- das do ligamento suspensor. Em ho-
sa escrotal ou dos lábios maiores, so- mens, o nervo dorsal do pênis segue
brepondo-se à distribuição do ramo sobre o dorso do pênis para terminar
perineal dos nervos cutâneo femoral na glande. Em mulheres, o nervo dor-
posterior e retal inferior. Em mulheres, sal do clitóris é muito pequeno.
os ramos labiais posteriores também
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PELVE E PERÍNEO 37

Nervo dorsal do pênis


Nervo escrotais posteriores

Nervo dorsal do pênis

Nervo perineal

Nervo perineal superficial

Nervo perineal profundo

Nervo pudendo

Nervos retais inferiores

MAPA MENTAL – INERVAÇÃO DO PERÍNEO

INERVAÇÃO DO
PERÍNEO

Nervo Pudendo

Nervo dorsal do
Nervo retal inferior Nervo perineal
pênis ou do clitóris

Ramos escrotais ou
Ramos musculares
labiais posteriores
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PELVE E PERÍNEO 39

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
Moore, Keith L. et al. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Koogan,
2014.
Susan Standring et al. Gray’s, anatomia. 40 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

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