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TÉCNICAS PARA TRATAMENTO POSTURAL

1
 Sumário
 Sumário.............................................................................................. 2

 NOSSA HISTÓRIA............................................................................. 3

o INTRODUÇÃO................................................................................ 4
o TÉCNICAS PARA TRATAMENTO POSTURAL ............................. 6
o AVALIAÇÃO CERVICAL............................................................... 11
o AVALIAÇÃO TORÁCICA .............................................................. 12
o AVALIAÇÃO LOMBAR ................................................................. 13
o CUIDADOS NA HORA DE AVALIAR O PACIENTE ..................... 15
o TERAPIA MANUAL NA CERVICAL .............................................. 16
o TERAPIA MANUAL NA TORÁCICA ............................................. 20
o CORREÇÃO DA POSTURA: AVALIAÇÃO E TRATAMENTO NO
PILATES 22
o PILATES NA ALTERAÇÃO E CORREÇÃO DA POSTURA ......... 24
o MÉTODOS DE AVALIAÇÃO POSTURAL .................................... 26
o CONCLUSÃO ............................................................................... 47
o REFERÊNCIAS ............................................................................ 48

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 NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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o INTRODUÇÃO

Joseph pilates e Mary Bowen não tinham medo do movimento,


muito pelo contrário, os relatos dizem que Joseph Pilates era adepto da seguinte
linha, segundo a própria Mary Bowen, que fez mais de 6 anos de aulas
particulares com ele e Clara, ele dizia:

“Deixe a pessoa se mover sem parar, de tanto repetir a mesma


sequência e os mesmos movimentos, o corpo vai entender e vai começar a se
encontrar no espaço, porque se ele não fizer isso, ele não vai avançar na
progressão” ou seja, repetição, repetição, e treino, muito treino.

Não é o ombro elevado que vai ser a causa de uma lesão durante
uma sequência de braço sentada no Reformer, mas é a falta de ritmo escápulo
umeral, consequente de uma escapula que acostumou a ficar na posição
deprimida. Isso sim que vai me gerar uma boa lesão, se não gerar diretamente
no ombro, vai no mínimo repercutir negativamente para minha região cervical ou
torácica.

Acredito que devemos guiar o movimento, se o ombro elevar um


pouco, que seja, se essa elevação de ombro me permitir um maior alcance do
braço ou mesmo uma maior mobilidade da torácica, que seja bem vinda a tal
elevação do ombro, tudo sempre na medida certa, é claro.

Precisamos entender a importância do movimento. Acredito que o


movimento é vida, e o movimento cura, já dizia novamente, nosso amado Joseph
Pilates.

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1.1- METODOLOGIA

Para a construção deste material, foi utilizada a metodologia utilizada de


pesquisa bibliográfica, com o intuito de proporcionar um levantamento de maior
conteúdo teórico a respeito dos assuntos abordados.

Através de pesquisa bibliográfica em diversas fontes, o estudo se


desenvolve com base na opinião de diversos autores, concluindo que a formação
e a motivação são energias que conduzem a atividade humana para o alcance
dos objetivos de excelência na prestação de serviços públicos e podem também
se converter nos principais objetivos da gestão de pessoas no setor público e no
fundamento de sua existência.

Segundo Gil, a pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de


informações e conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais
bibliográficos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e dados.

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o TÉCNICAS PARA TRATAMENTO POSTURAL

A avaliação sistematizada (minuciosa) é uma premissa para o sucesso de


seu tratamento, é através dela que o terapeuta poderá adotar condutas mais
assertivas ao seu paciente/aluno, elencando objetivos e condutas adequadas à
necessidade individual de cada caso. A sociedade atual vem cada vez mais
sendo acometido por desequilíbrios e desalinhamentos posturais, resultado da
nova configuração social atrelada a rotinas corriqueiras, estresse, vícios
tecnológicos, sedentarismo. Entre outros fatores que comprometem à qualidade
de vida do indivíduo.

Postura é o termo designado à disposição dos segmentos corporais em


um determinado momento, dotado de efeitos fisiológicos e biomecânicos em um
determinado espaço.

A postura reflete as vivências e experimentações do indivíduo, sendo


assim, projeta a sua interação com os aspectos físicos, sociais, ambientais e
emocionais. Entender todos esses aspectos e suas projeções compõe a
avaliação postural.

O paciente/aluno deve ser analisado como um todo, em sua globalidade


e, de forma sistematizada, para que o terapeuta possa detectar as causas
daquelas disfunções e entendendo também todas as compensações geradas
por ela.

Portanto, a avaliação postural verifica possíveis desalinhamentos e


causas de disfunções inerentes aquele corpo. Ressaltando que o corpo é um
sistema e que desalinhamentos em segmentos acarretarão em compensações
em todo o corpo.

A avaliação postural pode ser classificada em estática e dinâmica, na


avaliação estática o avaliador analisa pontos anatômicos específicos em todos
os planos de movimento (frontal/anterior e posterior; sagital/perfil;
transverso/rotações), tensões musculares, desvios posturais e realiza testes
especiais.

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Na avaliação dinâmica o avaliador irá focar na analise dos padrões de
movimento. Vale ressaltar que uma avaliação criteriosa deverá conter a
avaliação estática e dinâmica e que a avaliação deve ser processual.

A coluna vertebral é composta por 33 vértebras, sendo as vértebras


móveis composta por sete vértebras cervicais, doze torácicas e cinco lombares,
as vértebras imóveis são compostas por cinco vértebras cocígeas e cinco
vértebras sacrais. Possui função de sustentação, flexibilidade e proteção da
medula espinhal.

É dividida em quatro curvaturas que te dão força e equilíbrio, são duas


curvaturas em convexidade cervical e a lombar formando as lordoses e as
curvaturas cifótica da torácica e da sacrococcígea.

A região que finaliza uma curvatura e inicia a outra geralmente é a mais


móvel e mais susceptível a lesão. As vértebras são a unidade funcional da
coluna, possuem segmento móvel e um disco entre duas vértebras adjacentes.

A porção posterior do segmento é composta pelo forame, processos


transversos e espinhosos, arcos neurais e ligamentos. A porção anterior do
segmento móvel é formada pelo corpo vertebral, disco intervertebral e
ligamentos longitudinais anteriores e posteriores. Cada corpo vertebral tem
forma cilíndrica e é mais espesso na frente onde recebe grandes forças
compressivas.

Figura 1:

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As vértebras C1 (atlas) e C2 (axis) possuem formatos específicos; o atlas
forma a articulação atlanto- -occipital e possui o corpo em forma de anel - com
presença de tubérculos anteriores-posteriores e faces articulares lisas na parte
inferior e acidentadas na porção superior, onde acontece a junção com os
côndilos occipitais.

A C2 possui uma saliência denominada dente que se articula com o atlas


formando a articulação atlanto-axial. Possui processo espinhoso ascendente e
permite as rotações da cabeça. Os discos intervertebrais são compostos por
80% de água e 20% de colágeno, nele encontra-se o núcleo pulposo que é
envolto pelo anel fibroso, as cargas são absorvidos por essa estrutura e
distribuída uniformemente.

O disco é resistente às forças compressivas, contudo em casos de


desidratação que gerem a ruptura do anel ou em processo de desgaste
excessivo pode gerar uma hérnia discal.

Figura 2:

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Na porção anterior do segmento vertebral passam os ligamentos
longitudinais, que passam por toda extensão da coluna do occipital ao sacro. O
ligamento longitudinal anterior é um ligamento bastante denso e potente, esse
ligamento restringe a hiperextensão da coluna e limita o movimento para frente
de uma vértebra sobre a outra.

O ligamento longitudinal posterior desce pela superfície posterior dos


corpos vertebrais, dentro do canal espinhal. A face póstero lateral do segmento
vertebral não é coberta pelo ligamento o que fica susceptível a protusão discal.
Ele é mais largo na região cervical e mais estreito na lombar. O ligamento
longitudinal posterior exerce limitação de movimento posterior.

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Figura 3:

Na projeção lateral da união das lâminas, tem-se os processos


transversos e espinhosos nos quais ocorrem a inserção dos músculos espinhais
que correm na coluna. Existem duas articulações sinoviais, denominadas de
articulações apofisárias, formadas pelas facetas articulares localizadas na borda
superior e inferior de cada vértebra.

As facetas articulares possuem um lado côncavo e convexo às vértebras


adjacentes e, organizadas em ângulos diferentes nas regiões cervical, torácica
e lombar – as quais são responsáveis pelas diferenças funcionais entre as
regiões. As articulações apofisárias possuem as características de uma
articulação sinovial comum e impedem que uma vértebra deslize sobre a outra
e participam da sustentação do peso. Os músculos dorsais mais profundos são
os eretores da coluna (espinhais, iliocostal e longíssimo) e os transversos
espinhais (multifidos, rotadores e semiespinhais).

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Esses músculos quando ativados bilateralmente realizam a extensão da
coluna e unilateralmente ativam a rotação e flexão lateral. Os abdominais
realizam a flexão de tronco com a participação do iliopsoas e quadrado lombar,
que tracionam e estabilizam a pelve respectivamente durante o movimento de
flexão do tronco.

Durante a flexão de tronco, à medida em que as vértebras lombares vão


encerrando sua contribuição, o movimento continua pela contribuição da pelve
na inclinação pélvica anterior. Os isquiotibiais e o glúteo Máximo atuam
excentricamente no controle da inclinação pélvica para frente.

o AVALIAÇÃO CERVICAL
No plano frontal vista anterior, o terapeuta deverá observar o alinhamento
cervical, traçando uma linha imaginária da testa até o manúbrio. Se o
paciente/aluno mantém a cervical alinhada ou realiza a lateralização de cervical,
e para que lado ocorre essa lateralização. Na vista posterior, deve-se comparar
com os achados na vista anterior e na ocorrência da lateralização - se nesta vista
mantém- se para o mesmo lado.

Na vista em perfil, no plano sagital o avaliador irá verificar se há presença


de anteriorização de cervical ou retificação da mesma. Havendo anteriorização
de cervical, é muito comum estar associado à hiperlordose cervical ou aumento
da curvatura cervical.

O que pode gerar desgaste progressivo no disco intervertebral com


aumento da força compressiva posterior e tensiva anteriormente, podendo levar
a ruptura do anel fibroso, compressão de raízes nervosas e extravasamento do
núcleo.

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Figura 4:

o AVALIAÇÃO TORÁCICA
A palpação das vértebras de toda a coluna é fundamental, no processo
de avaliação devemos palpar vértebra por vértebra e observar os pontos
específicos de cada região, sempre atentos ao alinhamento vertebral. Na região
torácica, deve-se no plano frontal na vista posterior está atento a presença de
hipercifose, aumento da curvatura torácica, na existência destes desvios
posturais é necessário estar atento as compensações geradas pelo mesmo, se
esta hipercifose é secundária, ou seja, gerada por uma compensação de desvio
postural primário.

O teste de Adam é um excelente recurso para se avaliar a simetria de


tronco e desequilíbrios na região torácica. Teste realizado com o paciente em
ortostase, terapeuta atrás do paciente solicita que lentamente realize uma flexão
de tronco, iniciando o movimento com a flexão cervical deixando os braços
caírem em direção ao solo.

O terapeuta deve acompanhar cada movimento do segmento vertebral,


se houver assimetria, assim que se constatar uma assimetria dos paravertebrais
traça-se uma linha imaginária sobre o segmento, dessa forma pode se
determinar quais vértebras compõe o desalinhamento.

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A presença de gibosidade e lateralização dos processos espinhosos é um
indicativo de escoliose e teste positivo, a presença de hipercifose também pode
ser observada ao teste e acarretará em teste positivo.

o AVALIAÇÃO LOMBAR
Nessa região o terapeuta deve estar atento a presença do aumento da
curvatura lordótica (hiperlordose) ou presença de retificação nessa região. Os
desvios posturais na região lombar estão ligados a movimentação da pelve, em
uma hiperlordose lombar encontrará uma pelve em anteversão e ao contrário em
uma retificação lombar a pelve estará em retroversão. Cerca de 90% da
população sofre com dores lombares, é importante o terapeuta investigar a
causa dessa dor e suas possíveis compensações.

O teste da perna estendida ou SLR, é um excelente instrumento de


avaliação para lombalgias e/ou hérnias discais, consiste em posicionar o
paciente em decúbito dorsal e pedir para que ele realize uma flexão de quadril
com a perna estendida e dorsoflexão em pé até o seu limite.

A técnica consiste em mobilizar a raiz nervosa com suspeita de ser a fonte


de dor. Em presença de dor e restrição de movimento o teste é positivo. Vale
ressaltar que devemos avaliar não apenas limitação de ADM, déficit de força,
presença de dor, mas também a trajetória do movimento.

O iliopsoas potente flexor de quadril tem grande influência na região


lombar e no mecanismo da hiperlordose, já que ele se insere nas vértebras
lombares e a tensão do mesmo, traciona as vértebras lombares e gera
mecanismos de desequilíbrios posturais e dor.

Portanto, outro teste importante a se realizar é o teste de Thomas que


avalia o encurtamento no iliopsoas. O teste deve ser executa com o
paciente/aluno em decúbito dorsal, solicitamos ao mesmo para abraçar sua
perna e observamos o membro contralateral se houver uma semiflexão de joelho
afastando o membro do contato com o solo teremos teste positivo.

A ação do quadrado lombar possui grande influência nessa região


também. Ele atua na flexão de tronco e na estabilização da pelve durante a
caminhada. Retrações nessa musculatura geram desequilíbrio lombar e podem

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gerar dor. O glúteo máximo e médio -potentes estabilizadores pélvicos -, quando
em desequilíbrios ocasionam antiversão, que irá tracionar a lombar e poderá
gerar a hiperlordose lombar.

Ressaltamos que devemos estar atentos às cadeias musculares e a ação


delas no movimento. Grupos musculares compõem cadeias e o movimento
ocorre pela ação da cadeia - que pode ser reta ou cruzada. Portanto,
desequilíbrios em determinado grupo está gerando desequilíbrio na cadeia
muscular que consequentemente gera disfunções.

A avaliação identifica as causas e compensações geradas pela disfunção,


entende o paciente/aluno em seu contexto biopsicossocial e norteia o caminho
a ser percorrido pelo terapeuta.

À medida em que o terapeuta detecta o foco e suas repercurssões em


todo o corpo, seu tratamento se torna mais assertivo. O sucesso de seu
tratamento torna-se mais evidente. Não é possível elencar exercícios, métodos,
técnicas de tratamento sem conhecer o indivíduo minuciosamente, dos
pequenos desequilíbrios às repercurssões globais no movimento e
consequentemente em suas habilidades funcionais e atividades de vida diária.

Faz-se necessário compreender também a visão unilateral do indivíduo


atualmente, pelo padrão social desenvolvido. As pessoas passam a maior parte
do tempo em seus trabalhos sentados ou em rotinas estressantes, vivenciando
tecnologia (seja no computador ou no celular), adotando uma postura de retração
da cadeia muscular com padrão flexor de tronco na maioria das vezes.

Essa postura gera um desequilíbrio de grupos musculares que acarretará


em dores (principalmente nas costas), formigamentos, cefaleias. Essas
sintomatologias são decorrentes de tensões musculares e disfunções
ocasionadas pelas mesmas.

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Figura 6:

o CUIDADOS NA HORA DE AVALIAR O PACIENTE


O terapeuta deverá estar atento a algumas situações no processo de
avaliação. Dentre elas: Informar sempre ao paciente/aluno quando irá tocá-lo,
aonde irá tocar e para que, com que finalidade. A postura profissional deve estar
clara e cabe ao terapeuta sempre informar ao cliente o objetivo de cada postura,
de cada movimento.

Outro ponto importante a ser salientado, é que devemos sempre


perguntar ao paciente/aluno como ele está se sentindo. As atividades
desenvolvidas pelo terapeuta devem ser registradas em prontuário, uma ficha de
avaliação registrando todos os pontos avaliados assim como todas as
intecorrências durante o processo de avaliação.

A avaliação deve ser individual e o profissional deve ter cuidado com os


aspectos motivacionais, desafiar o aluno/paciente e estimular ao processo de
conquistas. O não consegue, deve ser ressignificado e poderá ser uma possível
meta de tratamento.

É importante que o paciente/aluno esteja com roupa adequada para


avaliação. A presença de sintomas como febre, náuseas, vômitos, vertigens e
cefaleias intensas são limitantes ao processo de avaliação, portanto a avaliação

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não deve ser realizada na presença dos mesmos, pois irá comprometer os
resultados.

A anamnese deve conter perguntas específicas ligadas a aspectos sócio-


ambientais, familiar e voltadas ao histórico da disfunção, tais como: 1.
“Como iniciou o quadro doloroso?”;

2. “Há alguma postura que alivie ou aumente a dor?”;

3. Se não há dor “O que incomoda?”;

4. “Há histórico da disfunção na família?”;

5. “Faz uso de medicamentos, quais?”;

6. “Já fez alguma cirurgia, quais?”;

7. “Está realizando ou já realizou algum acompanhamento


fisioterapêutico?”;

8. “Realizou exames complementares? Quais?”.

De acordo com a queixa do paciente vamos coletando o máximo de


informações possíveis para compreender as possíveis causas e alterações
inerentes à disfunção.

A palpação correta nos pontos anatômicos e a comparação em ambos os


lados favorece a detectação de desequilíbrios. O terapeuta deverá montar o
diagnóstico cineticofuncional, a elaboração do mesmo irá nortear os caminhos
percorridos no tratamento, deixando mais claro as metas a curto, médio e longo
prazo.

O diagnóstico funcional pode ser um marco não apenas ao paciente, mas


também um ponto de referência ao terapeuta que na reavaliação irá utilizá-lo
como ponto de referência. E, caso as metas não sejam atingidas, poderá
identificar com mais facilidade o por que da não evolução e retraçar plano de
tratamento, caso seja necessário.

o TERAPIA MANUAL NA CERVICAL


Disfunções cervicais, como tensão muscular, podem tracionar e deslocar
vértebras ocasionando pinçamentos neurais. A hiperlordose cervical é outra

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alteração postural que pode ocasionar dores irradiadas, já que geram forças de
compresão e tensão que podem gerar um deslocamento do núcleo acarretando
assim em hérnias cervicais.

Cervicobraquialgias são comuns, gerando dores irradiadas por todo


percurso da raiz nervosa, dor difusa, com sensação de parestesias, sensação
de peso e cansaço oriundos da retração dos escalenos com compressão do
plexo braquial, já que o plexo braquial passa entre as fibras do escaleno médio
e anterior. A terapia Manual com técnicas de mobilização neural, pompage
cervical e liberação miofascial são de grande valia no tratamento dessas
disfunções.

Figura 7:

Figura 8:

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Na pompage é possível liberar o tecido conjuntivo com trações associadas
à respiração, promovendo o relaxamento muscular, melhora da circulação,
hidratação articular, alívio da dor. Durante a realização da pompage recrutamos
trapézio superior, esternocleidomastoideo e escalenos.

Figura 9:

Liberação Miofascial é técnica que atua na liberação manual da fascia,


tecido conjuntivo fibroso que envolve o músculo com intuito de aumentar a ADM
e sua qualidade. A liberação Miofascial aumenta a amplitude de movimento,
promove a extensibilidade muscular, alivia dores e restabelecem movimentos e
a qualidade dos mesmos. Na liberação miofascial de trapézio posicionamos o
paciente/aluno em decúbito dorsal, realizamos uma leve lateralização e rotação
cervical e com instrumento vamos deslizando pelas fibras musculares
tensionadas.

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Figura 10:

Figura 11:

A mobilização neural é um método de manipulação neural, que visa


restaurar o movimento e elasticidade, equilibrando não só a função neural mais
também o sistema musculoesquelético ao qual o nervo manipulado se insere.
Tem sido utilizada como avaliação e tratamento das disfunções do sistema
nervoso (SN).

Na mobilização de nervo mediano o paciente é posicionado em decúbito


dorsal, o examinador estabiliza ombro a ser testado e realiza uma abdução com

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rotação externa do membro com extensão de cotovelo. A abdução deve ser em
torno de 90° graus e, com o antebraço supinado, fazemos a extensão dos dedos
e punho.

Se o paciente sentir dor e essa dor, assim como os sintomas piorarem


após o paciente afastar a cabeça do lado a ser testado e amenizar quando ele
aproxima, o nervo mediano estará comprimido.

o TERAPIA MANUAL NA TORÁCICA


Na região torácica o aumento da curvatura convexa posterior denominada
cifose em ângulo maior que 40° graus de convexidade posterior, é classificada
como hipercifose. Esse desvio postural está relacionado a má postura e o
encurtamento de peitoral e fraqueza de paravertebrais é um mecanismo comum
na hipercifose torácica. Liberação miofascial dessa musculatura (peitoral) e
posturas de reeducação postural global diminui o mecanismo da hipercifose
torácica.

Figura 12:

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Figura 13:

Na postura o paciente deve manter o alinhamento e o terapeuta vai


corrigindo e alinhando o paciente, mantendo mecanismos de contração
excêntrica em tronco. . Terapia Manual na Lombar A dor lombar é uma condição
que pode atingir cerca de 80% das pessoas em algum momento da vida.
Sedentarismo, má postura, fatores genéticos e ambientais, são alguns dos
fatores predisponentes de dores lombares. Um desvio postural comum nessa
região é a hiperlordose lombar - aumento da curvatura lombar que acompanha
o movimento da pelve em antiversão. O mecanismo já citado de forças
compressivas e deslocamento do núcleo pulposo pode acarretar nas hérnias
lombares e gerar compressões neurais.

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Figura 14:

Mobiliza o nervo ciático em todo o seu trajeto. Com o paciente em decúbito


dorsal, terapeuta realiza flexão de quadril, mantendo a extensão de joelho.
Realiza passivamente a dorsoflexão mobilizando todo o trajeto do nervo ciático.

o CORREÇÃO DA POSTURA: AVALIAÇÃO E


TRATAMENTO NO PILATES
Figura 15:

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O Pilates é um método de atividade física que trabalha o corpo em
sua totalidade, através de exercícios de fortalecimento e mobilidade, podendo
auxiliar na correção da postura.

Antes de trabalharmos o aluno com o objetivo de melhorar sua


postura, deve-se realizar uma avaliação detalhada de sua postura e saber de
suas queixas.

O fisioterapeuta deve estar atento a postura do aluno, já que muitas


alterações e dores no corpo estão associadas com desequilíbrios da mesma. Em
relação à postura Kisnner e Colby (2010) conceituam que: “Postura é a posição
ou atitude do corpo, o arranjo relativo das partes do corpo para uma atividade
específica ou uma maneira característica de suportar o próprio corpo”.

A postura pode ser percebida como a posição mantida pelo corpo,


automática e espontaneamente em harmonia com a força gravitacional e
predisposto a passar do estado de repouso ao movimento. (Tribastone, 2001)

Considera-se postura ideal aquela que apresenta simultaneamente


três características: O gasto energético para mantê-la é mínimo, adequada e
eficiente para o propósito desejado, e apresenta-se livre de sintomatologia
dolorosa. (Deliberato, 2002)

9.1- Causas e Consequências relacionadas à Postura

O posicinamento inadequado ao sentar em frente ao computador,


tablet e smartphones, apoiando o sacro e não os ísquios no assento, a curto,
médio e longo prazo leva ao comprometimento da postura.

A altura da tela em relação ao olhar, muitas vezes é imprópria.


Esses fatores associados geram uma maior sobrecarga nas estruturas da coluna
e talvez sejam hoje os que mais geram disfunções, e por isso a importância da
correção postural.

Vale lembrar que existem vários tipos de alterações posturais e que


existem várias causas. Pode haver uma alteração congênita, estrutural,
compensatória, antálgica ou mesmo por hábitos incorretos.

Segundo Kisner e Kolby (2010), disfunções posturais podem causar:

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Dor – devido a sobrecargas em estruturas mais sensíveis e tensão
muscular

Diminuição da Amplitude de Movimento – por desequilíbrio de flexibili-


dade;

Fraqueza e ou Desequilíbrios Musculares – devido à má postu-


ra mantida por longo tempo, controle precário da mecânica da coluna vertebral
e estabilização inadequada do tronco, por desequilíbrios entre comprimento,
força e resistência da musculatura.

o PILATES NA ALTERAÇÃO E CORREÇÃO DA


POSTURA
Figura 16:

Através de recursos disponíveis no Pilates como os seus princípios,


podemos abordar diante das disfunções posturais corrigindo os tecidos moles do
corpo e prevenindo possíveis alterações.

Ao avaliar os alunos é preciso fazer a avalição estática e dinâmica, para


então traçar a correção da postura.

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A avaliação estática é feita com alguns recursos como a utilização de fio
de prumo ou fotogrametria onde serão analisadas as assimetrias de
determinadas regiões do corpo.

Já a avaliação dinâmica é feita através de análise e filmagem


de movimentos funcionais que são necessários no nosso dia a dia, como por
exemplo, agachar, andar, girar o tronco, entre outros.

A importância da avaliação dinâmica se dá pois estamos o tempo inteiro


em padrões errados de movimentos e isso pode gerar sobrecargas e
compensações em determinadas estruturas do corpo e gerar dores.
Nem todas as pessoas que têm importantes alterações posturais sentem
dores, portanto apenas a dor não pode ser parâmetro para trabalhar com os
alunos no Pilates. É preciso a avalição para perceber e corrigir desequilíbrios do
corpo que podem se agravar se não houver uma intervenção.
A avaliação dinâmica faz-se imprescindível para o trabalho com o aluno
no Pilates e ter recursos para corrigir possíveis alterações de padrões de
movimento.
O conhecimento das ações anatômicas de diferentes grupos musculares
permite uma base de trabalho para uma análise cinesiológica e para o domínio
das técnicas elementares de solicitação de um determinado músculo.
Segundo Pedro Pazarat Correia a biomecânica é uma área de estudo que
se ocupa das forças que atuam fora e dentro do sistema biológico e do efeito
que essas forças atuam no sistema.
Para análise do movimento a biomecânica desempenha um papel
importante, porque a partir da aplicação dos seus conhecimentos e instrumentos
de análise, permite detectar erros e fazer alterações á forma como se realiza o
movimento, melhorando a execução.
É preciso que o profissional de Pilates tenha um bom conhecimento da
biomecânica do corpo humano para interpretar os movimentos durante as aulas,
e posteriormente fazer a correção da postura do aluno.

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Figura 17:

Os exercícios que se utiliza no Pilates para melhorar a postura dos alunos


serão inúmeros, desde que traçamos o objetivo.
Em uma aula de Pilates é sempre bom priorizar exercícios que dentro da
limitação de cada aluno se consiga trabalhar a totalidade do corpo, trabalhando
com a mobilidade, flexibilidade e fortalecimento de regiões específicas do corpo.
Levando em consideração o conceito de postura ideal de Tribastone 2001,
os exercícios de Pilates então deverão proporcionar ao aluno um menor gasto
energético para manter sua postura, deixar o corpo eficiente para o propósito
desejado e sem dores, auxiliando assim para a correção da postura.

o MÉTODOS DE AVALIAÇÃO POSTURAL


A fotogrametria é um instrumento de avaliação postural que fornece dados
quantitativos sobre a postura do indivíduo.
O uso da ferramenta segue um protocolo de utilização que prevê a organização
da sala, marcação de pontos anatômicos de referência, padronização do
posicionamento do voluntário a ser fotografado e padronização dos
equipamentos de captura e processamento das imagens.
A análise do plano sagital é convencionalmente realizada no perfil direito,
onde são fixados marcadores reflexivos em determinados pontos anatômicos.

A marcação dos referenciais anatômicos, assim como o conhecimento


prévio na palpação destes, é essencial para garantir qualidade na avaliação.

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Ainda no plano sagital, uma das principais avaliações estabelecidas na literatura
e comumente utilizada na prática clínica é a do teste do fio de prumo.

Figura 18:

Figura 19:

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Figura 20:

Figura 21:

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Figura 22:

Figura 23:

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Figura 24:

Figura 25:

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Figura 26:

Figura 27:

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Figura 28:

Figura 29:

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Figura 30:

Figura 31:

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Figura 32:

Figura 33:

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Figura 34:

Figura 35:

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Figura 36:

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Figura 38:

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Figura 41:

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Figura 51:

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Figura 52:

Figura 53:

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Figura 54:

Figura 55:

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Figura 56:

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o CONCLUSÃO

A avaliação minuciosa oferece ferramentas ao terapeuta para detectar as


causas das disfunções e elencar condutas assertivas que promovam a evolução
do paciente.

Ao tempo em que os objetivos ficam mais claros, a premissa ao sucesso


do tratamento é maior o que irá acarretar em atrativo a novos clientes.

Associar técnicas de terapia manual no processo de tratamento dos


pacientes/alunos potencializa os resultados, sendo bastante eficaz no
tratamento das disfunções musculoesqueléticas.

É importante utilizar as metodologias disponíveis tanto na avaliação


quanto na reavaliação dos pacientes, os registros técnicos são imprescíndiveis
para cientificar os resultados e a eficácia dos métodos utilizados.

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o REFERÊNCIAS

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