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FISIOTERAPIA NA FUNÇÃO LOCOMOTORA

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1) Sumário
FISIOTERAPIA NA FUNÇÃO LOCOMOTORA...............................0
1 Sumário.......................................................................................... 1

1. INTRODUÇÃO ........................................................................ 3
1.1- METODOLOGIA .................................................................. 4
2. SISTEMA ESQUELÉTICO ...................................................... 5
3. SISTEMA LOCOMOTOR ........................................................ 8
4. SISTEMA MUSCULAR.......................................................... 10
Músculos e Contração Muscular ................................................ 11

5. FUNÇÕES DO SISTEMA MUSCULAR ................................. 11


6. GRUPOS MUSCULARES ..................................................... 12
Tipos de Músculos ...................................................................... 13

7. A DIFERENÇA ENTRE O CONCEITO SOHIER E OS OUTROS


MÉTODOS UTILIZADOS.......................................................................... 13
Indicações Clínicas ........................................................................ 14
8. ANÁLISE DA FISIOTERAPIA ARTICULAR ANALÍTICA NO
QUADRO ÁLGICO E MOBILIDADE FUNCIONAL NA OSTEOARTROSE DE
QUADRIL. 15
9. PROTOCOLO DE INTERVENÇÃO ....................................... 16
10. O EFEITO DA ATIVIDADE FÍSICA NO APARELHO LOCO-MOTOR
DO IDOSO 19
11. EFEITOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO ............ 21
12. BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA A POPULAÇÃO IDOSA
22
13. PRESCRIÇÃO ....................................................................... 25
14. CONCLUSÃO ........................................................................ 29
15. REFERÊNCIAS ..................................................................... 30

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino,
de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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a) INTRODUÇÃO
.

No Brasil, a Fisioterapia teve início após a implantação da mesma como


solução dos altos índices de acidentes de trabalho que existiam. O profissional
precisava curar/reabilitar os pacientes desses acidentes para que os mesmos
pudessem retornar as suas atividades no sistema produtivo, ou pelo menos,
atenuar os sofrimentos ou até mesmo recuperá-lo e reabilitá-lo para suas condições
anteriores (REBELATTO; BOTOMÉ, 1999).

A palavra ortopedia surgiu do grego Orthos (correto) e Pedia (criança), com


significado etimológico de correção dos defeitos da criança. A história da ortopedia
é tão antiga quanto à história da medicina, mesmo não sendo chamados de
ortopedistas os antigos médicos que tratavam das afecções do aparelho locomotor.

A ortopedia que teve um enorme desenvolvimento nos últimos 20 anos; é


uma ampla especialidade clínica e cirúrgica dedicada à prevenção, diagnóstico e
tratamento de moléstias e lesões do sistema musculoesquelético. Seu campo de
ação não esta confinada aos ossos e articulações, inclui ainda os músculos,
tendões, ligamentos, bolsas, nervos e vasos sanguíneos, o sistema músculo
esquelético e tudo que o movimenta (MARGOTTI, 2003).

A fisioterapia Traumato-Ortopédica atua na investigação, prevenção e


tratamento das doenças dos ossos, músculos, articulações e ligamentos. Estando
inserida no processo de reabilitação de fraturas, entorses ligamentares,
amputações, lesões musculares, LER/DORT, distúrbios mecânicos da coluna
vertebral, pós-cirurgias, dentre outras, utilizando recursos, objetivando alívio de
quadro álgico, eliminação de processo inflamatório, melhora na circulação
sanguínea, fortalecimento muscular, recuperação de movimentos, equilíbrio,
propriocepção e reeducação postural.

Inclusive evitando que estas ocorram, ou que suas repercussões funcionais


sejam diminuídas, em muitos casos a atuação destes profissionais, também evita
a realização de um processo cirúrgico, trabalhando de forma preventiva.

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A fisioterapia em Reumatologia é responsável por prestar assistência nas
demandas funcionais do aparelho locomotor, desde a prevenção das deformidades
geradas, como também no tratamento das patologias já instaladas.

Além disso, evita a progressão dos sintomas, buscando uma melhor


qualidade de vida para paciente. Para isso, utiliza recursos com o objetivo de
minimizar o quadro álgico do paciente, processos inflamatórios e incapacidades.

1.1- METODOLOGIA
Para a construção deste material, foi utilizada a metodologia utilizada de
pesquisa bibliográfica, com o intuito de proporcionar um levantamento de maior
conteúdo teórico a respeito dos assuntos abordados.

Através de pesquisa bibliográfica em diversas fontes, o estudo se


desenvolve com base na opinião de diversos autores, concluindo que a formação
e a motivação são energias que conduzem a atividade humana para o alcance dos
objetivos de excelência na prestação de serviços públicos e podem também se
converter nos principais objetivos da gestão de pessoas no setor público e no
fundamento de sua existência.

A pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de informações e


conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais bibliográficos já
publicados, colocando em diálogo diferentes autores e dados.

Entende-se por pesquisa bibliográfica a revisão da literatura sobre as


principais teorias que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é o que
chamamos de levantamento bibliográfico ou revisão bibliográfica, a qual pode ser
realizada em livros, periódicos, artigo de jornais, sites da Internet entre outras
fontes.

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b) SISTEMA ESQUELÉTICO

1. O sistema esquelético apresenta como funções principais promover


a movimentação, produzir células sanguíneas, proteger órgãos e funcionar
como reserva de minerais.
Sabemos que a locomoção só é possível, graças a uma ação coordenada
de ossos, músculos e articulações. O sistema esquelético é essencial nesse
processo de movimentação e é formado por uma grande quantidade de ossos
perfeitamente interligados que recebe o nome de esqueleto. Além do esqueleto,
cartilagens, tendões e ligamentos fazem parte desse sistema.
O esqueleto, com seus 206 ossos, atua sustentando alguns tecidos,
protegendo órgãos, auxiliando no movimento, produzindo células do tecido
sanguíneo e armazenando minerais. Os ossos são formados por um tipo de tecido
conjuntivo denominado tecido ósseo, que se caracteriza por ter uma matriz
calcificada que confere rigidez. Esse tecido é formado por três tipos celulares: os
osteoblastos, osteoclastos e osteócitos.
Os osteoblastos estão relacionados principalmente com a produção da
matriz orgânica.
Os osteoclastos atuam promovendo a reabsorção do osso através da
liberação de enzimas.
Por fim, temos os osteócitos, que são células maduras que ajudam na
manutenção da matriz e na reabsorção óssea em resposta à estimulação do
hormônio da paratireoide.
Podemos classificar o tecido ósseo em dois tipos: compactos e esponjosos.
Os ossos compactos apresentam-se fortes e resistentes, com poucos poros.
Já os esponjosos apresentam diversos espaços.
Os ossos do esqueleto também podem ser classificados de acordo com sua
forma em: ossos longos, ossos curtos, ossos laminares, ossos irregulares e ossos
sesamoides.
Os ossos longos são aqueles que apresentam um comprimento maior que a
largura. São constituídos por uma haste (diáfise) formada por tecido ósseo
compacto e duas extremidades (epífises) formadas por um núcleo de osso

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esponjoso envolto por tecido ósseo compacto. Como exemplo de ossos longos,
podemos citar o úmero, o rádio e a fíbula.
Figura 1:

Os ossos curtos apresentam as mesmas medidas de comprimento, largura


e espessura. Como exemplo, podemos citar os ossos do carpo e do tarso.
Os ossos laminares são aqueles que possuem comprimento e largura
equivalente, porém maiores que a espessura. São ossos relativamente finos. São
exemplos desse tipo de ossos a costela, a escápula e o crânio.
Os ossos irregulares são aqueles que possuem formato “diferente”, não
podendo ser relacionados com nenhuma das formas geométricas. Os ossos das
vértebras e ossículos da orelha são exemplos desse tipo de osso.
Os ossos sesamoides são pequenos e arredondados e atuam ajudando na
função de alavanca dos músculos. Um exemplo é a patela, que é considerado o
maior osso sesamoide do corpo.

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Figura 2:

O esqueleto pode ser dividido em duas partes: o esqueleto axial e o


apendicular.
No esqueleto axial, temos o crânio, o osso hioide, as vértebras, costelas e
esterno.
Já o esqueleto apendicular é formado pelos membros superiores e
inferiores, incluindo-se a cintura escapular e a pélvica.
O local de encontro entre dois ossos é chamado de articulação. Existem
diferentes tipos de articulação, sendo que algumas permitem o movimento dos
ossos (móveis) e outras os mantêm fortemente unidos (fixas).
Em uma articulação móvel, os ligamentos são responsáveis por manter os
ossos no seu devido lugar, permitindo que eles resistam ao movimento. Esses
ligamentos são constituídos de tecido conjuntivo fibroso e ligam-se à outra camada
de tecido conjuntivo que reveste os ossos (periósteo).

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Figura 3:

c) SISTEMA LOCOMOTOR

O sistema locomotor é formado pela combinação de dois sistemas, que


atuam juntos para garantir uma grande quantidade de movimentos: o sistema
muscular e o sistema esquelético. Sem esses sistemas seria impossível nos
alimentar, ir para novos ambientes, reproduzir, entre diversas outras funções
importantes.

O sistema muscular é formado por músculos, estruturas compostas por


tecidos musculares. A principal característica desses tecidos é a capacidade de
contração, que pode ser voluntária ou involuntária dependendo do tipo em questão.

Existem três tipos de tecido muscular: o estriado esquelético, o estriado


cardíaco e o não estriado.

Apesar de existirem diferentes tipos de tecidos musculares, apenas um está


relacionado com a movimentação do corpo e nossa postura: o tecido muscular

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esquelético. Os músculos esqueléticos constituem praticamente 40% de todo o
peso do nosso corpo, sendo, portanto, a maior parte da musculatura do nosso
organismo. O tecido muscular esquelético permite que façamos movimentos
simples, como mover os olhos, e complexos, como os saltos graciosos, porém
difíceis, dos ginastas.

O tecido muscular esquelético está ligado aos ossos e só se contrai após


estímulosdesencadeados por terminações nervosas ligadas a cada fibra muscular.
A fibra muscular, também chamada de miócito, é a unidade fundamental do
músculo esquelético e é uma estrutura alongada formada por miofibrilas.

A contração muscular permite que os músculos tracionem os ossos ao qual


estão conectados, permitindo assim a movimentação. Essa relação entre os
músculos e os ossos podem ser comparados aos sistemas de alavancas e
geralmente ocorre em decorrência da contração de um músculo e o relaxamento
de outro (antagonismo muscular).

A eficiência de um músculo, assim como seu tamanho, está diretamente


relacionada com a realização de exercícios físicos. A falta completa de atividades
pode levar à atrofia de um músculo, sendo assim, quando uma pessoa fica por um
período longo de tempo em unidades de terapia intensiva faz-se necessária a
realização de fisioterapia.

O sistema esquelético é formado por um conjunto de ossos e estruturas


cartilaginosas que formam o chamado esqueleto. Além de atuar na locomoção, o
esqueleto ajuda na proteção do nossos órgãos internos, sustenta nossos músculos,
produz células sanguíneas e atua como reserva de cálcio.
Os ossos do esqueleto estão em íntimo contato com regiões chamadas
de articulações ósseas. Essas articulações podem ser móveis ou não. As móveis
permitem a movimentação de um osso em relação ao outro, diferentemente das
imóveis, que não permitem tais movimentos.
O esqueleto pode ser dividido em duas porções principais: o esqueleto axial e o
apendicular. O esqueleto axial é composto pelos ossos do crânio, caixa torácica e
coluna vertebral.

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Já o esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros
superiores e inferiores. Vale destacar que a atividade física não é importante
apenas para o sistema muscular, tendo efeito positivo também sobre os ossos.
Sabe-se que as atividades físicas aumentam a massa óssea, entretanto, o
mecanismo que explica esse resultado ainda não foi completamente explicado
Figura 4:

d) SISTEMA MUSCULAR

O sistema muscular é representado pelos músculos. O sistema muscular é


responsável pela estabilidade corporal, produção de movimentos, manutenção da
temperatura corporal e sustentação do corpo.

O sistema muscular é composto pelos diversos músculos do corpo humano.


Os músculos são tecidos, cujas células ou fibras musculares possuem a função de
permitir a contração e produção de movimentos.

As fibras musculares, por sua vez, são controladas pelo sistema nervoso,
que se encarregam de receber a informação e respondê-la realizando a ação
solicitada.

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Figura 5:

2. Músculos e Contração Muscular


Os músculos são constituídos por tecido muscular, cujas células possuem
capacidade de contração. Uma das principais propriedades dos músculos é a
capacidade de se contrair. É isso, que possibilita os movimentos.

A contração muscular pode ser do tipo isotônica ou isométrica. A isotônica


ocorre quando o músculo se encurta durante a contração. Se não ocorrer
encurtamento, a contração é isométrica.

e) FUNÇÕES DO SISTEMA MUSCULAR

O Sistema Muscular apresenta algumas funções que são fundamentais para o


corpo humano.

 Estabilidade corporal;
 Produção de movimentos;

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 Aquecimento do corpo (manutenção da temperatura corporal);
 Preenchimento do corpo (sustentação);
 Auxílio nos fluxos sanguíneos.

f) GRUPOS MUSCULARES

O corpo humano é formado por aproximadamente 600 músculos, que


trabalham em conjunto com ossos, articulações e tendões para permitir que
façamos diversos movimentos.
Eles são agrupados da seguinte forma: músculos da cabeça e do pescoço,
músculos do tórax e abdômen, músculos dos membros superiores e músculos dos
membros inferiores.

O grupo muscular da cabeça e do pescoço é composto por mais de 30


pequenos músculos que ajudam a exprimir os sentimentos, mover os maxilares ou
manter a cabeça erguida.
Veja no quadro abaixo como alguns dos principais músculos deste grupo
atuam:

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3. Tipos de Músculos
Os músculos podem ser de três tipos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso.
O músculo estriado esquelético constitui grande parte da massa muscular
do corpo humano.

As suas extremidades costumam ser afiadas e terminam em cordões


fibrosos de tecido conjuntivo denso modelado, os tendões. Esse músculo possui
contração voluntária e vigorosa.

O músculo estriado cardíaco, é o músculo do coração. Possui contração


involuntária e rítmica.

O músculo liso encontra-se nos órgãos viscerais, como estômago, intestino,


bexiga, útero, entre outros. Possui contração involuntária e lenta.

A DIFERENÇA ENTRE O CONCEITO SOHIER E OS


OUTROS MÉTODOS UTILIZADOS

A Fisioterapia Articular Analítica, fundamentada no Conceito Sohier, é um


método indicado para todas as afecções de origem patomecanogênica do aparelho
locomotor. Essa visão inovadora tenta restabelecer, para cada articulação, o ritmo
biomecânico fundamental, ou seja, a alternância dos apoios quem vai estimular a
reconstrução celular.
O movimento, mesmo reeducacional, não oferece a possibilidade de corrigir
uma lesão articular. Ao contrário, o movimento neste caso pode piorar a patologia.
Desta forma, a Fisioterapia Analítica é muito diferente dos outros métodos
amplamente utilizados e difundidos no Brasil que utilizam movimentos para estirar,
alongar e tonificar os músculos sem cuidar das articulações. Não confundir
manutenção e funcionamento.

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No Conceito Sohier, existe uma cronologia dentro do tratamento. A
articulação é tratada em primeiro lugar: voltar na normalização biomecânica da
interlinha articular para recuperar o equilíbrio trófico tissular e uma boa artrocepção.
Consequentemente, a contratura muscular vai desaparecer, permitindo
assim a reorganização das programações motoras automáticas, melhorando o
movimento.
Em um segundo momento, o músculo é tratado. Somente após tratar a
articulação, o fisioterapeuta deve ir na direção do movimento e tonificar os
músculos estabilizadores com o propósito de manter a correção articular, informa
Richard Biton, diretor do Instituto de Fisioterapia Analítica.
A conduta terapêutica ideal deve sempre começar pela normalização da
interlinha articular antes de se interessar pelos músculos e exercícios. Esta é a
cronologia correta.

Indicações Clínicas

É um método indicado para todas as afecções do aparelho locomotor de origem


patomecanogênica:

 Tratamento e prevenção das artroses;


 Disfunções articulares;
 Hérnias discais;
 Tendinites;
 Epicondilites;
 Periartrite do ombro;
 Entorses;
 Deformidades estruturais da coluna vertebral (escolioses, etc.);
 Cervicalgias;
 Dorsalgias e lombalgias;
 Cefaléias cervicogêncicas;
 Disfunções da atm;
 Túnel do carpo; entre outros

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ANÁLISE DA FISIOTERAPIA ARTICULAR ANALÍTICA NO
QUADRO ÁLGICO E MOBILIDADE FUNCIONAL NA
OSTEOARTROSE DE QUADRIL.

A osteoartrose (OA) é uma doença articular degenerativa, que


apresenta a dor crônica como principal sintoma, além de ser uma
consequência inevitável do envelhecimento. 31,32

A OA compromete diversos sistemas do organismo, sendo prevalente


o articular. Inclusive, estudo demonstrou que 85% dos casos apresentam
diagnóstico com OA de quadril. 33
A OMS estima que 25% dos indivíduos acometidos por OA sofrem de
dor e incapacidade, principalmente nas atividades como subir ou descer
escadas e permanecer em pé ou caminhar. 34
Logo, essa condição patológica torna-se o principal motivo para
indicação cirúrgica de substituição articular, o que resulta em investimentos
desnecessários e gastos exorbitantes para a saúde pública. 31,35
Visto o alto grau de comprometimento da população mundial
desencadeada pela a OA, torna-se importante compreender o mecanismo
fisiopatológico da mesma.
Este se dá por meio da desarmonia dos movimentos do quadril, em
virtude de uma incongruência nos extremos de sua amplitude. Isto é
resultado de uma biomecânica alterada, que pode gerar microtraumatismos,
sendo os locais mais afetados o labrum e região ântero- lateral da cartilagem
articular do acetábulo.
Assim, ao longo do tempo será gerado processos inflamatórios, em
virtude dessas forças lesivas de compressão e cisalhamento. 36,37 Além
dessas implicações, há influência genética, hormonal, metabólica, mecânica
e óssea, o que desencadeia processos metabólicos causados por distintos
mediadores inflamatórios na articulação. 32
Deste modo, a cartilagem é danificada promovendo diversos
desconfortos, sendo os mais frequentes a rigidez e a dor. 3,39 Deste modo,
todos os sistemas envolvidos no processo estarão comprometidos, como o
sistema muscular.

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O mecanismo fisiopatológico promoverá desequilíbrios musculares de
ordem mecânica, relacionado ao movimento e forças físicas, além de
respostas inflamatórias mediadas por condrócitos e sinoviócitos, visto que
estudo demonstra níveis séricos e sinoviais de citocinas inflamatórias
elevadas em pacientes com AO. 32
À medida que, as alterações geradas pela OA promovem o
deslocamento entre a cabeça do fêmur e o ligamento redondo, são gerados
movimentos do tipo expulsante, ocorrendo o aumento do espaço maior que
10 mm, e penetrante, ocorrendo a diminuição do espaço, promovendo
incapacidades atreladas as atividades de vida diárias (AVD’s). 40,41
Em virtude das debilidades sistêmicas promovidas pela OA, o tratamento
farmacológico torna-se refratário. Por este motivo, há necessidade de terapias
coadjuvantes com a finalidade de aumento da mobilidade funcional, força muscular,
resistência e equilíbrio. 42,46
Desta forma, métodos vêm sendo estudados com o intuito de melhorar a
aptidão global nesses indivíduos, como a Fisioterapia Articular Analítica (FAA) ou
Conceito Sohier, que baseia-se no método francês de terapia manual, com o
objetivo de rearmonização articular por meio da terapia manual (Fase I),
reeducação do movimento (Fase II), além de melhorar o condicionamento das
AVD`s (Fase III). 47

PROTOCOLO DE INTERVENÇÃO
Foram realizadas intervenções individuais, com periodicidade semanal de
uma a duas vezes (de acordo com a disponibilidade dos indivíduos) e duração de
30 minutos cada intervenção. Os atendimentos ocorreram entre os meses de
Agosto a Outubro de 2017, na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade do
Sul de Santa Catarina (UNISUL), Campus Pedra Branca, Palhoça/SC.
O protocolo de intervenção foi elaborado por meio do estudo de Gross e
colaboradores (2013b), o qual delineou as seguintes etapas:

(1) Avaliação específica do desalinhamento no eixo do membro inferior, verificando


a qualidade em termos de resistência ao movimento passivo, do fim do curso de
rotação interna;

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(2) Técnica preparatória de facilitação, através de uma tração caudal;
(3) Técnica de reorientação da cabeça femoral para parte posterior;
(4) Técnica de centralização de cabeça femoral em direção ao acetábulo;
(5) Técnica de reorientação anteversão da cabeça femoral (revestida dorsal); (6)
Técnica de centralização da cabeça femoral com extensão do quadril e em
afastamento da cabeça femoral em relação ao acetábulo.

Instrumentos de avaliação

Os instrumentos utilizados para coleta dos dados no pré, durante e pós-


intervenção, foram determinados para analisar o perfil da amostra, quadro álgico e
mobilidade funcional.
E as avaliações realizadas foram:
(1) Anamnese: contendo diagnóstico clínico, bem como os tratamentos já
realizados para a disfunção coxofemoral, exame radiográfico de ântero- posterior
para análise do ângulo de inclinação do colo femoral (entre colo do fêmur e eixo da
diáfise), sendo classificado como penetrante quando o ângulo se aproxima de 125º
e expulsante próximo de 135º 41;

(2) Escala Visual Analógica (EVA): escala unimedimensional para


acompanhamento da presença/ausência da dor no quadril, no pré e pós de cada
intervenção, onde permitiu classificar o quadro álgico de 0 a 10, sendo zero para
“Sem Dor” e 10 para “Máxima Dor”, em uma linha horizontal 48;

(3) Teste Timed Up and Go (TUG): avalia o tempo em que um indivíduo leva para
realizar um circuito, em que deve levantar-se de uma cadeira e deslocar-se por 3
metros, logo em seguida contorna um obstáculo a 180º e retorna a sentar-se
novamente. Além disso, foi realizado um teste variado do TUG denominado como
TUG Manual, em que o indivíduo realiza o TUG associado a uma dupla tarefa
motora (um copo de água na mão dominante) (FATORI, 2015);
(4) Teste de subir e descer escadas: foi realizado este teste com o intuito de avaliar
a mobilidade funcional comprometida pela disfunção no quadril. O teste consistiu
em subir e descer uma escadaria comum (13 degraus) com corrimão, na qual foi
contabilizado o tempo em segundos (s) ao retornar a posição inicial. 49
Neste estudo demonstrou-se os efeitos da FAA na dor e mobilidade funcional
em indivíduos com OA de quadril, trazendo uma diminuição significativa do quadro

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álgico e mobilidade no decorrer dos atendimentos. Ainda assim, foi observado
no estudo um perfil clínico de indivíduos com média de idade de 65 anos e do
gênero feminino. Estes dados corroboram, com estudo semelhante em doença
osteoarticular, onde o predominío eram de mulheres com idade superior a 65 anos.
32

Isto de nota, maior prevalência de patologias osteoarticulares em mulheres,


com a hipótese de que a etiologia ocorra em razão de alterações hormonais,
principalmente pela diminuição do hormônio estrógeno a partir do período pós-
menopausa. 32,50
Ainda assim, estudos salientaram a correlação do acometimento de doenças
osteoarticulares em diferentes regiões, sendo prevalentes o joelho e o quadril.
Inclusive, pesquisas demonstraram que essas articulações são mais acometidas
no corpo, em razão da maior sobrecarga.
Logo, isso estaria reduzindo os picos de massa muscular e favorecendo o
desenvolvimento da OA 51–54. Em virtude disso, as debilidades que a OA promove
resulta em limitação física, que na maioria das vezes é devido ao quadro álgico
associado.
Deste modo, os indivíduos com OA apresentam menos adesão a atividades
físicas, como foi demonstrado neste estudo. Então, estudo de Gay, 52 identificou
que o número de desistências de praticantes de exercício físico, em razão da
localização da OA ser predominante em membros inferiores, o que incapacitava o
praticante de executar os movimentos em função do quadro álgico instalado.
A dor é uma variável debilitante na OA de quadril, apresenta difícil
categorização e é altamente subjetiva. Por este motivo, escalas como a EVA
auxiliam no acompanhamento da intensidade da dor como foi observado neste
estudo, que houve uma redução significativa do quadro álgico no quadril, bem como
menor uso de medicamentos analgésicos após as intervenções com a FAA.
Isto demonstra, segundo estudo de Sohier 47,55 que terapias manuais como
a FAA promove o reequilíbrio biológico, resultando no alívio da dor por restaurar o
equilíbrio de forças de compressão e descompressão. Nisso, torna- se
importante compreender o mecanismo envolvido na redução da dor através de
mecanossensores, que vem sendo ilustrado no estudo de Anderson e
colaboradores 56, onde demonstraram a importante participação de receptores
como Piezo1 e Piezo2 no processo e modelagem da mecanossensibilidade.

18
Logo, o processamento da dor estaria sendo modulado por meio de
estímulos na pele como o toque suave 57 e/ou vibração, promovendo a liberação de
substâncias endógenas, para a redução da nocicepção.
Deste modo, entende-se que a dor é um sintoma limitante para o indivíduo
com OA de quadril, visto que desencadeia menor mobilidade funcional atrelada não
só ao quadro álgico, mas ao processo de envelhecimento.
Neste, já ocorre redução da força, bem como alterações em mecanismos
neuromusculares como a sarcopenia, o que altera a performance do indivíduo 58,

como foi observado no teste de mobilidade funcional TUG após as intervenções do


presente estudo.
Já com a execução da tarefa dupla, proposta pelo TUG Manual 59 obteve
melhora na mobilidade, levantando a hipótese de que a FAA poderia estar
auxiliando na melhora da mobilidade através do reequilíbrio dos sistemas
integrados.
Ainda assim, levanta-se a hipótese de que a atividade proposta de dupla
tarefa, corroborando com achados de Oliveira e colaboradores 60 estaria
relacionado ao foco na execução da atividade e que isto estaria modulando regiões
encefálicas responsáveis pela percepção dolorosa. Sugerindo assim, que o
indivíduo estaria menos responsivo ao estímulo nocivo e isso facilitaria a mobilidade
funcional da tarefa. Deste modo, é possível verificar que o quadro doloroso é um
parâmetro limitante na mobilidade funcional, além de demonstrar que a FAA é uma
abordagem terapêutica eficaz, mesmo com os fatores limitantes do estudo como o
tempo curto para a execução e a desistência de alguns participantes. Logo,
acredita-se no potencial terapêutico do FAA para tratamento de doenças
osteoarticulares.

O EFEITO DA ATIVIDADE FÍSICA NO APARELHO LOCO-MOTOR


DO IDOSO
Alterações fisiológicas que ocorrem no aparellho locomotor devido ao
envelhecimento como perda de massa muscular, perda do equilíbrio corporal,
diminuição da massa óssea e osteoartrose causam limitações às atividade da vida
diária do idoso, comprometendo sua qualidade de vida e o tornando mais frágil e
dependente.

19
Idosos que realizam atividade física periodicamente tem melhor
independência funcional e melhor qualidade de vida do que aquele sedentário.
Esse artigo aborda as principais alterações fisiológica do processo de
envelhecimento e realiza uma revisão da literatura atual sobre os efeitos que o
exercício físico causa no aparelho locomotor do idoso, especificando qual a melhor
forma de prescrever atividade física nessa faixa etária.
O processo de envelhecimento biológico determina alterações no aparelho
locomotor, que causam limitações às atividades da vida diária e, assim,
comprometem a qualidade de vida da pessoa que envelhece. A diminuição do nível
de atividade pode levar o idoso a um estado de fragilidade e de dependência.
Evidências atuais demonstram que a atividade física traz benefícios à saúde
do idoso, mantendo independência funcional.31 e melhorando sua qualidade de
vida. 32 Projeções populacionais 33 estimam que a população
idosa brasileira ampliará sua importância relativa de 5,4% em 2000 para 18,4% em
2050 e que a pirâmide etária evoluirá em processo de estreitamento de sua base,
caracterizando envelhecimento da população.
Dentre as queixas relacionadas com o sistema musculoesquelético, a
osteoartrose (OA) é a doença articular mais prevalente entre os indivíduos acima
dos 65 anos. 34
Aproximadamente metade das pessoas com mais de 65 anos apresenta OA;
sua prevalência aumenta para 85% nos com mais de 80 anos. 35,36 Estudos referem
que 27% da população entre 63 e 70 anos apresentam sinais radiológicos de OA
do joelho. 37 A OA é uma das principais causas de doença crônica e de
incapacidade na população idosa. 38
A perda da massa muscular é outro aspecto importante a ser abordado. A
perda da força e da potência musculares leva à diminuição na capacidade de
promover torque articular rápido e necessário às atividades que requerem força
moderada, como: elevar-se da cadeira, subir escadas e manter o equilíbrio ao evitar
obstáculos.
Isso, além de causar maior dependência do indivíduo, pode facilitar as
quedas. Aproximadamente 30% das pessoas com mais de 65 anos e metade das
com mais de 80 anos sofrem uma queda a cada ano. 39
A queda ou a lesão decorrente dela pode ter efeito devastador na
independência do indivíduo e em sua qualidade de vida.

20
Dentre as consequências das quedas podemos citar: lesões
musculoesqueléticas (sendo a mais grave a fratura do fêmur proximal), o posterior
medo de nova queda, a diminuição geral das atividades da vida diária, o
deterioramento funcional, o isolamento social, a diminuição da qualidade de vida, a
institucionalização e mesmo o óbito. 40,41
A queda associada à fragilidade óssea caracterizada pela
osteopenia/osteoporose pode aumentar a probabilidade de o idoso sofrer algum
tipo de fratura.
Apesar de a fratura do quadril ocorrer em somente 1% das quedas, ela é
responsável por grande parte da incapacidade, das mortes e dos custos médicos
relacionados aos tratamentos no idoso. 42
O objetivo deste artigo é explicar como a atividade física pode trazer
benefícios ao aparelho musculoesquelético dos idosos e expor quais são os
exercícios usualmente indicados para essa população, numa revisão da literatura
atual.

EFEITOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO


O processo de envelhecimento está associado à perda de massa muscular
(sarcopenia) e à correspondente redução da força muscular máxima. 43 A perda de
massa muscular inicia-se aos 30 anos, mas aumenta ao redor dos 50, ocorrendo
mesmo no indivíduo atleta. 44‑46
Ocorre um fenômeno no qual a proteína contrátil é substituída por lipídios
intra e extracelulares e por proteína estrutural. 47 Entre os 65 e 84 anos, a força
isométrica muscular diminui aproximadamente 1,5% por ano, enquanto a potência
muscular decresce 3,5% por ano. 48
A perda da potência muscular é maior que a da força devido à perda seletiva
das fibras tipo II (fibras de contração rápida). A diminuição da potência muscular
determina diminuição da velocidade de contração muscular e esta perda nos
músculos responsáveis pela manutenção da postura ortostática pode contribuir
para o aumento do número de quedas. 49
Neurologicamente, existe diminuição, eventualmente modulada por sinais
aferentes das articulações comprometidas (inibição artrogênica), do número e do
tamanho das unidades motoras e isso é também uma causa primária da perda da
força muscular. 50.

21
A perda da capacidade de reter água pelo organismo, devido ao
envelhecimento, associada à diminuição da capacidade para produzir
proteoglicanos, causa alterações degenerativas articulares, já que a cartilagem tem
menor capacidade de absorver o impacto.
Isso, associado à diminuição da estabilidade articular, da fraqueza muscular
crescente e do aumento de peso, fisiológico com a idade, é fator de piora das
alterações degenerativas. 51 A propriocepção também declina com a idade e alguns
estudos demonstram que essa perda também contribui para o desenvolvimento da
AO 52,53, porém, se questiona se a redução da propriocepção é causa ou
consequência da AO. 38
Ainda há alterações na resistência do sistema musculoesquelético
caracterizadas por modificações estruturais dos tendões, que se tornam mais
rígidos e, consequentemente, com maior possibilidade de sofrer microrrupturas ou
mesmo rupturas completas 54, e diminuição da massa óssea, causadas por
desproporção entre as atividades dos osteoclastos em relação aos osteoblastos,
havendo maior consumo e/ou menor produção óssea.
Na mulher, nos primeiros anos pós-menopausa, o desequilíbrio nessa
relação é mediado pela insuficiência de estrógeno. Mais tardiamente, à medida que
aumentam as necessidades de cálcio com a idade, às deficiências desse e de
vitamina D adquirem maior importância do ponto de vista etiológico. No homem, é
causado pela diminuição dos níveis de testosterona, que ocorre de forma mais lenta
e gradual.
Dependendo da quantidade da perda óssea, o idoso pode apresentar
osteoporose, que é uma doença caracterizada pela baixa massa óssea e
deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, levando a estado defragilidade
do osso e, consequentemente, a aumento do risco de ocorrência de fraturas. 55

BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA A POPULAÇÃO


IDOSA
Ao pesquisar a literatura sobre o impacto da atividade física regular no
aparelho locomotor da população idosa, encontramos, principalmente, estudos que
avaliam o efeito do exercício físico no equilíbrio corporal do individuo idoso e na
população que apresenta OA.

22
Com relação à osteoartrose, os estudos concluem que o treinamento físico
não tem impacto sobre o processo fisiopatológico da doença. 56-59 e que ele é
efetivo no controle da dor e na melhora da função do idoso. 60 Já para o equilíbrio,
os estudos relacionam a atividade física com a melhora na estabilidade postural e
na marcha do idoso, o que pode reduzir as quedas nessa faixa da população. 61,62
Revisões sistemáticas que avaliam os efeitos do exercício físico na
população com OA concluem que há benefício na dor e na função do idoso, porém,
variam quanto à magnitude do efeito e não esclarecem quais tipos de exercícios
teriam efeito maior.
A revisão sistemática de Fransen e McConnell 63 concluiu que a prática de
atividades físicas no solo tem efeito pequeno, porém significante, na melhora da
dor e na função do idoso com OA do joelho e é comparável aos benefícios causados
pelo uso de analgésicos comuns e anti-inflamatórios não hormonais.
Ainda nesse estudo, não há diferenças significantes entre os exercícios
aeróbios comparados com o fortalecimento muscular na melhora da dor e da
função; ainda, os exercícios supervisionados (tanto individual, como aulas em
grupos) têm efeito maior no controle da dor do que aqueles não supervisionados.
Por fim, conclui que recomendações específicas quanto ao programa de
treinamento (intensidade, volume, frequência, progressão e duração) não podem
ser feitas, por não haver nenhum estudo que avalie essas variáveis
especificamente.
Roddy et al 64 fizeram uma revisão sistemática comparando caminhada
aeróbia versus fortalecimento muscular localizado e concluíram que ambos
reduziram a dor e a incapacidade causada pela OA, sem diferença estatística entre
ambos; destacam no final que há grande variabilidade na duração dos programas
de treinamento nos diversos estudos avaliados (de oito semanas a dois anos).
O estudo de Woodard e Berry, 65 afirma que é necessária a aderência por
longo tempo ao programa de exercícios para que se mantenha o benefício que a
atividade física proporciona e que o estímulo de supervisão ou monitoramento
regular pode ser uma alternativa para os idosos manterem a aderência ao
tratamento.
A meta-análise de Hernández-Molina et al 66 e a revisão de Tak et al(37)
avaliaram o efeito do exercício para a OA do quadril e concluíram que a atividade
física é eficaz no tratamento da dor, ressaltando a necessidade

23
da presença do fortalecimento muscular no programa.
Por fim, a revisão de Bartels et al 68 avaliou o benefício dos exercícios
aquáticos no tratamento da OA do joelho e quadril e concluiu que esse tipo de
exercício apresenta efeitos benéficos de curto tempo para dor e para função; efeitos
de longo tempo não foram documentados nos estudos avaliados.
Dessa forma, os exercícios na água devem ser utilizados como parte inicial
de um programa longo de exercícios para o paciente com AO.
Vários estudos mostram que o treinamento físico tem efeitos significativos
sobre a massa muscular e sobre a força desenvolvida pelos músculos. 39-43
No indivíduo idoso está claro que a potência e não a força muscular é o fator
determinante para a melhora da independência e da qualidade de vida 44,45, além
de ser melhor indicador para a prevenção do risco de quedas. 46
Assim, no idoso, é necessário que o fortalecimento muscular seja feito em
alta intensidade. Alguns estudos com fortalecimento de baixa intensidade
resultaram em aumento da força muscular 11,47, porém, com ausência ou efeito
muito baixo na saúde do idoso. 48,49
Apesar de o fortalecimento muscular levar a melhora da função, outros
exercícios mais funcionais são necessários para haver ganho, maior no equilíbrio e
na independência do idoso. 41,42 Orr et al 50 realizaram uma revisão sistemática que
avaliou a eficácia do fortalecimento muscular progressivo sobre o equilíbrio corporal
e sugerem que esse tipo de treinamento realizado isoladamente não é efetivo para
a melhora do equilíbrio, acrescentando que outros fatores estão envolvidos na
estabilidade postural.
Skelton e Beyer 42, ao realizar uma revisão da literatura, concluíram que o
programa de treinamento para reduzir o risco de quedas e de fraturas após estas
deve incluir exercícios de equilíbrio, de coordenação e de tempo de reação, além
do fortalecimento muscular; e que treinamentos contendo
só musculação ou caminhadas são menos efetivos para a estabilidade postural.
Porém, Howe et al 21, numa revisão sistemática, afirmam que diversos tipos
de exercícios trazem benefícios ao equilíbrio corporal, mesmo se realizados
isoladamente. Entre essas atividades físicas incluem: exercícios funcionais (para
balanço, marcha e co-coordenação), fortalecimento muscular, caminhada, dança,
tai chi chuan, bicicleta (tanto estacionária quanto livre); essa última apresentou
apenas tendência de melhora no equilíbrio corporal.

24
Porém, advertem que todas essas intervenções têm efeitos somente em
curto prazo e que estudos padronizados e a longo prazo devem ser feitos para
avaliar o efeito da atividade física regular na estabilidade postural.
Algumas formas de exercícios têm-se mostrado benéficas para retardar ou
reverter a perda de massa óssea relacionada com a idade 22 Entre essas atividades
incluem-se: exercícios com peso 23, corrida 24 e aulas em academias. 55
Caminhadas isoladas não aumentam a densidade óssea, porém, ajudam a
mantê-la. 22 Nakatsuka et al 26 mostraram em seu estudo que a atividade física de
moderada intensidade pode aumentar a massa óssea pós-menopausa, porém, o
ganho era modesto e específico para determinadas regiões do corpo.
Numa revisão sistemática de Bonaiuti et al 27 avaliou-se o efeito de diversos
tipos de atividade física na prevenção e no tratamento da osteoporose na mulher
com menopausa. Os resultados mostraram que há evidência de que o exercício
físico é efetivo para a diminuição da perda de massa óssea na coluna lombar e,
provavelmente, no colo do fêmur e no punho.
Tanto os exercícios aeróbicos, como os de fortalecimento muscular e a
caminhada tiveram diferença significante, porém, ressalvam que não há uma
conclusão de qual é a característica do exercício (tipo, intensidade, frequência ou
duração) que traz maior benefício para a massa óssea e nem se esse benefício
persiste após a suspensão das atividades físicas. Korpelainen et al 28, num estudo
populacional randomizado e controlado,
concluíram que a realização de exercícios físicos teve um efeito positivo
especialmente na massa óssea do trocanter e que podem evitar as fraturas
relacionadas com a queda na mulher idosa.
Karinkanta et al 29 verificaram que os benefícios induzidos pelo exercício no
equilíbrio dinâmico e na massa óssea da tíbia persistem após um ano do término
da atividade física, apesar de não se manterem na força muscular e na função
física.

PRESCRIÇÃO
Como já discutido anteriormente, a combinação ótima de exercícios para
haver melhora da função do aparelho locomotor no idoso é ainda desconhecida.
Atualmente, existe somente um pequeno suporte empírico, que combina o

25
fortalecimento muscular com outros modos de treinamento (aeróbio, exercícios de
equilíbrio ede coordenação).
A intensidade, a duração, a frequência e a progressão do programa de
treinamento também são discutíveis, sendo necessários estudos com desenho
melhor apropriados para a avaliação dessas variáveis. A seguir, citaremos a
prescrição de exercícios nos idosos conforme alguns consensos encontrados na
literatura:
1) Avaliação pré-participação
Contra-indicações estão presentes, mas no geral não diferem daquelas
aplicadas ao adulto jovem 30. A necessidade de eletrocardiograma de esforço é
contraditória; ela deve ser considerada para pacientes com fatores de risco
cardiológicos.
2) Como iniciar
Os exercícios devem objetivar a melhora das limitações funcionais que o
idoso venha a apresentar (dor, amplitude de movimento reduzida ou fraqueza
muscular).
Logo que houver melhora dessas limitações, um programa de
condicionamento geral deve ser feito com o objetivo de implementar a saúde e a
capacidade funcional do idoso.
As sessões de exercícios devem conter três fases: aquecimento, que
envolve exercícios para o ganho de amplitude articular, sendo de baixa intensidade;
período de treinamento (o esforço propriamente dito), que envolve o fortalecimento
muscular e/ou exercícios aeróbicos, e a fase final que abrange basicamente
alongamentos (desaquecimento).
3) Alongamentos
Os alongamentos devem ser realizados durante o aquecimento e na fase
final.
Grande amplitude de movimento (ADM) da articulação aumenta o
desempenho muscular 31, reduz o risco de lesão 31,32 e melhora a nutrição da
cartilagem 33. Articulações dolorosas não devem ser alongadas de forma excessiva
a ponto de causar dor; todos os movimentos devem ser feitos de modo a conseguir
a máxima ADM livre de dor.
A aplicação de calor antes do alongamento reduz a dor e aumenta a
amplitude.

26
Devem-se realizar pelo menos três sessões de alongamentos por semana
34; no início, três a cinco repetições e aumentando gradualmente até 10 repetições.
35 Deve-se manter o músculo alongado durante 10 a 30 segundos.
4) Fortalecimento muscular
O fortalecimento muscular deve ser feito com uso de pesos ou faixas elásticas. que
darão resistência ao movimento. Os protocolos de treinamento devem conter os
seguintes princípios:
– exercícios de contração muscular devem ser feitos em moderada velocidade;
– os exercícios devem ser escolhidos de acordo com a estabilidade das
articulações e o grau de dor e edema;
– os músculos não devem ser exercitados até sua fadiga;
– a resistência do exercício deve ser submáxima;
– articulações com reações inflamatórias devem ser fortalecidas com exercícios
isométricos e envolvendo poucas repetições primeiramente;
– dor ou edema numa articulação após uma hora da realização dos exercícios
indica atividade excessiva.
–Exercícios isométricos são indicados para articulações instáveis ou edemaciadas.
Contrações isométricas produzem baixa pressão articular e são bem
toleradas por pa cientes idosos. 36
Inicia-se com contrações de intensidade aproximadamente de 30% da força
máxima, aumentando gradativamente até 75%. A contração não deve ser mantida
por mais de seis a 10 segundos e as repetições devem ser aumentadas para de
oito a 10, conforme tolerado pelo paciente.
Deve ser realizado, durante duas vezes por dia durante o período
inflamatório e, após a inflamação retroceder, aumentar de cinco a 10 vezes por dia.
Os exercícios isotônicos devem ser de oito a 10 exercícios envolvendo os
grupos musculares maiores (quatro exercícios para membros superiores e de
quatro a seis para membros inferiores). Devem-se usar inicialmente pesos com
40% da carga máxima do indivíduo, aumentando até para 80%. 37,38
Geralmente, realiza-se uma série de quatro a seis repetições, evitando a
fadiga muscular. A frequência deve ser de no máximo duas vezes
por semana inicialmente 38, podendo ser somente uma vez nos idosos com idade
avançada ou com fragilidade importante. Deve haver pelo menos um dia de
repouso inteiro entre as sessões. 39

27
5) Exercícios aeróbios
O paciente pode escolher entre uma variedade de opções de exercícios,
evitando sobrecarregar articulações especificas. Exemplos de exercícios são:
andar de bicicleta, natação, exercícios de baixo impacto (caminhada, dança, tai chi
chuan) e hidroterapia e até atividades mais leves como andar com o cachorro e/ou
jogar golfe.
A intensidade do exercício pode ser medida pela freqüência cardíaca (FC)
durante o exercício, devendo estar entre 50 e 75% da FC máxima (calculada como
220 menos os anos de idade); ou um talk test sendo considerado positivo quando
o paciente não consegue conversar confortavelmente durante a atividade física
devido à alteração da frequência respiratória. É recomendado iniciar com duração
de no mínimo 20 a 30 minutos por dia; durante a semana, o acumulado deve estar
entre 60 e 90 minutos de atividades moderadas. 38
A frequência deve ser de pelo menos três e não mais do que quatro vezes
por semana.
6) Cuidados
A pessoa com instabilidade postural ou com história de lesões por quedas
deve ser encaminhada para fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais ou
educadores físicos qualificados para esse tipo de trabalho (reeducação postural e
correção dos desequilíbrios). 69 Tendinites, bursites e lombalgias podem ocorrer no
idoso quando o fortalecimento é realizado de forma exagerada.

28
CONCLUSÃO
O estudo propõe que a FAA pode ser um método eficaz para o tratamento
de indivíduos com OA de quadril. Visto que, demonstrou-se melhora no quadro
álgico do quadril e mobilidade funcional. Diante disso, sugere-se futuros ensaios
clínicos randomizados, a fim de reafirmar os dados obtidos neste estudo.

As alterações no aparelho locomotor ocorridas em decorrência do


envelhecimento que causam perda no equilíbrio, fragilidade óssea, dores
articulares e decréscimo da função podem ter seu efeito minimizado por meio da
prática regular de exercícios físicos.
Apesar de haver muitas dúvidas quanto à melhor forma de prescrever e de
orientar a atividade física, há tendência cada vez maior de associar exercícios
aeróbios com exercícios resistidos (fortalecimento muscular).
Os programas de exercícios devem ser individualizados conforme as
necessidades específicas do idoso. A aderência a longo prazo ao programa
proposto é necessária para que se mantenham os benefícios ganhos pela prática
da atividade física.

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